exemplos que dignificam - sistema fiec - federação das ... · o brasil, um país marcado por ......

23
Publicação do Sistema Federação das Indústrias do Estado do Ceará Ano VI n N o 63 n AGOSTO/2012 Impresso Especial 9912285067/2011-DR/CE FIEC CORREIOS 3 Impresso fechado, pode ser aberto pela ECT EXEMPLOS QUE DIGNIFICAM Na solenidade comemorativa ao Dia da Indústria, CNI e FIEC homenagearam personalidades que servem de exemplo para o grande desafio de transformar o Brasil em um país competitivo por meio do empreendedorismo, da inovação, da capacitação e das novas tecnologias /sistemafiec @fieconline

Upload: lenhu

Post on 17-Nov-2018

220 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: EXEMPLOS QUE DIGNIFICAM - Sistema FIEC - Federação das ... · O Brasil, um país marcado por ... teve sua importância diminuída, re- ... zação de dois fatores negativos: por

Publicação do Sistema Federação das Indústrias do Estado do CearáAno VI n No 63 n AGOSTO/2012

ImpressoEspecial

9912285067/2011-DR/CEFIEC

CORREIOS

3

Impresso fechado, pode ser aberto pela ECT

EXEMPLOS QUE DIGNIFICAM

Na solenidade comemorativa ao Dia da Indústria, CNI e FIEC homenagearam personalidades que servem de exemplo para o grande desafio de transformar o Brasil em um país competitivo

por meio do empreendedorismo, da inovação, da capacitação e das novas tecnologias

/sistemafiec

@fieconline

Page 2: EXEMPLOS QUE DIGNIFICAM - Sistema FIEC - Federação das ... · O Brasil, um país marcado por ... teve sua importância diminuída, re- ... zação de dois fatores negativos: por

AGOSTO 2012 | No 63

Publicação do Sistema Federação das Indústrias do Estado do Ceará

........................................................................................

PronatecCOPA DE 2014Capacitação ministrada pelo SENAI/

Certrem é voltada de início à formação

de profissionais ligados ao segmento

de preparo de alimentos

HorizonteINDÚSTRIA DO CONHECIMENTOSESI/CE instala unidade na Vulcabras/

Azaleia. Local possui salas de leitura

e de aula e está equipado com dez

computadores ligados à internet

Desempenho dos edifíciosNBR 15.575Os parâmetros da norma, que está

em fase de consulta pública, serão

exigidos na construção civil a partir

de março de 2013

08

18

32

Seções

MensagemdaPresidência........5

Notas&Fatos..............................6 Inovações&Descobertas..........11

Governo federal Parcerias

ViraVida

3828

34

PrevençãoCHOQUE ELÉTRICOCentenas de pessoas morrem no

Brasil em decorrências de choque

elétrico em casa ou no trabalho.

Saiba o que fazer para evitar

PlásticoSENAI/CE IMPLANTA LABORATÓRIOIniciativa faz parte do projeto Rede

Sibratec de Transformados Plásticos

(RTP), que envolve 29 laboratórios

distribuídos em 15 instituições pelo país

12

16

INVESTIMENTO EM LOGÍSTICACeará está fora, mas deputado federal José Guimarães garante que o estado receberá investimentos federais de 1,1 bilhão de reais para rodovias

RESPONSABILIDADE SOCIALSete empresas de Maracanaú realizam, com apoio do SESI, ações de responsabilidade social para crianças e jovens

COOPERATIVA CAXANGÁEmpreendimento formado por jovens oriundos da primeira turma do Projeto, no SESI/CE, produz cerca de 4 000 peças por mês

Dia da IndústriaCNI e FIEC homenagearam personalidades que dedicam suas vidas para o desenvolvimento do país e fortalecimento da indústria cearense e brasileira

22CAPA

FoTo

: JoS

É SoB

RINH

o

3Agosto de 2012 | RevistadaFIEC |

Page 3: EXEMPLOS QUE DIGNIFICAM - Sistema FIEC - Federação das ... · O Brasil, um país marcado por ... teve sua importância diminuída, re- ... zação de dois fatores negativos: por

Revista da FIEC. – Ano 6, n 63 (ago. 2012) -– Fortaleza : Federação das Indústrias do Estado do Ceará, 2008 -

v. ; 20,5 cm.Mensal.ISSN 1983-344X

1. Indústria. 2. Periódico. I. Federação das Indústrias doEstado do Ceará. Assessoria de Imprensa e Relações com a Mídia.

CDU: 67(051)

Coordenação e edição Luiz Carlos Cabral de Morais ([email protected]) Redação Ângela Cavalcante ([email protected]), G evan Oliveira ([email protected]), Luiz Henrique Campos ([email protected]) e Ana Paola Vasconcelos Campelo ([email protected]) Fotografia José Sobrinho e Giovanni Santos Diagramação Taís

Brasil Millsap Coordenação gráfica Marcograf Endereço e Redação Avenida Barão de Studart, 1980 — térreo. CEP 60.120-901. Telefones (085) 3421-5435 e 3421-5436 Fax (085) 3421-5437 Revista da FIEC é uma publicação mensal editada pela Assessoria de Imprensa e Relações com a Mídia (AIRM) do Sistema FIEC Gerente da AIRM Luiz Carlos Cabral de Morais Tiragem 5.000 exemplares Impressão Marcograf Publicidade (85) 3421-5434, 9187-5063, 8857-1594 e 8786-

2422 — [email protected] e [email protected] Endereço eletrônico www.sfiec.org.br/publicacao/revistadafiec

Federação das Indústrias do Estado do Ceará — FIECDIRETORIA Presidente Roberto Proença de Macêdo 1o Vice-Presidente Ivan Rodrigues Bezerra Vice-presidentes Carlos Prado, Jorge Alberto Vieira

Studart Gomes e Roberto Sérgio Oliveira Ferreira Diretor Administrativo Carlos Roberto Carvalho Fujita Diretor Administrativo Adjunto José Ricardo Montenegro Cavalcante Diretor Financeiro José Carlos Braide Nogueira da Gama Diretor Financeiro Adjunto Edgar Gadelha Pereira Filho Diretores Antonio Lúcio Carneiro, Fernando Antonio Ibiapina Cunha, Francisco José Lima Matos, Frederico Ricardo Costa Fernandes, Geraldo Bastos Osterno Júnior, Hélio Perdigão Vasconcelos, Hercílio Helton e Silva, Ivan José Bezerra de Menezes, José Agostinho Carneiro de Alcântara, José Alberto Costa Bessa

Júnior, José Dias de Vasconcelos Filho, Lauro Martins de Oliveira Filho, Marcos Augusto Nogueira de Albuquerque, Marcus Venicius Rocha Silva, Ricard Pereira Silveira e Roseane Oliveira de Medeiros. CONSELHO FISCAL Titulares Francisco Hosanan Pinto de Castro, Marcos Silva Montenegro e Vanildo Lima Marcelo Suplentes Fernando Antonio de Assis Esteves, José Fernando Castelo Branco Ponte e Verônica Maria Rocha Perdigão. Delegados da CNI

Titulares Fernando Cirino Gurgel e Jorge Parente Frota Júnior Suplentes Roberto Proença de Macêdo e Carlos Roberto Carvalho Fujita.Superintendente geral do Sistema FIEC Paulo Studart Filho

Serviço Social da Indústria — SESICONSELHO REGIONAL Presidente Roberto Proença de Macêdo Delegados das Atividades Industriais Efetivos Marcos Silva Montenegro, Alexandre Pereira Silva, Carlos Roberto Carvalho Fujita, Cláudio Sidrim Targino Suplentes Pedro Jacson Gonçalves de Figueiredo, Marcus Venicius, Coutinho Rodrigues, Ricardo Nóbrega Teixeira, Vicente de Paulo Vale Mota Representantes do Ministério do Trabalho e Emprego Efetivo Júlio Brizzi Neto Representantes do Governo

do Estado do Ceará Efetivo Denilson Albano Portácio Suplente Paulo Venício Braga de Paula Representantes da Categoria Econômica da Pesca no Estado do Ceará Efetivo Elisa Maria Gradvohl Bezerra Suplente Eduardo Camarço Filho Representante dos Trabalhadores da Indústria no Estado do Ceará Efetivo

Pedro Valmir Couto Suplente Raimundo Lopes Júnior Superintendente Regional Francisco das Chagas Magalhães

Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial — SENAICONSELHO REGIONAL Presidente Roberto Proença de Macêdo Delegados das Atividades Industriais Efetivos Aluísio da Silva Ramalho, Ricard Pereira Silveira, Edgar Gadelha Pereira Filho, Ricardo Pereira Sales Suplentes Luiz Eugênio Lopes Pontes, Francisco Túlio Filgueiras Colares, Paula Andréa Cavalcante da Frota, Luiz Francisco Juaçaba Esteves Representante do Ministério da Educação Efetivo Cláudio Ricardo Gomes de Lima Suplente Samuel Brasileiro Filho Representantes

da Categoria Econômica da Pesca no Estado do Ceará Efetivo Paulo de Tarso Teófilo Gonçalves Neto Suplente Eduardo Camarço Filho Representante do Ministério do Trabalho e Emprego Efetivo Júlio Brizzi Neto Representante dos Trabalhadores da Indústria no Estado do Ceará Efetivo Francisco Antônio

Ferreira da Silva Suplente Antônio Fernando Chaves de Lima Diretor do Departamento Regional Francisco das Chagas Magalhães

Instituto Euvaldo Lodi — IELDiretor-presidente Roberto Proença de Macêdo Superintendente Vera Ilka Meireles Sales

Instituto de Desenvolvimento Industrial – INDIRoberto Proença de Macêdo – presidente

Instituto FIEC de Responsabilidade Social – FIRESORoberto Proença de Macêdo – presidente Wânia Cysne de Medeiros Dummar – vice-presidente

MensagemdaPresidênciaRoberto Proença de Macêdo

O Brasil, um país marcado por profundas desigualdades so-ciais e regionais, precisa ter uma permanente atenção com os efei-tos das medidas que são tomadas no terreno político e econômico sobre a harmonia de seu crescimento. Observando sinais emitidos por recentes atos do governo federal, percebo o quanto o Nordeste está ficando para trás nas prioridades de desenvolvimento do País. O “Programa de Concessões de Rodovias, Ferrovias e Trem de Alta Velocidade”, que trata de projetos de infraestrutura e de logística, exclui totalmente nossa região, sob o pretexto de que já fomos contemplados com outros investimentos estruturantes. O Banco do Nordeste, que foi criado para ser um indutor de de-senvolvimento está sendo esvaziado desta função estratégica, tendendo a funcionar como um mero banco de varejo, com a alegação de que deve concentrar-se no financiamento das micro e pequenas empresas. E isto, sem considerar que a Sude-ne, como outros importantes órgãos de fomento ao progresso regional, teve sua importância diminuída, re-duzindo-se a uma autarquia burocrá-tica, limitada ao repasse de recursos governamentais para a integração de bacias hídricas, a partir das águas do rio São Francisco, e para a ferrovia Transnordestina, obra que está parada há algum tempo. Entendo que estas posturas que desrespeitam os interesses nor-destinos só estão ocorrendo devido à fragilidade política das nos-sas lideranças regionais. Enquanto perdurar a falta de união entre os governantes, entre as bancadas de cada estado no Congresso Nacional e a inércia da sociedade, dificilmente seremos conside-rados à altura da nossa possibilidade de influir positivamente nos destinos do Brasil.

A fragilidade da faltade união

Vivemos, assim, uma situação caracterizada pela potenciali-zação de dois fatores negativos: por um lado, o equívoco do go-verno federal por não tratar o desenvolvimento regional como parte indispensável do desenvolvimento nacional, e, por outro lado, a visão estreita dos líderes de cada estado nordestino, que acreditando no crescimento isolado, relevam a segundo plano a necessidade de integração. Para nós nordestinos, não é razoável seguirmos com o com-portamento de cada um por si, que já demonstrou ser respon-

sável por nossas vulnerabilidades no campo político. É até compreensível que um detentor de mandato se sin-ta comprometido em primeiro lugar com os compromissos assumidos com seus eleitores, mas falta vontade política para somar força com seus vi-zinhos em defesa da região. Somente com uma política na-cional inclusiva do ponto de vista geográfico e com uma perspectiva estadual ampla e integradora, es-taremos preparados para nos posi-cionarmos melhor em um mundo sacudido por uma crise econômica duradoura, cujos efeitos finais ain-da não são mensuráveis. Para isso,

contamos com riquezas naturais abundantes e com uma gente trabalhadora e criativa. O que nos falta mesmo é compreender o quanto estamos des-perdiçando energias em disputas por hegemonias e o quanto po-deremos conquistar quando formos capazes de unir os esforços dos governadores, parlamentares, empresários, trabalhadores, acadêmicos e líderes comunitários em torno de uma atuação de desenvolvimento integrado em termos regional e nacional, que nos capacite a vencer os desafios da atualidade.

“ Somente com uma política

nacional inclusiva do ponto

de vista geográfico e com uma

perspectiva estadual ampla e

integradora, estaremos preparados

para nos posicionarmos melhor em

um mundo sacudido por uma crise

econômica duradoura, cujos efeitos

finais ainda não são mensuráveis.

| RevistadaFIEC | Agosto de 20124 5Agosto de 2012 | RevistadaFIEC |

Page 4: EXEMPLOS QUE DIGNIFICAM - Sistema FIEC - Federação das ... · O Brasil, um país marcado por ... teve sua importância diminuída, re- ... zação de dois fatores negativos: por

AASSEMblEIA Legislativa do Estado do Ceará (AL/CE) realizou sessão solene em plenário para comemorar o Dia do Confeccionista, celebrado em 7 de

agosto. A ação, iniciativa do deputado Sérgio Aguiar, vice-presidente da Comissão de Indústria, Comércio, Turismo e Serviços da AL/CE, atendeu a solicitação dos sindicatos patronais da indústria do vestuário: Sindicato das Indústrias de Confecção de Roupas e Chapéus de Senhoras no Estado do Ceará (Sindconfecções) e Sindicato das Indústrias de Confecções de Roupas de Homem e Vestuário do Estado do Ceará (Sindroupas). Na ocasião, foram homenageadas três personalidades do setor de confecções cearense: Adriano Costa Lima, diretor da Maresia Indústria de Confecções e presidente do Sindroupas; Maria de Lourdes Avelar, presidente da Lepel Nordeste Confecções Ltda., e Verônica Maria Rocha Perdigão, diretora administrativo-financeira da Santana Têxtil e presidente do Conselho de Relações Internacionais (Corin) da FIEC.

Notas&FatosO Q U E A C O N T E C E N O S I S T E M A F I E C , N A P O L Í T I C A E N A E C O N O M I A

tiprogresso ganha campeonato de futsal

INDÚSTRIA GRÁFICA

Notas&FatosINDÚSTRIA DO VESTUÁRIO

dia do Confeccionista é celebrado pela aL/Ce

ENERGIA ELÉTRICA

aLteRnativas paRa Redução de gastos eneRgétiCosQUALIDADE NO TRABALHO

CeaRá é o quaRto em insCRições no psqt 2012

MInISTéRIo das Minas e Energia determinou em 2010 que, até junho de 2017, as lâmpadas incandescentes (amarelas) devem ter interrompidas sua produção e comercialização no mercado brasileiro. As luminárias LED (sigla em inglês de Diodo Emissor de Luz) apresentam-se como alternativa, pois seu processo de geração de luz consome de 50% a 90% menos eletricidade em comparação com as tecnologias tradicionais. Outra vantagem das lâmpadas LED é o tempo de vida útil, que, segundo dados do Inmetro, pode chegar a 60 000 horas, cerca de seis vezes maior que o de uma lâmpada fluorescente compacta. A nova tecnologia LED não gera calor, mantendo a superfície iluminada na temperatura ambiente, e, ao ser descartada, é lixo comum, pois não contém substâncias tóxicas, mercúrio ou filamentos, de acordo com a Lei dos Resíduos Sólidos.

o CEARá foi o quarto estado em número de inscrições do Prêmio SESI de Qualidade no Trabalho (PSQT) 2012, com cem indústrias se candidatando ao certame. Os três primeiros estados em quantidade de empresas foram Paraná (339), Minas Gerais (290) e São Paulo (103). Em todo o país, o SESI recebeu 1 442 práticas de responsabilidade social para concorrer ao prêmio. Os dados são da gerência de Responsabilidade Social Empresarial (RSE) do SESI. As inscrições do PSQT 2012, 15ª edição do prêmio, foram encerradas em julho. Para a coordenadora da ação no Ceará, Helane Sales Chaves, o número de cem indústrias é importante passo no processo educativo de estímulo à responsabilidade social empresarial no estado. Na edição anterior, em 2010, inscreveram-se 89 indústrias. A solenidade estadual de premiação será realizada em 31 de outubro. Antes, em setembro, serão conhecidos os vencedores que terão direito de representar o estado na fase nacional. Mais informações: www.sesi.org.br/psqt ou (85) 3421 5852.

...................................................

n Fortaleza receberá de 17 a 19 de outubro o principal evento da região sobre recicla-gem, meio ambiente e sustentabilidade: a Recicla Nordeste 2012. A ação é realizada pelo Sindicato das Empresas de Reciclagem de Resíduos Sólidos Domésticos e Industriais do Estado do Ceará (Sindiverde), com apoio da FIEC, por meio do INDI. A Recicla Nordeste 2012 – Feira e Seminário de Reciclagem, Meio Ambiente e Sustentabilidade será realizada no recém-inaugurado Centro de Eventos do Ceará. Com o tema “Reciclar, um bom negó-cio”, a Recicla Nordeste 2012 atua em três frentes: a Feira da Indústria da Reciclagem e Transformação, o Seminário Reciclagem e Meio Ambiente e a Mostra de Tecnologia e Eco-nomia Solidária. Mais informações: (85) 3224 9400 ou www.reciclanordeste.com.br.

AGENDA

O SInDICATo da Indústria Gráfica do Estado do Ceará (Sindgráfica)

realizou as finais de seu campeonato de futsal em 5 de agosto, no ginásio do SESI da Parangaba, em Fortaleza.

A equipe da Gráfica Tiprogresso sagrou-se campeã. O campeonato, iniciado em 24 de junho, envolveu cerca de 130 trabalhadores da indústria gráfica, divididos em 12 equipes.

n UM GRUPo de sete empresários cearenses do setor químico participou, de 22 a 24 de julho, da Cosmoprof América do Norte, em Las Vegas, nos Estados Unidos. O evento, considerado o maior do segmento de cosméticos do mundo, reuniu cerca de 40 países expositores e recebeu compradores e visitantes de aproximadamente 65 nações. O presidente do Sindicato das Indústrias Químicas Farmacêuticas e da Destilação e Refinação de Petróleo do Estado do Ceará (Sindquímica), José Dias de Vasconcelos, destacou o evento como oportunidade para prospectar mercados cada vez mais interessados nos produtos brasileiros.

n no IníCIo de agosto, as obras de adaptação do Porto do Mucuripe, em Fortaleza, para embarque e desembarque de passageiros chegaram a 21% de sua execução. A obra, orçada em 149 milhões de reais oriundos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC/Copa), foi iniciada em março. O cronograma de execução é de 21 meses, com conclusão prevista para o final de 2013. O espaço deve estar em pleno funcionamento em julho de 2014, para atender à demanda de turistas para a Copa do Mundo.

n o SInDICATo das Indústrias de Cal e Gesso, Olaria, Ladrilhos Hidráulicos e Produtos de Cimento e Cerâmica para Construção, da Cerâmica, de Louças de Pó de Pedra, da Porcelana, da Louça de Barro, de Vidros e Cristais Ocos no Estado do Ceará (Sindcerâmica) instalou, em julho, o seu núcleo sindical na região do Cariri, que terá à frente o empresário Késio Winston Macedo Lima. Conforme o presidente da entidade, Fernando Antônio Ibiapina, existem cerca de 30 cerâmicas na região e todas têm qualidade para se manter atuantes.

CURTAS---------------------

PRÁTICAS DE INOVAçãO

pRÊmio do simeC está Com insCRições abeRtaso SInDICATo das Indústrias Metalúrgicas Mecânicas e de Material Elétrico do Estado do Ceará (Simec), entidade filiada à FIEC, está com inscrições abertas para o Prêmio Práticas de Inovação Simec 2012. O evento tem o apoio do Núcleo Empresarial de Inovação (NEI/CE), do Movimento Inova Ceará e do Fórum das Engenharias do Estado do Ceará. O prêmio visa incentivar o aprimoramento do segmento eletrometalmecânico cearense a partir do fomento a práticas inovadoras existentes no setor, além de reconhecer e premiar os melhores projetos de inovação tecnológica e modelos de gestão inovadoras de empresas cearenses. As premiações somam 25 000 reais, além de tablets para os vencedores de cada categoria. As inscrições podem ser feitas até 3 de novembro próximo. O candidato deve preencher o formulário na página http://www.simec.org.br/premio. Mais informações: (85) 3421 6515 / 3421 6517.

>> Cartas à redação contendo comentários ou sugestões de reportagens podem ser enviadas para a Assessoria de Imprensa e Relações com a Mídia (AIRM) Avenida Barão de Studart, 1980, térreo, telefone: (85) 3421-5434. E-mail: [email protected]

FoTo

: JoS

É SoB

RINH

o

FoTo

: GIo

VANN

I SAN

ToS

SINDCALF

CEARÁ EXPORTA 22,9 MILHõES DE PARES DE CALçADOS NO PRIMEIRO SEMESTREOs produtores cearenses de calçados exportaram 22,9 milhões de pares de janeiro a junho deste ano, 7% a mais em comparação com igual período de 2011. Mas houve perda no faturamento, que caiu 9%. Somente Ceará e Paraíba apresentaram desempenho positivo no volume de pares embarcados para o exterior. Novamente, o Ceará ficou em primeiro lugar entre os seis principais estados exportadores, com uma participação de 42% sobre o volume total do Brasil. Hoje, o Ceará ocupa lugar de destaque no cenário nacional, sendo o maior exportador do país em volume de pares, e o segundo em valores, atrás apenas do Rio Grande do Sul. O setor calçadista de Fortaleza está prevendo para o segundo semestre do ano uma pequena melhora em relação ao mesmo período do ano passado, o que deve impactar também na reposição de postos de trabalho perdidos no primeiro semestre. A avaliação é do presidente do Sindicato das Indústrias de Calçados de Fortaleza (Sindcalf), Jaime Bellicanta.

| RevistadaFIEC | Agosto de 20126 7Agosto de 2012 | RevistadaFIEC |

Page 5: EXEMPLOS QUE DIGNIFICAM - Sistema FIEC - Federação das ... · O Brasil, um país marcado por ... teve sua importância diminuída, re- ... zação de dois fatores negativos: por

Treinamento, ministrado pelo Certrem, está voltado inicialmente à formação de profissionais ligados ao segmento de preparação de alimentos

SENAI forma profissionaispara a Copa de 2014

OServiço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI/CE), por meio do Centro Regional de Treinamento em Moagem e Panificação Senador

José Dias de Macêdo (Certrem), é uma das instituições escolhidas no estado para promover a qualificação de profissionais dentro do  Programa Nacional de Aces-so ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) da Copa do Mundo de 2014. O programa foi criado em 26 de

Pronatec

outubro de 2011 com a sanção da Lei nº 12.513/2011 pela presidente Dilma Rousseff. O objetivo é expandir e democratizar a oferta de cursos de Educação Profis-sional e Tecnológica (EPT) para a população brasileira. Para tanto, prevê uma série de subprogramas, projetos e ações de assistência técnica e financeira que, juntos, oferecerão oito milhões de vagas a brasileiros de dife-rentes perfis nos próximos quatro anos.

No caso do Pronatec da Copa, a intenção é oferecer qualificação aos funcionários envol-vidos com a cadeia turística nas cidades que sediarão os jogos do campeonato mundial de futebol. A ação é uma parceria envolvendo os Ministérios do Turismo e da Educação, e a qualificação profissional é uma das principais iniciativas do governo federal para transfor-mar o evento no maior de todos os tempos. A partir do programa, serão oferecidas 40 000 vagas por semestre com vistas a capacitar quem já trabalha com turismo e quem pretende se profissionalizar no setor. No total, estão previs-tas 29 atividades ligadas ao receptivo turístico, além dos cursos de inglês, espanhol e libras. Os participantes também receberão auxílio estu-dantil, entre alimentação e transporte.

Além do SENAI, participam do processo de qualificação profissional do Pronatec da Copa o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) e o Serviço Social do Comércio (Sesc), dentro de suas áreas específicas de atuação. No caso do Certrem, o treinamento está vol-tado inicialmente à formação de profissionais ligados ao preparo de alimentos. Desde julho, seis turmas se encontram em andamento, com

duração de 40 a 75 dias, formadas de 20 a 25 alunos. Até novembro próximo, novas turmas deverão ser constituídas, a partir da demanda dos próprios empreendimentos que atuam no ramo. Para participar do programa, os inte-ressados devem ter 18 anos ou mais e morar em uma das 12 cidades-sede da Copa, em seu entorno, ou em um dos destinos turísticos selecionados. No Ceará, foram definidos como destinos turísticos, além de Fortaleza, as cidades de Beberibe, Aquiraz, Caucaia, Araca-ti e Jijoca de Jericoacoara.

A grade de cursos prevê 29 especialida-des de forma gratuita em diversas áreas do setor turístico e também cursos de inglês, espanhol e libras. Os períodos e locais de realização serão definidos conforme dispo-nibilidade da instituição e local na empresa (in company). Para a execução de cursos in company, as empresas deverão atentar para o processo de formação de turmas e da deman-da, a fim de que haja uma adequabilidade de aplicação da modalidade. Atualmente, os seis treinamentos conduzidos pelo Certrem estão ocorrendo na própria unidade. Nesse primei-ro momento, os alunos das cidades-sede da Copa das Confederações (Brasília, Fortaleza, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife e Sal-vador) terão prioridade em termos de seleção de participantes. A proposta do programa, porém, é que outras cidades fora das sedes também recebam os cursos.

Desde julho, foram formadas seis turmas no Certrem, com duração de 40 a 75 dias

Curso de Padeiro

Jericoacoara é um dos destinos turísticos do Ceará

FoTo

: JoS

É SoB

RINH

o

FoTo

: JoS

É SoB

RINH

o

| RevistadaFIEC | Agosto de 20128 9Agosto de 2012 | RevistadaFIEC |

Page 6: EXEMPLOS QUE DIGNIFICAM - Sistema FIEC - Federação das ... · O Brasil, um país marcado por ... teve sua importância diminuída, re- ... zação de dois fatores negativos: por

Cursos proFIssIoNalIzaNtEs oFErECIDos pElo proNatEC:

sErVIÇo:

Agente de informações turísticas, Agente de viagens, Auxiliar de agenciamento de viagens, Auxiliar de cozinha, Auxiliar de garçom, Auxiliar de confeitaria, Auxiliar de servi-ços de hospedagem, Atendente de lanchonete, Bartender, Camareira, Chapista, Masseiro, Mestre de cerimônias, Mensageiro, Monitor ambiental, Monitor de recreação, organizador de eventos, Padeiro, Padeiro e confeiteiro, Pizzaiolo, Recepcionista de eventos, Recepcionista em

Informações pelo site: www.pronateccopa.turismo.gov.br ou telefone: 0800 606 8484.

meios de hospedagem, Churrasqueiro, Copeiro, Garçom básico, Cozinheiro industrial, Salgadeiro, Sommelier e Sushiman. Idiomas: Inglês, Espanhol e Libras.

Os profissionais que trabalham no setor terão prioridade na pré-matrícula dos 29 trei-namentos profissionalizantes oferecidos pelo Pronatec. Para os cursos de idiomas (inglês e espanhol), por exemplo, serão aceitas somen-te as inscrições dos profissionais que atuam com turismo. Com isso, o Ministério do Tu-rismo pretende, por meio da Copa, mudar a cadeia produtiva do segmento. As empresas

com funcionários qualificados receberão uma identificação oficial do governo, atestando que o estabelecimento fez parte da prepara-ção do país para a Copa do Mundo de 2014. O evento, nesse sentido, funcionará como grande incentivador do setor no país. Mas, para que isso seja possível, um fator funda-mental é a preparação dos profissionais, en-tende o Ministério do Turismo.

InovaçoesDescobertas&

CAMISA MoSTRA FoToSE TwEETS EM lED

Foi lançado no Reino Unido, neste mês de agosto, um perfume que promete ajudar quem está acima do peso. Chamada Prends Moi, a fragrância foi desenvolvida com base em pesquisas realizadas pela neurocosmética e aromaterapia. Segundo os fabricantes, o líquido contém ingredientes em sua formulação que estimulam a produção de betaendorfinas, neurotransmissores responsáveis pela sensação de bem-estar e relaxamento. Além disso, o perfume também contém cafeína, carnitina e extrato de spirulina, três substâncias relacionadas à quebra de gordura. Os resultados dos testes, antes de chegar ao mercado, apontaram que 75% das participantes sentiram menos vontade de “beliscar” um lanche depois de usar o perfume, enquanto 73% disseram experimentar sensações agradáveis. O perfume apresenta notas cítricas e baixo conteúdo de álcool, e a recomendação é de uma espirradela pela manhã e outra durante o dia, sempre ao sentir desejo incontrolável de comer alguma guloseima. O Prends Moi é vendido por 29,99 euros (aproximadamente 95 reais) – vidro de 100 mililitros.

Com o aporte técnico do Centro de Tecnologia de Alimentos e Bebidas do SENAI no Rio de Janeiro, um brasileiro criou a primeira cerveja do país desenvolvida especialmente para cães e gatos. Não alcoólico, o produto é fabricado nos mesmos moldes da bebida para humanos e está sendo fabricado nos sabores carne e frango, para cães, e peixe, para gatos. “A Dog Beer possui formulação à base de malte, que faz bem para os rins, e é fonte rica em Vitamina B”, garante Marco Melo, idealizador da bebida. Para viabilizar o projeto, ele procurou o único Centro de Tecnologia de Alimentos e Bebidas da América Latina dentro do qual são formados mestres cervejeiros no Brasil. “O case foi aceito e então começamos a desenvolver a legítima cerveja para animais, sem álcool, lúpulo e CO², que são letais aos animais.” A recomendação de consumo para animais com até 4 quilos é de meia garrafa ao dia; cães acima desse peso e gatos podem consumir uma garrafa diariamente. A cerveja para bichos chega no mercado com preço próximo ao das cervejas importadas, em torno de 5 dólares a garrafa de 355 mililitros. Nos Estados Unidos, a cerveja canina existe desde o ano passado. Polônia e Alemanha também têm a bebida. E em Bruxelas, na Bélgica, os cães têm até boteco especial, o “Toutou Bar”.

MonIToR PERMITE AoS MíoPES EnxERGAR SEM óCUloS

O engenheiro Vitor Pamplona, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, desenvolveu um monitor capaz de se ajustar ao grau de miopia do telespectador. A invenção foi batizada de "tailored displays", ou monitores sob medida, e foi apresentada recentemente em Los Angeles na Siggraph, a maior conferência de computação gráfica do mundo. A tecnologia se baseou no funcionamento do Nintendo 3DS, que projeta imagens tridimensionais na tela e dispensa o uso dos óculos 3D. Segundo o inventor, o projeto pode ser adaptado para vários outros problemas visuais, como astigmatismo, miopia, hipermetropia e até mesmo catarata. Basta ajustar as

imagens de acordo com o grau de cada pessoa. O experimento consiste em uma tela de LCD com duas camadas, sendo que a da frente funciona com um filtro. A tela posterior lança a imagem e o filtro determina o ângulo de direção da luz emitida por cada pixel aceso. Pamplona está negociando com empresas de alta tecnologia, dentre elas a Samsung, Nokia e Philips, para colocar no mercado o equipamento em breve.

A tecnologia hightech chegou com tudo na indústria do vestuário. A mais nova invenção é uma camiseta de algodão que utiliza o iPhone para mostrar fotos e tweets. O feito é de um grupo de programadores das empresas CuteCircuit e Ballantine's. A camisa pode ser lavada e possui um sistema programável que permite que o usuário determine quais informações e mensagens ele quer passar, via Bluetooth. Batizada de tshirtOS, a novidade utiliza um sistema que permite aos usuários programar um fino display digital de LED embutido no tecido da camiseta por meio do próprio dispositivo móvel (martphones). A peça pode transmitir mensagens, fotos e até vídeos armazenados na memória do iPhone. Apresentada ao mundo neste mês de agosto, os criadores ainda não revelaram quando a peça estará disponível no mercado.

PERFUME AjUDA A EMAGRECER

CERVEjA PARA AnIMAIS MADE In bRASIl

11Agosto de 2012 | RevistadaFIEC |

Page 7: EXEMPLOS QUE DIGNIFICAM - Sistema FIEC - Federação das ... · O Brasil, um país marcado por ... teve sua importância diminuída, re- ... zação de dois fatores negativos: por

Centenas de pessoas morrem anualmente em decorrência de choques elétricos. Saiba o que fazer para evitá-los

Os riscos do choque elétrico

"Cuidado, perigo de choque!” Se você já viu uma placa assim é sinal de que o ambiente (ou equipamento) em contato não estava devidamente protegido, in-

dicando precariedade nas instalações elétricas. Em situações como essa, o mais indicado é manter distância segura, já que os choques elétricos causam anualmente a morte de milhares de pessoas e animais. Especialistas revelam que a maior par-te dos acidentes acontece durante o trabalho, em serviços de obra ou reparos muito próximos da rede elétrica.

Estima-se que mais de mil pessoas falecem por ano no Brasil em decorrência de acidentes com eletricidade. Muitos deles em situações corriqueiras e em baixa tensão. No Ceará,

Prevenção

muito alta. Outro problema é quando as pessoas pretendem fazer algum reparo doméstico e se es-quecem de desligar o disjuntor. A quantidade de crianças que se envolvem em acidentes elétricos também é preocupante. O meio mais comum de falecimento é quando sofrem descargas fortes ao empinar pipa perto da rede elétrica.

A dica dos especialistas é que, ao mexer com a rede elétrica dentro de casa, as pessoas cortem a energia que chega da rua, desligando o disjuntor, além de usar material de isolamento, como luvas emborrachadas e calçados apropriados. Também é necessário retirar joias e bijuterias, como brin-cos, colares e anéis, e nunca fazer esse tipo de ser-viço em ambientes molhados ou úmidos. Outra dica é jamais tentar puxar os fios da rede pública.

A intensidade de corrente que pode começar a causar efeitos indesejáveis no organismo

humano é mil vezes menor do que a necessária para fazer funcionar uma lâmpada de 100 watts.

Ricardo Mattos, engenheiro de segurança do trabalho

“ “

Choque, o que é isso?

Ao se levar um choque, pode-se ter apenas uma pequena lesão na superfície da pele, mas os órgãos internos podem estar bastante

afetados. Isso porque a corrente elétrica prefere o meio líquido. No corpo humano (70% formados de líquidos), por exemplo, ela passa exatamente nos órgãos mais aquosos, como nervos e músculos, e menos por ossos e pele. Dessa forma, as descargas elétricas podem provocar arritmias e paradas cardíacas, alteração da função dos rins, lesões musculares e no sistema nervoso, com perda de movimento, e, nos casos mais graves, fraturas ou lesões da coluna, além da morte instantânea.

Mas, afinal, o que é choque elétrico? Por definição, segundo Ricardo Pereira de Mattos, engenheiro de segurança do trabalho, é o efeito que se manifesta no organismo humano quando é percorrido por uma corrente elétrica. E, fisicamente, “a intensidade de corrente que pode começar a causar efeitos indesejáveis no organismo humano é mil vezes menor do que a

necessária para fazer funcionar uma lâmpada de 100 watts”. Mattos explica que o pior choque é aquele que se origina quando uma corrente elétrica entra pela mão da pessoa e sai pela outra. Nesse caso, atravessando o tórax, ela tem grande chance de afetar o coração e a respiração. “Se fizerem parte do circuito elétrico o dedo polegar e o dedo indicador de uma mão, ou uma mão e um pé, o risco é menor.”

E a corrente elétrica, do que é feita? Segundo o engenheiro elétrico Maurício Ferraz de Paiva, corrente elétrica é o movimento ordenado de partículas – elétrons – portadoras de carga elétrica. Observado microscopicamente, pode-se ver que essas partículas estão em movimento desordenado, em razão da agitação térmica à qual estão submetidas. “O choque elétrico é causado por essa corrente ao atravessar o corpo humano ou de qualquer outro tipo de animal, o que pode levar à morte. Por isso deve-se ter muito cuidado com tomadas, fios desencapados e até mesmo a rede elétrica de distribuição de energia, pois são perigosos e com alto poder para eletrocutar uma pessoa”, afirma Maurício Paiva.

Ainda segundo o especialista, o que determina as consequências do choque é a intensidade da corrente elétrica, medida pelo Sistema Internacional de Unidades em ampère: “Uma corrente de 1 mA a 10 mA pode provocar apenas uma sensação de formigamento; entre 10 mA e 20 mA, pode causar uma sensação dolorosa; maiores que 20 mA e menores que 10 mA causam dificuldades na respiração e podem causar morte por asfixia se a pessoa não for socorrida a tempo; superiores a 100 mA são muito perigosas, com alto poder de matar, pois atacam diretamente o coração, fazendo com que ele funcione com rápidas contrações e de forma irregular – é a chamada fibrilação cardíaca; e superiores a 200 mA já não causam mais a fibrilação cardíaca, mas provocam graves queimaduras e parada cardíaca”.ainda não há números oficiais, mas se sabe que são bastante

comuns nas emergências de hospitais públicos e privados. Na maior metrópole da América do Sul, São Paulo, segundo a Secretaria Estadual de Saúde, a cada dois dias uma pessoa perde a vida vítima de descarga elétrica. Em 2010, último dado consolidado, foram registradas 167 mortes.

No levantamento de São Paulo, as principais vítimas das descargas elétricas são homens. Do total de pessoas que mor-reram em 2010, 157 delas realizavam serviços de manutenção e reparos em residências. O principal fator de risco detectado é tentar puxar um fio de forma ilegal e conectar diretamente na fonte da rua, que vem com uma carga ou com uma voltagem

| RevistadaFIEC | Agosto de 201212 13Agosto de 2012 | RevistadaFIEC |

Page 8: EXEMPLOS QUE DIGNIFICAM - Sistema FIEC - Federação das ... · O Brasil, um país marcado por ... teve sua importância diminuída, re- ... zação de dois fatores negativos: por

Fio terra

Em equipamentos elétricos, uma falha comum é o contato dos seus circuitos internos (fios e cabos) com as partes metálicas que os circundam. Quando

isso ocorre, a corrente elétrica passa a circular pela parte externa, procurando um caminho de baixa resistência para continuar fluindo. Quando alguém faz contato com esse equipamento, o corpo se transforma nesse caminho. Normalmente, a resistência elétrica (capacidade de um corpo qualquer se opor à passagem de corrente elétrica)

NR-10

Nas empresas, para garantir ambientes de trabalho seguros e saudáveis, o trabalhador tem a seu favor a constante

atualização da legislação brasileira referente à prevenção de acidentes. Dentre essas leis está a Norma Regulamentadora nº 10 (NR-10), instituída pela portaria 3214/1978 do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), em vigor desde dezembro de 2004. A norma foi desenvolvida para estabelecer requisitos e condições mínimas para implantação de medidas de controle e sistema preventivos e para que exista garantia da segurança e saúde dos trabalhadores que atuam em serviços com eletricidade.

As chances de salvar vítima de choque elétrico diminuem rapidamente, porque, com parada respiratória e cardíaca, ela pode ter morte cerebral em aproximadamente quatro minutos. Pesquisas revelam que, após um minuto, as chances de reanimação da vítima são de 95%; após 4 minutos, 50%, e em oito

minutos apenas 0,5%. Dessa forma, o uso das técnicas de primeiros socorros, o mais rápido possível, é fundamental para salvar a vida do acidentado.

da pele humana é grande e limita a ação de uma corrente elétrica, caso a tensão aplicada não seja muito forte. Com a pele seca, por exemplo, não se toma nenhum choque se submetida à tensão de 12 V, mas, caso a pele esteja úmida, a resistência elétrica cai muito e pode haver um choque considerável. Uma forma de evitar os choques em aparelhos, por exemplo, é fazer a ligação deles à terra – é o chamado fio terra, que tem baixíssima resistência e empurra a corrente para o chão.

A norma é composta por 14 itens, distribuídos por 99 subitens, além de três anexos (Zona de Risco e Zona Controlada, Treinamento e Prazos para Cumprimentos dos Itens da NR-10) e um glossário. Possui uma área de aplicação abrangente, desde indústrias e instalações comerciais, a até mesmo instalações residenciais, nas quais o profissional atuante na área de eletricidade deve estar capacitado e orientado a seguir os itens da norma aplicados à sua função. As fases de aplicação da NR 10 se estendem desde a geração e transmissão, até a distribuição de consumo de eletricidade, incluindo-se etapas de projeto,

construção, montagem, operação e manutenção das instalações elétricas e quaisquer trabalhos realizados em suas proximidades.

No Ceará, o curso sobre a Norma NR-10 é oferecido pelo SENAI da Barra do Ceará. Com 40 horas/aula, a capacitação pode ser ministrada nas empresas, ou nas próprias instalações do SENAI, localizado na Avenida Francisco Sá, 7221. O treinamento, voltado para profissionais com o curso de eletricidade básica, visa apresentar medidas que proporcionem segurança nos trabalhos com eletricidade, abordando os princípios e condições inseguras aos quais estão submetidos os trabalhadores, bem como os procedimentos a serem tomados a fim de evitar acidentes.

Primeiras providências

A ressuscitação cardiopulmonar

O que fazer

ChoqUE EléTRICo – PRIMEIRoS SoCoRRoS

FoNTES: http://www.webciencia.com/23_choque.htm#ixzz1v3rxzhm1 e www.manoel.pesqueira.ifpe.edu.br

Curso sobre NR-10 é oferecido pelo SENAI com 40

horas/aula

Desligue o aparelho da tomada ou a chave geral.

Se tiver que usar as mãos para remover uma pes-soa, envolva-a em jornal ou em saco de papel.

Empurre a vítima para longe da fonte de ele-tricidade com um objeto seco, não condutor de corrente, como um cabo de vassoura, tá-bua, corda seca, cadeira de madeira ou bas-tão de borracha.

Com a pessoa no chão, coloque uma mão sobre a outra e localize a extremidade inferior do osso vertical que está no centro do peito (o chamado osso esterno).

Se houver parada cardiorrespiratória, aplique a técnica da ressuscitação.

Cubra as queimaduras com gaze ou com pano bem limpo.

Se a pessoa estiver consciente, deite-a de cos-tas, com as pernas elevadas. Se estiver incons-ciente, deite-a de lado.

Se necessário, cubra a pessoa com um cobertor e mantenha-a calma.

Procure ajuda médica imediata.

Ao mesmo tempo, uma outra pessoa deve aplicar respiração boca a boca, firmando a cabeça da pessoa e fechando as narinas com o indicador e o polegar, mantendo o queixo levantado para esticar o pescoço.

Enquanto o ajudante enche os pulmões, sopran-do adequadamente para insuflá-los, pressione o peito a intervalos curtos de tempo, até que o co-ração volte a bater.

Essa sequência deve ser feita da seguinte forma: se você estiver sozinho, faça dois sopros para cada 15 pressões no coração; se houver alguém aju-dando, faça um sopro para cada cinco pressões.

FoTo

: JoS

É SoB

RINH

o

| RevistadaFIEC | Agosto de 201214 15Agosto de 2012 | RevistadaFIEC |

Page 9: EXEMPLOS QUE DIGNIFICAM - Sistema FIEC - Federação das ... · O Brasil, um país marcado por ... teve sua importância diminuída, re- ... zação de dois fatores negativos: por

Atualmente a indústria de plásticos no Ceará produz utilidades domésticas, artefatos para calçados e material de construção

SENAI implanta laboratório

O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI/CE), por meio de sua escola de Maracanaú (Centro de Educação e Tecnologia Alexandre Fil-

gueira Rodrigues), está implantando um laboratório no segmento de plástico. A iniciativa coloca a unidade como parte do projeto Rede Sibratec de Transformados Plásticos (RTP), que envolve 29 laboratórios distribuídos em 15 ins-tituições pelo país. No Nordeste, além do Ceará, somente a Bahia, também por meio do SENAI, compõe a rede. O Sistema Brasileiro de Tecnologia (Sibratec), operado pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), é um instru-mento para apoiar o desenvolvimento tecnológico das em-

Plástico

presas brasileiras, dando-lhes condições para aumentar as ações de inovação, e, assim, contribuir para o crescimento do valor agregado de faturamento, produtividade e compe-titividade nos mercados interno e externo.

A Rede Sibratec de Transformados Plásticos surgiu, se-gundo Rogério Lima, consultor do SENAI de Maracanaú, de edital lançado pela Finep para formar redes temáticas de labo-ratórios especializados em atender às demandas de metrolo-gia (calibração, ensaios, análises), normalização e avaliação de conformidade técnica. No caso da RTP, o foco é assistir toda a cadeia produtiva do segmento de transformados plásticos, indo desde a matéria-prima, desenvolvimento de produto e

processo de transformação, até o descarte (re-ciclagem). No caso do Ceará, o SENAI entrou no projeto a partir de agosto do ano passado com investimentos previstos de 282 440 reais, distribuídos em equipamentos e gastos em re-cursos humanos.

Atualmente, destaca Rogério Lima, a indús-tria de plásticos no Ceará produz utilidades domésticas, artefatos para a indústria de calça-dos (diversos tipos) e material de construção. Os processos são fundamentalmente de injeção de plásticos, correspondendo a cerca de 80% do mercado. Os demais processos são extrusão, sopro e rotomoldagem. O uso de plásticos nas empresas cearenses está mais presente no setor de utilidade doméstica (polietileno e polipropi-leno), material de construção (PVC, poliestire-no), indústria de calçados (PVC flexível, ABS, polietileno, poliestireno) e peças técnicas (en-genharia). Com o início da operação do labo-ratório, diz Rogério, as empresas locais pode-rão realizar na unidade de Maracanaú ensaios de densidade, de índice de fluidez, de impacto Izod e Charpy, de tração, de teor de cargas inor-gânicas e de teor de umidade.

Rogério Lima afirma que a importância do laboratório do SENAI não poderá ser medida apenas pelas atividades que serão trabalhadas dentro dele, porque a atuação é em rede. Essa sistemática permite, por exem-plo, que demandas não atendidas no SENAI Maracanaú possam ser repassadas às outras unidades da RTP e atendidas com a mesma garantia de qualidade e eficiência.

Para se ter uma ideia do que representa o Sibratec, Rogério destaca que o sistema está or-ganizado em três tipos de redes denominados

A indústria de plásticos no

Ceará produz utilidades domésticas, artefatos para a indústria de calçados e material de construção.

Rogério Lima, consultor

do SENAI Maracanaú

“ “

componentes: centros de inovação, serviços tec-nológicos e extensão tecnológica. O SENAI/CE faz parte da rede temática de serviços tecnológi-cos, formada por laboratórios e entidades acredi-tadas ou que possuem sistema de gestão da qua-lidade laboratorial. Esse componente destina-se a apoiar a infraestrutura de serviços de calibração, de ensaios e análises de avaliação da conformi-dade, a capacitação de recursos humanos, o apri-moramento de gestão da qualidade laboratorial e programas de ensaio de proficiência, bem como as atividades de normalização e de regulamenta-ção técnica para atender às necessidades de aces-so das empresas ao mercado.

Ensaios para o segmento de plástico do laboratório

do sENaI/CE

serviço:

segmentos de mercado atendidos pela rtp

Ensaio de densidade

Ensaio de índice de fluidez

Ensaio de Impacto Izod e Charpy

Ensaio de tração

Ensaio de teor de cargas inorgânicas

Ensaio de teor de umidade

Informações pelo telefone (85) 3421-5000.

Matéria-prima

Desenvolvimento de produtos de plásticos

Moldes e matrizes

Extrusão de produtos plásticos

Sopro de produtos plásticos

Injeção de produtos plásticos

Brinquedos

Eletroeletrônicos

Saúde e segurança

Calçados

Têxtil

Construção civil

Filmes e embalagens

Eletrodomésticos

Automotivo

FoTo

: GIo

VANN

I SAN

ToS

FoTo: GIoVANNI SANToS

| RevistadaFIEC | Agosto de 201216 17Agosto de 2012 | RevistadaFIEC |

Page 10: EXEMPLOS QUE DIGNIFICAM - Sistema FIEC - Federação das ... · O Brasil, um país marcado por ... teve sua importância diminuída, re- ... zação de dois fatores negativos: por

Local possui salas de leitura e de aula, está equipado com dez computadores ligados à internet e conta com um acervo de 1 700 livros

SESI/CE instala unidade na Vulcabras/Azaleia

Um ambiente que proporcione desenvolvimento cultu-ral por meio de centro de multimídia concebido para a promoção do acesso à informação e ao conhecimen-

to. Esse é o conceito do projeto Indústria do Conhecimento implantado pelo Serviço Social da Indústria (SESI/CE) na fábrica da Vulcabras/Azaleia em Horizonte, na região me-tropolitana de Fortaleza. Com essa, agora são cinco unidades instaladas no estado (Fortaleza, Pacatuba, Sobral e Juazeiro do Norte). O projeto, desenvolvido pelo Departamento Na-cional do SESI, em parceria com os ministérios da Educação e das Comunicações, empresas públicas e privadas e gover-nos estaduais e municipais, consiste em ampliar a inclusão

Horizonte

digital e garantir o acesso gratuito dos trabalhadores a fontes de informação e conhecimento.

A ideia surgiu após a constatação de que o baixo índice de leitura no Brasil é reflexo da deficiência de acervo das bibliotecas escolares e públicas e da dificuldade de acesso à internet. Na Vulcabras/Azaleia, a unidade, com mais de 400 metros quadrados, possui salas de leitura e de aula e está equipada com dez computadores ligados à internet. Conta com um acervo de 1 700 livros, revistas, gibis e jornais. A estrutura física está capacitada para atender a mais de 300 pessoas por dia nos turnos manhã, tarde e noite. Além de colocar à disposição o uso das mídias

digitais e do acervo impresso, dá suporte às ações dos cursos de educação básica e con-tinuada desenvolvidos pelo SESI para os in-dustriários. A unidade é a primeira dentro de um empreendimento industrial.

Para a gerente de Recursos Humanos da Vulcabras/Azaleia, Vera Lúcia Bezerra, a ins-talação do projeto é um sonho antigo. Ela conta que a empresa já atua com o SESI em programas educacionais voltados aos funcio-nários, mas havia sempre demanda por mais serviços. “Hoje, por exemplo, a Vulcabras, com 11 950 colaboradores em Horizonte, es-tima em cerca de mil as pessoas interessadas em participar dos programas educacionais da entidade do Sistema FIEC.” Vera Lúcia desta-ca, ainda, o momento da inauguração da uni-dade: “Numa época em que muitas empresas estão mais voltadas a cortes de custo, a inicia-tiva conjunta do SESI e da Vulcabras/Azaleia deveria servir de estímulo”.

As instalações do Indústria do Conhe-cimento, explica Vera Lúcia, deverão ser abertas aos moradores da região, a fim de apoiar o município em ações que possibili-tem o acesso à informação. Segundo ela, há em Horizonte várias indústrias com número expressivo de funcionários que poderão usu-fruir da iniciativa. A Vulcabras/Azaleia esti-ma que 90% dos seus colaboradores sejam oriundos de Horizonte ou de municípios vi-zinhos, o que torna mais importante ainda a instalação do equipamento na empresa.

Conforme o prefeito de Horizonte, Manoel Gomes de Farias Neto, a Vulcabras/Azaleia tem sido uma parceira estratégica desde que chegou ao município, colaborando tanto no desenvolvimento econômico quanto no as-pecto social da região. Para Manoel Gomes, a cidade, ao receber o equipamento, fortalece o objetivo de oferecer aprendizado constante aos seus habitantes, como forma de prepará--los melhor para o futuro. Exemplificando, diz que está sendo concluída uma escola téc-nica e até 2013 três universidades deverão se instalar por lá.

A importância do município pode ser medida também por sua pujança econômica: situa-se entre as cinco maiores economias do estado. Conta hoje com mais de 40 indús-trias, em que predominam os setores têxtil calçadista, granito e automotivo, e mais de mil estabelecimentos comerciais, gerando

juntos cerca de 20 000 empregos diretos. Atualmente, com mais de 54 000 habitantes, coloca-se no oitavo lugar no grupo de mu-nicípios mais populosos da região metropo-litana de Fortaleza. Em relação à educação, o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) de 2009 trouxe bons resulta-dos para Horizonte. Na avaliação do Ensino Fundamental I, atingiu a nota 4,5, ultrapas-sando a meta prevista de 3,7 e as notas gerais do Ceará (4,2), do Nordeste (3,7) e do Brasil (4,4). No Ensino Fundamental II, foi alcan-çada a nota 3,9, também acima da previsão de 3,2 e da nota de 2007, que foi 3,4. Segun-do o Censo Escolar, as instituições de Ensino Fundamental e de Ensino Médio registraram, juntas, em 2010, 12 850 matrículas.

Manoel Gomes Farias: "Horizonte, ao receber o equipamento, fortalece o objetivo de oferecer aprendizado constante aos seus habitantes"

Hoje, a Vulcabras, com 11 950

colaboradores em Horizonte, estima em cerca de mil as pessoas interessadas em participar dos programas educacionais da entidade do Sistema FIEC.Vera Lúcia Bezerra, gerente de

Recursos Humanos da Vulcabras/Azaleia

“ “LUIZ HENRIQUE CAMPOS

FoTo: GIoVANNI SANToS

FoTo: GIoVANNI SANToS

| RevistadaFIEC | Agosto de 201218 19Agosto de 2012 | RevistadaFIEC |

Page 11: EXEMPLOS QUE DIGNIFICAM - Sistema FIEC - Federação das ... · O Brasil, um país marcado por ... teve sua importância diminuída, re- ... zação de dois fatores negativos: por

unidades da Indústria do Conhecimento

Estação Metrofor

Instalada em 2008 na Estação João Felipe, a única estrutura do projeto Indústria do Conhecimento em Fortaleza oferece aos cerca de 14 000 passageiros que passam todos os dias pelo local o acesso gratuito a computadores, livros, jornais e revistas. A minibiblioteca foi instalada em um carro de passageiro, em es-trutura metálica, de 18 metros de comprimento por 2,58 metros de largura interna. o carro foi totalmente adaptado e recebeu iluminação e refrigeração adequadas para conservar livros e equipamentos. Para ter acesso aos computadores e aos livros, basta assinar o nome no livro de visitas. Para usar o computador, é preciso respeitar o tempo limite de uma hora. Dessa forma, mais usuários podem acessar a internet. Mesmo quem não está pegando o trem pode entrar na minibiblioteca, que está localiza-da fora da área de embarque e desembarque de passageiros. o acervo conta com 1 300 livros impressos, dez computadores com internet, 10 000 títulos em mídia eletrônica, além de periódicos locais, DVDteca, Cdteca e gibiteca, tudo com acesso gratuito.

juazeiro do norte

Pioneira no estado, a unidade caririense foi inaugurada em 12 de agosto de 2007. Instalada na rua José Marrocos, 2265, bairro Romeirão, próximo ao 2º Batalhão da Polícia Militar, conta com acervo de 2 046 obras. o atendimento é de segunda à sexta-feira, das 8h às 21h; e, aos sábados, de 8h às 12h. o local é bastante utilizado por escolas e para eventos promovi-dos por entidades públicas e privadas.

Linha de produção da Vulcabras/Azaleia

P ara o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC) e do Conselho Regional do SESI, Roberto Proença de Macêdo, os resultados

esperados, a partir da implantação da Indústria do Conhecimento na Vulcabras/Azaleia, é que haja o aumento nos índices de leitura e de pesquisa, o desenvolvimento de competências (desdobrada no tripé conhecimento, habilidade e atitude) e um grande impulso no processo de competitividade e inovação industrial. "Tenho a convicção de que estamos oferecendo a todos que fazem parte da Vulcabras uma das mais modernas bibliotecas em sua infraestrutura, design, acervo e acessibilidade à informação." Ele lembra que a unidade é a comprovação de que a indústria deseja e sonha com um país diferente: "Um país de leitores, pesquisadores, razão pela qual o SESI não

"Hábito de ler está além dos livros impressos"mede esforços ao lançar para a sociedade um projeto do porte deste, no bojo do qual está a democratização aos bens de cultura, incentivando os trabalhadores ao exercício da cidadania e qualificação para o trabalho e, assim, contribuindo para o desenvolvimento sustentável, uma vez que o futuro da indústria brasileira está intimamente ligado à educação e ao conhecimento".

De acordo com Roberto Macêdo, o gosto pela leitura é um hábito que se consolida a partir da prática cotidiana, devendo, portanto, ser estimulado desde a infância, até tornar-se uma necessidade. Dados divulgados na pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, em abril de 2011, revelam que, apesar dos avanços de 1,8 livro por habitante/ano em 2000 para 4,7, em 2011, o Brasil ainda está longe de ser uma nação de cidadãos leitores.

Perfil

A Vulcabras/Azaleia é uma das dez maiores companhias mundiais de calçados esportivos e a maior latino-americana, atuando

na gestão de marcas fortes e reconhecidas no segmento de calçados esportivos e femininos e confecções esportivas, sustentada por um modelo de negócios diferenciado que integra o desenvolvimento de produtos e tecnologias, a produção, o marketing e a comercialização. As suas marcas são representadas por produtos reconhecidos pela inovação tecnológica, design e qualidade, incluindo as marcas Olympikus e Rebook, no segmento de calçados e vestuário

esportivos, Azaleia e Dijean, no segmento de calçados femininos e Olympikus e Opanka, no segmento de chinelos, que atendem a múltiplos segmentos de renda.

Atualmente possui 25 fábricas localizadas nos estados do Ceará, Sergipe, Bahia, Rio Grande do Sul e uma na Argentina. Além disso, a operacionalização em países como Argentina, Chile, Uruguai, Colômbia e Peru fortalece a presença nos mercados internacionais e confere vantagens competitivas no atendimento a clientes nesses países. Paralelamente às etapas de desenvolvimento do produto e à sua fabricação, a empresa investe forte em campanhas de marketing por meio de anúncios de mídia e patrocínios esportivos. A marca Olympikus é líder em termos de faturamento de calçados esportivos no Brasil com participação de mercado de 13%, comparado com 8,2% em 2007, quando foi adquirida. Da mesma forma, a Reebok se tornou uma das líderes de mercado na Argentina, em termos de faturamento de calçados esportivos. Já a Azaleia foi recentemente classificada como “top-of-mind” do segmento de calçados femininos.

Em termos de processo produtivo, a Vulcabras/Azaleia combina o emprego intensivo de mão de obra qualificada e o uso de equipamentos e matéria-prima de ponta, a constantes investimentos em pesquisa e desenvolvimento em inovação de novas tecnologias para garantir performance, conforto e custo acessível a seus produtos. Em Horizonte, a empresa está localizada à Avenida Presidente Castelo Branco, 6847, Distrito Industrial.

Sobral

Sobral passou a contar com uma unidade do projeto SESI Indústria do Conhecimento em abril de 2008. Desde então, tem promovido o acesso gratuito da população sobralense aos meios de informação e ao conhecimento. o projeto é um centro de educação multimídia equipado com dez computadores acessan-do a internet. Conta com biblioteca, DVDteca, Cdteca e gibiteca. o equipamento está localizado em local central e de fácil acesso – Avenida Pericentral s/n, próximo à rotatória Massapê, no bairro Expectativa –, em terreno cedido pela prefeitura.

Pacatuba

Com cem metros quadrados, o Indústria do Conheci-mento de Pacatuba foi inaugurado em setembro de 2010, composto por dez computadores, 24 lugares para leitura e acervo com mais de mil títulos, abran-gendo, em sua maioria, as áreas de conhecimento. o horário de funcionamento é de segunda a sexta-feira, de 8h às 20h, e, aos sábados, de 8h às 16h, na Ro-dovia CE-060, 11 724. Dentre os serviços oferecidos incluem-se cursos de educação básica e de educação continuada, leitura em mídia impressa e mídia eletrô-nica e pesquisa na internet.

FoTo

: GIo

VANN

I SAN

ToS

| RevistadaFIEC | Agosto de 201220 21Agosto de 2012 | RevistadaFIEC |

Page 12: EXEMPLOS QUE DIGNIFICAM - Sistema FIEC - Federação das ... · O Brasil, um país marcado por ... teve sua importância diminuída, re- ... zação de dois fatores negativos: por

CNI e FIEC homenagearam personalidades na solenidade comemorativa ao Dia da Indústria pelas ações em prol do desenvolvimento do país e fortalecimento da indústria cearense e brasileira

A força dos bons exemplos

A palavra crise segue presente no noticiário econômico internacional. Embora fora do foco central da turbulência mundial, o Bra-

sil precisa de ações para minimizar seus efeitos. A tarefa não é simples, mas o esforço contínuo tem como meta o desenvolvimento brasileiro. No úl-timo dia 26 de julho, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC) realizaram, no La Maison Buffet, em Fortaleza, uma noite solene para home-nagear personalidades que dedicam suas vidas para o desenvolvimento do país e o fortalecimento da indústria cearense e brasileira.

Na solenidade do Dia da Indústria, data cele-brada nacionalmente em 25 de maio, o cientista cearense Fernando de Mendonça foi agraciado com a Ordem do Mérito Industrial, comenda má-xima da CNI. Os industriais José Vilmar Ferreira, presidente do grupo Aço Cearense; Maria Suzete Dias de Vasconcelos, presidente do Laboratório Madrevita; e Herbert Fisk Johnson Jr. (in memo-rian), empresário norte-americano precursor do Grupo Johnson no Ceará – representado por seu bisneto Connor Leipold –, receberam da FIEC a Medalha do Mérito Industrial.

Os exemplos de homens e mulheres empreen-dedores, inovadores e de sucesso tornam-se ainda

Dia da Indústria

mais importantes no atual momento, que lança sobre o Brasil a necessidade de transformar-se em um país efetivamente competitivo. “Crescimento e geração de empregos é de que mais o Brasil neces-sita para espantar a crise que se espraia pelo mun-do”, resumiu o senador Albano Franco, conselheiro emérito da CNI, em seu discurso.

É nesse sentido que a FIEC tem colocado ao lon-go dos anos dois fundamentos básicos como pres-supostos de sua atuação: a defesa da indústria e o desenvolvimento do Ceará. Para a entidade, esses são pilares que se complementam, a partir do en-tendimento de que, sem uma indústria forte, não há como impulsionar o crescimento econômico.

O setor industrial é responsável por 24,5% do Produto Interno Bruto (PIB) do Ceará. No estado, o setor tem como base a indústria de transformação. Dados do Instituto de Desenvolvimento Industrial do Ceará (INDI), instituição do Sistema FIEC, re-velam que esse segmento responde hoje por 52,7% das riquezas produzidas pela indústria cearense.

O presidente da FIEC, Roberto Proença de Ma-cêdo, acredita que a competitividade brasileira no cenário internacional só se efetivará com a indús-tria respondendo, sobretudo, a três grandes desa-fios: a inovação, a capacitação de mão de obra e a incorporação de novas tecnologias à produção.

PAULO ARAújO

A necessidade de mudança pode ser vista em números. Segundo dados divulgados pelo Inter-national Institute for Management Development (IMD), instituto suíço voltado para o desenvol-vimento empresarial, o Brasil caiu duas posições no ranking de competitividade internacional, ocupando atualmente o 46º lugar entre as 59 eco-nomias pesquisadas. Já a produtividade brasileira, nos últimos 25 anos, evoluiu à ordem de apenas 0,2% ao ano. Para efeito de comparação, no mes-mo período a evolução anual da produtividade chinesa foi de 4%.

Diante desses desafios, a CNI e suas federações filiadas aplicam seus esforços para fortalecer a in-dústria brasileira. “A FIEC, além de estar totalmente comprometida com os mesmos propósitos da CNI, tem buscado diuturnamente adequar-se às novas exigências do mercado mundial, de forma a me-lhorar a qualidade do atendimento e o tempo de resposta às demandas dos nossos associados”, disse Roberto Macêdo em seu pronunciamento.

Para responder ao desafio da inovação, a FIEC aposta que o avanço tecnológico só garante a competitividade e a sustentabilidade das empresas com as pessoas no centro do processo produtivo. O INDI vem buscando aproximar universidades, órgãos governamentais e empresas para o desen-

volvimento do setor produtivo em benefício do estado. Articulados pela FIEC, por meio do INDI, estão envolvidos no processo de inovação do Ceará: Universidade Federal do Ceará (UFC), Universida-de de Fortaleza (Unifor), Universidade Estadual do Ceará (Uece), Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE), Faculdade 7 de Setembro (Fa7), Banco do Nordeste do Bra-sil (BNB), Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecno-lógico (Funcap), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e Secretaria da Ciência, Tecnologia e Educação Superior (Secitece).

Foram formados grupos de trabalho com esses órgãos, contando com o apoio da CNI e de univer-sidades internacionais – tais como a Ben-Gurion University, de Israel, o Massachusetts Institute of Technology (MIT), dos Estados Unidos, e o Ins-tituto Fraunhofer, da Alemanha –, que já geram resultados para a criação de um novo ambiente de inovação no estado. “Combinando conhecimen-to e capacidade empreendedora, seremos capazes de consolidar os setores produtivos atuais e fazer surgir novos, criar empresas e novos postos de tra-balho para gerar renda e desenvolvimento”, avalia Roberto Macêdo.

Combinando conhecimento

e capacidade empreendedora, seremos capazes de consolidar os setores produtivos atuais e fazer surgir novos, criar empresas e novos postos de trabalho para gerar renda e desenvolvimento.

Roberto Macêdo, presidente da FIEC

José Vilmar Ferreira, Suzete Dias de Vasconcelos , Fernando de Mendonça e Connor Leipold (neto de Herbert Johnson)

FoTo

: JoS

É SoB

RINH

o

| RevistadaFIEC | Agosto de 201222 23Agosto de 2012 | RevistadaFIEC |

Page 13: EXEMPLOS QUE DIGNIFICAM - Sistema FIEC - Federação das ... · O Brasil, um país marcado por ... teve sua importância diminuída, re- ... zação de dois fatores negativos: por

“Acho que a homenagem aumenta muito o meu capital intangível, isto é, aquele capital que não tem nada a ver com economia ou bens materiais. O que eu quero é transformar esse benefício em benefício de alguém. Eu tenho que me preocupar em fazer um bom uso dessa homenagem. A responsabilidade aumenta.”

Fernando de Mendonça, cientista.

“É uma homenagem que recebo com muita honra e bastante envaidecida. Gostaria que o mérito fosse dividido, em memória, com meu marido, José Dias de Vasconcelos, de quem partiu a ideia de fundação do Laboratório Madrevita há 57 anos.”

Maria suzete Dias de Vasconcelos, presidente do Laboratório Madrevita.

Opiniões

Ações para inovar

Em julho, durante o Seminário Inova Ceará 2012, foi lançado o Movimento Inova Ceará em uma carta aberta à sociedade, publicada nos

principais periódicos do estado. O documento destaca a necessidade de um esforço contínuo e permanente de transformação econômica e social por meio da implementação de práticas inovadoras que criem a cultura da inovação em todos os setores da sociedade cearense. O movimento nasceu com a determinação de formar e formatar uma aliança entre universidades, setor produtivo, poder público e lideranças sociais.

Dentro do Movimento Inova Ceará, foi iniciado o projeto Apóstolos da Inovação, cujo objetivo é promover ações de fomento à inovação por meio da pesquisa de cases de sucesso para o setor industrial. Doze estudantes, seis do

é fruto de cooperação de ITA, CNI, universidades cearenses e algumas empresas.

O Sistema FIEC também impulsiona a inovação pelas atividades do Instituto Euvaldo Lodi (IEL/CE), responsável por ligar o setor produtivo à comunidade acadêmica, desenvolvendo ações nas áreas de inovação, capacitação empresarial e consultoria, além de intermediar a inserção de estagiários nas empresas cearenses. Em 2012, por meio do IEL/CE, está sendo ampliada a atuação do Núcleo Empresarial de Inovação (NEI), que busca mobilizar as empresas a aderir à cultura da inovação.

Em janeiro, o NEI cearense rompeu os limites da capital e foi lançado em Juazeiro do Norte, para impulsionar a região do Cariri. As ações do NEI/CE em 2012 já mobilizaram 389 empresas apenas em Fortaleza e 35 empresas passaram por capacitações. A meta anual é capacitar 70 empresas e implantar 50 planos

O projeto Apóstolos da Inovação é único

no país

Curso realizado pelo IEL em parceria com a Wharton School

Capacitação de mão de obra

Para responder ao desafio da capacitação de mão de obra, a CNI e suas federações contam com o maior complexo de educação profissional

e tecnológica da América Latina, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI). Nos próximos anos, o SENAI pretende ampliar sua atuação em todo o país. (Ver quadro na página 26).

Em 3 de julho, foi concretizado mais um passo para a ampliação da capacitação de mão de obra e da oferta de serviços para a qualidade de vida dos trabalhadores da indústria com a inauguração do novo centro integrado do SENAI e do SESI em Sobral. Com investimento de 20 milhões de reais, o Centro de Formação Profissional do SENAI José Euclides Ferreira Gomes Junior e o Núcleo de Negócio do SESI

Silvana Machado dos Santos, que funcionam de forma integrada, realizam atividades de ensino, de cultura e de lazer e, principalmente, de formação de mão de obra para as cerca de 200 indústrias de 36 municípios da região Norte do Ceará.

de inovação nas micro e pequenas empresas do estado, em parceria com Sebrae e SENAI.

Ainda na área de capacitação empresarial, o IEL/CE promoveu, em março, o curso Estratégias para Inovação em Novos Mercados, realizado em parceria com a Wharton School, da Universidade da Pensilvânia, uma das principais escolas de negócio do mundo.

O desafio nordestino

ONordeste deve receber do governo federal tratamento preferencial no que se refere a investimentos, a fim de reduzir as

diferenças regionais do país. Essa posição foi defendida na solenidade do Dia da Indústria, em 26 de julho, pelo senador Albano Franco. O senador aposta em investimentos na ampliação da infraestrutura e nos setores sociais da região. A região nordestina representa menos de 15% do PIB do país, abrigando mais de 28% da população nacional. Dessa forma, a renda per capita da região situa-se um pouco acima

da média nacional. O Nordeste também amarga os mais baixos Indicadores de Desenvolvimento Humano (IDH).

“Precisamos crescer a taxas mais altas, a fim de que as distâncias econômicas e sociais entre o Nordeste e o resto do país, especialmente o Sudeste e o Centro-Sul, sejam reduzidas”, argumenta Albano Franco, que vê o Ceará na linha de frente do desenvolvimento nordestino, alicerçado em projetos estruturantes. Projetos como a Refinaria Premium II da Petrobras, a usina

“Recebi essa medalha com muita alegria. Ela é uma homenagem a homens e mulheres que, por suas atividades, contribuem para o desenvolvimento social e econômico do nosso estado. É uma honra. Isso é mais um estímulo para a gente continuar trabalhando no nosso projeto de gerar emprego, melhorar a qualidade de vida da população e gerar tributos para o Ceará.”

Vilmar Ferreira, presidente da Aço Cearense.

“Nós temos uma relação profunda com o Ceará e com o Brasil há muitos anos. A companhia chegou ao país em 1937. Antes, em 1935, o homenageado, Herbert Johnson, veio ao Ceará pela cera da carnaúba e se apaixonou pelo que viu.”

José latugaye, vice-presidente da Johnson na América do Sul.

Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA) e seis de universidades cearenses, tiveram a oportunidade de visitar empresas e instituições acadêmicas, ouvir empresários e debater diversos temas entre os dias 4 e 27 de julho, em prol do desenvolvimento regional e da inovação. Divididos em três grupos de quatro pessoas, os apóstolos se debruçaram sobre seis áreas temáticas: energia, metal-mecânica, construção civil, educação, agronegócio e tecnologia da informação. Ao final do período, cada grupo apresentou um documento tratando sobre essas áreas, apresentando oportunidades de startups, ou seja, negócios essencialmente inovadores, de baixo custo e de rápido retorno financeiro. O projeto Apóstolos da Inovação, pioneiro no país,

FoTo

: JoS

É SoB

RINH

oFo

To: G

IoVA

NNI S

ANTo

S

FoTo

: GIo

VANN

I SAN

ToS

| RevistadaFIEC | Agosto de 201224 25Agosto de 2012 | RevistadaFIEC |

Page 14: EXEMPLOS QUE DIGNIFICAM - Sistema FIEC - Federação das ... · O Brasil, um país marcado por ... teve sua importância diminuída, re- ... zação de dois fatores negativos: por

OServiço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) prepara-se para um novo momento em sua história de 60 anos. Por meio do Programa de Apoio à Competitividade da Indústria Brasileira, que

vai estimular a inovação e o desenvolvimento tecnológico da indústria e ampliar a oferta de educação profissional no país, o SENAI fará, até 2014, investimentos da ordem de 1,9 bilhão de reais, via recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), para ampliar sua atuação em todos os estados, implantando 23 institutos de inovação, 38 institutos de tecnologia, 53 centros de formação profissional e 81 novas unidades móveis de educação profissional. A meta é ter quatro milhões de matrículas em 2014.

No Ceará, o SENAI investirá aproximadamente 100 milhões de reais para ampliar as áreas de inovação tecnológica e de educação profissional à indústria. Serão implantados novos centros de formação profissional e modernizados os já existentes, além do estabelecimento no estado do Instituto SENAI de Inovação e do Instituto SENAI de Tecnologias Construtivas, único do gênero no país. Até 2014, o SENAI/CE ampliará a oferta de matrícula das atuais 50 000 para 80 000 vagas.

Para encarar o desafio da expansão que a indústria nacional precisa, o SENAI/CE também passa por mudanças administrativas. Até julho, um único gestor conduzia o SESI e o SENAI no estado. Deste 1º de agosto, a gestão das duas instituições do Sistema FIEC passou a ser individualizada: o engenheiro Fernando Ribeiro de Melo Nunes assumiu a direção do Departamento Regional do SENAI/CE, enquanto

o economista Francisco das Chagas Magalhães, que acumulava as duas funções, continua no cargo de superintendente regional do SESI/CE. “Conduzir esse novo SENAI é um grande desafio, mas estamos preparados”, afirma Fernando Nunes.

PECéM – Dentre as ações desse novo SENAI, está a implantação de uma unidade de formação profissional para atender às demandas do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP), localizado no município de São Gonçalo do Amarante, e de indústrias da região vizinha, como do município de Caucaia. De acordo com o executivo do SENAI à frente da articulação da nova unidade, Raimundo Ferreira Façanha, o projeto prevê o início das obras em 2013, com conclusão no ano seguinte.

siderúrgica, a ampliação do parque eólico estadual, a usina termelétrica e a ampliação do Porto do Pecém, além da ferrovia Transnordestina, somam investimentos da ordem de 50 bilhões de dólares. Roberto Proença de Macêdo também aposta nos projetos estruturantes em nosso estado. Para o industrial, “os grandes empreendimentos que serão implantados deverão transformar a realidade da economia do Ceará”.

A suspensão dos incentivos estaduais

geraria prejuízos substanciais para a economia e para os cofres públicos estaduais e federais.

Albano Franco, senador

“ “

InCEnTIVoS FISCAISO senador Albano Franco defendeu em

seu discurso os incentivos fiscais adotados por vários estados do país no intuito de atrair empreendimentos. “Pela ausência de uma política nacional de desenvolvimento regional, urge uma solução equilibrada, na alçada jurídica e institucional, para a inconstitucionalidade dos incentivos fiscais julgada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), concedidos pelos estados carentes de investimentos privados, sem a anuência do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz). Na realidade, tais incentivos, baseados no Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS), são os responsáveis pela expansão e diversificação econômica dos estados menos industrializados e, consequentemente, do Brasil”, defendeu o senador, para quem a suspensão dos incentivos estaduais geraria prejuízos substanciais para a economia e para os cofres públicos estaduais e federais.

Um novo SENAI

Fernando Nunes: "Conduzir esse novo SENAI é um grande desafio, mas estamos preparados"

SAC Banco do Nordeste • Ouvidoria: 0800 728 3030

www.bnb.gov.br

Com o nosso apoio, tem outra coisa que a sua indústria não vai parar de produzir: desenvolvimento. Para quem quer investir na

Indústria, não faltam oportunidades nem o apoio do Banco do Nordeste.

Com o Banco do Nordeste, empreendedores de diversos setores têm crédito com as melhores condições do mercado. São juros mais baixos, prazos mais longos e apoio técnico para implantar, ampliar ou modernizar negócios de todos os portes. E se o investimento for no semiárido, as condições são ainda melhores. Então, f ique atento. No Nordeste, as oportunidades estão por todos os lados.

FoTo

: JoS

É SoB

RINH

o

FoTo

: JoS

É SoB

RINH

o

Page 15: EXEMPLOS QUE DIGNIFICAM - Sistema FIEC - Federação das ... · O Brasil, um país marcado por ... teve sua importância diminuída, re- ... zação de dois fatores negativos: por

Parceria pelo bem comumCom apoio do SESI, sete empresas de Maracanaú realizam ações de responsabilidade social para crianças e jovens

A estudante Rayane Victória Júlio Rocha tem dez anos. A mãe trabalha diariamente de 7h às 17h na Marisol, no Distrito Industrial de Maracanaú, região metro-

politana de Fortaleza. Antes de ser atendida pelo programa SESI Atleta do Futuro (SAF), no qual tem a oportunidade de praticar esportes como vôlei, futsal e natação, Rayane ficava em casa, “sem fazer nada nas horas de folga”. Hoje, conta os dias para se juntar às outras crianças e adolescentes, entre seis e 17 anos, que são beneficiadas pelo SAF em Maracanaú.

“Eu adoro jogar vôlei. É muito bom quando eu venho para cá. A gente aprende e se diverte bastante e os professores são legais. Meu irmão Mateus, de sete anos, também vem. Seria muito ruim se a gente não viesse”, diz ela.

A oportunidade que Rayane e outras crianças estão tendo de participar das ações do SAF acontece graças à parceria de sete empresas – Gerdau, Esmaltec, Serlares, Hidracor, Marisol, Pelágio e Cobap – organizadas na forma de Consórcio Em-presarial de Responsabilidade Social. Cada empresa viabiliza

Investimento social privado

aproximadamente 70 vagas no programa, tota-lizando o atendimento a cerca de 500 crianças e adolescentes da região de Maracanaú.

A ideia de juntar empresas de diferentes ra-mos, mas localizadas na mesma área geográfica, em torno de um mesmo objetivo, conforme ex-plica a gerente do Núcleo de Responsabilidade Social Empresarial (NRSE) do Serviço Social da Indústria (SESI/CE), Cybelle Borges, é tentar au-mentar o impacto social e os resultados das ações das empresas, muitas vezes realizadas de forma isolada. “Nossa proposta é atuar em rede. Ainda existe um impacto modesto na comunidade. O que propomos é criar uma sinergia entre as em-presas para aumentar esses impactos.”

A vantagem de atuar na forma de consórcio, segundo Cybelle Borges, é a otimização dos re-cursos investidos, bem como a ampliação dos impactos e benefícios sociais gerados. Ela acres-centa que, além de Maracanaú, o SESI atua em outras empresas desenvolvendo ações de res-ponsabilidade social em forma de consórcio nos bairros Barra do Ceará e Messejana e no mu-nicípio de Pacajus, também localizado na zona metropolitana de Fortaleza.

O SAF é um programa de formação espor-tiva, desenvolvido nas unidades do SESI, para atender crianças e jovens entre seis e 17 anos, priorizando filhos de trabalhadores da indústria. O objetivo é fomentar práticas esportivas para o desenvolvimento das habilidades motoras, da aptidão física, do estímulo para a adoção de estilo de vida mais saudável e a promoção dos valores positivos do esporte. As atividades do SAF são oferecidas de forma permanente, com metodologia própria do SESI, compreendendo uma sequência de ensino cientificamente desen-volvida que considera as múltiplas possibilida-des do esporte. Em Maracanaú, as atividades são realizadas no Clube da Parceria.

O gerente de Lazer do SESI/CE, Paulo de Társio Maia Pereira, explica que o SAF tam-bém é realizado em forma de consórcio na Barra do Ceará, mediante investimento social privado, e está em processo de formação na Parangada. “O programa fundamenta suas ati-vidades em três eixos: atividades permanen-tes, temas transversais e eventos com as famí-lias. Isso porque, apesar de o nome ser Atleta do Futuro, não visamos formar atletas de ren-dimento, mas cidadãos, com valores, compor-tamento, senso de equipe e responsabilidade, dentre outras qualidades que o esporte pro-porciona.” Para cada idade, há uma proposta de atividades diferenciada, potencializando conhecimentos e habilidade planejados por uma equipe que envolve profissionais de edu-cação física, pedagogia e de gestão.

Paulo de Társio destaca que a participação das empresas é fundamental para o SAF, uma vez que a responsabilidade social exercida extra-muro traz muitos benefícios que serão colhidos no futuro. “Nós já percebemos isso pelo retorno positivo das crianças e jovens e pelo envolvi-mento delas e de suas famílias nas atividades.”

Chamado a participar do SAF a partir das vagas oferecidas pela Cobap, o jovem Euri-cles de Paula Oliveira, de 14 anos, é um bom exemplo de tal retorno. Os seus pais não são trabalhadores da indústria, mas ele participa do SAF, realizando aulas e treinos de futebol de salão. “Para mim, está sendo muito bom. Além do lugar ser muito legal, estou tendo oportunidade de treinar um esporte com o qual me identifico bastante. Nunca tinha par-ticipado de atividade semelhante.”

PAOLA VASCONCELOS

É muito bom quando eu venho

para cá. A gente aprende e se diverte bastante e os professores são legais.“Rayane Victória, estudante

“Annete Castro: "A ideia é que a criança continue com a gente, em outros programas, até chegar a funcionário"

FoTo

: GIo

VANN

I SAN

ToS

FoTo

: GIo

VANN

I SAN

ToS

FoTo

: GIo

VANN

I SAN

ToS

| RevistadaFIEC | Agosto de 201228 29Agosto de 2012 | RevistadaFIEC |

Page 16: EXEMPLOS QUE DIGNIFICAM - Sistema FIEC - Federação das ... · O Brasil, um país marcado por ... teve sua importância diminuída, re- ... zação de dois fatores negativos: por

tais compartilhadas entre as indústrias partícipes do consórcio e promove e fomenta projetos com-partilhados de responsabilidade socioambiental voltados para colaboradores e suas famílias e comunidade externa por meio de parcerias entre o SESI, poderes públicos municipal estadual e fe-deral, iniciativa privada e entidades da sociedade civil. Além disso, o conselho ainda pode constituir

A s sete empresas que compõem o Consórcio de Responsabilidade Social Empresarial de Maracanaú – Gerdau, Esmaltec, Serlares,

Hidracor, Marisol, Pelágio e Cobap – formaram, no último dia 18 de julho, um conselho delibera-tivo, cujos participantes são os proprietários ou dirigentes das empresas industriais. O conselho discute sobre investimentos e ações socioambien-

Conselho deliberativo

objetivos do consórcio objetivos específicos do SAFFortalecer o elo entre SESI e empresas na gestão de soluções sociais.

Criar um comitê gestor composto por grupo de empresas localizadas no mesmo território.

Otimizar recursos a partir da atuação consorciada.

Aumentar o impacto social dos projetos.

Contribuir para melhoria dos indicadores sociais.

Fortalecer a responsabilidade social como ferramenta de gestão e como diferencial competitivo.

Despertar a cultura corporal enquanto prática de esporte, lazer e atividade física em geral.

Fomentar a participação dos pais nas reuniões e eventos realizados.

Formar cidadãos capazes de tomar decisões.

Cultivar hábitos saudáveis.

Compreender o esporte enquanto atividade promotora de qualidade de vida, bem-estar e instrumento de socialização.

Desenvolvimento de temas transversais (ética, meio ambiente, família etc.).

Fundo de Investimentos Socioambientais, cuja opera-cionalidade será decidida em instância deliberativa durante reunião ordinária.

Na oportunidade da assinatura do termo do con-selho, os participantes realizaram uma visita às ati-vidades do projeto e constataram de perto o envol-vimento das crianças e adolescentes beneficiadas. A diretora da Esmaltec, Annete Castro, afirma que o SAF se encaixa perfeitamente no que a empre-sa já estava fazendo em relação à responsabilidade social. “Quanto mais gente apoiando, melhor. Não tratamos essa questão como obrigação, mas como uma questão de cidadania.”

Annete explica que a Esmaltec já realiza um tra-balho de qualidade de vida na empresa, que tem como um dos pilares o esporte. Segundo ela, o tra-balho proposto pelo SESI, na forma desse comparti-lhamento, compõe esse trabalho e permite atender aos funcionários e a seus familiares. “Isso tem vá-rias consequências, como o benefício que estamos propondo aos filhos dos funcionários e o preparo proporcionado a eles, o que sugere uma responsa-bilidade muito maior para os pais”, diz, para acres-centar: “A gente enxerga longe. Se essa criança se aplicar, a ideia é que ela continue com a gente, em outros programas, até como aprendiz, depois como estagiário e, em seguida, como funcionário. Nós en-xergamos a longo prazo”.

A Marisol já realizava internamente a versão an-terior do SAF, que é o Programa Atleta do Futuro (PAF). Segundo Erielto Gadelha, gerente de Recur-sos Humanos da Marisol Nordeste, o que se perce-be, com essa nova modalidade do consórcio, é que existe uma maior retenção das crianças no projeto. “Os pais dão mais valor quando percebem o acom-panhamento, as atividades e o envolvimento das crianças. Atualmente, nós temos uma fila de espera de cerca de 80 crianças e jovens. O que eu sinto dos pais é que eles consideram bastante quando a criança está sendo educada, desenvolvida para a vida”, diz. “O SESI está de parabéns com essa inicia-tiva. Quando atuamos em rede num município onde as carências sociais são as mesmas, a tendência é colher frutos mais significativos.”

Além do SAF, a Marisol também atua em dois outros projetos de responsabilidade social: um cen-tro de treinamento, que realiza capacitação de 400 costureiras da comunidade por ano para confecção e calçados, e o Projeto Transformando Vidas, em par-ceria com o governo do estado, no qual 70 jovens privados de liberdade, de 18 a 21 anos, trabalham numa mini Marisol dentro do Centro Educacional Cardeal Dom Aloísio Lorscheider. Em seis anos, cerca de 400 jovens passaram pelo Transformando Vidas.

Já o presidente da Cobap, Paulo Eduardo Cor-reia, acredita que essa iniciativa, realizada conjunta-mente pelas indústrias e SESI, mostra um momento diferente, porque as empresas estão visando muito além da sua função produtiva, conectando-se com o ambiente social que a cerca. A Cobap, por exem-plo, possui um comitê de responsabilidade social que mantém quatro creches nos bairros do entorno, além de terceirizar serviços a grupo de mulheres, ge-rando capacitação, ocupação e renda.

Com uma visão de longo alcance, o diretor da Serlares, Edilson Teixeira Júnior, que também é pre-sidente da Associação das Empresas dos Distritos Industriais do Estado do Ceará (Aedi), destaca que a previsão é que, nos próximos cinco anos, a popula-ção de Maracanaú aumente de 210 000 habitantes para 400 000. “O trabalho na comunidade realizado agora, certamente, vai refletir em qualidade de vida nos próximos dez anos. Estamos certos de que plan-tamos a semente para as próximas gerações. A Aedi está apoiando as ações do consórcio empresarial para que sejam fortalecidas e multiplicadas nas em-presas de Maracanaú.”

Representantes das sete empresas que

formam o Consórcio de Responsabilidade

Social Empresarial de Maracanaú

FoTo

: GIo

VANN

I SAN

ToS

| RevistadaFIEC | Agosto de 201230 31Agosto de 2012 | RevistadaFIEC |

Page 17: EXEMPLOS QUE DIGNIFICAM - Sistema FIEC - Federação das ... · O Brasil, um país marcado por ... teve sua importância diminuída, re- ... zação de dois fatores negativos: por

Composta de seis partes, a Norma Brasi-leira 15 575 (NBR 15.575) é a primeira norma técnica a estabelecer parâme-

tros que permitem avaliar o desempenho de alguns dos sistemas que compõem as edifi-cações habitacionais. Publicada em maio de 2008 pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), ela foi aprovada à revelia de representantes da construção civil e, desde 2010, passou a ser revista pela Comissão de Estudos da Revisão da Norma de Desempe-nho, aberta à participação de todos os agen-tes da cadeia produtiva da construção, com um público médio de 80 pessoas. O trabalho foi finalizado em 14 de março de 2012.

Neste segundo semestre, o texto final da NBR 15 575 entrou em consulta pública e tem até o final do ano para adaptação de no-vos projetos ao texto normativo. Com isso, o início da exigibilidade de aplicação desta NBR se estenderá para março de 2013. Após a aprovação completa do formato definitivo da NBR 15 575, o Sindicato da Indústria da Construção Civil do Ceará (Sinduscon/CE) vai colocar à disposição um curso para atua-lização da norma, mediante parceria entre a Universidade Corporativa do Sindicato da In-dústria da Construção Civil (Uniconstruir) e a Universidade Federal do Ceará (UFC).

As seis partes da norma que foram revistas compreendem sistemas gerais, sistemas estru-turais, sistemas de pisos internos, sistemas de vedações verticais internas e externas, siste-mas de cobertura e sistemas hidrossanitários. Foram feitas várias modificações em cada um desses sistemas quanto às definições, méto-dos de ensaios e critérios de desempenho dos componentes e elementos dos edifícios.

Para acompanhar as discussões em torno das mudanças da NBR 15 575, o Sinduscon/CE formou uma equipe integrada pelo vice-pre-sidente de Tecnologia, Eugênio Montenegro, além de Germano Câmara, Jorge Dantas, Ivan Ary e Marcelo Cavalcante. O grupo foi as-sessorado pelos professores Eduardo Cabral, Alexandre Bertini e José Ramalho, da UFC. “Com esse grupo, garantimos voz ativa nas reuniões, discutindo todas as mudanças dessa norma, principalmente pontos mais impac-tantes como, por exemplo, o conforto térmi-co”, diz Eugênio Montenegro. Com a Câmara

Com o grupo, garantimos voz

ativa nas reuniões, discutindo todos as mudanças da Norma 15 575, principalmente pontos mais impactantes.

Eugênio Montenegro, vice-presidente de Tecnologia

do Sinduscon

“ “

Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) e outros sindicatos da indústria da construção do país, o Sinduscon defendeu que fossem aplicados critérios de modificação compatí-veis com o atual estágio de desenvolvimento das empresas nacionais.

O professor Alexandre Bertini, do Departa-mento de Engenharia Estrutural e Construção Civil do Centro de Tecnologia da UFC, inte-grou uma equipe formada pelo Sinduscon/CE. “Alguns critérios propostos pela norma pro-vocariam sérios problemas nas construtoras e não foram aceitos pelos grupos de trabalho. Preferiu-se, então, deixar para aumentar al-guns patamares de desempenho dos sistemas de edifícios para uma próxima revisão da nor-ma”, comenta o professor.

Bertini considera importante alertar os construtores, principalmente os consumido-res, sobre as possíveis modificações no preço final do produto após a exigência da norma, em 2013. Segundo ele, uma alteração no custo final do imóvel é previsível, mas não há, no momento, uma base para se calcular de quan-to seriam esses valores, embora acredite que não sejam tão significativos. “Se houver esse aumento no preço dos imóveis, a população pode ficar certa que a qualidade do produto também irá aumentar. Sendo assim, a relação custo-benefício será perfeitamente válida."

Norma mede desempenho de edifíciosTexto final entrou em consulta pública. Os parâmetros da norma serão exigidos na construção civil a partir de março de 2013

Qualidade

FoTo: JoSÉ SoBRINHo

| RevistadaFIEC | Agosto de 201232 33Agosto de 2012 | RevistadaFIEC |

Page 18: EXEMPLOS QUE DIGNIFICAM - Sistema FIEC - Federação das ... · O Brasil, um país marcado por ... teve sua importância diminuída, re- ... zação de dois fatores negativos: por

A cooperativa do ramo de confecções é formada por jovens oriundos da primeira turma do Projeto ViraVida do SESI/CE

Caxangá é sucesso

N o escritório instalado nas dependências da unidade do Serviço Social da Indústria (SESI/CE) de Parangaba, o trabalho é frenético e estimulante. Acaba de chegar de

São Paulo o pedido de orçamento de uma agência de publici-dade para a confecção de 5 000 camisas. Minutos antes, outro orçamento para 600 peças. Para se ter uma ideia do que isso re-presenta, a linha de produção mensal hoje gira em torno de 4 000 peças. Essa é a rotina nos últimos meses da Cooperativa Caxan-gá, formada por jovens oriundos da primeira turma do Projeto ViraVida que resolveram empreender no ramo de confec-ções. A rotina diária não se resume à área administrativa. Na parte operacional, 12 jovens, que atuam de 7h30 às 17h de segunda-feira a sexta-feira, precisaram ampliar esse horário e trabalhar também aos sábados.

O que poderia ser motivo de reclamação para os recém-in-gressos no mercado de trabalho graças ao ViraVida, na verdade serve de estímulo. Criado em 2008 pelo Conselho Nacional do SESI a partir de projeto piloto em Fortaleza, o ViraVida é volta-do à profissionalização e ao enfrentamento da exploração sexu-al em crianças e adolescentes. Além de receberem qualificação profissional e educação integrada, os alunos contam com uma bolsa mensal no valor de R$ 500 e intermediação para inserção

Projeto ViraVida

no mercado de trabalho. O programa contempla também formação em empreendedorismo e cooperativismo, bem como atendimento psicossocial e apoio às famílias. Com a ampliação do ViraVida por outros departamentos regionais do SESI, a Caxangá passou a ser um dos casos mais impor-tantes de sucesso do projeto.

E não é para menos. A cooperativa foi constituída há três anos, a partir da turma de empreendedorismo do ViraVida. A ideia, segundo a assessora técnica do SESI/SENAI, Maria Adaíde de Lima Saraiva, surgiu dos próprios alunos que sen-tiram a necessidade de montar um negócio que lhes garan-tisse participação no mercado de trabalho. O SENAI Nacio-nal bancou a ideia. Com isso, passou-se à elaboração de um planejamento estratégico que levou em conta aspectos como o produto a ser vendido, mercado a atingir e como chegar até ele. O plano de negócios contou com a participação do SESI, SENAI, Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativis-mo (Sescoop) e Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Peque-nas Empresas (Sebrae) em suas áreas específicas de atuação.

Atualmente, a cooperativa é composta por 15 membros, sendo que três são oriundos de outras turmas do progra-ma, das áreas administrativas. "É importante ressaltar que,

ao decidirem empreender e optar pela área de confecção, passaram por cursos oferecidos pelo SENAI", diz Adaíde. Para atuar com confecção, explica a assessora técnica, foram preparados a lidar desde os aspectos operacionais à consulto-ria. A cooperativa agora trabalha com os próprios pés, mas ainda conta com a assessoria do SENAI. “Com o tempo, a tendência é sair aos poucos do empreendimento.” A assessoria do SENAI é res-ponsável por orientar da parte operacional até ações de mercado.

Em relação ao mercado, a Caxangá atua basi-camente com três tipos de produtos: fardamento para empresas, facção de tecido plano e modinha. No caso dos fardamentos, chegou a participar de vários editais públicos e tem clientes em diversos segmentos, estando fabricando cerca de 600 peças por mês. Em facção, está com dois clientes fixos, que são empresas de confecção. Para elas, produz cerca de 4 000 peças mensalmente. A facção fun-ciona também como uma espécie de entressafra do fardamento, que é sazonal. Segundo Adaíde, a intenção é ampliar a produção, pois a cooperativa trabalha com 100% da sua capacidade.

De acordo com o planejamento, haveria con-dição, aumentando o quadro de funcionários, de

dobrar a produção. Em setembro, essa expectati-va pode se concretizar: está sendo formada uma nova turma de empreendedores do ViraVida, que deverá se integrar à cooperativa. O faturamento da Caxangá é de cerca de 25 000 reais/mês. O lucro é repartido entre seus membros. Para a presidente da cooperativa, Joyce Silva, de 22 anos, a história de su-cesso não deve ser medida apenas pelos resultados de produção e conquista de mercados. O grande trunfo é a mudança radical que promove na vida de seus 15 associados, todos ex-participantes do ViraVida. Ela própria, uma das beneficiadas pelo projeto, lembra que, além das aulas do ensino regular, passou por cursos do SENAI na área de vestuário que lhe garantem hoje a certeza de um futuro melhor, que não almejava.

Segundo Joyce, instituições como o SESI e o SENAI são fundamentais para a formação da ci-dadania de milhares de jovens em todo o país. Ela reconhece que foi por meio delas que teve sua auto-estima recuperada, conheceu seus direitos e deveres e se tornou uma profissional preparada para o mer-cado. Hoje, está prestes a se formar em Pedagogia e diz querer atuar em educação e treinamento de pessoas nas empresas. “Sou uma nova pessoa graças ao SESI e ao SENAI”, arremata.

M embro da Cooperativa Caxangá, Liviane Oliveira participou em Brasília, na sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI), de 25 a 27 de julho, do 3º Seminário Nacional

ViraVida. No encontro, todo ele organizado por egressos do programa, foram discutidos temas ligados ao protagonismo juvenil e a ações de combate à exploração sexual de crianças e adolescentes no país. Ao final, foi assinada a Carta da Juventude do ViraVida, que será encaminhada a autoridades pelo Conselho Nacional do SESI. O documento elenca 16 direitos, como o “de ser protegido e de se proteger contra a violência, a exploração e o abuso sexual”. Um problema comum entre os alunos do projeto e em muitos outros lares, onde 80% dos casos de violência sexual são cometidos pelos próprios parentes que deveriam proteger as crianças e os adolescentes.

Na lista de reivindicações preparada pelos alunos também constam o “direito de errar e tentar de novo, como parte de seu processo de aprendizagem e construção de sua cidadania” e o “direito à expressão genuína de seus sentimentos e opiniões”. A carta manifesta o desejo desses jovens por uma sociedade mais justa, democrática, equitativa e sustentável. Integram os princípios listados por eles o respeito inerente à dignidade, autonomia individual, incluindo a liberdade do jovem de fazer suas próprias escolhas; a não discriminação em razão da sua condição juvenil; a inclusão e participação plena e efetiva na sociedade, dentre outros. O documento foi produzido após debates sobre protagonismo juvenil em que os alunos do projeto tiveram participação intensa, desde a organização do evento ao espaço nas

mesas de debate para contar suas experiências ao lado de autoridades e especialistas de várias áreas.

Além dos alunos do ViraVida, outros 200 técnicos e convidados (palestrantes, lideranças empresariais, representantes de entidades públicas e da rede de enfrentamento à violência sexual) participaram do seminário, totalizando aproximadamente 360 pessoas. Na plateia, o que se viu foram jovens, donos de histórias de superação, que aproveitaram a oportunidade de participar de um projeto que lhes proporciona atendimento psicossocial, educação básica e capacitação profissional dentro do Sistema S. Para Liviane, o importante em relação à Carta da Juventude é a possibilidade de expor às autoridades os anseios e preocupações dos jovens que enfrentaram ou enfrentam o problema da exploração sexual.

Liviane Oliveira: "O importante em relação à Carta da Juventude é a possibilidade de expor às autoridades os anseios e preocupações dos jovens"

Carta da Juventude

FoTo

: GIo

VANN

I SAN

ToS

FoTo

: GIo

VANN

I SAN

ToS

| RevistadaFIEC | Agosto de 201234 35Agosto de 2012 | RevistadaFIEC |

Page 19: EXEMPLOS QUE DIGNIFICAM - Sistema FIEC - Federação das ... · O Brasil, um país marcado por ... teve sua importância diminuída, re- ... zação de dois fatores negativos: por
Page 20: EXEMPLOS QUE DIGNIFICAM - Sistema FIEC - Federação das ... · O Brasil, um país marcado por ... teve sua importância diminuída, re- ... zação de dois fatores negativos: por

Mas o deputado federal José Guimarães, vice-líder do governo na Câmara e coordenador da bancada do Nordeste, garante que o estado deve receber investimentos federais de 1,1 bilhão de reais para rodovias

Ceará fica de fora

C om a expectativa de oferecer mais competitividade à economia nacional, a presidente Dilma Rousseff lançou no dia 15 de agosto o Programa de Investi-

mentos em Logística: Rodovias e Ferrovias, que prevê in-vestimentos de 133 bilhões de reais em 25 anos e a conces-são de rodovias e ferrovias brasileiras à iniciativa privada. Mas o Ceará e a grande maioria dos estados nordestinos não foram contemplados pelo pacote de investimentos. "Lamentamos a ausência do Ceará e dos demais estados nesse pacote", reclama o economista cearense Alcântara Macêdo, para quem a proposta de parceria do governo com a iniciativa privada para tocar e gerir parte das ro-dovias e ferrovias é positiva. Segundo ele, o problema está no fato de o Ceará e o Nordeste ficarem, mais uma vez, à margem das políticas federais de infraestrutura viária.

"A consequência disso será o aumento das desigualda-des regionais, perda de competitividade dos estados nor-destinos e maior dificuldade de desenvolvimento. O que

Investimentos em logística

faltou? Homens públicos? Técnicos em desenvolvimento? E os nossos políticos? Será que a presidente Dilma está acompanhando isso (o programa) de perto?", questiona o economista. "Acho que está na hora de os homens públi-cos fazerem valer o direito dos 8,5 milhões de cearenses", diz Alcântara Macedo. Para ele, é chegado o momento de a bancada parlamentar do Nordeste voltar a pressionar o governo em defesa dos interesses da região.

Mesmo sem fazer parte do programa do governo fe-deral, o deputado José Guimarães (PT/CE), vice-líder do governo na Câmara e coordenador da bancada do Nor-deste, garante que o estado deve receber investimentos federais de 1,1 bilhão de reais para rodovias. “Os recursos serão destinados para trechos cearenses das BRs 222, 116 e 020, com a possibilidade de mais 2,5 bilhões de reais de aporte para a Transnordestina.”

  O Programa de Investimentos em Logística: Rodovias e Ferrovias contemplará nove trechos de rodovias e 12 de

ferrovias. O governo pretende – ao conceder rodovias à iniciativa privada e promover parcerias público-privadas (PPP) para as ferrovias – criar condições para que o país restabeleça a capacidade de planejamento do sistema de transportes, com integração de modais e articulação com as cadeias produtivas.  Tudo ficará a cargo da es-tatal recém-criada Empresa de Planejamento e Logística (EPL), que terá o papel de trabalhar pela ampliação dos investimentos públicos e privados em infraestrutura. À nova empresa, estará vinculada a também recém-criada Empresa de Transporte Ferroviário de Alta Velocidade (Etav) e será presidida por Bernardo Figueiredo.

Os trechos de rodovias a serem concedidos estão lo-calizados na BR-101, entre Porto Seguro e Salvador; na BR-262, entre João Monlevade (MG) e Vitória (ES); na BR-153, que liga Goiás ao Tocantins, trecho entre Aná-polis (GO) e o entroncamento da TO-080, a 56 quilôme-tros de Palmas (TO); na BR-050, em Goiás, de Cristalina até pouco depois de Catalão; na BR-163, tanto em Mato Grosso como em um trecho de Mato Grosso do Sul, esta-do que será beneficiado também com obras nas BRs 267 e 262. O Distrito Federal, Goiás e Minas Gerais terão, ainda, concessões em trechos das BRs 060, 153 e 262; e, em Minas Gerais, a BR-116 será concedida no trecho que vai de Além Paraíba, na divisa com o Rio de Janeiro, até Divisa Alegre, já chegando na Bahia. No Distrito Federal, a BR-040 terá concedidos, à iniciativa privada, trechos da ligação entre Brasília e Luziânia (GO) e, em Minas Gerais, entre Sete Lagoas e Juiz de Fora.

Já as ferrovias – que têm previsão de investimentos de 91 bilhões de reais via PPP, em 10 000 quilômetros da

malha – terão 12 frentes de parcerias com a iniciativa privada. Estão entre elas os ramos norte e sul da Ferro-anel, em São Paulo; o acesso ao Porto de Santos, desde Ribeirão Pires, passando por Raiz da Serra e Cubatão. “A Ferroanel é um grande problema que será resolvido”, ga-rantiu o ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos. “Em Mato Grosso, onde é grande a produção de grãos, chegaremos até a região de Lucas do Rio Verde. Com isso, o escoamento de mais de 37 milhões de toneladas de grãos será feito de forma mais rápida. Certamente os produtores vão recorrer à ferrovia que estamos cons-truindo.” Caso se confirmem as expectativas do governo, essa estrada chegará a Uruaçu e, depois, a Corinto e a Campos. Outro trecho fará uma ramificação que ligará essa ferrovia aos portos de Vitória e do Rio de Janeiro.

Recife, onde chegará, via Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), a Ferrovia Transnordestina, será o destino de outra estrada de ferro, que se estenderá até Belo Horizonte via Salvador, passando por Aracaju e Maceió. “[Nesse caso] falamos de uma configuração de uma grande malha ferroviária que tem lógica”, destacou Passos. A Região Sul será beneficiada com uma ferrovia que se estenderá do Porto de Rio Grande (RS) até São Paulo, passando por Porto Alegre e Mafra (SC), de onde será feita uma ramificação até Maracaju (MS). “Tere-mos também um grande trecho de alta capacidade, que fará um corredor na Região Norte, que é fundamental para o transporte de grãos, minérios e para a produção siderúrgica”, acrescentou o ministro, em referência ao trecho que ligará Açailândia (MA) ao Porto de Vila do Conde, em Belém.

| RevistadaFIEC | Agosto de 201238 39Agosto de 2012 | RevistadaFIEC |

Page 21: EXEMPLOS QUE DIGNIFICAM - Sistema FIEC - Federação das ... · O Brasil, um país marcado por ... teve sua importância diminuída, re- ... zação de dois fatores negativos: por

Domínio das estradas

A s estradas de rodagem são as principais transportadoras de cargas e passageiros no Brasil, com mais de 1.355.000 quilômetros

de rodovias, dos quais apenas cerca de 140 000 são pavimentados. O domínio do modal rodoviário no Brasil pode ser explicado a partir do célebre lema do presidente Washington Luís, em 1926: “Governar é abrir estradas”. A intenção à época era interligar os municípios e estados produtores de bens industriais que se expandiam fortemente, em detrimento das oligarquias agrícolas exportadoras que recrudesciam no Brasil em função da crise internacional, sobretudo a de 1929.

Após a II Guerra Mundial, iniciada em 1938, que impediu a importação de produtos europeus, a indústria brasileira ganharia ainda mais fôlego, impondo ao sistema de transportes brasileiro uma forte dependência dos setores energético (petróleo), automobilístico e construção civil (estradas). Em 1944, as rodovias brasileiras haviam crescido em extensão, chegando a 177 000 quilômetros. Já nessa época, o transporte rodoviário de cargas se solidifica como a principal modalidade de transporte disponível no país.

Durante o governo de Juscelino Kubitschek (1956-1961), o Brasil atravessou uma fase de grande desenvolvimento industrial por meio do primeiro Plano Nacional de Metas (PND), que privilegiava o setor de transportes e energia. Nesse período, houve uma internacionalização

da economia brasileira, com a implantação de inúmeras indústrias multinacionais, especialmente a automobilística (Volkswagen, Ford e General Motors), e pela participação do governo na economia de base: petróleo, eletricidade, siderurgia e mineração, principalmente na região Sudeste. Em meados dos anos 1960, ocorreu a consolidação do sistema de transporte rodoviário, que assume importante papel no deslocamento dos fluxos de média e longa distância. Em paralelo, o modo ferroviário e a navegação de cabotagem acentuam seu declínio e tornam-se incapazes (em função do abandono por parte dos governos) de atender às necessidades do momento expansionista.

Na década de 1970, foi criado o Plano de Integração Nacional (PIN) visando implantar grandes rodovias, como parte de um projeto dos governos militares de ocupação do Centro-Oeste e de colonização da Amazônia. Fez parte do PIN a construção de grandes estradas como a Transamazônica, Perimetral Norte, Cuiabá/ Santarém e Cuiabá/Porto Velho. O financiamento para ampliações e manutenção era farto, por meio do Fundo Rodoviário Nacional (FRN). Dessa forma, a malha rodoviária atendeu em parte a necessidade de integração nacional no seu primeiro período de expansão.

Mas, com a crise do petróleo (matéria-prima para a gasolina, óleo diesel e asfalto) na década de 1970 e a extinção do FRN em 1988, as rodovias foram seriamente abaladas. Dessa forma, há mais de 20 anos as estradas brasileiras não recebem investimentos significativos e mais de 60% de sua extensão estão em péssimo estado de conservação. Hoje, vê-se que o descaso com os demais modais (ferroviário, hidroviário e aéreo) é um dos responsáveis pelo atraso do país em vários aspectos e em todos os setores – da agricultura aos serviços, passando pela indústria, em suas atuações internas e de exportação.

Trecho da Transamazônica em construção, em 1972

Mais de 60% das estradas brasileiras estão em péssimo estado de conservação

O programa prevê que 79,5 bilhões de reais sejam investidos nos próximos cinco anos, e o restante, 53,5 bilhões de reais, sejam aplicados em até 25 anos. Do total, 42 bilhões de reais se-rão investidos para duplicar 7,5 mil quilôme-tros de rodovias por meio de concessões, e 91 bilhões de reais serão utilizados para construir 10 000 quilômetros de ferrovias por meio de PPPs. A má qualidade do transporte brasileiro é um gargalo ao aumento da competitividade

da indústria brasileira. O estudo Competitivi-dade Brasil 2010, feito pela CNI, aponta que o Brasil ocupa a pior posição em relação à quali-dade do transporte em um grupo de 14 países, dentre os quais estão Chile, Argentina, Colôm-bia e México.  Na infraestrutura de transpor-te, o Brasil também perde para as principais potências emergentes: China, Índia, Rússia e África do Sul. A malha de transporte ruim eleva em 24,8% o custo operacional do frete brasileiro, segundo dados da Confederação Nacional dos Transportes (CNT). Os dados da CNT mostram que esse custo é menor nas ro-dovias administradas pela iniciativa privada, pois 87% delas estão em estado considerado bom ou ótimo. O mesmo não ocorre nas es-tradas administradas pelo governo, das quais apenas 34% estão em estado bom ou ótimo.

Investimento significativo

S egundo estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), atualmente, entre recursos públicos e privados, o Brasil aplica quase cinco vezes menos em

meios de transporte. Em 2010, por exemplo, apenas 0,7% do Produto Interno Bruto – 24,8 bilhões de reais – foi aplicado no setor, “o que confirma a necessidade de incremento significativo para não haver obstáculos ao crescimento econômico”, explica o levantamento. Entre 2006 e 2010, a média de investimento foi ainda menor: 18,3 bilhões de reais. O levantamento apresenta um plano para os próximos 15 anos na infraestrutura de transporte nacional, ou seja, a partir do sexto ano o país precisaria investir 73,6 bilhões de reais por ano, o que representa, em média, 2% do PIB.

Ainda segundo o relatório, a melhor distribuição das cargas entre os quatro modais seria baseada nos percentuais de investimento propostos pelo Plano Nacional de Logística e Transportes (PNLT) 2010. A meta é fazer com que os recursos estimulem o desenvolvimento dos modais ferroviário e aquaviário. Em comparação aos valores aplicados recentemente, o instituto destaca que o plano proposto evidencia a carência relativa do Brasil em termos de infraestrutura de transportes. O quadro tende a melhorar “se as condições específicas de cada modal forem aprofundadas, se for promovida a eficiência do transporte de cargas e a evolução tecnológica que afeta a demanda e a oferta de transporte”, afirma o documento.

No Ceará, onde os projetos de grandes empreendimentos – refinaria, siderúrgica, termelétricas e Copa do Mundo de 2014, dentre outros, – começam a ganhar forma, a necessidade de se investir alto nos diversos modais para o escoamento de mercadorias ou transporte de pessoas é cada vez mais urgente. Conforme

o último levantamento da Confederação Nacional do Transporte (CNT), feito em 2011, é necessário investir, apenas no Ceará, mais de 19 bilhões de reais para a recuperação e inovação da malha logística estadual.

O valor mensurado consta no Plano CNT de Transporte e Logística 2011, e inclui projetos para melhorar a mobilidade urbana na região metropolitana de Fortaleza. Desse valor, quase 10 bilhões de reais seriam necessários somente para intervenções relacionadas à melhoria dos meios de escoamento da produção. Esse número também está presente no relatório de 2009 do Plano Nacional de Logística e Transportes (PNLT), último divulgado. Concebido a partir de 2006 pelo governo federal, o estudo serviu para que as autoridades pensassem em mudanças na atual matriz de transportes, dominada pelo modal rodoviário, visando um maior equilíbrio, a exemplo de outros países desenvolvidos. Uma das principais metas é justamente dar destaque ao meio ferroviário e aquaviário.

Nesse sentido, no Ceará, a Ferrovia Transnordestina – com 1 728 quilômetros ligando a cidade de Eliseu Martins, no Piauí, aos portos de Suape (Pernambuco) e do Pecém (Ceará) – terá papel preponderante para modificar as relações atuais de transporte. Se tudo sair do papel, a sua implantação fará esse modal alcançar, até 2025, 35% dentre todas as matrizes de transporte, superando, inclusive, a rodoviária, que ficaria com cerca de 30% de inserção. Já os meios aquaviários, 29% naquele ano.

Atualmente, conforme dados do PNLT, a participação do transporte rodoviário no país é de quase 60%, contra 25% do ferroviário e 13% do aquaviário, fato lamentável em função das dimensões continentais do Brasil e do potencial de seus rios e litoral.

prograMa DE INVEstIMENtos EM logístICa

Prevê investimento de 79,5 bilhões de reais nos próximos cinco anos, e o restante, 53,5 bilhões de reais, sejam aplicados em até 25 anos.

FoTo

: JoS

É SoB

RINH

o

| RevistadaFIEC | Agosto de 201240 41Agosto de 2012 | RevistadaFIEC |

Page 22: EXEMPLOS QUE DIGNIFICAM - Sistema FIEC - Federação das ... · O Brasil, um país marcado por ... teve sua importância diminuída, re- ... zação de dois fatores negativos: por

sItuaÇão Das roDoVIas BrasIlEIras - 2011

Problemas com pavimento44 479 quilômetros (47,9%)

Problemas com sinalização52 738 quilômetros (56,9%)

Pistas simples de mão dupla88,3% dos trechos avaliados

Prejuízo para todos

Apesar de ser o país das rodovias, o Brasil não tem cuidado como deveria da conservação e recuperação de suas

estradas. Além da negligência na gestão do sistema rodoviário, a corrupção denunciada recentemente pela imprensa no Ministério dos Transportes também contribuiu para a ineficiência das políticas de conservação, recuperação e expansão da malha rodoviária brasileira. De acordo com a Associação Brasileira de Transportadores de Cargas (ABTC), as condições nas quais se encontram as estradas de rodagem brasileiras acarretam um conjunto de desempenhos negativos. Dentre os mais relevantes estão a elevação do consumo de combustível em 57%; elevação do custo operacional (37%); elevação dos índices de acidentes (50%) e perda da safra agrícola (18%).

Segundo a última pesquisa sobre a situação das rodovias brasileiras, divulgada pela CNT em outubro de 2011, mais da metade das estradas pavimentadas apresenta problemas. Foram avaliados 92 747 quilômetros de rodovias. Desses, 53 226 quilômetros, o que corresponde a 57,4% do total, apresentaram “algum tipo de

deficiência”, e 24 899 quilômetros (26,9%) “estão em situação crítica”.

A pesquisa aponta que, em relação ao pavimento, 44 479 quilômetros (47,9%) têm problemas; e, em relação à sinalização, esse número sobe para 52 738 quilômetros, ou 56,9% do total analisado. Além disso, em 88,3% dos trechos analisados predominam pistas simples de mão dupla. Em condições favoráveis, avaliadas como ótima ou boa condição pelo estudo, estão 39 521 quilômetros, o que corresponde a 42,6% da extensão pesquisada.

A CNT avalia que serão necessários 200 bilhões de reais em investimentos apenas em rodovias para deixá-las em boas condições de uso. “E quem acaba pagando por isso é a indústria, que perde competitividade, e o consumidor, que acaba pagando mais caro pelos produtos. Isso sem falar no maior número de mortes nas estradas”, diz o diretor executivo da CNT, Bruno Batista.

Para quantificar o que se perde no país em função do mau estado das rodovias, a CNT fez uma simulação com o transporte da soja em um dos principais trechos rodoviários. O impacto econômico chega a 13% do valor do frete relativo ao escoamento de 40 toneladas da leguminosa nos 2 586 quilômetros entre Lucas do Rio Verde (MT) e Porto de Paranaguá (PR). O custo adicional por carreta foi de 1 540 de reais, ou 38,50 de reais por tonelada de carga, devido ao péssimo estado do pavimento na rota estudada.

Quem acaba pagando

por isso é a indústria, que perde competitividade, e o consumidor, que acaba pagando mais caro pelos produtos.

“Bruno Batista, diretor

executivo da CNT

FoNTE: CNT

FoTo: AGÊNCIA BRASIL

| RevistadaFIEC | Agosto de 201242

Page 23: EXEMPLOS QUE DIGNIFICAM - Sistema FIEC - Federação das ... · O Brasil, um país marcado por ... teve sua importância diminuída, re- ... zação de dois fatores negativos: por

A indústria não para de evoluir e se transformar. O SENAI Casa Aberta, que todo mundo conhece,

agora se chama Mundo SENAI, um evento cheio de oportunidades para você conhecer melhor as

profissões da indústria na sua região. Participe e atualize seus conhecimentos sobre inovação e

tecnologia com minicursos, palestras e muito mais. O Mundo SENAI foi criado para expandir

seu universo profissional. Não perca esse encontro com o futuro.

27 e 28 de setembro. Faça parte desse universo.

acesse www.senai-ce.org.br