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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
CURSO DE PSICOLOGIA
ASSÉDIO MORAL NAS RELAÇÕES DE TRABALHO:
DEFINIÇÕES E CONSEQUÊNCIAS PARA A SAÚDE DO
TRABALHADOR.
MILENA RAMOS
Itajaí, (SC) 2009
MILENA RAMOS
ASSÉDIO MORAL NAS RELAÇÕES DE TRABALHO:
DEFINIÇÕES E CONSEQUÊNCIAS PARA A SAÚDE DO
TRABALHADOR.
Monografia apres quisito parcial para obBacharel emUniversidade do Orientadora: Eliz
Itajaí (SC), 2009
entada como re2
tenção do titulo de Psicologia da Vale do Itajaí
abeth Navas Sanches
3
AGRADECIMENTOS
Agradeço as minhas amigas Andrea Caroline Lazzarini e Gabriela
Schettert de Mattos, aos meus pais Maria Elena e Silvério Francisco Ramos, e
à minha orientadora Elizabeth Navas Sanches por terem me ajudado na
produção desta pesquisa bibliográfica.
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SUMÁRIO
AGREDECIMENTOS _______________________________________ 3
RESUMO ________________________________________________ 5
1. INTRODUÇÃO __________________________________________ 6
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA _____________________________ 8
3. MATERIAIS E MÉTODOS _________________________________ 21
4. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS __________ 24
4.1. Definição do conceito do Assédio Moral _____________________ 26
4.2. Consequências para a saúde do trabalhador _________________ 31
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ________________________________ 34
6. REFERÊNCIAS _________________________________________ 36
5
ASSÉDIO MORAL NAS RELAÇOES DE TRABALHO: DEFINIÇÕES E CONSEQUÊNCIAS
PARA A SAÚDE DO TRABALHADOR.
Orientadora: Elizabeth Navas Sanches
Defesa: Junho de 2009.
Resumo:
Assédio moral é um terror psicológico, que ocore quando é estabelecido uma hierarquia autoritária, podendo ser de um superior ou de algum colega de trabalho, mas colocando sempre o outro em situações humilhantes e degradantes. Esta pesquisa apresenta um levantamento bibliográfico sobre o assédio moral nas relações de trabalho e se justifica pela importância do apofundamernto sobre o tema. Os objetivos da pesquisa foram descrever o conceito de assédio moral e as implicações para a saúde do trabalhador. Como metodologia foi realizada uma busca bibliográfica no site e em outras base de dados e foram desenvolvidas várias etapas como o tema, levantamento bibliográfico, a formulação do problema, elaboração de um plano provisório do assunto, busca de fontes de leitura como fichamentos, a organização lógica do assunto e redação do texto. Os principais resultados encontrados foram a delimitação do conceito do assédio, sendo a maioria dos autores abordaram sobre sua caracterização e pouco sobre o que não é assédio. Além disso, sobre as consequências para a saúde do trabalhador foram encontradas desde os níveis mais leves, como insônia, até tendências ao suícidio. A legislação, nos estados em que adotam, apresentam muitas semelhanças. Palavras chaves: Assédio. Psicologia. Saúde do trabalhador.
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1. INTRODUÇÃO:
Nos países mais desenvolvidos o assédio moral é um tema muito
importante do ponto de vista social, jurídico, político, cultural, econômico,
organizacional e psicológico (FERREIRA, MENDES, CALGARO E BLANCH,
2006).
Pertuzatti e Almeida (2007) comentam sobre o fenômeno mais comum
do assédio moral que é o relacionamento entre o trabalhador e chefe, onde
tem-se uma hierarquia sobre um subordinado. E existe ainda o assédio entre
colegas de trabalho, ou casos raros como o subordinado assediar o próprio
chefe ou a pessoa que o empregou.
Esta pesquisa bibliográfica foi motivada pelo interesse no tema assédio
moral, pesquisada na área da Psicologia Organizacional e do Trabalho. O
primeiro contato foi por meio de estágio, onde pude perceber cada detalhe da
teoria estudada em sala de aula. Tal pesquisa tem por finalidade contribuir
com informações às pessoas que sofreram, aquelas que sofrem, ou ainda às
pessoas interessadas em obter estatísticas de vítimas deste ato desumano.
Segundo Hirogoyen (2008) o “assédio nasce como algo inofensivo e
propaga-se insiduamente” (p. 66). De início as pessoas não querem
demonstrar que se sentiram ofendidas e levam na brincadeira os maus tratos,
mesmo que estes maus tratos sejam cada vez mais frequentes. Entende-se
que não se morre diretamente das agressões que sofre, mas acabam
perdendo “uma parte de si mesmo” (p. 66) voltando sempre para casa
humilhado, deprimido.
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Entende-se que os problemas não são as desavenças porque podem
ser acompanhadas de um pedido de desculpas, mas as situações que estas
vem ocorrendo, a repetição do vexame e das humilhações, principalmente
quando o assediador não apresenta qualquer esforço para tornar branda as
agressões.
As questões que nortearam esta monografia foram o conceito de
assédio moral? Quais as consequências que este assédio traz para a saúde
do trabalhador? Assim são os objetvios de trabalho: apresentar o conceito de
assédio moral nas relações de trabalho e lavantar as consequências do
assédio para a saúde do trabalhador.
Esta monografia contém introdução que apresenta o tema, a
fundamentação teórica que revela outras questões que envolve o assédio e
apresenta uma parte da legislação que contém a punição para o assediador. A
metodologia traz as etapas da pesquisa bibliográfica e as referências
utilizadas na monografia. Na apresentação e discussão dos resultados
constam a análise dos dados obtidos nesta pesquisa e finalizando com as
considerações finais e as referências bibliográficas.
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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA:
O assédio moral é um fenômeno que ocorre no ambiente de
organizações, domicílios e nas instituições de ensino. A primeira pesquisa
realizada neste campo foi na década de 60 pelo médico Peter Paul
Heinemann, sendo no ambiente escolar que apresentava “hostilidade entre as
crianças frente à outra que adentrasse o seu espaço” (PEIXOTO e PEREIRA,
2005, p. 135). Já na década de 80 um psicólogo observou este mesmo
comportamento de violência no ambiente organizacional mas, raramente era
usada a violência física.
A psicanalista Marie France Hirigoyen, no final da década de 90
escreveu um livro sobre o assédio moral no trabalho, baseado em
características do assediador com o vitimizado e comentou sobre os danos à
saúde deste trabalhador relatando os casos reais (PEIXOTO e PEREIRA,
2005).
Já Chaves (2006) comenta que esta violência veio em decorrência da
cultura do consumismo que nasceu na década de 50, surgiu nos Estados
Unidos e Europa, passou a influenciar outros países do mundo, incluindo o
Brasil. As cidades de grande porte começaram a ter valores hedonistas onde a
parte mais importante era se concentrar em seus próprios desejos e realizar
seus impulsos, pessoas passaram a ser mais individualistas que pensar no
coletivo. No final do século aconteceu a globalização, onde esta violência
passou a ter uma proporção maior e virar praticamente normal em diversos
contextos, tais como domicílios, organizações, instituições de ensino,
hospitais.
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Segundo Caixeta (2003), este tipo de assédio é mais comum em
organizações, que em escolas e nos domicílios. O autor comenta sobre a
pesquisa elaborada por uma médica da PUC de São Paulo, em que os
resultados demonstraram que 36% dos indivíduos brasileiros já foram vítimas
deste constragimento.
A violência psicológica como tambem é chamado o assédio moral
ocorre de uma forma abusiva, com comportamentos, atos, gestos ou palavras
que constrangem e humilham a pessoa, podendo causar perda do emprego,
baixo rendimento, gerando doenças e/ou problemas psíquicos graves, além
de tornar o ambiente intolerável (HIRIGOYEN, 2002, apud FERREIRA,
MENDES, CALGARO e BLANCH, 2006).
Para Hirigoyen (2008) há um tipo de violência privada que surge em
momentos de crise ou quando um indivíduo não consegue assumir a
responsabilidade de uma escolha díficil. A autora mostra um exemplo de um
casal, em que o marido fala para a esposa que pretender manter o casamento
e ter um relacionamento paralelo com outra mulher. Isto provocará na esposa
uma gama de sintomas como choro, insônia, angústia, ansiedade, raiva dentre
outros.
Entende-se que o tal indivíduo recusa à responsabilidade conjugal, fato
que muitas vezes está ligado “a uma gangorra perversa” (HIROGOYEN, 2008,
p.28) e que depende da idealização de casamento das duas pessoas. Neste
caso a violência perversa será maior que este ideal representativo do casal.
Vários são os sintomas provocados na vítima como a angústia e raiva, por não
conseguir se libertar de tal manipulação; sentir que não foi amada e tem
vergonha por ter aceitado as humilhações. (HIROGOYEN, 2008).
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A violência perversa não acomete somente casais, mas, ocorre dentro
de famílias com crianças, sendo muito díficil de perceber, pois é transmitida de
geração para geração. É o caso dos maus tratos psicológicos com crianças,
exigindo tarefas desproporcionais à idade, e estas não conseguem reagir
devido “à força e autoridade esmagadora dos adultos” (HIRIGOYEN, 2008, p.
47).
Segundo esta autora, existe uma convenção internacional dos direitos
da criança considerando os maus tratos psicológicos como violência verbal,
comportamentos sádicos e desvalorizadores, rejeição afetiva, exigências
excessivas ou desproporcionais em relaçao à idade da criança, ordens ou
injunções educativas contraditórias ou impossíveis.
Trilhando ainda este caminho da perversidade com crianças, pode-se é
identificar tipos de violência como a direta e a indireta. A violência indireta
apresenta a destruição do cônjuje, e não podendo fazê-lo, volta-se para a
criança, o exemplo seria a agressão por serem filhos de outro pai, que
acabam sendo testemunhas de um conflito que não lhe diz respeito. As
crianças recebem a maldade destinada ao elemento visado, e este não
podendo externar no agressor, agride a criança.
Dependendo da idade que a criança possui, a violência direta que
sofre, poderá refletir no nível da rejeição de um dos pais perante ela. Um
destes pais que comete a violência perversa justificará como bem da criança,
mantendo a intenção de educação. Mas percebe-se que tal criança é o
incômodo e precisa ser destruída para que haja preservação da pessoa adulta
(HIROGOYEN, 2008).
Ferreira, Mendes, Calgaro e Blanch (2006) mostram também que o
assédio moral existe nos domicílios, como nos relacionamento entre pais e
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filhos. Geralmente ocorre em famílias que apresentam uma educação mais
rígida, quando o chefe da família ou o responsável pelo sustento do lar vai
proporcionando um constragimento para a vítima e apresentando para os
demais membros da família uma naturalidade.
No contexto educacional um tipo de violência entre alunos e
professores que expressam ódio, raiva, vingança, sendo também uma forma
de acabar com a igualdade entre colegas e respeito perante os professores ou
pessoas com autoridades. Para as escolas e universidades poderem combater
tal violência é preciso haver debates de assuntos relacionados a indisciplina e
o espaço da violência para entender quais situações levam a acontecer essa
violência.
As instituições Superiores de ensino, como ambiente de trabalho, não
estão imunes às situações de assédio moral, e precisa-se fazer uma relação
entre estas duas violências como a institucional e a organizacional (COLETA e
MIRANDA, 2005)
Gallindo (2006) explicita que o ensino é um instrumento do processo
educacional, e não existe outra forma de falar de educação sem o exercício de
cidadania em que há desenvolvimento ético e moral a cada cidadão.
Alguns estados possuem leis ou projetos de lei para conseguir a
punição dos assediadores. Uma deputada federal pelo PMDB do Espírito
Santo é quem teve a iniciativa para um projeto de reforma sobre o assédio
moral, “dispõe sobre a aplicação de penalidades à prática de ‘assédio moral’
por parte dos servidores públicos da União, das autarquias e das fundações
públicas federais a seus subordinados, alterando a lei n0 8.112, de 11 de
dezembro de 1990 (Legislação).
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O assediado pode processar tanto o assediador quanto a empresa em
que trabalha, a exemplo de um caso no Rio Grande do Sul, onde a empresa e
o assediador foram a julgamento e condenados a indenizarem a vítima por
danos morais, caracterizado como assédio moral.
No Brasil a lei sobre o assédio moral ainda está na fase inicial, de uma$
forma geral sem aprofundamento nos efeitos que esta violência causa no
trabalho e na vida pessoal do indivíduo (FERREIRA, MENDES, CALGARO,
2006).
A lei complementar N0 12.561 do Rio Grande do Sul traz a proibição
da prática do assédio moral e também o conceito do assédio. Atribui a punição
como suspensão e multa como remuneração do asseadiado.
A seguir serão apresentadas as legislações que dispõe sobre o assédio
nos estados do Rio Grande do Sul, São Paulo e Paraná. Nestas leis pode-se
encontrar pontos semelhantes e outros que divergem conforme segue.
Legislação Brasileira:
Lei Complementar na Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul
De iniciativa de Fernando Záchia, dep. estadual
Lei Complementar nº 12.561, de 12 de julho de 2006. Dispõe sobre assédio moral na administração estadual do Rio Grande do Sul.
LEI COMPLEMENTAR Nº 12.561, DE 12 DE JULHO DE 2006.
O GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL.
Faço saber, em cumprimento ao disposto no artigo 82, inciso IV, da Constituição do Estado, que a Assembléia Legislativa aprovou e eu sanciono e promulgo a Lei Complementar seguinte:
Art. 1º - Fica proibida a prática do assédio moral no âmbito da administração pública estadual direta de qualquer de seus poderes e instituições autônomas.
Art. 7º - O processo administrativo obedecerá, no que lhe for aplicável, ao estabelecido nos capítulos do Título V da LEI COMPLEMENTAR Nº 10.098, de 3 de fevereiro de 1994.
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Art. 8º - Os órgãos da administração pública estadual direta de qualquer de seus poderes e instituições autônomas, na pessoa de seus representantes legais, ficam obrigados a tomar as medidas necessárias para prevenir o assédio moral, conforme definido na presente Lei Complementar, devendo, para tanto, ser observado:
1. o planejamento e a organização do trabalho; 2. a autodeterminação de cada servidor; 3. a garantia do exercício funcional e profissional, assegurando ao servidor comunicação
com os superiores hierárquicos e outros servidores, possibilitando-lhe a realização do seu trabalho, mantendo-o informado com relação às exigências da função e os resultados dela decorrentes;
4. o direito à dignidade no exercício de suas atribuições; 5. a diversificação de atividades, evitando o trabalho repetitivo, favorecendo a
criatividade; e 6. o direito a novas oportunidades de desenvolvimento funcional e profissional.
Art. 11 - Esta Lei Complementar entra em vigor na data de sua publicação.
PALÁCIO PIRATINI, em Porto Alegre, 12 de julho 2006.
Lei Complementar Nº 12.561, de 12 de Julho de 2006.
Parte vetada pelo Governador do Estado e mantida pela Assembléia Legislativa do Projeto de Lei Complementar nº 219/03, que originou a Lei Complementar nº 12.561, de 12 de julho de 2006, que proíbe a prática do assédio moral no âmbito da administração pública estadual. Deputado Fernando Záchia, Presidente da Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul.
Faço saber, em cumprimento ao disposto no § 7º do art. 66 da Constituição do Estado, que a Assembléia Legislativa aprovou e eu promulgo a seguinte Lei:
"Art. 2º Considera-se assédio moral, para os fins do disposto nesta Lei Complementar, toda ação, gesto ou palavra que, praticados de forma repetitiva por servidor público, no exercício de suas funções, vise a atingir a auto-estima e a integridade psicofisica de outro servidor, com prejuízo de sua competência funcional.
Parágrafo único - Evidencia-se o assédio moral a servidor público quando:
1. forem-lhe impostas atribuições e atividades incompatíveis com o cargo que ocupa ou em condições e prazos inexeqüíveis;
2. for ele designado para exercer funções triviais, em detrimento de sua formação técnica;
3. forem-lhe tomadas, por outrem, propostas, idéias ou projetos de sua autoria; 4. forem-lhe sonegadas informações que sejam necessárias ao desempenho de suas
funções; 5. forem contra ele praticadas ações, gestos ou palavras que denunciem desprezo ou
humilhação, isolando-o de contatos com seus superiores hierárquicos e com outros servidores; e
6. forem-lhe dirigidos comentários maliciosos, críticas reiteradas sem fundamento, ou houver a subestimação de esforços que atinjam a sua dignidade."
"Art. 3º - A prática do assédio moral, comprovada mediante processo administrativo-disciplinar, assegurados os princípios da ampla defesa e do contraditório, sob pena de nulidade, implicará na aplicação das seguintes penalidades, observadas a reincidência e a gravidade dos fatos apurados:
1. curso de aprimoramento pessoal;
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2. repreensão; 3. suspensão; 4. multa; e 5. suspensão e multa."
"Art. 4º - Os procedimentos administrativos definidos no art. 3º serão instaurados por provocação do servidor ofendido ou por autoridade que tomar conhecimento da infração funcional."
"Art. 5º - O servidor será notificado, por escrito, das penalidades aplicadas.
§ 1º - A pena de suspensão poderá, havendo conveniência para a continuidade do serviço exercido pelo servidor punido, ser convertida em multa, sendo o servidor, neste caso, obrigado a permanecer no exercício da função.
§ 2º - A multa fixada não poderá exceder o percentual de 50% (cinqüenta por cento) por dia de remuneração, no período máximo de 60 (sessenta) dias."
"Art. 6º - A receita proveniente das multas impostas será revertida e aplicada, exclusivamente, no programa de aprimoramento e aperfeiçoamento funcional do servidor."
"Art. 9º - O servidor público vítima de assédio moral terá direito, se requerer, à:
1. remoção temporária, pelo tempo de duração da apuração e do processo administrativo-disciplinar; e
2. remoção definitiva, após o encerramento da apuração e do processo administrativo."
"Art. 10 - As despesas decorrentes da execução orçamentária da presente Lei Complementar correrão por conta das dotações próprias do orçamento, suplementadas, se necessário."
Assembléia Legislativa do Estado, em Porto Alegre, 04 de setembro de 2006.
Lei contra assédio moral do Estado de São Paulo
De iniciativa de Antonio Mentor, dep. est., PT/SP
Projeto de Lei n° 0422/2001. Veda o assédio moral no âmbito da administração pública estadual direta, indireta e fundações públicas.
Aprovada em 13/9/2002 pela Assembléia Legislativa; vetada em 8/11/2002 pelo Governador do Estado e novamente aprovada em 2007.
Projeto de Lei n°0422/2001
A Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo decreta:
Artigo 1º - Fica vedado o assédio moral no âmbito da administração pública estadual direta, indireta e fundações públicas, submetendo servidor a procedimentos repetitivos que impliquem em violação de sua dignidade ou, por qualquer forma, que o sujeitem a condições de trabalho humilhantes ou degradantes.
Artigo 2º - Considera-se assédio moral para os fins de que trata a presente Lei, toda ação, gesto ou palavra, praticada de forma repetitiva por agente, servidor, empregado, ou qualquer pessoa que, abusando da autoridade que lhe confere suas funções, tenha por objetivo ou efeito atingir a auto-estima e a autodeterminação do servidor, com danos ao ambiente de
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trabalho, ao serviço prestado ao público e ao próprio usuário, bem como à evolução, à carreira e à estabilidade funcionais do servidor, especialmente:
1. determinando o cumprimento de atribuições estranhas ou de atividades incompatíveis com o cargo que ocupa, ou em condições e prazos inexeqüíveis;
2. designando para o exercício de funções triviais o exercente de funções técnicas, especializadas, ou aquelas para as quais, de qualquer forma, exijam treinamento e conhecimento específicos;
3. apropriando-se do crédito de idéias, propostas, projetos ou de qualquer trabalho de outrem;
Parágrafo único - Considera-se também assédio moral as ações, gestos e palavras que impliquem:
1. em desprezo, ignorância ou humilhação ao servidor, que o isolem de contatos com seus superiores hierárquicos e com outros servidores, sujeitando-o a receber informações, atribuições, tarefas e outras atividades somente através de terceiros;
2. na sonegação de informações que sejam necessárias ao desempenho de suas funções ou úteis a sua vida funcional;
3. na divulgação de rumores e comentários maliciosos, bem como na prática de críticas reiteradas ou na de subestimação de esforços, que atinjam a dignidade do servidor;
4. na exposição do servidor a efeitos físicos ou mentais adversos, em prejuízo de seu desenvolvimento pessoal e profissional.
Artigo 3º - Todo ato resultante de assédio moral é nulo de pleno direito.
Artigo 4º - O assédio moral praticado pelo agente, servidor, empregado ou qualquer pessoa que exerça função de autoridade nos termos desta Lei, é infração grave e sujeitará o infrator às seguintes penalidades:
1. advertência; 2. suspensão; 3. demissão.
§ 1º - Na aplicação das penalidades serão considerados os danos que dela provierem para o servidor e para o serviço prestado ao usuário pelos órgãos da administração direta, indireta e fundacional, as circunstâncias agravantes ou atenuantes e os antecedentes funcionais.
§ 2º - A advertência será aplicada por escrito nos casos que não justifique imposição de penalidade mais grave. A penalidade de advertência poderá ser convertida em freqüência a programa de aprimoramento e comportamento funcional, ficando o servidor obrigado a dele participar regularmente, permanecendo em serviço.
§ 3º - A suspensão será aplicada em caso de reincidência de faltas punidas com advertência. Quando houver conveniência para o serviço, a penalidade de suspensão poderá ser convertida em multa, em montante ou percentual calculado por dia à base dos vencimentos ou remuneração, nos termos das normas específicas de cada órgão da administração direta, indireta e fundacional, ficando o servidor obrigado a permanecer em serviço.
§ 4º - A demissão será aplicada em caso de reincidência das faltas punidas com suspensão.
Artigo 5º - Por provocação da parte ofendida, ou de ofício pela autoridade que tiver conhecimento da prática de assédio moral, será promovida sua imediata apuração, mediante sindicância ou processo administrativo.
Parágrafo único - Nenhum servidor poderá sofrer qualquer espécie de constrangimento ou ser sancionado por ter testemunhado atitudes definidas neste artigo ou por tê-las relatado.
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Artigo 6º - Fica assegurado ao servidor acusado da prática de assédio moral direito de ampla defesa das acusações que lhe forem imputadas, nos termos das normas específicas de cada órgão da administração ou fundação, sob pena de nulidade.
Artigo 7º - Os órgãos da administração pública estadual direta, indireta e fundações públicas, na pessoa de seus representantes legais, ficam obrigados a tomar as medidas necessárias para prevenir o assédio moral, conforme definido na presente Lei.
§ 1º - Para os fins de que trata este artigo serão adotadas, dentre outras, as seguintes medidas:
1. o planejamento e a organização do trabalho: 1. levará em consideração a autodeterminação de cada servidor e possibilitará o
exercício de sua responsabilidade funcional e profissional; 2. dará a ele possibilidade de variação de atribuições, atividades ou tarefas
funcionais; 3. assegurará ao servidor oportunidade de contatos com os superiores
hierárquicos e outros servidores, ligando tarefas individuais de trabalho e oferecendo a ele informações sobre exigências do serviço e resultados;
4. garantirá a dignidade do servidor. 2. o trabalho pouco diversificado e repetitivo será evitado, protegendo o servidor no caso
de variação de ritmo de trabalho; 3. as condições de trabalho garantirão ao servidor oportunidades de desenvolvimento
funcional e profissional no serviço.
Artigo 8º - A receita proveniente das multas impostas e arrecadadas nos termos do artigo 4.º desta Lei, será revertida e aplicada exclusivamente no programa de aprimoramento e aperfeiçoamento funcional do servidor.
Artigo 9º - Esta lei deverá ser regulamentada pelo Executivo no prazo de 60 (sessenta) dias.
Artigo 10º - As despesas decorrentes da execução orçamentária da presente lei correrão por conta das dotações próprias do orçamento, suplementadas se necessário.
Artigo 11º - Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.
Sala das sessões, em 09 de Julho de 2001.
Antonio Mentor, deputado estadual - PT - SP
Projeto de Lei na Câmara Municipal de Francisco Beltrão - PR
De iniciativa de Irineu Antonio Miller, vereador - PT
Dispõe sobre a vedação e medidas a serem tomadas no âmbito da Administração Pública Municipal em decorrência da prática de assédio moral
Justificativa
A iniciativa deste projeto de lei nasceu dentro do Sindicato dos Servidores Municipais de Francisco Beltrão, que após ouvir vários servidores constatou-se a necessidade de se criar uma lei que coibisse o assédio moral no âmbito municipal. Principalmente caracterizando o que é assédio moral, coibindo e penalizando esta prática, se existente ou se vier a acontecer. Importante também que este projeto remete à Administração Municipal medidas de prevenção para o não surgimento desta conduta. O assédio moral caracteriza-se pela submissão dos
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servidores a situações de constrangimento e humilhação no seu ambiente de trabalho. Problema quase clandestino e de difícil diagnóstico, mas assim mesmo vemos a necessidade de discutirmos este importante tema nesta Casa de Leis. Em recente trabalho de pesquisa realizado por Vânia Lúcia Rosa Faust, bacharel em Direito do Cesul, relatou em sua monografia a preocupação com o crescimento desta prática dentro das instituições pública: “A médica do trabalho Margarida Barreto, grande especialista brasileira num dos piores males das relações de trabalho, também coordenou pesquisa nacional sobre o assédio moral, realizada no período de 2000 a 2005, envolvendo funcionários de empresas públicas e privadas, organizações não-governamentais, sindicatos e entidades filantrópicas. Tal pesquisa foi publicada na Revista Veja, em 13 de julho de 2005, e informa que do total de entrevistados, mais de 10.000 afirmaram ter sido vítimas de humilhação ou constrangimento, repetidamente, no ambiente de trabalho, na maior parte dos casos por ação dos chefes. Uma das conclusões dessa pesquisa é que o assédio moral – muitas vezes chamado de tortura psicológica – transformou-se em um problema de saúde pública, provocando danos à identidade e à dignidade do trabalhador e, por conseqüência, aumentando a ocorrência de distúrbios mentais e psíquicos”. Portanto, é necessário adotarmos limites legais que preservem a integridade física e mental dos servidores públicos municipais, sob pena de perpetuarmos essa afronta nas relações de trabalho. Sendo assim, preocupados com o bem-estar e a melhoria da qualidade de trabalho de todos os funcionários do nosso Município, é que apresentamos este projeto e pedimos o apoio dos nobres edis para a aprovação do mesmo. Sala das Sessões da Câmara de Vereadores de Francisco Beltrão, em 22 de junho de 2007.
Artigo 1º - Fica vedada a prática de assédio moral no âmbito do Serviço Público Municipal de Francisco Beltrão, Estado do Paraná, na Administração direta e indireta, abrangendo servidores lotados junto ao Poder Executivo e Legislativo.
Artigo 2º - Para fins do disposto na presente Lei, considera-se assédio moral toda ação repetitiva ou sistematizada, praticada por agente e servidor de qualquer nível que, abusando da autoridade inerente às suas funções, tenha por objeto ou efeito causar danos à integridade psíquica ou física e à auto-estima do servidor e usuários do serviço público, com danos ao meio ambiente de trabalho, ao serviço prestado ao público e ao próprio usuário, bem como à própria carreira do servidor atingido. Parágrafo Único - Considera-se como flagrante ação de assédio moral ações e determinações do superior hierárquico que impliquem para o servidor em: I - cumprimento de atribuições incompatíveis com o cargo ocupado ou em condições adversas ou com prazos insuficientes; II - exercício de funções triviais para quem exerce funções técnicas e especializadas; III - reiteração de críticas e comentários improcedentes ou subestimação de esforços; IV - sonegação de informações indispensáveis ao desempenho das suas funções; V - submissão a efeitos físicos e mentais prejudiciais ao seu desenvolvimento pessoal e profissional; VI – transferência, imotivada, de qualquer servidor, contra sua vontade, do local em que se encontra exercendo suas atividades para outro local designado.
Artigo 3º - Todo ato de assédio moral referido nesta Lei é nulo de pleno direito.
Artigo 4º - O assédio moral praticado por servidor de qualquer nível funcional passa a ser considerado infração grave, sujeitando o infrator às seguintes penalidades: I - advertência por parte do superior imediato; II - suspensão determinada por este em caso de reincidência; III – demissão ou exoneração, a bem do serviço público, em caso de reincidência da falta punida com suspensão.
Artigo 5º - Por iniciativa do servidor ofendido ou pela ação da autoridade conhecedora da infração por assédio moral, será promovida sua imediata apuração, por sindicância ou processo administrativo. § 1º - A autoridade conhecedora da infração deverá assegurar proteção pessoal e funcional ao servidor por este ter testemunhado ações de assédio moral ou por tê-las relatado. § 2º - Fica assegurado ao servidor acusado da prática de assédio moral
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o direito de plena defesa diante da acusação que lhe for imputada, nos termos das normas específicas da Administração Municipal, sob pena de nulidade.
Artigo 6º - A administração pública municipal fica obrigada a tomar as medidas necessárias para prevenir o assédio moral, conforme definido na presente Lei.
Artigo 7º - Esta Lei será regulamentada pelo Poder Executivo Municipal no prazo de 60 (sessenta) dias.
Artigo 8º - Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário. Sala das Sessões da Câmara Municipal de Vereadores de Francisco Beltrão, em 22 de junho de 2007.
Irineu Antonio Miller Vereador - PT
Analisando a legislação dos estados pode-se perceber que o artigo 2
de Lei n°0422/2001 do estado de São Paulo caracteriza o assédio moral de
forma mais ampla e completa que a Lei complementar N0 12.561 de Julho
de 2006 do Rio Grande do Sul.
Em relação às práticas cometidas pelos assediadores as leis do Rio
Grande do Sul e de São Paulo prevêem punições. Mas nos artigos 3, 5 e 6 da
Lei complementar N0 12.561 de Julho de 2006 do Rio Grande do Sul não
prevê a demissão do funcionário assediador, enquanto no artigo 4 Lei
n°0422/2001 do estado de São Paulo tal funcionário provavelmente poderá
ser punido com demissão.
A punição prevista do projeto de lei do estado de São Paulo é mais
completa que a lei proposta pelo estado do Rio Grande do Sul, que há
somente suspensão e multas. Neste projeto há então advertência, suspensão
e uma provável demissão também na área de servidor público.
A lei sugere uma prevenção do assédio moral ao servidor público, nos
estados do Rio Grande do Sul, no artigo 8 da Lei complementar N0 12.561 de
Julho de 2006 e no artigo 7 de Lei n°0422/2001 do estado de São Paulo.
19
Guimaraes e Rimolli (2006) comentam que nas organizações existem
três tipos de assédio: o primeiro tipo é o ascendente que “pertence a um nível
hierárquico superior da organização” (p. 8), geralmente ocorrendo quando um
empregado é novo na empresa, sendo assediado por vários subordinados, ou
o início da agressão começa com o chefe autoritário no contato interpessoal.
O segundo tipo de agressão é o horizontal sendo o resultado dos
comportamentos das pessoas que compõem o grupo. Quando o assédio
ocorre no mesmo nível hierárquico, as pessoas possuem o mesmo cargo na
empresa, portanto os ataques podem ocorrer por problemas pessoais, ou
então, porque alguns colegas não discordam das normas de funcionamento.
E por último tem-se o descendente, o mais habitual. Ocorre quando o
agressor detém o poder, e age com humilhações, depreciações, falsas
acusações sobre um ou vários subordinados (GUIMARAES e RIMOLLI, 2006).
É dificil estabelecer uma ordem de acontecimentos dentro do assédio,
mas, é possivel perceber etapas destes acontecimentos que são: fases doe
conflitos interpessoais entre as pessoas da organização que têm os objetivos
incompatíveis, gerando problemas. A segunda fase é a estigmação: o
assediador põe em prática todas as humilhações estrategicamente, e
acontece durante um longo período de tempo. Na terceira fase se dá a
intervenção na empresa, a direção da organização toma conhecimento do
conflito, e há duas opções de resolução; a positiva e a negativa. (GUIMARAES
e RIMOLLI, 2006).
A solução positiva do conflito ocorre na menor parte dos casos, onde a
empresa toma conhecimento do conflito e realiza uma investigação intensa e
descobre as estratégias de humilhação. O asseadiador é punido e transferido
para outra organização para que não volte a cometer este ato. Na solução
20
negativa do conflito, a empresa não toma conhecimento devido à escassa
investigação. A direção somente encara a vítima como problema a ser
combatido, destaca as características individuais distorcidas e manipuladas,
sem notar que a origem dos fatos está em outro fator.
A última fase é a de marginalização ou exclusão da vida laboral. Esta
fase se encerra quando a vítima abandona o trabalho, provavelmente após
um enorme período de tempo de licença. Quando ocorre em organizações
privadas, as vítimas decidem permanecer em seu posto de trabalho, mesmo
trazendo consequências para sua saúde. Diversos trabalhadores sofrem
agravamento do problema tanto dentro como fora da organização.
Existem várias formas de expressar o assédio, como os ataques às
vítimas através de medidas organizacionais; ataques às relações sociais do
vitimizado; ataques à vida privada e agressões verbais. Para melhor
compreensão destas formas acometidas pelo assediador, é necessário aplicar
uma entrevista psicológica com o assediado para ver qual é a forma de
expressão mais utilizada pelo asseadiador. O objetivo é poder identificar a
situação do assédio acometido, se existe ou não alguma testemunha da
violência (GUIMARAES e RIMOLI, 2006).
Coleta e Miranda (2005) relatam uma pesquisa realizada pelos autores
Peixoto e Pereira (2005) apresentando situações que levam ao assédio moral,
em que o assediado acaba dando instruções confusas e imprecisas; atribui
erros imaginários; pede trabalhos urgentes sem necessidades; faz críticas em
público; faz circular maldades e calúnias sobre a pessoa assediada.
Diante desta realidade, convém pesquisar o tema mais profundamente,
buscando na literatura o conceito e as consequências para a saúde dos
trabalhadores, vítimas de assédio moral.
21
3. MATERIAIS E MÉTODOS:
Esta pesquisa bibliográfica aborda o tema assédio moral, sendo uma
das preocupações dos profissionais da Psicologia Organizacional e do
Trabalho. Possui carater teórico visando contribuição acadêmica para
pesquisas futuras e pretende defenir o conceito de assédio e identificar as
consequências para a saúde dos vitimizados.
“O levantamento bibliográfico pode ser entendido como um estudo
exploratório” (GIL, 2002, p. 61), onde o aluno poderá ter mais familiaridade
com o assunto que escolheu.
Este autor ressalta que nesta pesquisa há uma identificação das fontes,
verificando a adequação para o desenvolvimento do estudo que está sendo
realizado. Também não se deve apresentar somente informações sobre o que
foi publicado, mas ter uma apreciação do material que foi consultado.
Marconi e Lakatos (2006) consideram a pesquisa bibliográfica como um
tipo de pensamento reflexivo através de métodos científicos, onde procura-se
o conhecimento e “verdades parciais”. Este levantamento bibliográfico
proporciona uma compreensão do problema que está sendo estudado, sendo
concluido através de livros, revistas, artigos, publicações avulsas, entre outros
recursos. Tem como a finalidade colocar o pesquisador em contato com o
material elaborado por outros pesquisadores.
Gil (2002) destaca que as etapas da pesquisa bibliográfica: escolha do
tema, levantamento bibliográfico, formulação do problema, elaboração do
plano provisório do assunto, busca de fontes e leitura do material, fichamento,
organização lógica do assunto e redação do texto.
22
A fase inicial da pesquisa bibliográfica é a delimitação do tema, sendo
considerada a mais facíl, porque possibilita a realização da pesquisa que
requer “habilidade do pesquisador” (GIL, 2002, p. 60). Para escolher um tema
é necessário ter refletido sobre vários temas, e deve estar relacionada a
possibilidade do aluno escrever sobre o assunto.
A segunda etapa da pesquisa é o levantamento bibliográfico que se
trata de um estudo exploratório, com a finalidade de proporcionar familiaridade
do aluno com a área de estudo a qual está interessado. A familiaridade que o
aluno tem com o assunto é importante para que o problema seja reformulado
de uma maneira precisa e clara.
Gil (2002) afirma que para a formulação do problema o aluno precisa
perguntar se o tema é de seu interesse; se apresenta relevância teórica e
prática; se a qualificação do pesquisador é adequada ao seu tratamento; se
existe material bibliográfico suficiente e disponível para suas questões e
soluções; se o problema foi formulado de uma forma clara e objetiva; e, por
último, se o pesquisador dispõe de tempo e outras condições de trabalho
necessárias ao desenvolvimento da pesquisa. Somente através de uma ideia
clara daquilo que se pretende fazer a respeito do assunto escolhido é que
estará em condições de dar início à pesquisa.
Mais uma parte que compõe o objeto de estudo é a elaboração do
plano provisório de assunto, onde se constroi um plano para a definição da
estrutura da pesquisa.
A identificação de fontes é para levantamentar o conteúdo do material
que se pretende pesquisar, onde estarão todas as informações do problema.
Para identificação das fontes bibliográficas adequadas ao desenvolvimento da
pesquisa, a contribuição da orientação é de extrema importância para o aluno
23
saber onde pesquisar. Pode procurar além das referências bibliográficas teses
e dissertações, periódicos científicos, anais de encontros científicos e
periódicos de indexação e de resumo (GIL, 2002).
Esta monografia partiu do site www.assediomoral.org. que recomenda
obras literárias, projetos de lei, leis de alguns estados sobre o assédio moral,
apresenta as leis que o assediador infringe, aborda as fases de humilhações,
que são uma das formas de manifestação, dentre outras que serão discutidos
neste trabalho.
O site www.assediomoral.org apresenta informações sobre leis e
projetos de lei para que as pessoas tenham consciência dos atos cometidos
não somente pelas empresas e chefes, mas ao que acontece em instituições
de ensino. Algumas referências ajudaram a construir os conceitos que
caracterizam o assédio moral. Em posse dessas referências partiu-se para
uma leitura e fichamento, análise das informações coletadas, segundo os
objetivos deste trabalho.
24
4. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS:
Este capítulo discute os resultados alcançados. O site, ponto de partida
para a pesquisa, apresenta uma lista de livros, trabalhos acadêmicos e
artigos, além da legislação. Da bibliografia disponível foram encontradas as
obras apresentadas no quadro a seguir.
www.assediomoral.org Livro Monografia Artigo
HIRIGOYEN, MARIE-FRANCE. Assédio moral: a violência perversa no cotidiano. 10.ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2008.
CHAVES, FERNANDA FRAGELLI PENNA. As consequências psicossomáticas das relações de trabalho na sociedade contemporânea. Monografia de final de curso de Psicologia da PUC, Rio de Janeiro, 2006.
COLETA, JOSÉ AUGUSTO DELA; MIRANDA, HENRIQUE CARIVALDO NETO. O rebaixamento cognitivo, a agressão verbal e outros constrangimentos e humilhações: o assédio moral na educação superior. Gt: Psicologia da Educação, 2005.
GALLINDO, LIDIA PEREIRA. Assédio moral nas instituições de ensino. Monografia do curso de Direito: São Paulo, 2006.
GUIMARES, LILIANA ANDOLPHO MAGALHAES; e RIMOLLI, ADRIANA ODALIA. “Mobbing” (Assédio psicológicos) no trabalho: uma síndrome psicossocial multidimensional. Psicologia: Teoria e Pesquisa. Universidade Católica Dom Bosco. Mai-Ago 2006, Vol. 22 n. 2, pp. 183-192. PEIXOTO, OSVALDO DA SILVA; PEREIRA, IVONETE VIEIRA. Assédio moral no trabalho: repercussões sobre a saúde do trabalhador. Revista Brasileira de Medicina e do Trabalho: Belo horizonte, 2005, volume 3, numero 2, p. 135-137.
Quadro 1: Demonstrativo das obras encontradas. Fonte: site www.assediomoral.org
25
As referências abaixo foram pesquisadas em sites de pesquisas
acadêmicas, em livrarias, em bibliotecas da universidade do Vale do Itajaí, no
período de janeiro a maio do ano de 2009.
CAIXETA, Sebastião Vieira. Boletim Científico - Escola Superior do
Ministério Público da União. Brasília: ESMPU, 2003, ano II, n0 6, Jan/Mar, p.
93.
FREIRE, PAULA ARIANE. Assédio moral e saúde mental do trabalhador.
Trabalho, Educação e Saúde: 2008, volume 6, numero 2, p. 367 a 380.
FREITAS, Maria Ester. Assédio moral e assédio sexual: faces do poder
perverso nas organizaçóes. RAE - Revista de Administração de Empresas,
volume 41, número 2, 2001.
HELOANI, Roberto. Assédio moral: um ensaio sobre a expropriação da
dignidade no trabalho. RAE – Revista de Administração de Empresas,
volume 3, número 1, 2004.
NAKAMURA, Antonieta Pepe; FERNANDEZ, Ramon Arce. Assédio Moral.
Aletheia: Canoas, número 9, 2004.
PARREIRA, ANA. Assédio Moral: um manual de sobrevivência. 1.ed.
Campinas: Russell Editores, 2007.
26
PERTUZATTI, DIRCEU. ALMEIDA, MARIA DE LOURDES PINTO. Assédio
moral na relação de emprego no Brasil do século XXI: por um resgate da
dignidade da pessoa humana. Revista Contexto – Uniradial. Número 7 -
Janeiro de 2007.
Revista do Tribunal Regional do Trabalho da 18ª Região. Diretoria Geral
de Coordenação Judiciária, Diretoria de Serviço de Arquivo e Jurisprudência:
Goiânia, v. 1, 2005.
Tendo em vista os objetivos deste trabalho, nos itens a seguir serão
apresentados o conceito de assédio e as consequências para a saúde dos
trabalhadores.
4.1. Definição do conceito de assédio moral nas organizações:
A etiologia da palavra mobbing é derivado de um conceito desenvolvido
por dois pesquisadores (Niko Tinbergen e Konrad Lorenz) em seus estudos
com gaivotas e gansos. O estudo do comportamento agressivo originou
principalmente de experiências realizadas na etiologia com animais, tais como,
aves e primatas. Usada para a defesa da prole contra predadores, está ligado
a um comportamento adaptativo dos animais para um benefício mínimo.
Guimaraes e Rimolli (2006) definem que mobbing pode ser visto como
um ataque coletivo direcionado a um alvo considerado perigoso, no caso seria
um predador. O ataque envolve diversos indivíduos da mesma espécie ou
espécies diferentes para confundir o intruso com muitas verbalizações, e
ameaças distantes, sucessivamente.
27
Segundo a Revista do Tribunal Regional do Trabalho (2005), nas
organizações o assédio moral é o resultado de uma ação da chefia que no uso
de suas prerrogativas, tortura o empregado, seja no trabalho privado ou
público.
Para Hirogoyen (2008) o assédio nasce como algo inofensivo que ao
longo do tempo vai se propagando, porque no primeiro momento as pessoas
que são assediadas não querem demonstrar que se sentem ofendidas e
acabam levando tudo na brincadeira. Mas a perseguição vai se tornando mais
intensa até que a própria pessoa se sente constrangida e inferiorizada. O
assédio, para a autora, é comparado a um trem a todo vapor, e quando
iniciada vem com voracidade que atropela a vida do assediado, tornando-se
um fenômeno “desumano, sem emoções e piedade para com outra pessoa”
(p.66).
Parreira (2007) explicita que para o assédio moral iniciar é necessário
ter apenas um olhar maldoso, ou ainda, um comentário do assediodor em
relação ao seu alvo. Pode ser por meio de um documento extraviado, uma
manifestação do assediador que encontra alguma característica desagradável
que deve ser condenada.
Freire (2008) comenta que o assédio moral é um velho fenômeno
presente em diversos locais de trabalho, causado pela deteriorização das
relações interpessoais e pelas disfunções organizacionais. É um fenômeno
relacionado com a cultura, podendo assumir várias formas e tipos de
manifestações de país para país.
Para a OMS (2004, apud FREIRE, 2008) o assédio moral no ambiente
de trabalho é um comportamento irracional, repetido, em relação a um
determinado empregado, ou a um grupo de empregados, criando um risco
28
para a saúde e para a segurança. Um sistema de trabalho pode ser utilizado
como meio de humilhação, para debilitar ou ameaçar. O assédio é um mau
uso e abuso de autoridade, situação a qual as vítimas podem ter dificuldades
para se defender.
Segundo Ferreira, Mendes, Calgaro e Blanch (2006) o assédio moral é
o produto de uma perversão social, que se pode capturar pessoas ou grupos,
independentemente de suas estruturas psíquicas particulares. As pessoas ou
o grupo que praticam assédio não são necessariamente perversos em suas
estruturas. Podem ter outras estruturações e passar a desenvolver essas
atitudes e comportamentos que são instruídos pelos modos de gestão do
trabalho.
Já Heloani (2004) entende que assédio moral se caracteriza pela
intencionalidade. Consiste na constante deliberação da desqualificação da
vítima, seguida de uma consequente fragilização com o intuito de neutralizá-lo
em termos de poder. O autor considera este ato como processo disciplinador
que procura anular a vontade daquele, que, para o agressor se apresenta
como ameaça.
Gallindo (2006) considera assédio moral um elemento que agride os
direitos da personalidade e que precisa ser detectado o quanto antes para
poder proteger a vítima. Agir preventivamente na direção de coibir o assédio
moral nas instituições de ensino, também consideradas como âmbito de
trabalho, poderá garantir uma sociedade saudável onde o respeito dá o tom
nas relações.
Peixoto e Pereira (2005) afirmam que o assédio moral é uma
experiência subjetiva que acarreta danos à saúde do trabalhador,
principalmente à saúde mental, gera uma deteriorização do meio ambiente de
29
trabalho com diminuição de produtividade e sujeito a acidentes, além de
danos profundos a saúde física e psicossocial do trabalhador assediado.
Manifesta-se por meio de conduta abusiva, palavras e gestos.
Para Freitas (2001) o assédio que acontece nas organizaçoes nascem
do encontro entre inveja do poder e a perversidade, dificultando ainda mais o
assediado apresentar denúncias contra os assediadores ou o assediador.
Entende-se que há uma confusão entre o que é o assédio e o que o
caracteriza, sendo que tais pessoas sofrem de algum problema de saúde, em
decorrência do excesso de trabalho nas organizações.
O Tribunal Regional do Trabalho (2005) não considera o assédio moral
a pressão exercida pelo chefe de uma forma saudável, visando sucesso no
trabalho de todos os empregados. O chefe torturador geralmente possui uma
personalidade distorcida onde ele faz o papel de “servidor bem intencionado,
fiel e preocupado”, demonstra totalmente diferente em sua prática.
Parreira (2007) descarta o diagnóstico de assédio moral nas seguintes
situações: o estresse em função do tempo na execução de algum trabalho ou
ainda a competitividade, ter um péssimo dia, manter um conflito com colega
de trabalho e os atritos habituais.
Entende-se que o mobbing se diferencia do assédio sexual e também
do racial, das agressões ou violências físicas, que trazem outras
consequências e efeitos. “É demonstrado que mobbing e assédio sexual são
fenômenos distintos, apesar da passagem de um para outro ser muito
frequente” (GUIMARAES e RIMOLLI, 2006, p.7). As mulheres são assediadas
com mais intensidade que os homens dentro das organizações, e o assédio
dirigido a elas tem conotações sexuais e machistas, sendo que nos dois casos
existe humilhação.
30
Guimaraes e Rimolli (2006) também afirmam que existem algumas
situações, que devem ser excluídas como assédio moral, como o estresse
causado pela permanência de tempo na execução de algum trabalho dentro
da organização. Outras variáveis também devem ser descartadas como a
competitividade entre colegas dentro da empresa, alguma pessoa que passa
por alguma dificuldade na vida pessoal e manifesta estar em um mau dia;
bem como o sofrimento devido a exigência do chefe ser enorme, ou ainda
querer atingir a perfeição. Fatos isolados na empresa como apresentar um
conflito com um colega de trabalho são decorrentes de um ambiente de
trabalho moderno, o qual acaba acarretando situações desencontrados, não
caracterizados como assédio moral.
Pertuzatti e Almeida (2007) comentam que não há um perfil psicológico
padrão das pessoas asseadiadas, mas sim contextos profissionais onde os
procedimentos do assédio tornam-se propícios para a manifestação. O
assédio é confundido com o estresse profissional, muito comum na relação de
emprego. Embora o estresse cause sofrimento físico e psíquico, não se
caracteriza como assédio, por não existir uma perseguição à vítima.
Conclui-se que há muita confusão em torno do conceito assédio moral
nas relações de trabalho. Embora possa haver boatos ou alguns problemas de
relacionamento, quando não há uma caracterização como o de perseguição,
portanto, não existe assédio moral.
31
4.2. Consequências para a saúde do trabalhador:
O assédio moral segundo Gallindo (2006) não acomete somente o setor
organizacional mas também a área escolar, sendo que o setor laboral está
protegido através de sindicatos e de leis. São encontrados poucos estudos
sobre esse assunto mas o ambiente mais afetado é o institucional.
Parreira (2007) comenta que o INSS arca com a investigação no
ambiente empresa somente quando a vítima insiste que há uma suspeita de
caso de assédio moral. Neste caso o órgão enviará uma carta pedindo
esclarecimentos sobre os acontecimentos que influenciaram negativamente
sobre a saúde do trabalhador. A Previdência possui leis que deveriam
proteger os trabalhadores, porém os trabalhadores não são informados da
existência destas, e quando consegue€m a informação, não tem acesso.
Entende-se que a maioria dos trabalhadores que são vítimas do
assédio, acabam se automedicando às escondidas para que não haja
discriminação, o que ocorre em muitos casos, principalmente nos serviços
públicos.
Segundo Parreira (2007) os médicos e psicólogos utilizam de um
manual de transtornos que pode ser útil para diagnosticar as doenças mentais
causadas pelo assédio moral nos trabalhadores. Tal manual é desenvolvido
pela Organização Mundial de Saúde.
Guimaraes e Rimolli (2006) trazem uma série de sintomas provocados
pelo ato de assédio moral, como insônia, melancolia, apatia, perda de apetite,
desconforto gástrico. Afeta não somente a parte física mas também a mental,
acarretando em depressão, ansiedade, dificuldade de concentração, reduzida
capacidade de resolução de problemas, agressividade, prejuízos cognitivos,
32
desconfiança, deteriorização das relações interpessoais, transtorno por
estresse pós-traumático, irritabilidade e transtornos obsessivo e bipolar.
Freire (2008) entra em acordo com os autores Guimares e Rimolli
(2006) em relação aos fatores de risco para a saúde do trabalhador, nos
apectos de insônia, humor depressivo, perda de interesse por coisas ou ainda
em determinadas situações, insegurança, irritabilidade, melancolia.
Freire (2008) comenta que os sintomas psicossomáticos além de incluir
os sintomas físicos, tem uma “gênese psíquica” (p. 375) como hipertensão
arterial, ataques de asma brônquica, úlceras estomacais, enxaqueca,
torcicolos, queda de cabelos (alopecia).
Os sintomas comportamentais são traduzidos na agressividade consigo
ou com outras pessoas do contexto do trabalhador. É possivel que o
trabalhador desenvolva transtornos alimentares, aumento de tabagismo,
consumo exagerado de álcool e drogas, disfunção sexual e isolamento social.
(FREIRE, 2008).
Para a OMS (2004 apud FREIRE, 2008) as doenças psiquiátricas como
depressão, estresse pós-traumático e ansiedade generalizada são as mais
frequentemente diagnosticadas. Transtorno adaptativo, assim chamado por
esta mesma organização, consiste em uma condição psiquiátrica decorrente
de uma resposta individual a estressores, juntamente com algumas mudanças
sociais na vida do indivíduo do afetado, como os sintomas de aflição e
incapacidade para trabalhar ou desempenhar outras atividades.
Hirigoyen (2008) explicita que em uma situação de estresse para o
assediado, o organismo reage entrando no estado de alerta, “produzindo
substâncias hormonais” (p.173), causando depressão e uma modificação dos
neurotransmissores cerebrais. Como previsto pela Organização Mundial da
33
Saúde, esta autora também comenta que tal problema de saúde para o
trabalhador, de início, tem uma aparência de um transtorno adaptativo que lhe
permite enfrentar a agressão, idependente da origem.
Os primeiros sinais de estresse é a manifestação física sendo a
suscetibilidade do indivíduo, palpitações, sensações de opressão, falta de ar,
fadiga, pertubações de sono, nervosismo, irritabilidade, dores de cabeça,
pertubações digestivas, dores abdominais e a manifestação psíquica como a
ansiedade (HIRIGOYEN, 2008, p.173).
Para Peixoto e Pereira (2005) existem diferenças nas consequências
para a saúde, dependendo do sexo. As trabalhadoras reagem de uma forma
diferente dos homens, havendo mais choro, tristeza, mágoa, ressentimento e
rejeitando seu ambiente de trabalho. Já os homens manifestam indignação,
raiva, desejo forte de vingança; para os homens quanto para as mulheres a
agressão psíquica assim chamada pelos autores, levam a baixa auto-estima
preponderando ao estado de depressão, patogenia psíquica, sendo mais
comum a úlcera, o infarto do miocárdio, a impotência sexual e o acidente
vascular cerebral.
Entende-se que os autores trazem as consequências para a saúde do
trabalhador, sendo mínimas as diferenças entre os sintomas que o assédio
moral causa.
34
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS:
Esta monografia teve por objetivos definir o conceito de assédio moral
nas relações de trabalho e identificar as consequências para a saúde do
trabalhador.
Os principais resultados alcançados foram que a maioria dos autores
trouxeram muito conteúdo em relação ao conceito de assédio, pouco sobre a
confusão em torn deste, pouca análise em relação às consequências para a
saúde do trabalhador e a legislação dos Estados Brasileiros nesta pesquisa
apresentam muitas semelhanças.
O assédio moral nasce como algo inofensivo que, ao lonbo do tempo
vai se propagando, porque no primeiro momento as pessoas que são
assediadas não querem demonstrar que se sentem ofendidas e acabam não
levando a sério as agressões por que passam.
Salienta-se que não se caracteriza como assédio moral as situações
como o estresse em função do tempo na execução de algum trabalho ou
aonda a competitividade, ter um péssimo dia, manter um conflito com colega
de trabalho e os atritos habituais.
As doenças psiquiátricas como depressão, estresse pós-traumático e
ansiedade generalizada são as mais frequentemente diagnosticadas, como
resultado das constantes humilhações. Pode-se entender como transtorno
adaptativo que consiste em uma condição psiquiátrica decorrente de uma
resposta individual a estressores, juntamente com algumas mudanças sociais
na vida da vítima, como os sintomas de aflição e incapacidade para trabalhar
ou ainda desempenhar outras atividades.
35
As dificuldades encontradas para a realização desta monografia, além
de poucas obras literárias para o levantamento bibliográfico, foram a falta de
tempo de tempo para o aprofundamento do conteúdo em função dos estágios
e ter sido apenas seis meses para a análise de dados.
As sugestões propostas são aprofundar o tema assédio moral nas
relações de trabalho como uma pesquisa qualitativa, definir o perfil do
assediador e especificar quais as situações mais comuns em que ocorre o
assédio.
36
6. REFERÊNCIAS:
CAIXETA, Sebastião Vieira. Boletim Cientifico - Escola Superior do
Ministério Publico da União. Brasília: ESMPU, 2003, ano II, n0 6, Jan/Mar, p.
93.
CHAVES, FERNANDA FRAGELLI PENNA. As consequências
psicossomáticas das relações de trabalho na sociedade contemporânea.
Monografia de final de curso de Psicologia da PUC, Rio de Janeiro, 2006.
COLETA, JOSÉ AUGUSTO DELA; MIRANDA, HENRIQUE CARIVALDO
NETO. O rebaixamento cognitivo, a agressão verbal e outros
constrangimentos e humilhações: o assédio moral na educação superior. Gt:
Psicologia da Educação, 2005.
FERREIRA, JOAO BATISTA; MENDES, ANA MAGNOLIA; CALGARO, JOSE
CLAUDIO CALDAS; BLANCH, M. JOSEP. Situações de assédio moral a
trabalhadores anistiados políticos de uma empresa pública. Revista
Psicologia: Belo Horizonte, 2006, volume 12, numero 20, p. 215-233.
FREIRE, PAULA ARIANE. Assédio moral e saúde mental do trabalhador.
Trabalho, Educação e Saúde: 2008, volume 6, numero 2, p. 367 a 380.
37
FREITAS, Maria Ester. Assédio moral e assédio sexual: faces do poder
perverso nas organizaçóes. RAE - Revista de Administração de Empresas,
volume 41, número 2, 2001.
GALLINDO, LIDIA PEREIRA. Assedio moral nas instituições de ensino.
Monografia do curso de Direito: São Paulo, 2006.
GIL, ANTONIO CARLOS. Como elaborar projetos de pesquisa. 4.ed. São
Paulo: Atlas, 2002.
GUIMARES, LILIANA ANDOLPHO MAGALHAES; e RIMOLLI, ADRIANA
ODALIA. “Mobbing” (Assédio psicológicos) no trabalho: uma síndrome
psicossocial multidimensional. Psicologia: Teoria e Pesquisa. Universidade
Católica Dom Bosco. Mai-Ago 2006, Vol. 22 n. 2, pp. 183-192.
HELOANI, Roberto. Assédio moral: um ensaio sobre a expropriação da
dignidade no trabalho. RAE – Revista de Administração de Empresas,
volume 3, número 1, 2004.
HIRIGOYEN, MARIE-FRANCE. Assédio moral: a violência perversa no
cotidiano. 10.ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2008.
MARCONI, MARINA DE ANDRADE; LAKATOS, EVA MARIA. Metodologia do
Trabalho Científico. 6.ed. São Paulo: Atlas, 2006.
38
NAKAMURA, Antonieta Pepe; FERNANDEZ, Ramon Arce. Assédio Moral.
Aletheia: Canoas, número 9, 2004.
PARREIRA, ANA. Assédio Moral: um manual de sobrevivência. 1.ed.
Campinas: Russell Editores, 2007.
PEIXOTO, OSVALDO DA SILVA; PEREIRA, IVONETE VIEIRA. Assédio moral
no trabalho: repercussões sobre a saúde do trabalhador. Revista Brasileira
de Medicina e do Trabalho: Belo horizonte, 2005, volume 3, numero 2, p.
135-137.
PERTUZATTI, DIRCEU. ALMEIDA, MARIA DE LOURDES PINTO. Assédio
moral na relação de emprego no Brasil do século XXI: por um resgate da
dignidade da pessoa humana. Revista Contexto – Uniradial. Número 7 -
Janeiro de 2007.
Revista do Tribunal Regional do Trabalho da 18ª Região. Diretoria Geral
de Coordenação Judiciária, Diretoria de Serviço de Arquivo e Jurisprudência:
Goiânia, v. 1, 2005.
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