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Controle Externo p/ TCU
Teoria e exerccios comentados
Prof. Erick Alves Aula 00
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Ol pessoal!
com grande satisfao que recebi o convite do pessoal do
Estratgia Concursos para preparar este curso de Controle Externo,
ainda mais agora, com o Edital do TCU na praa. Foram abertas vagas
com remunerao inicial de R$ 11.256,83! Motivao no falta para estar
bem preparado no dia prova. Assim, elaboramos um material de
qualidade, direcionado para o concurso, de modo a facilitar seus estudos.
Mas antes, vou me apresentar. Meu nome Erick Alves, formado pela
Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), onde obtive o 1 lugar no
curso de formao de oficiais de Intendncia do Exrcito Brasileiro.
Durante o perodo em que permaneci no Exrcito, desempenhei diversas
atividades administrativas nas quais pude tomar conhecimento das
competncias e atribuies do TCU: meu nome sempre figurava no rol de
responsveis do Batalho. Posteriormente, em 2007, prestei concurso
para o ento cargo de Analista de Controle Externo (ACE), hoje Auditor
Federal de Controle Externo (AUFC), no qual logrei xito, sendo o 6
colocado dentre os que prestaram para Braslia-DF. Passei para o outro
lado da prancheta, como dizem os militares! Desde ento, atuo na
atividade fim do TCU, o controle externo, instruindo prestaes de contas
e realizando fiscalizaes. Devo dizer que um trabalho muito
gratificante. E o TCU, como vocs j devem saber, um excelente local
para se trabalhar, de modo que todo o esforo da preparao para o
concurso vale a pena. Vocs vo ver!
Meu objetivo neste curso prepar-los de forma ampla para resolver
as questes de Controle Externo da prova do TCU que se aproxima, tendo
como parmetro o Edital publicado e as provas mais recentes nas quais a
disciplina esteve presente, com nfase nas questes elaboradas pelo
Cespe.
Controle Externo faz parte das matrias bsicas para o cargo de
AUFC, juntamente com Lngua Portuguesa, Direito Administrativo,
Constitucional etc. E, dentre estas, sem dvida a mais importante. Prova
disso que em praticamente todos os ltimos concursos ela foi objeto de
pelo menos uma questo discursiva. Assim, no basta que voc saiba
resolver as questes objetivas. Tambm preciso possuir elementos para
argumentar nas questes abertas. Ademais, a importncia da disciplina
no poderia ser diferente, visto que, aps a aprovao, seu trabalho no
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TCU depender dela em grande medida. Falo por experincia prpria. Do
material que utilizei para estudar para o concurso, a Lei Orgnica e o
Regimento Interno do TCU so ainda meus fiis companheiros. Os demais,
nem sei onde foram parar!
Dito isso, apresento as caractersticas principais de nosso curso:
Contedo terico baseado no Edital do TCU que est na
praa, apresentado de forma completa, clara e objetiva;
Abordagem que fornece elementos para a resoluo de uma
eventual questo discursiva sobre a matria;
Foco na resoluo de questes do Cespe;
Praticamente todas as questes dos concursos para o TCU
dos ltimos anos, 2004 a 2010, resolvidas e comentadas,
inclusive as discursivas;
Frum de dvidas;
Contato direto com o professor via e-mail, se preferir.
Assim, o curso voltado tanto para os iniciantes que nunca tiveram
contato com a matria e necessitam de uma preparao rpida e objetiva
para o prximo concurso, como para os concurseiros experientes que
desejam revisar os temas ou atualizar o conhecimento.
Embora o contedo programtico previsto no Edital seja relativamente
pequeno, os assuntos so bem abrangentes. Para o cargo de AUFC,
orientao Auditoria Governamental e Auditoria de Obras Pblicas, os
itens exigidos so:
1) Entidades Fiscalizadoras Superiores (EFS) e Declarao de Lima.
2) Sistemas de Controle na Administrao Pblica Brasileira (arts. 70
a 74 da Constituio Federal). Tribunais de Contas: funes,
natureza jurdica e eficcia das decises.
3) Tribunal de Contas da Unio: natureza, competncia e jurisdio.
Organizao. Julgamento e fiscalizao. Lei Orgnica do TCU
(Lei 8.443/1992). Regimento Interno do TCU (Resoluo-
TCU 155/2002).
4) Cdigo de tica dos Servidores do TCU (Resoluo-TCU 226/2009).
Por sua vez, os mesmos assuntos foram apresentados de forma mais
detalhada para a especialidade Psicologia:
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1) Sistemas de controle externo;
2) Controle externo no Brasil;
3) Regras constitucionais sobre o controle externo: fiscalizao
contbil, financeira e oramentria;
4) Funes de controle externo exercidas isoladamente e/ou em
conjunto entre o Congresso Nacional e o TCU;
5) Tribunal de Contas da Unio. Natureza. Competncia e jurisdio.
Organizao. Julgamento e fiscalizao (Lei 8.443/1992, e
Regimento Interno do TCU);
6) Tribunais de contas: funes, natureza jurdica e eficcia das
decises;
7) Cdigo de tica dos Servidores do TCU (Resoluo-TCU 226/2009);
Apesar da diferena na apresentao, o contedo um s, e
praticamente igual aos ltimos concursos. A nica novidade a exigncia
do Cdigo de tica do TCU. Nossa proposta cobrir todo o Edital de
acordo com o seguinte cronograma de aulas, o qual seguirei com a maior
fidelidade possvel:
Aula 00
(demonstrativa) 9/9/11
Entidades Fiscalizadoras Superiores (EFS).
Declarao de Lima. Sistemas de Controle na
Administrao Pblica Brasileira.
Aula 01 12/9/11
Tribunais de Contas: funes, natureza jurdica e
eficcia das decises. Natureza das fiscalizaes.
Jurisdio do TCU.
Aula 02 19/9/11 Competncias atribudas ao TCU pela Constituio.
Aula 03 26/9/11 Competncias atribudas ao TCU pela LOTCU, pelo
Regimento Interno e por outros normativos.
Aula 04 3/10/11 Organizao do TCU. Deliberaes, sesses e
processo no TCU.
Aula 05 10/11/11 Julgamento das Contas. Tomada de Contas Especial.
Aula 06 17/10/11 Fiscalizao no TCU. Instrumentos de Fiscalizao.
Denncia. Representao. Cdigo de tica do TCU.
Aula 07 19/10/11 Sanes e Medidas Cautelares. Recursos.
A metodologia do curso contempla, em cada tpico, a exposio da
teoria seguida da resoluo e comentrio de questes anteriores sobre o
assunto. Nos comentrios, pode haver explicaes novas. Assim, teoria e
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questes se complementam. Ao final de cada aula ser apresentado um
Resumo do contedo, bem como as questes que foram comentadas
seguidas do gabarito, para vocs treinarem a resoluo.
A disciplina Controle externo, essencialmente, est ancorada na
seguinte legislao:
Constituio Federal (CF)
Lei Orgnica do TCU, Lei 8.443/1992 (LO/TCU)
Regimento Interno do TCU (RI/TCU)
Evitarei ao mximo reproduzir trechos da legislao; somente o farei
quando indispensvel boa didtica. Assim, recomendo que vocs
imprimam e encadernem as normas acima para facilitar o estudo. Elas
podem ser facilmente encontradas na pgina principal do portal TCU:
www.tcu.gov.br. interessante que vocs as consultem sempre que
forem citadas. Caso reste alguma dvida que no tenha sido esclarecida
na aula, me perguntem no frum ou por e-mail.
Espero que vocs aproveitem o curso, tirem suas dvidas, estudem
bastante e faam a prova com confiana. Desse modo, em breve
estaremos trabalhando juntos como Auditores Federais de Controle
Externo do TCU!
Aos estudos!
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AULA 00 (demonstrativa)
Bom pessoal, na Aula 00, que alm de aula demonstrativa
tambm a primeira do curso, nosso objetivo ser percorrer os
conceitos que fornecem a base para o estudo do Controle Externo,
cobrindo os seguintes itens do Edital:
Entidades Fiscalizadoras Superiores e Declarao de Lima;
Controle externo no Brasil. Sistemas de Controle na
Administrao Pblica Brasileira;
Funes de controle externo exercidas isoladamente e/ou
em conjunto entre o Congresso Nacional e o TCU.
Para tanto, seguiremos o seguinte sumrio:
SUMRIO
1. Controle da gesto pblica ................................................................................................................................... 6
Consideraes gerais ................................................................................................................................................... 6
Natureza, tipo ou foco do Controle ........................................................................................................................ 8
Momentos do controle: prvio, concomitante e posterior ....................................................................... 10
2. Entidades Fiscalizadoras Superiores - sistemas de controle externo ....................................... 13
3. Declarao de Lima ................................................................................................................................................ 16
4. Sistemas de controle na Administrao Pblica Brasileira ............................................................ 23
Controle dos recursos federais ............................................................................................................................. 23
Controle Externo ................................................................................................................................................... 23
Controle exercido diretamente pelo Congresso, suas Casas e comisses...................................... 27
Controle exercido isoladamente pelo TCU ................................................................................................. 28
Controle exercido em conjunto pelo Congresso e pelo TCU ................................................................ 30
Controle Interno .................................................................................................................................................... 32
Controle dos recursos estaduais e municipais ............................................................................................... 34
Controle social ............................................................................................................................................................. 36
RESUMO DA AULA ..................................................................................................................................................... 38
Questes comentadas na Aula .............................................................................................................................. 40
Vamos ento?
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1. CONTROLE DA GESTO PBLICA
CONSIDERAES GERAIS
Controle a fiscalizao exercida sobre as atividades de pessoas,
rgos, departamentos, sistemas etc., para que tais atividades no se
desviem dos padres e das normas preestabelecidas ou para que
alcancem os resultados desejados.
O controle uma das funes administrativas clssicas: planejar,
coordenar, supervisionar, executar e controlar. De acordo com a teoria da
administrao, um sistema de controle eficaz garante que as atividades
sejam realizadas de maneira satisfatria, na direo dos objetivos da
empresa. Alm do mais, nas grandes corporaes modernas de capital
pulverizado, com muitos acionistas, os verdadeiros donos geralmente
esto afastados da administrao do negcio. Diretores executivos so
contratados para administrar a empresa com o compromisso de dirigi-la
para satisfazer os interesses dos proprietrios do capital. Um controle
eficiente procura assegurar que a administrao da companhia esteja
seguindo as diretrizes estabelecidas pelos proprietrios, assim como coibir
atitudes oportunistas dos executivos que satisfaam seus prprios
interesses em detrimento da organizao.
De forma semelhante, os recursos financeiros e patrimoniais
utilizados pelo Estado no pertencem aos seus gestores, mas sim ao povo,
que recolhe tributos. com esses recursos que o Estado adquire bens
para o funcionamento das reparties pblicas, firma contratos de
prestao de servios, realiza obras, remunera seus servidores, etc.
Mas virtualmente impossvel que o povo, por si mesmo, consiga
administrar os recursos que disponibiliza ao Estado. Por isso, delega essa
tarefa a intermedirios legalmente habilitados, os gestores pblicos, que
tm o dever de administrar os recursos em nome e em favor do povo,
obedecendo s normas aplicveis.
Porm, em nosso dia-a-dia, muito comum nos deparamos com
notcias sobre obras superfaturadas, fraudes em licitaes, e outras tantas
falcatruas que tm em comum o fato de envolverem a malversao de
recursos pblicos. Veja algumas manchetes recentes:
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Investigao do TCU revela descontrole de gastos da Agricultura
(folha.uol.com.br, em 5/8/2011)
TCU aponta superfaturamento de R$ 78 milhes em obras do Dnit
(g1.globo.com, em 20/7/2011)
Auditoria do TCU confirma fraude em licitao de R$ 6,2 milhes da TV
Brasil (veja.abril.com.br, em 10/3/2011)
Tais notcias somente vm tona porque alguma ao de controle foi
realizada sobre a conduta do mau gestor, possibilitando a identificao da
irregularidade.
O controle da administrao pblica pode ser feito de diversas
formas e por diferentes agentes. Nos exemplos acima, assim como em
diversas outras situaes semelhantes, ao TCU coube essa atribuio.
Com efeito, veremos que o TCU o rgo tcnico responsvel pelo
controle externo da administrao pblica federal, em auxlio ao
Congresso Nacional.
Hely Lopes Meirelles, em uma definio abrangente, porm concisa,
leciona que controle, em tema de Administrao Pblica, a faculdade de
vigilncia, orientao e correo que um poder, rgo ou
autoridade exerce sobre a conduta funcional do outro.
Os termos chaves dessa definio representam os principais atributos
do controle da gesto pblica, que podem ser compreendidos da seguinte
forma:
Vigilncia: fiscalizao e acompanhamento da gesto, com base nas
normas aplicveis.
Orientao: atuao pedaggica, preventiva, com vistas ao
aperfeioamento das prticas de gesto e inibio de condutas lesivas
aos cofres pblicos.
Correo: assegurar o cumprimento da lei e a recomposio do
patrimnio lesado.
Poder: como corolrio do Estado Democrtico de Direito, a CF atribuiu ao
Poder Legislativo o controle financeiro da administrao pblica, com o
auxlio tcnico dos Tribunais de Contas (controle externo).
rgo: cada instituio pblica possui em sua estrutura um rgo com
atribuio de fiscalizar a prpria instituio (controle interno).
Autoridade: autotutela da administrao, que pode anular ou revogar
seus prprios atos.
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Quando o controle exercido por um ente no que integra a mesma
estrutura organizacional do rgo fiscalizado dito controle externo. Por
exemplo: quando o Congresso Nacional julga as contas prestadas pelo
Presidente da Repblica, ou quando um juiz anula um ato do Poder
Executivo, temos exemplos de controle externo, pois, nestes casos, um
Poder exerce controle sobre os atos de outro Poder. No primeiro caso, o
Legislativo e, no segundo caso, o Judicirio exercem controle sobre o
Executivo. Todavia, veremos que, na terminologia adotada pela
Constituio, apenas o controle exercido pelo Legislativo sobre a
Administrao Pblica recebe a denominao de controle externo (CF,
art. 70 a 74).
Por outro lado, quando o controle exercido por rgo especializado,
porm pertencente mesma estrutura, dito controle interno. Este
ltimo no se confunde com os controles internos administrativos,
executados de forma contnua pelos prprios dirigentes e servidores do
poder pblico, e que derivam do poder de autotutela da administrao
(Ex: sistema de autorizao e aprovao de transaes, segregao de tarefas,
controles fsicos sobre os bens e informaes etc). A Controladoria-Geral da
Unio (CGU), por exemplo, um rgo que exerce controle interno, pois
se vincula diretamente ao Presidente da Repblica (seu titular um
Ministro de Estado), e possui atribuies especficas de controle das
entidades administrativas pertencentes Poder Executivo.
A partir dessas consideraes gerais vamos avanar apresentando
algumas caractersticas do controle da gesto pblica relacionadas sua
natureza, isto , aos possveis focos da fiscalizao. Em seguida,
trataremos do controle quanto ao momento de sua realizao.
NATUREZA, TIPO OU FOCO DO CONTROLE
Tradicionalmente, o controle da gesto pblica foca os seguintes
aspectos:
Legalidade: verifica se a conduta do gestor guarda consonncia com
as normas aplicveis, de qualquer espcie - leis, regimentos, resolues,
portarias etc.
Ex: no controle da legalidade de uma construo de rodovia, deve ser
verificado se a contratao da empreiteira que executar a obra obedeceu Lei
de Licitaes.
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Legitimidade: verifica se o ato atende ao interesse pblico,
impessoalidade e moralidade.
Ex: no controle de legitimidade, deve ser verificado se a construo da
rodovia atende s necessidades da populao. Caso, por exemplo, j existirem
outras vias de acesso que atendam satisfatoriamente a demanda do local, ao
contrrio de outras localidades mais necessitadas, o investimento poderia no
ser considerado legtimo, mesmo se realizado de acordo com a Lei de Licitaes.
Economicidade: analisa a relao custo/benefcio da despesa
pblica, isto , se o gasto foi realizado com minimizao dos custos e sem
comprometimento dos padres de qualidade.
Ex: no controle de economicidade, deve ser verificado se os materiais e
servios necessrios construo da rodovia foram adquiridos e contratados a
preos de mercado e se atenderam s necessidades da obra com qualidade.
Alm desses aspectos, com a utilizao de tcnicas mais modernas de
fiscalizao, o controle passou a ter tambm como foco:
Eficincia: analisa os meios utilizados em relao aos resultados
obtidos pela Administrao, com critrios de custo, prazo e qualidade. De
certa forma, se confunde com o conceito de economicidade.
Ex: no controle de eficincia, deve ser verificado se os recursos dispendidos
na obra foram otimizados, ou seja, se a rodovia foi construda com qualidade,
em tempo razovel e a custo de mercado.
Eficcia: verifica se as metas estabelecidas foram alcanadas, ou
seja, se os bens e servios foram providos.
Ex: no controle de eficcia, deve ser verificado se o cronograma
estabelecido para a obra foi cumprido, se todas as intervenes previstas foram
realizadas, ou mesmo, se a rodovia foi realmente construda.
Efetividade: analisa se os objetivos da ao administrativa foram
atingidos, em termos de impactos sobre a populao-alvo.
Ex: no controle de efetividade, deve ser verificado se a rodovia, aps
construda, realmente melhorou a vida da populao, suprindo as carncias que
motivaram a realizao da obra.
Segundo as Normas de Auditoria do TCU, legalidade e legitimidade
so avaliadas nas chamadas auditorias de regularidade, enquanto
economicidade, eficincia, eficcia e efetividade so avaliadas nas
auditorias operacionais.
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Esquematizando
Fonte: Manual de Auditoria Operacional do TCU. Disponvel em
http://portal2.tcu.gov.br/portal/pls/portal/docs/2058980.PDF
MOMENTOS DO CONTROLE: PRVIO, CONCOMITANTE E POSTERIOR
Controle prvio (a priori): exercido antes da conduta administrativa
se efetivar. Possui carter preventivo, orientador, e visa evitar a
ocorrncia de irregularidades. Exemplos de controle prvio exercido pelo
TCU:
(i) apreciao prvia da documentao dos processos de
desestatizao1;
(ii) assinatura de determinaes de modo a prevenir que
irregularidades se repitam (LO/TCU, art. 18 e art. 43, inciso I);
(iii) decretao de medidas cautelares no controle sobre editais de
licitao (RI/TCU, art. 276).
Ateno! O ordenamento jurdico atual no mais prev a necessidade de
homologao pelo Tribunal de Contas como condicionante para a eficcia de
atos administrativos. Isso estava previsto na Constituio de 1946, mas no
existe mais. Hoje em dia, gestores pblicos firmam contratos e executam
despesas sem precisar de qualquer anuncia prvia do TCU.
Todavia, h o caso particular da concesso de aposentadorias que, na
jurisprudncia do STF, um ato administrativo complexo que somente se
aperfeioa com o registro pelo TCU. Assim, a etapa de registro pela Corte de
Contas seria um exemplo de controle prvio, necessria validade do ato.
1 Lei 9.494/1997: Art. 18. Compete ao Gestor do Fundo [Nacional de Desestatizao]: (...) VIII preparar a documentao dos processos de desestatizao, para apreciao do Tribunal de Contas da Unio; (...)
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Controle concomitante (pari passu): efetuado no momento em que
a conduta administrativa est sendo praticada. Tambm possui carter
preventivo, pois permite coibir irregularidades tempestivamente.
Exemplos de controle concomitante exercido pelo TCU:
(i) acompanhamento da arrecadao da receita (LO/TCU, art. 1,
inciso IV);
(ii) fiscalizao da entrega dos recursos do FPE e FPM aos
destinatrios (LO/TCU, art. 1, inciso VI).
Controle posterior (a posteriori): efetuado aps o ato administrativo
ter sido praticado. Possui carter corretivo e, eventualmente, sancionador.
a forma mais utilizada de controle externo. Exemplos de controle
posterior exercido pelo TCU:
(i) julgamento das contas dos administradores pblicos (LO/TCU,
art. 1, inciso VI);
(ii) emisso de parecer prvio sobre as contas do prestadas pelo
Presidente da Repblica (LO/TCU, art. 1, inciso III e art. 36);
(iii) realizao de auditorias para fiscalizar a regularidade da gesto
ou os resultados alcanados por programas de governo.
No vamos discutir agora as competncias do Tribunal. Esse assunto
ser objeto das prximas aulas. Por ora, deixemos assentado que o TCU
tem competncias que lhe so prprias, e que podem ser enquadradas
em qualquer dos trs momentos do controle. Embora as tarefas mais
conhecidas e tradicionais da Corte de Contas sejam de controle posterior
(julgamento das contas e realizao de auditorias), registre-se que as
diretrizes de atuao do TCU tm evoludo para priorizar aes de controle
prvio ou concomitante, a partir de critrios de materialidade, relevncia e
risco. Dessa forma, espera-se que o Tribunal alcance maior efetividade.
Caiu na prova!
1. (TCU ACE 2004 Cespe) Tendo em conta o momento no qual a atividade de
controle se realiza, o controle externo, analogamente ao que ocorre com o controle
de constitucionalidade, pode ser classificado em prvio (a priori) ou posterior (a
posteriori).
Comentrio: As classificaes do controle quanto ao momento da sua
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realizao em relao ao ato controlado so: controle prvio (a priori),
controle posterior (a posteriori), e ainda controle concomitante (pari passu).
Gabarito: Certo
2. (TCU ACE 2006 ESAF) Desenvolva um texto argumentando sobre o
seguinte tema: Prvio, concomitante ou a posteriori: como caracterizar o controle
exercido pelo TCU?
Comentrio: Uma boa resposta para esta questo discursiva poderia
iniciar, logo de cara, afirmando que as diversas competncias do TCU
permitem enquadrar o controle exercido pela Corte de Contas nas trs
classificaes de controle apresentadas. Em seguida, a afirmao deveria ser
justificada com exemplos, como os apresentados acima. Para concluir,
poderia ser dito que, embora a maior parte do controle exercido pelo Tribunal
seja posterior, sua atuao tem evoludo no sentido de priorizar as aes de
controle prvio e concomitante, com o objetivo de, cada vez mais, se
antecipar s ms prticas de gesto e evitar ou minimizar os danos ao
patrimnio pblico.
3. (SEBRAE - Analista Tcnico II 2010 - Cespe) No exerccio do controle externo,
o Congresso Nacional, com o auxlio do Tribunal de Contas da Unio, analisa a
legalidade, mas no a legitimidade, dos atos administrativos da Unio e das
entidades da administrao direta e indireta.
Comentrio: O art. 70, caput, da Constituio Federal dispe que controle
externo da Unio e das entidades da administrao direta e indireta ser
exercido quanto legalidade e legitimidade, assim quanto economicidade,
aplicao das subvenes e renncia de receitas.
Gabarito: Errado
Compreendidas as principais caractersticas da atividade de controle,
passemos ento a estudar as peculiaridades dos sistemas de controle
externo. Em seguida, veremos os princpios e diretrizes difundidos
internacionalmente por meio da Declarao de Lima para, a partir de
ento, iniciarmos o estudo particular dos sistemas de controle no Brasil.
Vamos l!
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2. ENTIDADES FISCALIZADORAS SUPERIORES - SISTEMAS DE CONTROLE EXTERNO
As Entidades Fiscalizadoras Superiores (EFS) so os rgos tcnicos
de controle externo de maior estatura em cada pas, normalmente o que
atua na esfera federal. No caso do Brasil, a EFS o TCU.
Dependendo da organizao poltica do pas, a EFS pode ser
classificada em um dos seguintes sistemas de controle externo: Tribunais
de Contas ou Auditorias-Gerais.
O sistema de Tribunais de Contas ou Conselho de Contas
caracteriza-se por seu carter colegiado. Ou seja, as decises desses
rgos so tomadas em conjunto pelo voto de seus membros. Os
Tribunais de Contas geralmente possuem poder para julgar a regularidade
da gesto do administrador pblico (as chamadas contas dos
responsveis). Tambm possuem competncia para punir e emitir
determinaes compulsrias aos controlados.
J o sistema de Auditorias-Gerais ou Controladorias-Gerais
caracteriza-se por seu carter unipessoal. So comandados por um
auditor ou controlador-geral, que responsvel pelas decises do rgo
(decises monocrticas). As Auditorias-Gerais pronunciam-se
conclusivamente sobre as contas, mas no as julgam. Suas decises
possuem carter opinativo ou consultivo, emitidas na forma de pareceres
e recomendaes, com o objetivo principal de fornecer subsdios para que
o titular do controle externo e a opinio pblica avaliem a gesto.
Em geral, tanto os Tribunais de Contas como as Auditorias Gerais
esto associadas ao Poder Legislativo. H, contudo, pases que colocam os
Tribunais de Contas junto ao Poder Judicirio ou as Auditorias-Gerais
junto ao Poder Executivo. Em outros, a EFS no est vinculada a nenhum
Poder.
A tarefa tradicional dos Tribunais de Contas o controle de
legalidade, enquanto as Auditorias-Gerais priorizam o controle de eficcia,
eficincia e efetividade. Contudo, os Tribunais de Contas tm progredido
nesse aspecto, expandindo sua atuao para alm do mero exame de
legalidade para focar em aspectos de desempenho e alcance de
resultados.
Os Tribunais de Contas e as Auditorias-Gerais tambm possuem
caractersticas em comum: so rgos administrativos; so autnomos
em relao ao Poder que os vincula; em geral, possuem previso
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constitucional; e suas decises no so sujeitas a reviso por outro rgo
ou instncia.
A Organizao Internacional de Entidades Fiscalizadoras Superiores
(Intosai, em ingls; intosai.org), da qual o TCU um dos membros
fundadores, o organismo que congrega as EFS de mais de 170 pases. O
principal objetivo da entidade a troca experincias entre seus membros,
com vistas ao contnuo aprimoramento da fiscalizao das contas pblicas.
Ateno! A Controladoria-Geral da Unio (CGU) no rgo de controle
externo, apesar de sua denominao. Como j disse, a CGU vinculada
Presidncia da Repblica, a quem assessora por meio de atividades de controle
interno, alm de exercer, como rgo central, a superviso tcnica dos rgos
que compem o Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal,
prestando a orientao normativa necessria.
Caiu na prova!
4. (TCU - ACE 2004 - Cespe) Os sistemas internacionais de controle externo tm
em comum a circunstncia de que o rgo de controle invariavelmente
colegiado e ligado ao Poder Legislativo.
Comentrio: O rgo de controle (EFS) pode ser constitudo na forma
de Tribunais ou Conselhos de Contas ou na forma de Auditorias ou
Controladorias-Gerais. No primeiro caso, so rgos colegiados; j no
segundo, via de regra, so rgos monocrticos. Alm disso, embora a
maioria das EFS pelo mundo esteja ligada ao Poder Legislativo, como o TCU
no Brasil, h pases em que a EFS compe o Judicirio, como Portugal; o
Executivo, como no Paraguai e Bolvia; ou nenhum dos Poderes, como
Frana e Chile.
Gabarito: Errado
5. (TCU ACE 2006 - ESAF) Na maioria dos pases onde existe, o sistema de
controle externo levado a termo ou pelos Tribunais de Contas (Cortes de
Contas) ou pelas Auditorias-Gerais. Nesse contexto, considerando as principais
distines entre esses dois modelos de controle, assinale a opo que indica a
correta relao entre as colunas:
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1) Tribunais de Contas ( ) So rgos colegiados.
2) Auditorias-Gerais ( ) Podem ter poderes jurisdicionais.
( ) Podem estar integrados ao Poder Judicirio.
( ) Proferem decises monocrticas.
a) 1 2 1 2
b) 1 1 1 2
c) 1 1 2 2
d) 2 1 2 1
e) 2 2 2 1
Comentrio: Pelo que estudamos, fica fcil matar essa. Os Tribunais de
Contas: so rgos colegiados; podem ter poderes jurisdicionais e podem
estar integrados ao Poder Judicirio. J as Auditorias-Gerais proferem
decises monocrticas e no possuem poderes jurisdicionais. No deixe de
perceber o detalhe de que no regra: (i) Controladorias-Gerais integradas
ao Poder Judicirio; (ii) Tribunais de Contas integrados ao Poder Executivo.
Gabarito: Alternativa b
6. (TCU ACE 2007 Cespe) O sistema de controle externo, na maioria dos
pases signatrios, levado a termo ou pelas cortes de contas ou pelas
auditorias-gerais. As principais caractersticas do sistema de tribunal de contas
so as decises colegiadas e o poder sancionatrio. No Brasil, bem como nos
demais pases que adotam esse sistema, os tribunais de contas, quanto sua
organizao, encontram-se ligados estrutura do Poder Legislativo.
Comentrio: fato de que no Brasil, os tribunais de contas esto
ligados ao Poder Legislativo. Contudo, h pases em que isso no ocorre.
Em Portugal e na Grcia, por exemplo, o Tribunal de Contas situa-se no
mbito do Poder Judicirio. J na Frana, a Corte de Contas no est
vinculada a nenhum dos poderes.
Gabarito: Errado
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3. DECLARAO DE LIMA2
Veremos agora um assunto que, nas ltimas provas para o TCU, vem
sendo muito exigido. Considerando que o concurso de 2011 ter vagas
para Auditoria Governamental, ento praticamente certo aparecer uma
ou mais questes, seja na prova comum, seja na especfica.
O que ?
A Declarao de Lima um documento publicado e distribudo pela
Intosai, reconhecido como a Carta Magna do controle da gesto pblica
ou, nos termos da norma, da auditoria governamental.
Fornece as bases filosficas e conceituais para os trabalhos
desenvolvidos pela Intosai e apresenta uma lista abrangente de todas as
metas e questes relacionadas auditoria governamental.
Qual seu objetivo?
O principal objetivo da Declarao de Lima exigir uma auditoria
governamental independente. Essa independncia deve estar
garantida na legislao, sendo protegida por instituies que lhe confiram
segurana jurdica de forma adequada. Segundo a Declarao de Lima,
instituies dessa natureza s podem ser encontradas em um Estado
Democrtico de Direito.
O estado de direito e a democracia so, portanto, premissas
essenciais para uma auditoria governamental efetivamente independente,
alm de serem os pilares nos quais a Declarao de Lima se fundamenta.
Quais so seus principais pontos?
Propsito da auditoria
Estabelece que o propsito da auditoria consiste na identificao
tempestiva de violaes aos princpios da legalidade, eficincia, eficcia e
economicidade. Espera-se, com isso, identificar os responsveis, obter
ressarcimento pelos prejuzos causados e impedir ou dificultar a
ocorrncia dessas violaes. 2 Voc pode encontrar a Declarao de Lima, em portugus, no site do TCU: http://portal2.tcu.gov.br/portal/page/portal/TCU/relacoes_institucionais//relacoes_internacionais/organizacoes_internacionais
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Pr-auditoria e ps-auditoria
Considera que uma pr-auditoria, ou controle prvio, eficaz
indispensvel para garantir a adequada gesto dos recursos pblicos, uma
vez que pode impedir prejuzos antes de sua ocorrncia. Por outro lado,
gera um volume excessivo de trabalho e inviabiliza a definio de
responsabilidades. A ps-auditoria, ou controle posterior, por sua vez,
enfatiza a responsabilizao, sendo uma tarefa indispensvel a todas EFS,
a despeito de ela realizar pr-auditorias ou no.
Auditoria Interna e Auditoria Externa
A Declarao de Lima preceitua que as EFS prestam servios de
auditoria externa, pois no devem fazer parte da estrutura organizacional
das instituies auditadas. o conceito de controle externo quanto ao
posicionamento do rgo controlador.
Assevera, ainda, que os servios de auditoria interna, ou controle
interno, devem ser funcional e organizacionalmente independentes, na
maior medida possvel, apesar de estarem subordinados autoridade do
rgo no qual foram estabelecidos. A EFS, na qualidade de auditoria
externa, possui a tarefa de verificar a eficcia da auditoria interna.
Auditoria de legalidade, auditoria de regularidade e auditoria operacional
Reconhece que a tarefa tradicional das EFS auditar a legalidade e a
regularidade. Todavia, atribui igual importncia auditoria operacional,
cuja finalidade verificar o desempenho, a economia, a eficincia e a
eficcia da administrao pblica.
Independncia das EFS
A Declarao de Lima enfatiza a necessidade de as EFS serem
independentes, funcional, organizacional e financeiramente, tanto em
relao ao governo e administrao como tambm em relao ao
Parlamento.
Segundo a Declarao, a independncia das EFS deve estar prevista
na Constituio, podendo ser detalhada na legislao.
Os membros, ou seja, as pessoas que devem tomar as decises pela
EFS, tambm devem ser independentes. Tambm deve haver garantia
para tanto na Constituio, a qual deve prever a forma de designao e
destituio dos membros.
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A questo da independncia importante, pois assegura que as
decises das EFS sejam imparciais e objetivas, livres de influncias
externas.
Poderes das EFS
Os poderes bsicos de auditoria da EFS devero estar previstos na
Constituio; detalhes podem ser estabelecidos na legislao.
Todas as operaes financeiras pblicas, a despeito de estarem ou
no refletidas no oramento nacional, ficaro sujeitas a auditoria por parte
da EFS. A cobrana de impostos, na maior medida possvel, tambm deve
estar sujeita ao controle da EFS.
Dentre as instituies sujeitas ao controle da EFS, a Declarao de
Lima destaca: autoridades ou instituies pblicas estabelecidas no
exterior; empresas regidas pelo direito privado das quais o governo seja
acionista; instituies que recebam subsdios do governo; organizaes
internacionais e supracionais cujas despesas sejam cobertas por recursos
do pas da EFS.
Em razo dos considerveis recursos dispendidos, a norma preceitua
uma auditoria particularmente exaustiva dos recursos usados nas obras
pblicas e nas instalaes de processamento de dados, estabelecendo que
a licitao pblica o procedimento mais adequado para a obteno da
proposta mais favorvel em termos de preo e qualidade. Sempre que no
forem realizadas licitaes pblicas, a EFS determinar as razes para
esse fato.
A Declarao de Lima dispe que a EFS deve ter acesso irrestrito a
informaes e documentos necessrios realizao de suas atribuies de
controle. A EFS tambm deve ter poderes para determinar s
organizaes auditadas que adotem as medidas necessrias correo
dos desvios apurados.
Mtodos, procedimentos e pessoal de auditoria e elaborao de relatrios
Estabelece que a EFS deve possuir a prerrogativa de elaborar seu
prprio plano de auditoria, ou seja, de escolher quais rgos, contratos,
obras etc. sero fiscalizados. Alm disso, adequado que a EFS elabore
manuais de auditoria para orientar seus auditores.
Os resultados das atividades da EFS sero apresentados em relatrios
pblicos, exceto quando contenham dados protegidos por lei, casos em
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que a EFS dever ponderar a necessidade dessa proteo contra os
benefcios da divulgao do relatrio. Na elaborao dos seus relatrios, a
EFS dever levar em considerao os pontos de vista das organizaes
auditadas sobre seus achados.
De acordo com a Declarao de Lima, os membros e funcionrios
responsveis por auditorias devero ter a integridade moral e as
qualificaes necessrias para desempenhar suas tarefas.
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isso. Apresentei um resumo dos principais pontos da Declarao de
Lima para facilitar seu estudo, o que no substitui uma leitura atenta do
inteiro teor da norma, que no grande. Como falei, assunto
praticamente certo na prova.
Para finalizar o assunto, cabe registrar que o TCU, como membro da
Intosai, procura sempre seguir os preceitos da Declarao de Lima na
execuo de suas atividades de controle, embora a prpria Intosai
estabelea que suas normas no so de aplicao compulsria pela EFS.
Com efeito, o ordenamento jurdico ptrio assegura ao Tribunal grande
parte das prerrogativas previstas na Declarao de Lima. Ao seguirmos
com o curso, voc conseguir claramente fazer essa correspondncia,
entre as disposies da Declarao e as competncias atribudas ao TCU
pela Carta Magna e por outros dispositivos legais.
Caiu na prova!
7. (TCU ACE 2007 Cespe) A INTOSAI um organismo internacional cujo
objetivo fomentar o intercmbio de ideias e experincias entre entidades
fiscalizadoras superiores quanto ao controle das finanas pblicas. Entre os
documentos elaborados pela INTOSAI, destacam-se a Declarao de Lima, o
cdigo de tica e normas de auditoria. Na Declarao de Lima, s constam o
controle prvio e o controle posterior, ao passo que, no Brasil, alm desses, h o
controle concomitante, por expressa disposio legal.
Comentrio: A primeira frase a definio exata do objetivo da Intosai.
Quantos aos documentos elaborados pela entidade, alm da Declarao de
Lima, o cdigo de tica e as normas de auditoria tambm so muito
importantes, inclusive servem de base para as Normas de Auditoria do TCU.
Em relao aos momentos do controle, a Declarao de Lima s trata do
controle prvio, ou pr-auditoria, e do controle posterior, ou ps-auditoria. A
Declarao de Lima no fala em controle concomitante. No Brasil, essa forma
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de controle prevista expressamente na Lei 4.320/1964:
Art. 77. A verificao da legalidade dos atos de execuo oramentria ser
prvia, concomitante e subsequente.
Gabarito: Certo
(TCU AUFC 2010 - Cespe) De acordo com a Declarao de Lima, julgue os
prximos itens, acerca das diretrizes para preceitos de auditoria. Nas situaes em
que for utilizada, considere que a sigla EFS se refere a entidade fiscalizadora
superior.
8. Segundo a declarao em apreo, uma EFS deve gozar de independncia
funcional e organizacional necessria para desempenhar suas tarefas. Apesar
disso, entender que tal instituio, como parte do Estado, no pode ser
completamente independente.
Comentrio: O principal objetivo da Declarao de Lima exigir a
independncia funcional e organizacional da EFS. O documento tambm se
refere necessidade de independncia financeira, assim como dos membros
da EFS. Essa independncia deve estar assegurada pela Constituio,
podendo ser regulamentada em outras normas. Todavia, na Seo 5, item 2, a
Declarao de Lima reconhece que a EFS no pode ser completamente
independente, por ser parte do Estado. Sua independncia deve ser a
necessria para o desempenho de suas tarefas de forma objetiva e imparcial.
Gabarito: Certo
9. A Declarao de Lima admite que a execuo da pr-auditoria seja realizada
por EFS ou por outras instituies de auditoria.
Comentrio: Essa assertiva objeto da Seo 2, item 2, da Declarao de
Lima. A pr-auditoria, ou controle prvio, tem finalidade preventiva e ,
essencialmente, realizada pela auditoria interna ou controle interno do rgo,
sem prejuzo de que a EFS ou outras instituies de auditoria tambm a
execute.
Gabarito: Certo
10. EFSs prestam servios de auditoria externa.
Comentrio: Na Seo 3, item 1, parte final, a Declarao de Lima afirma
exatamente isso. Nos termos da Declarao, os conceitos de auditoria externa
e auditoria interna referem-se classificao do controle quanto ao
posicionamento do rgo controlador. Assim, os servios de auditoria externa
no fazem parte da estrutura organizacional das instituies a serem
auditadas, enquanto que os servios de auditoria interna so estabelecidos
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dentro dos rgos e instituies governamentais. Ao afirmar que a EFS presta
servio de auditoria externa, a Declarao de Lima refora a necessidade de
que a EFS seja independente em relao entidade auditada.
Gabarito: Certo
11. De acordo com a referida declarao, uma EFS deve auditar a legalidade e a
regularidade da gesto financeira e da contabilidade. Essa declarao, entretanto,
no cita como atribuio das EFSs a auditoria operacional, a qual consta na
Constituio Federal brasileira.
Comentrio: A questo errada, pois a Declarao de Lima, em sua
Seo 4, cita como atribuio da EFS a auditoria operacional, cuja finalidade
verificar o desempenho, a economia, a eficincia e a eficcia da administrao
pblica, colocando-a no mesmo patamar de importncia da auditoria de
legalidade e regularidade da gesto financeira e da contabilidade, que
tradicionalmente a EFS executa. Cabe observar que a auditoria operacional,
na Constituio Federal brasileira, prevista no art. 70 e art. 71:
Art. 70. A fiscalizao contbil, financeira, oramentria, operacional e patrimonial da
Unio (...) ser exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo
sistema de controle interno de cada Poder.
Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, ser exercido com o
auxlio do Tribunal de Contas da Unio, ao qual compete:
IV - realizar, (...) inspees e auditorias de natureza contbil, financeira, oramentria,
operacional e patrimonial, nas unidades administrativas dos Poderes Legislativo,
Executivo e Judicirio, e demais entidades referidas no inciso II;
Gabarito: Errado
(TCU ACE 2008 - Cespe) Com relao aos conceitos e legislao aplicveis
ao controle externo e s instituies fiscalizadoras, julgue os itens a seguir.
12. Nos termos da Declarao de Lima, a pr-auditoria, tarefa indispensvel de
todas as entidades fiscalizadoras superiores, tem a vantagem de reduzir o volume
de trabalho e tornar indistintas as responsabilidades previstas no Direito Pblico.
Comentrio: A Declarao de Lima, na Seo 2, item 4, afirma que a ps-
auditoria uma tarefa indispensvel de toda EFS, e no a pr-auditoria, como
est na questo. A realizao ou no da pr-auditoria pela EFS depende da
particularidade de cada pas.
Alm disso, na Seo 2, item 3, a Declarao de Lima dispe que a pr-
auditoria tem a desvantagem de gerar um volume excessivo de trabalho - ao
contrrio da questo - alm de tornar indistintas as responsabilidades
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previstas no direito pblico.
Gabarito: Errado
13. Na atual estrutura do sistema de controle interno do Poder Executivo federal,
que deve atuar em cooperao com o TCU, os rgos correspondentes do
Itamaraty e dos comandos militares so os que esto precisamente posicionados de
acordo com as recomendaes das entidades fiscalizadoras superiores (INTOSAI),
em razo de sua subordinao hierrquica e de suas vinculaes funcionais.
Comentrio: Acho esta questo muito sutil, do tipo que, em provas estilo
Cespe, melhor deixar em branco caso no se tenha absoluta certeza. A
Declarao de Lima, na Seo 3, item 2, estabelece que os servios de
auditoria interna, que podemos entender por controle interno, pela posio na
mesma estrutura organizacional do controlado, devem ser, na maior medida
possvel, independentes no mbito de sua respectiva estrutura constitucional.
No Brasil, o sistema de controle interno dos Poderes Legislativo, Executivo e
Judicirio conta com relativa independncia, pois possui previso
constitucional (CF, art. 70, caput e art. 74). Alm disso, a Constituio
estabelece que os responsveis pelo controle interno ao tomarem
conhecimento de qualquer irregularidade, dela devero dar cincia ao TCU,
sob pena de responsabilidade solidria (CF, art. 70, 1), o que tambm lhes
confere certa independncia. Portanto, toda a atual estrutura do sistema de
controle interno do Poder Executivo Federal e, no apenas os rgos
correspondentes do Itamaraty e dos comandos militares, esto posicionados
de acordo com as recomendaes da Intosai, pois apesar da sua
subordinao hierrquica e vinculaes funcionais, possuem garantia de
independncia.
Gabarito: Errado
14. Na hiptese de entidades fiscalizadoras superiores emitirem pareceres
especializados, inclusive comentrios sobre proposies legislativas, as autoridades
administrativas sero obrigadas a acat-las. Essa tarefa adicional, inclusive, dever
prevenir futuros achados de auditorias.
Comentrio: De acordo com a Seo 12, item 1 da Declarao de Lima, as
autoridades administrativas no so obrigadas a acatar os pareceres
especializados da EFS. Alm disso, essa tarefa adicional emisso de
pareceres especializados no dever prever futuros achados de auditoria.
Gabarito: Errado
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4. SISTEMAS DE CONTROLE NA ADMINISTRAO PBLICA BRASILEIRA
Os arts. 70 a 75 da Constituio Federal apresentam as principais
regras orientadoras do exerccio do controle da administrao pblica
brasileira, sem prejuzo da existncia de disposies referentes a essa
atividade em outras partes da prpria Constituio, ou em outros
dispositivos legais.
Para estudar os sistemas de controle na administrao pblica
brasileira, dividiremos o assunto nos seguintes tpicos: controle dos
recursos federais e controle dos recursos estaduais e municipais.
Ao final, falaremos, ainda, sobre o controle social.
CONTROLE DOS RECURSOS FEDERAIS
Como ensina Chaves (2009), o principal fator que distingue a
competncia federal, estadual ou municipal a origem oramentria
primria dos recursos controlados. Portanto, se originalmente os recursos
estavam previstos no oramento da Unio, quem os estiver gerindo estar
sob a jurisdio do TCU, no importa se administrador federal, estadual,
municipal, internacional, pblico ou privado. Raciocnio equivalente vale
para recursos estaduais ou municipais.
Os art. 70 e 71 da CF dispem que a fiscalizao da Unio ser
exercida pelo Congresso Nacional, com o auxlio do TCU, mediante
controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada poder.
No mbito do controle externo, existem atribuies que so
exclusivas do Congresso Nacional e suas Casas; outras so exclusivas do
TCU e outras ainda exercidas em conjunto pelo Congresso e pelo TCU.
Vejamos ento as principais caractersticas desses dois sistemas no
mbito federal: controle externo e controle interno
CONTROLE EXTERNO
Como vimos, controle externo, em sentido amplo, toda fiscalizao
exercida por um ente que no integra a estrutura na qual o fiscalizado
est inserido.
Leitura obrigatria: CF, art. 70 a 75 CF, arts. 70 a 74
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Todavia, a Constituio Federal restringiu essa definio no mbito do
controle da gesto pblica, atribuindo a titularidade do controle externo ao
Poder Legislativo, representado pelo Congresso Nacional na esfera
federal. A Carta Magna deixa isso assente em seu art. 70, caput e art. 71,
caput. Portanto, somente o controle exercido pelo Poder Legislativo sobre
a administrao pblica recebe a denominao de controle externo,
segundo a Constituio.
Assim, por exemplo, a atuao do Judicirio sobre os atos dos demais
Poderes no se enquadra na definio de controle externo presente em
nosso ordenamento jurdico. O controle exercido pelo Judicirio, conhecido
por controle jurisdicional, ocorre em ateno ao disposto no art. 5, XXXV,
da CF: a lei no excluir da apreciao do Poder Judicirio leso ou
ameaa a direito. Para entender bem esse ponto, d uma olhada no
comentrio da questo 15 (pg. 26).
A fim de possibilitar o exerccio do controle externo, a Carta Magna
conferiu ao TCU a misso de auxiliar o Congresso, mediante a definio
de competncias exclusivas para a Corte de Contas (CF, art. 71).
Cuidado com o termo auxiliar, que pode levar a interpretaes
errneas. O TCU no subordinado ao Congresso Nacional, apesar de
auxiliar o Poder Legislativo no exerccio do controle externo. Com efeito, a
Constituio Federal, ao atribuir competncias exclusivas ao Tribunal,
assegura sua independncia (CF, art. 71), uma vez que o Congresso no
poder executar qualquer das tarefas atribudas ao TCU, embora seja o
titular do controle externo. Ademais, o rol de competncias do TCU to
amplo que torna o exerccio do controle externo mais ligado ao Tribunal
que ao prprio Congresso.
O TCU, portanto, rgo administrativo que auxilia tecnicamente o
Poder Legislativo Federal no controle externo da gesto pblica, sem,
porm lhe ser subordinado ou pertencer sua estrutura. dotado,
inclusive de independncia administrativa e oramentria.
Pelo que dissemos, pode-se perceber que os sujeitos ativos do
controle externo, no mbito federal, so: o Congresso Nacional, na
qualidade de titular do controle; e o TCU, com competncias prprias e
privativas para auxiliar o Congresso, mas sem lhe ser subordinado.
Por sua vez, os sujeitos passivos do controle externo so todos
que, de alguma maneira, administrem recursos pblicos (CF, art. 70,
pargrafo nico). Estes tm o dever de prestar contas, isto , precisam
demonstrar se a aplicao dos recursos pblicos que tiveram sob sua
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responsabilidade foi boa e regular. No importa se pessoa fsica ou
jurdica, pblica ou privada, da administrao direta ou da indireta, do
Poder Legislativo ou do Judicirio. A condio para que se assuma o dever
de prestar contas ao controle externo a gesto de recursos pblicos.
O objeto do controle externo so os atos administrativos que
envolvam receitas e despesas pblicas, como a compra de bens, a
admisso de pessoal, arrecadao de impostos, etc. Ao controle externo
compete examinar se tais atos foram praticados em conformidade com a
lei e os princpios da administrao pblica, ou, ainda, se atenderam aos
objetivos dos planos e programas de governo.
Dessa forma, o controle externo est mais voltado para o Poder
Executivo, cujas funes tpicas so as funes administrativas. Mas o
controle externo tambm alcana o Poder Legislativo e o Poder Judicirio,
bem como o Ministrio Pblico da Unio. Vale observar, contudo, que o
controle externo que nos interessa no alcana as funes tpicas dos
demais Poderes (Legislativo legislar; Judicirio julgar), mas sim suas
funes administrativas.
Detalhe interessante que as atividades administrativas do TCU
tambm so submetidas ao controle externo do prprio TCU. A aparente
contradio se explica pela organizao da Corte, cuja administrao,
exercida pelo seu presidente, no se confunde com a funo tpica do
Tribunal, o controle externo, que atribuio do corpo de ministros que o
compe.
Esquematizando:
Sujeitos do
controle externo
Ativo: Congresso Nacional (titular) e TCU (auxiliar, sem
subordinao).
Passivos: Administradores das unidades de todos os Poderes
constitudos, incluindo: administrao direta, autarquias,
fundaes, empresas estatais, sociedades de economia mista,
agncias reguladoras, organizaes sociais, concessionrias de
servio pblico etc.
Entidades privadas e pessoas fsicas que, de alguma forma,
administrem recursos pblicos federais.
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Objetos do
controle externo
Licitaes, contratos, pessoal, obras, patrimnio, sistemas,
concesses de aposentadoria, penses, reforma, admisses de
pessoal, arrecadao e renncia de receita, dvida, convnios,
privatizaes, concesses de servio, programas, polticas de
governo.
Caiu na prova!
15. (TCU ACE 2004 Cespe) Considerando controle externo como aquele
realizado por rgo no-pertencente estrutura do produtor do ato a ser controlado,
correto afirmar que, no Brasil, o TCU no o nico componente do poder pblico
encarregado daquela modalidade de controle.
Comentrio: Como a questo no faz meno Constituio ou ao
ordenamento jurdico brasileiro, mas apenas considera o conceito de controle
externo quanto ao posicionamento do rgo controlador, ento correto
afirmar que existem outros rgos do poder pblico que realizam controle
externo no Brasil, como por exemplo, o controle que os rgos do Judicirio
efetuam sobre os atos dos demais Poderes. Todavia, lembre-se que apenas o
controle exercido sobre a administrao pblica pelo Poder Legislativo com o
auxlio dos Tribunais de Contas recebe da Constituio e de outras normas
legais a denominao de controle externo.
Gabarito: Certo
(TCU - AUFC 2010 - Cespe) Considerando as normas constitucionais relativas a
controle externo, julgue os itens a seguir.
16. O Supremo Tribunal Federal no se sujeita a controle externo exercido pelo
Congresso Nacional.
Comentrio: Pelo que vimos, os rgos administrativos de todos os
poderes constitudos so sujeitos passivos do controle externo, cujo sujeito
ativo o Congresso Nacional, auxiliado pelo TCU (CF, art. 70 e 71). Mas
lembre-se: somente as funes administrativas, ou seja, as que envolvem
receitas e despesas de recursos pblicos, tais como aquisio de bens,
contratao de servios, etc., esto sujeitas ao controle externo. Assim, uma
deciso do STF tomada no exerccio de suas atribuies tpicas, como no
julgamento de uma ADIN, no se sujeita ao controle externo do Congresso ou
do TCU.
Gabarito: Errado
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CONTROLE EXERCIDO DIRETAMENTE PELO CONGRESSO, SUAS CASAS E COMISSES
Existem algumas atribuies relacionadas ao controle externo que
so exercidas diretamente pelo Poder Legislativo, o conhecido controle
parlamentar.
O art. 49 da CF enumera que da competncia exclusiva do
Congresso Nacional:
IX - julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente da Repblica e
apreciar os relatrios sobre a execuo dos planos de governo;
X fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas Casas, os atos do
Poder Executivo, includos os da administrao indireta;
Ateno para o inciso IX: quem julga as contas prestadas pelo
Presidente da Repblica o Congresso Nacional. O TCU as aprecia
mediante parecer prvio (CF, art. 71, I). O julgamento das contas
prestadas pelo Presidente da Repblica materializa-se na votao de um
Projeto de Decreto Legislativo, de autoria da Comisso Mista de
Planos, Oramentos Pblicos e Fiscalizao (CMO). Veremos isso em
detalhe na nossa Aula 02.
Na hiptese de no apresentao das contas ao Congresso Nacional,
no prazo de 60 dias aps a abertura da sesso legislativa, competncia
privativa da Cmara dos Deputados, proceder tomada de contas do
Presidente da Repblica (CF, art. 51, II).
Quanto ao inciso X, uma das formas para faz-lo valer consiste na
prerrogativa que as Casas do Congresso Nacional e suas comisses
possuem de convocar autoridades para prestarem, pessoalmente,
informaes sobre assunto previamente determinado (CF, art. 50, caput).
Outra atribuio do Congresso Nacional relacionada ao controle
externo a escolha de dois teros (=6) dos Ministros do TCU (CF, art. 73,
2, II). O tero restante (=3), cujos nomes so indicados pelo Presidente
da Repblica (CF, art. 73, 2), devero ser aprovados previamente pelo
Senado Federal, por voto secreto e arguio pblica (CF, art. 52, III).
Trataremos da escolha dos Ministros do TCU com mais detalhes quando
estudarmos a organizao do Tribunal.
Uma conhecida e importante ferramenta utilizada pelo Poder
Legislativo no controle da administrao pblica a instaurao das
Comisses Parlamentares de Inqurito (CPI). As CPI possuem
poderes de investigao prprios de autoridades judiciais para apurao
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de fato determinado e por prazo certo. Suas concluses, se for o caso,
sero encaminhadas ao Ministrio Pblico para que promova
responsabilizao civil ou criminal dos infratores (CF, art. 58, 3).
Por fim, cabe destacar as atribuies da Comisso Mista de Planos,
Oramentos Pblicos e Fiscalizao (CMO), a qual cabe examinar e
emitir parecer sobre as contas do Presidente da Repblica e sobre os
planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos na
Constituio, assim como exercer o acompanhamento e a fiscalizao
oramentria, sem prejuzo da atuao das demais comisses do
Congresso Nacional e de suas Casas (CF, art. 166, 1).
CONTROLE EXERCIDO ISOLADAMENTE PELO TCU
As principais competncias do TCU relacionadas ao controle externo
esto expressas nos incisos do art. 71 da Constituio Federal, e
podem ser dividas em dois grandes grupos: exame das prestaes de
contas e atividades de fiscalizao.
Apresentarei em seguida, algumas caractersticas gerais dessas
atividades. Nas aulas especficas, cada uma delas ser estudada com mais
profundidade.
Exame das prestaes de contas
O exame das prestaes de contas envolve a apreciao, mediante
parecer prvio, das contas prestadas anualmente pelo Presidente da
Repblica (CF, art. 71, I), bem como o exame e julgamento das contas
dos administradores e demais responsveis por dinheiros, bens e valores
pblicos (CF, art. 71, II).
As contas prestadas pelo Presidente da Repblica constituem as
chamadas contas de governo, as quais apresentam os resultados gerais
do exerccio financeiro-oramentrio, originados dos atos de governo ou
atos polticos, sendo submetidas a julgamento poltico do Poder
Legislativo, aps parecer prvio do Tribunal de Contas.
J as contas dos administradores e demais responsveis por gerir
recursos pblicos so conhecidas por contas de gesto, e refletem os
resultados especficos da administrao financeira, posta em prtica
mediante atos administrativos de gesto oramentria, financeira,
patrimonial e operacional, durante um determinado exerccio.
As contas de gesto se submetem ao exame e julgamento tcnico
do TCU. No julgamento, a Corte de Contas decidir se a gesto do
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responsvel foi regular, regular com ressalvas ou irregular. As autoridades
administrativas somente se exoneraro de suas responsabilidades aps o
julgamento do Tribunal de Contas que se converta em aprovao das
respectivas prestaes de contas.
A prestao de contas dos gestores pblicos (ou simplesmente
contas dos responsveis) deve conter elementos e demonstrativos
que evidenciem a regular aplicao dos recursos pblicos. Consiste em um
processo de trabalho formado a partir de documentos, informaes e
demonstrativos de natureza contbil, financeira, oramentria,
operacional ou patrimonial, obtidos direta ou indiretamente, destinado a
subsidiar a avaliao e o julgamento do desempenho e da conformidade
da gesto dos responsveis.
As contas ordinrias referem-se a exerccio financeiro
determinado, constitudo pelo Tribunal segundo critrios de
materialidade, relevncia e risco.
Ateno! A partir da IN TCU 63/20103, o conceito de contas ordinrias mudou.
Antes, as contas ordinrias eram prestadas anualmente, por todos os
responsveis sujeitos jurisdio do TCU.
Agora, o Tribunal definir anualmente, em deciso normativa, as
unidades jurisdicionadas cujos responsveis tero processos de contas ordinrias
constitudos para julgamento. Os responsveis pelas unidades jurisdicionadas
no relacionadas na referida deciso normativa no tero as contas do
respectivo exerccio julgadas pelo Tribunal, nos termos do art. 6 da
LO/TCU, que permite ao TCU, a seu critrio, liberar os responsveis do dever de
prestar contas.
uma forma de o Tribunal conferir maior efetividade e qualidade ao exame
e julgamento das contas, mediante a racionalizao e simplificao do processo,
uma vez que o nmero de jurisdicionados do TCU muito grande. Assim, as
unidades que devero prestar contas so escolhidas com base em critrios de
materialidade, relevncia e risco.
Alm das contas ordinrias, existem as tomadas de contas
especiais, apresentadas eventualmente, isto , sempre que for
identificado dano aos cofres pblicos. H tambm as contas
3 A IN TCU 63/2010, que estabelece normas de organizao e de apresentao dos relatrios de gesto e das peas complementares que constituiro os processos de contas da administrao pblica federal, para julgamento do Tribunal de Contas da Unio, nos termos do art. 7 da Lei n 8.443, de 1992, revogou a IN TCU 57/2008. A IN TCU 63/2010 pode ser obtida em: https://contas.tcu.gov.br/juris/Web/Juris/ConsultarAtoNormativo/ConsultarAtoNormativo.faces
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extraordinrias, apresentadas por ocasio da extino, liquidao,
dissoluo, transformao, fuso, incorporao ou desestatizao de
unidades jurisdicionadas.
Todas as contas recebem parecer dos rgos de controle interno.
Posteriormente so analisadas pelos AUFC para, ento, serem julgadas
pelos rgos colegiados deliberativos do TCU.
Atividades de fiscalizao
A competncia para o TCU realizar atividades de fiscalizao pode ser
encontrada de forma expressa no art. 71, IV da CF.
Enquanto no exame das contas o TCU atua de maneira reativa,
aguardando a apresentao das prestaes de contas pelos gestores para,
ento, avali-las, nas atividades de fiscalizao o Tribunal vai atrs das
informaes, onde estiverem disponveis, mediante a atuao dos seus
AUFC.
As atividades de fiscalizao podem originar-se da iniciativa do prprio
Tribunal, ou por solicitao do Congresso Nacional, suas Casas ou
Comisses do Congresso Nacional (RI/TCU, art. 1, II). Alm disso,
podem ser resultado de representaes e denncias apresentadas pelas
pessoas legitimadas (RI/TCU, art. 230 a 237).
As atividades de fiscalizao do TCU so exercidas por meio dos
seguintes instrumentos de controle ou instrumentos de fiscalizao:
auditorias, inspees, levantamentos, acompanhamentos e
monitoramentos (RI/TCU, art. 238 a 243).
CONTROLE EXERCIDO EM CONJUNTO PELO CONGRESSO E PELO TCU
Dentre as atividades de controle externo exercidas em conjunto pelo
Congresso Nacional e pelo TCU, pode-se relacionar a sustao de
despesas no autorizadas (CF, art. 72), a sustao de contratos (CF,
art. 71, X e 1 e 2) e a fiscalizao de obras pblicas com indcios
de irregularidades graves (LDO).
No caso da sustao de despesas no autorizadas, a atuao
conjunta se d entre o TCU, a CMO e o Congresso. A referida Comisso,
diante de indcios de despesas no autorizadas (quaisquer despesas!),
poder solicitar autoridade responsvel que apresente, no prazo de
5 dias (corridos) os esclarecimentos necessrios. Caso os esclarecimentos
no forem prestados, ou sendo estes insuficientes, a CMO solicitar
ao TCU pronunciamento conclusivo sobre a matria, que dever ser
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emitido no prazo de 30 dias (corridos). Entendendo o Tribunal irregular a
despesa, a CMO, se julgar que o gasto possa causar dano irreparvel ou
grave leso economia pblica, propor ao Congresso sua sustao.
Quanto sustao de contratos, quando necessrio, o ato de
competncia do Congresso Nacional, que solicitar, de imediato, ao Poder
Executivo as medidas cabveis. Se o Congresso Nacional no decidir sobre
a sustao e nem o Poder Executivo adotar as medidas cabveis no prazo
de 90 dias (corridos), o Tribunal decidir a respeito da sustao, sendo-
lhe facultado optar por sustar o contrato (LO/TCU art. 45, 2 e 3 e
RI/TCU, art. 251, 3 e 4).
Em relao s obras pblicas, as Leis de Diretrizes Oramentrias
(LDO) dos ltimos anos tm trazido determinaes ao TCU para que
informe ao Congresso Nacional e ao Poder Executivo a relao de
empreendimentos financiados com recursos federais que apresentem
indcios de irregularidades graves, como superfaturamento ou
direcionamento da licitao que precedeu a contratao. A CMO
deliberar pela continuao ou no das obras, at que a Corte de Contas
chegue a concluses definitivas.
Caiu na prova!
17. (Tcnico de Controle Externo - TCU 2007 Cespe) O TCU deve auxiliar o
Congresso Nacional no exerccio do controle externo e da fiscalizao contbil,
financeira, oramentria, operacional e patrimonial da Unio e das entidades da
administrao direta e indireta.
Comentrio: A assertiva est de acordo com o art. 70, caput da CF, que
estabelece a abrangncia do controle externo - fiscalizao contbil,
financeira, oramentria, operacional e patrimonial da Unio e das entidades
da administrao direta e indireta em conjunto com o art. 71, caput, que
dispe que o controle externo ser exercido pelo Congresso Nacional com o
auxlio do TCU.
Gabarito: Certo
18. (TCU AUFC 2009 Cespe) No exame das contas prestadas anualmente pelo
presidente da Repblica, o TCU, ao verificar irregularidades graves, poder impor
sanes ao chefe do Poder Executivo, sem prejuzo da apreciao dessas mesmas
contas pelo Congresso Nacional.
Comentrio: A atribuio do TCU no exame das contas prestadas pelo
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Presidente da Repblica, consoante o art. 71, I da CF, emitir parecer prvio.
Qualquer omisso ou falha que seja detectada pelo TCU dever ser
comunicada ao Congresso Nacional, que, julgando conveniente, solicitar os
esclarecimentos necessrios ao Chefe do Executivo. Portanto, no h que se
falar na imposio de sanes por parte do TCU, nesse caso.
Gabarito: Errado
(TCU ACE 2008 Cespe) Com relao aos conceitos e legislao aplicveis ao
controle externo e s instituies fiscalizadoras, julgue os itens a seguir:
19. No mbito federal, o parecer sobre as contas do TCU de responsabilidade da
Comisso Mista de Planos, Oramentos Pblicos e Fiscalizao, do Congresso
Nacional.
Comentrio: A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF)4, dispe:
Art. 56. (...)
2 O parecer sobre as contas dos Tribunais de Contas ser proferido no prazo
previsto no art. 57 pela comisso mista permanente referida no 1o do art. 166 da
Constituio ou equivalente das Casas Legislativas estaduais e municipais.
A comisso permanente a que o dispositivo se refere a Comisso Mista
de Planos, Oramentos Pblicos e Fiscalizao (CMO), do Congresso
Nacional.
Gabarito: Certo
20. O TCU responsvel pela fiscalizao do cumprimento da obrigatoriedade de
encaminhamento e consolidao das contas de todas as esferas da Federao.
Comentrio: Ao TCU compete auxiliar o Poder Legislativo na fiscalizao
do cumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF, art. 59, caput), cujo
art. 51 dispe sobre a consolidao das contas de todas as esferas da
Federao pelo Poder Executivo da Unio. O assunto tambm objeto do
RI/TCU, art. 1, XIII, e art. 258, I.
Gabarito: Certo
CONTROLE INTERNO
Controle interno aquele exercido por rgo que esteja dentro da
estrutura do ente controlado e que tenha sido criado para essa finalidade.
Geralmente, subordina-se diretamente autoridade administrativa
mxima do ente, a qual dispe, dessa forma, de um mecanismo de
4 Lei Complementar 101/2000 (LRF): http://www6.senado.gov.br/sicon/index.jsp
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avaliao para as aes desempenhadas fora da esfera de suas
atribuies privativas.
A Constituio Federal dispe que os Poderes Legislativo, Executivo e
Judicirio mantero um sistema de controle interno (CF, art. 74), de
forma integrada, cujas principais atribuies so:
(i) apoiar o controle externo, criando condies indispensveis
sua eficcia; e
(ii) servir como rgo de assessoramento da autoridade
administrativa, visando assegurar a legalidade, a eficincia e a
eficcia da gesto.
O apoio ao controle externo ocorre por meio da elaborao de
parecer sobre a gesto do rgo ou entidade a que o controle interno
esteja vinculado. Alm disso, os responsveis pelo controle interno tm o
dever de comunicar ao TCU qualquer irregularidade ou ilegalidade de que
tenham conhecimento, sob pena de responsabilidade solidria (CF,
art. 74, 1). Todavia, embora o controle interno tenha o dever
estabelecido constitucionalmente de apoiar o controle externo, no h
relao de hierarquia entre eles, h complementaridade.
Resumidamente, o sistema de controle interno, no mbito da Unio,
organiza-se da seguinte forma:
Poder Legislativo,
Poder Judicirio,
MPU, TCU
Cada rgo possui seu prprio controle interno.
Ex: uma unidade de controle interno na Cmara, uma no
Senado; uma no STF, uma no STJ; uma no Ministrio Pblico
Federal, uma no Ministrio Pblico Militar; uma no TCU etc.
Poder Executivo
rgo Central: CGU orientao normativa e superviso tcnica
dos demais rgos;
rgos Setoriais: Secretarias de Controle Interno (Ciset) da Casa
Civil, da AGU, do Ministrio das Relaes Exteriores e do
Ministrio da Defesa;
Unidades Setoriais da Ciset do Ministrio da Defesa: unidades de
controle interno dos comandos militares;
Unidades de controle interno prprias das entidades da
administrao indireta.
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Caiu na prova!
21. (TCU ACE 2008 - Cespe) A Controladoria-Geral da Unio exerce o controle
externo dos rgos do Poder Executivo, sem prejuzo das atribuies do TCU.
Comentrio: A Controladoria-Geral no rgo de controle externo,
embora tenha a mesma denominao de um dos sistemas de controle externo
existentes, as Controladorias-Gerais. A CGU o rgo central do sistema de
controle do Poder Executivo, ligado Presidncia da Repblica.
Gabarito: Errado
Registre-se que o Conselho Nacional de Justia (CF, art. 103-B, 4)
e o Conselho Nacional do Ministrio Pblico (CF, art. 130-A), que possuem
no mbito de suas competncias a atribuio de controlar a atuao
administrativa e financeira do Poder Judicirio e do Ministrio Pblico,
respectivamente, tambm no realizam controle externo.
CONTROLE DOS RECURSOS ESTADUAIS E MUNICIPAIS
As normas e caractersticas gerais relativas ao controle externo,
estabelecidas nos art. 70 a 74 da Constituio Federal, so aplicveis s
esferas estadual e municipal. Alteraes podem ocorrer, levando-se em
considerao as especificidades estabelecidas nas constituies estaduais
e leis orgnicas municipais, desde que no sejam incompatveis com o
modelo estabelecido para a esfera federal (CF, art. 75).
Cabe notar que, em seu art. 31, a Constituio trata especificamente
da fiscalizao do Municpio. Uma peculiaridade importante: no h
previso constitucional para sistema de controle interno do Poder
Legislativo Municipal. O art. 31 da CF somente fala em sistema de
controle interno do Poder Executivo Municipal. A previso de um sistema
de controle interno para o Legislativo Municipal est na LRF (LRF, art. 59,
caput).
Assim, o controle externo nas esferas estaduais e municipais
exercido pelas Assembleias Legislativas e Cmaras Municipais (no DF,
Cmara Legislativa do Distrito Federal), com o auxlio dos Tribunais de
Contas dos Estados, bem como dos Tribunais ou Conselhos de Contas dos
Municpios, conforme o caso (CF, art. 75 e art. 31, 1).
Atualmente, no Brasil, alm do TCU, existem os seguintes tribunais
de contas:
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- 26 tribunais de contas dos estados;
-1 Tribunal de Contas do Distrito Federal;
- 4 tribunais de contas dos municpios (BA, CE, GO e PA);
- 2 tribunais de contas municipais (Rio de Janeiro de So Paulo).
Como se percebe, todos os Estados brasileiros, assim como o Distrito
Federal, possuem um Tribunal de Contas responsvel pelo controle
externo dos recursos de origem estadual e distrital (TCE e TCDF).
Quanto ao controle dos recursos de origem municipal, cabe
diferenciar tribunais de contas dos municpios (TC dos Municpios) de
tribunais de contas municipais (TCM). Os primeiros so rgos tcnicos
estaduais, responsveis pelo controle externo de todos os municpios do
Estado. Os segundos so rgos municipais que exercem o controle
externo somente no mbito do respectivo Municpio.
A Constituio Federal vedou a criao de novos TCM (CF, art. 31,
4). Todavia, nada impede a criao de TC dos Municpios pelos Estados
que ainda no os possuem. Nesse sentido j deliberou o STF. Nos Estados
em que no h um TC dos Municpios, o rgo tcnico que auxilia as
Cmaras Municipais no controle externo o respectivo TCE.
Quanto composio dos TCE e TC dos Municpios (rgos
estaduais), a Constituio Federal fixou em 7 o nmero de membros, os
quais denominam-se Conselheiros. A Carta Magna, porm, no disps
sobre o nmero de membros dos TCM (rgos municipais).
Caiu na prova!
22. (TCE RN - Assessor Tcnico Jurdico 2009 - Cespe) Se o TCE/RN, ao
examinar as contas do prefeito de Natal, emitisse parecer prvio pela sua rejeio,
esse parecer prevaleceria, exceto se a Assembleia Legislativa do estado, que
responsvel pelo julgamento das referidas contas, o rejeitasse por deciso de dois
teros de seus membros.
Comentrio: O TCE do Estado que no possui TC dos Municpios, como
o caso do Rio Grande do Norte, emite parecer prvio sobre as contas dos
prefeitos. O responsvel por julg-las o Poder Legislativo Municipal, no
caso, o correto seria a Cmara Municipal de Natal.
Cabe registrar que a Constituio Federal estabelece que o parecer
prvio emitido pelo rgo competente sobre as contas do Prefeito s deixar
de prevalecer por deciso de dois teros dos membros da Cmara Municipal
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(CF, art. 31, 2).
Gabarito: Errado
23. (TCE RN - Assessor Tcnico Jurdico 2009 Cespe) Se determinado
municpio no possuir, em sua estrutura administrativa, um TC, o rgo de controle
externo competente para julgar as contas desse municpio ser, obrigatoriamente, o
TCE.
Comentrio: Lembre que o TCM-RJ e o TCM-SP so os nicos rgos
municipais de controle externo e h vedao constitucional para a criao de
outros. Nos demais municpios, o auxlio s Cmaras Municipais no exerccio
do controle externo cabe ao TCE ou, nos Estados da BA, CE, GO e PA, aos TC
dos Municpios. Lembrando, ainda, que no h impedimento para que os
demais Estados criem TC dos Municpios.
Gabarito: Errado
CONTROLE SOCIAL
O controle social exercido pelo cidado diretamente ou pela
sociedade civil organizada. O ordenamento jurdico brasileiro, a comear
pela Constituio Federal, estabelece diversas formas de controle social,
que pode ser exercido tanto no momento da formulao da poltica pblica
como na fase de execuo. A seguir, alguns exemplos de aes de
controle acessveis a qualquer cidado:
- denunciar irregularidades aos rgos de controle externo (CF, art.
74, 2);
- propor ao popular que vise anular ato lesivo ao patrimnio pblico
e moralidade administrativa (CF, art. 5, LXXIII);
- examinar e questionar a legitimidade das contas de todas as esferas
de governo, as quais ficaro disposio de qualquer contribuinte no
respectivo Poder Legislativo e no rgo tcnico responsvel por sua
elaborao (CF, art. 31, 3; LRF, art. 49);
- conhecer e acompanhar, em tempo real, em meios eletrnicos de
acesso pblico, informaes pormenorizadas sobre a execuo
oramentria e financeira (LC 131/2009);
- sugerir, criticar, reclamar ou informar a respeito de ato de gesto
ou ato administrativo praticado por agente pblico jurisdicionado ao TCU,
por meio da ouvidoria do Tribunal (Resoluo TCU 214/2008).
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24. (TCU AUFC 2010 - Cespe) (...) redija um texto dissertativo acerca dos
sistemas de controle na administrao pblica, em conformidade com a
Constituio Federal de 1988. Ao elaborar seu texto, discorra sobre os mecanismos
de controle inseridos no ordenamento constitucional, abordando, necessariamente,
a classificao doutrinria quanto aos seguintes aspectos:
< momento em que se realiza;
< rgos responsveis pelo seu exerccio;
< natureza ou tipo de controle.
Comentrio: A partir dos elementos apresentados nesta primeira aula,
voc j seria capaz de elaborar uma boa resposta para esta questo
discursiva.
Quanto ao momento em que o controle se realiza, vimos que pode ser
prvio, concomitante ou posterior ao ato fiscalizado.
Em relao aos responsveis pelo exerccio do controle na
administrao pblica, vimos que a CF estabeleceu que o controle externo, a
cargo do Congresso Nacional, ser exercido com o auxlio do TCU. A Carta
Magna dispe que os Poderes Legislativo, Executivo e Judicirio mantero,
de forma integrada, sistema de controle interno. Alm disso, poder-se-ia
mencionar as diversas formas de controle social previstas na Constituio.
No que tange natureza ou tipo de controle, vimos que, essencialmente,
o controle se classifica em: legalidade (conformidade s normas), legitimidade
(atendimento ao interesse pblico) e economicidade (menor preo).
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Bem pessoal, por hoje s. No deixem de aproveitar o resumo que
vem logo em seguida. No prximo encontro, estudaremos a natureza,
funes e eficcia das decises dos Tribunais de Contas, alm de um
assunto muito importante: a jurisdio do TCU. Alm disso, traremos mais
uma srie de questes comentadas,
Vejo vocs l! Bons estudos!
ERICK ALVES
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RESUMO DA AULA
Controle da gesto pblica: faculdade de vigilncia, orientao e correo que um poder, rgo ou autoridade
exerce sobre a conduta funcional do outro.
Classificaes do controle:
Posicionamento do rgo controlador
Externo: exercido por um ente que no integra a mesma estrutura organizacional do rgo fiscalizado (na CF, somente o exercido pelo Legislativo).
Interno: exercido por rgo especializa
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