anatomia fisiologia vegetal

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  • 8/16/2019 Anatomia Fisiologia Vegetal

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    VICE-REITORIA DE ENSINO DE GRADUAÇÃO E CORPO DISCENTE

    CENTRO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 

     ANATOMIA E FISIOLOGIA VEGETAL

    Rio de Janeiro / 2010

    Todos os direiTos reservados à  

    Universidade CasTelo BranCo

    ConteudistaClaudia B. F. Mendonça

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    UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO

    Todos os direitos reservados à Universidade Castelo Branco - UCB

     Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida, armazenada ou transmitida de qualquer forma ou por quaisquer meios - eletrônico, mecânico, fotocópia ou gravação, sem autorização da Universidade CasteloBranco - UCB.

    Universidade Castelo Branco - UCB

    Avenida Santa Cruz, 1.631

    Rio de Janeiro - RJ

    21710-255

    Tel. (21) 3216-7700 Fax (21) 2401-9696

    www.castelobranco.br 

    Un3a Universidade Castelo Branco

    Anatomia e Fisiologia Vegetal / Universidade Castelo Branco. – Rio deJaneiro: UCB, 2010. - 48 p.: il.

    ISBN 978-85-7880-090-1

    1. Ensino a Distância. 2. Título.

    CDD – 371.39

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     Apresentação

    Prezado(a) Aluno(a): É com grande satisfação que o(a) recebemos como integrante do corpo discente de nossos cursos de gradu-

    ação, na certeza de estarmos contribuindo para sua formação acadêmica e, consequentemente, propiciandooportunidade para melhoria de seu desempenho prossional. Nossos funcionários e nosso corpo docente es-

     peram retribuir a sua escolha, rearmando o compromisso desta Instituição com a qualidade, por meio de umaestrutura aberta e criativa, centrada nos princípios de melhoria contínua.

    Esperamos que este instrucional seja-lhe de grande ajuda e contribua para ampliar o horizonte do seu conhe-cimento teórico e para o aperfeiçoamento da sua prática pedagógica.

    Seja bem-vindo(a)!

    Paulo Alcantara GomesReitor 

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    Orientações para o Autoestudo

    O presente instrucional está dividido em seis unidades programáticas, cada uma com objetivos denidos econteúdos selecionados criteriosamente pelos Professores Conteudistas para que os referidos objetivos sejamatingidos com êxito.

    Os conteúdos programáticos das unidades são apresentados sob a forma de leituras, tarefas e atividades com- plementares.

    As Unidades 1, 2 e 3 correspondem aos conteúdos que serão avaliados em A1.

     Na A2 poderão ser objeto de avaliação os conteúdos das seis unidades.

    Havendo a necessidade de uma avaliação extra (A3 ou A4), esta obrigatoriamente será composta por todo oconteúdo de todas as Unidades Programáticas.

    A carga horária do material instrucional para o autoestudo que você está recebendo agora, juntamente comos horários destinados aos encontros com o Professor Orientador da disciplina, equivale a 60 horas-aula, quevocê administrará de acordo com a sua disponibilidade, respeitando-se, naturalmente, as datas dos encontros

     presenciais programados pelo Professor Orientador e as datas das avaliações do seu curso.

    Bons Estudos!

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    Dicas para o Autoestudo

    1 - Você terá total autonomia para escolher a melhor hora para estudar. Porém, sejadisciplinado. Procure reservar sempre os mesmos horários para o estudo.

    2 - Organize seu ambiente de estudo. Reserve todo o material necessário. Eviteinterrupções.

    3 - Não deixe para estudar na última hora.

    4 - Não acumule dúvidas. Anote-as e entre em contato com seu monitor.

    5 - Não pule etapas.

    6 - Faça todas as tarefas propostas.

    7 - Não falte aos encontros presenciais. Eles são importantes para o melhor aproveitamento  da disciplina.

    8 - Não relegue a um segundo plano as atividades complementares e a autoavaliação.

    9 - Não hesite em começar de novo.

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    SUMÁRIO

    Quadro-síntese do conteúdo programático ................................................................................................. 09

    Contextualização da disciplina .................................................................................................................... 11

    UNIDADE I

    CITOLOGIA

    1.1 - Célula Vegetal ......................................................................................................................................... 131.2 - Parede Celular e Membranas ............................................................................................................... 131.3 - Componentes Protoplasmáticos ........................................................................................................... 151.4 - Componentes Não Protoplasmáticos .................................................................................................... 18 

    UNIDADE II

    TECIDOS VEGETAIS

    2.1 - Meristemas........................................................................................................................................... 212.2 - Tecidos Permanentes: estruturas e funcionamento .............................................................................. 21

    UNIDADE III

    ÓRGÃOS VEGETAIS

    3.1 - Raiz: crescimento primário e secundário, raízes laterais e velame ..................................................... 303.2 - Caule .................................................................................................................................................... 323.3 - Folha .................................................................................................................................................... 34

    UNIDADE IV 

     NUTRIÇÃO MINERAL

    4.1 - Macro e Micrfonutrientes .................................................................................................................... 37

    UNIDADE V 

    HORMÔNIOS VEGETAIS ......................................................................................................................... 38

    UNIDADE VI

    CRESCIMENTO VEGETAL E FATORES EXTERNOS ...........................................................................39

    Glossário ......................................................................................................................................................41

    Gabarito........................................................................................................................................................43

    Referências bibliográcas ............................................................................................................................ 46

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    9Quadro-síntese do conteúdoprogramático

    UNIDADES DO PROGRAMA OBJETIVOS

    I. CITOLOGIA1.1. Célula vegetal1.2. Parede celular e membranas1.3. Componentes protoplasmáticos1.4. Componentes não protoplasmáticos

    • Levar ao aluno o conhecimento da morfologia inter-na do organismo vegetal;• Conscientizar o aluno sobre a existência da mem-

     brana plasmática e a formação da parede celular di-ferenciada;• Transmitir ao aluno o conhecimento da função, for-ma e localização dos componentes vivos da célulavegetal;• Informar ao aluno a existência de componentes típi-cos das células vegetais e suas funções.

    II. TECIDOS VEGETAIS2.1. Meristemas2.2. Tecidos permanentes: estrutura e funcionamento

    • Proporcionar ao aluno o conhecimento de cada teci-do vegetal, com suas características típicas, funções,localização, bem como, a importância destes para ofuncionamento do vegetal como um todo.

    III. ÓRGÃOS VEGETAIS3.1. Raiz: crescimento primário e secundário, raízeslaterais e velame

    3.2. Caule3.3. Folha

    • Conscientizar o aluno da origem e importância daraiz para o vegetal;• Mostrar como a raiz funciona siologicamente;• Levar ao aluno o conhecimento da organização docaule com todas as suas adaptações e funções, dife-

    renciando a estrutura básica em cada grupo vegetal esua fase de crescimento;• Levar o aluno a diferenciar e localizar os tecidosvegetais na folha, bem como a sua importância sio-lógica.

    IV. NUTRIÇÃO MINERAL4.1.  Macro e micronutrientes

    • Informar ao aluno a importância da absorção dosnutrientes para o vegetal.

    V. HORMÔNIOS VEGETAIS• Conscientizar o aluno da presença de hormôniosnos vegetais, assim como, seu local de síntese, trans-

     porte e função.

    VI.  CRESCIMENTO VEGETAL E FATORESEXTERNOS

    • Levar ao conhecimento do aluno o crescimento e omovimento do vegetal levando em consideração osfatores externos ou não.

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    11Contextualização da Disciplina

    Da curiosidade brotaram as ciências, diz Aristóteles. Os povos primitivos não estranham a multiplicidadedos seres e das coisas do mundo, por isso nunca chegam a desenvolver uma verdadeira ciência. Muitas vezessão ótimos observadores da natureza, mas tomam os fatos como dados, sem pensar em suas causas nem as

     prováveis relações que possam existir entre eles. Ora, a comparação e a pesquisa das relações são a base indis- pensável de toda e qualquer ciência.

    Já nas primeiras épocas da história europeia, o espírito losóco dos gregos tentou resolver os problemas domundo e da vida, formando sistemas cientícos construídos sobre observações da natureza e postulados admi-ráveis. Com estes trabalhos, acumularam-se os fatos conhecidos e descritos e, deste aumento do conteúdo dasciências, surgiu a necessidade de achar uma ordem clara e compreensível, que permitisse comparar com maiorfacilidade todos os fatos, uns com os outros.

     Na obra de Aristóteles encontramos o mais antigo conjunto de Botânica. A própria palavra Botânica origina-se da língua grega: botané = pasto. As célebres obras de Aristóteles perduraram durante a maior parte da IdadeMédia, quase sem alteração nem progresso.

    As grandes descobertas, nos séculos XV e XVI, despertaram na alma dos povos europeus o espírito da pes-quisa. De cada viagem, as frotas exploradoras traziam para o continente novos e estranhos conhecimentos.Tornou-se, pois, indispensável à revisão e modernização de todas as ciências. Esta inuência afetou tambéma Botânica, surgiram, então, grandes obras que distribuíram o conhecimento sobre as plantas. Desde então, a

     busca incessante por novos conhecimentos sobre a estrutura, morfologia, adaptação e organização dos vegetaisque se distribuem pelos mais longínquos lugares do planeta, tornaram a Botânica uma das mais importantesciências naturais.

    A Botânica, de um modo geral, ocupa-se do estudo inerente a todos os vegetais desde os unicelulares até osgrandes jatobás, independente da sua beleza, forma, cor, tamanho ou utilidade.

    Mas a botânica não é uma disciplina independente, relaciona-se com diversas outras como, por exemplo, aquímica, quando se trata de toquímica, onde sabemos quais os componentes existentes nos vegetais. Graçasa este tipo de estudo uma innidade de vegetais são utilizados hoje na indústria farmacêutica com excelentesresultados. Relaciona-se também com a física, genética, paleontologia, ecologia, além de inúmeras outrasdisciplinas.

    Dê uma olhada a sua volta e observe os vegetais presentes em toda parte, nos parques, nos jardins, vasos de plantas, terrenos baldios, ruas, como cam mais bonitas as ruas arborizadas, e como é agradável estar num bos-que ou parque observando os vegetais. Agora pense nas suas refeições e qual a origem de cada alimento, arroz,feijão, frutas, legumes. O papel que você está lendo e o lápis que usa para escrever, de onde vieram? Você ainda

     pode pensar em diversas outras coisas do seu dia a dia e se surpreenderá o quanto nós dependemos dos vegetais,não só nas nossas tarefas, mas principalmente para nos alimentar e respirar, já que nos fornece oxigênio.

    Os vegetais ainda representam cura para diversas doenças. A medicina popular e a homeopatia têm nos ve-getais a resposta para a cura de várias doenças. Quem de nós já não tomou chás de diversas plantas pelos maisvariados motivos.

    Olhando para as nossas vidas e nossa relação com os vegetais, vemos como é importante conhecê-los me-lhor, pois como poderemos utilizá-los sem conhecê-los? Pode-se coletar um vegetal sem saber reconhecer noseu ambiente natural? Como preservar sem saber onde encontrar? Como aproveitar sua beleza para tornar osnossos parques e nossas casas mais bonitas? Como poderemos fazer isso sem conhecermos seus perigos? Aresposta a todas essas perguntas somente teremos estudando e conhecendo aos poucos esse mundo tão maravi-lhoso e tão importante para todos nós, o Reino Vegetal.

    Por todos esses motivos, quando você for estudar Botânica, não pense nela como uma disciplina isolada, fora

    da sua realidade, olhe pela janela ou para seu prato de comida e lembre-se de tudo o que você acabou de ler.

    Procure visitar um jardim, um bosque ou um parque, observe os vegetais existentes nesses lugares e suaimportância para você e todos os animais que dependem das plantas para viver. Você ainda pode imaginar quecuras podem estar escondidas por traz de cada vegetal desconhecido. Vá, observe, investigue!

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    12 Para conhecermos um vegetal precisamos estudar a morfologia interna (anatomia) e externa (organograa),

    siologia, sistemática etc.

    Quando for responder às questões, é importante que você só olhe as respostas do gabarito depois de terminar, pois, só então, você realmente irá aprender. Por isso, o seu gabarito está no m do último capítulo.

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    13UNIDADE I

    CITOLOGIA 

    1.1- Célula Vegetal

    Forma e tamanho

    A célula é a unidade estrutural elementar do orga-nismo vegetal. Apresenta tamanho variável desde um mícron de diâmetro até vários centímetros como asbras do algodão, com cerca de 5 cm. Outras bras

     podem alcançar dezenas de centímetros.

    A presença da parede celular restringe à distensão

    do protoplasto e, o tamanho e a forma da célula tor-nam-se xos na maturidade. A parede também prote-ge o citoplasma contra agressões mecânicas e contraa ruptura da célula quando acontece um desequilíbrioosmótico.

     Nos tecidos tem a forma poliédrica e isodiamétrica,em tecidos de crescimento (meristemas) predomina aforma cúbica.

    Constituição da célula vegetal

    A célula das plantas está constituída pelo protoplas-to e parede celular. Assim, o protoplasto é a célulasem parede. Ele se constitui de alguns elementos pro-toplasmáticos ou não. Os elementos protoplasmáticossão: citoplasma, núcleo, plastídios, mitocôndrias, etc.Os elementos não protoplasmáticos são os vacúolose outras substâncias como, cristais, gotas de óleos,

    grãos de amido etc., estes conhecidos como substân-cias ergásticas.

    Geralmente os componentes protoplasmáticos dacélula são considerados como vivos e os não proto-

     plasmáticos como destituídos de vida. Entretanto, émuito difícil separar os constituintes vivos dos de-mais.

    Fonte: www.cientic.com/ tema_celula_img2.html

    1.2 - Parede Celular e Membranas

    Parede celular

    A presença de uma parede celular é uma das maisimportantes características da célula vegetal, que en-volve externamente a membrana plasmática e o con-teúdo celular. Células sem parede são raras e ocor-

    rem, por exemplo, durante a formação das células doendosperma de algumas monocotiledôneas e de em-

     briões de gimnospermas.

    O principal componente da parede celular é a ce-lulose, um polissacarídeo, formado por moléculas de

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    14glicose, unidas pelas extremidades. Associado à ce-lulose aparece outros carboidratos como a hemice-lulose, pectinas e proteínas estruturais chamadas gli-coproteínas. Devemos considerar ainda, a ocorrênciade outras substâncias orgânicas tais como: lignina,compostos graxos (cutina, suberina e as ceras), tani-

    no, resinas etc., além de substâncias minerais (sílica,carbonato de cálcio, etc.) e da água. A proporção comque cada um destes componentes aparece varia bas-tante nas diferentes espécies, tecidos e mesmo, nasdiferentes camadas da parede de uma única célula.

    A arquitetura da parede celular é determinada, prin-cipalmente, pela celulose (polissacarídeo cristalino)que forma um sistema de brilas entrelaçadas, em-

     bebidas por uma matriz amorfa, formada de polis-sacarídeos não celulósicos, tais como, hemiceluloses,

     pectinas, glicoproteínas (proteínas estruturais e enzi-mas). Substâncias incrustantes, tais como a lignina ea suberina, presentes em certos tecidos, são deposita-das nesta matriz.

    A parede celular pode ser constituída por até três ca-madas, cada uma com propriedades distintas:

    a) Lamela média (ou lamela mediana) - constituída por substâncias pécticas, tem natureza coloidal e opti-camente inativa, mantém juntas as paredes primáriasde células adjacentes.

     b) Parede primária - é depositada antes e durante ocrescimento da célula vegetal. São constituídas porcelulose, hemicelulose, substâncias pécticas, proteí-nas e água. Ela também pode conter lignina, cutina esuberina. A parede primária é considerada ativa, nelaé possível distinguir regiões delgadas ou depressões,

    denominadas campos primários de pontuação, locaisonde se acumulam lamentos citoplasmáticos ou plasmodesmas, que favorecem a comunicação entreos protoplastos de células contíguas.

     c) Parede secundária - é importante nas células es- pecializadas. A celulose é mais abundante nas paredessecundárias e as pectinas podem faltar, sendo, portan-to, rígida e não favorecendo a distensão. A parede se-cundária é formada frequentemente por três camadas

     bem denidas (S1, S

    2 e S

    3), que diferem entre si pela

    orientação de suas microbrilas de celulose. Ela podeapresentar interrupções denominadas pontuações,que geralmente se formam onde havia campos primá-rios de pontuação. As pontuações podem ser simples(quando a cavidade tem quase o mesmo diâmetro emtoda a sua extensão), areoladas (quando a parede se-cundária arqueia-se sobre a cavidade da pontuação),semiareolada (quando ocorre uma pontuação simplesao lado de uma pontuação areolada) e areolada comtoro (quando ocorre um espessamento da parede pri-mária e a membrana em volta do toro, é denominadamargem) ocorre nas paredes traqueídes de coníferas eangiospermas basais.

    Fonte: www.profmarcosbio.hpg.ig.com.br/ membra.htm

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    Fonte: www.madeira.ufpr.br 

    Um grande volume no corpo do vegetal é ocupado por um sistema de espaços intercelulares. Geralmen-te, apenas o tecido meristemático não apresenta espa-ços intercelulares, e bons exemplos de tecidos comespaços intercelulares bem desenvolvidos são encon-trados nas folhas e em órgãos submersos de plantasaquáticas.

    O modo mais comum de desenvolvimento de espa-ços intercelulares é pela separação das paredes primá-rias, através da lamela mediana. A separação inicia-se

    nos cantos, onde mais de duas células estão unidas,seguindo para as outras áreas da parede. Os espaçosintercelulares assim formados são denominados es-quizógenos e a sua origem envolve apenas a cisão dalamela mediana. Exemplos muito comuns de espaçosintercelulares de origem esquizógena são os denomi-nados meatos e os canais resiníferos dos pinheiros deum modo geral.

    Um segundo tipo de espaço intercelular é o lisígeno, quando células inteiras são destruídas durante a sua

    formação. As cavidades secretoras visíveis em folhasde laranjeiras e de eucalipto são exemplos deste tipode espaço intercelular.

     

    Membrana plasmática

    A membrana plasmática envolve o citoplasma comtodas as suas estruturas e o núcleo, situada interna-mente à parede celular. Sua principal característica éa sua semipermeabilidade seletiva, que lhe permite ocontrole das substâncias que entram ou saem da cé-

    lula. Essa semipermeabilidade pode ser comprovada pela plasmólise. Em solução cuja concentração sejamaior que a do suco celular, haverá o desprendimentoda membrana plasmática em diversos pontos da pare-de celular e simultaneamente a retração dos vapores.

    Pode-se desplasmolisar uma célula plasmolisada re-movendo a solução concentrada e substituindo-a porágua, devolvendo-lhe assim a turgescência original.

    1.3 - Componentes Protoplasmáticos

    Citoplasma

    O citoplasma apresenta-se em movimento, que é co-nhecido como ciclose. No microscópio óptico apare-ce bastante homogêneo, mas se observarmos em mi-croscópio eletrônico de transmissão (MET) veremosdiferenciações membranosas. Assim, se reconhece oretículo endoplasmático, que é um conjunto de cana-lículos ramicados que vão do núcleo até a periferia

    celular permitindo a distribuição de alimentos. 

    Núcleo

    O núcleo apresenta-se geralmente com membrana,suco, retículo de cromatina (forma cromossomos nadivisão celular) e um ou mais nucléolos. Possui duasfunções básicas: regular as reações químicas queocorrem dentro da célula, e armazenar as informaçõesgenéticas. Em seu interior, distinguem-se o nucléoloe a cromatina. Durante a divisão celular, a cromatina

    se condensa em estruturas com formas de bastão, oscromossomos.

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    Plastídios: Leucoplastos e Cromoplastos

    Os plastídios (ou plastos) são organelas que possuemo próprio genoma. Delimitados por dupla membranasemelhante às mitocôndrias, seu sistema de tilacoi-des é formado por pilhas de membranas em forma de

    discos, chamado de granos. Na matriz ocorrem as re-ações de xação de gás carbônico para a produção decarboidratos, além de aminoácidos, ácidos graxos eorgânicos. Pode haver formação de amido e lipídios,estes últimos em forma de glóbulos (plastoglóbulos).

    São divididos em três grupos: cloroplasto, cromo- plasto e leucoplasto; estes, por sua vez, originam-sede estruturas muito pequenas, os proplastídios. Quan-do os proplastos se desenvolvem na ausência de luz,apresentam um sistema especial, derivado da mem-

     brana interna, originando tubos que se fundem e for-

    mam o corpo prolamelar denominado estioplastos.Os cloroplastos possuem como pigmento a clorola

    a e clorola b. Além destes, encontramos os cromo- plastos cujo pigmento é o caroteno (com coloraçõesamarelo alaranjado, vermelho etc.).

    Fonte: http://www.bioapuntes.cl/apuntes/imagenes.htm

    Fonte: http://www.bioapuntes.cl/apuntes/imagenes.htm

    Os pigmentos organizam-se constituindo unidadesfuncionais denominados fotossistemas responsá-veis pela conversão de energia luminosa em energiaquímica. Nas membranas dos tilacoides das plantasencontram-se complexos fotossintético: citocromo, ofotossistema I (PSI), o fotossistema II (PSII), as ante-

    nas LHCI e LHCII e a ATP sintetase.

    Os fotossistemas são os complexos responsáveis pela conversão da energia luminosa em energia quí-

    mica. Nos organismos que realizam fotossíntese oxi-gênica, existem dois fotossistemas agindo em série:o fotossistema I (PSI) e o fotossistema II (PSII). OPSII é o mais lábil e uorescente dos fotossistemas.Ele catalisa a transferência de elétrons entre a água ea plastoquinona. Ele pode ser dividido em três partes

    funcionais: o centro de reação, as antenas periféricas(CP47 e CP43) e as proteínas regulatórias (caps), cujafunção é separar o PSII da luz do tilacoide. O centrode reação é compreendido pelo heterodímero D1/D2,

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    17 pelo citocromo b559 e pelo complexo de oxidação daágua. No heterodímero situam-se os doadores primá-rio (P680) e secundários (Tir 

    D, Tir 

    Z etc) e os acepto-

    res primários (Feotina) e secundários (QA

    e QB) do

    centro de reação. Quando o centro está desprovidodo complexo de oxidação da água, tem-se o cerne do

    PSII (PSII core). O complexo de oxidação da água éo componente mais termolábil do PSII, cuja função éfornecer elétrons para o P680+, utilizando a molécu-la de água como doadora de elétrons. O subprodutodesta reação de oxidação é o oxigênio molecular. OPSI catalisa a transferência de elétrons da plastocia-nina à ferredoxina. O PSI é compreendido por vários

     polipeptídeos entre eles o dímero PSI-A/PSI-B, queé o centro de reação do PSI. Nele situam-se o doador

     primário (P700), os aceptores secundários (A0, A1,Fx) e as antenas periféricas (CP1).

    A antena é um complexo multiproteico que nãoapresenta atividade fotoquímica, cuja função é absor-ver luz e transferir a energia de excitação para os cen-tros de reação. Nela estão associados a maior partedos pigmentos e também é o local onde ocorrem os

     processos dissipativos do excesso de excitação, seja por uorescência ou por termalização. A transferênciaocorre, por indução de ressonância, do pigmento queabsorve em comprimentos de onda menores (carote-noides) para o pigmento que absorve em comprimen-tos de ondas maiores (Chl a). Ao conjunto de fotos-sistemas e antenas periféricas dene-se como unidadefotossintética. De uma forma geral, uma unidade fo-

    tossintética é constituída de aproximadamente de 300

    moléculas de clorola. Nas plantas e algas verdes ocomplexo antena contém a totalidade da Chl b e gran-de parte da Chl a. No complexo antena das algas mar-rons e diatomáceas, além da Chl a, estão associadasas Chl c

    1 e Chl c

    2 e as xantolas, fucoxantina e vio-

    laxantina (algas marrons) e diaxantina (diatomáceas).

     Nas algas vermelhas e cianobactérias, os pigmentosacessórios, as cobilinas, estão associados a um com- plexo extrínseco ao tilacoide chamado de cobilis-soma, cuja função equivale ao do complexo antena.

    O complexo citocromo é desprovido de pigmentose catalisa a transferência de elétrons entre o PSII eo PSI. Além de catalisar a transferência de elétronsentre os fotossistemas, o complexo participa na trans-ladação de H+ do estroma para o interior da luz do ti-lacoide e possivelmente, na regulação da distribuiçãode energia entre os fotossistemas.

    O transporte de elétrons pode ser linear, cíclico e pseudocíclico, sendo que a via preferencial será dita-da pelas condições siológicas. No transporte linearhá a transferência de elétrons da água para o NADP+,gerando assim, potencial redutor para as reações dexação de carbono na fase escura. No transporte cí-clico, os elétrons retornam à cadeia de transporte deelétrons ao nível do complexo citocromo, favorecen-do a formação de ATP necessário para as reações desíntese. O transporte pseudocíclico ocorre em certascondições siológicas quando o O

    2 recebe os elétrons

    no lugar do NADP+.

    Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/

    Plast%C3%ADdeo

    Os leucoplastos são incolores e sua principal fun-ção é armazenar substâncias de reserva. Dentre elastemos os amiloplastos (grãos de amido), elaioplastos(gorduras e óleos) e proteoplastos (proteínas).

     

    MitocôndriasAs mitocôndrias são organelas com formas variá-

    veis, constituídas por duas membranas: a mais exter-

    na lisa e a interna, formando as cristas mitocondriais,que delimitam a matriz mitocondrial. A mitocôndriaé responsável pela respiração celular e produção deenergia-ATP (adenosina-trifosfato). A respiração ae-róbia compreende basicamente três fases:

    · Glicólise: ocorre no hialoplasma, a glicose conver-te-se em duas moléculas de um ácido orgânico dotadode 3 carbono-pirúvico (C

    3H

    4O

    3).

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    18· Ciclo de Krebs: o ácido pirúvico, formado no hia-

    loplasma, durante a glicólise, penetra na mitocôndria,onde perde CO

    2, através da ação de enzimas denomi-

    nadas descarboxilases. O ácido pirúvico converte-seem aldeído acético.

    · Cadeia respiratória: ocorre nas cristas das mitocôn-drias. Os hidrogênios tirados da glicose presente nasmoléculas de FADH

    2 e NADH

    2 são transportados até

    o oxigênio, formando água. Desta maneira na cadeiarespiratória NAD e FAD funcionam como transporta-dores de hidrogênio.

    Logo, o processo básico da respiração celular é aquebra da glicose ou glicólise, que pode ser expressa

     pela seguinte equação química:C6H

    12O

    6 + 6O

    2 → 6CO

    2 + 6H

    2O + energia

    1.4 - Componentes não Protoplasmáticos

    Vacúolos

    O vacúolo é delimitado pelo tonoplasto (membra-na lipoproteica trilamelar), com suco vacuolar, cujo

     principal componente é água com diversas substân-

    cias inorgânicas (íons de cálcio, potássio, cloro, sódioetc.) e orgânicas (açúcares, ácidos orgânicos, prote-ínas, pigmentos etc.). Muitas das substâncias estãodissolvidas, constituindo o suco celular, cujo PH é

    geralmente ácido, pela atividade de uma bomba de próton no tonoplasto.

    Em células especializadas pode ocorrer um únicovacúolo que ocupa considerável volume, originado

    a partir da união de pequenos vacúolos (vacuoma),em células parenquimáticas o vacúolo chega a ocupar90% do espaço celular.

    Fonte: es.encarta.msn.com/ media_461516474

    Substâncias ergásticas

    As substâncias ergásticas são o produto do meta- bolismo celular, podem ser de reserva ou produtosdescartados pela atividade celular. Dentre as maisconhecidas, podemos citar: amido, corpos de prote-ínas, lipídios, taninos, inulina, cristais, substânciasfenólicas, resinas, gomas, látex e alcaloides. Muitasvezes as células que contêm essas substâncias são di-ferentes morfo e siologicamente das demais, sendodenominadas idioblastos.

    O amido se apresenta em forma de grãos de tama-nho e aspecto variável. Geralmente pode-se notarnum grão de amido um ponto bem nítido, o hilo, em

    torno do qual se alternam camadas concêntricas cla-ras e escuras, que são as estraticações.

    Os corpos de proteínas são os principais compo-nentes do protoplasto vivo, mas podem surgir comosubstância ergástica em estado cristalino ou amorfo.

    Os taninos de natureza amorfa e derivados do fenol,ocorrem em diversos órgãos vegetais e têm como fun-ção a proteção contra predadores e a decomposiçãodo vegetal.

    Encontramos também lipídios (gorduras e óleos) em

    abundância no organismo vegetal, frequentementecomo material de reserva nas sementes e outros ór-gãos ou tecidos vegetais.

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    19Os cristais apresentam natureza inorgânica, os mais

    comuns são os de oxalato de cálcio (rádes, drusase cristais prismáticos) ou carbonato de cálcio (cistó-litos). As drusas são mais ou menos esféricos e emforma de estrela, comuns em folhas de begônia, euca-lipto, arruda etc.; as rádes são alongadas de extremi-

    dades aladas, em forma de agulha, comuns no beijo

    ( Impatiens balsamina), na videira (Vitis vinifera) etc. Oscistólitos ocorrem nas células da epiderme de plantasdas famílias Acanthaceae, Urticaceae e Moraceae. Sãoconstituídos de um pedúnculo de celulose, incrustadode carbonato de cálcio, que se projeta para o interior dacélula formando camadas concêntricas na extremidade,

    criando-se a gura de um badalo de sino.

    FONTE: milcores.naturlink.pt/microphoto.htm

    Cistólito Grão de amido da batata

    Rádes Drusas

    Fonte: www.euita.upv.es/biologia/Temas/tema_12.htm

    Está na hora de você vericar se aprendeu esta Unidade.

    Exercícios

    1.  Dena célula vegetal.2. Qual a forma e o tamanho da célula vegetal ?3. Informe constituição básica de uma célula vegetal.4. Diferencie os elementos protoplasmáticos dos não protoplasmáticos da célula vegetal.5. Enumere os elementos protoplasmáticos e os não protoplasmáticos da célula vegetal.6. Dena parede celular.7. Cite uma característica importante da parede celular.8. Dena as pontuações.

    9. Qual a organização das mitocôndrias? Qual a sua importância?10. Diferencie tonoplasto de ectoplasto.

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    2011. Cite os componentes protoplasmáticos da célula vegetal.12. Dena retículo endoplasmático.13. Que é plastidoma?14. Diferencie os cromoplastos dos leucoplastos.15. Informe o pigmento dos cloroplastos e cromoplastos.16. Dena vacuoma.

    17. Diferencie uma célula jovem de uma adulta pelo número de vacúolos.18. Dena substâncias ergásticas.19. Esquematize um grão de amido.20. Quais são as substâncias ergásticas mais comuns ?

    Atividade Complementar

    1. Depois que você ler o texto da unidade I, releia, mas agora sublinhe os termos botânicos que você nãoconhece, e procure no dicionário de botânica ou no vocabulário que você tem disponível no m do últimocapítulo.

     2. Faça uma caminhada e observe os vegetais a sua volta, veja se ele não apresenta algum tipo de transforma-

    ção da parede que seja visível, como a cera em algumas hortaliças, ou gomas em troncos de algumas árvores,vá e observe.

     3. Faça uma experiência que evidenciará a presença de grão de amido. Primeiro pegue uma batata-inglesa ou

     batata-doce e corte-a ao meio, depois pingue uma gota de solução de iodo. Você observará que ele se torna bemescuro, pois o iodo reage com o amido existente na batata.

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    21UNIDADE II

    2.1 - Meristemas

    TECIDOS VEGETAIS

    Podemos denir tecido vegetal como um conjuntode células com a mesma organização e origem, e des-tinadas ao desempenho de uma ou mais funções em

    comum. Os tecidos são importantes em vegetais pois permitem divisão de trabalho no protoplasma. Geral-mente se originam por divisões celulares.

    O tecido meristemático apresenta célula pequenasisodiamétrica, com parede primária delgada, citoplas-ma denso, núcleo grande, ausência aparente de va-cúolo e proplastídio.

    O tecido responsável pelo crescimento da planta pode ser de dois tipos: apical ou primário (meristemaapical) e espessura ou secundário (meristema secun-dário).

    O meristema que deriva do embrião, responsável pelo crescimento longitudinal da ponta de caules eraízes, é chamado de meristema primário ou prome-ristema.

    São chamados meristemas secundários quando são

     produtos de desdiferenciação dos tecidos adultos, isto

    é, células já diferenciadas que readquirem capacidade

    de multiplicação, como por exemplo, em locais feri-

    dos para a cicatrização (tecido de cicatrização).

    Os meristemas existentes nas extremidades de cau-

    les e raízes são chamados de meristemas apicais. E os

    existentes na base de entrenós dos caules de mono-

    cotiledôneas são chamados meristemas intercalares.

    2.2 - Tecidos Permanentes: Estrutura eFuncionamento

    Sistema de revestimento

    Epiderme

    Camada de células externas do corpo primário da planta (caules e raízes) e também folhas, partes o-rais, frutos e sementes. A principal função da epider-me é a de revestimento. A maioria das células epi-dérmicas está compactamente dispostas, fornecendoconsiderável proteção mecânica às partes da planta.As células epidérmicas são bastante variadas em es-trutura e função.

    As paredes das células epidérmicas das partes aé-reas são recobertas por uma cutícula, que minimizaa perda de água. A cutícula consiste principalmentede cera e cutina, que também são uma barreira parafungos, bactérias e insetos.

    Entre as células epidérmicas, que são achatadas, jus-tapostas e tipicamente não contêm cloroplastos, estãoas células-guarda, que, ao contrário, apresenta cloro-

     plastos. As células-guarda delimitam uma fenda (fen-da estomática ou ostíolo) na região central, por meio

    da qual se dá a comunicação do interior do órgão como ambiente externo. O termo estômato é aplicado para

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    22a fenda e para as duas células-guarda. As células-guarda apresentam um formato reniforme, exceção

     para Poaceae (Gramínea) e Cyperaceae, que apresenta

    em forma de halteres, com extremidades alargadas e com paredes nas, enquanto a região mediana, voltada para oostíolo, é mais estreita e apresenta paredes espessadas.

    Vista frontal do estômato da folha de trigo Vista frontal de um estômato. MicroscopiaEletrônica de Varredura (MEV).

    Fonte: www.uoguelp.ca/boany/courses/BOT3410

    A estrutura da parede celular das células-guarda temum papel crucial no movimento do estômato. Duran-te sua expansão duas características físicas forçamas células a curvarem-se, abrindo então o ostíolo. A

     primeira características é a orientação radial das mi-crobrilas de celulose e a segunda é a extremidade

    as células-guarda, onde uma está presa à outra. Em- bora os estômatos ocorram em todas as partes aéreasda planta, eles são mais abundantes nas folhas (emambas as faces ou em uma só). Nas eudicotiledône-as podem ocorrem de 1.000 a 100.000 estômatos porcentímetro quadrado de folha.

    Fonte: http://www.whfreeman.com/life4gif/ch30/3010.gif 

    O estômato pode se desenvolver entre as célulascomuns da epiderme ou entre as células subsidiárias(circundam o estômato), cujo número e disposiçãosão variáveis. Os estômatos das Magnoliopsida (Eu-dicotiledoneas) são classicados de acordo com Met-calfe e Chalk (1950) em cinco tipos básicos:

    •Anomocítico – estômatos envolvidos por um nú-mero variável de células que não diferem em formatoe tamanho das demais células da epiderme (exem-

     plos: Ranunculaceae, Curcubitaceae e Malvaceae).

    •Anisocítico – estômato circundado por três célulassubsidiárias de tamanhos diferentes (exemplos: Bra-sicaceae, Solanaceae e Begoniaceae).

    •Paracítico – estômato acompanhado por uma ou

    mais células subsidiárias posicionadas de forma que

    seu eixo longitudinal ca paralelo ao ostíolo (exem-

     plos: Rubiaceae, Convolvulaceae e Leguminosae).

    •Diacítico – estômato envolvido por duas célu-

    las subsidiárias posicionadas de modo que seu eixo

    maior forma um ângulo reto com o ostíolo (exem-

     plos: Acanthaceae e Amaranthaceae)

    •Ciclocítico/actinocítico – as células subsidiárias

    se dispõem radialmente ao estômato. Este é um tipo

     pouco comum.

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    23Os tricomas são apêndices muito variáveis da epi-

    derme. Encontram-se presentes em qualquer órgãovegetal de forma permanente ou efêmera. Como ostricomas apresentam grande variedade de formas, po-dem ser classicados de diversas maneiras: tectores(ou não glandulares) e glandulares.

    Os tricomas tectores podem ser unicelulares ousimples e multicelulares ramicados ou não. Essestricomas não produzem nenhum tipo de secreção eacredita-se que possam, entre outras funções, redu-zir a perda de água, por transpiração, das plantas quevivem em ambientes xerótos (secos), auxiliar nadefesa contra insetos predadores e diminuir a inci-dência luminosa. Os tricomas unicelulares ou simplessão comuns e podem variar em tamanho, forma e es-

     pessura da parede, como por exemplo, as “bras” dealgodão que são tricomas da semente do algodoeiro.Os multicelulares ramicados classicam-se de acor-do com a forma de ramicações: tricomas estrelados,em forma de candelabro, peltados ou em forma de T.

    Os tricomas glandulares possuem um pedúnculo euma cabeça e, uma célula basal inserida na epiderme.A cabeça geralmente é a porção secretora do tricoma,

     podendo ser uni ou pluricelular. Estes são cobertos por uma cutícula. Estes tricomas podem apresentarfunções variadas dentre elas: produção de substânciasirritantes ou repelentes, para afastar os predadores;substâncias viscosas para prender os insetos (comonas plantas insetívoras), substâncias aromáticas paraatrair polinizadores etc.

    Tricomas: A. tector multicelular; B. tector multice-lular ramicado; C-D. tricoma multicelular estrelado;E-F-G. glandulares.

    Algumas células se diferenciam das células epidér-

    micas apresentando uma função adicional, além dorevestimento, sendo denominadas células especiali-zadas. As silicosas possuem corpos silicosos de for-ma variada no lume ou sílica na parede celular. As

     buliformes possuem grande vacúolo e parede celulardelgada, são denominadas células motoras, por esta-rem envolvidas no mecanismo de enrolamento e de-senrolamento das folhas.

    Periderme

    A periderme constitui um sistema de revestimento

    que substitui a epiderme em raízes e caules com cres-

    cimento em espessura, decorrente da atividade cambial.A formação da periderme está relacionada não só com aidade do órgão, mas também com as condições ambien-tais e com possíveis lesões na superfície do órgão.

    A periderme compreende o meristema lateral deno-minado felogênio e os tecidos que este gera: externa-mente, súber, e internamente, feloderme. Sucessivas

     peridermes podem ser formadas em regiões cada vezmais profundas, o que ocasiona isolamento dos teci-dos mais externos. Ao conjunto desses tecidos mor-tos, como oema externo, córtex e peridermes peri-féricas, denomina-se ritidoma. Quando da formaçãoda periderme e conseqUente descarte da epiderme eseus anexos, a aeração dos tecidos internos é mantida

     pela lenticela, constituída pelo tecido complementar,composto por células frouxamente arranjadas, que

     permitem a difusão de gases.

    Fonte: www.anatomiavegetal.ib.ufu.br/

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    Fonte: http://1.bp.blogspot.com/

    Sistema fundamental

    ParênquimaO tecido parenquimático está distribuído em quase

    todos os órgãos da planta. O parênquima pode existir,ainda, como células isoladas ou em grupos, fazendo

     parte do xilema, do oema e da periderme. Assim, o parênquima pode ter origem diversa, a partir do me-ristema fundamental do ápice do caule e da raiz, dosmeristemas marginais das folhas e, nos órgãos queapresentam crescimento secundário, podem originar-se do câmbio vascular e do felogênio.

    As células parenquimáticas, geralmente, apresentam

     paredes primárias delgadas, cujos principais compo-nentes são a celulose, hemicelulose e as substâncias

     pécticas. Essas paredes apresentam os campos primá-rios de pontuação  atravessados por plasmodesmas,através dos quais o protoplasma de células vizinhas secomunicam. As células parenquimáticas geralmentesão vivas e apresentam vacúolos  bem desenvolvidos.Essas células são descritas como isodiamétricas, en-tretanto sua forma pode variar. Quando isoladas sãomais ou menos esféricas, mas adquirem uma formadenida por ação das várias forças, ao se agruparem

     para formar um tecido. O conteúdo dessas células va-

    ria de acordo com as atividades desempenhadas, as-sim podem apresentar numerosos cloroplastos, ami-loplastos, substâncias fenólicas etc. Podem reassumircaracterísticas meristemáticas, voltando a apresentardivisões celulares quando estimuladas. A cicatrizaçãode lesões, regeneração, formação de raízes e caulesadventícios e a união de enxertos, são possíveis de-vido ao restabelecimento da atividade meristemáticadas células do parênquima. As células parenquimáti-cas podem ser consideradas simples em sua morfolo-gia mas, devido à presença de protoplasma vivo, são

     bastante complexas siologicamente.

    Podemos distinguir três tipos de parênquima: de preenchimento ou fundamental, cloroliano ouclorênquima e de reserva.

    Parênquima de preenchimento ou fundamental -está presente na região cortical e medular do caule eda raiz, no pecíolo e nas nervuras salientes da folha.

    Parênquima cloroliano ou clorênquima  - apre-senta como principal característica a presença decloroplastos. As células do parênquima cloroliano

     podem dispor-se de modo a favorecer uma grandesuperfície de contato com outras células, facilitan-do a captação de energia luminosa e dos elementosgasosos necessários à realização da fotossíntese. O

     parênquima cloroliano pode ser classicado nos se-guintes tipos: paliçadico, esponjoso, regular, plicadoe braciforme.

    •Paliçadico: encontrado no mesólo, apresentamcélulas mais longas que largas, com grande quanti-dade de cloroplastos e poucos espaços intercelulares.

    •Esponjoso ou lacunoso: apresentam células comformato irregulares, delimitando espaços intercelula-res que podem ter amplitude variada.

    •Regular: células homogêneas, a característica prin-cipal é o formato pouco variável, geralmente arredon-dados.

    •Plicado: as células apresentam reentrâncias, asse-melhando-se a dobras e têm como função aumentara área da célula.

    •Braciforme: apresentam grandes projeções lateraisque conectam células adjacentes, delimitando lacu-nas.

    Parênquima de reserva - apresenta como principalfunção o armazenamento de substâncias provenientesdo metabolismo primário das plantas. Existem trêstipos:

    •Amilífero: reserva de grãos de amido como noscaules da batata-inglesa ou na raiz da batata-doce.

    •Aerífero (aerênquima): possui grande espaço inter-celular, onde o ar é armazenado. Muito comum em plantas aquáticas como o aguapé e plantas que vivemem regiões alagadas.

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    25•Aquífero:  a água não é armazenada nos espaços

    intercelulares, mas sim nos vacúolos. É frequente em plantas de deserto como os cactos e sujeitas ao estres-se salino como as plantas de mangue.

    Parênquima braciforme Parênquima amilífero Parênquima regular  

    Fonte: http://www.inea.uva.es/servicios/histologia/inicio_real.htm

    Colênquima

    O colênquima é constituído por um tecido vivo eocorre em áreas do vegetal que ainda estão em cres-cimento. A parede primária das suas células possuicelulose, que o torna altamente resistente à ruptura.Encontrada em diversos vegetais como em caules deervas e pecíolo de folhas, por exemplo. Suas célulasnão apresentam parede secundária nem lignicação.A principal característica das células colenquimáticasé o espessamento irregular das paredes primárias. O

    colênquima também possui a capacidade de formarum tecido de cicatrização.

    A função do colênquima é dar exibilidade aos ór-gãos em que ele está presente. As paredes celulares

    das células do colênquima são ricas em pectina, o queconfere à exibilidade. Ele ocorre em regiões margi-nais, ou seja, sempre na periferia do órgão.

    Existem quatro tipos de colênquima, de acordo como espessamento da parede celular:

    a) Angular – o espessamento é maior nos ângulosdas células, ou seja, onde há contato entre três oumais células b) Lacunar – ocorre espessamento na região dos es-

     paços intercelulares.c) Anelar ou anular – o espessamento é mais unifor-me, cando o lume celular circular.

    d) Lamelar – espessamento nas paredes tangenciaisexternas e internas.

    Colênquima anelar Colênquima angular Colênquima lamelar Colênquima lacunar  

    Fonte: http://www.euita.upv.es/varios/biologia/images/Figuras_tema3/tema3_gura18.jpg

    Parênquima paliçádico e aerênquima Parênquima plicado

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    Fonte: http://www.algosobre.com.br/ biologia/colenquima-e-esclerenquima.html

    Sistema de condução

    Formado pelo xilema ou lenho e o oema ou lí- ber, são tecidos vasculares das plantas traqueótas,ou seja, plantas portadoras de vasos que realizam otransporte de seiva nos organismos vegetais: pteridó-tas, gimnospermas e angiospermas, comunicando osistema radicular às estruturas foliares, intermediada

     pelo caule.

    Suas células são altamente especializadas, de forma

    alongada e cilíndrica, que se apresentam fusionadas etêm suas paredes transversais perfuradas, criando umsistema tubular contínuo, percorrendo longas distân-cias dentro do corpo vegetal.

    Xilema 

    Tecido complexo que é responsável pela conduçãode água e sais minerais da raiz para todos os órgãosda planta (uxo ascendente). Além das células decondução (elementos traqueais) o xilema também éformado por células de sustentação (bras escleren-quimáticas) e por parênquima.

    As células do xilema não apresentam protoplasmano nal de seu desenvolvimento, paredes lignica-

    das com padrão de espessamento variável. As suascélulas se originam do procâmbio (xilema primário)ou do câmbio vascular (xilema secundário). Há doistipos celulares básicos: traqueídes (imperfurados) eelementos de vaso (com placa de perfuração).

    Placa de perfuração foraminada

    Placa de perfuração reticulada

    Placa de perfuração escalariforme

    Placa de perfuração mista

    Placa de perfuração simples

    Esclerênquima

    A função deste tecido é dar sustentação a órgãosadultos. A característica principal deste tecido é a pre-sença de paredes secundárias espessadas, lignicadasou não, e os protoplastos podem estar ausentes. Sua

     parede secundária pode possuir até 35% de lignina. Oesclerênquima possui dois tipos celulares distintos: asesclereídes e as bras.

    As esclereídes são células pequenas isoladas ou emgrupos, que se apresentam imersas no parênquima.Eles vão conferir rigidez a este tecido. É devido à pre-sença das esclereídes que a casca das nozes, o tegu-mento de algumas sementes e os caroços de algumasfrutas são rígidos. De acordo com a sua morfologia

    são reconhecidos vários tipos: osteoesclereídes (for-ma de osso), astroesclereídes (em forma de estrela),macroesclereídes (formam camadas no tegumento desementes) e braquiesclereídes ou células pétreas (iso-diamétricos).

    Por outro lado, as bras são células longas, de pare-des celulares secundárias espessas, geralmente ligni-cadas, com extremidades aladas, e que alcançamum grande tamanho. Por exemplo, as bras xile-máticas, são células de esclerênquima que acompa-nham o xilema, dando sustentação aos elementostraqueais. Existem dois tipos: as bras libriformes(espessamento grande e pontuações simples) e -

     brotraqueídes (espessamento menor e pontuaçõesareoladas).

    Fonte: Esquema de Esau, retirado de

     www.biologiaedu.org.

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    27A seiva bruta é composta por água e minerais prove-

    nientes do solo. O caminho básico de transporte dasseivas é o seguinte:

     pelos das raízes → xilema → folhas à transpiração→ fotossíntese

    O transporte da seiva bruta ocorre no solo, até quea água e os minerais atinjam a raiz, e o interior doxilema. Por transporte ativo, os minerais são levadosao interior do xilema. Em consequência disso, umavez que o meio interno ca hipertônico, a água pene-tra nos pelos absorventes por osmose. Isso gera uma

     pressão na raiz, empurrando esse líquido para cima(pressão positiva da raiz). Porém, essa pressão nãoé suciente para que a seiva bruta atinja as folhas. Atranspiração de água nas folhas é muito grande, a per-da é altíssima e isso gera um mecanismo conhecidocomo coesão-tensão. A transpiração gera uma tensão,"puxando" mais água para cima. E a água sobe pelacoesão que tem entre suas moléculas (propriedade dacapilaridade da água).

    Floema

    Tecido complexo que é responsável pela conduçãode fotoassimilados e outros metabólitos sintetizados

     pela planta, mas também transporta íons inorgânicos.

    Apresenta uxo no sentido fonte-dreno. Além dascélulas de condução (elementos crivados) o oematambém é formado por células de sustentação (brasesclerenquimáticas) e por parênquima, que inclui di-versos tipos celulares especializados (células compa-nheiras, de transferência e albuminosas).

    As células de condução apresentam protoplasmano nal de seu desenvolvimento, porém anucleadas.Paredes com áreas crivadas que estabelecem comu-nicação intercelular. As células que compõe o oemase originam do procâmbio (oema primário) ou docâmbio vascular (oema secundário). Há dois tiposcelulares básicos: células crivadas (sem placa criva-da terminal) e elementos de tubo crivado (com placacrivada terminal).

    O transporte no oema, segundo Münch (alemãoErnest Münch), ocorre das folhas para as partes con-sumidoras (não apenas as raízes), deve-se ao fato dehaver muitos solutos do oema nas folhas (produtosda fotossíntese). Isso, novamente, gera um meio hi-

     pertônico, que atrai a água por osmose. Essa força jáé suciente para que a água corra até os órgãos consu-midores. Assim sendo, no transporte da seiva elabora-da é como se a água fosse "empurrada".

    fotossíntese → oema → órgãos consumidores

    Os vasos condutores penetram pratica-mente em todas as partes dos vegetais. As-sim, a água e os sais minerais ascendematravés do xilema, corrente de transpiração,os açúcares manufaturados durante a fotos-síntese saem das folhas através do oema e

    alcançam os locais de crescimento e arma-zenamenrto do vegetal

    Fonte: http://www.euita.upv.es/varios/biologia

  • 8/16/2019 Anatomia Fisiologia Vegetal

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    28 Nos órgão vegetais, frequentemente encontramos o

    xilema e oema associados, formando o que chama-mos de feixes condutores. Os tipos mais comuns são:

    • Feixe condutor concêntrico - onde o oema cir-cunda o xilema;

    • Feixe condutor colateral - que é o tipo mais co-mum encontrado em monocotiledôneas e eudicotile-dôneas, onde o oema ca situado mais externamenteque o xilema e apresenta medula;

    • Feixe condutor bicolateral - semelhante ao ante-rior, porém o xilema é envolvido interna e externa-mente pelo oema;

    • Feixe condutor radial - que como o nome indica,comum nas raízes dos vegetais, o único que os feixesse alternam (oema lado a lado com o oema, alter-nados).

    Tecidos secretores

     Nos vegetais, a secreção compreende comple-xos processos de formação, síntese e isolamento desubstâncias. Algumas células parenquimáticas estãoenvolvidas com a secreção de determinadas subs-

    tâncias, sendo denominadas de idioblastos. Há dife-rentes maneiras do material secretado (exsudato) serliberado do protoplasto da célula secretora. Quando acélula morre durante a secreção, dá-se o nome de se-creção holócrina, ao passo que se ela se mantém viva,a secreção é denominada merócrina. A secreção podeentão ser liberada dentro do corpo do vegetal (endo-trópica) ou para fora do corpo da planta (exotrópica).

    De acordo com o tipo de exsudato, a posição e aestrutura desta, as estruturas secretoras podem serclassicadas como:

    • Hidatódios: são estruturas encontradas nas mar-gens das folhas que secretam água ou íons inorgâni-cos e inorgânicos pelo processo de gutação.

    • Nectários: são estruturas secretoras de néctar.Quando este néctar é utilizado para atrair poliniza-dores, o nectário é chamado de nectário oral. Masexistem nectários que produzem néctar para atrairformigas. Estas formigas não são agentes polinizado-res, mas atuam defendendo a planta contra seus ini-migos naturais. Neste caso, o nectário é chamado deextraoral.

    • Glândulas de sal: são tricomas capazes de secretaro excesso de sal a que estão submetidas.

    • Glândulas de mucilagem e, ou goma: secretammucilagem e, ou goma; não se distingue com exati-dão mucilagem de goma, sendo a mucilagem maisuida e a goma mais viscosa.

    • Glândulas digestivas: produzidas por plantas car-nívoras, secretam enzimas que digerem suas presas.

    • Laticíferos: secretam o látex que atua no bloqueiode ferimentos e na defesa contra herbívoros.

    • Ductos resiníferos: encontrados principalmentenas gimnospermas, secretam resinas que têm as mes-mas funções do látex.

    • Tricomas glandulares: como mencionado anterior-mente, os tricomas são células ou conjunto de célulascapazes de secretar uma grande variedade de com-

     postos defensivos.

    • Tricomas urticantes: produzem uma substânciaque causa reação alérgica.

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    29Está na hora de você vericar se aprendeu esta Unidade.

    Exercícios

    1. Dena tecido vegetal.2. Quais são as principais características do meristema ?3. Que é diferenciação celular ?4. Enumere os tecidos ditos permanentes.5. Diferencie parênquima paliçadico de lacunoso.6. Diferencie colênquima de esclerênquima.7. Diferencie epiderme de periderme.8. Como ocorre a aeração dos tecidos internos em um caule, em cresciemento secundário?9. As espécies de  Panicum L. (Poaceae) apresentam lâminas foliares involutas ou conduplicadas devido à

     presença de grupos de grandes células buliformes entre as nervuras. Caracterize as células buliformes.10. Nos órgão vegetais encontramos o xilema e oema associados, formando o que chamamos de feixes con-

    dutores. Quais os tipos mais comuns?

    11. Diferencie secreção holócrina de secreção merócrina.12. Diferencie secreção endotrópica de secreção exotrópica.13. O que vem a ser gutação?

    Atividade Complementar

    Faça uma caminhada e observe os vegetais a sua volta, veja se encontra “coroa-de-cristo”, por exemplo, eretire uma folha, você poderá observar que este vegetal apresenta látex (no tubo laticífero), vá e observe.

    Observação da ascensão da seiva no xilema utilizando “Crisântemo” (Chrysantemum morifolium /Asterace-ae).

    a) Pegue uma or do copo com água e transra para um copo para transporte para sua bancada, tomando ocuidado de deixar uma gota d’água na base do caule da or; b) Dentro da água, corte com a gilete, alguns centímetros de caule, para abrir os vasos e eliminar eventuais

    embolismos que tenham sido formados antes;c) Coloque algumas gotas de corante no copo e leve seu copo até o local com o ventilador e observe a cada

    10 minutos;

    Agora faça um breve relato do que foi observado.

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    30 UNIDADE III

    3.1 - Raiz: Crescimento Primário e Secundário,Raízes Laterais e Velame

    ÓRGÃOS VEGETAIS

    A raiz faz parte do eixo da planta e é, geralmente,subterrânea, exercendo a função de xar o vegetal nosubstrato e absorver água e sais minerais. Muitas raí-zes não vivem subterraneamente, mas na água (plan-tas aquáticas) ou expostas ao ar (epítas ou parasitas).

    A água penetra nas raízes mais prontamente na por-ção apical radicular, que inclui a região de pelos ab-

    sorventes. A movimentação da água na raiz pode tertrês vias:

    • Apoplástica: por fora das células;• Simplástica: entre a célula e a parede celular;• Transcelular: entre as células.

    A raiz é um órgão da planta que desempenha as se-guintes funções: absorção, transporte, armazenamen-to, xação, além da produção de alguns hormônios(citocininas e giberelinas) aleloquímicos. Dependen-do do tipo de raiz, podem ser atribuídas outras fun-ções a ela, como reprodução, respiração, fotossínteseetc.

    Crescimento Primário

    A raiz pode ser dividida anatomicamente em trêssistemas de tecidos: epiderme é constituída por umacamada de células vivas que reveste a raiz com cres-cimento primário (sistema dérmico) portadora de pe-los absorventes; sistema fundamental (região corticalou córtex) constituída geralmente por células de pa-

    rênquima e cuja camada mais interna é designada en-doderme (que contém suberina disposta em forma deta, denominada estria de Caspary); a parte externada região cortical pode designar-se de exoderme po-dendo apresentar várias camadas de células compac-tadas; o cilindro central que inclui o sistema vascularapresenta uma camada exterior de células em geral

     parenquimatosas, formando o periciclo, tecidos vas-culares (xilema e oema) e, nas raízes desenvolvidas,

    observa-se a medula zona central da raiz, preenchida por células parenquimatosas.

    De acordo com o número de feixes lenhosos presen-tes, podemos classicar as raízes em diarca (com 2feixes), triarca (com 3 feixes), tetrarca (com 4 feixes)e poliarca (com 5 ou mais feixes lenhosos).

    Fonte: www.evita.upv.es/.../gura12_6.jpg

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    Raiz de eudicotiledônea primária Raiz de monocotiledônea primária

    Legenda: epd. epiderme; ctz. córtex; med. medula; cc. cilindro central; end. endoderme

    Fonte: docentes.esa.ipcb.pt/.../ botanica/Anatomia.html

    Crescimento Secundário

    A estrutura secundária da raiz ocorre devido à açãomeristemática do câmbio vascular e do felogênio.Substitui a estrutura primária nas raízes das gimnos-

     permas e das eudicotiledôneas após o primeiro ou se-gundo ano de vida.

    A periderme substitui a epiderme, que é integrada

     pelo súber (felogênio e feloderme). O felogênio éformado por células parenquimáticas que se desdife-renciam ao estado meristemático, sofrendo divisões,

     produzindo para o exterior súber e mais internamentefeloderme.

    O crescimento do cilindro central se faz pelo câm- bio vascular que assume um aspecto estrelado, poissitua-se para fora do xilema e para dentro do oema.

    As células do câmbio vascular se dividem e formam para fora o oema secundário, o existente anterior-mente, passa a se chamar oema primário, e para den-tro xilema secundário, e, igualmente, o anterior passaa ser chamado de xilema primário.

    Com o novo oema para fora, o já existente é em-

     purrado para a periferia. E com a produção do novoxilema, o existente é empurrado para o centro. Coma produção dos novos elementos, o câmbio toma aforma de um cilindro, onde dentro encontramos oselementos xilemáticos e para fora os oemáticos. Eassim cresce o cilindro central.

    Fonte: docentes.esa.ipcb.pt/.../ botanica/Anatomia.html

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    32Corte transversal da raiz de videira. Legenda: Xil.

    xilema; x1º. xilema primário; x2º. xilema secundário;o. oema; f1º. oema primário; f2º. oema secundá-rio; pdm. periderme; cv. câmbio vascular.

    Fonte: http://www.cb.ufrn.br/atlasvirtual/Anacardium%20occidentale.htm

    Raízes laterais

    Possuem origem endógena a partir de divisões an-ticlinais e periclinais do periciclo. Com o desenvol-vimento, ela se projeta para o meio do córtex. Temimportante função na ramicação e sustentação dovegetal.

    Fonte: docentes.esa.ipcb.pt/.../ botanica/Anatomia.html

    O caule é um órgão da planta que desempenha di-versas funções como sustentação, transporte, armaze-namento e produção de folhas e estruturas reproduti-vas. O primeiro entrenó caulinar formado no embriãoou na plântula chama-se epicótilo, no ápice do qualse perpetua o tecido meristemático de origem embrio-nária responsável pelo desenvolvimento posterior docaule. O caule é geralmente a parte aérea do eixo da

     planta que origina e suporta folhas, ores, frutos e,eventualmente, raízes adventícias.

     

    Crescimento primárioA epiderme caulinar apresenta geralmente uma ca-

    mada de células cujas paredes periclinais externas,

    Velame

    É uma epiderme multisseriada que ocorre em raí-zes aéreas de Orquídeas, Aráceas epítas e outrasmonocotiledôneas terrestres. O Velame consiste emvárias camadas de células com paredes espessadas,que dão proteção contra choques mecânicos, funcio-nando como local de condensação de água no interiorde suas células ao absorver a água que cai sobre ele.

    Fonte: docentes.esa.ipcb.pt/.../botanica/Anatomia.html

    mais ou menos espessas, são revestidas por cutícula.A epiderme pode apresentar tricomas variados, emer-gências como acúleos e complexos estomáticos.

    O córtex tem comumente natureza parenquimáticaou colenquimática. A camada mais externa do córtexé a exoderme, que no caule de muitas espécies nãoé distinta morfologicamente como na raiz, o limitedo córtex é feito pela endoderme que pode apresentarestria de Caspary ou bainha amilífera.

     Na maioria dos caules, a delimitação entre córtex e

    cilindro vascular é de difícil visualização. O perici-clo na maioria dos caules é parenquimático e poucodiferenciado morfologicamente. Pode-se diferenciarcaule de raiz, em crescimento primário, principal-

    3.2 - Caule

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    33mente pelo xilema e oema, que na raiz se alternam,enquanto que no caule formam feixes com oema

     para fora e xilema para dentro. Internamente ao sis-tema vascular, na região central do caule encontra-se

    Fonte: docentes.esa.ipcb.pt/.../ botanica/Anatomia.html

    O conceito de estelo (= coluna) constitui a base dateoria estelar, a qual se refere à estrutura primária doeixo da planta. Atendendo às variações do sistemavascular primário dos caules e das raízes, foram esta-

     belecidos diferentes tipos de estelos:

    Protostelo: considerada a mais simples e primiti-va logeneticamente. Consta de uma coluna axial emaciça do xilema, rodeada por cilindro de oema.Ausência de medula na maioria das raízes de plantas

     pertencentes á categoria das eudicotiledôneas é fre-quentemente interpretada como estrutura protostélica.

     No caso destas raízes, o xilema se abre externamen-te em arcos, de maneira radiada e o oema ocupa asregiões localizada entre os extremos dos arcos (pro-tostélica radiada ou actinostélica). Exemplos: plantasvasculares inferiores e caules de plantas aquáticas.

    Sifonostelo: considerada derivada da anterior, ca-racteriza-se pelo surgimento da região central. Exem-

     plo: caules de eudicotiledôneas e de gimnospermas.

    Atactostelo: cordões de xilema e oema encon-tram-se disperso no tecido fundamental. Exemplo:monocotiledôneas.

    Polistelo: muitos estelos dispersos, no qual cadaum é provido de periciclo e de endoderme próprios.Exemplo: pteridótas.

    Parênquima fundamental

    Fonte: www.algosobre.com.br/images/stories/ biogeograa/...

    Fonte: www.algosobre.com.br/images/stories/ biogeograa/...

    a medula, que é formada por tecido parenquimático.Em alguns caules, a parte central da medula é destru-ída durante o crescimento do órgão, formando caulesstulosos, como em algumas espécies escandentes.

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    34Crescimento secundário

    O crescimento secundário do caule é formado pelaatividade do câmbio que origina os tecidos vascularessecundários, e do felogênio que dá origem ao revesti-mento secundário, a periderme.

     No cilindro central, entre os câmbios fascicularessurge o câmbio interfascicular por desdiferenciaçãodas células situadas entre os feixes vasculares. Es-tes, câmbio fascicular e o interfascicular, se unemformando um anel meristemático, que se dividem,originando para o interior xilema secundário e parafora oema secundário. Assim, dá-se o crescimentodo cilindro central.

     Num tronco em corte longitudinal, é possível distinguircamadas concêntricas, chamadas anéis de crescimento.Estes anéis reetem a atividade do câmbio vascular eem árvores temperadas, cada anel de crescimento repre-senta um ano. Assim, pode-se estimar a idade de umaárvore contando o número de anéis. O lenho inicial (cé-

    lulas mais largas e paredes delgadas) é produzido na pri-mavera e o lenho tardio (células mais estreitas e paredesespessadas) é produzido no outono. Durante o invernoo crescimento para. Em árvores tropicais, um anel nãocorresponde a um ano de crescimento. As células fun-cionais do xilema secundário são chamadas de alburno,  estão localizadas externamente no caule e apresentamaspecto mais claro. Contrariamente às células mais in-teriores, escuras e não são funcionais (não transportamseiva), formam o cerne.

    Fonte: docentes.esa.ipcb.pt/.../ botanica/Anatomia.html

    Fonte: http://pt.wikipedia.org

    3.3 - Folha

    A folha é um órgão lateral da planta, geralmente la-minar e de estrutura dorsiventral, que se origina deforma exógena nas gemas caulinares apicais ou late-rais. Ela apresenta funções importantes para o orga-nismo vegetal como a fotossíntese e a transpiração.

    Limbo

    A parte principal a ser estudada anatomicamente éa sua lâmina foliar chamada de limbo, que ca sobreum eixo chamado pecíolo, que prende a folha ao cau-le diretamente ou por meio de uma bainha.

    A epiderme superior é conhecida como adaxial e ainferior como abaxial, entre estas encontramos o me-sólo formado por parênquimas e tecidos condutores.

    O parênquima cloroliano (ou clorênquima) apre-senta cloroplastos e tem a função de fotossíntese. Eles

     podem ser do tipo paliçádico em ambas as faces ou

    lacunoso em ambas, ou paliçádico na adaxial e lacu-noso na abaxial, este último conhecido como padrãodorsiventral. Nas monocotiledôneas o mesólo é for-mado por um parênquima regular.

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    35O tecido condutor imerso no parênquima está com-

     posto pelo xilema, voltado para a face adaxial e oe-ma para abaxial. Eles podem estar acompanhados debras ou bainha esclerenquimática.

    O ambiente inuencia a estrutura das plantas. As fo-

    lhas submersas são delicadas, com epiderme delgada,a camada mais externa apresenta cloroplastos, já quetem a água para protegê-la dos raios do sol, tem lacu-nas para reserva de gases (aerênquima), além de pou-cos tecidos para sustentação, já que não é interessante

     para o vegetal aquático resistir a força da água, assimele acompanha o movimento da água.

    Em xerótas é comum a presença de parênquima pa-liçádico nas duas superfícies, epiderme multisseriada,estômatos em depressões, tricomas abundantes, alémde escleromora (folhas duras), tudo isso para evitar a

     perda de água.

    As folhas apresentam geralmente estômatos na epi-derme abaxial, sendo conhecidas como hipostomáti-ca, outras têm seus estômatos em ambas as faces, sãoas anstomáticas. Em folhas de plantas utuantes, porexemplo, os estômatos podem estar presentes na faceadaxial, já que a outra face está obstruída pela água, sem

     possibilidade de haver troca gasosa, esta são conhecidas por epistomáticas, mas são as menos frequentes.

    Corte transversal da folha de milho Corte transversal da folha de oliveira

    Fonte: docentes.esa.ipcb.pt/.../ botanica/Anatomia.html

    Pecíolo 

    O pecíolo, em corte transversal, tem a forma cônca-va ou plana na face adaxial e convexo abaxialmente.Os feixes estão formando um semicírculo, com o-ema para face abaxial e xilema para a adaxial. Comuma medula no interior formada de parênquima ouoco.

    Traço foliar

    O traço foliar é o feixe vascular que se estende da base da folha, até unir-se a outro feixe no caule. As-

    sim, um traço foliar pode ser denido como a porçãocaulinar do suprimento vascular da folha. A porçãofoliar deste feixe, inicia-se somente na base do pecí-olo e estende-se para o interior da lâmina foliar, onderamica-se intensamente.

    Plantas C3, C4 e CAM

    Plantas com metabolismo C3 são aquelas que xamo CO

    2atmosférico por meio da Rubisco, nas células do

    mesolo foliar, e esta enzima utiliza como substrato uma pentose (Ribulose 1,5 bifosfato) xando um CO

    2

     para produzir duas trioses-P (2x ácido-3-fosfoglicérico).

    Plantas C4 possuem uma adaptação anatômica

    chamada estrutura Kranz, que constitui um grupode células diferentes das comumente encontradasno mesolo, que envolve o conjunto dos termi-nais de feixes vasculares da folha, e são chama-das de células da bainha do feixe. Estas célulasestão contíguas às células do mesolo, interco-nectadas por plasmodesmas. Nas células da bai-nha das plantas C4 acontece a xação do CO

    2,

     pela Fosfoenolpiruvato carboxilase (PEPcase),que xa o CO

    2 produzindo oxaloacetato, um com-

     posto de 4 carbonos, a partir do fosfoenolpiruva-to (3C) diferente da Rubisco, que forma trioses.O oxaloacetato é, então, convertido a malato (ouaspartato), passa à célula do mesolo ao lado, eé descarboxilado, formando piruvato e liberandoCO

    2  (HCO3-), que então é utilizado pela Rubisco

     para formar trioses, entrando no ciclo de Calvin,onde posteriormente ocorre redução do ácido-3-fosfoglicérico a gliceraldeído-3-fosfato, utilizando

     NADPH, proveniente das reações fotoquímicas.

     Nestas plantas há uma separação espacial entre axação do CO

    2 e a redução do composto interme-

    diário de 3 Carbonos, pois a Pepcase xa na célulado mesolo, e vai concentrá-lo na célula da bai-

    nha, onde ocorrerá a redução, no ciclo de Calvin.

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    36Em plantas CAM, ocorre separação espacial entre

    xação e redução do CO2. A planta CAM é adapta-

    da para viver em regiões áridas, com alta demandaevaporativa atmosférica e pouca água disponível noambiente. Por isso, ela tem de economizar água, evi-tando a transpiração durante o dia, fechando o estô-

    mato, porém o CO2  não entra, e ele é necessário àfotossíntese. Para isso, ela abre os estômatos durantea noite, com temperaturas mais amenas e o CO

    2 entra

    na célula do mesolo, sendo xado não pela rubisco,mas também pela pepcase, formando oxaloacetato,o qual, à semelhança do metabolismo C4, é conver-tido a malato, mas no entanto, estocado no vacúoloda própria célula. Durante o dia, este ácido málicoé descarboxilado liberando o CO

    2que será reduzido

     pela rubisco no ciclo de Calvin, por isso a separaçãoentre redução e xação é dita temporal. Fixa de noite,reduz de dia.

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    Exercícios

    1. Anatomicamente, como pode ser dividida a raiz?2. Diferencie raiz em crescimento primário de raiz em crescimento secundário.

    3. Diferencie monocotiledônea de eudicotiledônea, pela anatomia da raiz .4. Dena velame.5. Diferencie monocotiledônea de eudicotiledônea através da anatomia do caule.6. Diferencie caule em crescimento primário de caule em crescimento secundário.7. Dena atactostele.8. Informe a estrutura de uma folha.9. Dena anatomicamente uma folha de planta submersa.10. Diga o nome do padrão em que a folha apresenta parênquima lacunoso na face abaxial e paliçadico na

    adaxial.11. Por que as folhas de plantas xeromórcas apresentam redução da sua superfície e estômatos tão protegi-

    dos?12. Dena folha epistomática, e qual a importância disso para o vegetal.

    13. Diferencie plantas C3, C4 e CAM.

    Atividade Complementar

    Faça uma caminhada e observe as diferenças entre os caules de monocotiledôneas e dicotiledôneas (espe-cialmente as árvores). Você poderá perceber que as diferenças anatômicas se reetem na aparência externa dovegetal. O crescimento secundário traz um porte maior e mais forte ao vegetal. Observe.

    Observe as diferenças das folhas de plantas de ambientes secos e aquáticos, você irá perceber, a olhos vistos,que as diferenças anatômicas se reetem na estrutura externa.

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    37UNIDADE IV 

    NUTRIÇÃO MINERAL

    4.1 - Macro e Micronutrientes

    O estudo da nutrição vegetal e do crescimento das plantas envolve a caracterização de elementos essen-ciais. Um nutriente essencial é aquele sem o qual a

     planta não cresce normalmente, nem completa o seuciclo de vida, a menos que uma quantidade mínimadesse nutriente lhe seja suprida. Os elementos essen-ciais podem ser divididos em macronutrientes e mi-cronutrientes.

    Os macronutrientes são os elementos básicos ne-cessários em maior volume às plantas. São carbono,hidrogênio, oxigênio, nitrogênio, fósforo , potássio,cálcio, magnésio e enxofre.

    Os micronutrientes são requeridos em pequenasquantidades, de miligramas (um milésimo do grama)a microgramas (um milionésimo do grama). São oferro, o zinco, o cobre, o manganês, o molibdênio,cloro, boro e o níquel.

    Os elementos essenciais desempenham diversos papéis nas plantas, incluindo funções estruturais, en-zimáticas, regulatórias e iônicas. Por exemplo, o ni-trogênio e o enxofre são os principais componentestanto de proteínas quanto de coenzimas, e o magnésioalém de fazer parte da molécula de clorola, é umativador de enzimas. O cálcio é um sinal importanteque controla a abertura e o fechamento estomático.

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    EXERCÍCIOS

    1. Diferencie micro de macronutrientes.2. Quais são os macronutrientes?3. Quais são os micronutrientes?

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    UNIDADE V 

    HORMÔNIOS VEGETAIS

    Hormônios vegetais ou tormônios são substânciasorgânicas atuantes nos diferentes órgãos das plantas:raiz, caule, folhas, ores e frutos, responsáveis pelocrescimento e desenvolvimento do vegetal. São sin-tetizados em pequenas frações, com função direcio-nada a locais especícos. A produção hormonal pode,conforme a espécie vegetal, obedecer indiretamenteos fatores climáticos, sendo observável à medida quesucedem as estações sazonais do ano: primavera, ve-rão, outono e inverno.

    Os hormônios vegetais podem ser agrupados emcinco grupos ou classes: auxina, citocinina, etileno,ácido abscísico e giberelinas.

    1. Auxinas (AIA): apresenta dominância apical, promoção da atividade cambial; indução de raízes ad-ventícias e estimulação do desenvolvimento do fru-to. Quando aplicada externamente às extremidadesde caules incisos, a auxina estimula a formação deraízes. As auxinas são sintetizadas e apresentam asconcentrações mais altas nas áreas meristemáticas do

     broto e da raiz, áreas nas quais as células se dividemrapidamente para renovar o seu crescimento. As au-xinas são deslocadas por toda a planta a partir dessas

    áreas.

    2. Citocininas: promove a divisão celular, formaçãode gemas em cultura de tecidos e atraso na senescên-cia foliar. As citocininas são sintetizadas no ápice deraízes e transportada pelo sistema caulinar via xilema.

    3. Etileno (gás etileno): provoca maturação dosfrutos, abscisão das folhas e frutos e senescência dasfolhas e ores. São sintetizados na maioria dos teci-dos por estresse e move-se por difusão a partir do seusítio de síntese.

    4. Ácido abscísico (ABA): atua no fechamen-to dos estômatos, favorece a síntese de reservaem sementes e o transporte de fotossintetizadosdas folhas para as sementes em desenvolvimentoe pode afetar a indução e a manutenção de dor-mência nas sementes e gemas de certas espécies.São sintetizados em folhas maduras em respostaao estresse hídrico, além das sementes. O ABAé exportado das folhas pelo floema e das raízes

     pelo xilema.

    5.Giberelinas (ácido giberélico): atua no hi-

     peralongamento do sistema caulinar por estimu-lar tanto a divisão quanto o alongamento celular, produzindo plantas altas para reverter o nanismode alguns mutantes, indução de germinação de se-mentes, estimulação ao florescimento em plantas

     bianuais e de dia longo e regulação da produçãode enzimas em sementes de cereais. São sintetiza-das nos tecidos jovens do sistema caulinar e emsementes em desenvolvimento e são transportadas

     pelo floema e pelo xilema.

    Durante a germinação das sementes, as gibere-linas e as auxinas interagem de maneira delicada.

    Depois que a semente capturou a água, o embrião produz a giberelina, que aciona a s íntese de enzi-mas responsáveis pela produção da auxina. A gi-

     berelina também promove o alongamento da raiz primária ao mesmo tempo em que os níveis maisaltos de auxinas fazem com que o tegumento dasemente enfraqueça e a planta embrionária cres-ça. Como está um passo à frente no ciclo, a raizemerge primeiro da semente, seguida pela copada planta. Altos níveis de auxina podem provocara expansão rápida do caule primário, fazendo otopo do broto atravessar a superfície do solo.

    Exercícios

    1. O que são tormônios?2. Qual a função da auxina e onde são sintetizados nos vegetais?3. Qual a função da citocininas nos vegetais?4. Onde atua o gás etileno nos vegetais?

    5. Qual o hormônio vegetal que é sintetizado em folhas maduras em resposta ao estresse hídrico?6. Qual o hormônio vegetal que atua no hiperalongamento do sistema caulinar por estimular tanto a divisãoquanto o alongamento celular, produzindo plantas altas para reverter o nanismo de alguns mutantes?

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    39UNIDADE VI

    CRESCIMENTO VEGETAL E FATORES EXTERNOS

    Presos ao solo, os vegetais parecem seres vivosimóveis, embora xos ao solo, os vegetais executammovimentos desencadeados por estímulos externos eaté internos: são os chamados movimentos vegetais.Esses movimentos são: os tropismos e as nastias.

    Tropismos

    São movimentos de crescimento ou curvatura queas plantas apresentam como resposta a estímulosexternos. O tropismo pode ser positivo e negativo,é positivo quando a planta cresce no sentido do es-

    tímulo e negativo quando ela cresce se distanciandodo estímulo, sendo assim, os tropismos se correspon-dem com as mudanças na direção do crescimento.

    Fototropismo: crescimento do sistema caulinar, co-leóptilo ou pecíolo da folha em direção à luz.

    Geotropismo: crescimento para baixo da raiz, per-cepção da gravidade.

    Tigmotropismo: resposta ao contato com um ob- jeto sólido (enrolamento de gavinha em torno de umsuporte).

    Heliotropismo: folhas e ores que se orientam emrelação aos raios solares.

    Nastias

    São movimentos que não abrangem crescimento enão são orientados, ou seja, são sempre os mesmos,não são resultantes da direção do estímulo.

    Está na hora de você vericar se aprendeu esta Unidade.

    Exercícios

    1. O que vem a ser tropismo? Como estão classicados?2. Diferencie fototropismo de heliotropismo.3. O que faz com que o vegetal tenha geotropismo positivo?4. O que são nastias?5. O que é ritmo circadiano no vegetal?6. Dena PDC, PDL e PDN.

     Nictinastia: movimento de dormir das folhas. Resul-ta na mudança de turgor das células do pulvino.

    Tigmonastia: movimento resultante de estimulaçãomecânica, tal como o fechamento de folhas de plantassensitivas e carnívoras.

    Ritmos Circadianos

    Ciclos diários de luz e escuro. São fenômenos cí-clicos denidos por três parâmetros (período, fase eamplitude).

    Fotoperiodismo: capacidade do vegetal detectar ocomprimento do dia. A classicação se dá de acordocom o orescimento, embora muitos outros aspectosdo desenvolvimento das plantas possam ser afetados

     pelo comprimento do dia.

    • Plantas de dia curto (PDC): orescem ou têm seuorescimento acelerado em dias curtos. Florescem nonal do verão e outono.

    • Plantas de dia longo (PDL): orescem ou têm seuorescimento acelerado em dias longos. Florescem

    no início da primavera.• Plantas de dia neutro (PDN): são insensíveis ao

    comprimento do dia. Dependem, por exemplo, datemperatura, da umidade etc.

  • 8/16/2019 Anatomia Fisiologia Vegetal

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    1) concluiu o estudo deste guia;2) participou dos encontros;3) fez contato com seu tutor;4) realizou as atividades previstas;Então, você está preparado para asavaliações.

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    41Glossário

    Amido: (do inglês medieval sterchen, endurecer) - Carboidrato complexo e insolúvel; é a principal substânciade reserva das plantas.

    Anatomia: Área da morfologia que estuda a estrutura interna dos vegetais.

    Atactostelo: Estelo no qual os feixes estão espalhados no tecido fundamental.

    Câmbio vascular: Meristema secundário que origina xilema e oema secundários.

    Cistólito: Concreção de carbonato de cálcio.

    Coleóptilo: É a bainha que primeiro emerge do solo e envolve a plúmula e a coroa é a localização do ponto decrescimento e das gemas que dão origem às raízes.

    Córtex: Conjunto dos tecidos situados entre a epiderme e o sistema vascular.

    Cortiça: O mesmo que felema.

    Criptógamas: São plantas que não produzem sementes, ores ou frutos e que se reproduzem por meio deesporos.

    Cutícula: Camada cerosa ou graxa encontrada na parede externa das células epidérmicas, formada por cutinae cera.

    Cutina: Substância graxa complexa, semelhante à cera.

    Desdiferenciação: O inverso de diferenciação.

    Diferenciação: Alterações siológicas e morfológicas que ocorre quando uma célula ou tecido se torna adulto.

    Divisões anticlinais: Divisões celulares perpendicular à superfície do órgão.

    Divisões periclinais: Divisões celulares paralelas à superfície do órgão.

    Eixo hipocótilo-radicular: O eixo do embrião, situado abaixo do cotilédone ou cotilédones, que consiste nohipocótilo e no meristema apical da raiz ou da radícula.

    Endoderme: do grego: endon, dentro + derma, pele - Uma única camada de células formando uma bainha emtorno da região vascular, em raízes e alguns caules; as células endodérmicas são caracterizadas por possuíremestrias de Caspary nas paredes anticlinais radiais e transversais. Nas raízes e caules das plantas com semente,a endoderme é a camada mais interna do córtex.

    Escutelo: Cotilédone das gramíneas.

    Estrias de caspary: Uma faixa da parede primária contendo suberina e lignina; encontradas nas paredes anti-clinais - radiais e transversais - das células da endoderme e da exoderme.

    Eustelo: estelo típico das dicotiledôneas e gimnospermas caracterizado por apresentar um sistema vascularcilíndrico.

    Fanerógamas: Do grego phanerós, aparente; gamos, gameta, através da forma latinizada Phanerogamae) foio nome dado ao Reino Plantae. Apresentam estruturas denominadas de ores, órgãos reprodutores facilmenteobserváveis.

    Felema: Tecido protetor formado por células não vivas, de paredes suberizadas.