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1 Análise de Conjuntura Setor sucroalcooleiro. Evelyn Caroline dos Santos Francielli Cristina Araújo Gabriela Menossi Vendite Gescica Caires Jessica Carina Marcari Turma: 6º B Jaboticabal 2012

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Análise de Conjuntura Setor sucroalcooleiro.

Evelyn Caroline dos Santos

Francielli Cristina Araújo

Gabriela Menossi Vendite

Gescica Caires

Jessica Carina Marcari

Turma: 6º B

Jaboticabal

2012

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1. Analise  Conjuntural    

1.1. Economia  Global  

 

Atualmente   o   cenário   econômico   global   apresenta   incertezas   com   relação   a   sua  

estabilidade,   a   crise   que   assola   a   Zona   do   Euro   é   um  desencadeamento   da   crise   de   2006  

iniciada   nos   EUA   mais   conhecida   como   subprime,   onde   alguns   bancos   americanos   que  

adotaram  esse   sistema  ofereciam  empréstimos   hipotecários   e   créditos   à   clientes   que   não  

possuíam  comprovação  de  renda  e  eram  negativados.  Com  a  queda  da  taxa  de  juros  houve  

uma   busca   crescente   de   oferta   de   crédito,   a   partir   disso,   as   taxas   de   juros   aumentaram  

diminuindo  a  procura  e  desvalorizando  os  imóveis,  os  clientes  não  conseguiam  renegociar  as  

dividas  e  a  inadimplência  aumentou,  isso  acarretou  uma  quebra  dos  bancos  afetando  outros  

segmentos  do  mercado  financeiro  tanto  americano  quanto  global.  

A  crise  do  setor  imobiliário  se  agravou  em  2008,  quando  os  prejuízos  das  instituições  

bancárias  chegaram  a  milhões  de  dólares  e  algumas  decretaram  falência,  nesse  momento  os  

bancos  menos  afetados  começaram  a  comprar  esses  bancos,  o  governo  americano  e  alguns  

países  da  União  Europeia  começaram  a  injetar  dinheiro  para  que  os  bancos  não  quebrassem.  

A   sociedade   criticou   essa   politica   de   ajuda   e   a   Casa   Branca   decidiu   não   mais   interferir,  

ocorreu  nesse  momento  a  quebra  de  um  dos  maiores  bancos  dos  Estados  unidos  o  Lehman  

Brothers.  Após  esse  episódio  a   crise  agravou  ainda  mais,  pois  os   juros  aumentaram  e  não  

havia  investimentos  por  parte  das  empresas,  o  consumo  diminuiu  agravando  o  desemprego.  

A   crise  não  afetou   somente  o  Estado  americano  mais   toda  a  economia  mundial,   já  

que  os  Estados  Unidos  deixou  de  importar  de  outros  países.  A  crise  se  expandiu  agravando  a  

situação  de  grandes  países  principalmente  da  Zona  do  Euro.  

Na   União   Europeia   a   Eurozona   é   composta   por   dezessete   países   dos   vinte   e   sete  

participantes,  sendo  eles  Alemanha,  Áustria,  Bélgica,  Eslováquia,  Espanha,  França,  Finlândia,  

Portugal,  Grécia,  Itália,  Irlanda  entre  outros,  esses  países  possuem  uma  única  moeda  (Euro),  

e   adotam   medidas   econômicas   que   devem   ser   seguidas   por   todos.   Porém   a   Grécia   não  

seguiu,   gastou   mais   do   que   devia   nas   últimas   décadas,   deixando   o   país   totalmente  

vulnerável   e   precisando   de   ajuda   de   outras   economias.   De   acordo   com   uma   matéria  

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publicada  no  site  economia.terra  ela  prejudicou  a  recuperação  da  Europa  da  crise  financeira  

global   de   2008   e   2009   consequentemente   encolhendo   a   produção   da   Zona   do   Euro   em  

2012.   A   crise   que   assola   a   Europa   afeta   diretamente   o   Brasil,   pois   há   uma   queda   na  

demanda  exportando  menos  para  o  bloco  europeu  e   indiretamente  outros  países   como  a  

China,  por  exemplo,  já  que  é  um  parceiro  importante.  Ela  também  causa  conflitos  sociais  e  

guerras  civis,  pois  a  população  revolta-­‐se  contra  medidas  tomadas  pelo  governo  na  tentativa  

de  salvar  a  economia.  

De   acordo   com  Artigo   publicado   pela  Macroplan   a   zona   do   euro   registrou   taxa   de  

desemprego   recorde  no  último  mês  de   fevereiro,   com  10,8%  de  desempregados,   segundo  

dados  do  Eurostat,  ano  passado  o   índice  era  de  9,5%.  Só  nos  países  que  adotam  a  moeda  

única,  17,1  milhões  estão  sem  emprego,  um  total  que  sobe  para  24,5  milhões  de  homens  e  

mulheres  em  idade  ativa  sem  trabalho  se  considerados  os  27  países  da  União  Europeia.  As  

cifras  são  recordes  em  25  anos.  

 

1.2. Economia  Brasileira  

 

Segundo   uma   matéria   publicada   no   site   A   Redação   mesmo   com   fundamentos  

econômicos  sólidos,  o  Brasil  não  está  imune  à  crise.  As  linhas  de  crédito  para  importação  e  

exportação   brasileiras,   em   bancos   europeus,   diminuíram   e   estão   mais   caras.   Nossos  

exportadores   já  buscam  financiamentos  nos  bancos  americanos  e  asiáticos,  que  têm  muita  

liquidez,  mas  passaram  a  exigir  mais  garantias,  porque  sabem  que  as  vendas  das  empresas  

para  o  exterior  vão  recuar  com  a  desaceleração  da  economia  dos  países  desenvolvidos.  

Segundo   Paulo   Nogueira   Batista   Junior,   diretor   executivo   do   FMI,   em   matéria  

publicada  no   Jornal  Valor  o  nível  da  atividade  da   Indústria  esta   fraco,  mais  ele  acha  que  a  

economia  brasileira  esta  possivelmente  mais  preparada  do  que  em  fins  de  2008,  com  alguns  

amortecedores  importantes  como  situação  fiscal  boa,  compulsórios  bancários  altos,  bancos  

públicos  aumentando  a  oferta  de  crédito,  etc.  

Algumas   medidas   foram   tomadas   pelo   governo,   de   acordo   com   o   Ministro   da  

Fazenda  o   intuito  é  de  estimular  a  economia  brasileira.  As  medidas   incluem  a  redução  das  

alíquotas   do   Imposto   sobre   Operações   Financeiras   (IOF)   incidentes   sobre   o   crédito   para  

pessoa   física;   das   alíquotas   do   Imposto   sobre   Produto   Industrializados   (IPI)   na   venda   de  

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veículos  e  a  redução  das  taxas  de  juros  do  Programa  de  Sustentação  de  Investimento  (PSI)  e  

Programas   Habitacionais,   como   Minha   Casa   Minha   Vida.   As   medidas   contribuirão   para  

melhorar   a   oferta   de   crédito   na   economia   brasileira,   permitirão   que   o   setor   de   veículos  

retome  o  bom  desempenho  verificado  nos  últimos  anos  e  estimularão  os  investimentos  do  

setor  produtivo.  Todas  as  medidas  têm  prazo  final  pré  estabelecidos.  

O   ministro   Guido   Mantega   explicou   que   as   medidas   tomadas   no   setor  

automobilístico   fazem   parte   do   conjunto   de   iniciativas   tomadas   pelo   governo   em   2012,  

como   a   desoneração   da   folha   de   vários   setores   e   ações   sobre   o   câmbio.   O   setor  

automobilístico  é  muito  importante  para  a  economia  brasileira.  Ele  representa  mais  de  20%  

do  PIB   industrial  e  é  um  dos  setores  que  faz  mais   investimentos  no  país.  O  Brasil,  segundo  

ele,  se  tornou  o  3º  maior  mercado  automobilístico  do  mundo,  ficando  atrás  apenas  da  China  

e  dos  EUA.  Desde  a  redução  do  IPI  anunciada  em  21  de  maio  passado  as  vendas  saíram  de  

patamares  negativos,  na  comparação  com  2011,  para  os  melhores  junho  e  julho  da  historia.  

Se   forem   atingidos   400   mil   veículos   vendidos   em   único   mês,   nós   teremos   a   indústria  

reagindo  favoravelmente  com  a  diminuição  de  importações  de  automóveis.    

Após  a  redução  dos  impostos  alguns  aspectos  podem  ser  percebidos,  de  acordo  com  

o  Jornal  Folha  de  São  Paulo,  ao  menos  6.300  empregos   foram  criados  pelas  empresas  que  

produzem  fogões,  geladeiras  e  carro  desde  que  o  corte  dos   impostos  entrou  em  vigor.  No  

setor  de  linha  branca  3.800  empregos  foram  abertos  desde  dezembro  quando  o  corte  do  IPI  

foi   concedido   para   lavadoras,   geladeiras   e   fogões.   Nos   automóveis   os   fabricantes  

registraram  2.500  empregos  criados  dede  junho.  

Outro   impacto   de   importante   relevância   é   o   aumento   da   taxa   de   exportação   de  

alguns   produtos.   O  ministro   da   Fazenda,   Guido  Mantega,   disse   que   a  medida   serve   para  

estimular   a   produção   nacional   e   ainda   que   haverá   um   monitoramento   do   governo   em  

relação   aos   preços   destes   produtos   no   mercado   interno   para   que   não   ocorra   a   inflação.  

Segundo   o   secretario   executivo   do   Ministério   do   Desenvolvimento,   Indústria   e   Comércio  

Exterior   (MDIC),  Alessandro  Teixeira,  de  2008  para  2009,  as  exportações  brasileiras  caíram  

23%,  durante  a  primeira  parte  da  atual  crise.  Agora,  estamos  com  um  nível  de  exportações  

bem  melhor   que   estávamos   na   época.   O   secretário   ainda   declarou   que   o   governo   irá   se  

esforçar  para  manter,  em  2012,  o  mesmo  patamar  das  exportações  verificado  em  2011,  de  

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US$  257  bilhões,  e  que  poderá  rever  a  meta  atual  para  o  ano  de  US$  264  bilhões,  dado  que  

essa  poderá  não  ser  cumprida.  

 

1.3. PIB  Brasileiro  

 

Segundo  o  Ministério  da  Fazenda,  mais  importante  que  a  expansão  observada  no  PIB  

em   2011   é   sua   qualidade.   O   investimento   vem   crescendo   mais   do   que   o   consumo   das  

famílias   e   do   Governo,   o   que   indica   ampliação   da   capacidade   produtiva   para   além   da  

ampliação   da   demanda,   ao   longo   dos   próximos   anos.   De   acordo   com   dados   do   IBGE   na  

comparação  com  o  primeiro  trimestre  do  ano,  o  destaque  positivo  foi  a  Agropecuária,  que  

teve  crescimento  de  4,9%  no  volume  do  valor  adicionado.  Nos  Serviços  houve  aumento  de  

0,7%,   enquanto   que   a   Indústria   registrou   queda   de   2,5%.   O   Produto   Interno   Bruto   (PIB)  

apresentou  variação  positiva  de  0,4%  na  comparação  do  segundo  trimestre  de  2012  contra  o  

primeiro   trimestre   do   ano,   levando-­‐se   em   consideração   a   série   com   ajuste   sazonal.   Na  

comparação  com  igual  período  de  2011,  houve  crescimento  do  PIB  de  0,5%.  No  acumulado  

dos  quatro  trimestres  terminados  no  segundo  trimestre  de  2012,  o  PIB  registrou  expansão  

de  1,2%  em  relação  aos  quatro  trimestres  imediatamente  anteriores.  Já  no  resultado  para  o  

primeiro  semestre  de  2012,  o  PIB  apresentou  aumento  de  0,6%  em  relação  a  igual  período  

de  2011.  Veja  tabela  abaixo  Segundo  o  Presidente  do  Banco  Central,  a  demanda  doméstica  

continuou   sendo   o   principal   suporte   da   economia,   com   o   consumo   das   famílias   sendo  

estimulado  pela  expansão  moderada  do  crédito,  pela  geração  de  empregos  e  de  renda.  

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1.4. Mercado  Sucroalcooleiro  

 

De  acordo  com  artigo  publicado  pelo  BNDES  o  Principal  produtor  e  exportador  de  açúcar  

e   álcool   do   mundo,   é   o   Brasil   que   tem   o   menor   custo   de   produção   entre   os   principais  

competidores  do  mercado   internacional,  além  de   liderar  o  conhecimento  da  biotecnologia  

da  cana,  junto  com  a  Austrália  e  a  África  do  Sul.  

Investimentos   contínuos   em   tecnologia   e   inovação   principalmente   na   lavoura   e  

processamento   da   cana-­‐de-­‐açúcar   e   no   meio   ambiente   são   fatores   que   têm   impactos  

positivos  para   as   indústrias,   segundo  matéria  publicada  no   site  Canal  Bioenergia,   o   etanol  

produzido  a  partir  da  cana-­‐de-­‐açúcar  começa  a  romper  restrições  impostas  pelos  países  mais  

desenvolvidos   e   a   ser   reconhecido   pela   sua   eficiência   e   sustentabilidade.   No   mercado  

internacional   do   açúcar   o   Brasil   é   o   grande   player,   com   reconhecidas   vantagens  

competitivas,   por   sua   capacidade   produtiva   e   por   possuir   uma   indústria   que   também   é  

“flex”,  ou  seja,  capaz  de  alterar  rapidamente  o  seu  mix  de  produção  etanol/açúcar  quando  

as  condições  de  mercado  assim  exigem.    

O   setor   sucroalcooleiro   brasileiro   é   o  maior   produtor   de   etanol   de   cana-­‐de-­‐açúcar   do  

mundo,  sendo  o  Brasil  o  único  país  a  possuir  uma  ampla  frota  de  veículos  biocombustíveis,  

contribuindo  para  que  o   seu   consumo   supere  o  da   gasolina   em  veículos   leves.   Segundo   a  

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Associação  Nacional   dos   Fabricantes   de   Veículos   Automotores   (ANFAVEA,   2010),   86%   dos  

veículos   leves   vendidos   no   Brasil,   atualmente,   têm  motor   flex   fuel.   CNA   Brasil   2012.   Para  

atender  essa  demanda  prevista  a  oferta  de  etanol  e  gasolina  terá  que  aumentar.  

O   Brasil   tem   grande   destaque   nesse   setor,   pois   conta,   atualmente,   com  

aproximadamente   320   unidades   produtoras   de   açúcar   e   álcool.   Isso   representa   uma  

capacidade  instalada  para  o  processamento  de  mais  de  430  milhões  de  toneladas  de  cana,  o  

que   pode   resultar   na   produção   de   até   18   bilhões   de   litros   e   29  milhões   de   toneladas   de  

açúcar.  Na  atual  safra  deverão  ser  processadas  aproximadamente  390  milhões  de  toneladas  

de  cana,  atingindo  27,5  milhões  de  toneladas  de  açúcar  e  16,7  bilhões  de  litros  de  álcool,  de  

acordo  com  dados  divulgados  pelo  site  biodisielbr.  Com  relação  ao  desempenho  das  usinas,  

de   acordo   com   um   estudo   feito   por   Fábio   Vogelaar   Carlucci   dentro   do   Programa   de   Pós-­‐

Graduação   em   Economia   na   Faculdade   de   Economia,   Administração   e   Contabilidade   de  

Ribeirão  Preto,  o  estudo  aponta  que  usinas  de  cana-­‐de-­‐açúcar   instaladas  no  Estado  de  São  

Paulo,  com  moagem  acima  de  2,5  milhões  de  toneladas  por  safra,  são  as  mais  eficientes  do  

Brasil   [...]  Quanto  ao  porte  das  agroindústrias,  o  estudo   sugere  que  as  grandes  usinas   são  

proporcionalmente  mais  eficientes  que  agroindústrias  pequenas  e  de  médio  porte.  Dentre  as  

11  melhores  usinas,  cinco  são  consideradas  de  grande  porte.  Um  número  relevante  segundo  

o  estudo,  uma  vez  que  as  indústrias  de  maior  porte  representam  menos  de  20%  do  total  de  

usinas  no  país.  

Levando  em  consideração  a  exportação  do  açúcar,  podemos  analisar  que  a  maioria  do  

açúcar  produzido  no  Brasil   atende  o  mercado  externo,   de   acordo   com  o   site  brasil.gov,  O  

açúcar  foi  o  grande  responsável  pelo  recorde  brasileiro  de  US$  76,4  bilhões  nas  exportações  

do   agronegócio   em   2010.   Pelo   segundo   ano   consecutivo,   as   receitas   de   vendas  

internacionais  do  produto  tiveram  crescimento  superior  a  50%.  Veja  gráfico  divulgado  pela  

ÚNICA,  comparação  das  exportações  mundiais.  

 

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  Já  o  etanol  não  apresenta  os  mesmos  resultados  já  que  ele  não  possui  ainda  grande  

aceitação   no   mercado   externo,   para   Géraldine   Kutas,   assessora   sênior   da   presidência   da  

União   da   Indústria   de   Cana-­‐de-­‐Açúcar,   Os   programas   de   biocombustíveis   praticados   pela  

maioria  dos  países  são  direcionados  para  o  mercado  doméstico,  o  que  não  contribui  para  se  

ter   um   mercado   global   para   o   etanol.   Veja   gráfico   divulgado   pela   ÚNICA   comparando   a  

exportação  mundial  do  etanol.  

 

   

 

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1.5. Etanol  e  Petróleo  

 

Outro  setor  que  terá  consequências  negativas  devido  a  Crise  do  Euro,  de  acordo  com  

o   artigo   publicado   pela   FGV,   a   oferta   de   biocombustíveis   nos   países   da  União   Européia   e  

Estados  Unidos   terá  por  efeito  uma   redução  da  demanda  de  gasolina  e  diesel,   implicando  

modificações  na  configuração  das  refinarias  de  petróleo.  

 A  Petrobrás,  a  maior  refinaria  de  petróleo  do  Brasil,  que  recentemente  descobriu  o    

Pré  Sal  a  7.000  metros  de  profundidades  do  mar  após  a  camada  de  sal  com  um  total  de  100  

bilhões   de   barris   de   óleo,   segundo   o   site   Isi   Engenharia   está   investindo   fortemente   em  

empresas  produtoras  de  etanol,  o  que  poderá  valorizar  o  etanol  no  mercado  externo,  pois  a  

gasolina  misturada  com  o  álcool  é  um  grande  atrativo  ambiental  e  econômico.  

O   etanol   e   o   biodiesel   são   combustíveis   produzidos   fora   da   refinaria   e   destinados,  

principalmente,  ao  setor  de  transportes.  Considerando  o  mercado  de  derivados  de  petróleo,  

o  consumo  de  etanol  é  relevante  no  Brasil,  onde  corresponde  a  14%  do  total,  e  nos  Estados  

Unidos,  com  8%,  é  utilizado  como  oxigenante  na  gasolina  e  como  combustível  nos  veículos  

flex.   Nos   Estados   Unidos,   a   participação   do   etanol   no   mercado   de   combustíveis   deve  

aumentar   com   o   mandato   para   comercialização   de   136   bilhões   de   litros   até   2022.   Os  

excedentes  de  gasolina  estão  sendo  exportados,   substituído  pelo  etanol   com  a   introdução  

dos  veículos  flex  fuel.  

Em  contrapartida  uma  matéria  publicada  na  Isto  é,  em  entrevista  com  Daniel  

Bachner,  presidente  da  multinacional  americana  Syngenta,  o  controle  de  preços  da  gasolina  

no  Brasil   limita  o  reajuste  do  etanol  que  é   livre.  Como  o  combustível  derivado  da  cana-­‐de-­‐

açúcar   não   pode   valer   mais   do   que   70%   da   gasolina,   existe   um   estrangulamento   das  

margens,  os  impostos  prejudicam  demais  o  setor,  onde  existe  uma  discussão  constante  com  

o  governo,  esse  controle  afeta  o  mercado  interno.  

 

1.6. Empregos  

 

Segundo  matéria  publicada  no  Jornal  A  Cidade  de  Ribeirão  Preto,  falta  mão-­‐de-­‐obra  para  

safra  de  cana  de  açúcar,  os  trabalhadores  estão  migrando  das  lavouras  para  trabalharem  na  

área  de  construção  civil.  De  acordo  com  levantamento  do  Departamento  de  Economia  Rural  

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da  Faculdade  de  Ciências  Agrárias  e  Veterinárias  da  Universidade  Estadual  Paulista  (Unesp),  

em   Jaboticabal   (SP),   o   avanço   da   colheita   mecânica   nas   lavouras   paulistas   eliminou   em  

média,  37,7  mil  empregos.  

Segundo  o  estudo,  em  2007,  ano  em  que  o  governo  e  o  setor  sucroalcooleiro  firmaram  o  

pacto  para  o  fim  da  queima  da  palha,  a  média  de  empregados  era  de  178.194  trabalhadores  

não  qualificados.  Essa  média  anual  de  empregados  caiu  para  140.460  em  2010,  a   redução  

ocorreu  claramente  pelo  avanço  da  mecanização.  

Em  contrapartida,  o  número  de  outros  empregados  no  setor  sucroalcooleiro,  que  inclui  

os  qualificados  que   trabalham  nas   lavouras,  os  da   indústria  de  açúcar  e  álcool  e  até  os  de  

escritórios,   sobe  ano  a  ano  desde  2007.  Nos  últimos  quatro  anos,  32.160  empregos  nessa  

faixa  foram  criados,  em  média.  O  total  de  empregados  saltou  de  137.793  para  169.953,  em  

média,  entre  2007  e  2010,  de  acordo  com  o  levantamento  da  Unesp.  

Mesmo   tendo   aberto  mais   vagas   do  que  outros   setores   industriais,   a   contribuição  das  

lavouras   de   cana-­‐de-­‐açúcar   para   o   emprego   industrial   já   foi   muito   maior.   No   primeiro  

trimestre  de  2011,  a  expansão  de  vagas  foi  de  17,2%  e,  nos  três  primeiros  meses  de  2010,  

chegou  a  31,6%.  Segundo  levantamento  da  entidade,  a  fatia  de  janeiro  a  março  deste  ano  é  

a  menor  já  registrada  para  o  período  desde  2007,  quando  esse  cálculo  começou  a  ser  feito,  

dados  de  divulgados  pelo  Estadão.  

 

1.7. Meio  Ambiente  

 

  Para  que  seja   feito  um  cultivo  adequado  da  cana-­‐de-­‐açúcar  as  condições  climáticas  

devem  ser  favoráveis.  De  acordo  com  a  Embrapa  as  condições  climáticas  predominantes  no  

Estado   de   São   Paulo   são   consideradas   excelentes   para   a   produção   de   cana-­‐de-­‐açúcar,  

permitindo  o  crescimento  vigoroso  da  planta  durante  a  primavera  e  o  verão,  e  oferecendo  

condições  adequadas  para  a  maturação  e  a  colheita,  durante  o  outono  e  o  inverno.  Porém  

alguns  transtornos  causados  pelo  meio  ambiente,  como  excesso  ou  escassez  de  chuva,  frio  

(geada)  que  queima  a  cana  podem  ter  impactos  significativos  que  prejudiquem  o  cultivo  da  

cana.  

Levando  em  consideração  que  atualmente  que  o  Brasil  é  o  maior  produtor  de  cana  de  

açúcar  do  mundo,  foi   implantado  um  projeto  com  protocolo  agroambiental  conforme  a  Lei  

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11    

Estadual  Nº  11.241/02,  que  proíbe  a  queima  da  palha  da  cana  de  açúcar  ate  2014  em  áreas  

mecanizáveis  e  2017  em  áreas  não  mecanizáveis.  Porém,  as  empresas  estão  investindo  em  

novos   equipamentos   para   a   coleta   de   cana   crua,   segunda   a   secretaria   do  meio   ambiente  

60%  da  cana  de  açúcar  já  é  colhida  crua  em  São  Paulo  e  assim  reduz  a  emissão  de  gases  na  

atmosfera.  Desde  o   início  do  Protocolo,  deixou-­‐se  de  queimar  uma  área  acumulada  de  4,5  

milhões   de   hectares,   evitando   a   emissão   de   16,7   milhões   de   toneladas   de   poluentes  

(monóxido   de   carbono,   hidrocarbonetos   e  material   particulado)   e  mais   de   2,7  milhões   de  

toneladas  de  CO2eq.  

Outro   aspecto   que   esta   em   discussão   é   o   sistema   de   limpeza   da   cana   de   açúcar,  

Segundo  a   Secretaria  do  meio   ambiente  na  década  de  90,   consumia  5m³  por   tonelada  de  

cana,  e  hoje  é  cerca  de  1,5m³  por  tonelada,  porem  tende  a  diminuir  para  1m³  por  tonelada  

através   das   novas   tecnologias   implantadas   no  mercado   onde   já   esta   sendo   utilizados   por  

algumas  empresas  o  sistema  da  limpeza  seco,  onde  o  consumo  de  água  é  de  0%.  

 

1.8. Derivados  da  Cana-­‐de-­‐Açúcar.  

 

1.8.1. Açúcar  

 

A   estimativa   de   produção,   consumo   e   exportação   (veja   no   gráfico   abaixo)   de   açúcar  

obtidos  pela  SGE  e  AGE  divulgadas  pelo  IBGE,  é  de  um  crescimento  de  2,4%  no  período  de  

2011/2012   a   2021/2022.   A   taxa   deve   conduzir   a   uma   produção   de   48,6   milhões   de  

toneladas.   Essa   produção   corresponde   a   um   acréscimo   de   9,9   milhões   de   toneladas   em  

relação   ao   observado   em   2011/2012.   As   taxa   de   exportação   é   de   3,6%   ao   ano,   consumo  

interno  é  de  1,2%  ao  ano.  

 

Gráfico  1.0  Produção,  Consumo  e  Exportação  de  Açúcar.  

 

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 Fonte:  AGE/Mapa  e  SGE/Embrapa  

 

O  açúcar  tem  60%  da  sua  produção  voltado  para  o  mercado  externo,  de  acordo  com  

os   dados   divulgados   pela   Associação   das   Indústrias   Sucroenergéticas   de   Minas   Gerais   os  

maiores   importadores   do   açúcar   brasileiro   ficam   por   conta   da   Rússia   que   é   o   maior  

importador   individual,   com  3,49  milhões   de   toneladas,   a   Índia   com  2,32  milhões,   a   China  

com  1,25  milhão,  a  Nigéria  com  980  mil,  a  Malásia  com  880  mil  e  a  Venezuela  com  840  mil  

toneladas.  Houve  também  um  aumento  de  34,5%  de  exportação  para  os  países  Árabes  no  

ano  de  2010,  os  principais  compradores  são  Irã  e  Emirados  Árabes.  

De  acordo  com  Ministério  da  Fazenda,  o  Brasil  é  responsável  por  mais  da  metade  do  

açúcar  comercializado  no  mundo,  o  país  deve  alcançar  taxa  média  de  aumento  da  produção  

de  3,25%,  até  2018/19,  e  colher  47,34  milhões  de  toneladas  do  produto,  o  que  corresponde  

a   um  acréscimo  de   14,6  milhões   de   toneladas   em   relação   ao   período   2007/2008.   Para   as  

exportações,  o  volume  previsto  para  2019  é  de  32,6  milhões  de  toneladas.  

 

1.8.2. Etanol  

 

Em  1975  o  Governo  criou  o  Programa  Nacional  do  Álcool  para  aumentar  a  produção  de  

etanol  e  consequentemente  a  substituição  da  gasolina,  isso  ocorreu  devido  a  crise  mundial  

do  petróleo  que  detinham  preços  muito  elevados  e  grande  peso  nas  importações  brasileiras.  

Foram   oferecidos   incentivos   fiscais,   empréstimos   com   taxas   abaixo   de   mercado   para  

produtores  de  cana-­‐de-­‐açúcar  também  para  empresas  automobilísticas  que  desenvolvessem  

carro  a  álcool.  Com  a  redução  do  preço  do  petróleo  a  diferença  entre  o  álcool  e  a  gasolina  

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não   era   tão   favorável   para   os   consumidores.   Com  o  mercado   interno  menos   lucrativo,   os  

usineiros   passaram   a   exportar   a   produção   de   açúcar,   fatos   que   contribuíram   para   que   os  

fabricantes  de  automóveis  voltassem  a  priorizar  carros  à  gasolina.  

Com   uma   nova   crise   do   petróleo   em   2003,   impulsionou   novamente   a   fabricação   de  

carros  a  álcool,  porém  com  um  diferencial  por  desenvolverem  motores  flex  que  podem  ser  

abastecidos  tanto  com  álcool  quanto  gasolina.  

A   crescente   preocupação   com   o   aquecimento   global   e   a   busca   por   alternativas  

sustentáveis   faz  com  que  os  biocombustíveis   renováveis  sejam  uma  alternativa  de  solução  

ecológica   e   sustentável   para   alguns   problemas   de   emissão   de   poluentes   derivados   do  

petróleo.  A  presidenta  Dilma  Rousseff  afirmou  no  Palácio  do  Planalto,  durante  cerimônia  de  

outorga  do  selo  de  boas  práticas  às  indústrias  da  cana-­‐de-­‐açúcar,  que  a  produção  de  etanol  

no   Brasil   cumpre   a   proposta   da   Conferência   das   Nações   Unidas   sobre   Desenvolvimento  

Sustentável,  a  Rio+20,  que  é  crescer,  proteger  e  incluir,  pois  de  acordo  com  o  site  Brasil.gov  

em  relação  ao  meio  ambiente,  o  etanol  reduz  as  emissões  de  gases  de  efeito  estufa  em  cerca  

de   90%   e   a   poluição   atmosférica   nos   centros   urbanos.   Além   disso,   produção   tem   baixo  

consumo  de  fertilizantes  e  defensivos  e  apresenta  níveis  relativamente  baixos  de  perdas  do  

solo.  Esse  prêmio  que  o  Brasil  e  as  Indústrias  receberam  torna  o  etanol  mais  reconhecido  e  

respeitado  mundialmente.  

De   acordo   com   dados   divulgados   pelo   Ministério   da   Fazenda   o   etanol,   produzido   no  

Brasil,  a  partir  da  cana-­‐de-­‐açúcar,  também  conta  com  projeções  positivas  para  os  próximos  

anos,   devidas   principalmente,   ao   crescimento   do   consumo   interno.   A   produção   projetada  

para  2019  é  de  58,8  bilhões  de  litros,  mais  que  o  dobro  da  registrada  em  2008.  O  consumo  

interno  está  projetado  em  50  bilhões  de  litros  e  as  exportações  em  8,8  bilhões.  

Em  contrapartida  a  oferta  de  etanol  pode  ser  menor  do  que  a  da  safra  anterior  de  acordo  

com   uma   matéria   publicada   pela   Empresa   Brasil   de   Telecomunicações.   Na   estimativa  

divulgada  hoje,  a  Unica  estima  que  a  safra  2011/2012  será  4,21%  menor  que  a  safra  passada,  

atingindo  533,50  milhões  de  toneladas.  A  entidade  também  prevê  que  a  produção  de  etanol  

deve   chegar   a   22,54   bilhões   de   litros   nesta   safra,   11,19%  menor   que   os   25,38   bilhões   de  

litros  da  safra  anterior.  

 

 

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1.8.3. Energia  

 

Esta   produção   é   chamada   bioeletricidade,   que   é   feito   a   partir   da   biomassa   (bagaço   e  

palha  da  cana  de  açúcar)  utilizada  para  produção  de  etanol.  Essa  prática  permite  a  utilização  

desses  derivados  para  geração  de  energia  limpa  e  renovável.  

O  bagaço  e  a  palha  são  enviados  para  as  caldeiras,  as  caldeiras  por  sua  vez  gera  o  vapor  

que   é   utilizado   para   produzir   três   diferentes   formas   de   energia.   A   energia   térmica   é  

empregada   para   aquecimento   no   processo   produtivo   do   açúcar   e   do   etanol,   além   de   ser  

transformada   em   energia   mecânica.   A   energia   mecânica   movimenta   as   máquinas   e  

equipamentos  de  extração  e  preparação  do  caldo,  além  das  turbinas  de  geração  de  energia.  

Transformando-­‐se   assim   em   energia   elétrica.   A   energia   elétrica,   ou   a   bioeletricidade   da  

cana,   é   usada   para   o   consumo   próprio   da   usina   e   o   excedente   é   vendido   para   o   sistema  

elétrico  nacional.  

De  acordo  com  o  site  bioeletricidade.com  a  produção  da  bioeletricidade  comprova  que,  

na  indústria  da  cana-­‐de-­‐açúcar,  tudo  se  transforma.  E  nada  se  desperdiça.  Uma  tonelada  de  

bagaço  pode  gerar  mais  de  300kwh  para  a  rede  elétrica.  Uma  tonelada  de  palha  pode  gerar  

500kwh.  O  consumo  médio  de  uma  residência  brasileira  foi  de  150kwh  em  2010.    

Portanto,   com   apenas   um   hectare   de   cana,   a   bioeletricidade   pode   abastecer   oito  

residências  durante  um  ano  inteiro,  no  Brasil,  80%  da  bioeletricidade  vem  dos  canaviais  os  

outros   20%   são   restos   da  madeira,   carvão   vegetal,   casca  de   arroz   e   capim  elefante.  Hoje,  

menos   de   30%   das   usinas   de   cana   estão   conectadas   à   rede   elétrica   como   geradoras   de  

energia.  Para   ter  uma   ideia  do  nosso  potencial,  em  2020,  a  bioeletricidade  produzida  será  

equivalente   à   energia   gerada   por   três   usinas.   A   boa   notícia   é   que   essa   produção   é   sem  

desperdício  e  sem  emissões  de  gases  de  efeito  estufa.  

 

1.9. Cenários  

 

1.9.1. Cenário  Pessimista.  

 

Com  base  nos  aspectos  estudados  do  cenário  externo,  alisando  a  desaceleração  da  

economia  em  escala  global  devido  à  crise  do  euro,  podemos  considerar  que  pode  haver  uma  

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diminuição   da   exportação   do   açúcar   que   tem   a   grande  maioria   vendida   para   o   mercado  

externo.   As   empresas   do   setor   sucroalcooleiro   também   podem   encontrar   problemas   na  

comercialização  no  etanol  no  mercado   interno  devido  às  políticas   adotas  pelo  governo  na  

precificação  do  produto,  mesmo  com  o  aumento  da  venda  de  carros  flex  a  comercialização  

do  etanol  pode  ter  impactos  negativos,  já  que  com  a  crise  a  exportação  da  gasolina  também  

pode   diminuir   para   outros   países   fazendo   com   o   que   o   preço   da   gasolina   diminua   e  

consequentemente   o   do   etanol,   pois   ele   não   pode   custar  mais   do   que   70%   do   preço   da  

gasolina.  

Outras  questões  como  a  proibição  das  queimas  e  a  mecanização  da  lavoura  faz  que  

as  empresas  tenham  gastos  maiores  para  inovação  e  tecnologia.  

No  mercado  atual,  a  demanda  pelo  açúcar  tende  a  aumentar  diante  da  perspectiva  

de   investimentos   em   áreas   e   tecnologias   nas   empresas,   porém,   os   substitutos   do   açúcar  

como  a  beterraba  e  o  milho,  podem  ocupar  lugar  nas  áreas  de  produtores  agrícolas  caso  não  

seja   mais   rentável   à   eles   a   produção   de   cana   de   açúcar,   abrindo   espaço   então   para   a  

concorrência.  

 

1.9.2. Cenário  Otimista  

 

  O  principal  aspecto  positivo  analisado  no  setor  é  o  aumento  das  vendas  de  carros  flex  

no  Brasil  devido  à  baixa  de  IPI,  aumentando  consequentemente  a  comercialização  do  etanol.  

Aspectos   que   podem   ser   consequências   positivas   são   para   o   meio   ambiente,   já   que   o  

aumento  com  a  preocupação  devido  o  agravamento  do  aquecimento  global  é  um  assunto  

discutido   por   todas   as   economias   ,o   etanol   é   considerado   um   combustível   renovável,   por  

isso  existe  uma  grande  expectativa  que  a  sua  comercialização  mundial  cresça  ainda  mais.    

 

 

1.9.3. Cenário  mais  provável  

A   exportação   do   açúcar   diminuirá   pelo   fato   da   Europa   estar   tentando   se  

recuperar   da   crise   que   afetou   sua   economia,   assim   como   seus   investimentos   em  

novas  empresas  no  Brasil.  

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A  demanda  por  etanol  tende  a  aumentar  devido  o  apelo  do  governo  através  de  

meios   de   comunicação   para   o   consumo   do   etanol,   que   está   em   desvantagem  

comparada   à   gasolina,   o   governo   apela   ao   consumo   justificando   e   aprovando   que  

etanol  é  energia  renovável  e  antipoluente,  sendo  então  vantagem  para  as  empresas  

sucroalcooleiras.  

Em   conclusão,   pode   ser   que   haja   então  maior   procura   por   etanol   ao   invés   de  

açúcar,   alterando   então   o   foco   de   produção,   com   isso   as   empresas   sofrerão   forte  

concorrência   por   áreas   para   que   possam   expandir   suas   lavouras   para   atender   a  

demanda,   ficando   cada   vez   mais   difícil   agradar   os   produtores   agrícolas   para   que  

possam  permanecer  fiéis  a  empresa  contratada.  

 

2. Referências  

 

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