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LUIZ AILIL VIANNA MARTINS COMPETÊNCIAS EMPREENDEDORAS E O COMPORTAMENTO ESTRATÉGICO DOS GESTORES HOTELEIROS Balneário Camboriú 2016

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Page 1: COMPETÊNCIAS EMPREENDEDORAS E O …

LUIZ AILIL VIANNA MARTINS

COMPETÊNCIAS EMPREENDEDORAS E O COMPORTAMENTO ESTRATÉGICO DOS GESTORES HOTELEIROS

Balneário Camboriú 2016

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UNIVALI UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

Vice-Reitoria de Pós-Graduação, Pesquisa, Extensão e Cultura Programa de Pós-Graduação em Turismo e Hotelaria - PPGTH

Curso de Mestrado Acadêmico em Turismo e Hotelaria

LUIZ AILIL VIANNA MARTINS

COMPETÊNCIAS EMPREENDEDORAS E O COMPORTAMENTO ESTRATÉGICO DOS GESTORES HOTELEIROS

Dissertação apresentada ao colegiado do PMTH, como requisito parcial à obtenção do grau de Mestre em Turismo e Hotelaria área de concentração: (Planejamento e Gestão do Turismo e da Hotelaria Linha de Pesquisa Gestão de Empresas de Turismo).

Orientador: Prof. Dr. Luiz Carlos da Silva Flores

BALNEÁRIO CAMBORIÚ 2016

Page 3: COMPETÊNCIAS EMPREENDEDORAS E O …

UNIVALI UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

Vice-Reitoria de Pós-Graduação, Pesquisa, Extensão e Cultura Programa de Pós-Graduação em Turismo e Hotelaria - PPGTH

Curso de Mestrado Acadêmico em Turismo e Hotelaria

LUIZ AILIL VIANNA MARTINS

COMPETÊNCIAS EMPREENDEDORAS E O COMPORTAMENTO ESTRATÉGICO DOS GESTORES HOTELEIROS

Dissertação avaliada e aprovada pela Comissão Examinadora e referendada pelo Colegiado do PPGTH como requisito parcial à obtenção do grau de Mestre em Turismo e Hotelaria.

Balneário Camboriú (SC), 28 de julho de 2016.

Membros da Comissão:

Presidente: _____________________________________

Dr. Luiz Carlos da Silva Flores

Membro Interno: _____________________________________

Dra. Sara Joana Gadotti dos Anjos

Membro Interno: _____________________________________

Dra. Ana Paula Lisboa Sohn

Membro Externo: _____________________________________

Dr. Carlos Eduardo Silveira

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Dedico este trabalho às minhas queridas filhas, Yara Campos Martins e Luana Shultz Martins; à minha esposa, Janaina da Silva Campos; ao meu pai, Afonso Carvalho Martins; à minha mãe Bernadete Lilia Vianna Martins (in memoriam).

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, que permitiu que esse momento de pesquisa fosse realizado em minha vida. À família, pois é a base de tudo, ela nos fortalece o nos direciona a cada dia. À minha esposa, Janaina da Silva Campos, pelo incondicional apoio nos momentos de dúvida, pela sabedoria e paciência e por estar sempre ao meu lado. À minha filha Yara Campos Martins, pelo companheirismo e crescimento juntos; à minha filha Luana Shultz Martins, pelos momentos de alegria e descontração. Ao meu querido e admirado pai, Afonso Carvalho Martins, por ter me proporcionado o acesso ao ensino e os valores familiares que hoje me conduzem. À minha mãe, Bernadete Lilia Vianna Martins (in memoriam), por sempre acreditar que seria possível. À minha irmã, Melissa Vianna Martins, por todos os momentos que vivemos e convivemos juntos. Ao meu sogro, Roberto da Silva Campos (in memoriam), pela amizade e pelo apoio de todos os anos. À minha sogra, Ely da Silva Campos, pela sua dedicação. Ao meu amigo e professor orientador Luiz Carlos da Silva Flores, por todos os momentos de debates teóricos e filosóficos que nos proporcionaram a construção desta pesquisa. À Professora Sara Joana Gadotti dos Anjos, pelas valiosas contribuições para realizar este estudo. Ao colega João Batista Ferreira Souza da Silva, pelos incansáveis debates acadêmicos, e aos colegas e professores do programa de Mestrado e Doutorado em Turismo e Hotelaria da UNIVALI, por compartilharem deste momento. Às colegas Jessica Vieira de Souza Meira e Melise de Lima Pereira, pelo apoio na construção desta dissertação. Ao CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), pela bolsa de mestrado concedida. Ao Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Acre IFAC, por ter permitido esse momento de pesquisa, reflexão e construção do conhecimento. A todos que contribuíram direta ou indiretamente, o meu...

MUITO OBRIGADO!

Page 6: COMPETÊNCIAS EMPREENDEDORAS E O …

“A verdadeira descoberta não reside na

procura de novas paisagens, mas na

contemplação do mundo com um olhar

renovado”.

Marcel Proust (escritor francês).

Page 7: COMPETÊNCIAS EMPREENDEDORAS E O …

RESUMO

Esta pesquisa tem como objetivo geral analisar a relação entre as Competências Empreendedoras dos Gestores Hoteleiros e o Comportamento Estratégico adotado por eles. O estudo contou com a participação de 76 respondentes. Para atingir o objetivo proposto, optou-se por uma abordagem de pesquisa quantitativa de objetivos descritivos. A estratégia de pesquisa utilizada foi o levantamento de campo (survey), os gestores hoteleiros responderam a um questionário aplicado online por meio do software surveymonkey e também responderam questionários in loco. Para análise das competências empreendedoras, optou-se pela utilização do modelo de Cooley (1990) identificadas por intermédio do instrumento desenvolvido por Lenzi (2008). Em relação ao comportamento estratégico, o estudo utiliza a tipologia de Miles e Snow (1978) e o instrumento de Blageski Junior (2008). Os resultados indicam que, das dez competências empreendedoras de Colley (1990), as presentes no maior número dos gestores são: comprometimento (80,26%), seguido de persistência (69,73%), posteriormente busca de Informações (65,78%), persuasão e rede de contatos (57,89%), independência e autoconfiança (51,31%), planejamento e monitoramento sistemático (50,0%), estabelecimento de metas, exigência de qualidade e eficiência, ambas em 48,68% dos gestores, seguidos por correr riscos calculados (47,36%), finalizando com a busca de oportunidades e iniciativa (38,15%). Os resultados quanto ao comportamento estratégico apontam uma maior incidência de gestores hoteleiros que adotam o comportamento analítico (40,8%), seguido dos defensivos (27,6%) e prospectores (25,0%). Empreendedores reativos representaram somente (6,6%) da amostra. Por meio da técnica estatística de Análise de Variância (ANOVA), utilizando o software SPSS 22, buscou-se estabelecer a relação entre os constructos a fim de atingir o objetivo da pesquisa. Analisando individualmente as dez competências empreendedoras, observou-se que a presença de nove delas influencia de forma diferente o comportamento estratégico adotado pelos gestores hoteleiros e uma não apresenta significância estatística para sustentar tal afirmação, o que demonstra a influência de forma semelhante no comportamento estratégico. Conclui-se que identificar as competências empreendedoras e o comportamento estratégico adotado pelos gestores hoteleiros reúnem elementos para fortalecer a gestão e criar novas oportunidades para o crescimento do hotel. Palavras-chave: Empreendedorismo. Gestor hoteleiro. Competências empreendedoras. Comportamento estratégico.

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ABSTRACT

This research analyzes the relationship between Entrepreneurial Competencies of Hotel Managers, and the Strategic Behavior adopted by them. A total of 76 respondents took part in the study. To achieve the objective, we chose a quantitative research approach with descriptive goals. The research strategy used was a field survey. The hotel managers responded to a questionnaire applied online using the surveymonkey software, and also completed questionnaires on the spot. For the analysis of entrepreneurial competencies, we opted to use the Cooley (1990) model, identified through the instrument developed by Lenzi (2008). In relation to strategic behavior, the study used the typology of Miles and Snow (1978) and the Blageski Junior instrument (2008). The results indicate that of the ten entrepreneurial competencies of Colley (1990), those present in highest number, among the managers, are: Commitment, (80.26%), followed by Persistence (69.73%), then Information Search (65.78%), Persuasion and Networking in (57.89%), Independence and Self-Reliance (51.31%), Planning and Systematic Monitoring (50.0%), Goal Setting, Quality Demand and Efficiency, both with (48.68%) of the managers, followed by Running Calculated Risks (47.36%), and ending with the Search for Opportunities Initiatives (38.15%). The results for strategic behavior indicate a higher incidence of hotel managers who adopt Analytic behavior (40.8%), followed by Defensive (27.6%) and Prospective (25.0%) behavior. Reactive entrepreneurs represented only (6.6%) of the sample. Through the technique of statistical analysis of variance (ANOVA) using the software SPSS 22 software, we sought to establish the relationship between the constructs in order to achieve the research objective. Analyzing the ten entrepreneurial competencies individually, it was observed that the presence of nine of them influenced the strategic behavior adopted by hotel managers, while in one, there was no statistical significance to support this affirmation. This demonstrates that it has similar influence to strategic behavior. It is concluded that identifying the entrepreneurial competencies and strategic behavior adopted by hotel managers combines elements that can strengthen the management and create new opportunities for the growth of the hotel.

Keywords: Entrepreneurship. Manager Hoteliers, Entrepreneurial Competencies, Strategic Behavior.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Região Turística Costa Verde & Mar 19

Figura 2: Esquema estrutural da dissertação 25

Figura 3: Esquema Conceitual de Competência 31

Figura 4: Ciclo adaptativo 37

Figura 5: Fórmula para cálculo do tamanho da amostra 52

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Conceitos de empreendedor 28

Quadro 2: Modelo de competências 33

Quadro 3: Competências empreendedoras 34

Quadro 4: Tipologia do comportamento estratégico de Miles e Snow (1978) 38

Quadro 5: Regiões turísticas de Santa Catarina 45

Quadro 6: Siglas para as competências empreendedoras 65

Page 11: COMPETÊNCIAS EMPREENDEDORAS E O …

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Quantitativos de hotéis por município 52

Tabela 2: Média das variáveis observáveis para cada competência 67

Tabela 3: ANOVA para BOI x Comportamento estratégico 71

Tabela 4: Teste de LSD para BOI x Comportamento estratégico 72

Tabela 5: ANOVA para CRC x Comportamento estratégico 73

Tabela 6:Teste de LSD para CRC x Comportamento estratégico 73

Tabela 7: ANOVA para EQE x Comportamento estratégico 75

Tabela 8: Teste de LSD para EQE x Comportamento estratégico 75

Tabela 9: ANOVA para PER x Comportamento estratégico 76

Tabela 10: Teste de LSD para PER x Comportamento estratégico 77

Tabela 11: ANOVA para BDI x Comportamento estratégico 78

Tabela 12: Teste de LSD para BDI x Comportamento estratégico 78

Tabela 13: ANOVA para PRC x Comportamento estratégico 79

Tabela 14: Teste de LSD para PRC x Comportamento estratégico 80

Tabela 15: ANOVA para EDM x Comportamento estratégico 81

Tabela 16: Teste de LSD para EDM x Comportamento estratégico 82

Tabela 17: ANOVA para PMS x Comportamento estratégico 83

Tabela 18: Teste de LSD para PMS x Comportamento estratégico 83

Tabela 19: ANOVA para COM x Comportamento estratégico 85

Tabela 20: ANOVA para IAC x Comportamento estratégico 85

Tabela 21: Teste de LSD para IAC x Comportamento estratégico 86

Tabela 22: ANOVA entre as competências empreendedoras e o comportamento estratégico 91

Page 12: COMPETÊNCIAS EMPREENDEDORAS E O …

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1: Gênero dos participantes da pesquisa 60

Gráfico 2: Idade dos participantes da pesquisa 61

Gráfico 3: Grau de Escolaridade dos participantes da pesquisa 62

Gráfico 4: Tempo de trabalho no hotel dos participantes da pesquisa 63

Gráfico 5: Classificação dos hotéis 64

Gráfico 6: Competências empreendedoras presentes nos gestores hoteleiros 66

Gráfico 7: Comportamento estratégico presentes nos gestores hoteleiros 69

Gráfico 8: ANOVA para BOI x Comportamento estratégico 72

Gráfico 9: ANOVA para CRC x Comportamento estratégico 74

Gráfico 10: ANOVA para EQE x Comportamento estratégico 76

Gráfico 11: ANOVA para PER x Comportamento estratégico 77

Gráfico 12: ANOVA para BDI x Comportamento estratégico 79

Gráfico 13: ANOVA para PRC x Comportamento estratégico 81

Gráfico 14: ANOVA para EDM x Comportamento estratégico 82

Gráfico 15: ANOVA para PMS x Comportamento estratégico 84

Gráfico 16: ANOVA para IAC x Comportamento estratégico 86

Gráfico 17: Competências empreendedoras X Comportamento estratégico X Gestores dos hotéis e suas categorias 88

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LISTA ABREVIAÇÕES E SIGLAS

ABIH Associação Brasileira da Indústria Hoteleira

AMFRI Associação dos Municípios da Foz do Rio Itajaí

ANOVA Análise de Variância

B.C. Balneário Camboriú

BDI Busca de Informações

BOI Busca de Oportunidades e Iniciativas

CHA Competências, Habilidades, Atitudes

CITMAR Consórcio Intermunicipal Costa Verde & Mar

CTCLASS Conselho Técnico Nacional de Classificação

COM Comprometimento

COR Correr Riscos Calculados

EDM Estabelecimento de Metas

EFQM European Foundation for Quality Managment

EGEPE Empreendedorismo e Gestão de Pequenas Empresas

EMBRATUR Instituto Brasileiro de Turismo

EQE Exigência de Qualidade e Eficiência

IAC Independência e Autoconfiança

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas

LSD Least Significant Difference

MTUR Ministério do Turismo

OMT Organização Mundial do Turismo

ONU Organização das Nações Unidas

PEMTI Plano de Marketing Turístico Integrado

PER Persistência

PMS Planejamento e Monitoramento Sistemáticos

PNUD Programa das Nações Unidas

PRS Persuasão e Rede de Contatos

SANTUR Secretaria de Estado de Turismo de Santa Catarina

SBCLASS Sistema Brasileiro de Classificação

SBM Sociedade Brasileira de Metrologia

SEBRAE Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas

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USAID Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento

Internacional

WTTC World Travel & Tourism Council

Page 15: COMPETÊNCIAS EMPREENDEDORAS E O …

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 15

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA 15

1.2 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA 20

1.3 OBJETIVOS DA PESQUISA 22

1.4 JUSTIFICATIVA 22

1.5 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO 24

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 26

2.1 EMPREENDEDORISMO 26

2.2 COMPETÊNCIAS EMPREENDEDORAS 30

2.3 COMPORTAMENTO ESTRATÉGICO 36

2.4 GESTÃO HOTELEIRA 39

2.4.1 Classificação Hoteleira no Brasil 46

3 METODOLOGIA 49

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA 49

3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA 50

3.3 PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS 53

3.4 PRÉ-TESTE 56

3.5 TRATAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS 58

4 ANÁLISE DOS RESULTADOS 60

4.1 PERFIL DOS GESTORES HOTELEIROS 60

4.2 IDENTIFICAÇÃO DAS COMPETÊNCIAS EMPREENDEDORAS 65

4.3 IDENTIFICAÇÃO DO COMPORTAMENTO ESTRATÉGICO 69

4.3.1 Relação entre as competências empreendedoras e o comportamento estratégico 70

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 92

REFERÊNCIAS 95

APÊNDICES 107

Page 16: COMPETÊNCIAS EMPREENDEDORAS E O …

15

1 INTRODUÇÃO

Neste capítulo, será abordada a contextualização do tema proposto. Parte-se

da atividade turística mundial, nacional e local e introduzem-se as ações

empreendedoras que ocorrem no ramo hoteleiro, os modelos de comportamento

estratégicos e as competências empreendedoras. Em seguida, será discutida a

problemática que justifica tal investigação.

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA

Dentre os fatores de desenvolvimento econômico e social, cujos aspectos

variam de país para país, de região para região, o Turismo destaca-se no cenário

global como parte inerente e integrante desses fatores. Segundo dados da

Organização Mundial de Turismo (DADOS E FATOS, 2015), entre 2005 e 2013, as

viagens internacionais cresceram, em média, 3,8% ao ano, alcançando o total recorde

de 1.087 milhões de chegadas de turistas em 2013, o que corresponde a um aumento

de 5% comparativamente a 2012. De acordo com as previsões em longo prazo da

OMT, presentes no Tourism Towards 2030, a chegada de turistas internacionais no

mundo crescerá anualmente 3,3% entre 2010 e 2030, superando 1.400 milhões em

2020 e 1.800 milhões em 2030. Também é possível observar, de acordo com dados

apresentados pela OMT, uma variação de 7,46% nas chegadas de turistas no mundo

em 2010, o que representa um forte crescimento do turismo. Devido à crise nos países

europeus, nos anos de 2011 e 2012, houve uma queda da atividade turística.

Entretanto, no ano de 2013, já apresentou um crescimento de 4,98% na variação de

chegadas de turistas no mundo, demonstrando-se, assim, a retomada e o aumento

da atividade turística mundial.

Dessa forma, evidencia-se que a demanda por turismo surge por meio de uma

especificidade própria, consoante às diversas motivações, necessidades e

preferências dos turistas pelo principal produto permanente ou eventual, que imprime

ao núcleo receptor sua vocação turística e seu consequente poder de atração,

permitindo-lhe uma afluência autodeterminada ou dirigida (BENI, 2006).

Para atender essa demanda, é necessário que haja uma infraestrutura

composta de diversos equipamentos, tais como malha viária e rodoviária, segurança,

equipamentos de restauração além de serviços e equipamentos de hospedagem.

Page 17: COMPETÊNCIAS EMPREENDEDORAS E O …

16

O setor hoteleiro tem em sua história diversos momentos significativos. Com o

passar dos anos, a hotelaria moldou-se e agregou serviços para que se formatasse o

conceito atual. De acordo com Castelli (2003), a inovação e a criatividade foram

inseridas e afinadas por meio de desenvolvimentos tecnológicos de produtos e de

serviços. Isso foi essencial para iniciar um processo de padrão de qualidade e

personalidade. O fator humano e a importância dos serviços têm aumentado sua

representatividade dentro da economia mundial. O turismo e a hotelaria têm destaque

marcante por serem um acontecimento social e que abrangem os três setores da

economia, o primário, o secundário e o terciário. A hotelaria completa

substancialmente a atividade turística e vem crescendo enormemente nos últimos

anos.

Independentemente de as organizações serem movidas pela comercialização

de seus produtos ou pela prestação de serviços, elas estão sempre em busca de obter

sua posição no mercado e diferenciar-se perante a concorrência. Os aumentos do

número de competidores no mercado atrelado a um maior nível de exigência por parte

dos consumidores fazem necessário estar atento cada vez mais às práticas de gestão

da qualidade (MARTINS; GARCIA; ANJOS, 2016).

Pensando nesses equipamentos de hospedagem e no desenvolvimento da

atividade turística que já ocorre no estado de Santa Catarina, a proposta deste

trabalho tem o intuito de identificar as competências empreendedoras e o

comportamento estratégico adotados pelos gestores hoteleiros localizados na região

Turística Costa Verde & Mar e Balneário Camboriú.

O consórcio intermunicipal Costa Verde & Mar, denominado pela sigla CITMAR,

é composto por dez municípios, todos eles afiliados à Associação dos municípios do

Vale do Rio Itajaí, representado pela sigla AMFRI, Associação dos Municípios da Foz

do Rio Itajaí. Fundada em 1973, objetiva a integração administrativa, econômica e

social dos seus dez municípios associados, localizados no litoral centro-norte de

Santa Catarina. ara questões de desenvolvimento da pesquisa, adotou-se que o

município de Balneário Camboriú, hora não incluído no consórcio, também foi alvo

deste estudo, e, ainda, tendo em vista que é um dos destinos indutores do turismo na

região, fez parte do universo da investigação, assim como os demais municípios que

compõem o CITMAR: Ilhota, Luís Alves, Balneário Piçarras, Penha, Navegantes,

Itajaí, Camboriú, Itapema, Porto Belo, Bombinhas.

Page 18: COMPETÊNCIAS EMPREENDEDORAS E O …

17

Dessa forma, um grande mercado para empreender-se é apresentado aos

brasileiros, em especial aos catarinenses. De acordo com Schumpeter (1984), o

empreendedor tem grande importância no cenário econômico, devido à geração de

utilizada por ele em 1950, em referência aos termos inovação e mudança, os quais,

para o autor, são os impulsionadores da criação de novos produtos. O ato

empreendedor pode ser interpretado de várias maneiras, e a inovação é a mola

propulsora que impulsiona a ação empreendedora. Ainda, para Schumpeter (1984), o

espírito inovador do empreendedor é fator determinante para o aparecimento de

novos produtos.

Já o termo intraempreendedor é uma livre tradução do termo original, em inglês

intrapreneur, gerado por Gifford Pinchot III, em 1978. A palavra retrata aquele que,

dentro da empresa, assume a responsabilidade de promover a inovação de qualquer

tipo, a qualquer momento, em qualquer lugar da empresa. Nesse sentido, também é

apontado por Pinchot III (2003) como o uso, pela corporação, do talento criativo de

seus funcionários para desenvolver produtos e serviços inovadores para a empresa

(HASHIMOTO, 2006).

O Estado de Santa Catarina é um dos principais destinos turísticos do Brasil,

pois possui uma diversidade de belezas naturais e diversidade cultural. A região

litorânea ainda se destaca por sua rebuscada geografia, um litoral recortado com

costões, praias paradisíacas, ilhas e enseadas, uma fauna marinha que pode ser

observada por meio de trilhas subaquáticas e atividades livres. Todo esse litoral é

muito apreciado e aproveitado para o desenvolvimento dos diversos segmentos da

atividade turística, como o ecoturismo, o turismo de sol e praia, as atividades náuticas,

os esportes aquáticos. O estado ainda possui a Serra Geral e a Serra do Mar,

conhecida por uma colonização europeia, com rotas turísticas estruturadas. Possui

também a mata de araucárias, os campos, as florestas subtropicais, a vegetação

litorânea e a Mata Atlântica. No período sazonal de inverno, devido às baixas

temperaturas e ainda a possibilidade de neve, muitos turistas são atraídos devido a

esses fatores.

Conforme os dados obtidos na secretaria de turismo de Santa Catarina,

atualmente cerca de 45% da população catarinense é descendente de italianos. Em

cidades como Urussanga, Nova Veneza e Nova Trento, enquanto que cidades como

Blumenau, São Pedro de Alcântara e Pomerode são locais onde se evidencia a

Page 19: COMPETÊNCIAS EMPREENDEDORAS E O …

18

influência dos colonizadores germânicos. Cerca de 35% da população catarinense é

descendente de alemães. Os açorianos também deixaram sua marca, principalmente

em cidades litorâneas como Florianópolis, Imbituba, Itajaí e São Francisco do Sul. O

município de Treze Tílias destaca-se por sua colonização austríaca. O estado ainda

possui cerca de 10 mil indígenas que residem em terras catarinenses nas quase 30

reservas espalhadas (SANTUR, 2015)

No meio-oeste catarinense, encontram-se as estações termominerais, como

em Itá e Piratuba, regiões com potencial turístico que foram aproveitadas para

construção de verdadeiros complexos de lazer, sendo seus principais atrativos as

termas. Enquanto que, nas capitais regionais do estado, encontram-se os hotéis

voltados para atender a demanda de negócios e eventos, devido aos centros

comerciais, industriais, administrativos e financeiros. O maior número de

empreendimentos hoteleiros de lazer está concentrado na faixa litorânea catarinense

(SANTOS, 2012).

A região turística Costa Verde & Mar está localizada na foz do rio Itajaí Açu, na

faixa do litoral Centro-Norte do estado de Santa Catarina, conforme o mapa turístico

representado na Figura 1 a seguir:

Page 20: COMPETÊNCIAS EMPREENDEDORAS E O …

19

Figura 1 - Região Turística Costa Verde & Mar

Fonte: Santa Catarina Turismo (2015).

Santa Catarina está localizado no Sul do Brasil, com uma população que

ultrapassa os 6 milhões de habitantes. Com uma área de 95 mil quilômetros

quadrados, é o 20º estado em extensão territorial. Santa Catarina faz divisa com o

Paraná e o Rio Grande do Sul, fronteira com a Argentina e tem 450 quilômetros de

costa oceânica no Atlântico. Essa longa faixa de costa apresenta mata atlântica,

praias, enseadas, rios, costões que proporcionam um grande atrativo natural e

também cultural para o turismo.

Dessa forma, um amplo espaço apresenta-se com relevantes características,

as quais este estudo se propõe discutir. No Estado, localiza-se a região turística Costa

Verde & Mar que é formada pelos Municípios de Balneário Piçarras, Bombinhas,

Camboriú, Ilhota, Itajaí, Itapema, Luís Alves, Navegantes, Penha e Porto Belo. E,

conforme mencionado, para o desenvolvimento deste estudo, adotou-se a inclusão do

município de Balneário Camboriú (B.C.).

Costa Verde & Mar é um roteiro integrado de municípios com uma diversidade

de atrativos turísticos. Cada município oferece uma gama de produtos diferenciados

que vão além das famosas praias catarinenses. Essa diversidade fortalece ainda mais

as atratividades da região para os vários perfis de visitantes, estejam eles

interessados na paisagem litorânea, no ecoturismo, na vida noturna ou nas culturas

estrangeiras, representadas em manifestações culturais, festas, arquitetura e culinária

Page 21: COMPETÊNCIAS EMPREENDEDORAS E O …

20

típica. Assim sendo, nesse contexto, é indiscutível a potencialidade dessa região,

sendo ela capaz de prospectar inúmeros empreendimentos que contribuam com

melhorias na oferta turística, embasados em estudos capazes de elucidar as diversas

possibilidades para a viabilização do processo de desenvolvimento (CABRAL et al.,

2013).

1.2 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA

O turismo é uma atividade dinâmica e que depende de várias outras atividades

para configurar-se como positiva e rentável. O estado de Santa Catarina dispõe de

uma vocação para o desenvolvimento da atividade turística, possuindo uma ampla

oferta de serviços relacionados ao turismo, mas que, muitas vezes, não são

preenchidos pela falta de profissionais capacitados. Serviços de base para o

desenvolvimento da atividade como garçom, camareira, cozinheiro(a), barman, dentre

outros, são de base essencial ao turismo e à hotelaria. Contudo, muitas vezes, a falta

desses profissionais qualificados no mercado de trabalho aparece também como

casos de inserção precária. Dessa precariedade, derivam outras consequências

ligadas à maior rotatividade do emprego e, sobretudo, à ausência de formação

profissional no ambiente de trabalho (ISEP, 2013).

Dessa forma, o gestor dessas unidades hoteleiras necessita desenvolver

estratégias para o bom andamento do negócio, e, principalmente, habilidades

empreendedoras que serão o diferencial para minimizar os impactos gerados pela

falta de mão-de-obra qualificada e a rotatividade dos funcionários. Um empreendedor,

fazendo uso apropriado de suas competências, pode ter mais percepções

estratégicas, oportunidades para inovação, crescimento dos negócios e da prestação

de novos serviços ou produtos (MAN; LAN; SNAPE, 2008).

Muitas empresas iniciam suas atividades pelas necessidades das pessoas em

empreenderem seus novos negócios. No entanto, muitos desses negócios não

sobrevivem ao mercado, por diversos motivos. Às vezes, o empreendedor desiste de

sua iniciativa, pois consegue o tão sonhado emprego, aquele nos moldes tradicionais;

e, outras vezes, sucumbi, pois não possui as habilidades e competências necessárias

para gerir o negócio.

As organizações turísticas têm enfrentado mudanças cada vez mais intensas e

rápidas, de diversas naturezas, em decorrência da competitividade causada pela

Page 22: COMPETÊNCIAS EMPREENDEDORAS E O …

21

globalização da economia. Por esse motivo, a mudança de seus gestores e demais

envolvidos no processo de entrega do produto turístico é de fundamental importância

(MEIRA; ANJOS, 2014b).

Nos últimos tempos, o mundo vem passando por transformações em diversas

dimensões: sociais, ambientais, políticas, religiosas, tecnológicas entre outros

aspectos. Muitas empresas têm procurado renovar-se com o objetivo de acompanhar

essas transformações. No setor hoteleiro não é diferente, pois as exigências do

consumidor são cada vez maiores e a globalização dos mercados provoca uma

necessidade de oferta de produtos e serviços de melhor qualidade e diferenciados,

em que modelos antigos se tornam obsoletos, sendo necessários modelos novos

flexíveis, ágeis e adaptados com respostas às demandas impostas para poder

sobreviver.

O empreendedorismo tem sido uma dessas respostas, pois torna-se um grande

aliado para o desenvolvimento e a manutenção da empresa. No entanto, de que forma

o gerente geral pode traçar estratégias de adaptação para o futuro? Como os gestores

locais visualizam o empreendedorismo dentro do seu negócio, e quais fatores

inovadores são apresentados para a equipe? Conforme Bernardi (2011), inovações

ocorrem por ideias, não necessariamente do gênio, mas sim por observação e

pesquisa consciente e consistente na busca de oportunidades aliando observação,

percepção e criatividade. As inovações podem ser tecnológicas ou uma forma de

adaptação no seu modelo de gestão, experimentando e implantando novos processos

organizacionais, diferenciais em seus produtos e serviços, desprendendo-se do antigo

e dando espaço ao novo. Em um mercado cada vez mais exigente, os funcionários

tornam-se parceiros na busca da superação dos desafios, uma porta que se abre para

a reinvenção na forma de agir e na implementação de uma cultura empreendedora

dentro da organização.

Considerando a diversificada oferta de unidades hoteleiras e sua concorrência,

qual o tipo de comportamento estratégico, de acordo com os quatro tipos do modelo

de Miles e Snow (1978), é desenvolvido pelos gestores hoteleiros? Como as

competências empreendedoras propostas por Cooley (1990) influenciam nesses

modelos de comportamentos? Com esse cenário apresentado, define-se o problema

de pesquisa que serve de motivação para o desenvolvimento deste trabalho: Qual o

conjunto de competências empreendedoras presentes nos gestores hoteleiros e a

conduta de comportamento estratégico por eles desenvolvida?

Page 23: COMPETÊNCIAS EMPREENDEDORAS E O …

22

1.3 OBJETIVOS DA PESQUISA Com a finalidade de encontrar as possíveis respostas ao problema

apresentado, a seguir serão discutidos e apresentados os objetivos, divididos em geral

e específicos.

Objetivo geral:

Analisar as competências empreendedoras e o comportamento estratégico dos

gestores hoteleiros.

Objetivos específicos:

Mensurar as competências empreendedoras dos gestores hoteleiros.

Identificar a conduta do comportamento estratégico desenvolvido por esses

gestores.

Relacionar a presença das competências empreendedoras predominantes em

relação aos tipos de comportamento estratégico praticados pelos gestores

hoteleiros.

1.4 JUSTIFICATIVA

Para justificar a motivação desta investigação, é necessário entender o que é

Empreendedorismo egundo Dornelas (2012, p. 29), [...] o empreendedor é aquele

que detecta uma oportunidade e cria um negócio para capitalizar sobre ela, assumindo

riscos calculados O estudo do empreendedorismo surge de uma perspectiva

puramente econômica, por meio dos trabalhos de autores como Richard Cantillon

(2003), Jean Baptiste Say (2011) e Joseph Schumpeter (1928, 1949). O estudo

passou a contar, a partir das décadas de 1960 e 1970, com pensadores

comportamentalistas que contrapunham a visão racionalista que imperava até então,

adicionando fatores comportamentais dos empreendedores ao campo de estudo.

Desses pesquisadores, McClelland (1961, 1965a, 1965b, 1971) destacou-se e suas

obras tornaram-se seminais no campo de estudo (BEHLING, 2015).

No entanto, justifica-se a abordagem sobre as atitudes empreendedoras e

sobre o empreendedorismo corporativo ou intraempreendedorismo, como também é

conhecido, isto é, o desenvolvimento do empreendedorismo dentro da empresa. Para

Page 24: COMPETÊNCIAS EMPREENDEDORAS E O …

23

Dornelas (2008, p. 38): Corporativo é o processo pelo qual um

indivíduo ou um grupo de indivíduos, associados a uma organização existente, criam

uma nova organização ou instigam a renovação ou inovação dentro da organização

. Ainda, segundo o autor: Empreendedores Corporativos são os indivíduos

ou grupos de indivíduos agindo independentemente ou como parte do sistema

corporativo, os quais criam as novas organizações ou instigam a renovação ou

inovação dentro de uma organização existente (DORNELAS, 2008, p. 38).

Após os estudos de McClelland, Cooley (1990) desenvolveu um conjunto de

dez competências empreendedoras amplamente utilizadas por organizações, como o

Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e o Serviço Brasileiro

de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE) em programas de

desenvolvimento do empreendedorismo (MORALES, 2004; ZAMPIER; TAKAHASHI,

2011). E, ainda, buscando observar o comportamento estratégico das organizações,

Miles e Snow (1978) desenvolveram uma tipologia que permite compreender a

adequação das organizações, amortizando seus padrões de comportamento a quatro

tipos de conduta, que respondem de forma diferente a questões como a definição dos

mercados alvo, estrutura organizacional e assuntos operacionais. Esses modelos de

comportamento são: o prospector, o analítico, o defensivo e o reativo. Ainda é possível

ressaltar a associação entre os tipos de comportamento estratégico de Miles e Snow

(1978) e as competências empreendedoras de Cooley (1990) (BEHLING, 2015).

Assim sendo, conforme já foram abordadas na introdução, as empresas

buscam estratégias de adaptação aos novos desafios no setor hoteleiro e à inovação.

Justifica-se, portanto, verificar se os gestores locais têm essa percepção e essa

cultura dentro da empresa, pois é uma forma de se antecipar as mudanças e os novos

caminhos a trilhar, fortalecendo o desenvolvimento da atividade econômica do

turismo.

A região turística da Costa Verde & Mar é uma das principais localizações que

atraem o turista no Estado. Devido a sua posição geográfica posicionada na faixa

litorânea e sua diversificada infraestrutura, dispõe de vários equipamentos turísticos

com diferentes acessos terrestres, aéreos e marítimos. Contando com 261

modalidades diversas de meios de hospedagem, sobressai-se os 1.630

estabelecimentos de hospedagem do estado de Santa Catarina, conforme pesquisa

no site Trip Advisor, ou seja, é a maior representação dos meios de hospedagem

dispostos nas 10 regiões turísticas constituídas no Estado.

Page 25: COMPETÊNCIAS EMPREENDEDORAS E O …

24

Mello et al. (2010) afirmam que as pesquisas sobre empreendedorismo no país

ainda parecem incipientes, pois fornecem poucos subsídios a programas de incentivo

público do empreendedorismo. Borges et al. (2013) reforçam tal achado. Os autores

analisaram os 591 artigos publicados até o ano de 2011. Nas seis edições anteriores

do Encontro de Estudos sobre Empreendedorismo e Gestão de Pequenas Empresas

23 (EGEPE), um dos principais eventos na área de pesquisa em empreendedorismo

no Brasil, os pesquisadores constataram a quase inexistente prática da academia em

apresentar recomendações que possam alimentar as políticas públicas de incentivo

ao empreendedorismo por meio dos órgãos governamentais e de apoio. Segundo os

autores, esse é um cenário preocupante, já que a academia deveria ser um celeiro de

conhecimentos que ajudem o governo e as organizações de apoio ao

empreendedorismo na formulação de políticas públicas que fomentem a atividade

empreendedora.

Dessa forma, almeja-se que os resultados obtidos a partir desta pesquisa

possam evidenciar a importância da criação de programas de apoio ao

empreendedorismo no país, sobretudo no que tange o desenvolvimento de

Competências Empreendedoras como uma forma de aprimorar a gestão dos

hoteleiros.

A temática hotelaria, pelo aumento do número de concorrentes nacionais e

internacionais no Brasil, ou pelo volume de receitas, necessita de atenção quanto ao

desenvolvimento de pesquisas voltadas à gestão da excelência e às consequências

que ela pode causar no processo de prestação de serviços (MEIRA; ANJOS, 2014a).

1.5 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO

Este trabalho foi composto por cinco etapas (Figura 2). A primeira referente à

contextualização do tema, o problema de pesquisa, bem como seus objetivos geral e

específicos. A justificativa do estudo destaca a importância e a relevância do trabalho

em relação a outras pesquisas já realizadas com o tema e o objeto.

Em seguida, foi realizado um levantamento bibliográfico para dar sustentação

teórica à investigação, destacando os conteúdos de comportamento estratégico,

competência empreendedora, setor hoteleiro e sua classificação.

A terceira parte demonstra os procedimentos metodológicos, a tipologia da

pesquisa, o delineamento de método e as estratégias de pesquisa. Os procedimentos

Page 26: COMPETÊNCIAS EMPREENDEDORAS E O …

25

de escolha da população, a amostra e os critérios de levantamento de dados. São

detalhados as partes do instrumento de pesquisa, o tratamento dos dados e posterior

análise.

A quarta parte é reservada aos resultados da pesquisa que descreverá o perfil

do empreendedor hoteleiro, suas competências empreendedoras, comportamento

estratégico por meio de métodos estatísticos descritivos e verificará as relações entre

suas variáveis por meio do método estatístico ANOVA (Análise de Variância).

No último capítulo, apresentam-se as considerações finais que descrevem o

alcance dos objetivos, a resposta ao problema de pesquisa, a aplicabilidade e a

consistência do referencial teórico, dos procedimentos metodológicos, e uma síntese

dos resultados. Conclui-se com as limitações e as propostas de novos estudos sobre

o tema.

Figura 2 - Esquema estrutural da dissertação

Fonte: Elaborada pelo autor.

Primeira etapa: referente à

contextualização do tema, o

problema de pesquisa, bem

como seus objetivos gerais e

específicos.

Segunda Etapa: levantamento

bibliográfico para dar sustentação

teórica à investigação,

destacando os conteúdos de

comportamento estratégico, competência

empreendedora, setor hoteleiro e

sua classificação

Terceira etapa: procedimentos metodológicos,

tipologia da pesquisa, delineamento de

método e estratégias de pesquisa.

Quarta etapa: resultados - descrição

do perfil do empreendedor hoteleiro, suas competências

empreendedoras, comportamento

estratégico e verificação das

relações entre suas variáveis por meio do

método estatístico ANOVA (Análise de

Variância).

Quinta Etapa: considerações finais

irão descrever o alcance dos objetivos,

a resposta ao problema de pesquisa,

a aplicabilidade e a consistência do

referencial teórico, dos procedimentos

metodológicos, e uma síntese dos resultados.

Page 27: COMPETÊNCIAS EMPREENDEDORAS E O …

26

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Este capítulo aborda o tema empreendedorismo. Em seguida, busca-se

contextualizar as competências empreendedoras, finalizando com a abordagem dos

conceitos de estratégia e com a apresentação das características da tipologia

desenvolvida por Miles e Snow (1978) para o estudo do comportamento estratégico

das organizações. Objetiva-se, assim, com base na revisão da literatura e a

delimitação dos conceitos abordados, a formação do embasamento teórico, para o

desenvolvimento desta investigação que irá relacionar: as competências

empreendedoras e o comportamento estratégico dos gestores hoteleiros localizados

na região turística Costa Verde & Mar.

2.1 EMPREENDEDORISMO

Para entender o termo empreendedorismo , buscou-se, em princípio, a raiz da

palavra, ou seja, sua etimologia. Empreendedorismo vem da palavra italiana impresa,

que significa atividade a que uma pessoa se dedica , e do termo em latim

emprehendere: Em- - Prehendere, que significa pegar, capturar, levar diante

de si, segurar (ORIGEM DA PALAVRA, 2015).

Boava e Macedo (2011) analisaram a teoria econômica e a história do

empreendedorismo. Schumpeter (1949) observou que Adam Smith (1985), David

Ricardo (1817) e John Stuart Mill (1983) fizeram considerações sobre o

empreendedorismo, porém sob o espectro do termo em inglês business

management gestão de negócios). Mill (1983) salienta que o empreendedorismo

não exige nenhuma habilidade. Ele relata o fato de não haver nenhuma palavra em

inglês para abranger o significado específico do termo francês entrepreneur. A origem

do termo é do latim imprehendere, que consiste em prender nas mãos, assumir, fazer.

Um primeiro registro de entrepreneur em língua inglesa foi em 1475, designando

alguém que se responsabiliza por algo, um gerente, um controlador ou campeão em

batalhas. A palavra possui conotações de coragem e liderança. Em 1828, aparece o

significado de alguém que dirige ou administra entretenimentos musicais.

Modernamente significa, entre outras coisas, alguém que se responsabiliza por um

negócio; uma pessoa que possua e/ou administre um negócio, assumindo o risco de

lucrar ou perder.

Page 28: COMPETÊNCIAS EMPREENDEDORAS E O …

27

Outros estudiosos do tema, como Stevenson e Jarillo (1990), ambos

professores da Harvard Business School, também classificaram os estudos de

empreendedorismo em três linhas. A primeira constituída por economistas; a segunda,

por psicólogos e sociólogos; e, por último, a terceira composta pelos administradores.

Os economistas têm seu interesse nos resultados das ações empreendedoras e não

apenas no empreendedor e suas ações. Já os psicólogos e sociólogos destacam o

empreendedor como indivíduo, verificando seu passado, suas motivações, seu

ambiente e seus valores. A terceira linha é estabelecida por administradores e busca

conhecer suas habilidades gerenciais e administrativas, a forma como conseguem

atingir seus objetivos, seus procedimentos, técnicas e ferramentas, o processo de

tomada de decisão, a maneira de resolver problemas e todo o ferramental utilizado

(HASHIMOTO, 2006).

De acordo com autores que debatem sobre o conceito de empreendedorismo

e ainda a diversidade de áreas do conhecimento que discutem sobre o tema, tais como

a psicologia, a filosofia, a economia, a medicina, a administração, entre outras ciências

que trazem suas contribuições de acordo com suas abordagens, destacam-se aqui

algumas definições. Segundo Lenzi ( [...] empreendedorismo é o fenômeno de

desenvolvimento econômico, social e comportamental que move os empreendedores

Já,

para os autores Souza, Trindade e Freire (2010), o empreendedorismo conceitua-se

como um processo de procura de oportunidades que satisfaça necessidades e

desejos por meio da inovação. Empreender envolve iniciar um negócio, organizar os

recursos necessários e assumir seus riscos, suas ameaças e suas recompensas.

A evolução histórica do conceito do empreendedor resume-se conforme o

Quadro 1 a seguir.

Page 29: COMPETÊNCIAS EMPREENDEDORAS E O …

28

Quadro 1 - Conceitos de empreendedor AUTOR CONCEITO

Cantillon (2003) O empreendedor como homem em busca de oportunidades de negócios que encontra no ato de comprar e vender a incerteza da obtenção do retorno esperado.

Say (2011) Transfere recursos de atividades que não geram rendimentos satisfatórios para outras, em que a possibilidade de ganhos é maior.

Schumpeter (1928, 1949) Associa o empreendedor à inovação, por meio da criação de novas combinações de fatores de produção e recursos existentes.

McClelland (1961, 1965) Entende o empreendedor como um ser com alto grau de necessidade de realização, ativo, realizador e que demanda esforço na superação de metas individuais.

Timmons (1978) Afirma que a necessidade de realização e uma série de características do empreendedor podem ser desenvolvidas com treinamento.

Araújo (1988) O empreendedor é alguém que assume riscos no processo de iniciar um negócio independente, baseado na inovação sistemática.

Stevenson e Jarillo (1990) Variáveis ambientais também são relevantes, não no sentido de que elas abrem oportunidades para explorar as ineficiências de mercado, como na visão dos economistas, mas, também, no sentido de que diferentes ambientes são mais ou menos condutivos ao empreendedorismo e podem ser mais favoráveis ao sucesso do novo empreendimento.

Harrel (1994) Vê o empreendedorismo como uma característica nata, sob a qual o ambiente pouco interfere.

Cossette e Audet (1994) Estudam os empreendedores a partir de mapas cognitivos que representam o processo de formulação de estratégias e tomada de decisão do empreendedor.

Morris, Lewis e Sexton (1994) Pessoa que cria um novo negócio, baseado na inovação de produtos e mercados para aproveitar oportunidades lidando com o risco envolvido.

Hamel e Prahalad (1997) A criatividade do empreendedor permite que esse supere a limitação de recursos, tirando o melhor proveito destes.

Miner (1998) O empreendedor adapta-se ao contexto em que vive e evolui com as mudanças de seu meio. Identifica quatro tipos de empreendedor: o realizador, o supervendedor, o autêntico gerente e o gerador de ideias.

Fillion (1999) Uma pessoa criativa, com capacidade de estabelecer e atingir objetivos que mantém alto nível de consciência do ambiente em que vive, usando-a para detectar oportunidades de negócios.

Drucker (2001) Cria novas oportunidades em mercados ainda não explorados, encontrando nichos especializados.

Page 30: COMPETÊNCIAS EMPREENDEDORAS E O …

29

AUTOR CONCEITO Dornelas (2001) Pensa em algo que revolucione, crie, transforme, inove e que

transforme sonhos em realidade.

Dutra (2002) Empreendedor é o indivíduo que tem o desejo e intenta a realização de um negócio de sucesso, com objetivo de atender um mercado inexplorado ou insatisfeito.

Angelo (2003) É a criação de valor por pessoas e organizações trabalhando juntas para implementar uma ideia por meio da aplicação de criatividade, capacidade de transformação e o desejo de tomar aquilo que comumente se chamaria de risco.

Sohn, Lenzi e Kiesel (2004) Aquele que faz as coisas acontecerem por meio da capacidade de identificar oportunidades de mercado e da aguçada sensibilidade financeira e de negócios.

Cunha e Santos (2006) A criação e a inovação são necessidades constantes quando o objetivo é satisfazer os clientes e prospectar novas oportunidades de mercado.

Rodrigues et al. (2007) A exploração de novas oportunidades com os recursos disponíveis é a principal característica da capacidade empreendedora.

Teece (2007) Perceber e entender oportunidades no mercado e adaptar a empresa internamente para tirar proveito delas.

Camargo, Cunha e Bulgacov

(2008)

O indivíduo empreendedor continuamente introduz novas combinações de produção. Deixa de sê-lo quando se torna um mero administrador de rotinas.

Barros e Pereira (2008) Desenvolvedor de mercados a partir da competitividade criada com a geração de novos negócios.

Fischer, Nodari e Feger (2008) Possui capacidade de iniciativa, habilidade de reorganizar mecanismos sociais e econômicos, transformando recursos com a disposição em aceitar o risco ou o fracasso do negócio.

Rodrigues, Maccari e Pereira

(2009)

A resiliência é a capacidade de a empresa manter sua participação de mercado e desempenho financeiro independentemente do volume de competição que enfrenta, desenvolvendo um rol de capacidades internas que se resumem na habilidade de auto renovação por meio da inovação constante.

Hisrich, Peters e Shepherd

(2009)

Destacam a iniciativa, a organização e a reorganização dos mecanismos sociais e econômicos além do aceite do risco ou fracasso do empreendimento como principais características do empreendedor.

Filion e Lima (2010) O processo empreendedor serve, sobretudo, para a realização das pessoas que o sustentam: o empreendedor e aqueles à sua volta.

Fiorin, Mello e Machado

(2010)

Os empreendedores criam valor a partir das oportunidades que identificam em um mercado a ser explorado.

Continuação

Page 31: COMPETÊNCIAS EMPREENDEDORAS E O …

30

AUTOR CONCEITO Souza, Trindade e Freire

(2010)

Busca de oportunidades que satisfaçam necessidades e desejos por meio da inovação.

Carmona, Guimarães e

Rodrigues (2012)

A resiliência está ligada à adaptação positiva: as organizações devem estar preparadas para combinar habilidades, recursos e competências e tirar proveito de oportunidades imprevistas.

Siqueira, Rocha e Telles

(2013)

O indivíduo com capacidade empreendedora identifica oportunidades e negócios, que podem ser conduzidos de maneira formal ou informal.

Hitt, Ireland e Hoskisson

(2013)

Indivíduos que atuam de forma independente ou como parte de uma organização e que veem uma oportunidade empreendedora e assumem os riscos para desenvolver uma inovação e colocá-la em prática.

Gomes, Lima e Cappelle

(2013)

Ações empreendedoras proporcionam inovações radicais ou incrementais geradas pelo oferecimento de novos serviços/produtos ou por meio de mudanças administrativas e implantação de novos processos e percebidas pelo meio.

Faia, Rosa e Machado (2014) Alerta empreendedor: explica como as oportunidades de mercado são percebidas pelo empreendedor e por que alguns empreendedores percebem as oportunidades e outros não.

Fonte: Elaborado pelo autor com base em Behling (2015).

A dimensão da abordagem sobre o tema e a falta de clareza na conceituação

do empreendedor advêm da existência de três enfoques distintos na literatura: a

comportamental, que trata do perfil do empreendedor; a relacional, que estuda as

competências do empreendedor e sua relação com a organização; e a abordagem

econômica, que relaciona o empreendedorismo à economia, por meio dos processos

de inovação e risco (COSTA; BARROS; CARVALHO, 2011).

2.2 COMPETÊNCIAS EMPREENDEDORAS

Competência é entendida como a capacidade de enfrentar situações e

acontecimentos intrínsecos a um campo profissional, com iniciativa e

responsabilidade, segundo uma inteligência prática sobre o que está ocorrendo e com

capacidade para coordenar-se com outros atores na mobilização de suas capacidades

(ZARIFIAN, 1999).

O termo competência foi conceituado por Fleury e Fleury (2001, p. 188) como

[...] um saber agir responsável e reconhecido, que implica mobilizar, integrar,

Continuação

Page 32: COMPETÊNCIAS EMPREENDEDORAS E O …

31

transferir conhecimentos, recursos e habilidades, que agreguem valor econômico à

Há também a questão do querer fazer, pois as competências são realmente

realizadas quando atribuídas de um sentido que se refere ao significado que confere

a um determinado propósito ou fato a enfrentar (SOUZA; TEIXEIRA, 2013).

Assim sendo, pode-se dizer que a competência é a mobilização dos saberes,

pois somente com tal articulação o tripé da competência será executado. Tal tripé

pode ser definido como o saber ser , que são os valores e as atitudes; os

conhecimentos científicos, o saber ; e o saber , que seriam as habilidades do

indivíduo, conforme demonstrado na Figura 3 a seguir.

Figura 3 - Esquema Conceitual de Competência

Fonte: Elaborada pelo autor com base em Fleury e Fleury (2001).

Antonello (2005) definiu competência empreendedora como um conjunto de

conhecimentos, habilidades e atitudes (CHA), que proporcionam a um indivíduo

imprimir sua visão, estratégias e ações na criação de valor (tangíveis ou intangíveis)

para a sociedade. A autora argumenta ainda que as competências necessárias ao

completo desempenho do papel empreendedor mudam com o contexto de cada

negócio, portanto o empreendedor deve desenvolver mais uma competência

denominada de (ZAMPIER, 2010).

Feuerschütte e Godoi (2007) estudaram a competência sob uma perspectiva

dinâmica, ou seja, a competência expressa na ação. As autoras objetivaram

caracterizar as competências de empreendedores do setor hoteleiro, por meio da

aproximação às suas experiências e atuação à frente do empreendimento. As

Valores e Atitudes

"Saber Ser"

Habilidades "Saber Fazer"

Page 33: COMPETÊNCIAS EMPREENDEDORAS E O …

32

pesquisadoras realizaram entrevistas com cinco empreendedores do ramo de

hotelaria do estado de Santa Catarina. Elas identificaram três grupos de

competências: a) competências relativas às características pessoais do

empreendedor, tais como: recursos emocionais, aptidões ou qualidades, desejos e

expectativas, aprimoramento contínuo e a história da família; b) competências

relativas à gestão do empreendimento: uso das experiências na gestão; associação

de conhecimentos e experiências anteriores; prática do acompanhamento, da

intervenção e da avaliação sistemática; c) competências relacionadas ao

empreendimento e seu contexto: capacidade do empreendedor de identificar no

ambiente as possibilidades de negócio e de buscar informações e saber analisar

tendências (oportunidade), e articulação e formação de redes para resolver problemas

comuns, administrar conflitos, negociar sobre bases de confiança e uso da verdade

(relacionamento) (ZAMPIER, 2010).

No Brasil, outro estudo que vale destacar é dos autores Teixeira e Morrison

(2004), que analisaram o desenvolvimento dos empresários em empreendimentos de

pequeno porte do setor hoteleiro de Sergipe e enfocaram o processo de

aprendizagem, por meio da análise das competências percebidas como necessárias

ao desempenho dos negócios, das necessidades de treinamento e aprendizagem e

como as redes de relacionamento interferem no processo. Foram realizadas

entrevistas com cerca de 30 donos de hotéis de pequeno porte. No estudo, reforçam-

se as comprovações observadas na literatura relacionadas às dificuldades quanto às

formas de aquisição e de desenvolvimento das competências dos empreendedores,

além de delimitar-se estímulos para o processo de aprendizagem contínua (HONMA;

TEIXEIRA, 2011).

Em 1983, a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional

(United States Agency for International Development - USAID) financiou uma pesquisa

em três países subdesenvolvidos: Equador, na América Latina; Malawi, na África; e

Índia, na Ásia, para identificar características empreendedoras pessoais, isto é,

competências adequadas para prever a criação e o sucesso de negócios em

diferentes culturas. O objetivo do estudo era multiplicar e ampliar a aplicação dos

conhecimentos sobre motivação usando a metodologia de mensuração de

competências desenvolvida por Lyle Spencer e David McClelland (LIZOTE, 2013).

De acordo com Lenzi (2008), algumas pesquisas já foram consolidadas com

base nos estudos de Jung (1991), Spencer Jr. e Spencer (1993) e Cooley (1990) com

Page 34: COMPETÊNCIAS EMPREENDEDORAS E O …

33

empreendedores independentes, porém sem associação à atividade de

empreendedores corporativos. Morales (2004) estudou essa correlação e averiguou

que, para o grupo pesquisado, não houve significativa relação entre as duas

abordagens. No entanto, o autor afirma que, do ponto de vista teórico, há uma grande

complementaridade entre os dois estudos. Spencer Jr. e Spencer (1993) dizem que

as competências são classificadas em diversos níveis e alguns pontos são mais

ocultos e outros mais perceptíveis. Segundo os autores, os conhecimentos e as

habilidades são mais bem desenvolvidos, enquanto traços de personalidade e

motivação são mais complicados para mensurar-se ou desenvolver (LENZI, 2008).

Quadro 2 - Modelo de competências REALIZAÇÃO

Iniciativa. Vê e aproveita oportunidades. Persistência. Busca de Informações. Interesse pela alta qualidade do trabalho. Comprometimento com contratos de trabalho. Orientação para eficiência.

PENSAMENTO E RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS

Planejamento Sistemático. Solução de Problemas.

MATURIDADE PESSOAL

Autoconfiança. Perícia. Reconhece suas limitações.

INFLUÊNCIA

Persuasão. Uso de estratégias de influência.

DIREÇÃO E CONTROLE

Assertividade. Monitoramento.

ORIENTAÇÃO PARA OS OUTROS

Credibilidade, integridade e sinceridade. Preocupação com o bem-estar dos empregados. Reconhecimento da importância de relacionamentos

comerciais. Providencia treinamento para os empregados.

COMPETÊNCIAS ADICIONAIS Formação de capital (apenas em Malawi). Preocupa-se com a imagem dos produtos e serviços

(apenas no Equador). Fonte: Elaborado pelo autor com base em Spencer Jr. e Spencer (1993).

As pesquisas da área de administração vêm buscando incorporar as

considerações acerca do perfil empreendedor ao contexto das competências. No

Quadro 3 a seguir foi dada ênfase em algumas competências identificadas em

empreendedores, ressaltando as características de ação de cada uma delas. A partir

desse modelo, Cooley (1990) desenvolveu outro e o expôs no seminário para

Page 35: COMPETÊNCIAS EMPREENDEDORAS E O …

34

fundadores de empresas do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento

(PNUD) e que hoje serve de base para programas de capacitação e de

empreendedores, como o Programa para empresários e futuros empreendedores

(EMPRETEC), operacionalizado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas

Empresas (SEBRAE) (LENZI, 2008; LIZOTE, 2013; BEHLING, 2015).

Cooley (1990) adicionou três características (estabelecimento de metas, risco

moderado e independência) às vinte características básicas de Spencer Jr. e Spencer

e, posteriormente, consolidou as vinte e três características em dez competências

empreendedoras em função da combinação e sobreposição de certos atributos. O

conjunto final das dez competências empreendedoras e suas características de ação,

propostas por Cooley (1990), é apresentado no Quadro 3 a seguir.

Quadro 3 Competências empreendedoras CONJUNTO DE REALIZAÇÃO

Busca de oportunidades e iniciativa:

Faz coisas antes de solicitado ou antes de forçado pelas circunstâncias.

Age para expandir o negócio a novas áreas, produtos ou serviços.

Aproveita oportunidades fora do comum para começar um negócio, obter financiamentos,

equipamentos, terrenos, local de trabalho ou assistência.

CONJUNTO DE REALIZAÇÃO

Correr riscos calculados:

Avalia alternativas e calcula riscos deliberadamente.

Age para reduzir os riscos ou controlar os resultados.

Coloca-se em situações que implicam desafios ou riscos moderados.

Exigência de qualidade e eficiência:

Encontra maneiras de fazer as coisas melhor e/ou mais rápido, ou mais barato.

Age de maneira a fazer coisas que satisfazem ou excedem padrões de excelência.

Desenvolve ou utiliza procedimentos para assegurar que o trabalho seja terminado a tempo ou que

o trabalho atenda a padrões de qualidade previamente combinados.

Persistência:

Age diante de um obstáculo.

Age repetidamente ou muda de estratégia a fim de enfrentar um desafio ou superar um obstáculo.

Assume responsabilidade pessoal pelo desempenho necessário para atingir as metas e os

objetivos.

Comprometimento:

Faz um sacrifício pessoal ou despende um esforço extraordinário para complementar uma tarefa.

Page 36: COMPETÊNCIAS EMPREENDEDORAS E O …

35

Colabora com os empregados ou se coloca no lugar deles, se necessário, para terminar um

trabalho.

Esforça-se para manter os clientes satisfeitos e coloca em primeiro lugar a boa vontade em longo

prazo, acima do lucro em curto prazo.

CONJUNTO DE PLANEJAMENTO

Busca de informações:

Dedica-se pessoalmente a obter informações de clientes, fornecedores e concorrentes;

Investiga pessoalmente como fabricar um produto ou fornecer um serviço

Consulta os especialistas para obter assessoria técnica ou comercial.

Estabelecimento de metas:

Estabelece metas e objetivos que são desafiantes e que tem significado pessoal.

Define metas em longo prazo, claras e específicas.

Estabelece metas em curto prazo, mensuráveis.

Planejamento e monitoramento sistemáticos:

Planeja dividindo tarefas de grande porte em subtarefas com prazos definidos.

Constantemente revisa seus planos levando em conta os resultados obtidos e as mudanças

circunstanciais.

Mantém registros financeiros e utiliza-os para tomar decisões.

CONJUNTO DE PODER

Persuasão e rede de contatos:

Utiliza estratégias deliberadas para influenciar ou persuadir os outros.

Utiliza pessoas chave como agentes para atingir seus próprios objetivos.

Age para desenvolver e manter relações comerciais.

Independência e autoconfiança:

Busca autonomia em relação às normas e aos controles de outros.

Mantém seu ponto de vista, mesmo diante da oposição ou de resultados inicialmente

desanimadores.

Expressa confiança na sua própria capacidade de completar uma tarefa difícil ou de enfrentar um

desafio.

Fonte: Elaborado pelo autor com base em Cooley (1990).

O trabalho de Cooley (1990), que derivou em uma tipologia que permite de

maneira simples a identificação das competências empreendedoras, ganhou ênfase

na academia (LENZI, 2008; ZAMPIER; TAKAHASHI; FERNANDES, 2012; LIZOTE,

2013; BELLI; 2014; BEHLING, 2015). Essa metodologia foi adotada por Lenzi (2008)

e Lenzi et al. (2011) que desenvolveram um instrumento, testado em pesquisas de

mestrado e doutorado, para identificação das competências empreendedoras de

Cooley (1990) em estudos com empreendedores corporativos ou independentes.

Continuação

Page 37: COMPETÊNCIAS EMPREENDEDORAS E O …

36

Esse instrumento foi adaptado e replicado no presente estudo para identificar as

competências empreendedoras presentes em gestores hoteleiros da região onde

estão localizados os municípios da região turística Costa Verde & Mar e B.C.

2.3 COMPORTAMENTO ESTRATÉGICO

Os trabalhos de Rosseto, Verdinelli e Carvalho (2011), pautados em Miles e

Snow (1978), Milliken (1987), Miller e Dess (1993) e Mintzberg (1995), evidenciam que

as organizações devem buscar modelos de comportamentos que possibilitem a

congruência entre a estrutura, a forma de condução e os fatores contingenciais

internos e externos.

Outro trabalho embasado em Miles e Snow (1978) foi o de Conant, Mokwa e

Varadarajan (1990). Para esses autores, embora haja muitas obras que têm

conhecimento sobre os arquétipos estratégicos, ainda há uma necessidade de mais

pesquisas na área, especialmente porque muitas das investigações procuraram

excluir de sua análise o tipo reativo (HÉKIS et al., 2013).

Outros autores que merecem destaque são Zahra e Pierce II (1990), que

verificaram que a tipologia de Miles e Snow (1978) é uma das estratégias de negócios

mais populares de nível de classificações. Muita atenção, portanto, é dada ao exame

da validade da pesquisa que utilizou na sua defesa. Zahra e Pierce II (1990) realizaram

uma revisão de estudos sobre o uso da tipologia incidindo sobre quatro questões, na

identificação da natureza dos tipos estratégicos, testando as predições tipológicas em

ciclo de adaptação , o elo entre estratégia, ambiente e

diferenças de desempenho entre tipos estratégicos (HÉKIS et al., 2013).

Miles e Snow (1978) desenvolveram a tipologia de comportamentos

estratégicos baseada nas decisões comumente adotadas pelos seus decisores em

relação aos três problemas que eles chamaram de ciclo adaptativo. O ciclo adaptativo

é o processo vivido pela organização ao lidar com os problemas empresariais,

administrativos e de engenharia.

Esses padrões de comportamento estratégico surgem da diferença com que a

organização responde a três problemas: o problema empreendedor, ou a definição do

produto e do mercado alvo que a empresa visa atender; o problema de engenharia,

ou o desenvolvimento de um sistema apto a atender operacionalmente o problema

empreendedor; e o problema administrativo, relacionado à estrutura organizacional.

Page 38: COMPETÊNCIAS EMPREENDEDORAS E O …

37

O conjunto desses três problemas compõe o que os autores denominam de Ciclo

adaptativo (BEHLING, 2015), conforme ilustrado na Figura 4.

Figura 4 - Ciclo adaptativo

Fonte: Elaborada pelo autor com base em Miles e Snow (1978).

O trabalho de Miles e Snow (1978) classifica as posturas estratégicas em

prospectoras, analistas, defensivas e reativas. Por um lado, muitos autores apoiaram-

se nessa tipologia para realizarem suas pesquisas (HAMBRICK, 1983; CONANT;

MOKWA; VARADARAJAN, 1990; ZAHRA; PIERCE II, 1990; GIMENEZ et al., 1999;

CASTLE, 2003; ARAGON-SANCHES; SANCHES-MARIN, 2005). Por outro lado, a

tipologia também serviu de modelo para que outros autores desenvolvessem suas

próprias tipologias (SLATER; OLSON, 2001; DESARBO; DI BENEDETTO; SONG,

2005; GURKOV, 2007).

O conceito de Miles e Snow (1978) especifica o relacionamento existente entre

a estrutura e os processos de uma forma que seja possível a assimilação das

organizações, havendo uma interação com o ambiente. Para eles, a organização é

um sistema total que agrega várias pessoas, estruturas e processos. Para isso, os

pesquisadores mostram as dificuldades em analisar a adaptação organizacional e

caracterizar uma maior perspectiva relevante do problema. Segundo os autores, a

O PROBLEMA EMPREENDEDOR

Escolha do domínio de produtos e mercados

O PROBLEMA DE ENGENHARIA

Escolha de tecnologia para produção e distribuição

O PROBLEMA ADMINISTRATIVO

Seleção de área para inovação futura e racionalizaçao de

estrutura e processo

Page 39: COMPETÊNCIAS EMPREENDEDORAS E O …

38

tipologia do comportamento de cada empresa aparece quando as empresas estão

desenvolvendo seus processos de adaptação estratégica organizacional, possuindo

cada uma das especificações típicas de processo, tecnologia e estrutura

determinados com as características de suas decisões estratégicas (ZANIN;

MACHADO; SEHNEM, 2011).

Segundo Miles e Snow (1978), cada um dos comportamentos da tipologia

possui um padrão de resposta às contingências ambientais e, consequentemente, ao

ciclo adaptativo. O Quadro 4 a seguir descreve as características de cada um dos

padrões de comportamento, com base em Miles e Snow (1978) e Miles et al. (1978).

Quadro 4 - Tipologia do comportamento estratégico de Miles e Snow (1978) Comportamento

Estratégico Características

Prospector Busca constantemente oportunidades em novos produtos e/ou mercados, primando pelo pioneirismo. Muitas vezes os esforços para tal comprometem sua lucratividade em curto prazo, o que não representa um problema, já que a organização e o gestor apostam no retorno futuro das estratégias assumidas.

Defensivo Direciona o seu escopo de atuação em uma linha de produtos ou mercado estável, sob a qual mantém o domínio por meio da especialização. Restringe-se ao que sabe fazer tão bem ou melhor do que a concorrência.

Analítico Analisa as tendências do mercado em que atua, adotando somente as estratégias já implantadas e bem sucedidas por outras organizações. Combina, assim, características prospectoras e defensivas, com o objetivo de minimizar riscos e maximizar oportunidades de lucro.

Reativo Apenas reage ao ambiente externo, desenvolvendo novos produtos ou mercados somente sob ameaça de outros competidores, evitando, dessa forma, perda de clientes ou de lucratividade. Atua como se não houvesse estratégia ou com a falta de sua consistência.

Fonte: Elaborado pelo autor com base em Miles e Snow (1978) e Miles et al. (1978).

Um instrumento com onze questões em escala multi-itens, com quatro opções

de resposta, que objetiva qualificar as empresas de acordo com os tipos estratégicos

de Miles e Snow (1978), foi desenvolvido por Conant, Mokwa e Varadarajan (1990).

Cada uma das quatro opções caracterizam os diferentes estilos de resposta ao ciclo

adaptativo. A partir dos dados, as 67 empresas são classificadas em prospectoras,

defensivas, analíticas ou reativas, sendo o critério para a classificação o maior número

de respostas associadas a uma das características. Ocorrendo empate no número de

respostas, a característica reativa será considerada caso esteja presente. No caso de

empate sem o comportamento reativo, o analítico deverá ser considerado. Esse

instrumento tem sido usado com êxito em diversas investigações para identificação

do comportamento estratégico (CHRISTIANSEN; HIGGS, 2008; TEIXEIRA;

Page 40: COMPETÊNCIAS EMPREENDEDORAS E O …

39

ROSSETTO; CARVALHO, 2009; GARDELIN, 2010; MCLAREN et al., 2011; BELLI,

2014; BEHLING, 2015).

Blageski Junior (2008), com objetivo de utilizar-se do questionário de Conant,

Mokwa e Varadarajan (1990), para identificação do comportamento estratégico em

pequenas empresas varejistas de veículos, efetuou um pré-teste, no qual identificou

que o instrumento era muito longo e que a leitura das quarenta e quatro afirmações

desmotivava os respondentes. Baseado em trabalhos anteriores de McDaniel e Kolari

(1987) e Segev (1987), que utilizaram apenas uma questão para identificar o

comportamento estratégico, o autor condensou as afirmações utilizando-se de apenas

uma pergunta, com quatro alternativas de resposta, para definir o tipo de

comportamento da organização sem prejuízo dos resultados (BEHLING, 2015).

2.4 GESTÃO HOTELEIRA

O interesse no tema da hospitalidade, em que pesem as investigações da

e relevância no final da década de 1990 e início do

século XXI no âmbito do turismo e da hotelaria, resultado do aumento explosivo dos

deslocamentos turísticos (DIAS; PIMENTA, 2005).

A palavra hospedagem é derivada do latim hospitium, que significa

hospitalidade, termo que também é originário do latim hospitalitas, ou seja, o ato de

oferecer bom tratamento a quem se dá ou recebe hospedagem (CÂNDIDO; VIEIRA,

2003). De acordo com Castelli (2003), as primeiras citações que se tem conhecimento

sobre o setor de hospedagem teriam ocorrido na Grécia Antiga. Naquela época, de

acordo com Meira (2012), quando eram realizados os jogos olímpicos e em virtude

das viagens, fazia-se necessária a existência de acomodações para passar a noite.

A palavra hotel surgiu em Londres, em torno do ano de 1760. Ela foi

anglicizada, ou seja, dava-se aspecto ou uma feição inglesa a partir do termo francês

hotel garni (VALLEN; VALLEN, 2003,). O termo

hotel na França é utilizado para identificar os edifícios, públicos ou privados, que

fossem suntuosos e/ou que tivessem uma importância para a sociedade em relação

aos demais da localidade (SANTOS, 2012).

No século XVIII, as grandes transformações decorrentes da Revolução

Industrial contribuíram para prática do turismo, proporcionando o crescimento dos

hotéis na Europa. Já no século XIX, no desenrolar da Revolução Industrial, o fato mais

Page 41: COMPETÊNCIAS EMPREENDEDORAS E O …

40

importante para a atividade foi o desenvolvimento da navegação a vapor, ainda no

início do século, e do transporte ferroviário. A Revolução Industrial provocou grandes

mudanças na estrutura socioeconômica europeia, notada primeiramente entre os

britânicos no século XVIII (SANTOS, 2012).

A partir disso, surgem as primeiras redes hoteleiras na Europa e nos Estados

Unidos, na segunda metade do século XX, em meio ao processo em curso de

concentração e centralização de capital, que atraía empresas de médio e grande porte

para operação em setores que demandavam altos investimentos e mobilização de

capital para sua operação, como é o caso dos hotéis (PROSERPIO, 2007).

De acordo com Powers e Barrows (2004), as duas primeiras décadas do século

XX deram início a várias grandes empresas hoteleiras, ainda proeminentes nos dias

atuais, dentre as quais a Hilton Corporation, concebida por Conrad Hilton, que iniciou

as suas atividades em 1919, ao adquirir o Mobbley Hotel, no Texas. A Sheraton

Hotels, fundada por Ernest Henderson, o qual adquiriu quatro hotéis nos anos finais

Na mesma época, em 1927, a empresa concebida por J.

Willard Marriott entrou no setor de hospitalidade com abertura da primeira barraca de

bebidas. Em 1957, fez o primeiro estabelecimento hoteleiro e tempos depois deu

origem à Marriott Corporation (1967). Para Ismail (2004), quando a Hilton adquiriu a

Statler Hotel Company, em 1957, foi a maior transação imobiliária realizada até então.

Historicamente, quando a economia se expande, o mesmo ocorre com a oferta

e a demanda. As condições econômicas favoráveis, no início do século XX, com

investimentos ligados à Segunda Revolução Industrial, impulsionaram o crescimento

do setor hoteleiro nos Estados Unidos. Uma brusca mudança ocorreu na fase

época em que o sistema financeiro ficou comprometido com a falência de importantes

bancos. Além disso, com a economia comprometida, o número de viagens caiu de

modo vertiginoso. Alguns hotéis que sobreviveram à depressão são até hoje

conhecidos: Statler, Ritz-Carlton e Hilton (SANTOS, 2012).

Na década de 1940, surgiram nos EUA os primeiros motéis derivados das

-

americanas que, cada vez mais, viajavam de automóvel1. A partir desse período, os

1 A partir da década de 1940, com a expansão automobilística, período Pós-Segunda Guerra, muitos americanos

passaram a utilizar as estradas para viajar e optaram por pernoitar nos primeiros motéis. A implantação do sistema

de estradas interestaduais possibilitou a facilidade em viajar; e, para atender a demanda das pessoas que utilizavam

Page 42: COMPETÊNCIAS EMPREENDEDORAS E O …

41

hotéis familiares deram origem às grandes redes hoteleiras. Surgem, nessa época, as

redes Hilton, Quality Courts Motels - que deu origem às redes Choice, Best Western,

Marriot e Sheraton, posteriormente incorporada ao grupo Six Continents. Na Europa,

entre 1950 e 1960, surgiram as redes Novotel (posteriormente incorporada ao grupo

Accor), Sol Meliá, Hotasa e Mediterranée, dentre outras (PROSERPIO, 2007).

Pode-se afirmar que as redes hoteleiras utilizam mecanismos externos para se

expandirem, dentre os quais encontram-se: são , que envolve duas ou mais

empresas, em que há uma troca de provisões, mas somente uma empresa sobrevive;

parceria entre duas ou mais empresas para atingir objetivos que são mutuamente

benéficos (SANTOS, 2012).

A forte expansão econômica foi observada no período de 1968-1974, seguindo

a estratégia política econômica vigente, no Brasil, segundo a qual o setor público

incentivava a implantação de novos segmentos da matriz industrial, ainda não

instalada no país. O setor do turismo e o da hospedagem eram oferecidos pelo

Instituto Brasileiro de Turismo (EMBRATUR), incentivos a entrada de novos capitais,

a partir da segunda metade da década de 1960, determinando a expansão das redes

hoteleiras locais e a entrada, pela primeira vez, de grandes redes internacionais,

atraídas pelos incentivos, pelo aumento da concorrência no plano internacional e

pelas perspectivas de crescimento do turismo interno no Brasil (PROSERPIO, 2007).

A globalização da concorrência no setor hoteleiro ocorreu a partir da década de

1970, com a entrada no mercado nacional das redes hoteleiras internacionais. Por

conseguinte, as redes hoteleiras brasileiras tiveram que se remodelar e investir na

contratação de mão-de-obra qualificada, na modernização de sua infraestrutura, no

desenvolvimento de parcerias e na instauração de inovações tecnológicas (GASPAR

et al., 2010; GORINI; MENDES, 2005; MIRANDA, 2008; PROSERPIO, 2007;

TARCAN; VAROL, 2010; MEIRA; ANJOS, 2014a).

essas rodovias, o modelo criado pelos motéis proporcionava um local para tomar banho, dormir e comer, dando

origem a um novo tipo de empreendimento de hospedagem para atender às necessidades desses viajantes. Esse

tipo de hospedagem ainda se mantém nos Estados Unidos, acomodações simples para pernoite, localizadas ao

longo das principais estradas. Na América do Sul, em maior número no Brasil, é que os Motéis, a partir da década

de 1960 receberam outra conotação, visto que, além da possibilidade de hospedagem, são usados para encontro de

casais, tanto que o pagamento dos serviços de hospedagem é cobrado por hora (SANTOS, 2012).

Page 43: COMPETÊNCIAS EMPREENDEDORAS E O …

42

Caracterizam-se como redes hoteleiras as organizações que administram um

ou mais hotéis. Elas possuem controle dos procedimentos e maior nível de

profissionalização dos serviços. Apresentam-se em forma de organizações

interligadas, com o objetivo de melhorar os processos de gestão, por meio da troca

de informações. Proporcionam menor custo de investimento e ampliação da

participação no mercado, por intermédio das tecnologias de gestão, como sistemas

de captação de clientes centrais de reservas, programas de fidelidade e acordos com

fornecedores, diminuindo, assim, os custos operacionais por meio da economia de

escala (ANJOS, 2004; DUARTE, 2003; MEIRA; ANJOS, 2014a, 2007; MEIRA;

ANJOS, 2013).

Com a expansão do turismo no mundo a partir de 1970, inicia-se o processo de

fusões e de expansões de empresas para setores com os quais houvesse sinergia

entre transporte e hospedagem, adquirindo as redes locais de hotéis ou organizando

novas redes. Foi o caso da American Airlines que fundou a América Hotels; a Air

France, com os hotéis Méridien; a British Airways, com a Swissair; a Lufthansa e

Alitaia formaram a rede European Hotel Corporation; a TWA assumiu o controle dos

hotéis Hilton International; a United Airlines, o controle da Trans-International Hotels e

a cadeia Meliá; e, no Brasil, a Varig adquiriu a rede Tropical de Hotéis. No fim dos

anos de 1970, diante do acirramento da competição e desregulamentação das

atividades e fusões de grandes transportadoras, as empresas aéreas recuaram e

voltaram a concentrar sua atuação no setor de transporte2 (SANTOS, 2012).

Entre 1978 e 1981, boa parte das redes hoteleiras existentes eram originárias

do centro do sistema capitalista e respondiam por quase um milhão de unidades

habitacionais (UHs) no mundo, sendo as seguintes: Holiday Inn; Sheraton; Novotel;

Ramada Inn; Trust House Forte; Hilton; Howard Johnson; Day Inn of América; Quality

Inn; InterContinental Hotels; Hilton International e Club Méditerranée3. Dentre essas

doze redes precursoras no mundo, oito delas têm presença destacada no Brasil,

embora algumas delas tenham sido incorporadas por redes maiores, como é o caso

da Novotel (hoje rede Accor), Quality Inn (rede Choice), InterContinental e Holiday Inn

2 Panorama Setorial da Indústria Hoteleira (1999). 3 Relatório da ONU de 1982 (apud DIAS, 1990, p. 39)

Page 44: COMPETÊNCIAS EMPREENDEDORAS E O …

43

(rede Six Continents), Ramada (rede Marriott) e Sheraton (rede Starwood)4 (SANTOS,

2012).

Ainda de acordo com Santos, (2012), nos anos de 1980, alguns grupos

internacionais de hotéis, especialmente britânicos, prevaleceram-se deste momento

de crise para aquisição de propriedades hoteleiras com intuito de instalar novos

empreendimentos. Foi nessa época também que, diante da emergência em diminuir

custos operacionais, é que surge o segmento de mercado de hotéis econômicos pelo

mundo. Os pioneiros, segundo Ismail (2004), foram os Hampton Inns, mas outros

empreendimentos também apresentaram características da hotelaria econômica, que

são a otimização dos espaços, quadro funcional reduzido e serviços limitados. Isso

significa que não oferecem serviço de quarto, minibar e mensageria. Alguns não

possuem também telefone no quarto, somente toalha para banho, poucos amenities,

somente sabonete, café da manhã self service com pagamento extra, fora do valor

pago pela diária. Destaque para a rede Accor com as bandeiras Ibis, Formule 1 e

Etape.

O crescimento do mercado de turismo no Brasil desenvolveu-se

socioeconomicamente devido à implementação e à intensificação da atividade

turística, sendo considerado um mercado significativo e promissor. Um dos produtos

turísticos de maior relevância é o turismo de sol e praia. Em um país com 9.198 km

de costa e com milhões de praias em seu território de norte ao sul, torna-se, para

muitas localidades, a sua principal fonte de recursos (ANJOS; ABREU, 2009).

De acordo com Meira e Anjos (2014c), no Brasil, as redes hoteleiras estão

concentradas nas regiões Sul, Sudeste e Nordeste, principais centros de negócio e

lazer do país e áreas de interesse prioritário das redes internacionais. A maior

participação das redes hoteleiras internacionais no território nacional trouxe mudanças

importantes para o mercado local, não apenas pela maior oferta de meios de

hospedagem, mas, principalmente, por inovações na gestão, na logística e na relação

com fornecedores (MEIRA; ANJOS, 2014a). Em 2013, a região Sudeste concentrava

mais de 57% das unidades de hospedagem (FOHB, 2015; MEIRA; ANJOS, 2014c).

O desenvolvimento do Estado de Santa Catarina fez-se a partir da pequena

produção mercantil que proporcionou o surgimento do seu parque industrial e que deu

4 A primeira rede internacional a operar no Brasil foi a Hilton Internacional Corporation, com a inauguração do Hilton São Paulo em 1971. Em seguida, instalaram-se as redes Holiday Inn, Sheraton e a Méridien nos primeiros cinco anos da década de 1970.

Page 45: COMPETÊNCIAS EMPREENDEDORAS E O …

44

origem a importantes empresas catarinenses. No que tange ao setor do turismo, nas

últimas quatro décadas, o Estado participa com certa evidência no cenário turístico

brasileiro. Ao longo desses anos, o adensamento dos fluxos turísticos (internos e

externos) contribuiu para a consolidação progressiva de uma estrutura turística,

reforçando a ideia de que o território catarinense passa a constar de modo mais

evidente no portfólio brasileiro de destinos para o lazer, eventos e negócios. Por suas

especificidades regionais, o turismo catarinense constitui uma importante fonte

econômica para o Estado, tendo como atrativos paisagísticos vales, litorâneos e

serranos, belas paisagens, complexos de lazer e termominerais, festas e eventos

culturais - uma grande diversidade de potencialidades que o turista pode desfrutar

percorrendo pequenas distâncias, cenários e climas de grandes contrastes (SANTOS,

2012).

O maior número de empreendimentos hoteleiros de lazer está concentrado na

faixa litorânea catarinense, próximos às praias. As regiões de Imbituba, Porto Belo e

o Sul da Ilha de Santa Catarina são as que apresentam maior número de Pousadas.

Já, nas cidades de Balneário Camboriú e Florianópolis, concentram-se os hotéis de

lazer e os três maiores resorts do Estado: o Resort & Spa Costão do Santinho,

localizado na Praia do Santinho, Norte da Ilha de Santa Catarina; o Infinity Blue Resort

Spa, na Praia dos Amores, em Balneário Camboriú; e o Plaza Itapema Resort & Spa,

em Itapema (SANTOS, 2012).

O estado de Santa Catarina é notadamente reconhecido em razão das belezas

naturais do seu litoral, concentrando-se na alta estação a maior demanda turística de

lazer. Dentro da política de regionalização do turismo nacional, o estado foi dividido

em onze regiões por afinidades geográficas, econômicas e algumas características

históricas e culturais, conforme se apresenta no Quadro 5 a seguir.

Page 46: COMPETÊNCIAS EMPREENDEDORAS E O …

45

Quadro 5 - Regiões turísticas de Santa Catarina Nº Regiões turísticas Principais municípios

1 Caminho dos

Príncipes

Balneário Barra do Sul; Massaranduba; Itapoá; Corupá;

Garuva; Mafra; Rio Negrinho; São João do Itaperiú; Campo

Alegre; Joinville; Itaiópolis; Schroeder; São Bento do Sul;

Araquari; Monte Castelo; Guaramirim; Jaraguá do Sul;

Papanduva; São Francisco do Sul.

2 Costa Verde & Mar Navegantes; Balneário Camboriú; Luís Alves; Itajaí;

Balneário Piçarras; Bombinhas; Itapema; Porto Belo;

Camboriú; Ilhota; Penha.

3 Caminhos da Fronteira São José do Cedro; São João do Oeste; Itapiranga; Dionísio

Cerqueira; São Miguel do Oeste; Guaraciaba.

4 Vale do Contestado Treze Tílias; Canoinhas; Seara; Irani; Videira; Pinheiro Preto;

Frei Rogério; Capinzal; Campos Novos; Tangará;

Curitibanos; Rio das Antas; Ita; Piratuba; Joaçaba; Caçador;

Água Doce; Porto União; Concórdia; Fraiburgo.

5 Serra Catarinense São Joaquim; Campo Belo do Sul; Bom Retiro; Correia Pinto;

Bocaina do Sul; Bom Jardim da Serra; Lages; Urubici;

Urupema; Rio Rufino.

6 Grande Florianópolis Santo Amaro da Imperatriz; São José; São Bonifácio; Antonio

Carlos; Rancho Queimado; Governador Celso Ramos;

Angelina; Anitápolis; Palhoça; Águas Mornas; São Pedro de

Alcântara; Biguaçu; Florianópolis.

7 Caminho dos Cânions Turvo; Praia Grande; Jacinto Machado; Balneário Arroio do

Silva; Passos de Torres; Balneário Gaivota; Sombrio;

Araranguá.

8 Encantos do Sul Santa Rosa de Lima; Tubarão; Forquilinha; Içara; Urussanga;

Laguna; Imaruí; Jaguaruna; Gravatal; Garopaba; Criciúma;

Nova Veneza; São Martinho; Lauro Müller; Orleans; Imbituba;

Balneário Rincão.

9 Grande Oeste São Lourenço do Oeste; Guatambu; Xaxim; Ipuaçu;

Saudades; Cunha Porã; Palmitos; Mondai; São Domingos;

Chapecó; Abelardo Luz; Maravilha; Águas de Chapecó;

Xanxerê; Vargeão; São Carlos.

10 Vale Europeu Ibirama; Botuverá; Vitor Meirelles; Rio dos Cedros;

Agrolândia; Doutor Pedrinho; Rodeio; Timbó; Nova Trento;

Presidente Getúlio; Blumenau; Apiúna; Rio do Sul; Indaial;

Guabiruba; Gaspar; Pomerode; Ituporanga; Benedito Novo;

Brusque.

Fonte: Elaborado pelo autor com base em SANTUR (2015).

Page 47: COMPETÊNCIAS EMPREENDEDORAS E O …

46

Os dados estimados pela SANTUR permitem obter informações sobre a

demanda em números de turistas (nacionais e estrangeiros) relativos aos meses de

alta temporada, isto é, janeiro e fevereiro. Além do número de turistas, os relatórios

apresentam a taxa média de ocupação da rede hoteleira, a permanência média nos

hotéis, a permanência média em todos os meios de hospedagem, o gasto médio dos

turistas, os principais mercados emissores nacionais e estrangeiros, os meios de

hospedagem mais utilizados, o motivo de viagem e os meios de transporte mais

utilizados pelos turistas. Como exemplo na Sinopse Comparativa dos anos de 2006,

2007 e 2008, consta que a taxa de ocupação hoteleira variou entre 66,75%, em 2006,

e 73,67%, em 2007, caindo para 67,34%, em 2008. O tempo de permanência média

dos turistas ficou entre 9,75 dias em 2006, aumentando para 11,65 dias, em 2007, e

caindo para 10,43 dias, em 2008, em todos os meios de hospedagem. Esse relatório

apresenta o Rio Grande do Sul como o principal mercado emissor de turistas para o

Estado em todos os anos (2006, 2007 e 2008), seguido pelo próprio mercado

catarinense, depois por São Paulo, Paraná e Rio de Janeiro, respectivamente.

A Região Turística da Costa Verde & Mar, aqui apresentada, torna-se a

principal atração turística, seguida da Grande Florianópolis, devido a sua localização

litorânea e sua diversificada infraestrutura turística.

2.4.1 Classificação Hoteleira no Brasil

De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH Nacional),

a classificação é, reconhecidamente, um instrumento de divulgação de informações

claras e objetivas sobre meios de hospedagem, sendo um importante mecanismo de

comunicação com o mercado. Possibilita a concorrência justa entre os meios de

hospedagem do país e auxilia turistas, brasileiros e estrangeiros, em suas escolhas

(BRASIL, 2015).

Ainda, segundo a ABIH Nacional, o novo sistema brasileiro de classificação de

meios de hospedagem (SBClass) foi elaborado de forma participativa, por meio de

uma ampla parceria entre o Ministério do Turismo, o Inmetro, a Sociedade Brasileira

de Metrologia (SBM) e a sociedade civil, e adotado como estratégia para o país,

aumentando a competitividade do setor (ABIH, 2015).

O Brasil possui uma classificação denominada de Sistema Brasileiro de

Classificação de Meios de Hospedagem (SBClass), e um Conselho Técnico Nacional

Page 48: COMPETÊNCIAS EMPREENDEDORAS E O …

47

de Classificação de Meios de Hospedagem (CTClass), normatizados pela Portaria nº

100, de 16 de junho de 2011, do Ministério do Turismo. Essa Portaria traz orientações

acerca da classificação hoteleira no Brasil.

Art. 2º A classificação constitui referência de caráter oficial sobre tipos e categorias dos empreendimentos de hospedagem, com o objetivo de informar e orientar o mercado turístico e os consumidores. Art. 3º O SBClass referido no Art. 1º utiliza o símbolo "estrela" para identificação das categorias, em uma escala de uma a cinco estrelas. Art. 4º O uso do símbolo "estrela" associado à classificação hoteleira é de concessão exclusiva do Ministério do Turismo (MTur), que o administra como parte da Marca de Classificação de Meios de Hospedagem (Anexo I, Modelo). § 1° É vedado o uso do símbolo "estrela" com o significado de categoria em sistemas classificatórios de hospedagem que não seja o utilizado nesta Portaria. Art. 7º Os tipos de meios de hospedagem, com as respectivas características distintivas, são: I - HOTEL: estabelecimento com serviço de recepção, alojamento temporário, com ou sem alimentação, ofertados em unidades individuais e de uso exclusivo dos hóspedes, mediante cobrança de diária; II - RESORT: hotel com infra estrutura de lazer e entretenimento que disponha de serviços de estética, atividades físicas, recreação e convívio com a natureza no próprio empreendimento; III - HOTEL FAZENDA: localizado em ambiente rural, dotado de exploração agropecuária, que ofereça entretenimento e vivência do campo; IV - CAMA E CAFÉ: hospedagem em residência com no máximo três unidades habitacionais para uso turístico, com serviços de café da manhã e limpeza, na qual o possuidor do estabelecimento resida; V - HOTEL HISTÓRICO: instalado em edificação preservada em sua forma original ou restaurada, ou ainda que tenha sido palco de fatos histórico-culturais de importância reconhecida; VI - POUSADA: empreendimento de característica horizontal, composto de no máximo 30 unidades habitacionais e 90 leitos, com serviços de recepção, alimentação e alojamento temporário, podendo ser em prédio único com até três pavimentos, ou contar com chalés ou bangalôs; VII - FLAT/APART-HOTEL: constituído por unidades habitacionais que disponham de dormitório, banheiro, sala e cozinha equipada, em edifício com administração e comercialização integradas, que possua serviço de recepção, limpeza e arrumação. Parágrafo único. Entende-se como fatos histórico-culturais, citados no inciso V, aqueles tidos como relevantes pela memória popular, independentemente de quando ocorreram, podendo o reconhecimento ser formal por parte do Estado brasileiro, ou informal, com base no conhecimento público ou em estudos acadêmicos. Art. 8º As categorias de cada um dos tipos referidos no Art. 7º são as seguintes: TIPO DO MEIO DE HOSPEDAGEM CATEGORIAS

1) Hotel 1 a 5 estrelas

2) Resort 4 e 5 estrelas

3) Hotel Fazenda 1 a 5 estrelas

4) Cama e Café 1 a 4 estrelas

5) Hotel Histórico 3 a 5 estrelas

6) Pousada 1 a 5 estrelas

7) Flat/Apart-hotel 3 a 5 estrelas

(BRASIL, 2011, s/p).

Page 49: COMPETÊNCIAS EMPREENDEDORAS E O …

48

O SBClass também foi apontado no trabalho de dissertação de mestrado

realizado por Meira (2012), que teve como principal objetivo avaliar a qualidade dos

serviços prestados pelas redes hoteleiras localizadas no Brasil, sob a ótica dos seus

gestores, por meio do modelo de excelência European Foundation for Quality

Managment (EFQM).

Conforme a ABIH, o sistema brasileiro de classificação é de adesão e adoção

voluntárias pelos meios de hospedagem. O SBClass está fundamentado em uma série

de requisitos a que os meios de hospedagem devem atender. Requisitos:

Infraestrutura vinculados às instalações e aos equipamentos; Serviços vinculados

à oferta de serviços; Sustentabilidade vinculados às ações de sustentabilidade (uso

dos recursos, de maneira ambientalmente responsável, socialmente justa e

economicamente viável, de forma que o atendimento das necessidades atuais não

comprometa a possibilidade de uso pelas futuras gerações). Os requisitos são

divididos em mandatórios (ou seja, de cumprimento obrigatório pelo meio de

hospedagem) e eletivos (ou seja, +de livre escolha do meio de hospedagem, tendo

como base uma lista pré-definida). O meio de hospedagem para ser classificado na

categoria pretendida deve ser avaliado por um representante legal do Inmetro e

demonstrar o atendimento a 100% dos requisitos mandatórios e a no mínimo 30% dos

requisitos eletivos (para cada conjunto de requisitos) (ABIH, 2015).

Page 50: COMPETÊNCIAS EMPREENDEDORAS E O …

49

3 METODOLOGIA

Neste capítulo, será exposto o delineamento metodológico da presente

investigação, de forma a elucidar a abordagem e a estratégia de pesquisa,

caracterizando a população e a amostra investigadas no pré-teste, bem como os

métodos e as técnicas utilizadas para coleta e análise dos dados, conforme ilustrado

na Figura 5 representada mais adiante.

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA

Para alcançar os objetivos desta pesquisa, este trabalho foi orientado por uma

metodologia científica de pesquisa. Assim sendo, esta investigação utilizou uma

pesquisa exploratória e descritiva. A pesquisa descritiva busca descrever fenômenos

ou relações entre variáveis e tem como característica um planejamento flexível,

envolvendo geralmente um levantamento bibliográfico, análise de situações

semelhantes e entrevistas com pessoas experientes, procurando ideias e intuições

(DENCKER, 1998). A pesquisa descritiva expõe características de determinada

população ou de determinado fenômeno (VERGARA, 2000). O presente estudo

caracteriza-se, também, por uma abordagem de pesquisa quantitativa. Para Creswell

(2010, p. 26): A pesquisa quantitativa é um meio para testar teorias objetivas,

examinando a relação entre as variáveis, essas variáveis podem ser medidas

tipicamente por instrumentos, para que os dados numéricos possam ser analisados

por procedimentos estatísticos .

A justificativa para optar por tal abordagem de pesquisa pauta-se,

principalmente, no posicionamento teórico dos estudos que sustentam a pesquisa.

Cooley (1990) e Miles e Snow (1978) utilizam abordagens quantitativas para melhor

adequação aos objetivos e também à amostra numerosa compreendida.

Como método de pesquisa, foi utilizado o survey, que é um método de coleta

de informações que possui as seguintes características: 1) tem o propósito de produzir

estatísticas sobre alguns aspectos da população estudada; 2) as informações são

ne), por

correspondência ou pela internet, e as respostas às questões formuladas constituem

os dados a serem analisados; 3) geralmente, as informações são coletadas usando

uma amostra da população estudada. Além disso, fundamenta-se nos princípios do

Page 51: COMPETÊNCIAS EMPREENDEDORAS E O …

50

método hipotético-dedutivo e aumenta o número de variáveis independentes ao

incorporarem variáveis que, possivelmente, seriam classificadas como intervenientes

em um experimento (ALENCAR, 2007). Essa técnica de pesquisa apresenta as

seguintes características: é conduzida com uma amostra representativa de uma

população; emprega-se, de modo geral, um questionário estruturado; os dados

obtidos são estudados utilizando técnicas estatísticas para medir relações entre

variáveis (ALENCAR, 2007).

O questionário é uma técnica de largo uso na pesquisa quantitativa, constituído

por uma série de perguntas que devem ser respondidas por escrito e sem a presença

do pesquisador (MARCONI; LAKATOS, 2007, p.111). Ainda, segundo Martins e

Theóphilo (2009), o questionário é um importante e popular instrumento de coleta de

dados para uma investigação, pois trata-se de um conjunto ordenado e consistente

de perguntas a respeito de variáveis e circunstâncias que se deseja mensurar ou

descrever.

O instrumento é encaminhado para potenciais informantes, selecionados previamente, tendo que ser respondido por escrito e, geralmente, sem a presença do pesquisador. Normalmente, os questionários são encaminhados pelo correio tradicional, correio eletrônico (e-mails), ou por um portador. É recomendável que, quando do seu encaminhamento, sejam fornecidas explicações sobre o propósito da pesquisa, suas finalidades e eventualmente, seus patrocinadores, tentando despertar interesse do informante para que ele responda e desenvolva o questionário (MARTINS; THEÓPHILO, 2009, p. 93).

Por outro lado, o uso do questionário também implica desvantagens: não pode

ser aplicado a analfabetos, dificulta a resposta quando as instruções não são

compreendidas pelo respondente; requer, em geral, um número restrito de questões;

e apresenta baixas taxas de devolução. Uma grande desvantagem reside no

desconhecimento pelo pesquisador das circunstâncias em que o questionário foi

respondido e quem efetivamente o respondeu (no caso de questionários remetidos

pelo correio ou por meio eletrônico), o que torna difícil o controle e a verificação (LEAL,

2011).

3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA

O estudo proposto foi desenvolvido com os gestores hoteleiros dos hotéis

localizados nos municípios que compreendem a região turística Costa Verde & Mar,

formado pelos municípios de Balneário Piçarras, Bombinhas, Camboriú, Ilhota, Itajaí,

Itapema, Luís Alves, Navegantes, Penha e Porto Belo. Conforme mencionado, para o

Page 52: COMPETÊNCIAS EMPREENDEDORAS E O …

51

desenvolvimento deste estudo, adotou-se a inclusão do município de Balneário

Camboriú.

Sendo uma das principais regiões turísticas do Estado de Santa Catarina, por

concentrar municípios de grandes belezas cênicas distribuídas ao longo da sua região

litorânea, o município de Balneário Camboriú conta com 264 meios de hospedagem e

com maior concentração. De acordo com o site do CITMAR (2015), a Costa Verde &

Mar é um mostruário completo de suas belezas mais exóticas. Os municípios praianos

apresentam areia limpa e branca e água azul transparente. Já as cidades mais

afastadas do mar são emolduradas por morros verdejantes e natureza preservada.

Cidades com infraestrutura e programação intensa para atender turistas dividem

espaço com pacatos e tranquilos vilarejos de pescadores. Essa diversidade possibilita

inúmeras opções de diversão durante todo o ano.

Como existem diversas modalidades de hospedagem nessa região, optou-se

por realizar a pesquisa apenas com os hotéis e hotéis de redes, descartando outros

equipamentos de hospedagem tais como pousadas, motéis, casas de excursão,

resort. Dessa forma, feito o levantamento com dados, chegou-se a um universo de

143 estabelecimentos hoteleiros (Tabela 1), constituindo-se na população do estudo

(ver Tabela 1). População é o conjunto de elementos para os quais se deseja que as

conclusões da pesquisa sejam válidas, com a restrição de que esses elementos

possam ser observados ou mensurados sob as mesmas condições (BARBETTA,

2007, p. 41). Para a realização de uma pesquisa, recomenda-se definir uma amostra

que, segundo Barbetta (2007, p. 43), [...] é a parte dos elementos de uma população

enquanto a amostragem é o processo de seleção da amostra

Page 53: COMPETÊNCIAS EMPREENDEDORAS E O …

52

Tabela 1 Quantitativos de hotéis por município

MUNICÍPIOS Nº DE HOTÉIS TOTAL

CO

ST

A V

ER

DE

& M

AR

CAMBORIÚ 1

72

PENHA 22

LUIS ALVES 1

ILHOTA 1

PIÇARRAS 5

PORTO BELO 3

ITAJAI 15

ITAPEMA 11

NAVEGANTES 5

BOMBINHAS 8

BALNEÁRIO CAMBORIÚ 71 71

TOTAL GERAL 143 Fonte: Elaborada pelo autor com base nos dados da pesquisa.

Para esta pesquisa, com a população de 143 estabelecimentos da região

turística do Costa Verde & Mar, foi definida uma amostra considerando-se um erro

amostral de 8%, e o cálculo (Figura 5) de acordo com Barbetta (2007) é apresentado

a seguir:

Figura 5 - Fórmula para cálculo do tamanho da amostra

Fonte: Barbetta (2007, p. 58).

N = 143 Hotéis E0 = 8% (0,08) n0 = 1/(0,08)2 = 156 n = (143 x 156) / (143 + 156) = 74

Assim, aceitando uma margem de erro de 8%, definiu-se a amostra em 71

respondentes. Para Hair Jr. et al. (2005), a amostra consiste em um subconjunto

relativamente pequeno da população por meio do qual é possível estimar suas

características. A técnica de amostragem utilizada foi não probabilística por adesão,

também conhecida como amostra por voluntários. Segundo Hair Jr. et

Page 54: COMPETÊNCIAS EMPREENDEDORAS E O …

53

al. (2005), trata-se de um procedimento não probabilístico, no qual o pesquisador

disponibiliza para a população estudada o instrumento de coleta de dados, o

questionário e espera pelo retorno espontâneo dos dados pelos respondentes, nesta

pesquisa representada pelos gestores de hotéis.

Foi feita uma pesquisa secundária no site ABIH e CITMAR onde foram

identificados os hotéis e elaborada uma planilha eletrônica com os dados coletados,

tais como nome do estabelecimento, endereço físico e localização, endereço

eletrônico como site e e-mail e o contato telefônico.

O procedimento adotado para a coleta dos dados foi um levantamento junto

aos gestores hoteleiros da região turística Costa Verde & Mar. As vantagens de

coletar-se os dados junto a esses participantes é que as informações operacionais e

de gestão terão um maior grau de confiabilidade, pois eles estão diretamente ligados

à execução desse tipo de atividade.

Foi encaminhado um convite (Apêndice A) por meio de meio eletrônico.

Posteriormente, àqueles gestores que aceitaram o convite, encaminhou-se o link para

acesso ao instrumento de pesquisa. Também foi realizado o contato telefônico para

enfatizar a importância dessa investigação para aqueles que não responderam ao

convite da pesquisa.

3.3 PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS

As fontes de informação em pesquisas podem ser primárias e secundárias. Os

dados primários citam uma documentação com conteúdo original, sem que sua

estrutura tenha sido modificada. As fontes primárias podem ser: as revistas científicas,

literatura acadêmica, livros e pessoas que tenham informações sobre o objeto de

estudo pesquisado. As fontes secundárias, por sua vez, contêm material estruturado

de forma organizada, coletado para outros fins que não são especificamente o

problema de pesquisa, podendo ser publicações do governo, de empresas, de

instituições não governamentais, de jornais e revistas, de relatórios, de bases e

bancos de dados e informações contidas na internet (AAKER; KUMAR; DAY, 2001;

MATTAR, 1997; SANCHO-PEREZ, 2006; RAMÔA, 2014).

As fontes primárias usadas constituíram-se dos dados obtidos nas revistas

científicas, literatura acadêmica. As fontes secundárias utilizadas foram os dados

obtidos nas associações que integram e promovem a rede hoteleira e o turismo -

Page 55: COMPETÊNCIAS EMPREENDEDORAS E O …

54

CITMAR, ABIH, AMFRI -, além de instituições governamentais: Secretaria de Turismo

de Santa Catarina (SANTUR), Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) e

Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE); e privadas:

Organização Mundial do Turismo (OMT) e World Travel & Tourism Concil (WTTC).

Para o levantamento dos dados documentais, foi utilizada a técnica de pesquisa

documental, os quais [...] documentos de primeira mão conservados em

arquivos de instituições públicas e privadas [...] ou de segu (DENCKER,

2003).

A pesquisa de campo foi realizada utilizando-se o instrumento questionário

eletrônico que, segundo Veal (2011, p. 310), [...] o veículo de coleta de dados mais

comumente utilizado e . Optou-se, portanto, pela

utilização desse instrumento de pesquisa. é obter, de

maneira sistemática e ordenada, informações sobre as variáveis que intervêm em uma

investigação, em relação

2003, p. 146).

O questionário estruturado é formado por questões fechadas e é utilizado nas

pesquisas do tipo survey. Nesse tipo de questionário, todos os entrevistados são

submetidos às mesmas perguntas e às mesmas alternativas de respostas,

previamente definidas. De modo geral, tais respostas são previamente codificadas,

permitindo a sua digitação direta para o programa de análise de dados (ALENCAR,

2007).

O questionário de competências empreendedoras foi elaborado com a

utilização de escala Likert. A escala de Likert é a mais utilizada em turismo e, por meio

dela, pretende-se medir o grau de conformidade e não qualidades que um indivíduo

escolhe entre um certo número de afirmações (DENCKER, 2003, p. 152-153). As

de Likert quantifica as atitudes dos indivíduos baseada em uma ordem de importância

informar se concordam ou não com uma afirmação e até que ponto ela tem influência

em uma ação, por meio de um conjunto padrão de respostas (VEAL, 2011).

As escalas são, portanto: indicadores numéricos usados para medir constructos

ou variáveis que, em geral, não são intrinsecamente quantitativos. Normalmente,

solicita-se que os participantes respondam a questões utilizando escalas com notas

Page 56: COMPETÊNCIAS EMPREENDEDORAS E O …

55

para depois os pontos serem combinados a fim de produzir uma escala ou um

indicador de fenômeno de interesse (VEAL, 2011; RAMÔA, 2014).

Esta pesquisa apresenta um levantamento de corte transversal. De acordo com

Creswell (2009), os dados são coletados em um corte transversal em um período de

tempo, isto é, em curto período será aplicado o instrumento para a coleta de dados.

O projeto de levantamento tem por objetivo generalizar a partir de uma amostra para

uma população, para que possam ser feitas inferências sobre algumas características,

atitudes ou comportamentos dessa população (BABBIE, 1990).

O instrumento de pesquisa utilizado foi uma adaptação dos instrumentos já

utilizados por Lenzi (2008), Lenzi et al. (2011), Blageski Junior (2008), Belli (2014) e

Bheling (2015), ou seja, esse instrumento já foi utilizado e validado por esses

pesquisadores, elevando o grau de confiança para esta investigação. O questionário

foi dividido em caracterização do respondente em que se identificou o gênero, a idade,

a escolaridade, o tempo de trabalho na unidade hoteleira, a classificação do hotel, o

número de UHs e o número de funcionários (Apêndice B).

A segunda parte foi o questionário sobre as competências empreendedoras

cujo instrumento identificou, por meio de seus respondentes, quais são as

competências mais desenvolvidas por aquele gestor (Apêndice C). O instrumento foi

desenvolvido por Lenzi (2008) e Lenzi et al. (2011) a partir das dez competências

empreendedoras de Cooley (1990) e expõe trinta afirmações que refletem padrões de

comportamento, sendo três para cada uma das dez competências empreendedoras

(busca de oportunidade e iniciativa, correr riscos calculados, exigência de qualidade

e eficiência, persistência, comprometimento, busca de informações, estabelecimento

de metas, planejamento e monitoramento sistemáticos, persuasão e rede de contatos

e independência e autoconfiança). Para cada uma das afirmações, os respondentes

optaram pelas opções (1) nunca, (2) raras vezes, (3) algumas vezes, (4) quase sempre

e (5) sempre.

Ao mensurar notas em escala de 1 a 5, os respondentes somaram uma

pontuação mínima de três e máxima de quinze pontos para cada uma das

competências empreendedoras. No entanto, para considerar a competência presente

no comportamento do empreendedor, a pontuação deve estar entre 12 e 15 pontos.

Essa regra está sustentada no trabalho de Lenzi (2008), justificada pelo fato de que

se cada uma das três afirmações relacionadas a uma competência são pontuadas em

uma escala de 1 a 5 pontos, 3 representa um valor médio. Assim, para caracterizar o

Page 57: COMPETÊNCIAS EMPREENDEDORAS E O …

56

reconhecimento de competências em destaque no comportamento do empreendedor,

deve-se obter um resultado acima da média, nesse caso 4 pontos em cada uma das

três afirmações, totalizando 12 pontos. Na tabulação das respostas, foi considerado

conforme composição de situações, e as notas mais baixas caracterizam-se como

ausência das competências.

A terceira e última parte foi a identificação do comportamento estratégico. Os

gestores assinalaram uma das quatro alternativas que mais eles julgaram com seu

perfil, identificadas pelas alternativas A, B, C e D, que representam os

comportamentos prospector, defensivo, analítico e reativo respectivamente (ver

Quadro 4, página 38).

A coleta de dados foi realizada por meio da aplicação de questionário utilizando

uma ferramenta de levantamento online. A ferramenta utilizada foi um aplicativo

denominado SurveyMonkey, em que o pesquisador pode gerar dados estatísticos e

gráficos para análises descritivas e gerar, também, planilhas eletrônicas ou um banco

de dados para realizar posteriores análises. Esse aplicativo encontra-se de forma

gratuita na web; no entanto, somente para o programa básico, isto é, para 100

respostas por levantamento e não mais que 10 questões. Para utilizar números

maiores que esses, é necessário a contratação de um pacote mensal ou anual com

diferentes possiblidades de personalizar os questionários e de diversas formas de

análises estatísticas.

O questionário eletrônico apresenta vantagens e desvantagens. Pode-se

descrever as vantagens como: menores custos (materiais, fotocópias, postagens input

de dados, tratamento de dados, deslocamentos), maior velocidade, possibilidade de

enviar para um grande número de pessoas. Por outro lado, suas desvantagens são:

as limitações dos potenciais respondentes que tenham acesso à internet, dificuldade

de retorno dos respondentes, cuidados com os anti-spams, antivírus, firewalls e

possíveis custos elevados com construção de sites, software e treinamento de pessoal

(MARTINS; THEÓPHILO, 2009).

3.4 PRÉ-TESTE

Antes de iniciar a coleta de dados, é preciso averiguar se o instrumento está

adequado. Nesse contexto, torna-se essencial a realização de um pré-teste, aplicando

Page 58: COMPETÊNCIAS EMPREENDEDORAS E O …

57

o questionário com alguns indivíduos com características similares aos indivíduos da

população em estudo (BARBETTA, 2007).

[...] o questionário precisa passar por testes antes de sua utilização definitiva, escolhendo-se uma amostra de 3 a 10 colaboradores. A análise dos dados coletados, como resultado desse trabalho, evidenciará possíveis falhas, inconsistências, complexidades, perguntas embaraçosas, linguagem inacessível etc. Verificadas falhas, o questionário é reformulado, ampliando-se ou reduzindo-se itens, modificando a redação, reformulando-se ou transformando-se perguntas. O que se deseja no pré-teste, que pode ser aplicado mais de uma vez, é o aprimoramento e o aumento da confiabilidade e validade, ou seja, garantias de que o instrumento se ajuste totalmente a finalidade da pesquisa: mede ou descreve o que se pretende medir e descrever, bem como apresenta garantias de que serão obtidos os mesmos resultados se forem aplicados aos mesmos respondentes (MARTINS; THEÓPHILO, 2009, p. 94).

Dessa forma, para esta pesquisa, notou-se a importância de realizar pequenos

ajustes nos questionários desenvolvidos por Lenzi (2008), Lenzi et al. (2011), Blageski

Junior (2008) e Behling (2015). Algumas palavras e termos adequados ao setor

hoteleiro foram alteradas. As alterações efetivadas tiveram o intuito de facilitar o

processo de coleta de dados, tornando o procedimento mais ágil, sem

substancialmente modificar, no entanto, o instrumento.

Os questionários finais aplicados na coleta de dados são apresentados nos

Apêndices B (caracterização do respondente), C (competências empreendedoras) e

D (comportamento estratégico). Durante o pré-teste, percebeu-se a dificuldade de

resposta por parte dos gestores. Mesmo que ligações fossem feitas, reforçando a

participação na pesquisa, somente 50%, ou seja, 7 gestores responderam ao

questionário. Tal fato pode ter ocorrido em função da alta temporada de verão.

O pré-teste foi aplicado com catorze hotéis do município de Balneário

Camboriú, no período de 26 de novembro 2015 a 21 de dezembro de 2015. O

instrumento utilizado foi um questionário estruturado, com perguntas fechadas. Esse

questionário foi enviado pelo programa SurveyMonkey, no entanto só foi obtida uma

resposta. Optou-se por enviar alguns lembretes eletrônicos nos dias 30 de novembro

de 2015 e 7 de dezembro de 2015. Contudo, também não houve êxito no aumento de

respondentes.

Optou-se, então, por contato telefônico para enfatizar a importância na

participação da pesquisa científica. Os atendentes comprometeram-se a responder.

Outros dois afirmaram que o contato estava incorreto, passaram, assim, o contato

Page 59: COMPETÊNCIAS EMPREENDEDORAS E O …

58

correto e também se comprometeram a responder. Após contato telefônico realizado,

também não se obteve sucesso.

O outro caminho foi criar um e-mail institucional da Universidade do Vale do

Itajaí UNIVALI para colocar uma apresentação geral e o link

(https://pt.surveymonkey.com/r/BHXD65B) para acessar a pesquisa. Dessa vez,

obtiveram-se quatro respondentes, ampliando, assim, o número de respondentes.

Para consolidar mais ainda os procedimentos para coleta de dados, foi enviado um

lembrete eletrônico no dia 15 de dezembro de 2015, e, posteriormente, no dia

seguinte, 16 de dezembro de 2015, foi feito contato telefônico explicando a

importância da pesquisa e reforçando a participação dos respondentes.

3.5 TRATAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS

Para realizar o tratamento dos dados, foram efetuadas uma transposição e

organizações desses dados no software Microsoft Excel 2010, onde foram

confeccionados gráficos e tabelas para compor a descrição da amostra. Foram

utilizadas análises por meio de métodos estatísticos que, segundo Crespo (2009, p.

3), [...] diante da impossibilidade de manter as causas constantes, admite todas essas

causas presentes variando-as, registrando essas variações e procurando determinar

Posteriormente, as

informações foram exportadas para o software IBM SPSS Statistics 22 (Statistical

Package for Social Sciences) para realização dos testes de Análise de Variância

(ANOVA).

Os pacotes de programas estatísticos têm a função de ajudar os pesquisadores

na fase de análise de dados. Entre os pacotes de programas estatísticos aplicados às

ciências sociais, destaca-se o SPSS, pois oferece possibilidades de cálculo estatístico

e informes científicos (BISQUERRA; SARRIERA; MARTÍNEZ, 2007).

Para análise, utilizarem-se testes de Análise de Variância (ANOVA), que,

segundo Triola (2008), é um método para testar a igualdade de médias por meio da

análise das variâncias amostrais. Esse procedimento estatístico foi utilizado para

verificar diferenças entre as médias para competências empreendedoras, perfil dos

respondentes e comportamento estratégico adotado, sempre considerando o valor de

p = 0,05. De acordo com Hair Jr. et al. (2005), é necessário verificar as diferenças

significantes, para tanto foi utilizado o teste post-hoc de LSD (least significant

Page 60: COMPETÊNCIAS EMPREENDEDORAS E O …

59

difference). A análise de Variância é empregada quando se quer decidir se as

diferenças amostrais observadas são reais (causadas por diferenças significativas nas

populações observadas) ou causais (decorrentes da mera variabilidade amostral)

(BELLI, 2014).

Assim sendo, tal análise parte do pressuposto que o acaso só causa pequenos

desvios, sendo as grandes diferenças geradas por causas reais. Dessa forma,

buscou-se identificar essas diferenças entre as variáveis e responder aos objetivos

gerais e específicos bem como ao problema de pesquisa.

Page 61: COMPETÊNCIAS EMPREENDEDORAS E O …

60

4 ANÁLISE DOS RESULTADOS

Neste capítulo, apresentar-se-ão as análises dos dados da pesquisa. Em

primeiro lugar, por meio da descrição do perfil da amostra, e, posteriormente,

identificando a presença das competências empreendedoras e do comportamento

estratégico dos Gestores Hoteleiros da Costa Verde & Mar e Balneário Camboriú, em

uma amostra total de 76 questionários válidos, confirmando uma amostra reajustada

com erro amostral de 7,8%. Ao final, a relação entre os constructos é testada.

4.1 PERFIL DOS GESTORES HOTELEIROS

Com a finalidade de caracterizar a amostra a partir de suas características

pessoais, sobre a perspectiva da dimensão do hotel por meio dos dados coletados,

apresentam-se as informações gráficas acompanhadas de comentários de aspectos

relevantes por intermédio da análise descritiva. Esta tem por objetivo, segundo Barrow

(2007, p. 22), [...] apresentar de maneira clara, concisa e precisa, portanto, sintetizar

toda essa informação e salientar os aspectos principais sem que a figura fique

A primeira variável investigada em relação ao perfil dos gestores foi quanto ao

gênero demonstrada no Gráfico 1 a seguir.

Gráfico 1 - Gênero dos participantes da pesquisa

Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados da pesquisa.

Observa-se no Gráfico 1 que há uma predominância do gênero masculino

56,6% - 43 respondentes, em relação ao gênero feminino 43,4% - 33 respondentes.

Contudo, isso demonstra que as mulheres estão ganhando posições na gestão nesse

Masculino

Feminino

Page 62: COMPETÊNCIAS EMPREENDEDORAS E O …

61

tipo de organização. Em meio a um contexto de consideração profissional, destacam-

se as mulheres em cargos de gestão, vistas como precursoras que adaptaram a vida

doméstica para dar conta da carreira, mesmo com a existência de fortes barreiras a

essa incorporação. É apontado em diversos estudos o alto nível de educação e

formação das mulheres, ao mesmo tempo em que a sua participação em cargos de

gestão é reduzida (BIASOLI, 2016).

Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), para que as mulheres

tenham as mesmas oportunidades que os homens, dois aspectos são primordiais. São

eles: (a) os relacionados às percepções das funções e das capacidades das mulheres,

tanto pelas próprias mulheres como por outros protagonistas (família, sociedade, etc.);

e (b) os relativos às estruturas de gestão e dos sistemas das instituições, organizações

e empresas, consideradas pouco favoráveis ao avanço das mulheres (OIT, 2016).

A segunda variável apresentada é quanto à idade dos gestores representada

no Gráfico 2 a seguir:

Gráfico 2 Idade dos participantes da pesquisa

Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados da pesquisa.

Em relação à idade dos respondentes, verifica-se que a faixa de idade

predominante é de 30 a 39 anos, com 40,8%, seguida pela faixa de 40 a 49 anos e de

20 a 29 anos, ambas com 26,3%, e a faixa de 50 a 59 anos com 6,6%. Não foram

encontrados gestores com menos de 20 anos e com mais de 60 anos. Verifica-se que

os gestores hoteleiros são mais maduros e possuem mais experiência de vida e

profissional. De acordo com Alves, Vasconcelos e Carvalho (2010), a estrutura etária

de um país muda dinamicamente ao longo do tempo, acompanhando as mudanças

0,0%

6,6%

0,0%

Menos de 20 anos

De 20 a 29 anos

De 30 a 39 anos

De 40 a 49 anos

De 50 a 59 anos

Mais de 60 anos

Page 63: COMPETÊNCIAS EMPREENDEDORAS E O …

62

qualitativas resultantes da transição demográfica. No caso do Brasil, que está

entrando na fase mais avançada de sua transição, deve-se testemunhar importantes

mudanças na estrutura etária da população nas próximas décadas, passando a ter

grande número de idosos.

No Gráfico 3, é demonstrada a variável grau de escolaridade:

Gráfico 3 Grau de Escolaridade dos participantes da pesquisa

Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados da pesquisa.

Nesse quesito, observa-se que a maioria dos respondentes possui ensino

superior completo, 42,1%, seguido pelo nível de pós-graduação com especialização,

em que foram computados 18,4%. O ensino superior incompleto aparece com 15,8%,

ensino médio completo com 14,5%, ensino técnico com 6,6%. Os gestores com ensino

médio incompleto e pós-graduação em nível de mestrado são representativos,

respectivamente 1,3%. Por último, sem nenhuma representação na amostra os

gestores com pós-graduação em nível de doutorado.

Essas informações demonstram o quanto dos gestores possui de formação

acadêmica superior. Tal formação contribui nas tomadas de decisão, no

direcionamento de suas equipes, bem como na execução das atividades do cargo de

liderança que desenvolvem.

Em seguida, a variável tempo de trabalho no hotel está ilustrada no Gráfico 4.

0,0%

5,0%

10,0%

15,0%

20,0%

25,0%

30,0%

35,0%

40,0%

45,0%

Ensino Médio Incompleto

Ensino Médio Completo

Ensino Técnico

Ensino SuperiorIncompletoEnsino Superior Completo

Pós-Graduação /EspecializaçãoPós-Graduação /MestradoPós-Graduação /Doutorado

Page 64: COMPETÊNCIAS EMPREENDEDORAS E O …

63

Gráfico 4 Tempo de trabalho no hotel dos participantes da pesquisa

Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados da pesquisa.

Com relação ao tempo de trabalho no hotel, verifica-se um percentual

significativo de 30,3% que estão há mais de 10 anos atuando na empresa. Tal número

deve-se ao perfil dos entrevistados, haja vista que muitos dos gestores hoteleiros

desses hotéis possuem gestão familiar. O setor hoteleiro catarinense é bastante

diversificado e vem buscando adaptar-se às especificidades de cada região.

Predominam os hotéis independentes, 93%, com administração predominantemente

familiar, ou seja, não estão vinculados a redes hoteleiras internacionais, nacionais

e/ou regionais (SANTOS, 2012; PEREIRA, 2015).

Os gestores que atuam na faixa de 3 a 4 anos, com 18,4%, na faixa de 1 a 2

anos, com 11,8%, e com menos de 1 ano, 10,5%, têm um percentual somado de

40,7%. São gestores que têm iniciado suas atividades e vêm ganhando experiência

no mercado em que estão atuando.

A última variável do perfil dos gestores hoteleiros está representada no Gráfico

5 a seguir:

0,0%

5,0%

10,0%

15,0%

20,0%

25,0%

30,0%

35,0%

Menos de 1 ano

De 1 a 2 anos

De 3 a 4 anos

De 5 a 6 anos

De 6 a 7 anos

De 7 a 8 anos

De 9 a 10 anos

Mais que 10 anos

Page 65: COMPETÊNCIAS EMPREENDEDORAS E O …

64

Gráfico 5 Classificação dos hotéis

Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados da pesquisa.

De acordo com o Gráfico 5, ficou evidenciado que a maioria dos hotéis da

região turística da Costa Verde & Mar e Balneário Camboriú estão classificados na

categoria 3 estrelas, 65,8%, conforme os respondentes; seguido pelos hotéis

classificados como categoria de 4 estrelas, com um percentual 15,8%. Essas duas

categorias são as mais representativas da região turística da Costa Verde & Mar e

Balneário Camboriú. Os hotéis classificados com 2 estrelas representaram 11,8%, já

os hotéis 1 estrela, 2,6%, e os hotéis 5 estrelas representaram 3,9% do total da

amostra de 76 gestores.

A classificação é, reconhecidamente, um instrumento de divulgação de

informações claras e objetivas sobre meios de hospedagem, sendo um importante

mecanismo de comunicação com o mercado. Possibilita a concorrência justa entre os

meios de hospedagem do país e auxilia turistas, brasileiros e estrangeiros em suas

escolhas (BRASIL, 2011).

Em síntese, pode-se afirmar que os gestores hoteleiros possuem como

principais características: 56,6% são do gênero masculino; 40,8% têm idade entre 30

a 39 anos; 42,1% possuem ensino superior completo; 30,3% possuem mais de 10

anos de trabalho no hotel; e 65,8% dos hotéis pesquisados são classificados como

sendo de 3 estrelas, conforme respostas coletadas junto aos seus gestores.

2,6%3,9%1 estrela

2 estrelas

3 estrelas

4 estrelas

5 estrelas

Page 66: COMPETÊNCIAS EMPREENDEDORAS E O …

65

4.2 IDENTIFICAÇÃO DAS COMPETÊNCIAS EMPREENDEDORAS

Identificar as competências empreendedoras presentes nos Gestores

Hoteleiros da região turística da Costa Verde & Mar e Balneário Camboriú compôs o

primeiro objetivo específico desta investigação. Para discussão dos resultados e a

visualização dos gráficos e tabelas, as competências empreendedoras serão

representadas por siglas, conforme mostra o Quadro 6 a seguir.

Quadro 6 - Siglas para as competências empreendedoras

COMPETÊNCIA SIGLA

Busca de oportunidades e iniciativa BOI

Correr riscos calculados CRC

Exigência de qualidade e eficiência EQE

Persistência PER

Comprometimento COM

Busca de informações BDI

Estabelecimento de metas EDM

Planejamento e monitoramento sistemáticos PMS

Persuasão e rede de contatos PRC

Independência e autoconfiança IAC

Fonte: Elaborado pelo autor com base em Lenzi (2008).

Como mencionado no capítulo 2.1.2 - Competências Empreendedoras -, o

trabalho de Cooley (1990), o qual derivou de uma tipologia que permite de maneira

simples a identificação das competências empreendedoras, ganhou ênfase na

academia (LENZI, 2008; ZAMPIER; TAKAHASHI; FERNANDES, 2012; LIZOTE,

2013; BELLI; 2014; BEHLING, 2015). Tal metodologia foi adotada por Lenzi (2008) e

Lenzi et al. (2011) que desenvolveram um instrumento para identificação das

competências empreendedoras de Cooley (1990) em estudos com empreendedores

corporativos ou independentes. Esse instrumento foi adaptado e replicado no presente

estudo para identificar as competências empreendedoras presentes nos gestores

hoteleiros.

A presença da competência é avaliada de acordo com a nota atribuída pelos

respondentes, conforme detalhado no capítulo 3 (Metodologia), em uma escala de 1

a 5. Os respondentes deveriam somar uma pontuação mínima de três e máxima de

quinze pontos para cada uma das competências empreendedoras, devendo a

pontuação, para considerar a competência presente no comportamento do

Page 67: COMPETÊNCIAS EMPREENDEDORAS E O …

66

empreendedor, estar entre 12 e 15 pontos. Justificada pelo fato de que se cada uma

das três afirmações relacionadas a uma competência são pontuadas em uma escala

de 1 a 5 pontos, 3 representa um valor médio. Assim, para caracterizar o

reconhecimento de competências em destaque no comportamento do empreendedor,

deve-se obter um resultado acima da média, nesse caso 4 pontos em cada uma das

três afirmações, totalizando 12 pontos.

Assim sendo, foram identificadas as competências empreendedoras e

representadas no Gráfico 6 a seguir.

Gráfico 6 - Competências empreendedoras presentes nos gestores hoteleiros

Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados da pesquisa.

No Gráfico 6, das dez competências empreendedoras de Cooley (1990),

algumas se destacaram com maior ocorrência, a saber: COM (80,26% - 61

respondentes), PER (69,73% - 53 respondentes), BDI (65,78% - 50 respondentes),

PRC (57,89% - 44 respondentes), IAC (51,31% - 31 respondentes), PMS (50% - 38

respondentes). Tais competências denotam o comprometimento do gestor hoteleiro

em desempenhar uma boa gerência a fim de refletir no bom desenvolvimento da

atividade turística.

As competências menos encontradas, abaixo do percentual de 50%: EDM e

EQE (48,68% - 37 respondentes), seguidas de CRC (47,36% - 36 respondentes), e,

em apenas 38,15% (29 respondentes), foi encontrada a competência empreendedora

BOI.

COM

PER

BDI

PRC

IAC

PMS

EDM

EQE

CRC

BOI

Page 68: COMPETÊNCIAS EMPREENDEDORAS E O …

67

A seguir, a Tabela 2 apresenta o total de respondentes (N), a média, o desvio

padrão e a variação para cada competência empreendedora e suas três variáveis

observáveis.

Tabela 2 - Média das variáveis observáveis para cada competência

Variável Observável N Média Desvio

Padrão

Variância

BOI (Busca de Oportunidades) 76 10,55 2,720 7,397

BOI1 (Elabora ou comercializa novos produtos ou serviços). 76 3,39 1,059 1,122

BOI2 (Possui iniciativas de inovação gerando novos negócios). 76 3,49 1,077 1,160

BOI3 (Produz resultado por meio das oportunidades de negócio

que identifica no mercado).

76 3,67 1,025 1,050

CRC (Correr Riscos Calculados) 76 11,12 2,842 8,079

CRC1 (Avalia o risco de suas ações por meio de suas ações

coletadas).

76 3,79 1,062 1,128

CRC2 (Age para reduzir os riscos dessas ações). 76 3,93 1,124 1,262

CRC3 (Está disposto a correr riscos, pois eles representam um

desafio pessoal e podem trazer um bom retorno para o hotel).

76 3,39 1,167 1,362

EQE (Exigência de Qualidade e Eficiência) 76 11,16 2,439 5,948

EQE1 (Suas ações são muito inovadoras e trazem qualidade e

eficácia nos processos).

76 3,45 ,985 ,971

EQE2 (É reconhecido por satisfazer seus clientes internos e

externos).

76 3,83 ,971 ,944

EQE3 (Estabelece prazos e os cumpre com padrão de

qualidade reconhecido por todos).

76 3,88 ,979 ,959

PER (Persistência) 76 12,97 2,355 5,546

PER1 (Age para driblar obstáculos quando eles se apresentam). 76 3,36 ,976 ,952

PER2 (Não desiste em situações desfavoráveis e encontra

forma de atingir os objetivos).

76 3,41 1,009 1,018

PER3 (Admite ser responsável por seus atos como gestor

hoteleiro).

76 3,68 ,852 ,726

COM (Comprometimento) 76 13,07 2,022 4,089

COM1 (Conclui uma tarefa dentro das condições estabelecidas,

honrando os hóspedes e parceiros).

76 4,36 ,890 ,792

COM2

ajudar a equipe a concluir um trabalho).

76 3,70 ,910 ,827

COM3 (Está disposto a manter os clientes satisfeitos e de fato

consegue).

76 3,30 ,849 ,721

BDI (Busca de Informações) 76 11,93 2,609 6,809

BDI1 (Vai pessoalmente atrás de informações para realizar um

projeto).

76 3,28 ,988 ,976

Page 69: COMPETÊNCIAS EMPREENDEDORAS E O …

68

BDI2 (Investiga pessoalmente novos processos ou ideias

inovadoras).

76 4,04 1,026 1,052

BDI3 (Quando necessário, consulta especialistas para lhe

ajudar em suas ações).

76 3,84 1,132 1,281

EDM (Estabelecimento de Metas) 76 11,20 2,713 7,361

EDM1 (Define suas próprias metas, independentemente do que

é proposto pelo hotel).

76 3,54 1,148 1,318

EDM2 (Possui metas claras e específicas). 76 3,92 1,004 1,007

EDM3 (Possui metas mensuráveis). 76 4,59 1,098 1,205

PMS (Planejamento e monitoramento sistemático) 76 11,38 2,508 6,292

PMS1 (Elabora planos com tarefas e prazos bem definidos e

claros).

76 2,96 ,944 ,892

PMS2 (Revisa constantemente seus planejamentos). 76 3,09 ,982 ,965

PMS3 (É ousado na tomada de decisões). 76 3,62 1,083 1,172

PRC (Persuasão e rede de contatos) 76 11,61 2,275 5,175

PRC1 (Consegue influenciar outras pessoas para que sejam

parceiros em seus projetos viabilizando recursos necessários

para alcançar os resultados propostos).

76 3,04 ,840 ,705

PRC2 (Consegue utilizar pessoas chave para atingir os

resultados).

76 3,00 ,952 ,907

PRC3 (Desenvolve e fortalece sua rede de relacionamentos

interno e externo ao hotel).

76 3,93 1,024 1,049

IAC (Independência e autoconfiança) 76 11,41 2,520 6,351

IAC1 (Está disposto a quebrar regras, transpor barreiras e

obstáculos enraizados no hotel).

76 4,34 1,342 1,801

IAC2 (Confia em seu ponto de vista e o mantém mesmo diante

de oposições).

76 4,57 1,063 1,129

IAC3 (É confiante nos seus atos e enfrenta desafios sem medo). 76 4,21 ,899 ,808 Fonte: Elaborada pelo autor com base nos dados da pesquisa.

Ao analisar a média das variáveis para cada competência, encontrou-se PMS1

- Elabora planos com tarefas e prazos bem definidos e claros (2,96) - e PRC2 -

Consegue utilizar pessoas chave para atingir os resultados (3,00) - com as menores

médias das variáveis. Isso indica que os gestores hoteleiros desenvolvem pouco a

prática de planejar e definir cronogramas bem como de estabelecer redes de contato.

Em contraponto com as maiores médias, observou-se IAC2 - Confia em seu ponto de

vista e o mantém mesmo diante de oposições - com 4,57, e EDM3 - Possui metas

Continuação

Page 70: COMPETÊNCIAS EMPREENDEDORAS E O …

69

mensuráveis - com 4,59. Isso indica a propensão dos gestores em confiar no seu

feeling para estabelecer metas que podem ser verificadas.

4.3 IDENTIFICAÇÃO DO COMPORTAMENTO ESTRATÉGICO

O segundo objetivo específico foi identificar o comportamento estratégico dos

gestores hoteleiros localizados na região turística da Costa Verde & Mar e Balneário

Camboriú. A teoria do comportamento estratégico proposta por Miles e Snow (1978)

avalia a forma como o empresário responde às contingências do ambiente em que

atua, classificando-a em quatro padrões comportamentais, sendo eles: prospector,

analítico, defensivo e reativo. O Gráfico 7 a seguir apresenta essas características do

comportamento estratégico dos gestores hoteleiros da Costa Verde & Mar e Balneário

Camboriú.

Gráfico 7 Comportamento estratégico presentes nos gestores hoteleiros

Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados da pesquisa.

Observa-se no Gráfico 7 que há uma predominância do comportamento

Analítico - 40,8% - 41 respondentes. Em seguida, o comportamento Defensivo com

27,6% - 21 respondentes. De acordo com Lizote e Verdinelli (2014), os analistas são

uma mistura de prospectores e defensores, que adaptam ao longo do tempo entre

posturas mais proativas e mais defensivas. Diante da atual conjuntura política e

econômica em que o país se encontra, sendo o ambiente externo de incertezas que

os gestores hoteleiros vivenciam no momento, e, também, em função da escolaridade

6,6%

PROSPECTOR

DEFENSIVO

ANALÍTICO

REATIVO

Page 71: COMPETÊNCIAS EMPREENDEDORAS E O …

70

dos gestores - em sua maioria, 42,1%, possuem ensino superior completo -,

compreende-se o atual comportamento estratégico mais proeminente.

Para que tenha enfrentado condições diversas no ambiente, é necessário que

o empresário esteja situado a algum tempo e, com isso, vivenciado diversos

momentos que requisitaram postura de adaptação de suas empresas (BEHLING,

2015). Assim sendo, dos 76 gestores respondentes da pesquisa, obteve-se a maior

incidência percebida de gestores que consideram adotar um comportamento Analítico

40,8% - 41 respondentes.

O comportamento Prospector 25,0% - 19 respondentes - foi o terceiro padrão

encontrado nos gestores hoteleiros desta amostra. Prospectores são distintos pela

sua firme procura por novos produtos processo e mercado, eles buscam experiência

com o modelo do produto, seguem novas tecnologias no processo e se lançam em

novos mercados. Por conseguinte, prospectores costumam ser caracterizados por

uma disposição proativa em relação ao ambiente competidor e aos esforços para

explorar oportunidades no decorrer do processo, do produto, do mercado e no

crescimento dos vetores do desenvolvimento (LIZOTE; VERDINELLI, 2014).

Em relação ao último padrão, apenas cinco gestores hoteleiros (6,6%)

afirmaram adotar um comportamento reativo ao ambiente. Os reativos não têm

estratégia definida e respondem apenas de modo inconsistente e instável, assumem

posições competitivas quando forçados a fazê-lo (LIZOTE; VERDINELLI, 2014).

Importante ressaltar que na hotelaria as estratégias devem ser formuladas conforme

alguns aspectos como qualidade no atendimento, posicionamento, políticas de

preços, relacionamento com os hóspedes, além de outras características que podem

ser contempladas na formulação das estratégias na hotelaria (PETROCCHI, 2007, p.

56). De acordo com Martins (1990), estruturas organizacionais e processos precisam

ser melhores integradas com a estratégia.

4.3.1 Relação entre as competências empreendedoras e o comportamento estratégico

Como último objetivo específico, ficou estabelecido relacionar as competências

empreendedoras e o comportamento estratégico. Logo após de identificadas as

competências empreendedoras presentes nos gestores hoteleiros e o comportamento

estratégico por eles adotado, buscou-se estabelecer relações entre as variáveis, com

Page 72: COMPETÊNCIAS EMPREENDEDORAS E O …

71

o intuito de avaliar se a presença de (e de quais) competências empreendedoras

propiciam determinado padrão de comportamento estratégico, utilizando a técnica de

Análise de Variância (ANOVA).

Ao analisar individualmente as dez competências empreendedoras, observou-

se que a presença de nove delas (BOI, CRC, EQE, EDM, PMS, PER, BDI, PRC e IAC)

apresentam significância estatística, influenciando o comportamento estratégico

adotado pelos gestores hoteleiros. A competência COM - Comprometimento - não

apresenta significância estatística para sustentar tal afirmação. Na sequência, serão

apresentadas as dez competências e os seus resultados individuais.

Na Análise de Variância para a competência BOI - Busca de Oportunidades e

Iniciativa - demonstrada na Tabela 3 a seguir, o valor de sig = 0,00 indica que a média

para essa competência é significativamente diferente e influencia o comportamento

estratégico dos gestores hoteleiros.

Tabela 3 - ANOVA para BOI x Comportamento estratégico

Soma dos

Quadrados Df Quadrado Médio Z Sig.

Entre Grupos 14,046 3 4,682 7,082 0,00 Fonte: Elaborada pelo autor com base nos dados da pesquisa.

Para aferir as diferenças encontradas entre os grupos, optou-se por utilizar o

teste post-hoc de LSD (least significant difference) com 5% de significância. Essa

opção deu-se em função do tamanho da amostra (N=76), considerado pequena para

realizar os testes mais conservadores. O pesquisador antes de adotar esse

procedimento também fez o teste post-hoc de Sheffé, que é considerado como um

dos testes existentes mais conservadores. Dessa forma, muitos resultados obtiveram

avaliações como não significativas. De acordo com Hair Jr. et al. (2005), os testes post

hoc devem examinar todas as possíveis combinações.

A Tabela 4 que segue apresenta os resultados do teste post-hoc LSD para a

competência BOI Busca de Oportunidade e Iniciativa - versus o comportamento

estratégico.

Page 73: COMPETÊNCIAS EMPREENDEDORAS E O …

72

Tabela 4 Teste de LSD para BOI x Comportamento estratégico

(I) comportamento estratégico (J) comportamento

estratégico

Diferença

média (I-J)

Erro

Padrão Sig.

LSD PROSPECTOR DEFENSINO ,93901* ,25744 ,000

ANALÍTICO ,77363* ,23689 ,002

REATIVO 1,52632* ,40867 ,000

DEFENSIVO PROSPECTOR -,93901* ,25744 ,000

ANALÍTICO -,16539 ,22979 ,474

REATIVO ,58730 ,40459 ,151

ANALÍTICO PROSPECTO -,77363* ,23689 ,002

DEFENSIVO ,16539 ,22979 ,474

REATIVO ,75269 ,39184 ,059

REATIVO PROSPECTOR -1,52632* ,40867 ,000

DEFENSIVO -,58730 ,40459 ,151

ANALÍTICO -,75269 ,39184 ,059 *. A diferença média é significativa no nível 0.05.

Fonte: Elaborada pelo autor com base nos dados da pesquisa.

De acordo com os resultados da Tabela 4, as médias para essa competência

são diferentes para os gestores Prospectores em comparação aos Reativos e os

Analíticos quando comparados aos Reativos, estes com a menor média entre os

quatro grupos. O Gráfico 8 representa essas diferenças.

Gráfico 8 - ANOVA para BOI x Comportamento estratégico

Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados da pesquisa.

Page 74: COMPETÊNCIAS EMPREENDEDORAS E O …

73

É possível observar no Gráfico 8 que o comportamento Prospector difere em

relação ao Defensivo, Analítico e Reativo para a competência BOI Busca de

Oportunidades. Segundo a teoria de Miles e Snow (1978), a postura prospectora é

caracterizada pela busca contínua de oportunidades mercadológicas, experimentando

respostas às inclinações emergentes do ambiente. Verifica-se que os

comportamentos Defensivo e Analítico são iguais nessa competência. E o

comportamento Reativo é diferente de todos, pois não possui ou possui pouco essa

competência.

A Tabela 5 apresenta a ANOVA para a competência CRC - Correr Riscos

Calculados - versus o comportamento estratégico.

Tabela 5 ANOVA para CRC x Comportamento estratégico

Soma dos

Quadrados df Quadrado Médio Z Sig.

Entre Grupos 14,178 3 4,726 6,402 0,01 Fonte: Elaborada pelo autor com base nos dados da pesquisa.

As médias para a competência Correr Riscos Calculados (CRC) também

apresentaram diferenças significantes entre os padrões de comportamento

estratégico, com valor sig = 0,01. Pode-se afirmar que a competência CRC influência

o comportamento estratégico.

A seguir, a Tabela 6 apresenta o teste post-hoc LSD para competência Correr

Riscos Calculados versus o comportamento estratégico.

Tabela 6 Teste de LSD para CRC x Comportamento estratégico

(I) comportamento

estratégico

(J) comportamento

estratégico

Diferença

média (I-J)

Erro

Padrão Sig.

LSD PROSPECTOR DEFENSIVO 1,11947* ,27203 ,000

ANALÍTICO ,81890* ,25033 ,002

REATIVO 1,08772* ,43184 ,014

DEFENSIVO PROSPECTOR -1,11947* ,27203 ,000

ANALÍTICO -,30056 ,24282 ,220

DEFENSIVO -,03175 ,42753 ,941

ANALÍTICO PROSPECTOR -,81890* ,25033 ,002

DEFENSIVO ,30056 ,24282 ,220

REATIVO ,26882 ,41406 ,518

Page 75: COMPETÊNCIAS EMPREENDEDORAS E O …

74

(I) comportamento

estratégico

(J) comportamento

estratégico

Diferença

média (I-J)

Erro

Padrão Sig. REATIVO PROSPECTOR -1,08772* ,43184 ,014

DEVENSIVO ,03175 ,42753 ,941

ANALÍTICO -,26882 ,41406 ,518 *. A diferença média é significativa no nível 0.05.

Fonte: Elaborada pelo autor com base nos dados da pesquisa.

Verifica-se que essa competência possui uma diferença significante para o

comportamento Prospector, o que corrobora a descrição de Miles e Snow (1978), em

que a postura prospectora é caracterizada pela busca contínua de oportunidades e

correr riscos, experimentando respostas às inclinações emergentes do ambiente. Já

o comportamento Analítico tem uma influência diferente dos demais comportamentos,

sendo o comportamento Analítico, para Miles e Snow (1978), uma combinação dos

comportamentos Prospector e Defensivo, o que é comprovado no Gráfico 9 que

segue, ficando em uma posição entre esses dois comportamentos. Segundo os

autores (1978), o Analítico apresenta maior aversão ao risco, analisa o ambiente e

adota estratégias empregadas pelos concorrentes que comprovadamente

apresentaram sucesso prévio.

Gráfico 9 - ANOVA para CRC x Comportamento estratégico

Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados da pesquisa.

Observa-se ainda no Gráfico 9 que as posturas Defensivo e Reativo possuem

padrões iguais de comportamento (estão posicionados na mesma faixa).

Continuação

Page 76: COMPETÊNCIAS EMPREENDEDORAS E O …

75

Na Tabela 7, apresenta-se a análise da variância (ANOVA) para competência

EQE - Exigência de Qualidade e Eficiência - versus comportamento estratégico.

Tabela 7 ANOVA para EQE x Comportamento estratégico

Soma dos

Quadrados Df Quadrado Médio Z Sig.

Entre Grupos 11,421 3 3,807 7,186 0,00 Fonte: Elaborada pelo autor com base nos dados da pesquisa.

A competência Exigência de Qualidade e Eficiência (EQE) também apresenta

diferenças significantes entre os padrões de comportamento estratégico (sig = 0,00),

podendo-se afirmar que a EQE influencia o comportamento estratégico adotado pelo

gestor hoteleiro.

Na Tabela 8, apresenta-se o teste post-hoc LSD para a competência

empreendedora EQE.

Tabela 8 Teste de LSD para EQE x Comportamento estratégico

(I) comportamento

estratégico

(J) comportamento

estratégico

Diferença

média (I-J)

Erro

Padrão Sig.

LSD PROSPECTOR DEFENSIVO ,89390* ,23046 ,000

ANALÍTICO ,85908* ,21207 ,000

REATIVO 1,05263* ,36585 ,005

DEFENSIVO PROSPECTOR -,89390* ,23046 ,000

ANALÍTICO -,03482 ,20572 ,866

REATIVO ,15873 ,36220 ,663

ANALÍTICO PROSPECTOR -,85908* ,21207 ,000

DEFENSIVO ,03482 ,20572 ,866

REATIVO ,19355 ,35079 ,583

REATIVO PROSPECTOR -1,05263* ,36585 ,005

DEFENSIVO -,15873 ,36220 ,663

ANALÍTICO -,19355 ,35079 ,583 *. A diferença média é significativa no nível 0.05.

Fonte: Elaborada pelo autor com base nos dados da pesquisa.

O teste post-hoc de LSD demonstra que, para essa competência, a média dos

gestores Reativos é diferente dos demais padrões de comportamento estratégico,

todas com significância menor que 0,05.

A seguir, no Gráfico 10, apresenta-se a ANOVA para EQE Exigência de

Qualidade - versus comportamento estratégico.

Page 77: COMPETÊNCIAS EMPREENDEDORAS E O …

76

Gráfico 10 ANOVA para EQE x Comportamento estratégico

Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados da pesquisa.

Observa-se no Gráfico 10 que as posturas Defensivo e Analítico possuem

padrões iguais de comportamento nessa competência, divergindo do Prospector e

Reativo.

Miles e Snow (1978) afirmam que empresas Defensivas protegem seu mercado

por meio da qualidade mais elevada ou de preços competitivos conseguidos a partir

da busca constante de eficiência, dando ênfase na forma eficiente de produzir

determinado produto ou serviço e no fornecimento de um mercado (LIZOTE;

VERDINELLI, 2013).

Para a competência Persistência (PER), também se observou que há

significância estatística que sustente a relação da competência e o comportamento

estratégico, conforme apresentado na Tabela 9 a seguir.

Tabela 9 ANOVA para PER x Comportamento estratégico

Soma dos

Quadrados Df

Quadrado

Médio Z Sig.

PERSISTÊNCIA 6,467 3 2,156 3,419 ,022 Fonte: Elaborada pelo autor com base nos dados da pesquisa.

Na sequência, como há significância estatística que sustente a relação entre a

competência empreendedora e o comportamento estratégico, realizou-se o teste post

hoc LSD visualizado na Tabela 10.

Page 78: COMPETÊNCIAS EMPREENDEDORAS E O …

77

Tabela 10 Teste de LSD para PER x Comportamento estratégico

(I) comportamento

estratégico

(J) comportamento

estratégico

Diferença

média (I-J) Erro Padrão Sig.

LSD PROSPECTOR DEFENSIVO ,66500* ,25142 ,010

ANALÍTICO ,69213* ,23136 ,004

REATIVO ,51579 ,39911 ,200

DEFENSIVO PROSPECTOR -,66500* ,25142 ,010

ANALÍTICO ,02714 ,22442 ,904

REATIVO -,14921 ,39513 ,707

ANALÍTICO PROSPECTOR -,69213* ,23136 ,004

DEFENSIVO -,02714 ,22442 ,904

REATIVO -,17634 ,38268 ,646

REATIVO PROSPECTOR -,51579 ,39911 ,200

DEFENSIVO ,14921 ,39513 ,707

ANALÍTICO ,66500* ,25142 ,010 * A diferença média é significativa no nível 0,05.

Fonte: Elaborada pelo autor com base nos dados da pesquisa.

O Gráfico 11 ilustra a diferença entre os comportamentos estratégicos em

relação à competência Persistência (PER).

Gráfico 11 ANOVA para PER x Comportamento estratégico

Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados da pesquisa.

Observa-se que os padrões Defensivos e Analíticos estão na mesma faixa de

médias, demonstrando um comportamento parecido nessa competência. De acordo

com a teoria de Miles e Snow (1978), o comportamento estratégico dos gestores

analíticos é altamente especializado em uma limitada área de operações e não

procura novas oportunidades fora de seu domínio. Como resultado dessa atuação

Page 79: COMPETÊNCIAS EMPREENDEDORAS E O …

78

estreita, raramente essas empresas necessitam realizar ajustes significativos em sua

estrutura, operações e tecnologia, pode-se associar com a competência Persistência.

A seguir apresenta-se a Tabela 11 com a análise da variância ANOVA para

a competência Busca de Informações versus comportamento estratégico.

Tabela 11 ANOVA para BDI x Comportamento estratégico

Soma dos

Quadrados Df Quadrado Médio Z Sig.

Entre Grupos 7,109 3 2,370 3,396 ,022 Fonte: Elaborada pelo autor com base nos dados da pesquisa.

A diferença entre as médias para a competência Busca de Informações (BDI)

apresentou evidências estatísticas significantes. Essa competência foi encontrada em

cinquenta gestores hoteleiros, o que representa 65,78% da amostra.

Na sequência, de acordo com a significância estatística observada, realizou-se

o teste post hoc LSD visualizado na Tabela 12.

Tabela 12 Teste de LSD para BDI x Comportamento estratégico

(I) comportamento

estratégico

(J) comportamento

estratégico

Diferença

média (I-J) Erro Padrão Sig.

LSD PROSPECTOR DEFENSIVO ,83709* ,26448 ,002

ANALÍTICO ,37012 ,24337 ,133

REATIVO ,32281 ,41984 ,444

DEFENSIVO PROSPECTOR -,83709* ,26448 ,002

ANALÍTICO -,46697 ,23608 ,052

REATIVO -,51429 ,41566 ,220

ANALÍTICO PROSPECTOR -,37012 ,24337 ,133

DEFENSIVO ,46697 ,23608 ,052

REATIVO -,04731 ,40256 ,907

REATIVO PROSPECTOR -,32281 ,41984 ,444

DEFENSIVO ,51429 ,41566 ,220

ANALÍTICO ,04731 ,40256 ,907 * A diferença média é significativa no nível 0,05.

Fonte: Elaborada pelo autor com base nos dados da pesquisa.

Observa-se nos escores que os comportamentos Analítico e Reativo não

possuem significância estatística. Pode-se afirmar que tais comportamentos não

influenciam a competência Busca de Informações. Assim, a teoria de Miles e Snow

(1978) não se confirmou empiricamente nessa competência, já que não houve

significância estatística nos escores.

Page 80: COMPETÊNCIAS EMPREENDEDORAS E O …

79

O Gráfico 12 ilustra a diferença entre os comportamentos estratégicos em

relação à competência Busca de Informações (BDI).

Gráfico 12 ANOVA para BDI x Comportamento estratégico

Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados da pesquisa.

Observa-se que o comportamento Analítico e Reativo encontra-se em uma

posição próxima conforme destacado no gráfico. De acordo os pressupostos teóricos

de Miles e Snow (1978), o comportamento estratégico Analítico é caracterizado por

uma constante análise de informações do ambiente para identificarem ações dos

concorrentes, enquanto que o comportamento Reativo somente se sustenta no tempo

em ambientes monopolísticos ou regulados. Em outros ambientes, a empresa

implementa adequadamente um dos outros tipos estratégicos ou sucumbe às

pressões dos concorrentes e dos clientes. Não é um tipo estratégico puro, mas

residual, não congruente com a postura de resposta ao ambiente. A ausência de uma

orientação consistente faz com que eles reajam às pressões ambientais apenas

quando forçados.

Na Tabela 13, apresenta-se a análise da variância ANOVA da competência

Persuasão e Rede de Contatos (PRC) versus comportamento estratégico.

Tabela 13 ANOVA para PRC x Comportamento estratégico

Soma dos

Quadrados Df Quadrado Médio Z Sig.

Entre Grupos 5,490 3 1,830 3,422 ,022 Fonte: Elaborada pelo autor com base nos dados da pesquisa.

Page 81: COMPETÊNCIAS EMPREENDEDORAS E O …

80

Verifica-se que a competência PRC Persuasão e Rede de Contatos -

apresenta significância estatística para estabelecer relação entre o comportamento

estratégico.

Apresenta-se, na Tabela 14, o teste post-hoc LSD para a competência

empreendedora Persuasão e Rede de Contatos (PRC) versus comportamento

estratégico.

Tabela 14 Teste de LSD para PRC x Comportamento estratégico

(I) comportamento

estratégico

(J) comportamento

estratégico

Diferença

média (I-J) Erro Padrão Sig.

LSD PROSPECTOR DEFENSIVO ,63074* ,23154 ,008

ANALÍTICO ,60668* ,21307 ,006

REATIVO ,65614 ,36756 ,078

DEFENSIVO PROSPECTOR -,63074* ,23154 ,008

ANALÍTICO -,02407 ,20668 ,908

REATIVO ,02540 ,36390 ,945

ANALÍTICO PROSPECTOR -,60668* ,21307 ,006

DEFENSIVO ,02407 ,20668 ,908

REATIVO ,04946 ,35243 ,889

REATIVO PROSPECTOR -,65614 ,36756 ,078

DEFENSIVO -,02540 ,36390 ,945

ANALÍTICO -,04946 ,35243 ,889 * A diferença média é significativa no nível 0,05.

Fonte: Elaborada pelo autor com base nos dados da pesquisa.

Observa-se que há uma grande distinção entre os escores, demonstrando que

o comportamento Prospector se difere em relação aos outros três comportamentos

estratégicos. Miles e Snow (1978) afirmam que a estratégia Prospectiva direciona os

esforços da organização para a busca ativa e contínua de novas e inovadoras

oportunidades, investindo em pesquisa e desenvolvimento, realizando mudanças em

sua área de atuação, bem como criando novos negócios e gerando novos produtos.

Ao contrário do comportamento defensivo, em que a empresa renova seus mercados

consumidores, abandona produtos em ciclo de vida de maturidade ou declínio, age de

maneira competitiva e agressiva frente aos concorrentes (GIGLIO; ONUSIC, 2013).

O Gráfico 13 demonstra as diferenças encontradas para ANOVA da

competência empreendedora Persuasão e Rede de Contatos (PRC).

Page 82: COMPETÊNCIAS EMPREENDEDORAS E O …

81

Gráfico 13 ANOVA para PRC x Comportamento estratégico

Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados da pesquisa.

Outra característica observada para análise de variância ANOVA da

competência PRC é que os comportamentos Defensivos, Analíticos e Reativos

encontram-se na mesma faixa, representando posturas parecidas para essa

competência.

Na Tabela 15 a seguir, apresenta-se a análise da variância ANOVA para a

competência empreendedora Estabelecimento de Metas (EDM) versus

comportamento estratégico.

Tabela 15 ANOVA para EDM x Comportamento estratégico

Soma dos

Quadrados Df Quadrado Médio Z Sig.

Entre Grupos 12,461 3 4,154 6,207 ,001 Fonte: Elaborada pelo autor com base nos dados da pesquisa.

Observa-se também que, para essa competência, há evidências estatísticas

significantes para sustentar a relação entre o comportamento estratégico. A seguir, na

Tabela 16, o teste post-hoc LSD.

Page 83: COMPETÊNCIAS EMPREENDEDORAS E O …

82

Tabela 16 Teste de LSD para EDM x Comportamento estratégico

(I) comportamento

estratégico

(J) comportamento

estratégico

Diferença

média (I-J) Erro Padrão Sig.

LSD PROSPECTOR DEFENSIVO 1,01587* ,25901 ,000

ANALÍTICO ,70968* ,23834 ,004

REATIVO 1,20000* ,41117 ,005

DEFENSIVO PROSPECTOR -1,01587* ,25901 ,000

ANALÍTICO -,30620 ,23120 ,190

REATIVO ,18413 ,40707 ,652

ANALÍTICO PROSPECTOR -,70968* ,23834 ,004

DEFENSIVO ,30620 ,23120 ,190

REATIVO ,49032 ,39424 ,218

REATIVO PROSPECTOR -1,20000* ,41117 ,005

DEFENSIVO -,18413 ,40707 ,652

ANALÍTICO -,49032 ,39424 ,218 * A diferença média é significativa no nível 0,05.

Fonte: Elaborada pelo autor com base nos dados da pesquisa.

Verifica-se que a competência EDM - Estabelecimento de Metas - o

comportamento Analítico difere-se muito nos escores encontrados em relação aos

comportamentos Prospectores, Defensivos e Reativos. A relação dessa competência

com o comportamento Analítico é sustentada na teoria de Miles e Snow (1978), em

que se procura manter um domínio estável de produtos e clientes a partir de

competências e habilidades, minimiza-se o risco sem abrir mão de oportunidades. Na

sequência, o Gráfico 14 ilustra as diferenças encontradas.

Gráfico 14 ANOVA para EDM x Comportamento estratégico

Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados da pesquisa.

Page 84: COMPETÊNCIAS EMPREENDEDORAS E O …

83

Verifica-se que nessa competência os comportamentos possuem padrões

diferentes, porém o Prospector é predominante. Segundo Miles e Snow (1978), essa

competência busca constantemente oportunidades em novos produtos e/ou

mercados, primando pelo pioneirismo

Na sequência, apresenta-se a Tabela 17 com a análise da variância ANOVA

para a competência empreendedora Planejamento e Monitoramento Sistemático

(PMS).

Tabela 17 ANOVA para PMS x Comportamento estratégico

Soma dos

Quadrados Df Quadrado Médio Z Sig.

Entre Grupos 10,041 3 3,347 5,792 0,01 Fonte: Elaborada pelo autor com base nos dados da pesquisa.

De acordo com o nível de significância demonstrado, pode-se afirmar que há

evidências estatísticas suficientes para relacionar a competência PMS - Planejamento

e Monitoramento Sistemático - com o comportamento estratégico. Na sequência, o

Teste post hoc LSD apresenta-se na Tabela 18.

Tabela 18 Teste de LSD para PMS x Comportamento estratégico

(I) comportamento

estratégico

(J) comportamento

estratégico

Diferença

média (I-J)

Erro

Padrão Sig.

LSD PROSPECTOR DEFENSIVO 1,01587* ,25901 ,000

ANALÍTICO ,70968* ,23834 ,004

REATIVO 1,20000* ,41117 ,005

DEFENSIVO PROSPECTOR -1,01587* ,25901 ,000

ANALÍTICO -,30620 ,23120 ,190

REATIVO ,18413 ,40707 ,652

ANALÍTICO PROSPECTOR -,70968* ,23834 ,004

DEFENSIVO ,30620 ,23120 ,190

REATIVO ,49032 ,39424 ,218

REATIVO PROSPECTOR -1,20000* ,41117 ,005

DEFENSIVO -,18413 ,40707 ,652

ANALÍTICO -,49032 ,39424 ,218 * A diferença média é significativa no nível 0,05.

Fonte: Elaborada pelo autor com base nos dados da pesquisa.

Observa-se que a competência PMS - Planejamento e Monitoramento

Sistemático - apresenta o comportamento estratégico de forma diferente entre si de

acordo com o escores apresentados.

Page 85: COMPETÊNCIAS EMPREENDEDORAS E O …

84

A seguir, apresenta-se o Gráfico 15 com a análise de variância para a

competência empreendedora Planejamento e Monitoramento Sistemático em relação

ao comportamento estratégico.

Gráfico 15 ANOVA para PMS x Comportamento estratégico

Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados da pesquisa.

Verifica-se a diferença entre os padrões de comportamento na competência

empreendedora PMS. De acordo com os pressupostos teóricos de Miles e Snow

(1978), o Reativo apenas reage ao ambiente externo, desenvolvendo novos produtos

ou mercados somente sob ameaça de outros competidores, evitando, assim, perda

de clientes ou de lucratividade. Atua como se não houvesse estratégia ou com a falta

de consistência destas, enquanto que o Analítico analisa as tendências do mercado

em que atua e adota estratégias que já foram implantadas e bem-sucedidas.

O comportamento estratégico Defensivo preocupa-se com a estabilidade, a

partir do estabelecimento de uma posição do mercado na qual a organização possa

exercer domínio. Obtida essa posição, ela é defendida por meio do desenvolvimento

de atividades distintas da concorrência. Ao adotar essa estratégia, a organização

limita sua área de atuação, reduz a necessidade de investimentos em tecnologia e de

ajustes na estrutura operacional (GIGLIO; ONUSIC, 2013). Já os gestores com o

comportamento Prospector apresentam uma necessidade de inovação de identificar

novas oportunidades, possuem uma gestão mais descentralizada e favorecem o

desenvolvimento de tecnologias.

Page 86: COMPETÊNCIAS EMPREENDEDORAS E O …

85

Na Tabela 19, apresentam-se os dados ANOVA para a competência

empreendedora Comprometimento (COM) versus comportamento estratégico.

Tabela 19 ANOVA para COM x Comportamento estratégico

Soma dos

Quadrados Df Quadrado Médio Z Sig.

Entre Grupos 3,402 3 1,134 2,071 ,112 Fonte: Elaborada pelo autor com base nos dados da pesquisa.

A competência Comprometimento (COM) não apresenta significância

estatística entre os quatro padrões de comportamento estratégico, considerando o

valor de sig = 0,05. Dessa forma, é possível afirmar, de acordo com as evidências

estatísticas, que competência empreendedora influencia de maneira igual para todos

os padrões de comportamento estratégico. Ressalta-se que essa competência foi a

mais presente entre os 76 gestores hoteleiros entrevistados, identificada em 61

gestores, representando 80,26% da amostra.

Na sequência, na Tabela 20, apresenta-se a análise da variância ANOVA da

última competência empreendedora - Independência e Autoconfiança (IAC) versus

comportamento estratégico.

Tabela 20 ANOVA para IAC x Comportamento estratégico

Soma dos

Quadrados Df Quadrado Médio Z Sig.

Entre Grupos 8,489 3 2,830 4,781 ,004 Fonte: Elaborada pelo autor com base nos dados da pesquisa.

Observou-se que a competência empreendedora Independência e

Autoconfiança (IAC) apresenta médias significativamente diferentes com sig = 0,05,

influenciando o comportamento estratégico.

Apresenta-se o teste post-hoc LSD na Tabela 21 a seguir.

Page 87: COMPETÊNCIAS EMPREENDEDORAS E O …

86

Tabela 21 Teste de LSD para IAC x Comportamento estratégico

(I) comportamento

estratégico

(J) comportamento

estratégico

Diferença

média (I-J) Erro Padrão Sig.

LSD PROSPECTOR DEFENSIVO ,75522* ,24359 ,003

ANALÍTICO ,68251* ,22415 ,003

REATIVO 1,06316 ,38668 ,008

DEFENSIVO PROSPECTOR -,75522* ,24359 ,003

ANALÍTICO -,07271 ,21743 ,739

REATIVO ,30794 ,38283 ,424

ANALÍTICO PROSPECTOR -,68251* ,22415 ,003

DEFENSIVO ,07271 ,21743 ,739

REATIVO ,38065 ,37076 ,308

REATIVO PROSPECTOR -1,06316* ,38668 ,008

DEFENSIVO -,30794 ,38283 ,424

ANALÍTICO -,38065 ,37076 ,308 * A diferença média é significativa no nível 0,05.

Fonte: Elaborada pelo autor com base nos dados da pesquisa.

Observa-se nos escores encontrados que há diferenças significantes entre os

comportamentos estratégicos, sendo os que mais se diferem o Prospector para o

Reativo e o comportamento Analista e Defensivo são semelhantes em relação à

competência Independência e Autoconfiança.

Para ilustrar a análise da variância ANOVA da competência IAC versus

comportamento estratégico, o Gráfico 16 será apresentado a seguir.

Gráfico 16 ANOVA para IAC x Comportamento estratégico

Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados da pesquisa.

Page 88: COMPETÊNCIAS EMPREENDEDORAS E O …

87

É possível observar no Gráfico 16 as diferenças entre os comportamentos

Prospectores e Reativos em relação à competência IAC. De acordo com os

pressupostos teóricos de Miles e Snow (1978), Reativo é uma forma de fracasso

estratégico em que existe inconsistência entre sua estratégia, sua tecnologia, sua

estrutura e seu processo. Por sua vez, seria aquele tipo de organização que só reage

quando está ameaçada de perder clientes ou quando os lucros caem

consideravelmente (MINTZBERG; AHLSTRAND; LAMPEL, 2000).

Em contraposição, o gestor hoteleiro Prospector possui uma busca ativa e

contínua de inovações e investe em pesquisa e desenvolvimento, realiza mudanças

em sua área de atuação e cria novos negócios, gerando novos produtos. Nesse tipo

de estratégia, contrária ao comportamento defensivo, a empresa renova seus

mercados consumidores, abandona produtos em ciclo de vida de maturidade e

declínio, age de maneira competitiva e agressiva frente aos concorrentes (GIGLIO;

ONUSIC, 2013)

O comportamento Analítico é um híbrido da postura Prospectora e Defensiva -

enquanto o Defensivo procura manter uma posição estável no mercado o Prospector

busca trilhar novos caminhos.

As competências empreendedoras foram analisadas individualmente, e dentre

os resultados estatísticos encontrados, constatou-se a presença de nove

competências que influenciam o comportamento estratégico: Busca de Oportunidades

e Iniciativas (BOI), Correr Riscos Calculados (CRC), Exigência de Qualidade e

Eficiência (EQE), Persistência (PER), Busca de Informações (BDI), Persuasão e Rede

de Contatos (PRC), Estabelecimento de Metas (EDM), Planejamento e Monitoramento

Sistemático (PMS), e Independência e Autoconfiança (IAC). Essas competências

influenciam de maneira diferente o comportamento estratégico adotado pelos gestores

hoteleiros, enquanto que a competência empreendedora Comprometimento (COM)

influencia de maneira igual todos os quatro padrões de comportamento estratégico.

Observa-se no Gráfico 17 que a categoria de hotéis com uma estrela apresenta

predominantemente os comportamentos estratégicos Defensivo, influenciado pela

competência Independência e Autoconfiança (IAC) e Reativo, este influenciado pela

competência Comprometimento (COM).

Page 89: COMPETÊNCIAS EMPREENDEDORAS E O …

88

Gráfico 17 - Competências empreendedoras X Comportamento estratégico X Gestores dos hotéis e suas categorias

Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados da pesquisa.

Os hotéis classificados com duas estrelas apresentam como comportamentos

estratégicos predominantes o Prospector, o Analítico e o Defensivo. O comportamento

Prospector é influenciado pela competência empreendedora Independência e

Autoconfiança (IAC), a mais presente, seguidos das Busca de Oportunidade e

Iniciativa (BOI) e Comprometimento (COM), demonstrando ser uma organização que

está preocupada com o ambiente externo, porém está, ao mesmo tempo, buscando

novas oportunidades para o negócio.

Já no comportamento estratégico Defensivo observa-se que a Busca de

Oportunidades e Iniciativa (BOI), Independência e Autoconfiança (IAC) são as

competências empreendedoras menos presentes, condizente com os objetivos desse

comportamento que possuem uma visão mais conservadora no tocante ao incremento

de produtos e mercados e procura garantir uma posição estável no seu domínio,

Page 90: COMPETÊNCIAS EMPREENDEDORAS E O …

89

raramente introduzem inovações tecnológicas, procurando concorrer em dimensões

como preço ou qualidade dos produtos atuais, delimitando e isolando para si um

espaço estável do mercado. No comportamento Analítico, observa-se que as

competências empreendedoras que mais influenciam são Independência e

Autoconfiança (IAC) e Correr Riscos Calculados (CRC) que são características

encontradas neste tipo de comportamento. Conforme Miles e Snow (1978), o Analítico

busca manter uma linha limitada de produtos/serviços relativamente estável e, ao

mesmo tempo, analisa e tenta adicionar um ou mais novos produtos/serviços que

foram bem-sucedidos em outras empresas do setor.

Já, os gestores dos hotéis da categoria três estrelas apresentam os quatro

comportamentos estratégicos, porém com destaque para o comportamento

Prospector. Verifica-se também que essa faixa de hotéis é aquela mais competitiva,

com maior quantidade de representantes nesta pesquisa. Dessa forma, exige mais

atenção tanto no ambiente externo - clientes, concorrentes, economia, tendências -,

quanto no ambiente interno para ter os custos sob controle. De acordo com os estudos

de Lee et al. (2004) e Petry, Pickler e Tomelin (2015), nos hotéis de categoria três

estrelas, a qualidade do serviço é influenciada pela empatia, capacidade de resposta

e aspectos tangíveis.

Para os hotéis de categoria quatro estrelas, observa-se que os

comportamentos estratégicos desenvolvidos são Prospector, Defensivo e Analítico. A

competência empreendedora Comprometimento (COM) influencia os três

comportamentos estratégicos e o comportamento Defensivo apresenta uma maior

influência em seu desenvolvimento.

Observa-se que os gestores dos hotéis classificados com cinco estrelas,

apresentam dois comportamentos estratégicos, Prospector e Analítico. No primeiro, a

competência empreendedora Estabelecimento de Metas (EDM) apresenta maior

influência no desenvolvimento do comportamento estratégico Prospector, que é uma

competência inerente ao gestor de um hotel com essa categoria, pois ele precisa estar

em constantes renovações para manter-se atuante no mercado, enquanto que a

Busca de Informações (BDI) apresenta maior influência no desenvolvimento do

comportamento estratégico Analítico.

Ao realizar uma leitura horizontal do Gráfico 17 anterior é possível observar que

a competência empreendedora Comprometimento (COM) influencia de forma

semelhante os comportamentos estratégicos dos cinco grupos de gestores dos hotéis

Page 91: COMPETÊNCIAS EMPREENDEDORAS E O …

90

classificados com uma, duas, três, quatro e cinco estrelas, enquanto que a

competência Busca de Oportunidade e Iniciativa (BOI) influencia de forma semelhante

os hotéis de categoria 1 e 5 estrelas. Para os hotéis de 2 estrelas, BOI influencia de

forma diferente os comportamentos estratégicos Prospector, Defensivo e Analítico.

Para os hotéis 3 estrelas, BOI influencia de forma semelhante os comportamentos

Defensivo e Analítico e influencia de forma diferente os comportamentos Prospector

e Reativo, possuindo, no último, possui baixo poder de influência. Observou-se ainda

que nos hotéis de categoria 4 estrelas a competência Busca de Oportunidades e

Iniciativa (BOI) influencia de forma diferente os comportamentos estratégicos

Prospector, Defensivo e Analítico.

Observa-se ainda que a competência Independência e Autoconfiança (IAC)

influencia de forma semelhante os hotéis de categorias 1, 2, 3, 4 e 5 estrelas, o que

corrobora com a postura que o gestor do hotel desempenha, já que ele está em uma

posição de liderança, sendo necessário o desenvolvimento de tal competência

empreendedora.

De forma geral, observa-se que os comportamentos Analítico e Prospector são

predominantes nos hotéis das categorias de 2, 3, 4 e 5 estrelas devido à necessidade

que estes empreendimentos têm de relacionar com o mercado, desenvolvendo,

assim, as características que corroboram com a teoria de Miles e Snow (1978). As

competências empreendedoras que apresentam maior influência nesses hotéis são

Comprometimento (COM) e Independência e Autoconfiança (IAC).

Na Tabela 22 a seguir, há um resumo dos escores estatísticos encontrados e

destacado de vermelho o grupo das 9 competências que influenciam de forma

diferente o comportamento estratégico.

Page 92: COMPETÊNCIAS EMPREENDEDORAS E O …

91

Tabela 22 ANOVA entre as competências empreendedoras e o comportamento estratégico

Competências Empreendedoras

Soma dos

Quadrados df

Quadrado

Médio Sig.

BOI

Ent

re G

rupo

s

14,046 3 4,682 ,000

CRC 14,178 3 4,726 ,001

EQE 11,421 3 3,807 ,000

PER 6,467 3 2,156 ,022

COM 3,402 3 1,134 ,112

BDI 7,109 3 2,370 ,022

EDM 12,461 3 4,154 ,001

PMS 10,041 3 3,347 ,001

PRC 5,490 3 1,830 ,022

IAC 8,489 3 2,830 ,004 Fonte: Elaborada pelo autor com base nos dados da pesquisa.

Pode ser observado também nos gráficos relacionados, que as competências

empreendedoras se apresentam de forma diferente para os comportamentos, porém

algumas mantém-se constantes, como, por exemplo, os comportamentos Prospector

e Defensivo aparecem em pontos opostos e o Analítico em um ponto intermediário

entre esses dois, assim confirmando o que Miles e Snow (1978) afirmam sobre o

Analítico ser híbrido dos dois comportamentos Prospector e Defensivo.

Verificou-se também que, em algumas competências, como Busca de

Oportunidades e Iniciativa BOI, Exigência de Qualidade e Eficiência EQE,

Persistência PER e Independência e Autoconfiança IAC, os comportamentos

Defensivo e Analítico se apresentam com posturas iguais. E, nas competências Correr

Riscos Calculados CRC e Persuasão e Rede de Contatos PRC, o Defensivo e

Reativo estão muito próximos, ou seja, não possuem diferenças de comportamento.

Com as análises dos dados coletados concluída, o próximo capítulo apresenta

as considerações finais da investigação, respondendo ao problema de pesquisa, as

conclusões, as limitações e as sugestões para novas pesquisas.

Page 93: COMPETÊNCIAS EMPREENDEDORAS E O …

92

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estudo realizado permitiu discutir sobre o tema do empreendedorismo, das

competências empreendedoras e do comportamento estratégico dos gestores

hoteleiros da região turística da Costa Verde & Mar e Balneário Camboriú. A

investigação traz uma contribuição prática e teórica, além de ampliar as pesquisas

realizadas em turismo com o tema em questão.

A pesquisa teve como objetivo geral analisar as competências empreendedoras

e o comportamento estratégico dos gestores hoteleiros, que foi atendido durante o

processo de resposta aos objetivos específicos. O primeiro objetivo específico -

mensurar as competências empreendedoras dos gestores hoteleiros localizados na

região turística Costa Verde & Mar e Balneário Camboriú - foi atendido a partir do

questionário adaptado de Lenzi (2008), o qual foi desenvolvido com base na teoria de

Cooley (1990), competências empreendedoras.

O segundo objetivo específico desta investigação - identificar a conduta do

comportamento estratégico desenvolvida pelos gestores hoteleiros - foi atendido por

meio da aplicação do questionário adaptado de Conant, Mokwa e Vardarajan (1990)

sobre o comportamento estratégico da teoria de Miles e Snow (1978).

O terceiro objetivo específico - relacionar a presença das competências

empreendedoras predominantes em relação aos tipos de comportamento estratégico

praticados pelos gestores hoteleiros da região turística Costa Verde & Mar - foi

atendido por intermédio do cálculo da ANOVA com o software IBM SPSS Statistics

22.

Para atingir tais objetivos, o pesquisador contou com a construção do estado

da arte com pesquisas nas bases de dados online, revistas científicas, dissertações

de mestrado, teses de doutorado, adotando o modelo teórico de Miles e Snow (1978)

para identificar o comportamento estratégico, e a teoria de Cooley (1990) para

mensurar as competências empreendedoras. Essas teorias haviam sido testadas e

replicadas por diversos pesquisadores, em razão disso o pesquisador adotou esse

modelo teórico.

Nos procedimentos metodológicos, o estudo contou com uma pesquisa

exploratória e descritiva, apropriando-se de uma abordagem quantitativa por meio do

método survey. Para tanto, foi construído um questionário eletrônico e aplicado junto

Page 94: COMPETÊNCIAS EMPREENDEDORAS E O …

93

aos gestores hoteleiros. Obteve-se uma amostra significativa de 76 respondentes para

a população de 143 gestores. Dessa forma, foi possível realizar as análises

estatísticas.

Observou-se o perfil do gestor hoteleiro como sendo 56,3% do gênero

masculino, 40,8% possuem de 30 a 39 anos, 42,1% possuem ensino superior

completo, 30,3% trabalham mais de 10 anos no hotel, e 65,8% dos hotéis são

considerados 3 estrelas.

Nas análises realizadas, observou-se que 80,26% dos gestores hoteleiros

desenvolvem a competência Comprometimento seguidos das competências

Persistência 69,73%, Busca de Informações 65,78%, Persuasão e Rede de

Contato 57,89%, Independência e Autoconfiança 51,31%, Planejamento e

Monitoramento Sistemático 50%, Estabelecimento de Metas 48,68%, Exigência

de Qualidade e Eficiência 48,68%, Correr Riscos Calculados 47,36% e Busca de

Oportunidades e Iniciativa 38,15%. Esse foi o quantitativo das competências

empreendedoras mensuradas nos gestores hoteleiros.

Ao identificar o comportamento estratégico, observou-se ainda que 40,8% dos

gestores possuem o comportamento Analítico; 27,6%, o comportamento Defensivo;

25%, o comportamento Prospector; e apenas 6,6% dos gestores hoteleiros adotam o

comportamento Reativo.

Dessa forma, pode-se responder ao problema de pesquisa: Qual o conjunto de

competências empreendedoras presentes nos gestores hoteleiros situados na região

turística Costa Verde & Mar e Balneário Camboriú, e a conduta de comportamento

estratégico por eles desenvolvido? As competências empreendedoras predominantes

são: Comprometimento 80,26%, Persistência 69,73%, Busca de Informações

65,78%, Persuasão e Rede de Contatos 57,89%, Independência e Autoconfiança

51,31%, Planejamento e Monitoramento Sistemáticos 50%. Esse é o conjunto de

competências presentes em 50% dos gestores hoteleiros. O comportamento

estratégico Analítico foi o mais presente, com 40,8% e com a presença predominante

das competências empreendedoras, Busca Oportunidades e Iniciativa, Correr Riscos

Calculados, Exigência de Qualidade e Eficiência, Persistência, Persuasão e Rede de

Contatos, Estabelecimento de Metas e Planejamento e Monitoramento Sistemático.

Assim sendo, conclui-se que identificar as competências empreendedoras dos

gestores hoteleiros traz condições de fortalecer as competências menos

desenvolvidas e ampliar aquelas que já possuem destaque no seu desenvolvimento,

Page 95: COMPETÊNCIAS EMPREENDEDORAS E O …

94

trazendo, assim, melhores desempenhos organizacionais para os hotéis, criando

novas oportunidades para o crescimento.

Outra importante observação dá-se em função do comportamento estratégico

adotado pelos gestores hoteleiros, apesar da baixa propensão ao modelo de

comportamento estratégico reativo. Esse é um padrão que deve ser combatido, pois

é considerado uma falta de estratégia e não deve ser encontrado nas lideranças, mais

especificamente dentre os gestores dos hotéis.

A pesquisa contou com algumas limitações, em função da dificuldade de

conseguir coletar dados junto aos gestores hoteleiros, pois eles têm uma carga de

trabalho intensa, dificultando o contato com eles. Outra questão é que o gestor

hoteleiro, ao realizar uma autoanálise, tende a preencher dados com uma visão no

superlativo, isto é, observado os pontos mais positivos e não enxergando os pontos

negativos. Assim, um cruzamento dos dados com avaliações dos pares e

subordinados poderia trazer respostas diferentes.

As análises estatísticas realizadas com um número reduzido de respondentes

diminui o poder estatístico. Segundo Hair Jr. et al. (2005), uma amostragem maior

possui um maior poder estatístico para análises do pesquisador em identificar os

resultados significantes.

Assim sendo, sugerem-se como futuras pesquisas, estudos com outras

organizações que compõem a atividade turística como os gestores do turismo,

secretarias de turismo, agências de viagens, companhias aéreas e terrestres ou até

mesmo instituições de ensino que fortalecem a construção do conhecimento na área

do turismo. Estas seriam importantes áreas para serem investigadas. Pesquisas com

gestores hoteleiros localizados em outras regiões podem ser realizadas e comparadas

à atual investigação, bem como pesquisas com funcionários sobre o comportamento

estratégico adotado pelos gestores hoteleiros.

Abordagens qualitativas também poderiam ser empregadas com cortes

temporais longitudinais ou até mesmo com a aplicação de outros tratamentos

estatísticos que diferem dos utilizados nesta investigação. Estudos de abordagem

quantitativa poderiam apropriar-se de outros instrumentos de coleta e tratamentos

estatísticos diferentes dos aqui utilizados, como forma de reforçar a relação entre

competências empreendedoras e comportamento estratégico. Pesquisas como estas

trariam uma grande contribuição para o desenvolvimento e avanço do tema em

questão.

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APÊNDICES

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LISTA DE APÊNDICES

Apêndice A: Carta de Apresentação

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Apêndice B: Caracterização do respondente e caracterização da unidade Hoteleira

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Apêndice C: Questionário para identificação das competências empreendedoras adaptado aos Gestores Hoteleiros

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Apêndice D:

Questionário para identificação do comportamento estratégico adaptado para o Gestor Hoteleiro

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APÊNDICE A Carta de Apresentação

Sou Luiz Ailil Vianna Martins aluno do Programa de Mestrado em Turismo e

Hotelaria da UNIVALI-BC e bolsista CNPQ, (Conselho Nacional de Desenvolvimento

Científico e Tecnológico) e estou realizando uma pesquisa sobre as competências

empreendedoras e o comportamento estratégico junto aos hotéis localizados na

região turística Costa Verde & Mar. Suas respostas são importantes para o

desenvolvimento deste trabalho de dissertação, saliento que todas as respostas serão

confidenciais e de uso exclusivo para este fim.

Solicito sua atenção em responder ao questionário. As questões são de fácil

preenchimento e o tempo estimado é de 10 minutos.

Como contribuição social deste trabalho, informo que a cada questionário

respondido irei doar R$ 2 reais, para uma instituição filantrópica escolhida na região.

Para responder o questionário favor acessar o link

https://pt.surveymonkey.com/r/BHXD65B.

Se tiver interesse em receber os resultados prévios, entre em contato pelo e-

mail abaixo.

Agradecemos a sua colaboração!

Luiz Ailil Vianna Martins - Mestrando. ([email protected])

Dr. Luiz Carlos da Silva Flores Professor Orientador. ([email protected])

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APÊNDICE B Caracterização do respondente e caracterização da unidade Hoteleira

1) Gênero:

( ) Masculino ( ) Feminino

2) Idade:

( ) Menos de 20 anos ( ) De 20 a 29 anos ( ) De 30 a 39 anos

( ) De 40 a 49 anos ( ) De 50 a 59 anos ( ) Mais de 60 anos

3) Escolaridade:

( ) Ensino Médio Incompleto ( ) Ensino Médio Completo ( ) Ensino Técnico ( )

Ensino Superior Incompleto ( ) Ensino Superior Completo ( ) Pós Graduação /

Especialização ( ) Pós Graduação / Mestrado ( ) Pós Graduação / Doutorado.

4) Quanto tempo você trabalha no Hotel:

( ) Menos de 01ano ( ) De 01 a 02 anos ( ) De 03 a 04 anos

( ) De 05 a 06 anos ( ) De 06 a 07 anos ( ) De 07 a 08 anos

( ) De 09 a 10 anos ( ) Mais que 10 anos

5) Qual é a Classificação do Hotel:

( ) 1 estrela ( ) 2 estrelas ( ) 3 estrelas ( ) 4 estrelas ( ) 5 estrelas.

6) Qual o número de Unidades Habitacionais (UHs): ______________

7) Número de Funcionários:

Quantos:___________________.

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APÊNDICE C Questionário para identificação das competências empreendedoras adaptado aos Gestores Hoteleiros

Esta parte contém 30 breves afirmativas sobre as competências empreendedoras do gestor hoteleiro. Leia cuidadosamente e atribua uma classificação numérica, conforme escala abaixo, que melhor represente a sua atuação na gestão do Hotel. 1 = NUNCA, 2 = RARAS VEZES, 3 = ALGUMAS VEZES, 4 = QUASE SEMPRE, 5 = SEMPRE. Na gestão do hotel, você:

.

PONTUAÇÃO 1 2 3 4 5

Elabora, reinventa ou comercializa novos produtos ou serviços. Possui iniciativas de inovação gerando novos negócios.

Produz resultado através das oportunidades de negócio que identifica no mercado. PONTUAÇÃO 1 2 3 4 5 Avalia o risco de suas ações por meio de informações coletadas. Age para reduzir os riscos dessas ações.

Está disposto a correr riscos, pois eles representam um desafio pessoal e podem trazer um bom retorno para o hotel. PONTUAÇÃO 1 2 3 4 5

Suas ações são muito inovadoras e trazem qualidade e eficácia nos processos.

É reconhecido por satisfazer seus clientes internos e externos.

Estabelece prazos e os cumpre com padrão de qualidade reconhecido por todos. PONTUAÇÃO 1 2 3 4 5 Age para driblar obstáculos quando eles se apresentam.

Não desiste em situações desfavoráveis e encontra formas de atingir os objetivos. Admite ser responsável por seus atos como gestor hoteleiro. PONTUAÇÃO 1 2 3 4 5

Conclui uma tarefa dentro das condições estabelecidas, honrando os hóspedes e parceiros.

concluir um trabalho. Está disposto a manter os clientes satisfeitos e de fato consegue. PONTUAÇÃO 1 2 3 4 5

Vai pessoalmente atrás de informações para realizar um projeto. Investiga pessoalmente novos processos ou ideias inovadoras. Quando necessário, consulta especialistas para lhe ajudar em suas ações.

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PONTUAÇÃO 1 2 3 4 5 Define suas próprias metas, independentemente do que é proposto pelo hotel. Possui metas claras e específicas. Possui metas mensuráveis. PONTUAÇÃO 1 2 3 4 5 Elabora planos com tarefas e prazos bem definidos e claros. Revisa constantemente seus planejamentos É ousado na tomada de decisões PONTUAÇÃO 1 2 3 4 5 Consegue influenciar outras pessoas para que sejam parceiros em seus projetos viabilizando recursos necessários para alcançar os resultados propostos. Consegue utilizar pessoas chave para atingir os resultados.

Desenvolve e fortalece sua rede de relacionamentos interno e externo ao hotel. PONTUAÇÃO 1 2 3 4 5

Está disposto a quebrar regras, transpor barreiras e obstáculos enraizados no hotel.

Confia em seu ponto de vista e o mantém mesmo diante de oposições. É confiante nos seus atos e enfrenta desafios sem medo.

Fonte: Adaptado de Lenzi (2008) e Lenzi et al. (2011) para aplicação com a amostra de Gestores Hoteleiros.

Continuação

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APÊNDICE D Questionário para identificação do comportamento estratégico adaptado para o Gestor Hoteleiro

1) Assinale a alternativa abaixo que melhor representa a sua atitude na gestão do seu hotel.

A

Estou sempre atento às mudanças ambientais e adoto uma postura agressiva para o mercado, buscando oportunidades e investindo na inovação e criação de novos produtos e serviços, visando atender os clientes atuais e potenciais. Procuro estar sempre à frente de meus concorrentes. Adoto controles baseados no volume de vendas e performance do mercado.

B

Privilegio garantir uma posição segura e estável quanto ao produto e mercado. Raramente introduzo novidades tecnológicas, procurando competir em dimensões de preço ou qualidade dos produtos atuais. Adoto controles ancorados em bases financeiras e custos.

C

Procuro manter uma base firme de produtos/serviços e clientes tradicionais a partir de minhas competências e habilidades centrais. Porém, utilizo ferramentas de análise para identificar e explorar novas oportunidades de produtos e mercados. Utilizo controles baseados múltiplos métodos e cálculos cuidadosos de risco.

D

Não sou adepto a mudanças empresariais e só promovo ajustes na estrutura, operações e produto e mercado quando sou forçado pela pressão dos concorrentes e clientes. Utilizo controles para evitar e lidar com problemas e permanecer solvente.

Fonte: Adaptado de Conant, Mokwa e Varadarajan (1990) para aplicação em uma amostra de Gestores Hoteleiros.