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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENFERMAGEM AURORA DE AFONSO COSTA CURSO DE BACHARELADO E LICENCIATURA EM ENFERMAGEM ANA CRISTINA DA PAIXÃO SILVA COMPETÊNCIAS GERENCIAIS DO ENFERMEIRO PARA AÇÕES EMPREENDEDORAS EM ENFERMAGEM NITERÓI 2014

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

ESCOLA DE ENFERMAGEM AURORA DE AFONSO COSTA

CURSO DE BACHARELADO E LICENCIATURA EM ENFERMAGEM

ANA CRISTINA DA PAIXÃO SILVA

COMPETÊNCIAS GERENCIAIS DO ENFERMEIRO PARA AÇÕES

EMPREENDEDORAS EM ENFERMAGEM

NITERÓI

2014

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ANA CRISTINA DA PAIXÃO SILVA

COMPETÊNCIAS GERENCIAIS DO ENFERMEIRO PARA AÇÕES

EMPREENDEDORAS EM ENFERMAGEM

Trabalho de Conclusão apresentado ao

Curso de Graduação em Enfermagem e

Licenciatura da Universidade Federal

Fluminense como requisito parcial para a

obtenção do título de Bacharel e

Licenciado em Enfermagem.

Orientadora: Profª Drª GEILSA SORAIA CAVALCANTI VALENTE

Niterói

2014

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COMPETÊNCIAS GERENCIAIS DO ENFERMEIRO PARA AÇÕES

EMPREENDEDORAS EM ENFERMAGEM

ANA CRISTINA DA PAIXÃO SILVA

Trabalho de conclusão de curso apresentada ao Corpo Docente do Programa de

Graduação em Enfermagem, Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa, da

Universidade Federal Fluminense, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título

de Enfermeira.

Trabalho de Conclusão de Curso aprovado em 27 de novembro de 2014.

Profª. Drª. Geilsa Soraia Cavalcanti Valente – EEAAC/UFF - Orientadora

Enfª. Fabiana Lopes Joaquim – EEAAC/UFF - 1ª. Examinadora

Enfº. Claudio José de Souza– EEAAC/UFF – 2ª. Examinador

NITERÓI

2014

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Dedicatória

Este trabalho é dedicado primeiramente ao

Todo Poderoso Deus, pois tudo o que tenho, o

que sou e o que vier a ter, vem do meu Senhor.

Dedico ainda aos meus pais e meu amado

marido, um presente de Deus para minha vida.

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Agradecimentos Ao meu Senhor Deus, que merece toda honra e toda a glória. Por sempre ser meu

melhor Amigo e Conselheiro. Obrigado Deus por nunca desistir de mim, por tão

grande amor.

Aos meus pais Elisete Santos da Paixão da Silva e Manoel Correia da Silva pelo amor,

carinho, educação e dedicação. Por me incentivarem e me ajudarem ao longo de toda a

graduação e em especial a minha mãe por me apresentar ao meu maravilhoso Jesus e

pelas incansáveis orações pela minha vida, mães de joelhos, filhos de pé. Obrigado.

Ao meu amado marido Yazalde Rocha, um amigo e servo fiel do Senhor Deus.

Marido muito obrigado pela sua compreensão, por me ouvir sempre, pelas palavras de

ânimo em momentos de angustias e incertezas. Obrigado por ser um homem de Deus

na minha vida, aprendo a cada dia com suas atitude e decisões sábias e para mim é um

privilégio poder está a cada dia ao seu lado. O que Deus uniu nada pode separar, Te

Amo.

A toda a minha família (tios e primos) por estarmos juntos em todos os momentos,

sejam eles fáceis ou não. Amos a todos.

A minha nova família ( sogros, cunhados e sobrinho)que me ajudam em oração e me

proporcionam momentos de grandes risadas. E especialmente a minha sogra, Maria de

Jesus, uma mulher de Deus e minha segunda mãe, obrigado por suas orações.

Aos meus amigos, e irmãos em Cristo Jesus, que contribuíram para o meu crescimento

espiritual e pessoal, vocês são um presente de Deus em minha vida, pois quem acha

um amigo acha um tesouro.

A Prof. Drª Geilsa Soraia Cavalcanti Valente, por acreditar que esse trabalho seria

possível e por ter aceito meu pedido de orientação. Mesmo distante geograficamente

você se fez presente em todos os momentos em que precisei de sua orientação, como

se estivesse aqui no Brasil o tempo todo. Obrigado pela autonomia que me deste no

trabalho, cresci muito como pesquisadora. Você é uma mulher admirável.

Aos amigos conquistados ao longo da graduação, vocês contribuíram para o meu

desenvolvimento pessoal e profissional.

Aos colegas de classe que contribuíram indiretamente para a realização desse trabalho.

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“A oportunidade às vezes está batendo a sua

porta, mas por vezes não conseguimos ouvir a

batida. Precisamos está com os ouvidos

atentos para ouvir e discernir a oportunidade

que Deus está te proporcionando.”

(Pastor Alex Sandro Alves)

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RESUMO

Evidenciando-se as tendências empreendedoras do enfermeiro relacionando-as com as

competências gerencias desse profissional. Procuramos durante o estudo apresentar os

principais elementos introdutórios ao tema empreendedorismo, partimos da constatação de

que o empreendedorismo é inerente à profissão de enfermagem. A importância de

compreender o perfil do empreendedor enfermeiro leva a compreensão da atuação deste

profissional, bem como oferece subsídios para uma melhor assistência no cuidado. Este

trabalho teve como objetivos: Identificar os aspectos que indicam que o enfermeiro é

empreendedor e analisar a influência das competências gerenciais do enfermeiro que tange ao

empreendedorismo. Trata-se de um estudo de natureza exploratória/ descritiva, através de

uma abordagem quantitativa. O campo de pesquisa foi o Hospital Universitário Antônio

Pedro (HUAP) da Universidade Federal Fluminense (UFF), localizado em Niterói/RJ. Os

sujeitos do estudo foram 25 enfermeiros HUAP A coleta de dados ocorreu através da

aplicação do teste TEG (Tendência Empreendedora Geral), um instrumento de pesquisa que

contém uma metodologia própria de análise de tendência empreendedora. A análise dos dados

utiliza cinco características relacionadas à pessoa empreendedora: Necessidade de sucesso;

Autonomia/independência; Tendência criativa; Riscos calculados/Moderados e

Impulso/Determinação. A análise dos dados, revelam que a tendência

"Impulso/Determinação" foi a única a alcançar o índice acima da média, enquanto as demais

tendências ficaram abaixo da média. Conclui-se que o perfil empreendedor dos enfermeiros

do HUAP/UFF ficou um pouco abaixo da média geral, necessitando desenvolver

características empreendedoras.

Palavras-chave: Empreendedorismo; Enfermagem; Tendências Empreendedoras; Teste

T.E.G.

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ABSTRACT

Is demonstrating the entrepreneurial propensity of nurses relating them to the managerial

skills of a trader. We try during the study present the main elements introductory to the theme

entrepreneurship, we start from the fact that entrepreneurship is inherent in the nursing

profession. The importance of understanding the nurse entrepreneur's profile leads to

understanding of the performance of this professional and offers grants for further assistance

in care. This study aimed to: Identify the aspects that indicate that the nurse is entrepreneur

and analyze the influence of nursing managerial competences with respect to

entrepreneurship. This is a study of exploratory / descriptive, through a quantitative approach.

The research field was the University Hospital Antônio Pedro (HUAP), Universidade Federal

Fluminense (UFF), located in Niterói / RJ. The study subjects were 25 nurses HUAP Data

collection occurred by applying the TEG test (Overall Trend Entrepreneur), a research

instrument that contains a methodology of entrepreneurial trend analysis. Data analysis uses

five characteristics related to getter: Need success; Autonomy / independence; Creative trend;

Calculated risks / Moderate and Impulse / Determination. The data analysis shows that the

trend "Pulse / determination" was the only one to achieve above average index, while other

trends were below average. We conclude that the entrepreneurial profile of nurses HUAP /

UFF was slightly below the overall average, requiring develop entrepreneurial characteristics.

Keywords: entrepreneurship; nursing; Entrepreneurs trends; Test T.E.G.

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 - Exemplo de características inerentes ao empreendedor e ao profissional

enfermeiro, p.32

FIGURA 2 - Classificação da tendência empreendedora por enfermeiro, p.45

FIGURA 3 - Enfermeiros X Dimensão de Tendência Empreendedora, p.46

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LISTA DE TABELAS

TABELA1 - Cálculo do valor da dimensão de tendência empreendedora, p.41

TABELA 2 - Classificação do nível de tendência empreendedora, p.41

TABELA 3 – Resultado das 5 tendências empreendedoras, p.43

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LISTA DE QUADROS

QUADRO 1 - Teorias acerca do empreendedorismo, p.19

QUADRO 2 - Diferenças entre empreendedorismo empresarial e empreendedorismo social,

p.22

QUADRO 3 - Características empreendedoras, p.23

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SUMÁRIO

1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS, p.14

1.1 INTRODUÇÃO AO ESTUDO, p. 14

1.2 OBJETOS DO ESTUDO, p. 16

1.3 QUESTÕES NORTEADORAS, p. 16

1.4 OBJETIVOS, p. 16

1.5 JUSTIFICATIVAS, p. 16

2. REVISÃO DE LITERATURA, p.18

2.1 EMPREENDEDORISMO, p.18

2.1.1 características empreendedoras, p.23

2.2 AS COMPETÊNCIAS GERENCIAIS DO ENFERMEIRO, p.26

2.3 O EMPREENDEDORISMO E A PRÁTICA GERENCIAL DO ENFERMEIRO, p.30

2.4 AS DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS PARA FORMAÇÃO DO

ENFERMEIRO E A INTERRELAÇÃO COM O PAPEL DE EMPREENDEDOR, p.33

2.5 ASPECTOS JURÍDICOS QUANTO A PATENTE DOS PRODUTOS, p.36

3. METODOLOGIA, p.39

3.1 CAMPO DE PESQUISA, p.39

3.2 SUJEITOS DO ESTUDO, p.39

3.3 INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS, p.40

3.4 ANÁLISE DOS DADOS, p.40

3.5 ASPECTOS ÉTICOS, p.42

4. RESULTADOS E ANÁLISE DOS DADOS, p.43

4.1 APRESENTAÇÃO DA TABELA E DOS GRÁFICOS COM SUAS RESPECTIVAS

ANÁLISES, p.43

4.1.1 Resultados e Análise das 5 tendências empreendedoras, p. 43

4.1.2 Resultados e Análise de classificação de tendência empreendedora por enfermeiro, p. 45

4.1.3 Resultados e Análise da dimensão de Tendência Empreendedora , p. 46

4.1.4 Análise comparativa dos resultados apresentados na tabela e figura 3, p. 47

5 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS, p. 47

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6 CONCLUSÃO, p. 51

REFERÊNCIAS, p.52

APÊNDICE, p. 61

ANEXOS, p. 63

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1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

1.1 INTRODUÇÃO AO ESTUDO

Devido à carência de profissionais, o simples fato de ter um curso de ensino superior

na área da saúde, carregava consigo a garantia de emprego e de estabilidade financeira, sem

que houvesse a concorrência e competitividade. Grande parte da população era menos

exigente, seja por não possuir um nível de instrução essencial para levantar um

questionamento ou por apenas ter acesso restrito aquele profissional , mesmo este não

correspondendo as suas expectativas (PERSONA, 2010).

Esse contexto tem sido mudado, visto que a população cada vez mais tem desfrutado

do acesso à informação e não procura os serviços de saúde somente em busca da cura, da

mesma forma, procura meios de prevenção, que deste modo, obriga os profissionais a manter-

se atualizado dentro da sua profissão. Para tanto, atualmente, os profissionais de enfermagem

tem investido em especializações para o desenvolvimento de sua carreira, o que gera uma

grande concorrência no mercado de trabalho (VARGAS, 2007).

Nessa perspectiva, surge o empreendedorismo, que alavanca novas possibilidades

profissionais, ao transpor paradigmas através das inovações no trabalho, por meio da

compreensão do mercado e do reconhecimento de oportunidades. Enfim, “empreender

significa identificar oportunidades e inovar permanentemente” (DOLABELA, 2008, p. 36).

O empreendedorismo teve sua ascensão no Brasil no final de década de 90. Em razão

das diversas tentativas de equilíbrio na economia e da exigência advinda da globalização,

muitas grandes empresas brasileiras tiveram de buscar caminhos para aumentar a

concorrência, reduzir os custos e manter-se no mercado. Ademais, as transformações que

ocorrem mundialmente, acontecem em uma rápida velocidade, principalmente no século XX,

momento em que a maioria das invenções que revolucionaram o estilo de vida das pessoas

foram criadas. Detrás dessas transformações há inovação, o inédito, criado por visionários que

questionam, arriscam e querem algo diferente, ou seja, empreendem (DORNELAS, 2008).

A enfermagem inserida nesse contexto procura por novas perspectivas, necessidades

de melhores remunerações e a realização profissional, questões que conduzem cada vez mais

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pessoas a pensar em uma transformação em sua trajetória profissional, percorrendo caminhos

nunca antes idealizados, o que contribui para o crescimento da profissão (ARRIBAS et al,

2011).

Diante disso, é preciso compreender novas possibilidades profissionais para a

enfermagem, mediante as mudanças no cenário do mercado de trabalho, que leva de alguma

forma a obter o tão almejado reconhecimento profissional e a satisfação financeira. O

empreendedorismo se destaca na área da enfermagem como uma opção de carreira, já que

adiciona um novo olhar à produção de novos serviços, tornando o enfermeiro um profissional

capacitado a vender seus serviços de forma geral e a inovar sua ação em qualquer cenário de

atuação renovando o “ser” enfermeiro e a visão deste profissional em sua sociedade.

(POLAKIEWICZ et al, 2013).

A enfermagem vem avançando eloquentemente, alicerçando-se como detentora de

saber científico, porém sem esquecer os aspectos humanitários de sua profissão. A trajetória

da enfermagem é marcada pela tentativa de desvincular a imagem da profissão como um

serviço subjugado a outras profissões da saúde, baseado na visão social e histórica. A

interrupção desse pensamento, do saber-fazer para a procura da renovação do “ser”

enfermeiro e a busca do avanço cientifico, revela o interesse da ruptura de modelo antagônico

demandando a ideia da tomada de consciência e de valorização do profissional da

enfermagem, que atualmente, prossegue em estabelecer uma identidade própria que pode

gerar: reconhecimento, valorização, estabilidade, boa remuneração e uma posição de

importância e de colocação dentro da classe dos profissionais de saúde (KLETEMBERG;

SIQUEIRA, 2003).

O empreendedorismo pode ser um favorável instrumento para proporcionar aos

profissionais de enfermagem um novo modo de recriar sua profissão e constituir novas

possibilidades profissionais, e por meio deste gerar qualidade para os usuários , e, assim, obter

bons salários e satisfação com a produção do seu serviço (POLAKIEWICZ et al, 2013).

“Os empreendedores são pessoas diferenciadas, que possuem motivação singular,

apaixonadas pelo que fazem, não se contentam em ser mais um na multidão, querem ser

reconhecidas e admiradas, referenciadas e imitadas, querem deixar um legado” (DORNELAS,

2008, p 4).

Neste prisma, o empreendedorismo na área de enfermagem, deve ser visto como um

processo contínuo, que configura-se em um grande desafio para a prática gerencial e de

cuidado. Para tanto, é necessário entender as características das competências gerenciais do

enfermeiro; o envolvimento das diretrizes curriculares nacionais para a formação do

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enfermeiro empreendedor, assimilar o caráter empreendedor nas aptidões gerenciais dos

profissionais enfermeiros, conhecer o perfil do empreendedor; os aspectos jurídicos que

envolvem o empreendedor quanto a patente dos produtos e, compreendendo as possibilidades

de se empreender em enfermagem. Assuntos estes, que serão abordados ao longo deste

trabalho.

Considerando o empreendedorismo como uma ferramenta na área da enfermagem,

este, pode trazer constantes mudanças e transformações na prestação do serviço em saúde o

que possibilita melhorar a qualidade destes serviços. Além de compreender o papel do

enfermeiro empreendedor que o torna diferenciado em meio ao simples e comum na profissão

(COSTA; et al, 2013).

1.2 OBJETO DE ESTUDO

Diante dessas colocações, traçou-se como objeto de estudo: O desenvolvimento das

competências gerenciais do enfermeiro para ações empreendedoras em Enfermagem.

1.3 QUESTÃO NORTEADORA

Que aspectos indicam que o enfermeiro é empreendedor?

Que competências gerenciais o enfermeiro empreendedor necessita desenvolver ou

adquirir para empreender na enfermagem?

1.4 OBJETIVOS

Identificar os aspectos que indicam que o enfermeiro é empreendedor.

Analisar a influência das competências gerenciais do enfermeiro que tange ao

empreendedorismo.

1.5 JUSTIFICATIVA

A motivação desse estudo ocorreu após a leitura de um livro chamado As multifaces

do empreendedorismo na enfermagem que tem com assunto principal o empreendedorismo,

tratado de forma bem diversificada na área da enfermagem, o que provocou em mim

questionamentos e reflexões sobre o tema, visto que as atitudes dos profissionais de

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enfermagem frente ao seu ambiente de trabalho ainda são simplórias, diante das diversas

possiblidades e oportunidades de inovar.

A justificativa deste estudo encontra-se pautada na premissa de que, destacar a

autonomia do profissional enfermeiro, bem como o fortalecimento com as práticas

empreendedoras do gestor/gerente/líder das ações e processos organizacionais do cuidado, no

qual o espírito empreendedor é vital para avançar, crescer, somar forças ou sabedoria para

conquistar, ganhar e concretizar melhores práticas de gerência do cuidado de enfermagem e

saúde. Logo,compreender o nível de empreendedorismo entre os enfermeiros, auxilia num

reposicionamento desses profissionais, abrindo novas oportunidades de colocação no mercado

de trabalho, não apenas como empregados, mas como empreendedores. A Enfermagem

necessita crescentemente arriscar-se, no sentido de aproveitar as brechas e reconhecer novas

áreas. (ARRIBAS et al, 2011).

Frente ao exposto, discutir sobre o empreendedorismo com foco na área da

enfermagem é extremamente relevante considerando que a área de saúde possui uma

particularidade de contínua mudança e transformação, proporcionando possibilidades de

criação para a prestação do serviço em saúde. Bem como, o quantitativo de pesquisa sobre o

tema empreendedorismo ser baixo especialmente relacionado à enfermagem, especificamente

as competências gerencias.

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2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 EMPREENDEDORISMO

O empreendedorismo tem provocado, gradativamente, a atenção dos administradores

políticos, empresariais e educativos. Esse progressivo interesse deve-se, em grande parte as

mudanças do mercado de trabalho e aos diferentes modelos de empregabilidade. Nesse

cenário, desenvolvem-se estudos na área de empreendedorismo, com a intenção de entender e

contextualizar esse acontecimento nas organizações. (FILION, 1999).

No que diz respeito à origem do termo, Drucker (2006), afirma que o conceito sobre

empreendedorismo, surgiu do termo francês “entrepreneur”, isto é, aquele que se encontra no

meio ou no centro. O economista francês a quem normalmente se atribui a autoria deste

significado específico é Jean Baptiste Say, que, no século XIX, identificou os empreendedores

como aqueles que transferem recursos econômicos de uma área de baixa para uma área de

maior produtividade e maior rendimento. Say considerava os empreendedores como pessoas

que aproveitavam oportunidades com a perspectiva de obterem lucros, assumindo os riscos

inerentes.

De acordo com Dess (2001), durante o século XX, o termo empreendedorismo

assume um novo significado com o economista Joseph Schumpeter, considerado o principal

teórico clássico do empreendedorismo, que retoma o termo associando-o à inovação e

descreve a função dos empreendedores inovadores como sendo capazes de reformar ou

revolucionar o padrão de produção. E para tal realização existem formas variadas de fazê-lo,

seja através da exploração de uma invenção ou a produção de um produto já existente. Para

Schumpeter os empreendedores são os agentes da mudança na economia.

Apesar de outros economistas terem usado o termo com várias características

distintas, a tradição de Say-Schumpeter identifica os empreendedores como inovadores e

catalizadores, envolvidos de forma direta e indireta no progresso econômico. Esta tradição

tem servido como base para a utilização contemporânea deste conceito (DESS, 2001).

Sobre esse aspecto, no sentido de subsidiar a compreensão quanto ao significado do

empreendedorismo Drucker (2006), amplifica a definição de Say, para se centrar na

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oportunidade e pontua que o empreendedor procura sempre a mudança, reage a ela, e a

explora como uma oportunidade e de modo algum o empreendedorismo pode ser confinado

apenas ao desenvolvimento econômico de instituições.

O termo empreendedorismo ainda não possui uma definição fechada e

universalmente aceita, apesar de diversos autores terem usado o termo com várias

características distintas. Devido há uma evidente confusão em relação à definição do termo

empreendedorismo, encontrado na literatura. Falcone e Osborne (2005), afirmam que este

caráter enigmático é devido a sua caracterização, multidisciplinar, multinacional, extensa e de

difícil compreensão ao longo da história.

Dessa forma, destaco no quadro 1 alguns teorias que demonstram a importância da

intenção empreendedora e suas descrições acerca do empreendedorismo.

Quadro 1: Teorias acerca do empreendedorismo

TEORIA AUTORES DESCRIÇÃO

Teoria económica

Neoclássica

Cantillon (1755)

Foi o primeiro a reconhecer o papel crucial do empreendedor na

teoria económica.

Say (1821)

Say elaborou uma teoria das funções do empresário, cunhando o

termo entrepreneur (ou empreendedor), atribuindo-lhe um papel de

especial importância na dinâmica de crescimento da economia

(Silva, 2002), identificando o indivíduo que transfere recursos

económicos de um sector de produtividade baixa para um de

produtividade mais elevado (Sicsú, 2001).

Teoria da

destruição criativa

Schumpeter

(1934)

O empreendedor é um inovador que implementa destruição criativa,

criando instabilidade, desequilíbrio e desenvolvimento económico

Teoria psicológica

(A visão

dos

Behaviouristas,

para

Filion, 1999)

McClelland

(1969)

Caracterizou os empreendedores como indivíduos com uma forte

vontade de realização pessoal. As características associadas à forte

vontade de realização pessoal estão associadas à ambição por

estabelecer metas, alcançando-as através do seu esforço pessoal,

resolvendo os problemas (McClelland, 1961, 1965; McClelland e

Winter, 1969).

Este autor conclui que a propensão para tolerar o risco por parte de

um empreendedor não é significativamente distinta de um gestor ou

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Capacidade de

arriscar

Brockhaus (1980,

1987)

mesmo da população em geral.

Teorias

sociológicas

Shapero (1984);

Hisrich

e Peters, 1995;

Pennings

e Kimberly, 1997;

Wagner e

Sternberg,

2004; Robertson

et al.,

2004

As teorias sociológicas enfatizam uma multiplicidade de variáveis

de contexto social, cultural e económico, que poderão influenciar o

empreendedorismo. Estes estudos exploram fatores como as

atitudes da sociedade perante o empreendedorismo, a

disponibilidade de fundos ou a existência de incubadoras de

empresas (Shapero, 1984).

Teoria de

maximização de

oportunidades

Drucker (1985,

2003)

Drucker afirma que o administrador não possui apenas uma função,

mas, sim, três funções: função de tornar recursos económicos

economicamente produtivos, função de movimentar recursos do

passado para o futuro, função de maximizar oportunidades.

Formas de

liderança

Baumol (1990)

O mais importante não é a quantidade de empreendedores de uma

economia, mas antes a sua distribuição entre diferentes atividades:

inovação ou busca de rendas ou até crime organizado. As

recompensas que a sociedade oferece para cada uma destas

atividades levam a que os empreendedores se distribuam entre elas,

afetando assim o crescimento da produtividade.

Teoria visionária

Fillion (1991)

Sugere como se forma uma ideia de empresa e quais são os

elementos que a sustentam. Além de conceituar com simplicidade e

profundidade o que é o empreendedor, este autor preocupa-se com

seu sistema de atividades, estudando como o empreendedor

desenvolve o seu trabalho.

Modelo de

competências de

Cooley

Cooley (1990)

O modelo de competências de Cooley, voltado especificamente para

os empreendedores, foi revisto e adaptado do modelo de

competências de McClelland, em que existem comportamentos e

características empreendedoras, que podem diferenciar

empreendedores bem sucedidos de outros. O modelo de Cooley é

utilizado hoje pelo Programa das Nações Unidas para o

Desenvolvimento.

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Teoria da

influência do

contexto no

empreendedorismo

Shane (1996)

O autor analisa a evolução do empreendedorismo nos EUA, através

da aplicação de um modelo Shumpeteriano e demonstra que a

principal explicação para a variação na taxa de empreendedorismo

reside na percentagem de mudanças tecnológicas verificadas. O

autor acrescentou oito variáveis: ética, taxas de juro, taxas de

empreendedorismo anteriores, propensão ao risco, taxa de

mortalidade das empresas, crescimento do PIB, imigração e

distribuição etária da população.

Teoria da

descoberta

empreendedora

Baron e Markman

(1999)

De acordo com esta teoria, a novidade e ambiguidade das empresas

emergentes e dos mercados cria um poderoso incentivo para os

agentes económicos absorverem informação precisa sobre as

capacidades e intenções dos seus concorrentes. A teoria defende que

qualquer informação adicional melhora a compreensão do mercado

e a tomada de decisão. O alerta empreendedor deve também ajudar

a ultrapassar desafios associados à novidade e a disseminação da

informação.

Teoria

comportamental

da

capacidade

empreendedora

H. Stevenson

(2001)

Segundo este autor, os empreendedores, não só detectam e

perseguem oportunidades que passam despercebidas aos gestores

administrativos, como não deixam que os seus próprios recursos

iniciais limitem as suas opções (DEES, 2001). Este autor vê o

empreendedorismo como gestão de recursos pessoais (M. Abreu,

2007).

Fonte: FERREIRA (2010, p 27-28).

Vale destacar, que o empreendedorismo não se limita a um negócio, a ação

empreendedora pode ser empregada em qualquer área de atividade humana, por isso, o

empreendedorismo apresenta diferenças tênues em relação a dois conceitos:

empreendedorismo de negócio ou privado e o empreendedorismo social (OLIVEIRA, 2004).

O empreendedorismo de negócio/empresarial ou privado, que envolvem as

atividades que relacionem os negócios, onde a geração de riquezas é uma maneira de medir a

geração de valor. (DESS, 2001).

O empreendedor de negócios é considerado aquele que busca o melhor ajuste

possível de distintos recursos produtivos, centrados dentro ou fora da empresa, criando uma

integração produtiva em melhores condições de negociar no mercado. Este deve está no

centro da análise quando o assunto é o capitalismo, sendo um importante personagem para

geração de novos conhecimentos econômicos (VALE; WILKINSON; AMÂNCIO, 2008).

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22

Já o empreendedorismo social, destaca-se pela missão social, como fator central,

utilizando a riqueza como forma para atingir um determinado fim. Entende-se que este visa o

trabalho coletivo e não individual. Seu foco encontra-se na busca de soluções para os

problemas sociais, visa respeitar e ajudar as pessoas da sociedade que se encontra em situação

de risco promovendo-as ao convívio em sociedade (JUNIOR; BEILER; WALKOWSKI,

2011).

O empreendedorismo social surgiu como um processo alternativo, dinâmico e

estratégico dotado de mecanismos mutáveis capazes de tornar sustentáveis os produtos,

serviços, processo e principalmente, a gestão de pessoas. Caracteriza-se por empregar

estratégias dinâmicas no desencadeamento de ações locais com efeito global e impacto social.

Neste sentido o empreendedorismo social gera transformação social (MELO NETO; FROES,

2002).

Vale ressaltar que apesar do empreendedorismo social ainda não tem uma ideia

formada, ou um conceito fechado, este não pode ser confundido com empreendedorismo

privado e com questões que dizem a respeito à responsabilidade social ou a solidariedade e a

caridade empresarial. (OLIVEIRA, 2004).

À vista disso, o quadro 2 diferencia os principais pontos entre o empreendedorismo

de negócios e o empreendedorismo social.

Quadro 2 - Diferenças entre empreendedorismo negócios e empreendedorismo social

EMPREENDEDORISMO EMPRESARIAL EMPREENDEDORISMO SOCIAL

É individual É coletivo

Produz bens e serviços Produz bens e serviços à comunidade

Tem o foco no mercado Tem o foco na busca de soluções para os problemas

sociais

Sua medida de desempenho é o lucro Sua medida de desempenho é o impacto social

Visa a satisfazer necessidades dos clientes e a

ampliar as potencialidades do negócio

Visa a respeitar pessoas da situação de risco social e a

promovê-las

Fonte MELO NETO (2002, p.11)

Independentemente de ser empreendedorismo de negócios ou social a inovação é o

instrumento específico que envolve o empreendedorismo. Trabalham minuciosamente a

inovação, explorando o que este tem a oferecer, procuram olhar para os usuários, para

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23

entender suas expectativas, seus valores e suas necessidades exigindo do empreendedor uma

gestão diferente da existente (DRUCKER, 2006).

2.1.1 características empreendedoras

Vários autores na tentativa de explicar as razões que levam a pessoa a empreender

buscaram respostas nos traços pessoais e nas atitudes do empreendedor. Durante muitos anos,

os traços de personalidade de uma pessoas é que definiam se ela possuía característ icas e

condições para empreende, o que levava a conclusão de interferir se uma pessoa era ou não

era empreendedora. No entanto estudos mais avançados concluíram que a personalidade

empreendedora reflete as características do período e do lugar onde são desenvolvidas

(DOLABELA, 2006).

Segundo pesquisas de Timmons (1994)1 e Hornaday (1982)

2 apud DOLABELA

(2006) as principais características dos empreendedores detectadas no quadro abaixo:

Quadro 3: Características empreendedoras

O empreendedor tem um “modelo”, uma pessoa que o influencia.

Tem iniciativa, autonomia, autoconfiança, otimismo, necessidade de realização.

Tem perseverança e tenacidade.

Considera o fracasso um resultado corno outro qualquer; aprende com resultados negativos, com os

próprios erros.

Tem grande energia. É um trabalhador incansável. Ele é capaz de se dedicar intensamente ao trabalho

e sabe concentrar seus esforços para alcançar resultados.

Sabe fixar metas e atingi-las. Luta contra padrões impostos. Diferencia-se. Tem a capacidade de

ocupar espaços não ocupados por outros no mercado; descobre nichos.

Tem forte intuição. Como no esporte, o que importa no empreendedorismo não é o que se sabe, mas o

que se faz.

Tem sempre alto comprometimento. Crê no que faz.

Cria situações para obter feedback sobre seu comportamento e sabe utilizar tais informações para se

aprimorar.

Sabe buscar, utilizar e controlar recursos.

É um sonhador realista. Embora racional, usa também a parte direita do cérebro.

É líder. Cria um sistema próprio de relações com empregados. É comparado a um “líder de banda”,

1 TIMMONS, J. A. (1994). New Venture Creation: Entrepreneurship for the 21st Century. Chicago, IL: Irwin,

4th ed. 2 HORNADAY, J. A. (1982). “Research About Living Entrepreneurs” in KENT, C A; SEXTON, D L &

VESPER, KH (eds). Encyclopedia of Entrepreneurship, Englewood Cliffs, NJ: Prentice Hall, pp. 20-34.

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que dá liberdade a todos os músicos, extraindo deles o que têm de melhor, mas conseguindo

transformar o conjunto em algo harmônico, seguindo uma partitura, um tema, um objetivo.

É orientado para resultados, para o futuro, para o longo prazo.

Aceita o dinheiro como uma das medidas de seu desempenho.

Tece “redes de relações” (contatos, amizades) moderadas, mas utilizadas intensamente como suporte

para alcançar seus objetivos. A rede de relações interna (com sócios, colaboradores) é mais

importante que a externa.

O empreendedor de sucesso conhece muito bem o ramo em que atua.

Cultiva a imaginação e aprende a definir visões.

Traduz seus pensamentos em ações.

Define o que deve aprender (a partir do não definido) para realizar suas visões. É pró-ativo diante

daquilo que deve saber: primeiramente define o que quer e onde quer chegar; depois, busca o

conhecimento que lhe permitirá atingir o objetivo. Preocupa-se em aprender a aprender, pois sabe que

no seu dia-a-dia será submetido a situações que exigem a constante apreensão de conhecimentos que

não estão nos livros. O empreendedor é um fixador de metas.

Cria um método próprio de aprendizagem. Aprende a partir do que faz. Emoção e afeto são

determinantes para explicar seus interesses. Aprende indefinidamente.

Tem alto grau de “internalidade”, o que significa a capacidade de influenciar as pessoas com as quais

lida e a crença de que pode mudar algo no mundo. A empresa é um sistema social que gira em torno

do empreendedor. Ele acha que pode provocar mudanças nos sistemas em que atua.

O empreendedor não é um aventureiro; assume riscos moderados. Costa do risco, mas faz tudo para

minimizá-lo. É inovador e criativa (A inovação é relacionada ao produto. É diferente da invenção,

que pode não dar consequência a um produto).

Tem alta tolerância à ambiguidade e à incerteza; é hábil em definir a partir do indefinido.

Mantém alto nível de consciência do ambiente em que vive, usando-a para detectar oportunidades de

negócios.

Fonte: Adaptado DOLABELA ( 2006, p.39).

Muitas dessas características mencionadas podem ser aprendidas, outras são

inerentes ao indivíduo e são despertadas pela vontade de realizar seu próprio sonho. Mas na

tentativa de compreender o perfil e entender as tendências empreendedoras dos indivíduos

buscou-se na literatura formas de mensurar esse perfil comportamental. Um modelo

denominado Tendência Empreendedora Geral (TEG) foi desenvolvimento como parte do

trabalho de Educação Unidade da Enterprise, uma unidade da Centro de Pequenas Empresas (

SBC) em Durham University Business School, escrito por Sally Caird em 1998. O TEG

divulga um conjunto de dimensões traçadas a partir das tendências dos empreendedores,

Segundo Caird (1988), existe uma série de tendências pessoais que comumente se associam

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com a pessoa empreendedora. Estas tendências incluem necessidade de sucesso, necessidade

de autonomia/independência, tendência criativa, assumir riscos calculados/moderados e

impulsos e determinação.

Necessidade de sucesso

É a necessidade que o empreendedor tem de atingir o sucesso pessoal, que nada mais

é do que a consequência do sucesso do seu empreendimento. A necessidade de sucesso está

intimamente relacionada com a realização pessoal. Este é um aspecto de suma importância

para o sucesso em qualquer profissão, no entanto, o excesso dela, sem o complemento da

afetividade nas relações humanas leva a uma busca desenfreada do poder, o que não pode ser

considerado regra para os empreendedores (URIARTE, 1999).

Necessidade de autonomia/independência

É a necessidade onde o empreendedor procura autonomia para com as regras ou o

controle de outros, mantém sua opinião pessoal frente à oposição ou a falta inicial de sucesso,

expressa confiança na sua capacidade para concluir uma tarefa difícil ou enfrentar um desafio

(URIARTE, 1999).

Os empreendedores necessitam também serem livres para confrontar-se com

problemas e oportunidades, de analisar e fazer crescer um novo empreendimento, crendo que

o momento é o da sua vida. No entanto, quando da concretização do empreendimento grande

parte dos desejos de liberdade são cerceados, em decorrência da excessiva carga de trabalho

(CIELO, 2001).

Tendência criativa

Capacidade de raciocínio, isto é, usar a criatividade para sair de dificuldades. O

empreendedor adota fórmulas criativas, como forma de resolver um problema através de uma

solução alternativa (URIARTE, 1999).

A criatividade é formadora de idéias, responsável pelas resoluções de eventuais

problemas e abertura de mercados. Do mesmo modo que é responsável pela percepção de

situações e problemas característicos ao negócio do empreendedor. Também proporciona

aprendizagem ao empreendedor através dos seus erros e ao corrigi-los com criatividade,

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permite adquirir experiência para uma futura tomada de decisão sem que haja dificuldade

(DOLABELA, 2006).

Assumir riscos calculados / moderados

O empreendedor avalia alternativas e calcula os riscos deliberadamente. Procura

controlar resultados e busca situações que implicam em desafios ou riscos moderados. O

indivíduo busca situações onde obtenha desafios ou corra riscos calculados, estando suas

recompensas associadas a esses riscos. (URIARTE, 1999).

Impulso e determinação

É a capacidade de agir com base em oportunidades empresariais novas ou inabituais,

agir antes de ser solicitado ou forçado pelos acontecimentos. O empreendedor se movimenta

diante de um obstáculo significativo. Age repentinamente ou muda para uma estratégia

alternativa, a fim de enfrentar o desafio ou superar o obstáculo. Assume a responsabilidade

pessoal pelo desempenho necessário para o alcance de objetivos e metas (URIARTE, 1999).

2.2 AS COMPETÊNCIAS GERENCIAIS DO ENFERMEIRO

Devido as grandes e aceleradas mudanças no mundo atual, no que tange aos avanços

científicos e tecnológicos, incorporados ao processo de globalização, uma boa gerência é um

dos recursos mais desejados mundialmente. Contudo, para alcançar a uma boa gerência é

necessário estar atualizado nos acontecimentos e transformações nos planos econômico,

político e tecnológico que atravessam mudanças de paradigmas que refletem diretamente no

campo da gerência. O autor afirma que gerenciar “É um processo por meio do qual um grupo

cooperativo de pessoas em uma instituição dirige suas ações e recursos para a consecução de

metas e objetivos comuns” (GREGO, 2004).

Vale salientar, que a palavra gerência ou gestão é uma terminologia usada em

substituição a palavra administração. Essa mudança de termo ocorreu a partir de uma

discussão a nível mundial, como recurso estratégico, para designar qualquer posição de

direção ou chefia que possuía metas previstas e que essas sejam alcançadas pela junção de

esforços (SENA, 2002).

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Taylor e Fayol falam sobre modelo tradicional de gerência, através da divisão do

trabalho onde uma boa organização apresenta um organograma detalhado; um planejamento

das funções, na explicação de cargos, nos manuais de atividades e procedimentos, o que

produz estruturas fixas, permanentes e rígidas (GREGO, 2004).

Contudo, o modelo gerencial tradicional é limitado e por isso é preciso superar o seu

conceito. Deve-se levar em consideração, a flexibilidade da organização e condições de

adaptabilidade frente às intensas mudanças da realidade (AGUIAR, 2005).

A enfermagem tem evoluído na ciência da administração e ultrapassado o paradigma

gerencial tradicional, uma vez que não mais se limitam as ações de vigiar as atividades

rotinizadas dos profissionais de nível médio e elementar ou em estar auxiliando outros

profissionais (SENA, 2002).

A gerência tem possibilitado transformações das práticas de saúde, pois tem se

colocado como uma estratégia de saúde. Acertadamente Kurcgant ( 2002, p.6), discorre que:

No processo de trabalho gerencial, os objetos de trabalho do enfermeiro são a

organização do trabalho e os recursos humanos de enfermagem. Para a execução

desse processo é utilizado um conjunto de instrumentos técnicos próprios de

gerência, ou seja, o planejamento, o dimensionamento de pessoal de enfermagem, o

recrutamento e seleção de pessoal, a educação continuada e/ou permanente, a

supervisão, a avaliação de desempenho e outros. Também se utilizam outros meios

ou instrumentos, como a força de trabalho, os matérias, equipamentos e instalações,

além dos diferentes saberes administrativos.

A função gerencial do enfermeiro é um fato, porém depende da colaboração de um

grupo de pessoas e desta forma não pode ser compreendida como um trabalho isolado. Gera

transformação, mas apesar disso não a promove sozinha (KURCGANT, 2002).

Na Enfermagem uma vez que nosso trabalho é desenvolvido por mais de uma

categoria profissional, e ocorre através de ações hierarquizadas que são distribuídas

segundo graus de complexidade, pressupõe-se que se tenha um trabalhador – o

enfermeiro –melhor preparado que garanta a unidade e organização desse trabalho

coletivo e que seja capaz também de planejar e desenvolver novos processos,

métodos e instrumentos.( GREGO, 2004).

O gerenciamento necessita continuamente desenvolver e treinar pessoas para

desenvolverem novas habilidades, que deverão estar sempre melhorando. O profissional

enfermeiro, inserido no trabalho em saúde, deve se se apoderar de uma postura inovadora, ser

crítico-criativo, e consciente de seus compromissos ético, político e profissional. Para isso, é

essencial o desenvolvimento de competências gerais, manifestadas na atividade prática

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tornando disponíveis os recursos necessários, preparando a equipe para oferecer uma

assistência de qualidade, realizando auditorias com a finalidade de alimentar as ações

educativas e a revisão dos processos e controlando a qualidade do cuidado oferecido ao

cliente, sendo esta uma forma bastante atual de gerenciar o cuidado de enfermagem

(BENITOI, 2012).

Nesse sentido, é compreensível a procura por uma alteração na gestão de pessoas.

Sob essa ótica, torna-se necessário pensar sobre as competências profissionais, como uma

ferramenta que coloca em prática o conhecimento e habilidades necessários para realização

das atividades do trabalho de maneira eficaz (MUNARI; BEZERRA, 2004).

A complexidade do papel dos profissionais da saúde demanda o desenvolvimento de

competências, reveladas em conhecimentos, habilidades e atitudes, que possibilitem a atuação

multiprofissional na promoção da saúde. Essas competências foram definidas nas Diretrizes

Curriculares Nacionais (DCNs) para os cursos da área da saúde com intenção de formar um

profissional crítico-reflexivo, ativo diante das demandas do mercado de trabalho. Nesse

contexto, as DCNs procuram aproximar a formação dos profissionais à realidade do serviço

público de saúde, buscando oferecer retornos quanto às necessidades reais da população, tanto

no que diz respeito à formação de recursos humanos, quanto à produção do conhecimento e

prestação de serviços (LOURENÇÃO; BENITO, 2010).

Segundo as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs), (BRASIL,2001) as

competências gerais dos profissionais de saúde necessárias para exercer a profissão de

enfermagem são: atenção à saúde, tomada de decisões, comunicação, liderança, administração

e gerenciamento, educação permanente. Sendo assim definidas:

Atenção à saúde: os profissionais de saúde que necessitam estar aptos para

desenvolver ações de prevenção, promoção, proteção e reabilitação da saúde, seja em

nível individual e/ou coletivo. Para uma efetiva atenção em saúde o profissional

gerencial deve utilizar como instrumentos do seu trabalho o planejamento, a

organização, a coordenação e o controle, pois a qualidade da assistência depende

indiretamente do processo administrativo.

Tomada de decisões: fica sobre responsabilidade dos gestores, onde os mesmo devem

ser capazes de explorar as propostas, tendo sempre um pensamento crítico-reflexivo

pautado no planejamento, análise e julgamento de cada proposta.

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Comunicação: o profissional precisa desenvolver essa competência, pois define suas

relações seja profissional, com o paciente, pessoal e/ou interpessoal. Fazendo-se

entender sempre de forma clara e objetiva, para que sua mensagem possa ser

entendida.

Liderança: está intimamente ligado a capacidade de tomar decisões e com a

capacidade de gerenciamento. Vale destacar que não existe um estilo ideal de

liderança para todas as situações. Deste modo, deve ser levado em consideração a

situação, a capacidade do gerente e as habilidades da equipe.

Administração e gerenciamento: indispensável o conhecimento sobre planejamento,

organização controle e direção, evidenciando-se a tomada de decisão, a interação e

gestão de pessoas.

Educação permanente: os profissionais devem ter a responsabilidade com a educação e

treinamento da equipe. O aprendizado deve ser contínuo e o profissional gerente deve

ser um facilitador dessa aprendizagem levando em consideração o planejando e

desenvolvendo ações que envolvam a educação permanente.

O perfil profissional exigido pelos serviços de saúde também mudou, visto que as

competências profissionais passaram a ser valorizadas, qualificando o trabalho do indivíduo.

Para tanto, profissionais de enfermagem devem estar mais instrumentalizados para melhor

gerenciar. Levando em consideração que o trabalho de enfermagem executa um papel

essencial no processo assistencial e gerencial. Desse modo, o conhecimento gerencial na

enfermagem destaca-se como um instrumento utilizado no processo do “cuidar”, que exige do

profissional enfermeiro competências, habilidades e atitudes para o desempenho de sua

função (MUNARI; BEZERRA, 2004).

É preciso que pensemos novas tendências e possibilidades de gerência em

enfermagem e nesse sentido faz a seguinte proposição: substituição de uma posição

normativa, para uma postura de experimentação e busca do novo; investir nos

recursos humanos, e no trabalho em equipe que tem se mostrado o caminho certo

para o aumento da produtividade com qualidade e a satisfação dos trabalhadores;

utilização do tempo para desenvolvimento de relações interpessoais ao invés da

utilização do tempo com papéis (burocratização); repensar a assistência de enfermagem de forma a desenvolver ações específicas de enfermagem e de controle

de risco, que efetivamente respondam às necessidades da população, de modo a que

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as ações administrativas e pedagógicas do enfermeiro também possam se inovar;

caminhar (GREGO 2004 p. 505).

A enfermagem como profissão precisa explorar novas oportunidades profissionais

Portanto, diante dos desafios apresentados contemporaneamente ao profissional, cabe ao

enfermeiro, dentro da sua realidade, buscar alternativas que respondam as necessidades dos

recursos humanos de enfermagem na organização de saúde (GREGO, 2004).

2.3 O EMPREENDEDORISMO E A PRÁTICA GERENCIAL DO ENFERMEIRO

Para adentrar nos aspectos que envolvem o empreendedorismo e a prática gerencial

do enfermeiro, considero necessário discorrer sobre o desenvolvimento histórico e cultural da

sociedade, visto que, desde os primórdios, as inovações e invenções estavam intimamente

ligadas à capacidade do ser humano em transformar o meio em que vivia, sempre visando o

bem-estar pessoal. Somente com a Revolução Industrial e a Segunda Guerra Mundial surgiu o

caráter técnico-científico das inovações e invenções, onde as produções deixaram de ser

exercida pela força física dos homens para a utilização da força e energia das máquinas,

inicialmente a vapor e, logo após, por eletricidade. A partir do fenômeno social,

inevitavelmente, a sociedade sofreu inúmeras transformações, a priori, com a questão do ser,

após, com o fazer, intimamente relacionada com criação e desenvolvimento das novas

tecnologias com base nas teorias, métodos e processo científico. Neste prisma, as invenções e

inovações tecnológicas surgiram como resposta imediata e simples de que era necessário

mudar, propulsores do crescimento pessoal e intelectual (ROCHA; et al, 2008).

No campo da saúde a introdução de instrumentos para o ato cirúrgico e o surgimento

de equipamentos diagnósticos foram os movimentos mais evidentes da

tecnologização da terapêutica. A Revolução Industrial e a Segunda Guerra Mundial

proporcionaram a união da ciência à tecnologia, adequando-a aos princípios

científicos, passando a utilização dos equipamentos mais simples aos sofisticados

(ROCHA et al, 2008, p.114).

Devido as grandes e aceleradas mudanças no mundo atual, no que tange os avanços

científicos e tecnológicos incorporados ao processo de globalização, torna-se necessário uma

reflexão sobre aprender a ser um enfermeiro empreendedor, no sentido de aproveitar novas

oportunidades e visualizar novos espaços. Para tanto é importante que o profissional

enfermeiro se mova na direção do empreendedorismo e avance na prática empreendedora para

se familiarizar com as funções, as vantagens, as barreiras e as implicações que envolvem o

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empreendedorismo. O enfermeiro cria uma nova oportunidade no mundo dos negócios e reuni

recursos necessários para explorar com sucesso o novo campo de prática profissional

(DAYHOFF; MOORE, 2004).

Conforme destaca Bornstein3 (2007 apud ARRIBAS et al, 2011) em seus escritos

sobre o empreendedorismo social, Florence Nightingale, precursora da enfermagem, é um

exemplo a ser seguido. Florence se destacou devido a sua observação do ambiente, ela

constatou a necessidade de um determinado serviço e juntamente com as freiras adquiriu

educação, sobre os feitos que envolviam o cuidado e assistência ao paciente. Posteriormente

sugeriu a criação de um curso de enfermagem onde questões deste tipo fossem abordadas,

alcançando uma formação específica do profissional. Naquela época não havia uma visão do

que é ser empreendedor/a, porém a visão de Florence pode ser considerada como

empreendedora.

Nightingale se destaca pela sua iniciativa, determinação e influência política na

transformação de uma realidade de saúde considerada precária e, principalmente,

pelo fato de introduzir medidas de higiene e conforto para garantir mais dignidade e

melhorar a qualidade de vida dos usuários (ARRIBAS et al, 2011, p.24 ).

Para Arribas; et al (2011) tendo como base a história da enfermagem, a profissão, é

a essência da liderança, iniciativa e da criatividade, expõe componentes indispensáveis para

ser considerada empreendedora. O ser empreendedor está no cotidiano do profissional tendo

em vista que ser empreendedor é ser inovador, criativo, é saber trabalhar em equipe. Portanto

o profissional coloca em prática suas qualidades pessoais, como iniciativa, visão, coragem,

firmeza, decisão, atitudes, capacidade de organização e direção.

O enfermeiro empreendedor é proativo, visionário, estrategista, determinado, com

forte impulso à realização e forte potencial de positividade. Explora oportunidades e

protagoniza novas práticas, cocriando e coconstruindo coletivamente, reconhecendo

e valorizando as aptidões e potenciais de cada sujeito presente nas relações,

interações e associações que mobilizam e concretizam novas práticas gerenciais e

do cuidado de enfermagem disciplinar e interdisciplinar (ARRIBAS et al, 2011, p.11).

O empreendedorismo é inerente à profissão de enfermagem, voltado para o cuidado,

empreendedor/a na área da enfermagem não pode esquecer-se que o atendimento ao paciente

é ímpar. Percebe-se que várias iniciativas associadas ao empreendedorismo na enfermagem

3 BORNSTEIN, D. How to Change the World: Social Entrepreneurs and the Power of new Ideas. Orford:

University Press, 2007.

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estão relacionadas às práticas tradicionais do cuidado e as competências gerenciais do

enfermeiro. O enfermeiro segue uma linha empreendedora em suas ações, respeita o sistema

de saúde no sentido de ajudar a organizá-lo e dirigi-lo (embora não esteja ocupando cargos

diretivos no momento). Então, por si só as relações encontradas na profissão de enfermagem

coloca o enfermeiro como empreendedor. (ARRIBAS et al, 2011).

A enfermagem apresenta no seu dia a dia características empreendedoras, por

exemplo quando organizamos uma unidade de internação ( tarefa simples) ou uma

unidade de hemodiálise ( mais complexa) e administramos as mesmas ( desde o

horário de funcionamento até a divisão de tarefas por competência) e, ao mesmo

tempo, executamos parte dessas últimas também pelo estabelecimento de critérios

de legalidade (ARRIBAS et al, 2011, p.43 ).

Segue na figura abaixo algumas características inerentes ao empreendedor e ao

profissional enfermeiro.

SER ENFERMEIRO

É

SER EMPREENDEDOR

Figura1:-Exemplo de características inerentes ao empreendedor e ao profissional enfermeiro

Fonte: ARRIBAS et al, 2011, p.45 .

A prática gerencial do enfermeiro é favorável às práticas empreendedoras, pois nas

adversidades nascem ideias e soluções inovadoras além da ampliação da autonomia a partir da

necessidade de tomada de decisões. A enfermagem e o gerenciamento caminham juntos,

então o profissional precisa aliar o perfil gerencial à formação permanente, pois a importância

da capacitação e empreendedorismo gerencial pode refletir no desenvolvimento de recursos e

melhoria dos resultados da assistência (CIAMPONE; KURCGAN, 2004).

O empreendedorismo na enfermagem está voltado para a criação, gestão e busca de

alternativas que visam o cuidado humano, alicerçado na criatividade e inovação, em uma

VÊ AS OPORTUNIDADES

AVALIA A SITUAÇÃO

MOBILIZA RECURSOS PARA

EXECUTAR

INICIA O PROCESSO ACOMPANHA E GARANTE

RESULTADOS

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relação de ganho para ambas as partes. Sua prática utiliza novas ferramentas e diferentes

modalidades de organização e prestação de serviço. A enfermagem brasileira ao logo dos anos

saiu do casulo para se tornar profissão adulta; porque tem buscado servir mais sintonizada

com os anseios da sociedade a que ela mesma integra (OLIVEIRA, 2008).

A qualidade que mais de destaca e torna o enfermeiro um ser empreendedor é sua

visão do mundo. A profissão da enfermagem se destaca pela visão pessoal e ampla de toda a

situação: “vê a cena e pensa em tudo, montam imagens mentais e cenários futuros”,

articulando para isso todo o seu conhecimento (PINHO; SIQUEIRA; PINHO, 2006).

O enfermeiro se destaca, pela possibilidade de empreender na área empresarial e/ou

social pela integralidade da assistência à saúde, pela capacidade de compreender o contexto

social, de acolher e identifica-se com as necessidades e expectativas dos indivíduos, em

potencializar as qualidades dos indivíduos, pela capacidade de interagir diretamente com o

usuário e a comunidade, bem como, em promover a interação entre os usuários e a equipe de

saúde. O profissional de enfermagem empreendedor é aquele que identifica nos clientes suas

necessidade, prevê como a enfermagem pode responder a essas necessidades de maneira

eficaz, e, em seguida, formula e executa um plano para atendê-la ( BACKES, 2008).

A enfermagem tem várias razões e oportunidades de empreender, entretanto, precisa

compreender o seu papel como empreendedor mediante as competências gerencias, para

explorar novos espaços no mercado de trabalho. O empreendedorismo designa-se, como

incentivo a iniciativas e mudanças, o que oferece ao profissional enfermeiro uma nova

possibilidade, seja como empreendedor de negócios ou como empreendedor social (COSTA;

et al, 2013).

2.4 AS DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS PARA FORMAÇÃO DO

ENFERMEIRO E A INTERRELAÇÃO COM O PAPEL DE EMPREENDEDOR

Uma mudança no contexto tradicional da educação profissional introduziu o conceito

de competências profissionais, segundo o qual, às considerou como qualificações técnicas

específicas próprias de cada ocupação. A nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB)

nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 surge para reestruturar os cursos de graduação

estabelecendo diretrizes e bases da educação nacional. A nova LDB assegura às instituições

de ensino superior autonomia didático-científica, bem como autonomia em fixar os currículos

dos seus cursos e programas. (ITO; et al, 2006).

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A LDB permite que as instituições de ensino tenham liberdade para definir parte

considerável de seus currículos trazendo assim novas responsabilidades para as instituições de

ensinos superiores, docentes, discentes e sociedade. Em razão disso permite a formação de

distintos perfis profissionais, visando um profissional melhor adaptado ao mercado de

trabalho. Para atender às exigências da nova LDB, surgiram as Diretrizes Curriculares dos

Cursos de Graduação em Saúde (GALLEGUILLOS; OLIVEIRA, 2001).

A LDB tem a intenção, a partir das novas diretrizes, de promover nos profissionais

um caráter crítico-reflexivo, dinâmicos, ativos, diante das demandas do mercado de trabalho,

hábeis a “aprender a aprender”, compreendendo as tendências do mundo atual e as

necessidades de desenvolvimento do país (BRASIL, 1996).

As Diretrizes Curriculares dos Cursos de Graduação em Saúde tem como finalidade:

conduzir os alunos a aprender a aprender que abrange aprender a ser, aprender a fazer,

aprender a viver juntos e aprender a conhecer, assegurando a capacitação de profissionais com

autonomia e bom senso para proporcionar qualidade e humanização do atendimento prestado

aos indivíduos, famílias e comunidades (CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO, 2001).

Diante disso, as Diretrizes Curriculares Nacionais para a graduação em enfermagem

(DCN/ENF), definem o perfil do enfermeiro como um indivíduo com formação profissional

generalista, técnica, científica e humanista, preparado para exercer em diferentes níveis de

atenção do processo saúde-doença, pautando nos princípios éticos (SILVA; SOUSA;

FREITAS, 2011).

A necessidades de mudança no perfil do enfermeiro está associada às competências

técnicas específicas e competências gerenciais para sua atuação nas organizações de saúde.

Corroborando com as afirmações das Diretrizes Curriculares Nacionais (BRASIL, 2001) que

apontam as competências e habilidades essenciais à formação dos profissionais de saúde, já

mencionadas.

Vale destacar ainda a abordagem das DCNs, que definem os princípios,

fundamentos, condições e procedimentos da formação de enfermeiros. Segundo as DCNs a

formação do enfermeiro tem como finalidade beneficiar o profissional com os conhecimentos

necessários para o exercício das competências e habilidades gerais (BRASIL, 2001).

O foco para a formação do enfermeiro é ultrapassar o que colocado pela nova LDB e

pelas DCNs ao formar profissionais que avancem o teórico-prático imposto pelo mercado de

trabalho, enquanto enfermeiro empreendedor, que sabe que pode conseguir mais, sabe que

precisa ter conhecimentos técnicos e administrativos, buscando excelência com atendimento

para que com a qualidade vivencie novas situações do mundo e transformadores da realidade,

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inseridos e valorizados no mundo do trabalho. A vista disso surge à necessidade de

ultrapassar qualquer empecilho na formação do futuro enfermeiro para que este possa atuar

consciente de seus atos e de maneira produtiva, criativa e inovadora no ambiente de trabalho

(ITO; et al, 2006).

Para isso o investimento na formação de empreendedores constitui-se uma

importante estratégia para alargar os caminhos profissionais, da mesma maneira que estimula

expansão de ações pró-ativas visando às necessidades da sociedade. As universidades

destacam-se neste sentido por exercer, papel primordial no desenvolvimento de discussões

através do ensino, da pesquisa e da extensão, isto é, formam opinião pelo acúmulo do

conhecimento na graduação que permite pensar no avanço social (ARAÚJO, et al, 2005).

Escolas e universidades já tem proporcionado uma educação específica direcionada

ao empreendedorismo, bem como, à compreensão do perfil empreendedor e como esse se

comporta. Dornelas (2002) defende que qualquer indivíduo pode aprender o que é ser um

empreendedor, posto que vem sendo uma realidade em muitas universidades que possuem,

disciplinas optativas, cursos de extensão e pós-graduação em empreendedorismo

(DORNELAS, 2002).

“No contexto das universidades brasileiras, o mais novo desafio dos centros

acadêmicos é inserir o ensino do empreendedorismo como parte de praticamente todos os

cursos superiores oferecidos. Isto mostra uma aparente universalização do ensinar do

empreendedorismo não restringindo a cursos específicos de gestão (SEBRAE, 2003).”

Inserir o tema de empreendedorismo no ensino configura-se um desafio para as

instituições no que diz respeito às mudanças, não só no ensino, mas, também, na visão de

mundo da sociedade. Segundo Dolabela (2006), o ensino pode ser o agente de mudança

cultural mais efetivo, entretanto isso ocorre a medida que as gerações vão sendo modificadas.

Portanto para conquistar a consolidação da cultura empreendedora, os professores

universitários ocupam um posicionamento diferenciado quando o seu discurso ultrapassa os

limites da universidade e atingem toda a sociedade.

O papel da universidade está em desenvolver uma postura empreendedora, numa fase

em que, segundo Guimarães (2002), a essência do projeto pedagógico e planejamento de

disciplinas relacionados ao empreendedorismo devem favorecer informações sobre o

processo, avanço de ações e valores, adequação entre características pessoais e

empreendedoras e análise de oportunidades.

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Formar profissionais empreendedores implica, nessa direção, em uma mudança de

paradigma no processo de construção/desconstrução de saberes. Implica em ir além

das formalidades prescritivas e legais e desenvolver metodologias

problematizadoras, comprometidas com o ser humano - ser singular e

multidimensional. Significa integrar o saber popular ao saber científico, a teoria à

prática, ou seja, as contradições e incertezas, pela inserção do indivíduo em seu

contexto real e concreto (BACKES ; ERDMANN, 2009).

A instituição que se propõe a um ensino empreendedor deve ir além de incluir em

seu projeto pedagógico disciplinas ou cursos de empreendedorismo, deve, adotar como

instituição, um novo paradigma educacional, tornando-se, ela mesma, uma instituição

empreendedora (CAMPELLI et al., 2011).

No que se refere aos acadêmicos e profissionais de enfermagem é necessário

percorrer o caminho de aprender a empreender. Para isso a formação de profissionais precisa

transformar o conhecimento técnico-científico em gerador de oportunidades, bem como a

exploração de grandes empreendimentos com o objetivo de inovar na área de enfermagem

com novas ideias e oportunidades com grande relevância (SALES et al., 2008).

Assim sendo, discutir a implementação do empreendedorismo na formação do

enfermeiro, norteia o profissional, já que o mesmo vivencia práticas empreendedoras e

criativas, no seu dia-a-dia, fundamentado em oportunidades que surgem da necessidade de

improvisar equipamentos e serviços em prol do cuidar humano e não fundamentadas em

aportes tecnológicos (COUTO FILHO, 2014).

Embora não sendo um processo simples, o empreendedorismo precisa ser

estimulado na formação dos profissionais da saúde/enfermagem. É preciso que o

futuro profissional enxergue novas oportunidades e tenha um ambiente favorável

para que as mudanças positivas aconteçam, ou para que contribua de forma efetiva e responsável no desenvolvimento local e social. Por isso, para que o aluno tenha uma

postura proativa diante das questões de mundo e sociedade, o docente precisa

investir nas metodologias ativas e empreendedoras durante o processo de formação

profissional. (COUTO FILHO, 2014).

2.5 ASPECTOS JURÍDICOS QUANTO A PATENTE DOS PRODUTOS

Não basta somente a capacidade do ser humano em inventar e inovar, é necessário

também que todas as produções tecnológicas tenham uma proteção legal, a fim de oferecer ao

inventor ou inovador um título de propriedade.

O Instituto Nacional da Propriedade Industrial ( INPI) (2012) afirma que,

[...] uma invenção ou modelo de utilidade, outorgado pelo Estado aos inventores ou

autores ou outras pessoas físicas ou jurídicas detentoras de direitos sobre a criação.

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Com este direito, o inventor ou o detentor da patente tem o direito de impedir

terceiros, sem o seu consentimento, de produzir, usar, colocar a venda, vender ou

importar produto objeto de sua patente e/ ou processo ou produto obtido diretamente

por processo por ele patenteado. Em contrapartida, o inventor se obriga a revelar

detalhadamente todo o conteúdo técnico da matéria protegida pela patente.

Segundo Scholze (2001), diante da necessidade de adequação aos diversos aspectos

científicos e tecnológicos, na última década, uma ação conjunta do Poder Executivo e

Legislativo, aprouve por bem, na área da proteção dos direitos de propriedade intelectual,

assegurar o equilíbrio entre a atividade criativa individual e os interesses da sociedade,

destacando assim como principal mudança a revisão do Código de Patentes de 1971, que

resultou na Lei de Propriedade Industrial (Lei 9.279/96), e da Lei de Direito Autoral de 1973,

que resultou na Lei 9.610/98.

Assim, à luz do novo quadro legal da propriedade intelectual e da transferência de

tecnologia no Brasil, novos elementos tornaram-se necessários à construção de um

arcabouço regulamentar, no âmbito de projetos de pesquisa científica e tecnológica

desenvolvidos nos institutos públicos ou com recursos públicos, de forma a tornar a

propriedade intelectual um instrumento efetivo de política industrial. (SCHOLZE,

2001, p. 6).

Percebe-se que o título de propriedade temporária sobre uma invenção devidamente

registrada no (INPI) concede ao legítimo proprietário o direito exclusivo de exploração da

invenção legalmente protegida. O procedimento para o registro consiste em procurar o INPI

para proteger o invento. É preciso depositar um pedido no INPI da patente a ser requerida,

que posteriormente será analisado, se aprovado, tornar-se uma patente, com validade em todo

o território nacional. Para a realização desse pedido de patente é preciso saber se não há nada

igual ou semelhante já patenteado não somente em termos de Brasil, mas de mundo. A

invenção não pode ser idêntica ou similar a uma já patenteada. A patente é válida somente no

território nacional. Para que o documento tenha validade fora do Brasil é preciso depositar um

pedido equivalente no país ou região onde se deseja obter a patente (INPI, 2012).

O pedido depositado no Brasil deverá ser traduzido para o idioma do país/região

onde se deseja depositar e deverá ser nomeado um procurador para representar a

empresa naquele país. O titular da patente tem o direito de impedir terceiros, sem o

seu consentimento, de produzir, colocar à venda, usar, importar produto objeto da patente ou processo ou produto obtido diretamente por processo patenteado.

Terceiros podem fazer uso da invenção somente com a permissão do titular

(licença). A Patente de Invenção vigorará pelo prazo de 20 (vinte) anos e a de

modelo de utilidade pelo prazo de 15 (quinze) anos (INSTITUTO NACIONAL DA

PROPRIEDADE INDUSTRIAL, 2012).

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Vale destacar que, se o titular da propriedade estiver sofrendo prejuízos, por parte do

concorrente, diante da produção do mesmo objeto de sua invenção, o proprietário deverá

notificá-lo de que, caso insista na prática desleal ele poderá, ingressar com uma ação judicial

de indenização por perdas e danos. Diante do exposto, a proteção legal sobre as invenções e

inovações fornece ao inventor a condição necessária de continuar a desenvolver as suas

pesquisas sem qualquer interferência desleal sobre a sua criação, além de que há um incentivo

aos concorrentes na busca de outras formas de conquista do mercado, sem se valerem de

práticas ilegais e de licenças para exploração de patentes (INPI, 2012).

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3 METODOLOGIA

Trata-se de uma pesquisa de natureza exploratória/descritiva, através de uma

abordagem quantitativa, com análise dos dados coletados do questionário aplicado aos

enfermeiros.

O estudo é exploratório na proporção em que busca o aprofundamento da realidade

em questão, diante da aproximação entre o pesquisador e o objeto de estudo e será descritivo a

partir da caracterização e da análise das informações coletadas da amostra (GIL, 2002).

A abordagem quantitativa se aplica a estudar o perfil de um grupo de pessoas,

baseando-se em características que elas têm em comum. As pesquisas quantitativas são

apropriadas para medir tanto opiniões como atitudes e preferencias como comportamento. A

pesquisa quantitativa normalmente se mostra apropriada quando existe a possibilidade de

medidas quantificáveis de variáveis. Esse tipo de abordagem usa medidas numéricas para

testar hipóteses, ou buscar padrões numéricos relacionados a conceitos cotidianos. (MORESI,

2003).

3.1 CAMPO DE PESQUISA

O campo de coleta de dados da pesquisa se deu no Hospital Universitário Antônio

Pedro (HUAP), localizado em Niterói-RJ. A escolha de um hospital universitário ocorreu por

conta de seu ambiente rico em informações inerentes à pesquisa, onde buscamos identificar as

tendências empreendedoras dos enfermeiros, o que permitiu a partir dos resultados a

realização de discussões que fomentam um pensamento crítico-reflexivo acerca do assunto.

3.2 SUJEITOS DO ESTUDO

Os sujeitos do estudo foram 25 enfermeiros das diversas unidades assistenciais e

administrativas do referido hospital que concordaram em participar do estudo

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3.3 INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS

Para avaliar as tendências empreendedoras do enfermeiro, foi utilizado o teste TEG–

Tendência Empreendedora Geral, desenvolvido na Unidade de Formação Empresarial e

Industrial da Durham University Business School, Inglaterra por C. Johnson e Sally Caird em

1988 e validado no Brasil por Russo (2007) (GAIÃO et al, 2009).

O TEG é um instrumento de pesquisa que contém uma metodologia própria de

análise de tendência empreendedora. O teste TEG utiliza cinco características relacionadas à

pessoa empreendedora: [1] Necessidade de sucesso; [2] Autonomia/independência; [3]

Tendência criativa; [4] Riscos calculados / moderados e [5] Impulso / determinação. Essas

cinco características que identificam a tendência empreendedora. A pesquisa foi realizada por

meio do teste TEG que possui um questionário de 54 questões (Anexo A), visando à coleta de

dados dos participantes para avaliação das características empreendedoras acima relacionadas,

onde os participantes tiveram a opção de escolher as respostas “Concordo”ou “Discordo”, não

existem respostas corretas ou incorretas. (ARAÚJO e DANTAS, 2009).

3.4 ANÁLISE DOS DADOS

O Cálculo da avaliação tem uma metodologia própria, realizada de acordo com a

classe das características de tendência empreendedora conforme a Tabela 1. O teste, utiliza os

resultados obtidos através das respostas das 54 perguntas do questionário para tabular os

dados. Nas questões ímpares, atribuiu-se um ponto para cada desacordo assinalado. Já nas

questões pares, atribuiu-se um ponto para cada concordância assinalada. A pontuação de cada

pergunta será somada na respectiva dimensão, conforme demonstrado na Tabela 1. Cada uma

das cinco dimensões, possui cada qual com uma pontuação máxima de 12 pontos, à exceção

da necessidade de autonomia/independência, que tem a pontuação máxima de 6 pontos

(GUERBALI, OLIVEIRA, SILVEIRA, 2013).

O nível de tendência empreendedora será considerado “muito baixo” se a pontuação

média atingir apenas uma dimensão da característica de tendência empreendedora, se o

enfermeiro atingiu a pontuação média em duas dimensões, considera-se o nível baixo, porém

aqueles que obtiverem a pontuação média em três dimensões, o nível de empreendedorismo é

considerado médio, com pontuação média em quatro dimensões o nível é considerado alto e

para os enfermeiros que tiveram pontuação média nas cinco dimensões de tendência

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empreendedora, o nível é considerado muito alto, em conformidade com a Tabela 2

(RONCON, MUNHOZ, 2009).

Tabela1: Cálculo do valor da dimensão de tendência empreendedora

Características de tendência

empreendedora

Número da pergunta que corresponde ao

questionário TEG

Pontuação

máxima

Pontuação

média

Necessidade de sucesso 1; 6; 10; 15; 19; 24; 28; 33; 37; 42; 46; 51. 12 9

Autonomia/independência 3; 12; 21; 30; 39; 48. 6 4

Tendência criativa 5; 8; 14; 17; 23; 26; 32; 35; 41; 44; 50; 53. 12 8

Riscos calculados / moderados 2; 9; 11; 18; 20; 27; 29; 36; 38; 45; 47; 54. 12 8

Impulso / determinação 4; 7; 13;16; 22; 25; 31; 34; 40; 43; 49; 52 12 8

Fonte: Adaptado de ARAÚJO e DANTAS, 2009.

Tabela 2: Classificação do nível de tendência empreendedora

NÚMERO DE

DIMENSÕES

NÍVEL DE TENDÊNCIA

EMPREENDEDORA

1 DIMENSÃO MUITO BAIXO

2 DIMENSÕES BAIXO

3 DIMENSÕES MÉDIO

4 DIMENSÕES ALTA

5 DIMENSÕES MUITO ALTA

Fonte: Adaptado de RONCON ; MUNHOZ, 2009.

Cada dimensão avalia determinados atributos. Uma pontuação alta em qualquer

categoria significa que você possui muitas qualidades que estão sendo medidas naquela

dimensão (GUERBALI, OLIVEIRA, SILVEIRA, 2013)

Os dados obtidos foram tabulados em uma planilha Excel e depois submetidos a um

cálculo da pontuação específica do teste, além do cálculo da média em cada uma das

dimensões.

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3.5 ASPECTOS ÉTICOS

De acordo com a Resolução nº 466 de 12/12/2012, do Conselho Nacional de Saúde,

que trata das diretrizes e Normas Regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos,

os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). As

considerações éticas foram tomadas levando em conta a privacidade e o anonimato dos

participantes. Os sujeitos foram orientados quanto aos objetivos da pesquisa e posteriormente

assinaram o TCLE antes de responderem ao questionário TEG. Esse estudo foi encaminhado

ao Comitê de Ética ao qual o Hospital Universitário está vinculado e gerado um parecer de

aprovação CAAE 27900014.9.0000.5243 com número do parecer: 672.782 (ANEXO B).

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4 RESULTADOS E ANÁLISE DOS DADOS

Nesta parte, serão apresentados os resultados e análises dos dados coletados. Os

resultados serão apresentados sob forma de tabela e os gráficos com os índices obtidos na

aplicação dos questionários referentes às cinco características inerentes aos aspectos

comportamentais dos empreendedores.

4.1 APRESENTAÇÃO DA TABELA E DOS GRÁFICOS COM SUAS RESPECTIVAS

ANÁLISES

4.1.1 Resultados e Análise das 5 tendências empreendedoras

Tabela 3 – Resultado das 5 tendências empreendedoras

Características de

tendência

empreendedora

Amostra Pontuação

máxima

Pontuação

média

Média Menor

escore

obtido

Maior

escore

obtido

Necessidade de sucesso

25 12 9 8,24 4 12

Autonomia/indep

endência

25 6 4 2,84 1 5

Tendência

criativa

25 12 8 6,76 3 10

Riscos

calculados /

moderados

25 12 8 6,28 1 10

Impulso /

determinação

25 12 8 8,88 6 11

Fonte: Dados da Pesquisa.

Observando a tabela acima é possível ter uma visão geral dos resultados obtidos junto

aos enfermeiro do HUAP , sempre relacionando os seus comportamentos as cincos tendências

empreendedoras.

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Necessidade de sucesso

Nesta categoria a média obtida foi de 8,24 pontos, índice considerado abaixo da

média do teste, que é de 9 pontos. Verifica-se ainda que a menor e maior nota obtida foi de 4

e 12 pontos. De acordo com resultados dessa categoria em relação às qualidades, como: auto-

suficiência, otimismo, olhar para frente, confiança, persistência ,visão voltada para o futuro,

energia, e dedicação, evidencia-se a necessidade de que os pesquisados exerçam, essas

qualidades, pois a maioria não apresentam essas características.

Necessidade de Autonomia/Independência

No que diz respeito à esta categoria o valor obtido foi de 2,84 pontos, índice

considerado abaixo da média do teste que é de 4 pontos. Isto significa que as qualidades desta

categoria, que são: fazer coisas pouco convencionais, necessitar expressar o que pensa, não

gostar de receber ordens, tomar suas próprias decisões, não se render a pressão do grupo e ser

determinado são características pouco encontradas nos participantes da pesquisa.

Tendência Criativa

Com relação à categoria Tendência Criativa a pontuação obtida foi de 6,76 sendo

considerada abaixo da média, que é de 8 pontos. Portanto, a partir dos resultados, observa-se

que os enfermeiros estão pouco imaginativos, inovadores, intuitivos e curiosos, não sonham

acordado e não são muito propensos a novos desafios e mudanças. A pontuação referente ao

maior e menor escore que é de 10e 3 pontos.

Riscos Calculados/Moderados

O índice encontrado nessa dimensão foi de 6,28 pontos, também considerado abaixo

da média do teste, cujo valor corresponde a 8 pontos. Significa dizer que frente a esta

categoria cuja qualidades são: valorizam com precisão suas próprias capacidades, atuam com

informação incompleta, avaliam os benefícios prováveis frente ao fracasso provável, e fixam

objetivos inatingíveis, ou seja, os objetivos são vislumbrados como desafios que não podem

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ser cumpridos. Os enfermeiros participantes deste estudo estão abaixo da média do teste nesta

dimensão, o que pode estar ligada à questão de segurança no emprego.

Impulso/Determinação

Neste ponto, observa-se que a pontuação é de 8,88, índice considerado muito acima

do valor esperado, que é de 8 pontos. Portanto, a média obtida pelos enfermeiros se

enquadram nessa categoria, pois ultrapassam a média de 8 pontos. A pontuação referente ao

maior e menor escore é de 11 e 6 pontos. O que permite dizer que muitos dos enfermeiros

apresentam características que os fazem: aproveitar as oportunidades, não acreditar no

destino, fazer sua própria sorte, ter confiança em si mesmo, acreditar que controlam seu

próprio destino, igualar resultados com esforço e mostrar uma determinação considerável.

4.1.2 Resultados e Análise da classificação de tendência empreendedora por enfermeiro

Figura 2: Classificação de tendência empreendedora por enfermeiro

Fonte: Dados da Pesquisa.

De acordo com a figura 2, os níveis de tendência empreendedora foram assim

caracterizados: ao analisar os dados gerais de cada enfermeiro por dimensões, constatou-se

que o nível de tendência empreendedora foi de 44%,“muito baixo”, ou seja, 11 participantes

44%

32%

4%

20%

NÍVEL DE TENDÊNCIA EMPREENDEDORA

Muito baixo

Baixo

Médio

Alto

25 participantes

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apenas atingiram uma dimensão da tendência empreendedora. Observou-se que 32% dos

enfermeiros, que correspondem a 8 participantes atingiram a duas dimensões considerado um

nível “baixo”. O nível de tendência empreendedora para ser considerado médio deve atingir

três dimensões, atingido por 4% dos enfermeiros, com apenas um participante alcançando as

três dimensões. Os cinco enfermeiros que atingiram a média em quatro dimensões tiveram o

nível de tendência empreendedora considerado “alto” e somaram 20%. Já o último nível de

tendência empreendedora “muito alto”, que corresponde às cinco dimensões empreendedoras,

não obteve pontuação, ou seja, 0% dos enfermeiros, por isso não está representada na figura 2.

4.1.3 Resultados e Análise da dimensão de Tendência Empreendedora

Figura 3 - Enfermeiros X Dimensão de Tendência Empreendedora

Fonte: Dados da Pesquisa.

Após a tabulação das respostas de todos os enfermeiros, deve-se relacionar cada uma

das cinco dimensões de tendência empreendedora com a quantidade de enfermeiros que

atingiram a média estipulada na definição do teste TEG apresentado na Tabela 1. Esse

resultado demonstrou que no geral o enfermeiro precisa desenvolver as características

empreendedoras, pois das cinco dimensões avaliadas, os enfermeiros atingiram somente 2

dimensões. Esse resultado é considerado “baixo”, levando-se em conta o resultado

12

19

15 17

8

13

6

10 8

17

Necessidade de

sucesso

Autonomia/

Independência

Tendência

criativa

Riscos

calculados/

moderados

Impulso/

Determinação

ENFERMEIROS X DIMENSÃO DE TENDÊNCCIA

EMPREENDEDORA

sem têndência empreendedora com tendência empreendedora

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apresentado pela figura 2. A distribuição do número de enfermeiros por dimensão de

tendência empreendedora pode ser observada na Figura 3. De acordo com as respostas dos

enfermeiros, a dimensão com mais tendência empreendedora foi "Impulso e Determinação"

com 17 participantes que atingiram no mínimo a pontuação média necessária, que

corresponde a 68%. A dimensão, Necessidade de sucesso alcançou 13 participantes o que

corresponde a 52%. As outras 3 dimensões que não alcançaram a média foram: Autonomia/

Independência; Tendência criativa e Riscos calculados com apenas 6, 10 e 8 participantes

com a média para cada nível citado, isto quer dizer que alcançaram 24%, 40% e 32%

respectivamente, ou seja, os enfermeiros precisam desenvolver melhor essas dimensões.

4.1.4 Análise comparativa dos resultados apresentados na tabela e figura 3

De acordo com a tabela 3 que apresenta os resultados pelo alcance da média dos

resultados nas dimensões: “Necessidade de sucesso”; “Autonomia/independência”;

“Tendência criativa”; “Riscos calculados / moderados”, os enfermeiros não conseguiram

alcançar a média, obtendo uma classificação de média baixa nessas tendências

empreendedoras.

Já na dimensão Impulso/Determinação o resultado foi considerado acima da média,

destacando-se assim como a melhor tendência. Porém é necessário considerar a figura 3

expressa a quantidade de enfermeiros que alcançaram a média em cada tendência

empreendedora, a pesar de ser considerada “muito baixa” e apresenta uma variação de

resultados em relação à tabela 3, pois na maioria dos enfermeiros entrevistados apresentam

qualidades apresentadas pela dimensão da “Necessidade de Sucesso” e pela dimensão

“Impulso /determinação”, apesar dessa variação de resultado, de forma geral apresentam um

nível tendência empreendedora muito baixa, como o resultado apresentado na figura 3.

5 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Diante dos resultados apresentados, pela análise dos dados o enfermeiro de maneira

geral precisa desenvolver as tendências empreendedoras. Como já tratado nesse trabalho a

profissão de enfermagem possui características empreendedoras desde Florence, quando a

partir da identificação de uma necessidade para um determinado serviço, adquiriu educação

junto às freiras sobre os aspectos que cercam o cuidado e a assistência ao paciente e propôs a

criação de um curso de enfermagem. Florence teve uma visão empreendedora. Lucrativa ou

não, era um negócio e como todo negócio era necessário planejamento e gerenciamento.

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Naquela época, não se havia uma visão empreendedora, mas hoje sabe-se que o empreendedor

é um indivíduo que apresenta habilidades e competências específicas (ARRIBAS et al, 2011).

A ideia de uma pessoa empreendedora compartilha características empreendedoras.

Dolabela (2006) afirma que todos nascemos empreendedores, ele ainda considera a espécie

humana empreendedora, independente da profissão que é exercida, reiterando que o

enfermeiro é empreendedor. Dolabela ainda diz que o empreendedorismo não é um fenômeno

apenas econômico, mas sim social, o que permite a profissão possibilidades de empreender

tanto no empreendedorismo que está relacionado aos negócios como ao empreendedorismo

social. Para tal acontecimento o enfermeiro precisa está atento às transformações que

acontecem no mercado de trabalho e explorar oportunidades de crescimento da profissão,

abrindo novos caminhos de exercer sua função, porém como visto nesta pesquisa o

enfermeiro precisa buscar desenvolver as habilidades apresentadas nas cinco tendências

empreendedoras.

A dimensão “Necessidade de sucesso” apresenta características essenciais para os

enfermeiros, pois permite que compreendam as atividades do seu trabalho e busquem atingir

os seus objetivos a curto ou a longo prazo. Os enfermeiros precisam desenvolver um maior

otimismo; persistência e determinação para finalizar tarefas, pois a necessidade de realização

também está vinculado satisfação pessoal e é a necessidade do empreendedor em alcançar

seus objetivos para obter sucesso em seu empreendimento (URIARTE, 1999).

A “Autonomia/ Independência” foi a dimensão que expressou a menor pontuação

dos participantes, ou seja, os enfermeiros tem encontrado dificuldades de expressar o que

pensa; não se preocupa em receber ordens e nem render a pressões do grupo. Situação que

pode está relacionada com o contexto histórico apresentado pela profissão de enfermagem

subjugada a outras profissões de saúde ao longo período de sua história, conforme

mencionado no capítulo 2 desse trabalho. Portanto o profissional de enfermagem precisa

trabalhar melhor esse assunto para o melhor desenvolvimento de sua profissão, bem como de

sua realização profissional. A enfermagem possui diversos espaços de exercício de autonomia

e de poder decisório, tanto em seu processo de trabalho como na administração das

organizações de saúde (MERHY E CECÍLIO, 2003).

Na “Tendência criativa” é preciso considerar que existem quatro componentes

principais de criatividade: a) fluência, definida como a capacidade para produzir um grande

número de ideias, ou seja, quantidade; b) originalidade, definida como a capacidade para

produzir/ ideias incomuns novas / imaginativas incomuns; c) a flexibilidade, definida como a

capacidade de mudar de um abordagem para outra e d) a inovação, definida como a

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capacidade de definir / perceber de um modo que é diferente da forma habitual, as ideias são

independentes, mas com base no que já existe (TORRANCE,1987).

O enfermeiro precisa entender a importância do uso da criatividade no seu dia a dia,

independente de usar uma ideia já existente, mas conseguir adapta-la a sua realidade, uma vez

que esta pode auxiliar na realização de adaptações e improvisações, a fim de que o cuidado

seja efetivo e as tarefa sejam cumprida (COSTA, 2013).

A característica “Riscos calculados/Moderados” tem como qualidades a capacidade

de análise com poucos dados à disposição; análise de suas próprias qualidades com

imparcialidade; atuação com informações incompletas; atitude ambiciosa na medida certa;

fixa objetivos desafiadores, mas possíveis de serem cumpridos (ANDUJAR, 2006).

Isso define que o empreendedor deve buscar situações desafiadoras que possuam

riscos calculados e também estar constantemente avaliando os riscos ligados ao seu

empreendimento, estando suas recompensas vinculadas a esses riscos (COSTA, 2013).

As característica encontradas na tendência “Impulso/Determinação” está relacionada

com a perseverança; foco e obstinação naquilo que pretende concretizar;; direção do próprio

destino; aproveitamento de mecanismos de inovação e melhoria continua; determinação

acentuada; preocupação com a perda e o ganho de cada decisão. (ANDUJAR, 2006).

Essa dimensão de Impulso/Determinação obteve a pontuação para ser considerado um

nível “médio” de tendência empreendedora, sendo a única dimensão que conseguiu alcançar a

média, de acordo com a tabela 3. O profissional que possui essa característica é uma pessoa

tende a aproveitar as oportunidades, não aceitar a predestinação. É fundamental reconhecer

que os enfermeiros desenvolvem suas atividades nos mais diferentes cenários, o que o faz

enfrentar adversidades e situações imprevistas a cada plantão, uma vez que não tem uma

equipe de trabalho de referência, nem tampouco identidade com uma unidade ou setor. exerce

suas funções na área administrativa, lidando diariamente com toda sorte de problemas do

pessoal de enfermagem. (COSTA, 2013).

Vale considerar neste momento que o teste TEG tem o potencial para uso de

aconselhamento e ferramenta educacional para facilitar a auto-análise e exploração de cursos

interessados em facilitar o desenvolvimento dos profissionais para o empreendedorismo.

Usado também para avaliar a eficácia de cursos que ensinam sobre o empreendedorismo, bem

como facilitar o desenvolvimento de atributos desse futuro profissional para uma melhor

gestão. O instrumento pode ser utilizado para estabelecer os perfis dos profissionais de

diferentes atividades e descrever o comportamento ocupacional deste indivíduo e destacar

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quais aspectos necessitam ser desenvolvidos para uma gestão mais eficiente (VECCHIO,

2003).

Portanto, apesar do nível de tendência empreendedora ter sido “muito baixo”, o

enfermeiro é sim um empreendedor, porém o desenvolvimento dessas tendências

empreendedoras precisam ser exploradas e estimuladas, tanto no ambiente profissional como

no meio acadêmico.

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6 CONCLUSÃO

Através da análise de dados percebeu-se que enfermeiro empreendedor precisa

desenvolver suas qualidades empreendedoras. A exigência do mercado de trabalho requer

novos perfis de empregabilidade. O enfermeiro é detentor de conhecimentos científicos e

tecnológicos capazes de transformar realidades e gerar valores complementares que

caracterizam vantagens competitivas para no mercado. Porém, as competências técnicas e

científicas precisam ser ultrapassadas, pois o mercado exige um novo posicionamento dos

profissionais, enfermeiros com postura empreendedora; isto é, profissionais pró-ativos frente

as mudanças mundiais das tecnologias bem como do mercado de trabalho.

A porcentagem de enfermeiros que apresentaram tendências fortes em todas as

dimensões foi muito baixa. Para melhorar tais resultados é fundamental, o esforço individual

dos enfermeiros e a colaboração das universidades através de um ensino direcionado ao

empreendedorismo. A enfermagem como profissão, encontra-se em um momento que não

bastam os discursos pela modernidade e pela inovação é preciso a promoção e o

desenvolvimento estruturado de estímulos à capacidade empreendedora, através dos esforços

conjuntos. Portanto, o papel das universidades na educação empreendedora deve ser estimular

programas e projetos de cultura empreendedora, ou seja, propiciar aos alunos novas

oportunidades da profissão no mercado, incentivando o empreendedorismo entre os

universitários, além do desenvolvimento de projetos que estimulem o profissional de

enfermagem a aprimorar e desenvolver as tendências empreendedoras como uma

possibilidade de crescimento profissional.

Por fim, torna-se fundamental a continuidade de novos estudos sobre o perfil

empreendedor possibilitando verificar o desenvolvimento deste perfil, que pode ocorrer

através da educação empreendedora, ou seja, é possível ensinar a alguém ser empreendedor.

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APÊNDICE

APÊNDICE A: TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Dados de Identificação

Título do Projeto: Competências gerenciais do enfermeiro para ações empreendedoras em

Enfermagem.

Pesquisador responsável: Geilsa Soraia Cavalcanti Valente

Instituição a que pertence o Pesquisador Responsável: Universidade Federal Fluminense

Telefones para contato: (21) 93776821/37981063

Nome do voluntário: _________________________________________________________

Idade: _______ anos R.G: ______________________________

A Sr. (ª) está sendo convidado (a) a participar do projeto de pesquisa intitulado

“Competências gerenciais do enfermeiro para ações empreendedoras em Enfermagem.”, e os

dados serão coletados pela pesquisadora Ana Cristina Paixão. Esta pesquisa tem como

objetivos: Identificar quais são os aspectos que indicam que o enfermeiro é empreendedor;

Descrever as competências que o enfermeiro necessita adquirir ou desenvolver para tornar-se

empreendedor; Analisar a influência das competências do enfermeiro no que tange ao

empreendedorismo. Participando desta pesquisa, o (a) Sr. (ª) estará contribuindo para a

ampliação do conhecimento sobre a temática. A pesquisa será realizada através de uma

entrevista estruturada, tendo como participantes os enfermeiros que atuam no HUAP/UFF,

utilizando-se como instrumento um roteiro contendo perguntas fechadas. Este é um estudo

descritivo e exploratório, baseado em uma abordagem qualitativa, com a realização da coleta

dos dados por meio de entrevista com roteiro estruturado. As respostas dos participantes serão

tratadas de forma anônima e confidencial, isto é, em nenhum momento será divulgado o seu

nome em qualquer fase do estudo. Quando for necessário exemplificar determinada situação,

sua privacidade será assegurada uma vez que seu nome será substituído de forma aleatória. Os

dados coletados serão utilizados nesta pesquisa, podendo posteriormente ser reutilizados pela

pesquisadora e os resultados divulgados em eventos e/ou revistas científicas. Sua participação

é voluntária, isto é, a qualquer momento você pode recusar-se a participar da pesquisa e retirar

seu consentimento. Sua recusa não trará nenhum prejuízo em sua relação com as

pesquisadoras ou com a instituição que forneceu os seus dados. A sua participação nesta

pesquisa consistirá em responder as perguntas a serem realizadas sob a forma de entrevista

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que, serão guardadas por cinco (05) anos e incineradas após esse período. Você não terá

nenhum custo ou quaisquer compensações financeiras. Não haverá riscos de qualquer

natureza relacionada à sua participação. Caso ocorram riscos, estes serão avaliados e

seguramente serão bem menores do que os benefícios que a pesquisa trará. O benefício

relacionado à sua participação será de aumentar o conhecimento científico para a área de

ensino em enfermagem, no que diz respeito à formação do enfermeiro. Você receberá uma

cópia deste termo onde consta o telefone/e-mail das pesquisadoras responsáveis, e demais

membros da equipe, podendo tirar as suas dúvidas sobre o projeto e sua participação, agora ou

a qualquer momento. Os critérios de exclusão para participar da pesquisa são: afastamento das

atividades profissionais, por qualquer motivo, no período da coleta de dados. Desde já

agradecemos!

Eu,

___________________________________________________________________________,

RG n° __________________________, declaro ter sido informado (a) e concordo em

participar, como

voluntário (a), no projeto de pesquisa acima descrito.

Niterói – RJ, ____ de _____________ de___________

___________________________________________________________________________

Nome e assinatura do (a) voluntário (a)

___________________________________________________________________________

Pesquisador do Projeto

___________________________________________________________________________

Nome e assinatura do responsável por obter o consentimento

___________________________________________________________________________

_______

Testemunha

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ANEXOS

ANEXO A: TESTE DE TENDÊNCIA EMPREENDEDORA GERAL (TEG) –

DESENVOLVIDO NA UNIDADE DE FORMAÇÃO EMPRESARIAL E INDUSTRIAL DA

DURHAM UNIVERSITY BUSINESS SCHOOL

Não existem respostas corretas ou incorretas. Você achará uma relação de 54 frases

distintas, onde solicitamos que você se indique “Concordo” ou em “Discordo” com elas.

Escolha a opção “CONCORDO”, se está de acordo com a frase, ou a opção “DISCORDO”,

se você está em desacordo com a frase. Poderá acontecer, em certas frases, que você não

esteja completamente de acordo ou completamente em desacordo com a frase. Neste caso,

pedimos que você tente escolher a opção que mais se aproxime de sua resposta.

Questões Concordo Discordo

1. Não me importaria em ter um trabalho rotineiro e sem desafios, se

fosse bem remunerado.

2. Quando tenho que fixar meus próprios objetivos prefiro fixar

objetivos difíceis a objetivos fáceis.

3. Não gosto de fazer coisas novas ou pouco convencionais..

4. Pessoas competentes que não conseguiram sucesso, na verdade,

não souberam aproveitar as oportunidades.

5. Raramente sonho acordado

6. Geralmente defendo meu ponto de vista, quando alguém discorda

de mim.

7. Você é bom ou não por natureza, esforço não faz diferença.

8. Às vezes, as pessoas acham as minhas ideias incomuns.

9. Se tivesse que gastar R$ 1,00 preferiria comprar uma rifa a jogar

cartas.

10. Prefiro desafios que realmente ponham a prova as minhas

habilidades

11. Prefiro ter uma remuneração razoável em um trabalho seguro, do

que ter um trabalho que eu pudesse perder se o meu desempenho não

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fosse bom.

12. Eu gosto de fazer as coisas à minha maneira, sem me preocupar

com que os outros pensam.

13. Muitos dos maus momentos pelos quais uma pessoa passa se

devem ao azar.

14. Eu gosto de descobrir coisas, mesmo que nisso eu tenha que

enfrentar alguns problemas.

15. Se estiver tendo problemas com uma atividade, eu a deixo de lado

e faço outra coisa.

16. Quando faço planos para fazer algo, quase sempre faço o que

planejei.

17. Não gosto de mudanças repentinas na minha vida.

18. Assumo riscos mesmo que as chances de sucesso sejam 50%.

19. Penso mais no presente e no passado do que no futuro.

20. Se eu tivesse uma boa ideia para ganhar dinheiro, estaria disposto

a pedir um empréstimo para que pudesse realizá-las.

21. Quando estou em um grupo, fico satisfeito em deixar que outra

pessoa seja o líder.

22. Geralmente as pessoas conseguem o que merecem.

23. Não gosto de adivinhar as coisas.

24. É mais importante fazer bem o trabalho que tentar satisfazer os

outros.

25. Conseguirei o que quero da vida se agradar as pessoas com

controle sobre mim.

26. As outras pessoas acham que faço muitas perguntas.

27. Se existe a possibilidade de fracasso, prefiro não fazer.

28. Me incomoda pessoas que não são pontuais..

29. Antes de tomar uma decisão, gosto de conhecer todos os

detalhes, não importando quanto tempo isso tomará.

30. Ao resolver um problema, raramente preciso ou quero

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ajuda.

31. O sucesso não acontece, se você não estiver no lugar certo,

na hora certa

32. Prefiro ser bom em várias coisas a ser muito bom em uma

única coisa

33. Prefiro trabalhar com uma pessoa de quem eu gosto, ainda que

não seja tão competente, do que trabalhar com alguém que eu não

gosto, mas que seja competente.

34. Ser bem sucedido é resultado de muito trabalho, sorte não tem

nada a haver com isso.

35. Prefiro fazer as coisas do modo habitual a tentar fazer de uma

nova maneira.

36. Antes de tomar uma decisão importante, prefiro pesar os prós e

contra rapidamente ao invés de gastar muito tempo pensando a

respeito.

37. Prefiro trabalhar em uma atividade como membro de uma

equipe do que assumir sozinho a responsabilidade.

38. Prefiro aproveitar uma oportunidade que pode mudar as coisas

para melhor do que ter uma experiência da qual goste.

39. Faço o que esperam de mim e sigo as instruções.

40. Para mim, conseguir o que quero tem pouco a ver com sorte.

41. Eu gosto de ter a minha vida organizada de modo que tudo

transcorra de forma tranquila e planejada.

42. Quando enfrento um desafio, penso mais no resultado do sucesso

do que no efeito do fracasso.

43. Acredito que o que acontece na minha vida é determinado,

geralmente, por outras pessoas

44. Consigo fazer muitas coisas ao mesmo tempo.

45. Tenho dificuldades em pedir favores a outras pessoas.

46. Levanto cedo, saio tarde e fico sem comer quando quero realizar

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uma atividade especial.

47. Normalmente é melhor aquilo com que estamos acostumados do

que aquilo que é desconhecido.

48. A maioria das pessoas acha que sou teimoso.

49. Os fracassos das pessoas raramente são resultado do seu

julgamento deficiente.

50. Às vezes tenho tantas ideias que não sei qual delas escolher.

51. Consigo relaxar facilmente nas férias

52. Consigo o que quero na vida porque trabalho muito para fazer as

coisas acontecerem.

53. É mais difícil para eu me adaptar a uma mudança do que

permanecer na rotina

54. Eu gosto de iniciar novos projetos que possam ser arriscados.

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ANEXO B – PARECER CONSUBSTANCIADO DO CEP