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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU INSTITUTO A VEZ DO MESTRE RECURSOS Por: JORGE MARQUES BORGES Orientador: André Luis Botelho Rio de Janeiro 2010

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

RECURSOS

Por: JORGE MARQUES BORGES

Orientador:

André Luis Botelho

Rio de Janeiro

2010

2

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

RECURSOS

Apresentação de monografia ao Instituto A Vez do

Mestre – Universidade Candido Mendes como

requisito parcial para obtenção do grau de

especialista em Direito Processual Civil

Por: JORGE MARQUES BORGES

3

AGRADECIMENTOS

Senhor Deus aqui estou mais uma vez

diante de ti para te dar toda honra e

glória. Todas as comendas serão

colocadas sobre os teu ombros.

Obrigado, por ter me orientado a fazer

este curso, pois que, se até aqui

cheguei foi por tua ordenança e

permissão Jesus Amado. O que seria

de mim se tu não existisse em minha

vida. Não tenho palavras para

expressar a minha gratidão. Mais tu o

sabes, quanta luta, mas as vitórias

foram maiores em minha vida desde o

dia em que nasci até os dias hodiernos.

Louvado seja o teu Santo nome para

todo o sempre. Amém!

4

DEDICATÓRIA

Dedico,especialmente,esta conquista a

minha querida mãe.Vôce é,sempre foi, e

será eternamente a mulher da minha vida.

Suas palavras sempre foram verdadeiros

fortificantes, tanto para minha saúde

material quanto espiritual. Amo você !

Obrigado também, a minha querida irmã,

pelos incentivos dados na persecução dos

objetivos deste curso. Também te amo!

A minha querida mulher, que muito me

incentivou, e ao meu filho. Amo vôces!

Que são luzes da minha vida. Aos meus

mestres e colegas de pós - graduação

que contribuíram com palavras de elogio

e incentivos e suas contribuições jurídicas

nos debates travados em sala de aula.Ao

meu querido e eterno amigo Mauá, e ao

meu amado pai in memorian obrigado!

5

RESUMO

Apresente monografia apresenta de forma detalhada o sentido técnico-

jurídico do conceito de recursos.E mais: Os fundamentos dos recursos, sua

aplicabilidade no processo civil brasileiro, sua sistemática, seus requisitos de

admissibilidade; fala também; da independência dos recursos; de seus prazos

específicos e outras nuances particulares de cada um deles.

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METODOLOGIA

Os métodos aqui utilizados foram aqueles provenientes da pesquisa e

literatura de livros específicos (livros de diversos autores brasileiros) sobre

processo civil. Todavia, não se pode despir-se da experiência prática ao longo

dos anos de militância, que certamente, dá um colorido todo especial a

questão.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I – O Conceito 09

CAPÍTULO II - Dos Recursos 11

CAPÍTULO III- Das Espécies de Recursos e suas peculiaridades 20

CAPÍTULO IV –Da morosidade dos processos 39

CONCLUSÃO 47

BIBLIOGRAFIA 49

ÍNDICE 50

FOLHA DE AVALIAÇÃO 52

8

INTRODUÇÃO

A presente monografia tem como escopo principal fazer uma

abordagem da forma mais ampla possível sobre a questão dos recursos no

processo civil brasileiro. Far-se-á uma análise percuciente e acurada dos

diversos tipos de recursos, seu conceito; quando cabíveis, seus requisitos

impostos pela lei de Ritos e sua finalidade.Ademais, dar-se-á, também; um

enfoque na evolução da lei processual civil que deu certamente; múltiplos

poderes ao julgador de segunda instância, dentre outras novidades jurídicas

inseridas no contexto de tão apaixonante e importante tema jurídico que dá um

tempero todo especial a temática aqui desenvolvida.O tema por si só, suscita

diversas opiniões, algumas mais aceitáveis. Outras, ainda, que minoritárias

mais não desprezíveis; fazem parte do imenso cenário dos recursos no

processo Civil Brasileiro. Mais é assim que se constrói grandes entendimentos,

pois que; afinal, o direito não é como todos sabemos uma ciência da exatidão.E

pela controvérsia; é que surgem as grandes teses jurídicas, esboçadas no

inconformismo da parte que recorre irresignada certamente, com aquela

decisão que entende ofender algum preceito de lei, ou que vai de encontro uma

prova produzida nos autos, ou ainda; para arguir uma nulidade, ou melhor, que

não atende as suas pretensões seja totalmente ou parcialmente.Em síntese;

sem sombras de dúvidas o recurso é uma grande alavanca para os

irresignados contra decisões a quo e/ou ad quem ou, seja, em primeira e/ou

segunda e/ou terceira instâncias. É por este universo que vamos passear,

tentar trazer o máximo de compreensão, até mesmo para o leigo se acaso tiver

a curiosidade de leu este singelo trabalho.Entretanto, espero de alguma forma

estar contribuindo com aqueles que militam na vida forense com apresentação

do presente trabalho que doravante e ao longo dos tempos será aperfeiçoado e

atualizado dentro daquilo que de novo for surgindo nos dias hodiernos do

direito.

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CAPÍTULO I

O CONCEITO

De conformidade com o douto e ilustre processualista civil; o emérito

Professor (Luiz Guilherme Marinoni – no seu livro Curso de Direito processual

Civil Vol. 2, 7ª ed, Revista e atualizada), define recurso como: Meios de

impugnação de decisões judiciais, voluntários, internos à relação jurídica

processual em que se forma o ato judicial atacado, aptos a obter a anulação, a

reforma ou o aprimoramento.

O não menos douto José Carlos Barbosa Moreira assim se expressa (O

Novo Processo Civil Brasileiro, 25ª edição,José Carlos Barbosa Moreira

páginas 115 e 116):

“Como todo ato postulatório, a impugnação de

decisão judicial por meio de recurso submete-se a exame

sob dois ângulos diversos.Primeiro cumpre verificar se

estão satisfeitas as condições impostas pela lei para que se

possa apreciar o conteúdo da postulação (juízo de

admissibilidade); depois, e desde que o resultado tenha

sido positivo – isto é, que o recurso seja admissível -,

cumpre decidir a matéria impugnada através deste, para

acolher a impugnação, caso fundada, ou rejeitá-la, caso

infundada (juízo de mérito).”

E, por fim, um outro grande expoente no Direito processual Civil

brasileiro, (Humberto Theodoro júnior) em relação ao tema aqui proposto assim

o define (Curso de Direito Processual Civil, 41º edição,volume I, página 509):

“Em linguagem jurídica a palavra recurso é usualmente empregada num

sentido lato para denominar “todo meio empregado pela parte litigante a fim de

defender direito”, como por exemplo, a ação, a contestação, a exceção, a

reconvenção, as mediadas preventivas. nesse sentido diz-se que a parte deve

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recorrer às vias ordinárias, ou deve recorrer ao processo cautelar, ou deve

recorrer á ação reivindicatória etc.

Mas além do sentido lato recurso em direito processual tem uma

acepção técnica e restrita, podendo ser definido como o meio ou “o poder de

provocar reexame de uma decisão, pela mesma autoridade judiciária, ou por

outra hierarquicamente superior, visando obter a sua reforma ou

modificação”, ou apenas sua invalidação.

E, por fim, na mesma obra cita (Gabriel Rezende Filho Op.cit,III.nº

877, página 510) com um interessante parecer do autor acima citado cujo

teor é este:Psicologicamente “o recurso corresponde a uma irresistível

tendência humana.” E complementa:Na verdade é intuitiva a inconformação

de qualquer pessoa diante do primeiro juízo ou parecer que lhe é

dado.Naturalmente, busca-se uma segunda ou terceira opinião.

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CAPÍTULO II

DOS RECURSOS

1.1 – CONCEITO

O artigo 496, do Código de processo Civil, inumera as diversas

espécies de recursos quando assim se expressa:

“São cabíveis os seguintes recursos:

I - Apelação;

II- Agravo;

III - embargos infringentes;

IV - embargos de declaração;

V - recurso ordinário

VI - recurso especial

VII - recurso extraordinário

VIII- embargos divergência recurso especial recurso extraordinário

Recurso pode significar diversa e diferentes instituições, mas, em

sentido técnico-jurídico, mais propriamente, no campo do processo, pode-se

entendê-lo sob nada menos do que três concepções distintas: em sentido

amplíssimo, pode-se considerá-lo como sendo o meio válido de defesa

empregado pela parte pela preservação de seus direitos, como meios de

defesa direta e indireta; em sentido amplo, como para significar os meios

utilizados pela parte vencida em juízo com o intuito de conseguir a reforma,

total ou parcial, de um julgado e, finalmente; em sentido estrito quando o

emprego dos meios tendentes a reforma do julgado são exercitados do juízo

para o segundo grau de jurisdição.

Em síntese, e para finalizar está breve exposição; na verdade, porém, a

palavra indica, em termos de processo, o meio tendente à obtenção da reforma

de uma sentença final ou meramente interlocutória.

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1.2 – FUNDAMENTO DO RECURSO

Dir-se-á, com toda a certeza que todo e qualquer recurso supõe como

fundamento um prejuízo causado à parte por uma sentença definitiva e/ou

interlocutória.Esse prejuízo que, demonstrado pelo desiquilíbrio entre sua

pretensão e o resultado da sentença é, sem dúvida, o que autoriza e justifica a

interposição dos recursos para à Instância Superior.

1.3 – SISTEMATIZAÇÃO DOS RECURSOS

Deriva da Constitutição federal da República Federativa do Brasil de

1988, a “summa divisio” dos recursos em duas categorias:ordinários e

extraordinários.

Os recursos ordinários se distanciam do recurso extraordinário em razão

de seu fundamento.Os primeiros possuem como tonica principal o “Princípio da

Sucumbência”, dado exibirem pressuposto essencial e predominante o fator

prejuízo, oriundo da decisão recorrida, e, por conseguinte, tem por Causa

Finalis a reparação do gravame..O segundo, embora de certa forma também

objetive reparar uma lesão, tem, no entanto,

uma função superior, altamente política outorgada pela Constituição,

qual seja; a de manter a própria Constituição, salvaguardar a autoridade da lei

federal, uniformizando sua aplicação e impedindo sua violação ou negação, ou

seja; assegurar a inteireza positiva, a validade, autoridade e a uniformidade da

interpretação da Constituição e das leis federais.Os recursos ordinários são de

duas espécies:comuns e especiais. Distinguem-se umas das outras na conformidade dos pressupostos de cada um:O recurso comum pressupõe,

entre o que é essencial para a impugnação, tão só a sucumbência, enquanto

que o recurso especial pressupõe a sucumbências e mais um plus que a lei

processual determina e especifica.

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1.4 – ADMISSIBILIDADE DOS RECURSOS

O recurso é um ato processual postulatório.Sendo assim, como os

demais da mesma categoria deve submeter-se a um rigoroso exame sobre a

sua admissibilidade.

O juízo de admissibilidade, conquanto se faça inicialmente, no processo,

referentemente à admissibilidade do pedido, é indispensável, porém, à

admissibilidade de qualquer postulação.Sabido como os atos da parte (artigo

158, do Código Buzaico), objetiva, a imediata modificação, constituição ou

extinção de direitos processuais.

O recurso sendo um direito subjetivo de índole processual, o seu

exercício está adstrito ao preenchimento de certos e determinados requisitos,

os quais indicarão se o recurso é viável ou não.

Desta maneira, quando o magistrado recebe o recurso, antes de

proceder à análise de sua procedência (julgamento), examina, “ab initio”, se os

requisitos que a lei exige para o seu exercício estão suficientemente atendidos.

Cada recurso tem seus pressupostos próprios e particulares, que são os

seus requisitos.No entanto existem os pressupostos gerais que são comuns a

todos os recursos e que podem se dividir em objetivos e subjetivos.

No artigo 497 do Código de Processo Civil Brasileiro, nós vemos que o

Recurso Extraordinário e o Recurso Especial não suspendem a sentença

(execução da sentença) ressalvada a hipótese prevista no (artigo 558) da lei de

Ritos.Ora, para que a execução fosse impedida seria necessário que ao efeito

devolutivo outro fosse aduzido com o fito único e exclusivo de obstar a

formação do título executório; obstacular as consequências de uma nova

relação jurídica, ou, então; para impossibilitar que a sentença declaratória

servisse de respaldo ao ajuizado de uma pretensão. Seria, seguindo esta linha

de raciocínio, o efeito suspensivo.

Todo recurso pressupõe a existência do efeito devolutivo, porquanto

entrega e leva à Instância Superior, ou mesmo devolve ao juízo recorrido, nos

casos dos recursos retratativos, o conhecimento da questão decidida, que é

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objeto do pedido de reexame.Tanto com referência às sentenças definitivas,

como às terminativas e aos despachos interlocutórios relevantes.

O artigo 498, do CPC, nos mostra que, quando no Acórdão contiver julgamento por maioria de votos e julgamento unânime; e forem

interposto embargos infringentes (para o mesmo Tribunal), o prazo para a

interposição de (Recurso Especial e Recurso Extraordinário), relativamente a

parte do julgado (Unânime), ficará sobrestado.Ora, nada impedirá que a

mesma parte interponha, o Recurso Extraordinário, após a intimação da

decisão nos embargos (da parte não unânime) caso a matéria impugnada

disser respeito a um dos vários casos prefixados na Constituição Federal para

o cabimento deste recurso.

Desta maneira, os embargos serão manifestados na conformidade do

seu requisito, com respeito à parte do acórdão no qual o julgamento não foi por

maioria de votos.À parte unânime não pode ser embargada.Mas pode-se dela

recorrer, extraordinariamente, para o Supremo Tribunal Federal (STF), desde

que seja o caso de cabimento deste último recurso. A redação do artigo 499 § 1º e § 2º, do Código de processo Civil

Brasileiro, situa com bastante propriedade a questão da legitimidade para

interpor recursos.

Está, pois; na sucumbência, a pertinência subjetiva do recurso,

somente tendo direito a ele quem sofrer prejuízo, em face da decisão e,

portanto, reclama a reparação do gravame.

Então convém perscrutar: Há sucumbência? É o recorrente

prejudicado pela decisão? Se há, então ele é parte vencida no processo, e pois

existe pertinência subjetiva entre sua pessoa e aquele que a lei processual

concede o direito subjetivo de recorrer.

Dando continuidade ao raciocínio jurídico aqui desenvolvido o

Ministério Público é parte legítima para recorrer, naturalmente, quer como

parte, quando exerce o público, genérico e incondicionado direito de ação em

face da lei, quer como fiscal da lei, custos legis, o que acontecerá sempre que

a decisão causar gravame ao interesse representado pela pretensão que ele

deduziu em juízo. São exemplos disso:

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• ação para nulidade de casamento celebrado por autoridade

incompetente (artigo 208, parágrafo único, do Código Civil

Brasileiro);

• ação para interdição de incapazes (artigo 448,II do Código Civil

Brasileiro):

• ação para suspensão do pátrio poder (artigo 394, do Código

Civil Brasileiro), etc.

CONCLUINDO: O ministério Público tem legitimidade para recorrer

assim no processo em que é parte, como naquele que atuou como fiscal da lei,

como já dito a linhas atrás.

1.5 – INDEPENDÊNCIA DOS RECURSOS

Segundo ao artigo 500, do Código de Processo Civil Brasileiro, na

classificação doutrinária dos recursos, existem os autônomos e os que são

dependentes, os primeiros substituem, ou seja, visam a substituir o julgado por

si próprios, enquanto que os últimos antes supõem, necessariamente, a

existência dos primeiros.

Todavia,no que diz respeito à legitimidade subjetiva do recurso, todos

os recursos são independentes, pois cada parte interporá o que lhe competir,

independentemente do que possa ser interposto pela parte contrária.

Neste diapasão, mister se faz ressaltar as peculiaridades de um

determinado recurso previsto no mandamento da lei instrumental em

comento.Trata-se do recurso adesivo que não tem similar na legislação anterior

e que nos parece inspirado num salutar princípio de ecomonia processual.O tal

recurso aqui comentado poderá ser interposto por petição da qual constarão,

obrigatoriamente, os fundamentos fáticos e de direito que autorizam o pedido

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de nova decisão, ou de reforma do decisório conforme se trate de apelação,

embargos infringentes, recurso extraordinário e/ou recurso especial (artigo

500,II CPC). Não se deve, também, olvidar que, face a sua dependência ao

principal; se houver desistência do mesmo ou se ele (principal) for declarado

inadmissível e/ou julgado deserto (artigo 500, II CPC).E, por fim, o recurso

adesivo está sujeito as mesmas regras do recurso independente (condições de

admissibilidade e preparo – artigo 500 – parágrafo único CPC).

O recorrente segundo estatui o artigo 501, do CPC, poderá a qualquer

tempo desistir do recurso interposto sem anuência da outra parte.Ora, o artigo

em tela se complementa com o que se lhe segue relativamente a renúncia do

direito de recorrer, pois aqui cuida-se da desistência ao recurso interposto.

As partes tem o direito de livremente se conformarem com a decisão

judicial, ou, não se conformando, valerem-se dos meios legais de impugnação

para obter a sua reforma.

Trata-se de um direito irrecusável.Sendo assim, elas podem exercitá-lo,

depois, por motivos de conveniência própria, abandonar a idéia inicial,

desistindo do intento, dado que, assim como elas podem renunciar ao direito

de recorrer, também podem renunciar ao seu prosseguimento.

Com efeito, como ato unilateral que é; para sua validade de

desistência, não é necessário o consentimento do recorrido, tendo em vista que

se trata de um direito próprio e exclusivo do recorrente, do qual se utilizará

livremente, sem nenhuma restrição.

Renúncia ao recurso, segundo o artigo 502, do CPC, é a abdicação do

recurso, ou melhor, do direito de recorrer.É um ato, como já se disse; unilateral,

pode ser expressa ou tácita.Mas deixa de exercer simplesmente um direito,

não importa renunciá-lo, pois deve ser deduzida em razão das circunstancias

que a pressuponham claramente.

A renúncia ao recurso envolve o direito de recorrer e o direito ao seguimento do recurso, sendo caso de decadência e não de prescrição, uma

em que se perdem, ao mesmo tempo, dois direitos processuais.A renúncia não

é somente exercitável contra decisões definitivas, senão, também, contra

decisões interlocutórias impugnáveis.

Daí chega-se a seguinte ilação: Sendo a renúncia a um ato processual,

uma declaração de vontade de não se servir de um direito, ou faculdade

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processual, que assista ao renunciante, não há necessidade de aceitação da

parte contrária a quem só proveitos advirão com o despojamento voluntário do

direito ao recurso.

Então, dando um colorido todo especial a temática que está na

berlinda, pode-se afirmar que a renúncia pode ser total e/ou parcial.É total

quando envolve a totalidade das conclusões da sentença, e parcial quando

apenas toma por algo parte da mesma decisão.É vero que é vedado à parte,

depois de aceitar, expressa ou tacitamente, os efeitos do decisum, procure

impugná-lo através de recurso – artigo 503, do CPC.Entretanto,assinala o

parágrafo único, do artigo aqui dissecado e em evidência, que se reputa como

tendo havido aceitação tácita a prática sem reserva alguma, de um ato

incompatível com a vontade de recorrer

Prosseguindo: A parte que se julgar prejudicada deve desde já

manifestar sua insatisfação.Não o fazendo, perde o direito à manifestação do

meio de impugnação, tal como poderá. Se aceitar, expressamente, a

ordenação sentencial (contida na sentença), ou decisão.

São irrecorríveis os despachos de mero expediente, conforme dicção

do (artigo 504 CPC).Salta aos olhos de qualquer bom examinador que o

legislador infra-constitucional adotou e esposou o princípio da oralidade

concentrada.

A oralidade está intimamente ligada a um conjunto de princípios, um

dos quais a irrecorribilidade das decisões, ou melhor, dos despachos de mero

expediente, cuja finalidade precípua é evitar a cisão do processo ou a sua

interrupção contínua, mediante recursos, que devolvam ao Tribunal o

julgamento da decisão impugnada.Admitido tal procedimento, ou seja, que se

recorresse deste tipo de ato processual, estar-se-ia contribuindo cada vez mais

para o retardamento da prestação jurisdicional o que afetaria repita-se:Em

especial o princípio da economia processual e da celeridade dentre

outros.Logicamente, muito natural, portanto, e de muito bom tom; que se

excluam do âmbito recursal este tipo de despacho.

Compulsando-se, ainda, o nosso Código Buzaico; encontramos um

mandamento (artigo 505 CPC), que em apertada síntese, porém muito bem

redigido; por conseguinte, focaliza os casos recursais plenos ou parciais

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trazendo para a sua moldura o vetusto brocardo Tantum devoluntum quantum

apelatum que é de todo salutar. Assim sendo, os últimos (parciais) indicam a

existência de um litígio possível de ser fragmentado em várias questões

distintas, ou, então, a cumulação objetiva de pedidos.

Exemplo:Imaginemos que o autor de uma demanda deduz pretensão

de receber quantia certa que o réu resiste em dar, e faz cumular ao seu pedido

de restituição outro, destinado a ressarcir perdas e danos, resultante da

relutância da entrega.Em sentença final, o juiz reconhece a legitimidade da

exigência quanto a restituição mas denega a procedência ao pedido de perdas

e danos

1.6 – PRAZOS RECURSAIS

De forma e maneira bem simplória podemos conceituar prazos assim:O

prazo é o espaço de tempo necessário a que o ato processual fixado no tempo,

vale dizer,significa o instante em que se realiza o ato processual, assim como

exprime seu termo inicial e final, respectivamente, termos a quo = inicial e ad

quem = final.

Em razão do sistema de prazos do Código, os prazos processuais,

quando estabelecidos por lei, ou pelo juiz, são contínuos, não se

interrompendo.

O Código distinguiu os prazos entre dilatórios e peremptórios, sendo que os primeiros são aqueles que se deve transcorrer antes que possa realizar

qualquer ato processual, enquanto os últimos, também denominados finais e

preclusivos, são os que, no seu curso, indicam que se devem dentro deles

praticar certos atos processuais.Subdividem-se em peremptórios, prorrogáveis

cominatórios.

De acordo com o atual (artigo 507 CPC), interrompem-se os prazos

pelos seguintes eventos:falecimento das partes, falecimento de seu advogado,

motivo de força maior. A morte de qualquer das partes, de seu representante

ou procurador dá motivo à suspensão do processo.

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Mas para efeito de interromper o prazo recursal, somente a morte da

parte sucumbente é motivo para aplicação do (artigo 507 CPC).Justifica-se

pelo pressuposto fundamental do recurso, que é o prejuízo.A parte vencedora em nada foi prejudicada.Logo, é ilegítima para recorrer.Se morre, o fato é

relevante para o processo, mas não para o recurso, que de forma alguma não

lhe seria dado.

O mesmo, se a morte for do advogado do vencido e ele não tiver mais

de um.A força maior a que se refere o código é a transindividual, a que influi na

vida de todas as partes, ou mesmo das partes e dos juízes.O prazo é restituído

em proveito da parte, no caso de morte de seu advogado, ou em razão da

ocorrência de motivo de força maior.Os prazos são estabelecidos segundo os

critérios próprios de cada recurso.O (artigo 508 CPC) é taxativo no sentido de

que há prazo comum para interposição e resposta que é de (15-dias) nos

casos de (apelação, embargos infringentes ,recurso ordinário, recurso especial

e recurso extraordinário e nos embargos de divergência).Já o (artigo 509 CPC)

trata dos efeitos do recurso interposto por um litisconsorte.É questão que

merece que se teça alguns comentários.Então vamos a eles:

A cumulação ou reunião de processos é objetiva quando várias lides ou

pretensões são agrupadas em simultaneus processus , haja vista, terem os

mesmos sujeitos embora diversas lides ligadas pela conexão, é subjetiva

quando as lides cumuladas possuem sujeitos diferentes.Por conseguinte, na

cumulação subjetiva cumulam-se pessoas e pedidos

O codex dos dias hodiernos não expressa quais as relações que

devem existir entre os liticonsortes, entre si, e com a parte contrária, no caso

do litisconsórcio unitário, regulando efeitos dos atos de cada qual, de modo a

evitar a quebra da homogeneidade na decisão da lide.

Em doutrina, o recurso interposto pelo litisconsorte com interesse

comum ao interponente do recurso principal é o que constitui o recurso

adesivo, notadamente no campo da apelação.

O fundamento do recurso do litisconsorte é o gravame e tem utilidade

porque, através dele, o apelante adesivo, obtém as vantagens da apelação

interposta pelo litisconsorte, no tocante às partes da sentença sobre que lhe

assiste um interesse em comum, inspirado por uma das causas nas quais se

faculta a instituição da cumulação subjetiva, ou então, nas demais, em que a

20

instituição é obrigatória, por lei, ou em função da natureza da relação jurídica

controvertida.

O código adotou, no (artigo 510 CPC), o sistema de atribuir, em razão

das pessoas que interferem na realização dos atos processuais, ao escrivão ou

chefe de secretaria, com exclusividade, certos atos do processo.É certo, que

em doutrina, quanto à classificação dos atos processuais, eles se agrupam em

duas grandes classes a saber: Atos do juiz e atos das partes.Por conseguinte,

transitado em julgado o acórdão, é da responsabilidade do escrivão, ou

secretário do Tribunal, promover a baixa dos autos ao juízo de origem,

dispondo, para isso, do prazo de cinco dias.

A lei de ritos vigente tomou essa orientação, em primeiro lugar, tendo

em vista que o vencedor jamais poderia assumir o ônus de baixar autos nos

quais ele não sucumbira; em segundo lugar; porque o vencido, a não ser se

houvesse uma reformulação completa no sistema punitivo do Código, jamais

tomaria tal iniciativa, o que já se demonstrava pela prática, sob a égide do

código anterior; e finalmente, em terceiro lugar, porque todos os recursos

interpostos da jurisdição de primeiro grau para o segundo grau, no preparo do

recurso estão incluídas as despesas com o porte de retorno dos autos.A

Fazenda pública não será obrigada a preparar os recursos por ela interpostos,

o mesmo ocorrendo com o Ministério público.assim, contra ambos não há pena

de deserção, como é óbvio.

Deve-se ao fato de que as despesas dos atos processuais, efetuados

requerimento do Ministério Público, ficarão à sucumbência do derrotado, isto é,

correção por conta do vencido, para serem pagos ao final.

Não dependendo de preparo, os autos subirão tão logo assim o ordene

o juiz, ou o relator.O (artigo 512 CPC) trata a função do julgador do Tribunal.À

vista do exposto, a de substituir a sentença ou a decisão interlocutória

recorrida, no que tiver sido objeto do recurso.

Por conseguinte, a decisão do juízo ad quem ainda que confirme a

sentença ou a decisão recorrida, é a única sentença que decide a causa, ou

soluciona o incidente processual. No caso de apelação parcial, por exemplo, o

julgamento do segundo grau de jurisdição confunde-se com o do primeiro grau,

para o efeito de entregar a prestação jurisdicional solicitada.

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O acórdão subsistirá a sentença apelada, ou a decisão agravada, no

que tiver sido objeto do recurso.O essencial é que o acórdão dever ser

entendido como o pronunciamento do juízo superior com respeito à matéria,

objeto do recurso.Mantida a sentença recorrida, confirma-se o julgamento do

juízo inferior, mas o decisum valerá em função da característica que lhe dá o

acórdão.

Reformada, se total a extensão do recurso, considera-se que a

pretensão jurisdicional, ou a solução da questão incidente do processo, foi

deferida em razão do julgamento de segunda instância.

A distinção é essencial, na medida do que representa para a justa

composição da lide, que é a causa finalis do processo.

A justa composição da lide é formulada através de sentença definitiva,

mais o fato do decisum ter sido proferido não vem a significar, por si só, que a

prestação jurisdicional, débito do Estado para com seus cidadãos, foi realmente

deferida, em favor de quem a norma concreta indicou.desde que o recurso

pode sustar a fluência dos efeitos executórios do julgado, desde que seja

interposto, o conhecimento da lide é devolvido para o juízo competente; para

um grau hierarquicamente superior ao que a proferiu, se o meio de impugnação

não permitiu a retratação, para o mesmo juízo, caso esse meio enseje ao juízo

que deu a sentença, modificá-la, quando provocado.

Por esse motivo, se diz nesse caso que há reiteração do processo, o

efeito reiteração é impedir a coisa julgada formal.Através dela o juiz

competente verificará se há error in procedendo ou error in judicando, isto é, se

a sentença está regularmente lançada dentro da regularidade formal a que

guardou o procedimento, e se ela é justa compreende-se, como tal, adequada

interpretação do thema probandum, e a exata aplicação da vontade da lei, ao

caso concreto.

O mesmo não ocorre com as sentenças terminativas, nem com as

decisões relevantes.Nas primeiras, o juiz não examinou a legalidade da

pretensão do autor ou a resistência do réu, simplesmente, verificou existir uma

causa que impediu ao exame de mérito, sendo assim, deu fim ao processo,

sem promover se quer a abordagem da questão meritória.Logo, não houve

entrega de prestação jurisdicional alguma. Por isso, não há que se falar em res

judicata, se a sentença terminativa não for impugnada em tempo oportuno.

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O resultado da impugnação é outro bem diferente, apenas impede que

se forma a preclusão.Finalmente, quando se tratar de decisão relevante, ou

seja, aquela que tenha solucionado uma questão incidente no processo, a

parte prejudicada interporá o recurso compatível.O efeito, como é claro; será a

devolução ao juízo ad quem.

No recurso retratativo do conhecimento observamos o agravo de

instrumento.Atendida que seja a impugnação, e rescindido o ato decisório, o

processo retorna ao status quo ante , em virtude do erro que nela se continha.

Com isto, a preclusão que ficara em suspenso desaparece de todo ou,

se consolidará em recurso, não merecendo provimento, ou não for

conhecido.Exposto, portanto, os efeitos e o significado do efeito devolutivo,

com respeito à sentença definitiva e terminativa e ao interlocutório

agravável.Passemos agora ao estudo das figuras recursais.

23

CAPÍTULO III

DAS ESPÉCIES DE RECURSOS

1.1 – APELAÇÃO

A apelação, palavra correspondente à latina apellatio, composta da

preposição ad e do verbo primitivo e desusado, pellare, em fora do juízo e tal

como o vocábulo recurso várias significações.Assim, sendo o uso comum ou

no sentido amplo, significa:chamar, denominar,nomear etc..,mas o vocábulo

jurídico, e impropriamente, toma-se por, interpelação, chamar alguém a juízo.

No direito brasileiro, ela apareceu em consequência das “Ordenações

Afonsinas e das ordenações do Reino”, que se seguiram.Com o advento do

Regulamento 737, de novembro de 1850 (artigos 639/664), incorporou-se na

nossa legislação processual.

Permitindo a Constituição federal de 1891 que os estados legislassem

sobre matéria processual, cada unidade da Federação adotou o seu código de

processo.Finalmente, e também, felizmente; houve a unificação, acabando com

os entraves que aquele sistema trazia incrustado no seu arcabouço.

O prazo para a interposição do recurso de apelação é o que consta do

(artigo 508 do Código de processo Civil Brasileiro), ou seja, (15 – quinze dias),

contados na conformidade do (artigo 506) do mesmo legal aqui preconizado,

segundo a natureza da sentença impugnada.Desta feita, o prazo para sua

interposição conta-se:

A)da data da leitura da sentença em audiência se, se tratar de decisão

definitiva, proferida em processo, no qual se realizou a audiência de instrução e

julgamento para a tomada de provas;

B)da data da intimação às partes, quando a sentença não foi proferida

em audiência, ou porque se tratava de processo, mas nas duas formas

(conhecimento e cautelar) no qual fez o julgamento antecipado da lide

conforme o estado da causa, ou então. Por ter sido proferida uma sentença

terminativa.O prazo para interposição correrá sempre em cartório.É ali que a

petição deve ser apresentada, para ser devidamente protocolada ressalvada é

24

claro a hipótese do (artigo 525 CPC) de acordo com a previsão expressa do

(parágrafo único do artigo 506 CPC).Mesmo que o juiz já tenha despachado

em mãos, a apelação, deve se tomar todo o cuidado, exigindo-se, ao mesmo

tempo, que o cartório faça o registro da data da apresentação no livro do

protocolo, ou em outro que for adquirido para esse fim.

Interposta a apelação (artigo 513 C/C artigo 267 C/C artigo 269 CPC),

o juiz declarará os efeitos em que a recebe (artigo 518 CPC).O primeiro deles é

o devolutivo, se é essencial e característico de toda apelação, na medida em

que realiza o duplo grau de jurisdição, já o suspensivo não é tanto, podendo

existir apelação sem efeito.

Decorre do exposto que se o juiz receber a apelação sem lhe declarar

os efeitos, partindo-se do princípio pela qual é da índole do recurso duplicidade

de efeitos, só não havendo o suspensivo a lei, expressamente o excluir, então

conclui-se que, não há exclusão, a apelação certamente possui ambos os

efeitos, ou seja, devolutivo e suspensivo.Acrescente-se, ainda, que recebida a

apelação em ambos os efeitos, fica suspensa a atividade do juiz no proceso.

Mas conforme já se verificou, além de declarar sob quais efeitos a

recebe, deve o juiz mandar dar vista dos autos ao apelado (artigo 518 segunda

parte CPC).Entretanto, cabe aqui e agora, fazer uma ressalva:O juiz pode não

receber a apelação caso ocorra aquelas situações com previsibilidade no

(artigo 518 § 1º), ou seja, “não cabimento da apelação quando a sentença

estiver em conformidade com a súmula do Superior Tribunal de justiça ou do

Supremo Tribunal Federal”.

Então, podemos concluir com muita facilidade, que a norma

instrumental insere um novo pressuposto recursal para fins de admissão do

recurso de apelação.Aliás, por se falar nisso, o que pretende a norma é tão

somente que na apelação não se discuta problemas de cunho jurídico que não

estejam inseridos no contexto sumulado pelos Colendos Tribunais

(STJ/STF).Pois que, se estiverem inseridos, certamente, dará azo a rejeição da

apelação pelo juiz de primeiro grau de jurisdição.

No meu sentir a norma em comento dá amplos e irretorquíveis poderes

ao juiz de primeiro grau de jurisdição.É preciso ter bastante equilíbrio, e bom

senso na aplicabilidade do mandamento em comento.Pois que, cada caso a

ser apreciado tem suas peculiaridades muito bem definidas juridicamente

25

falando.Portanto, cabe ao (Estado-Juiz), analisar a questão posta em debate

no recurso a ele submetido para que não cometa teratologias jurídicas

passíveis de severa reprimenda pelos órgão superiores.E para finalizar, toda a

imposição, seja ela revestida de cunho legal ou não, geralmente, traz a

sensação de “ditadura legal e/ou ilegal ” com outorga de lei suprema ou não o

que não é bom pois que “vincula” o juiz de uma certa forma e retira a principal

essência do direito que é a inexatidão.

Somente á guisa de informação e para fins comparativos, imagine-se,

se não houvesse alguém que vislumbrasse a relativização da coisa julgada

para alguns casos específicos, como por exemplo, o pai que reconheceu filho,

e depois de longos anos,descobre que não é o pai biológico.

Então, repito, mais uma vez; que vinculações a decisões seja de

instância inferior e/ou superior, não é nada democrático, pois que, é conduta

paradoxal ao livre convencimento do juiz e consequentemente ao seu

discricionarismo e ao estado democrático de direito em que vivemos, pelo

menos é o que pressupomos.Mas pior do que isso, há outros exemplos mais

teratológicos que inclusive fere o direito de se questionar perante o judiciário

seja em sede de ação cognitiva (ex: artigo 285 – A § 1º e § 2º CPC), e/ou de

recebimento de apelo como é o caso do (artigo 518 § 1º CPC) e ainda, tantos

outros existentes por aí (artigo 557 CPC) que dá superpoderes a um único

homem (julgador).

CONCLUINDO:Assim sendo, para o caso de inadmissão da apelação,

em especial, o do caso aqui esgrimado (artigo 518 § 1º CPC),tal decisão

desafia a interposição de agravo de instrumento (artigo 522 caput CPC), onde

deverá ser demonstrado a inaplicabilidade da súmula no caso concreto e/ou a

necessidade da revisão no entendimento nela exposto.E, por fim, cabe

enfatizar, que o agravo de instrumento não pode ser usado como sucedâneo

da apelação não admitida, pois que sua função primígena é, demonstrar e

comprovar a inaplicabilidade da súmula pela sua inadequação ao caso

concreto ou que a mesma deve ser revista.

O prazo à disposição do apelado para tal cometimento (dar vista ao

apelado) é de (15-dias – artigo 508 CPC).Referido prazo corre, também, em

26

cartório, mas assim como o apelante pode conduzir sua postulação para

despacho do juiz, e depois, entregá-lo em cartório, o apelado poderá fazer o

mesmo.

A fazenda Pública não tem o direito do prazo em dobro para

responder.É certo que alguns julgadores facultam, literalmente, o uso do prazo

em dobro, pelo representante judicial ou fiscal do Estado para impugnação dos

recursos.Mas essa concessão não se autoriza em face da lei (artigo 188 CPC)

até porque o que a lei autoriza é prazo em quádruplo para contestar e em

dobro para recorrer.

Compete, ainda, ao apelante; efetuar o preparo do recurso, inclusive

depositando quantias equivalentes ao pagamento do porte de retorno dos

autos, após o julgamento do recurso, sob pena de deserção (artigo 511 CPC §

2º), ressalvado, a exceção do (§ 1º) do mesmo mandamento que isentam as

pessoa ali arroladas de pagamento de preparo, e ainda, aqueles que estão

acobertados pela gratuidade de justiça (artigo 4º da lei 1.060/50).

A lei processual civil dá uma chance aqueles que por qualquer motivo,

em regra erro material, não recolhe o valor correto tornado-o insuficiente, o juiz

o intimará para que no prazo de (5-dias) complemente o valor sob pena de

deserção (artigo 511 § 2º CPC).Então, via de regra deve-se logo recolher todo

o valor até porque se vencido o prazo acima citado sem que se tenha efetuado

a complementação, estará o recurso interposto automaticamente deserto.

Salvo, ainda, motivo relevantíssimo como por exemplo o processo que

é patrocinado por um único causídico e que o mesmo por qualquer aziago da

vida venha a morrer, ou a ficar gravemente enfermo ou por qualquer outro

motivo relevante que o impeça de cumprir o seu munus advocatício, em

específico, o cumprimento da ordem judicial de complementação de preparo;

entendo ser cabível a arguição de injusto impedimento pela parte prejudicada e

comprovada tal situação deverá o juiz conceder novo prazo e tal decisão será

irrecorrível cabendo ao Tribunal competente apreciar a legitimidade (artigo 519

parágrafo único CPC).E, apenas, para finalizar; a deserção é automática

operando-se simplesmente com o decurso do prazo.

Recebida a apelação, em ambos os efeitos, o juiz não poderá inovar no

processo (artigo 521 CPC).Mas seja dito que a função esgotada é a função

judicante, de modo que uma vez proferido o julgado, o magistrado não poderá

27

mais, alterar a situação jurídica estabelecida pelo seu decisum. Sendo

induvidoso que recebida somente no efeito devolutivo poderá o apelado

promover desde logo a execução provisória extraindo a respectiva carta de

sentença (artigo 521 segunda parte CPC).Cabe, também, citar aqui e agora,

um detalhe importante imposto pela lei processual vigente no Brasil, qual seja;

“que a apelação somente será recebida no efeito devolutivo” naqueles casos

previstos no (artigo 520,I,II,III,IV,V,VI e VII CPC).

Deve-se também salientar que, é na apelação que se devolve o

conteúdo da matéria impugnada (artigo 515 § § 1º ,2º a 4º C/C artigo 516 e

517 todos do CPC) é a aplicação do Princípio tantum devoluntum quantum

apellatum com as suas peculiaridades.

1.2 – AGRAVO DE INSTRUMENTO

Este é o recurso admitido contra as chamadas decisões interlocutórias,

contidas no (artigo 162, § 2º) do Código de processo Civil, vale dizer, um dos

atos que pode podem ser particados pelo juiz.É neste recurso que se verifica o

juízo de retração se acaso o juízo assim o entender reconsiderando o seu

despacho não existindo nada na legislação vigente que o impeça de tomar tal

atitude.

Pois bem, examinando-se o Código de processo Civil Brasileiro, vê-se

com uma clareza solar que existem dois tipos de agravo.Um, na forma retida, e

outro, de instrumento (artigo 522 CPC).

Na modalidade de agravo retido, que é a regra admitida pela lei

brasileira, por exemplo, quando indeferida em audiência a oitiva de uma

testemunha a parte prejudicada deve na mesma ora protestar por cerceamento

de defesa e pedir que as suas razões fiquem consignada em ata (artigo 523 §

3º CPC) sob pena de não o fazendo ficar preclusa tal oportunidade não

podendo mais ser arguível posteriormente tal situação sendo inaplicável a

regra de (10-dias) contida no (artigo 523 CPC).Daí,a importância extremada

para esta oportunidade que surge num determinado momento processual

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(audiência) ou em qualquer estágio do processo onde se constate qualquer

ofensa a direitos (despacho saneador) onde se resolve inclusive questões

incidentes sendo cabível e obrigatório o prazo de (10-dias).

No caso de interposição de agravo retido, é de ressaltar que, o mesmo

não depende de preparo (artigo 522 parágrafo único CPC), e ainda, que em

sede de apelação,caso o agravante se sinta prejudicado com a decisão

incidental que deu origem ao agravo retido, deve ele em preliminar suscitar no

corpo do recurso principal (apelação – artigo 523) que o tribunal dele

conheça.Se acaso o agravante não fizer isso dele o tribunal não conhecerá (§

1º artigo 523 CPC).E a lei exige tal condição sine qua non exatamente para

que se evite a preclusão da matéria que se quer ver apreciada pelo órgão

superior.

Vale lembrar também, que existe decisões cuja impugnação não

preclui que se não recorridas não geram tato prejuízo assim (ex:decisões que

extinguem o processo sem julgamento do mérito condições da ação e/ou

pressupostos processuais).O prazo para sua interposição e resposta é de (10-

dias – artigo 522 CPC) sendo possível quando o juiz verificar a possibilidade de

retratação conceder prazo de (10-dias) ao agravado (artigo 523 § 2º CPC)

para se manifestar.Mas se assim não entender, pode o juiz dispensar a oitiva

da parte agravada.Entretanto, entendo que em homenagem ao princípio do

contraditório e da ampla defesa com os meios e recursos a ela inerentes é de

bom alvitre conceder prazo a parte agravada para que se manifeste sobre as

razões recursais e pela mesma razão rejeito o entendimento de que deve-se

arguir logo em audiência a irregularidade ou ilegalidade cometida pelo juiz de

primeiro grau de jurisdição estando e sendo a parte afetada pela decisão

obrigada logo a oferecer sua impugnação oralmente a título de agravo retido.

Diferentemente, do agravo retido; é o agravo de instrumento.Ora, tudo

vai depender do nível e grau de prejudicialidade da decisão dada tanto a nível

de primeiro grau de jurisdição quanto a nível de segundo grau de jurisdição.Explica-se:O advogado da parte é quem vai decidir qual o melhor

meio a ser utilizado dependendo dos interesses que estão em jogo no processo

e ainda da urgência e premência em obter um determinado provimento (ex:

pedido de tutela antecipada, produção de determinada prova etc..).

29

Então, se tratar de pleito de uma medida de urgência como por

(ex:exclusão do nome do SPC) pleiteado no bojo da ação principal a título de

tutela antecipatória e denegado é claro que o melhor caminho e que atende as

necessidades da parte prejudicada é o agravo de instrumento que pode

inclusive nele ser pleiteado o efeito suspensivo já que tal efeito não é da índole

processual de tal recurso face a gravidade da situação apresentada ao

juidiciário, inclusive, com a reiteração do pedido de tutela antecipada (artigo

527, III).

Aliás, falando-se em diferenças, várias aqui podemos citar:O agravo

retido é interposto para quem proferiu a decisão agravada sendo escorreito

asseverar que as situações abaixo relacionadas e previstas em lei não ocorrem

no agravo retido, exceto, o juízo de retratação.Já, o agravo de instrumento

deve ser protocolizado no Tribunal competente com os requisitos que a lex

processual lhe impõe (artigo 524 CPC,I,II,III) via de regra, pois que, quando

interposto em segunda instância vai para o mesmo Tribunal mais para a

apreciação, salvo melhor juízo, de outro órgão Superior (ex:recurso Especial e

Recurso extraordinário) não recebidos cabe agravo de instrumento para o

(STJ/STF).Outra diferença, é a obrigatoriedade de determinadas peças

essenciais e outras facultativas para formação do traslado (artigo 525,I,II CPC)

mais o preparo inclusive do porte de retorno dos autos sendo ainda possível

postar o tal recurso pelo correio (artigo 5250 § 1º e § 2º CPC).

Outra providência importante e obrigatória a ser tomada pelo

agravante, é aquela prevista no (artigo 526 e seu parágrafo único CPC), sob

pena de inadmissibilidade do recurso. O relator ao receber no Tribunal o

agravo de instrumento com os seus superpoderes pode indeferir in limine o

agravo de instrumento (artigo 527 CPC) nos casos previstos em lei (artigo 557

CPC). Pode, também se entender, converter o agravo de instrumento em

agravo retido e por fim pode atribuir efeito suspensivo ao agravo de

instrumento, requisitar informações; intimar o agravado para resposta do

agravo, e ocorridas e ultimadas as previsões dos (incisos II e III do artigo 527)

mandará ouvir o representante do Parquet (artigo 527 I a VII CPC). E por fim,

caso converta o agravo de instrumento em agravo retido ou defira liminar sua

decisão só é passível de reforma no momento do julgamento do agravo,

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ressalvado a reconsideração do próprio prolator (artigo 527 parágrafo único

CPC).E, por derradeiro, se acaso houver, no prazo para prestação de

informações (artigo 527, IV CPC) concedido ao juiz de primeiro grau de

jurisdição reforma integral da decisão agravada, prejudicado ficará o recurso de

agravo de instrumento evidentemente por falta de objeto (artigo 529) com o

prosseguimento normal do processo.

É sempre bom lembrar, até porque nunca é demais bater em

determinadas teclas, que não se deve confundir a nomenclatura de agravo de

instrumento.E isso pelas seguintes razões:Os agravos previstos no (artigo 557,

§ 1º, do CPC, ou no artigo 4º da lei 4.348/64), que muito embora tenha a

mesma nomenclatura jurídica da figura aqui em tela (agravo de instrumento) e

até mesmo guardem alguma similitude funcional com o agravo de instrumento,

não se regem pelas mesmas regras procedimentais do agravo de instrumento

ora examinado e se quer podem ser confundidos os (agravos) acima aludidos

com o recurso de (agravo de instrumento – artigo 523 CPC).

CONCLUINDO : Em síntese, todo recurso pressupõe necessariamente,

a existência do efeito devolutivo mediante o qual entrega e leva ao

conhecimento do juízo ad quem o conhecimento da matéria impugnada.

Esse efeito em se tratando de sentença definitiva, impede que as suas

conclusões transitem em julgado e, em se cuidando de sentença terminativa,

impede que sobre a questão decidida recaia a blindagem da

preclusão.Mas, impede que a parte vitoriosa possa usufruir, de imediato, as

consequências do que lhe foi desfavorável, somente quando o recurso possui

efeito suspensivo, resulta que as condições da sentença impugnada não

produzirão de imediato os seus efeitos, nem se operará a preclusão, pois a

relação processual permanece íntegra para se reabrir o processo no caso de

ser recurso provido.

1.3 - EMBARGOS INFRINGENTES

Os embargos infringentes estão, como qualquer outro recurso, previsto

expressamente na legislação processual civil pátria (artigo 530 CPC).Trata-se

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de um “remédio” processual, com o escopo de fazer valer o itento daquele que

se julga prejudicado pelo julgamento proferio pelo Tribunal.

De plena harmonia com o que estatuí o (artigo 530 CPC), serão admitidos quando não for unânime o julgamento proferido em apelação e ação

rescisória. Não se trata aqui de classificação exemplificativa, mas, a contrário

sensu, taxativa.Portanto, numeros clausus.

Seu prazo de interposição é de (15-dias – artigo 508 CPC) sendo o mesmo para a sua resposta.Via de regra, serão admitidos somente no segundo

grau de jurisdição.Isto porque, consoante a gênese da sistemática recursal, o

juízo de primeiro grau de jurisdição é monocrático.assim, infere-se da letra do

artigo em epígrafe, ao falar em “unanimidade” , que se encontra um juízo

colegiado e, portanto, de segundo grau.

No mais, toda a sua estruturação, bem como sua aplicabilidade estão descritas no já citado (artigo 530 CPC) e seguintes do Código de

processo Civil (artigos 532 usque 534).

Epílogo:Dando um alinhavada final não é incorreto dizer que:Os embargos infringentes têm um efeito devolutivo restrito.Pois que, o campo que

permite a devolução adstringe-se exatamente a extensão da divergência

focada no bojo da peça recursal.Não pode o examinador pela via dos

embargos infringentes examinar questões fora de seu âmbito jurídico e

permitido pela legislação vigente.Esta é a regra.Mas como toda ela comporta

exceção, pode o Tribunal sair fora do contexto legal toda vez que se

tratar de matéria de ordem pública, que compita ao Tribunal conhecer de ofício

em qualquer tempo e/ou grau de jurisdição ocasião em que ocorre o chamado

efeito translativo. É, também, importante, chamar a atenção para a redação do

(artigo 498 CPC) que diz quando o acórdão contiver julgamento por maioria e

julgamento unânime esse prazo servirá exclusivamente para a interposição dos

embargos infringentes, uma vez, que a lei diz que sobrestado ficará o prazo

para a interposição do Recurso Especial e Recurso Extraordinário

relativamente a parte unânime até que se saiba o resultado proferido nos

embargos infringentes.E, se acaso não for interposto embargos infringentes, o

prazo relativo a parte unânime terá como dies a quo aquele em transitar em

julgado a decisão por maioria de votos (artigo 498, parágrafo único CPC)

32

1.4 – EMBARGOS DE DECLARAÇÃO

Diz a lei que ao publicar a sentença de mérito, o juiz cumpre e acata

seu ofício jurisdicional, de modo que não lhe será dado mais a faculdade de se

pronunciar no processo. É certo que o (artigo 463,I,II CPC) permite ao juiz

alterar o julgamento para lhe corrigir, de ofício, ou a requerimento da parte, as

inexatidões materiais ou lhe retificar os erros de cálculos, porém, isso não

significa que o juiz julgou novamente a lide.Não, absolutamente não.Todavia, o

mesmo artigo assinala que, por meio de embargos de declaração, o juiz poderá

alterar a sua sentença definitiva. Isso, contudo, não exprime dizer que o

magistrado, por meio desse recurso, mudará a sentença, o sentido de seu

julgado.A alteração resultante dos embargos está adstrita aos casos de seu

cabimento (artigo 535,I,II CPC) onde há previsibilidade da obscuridade,

contradição ou omissão na sentença ou no acórdão sendo certo asseverar que

os embargos declaratórios são cabíveis seja qual for o vício contra qualquer

deliberação judicial.De modo que, através deles, o que se obtém é o

esclarecimento suscitado pela sentença obscura ou contraditória, ou então, o

suprimento da omissão verificada de um ponto da causa, sobre o qual o juiz

deveria ter se pronunciado no decisum.

Defeso, porém, será a pretexto da impetração do embargo declaratório, pedir a parte recorrente ao juiz que inove no feito, assim como o

magistrado alterar as conclusões do julgado (artigo 535,I,II CPC).

Diz-se que há omissão na sentença quando o juiz deixa de considerar um ponto sobre o qual deveria se pronunciar, como por exemplo,

deixar de condenar o vencido a pagar custas e honorários advocatícios,

quando é sabido, pelo princípio da sucumbência, são forçosamente impostas

ao vencido.

O prazo para a interposição dos embargos contar-se-á da data da leitura da sentença em audiência e, por acaso , se presente se encontrava o

advogado do embargante, ou, embora, não estando presente, já havia sido

previamente intimado de sua realização (artigo 506 C/C artigo 242

CPC).Observar-se-á, na contagem do prazo o que preceitua o (artigo 184

33

CPC).No caso de julgamento antecipado da lide, conforme o estado da causa,

ou da extinção do processo, conta-se o prazo da data da intimação da

sentença ao advogado do embargante cabendo ressaltar o seu prazo

estipulado no (artigo 536 CPC) que é de 05 (cinco) dias.

Os embargos declaratórios não estão sujeitos a preparo, é o que consigna a parte final do (artigo 536 CPC).Andou bem o legislador infra-

constitucional nesta parte.Justifica-se pelo fato de se tratar de um recurso

unilateral, que em tese, não admite a resposta da outra parte, o que significa

que um mínimo de termos processuais são lavrados entre sua propositura e o

julgamento, feito por parte do magistrado.Isso equivale dizer que não há que se

pagar aquelas custas inerentes ao recurso .Entretanto, faço um adendo do

seguinte teor quanto ao direito de resposta: A Carta Política da república

Federativa do Brasil de 1988, assegura o direito a qualquer cidadão da ampla

defesa e do contraditório com os meios e recursos a ela inerentes.

Não se pode negar que quando os embargos retrata questões que

não possuem efeitos infringentes isso por si só não altera o julgado.Mas,

quando por exemplo o juiz deixar de apreciar um pedido de danos morais no

valor de (R$ 20.000,00 – vinte mil reais) e ao julgar os embargos conhecendo-o

porque tempestivo e preenchidos os seus pressupostos, e ainda, lhe dá

provimento, acolhendo a pretensão autoral do embargante no valor postulado,

certamente, o julgado é modificado na sua substância (mérito) porque deferido

um pedido não apreciado anteriormente.Então, é evidente que deve-se dar

vista ao embargado para que o mesmo possa exercer o seu sagrado direito de

manifestação que no meu sentir gera nulidade que pode ser arguível inclusive

em preliminar em sede de recurso principal (apelação).

1.5 – RECURSO ORDINÁRIO

13.Agora, passo a discorrer sobre o recurso ordinário.Este recurso, não

se pode negar, e com toda a certeza jurídica, faz as vezes, pelo menos em

tese; da apelação.Sua previsibilidade é de cunho eminentemente constituendo,

pois que, assinalado está no (artigo 102, II CF), donde o seu cabimento é ali

34

tracejado, inclusive, com indicação dos órgãos competentes para recebê-lo e

julgá-lo (Supremo Tribunal Federal ou Superior Tribunal de Justiça) devendo

ter-se em conta os ditames do (artigo 539,I,II, Alínea A, B – parágrafo único do

CPC) que complementam a norma constitucional.

De acordo com a previsão da lei Ápice (artigo 102,II CF) ele é cabível para o (Supremo Tribunal federal em matéria cível no que pertine, ou

seja, do julgamento de (mandado se segurança, habeas data e mandado de

injunção) decididos em única instância por Tribunais superiores (2º instância)

quando a decisão for denegatória, sendo certo, ainda que, não se pode

descartar, inclusive, o seu cabimento quando houver decisão do feito sem

exame meritório.

Deve-se, atentar, para o fato de que, também é cabível o recurso

ordinário para o (STJ – artigo 105,II) da Carta Política da República Federativa

do Brasil de 1988, naqueles casos, isto é, de julgamento de mandamus

decidido em única instância pelos (Tribunais Regionais Federais,Tribunais dos

Estados,inclusive, do Distrito Federal, dos Territórios), quando denegatória a

decisão do mandado de segurança (artigo 105, III CF).

Cumpre, ainda, dar um retoque especial, na questão de julgamentos, sentença exaradas por juiz federal, quando envolvam aqueles

entes (pessoas jurídicas) que a lei qualifica (artigo 105,II, Alínea C

CF).Entretanto, com relação aos decisórios interlocutórios o recurso cabível na

espécie é o agravo de instrumento (artigo 539 CPC – parágrafo único),

devendo se ter em mente, também, que o mandamento ora citado deve ser

conjugado com os ditames do (artigo 522) e seguintes do Código de Processo

Civil que são de ordem cogente vez que especificam os requisitos

indispensáveis a interposição do mesmo.

No que atine aos seus efeitos, pode-se asseverar que segundo a

dicção do (artigo 540 CPC), atribuir-se-á de forma subsidiária os efeitos da

apelação, vez que sua redação diz: “Aos recursos mencionados no artigo

anterior aplica-se, quanto aos requisitos de admissibilidade e ao procedimento

no juízo de origem, o disposto no capítulo II e III deste Título...” E, por fim, não

se pode desprezar também o que dispõem os regimentos internos do (STF e

STJ).

35

No meu sentir, quando o legislador ordinário fez tal previsão analógica

equiparando o (recurso ordinário à apelação), é porque teve lacuna legal, a

nível de ritualística processual do Recurso ordinário, quero dizer, não houve

nos artigos antecedentes que regulamentam a interposição de tal recurso no

Código de Processo Civil, de forma clara e convincente, a especificação do iter

a ser seguido a nível procedimental (prazo,preparo,efeitos etc) requisitos estes

que fazem parte da pré-avaliação de sua admissibilidade.

Vale dizer que, já que estamos falando pelo menos em tese em

analogia, mesmo que não houvesse a previsão (genérica) contida no (artigo

540 CPC), poder-se-ia dizer com toda a tranquilidade que aplicável a espécie o

contido no (artigo 126 CPC) “ O juiz não se exime de sentenciar ou despachar

alegando lacuna ou obscuridade da lei.No julgamento da lide caber-lhe-á

aplicar as normas legais; não as havendo, recorrerá à analogia, aos costumes

e aos princípios gerais de direito.” e mais:vale observar a prescrição legal do

(artigo 335 CPC) cuja redação assim está redigida: “Em falta de normas

jurídicas particulares, o juiz aplicará as regras da experiência comum

subministradas pela observação do que ordinariamente acontece e ainda as

regras da experiência técnica, ressalvado, quanto a esta, o exame pericial.

Tudo, certamente, consoante ao que estatui o (Decreto – lei nº. 4.657,

de 04 de setembro de 1942 – Lei de Introdução ao Código Civil Brasileiro) no

seu (artigo 4º) que ressalta a aplicabilidade do princípio analógico.

E, para concluir, a lermos o (artigo 540 CPC), o rito a ser tomado para

fins de processamento do recurso ordinário é o mesmo que segue a apelação

com a complementação do (artigo 247 do RISTJ) e ainda, o (artigo 33 e demais

da lex Especialis nº. 8.038/90).No caso de admissão do recurso será dado vista

ao representante do Ministério Público no prazo de cinco dias (artigo 35, caput,

da lei 8.038/90) e (artigo 248, caput, do RISTJ, após, serão os autos conclusos

ao relator (artigo 35, parágrafo único da lei 8.038/90 C/C artigo 248, parágrafo

único do RISTJ).

36

1.6 - RECURSO ESPECIAL E RECURSO EXTRAORDINÁRIO

De início, mister se faz ressaltar que a lei Mor (artigo 102,III, Alíneas

a,b,c e d e seus parágrafos) e (artigo 105,III, Alíneas a,b,c), complementada

pela Lei de Ritos (artigos 541 a 546), e ainda; por seus Regimentos Internos

traçam todo o seu inter processual com os seus elementares e indispensáveis

requisitos de admissibilidade.Não é tarefa fácil, falar de tais recursos.Mais

tentar-se-á trazer aqui neste singelo trabalho o esboço dos requisitos

fundamentais para a interposição de tais recursos.Portanto, vamos a eles:

É sempre sombra de qualquer dúvida, a Constituição da república

Federativa do Brasil de 1988,que nos seus artigos ora citados, indicam da

admissibilidade ou não de tais recursos.Ela, também, atribui a competência

para processar e julgar tais recursos desde que os recursos versem sobre

aquelas questões que a lei Mor exige nos seus mandamentos acima

mencionados tais como: “Quando a decisão recorrida contrariar dispositivo

desta constituição; declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal

etc..” (artigo 102,III, A e B CF), e “Quando a decisão recorrida contrariar tratado

ou lei federal, ou negar-lhe vigência, julgar válido ato de governo local

contestado em face de lei federal, der a lei federal interpretação divergente da

que lhe haja dado atribuído outro tribunal etc..” (artigo 105,III, A,B e C CF).

O legislador Constitucional cuidou destes recursos aplicando-lhes

todos o cuidados necessários à realização da relação processual.Ora, como é

sabido de todos, o nosso Poder judiciário é eminentemente cartorário, o que

dificulta a apreciação das lides ocorrentes.Com relação a ambos os recursos o

problema é, ainda, maior.E se agrava muito mais porque dado o fato de que

quem tem competência para julgar são os Ministros em Brasília (STF/STJ).

Consequentemente, agiu com douta sapiência o legislador ao decidir

pela não suspensividade deste recurso, que será recebido tão somente no

efeito devolutivo (artigo 522 § 2º CPC), equivale sustentar, devolverá ao

tribunal o conhecimento da matéria objeto da impugnação.Andou muito bem o

legislador ordinário, pois que, digno de aplausos é o seu sentir jurídico e sua

consciência jurídica e prática de um desenrolar do processo privilegiando o

exequente que já é tão penalizado na execução dos julgados (com a demora

37

em receber o bem da vida já assegurado pelos limites objetivos da res judicata

apesar e mesmo após a adoção do processo sincrético donde se propala uma

pseudo e falsa celeridade, porque existente somente no papel.

Além das condições impostas pela lei constitucional como já dito

acima, há também que cumprir o recorrente os requisitos exigidos pela lei de

ritos (artigo 541,I,II,II CPC).

Da-se um enfoque todo particular para a questão da “repercussão

geral da questões constitucionais discutidas no caso” que é um requisito

indispensável como pressuposto de admissibilidade do recurso extraordinário

(artigo 102 § 3º CF C/C artigo 543 – A, §§ 1º a 7º CPC) pois que além do

recorrente ter que fundamentar o seu recurso numa daquelas (Alíneas do artigo

102) terá também que demonstrar a tal repercussão geral das questões ou da

questão objeto da discussão em preliminar (artigo 543-A § - condição sine qua

non o que torna o recurso em comento muito afunilado para o seu recebimento

e sua admissibilidade.

Melhor seria, que tanto um, quanto outro, legislador, especificasse o

que vem a ser “repercussão geral” que na verdade equivale a “relevância da

questão federal” que tantos problemas e intermináveis discussões trouxe para

o âmbito das Supremas Cortes do País. Pois que, tanto a lei constitucional

como a processual; é uma espécie de enigma (um tipo aberto, sem definição e

especificação convincente) até porque não esclarece a amplitude de tais

conceitos nela embutidos (relevância para fins de repercussão do ponto de

vista econômico, político, social e jurídico).Afinal, o que seria tão relevante a tal

ponto; é de se perscrutar?

Mais, menos mal, deste cipoal jurídico criado pelos legisladores aqui na

berlinda, é que todas as decisões tem de ser devidamente fundamentadas

(artigo 93, IX C/C artigo 5º, LX) a sessão é pública e a parte que recorre fica

sabendo o motivo pelo qual o seu recurso não foi admitido.Já pensou se

estivéssemos convivendo com um tipo de exigência legal deste naipe sem

fundamentação.

Valendo aqui lembrar que na época da vigência da arguição da

relevância da questão federal tínhamos uma prática dos Tribunais que diga-se

de passagem era hedionda, permissa venia para o termo aqui usado que ia de

encontro ao (Estado democrático de Direito), porque as decisões não eram

38

fundamentadas e ainda eram tomadas em sigilo.Era, sem dúvidas, uma

espécie de Tribunal de exceção, uma decisão no apagar das luzes da

Justiça,ou um julgamento dos tempos pretéritos equiparado a medieval, ou

ainda, alguma coisa parecida com o juízo das ordálias, o que era de todo

censurável, repudiável e inaceitável a época.

Estas são barreiras criadas que por um certo ponto, vistas com olhos

de bom senso, prudência e bastante critério ao se avaliar tais requisitos é

benéfica, pois que evita o entulhamento dos Tribunais com recursos

meramente procrastinatórios.

Mas, por outro lado, pode servir também, de trampolim para muitas

inadmissibilidades injustas e teratológicas provindas de entendimentos, ainda

que respeitáveis, mais absurdos e inconcebíveis, inadmissibilidades atribuídas

por certos julgadores extremamente ortodoxos e presos ainda pela pura

literalidade do texto frio da lei o que leva a um apego excessivo e um purismo

injustificado e ilegal o que a meu ver poderá gerar sérias consequências para a

parte prejudicada com a inadmissibilidade do recurso.E isso se dá, por que não

sabemos exatamente a extensão destes requisitos de admissibilidade advindos

da expressão “repercussão geral” porque a lei não define o que seja isso.

Como corolário lógico dos mandamentos constitucionais, são recursos

de fundamentação estritamente vinculada.Cuja finalidade precípua é assegurar

a homogeneidade na aplicação e do controle desta aplicabilidade da lei federal

e da Constituição, para que sejam corretamente aplicadas e interpretadas por

todos os Tribunais e juízes do país.Em, outras palavras, visa garantir uma

espécie de isonomia.Entenda-se a expressão de igualdade no sentido aqui

exposto.

Logicamente, na decisão recorrida deverá existir alguma controvérsia

no que diz respeito a aplicação e interpretação da lei federal e da Constituição,

pois que, ausente tais requisitos e/ou um dos requisitos, incabível a

interposição de tais recursos.Outrossim, é incabível qualquer tipo de discussão

sobre matéria de fato ou discussão sobre provas (Súmula 279 STF e Súmula 7

STJ).Ficando a guarda da Lei Maior sob as expensas do Supremo Tribunal

Federal (guardião da Constituição = Tribunal Constitucional) e ao Supremo

Tribunal de Justiça ficou a incumbência de defensor e guardião da aplicação e

interpretação de lei federal.

39

Tem-se, ainda, como verdadeiro, que para a interposição de ambos os

recursos há que se fazer o prequestionamento (a questão legal e/ou

constitucional deve estar presente nos autos = decidida pelo Tribunal e/ou juízo

de primeira instância).Tal exigência emana do (artigo 102,III e 105 ,III CF C/C

Súmula 282 STF).

Em linhas gerais, esmiuçadas e dissecadas as principais exigências

(requisitos) ultimados por lei cabe lembrar que quando os recursos fundarem-

se em dissídios jurisprudências, a lei de ritos faz exigências indispensáveis que

estão entabuladas no (artigo 541 parágrafo único CPC).O prazo para

interposição de ambos os recursos é aquele previsto no (artigo 508 CPC)

começando a fluir da publicação das conclusões do acórdão recorrido (artigo

506,I,II e III CPC).

Como já se disse anteriormente, os recursos especial e extraordinário

tem efeito meramente devolutivo (artigo 542 § 2º CPC), não podendo ser

submetida a cognição do (STF e STJ) a matéria de fato, a qual já não cabe

mais reexame, bem como outras questões fora da fixação do âmbito

constitucional e infra-constitucional pré-estabelecidos por lei.Exatamente, por

estas questões aqui ventiladas, é que o efeito do acórdão recorrido, se

condenatório, é passível de ser desde logo executado (execução provisória) o

que poderá ser requerido através de carta de sentença (artigo 497 CPC).

No caso de ocorrer a interposição simultânea de Recurso Especial e

Recurso Extraordinário os autos serão obrigatoriamente encaminhados ao

(Supremo Tribunal de Justiça) é o que determina lei (artigo 543 CPC) para o

exame do Recurso Especial. E se acaso existir razão para tanto, não ficando o

recurso especial prejudicado a remessa é feita ao (STF) para a apreciação da

matéria que lhe compete por atribuição constitucional (artigo 543 § 1º C/C §

2º).Porém, pode o relator não considerar o recurso especial prejudicial remeter

os autos do (STJ – artigo 543 § 3º CPC).

Prosseguindo com as sutilezas e peculiaridades de ambos os recursos

no (artigo 543 B, e seus §§ e 543 C e seus §§,) especificam as questões de

multiplicidade de recursos com fundamento em idêntica controvérsia e

multiplicidade de recursos com fundamento em idêntica questão de direito.

Ad argumentandum tantum, somente o Supremo Tribunal Federal tem

a competência para dizer sobre a questão “questão de repercussão geral” não

40

podendo se conceber que o presidente de quaisquer outro tribunal inferior se

pronuncie sobre tal questão impedindo a subida do recurso a instância

competente o que seria uma usurpação de poderes conduta esta defesa por

lei.

O Código de Processo Civil Brasileiro (artigo 543-B § 1º) determina que

o tribunal inferior selecione alguns feitos, que evidentemente estejam dentro da

temática (representativos da questão constituenda da repercussão

geral).Porém, e infelizmente, pode-se pensar numa grande dificuldade dos

Tribunais inferiores (de origem) cumpram fidedignamente com tal exigência

face ao laconismo da lei constitucional e processual em definir corretamente e

exemplificar o que seja (repercussão geral).

O que poderá acontecer é que após o exame feito pela Corte máxima

(STF), se negativo (não admitir a repercussão da questão federal) tal solução

ser usada (artigo 543-B, § 2º) para negar seguimento ao apelo extremo

mediante a simples apresentação da súmula exarada pela Corte Máxima (STF

– artigo 543-A, § 7º CPC).Mas, julgado o mérito do recurso extraordinário, os

recursos sobrestados serão apreciados pelos tribunais de origem, que poderão

declará-los prejudicados ou retratar-se (artigo 543-B § 3º CPC).E, para

finalizar, temos que o (artigo 543-B § 4º CPC) que se o tribunal inferior (de

origem), persistir em manter a decisão em desalinho com o que já se

pronunciou o Supremo Tribunal Federal o recurso extraordinário deve ser

admitido e será encaminhado ao tribunal competente que poderá tomar as

providências indicadas na lei ora referida.

Dirigido o Recurso Extraordinário ou Recurso Especial ao Presidente

do Tribunal recorrido (artigo 541 CPC), recebida a petição dos recursos e/ou do

recurso pela secretária será intimado o recorrido e/ou os recorridos (artigo 542

CPC) para se manifestarem no prazo de lei (artigo 508 CPC).Impugnado/s o

recurso/s, os autos irão conclusos para o Presidente para que este admita ou

não o recurso (artigo 542 § 1º CPC).E esta decisão que é interlocutória

(admissão ou não do recurso) deve ser necessariamente fundamentada (artigo

93, IX CF).

Dela cabe agravo de instrumento no prazo de (10-dias) nos termos do

(artigo 544 CPC) com obediência exclusiva e única das exigências legais,

dentre elas, das peças obrigatórias para formação do traslado elencadas no (§

41

1º do artigo 544 CPC) sob pena de não conhecimento E, ainda, com a

comprovação do preparo do recurso, inclusive do porte de retorno, sob pena de

deserção.Dar-se-á ao agravado o mesmo prazo para oferecer a suas contra-

razões de agravado facultando-lhe a juntada de cópias processuais que

entender cabíveis para formação de seu traslado (artigo 544 § 2º CPC).

Uma nova prática foi inserida no Código de Processo Civil onde se

atribui ao relator determinados poderes o que é asaz salutar.E elas estão

talhadas no (artigo 544 § 3º CPC), donde se concluí que, se o traslado contiver

elementos necessários ao julgamento do mérito do (Recurso Especial) e desde

que o acórdão recorrido esteja em confronto com a (Súmula ou jurisprudência

dominante do (STJ), conhecer do agravo de instrumento para dar provimento

ao agravo de instrumento.Importante, também, é o que manda a lei no seu

(artigo 544 § 4º CPC), ou seja, equipara o que se disse acima para fins de

recurso extraordinário com a seguinte exceção:”se na mesma causa, houver

recurso especial admitido e que deva ser julgado em primeiro lugar.”

È inegável que o legislador processual, fez uma nítida homenagem aos

princípios da celeridade e economia processual, incorporando-os na legislação

de Ritos o que deve ser visto com muito bons olhos pelos operadores e

militantes do direito no cenário do Judiciário brasileiro (advogados, defensores,

procuradores, promotores e juízes) inclusive partes.

Cabe falar, também, aqui e agora; que da decisão que rejeitar agravo

de instrumento, negar-lhe provimento, ou vier a reforma o acórdão recorrido, é

cabível o agravo no prazo de cinco dias (artigo 545 CPC).

Não é despiciendo, citar aqui que, pode-se perfeitamente; em sede de

recurso extraordinário e/ou especial, o recorrido aderir (entrar com recurso

adesivo), ou seja, contados do prazo que admitiu um recurso ou o outro, desde

que preenchidos os pressupostos exigidos por lei (artigo 500,II CPC), além

daqueles fixados na Constituição Federal e a título complementar aqueles

exigidos pelos Regimentos Internos dos tribunais (STF/STJ).

42

1.7 - EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA

Apenas para recordar, nos Tribunais Superiores é possível a

interposição de (03-tipos de embargos); embargos de declaração (artigo 535,I,II

CPC – embargos infringentes artigo 530 – e embargos de divergência) sendo

escorreito afirmar que tais recursos estão também vinculados ao que

prescrevem os regimentos internos de cada Tribunal STF/STJ.O presente

recurso encontra-se regido pelo dispositivo do Código de processo Civil

Brasileiro no (artigo 546).Entretanto, o recurso de embargos de divergência só

é cabível e admissível perante o (STJ/STF), sendo que nas instâncias

inferiores inexiste a tal figura recursal.

O fito único e exclusivo da interposição dos embargos de divergência; o

próprio nomen iuris está a indicar, ou seja, é utilizado para sanar a divergência

existente nos bastidores da própria corte, ou melhor, com relação a

interpretação dada a lei federal ou de norma constituenda. E os casos de sua

admissibilidade estão moldados no (artigo 546 CPC).Portanto, não há

controvérsia de que, o objetivo principal é a uniformização da jurisprudência da

mais alta corte de Justiça da País.

Sem sombra de dúvidas a forma procedimental é similar aquela

prevista para os embargos infringentes, isto é, o seu prazo é de (15-dias –

artigo 508 CPC).O recurso aqui em debate tem certos requisitos que lhes são

peculiares.Há nele uma espécie de questão de ordem, ou seja, o recorrente

deve desde logo nas suas razões recursais demonstrar e comprovar a

divergência (através do acórdão paradigma da divergência) em consonância

com o que preconiza o (artigo 331, parágrafo único do Regimento Interno do

Supremo Tribunal Federal).Portanto, é um recurso que tem certa similaridade

com o (Recurso Especial) particularmente neste aspecto.

1.8 – R ECURSO ADESIVO

.O presente recurso é um incidente processual.O recurso em tela está

previsto no (artigo 500 CPC) e só é cabível tão somente quando houver

43

sucumbência recíproca, ou melhor, no caso da sentença e/ou acórdão

contemplar conjuntamente como vencidos autor e réu.Vamos imaginar um

exemplo prático.(A e B litigam numa determinada ação).

Ao final, A na qualidade de autor ganha parcialmente os seus pedidos

formulados na ação por ela proposta.Desta decisão (apela na forma da lei

artigo 508). A parte B, que é ré no processo tem o prazo de (15-dias – para

contra-razoar o recurso de apelação – artigo 500, I CPC) é neste interregno

que pode interpor o recurso adesivo, pois que, se assim não o fizer, ocorrerá a

preclusão consumativa. É possível a sua interposição na (apelação,nos

embargos infringentes,no recurso extraordinário e especial) e, ainda; por

analogia no (recurso ordinário) vez que similar da apelação é o que determina

o (artigo 500,II CPC).

É importante salientar que o recurso adesivo é um recurso vinculado ao

principal. Esta ilação é decorrente da própria lei processual (artigo 500 3ª parte)

quando há menção expressa deste teor: ”O recurso adesivo fica subordinado

ao recurso principal..” . Equivale a dizer que:Se houver desistência da parte

que interpôs o recurso principal ele (recurso adesivo) fica comprometido (seu

objeto fica esvaziado).Traz no seu bojo a acessoriedade como elemento

marcante e principal de suas características.Equivale a dizer: Acessorium

sequitur principale que na sua essência poderia ser comparado a reconvenção.

44

CAPÍTULO IV

DA MOROSIDADE DOS PROCESSOS

1.1 – DA MOROSIDADE DOS PROCESSOS

Como é de trivial sabedoria, hoje e para todo o sempre, há clamores

por uma justiça mais célere.Mais em nome da celeridade, não equivale a dizer

que tudo é válido.Por exemplo: Julgar um número astronômico de processos,

num tempo recorde. Isso é bom? Até que ponto?

Julgasse muito, “limpa-se as prateleiras e escaninhos do Judiciários”

mais convém indagar: Qual é a qualidade destes julgados? Será que

celeridade é isso?

Fez-se esta breve e apertada síntese, para efetivamente adentramos

no campo dos recursos.Não é preciso maiores elucubrações jurídicas para se

falar do duplo grau de jurisdição, ou melhor; que este princípio não tem sede ou

berçário na Carta Política da República Federativa do Brasil de

1988.Logicamente, tecidas tais considerações não é obrigatório para o

legislador ordinário.

Ora, não é oculto de ninguém que o nosso Código de Processo Civil

tem nele capitulado várias modalidades de recursos.E o recurso é uma

manifestação do inconformismo, seja, pela falibilidade humana (erro do juiz), e

ou ainda, pela injustiça da sentença alidos aos fundamentos nela

contidos.Sabemos, também, que os recursos demoram, porque para cada

decisão, é cabível um tipo de recurso nos moldes traçados pela legislação

processual.Não nos é desconhecido, que pode-se discutir um processo até a

(3ª instância = STF/STJ) e por aí vai.

Então, o legislador sentindo tais necessidades, de um processo mais

célere de mais economia processual, criou e deu super poderes aos relatores.

A exemplo do que se diz e comprova-se, basta dar uma olhada nos (artigos

544, § 3º e 557 CPC).

45

Porém, recentemente, aos (recursos extraordinário e especial

STF/STJ), vozes em contrário se levantaram questionando a

inconstitucionalidade da lei (julgamento monocrático) até porque a Constituição

é quem dita a questão da competência, para conhecer e julgar tais recursos;

não podendo haver supressão de instância através de julgamento monocrático

face a previsão contida no (artigo 544 § 3º CPC).E consequentemente, o que

de mais consentâneo com a realidade processual se pode entender é que

houve uma outorga legal (através da lei processual) de delegação de função de

um órgão colegiado para um relator que julga monocraticamente face a dicção

da legislação acima citada.

De toda a sorte e simplificando a questão existem pressupostos para o

julgamento do processo pelo relator.E, eles estão elencados no (artigo 557 e

artigo 544 § 3º CPC).Deve, com toda a certeza, o relator fazer uma análise

muito bem feita da situação que se lhe afigura.Pois que, a lei não lhe deu

simplesmente poderes e pronto.Sua responsabilidade aumentou muito

mais.Pois que, baseado na experiência comum, aliados aos seus doutos

conhecimentos (cultura jurídica) e de plena interação com os avanços

doutrinários, jurisprudências, enfim ,tudo o que haja de atual no direito vigente,

é que ele tomará a sua decisão com grande acerto e/ou desacerto.

De qualquer forma acertando ou errando, fato é que o poder está nas

mãos de um único homem que irá julgar, tomar decisões, apreciar o pedido,

acolhendo-o no todo e/ou em parte e/ou rejeitando-o, consequentemente;

negando provimento ao recurso.

Mais seja lá qual for a decisão, é certo que para uma das partes haverá

saída jurídica (recurso ex: artigo 557 § 1º § 1º – A e § 2º CPC), dentre outras;

dependendo da situação observando-se que existe a faculdade para o juiz

prolator da decisão atacada pela via recursal aqui ressaltada de se retratar

(artigo 557 § 1º CPC).Interessante, nesta situação, específica é a cominação

de (multa) que será estipulada entre (1% a 10% do valor corrigido da causa)

onde no mesmo mandamento da lei instrumental (artigo 557 § 2º CPC) há

vedação interposição de qualquer outro recurso sem que se pague a tal multa.

Tal cominação, tem uma certa semelhança meio que analógica com

aquela cominação dos embargos de declaração do (artigo 538 parágrafo único

CPC) cuja finalidade é avisar sobre os efeitos malévolos dos atos protelatórios

46

e/ou procrastinatórios para aqueles operadores do direito que utilizam o

recurso de gravo interno com este fito.

Logicamente, que o agravo interno, é um meio legal (exercício da

ampla defesa) com os meios e recursos a ela inerentes de forçar a apreciação

da decisão do monocrático pelo colegiado do tribunal.Esta é a sua finalidade

não sendo precipitado dizer que o agravo interno (artigo 557 § 1º CPC) seja

semelhante ao agravo comum do recurso (544 CPC) até porque o que se quer

ver processado é recurso principal que fora inadmitindo por uma decisão não

colegiada.Outrossim, não se trata de um novo recurso, mais sim de uma

extensão repita-se: Se assim entenderem os componentes de uma

determinada câmara, o recurso principal será por eles admitido (conhecido) e

será submetido a apreciação do colegiado.

Não se pode deixar de citar também, que o legislador da lei

instrumental previu para situações de alta indagação jurídica, ou seja, de maior

complexidade que envolva, questões de direito (divergências entre câmaras,

turmas do tribunal) a avocação de tal processo pelo interesse público é o que

preceitua o (artigo 555 § 1º CPC). É uma espécie de elixir jurídico para evitar

decisões contraditórias sobre um mesmo caso, prevenindo é claro a

uniformização jurisprudencial (artigo 476,I,II CPC), evitando como óbvio, a

dissensão que gera instabilidades nas relações no âmbito do judiciário

(decisões conflitantes) e que podem ter disseminação e repercussão geral com

o comprometimento das decisões.É bom lembrar que trata-se de um incidente

processual, pois que, admissível diante do exame do recurso principal e

quando preenchidos os pressupostos editados pela lei para que se proceda o

deslocamento da competência sendo que o mesmo ocorre com os (Tribunais

Superiores – STF/STJ) segundo regra aqui esboçada jungida ao que preceitua

os seus (Regimentos Internos).

47

CONCLUSÃO

Fez-se uma análise percuciente e acurada dos diversos tipos de

recursos, seus conceitos; quando cabíveis, seus requisitos (intrínsecos e/ou

extrínsecos, objetivos e/ou subjetivos) impostos pela lei de Ritos e sua

finalidade. Ademais, deu-se, também; um enfoque na evolução da lei

processual civil que deu certamente; múltiplos poderes ao julgador de segunda

instância, dentre outras novidades jurídicas inseridas no contexto de tão

apaixonante e importante tema jurídico que dá um tempero todo especial a

temática aqui desenvolvida. O que se procurou dar a tão importante temática

na processualística brasileira dos (recursos) é a questão da irresignação que é

por demais comum para todo aquele que se sentir insatisfeito com uma

determinada decisão, seja (improcedente e/ou procedente em parte). E o

recurso, é sem sombra de dúvida meio idôneo para impugnação, vez que,

através dele busca-se a revisão de atos judiciais que a parte entende ser

lesivos a sua pretensão.É isso que este trabalho tenta mostrar de forma bem

simples e objetiva. Mais não é só! É mister ressaltar que, este fenômeno

jurídico da revisão judicial através dos recursos de uma determinada decisão

dá-se dentro da mesma relação processual. Explica-se: Este ataque a decisão

judicial é submetido ao órgão colegiado ( em regra – ressalvadas a

especificidades da lei), ou melhor, abstraindo-se da decisão monocrática em

grau superior; é vero que geralmente quem aprecia as razões recursais são

vários juízes (Relator e demais que acompanham ou não o seu voto) e que

possuem uma larga experiência jurídica em tese. Mais não se deve olvidar que

o uso da via recursal (da figura do recurso) seja ele qual for, (via de regra) é

sempre voluntário. Mas um detalhe importante neste contexto tão variado e

diversificado juridicamente falando, nele há um ponto bastante interessante:

Basta para a caracterização da via recursal, que a parte vislumbre a

possibilidade e plausibilidade de revisão deste ato judicial (sentença e/ou

decisão interlocutória), dentro do processo e como é óbvio por sua iniciativa

voluntária.Ademais, é preciso que se fale ainda, que o tema recursal se

submete a uma série de princípios, mais em especial cita-se agora o do duplo

grau de jurisdição. É bem verdade, que existem correntes favoráveis e

48

desfavoráveis (uma sustentando que é um desprestígio a sentença do juiz de

primeiro grau de jurisdição, outras, que não é, e outras ainda que não há

previsibilidade constitucional de tal princípio). A questão gera e gerou

discussões infindáveis.Entretanto, é preciso que se dê atenção necessária e

faça-se uma interpretação percuciente do (artigo 5º, XXXV CF) .Assim sendo

chega-se a seguinte ilação: Se a Carta Política da República Federativa do

Brasil de 1988, garante com todas as letras o direito a qualquer um de ir á

justiça para ver uma determinada pretensão reconhecida, seria um tanto

quanto estranho; imaginar que todos que batem à porta do judiciário devem se

conformar com a resposta dada pelo juiz naquele processo e pronto! Logo,

salta aos olhos de qualquer um, que uma simples sentença proferida não é

suficiente para dar ponto final a uma determinada contenda jurídica, como se

aquele entendimento jurídico fosse unânime e deva ser tido e pensado como

garantia única e fundamental de justiça. O juiz, é bom lembrar; é humano.Logo,

passível de erros e enganos.Tecidas tais considerações tão importantes, é que

creio; estar elucidado nos seus pontos mais delicados, e suas nuances a

questão dos recursos no Processo Civil Brasileiro dentro deste tema ao qual

me propus discorrer e espero sinceramente ter atingido o objetivo proposto nos

estudos e discussões acadêmicas e práticas deste curso de Processo Civil

Brasileiro.

49

BIBLIOGRAFIA

MARINONI, Luiz Guilherme. Curso de Direito processual Civil Vol. 2, 7ª

Edição Revista e atualizada.

MOREIRA, José Carlos Barbosa. O Novo Processo Civil Brasileiro, 25ª

edição,

THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil, 41º

edição ,volume I.

50

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I –O conceito 9

1.1 – O Conceio 9

CAPÍTULO II – Dos Recursos 11

1.1 – Conceito 12

1.2 – Fundamento do Recurso 12

1.3 – Sistematização dos Recursos 12

1.4 – Admissibilidade dos Recursos 13

1.5 – Independência dos Recursos 15

51

1.6 – Prazos Recursais 18

CAPÍTULO III – Das Espécies de Recurso 23

1.1 – Apelação 23

1.2 – Agravo de Instrumento 27

1.3 – Embargos Infringentes 30

1.4 – Embargos de declaração 32

1.5 – Recurso Ordinário 33

1.6 – Recurso Especial e Recurso Extraordinário 36

1.7 – Embargos de Divergência 42

1.8 – Recurso Adesivo 42

CAPÍTULO IV – Da morosidade dos Processos 44

1.1 – Da morosidade dos Processos 44

CONCLUSÃO 47

BIBLIOGRAFIA 49

ÍNDICE 50

FOLHA DE AVALIAÇÃO 52

52

FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição:

Título da Monografia:

Autor:

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