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É crucial, para manter relações comerciais com a China, que o empresariado se movimente para garantir presença no gigante mercado chinês. São cerca de 400 milhões de consumidores, dentro de uma população de 1,3 bilhão de pessoas Dragão gigante, mas domável Publicação do Sistema Federação das Indústrias do Estado do Ceará Ano V n N o 48 n MAIO/2011 Impresso Especial 1000013828-D R/CE FIEC CORREIOS 3 Impresso fechado, pode ser aberto pela ECT

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Page 1: FIEC CORREIOS Ano V n No n - sfiec.org.br · Coelce garante mão de obra qualificada para setor de energia elétrica Dia da Indústria HOMenAGens FIEC e CNI irão entregar comendas

É crucial, para manter relações comerciais com a China, que o empresariado se movimente para garantir presença no gigante mercado chinês. São cerca de 400 milhões de consumidores, dentro de uma população de 1,3 bilhão de pessoas

Dragão gigante, mas domável

Publicação do Sistema Federação das Indústrias do Estado do CearáAno V n No 48 n MAIO/2011

ImpressoEspecial

1000013828-D R/CEFIEC

CORREIOS

3

Impresso fechado, pode ser aberto pela ECT

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ChinaBrasil e Ceará querem incrementar relações comerciais com o China. O país que mais cresce no mundo planeja investimentos na ordem de US$ 1 bilhão no Brasil18

Capa

MAIO 2011 | No 48

Publicação do Sistema Federação das Indústrias do Estado do Ceará

........................................................................................

ConatCOntenCIOsO trIbutárIOInstrumento permite defesa de interesses do contribuinte por meio de processos administrativos

Educação profissionalenerGIA eLÉtrICAParceria entre SENAI/CE e Coelce garante mão de obra qualificada para setor de energia elétrica

Dia da IndústriaHOMenAGensFIEC e CNI irão entregar comendas a quatro personalidades no próximo dia 30 de junho em Fortaleza

SindicatosPDAPrograma da CNI em parceria com a FIEC estimula associativismo no setor industrial cearense

VínculosMetAL-MeCÂnICOPrograma que estimula realização de negócios entre grandes empresas e fornecedores locais gera bons resultados no CE

ExportaçõesCertIFICADO DIGItALA partir de junho o Centro Internacional de Negócios da FIEC passa a emitir certificados de origem apenas via internet

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05

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Seções

MensagemdaPresidência........4

Notas&Fatos..............................6

Inovações&Descobertas..........37

FórumsustentAbILIDADe Evento realizado pelo CIC e Fundação Ulysses Guimarães discute superação dos obstáculos ao desenvolvimento sustentável

Polo farmoquímicoALtA teCnOLOGIA Projeto no município do Eusébio terá investimentos de cerca de R$ 600 milhões e promete impulsionar setor no estado

Saúde no trabalhoDesAFIOs Ler/Dort, transtornos mentais e gestão do absenteísmo estão entre os antigos e novos desafios da saúde ocupacional

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Revista da FIEC. – Ano 5, n 48 (mai. 2011) -– Fortaleza : Federação das Indústrias do Estado do Ceará, 2008 -

v. ; 20,5 cm.Mensal.ISSN 1983-344X

1. Indústria. 2. Periódico. I. Federação das Indústrias doEstado do Ceará. Assessoria de Imprensa e Relações com a Mídia.

CDU: 67(051)

Coordenação e edição Luiz Carlos Cabral de Morais ([email protected]) Redação Ângela Cavalcante ([email protected]), David Negreiros Cavalcante ([email protected]), G evan Oliveira ([email protected]) e Luiz Henrique Campos ([email protected]) Fotografia José Sobrinho e

Giovanni Santos Diagramação Taís Brasil Millsap Coordenação gráfica Marcograf Endereço e Redação Avenida Barão de Studart, 1980 — térreo. CEP 60.120-901. Telefones (085) 3421-5435 e 3421-5436 Fax (085) 3421-5437 Revista da FIEC é uma publicação mensal editada pela Assessoria de Imprensa e Relações com a Mídia

(AIRM) do Sistema FIEC Coordenador da AIRM Luiz Carlos Cabral de Morais Tiragem 5.000 exemplares Impressão Marcograf Publicidade (85) 3421-5434 e 9187-5063 — [email protected] e [email protected]

Endereço eletrônico www.sfiec.org.br/publicacao/revistadafiec

Federação das Indústrias do estado do Ceará — FIeCDIRETORIA Presidente Roberto Proença de Macêdo 1o Vice-Presidente Ivan Rodrigues Bezerra Vice-presidentes Carlos Prado, Jorge

Alberto Vieira Studart Gomes e Roberto Sérgio Oliveira Ferreira Diretor Administrativo Carlos Roberto Carvalho Fujita Diretor Administrativo Adjunto José Ricardo Montenegro Cavalcante Diretor Financeiro José Carlos Braide Nogueira da Gama Diretor Financeiro Adjunto Edgar Gadelha

Pereira Filho Diretores Antonio Lúcio Carneiro, Fernando Antonio Ibiapina Cunha, Francisco José Lima Matos, Frederico Ricardo Costa Fernandes, Geraldo Bastos Osterno Júnior, Hélio Perdigão Vasconcelos, Hercílio Helton e Silva, Ivan José Bezerra de Menezes, José

Agostinho Carneiro de Alcântara, José Alberto Costa Bessa Júnior, José Dias de Vasconcelos Filho, Lauro Martins de Oliveira Filho, Marcos Augusto Nogueira de Albuquerque, Marcus Venicius Rocha Silva, Ricard Pereira Silveira e Roseane Oliveira de Medeiros.

CONSELHO FISCAL Titulares Francisco Hosanan Pinto de Castro, Marcos Silva Montenegro e Vanildo Lima Marcelo Suplentes Fernando Antonio de Assis Esteves, José Fernando Castelo Branco Ponte e Verônica Maria Rocha Perdigão. Delegados da CNI Titulares Fernando

Cirino Gurgel e Jorge Parente Frota Júnior Suplentes Roberto Proença de Macêdo e Carlos Roberto Carvalho Fujita.Superintendente geral do Sistema FIEC Paulo Studart Filho

serviço social da Indústria — sesICONSELHO REGIONAL Presidente Roberto Proença de Macêdo Delegados das Atividades Industriais Efetivos Carlos Roberto Carvalho Fujita, Marcos Silva Montenegro, Ricardo Pereira Sales e Luiz Francisco Juaçaba Esteves Suplentes José Moreira Sobrinho Representantes do Ministério do Trabalho e Emprego Efetivo Célia Romeiro de Sousa Suplente Francisco Assis Papito de Oliveira Representantes do Governo do Estado do Ceará Efetivo Denilson Albano Portácio Suplente Paulo Venício Braga de Paula Representantes da Categoria Econômica da Pesca no Estado do Ceará Efetivo Paulo de Tarso Teófilo Gonçalves Neto Suplente Eduardo Camarço Filho Representante dos Trabalhadores da Indústria no

Estado do Ceará Suplente Raimundo Lopes Júnior Superintendente Regional Francisco das Chagas Magalhães

serviço nacional de Aprendizagem Industrial — senAICONSELHO REGIONAL Presidente Roberto Proença de Macêdo Delegados das Atividades Industriais Efetivos Alexandre Pereira Silva, Ricard Pereira Silveira, Francisco Túlio Filgueiras Colares e Pedro Jacson Gonçalves de Figueiredo Suplentes Álvaro de Castro Correia Neto, Paula Andréa

Cavalcante da Frota, Pedro Jorge Joffily Bezerra e Geraldo Bastos Osterno Júnior Representante do Ministério da Educação Efetivo Cláudio Ricardo Gomes de Lima Suplente Samuel Brasileiro Filho Representantes da Categoria Econômica da Pesca no Estado do Ceará Efetivo Elisa

Maria Gradvohl Bezerra Suplente Eduardo Camarço Filho Representante do Ministério do Trabalho e Emprego Efetivo Francisco Assis Papito de Oliveira Suplente Célia Romeiro de Sousa Representante dos Trabalhadores da Indústria no Estado do Ceará Efetivo Francisco Antônio

Ferreira da Silva Suplente Antônio Fernando Chaves de Lima Diretor do Departamento Regional Francisco das Chagas Magalhães

Instituto euvaldo Lodi — IeLDiretor-presidente Roberto Proença de Macêdo Superintendente Vera Ilka Meireles Sales

3Maio de 2011 | RevistadaFIEC |

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MensagemdaPresidênciaroberto Proença de Macêdo

Desde o tempo do Império que a escolha dos meios de transportes longa distância no Brasil é inadequada para o país continental que somos. Deveríamos ter adotado como meio de transporte de carga prioritariamente a ferrovia. No entanto, não temos ferrovia até hoje e toda a produção do país é transportada por rodovias, muitas vezes mal construídas. Além dessa limitação estratégica, vivemos no momento um problema conjuntural causado pela péssima qualidade das ro-dovias federais no Ceará. Como se não bastasse a não liberação dos recursos orçamentários por parte do governo federal para o exercício de 2011, que paralisa a execução de obras em an-damento, o nosso estado ainda vem so-frendo discriminação por não estar sen-do contemplado com a priorização dos recursos para as obras de conservação e construção de novas BRs, previstas no Plano Nacional Viário (PNV). Do ponto de vista do setor produtivo, a má qualidade das rodovias federais pro-voca incontáveis prejuízos, que incidem em vários aspectos da questão logística e que acabam repercutindo em aumen-tos de preços para os consumidores. Eles decorrem do aumento do tempo de via-gem, do desgaste dos veículos, danos a equipamentos sensíveis a impactos e a mercadorias perecíveis, entre outros transtornos. O escoamento da produção está sempre associado a condi-cionantes logísticas que assegurem a chegada do produto ao seu destino com integridade e no tempo contratado. Nesse sentido, muitas empresas estão sendo prejudicadas, pois o atraso de caminhões que conduzem suas cargas está gerando multas por parte de contratantes e perdas de navios que, pelo alto custo portuário, não esperam por quem chega fora do prazo estabelecido.

Precariedade das BRs trava o desenvolvimento

A impossibilidade de tráfego pelas BRs está levando a que car-retas procurem atalhos por rodovias estaduais, não construídas para esse porte de tráfego pesado, aumentando o custo de sua manutenção por parte do governo estadual, além de prejudicar o transporte de passageiros e as atividades turísticas, tão impor-tantes para a nossa economia. O Ministério dos Transportes, por meio do DNIT, precisa retomar já as obras que estão suspensas e começar outras que são fundamentais para o nosso desenvolvimento. Como exem-plo, cito a recuperação e duplicação de trechos da BR 222, da re-construção e duplicação do Anel Viário e sua ligação à ponte do

rio Cocó e a recuperação das BRs 116 e 020, eixos fundamentais para o abas-tecimento e escoamento da produção, conforme manifestado em nota oficial assinada pelas entidades representati-vas do empresariado cearense, publica-da nos jornais do dia 18/5/2011. É bom estarmos atentos para não mais aceitarmos como solução as meras ope-rações tapa-buracos ou recapeamentos fajutos. O Ceará necessita de serviços de restauração que, mesmo com custos mais elevados, proporcionem maior du-rabilidade e tenham caráter definitivo. E não devemos nos contentar também em

apenas fazer restaurações; precisamos realizar as obras estruturan-tes que atendam ao desenvolvimento do nosso estado. A solução do grave problema das BRs requer agilidade nas intervenções e espírito de inovação para a adoção de procedi-mentos que possam ir além dos tradicionais, tais como o uso de mecanismos de concessões e delegações por meio de Parce-rias Público-Privadas (PPPs), e outras opções de investimento e gestão que possam ser criadas. Não podemos mais esperar. Temos de exigir ação imediata.

“ O Ministério dos

Transportes, por meio

do DNIT, precisa retomar

já as obras que estão

suspensas e começar outras

que são fundamentais para o

nosso desenvolvimento.

CNI e FIEC homenageiam personalidadesOs quatro agraciados têm em comum a contribuição para o fortalecimento e desenvolvimento da indústria e da economia cearense

A Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC) e a Confederação Nacional da Indústria (CNI) de-finiram no início de maio os agraciados deste ano

com a Medalha do Mérito Industrial e a Ordem do Mérito Industrial. As comendas serão entregues na tradicional solenidade alusiva ao Dia da Indústria, que este ano será realizada em 30 de junho.

A FIEC concederá a Medalha do Mérito Industrial ao ex-governador do Ceará Ciro Ferreira Gomes, ao empre-sário e ex-presidente da entidade, Francisco José Andrade Silveira, e ao industrial João Batista Fujita. A CNI entre-gará a Ordem do Mérito Industrial ao empresário Jorge Alberto Vieira Studart Gomes (Beto Studart).

Todos os anos a FIEC concede a Medalha do Mérito Industrial a empresários e a personalidades com atuação marcante no impulso das atividades fabris e do desenvol-vimento econômico cearense. A primeira edição da co-menda, em 1974, homenageou o então governador César Cals de Oliveira Filho, o ex-governador Raul Barbosa e o empresário Thomaz Pompeu de Sousa Brasil Netto.

No ano passado, os agraciados com a medalha foram o presidente da Fundação Edson Queiroz e chanceler da Universidade de Fortaleza, Airton Queiroz, o empresário e ex-presidente da FIEC Jorge Parente Frota Júnior e o indus-trial do setor de confecções Vicente Paiva (in memoriam).

A Ordem do Mérito Industrial – entregue pela CNI desde 1958 –, premia personalidades e instituições na-cionais e estrangeiras que atuam para garantir a expansão da indústria brasileira. Já foi concedida a nomes como o ex-presidente da República Juscelino Kubitscheck, os ex--ministros Mário Henrique Simonsen e Jarbas Passarinho e empresários cearenses como Ivens Dias Branco e Tasso Jereissati. Em 2010, a CNI concedeu a Ordem, por indica-ção da FIEC, ao industrial gaúcho Alexandre Grendene.

Dia da Indústria

| RevistadaFIEC | Maio de 20114 5Maio de 2011 | RevistadaFIEC |

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e STão AbERTAS as inscrições para a edição 2011 dos Jogos do SESI, competição

anual que mobiliza trabalhadores do setor industrial em todo o estado. A expectativa dos organizadores é envolver mais de 3 000 industriários nas disputas coletivas e individuais. Serão dez modalidades em jogo: atletismo, futebol, futebol society, futsal, natação, tênis, tênis de mesa, vôlei, vôlei de praia e xadrez. Os Jogos do SESI são uma das mais importantes competições esportivas no Ceará e no Brasil. O evento é focado sobretudo na ação socioeducativa, buscando disseminar

os benefícios do esporte à qualidade de vida dos trabalhadores e a consequente elevação do seu desempenho no ambiente de trabalho. Informações: (85) 3421-5809.

e MPRESÁRIoS, técnicos e acadêmicos, brasileiros e

internacionais, além de autoridades governamentais, estarão reunidos de 20 a 22 de junho em Fortaleza na XI Conferência Anpei para apresentar e debater o cenário da inovação mundial e seus reflexos no Brasil. O tema do evento, Redes de Inovação e Cadeias Produtivas, traz à tona a discussão sobre a cadeia de valor e os processos de trabalho, funcionalmente integrados. Para Mário Barra, coordenador da conferência, uma cadeia requer investimentos capazes de torná-la inovadora, melhorando assim a competitividade e o resultado do produto final. "O sucesso e a competitividade de um setor e de uma indústria dependem diretamente

dessa evolução e do grau de integração em cadeias produtivas", diz Mário Barra. Dentro da programação da conferência ocorrerá o Inova 2011, realizado pela FIEC por meio do INDI. O evento busca contribuir para implantar a cultura da inovação no Ceará, ampliar a competitividade nas empresas e propiciar aproximação entre empresários e pesquisadores. O tema deste ano será Inovação e Sustentabilidade: O legado da Copa de 2014. Informações: www.anpei.org.br ou (85) 3421-5492.

Notas&FatosO q u e A C O n t e C e n O s I s t e M A F I e C , n A P O L í t I C A e n A e C O n O M I A

Redes de inovação e cadeias produtivas

eVentO eM FOrtALeZA

PArCerIA

seNai capacita egRessos do seRviço militaR

resPOnsAbILIDADe sOCIAL

sesi iNicia tuRma paRa foRmação de ageNtes

Notas&Fatos

quALIDADe De VIDA

>> Cartas à redação contendo comentários ou sugestões de reportagens podem ser enviadas para a Assessoria de Imprensa e Relações com a Mídia (AIRM) Avenida Barão de Studart, 1980, térreo, telefone: (85) 3421-5434. E-mail: [email protected]

o SENAI/CE iniciou em maio novas turmas de cursos de educação profissional no âmbito do Projeto Soldado Cidadão, em convênio com o Exército brasileiro. No SENAI Antônio Urbano de Almeida, por exemplo, estão sendo ofertados os cursos de Mecânico de Manutenção de Ar Condicionado e Soldador. Já no SENAI/Certrem - escola que atua na área de alimentos -, foram iniciadas aulas do curso de panificação e confeitaria, também no âmbito do Projeto Soldado Cidadão.

o SESI/CE deu início no dia 5 de maio a mais uma turma de formação do programa de Agentes de Responsabilidade Social. O programa foi criado para montar um sistema integrado de gestão de responsabilidade social entre as empresas e dessas com setores governamentais e não governamentais. Com isso, a ideia é otimizar recursos e gerar maior impacto social. Informações: (85) 3421-5850.

Jogos do sesi cominscrições abertas

eM MArçO

CArnAVAL reDuZ AtIVIDADe DA InDústrIA nO PAísO feriadão do carnaval em março – ao contrário do usual, em fevereiro, quando houve forte crescimento na indústria –, fez cair a maioria dos indicadores industriais no mês, revela a pesquisa Indicadores Industriais, da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Comparativamente a fevereiro, recuaram, sem influências

sazonais, o faturamento real (menos 5,2%), as horas trabalhadas (2,4% menores) e o emprego (0,1% menos). A utilização da capacidade instalada (UCI) decresceu um ponto percentual, de 83,4% para 82,4% de um mês para o outro, voltando praticamente ao mesmo nível de março de 2010.

sInDrOuPAs

cuRso aboRda custos e foRmação de pReço o SINDICATo das Indústrias de Confecções de Roupas de Homem e Vestuário do Estado do Ceará (Sindroupas) realizará na sede da FIEC, no período de 13 a 17 de junho, a segunda edição do curso Custos e Formação de Preço na Indústria de Confecção, que tem como público-alvo empresários e gestores do setor de confecções. Mais informações no Sindroupas pelo telefone (85) 3264-0738 ou por e-mail ([email protected]).

n A CâMARA dos Deputados aprovou em 10 de maio a Medida Provisória 518, que cria o cadastro positivo, um banco de dados com informações de adimplemento de pessoas físicas e jurídicas, com o objetivo de formar um histórico de crédito. Com o instrumento, é possível o sistema financeiro do país detectar bons pagadores e dar tratamento diferenciado (por exemplo, juros mais baixos) no momento de fazer concessão de crédito.

n o IMPoSTôMETRo, medidor eletrônico de arrecadação tributária mantido em São Paulo pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), atingiu em 4 de maio a marca dos R$ 500 bilhões em impostos federais, estaduais e municipais pagos pelos brasileiros desde o começo do ano. A marca foi atingida com 21 dias de antecedência em relação ao ano passado.

n o CEARÁ deve receber investimentos públicos da ordem de R$ 8,1 bilhões no triênio 2012-2014, conforme consta na mensagem da Lei de Diretrizes Orçamentárias para o Exercício de 2012, encaminhada pelo Executivo à Assembleia Legislativa. O volume é 22,7% superior ao projetado para o triênio que vai de 2011 ao ano de 2013.

CURTAS---------------------

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n Abertas até 31 de maio as inscrições para o Prêmio Nacional de Inovação, nas categorias gestão da inovação, competitividade, design e desenvolvimento sustentável. A iniciativa é da CNI, Movimento Brasil Competitivo, Finep e Ministério da Ciência e Tecnologia. Informações: (85) 3421-6515.

AGENDA

CArIrI

siNdiNdustRia laNça edição 2011 de feiRa calçadista

o SINDICATo das Indústrias de Calçados e Vestuários do Cariri (Sindindústria) lançou no início de maio a versão 2011 da Feira de Tecnologia de Calçados do Ceará (Fetecc), que chega à sua décima segunda edição no mesmo ano em que a cidade de Juazeiro do Norte comemora cem anos. A Fetecc é o maior evento do segmento na região. Além de levar ao Cariri as últimas tendências de mercado, principalmente na área de insumos e máquinas, ela impulsiona o turismo de negócios no Cariri, onde já está consolidada no calendário turístico. A feira ocorrerá de 24 a 26 de agosto. Informações:(88)3571-2010

A FIEC completou 61 anos no dia 12 de maio. Fundada em

1950 e hoje composta por 39 sindicatos patronais, a entidade atua na representação e defesa dos interesses das indústrias do estado. Contribui ainda para elevar a competitividade

das empresas por meio da atuação das entidades a ela ligadas em áreas como educação profissional, inovação, comércio exterior, valorização da qualidade de vida do trabalhador e responsabilidade social. São elas: SENAI, SESI, IEL, CIN, INDI e Fireso.

fiec chega aos 61 anosInDústrIA

FoTo: José sobrINho

| RevistadaFIEC | Maio de 20116 7Maio de 2011 | RevistadaFIEC |

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União entre SENAI e Coelce promove formação de 61 novos eletricistas, ampliando oferta de mão de obra qualificada para o setor elétrico no estado

Iluminados pelo conhecimento

Uma corrente de parceria. Assim ficou definido o enga-jamento de duas importantes instituições em favor da qualificação de mão de obra do setor de energia elétrica

do estado do Ceará. Diante da necessidade de elevar a boa formação no segmento eletricitário, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI/CE) e a Companhia Ener-gética do Ceará (Coelce) se uniram para oferecer programas de educação profissional voltados à área. Por meio da parce-ria, o SENAI capacita funcionários da companhia e das em-presas que prestam serviço à concessionária.

Iniciada no ano 2000, a parceria ganhou impulso extra no ano passado. Os antigos treinamentos de curta duração deram lugar à abertura de cursos extensos e bem formatados. Assim, em junho do ano passado, tiveram início o curso de Eletricista de Rede de Distribuição, com duração de 800 horas de aulas,

ofertado na modalidade aprendizagem industrial, e o de Re-des de Distribuição de Baixa e Média Tensão, oferecido na for-ma de qualificação e ministrado em 300 horas.

A parceria rendeu bons frutos. Na manhã do último dia 5 de maio, foram entregues os certificados de conclusão às primeiras turmas, no Centro de Formação Profissional Waldyr Diogo de Siqueira, unidade do SENAI na Barra do Ceará. São 61 novos eletricistas preparados para o mercado de trabalho, ampliando oferta de mão de obra qualificada ao setor elétrico cearense. Dos concludentes, 29 são jovens aprendizes que participaram do curso Eletricista de Rede de Distribuição e 32 são do curso Eletricista de Redes de Distribuição de Baixa e Média Tensão.

De acordo com o presidente da Coelce, Abel Rochinha, a intenção é alcançar a marca de 500 formandos por ano. “O

Ceará está em crescente desenvolvimento e terá uma demanda muito alta no setor energético, com a proximidade da Copa de 2014 e a entrada de empreendimentos que vão aquecer a econo-mia local. Por isso a necessidade de qualificações assim, preparadas com excelência pelo SENAI, fundamental em todo esse processo construti-vo. Ganhamos todos nessa parceria e queremos avançar com ela”, revela Abel Rochinha.

O SENAI/CE e a Coelce oficializaram, em abril de 2010, a renovação da parceria, que se pretende ininterrupta. Segundo o gerente do SENAI da Barra do Ceará, Cid Fraga, dados do período entre 2000 e 2010 contabilizam a reali-zação de mais de 15 000 matrículas em treina-mentos da área de energia elétrica ministrados pelo SENAI/CE. Atualmente, são 15 cursos em oferta, além de cursos customizados, ministra-dos de acordo com a demanda do mercado.

A renovação do contrato em 2010 marcou ainda a reinauguração, após recente moderniza-ção, da Rede Pedagógica, espaço mantido pelas duas organizações na escola do SENAI na Barra do Ceará. A rede ocupa área de 10 000 metros quadrados e possui equipamentos que permi-tem a realização de exercícios práticos exigidos pelos cursos da área de eletricidade.

A Rede Pedagógica representa uma rede de distribuição de energia elétrica em menor escala, com todos os elementos que a compõem, como postes, fios, transformadores e equipamentos de proteção e manobra. Como ela foi entregue pela Coelce ao SENAI em 2000, percebeu-se a neces-

sidade de reformá-la. Além dos reparos, a com-panhia elétrica ampliou a estrutura ao incluir módulos de Rede DAT (Rede Ampla) de baixa e média altura. Para reforma e ampliação do com-plexo, a Coelce investiu em torno de R$ 25 000.

“Essa é uma parceria que beneficia um setor necessário ao nosso estado. Seu resultado tam-bém se apresenta no fortalecimento de nossas indústrias e, por consequência, de nossa econo-mia. O Sistema FIEC dá suporte e apoio a pro-jetos como esse da Rede Pedagógica, da mesma forma como está aberto a colaborar para o su-primento e qualificação de outras demandas que surgirem”, ressalta o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), Roberto Proença de Macêdo.

Abel Rochinha: ¨O Ceará necessita das qualificações preparadas com excelência pelo SENAI¨

Turma concludente do curso de Eletricista de Redes de Distribuição de Energia Turma concludente do curso de Eletricista de Redes de Distribuição de Baixa Tensão e Média Tensão

Educação profissional

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| RevistadaFIEC | Maio de 20118 9Maio de 2011 | RevistadaFIEC |

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Boa prática

Ú nica representante feminina entre os recém-formados,

Adaíla Oliveira Craveiro, 30 anos, recebeu do di-retor da empresa em que trabalha, a Ceneged, o certificado de conclusão do curso de Eletricista de Redes de Distribuição de Baixa e Média Ten-são. “Eu trabalhava com leitura de consumo re-sidencial e uma pessoa me incentivou a fazer o curso. No início, os cole-gas olharam com diferença, mas aos poucos conquistei a confiança de todos, e fazer o curso foi a melhor coisa que já me ocorreu. As aulas foram excelentes, o ambiente do SENAI é muito bem preparado e os professores viraram amigos. A expectativa agora é fazer muito sucesso na área em que quero atuar, que é a de construção e manutenção elétrica”, orgulha-se a ex-aluna.

SRTE integra parceria

A parceria passou a ser tripla. Há mais de dois anos o SENAI/CE, a Coelce, com suas parceiras, e a Superintendência Regional do Trabalho e Emprego

(SRTE/CE) vinham participando de reuniões em busca de soluções para o setor de energia elétrica cearense, visando cumprir as cotas de aprendizes, conforme determinado em lei, como também formar profissionais com qualidade e segurança para a prestação de bons serviços de construção e manutenção da rede elétrica local.

Para atender a essa demanda de aprendizagem industrial, o SENAI/CE, aplicando sua metodologia de Formação por Competência, elaborou um itinerário pedagógico que culminou com a criação do curso Eletricista de Rede de Distribuição de Energia Elétrica, dotado de carga horária com 400 horas de aulas teóricas e 400 de aulas práticas, ministradas na Rede Pedagógica.

Entre as etapas de aprendizado percorridas pelos alunos na Rede Pedagógica estão Rede de Iluminação Pública (manuseio de postes), Quadros (capacitação para atuar no corte, medição, fraude e instalação de medidores), Transformadores (manuseio de transformadores) e Manutenção de subestação. Entre as disciplinas ministradas no curso Eletricista de Rede de Distribuição, da modalidade qualificação, estão Ética e Comportamento Profissional; Normas, procedimentos e padrões para baixa e média tensão, além de Medidas elétricas.

Mesmo diante do avanço dos contenciosos tributários em favor do contribuinte, o instrumento ainda é pouco conhecido de quem deles poderia se beneficiar

Pelo imposto justo

J á no império, a Tesouraria Provincial e os pagadores de impostos tinham nas Comissões ou Juntas nas fregue-sias instâncias responsáveis pela mediação de conflitos

envolvendo o pagamento e a cobrança de tributos. Formadas pelo juiz de paz, padre e o coletor, cabia a esses membros julgar os pedidos e as reclamações daqueles que se sentissem prejudicados pelo que o estado lhes cobrava. Com o tempo, essas instituições foram se aperfeiçoando e ganhando status de fóruns administrativos nos quais a participação paritária do poder público e representantes dos contribuintes permite que haja a justa correlação de forças na análise desses pleitos.

Atualmente, a estrutura tributária brasileira permite, por meio dos contenciosos tributários, a abrangência de atuação nas três esferas (federal, estadual e municipal), incluindo todos os impostos, taxas e contribuições. Mediante esse instrumento, é possível a ação defensiva em processos administrativos tribu-tários, tais como impugnações a autos de infração, suspensão de procedimentos fiscalizatórios, consultas administrativas

e regimes especiais, dentre outros. Além disso, utilizando os contenciosos, pode-se ainda requerer, por meio de mandado de segurança, restituição ou suspensão imediata de recolhi-mento de tributos indevidos, assim como embargos à execu-ção fiscal, ações de repetição de indébito e ações declaratórias, quando isso se fizer necessário.

Mas, apesar do avanço desses meios em favor do contri-buinte, o instrumento do contencioso é pouco conhecido pelos próprios interessados. Em nosso estado, a Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC) tem assento nas três esferas por intermédio de advogados especializados nas questões tributárias. Em relação ao âmbito estadual de forma específica, atuam como membros representantes da FIEC os advogados Vanessa Valente de Oliveira e Samuel Aragão, res-pectivamente, na 1ª e na 2ª Câmara de Julgamento do Con-tencioso Administrativo Tributário Estadual (Conat/CE). Vanessa Cavalcante é também membro do contencioso em nível federal pela FIEC.

Contencioso tributário

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11Maio de 2011 | RevistadaFIEC |

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Segundo Samuel Aragão, é comum nas rela-ções entre o estado e o contribuinte a aparên-cia de excessiva desigualdade entre as partes, por força das prerrogativas e dos privilégios garantidos ao poder estatal. "Por vezes, o em-presário se ressente de impotência ao ser sub-metido a uma fiscalização efetivada de maneira arbitrária e abusiva." Ele diz, todavia, que não há motivos para que o contribuinte se julgue prejudicado na relação tributária com o esta-do, "por ser o exercício de defesa uma garantia constitucional intrínseca à cidadania, própria da relação democrática de direito, seja no âm-bito administrativo ou judicial. E isso, assegura, é o que garante o Conat, "uma ferramenta de discussão da legalidade das autuações por meio de um processo administrativo fiscal".

Para Vanessa Valente, todo contribuinte, pessoa física ou jurídica, tem direito de recor-rer a um tribunal administrativo, caso seja au-tuado pela fiscalização tributária e não concor-de com os tributos lançados. Na prática, diante da possibilidade de acesso ao Poder Judiciário, ressalta, pode parecer desnecessário pelo con-tribuinte o exercício de seu direito de impugnar administrativamente (por meio do contencio-so) atos da administração tributária que con-sidere indevidos. "Todavia, não é bem assim", aponta. Nesse sentido, cita que o processo ad-ministrativo (contencioso) é, em regra, mais célere, menos formal e menos dispendioso.

A advogada lembra ainda que o processo de defesa no âmbito administrativo pode ser elabo-rado pelo próprio cidadão contribuinte, por seu advogado ou por qualquer outro profissional

que o represente. Não há custas, nem a exi-gência de profissional específico. "Trata-se de instância de solução do conflito tributário que não deve ser desprezada pelo contribuinte. Em seu transcurso, os gravames causados pelo ato impugnado mantêm-se suspensos. Por con-seguinte, o eventual êxito do contribuinte na esfera administrativa encerra definitivamente o conflito, com economia para todos os envol-vidos", afirma Vanessa Valente.

Samuel Aragão reforça a opinião de Vanessa Valente, afirmando que, em síntese, o conten-cioso trata-se de órgão administrativo de revi-são dos lançamentos dos créditos tributários vinculado hierarquicamente apenas ao secretá-rio da Fazenda do Estado, com total indepen-dência para analisar e proferir decisões acerca da regularidade formal e material dos autos de infração lavrados contra os contribuintes. "Todos os autos de infração, independente de apresentação de defesa do contribuinte, são re-metidos para análise do Contencioso Adminis-trativo Tributário que, para tanto, foi dotado de uma estrutura grandiosa, composta por setores de julgamento, de realização de perícias e dili-gências e de setores de apoio para o trâmite dos processos", diz Samuel Aragão.

Vanessa Valente destaca também que os ór-gãos julgadores administrativos, especialmente os colegiados, como é o caso dos contenciosos administrativos, decidem com maior preparo e conhecimento de causa. "De fato, quando o adequado deslinde da questão depende apenas do conhecimento específico de certas normas da legislação tributária, ou do conhecimen-to do que rotineiramente ocorre na atividade empresarial, seguramente os órgãos julgadores administrativos proferem melhores decisões", afirma a advogada. “Isso em virtude dos julga-dores administrativos possuírem maior conhe-cimento da legislação específica de cada tributo e das peculiaridades dos fatos em questão.”

Para Vanessa Valente, no contexto atual o Contencioso Administrativo Estadual tem buscado se aperfeiçoar cada vez mais na rea-lização da justiça fiscal, mediante a busca do equacionamento da atuação do fisco com os direitos dos contribuintes. Para se ter uma ideia, em 2009, o órgão julgou 1 590 processos fiscais. No ano passado, foram 1 031 processos. Enquanto no primeiro semestre de 2011, em 1ª instância, foram julgados mais de R$ 180 milhões em créditos tributários. O que, para a advogada, é a prova do compromisso do con-tencioso na busca da justiça fiscal.

Samuel Aragão e Vanessa Valente

representam a FIEC no Conat no âmbito estadual

Quanto à sua estrutura, o Conat/CE se compõe dos seguintes órgãos:

I – Conselho de Recursos Tributários:a) Conselho Plenob) Câmaras de Julgamento

II – Célula de Julgamento de 1ª Instância

III – Célula de Perícias e Diligências

IV – Célula de Consultoria e Planejamento;

V – Célula de Suporte ao Processo Administrativo Tributário;

VI – Célula de Apoio Logístico.

Como funciona o Conat/CE

E m relação aos julgamentos em si, o Conat é composto por julgadores de 1ª instância, duas Câmaras de Julgamentos e o Conselho

Pleno. O julgamento singular é realizado por um servidor da própria Secretaria da Fazenda do Ceará especialmente designado para aquele fim. As Câmaras de Julgamento são compostas por quatro representantes dos contribuintes e por quatro representantes da Secretaria da Fazenda de maneira a respeitar a equidade de pares e viabilizar um julgamento justo do contribuinte. O Conselho Pleno é a reunião dos componentes das duas Câmaras de Julgamento.

Inicialmente, o auto de infração segue para o julgamento de 1ª instância, onde pode ser declarado procedente, improcedente, nulo ou parcial procedente. Em um segundo momento, por meio de interposição de recurso (oficial ou voluntário), o processo é direcionado para o conhecimento amplo de uma das Câmaras de Julgamento e novamente poderia ser adotada a procedência, improcedência, nulidade ou parcial procedência do auto de infração. Por último, cumprindo alguns requisitos legais e com a interposição de novos recursos (especial e extraordinário), o processo pode ser novamente analisado pelo Conselho Pleno e submetido a qualquer uma das decisões anteriormente mencionadas.

Enquanto o processo tramita na esfera do Conat, o crédito tributário tem a sua exigibilidade suspensa de forma imediata por força legal, não podendo configurar como empecilho para as demais atividades do contribuinte em hipótese alguma até a decisão final proferida por aquele órgão. Outra característica positiva do processo administrativo tributário é a desnecessidade de garantia de qualquer espécie para o conhecimento da defesa do contribuinte, pois qualquer manifestação é levada ao conhecimento dos julgadores independentemente do oferecimento de quaisquer bens ou direitos patrimoniais do autuado.

Outro fator benéfico relevante é que qualquer matéria levada ao conhecimento do Conat pode ser objeto de apreciação posterior na esfera do Poder Judiciário; a análise do pleito administrativo não exclui um novo conhecimento dos argumentos pelo órgão judicante. Existe ainda uma série de outros privilégios no âmbito do Conat, tais como: procedimento gratuito, sem necessidade de maiores formalismos, sem restrição de provas, de análise abrangente (aspectos formais e materiais do ato), dupla instância, sem necessidade de qualquer

garantia, com suspensão da cobrança, sem prejuízo de posterior análise do Poder Judiciário, entre outros.

O Conselho de Contribuintes foi criado no Ceará em 1963, com a edição da Lei nº 7.066/63, como instância administrativa para apreciar os recursos interpostos contra os autos de infração lavrados pela Secretaria da Fazenda. Com a edição da Lei nº 10.546, de 28 de novembro de 1980, o órgão passou a denominar-se Contencioso Administrativo Fiscal do Estado. Atualmente, o órgão integra a estrutura da Sefaz, estando vinculado ao titular da pasta e possuindo organização, estrutura e competência definidas na Lei nº 12.732/97, de 24 de setembro de 1997.

INFORMAÇÕES

Samuel Aragão: conselheiro representante da FIEC na 1ª Câmara de Julgamento do Conat/CE – e-mail: [email protected]

Vanessa Valente de Oliveira: conselheira representante da FIEC na 1ª Câmara de Julgamento do Conat/CE; conselheira representante da CNI na 1ª Câmara da 1ª Turma Ordinária da 3ª Seção do Conselho Administrativo Federal de Recursos Fiscais (Carf) – e-mail: [email protected]

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Polo farmacoquímico

Projeto será instalado no município do Eusébio, região metropolitana de Fortaleza, com investimentos previstos em torno de R$ 600 milhões. A Fiocruz estima empregar R$ 400 milhões para instalar sua unidade

Alta tecnologia em saúde

De acordo com o relatório Equipamentos Médicos: Ad-ministrando Incompatibilidades, divulgado no final do ano passado pela Organização Mundial de Saúde

(OMS), as vendas de produtos como máquinas de radiolo-gia, instrumentos cirúrgicos e próteses, entre outros itens re-lacionados à tecnologia de saúde no mundo, excluindo me-dicamentos, movimentaram em 2009 a cifra de US$ 176,3 bilhões. Nesse contexto, o Brasil é considerado o segundo maior mercado consumidor entre os 30 países emergentes, ficando atrás apenas da China.

Mas se o nosso país tem um mercado consumidor pri-vilegiado para produtos de alta tecnologia em saúde, en-frenta, por outro lado, a velha síndrome do eterno comprar feito. Historicamente, os equipamentos de alta tecnologia são fabricados em países industrializados e exportados, enquanto equipamentos mais simples, como preservativos, luvas cirúrgicas e seringas, são produzidos nas economias

emergentes. Com isso, a maioria do material usado é im-portada, fazendo com que em 2010 houvesse um déficit de US$ 7 bilhões nesse segmento econômico.

É com a ideia de pegar uma fatia desse mercado que será instalado no município do Eusébio, região metropolitana de Fortaleza, o Polo Industrial e Tecnológico da Saúde no Ceará, no qual serão investidos cerca de R$ 600 milhões. Somente a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), grande ân-cora do projeto, estima que serão necessários R$ 400 mi-lhões para construir uma unidade de pesquisa visando apoiar a implantação de empresas que desejem vir à região. O projeto de descentralização da Fiocruz faz parte do pro-grama Mais Saúde, desenvolvido pelo Ministério da Saúde.

O processo de montagem do polo está sendo gerido pela Fiocruz, Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará (Adece), prefeitura do Eusébio e Sindicato das Indústrias Químicas, Farmacêuticas e da Destilação e Refinação de

Petróleo do Estado do Ceará (Sindquimica). Atualmente, segundo o coordenador do escri-tório da Fiocruz no Ceará, Carlile Lavor, exis-tem 11 empresas com protocolos de intenção encaminhados à Adece para análise. Somente elas pretendem investir no total R$ 150 milhões no processo de implantação, gerando aproxi-madamente 1 770 empregos na fase inicial. De acordo com Carlile, a Fiocruz atuará no polo em duas frentes: na pesquisa e desenvolvimen-to de novos produtos, apoiando e funcionando como suporte para as empresas que ali se insta-larem e, em outra etapa, na construção de uma fábrica de vacinas para suprir sua demanda.

O terreno onde será instalado o polo fica às margens da Lagoa da Precabura, ocupando 50,9 hectares. Na área de ensino, a unidade da Fiocruz atuará na formação de professores em saúde da família, com a oferta de cursos de mes-trado e doutorado. O projeto do mestrado, que adotará o modelo de rede, reunindo instituições de ensino de toda a região, será enviado ainda este ano para aprovação pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Para o doutorado, a Fiocruz vai propor à Capes a ampliação do atual doutorado em Saú-de Coletiva, mantido em associação pelas uni-versidades Estadual (Uece) e Federal (UFC) do Ceará, com a admissão da própria Fundação e da Universidade de Fortaleza (Unifor) como no-vos sócios e o aumento de 20 para 40 vagas.

Há também estudos adiantados para a oferta de curso de especialização para formar entomo-logistas e de curso de mestrado em Vigilância Sanitária. De acordo com Luís Fernando Pessoa de Andrade, coordenador de Gestão e Inovação da Fiocruz, o Ceará é um dos grandes centros de formação de mão de obra em farmacologia. “Isso já está consolidado. Entretanto, com o equipa-mento no Eusébio, vai ser preciso mais porque o polo exigirá grande demanda de profissionais”, sublinha. “A fim de suprir a demanda na área técnica, o governo do estado está implantando uma escola no Eusébio para formar profissionais de nível médio com vistas a atuar no segmento de saúde”, acrescenta Luís Fernando.

Hoje, a Fiocruz tem unidades nos estados de Minas Gerais, Amazonas, Pernambuco, Paraná, Bahia e Distrito Federal. Além do Ceará, estão em implantação outras em Mato Grosso do Sul, Rondônia e Piauí. Carlile Lavor, todavia, explica

que no Ceará a ideia é montar uma unidade com foco de um polo industrial específico para a saú-de, “o que não temos ainda”. Ele ressalta: “A ten-dência é que, com o aumento e o envelhecimen-to da população, essa área cresça cada vez mais em importância econômica. Por outro lado, para que isso se concretize é necessário foco em alta tecnologia; e alta tecnologia exige bastante in-vestimento em inovação”.

Assim é que, antes de obterem a garantia de instalação com incentivos fiscais pela Adece, as empresas interessadas têm de receber o aval téc-nico da Fiocruz. “Não há como se dizer que nossa produção será somente para o mercado nacional porque o segmento de saúde extrapola fronteiras, principalmente o de alta tecnologia em saúde. Por isso precisamos estar bem preparados”, frisa Carlile Lavor. Prova dessa exigência é que parte da área total está reservada para o Centro de Tec-nologia da Comunicação Renato Archer, ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia.

POR LuIZ HENRIquE CAMPOS

A Fiocruz atuará em duas

frentes: na pesquisa e desenvolvimento de novos produtos e na construção de uma fábrica de vacinas.

Carlile Lavor, coordenador do

escritório da Fiocruz no Ceará

“ “Desenvolvimento econômico

O trabalho ainda está na etapa de desapropriações e da elaboração do projeto de montagem de logística e infraestrutura.

No primeiro caso, a conclusão está perto. No segundo, encontra-se em andamento. Como são momentos distintos e que exigem cautela, o secretário de Desenvolvimento Econômico do Eusébio, Eilson Gurgel, prefere não dar prazos para o funcionamento do empreendimento. De uma coisa, porém, ele tem certeza: quando estiver

FoTo: José sobrINho

| RevistadaFIEC | Maio de 201114 15Maio de 2011 | RevistadaFIEC |

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Áreas de empresas que pretendem se instalar no poloImplantes ortopédicos e odontológicos (das linhas de quadril, joe-lho, coluna, implantes odontológicos buco-maxilo-facial e trauma).

Medicamentos de uso humano, produtos odontológicos, cosméti-cos e produtos veterinários.

Soluções de produtos terapêuticos na linha de longevidade e cosméticos.

Fabricação de produtos para exames laboratoriais, reagentes para equipamentos hematológicos.

Palmilhas ortopédicas.

Soluções parenterais (soro).

Produtos nutricionais, suplementos, ingredientes alimentícios e nutricionais e alimentos para nutrição enteral e oral.

Fios cirúrgicos.

Kits para diagnósticos médicos, materiais estéticos.Coração artificial.

em atividade, o polo de tecnologia em saúde representará a grande virada econômica do município, com ganhos que extrapolam questões inerentes à saúde.

Segundo Eilson, a rigidez com que tem sido tratada a implantação do polo, desde a sustentabilidade ambiental até a aceitação das empresas que demonstraram interesse, indica que o município está prestes a viver um grande salto em sua história. “É o projeto mais importante para Eusébio em termos econômicos e de sustentabilidade”, faz questão de reforçar. Eilson se baseia em critérios objetivos para projetar seu otimismo no porvir. Um deles é a facilidade de acesso à cidade, com vias amplas próximas ao Aeroporto Internacional Pinto Martins, a universidades e a todo o tipo de serviço necessário.

Outro ponto ressaltado pelo secretário é o que ele chama de vertente imobiliária forte. Eusébio, por ser vizinho de Fortaleza, tem funcionado como escoadouro do mercado imobiliário para consumidores de grande poder aquisitivo, que se afastam cada vez mais das áreas urbanas complicadas da capital. O polo,

Tendências e riscos

D e acordo com dados do Ministério da Saúde, entre 2003 e março de 2010, foram investidos no Brasil mais de R$ 6

bilhões em infraestrutura, pesquisa e tecnologia no setor da saúde, com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e das agências de fomento à pesquisa. Mesmo assim, o Brasil continua numa posição muito dependente do mercado internacional. O que se apresenta como tendência, na avaliação da Organização Mundial de Saúde (OMS) e de especialistas na área, é que o setor siga a expansão do mercado de remédios nos últimos anos, dinamizado pelo maior acesso da população ao Sistema Único de Saúde (SUS) e pela demanda por planos de saúde particulares, abrindo mercado cada vez maior para investidores na área.

Outros fatores influenciadores dessa tendência estão relacionados ao aumento exponencial do emprego e das políticas de expansão dos programas de inclusão social do governo federal. A OMS estima que para o Brasil serão mais comuns no futuro tratamentos e cirurgias com equipamentos de alta precisão e a utilização da nanotecnologia e da genética na área médica. No entanto, ainda faltam regulamentação e estabilidade jurídica de médio e longo prazo para estimular o desenvolvimento de pesquisa brasileira. Para se ter uma ideia, quem faz pesquisa hoje em universidades e empresas tem poucos estímulos e corre muitos riscos.

É o projeto mais importante

para Eusébio em termos econômicos e de sustentabilidade.

Eilson Gurgel, secretário de

Desenvolvimento Econômico do Eusébio

“ “

explica Eilsone, vai fortalecer essa tendência. “Um empreendimento desse porte tem reflexos em várias cadeias produtivas, desde a imobiliária à educacional, passando pela ciência e turismo, dentre outros”, finaliza Eilson Gurgel.

Entrevista: José Dias de Vasconcelos Filho

P articipante na comissão de implantação do polo far-macoquímico, ao lado da Adece, Fiocruz e prefeitura do Eusébio, o presidente do Sindquimica, José Dias de

Vasconcelos Filho, está envolvido diretamente nas ações para implantar o empreendimento. Nesta entrevista à Revista da FIEC, José Dias fala sobre a iniciativa e o que representa para o estado do Ceará a chegada do polo, para ele tão importante para o setor como a refinaria e a siderúrgica.

“Polo é tão importante como refinaria e siderúrgica”

Revista da FIEC – Qual a participação do Sindquimica na concretização do polo?

José Dias de Vasconcelos Filho – O Sindquimica tem dis-cutido com outras entidades a criação do polo desde quando fomos procurados por associados que tinham a necessidade de atenção especial do governo estadual, pois estavam sendo assediados por vários estados com condições especiais (in-fraestrutura – terreno, galpões, redução de ICMS etc.) para transferência de suas plantas fabris àquelas localidades. Vi-sando preservar nosso parque industrial na área química, procuramos várias entidades, como o governo do estado, prefeitura do Eusébio, Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC) e Fundação Osvaldo Cruz, entre outras, para criarmos a Câmara Setorial da Saúde com o intuito de defen-der os nossos interesses. No primeiro momento, a ideia era a criação da câmara pensando no polo de saúde, mas a câmara tem abrangência muito maior. Na Câmara Setorial de Saúde, temos Augusto Guimarães, diretor do Sindquimica, como presidente da entidade e eu como secretário.

RF – O que representará a implantação do polo para o estado e para o setor químico cearense especificamente?

JDVF – O polo de saúde será um marco na economia do estado. Nessa área, atualmente, não contamos com ne-nhuma ajuda governamental e concorremos com empresas de São Paulo, Rio de Janeiro e Goiás que têm incentivos em

seus estados. Mesmo assim, somos os maiores fabricantes nacionais de soluções parenterais de pequeno e de gran-de volume (SPPV/SPGV), conhecidos popularmente por “soro”. São produtos com grande volume de venda, porém de valor agregado muito baixo. Com a criação do polo, já estão confirmadas plantas dessas empresas para a fabricação de produtos com valor agregado bem mais alto e também com tecnologia de ponta. Só para se ter uma ideia, estão previs-tas uma fábrica gigante de vacinas e várias de injetáveis, que deverão gerar milhares de empregos diretos; uma de coração artificial de última geração e uma de reagentes para detecção de várias enfermidades, dentre outras. Essas empresas irão transformar a economia do nosso Ceará. Não tenho a menor dúvida: esse empreendimento será tão importante para nós como a refinaria e a siderúrgica.

RF – É possível avaliar como será a participação dos empreendedores cearenses no polo?

JDVF – Como disse anteriormente, somos recordistas na-cionais na fabricação de soluções parenterais. Nesse rol, temos apenas uma empresa de capital alemão, porém com sede no Ceará. Todas as demais são cearenses. A Fresenius, a única empresa alemã no segmento de parenterais, ainda não se po-sicionou a respeito de participar de projetos no polo. Todas as demais reservaram área. As empresas cearenses estão com o firme propósito de que seus projetos sejam analisados e apro-vados pela Adece. Dentre os produtos cearenses que deverão se fabricados no polo estão fios de sutura, medicamentos, pro-dutos de consumo hospitalar, saneantes hospitalares, cosme-cêuticos, suplementos alimentares e coração artificial.

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FoTo: José sobrINho

| RevistadaFIEC | Maio de 201116 17Maio de 2011 | RevistadaFIEC |

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Mercado externo

Balança comercial Brasil-China ainda é favorável aos brasileiros, mas para continuar bem nessa relação é preciso ir além das commodities e exportar produtos industrializados

Domando o dragão chinês

R elatório do Fundo Monetário Internacional (FMI), di-vulgado este mês, afirma que o Produto Interno Bru-to (PIB) da China superará o dos Estados Unidos em

2016. Os dados, publicados no jornal oficial China Daily, dão conta ainda que o PIB chinês aumentará de US$ 11,2 trilhões em 2011 para US$ 19 trilhões em 2016. Já o dos Estados Uni-dos subirá de US$ 15,2 trilhões para US$ 18,8 trilhões.

O prognóstico põe lenha na fogueira da discussão entre es-pecialistas em política internacional, que fazem as contas para

definir quando (e se) os Estados Unidos perderão o posto de maior economia mundial. Porém, enquanto os analistas discutem, o dragão cospe fogo. E cresce. Tanto que o go-verno não consegue aplainar sua fúria por desenvolvimen-to. Desde o início da política de “Reforma e Abertura”, há três décadas, a economia chinesa cresceu em média cerca de 10% ao ano, um resultado ainda inédito na história. O problema é que um outro ser alado, o dragão da inflação – que por lá já ultrapassou, em 2011, os 4% propostos pelas

autoridades –, assusta e ameaça o crescimento da maior nação mundial.

Nesse tsunami de progresso, que faz da China um gigante comprador, sobretudo de matérias-primas, os mais bem preparados também saem ganhando. É o caso do Brasil. O problema para as bandas de cá é que mais de 80% das vendas externas são de produtos básicos cotados internacionalmente (com-modities). Em contrapartida, mais de 90% dos produtos chineses que por aqui apor-tam são bens industrializados, que incorpo-ram mais valor e geram mais empregos.

Segundo dados do Ministério do Desen-volvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), o comércio Brasil-China movimen-tou US$ 56,3 bilhões em 2010, crescimento de 52,4% em relação a 2009, quando o valor foi US$ 36,9 bilhões. Nesse cenário, contudo, a participação de produtos básicos na pauta de exportação brasileira saltou de 77% para 83%. Em 2000, a participação era de 68%.

Em 2010, o saldo da balança comercial do Brasil com a China teve superávit de US$ 5,19 bilhões. As exportações brasileiras somaram US$ 30,7 bilhões, alta de 46% em relação ao ano anterior. Desse total, mais de 70% foram matérias-primas: minério de ferro com 43,3% do total, soja triturada, 23,2%, e óleo bruto de petróleo, 13,2%. Já as importações somaram US$ 25,5 bilhões no ano passado, uma alta de 60% em relação a 2009. Aparelhos transmissores ou recepto-res lideraram as compras internas, soman-do US$ 1,4 bilhão, representando 5,6% do total comprado da China.

O topo da lista de itens chineses ven-didos para o país inclui acessórios de má-quinas automáticas para processamento de dados, circuitos eletrônicos, telefones, mo-tores, ares-condicionados, tecidos e brin-quedos. Levantamento da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) revela que o Brasil registrou em 2010 um déficit de US$ 24 bilhões de produtos ma-nufaturados no intercâmbio comercial com a China. O déficit pode chegar, em 2011, a US$ 40 bilhões.

Atualmente, o país asiático responde por 15,2% das vendas do Brasil para o exterior e 14% das importações, caminhando para ocupar o posto de principal fonte das im-portações brasileiras, posição que ainda

Relações bilaterais

P ara tentar reverter os desequilíbrios do comércio bilateral entre os dois países e traçar novos rumos nessa relação,

o governo brasileiro promoveu em abril uma viagem à China, da qual também participaram empresários ligados a Confederação Nacional da Indústria (CNI). Durante o encontro, a presidente Dilma Rousseff e o presidente chinês, Hu Jintao, assinaram uma série de acordos de cooperação nas áreas de política, defesa, ciência e tecnologia, recursos hídricos, esporte, educação, agricultura, energia, telecomunicações e aeronáutica. Em um comunicado conjunto, Dilma e Hu Jintao reiteraram o compromisso de promover “o desenvolvimento das relações bilaterais com visão estratégica e de longo alcance”.

A China manifestou disposição de incentivar suas empresas a ampliar a importação de produtos de maior valor agregado ao Brasil e, ambos os países, se comprometeram a ampliar e diversificar investimentos recíprocos, em particular na indústria de alta tecnologia e automotiva e nos setores de energia, mineração e logística, sob a forma de parcerias entre empresas chinesas e brasileiras.

pertence aos Estados Unidos. No primeiro bimestre de 2011, os produtos chineses já su-peraram o volume de produtos norte-ameri-canos que entraram no país. O Brasil, por sua vez, está em 8º na lista dos principais países de origem das importações da China.

Dilma e Hu Jintao reiteraram o compromisso de promover o desenvolvimento das relações bilaterais

POR GEVAN OLIVEIRA

| RevistadaFIEC | Maio de 201118 19Maio de 2011 | RevistadaFIEC |

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US$ 1 bilhão

"C om um cenário de recuperação econômica lenta nos Estados Unidos e na União Europeia, e um Japão abalado por um desastre natural, a China pretende

focar e ampliar investimentos no Brasil.” A afirmação é do ministro do Comércio da China, Chen Deming, feita durante coletiva de imprensa em Brasília no último dia 16 de maio. Para ele, a relação entre os dois países pode ser fundamental à estabilidade do comércio internacional. A China planeja investimentos na ordem de US$ 1 bilhão no Brasil.

"Sei que empresários chineses têm um foco no Brasil. Já investiram na Europa, agora estão com outro foco", disse. O investimento chinês fora da China já atinge US$ 59 bilhões, e a promessa do ministro é de que cresça cada vez mais rápido.

A área primordial para os chineses será de infraestrutura, sobretudo energia. Deming falou do interesse chinês em linhas de transmissão, um dos gargalos no setor no Brasil. O ministro citou ainda investimentos em ferrovias, portos e comunicações.

De acordo com o ministro, existe o interesse da empresa Sany Heavy Industry, de máquinas para construção civil, em investir US$ 200 milhões no Brasil, e da empresa Geely de montar fábrica em solo brasileiro, com nova tecnologia de carros. Há também interesse em investimentos na área biológica, de medicamentos e agricultura.

De janeiro a abril, China e Brasil acumulam corrente de comércio de US$ 29 bilhões, sendo o país asiático maior

Exportações

A s exportações do Ceará para a China – apesar de não estarem no mesmo patamar das importações – alcançaram valor recorde no ano passado, totalizando

US$ 39,2 milhões, um crescimento de 17,3% em relação a 2009. Há dez anos, a China nem figurava entre os 30 principais destinos das mercadorias produzidos no estado. Entre 2001 e 2010, as exportações cearenses para o gigante asiático cresceram mais de 12.372%. Esse resultado coloca atualmente a China como o sétimo maior destino dos produtos cearenses no exterior. A lista de itens comprados pelos chineses é liderada por couros, complementos alimentares, minérios de ferro, granito e ceras vegetais.

Já a corrente de comércio entre os dois mercados (importações + exportações) totalizou US$ 508 milhões no acumulado de 2010. Fica atrás apenas da relação com os EUA (US$ 595 milhões), tradicional parceiro dos cearenses. A diferença é que, no caso norte-americano, o Ceará mais vende do que compra.

Segundo o superintendente do CIN, Eduardo Bezerra, o século 21 é dos países asiáticos. Ele explica que, no caso da China, um dos principais diferenciais é a flexibilidade dos empresários de lá, que aprenderam a fazer negócio com o ocidente. Para Eduardo Bezerra, o chinês também se diferencia em saber produzir mercadorias com distintos níveis de qualidade e preços. “Se você pedir para eles uma cadeira popular de qualidade inferior, a custo baixíssimo, e, também, uma outra mais sofisticada, com madeira especial e preço mais alto, eles irão fazer. Ajustam o valor da mercadoria ao que o comprador quer. Esse é o segredo dos produtos chineses no mundo todo”, finaliza Eduardo Bezerra.

Além de alimentos

P ara o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), Roberto Proença

de Macêdo, que integrou a comitiva da presidente Dilma Rousseff, composta de 302 empresários, apesar do saldo positivo na balança comercial, o Brasil precisa aproveitar as oportunidades em outros setores, sob pena de ficar para trás nessa relação. “Os chineses têm interesse em importar muita coisa de nosso país. Um dos sinais nesse sentido ocorreu com a autorização de importação de carne de gado e suína do Brasil. Mas o interesse deles vai além de alimentos”, ressalta.

Roberto Macêdo entende que o Brasil tem plenas condições de vender também produtos manufaturados, de maior valor agregado. “Confecção (moda), sapatos de alta qualidade, granito acabado, cosméticos, entre outros, podem muito bem passar a integrar as nossas exportações para a China. E quando digo “nossas”, refiro-me especificamente ao Ceará." Ele acrescenta: “É crucial, então, que o empresariado

parceiro comercial, segundo o ministro de Desenvolvimento, Fernando Pimentel. Nesse período, foram US$ 1,6 bilhão de superávit para o Brasil.

O ministro chinês afastou possibilidade do país criar dificuldades para os produtos brasileiros. "Apesar de estarmos em déficit, não vamos adotar nenhuma medida que prejudique o lado brasileiro. Queremos manter abertura em relação ao Brasil", relatou o ministro chinês.

No entanto, Deming pediu o fim da triangulação das exportações Brasil-China, que constantemente entram via Hong Kong. "Espero que o comércio com o Brasil seja direto, muitos exportados pelo Brasil passam por um terceiro país e depois chegam na China, o que aumenta o custo da logística", disse. O ministro esteve no Brasil com uma comitiva de mais de 80 empresários.

cearense se movimente para concretizar a presença dos produtos daqui no gigante mercado chinês, que conta com cerca de 400 milhões de pessoas na faixa de consumo, dentro de uma população de 1,3 bilhão de pessoas”.

O presidente da FIEC acredita que bons resultados deverão ser alcançados no futuro das relações entre Brasil e China. “É primordial, portanto, que estejamos atentos às oportunidades que estão surgindo e que cada empresário do estado comece a exercitar o esforço de aproximação com esse mercado cada vez mais promissor”, arremata Roberto Macêdo.

Para Chen Deming, a relação entre Brasil e China pode ser fundamental à estabilidade do comércio internacional

O estado do Ceará importou US$ 469,1 milhões da China em 2010, montante que coloca a nação asiática em pri-

meiro lugar na lista dos países de origem das compras externas cearenses. Esse total representa mais que o dobro do segundo país do ranking, os Estados Unidos, que fi-caram com US$ 219 milhões.

Apesar de muito se falar da invasão de pro-dutos chineses de baixa qualidade para com-petir no mercado local, as estatísticas apresen-tadas pelo Centro Internacional de Negócios (CIN) da FIEC mostram que mais de 58% dessas importações correspondem a bens de capital e insumos que são utilizados nos pro-cessos produtivos das empresas cearenses. Os diferentes tipos de laminados de ferro e aço ocupam o primeiro lugar absoluto na lista de produtos trazidos pelas empresas cearenses.

Segundo as estatísticas, o ranking dos principais produtos im-portados pelo Ceará não segue a tendência verificada em termos de Brasil. O topo da lista de importações brasileiras é dominado por bens de consumo, em especial os produtos eletroeletrônicos.

Esse cenário verificado no Ceará pode ser explicado, em parte, pela frequente ida de industriais cearenses de diferentes setores à China. A FIEC, por meio do CIN, levou sete missões à Canton Fair, feira multissetorial que ocorre na cidade chine-sa de Guangzhou. Desde 2006, quase 150 empresários foram ao país asiático em busca de negócios, com foco principal na aquisição de máquinas e insumos para modernizar o processo produtivo das suas empresas e torná-las mais competitivas nos mercados interno e externo.

Em abril do ano passado, uma comitiva composta em sua maioria por empresários do setor químico foi à 107ª edição da Canton Fair. Cerca de 33% dos participantes concluíram ne-gócios durante a missão e 91% fizeram contatos com fornece-dores para fechamento de negócio em médio/longo prazo. As importações serão feitas em regime de cooperação, represen-tando ganhos logísticos e maior margem de negociação com os fornecedores chineses. E outubro, foi a vez de 16 industriais do setor calçadista conferirem as novidades da feira.

Para o próximo mês de outubro, a FIEC, em conjunto com o Sindicato das Indústrias Químicas, Farmacêuticas e da Destila-ção e Refinação de Petróleo do Estado do Ceará (Sindquimica), o Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Ma-teriais Elétricos do Estado do Ceará (Simec) e o Sindicato das Empresas de Reciclagem de Resíduos Sólidos, Domésticos e Industriais do Estado do Ceará (Sindverde), está articulando uma nova comitiva à Canton Fair. A expectativa é levar cerca de 50 empresários cearenses para participar da missão.

Três empresas chinesas já operam no Ceará: Woogin (con-fecções) no Crato; Globest (minérios) em Quiterianópolis e Traxx (importação de motos) em Fortaleza.

China: oportunidades para o Ceará

Missão de empresários cearenses à China em 2010

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O 7º Fórum CIC de Debates foi realizado em parceria pelo Centro Industrial do Ceará (CIC) e a Fundação Ulysses Guimarães

Estratégia de desenvolvimentoSustentabilidade

POR ÂNGELA CAVALCANTE

P ensar o meio ambiente como ativo do desenvolvi-mento sustentável e não como um passivo que se impõe aos avanços econômicos e sociais. Com recur-

sos naturais abundantes, o Brasil deve incorporar os ativos ambientais na sua matriz produtiva, transformando-os em vantagem competitiva e não em obstáculos face aos desa-fios impostos ao desenvolvimento nacional. É o que defen-de a ministra do Meio Ambiente (MMA), Izabella Mônica Vieira Teixeira, que participou do 7º Fórum de Debates do Centro Industrial do Ceará (CIC) realizado em 25 de abril na Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC).

O evento, que abordou o tema Superando os Obstá-culos ao Desenvolvimento Sustentável do Estado, contou também com os palestrantes Mário Tavares, gerente de implantação da Refinaria Premium II, e Alfredo Tranjan Filho, presidente das Indústrias Nucleares do Brasil (INB). O debate foi promovido em parceria com a Fundação Ulys-ses Guimarães e reuniu empresários, políticos e autorida-des, como o secretário do Conselho de Políticas e Gestão do Meio Ambiente (Conpam), Paulo Henrique Lustosa da Costa, que representou o governo do estado.

Cada participante, por meio de suas respectivas expe-riências e competências, contribuiu com a temática no contexto do cenário estadual. A ministra Izabella Teixeira afirmou, em relação à refinaria cearense, acreditar que o Ceará saberá equalizar a questão ambiental em consonân-cia com o projeto de desenvolvimento. Para ela, as impli-

cações relativas ao meio ambiente deveriam ser pensadas antes da decisão política por essa opção de desenvolvimen-to para não esbarrar no parecer pessoal de um técnico.

“O licenciamento é um procedimento administrativo. O tema ambiental deveria ser pensado antes da decisão do pro-jeto. O projeto da refinaria é para ser formulado com outro conjunto de requisitos de infraestrutura pensados adequada-mente para que o licenciamento tenha as diretrizes necessá-rias e não fique na mão de um técnico o questionamento se a chaminé tal está na altura correta”, ressalta a ministra, para acrescentar: “Então, ganha-se tempo juntando as pessoas para pensarem nas opções de desenvolvimento. E eu tenho a absoluta convicção que o estado do Ceará tem condições de fazer isso no novo patamar (de política ambiental)”.

Izabella Teixeira explicou que não apenas no Ceará, mas em todo o planeta, o século se encontra diante de quatro grandes desafios, que lideram a agenda econômica mun-dial em todos os fóruns sobre sustentabilidade: segurança climática, segurança alimentar, segurança energética e bio-diversidade – temas para os quais o país tem condição pri-vilegiada. Segundo ela, a questão do clima, com relação à sua incerteza, está presente na modelagem econômica da Terra. “Hoje, não existe um grande banco ou uma empresa importante de energia no mundo inteiro que não tenha em seus cenários (de desenvolvimento e de negócios) a vulne-rabilidade da insegurança climática.”

Quanto à segurança alimentar, Izabella Teixeira destaca a posição relevante ocupada pelo Brasil. “A humanidade vai crescer e vai precisar plantar. E o Brasil é um ator estratégico nesse processo. É onde tem área, recurso natural, tecnolo-gia, um povo generoso e onde há capacidade de produzir e de reinventar a produção agrícola.”

Em relação à segurança energética, o Brasil é o país que recepciona mais fontes renováveis, tanto do ponto de vis-ta da sua matriz energética como das fontes abundantes existentes, além da hidráulica. “Isso é uma questão real. Existem uma demanda tecnológica, uma fronteira tecno-lógica a ser vencida e um conjunto de debates que deve ser feito sobre o desafio do Brasil na geração de energia elétrica além de 2030, além de 2040, quando nós estare-mos falando sobre os limites de aproveitamento das fontes

hidráulicas deste país, cujos 66% estão concentrados na Amazônia brasileira”, frisou a ministra.

Em termos de biodiversidade, o país também está bem posicionado. Para Izabella Teixeira, a biodiversidade será a nova fronteira do desenvolvimento do planeta, desde a na-notecnologia até os serviços associados à conservação da biodiversidade, como, por exemplo, o turismo sustentável por intermédio de áreas protegidas. “Nós vamos à África do Sul, à Austrália ou aos Estados Unidos e visitamos parques. Esse modelo não está implementado no Brasil de modo a gerar renda, riqueza e de forma que possa traduzir proteção ambiental e conhecimento técnico e científico”, reconhece a ministra. Ela completa: “Há uma riqueza monumental no Brasil que precisa mudar o patamar de áreas protegidas e de uso sustentável, ampliando o acesso pela população brasi-leira, que conhece mais parques no exterior do que no Bra-sil. Isso é um fato e precisa ser mudado porque as nossas riquezas são imensas e devem ser conhecidas por toda a sociedade brasileira”.

Partindo desse conceito de desenvolvimento, os empre-sários brasileiros, incluindo os cearenses, se colocam de maneira muito mais competitiva no contexto internacio-nal porque os recursos naturais são abundantes no país e

podem ser incorporados na matriz produtiva de maneira sustentável. Izabella Teixeira enfatizou que meio ambien-te não é antagônico a desenvolvimento. “Nós devemos transformar isso numa vantagem competitiva, num ativo de desenvolvimento central do país e não num passivo frente aos desafios de desenvolvimento.” De acordo com a ministra, “a discussão sobre desenvolvimento sustentá-vel se coloca cada vez mais como fator de competitivida-de para o país e estará expressa nas chamadas barreiras não tarifárias que os países desenvolvidos poderão impor aos países em desenvolvimento porque não estão cuidan-do do seu meio ambiente”.

Parte integrante do Brasil, considerado “país-chave” para o mundo neste século, o Ceará, na ótica do MMA, tem a oportunidade de incluir sua agenda diferenciada de cresci-mento incorporando os ativos ambientais próprios na agen-da de desenvolvimento do país. “Vocês podem inovar, agre-gar recursos a isso, gerar renda, reduzir os passivos e ter uma visão mais competitiva dos seus produtos e da comerciali-zação no exterior. É preciso para tanto ter desenvolvimento em infraestrutura (estradas, rodovias, portos, indústrias de refino) e optar por tecnologias extremamente modernas e competitivas”, completa Izabella Teixeira.

Solenidade de abertura do 7º Fórum CIC de Debates

A humanidade vai crescer e

vai precisar plantar. E o Brasil é um ator estratégico nesse processo.

Izabella Teixeira, ministra do Meio Ambiente

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Novo tom

O secretário do Conpam, Paulo Henrique Lustosa, ratificou a posição da ministra. “O meio ambiente não é obstáculo ao

desenvolvimento. Ele é parte integrante. É um dos elementos do desenvolvimento. Esse é o tom que pretendemos imprimir na política ambiental do Ceará”, assegurou. O secretário divulgou recentemente na FIEC uma série de ações para agilizar os processos de licenciamento ambiental no estado, visando corroborar com a competitividade de empreendimentos. Lustosa antecipou o anúncio oficial de reestruturação da Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace), que passará a exercer unicamente as funções de controle e licenciamento ambiental.

As ações do órgão também serão descentralizadas e interiorizadas. Em Fortaleza, haverá unidades da Semace nas federações de indústria, agricultura e comércio para orientar os empreendedores. No interior do estado, serão estabelecidos dois escritórios de representação para dar andamento aos processos de licenciamento existentes nos municípios cearenses – será aberto um em Sobral e oficializado outro que já atua no Crato, na região do Cariri. Para descentralizar ainda mais as ações, a Semace passará a ser representada também nos escritórios da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Ceará (Ematerce) no interior do estado.

Impasse ambiental

C om o funcionamento da mina de Itataia adiado para 2015, o presidente das Indústrias Nucleares do Brasil (INB), Alfredo Tranjan Filho, experimenta na pele os

efeitos do impasse para obtenção de licenças ambientais no Ceará. Localizado em Itataia, no município de Santa Quitéria, o maior projeto da INB idealiza produzir 1 100 toneladas por ano de urânio até 2020, passando a partir do ano seguinte à produção de 1 500 toneladas/ano. A produção inicial do fosfato está prevista em 240 000 toneladas por ano até 2020, devendo aumentar para 280 000 toneladas/ano de 2021 em diante.

Segundo Alfredo Trajan, o empreendimento soma R$ 700 milhões em recursos investidos pela Galvani, que vai extrair o fosfato para produzir fertilizantes. A contrapartida da INB, segundo ele, são a jazida e o conhecimento. Quando entrar em operação, o projeto deve gerar uma receita líquida anual entre US$ 300 milhões e US$ 500 milhões. A estimativa é que cerca de 600 empregos sejam gerados na região, sendo 300 diretos e 300 terceirizados. “Parece pouco, mas esse volume é muito significativo para numa região extremamente pobre como aquela. Será um diferencial de vida para a população”, observa o empresário.

A 252 quilômetros de Fortaleza, as minas de urânio e fosfato de Itataia dependem do licenciamento ambiental e da liberação de recursos para a construção de uma adutora. A expectativa da INB é de um atraso de, no mínimo, um ano e meio no cronograma. O início da operação, que estava previsto para fim de 2013, deverá se concretizar somente em julho de 2015. “Isso se não houver mais nenhum adiamento”, afirma Alfredo Trajan, que teme novos atrasos com a realização de audiências públicas.

Conforme o executivo, o consórcio Santa Quitéria, formado pela INB e Galvani, recomeçou o processo de licenciamento das minas em 2009, depois de questionamentos do Ibama

Tema urbano

A dicotomia entre desenvolvimento e meio ambiente também está presente na zona urbana. “Cerca de 80% da população brasileira vivem em cidades. E muitas vezes as pessoas insistem em

discutir meio ambiente somente fora delas.” Quem alerta é a ministra Izabella Teixeira, que reforça: “Se a gente quer falar de competitividade, de qualidade ambiental, de acesso a água, de tratamento justo, de sustentabilidade, tenho também de ter um olhar para as cidades brasileiras e para a expansão das áreas urbanas no Brasil”.

A ocupação desordenada do processo urbano deve ser discutida dentro desse contexto. O desordenamento pode fazer com que um industrial que for estimulado a implementar sua planta fabril numa determinada área veja-se obrigado nos próximos 20 anos a sair do local e migrar para outras áreas com investimentos porque aquele espaço se tornou insuficiente. Não só para a proteção de seu patrimônio, mas porque não há estrutura para escoar sua produção ou porque ele terá de trabalhar em modelagens que são insuficientes para a natureza de seu negócio – o que ocorre muito nas grandes cidades.

Para Izabella Teixeira, é natural que a região metropolitana de Fortaleza, que acolheu processos industriais, sofra os efeitos da especulação imobiliária, com o crescimento do turismo, entre outros aspectos. Mas ela defende que todas essas variáveis sejam consideradas antecipadamente pelo poder público em parceria com a sociedade. “É importante reunir os saberes de várias áreas para buscar soluções porque desenvolvimento sustentável não é prerrogativa do MMA, nem exclusividade de ambientalista. É prerrogativa da sociedade que quer crescer com custo competitivo e tendo na questão ambiental um ativo e não um passivo como muitas vezes é modelado e a conta acaba sendo transferida para o empresário. Porque a ausência muitas vezes do poder público transfere para o empreendedor o custo de lidar com esse trato ambiental, especialmente nas áreas de fronteira”, disse a ministra.

Para ela, a questão ambiental está além da Amazônia. “Está em todos os biomas brasileiros e, mais do que isso, está também nas cidades brasileiras, no chamado meio ambiente urbano. Se eu não reduzir os custos em relação à ausência de saneamento, isso é traduzido em juros que não são competitivos, excluindo a produção de quem quer fazer de maneira correta e oferecer um tempo maior que cinco ou dez anos para o seu negócio”, finalizou a ministra Izabella Teixeira.

e do Ministério Público Federal (MPF). Em vez de tentar reverter a decisão judicial, que suspende a licença antes expedida pela Semace, as empresas optaram por reiniciar todo o processo. O licenciamento das usinas passará agora a ser responsabilidade do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que exigiu novos Estudo e Relatório de Impacto Ambiental (EIA/Rima). “Anteriormente, cabia ao Ibama o licenciamento da usina de urânio e à Semace, a licença da exploração de fosfato”, reclama Alfredo Trajan.

A mudança de regras alterou o cronograma do investimento. A previsão é que o novo EIA/Rima seja entregue em fevereiro do próximo ano. “O cronograma segue em comum acordo com a INB e o Conselho Nacional de Energia Nuclear (CNEM) para reduzir o tempo de licenciamento, mas a melhor expectativa é que a operação da mina comece em julho de 2015, o que prevê tempo para estudos e análises do licenciador e respostas das empresas ao questionamento”, resume o presidente da INB.

O meio ambiente não é obstáculo

ao desenvolvimento. Ele é parte integrante.

Paulo Henrique Lustosa, secretário do Conpam

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O gerente de implantação da Refinaria Premium II estima que até 2017 cerca de 90 000 empregos sejam gerados nas diversas fases da obra, ficando o pico para 2015, quando estão previstas 20 000 ocupações. Durante a operação, a previsão é de 3 000 empregos, entre diretos e indiretos. “Mas isso é só o começo. Podem esperar que, depois de implantada a refinaria, novas empresas virão”, arremata Mário Tavares.

Opinião dos anfitriões

Deputado Danilo Forte (presidente da Fundação Ulysses Guimarães)

“Só vamos mudar a face econômica e social do estado se conseguirmos viabilizar projetos estruturantes que tripliquem a nossa economia e nos dê autossustentabilidade. Somente assim o Ceará alcançará a condição de digni-dade que nosso povo merece.”

Roseane Medeiros (presidente do CIC)

“Nosso objetivo ao promover o fórum é criar um ambiente para o surgimen-to de ideias inovadoras que possibi-litem desenvolvimento com equidade social e sustentabilidade ambiental. Esse é um debate que deve ser políti-co e não partidário, pois diz respeito a toda a sociedade.”

Roberto Macêdo (presidente da FIEC)

“O tema do fórum é palpitante porque mostra como a sustentabilidade pode contribuir com o desenvolvimento. Esta-mos avançando no mercado externo e o desenvolvimento sustentável é o apelo do momento no cenário mundial. Temos de buscar cada vez mais caminhos que facilitem esse processo.”

Premium II: licitação em julho?

O gerente de implantação da Refinaria Premium II, Mário Tavares, espera ter mais sorte em relação ao cronograma da refinaria cearense. Segundo ele, o

processo de licitação das obras iniciais para a instalação da Refinaria Premium II no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP) começará no próximo mês de julho. Caso essa previsão se confirme, a Petrobras poderá iniciar as obras da refinaria até o fim de setembro, sem prejuízo para o calendário do projeto. Outra condição, segundo ele, é que seja expedida pela Semace a licença de instalação que permitirá a execução das respectivas atividades.

Segundo Mário Tavares, “o empreendimento vai significar para o Ceará uma oportunidade única para pessoas e empresas se qualificarem”. O gerente, porém, não garantiu prioridade às empresas locais no fornecimento de produtos e serviços à Premium II. “Estamos dando uma atenção diferenciada às empresas cearenses, mas o processo licitatório apontará as que apresentarem a melhor proposta.”

De acordo com o gerente, o desenvolvimento sustentável é construído sob quatro pilares. É preciso instituições estruturadas e articuladas para tratar dos gargalos, possibilitando que as atividades em prol do desenvolvimento sejam realizadas, pois não basta a articulação na esfera governamental, mas também nas entidades de classe. Capital, capacitação e atuação holística são os outros três sustentáculos.

Mário Tavares: “O empreendimento vai significar para o Ceará uma oportunidade única para pessoas e empresas se qualificarem”

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Exportações

A partir de 1º de junho de 2011, o Centro Internacional de Negócios da FIEC emitirá certificados de origem apenas por meio digital, via internet, propiciando mais agilidade e segurança ao processo

Certificado de origem só digital

A partir de 1º de junho, o Centro Internacional de Negó-cios (CIN) da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC) passará a emitir os certificados de origem

de produtos destinados à exportação apenas por meio digital, via internet. O certificado de origem é um documento que garante o reconhecimento do produto brasileiro no exterior, assegurando reduções ou isenções tarifárias e acesso prefe-rencial das mercadorias nacionais nos países com os quais o Brasil mantém acordos de comércio. Atualmente, a emissão do documento pode ser realizada também de forma impressa.

O Certificado de Origem Digital (COD), desenvolvido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), foi ado-tado pela FIEC em outubro de 2009. Hoje, cerca de 15% dos certificados de origem emitidos pelo CIN no Ceará são digitais, enquanto o restante ainda utiliza o modelo impres-so. Para utilizar o sistema digital, as empresas precisam se cadastrar no site www.cod.cni.org.br, clicar em quero me cadastrar, preencher uma ficha com os contatos da empre-sas e enviar a documentação necessária ao CIN/CE para a liberação de senha.

Segundo Maria Rafaela Moura Cavalcante, analista do CIN que atua com o COD, uma das principais vantagens do sistema são a agilidade e a segurança. Ela ressalta que, apesar de o certifi-cado manual ser emitido no mesmo dia, não se compara ao dinamismo proporcionado pelo di-gital, seja na identificação de erros de preenchi-mento seja no reenvio de dados. Como exemplo, cita que, em caso de possíveis erros no código manual, era necessário refazer todo o processo para efetuar a correção. Com o meio digital, o sistema permite alteração apenas no dado in-correto. Outro aspecto a destacar é o fato de o próprio sistema permitir a identificação dessas possíveis incorreções.

A implantação do certificado de origem por meio digital atende à portaria nº 33 de 27/12/2010, da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), cujo objetivo é garantir maior legitimi-dade aos documentos brasileiros apresentados no exterior, assim como possibilitar a melho-ria dos serviços prestados aos operadores de comércio internacional. A portaria determina ainda que a entidade brasileira com interesse em emitir certificados de origem preferenciais para quaisquer dos acordos de comércio internacio-nal terá de se adequar ao sistema de emissão in-formatizado até 1º de julho de 2011.

Desde 2004, a Secretaria Geral da Associa-ção Latino Americana de Integração (Aladi) e os países que a compõem vêm trabalhando no certificado de origem. A ideia é que o sistema passe a atender a rígidos padrões de segurança, oferecendo ao comércio exterior maior confiabi-lidade. As assinaturas digitais contidas no docu-mento garantem autenticidade quanto à autoria e integridade do conteúdo, considera a portaria da Secex. Segundo a secretaria, a utilização do COD também eliminará possibilidades de falsi-ficação, comumente verificadas em documentos escritos, com redução de custos dos serviços e garantia de agilidade na emissão.

O início do projeto COD se deu com a anuên-cia de todos os países membros da Aladi. Criou--se, então, um grupo de discussões no qual foram acordadas questões técnicas e de proce-dimentos, culminando, em 2008, com a realiza-ção da licitação internacional para contratação da empresa de informática desenvolver o repo-sitório das assinaturas digitais dos funcionários habilitados a assinar o COD pelas entidades emissoras. Paralelamente, com a cooperação do Banco Interamericano de Desenvolvimen-to (BID), o Mercosul trabalhou no desenvolvi-mento de um projeto do COD entre os quatro

estados partes utilizando como premissa o pa-drão adotado na Aladi.

Em 2010, o Mercosul aprovou a Diretriz nº 04/10, conferindo aos certificados de origem e demais documentos vinculados à certificação em formato digital a mesma validade jurídica e idêntico valor aos lançados em papel, desde que emitidos e assinados eletronicamente, de acordo com as respectivas legislações dos estados par-tes, por entidades e funcionários devidamente habilitados por eles. Também em 2010, os siste-mas de emissão das entidades e o sistema de re-cepção da Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) iniciaram a fase de homologação.

Uma das principais

vantagens do sistema digital são a agilidade e a segurança.

Maria Rafaela Moura Cavalcante, analista do CIN

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Benefícios com a implementação do CODGerais- Redução de custos operacionais pela facilidade de comunicação, com uso de sistemas de informática, entre exportadores, aduanas e entidades emissoras. - Maior segurança quanto à integridade do COD. Para o exportador e o importador- Redução de tempo de duração do trâmite comercial como um todo.- Eliminação do custo de mobilização até as entidades para a apresentação de documentos e retirada do COD.- Redução de análises subjetivas.- Diminuição de custos no envio do COD ao importador.- Maior segurança no processo de solicitação de benefícios tarifários.

Para as entidades emissoras- Redução substancial no custo de armazenamento da informação.- Otimização do tempo de análise e emissão dos certificados de origem.- Maior eficiência no processo de emissão com resultados no aumento da qualida-de do serviço prestado ao exportador e no atendimento às solicitações do DEINT.

SERVIÇO- Qualquer empresa exportadora, despachante aduaneiro, trading company e pessoa física exportadora pode fazer o cadastro digital. A partir de 1º de junho de 2011, apenas serão aceitos certificados de origem emitidos pelo Sistema de Certificação de Origem Digital. Mais informações: (85)3421-5420.

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Esmaltec, Fae, Gerdau e Queiroz Galvão) e 47 fornece-doras, o PQF também desenvolve ações para promover a interação empresarial, como os fóruns de suprimentos e de fornecedores, as visitas técnicas e os eventos temáticos.

De 2009 até este ano, ocorreram 13 edições do fórum de suprimentos, totalizando 52 horas de carga horária e 221 participantes. Foram promovidos no mesmo período 24 fóruns de fornecedores, reunindo 1 071 participantes, no total de 48 horas. Nove visitas técnicas envolveram 347 participantes, com 42 horas. Foram levados a efeito ainda três eventos temáticos a 96 pessoas, em dez horas.

Duas rodadas de negócio, envolvendo 176 parti-cipantes, resultaram na geração de R$ 3.645.350 em

Colhendo frutosÚltimo balanço do Programa de Desenvolvimento e Qualificação de Fornecedores mostra que o volume de negócios gerados entre os participantes do segmento metal-mecânico no CE soma R$ 57.525.341,73

A cadeia produtiva do setor metal-mecânico cearense está colhendo frutos advindos do estreitamento de negócios entre empresas-âncora e fornecedoras. De

acordo com o último balanço do Programa de Desenvolvi-mento e Qualificação de Fornecedores (PQF) – Vínculos de Negócios no Ceará o volume de negócios gerados entre os participantes do segmento soma R$ 57.525.341,73.

Entre 2009 e 2011, foram ministradas, por meio do PQF metal-mecânico, 85 oficinas de qualificação, totalizando 704 horas e envolvendo 1 450 participantes. Considerando as consultorias, foram realizados no mesmo período 2 091 atendimentos, num total de 5 944 horas. Com a participa-ção de 53 empresas, sendo seis âncoras (Cemec, Durametal,

Vínculo de negóciostransações realizadas. Outros R$ 5 milhões foram movimentados numa rodada de petróleo e gás envolven-do 12 empresas integrantes do PQF. Também com foco na interação, cinco empresas inseridas no programa par-ticiparam da Feira do Empreendedor.

"Esse programa é movido por re-sultados, totalmente monitorado. Por isso é tão importante a apresentação sistemática do balanço das ações rea-lizadas. Basicamente, ele se divide em ações de interação e de qualificação. A interação entre âncoras e fornecedo-ras é promovida pela viabilização de ambientes estruturados para rodadas de negócio, de seminários focados nas ofertas e demandas dos participantes e das visitas técnicas. As ações de qualificação englobam diagnósticos, oficinas e consultorias. Tudo muito bem monitorado", reforça Ro-berta Reis, gestora executiva do programa no Ceará no âmbito do Instituto Euvaldo Lodi (IEL/CE), entidade inte-grante do Sistema Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Sistema FIEC).

O órgão divide a gestão executiva do PQF – Vínculos com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), cujo coordenador estadual é o gestor Wellington Ribeiro, para quem o programa propicia maior competitividade e novas perspectivas às empresas. "Os for-necedores ganham a oportunidade de dar um salto de qua-lidade, tanto na gestão como no desenvolvimento de seus negócios", completa Wellington.

Os resultados monitorados trimestralmente por meio da aplicação de questionários, respondidos por 34 empre-sas, ratificam os depoimentos dos coordenadores do PQF no Ceará. A competitividade dos fornecedores locais, me-dida pela quantidade de pedidos, aumentou 340,2% entre 2009 e 2010, passando de 1 019 para 4 486 pedidos recebidos.

Em volume de negócios, o incremento foi de 7%: de R$ 27.733.817,80 para R$ 29.791.523,93. Enquanto isso, a média de redução de tempo na entrega de pedidos caiu de 6,67%, no primeiro trimestre de 2009, para 1,5% no quarto trimes-tre de 2010. Por sua vez, a média de confiabilidade na entrega ampliou no mesmo período de 87,06% para 98,56%.

Considerando o monitoramento das práticas de 32 em-presas fornecedoras, o programa iniciou com 18 empresas básicas, 14 intermediárias e nenhuma avançada e termina com três empresas básicas, 15 intermediárias e 14 avança-das. Segundo Roberta Reis, o desempenho das empresas é determinante para indicar o escopo na qual elas estarão inse-ridas na próxima etapa do programa. Os critérios de ingresso no escopo avançado, a ser desenvolvido entre 2011 e 2013, exigem evolução média mínima de 80%, com piso de 75% nas áreas de qualificação, e assiduidade média mínima de 80% no ambiente de interação e oficinas.

As regras de requalificação para quem permanece no es-copo anterior (2011) contemplam empresas que não atingem o nível avançado (80%). Elas são requalificadas com as em-presas do segundo grupo e têm mais um ano de consultorias.

Destaque empresarial

Da mesma maneira que faz de forma criteriosa o acompanhamento e a cobrança do desempenho dos participantes,

o programa reconhece as empresas que se destacam. Foi assim na solenidade de 14 de abril realizada na Casa da Indústria. Na ocasião, receberam troféu, como destaque empresarial, as fornecedoras Daniel Transportes, DPM Engenharia, Fornecedora de Máquinas e Equipamentos Ltda., Hinel Hidráulica do Nordeste, Petral Comércio de Ferro e Aço, além da Policromo – O rei do cromo.

A interação entre âncoras e fornecedoras

é promovida pela viabilização de ambientes estruturados para rodadas de negócio, de seminários focados nas ofertas e demandas dos participantes e das visitas técnicas.

Roberta Reis, coordenadora do programa

no Ceará no âmbito do IEL

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Passo decisivo

Concluídos os empreendimentos estruturantes no Ceará, haverá um salto qualitativo. Porém, se não houver produtos e serviços de

qualidade a custos viáveis não vamos conseguir nos beneficiar fornecendo às grandes empresas que chegam. O alerta é do gerente de Estruturação do Negócio da Refinaria Premium II, Raimundo Barroso Lutif Filho. De olho nas empresas integrantes do PQF como possíveis futuros fornecedores da Petrobras, Lutif participou da solenidade de premiação das indústrias que se destacaram no programa. "O Ceará tem 2% de participação no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, mas só 1% dos fornecedores da Petrobras é do Ceará. E não tem mistério fornecer para a empresa", diz o gerente, ressaltando que a estatal irá manter um posto de cadastramento permanente no estado para mudar essa realidade.

Conforme Lutif, a Petrobras vem investindo US$ 224 bilhões nas novas refinarias brasileiras. "O importante é que a oportunidade de fornecer para esses empreendimentos seja dada aos brasileiros e não a estrangeiros", reforçou. Para o executivo, o PQF é fundamental nesse contexto, especialmente devido à ênfase que dá à gestão dos fornecedores e ao seu foco em seis temas importantes: gestão empresarial, gestão de produção, gestão de qualidade, meio ambiente, saúde & segurança no trabalho e responsabilidade social empresarial.

"A responsabilidade social faz a empresa ser mais bem vista, mais bem cotada, ocupando melhor posicionamento no mercado. Já a gestão é a base de todo o processo de qualificação das empresas", defende Lutif, para quem a segurança é outra parte fundamental vislumbrada pelo programa: "Numa empresa que lida com petróleo e gás, ter segurança é muito importante. A Petrobras preserva a cultura da segurança, de ter o homem em primeiro lugar. Não adianta nada a gente ganhar dinheiro se nossos trabalhadores estão sofrendo acidentes. O que interessa é desenvolver-se ao mesmo tempo que os empregados estejam seguros, felizes e desenvolvendo plenamente suas capacidades".

De acordo com o gerente da Refinaria Premium II, o PQF representa um passo decisivo à empresa que deseja se tornar fornecedora da Petrobras. "Não tem grandes mistérios. É seguir o que o programa coloca. Boa gestão, empresas organizadas, ter todos seus processos legais em dia. Ou seja, a empresa precisa sair da improvisação e ir para uma gestão mais profissional", encerra Raimundo Barroso Lutif Filho.

O importante é que a

oportunidade de fornecer para esses empreendimentos seja dada aos brasileiros e não a estrangeiros.

Raimundo Lutif, gerente de Estruturação

do Negócio da Refinaria Premium II

“ “

Qual a importância do PQF e da premiação Destaque Empresarial para sua empresa?

Rosângela Albuquerque, Hinel Hidráulica do Nordeste

"O prêmio é mais um reconhecimento ao nosso trabalho. Fomos escolhidos em 2009 e também em 2010. Então, dá para concluir que estamos no caminho certo. Vamos continuar trabalhando, principalmente agora que passamos para o nível avançado. Agradeço também aos nossos funcio-nários e aos consultores, pois sem eles não chegaríamos até aqui."

Alexandre Melo, Petral Comércio de Ferro e Aço

"Essa premiação foi motivo de muito trabalho, de muitos dias de luta. Quando começamos no pro-jeto, deu para perceber que era a oportunidade de nos estruturar. Tivemos de esquecer até a parte financeira porque, se queremos crescer, temos de primeiramente ter estrutura. Podemos dizer que soubemos aproveitar o PQF do começo ao fim. Agradeço à direção da empresa que nos apoiou, aos colaboradores pela garra e aos consultores, que realmente merecem o destaque."

Pablo Ribeiro, Fornecedora de Máquinas e Equipamentos Ltda.

"A Fornecedora é uma empresa familiar que tem 53 anos, mas temos de evoluir com o passar do tempo para que nossas empresas possam se perpetuar, atendendo às demandas do mercado. Aprendemos que com novas práticas e melhorias contínuas podemos melhorar as oportunidades de qualificação e desenvolvimento da nossa empresa."

Criado no final de 2007 com a perspectiva de alinhar as demandas de empresas-âncora e seus fornecedores para ampliar a competitividade e assegurar a sustentabilidade da indústria cearense, o Programa de Desenvolvimento de Qualificação de Fornecedores – Vínculos de Negócios no Ceará conta com várias instituições parceiras nacionais – Banco do Nordeste (BNB), Serviço Social da Indústria (SESI/CE) e Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI/CE) – e internacionais, como a Deutsche Gesellschaft für Technische Zusammenarbeit (GTZ) e a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad).

SAIBA MAIS

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Programa fortalece o associativismo

Q ual o papel das entidades representativas na defesa dos interesses e da competitividade das empresas? Que vantagens pode ter quem se associa ao sindicato de

seu respectivo segmento? De acordo com o empresário Oscar Augusto Rache Ferreira, diretor presidente do Sindicato das Indústrias Têxteis de Pernambuco (Sindtêxtil/PE) e vice-pre-sidente da Federação das Indústrias do Estado de Pernambu-co (Fiep), cabe às entidades classistas trabalharem o ambiente de negócios, influenciando na elaboração de políticas públicas que possam impactar diretamente no incremento das organi-

zações e no consequente fortalecimento do setor produtivo.Oscar Ferreira, que realizou na Federação das Indústrias

do Estado do Ceará (FIEC), em 13 de abril, a palestra Defesa de Interesses e Competitividade – O papel das empresas e das entidades de representação, conhece bem a importância do as-sociativismo para o sucesso empresarial. Dono da Tecelagem São José, indústria têxtil com sede em Pernambuco, ele colhe diariamente os frutos da experiência bem sucedida do sindi-cato sob sua presidência. Recentemente, o Sindtêxtil/PE lo-grou êxito em dois pleitos de âmbito estadual, conquistando a

PDA

A iniciativa conjunta da CNI, em parceria com a FIEC, por meio do IEL/CE, busca mobilizar o empresariado industrial, estimulando-o a participar da vida sindical e da defesa dos setores produtivos

redução do Imposto Sobre Circulação de Mercado-rias e Serviços Prestados (ICMS) de 17% para 7% para a cadeia têxtil e de confecções. Outro exemplo foi a redução em 90% do imposto a pagar para a in-dústria de confecção pernambucana. “Uma indús-tria só não faz isso, mas o conjunto delas consegue muitos resultados”, observa Oscar Ferreira.

No Ceará, a palestra ocorreu no âmbito do Pro-grama de Desenvolvimento Associativo (PDA) – iniciativa conjunta da Confederação Nacional da Indústria (CNI) em parceria com a FIEC, por meio do Instituto Euvaldo Lodi (IEL/CE), que visa ao fortalecimento sindical – e buscou mobilizar o empresariado, estimulando-o a participar da vida sindical e do processo de defesa dos interesses de seus respectivos setores produtivos, ampliando os horizontes para além dos muros da fábrica. Oscar Ferreira aconselhou os industriais presentes a não se isolarem no ambiente interno de seus negócios. Segundo o palestrante, eles devem estar atentos ao ambiente externo do negócio e ao cenário macro, que envolve legislação, fontes de financiamento, ju-ros, taxas de câmbio e concorrência, dentre outros.

Oscar Ferreira reforça que, vinculada à enti-dade classista, a empresa ganha força, à medida que as entidades têm o papel de trabalhar para propiciar um bom ambiente de negócios ao setor produtivo. “Sozinha, a empresa não sobrevive; temos mais a ganhar e seremos mais competiti-vos com federações e sindicatos fortes. E o sindi-cato não existe sem empresas associadas. Por isso temos de trazer mais empresas para fazer parte de nossos sindicatos”, defende.

Como exemplo da importância das entidades representativas na vida das empresas, citou o adiamento da vigência do ponto eletrônico. “O MTE criou no ano passado o ponto eletrônico, mas por influência da Confederação Nacional da Indústria a vigência foi adiada para março deste ano e depois para setembro. Sem a ação vigorosa da CNI, não teria havido o adiamento”, exemplifica Oscar Ferreira.

Outro exemplo em nível nacional, de acor-do com o empresário, foi a liberação de US$ 50 milhões da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) para a criação de núcleos de inovação no país. “O Brasil tem grande deficiência nessa área. Investimos pouco em inovação e temos uma edu-cação superior ineficiente. Mas foi preciso que a demanda fosse levada ao governo federal pela indústria brasileira para que fossem liberados os recursos”, sublinha Oscar Ferreira.

Ele ressalta que, com o respaldo das entidades representativas e no atual cenário de oportunida-

des que surgem no Brasil, o setor industrial deve aproveitar para se desenvolver. “Temos uma demo-cracia consolidada, estabilidade de preços, crescen-te influência do mercado internacional e mercado consumidor em expansão. É o momento de apro-veitar para crescer”, aconselha.

Dentre os desafios que empresas e entidades de representação ainda precisam superar no país, cita os altos juros, a pesada carga tributária, o excesso de burocracia e a infraestrutura interna deficiente. “Temos de vencer essas dificuldades. E ninguém faz isso sozinho”, completa Oscar Ferreira.

Uma indústria só não faz

isso, mas o conjunto delas consegue muitos resultados.

Oscar Ferreira, diretor

presidente do Sindtêxtil/PE

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Concientização

P ara o presidente do Sindtêxtil/PE, com o respaldo das entidades representativas e no atual cenário de oportunidades que surge

no Brasil, o setor industrial deve aproveitar para se desenvolver. “Temos uma burocracia consolidada, estabilidade de preços, crescente influência do mercado internacional e mercado consumidor em expansão. É o momento de aproveitar para crescer”, alerta.

Presente entre os espectadores, o presidente do Sindicato da Indústria de Confecção de Roupas e Chapéus de Senhoras do Estado do Ceará (Sindconfecções), Marcus Venícius Rocha Silva, disse que a palestra representa um reforço para impulsionar o empresariado a aderir ao associativismo. Para quem já está ligado à sua entidade representativa, o empresário garante que a explanação serviu de reciclagem. “Esse é um tema que demanda que sejamos redundantes.”

Marcus Venícius reconhece a importância do associativismo em todos os segmentos. “Juntos, somos fortes. Separados, não somos ninguém. Os empresários precisam se conscientizar que é

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Juntos, somos fortes.

Separados, não somos ninguém.

Marcus Venícius, presidente do Sindconfecções

“ “muito mais fácil obter êxito nas relações com fornecedores e também com os governos quando o setor tem uma entidade que o representa. O associativismo fortalece. De forma isolada, tudo é mais difícil. O associativismo só tem a contribuir com as empresas e o setor produtivo”, defende Marcus Venícius.

Formada prioritariamente por micro e pequenas empresas, o segmento de confecções é um dos que mais necessitam ser conscientizados, segundo o empresário. “No nosso setor 98%, considerando formais e informais, são micro e pequenos. Quando os convidamos a se associarem ao sindicato, eles perguntam logo o que vão ganhar. Sempre respondo que vamos ganhar fortalecimento, inovação, conhecimento, competência, competitividade. A questão é que só dirigentes de empresas de maior porte têm essa consciência”, lamenta o empresário.

Em um ano e meio, Marcus Venícius conseguiu ampliar o número de associados da entidade de 22 para 46 empresas – mais de 50% de crescimento. Apesar do esforço, o número ainda é pouco representativo, segundo ele. “É muito difícil. Nosso quadro de associados não chega a 2% do setor. Estimativas mostrando que há 4 600 fábricas de confecção no Ceará. Muitas não existem mais, mas devemos ter na ativa em torno de 3 800. São cerca de 120 000 empregos, entre diretos e indiretos. Nossa força é grande e poderia ser bem maior se todos tivessem a consciência da importância do associativismo”, arremata Marcus Venícius.

O setor de embalagens também enfrenta o mesmo dilema: a falta de conscientização do empresariado. “As empresas só

procuram o sindicato quando estão com dificuldades ou querendo ser beneficiadas com alguma legislação específica para o setor. Mas o Sindicato das Indústrias de Papel, Papelão, Celulose e Embalagens em Geral do Estado do Ceará (Sindiembalagens) tem características diferentes de outros sindicatos. Representamos empresas que atuam na área de plástico, papel, papelão, madeira e metal, dentre outras. Ou seja, a diversividade é muito grande. É difícil encontrar um ponto comum que possa beneficiar todas elas com uma mudança de legislação, como ocorre com sindicatos homogêneos, a exemplo do de confecções. Nossa linha de trabalho, entretanto, tem sido buscar treinamentos nas áreas de papelão, papel e plásticos, além de fomentar a participação em feiras e oficinas”, explica o empresário e presidente do Sindiembalagens, Hélio Perdigão.

InovaçoesDescobertas&

TEClADo PARA PC SEM TEClAS

Engenheiros do Laboratório Suíço de Materiais, Ciência e Tecnologia estão testando uma cortina que promete acabar com os irritantes barulhos externos sem ter que se gastar uma fortuna com isolamentos acústicos convencionais. A tecnologia consiste de um novo tecido – leve, fino e flexível – que tem se revelado um excepcional absorvedor de som, além de diminuir a reverberação interna. O chefe da equipe, Kurt Eggenschwiler, informa que o tal tecido absorve cinco vezes mais som do que as barreiras convencionais e tem a vantagem de ser antichamas. Outro ponto positivo é que a cortina é translúcida, o que permite seu uso em uma grande variedade de ambientes, de escritórios e auditórios a salas de visita residenciais. Para isso, a estética da peça está aos cuidados da designer de tecidos Annette Douglas, responsável por procurar os pesquisadores com a ideia da cortina à prova de som.

CoRTINA à PRoVA DE SoM

Trabalho realizado pelo Laboratório de Madeira e Produtos Derivados (LMPD) do Centro de Tecnologia de Recursos Florestais (CT-Floresta), no interior paulista, está ajudando a indústria moveleira a melhorar a qualidade e a vida útil de produtos dessa cadeia. Por meio de um sistema pneumático e uma central de ar comprimido, os pesquisadores estão simulando as condições de uso para cada peça de mobiliário, verificando se o produto atende aos requisitos das normas de ensaio nacionais e internacionais. Os testes permitem que a indústria moveleira perceba onde estão os defeitos e, assim, retifique-os segundo as normas legais. Madeiras, mesas, armários, estações de trabalho, gaveteiros, assentos para anfiteatros ou estádios, entre outros, são submetidos a esses testes. Segundo o pesquisador Mario Achilles Leoni, para atender aos requisitos das normas, os produtos de qualidade devem terminar a sequência de ensaios – que varia de 45 a 60 dias - em condições normais de utilização. “Cada produto passa por uma bateria de 10 a 15 testes, em média. E há um conjunto de mais de 20 normas da ABNT, além das estrangeiras, que precisam ser atendidas”, explica Leoni à Agência Fapesp.

PISo INDuSTRIAl CoM Aço RECIClADo

Se você é daqueles que não saem da frente do computador nem para comer, vai gostar dessa inovação japonesa que promete acabar com os problemas de teclado cheio de farelos. Trata-se do teclado para PC sem teclas. Batizado de Cool Leaf, a novidade possui uma tela espelhada sensível ao toque, semelhante aos celulares touch screen. A diferença é que as teclas aparecem e desaparecem à medida que o usuário vai digitando. O teclado possui 108 caracteres e está disponível de início para o sistema operacional Windows. O preço para importação do produto, como quase toda nova tecnologia, ainda é salgado: cerca de US$ 245.

INVENção TESTA VIDA úTIl DoS MóVEIS

Uma empresa especializada em locação e venda de equipamentos para construção de pisos industriais criou a EcoFibra, produzida a partir de aço reciclado e usada na mistura de concreto aplicado para execução de pisos industriais. Segundo o fabricante, o material substitui a tradicional tela de aço e é ecologicamente correto, diferentemente das existentes no mercado, produzidas a partir de aço virgem. A matéria-prima da EcoFibra vem de chapas de aço descartadas por indústrias em geral. O resíduo comprado é submetido a um processo de produção específico para obter as melhores características de desempenho e maior aderência ao concreto, garantindo que o resultado final seja eficiente. O processo de reciclagem tende a minimizar a

quantidade de poluentes dispersados no ar, já que a indústria do aço emite 1,46 tonelada de CO2 para cada tonelada de aço produzido. Dados mostram que somente o setor da construção civil brasileiro consome mais de 30% da produção nacional do minério.

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Saúde do trabalhador

O aperfeiçoamento da medicina e das ações relacionadas às políticas de RH não impediu que antigos problemas ligados à saúde do trabalhador continuem em evidência

Antigos e novos desafios

A saúde do trabalhador ganhou nos últimos anos mais importância en-tre os profissionais ligados ao tema

e os gestores das empresas. Mesmo com o aperfeiçoamento da medicina e das ações relacionadas às políticas de RH, antigos problemas ligados à saúde do trabalhador continuam em evidência e passam até a ser considerados novos desafios. Nessa perspectiva, o Serviço Social da Indústria (SESI/CE), entidade componente do Sis-tema Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Sistema FIEC), criou em 2009 o Centro de Estudos do SESI para estimu-lar o aperfeiçoamento técnico-científico dos profissionais de medicina e segurança do trabalho e especialidades correlatas.

O Centro de Estudos é uma das ações do Programa de Saúde e Segurança do Trabalho (SST) do SESI/CE e focaliza sua atenção na qualidade de vida do trabalha-dor, procurando fortalecer a competitivi-dade e a produtividade da indústria, bem como a assessorando no cumprimento da responsabilidade social e legal. Para isso desenvolve os seguintes projetos: Contro-le Médico de Saúde Ocupacional, Preven-ção de Riscos Ambientais, Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção, Prevenção de Absenteís-mo e Conservação Auditiva.

Este ano, o SESI, por meio do Centro de Estudos, realizou nos dias 27 e 28 de

abril na FIEC a 2ª Jornada SESI de Saúde e Segurança do Trabalho, que contou com a participação de profissionais da área de me-dicina do trabalho, de RH e técnicos afins. A jornada promoveu debates sobre Gestão do absenteísmo, Transtornos mentais em saúde ocupacional, Acompanhamento dos Trabalhadores com Lesões por Esforços Re-petitivos e os Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (LER/DORT) e Assédio moral. Ainda em 2011, o Centro de Estudos do SESI programou para agosto um curso de Leitura Radiológica Ocupacional e o 2º Simpósio Interno de Temas Livres.

Dentro da perspectiva de um antigo pro-blema que continua como um grande de-safio estão as LER/DORT. Segundo o mé-dico Aizenaque Grimaldi de Carvalho, que apresentou o tema na jornada SESI deste ano, a questão se enquadra nesse parâme-tro porque, além de não ter se conseguido resolver esse problema, surgiram muitos outros. Segundo ele, o que poderia solu-cionar a questão para as empresas seria a completa automatização dos processos de trabalho. Com isso, porém, viria o desem-prego e acabaria surgindo um problema bem mais grave que é social.

Aizenaque lembrou que o pai da medi-cina do trabalho, Bernardino Ramazzini, tratou dessa temática no ano de 1700 ao sistematizar as dificuldades enfrentadas por escribas e notários no Egito antigo em vir-tude de esforços repetitivos causados por suas atividades. No século 20, houve a uni-versalização do problema e começaram a surgir trabalhos sobre o assunto. Hoje, disse o médico, é possível administrar o quadro da doença, mas ela irá ocorrer caso não haja prevenção adequada.

Mas Aizenaque entende que as ações pre-ventivas relacionadas às LER/DORT não devem se ater somente ao indivíduo/traba-lhador, ressaltando como fatores determi-nantes: concepção dos equipamentos, mo-delo de organização da produção e planta física de trabalho, além dos aspectos psicos-sociais (insatisfações e percepções negativas da atividade exercida pelo trabalhador) e biomecânicos (esforço inadequado, postura e gestos repetitivos). Todos esses elementos compõem uma cadeia que pode gerar pro-blemas futuros de LER/DORT.

A concepção dos equipamentos, modelo

de organização da produção e planta física de trabalho, além dos aspectos psicossociais e biomecânicos, são fatores importantes nas ações preventivas relacionadas às LER/DORT.

Aizenaque Grimaldi, médico

Tema nublado na organização

U m estudo realizado pelo Institute for Health and Productivity Studies, dos Estados Unidos, mostra que as empresas

americanas chegam a perder 150 bilhões de dólares/ano devido à presença de funcionários doentes apresentando falta de rendimento nas suas atividades. No Brasil, estima-se que essa cifra chegue a 3% do Produto Interno Bruto (PIB), ou seja, 42 bilhões de reais/ano. Por outro lado, o absenteísmo por doença já custou para a Alemanha 44,76 bilhões de euros em 2001, enquanto que, para o Reino Unido, a perda foi de 11 bilhões de libras esterlinas, principalmente por causa de doenças dos sistemas osteomuscular e respiratório. O absenteísmo é a ausência temporária do trabalho por motivo de doença.

Além de afetar o lucro e a produção das empresas, o absenteísmo também gera horas extras, atrasos nos prazos, clientes descontentes e aumento da atividade dos outros funcionários que têm de dar cobertura para o colega ausente. Apesar disso, segundo Aizenaque Grimaldi, o tema ainda é tratado de forma nublada na organização. “Mexe com os brios da empresa porque para detectar o problema, as situações são complexas e nem sempre as causas estão localizadas onde ele se apresenta.” Na visão do especialista, isso ocorre porque muitas vezes as empresas só pensam na necessidade imediata de produção. “E

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Assédio moral: relações transtornadas

“Q uando duas pessoas se encontram, o mínimo que pode ocorrer é uma tempestade.” A frase do psicanalista

britânico Wilfred Bion serviu de introdução para a conferência Assédio Moral, ministrada durante a 2ª Jornada SESI de Saúde e Segurança no Trabalho, pela médica e psicóloga Vera Zaher, doutora pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). No encontro, foi traçado um panorama do tema assédio moral, suas causas e consequências, além da prevenção do problema. Para defini-lo, Vera utilizou o conceito da psiquiatra e psicanalista francesa Marie-France Hirigoyen (1998): “Por assédio em um local de trabalho temos de entender toda e qualquer conduta abusiva, manifestando-se sobretudo por comportamentos, palavras, atos, gestos e escritos que possam trazer dano à personalidade, à dignidade ou à integridade física ou psíquica de uma pessoa, pôr em perigo o seu emprego ou degradar o ambiente de trabalho”.

Em sua explanação, Vera Zaher esclareceu que assédio moral é tema ainda muito subjetivo para as modernas medicina e medicina do trabalho, que se baseiam numa construção positivista. “O assédio moral está num limite muito tênue das relações humanas. Vamos parar para pensar: qual o limite para o trabalho humano? O que temos de saber é que assédio é um ato de violência. É uma questão de ética e de relação ética nas relações humanas”, afirma a também professora e consultora de bioética, para quem o ser humano é o ser do conflito, do questionamento, da produção intelectual ou física, ser este que necessita interagir com o outro.

No entanto, cada pessoa tem características próprias, subjetivas e inconscientes. Nesse quadro, surge o perfil do trabalhador, o qual interage hierarquicamente com seus semelhantes não só no trabalho, mas também na vida familiar e social. O problema do assédio moral dá-se por conta de esse ser humano viver hoje numa sociedade narcisista, egocêntrica e consumista. Essa sociedade é marcada pela pouca tolerância nas relações humanas, o que eleva à fragilidade do ser. Contrário a essa fragilidade, todo indivíduo quer viver bem. Para tanto, necessita ser útil e sentir-se capaz de colaborar e participar dos processos sociais.

A dificuldade de conviver com diferenças, no mundo moderno, é a base para o assédio moral, que envolve o uso indevido ou abuso de poder. Como a percepção do problema não é fácil, nem sempre as

pessoas que compõem um ambiente de trabalho são capazes de identificar assediado e assediador. “Pensar em assédio moral pela visão bioética é pensar numa comunicação não ética. É pensar em desrespeito, vulnerabilidade para com o outro. O assédio é um ato que agride o outro. Para que ele não ocorra é preciso resgatar a dignidade do ser humano”, avalia Vera Zaher, ressaltando que o assédio acarreta transtornos psíquicos ao indivíduo assediado.

Para a medicina, hoje, o assédio moral é considerado precursor de muitas doenças mentais. De acordo com Vera, as organizações empresariais se negam a olhar para o problema. Ela explica que alguns motivos podem desencadear, nas relações de trabalho, a exposição de um trabalhador a constrangimentos perante seus semelhantes, entre eles a introdução de novas políticas de gestão, a reestruturação produtiva e a concorrência no mercado globalizado. Manifestando-se em forma de abuso de poder, manipulação do medo e degradação das condições de trabalho, o assédio moral pode dar-se hierárquica ou horizontalmente (de colega para colega, no mesmo nível de trabalho). O problema pode ser identificado em função da frequência com que os abusos ocorrem. Geralmente, o assediador se utiliza de técnicas de manipulação psíquico/moral, como subentendidos, alusões malévolas e mentiras para com o assediado, o qual, por sua vez, torna-se um trabalhador que perde seu senso crítico, sente-se inútil, sofre queda de produção e pode desenvolver estresse, fobias e depressão, chegando ao absenteísmo no emprego.

A solução para o problema do assédio moral nas empresas é, segundo Vera Zaher, trabalhar a prevenção primária em termos individual e institucional, ou seja, praticar programas de ação

as que só pensam em produção podem até se posicionar bem no mercado por algum tempo. Mas, caso não tenham uma visão global, vão cair com o tempo”, alerta o médico.

A constatação de que o tema é tratado de forma nublada nas empresas, Aizenaque justifica dizendo que, quando se fala em absenteísmo, se ataca o problema sem ir à sua raiz. “É preciso, portanto, ir fundo para identificar essa causa. É preciso conhecer as políticas de RH da empresa, o seu ambiente corporativo e não apenas nos atermos ao fato de as pessoas adoecerem ou faltarem ao trabalho.” Para ele, um aspecto que precisa ser levado em conta ao discutir a questão do absenteísmo é a cultura da empresa. “Está preocupada apenas com a produção, ou também com a qualidade de vida do trabalhador? Porque isso interfere para que no final ele produza mais e com melhor qualidade”, sublinha Aizenaque Grimaldi.

Na opinião do médico, o pior é que o absenteísmo constitui uma fonte de preocupação constante às empresas pelos altos custos que gera, interferindo no faturamento e no desenvolvimento de seus produtos. Ele diz que o absenteísmo é um fenômeno social diretamente vinculado à atitude do indivíduo e da sociedade, ante o trabalho. “O tratamento e a intervenção não podem ser, portanto, únicos e dependerão do diagnóstico dos casos.” Aizenaque ressalta que as diferentes causas estão geralmente “maquiadas”, sob a forma de “absenteísmo-doença”, no qual se busca atribuir a falta ao trabalho a casos ligados à saúde, quando o problema pode ser outro. O absenteísmo, arremata Aizenaque Grimaldi, é principalmente um indicador fiel do nível de satisfação com o trabalho.

educativa que façam os trabalhadores refletir sobre tolerância, convivência com diferenças e fortalecimento dos indivíduos, o que os leva ao reconhecimento dos limites alheios. A médica e psicóloga ressalta que é importante ouvir o outro, investindo no coletivo para que o clima e a cultura organizacionais da empresa sejam sadios. “A avaliação do tema deve ser feita com análise institucional”, enfatiza Vera, que

defende “tolerância zero para assédio moral”. “Denunciar o assédio e falar dele é necessário

para as empresas, pois o fortalecimento do indivíduo se dá no próprio ato de falar”, conclui Vera Zaher, que durante a conferência na FIEC foi também mediadora de mesa redonda sobre o tema, composta pelo psiquiatra Paulo Picanço, pelo engenheiro de segurança e advogado Asclepio Franco e pela gerente de recursos humanos do Sistema FIEC Nádia Valesca Paiva Braga. Conforme Asclepio Franco, no Brasil ainda não existe lei que coíba o assédio moral nas empresas. Para o trabalhador comprovar na Justiça que foi moralmente assediado, é preciso haver provas periciais, documentais e testemunhais do caso, sendo essas últimas as mais difíceis de ser conseguidas, pois quando se trata de assédio moral o que ainda tem falado mais alto é o medo, sentimento que deve ser fortemente combatido nas organizações.

Vera Zaher defende tolerância zero para o assédio moral

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Transtornos metais: várias são as causas

A médica e psicóloga Vera Zaher também abordou outro grave problema que afeta cada vez mais os trabalhadores em todo o

mundo: os transtornos mentais. Segundo ela, a doença acomete, em algum momento da vida, ao menos 20% da população mundial. Os principais sintomas geralmente são dores, formigamento, aperto no peito, mal estar e desânimo. Pesquisa recente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) revela que os transtornos mentais ocupam a terceira posição entre as causas de concessão de benefício previdenciário como auxílio-doença, afastamento do trabalho por mais de 15 dias e aposentadorias por invalidez.

Já o estudo da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), em parceria com o Ministério da Saúde e a Organização Mundial de Saúde, mostra que metade dos afastamentos do trabalho por motivo de doença é fruto de problemas mentais. Pelo levantamento, a depressão é a maior causa, seguida pela esquizofrenia, transtorno bipolar e abuso de álcool. Ainda segundo o estudo, esses males representam para a União um gasto de R$ 2,2 bilhões ao ano, o equivalente a 19% do total de auxílios-doença pagos pela Previdência Social para 1,5 milhão de pessoas (dados de 2009).

O número de auxílios doença acidentários por causa de transtornos mentais e comportamentais aumentou, de acordo com o Ministério da Previdência Social, 1 985% nos últimos cinco anos, passando de 612, em 2006, para 12 150, em 2010. No entanto, vale ressaltar que o dado inclui apenas os casos

reconhecidos pela perícia do INSS. Nesse ritmo, a tendência é que, em 2020, a depressão assumirá o primeiro lugar como causa de incapacitação para o trabalho.

Vera Zaher explica que os transtornos mentais são multifatoriais, ou seja, têm várias causas, e que a maioria é influenciada por combinações de fatores biológicos, psicológicos e sociais. “Possíveis situações problemáticas da vida, como limitadas oportunidades de educação, dificuldades financeiras ou condições inovadoras que possibilitem a geração de incertezas podem ser exemplos

de fatores sociais envolvidos na ocorrência de transtornos mentais”, explica Vera.

Os sintomas mais comuns entre os afetados são desmotivação, dores de cabeça e mal-estar contínuo, alterações do sono e o descontrole de obrigações e rotina de atividades. Os profissionais mais atingidos são os que se relacionam diretamente com o público e os que trabalham com a pressão de metas. Áreas como a da saúde, bancários, vendedores, professores, motoristas e policiais são os destaques.

Durante o tratamento, a pessoa se submete a sessões de psicoterapia e, às vezes, também faz uso de remédios. O afastamento, sendo necessário, serve para estabilizar o humor, o sono e acostumar com a medicação. Dependendo do grau da doença, gera afastamento de até 60 dias.

Às empresas, a saída para evitar os danos tem sido a promoção de programas de qualidade de vida aos funcionários, cuja intenção é fazer prevenção, reduzindo, assim, seus custos com doenças crônicas. O objetivo desses programas deve ser baseado no estimulo a mudanças que visem melhorar a qualidade de vida e aumentar a motivação.

No entanto, os especialistas advertem que independentemente de qualquer ação da empresa, cada trabalhador deve prevenir o aparecimento dessas doenças por meio da busca incessante de melhorias na qualidade de vida, do tratamento desde os primeiros sintomas e do abandono de hábitos de vida prejudiciais à saúde mental, como a falta de manejo adequado das situações geradoras de estresse, uso e abuso de cigarro, bebidas alcoólicas e medicamentos sem acompanhamento médico.

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