alvinegro #11

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sa no mesmo jogo e obrigar Már- cio Goiano a usar dois reservas contra o Náutico. A repentina falta de jogadores no setor é agravada pela lesão de Ygor, que poderia ser improvisado na defesa. EXPERIÊNCIA – Flávio no gol; Gabriel e Preto na zaga; Irênio no meio e Fábio Júnior no ataque. Com essa mescla de jogadores extremamente rodados em todos os setores, o América-MG dis- puta ponto a ponto uma vaga no G-4. O time do treinador Mauro O volante Túlio apareceu no BID ontem Líder e visado, Figueira vai enfrenter times fechados. Toque e ataque têm que voltar a funcionar HENRIQUE SANTOS ada melhor do que voltar a campo logo após uma derrota. Para recuperar-se do fracasso do último sábado, o Fi- gueirense recebe outro adversário direto na Série B, o América-MG. A equipe mineira é a quinta colo- cada, cinco pontos atrás do alvi- negro. Para aumentar a distância que separa o Figueira do primeiro time fora do G4, a vitória hoje às 21 horas no Scarpelli é essencial. Depois dessa partida, o time terá uma semana de descanso – retorna aos gramados somente na outra terça-feira, dia 21, para enfrentar o Náutico em Recife. Foram sete jogos seguidos sem perder, mas após o revés diante da Portuguesa, no último sábado, algumas questões começam a incomodar o torcedor alvinegro. O time estaria cansado, repetitivo, sem objetividade? Aparentemente não, mas a resposta pode ser dada hoje. Sem Lucas, suspenso pelo terceiro cartão amarelo, e sem Ygor, machucado, o técnico Már- cio Goiano mantém Baraka na PRÉ-JOGO N (G) Wilson (L) Bruno (Z) J. Felipe (J.Paulo) (Z) Roger (L) Juninho (V) Baraka (V) Coutinho (Hélder) (M) Maicon (M) Fernandes (A) Willian (A) Reinaldo Técnico: Márcio Goiano Flávio (G) Micão (Z) Preto (Z) Gabriel (Z) Marcos Rocha (L) Dudu Araxá (V) Leandro Ferreira (V) Irênio (M) Otávio (L) Thiago Silvy (A) Fábio Júnior (A) Técnico: Mauro Fernandes 39 pontos gols pró 43 20 34 pontos gols pró gols contra 27 21 gols contra 14 de setembro de 2010, terça, às 21h Sandro Meira Ricci (juiz, DF) Marrubson Melo Freitas e Ciro Chaban Junqueira (bandeiras, DF) P Equipe P J V E D GP GC SG 1 Figueirense 39 21 11 6 4 43 20 23 2 Bahia 37 21 11 4 6 36 25 11 3 Coritiba 37 21 11 4 6 30 26 4 4 Ponte Preta 37 21 10 7 4 29 18 11 5 América-MG 34 21 10 4 7 27 21 6 6 Sport 33 21 9 6 6 32 23 9 7 Guarat. 33 21 8 9 4 31 28 3 8 Portuguesa 31 21 9 4 8 35 28 7 9 São Caetano 31 21 9 4 8 33 31 2 10 Náutico 31 21 9 4 8 25 33 -8 11 D. de Caxias 29 21 9 2 10 26 32 -6 12 Paraná 28 21 8 4 9 29 24 5 13 Icasa 28 21 8 4 9 30 31 -1 14 Brasiliense 27 21 6 9 6 25 30 -5 15 ASA 26 21 8 2 11 30 31 -1 16 Vila Nova 23 21 7 2 12 23 36 -13 17 Bragantino 22 21 4 10 7 18 24 -6 18 Santo André 21 21 5 6 10 29 35 -6 19 América-RN 16 21 3 7 11 17 35 -18 20 Ipatinga 15 21 3 6 12 23 40 -17 Classificação 8 Pendurados Roger, João Filipe, Bruno, Coutinho, Maicon, Firmino, Reinaldo e Willian 1 Reforço 1 º 5 º Terça-Feira, 14/09, 21h: Santo André x Paraná. Sexta-Feira, 17/09, 21h: D. de Caxias x Brasiliense, Vila Nova x Guaratinguetá, Ipatinga x São Caetano. Sábado, 18/09, 15h50: Coritiba x Portuguesa, Bragantino x Náutico, Ponte Preta x Bahia. Sábado, 18/09, 18h30: Sport x ASA. Sábado, 18/09, 21h: América-RN x Icasa Jogos da 22ª rodada Próximos jogos Náutico x Figueira (ter 21/9, 21h) Figueira x Brasiliense (sab 25/9, 16h10) ASA x Figueira (ter 28/9, 21h50) Furar retrancas é o desafio alvinegro 14 de setembro de 2010 | nº 11 MEUFIGUEIRA.com.br Apoio de torcedor pra torcedor vinha ocorrendo. A formação foi testada em treino ontem, ocorre com frequência durante os jogos e era usada no começo da série B. É uma opção para deixar o time mais ofensivo e capaz de furar as retran- cas armadas para enfrentar o líder e melhor ataque do campeonato. Outra novidade pode ser a escalação do zagueiro João Paulo no lugar do titular João Felipe, que está pendurado, assim como Ro- ger Carvalho. A substituição evita o risco de a zaga titular ser suspen- cabeça de área e volta com Bruno à lateral-direita. LOSANGO VOLTA? - A surpresa pode ser a mudança no sistema tático e na formação do time, com a volta do losango no meio. A alteração ocorre com a entrada de Hélder, lateral esquerdo, e a saída do volante Coutinho da equipe titular. Juninho sai da esquerda e formaria, com Maicon, uma dupla de meias com função de marcação e criação, no lugar do esquema com um volante e um meia, como Ygor está no DM e Lucas está suspenso 2 Fora Carlos Amorim/ FFC Hélder chuta para fazer o gol contra o São Caetano. Entrada do lateral, com Juninho no meio, deixa time mais ofensivo Fernandes, o mesmo que montou o Atlético-GO nos acessos de 2008 e 2009, é o mais faltoso e possui o maior número de car- tões amarelos da competição. O veterano Fábio Júnior como o jo- gador mais perigoso. Outro nome conhecido do torcedor alvinegro é Thiago Silvy, lançado pelo Fi- gueira em 2006. DERROTA NO TURNO – A pior partida do Figueirense na com- petição foi disputada em Belo Horizonte, onde o time de Márcio Goiano pouco criou e numa bobe- ada da zaga levou o gol de Lucia- no. A derrota por 1 a 0 quase virou empate. No último lance o meia Roberto Firmino carimbou a trave adversária. PODER DAS ARQUIBANCADAS Está cada vez mais difícil e comum enfrentar as retrancas adversárias. No Scarpelli, hoje, o América será outro time a se fechar completa- mente e apostar no contraataque. Para furar o bloqueio, é fundamen- tal que a torcida empurre o time os 90 minutos. Time e torcedores unidos levarão o alvinegro a uma nova vitória, ao distanciamento do quinto colocado e a mais um passo rumo à volta à série A.

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sa no mesmo jogo e obrigar Már-cio Goiano a usar dois reservas contra o Náutico. A repentina falta de jogadores no setor é agravada pela lesão de Ygor, que poderia ser improvisado na defesa.

ExpEriência – Flávio no gol; Gabriel e Preto na zaga; Irênio no meio e Fábio Júnior no ataque. Com essa mescla de jogadores extremamente rodados em todos os setores, o América-MG dis-puta ponto a ponto uma vaga no G-4. O time do treinador Mauro

O volante Túlio apareceu no BID ontem

Líder e visado, Figueira vai enfrenter times fechados. Toque e ataque têm que voltar a funcionarHenrique SantoS

ada melhor do que voltar a campo logo após uma derrota. Para recuperar-se do

fracasso do último sábado, o Fi-gueirense recebe outro adversário direto na Série B, o América-MG. A equipe mineira é a quinta colo-cada, cinco pontos atrás do alvi-negro. Para aumentar a distância que separa o Figueira do primeiro time fora do G4, a vitória hoje às 21 horas no Scarpelli é essencial. Depois dessa partida, o time terá uma semana de descanso – retorna aos gramados somente na outra terça-feira, dia 21, para enfrentar o Náutico em Recife.

Foram sete jogos seguidos sem perder, mas após o revés diante da Portuguesa, no último sábado, algumas questões começam a incomodar o torcedor alvinegro. O time estaria cansado, repetitivo, sem objetividade? Aparentemente não, mas a resposta pode ser dada hoje. Sem Lucas, suspenso pelo terceiro cartão amarelo, e sem Ygor, machucado, o técnico Már-cio Goiano mantém Baraka na

pré-jogo

N

(g) Wilson(L) Bruno(Z) j. Felipe (j.paulo)(Z) roger(L) juninho(V) Baraka(V) Coutinho (Hélder)(M) Maicon(M) Fernandes(A) Willian (A) reinaldo

Técnico: Márcio goiano

Flávio (g) Micão (Z) preto (Z)

gabriel (Z) Marcos rocha (L)

Dudu Araxá (V)Leandro Ferreira (V)

Irênio (M) otávio (L)

Thiago Silvy (A)Fábio júnior (A)

Técnico: Mauro Fernandes

39pontos

gols pró43 20

34pontos

gols pró

gols contra

2721gols contra

14 de setembro de 2010, terça, às 21hSandro Meira ricci (juiz, DF)

Marrubson Melo Freitas e Ciro Chaban junqueira (bandeiras, DF)

p Equipe p j V E D gp gC Sg1 Figueirense 39 21 11 6 4 43 20 23 2 Bahia 37 21 11 4 6 36 25 11 3 Coritiba 37 21 11 4 6 30 26 4 4 ponte preta 37 21 10 7 4 29 18 11 5 América-Mg 34 21 10 4 7 27 21 6 6 Sport 33 21 9 6 6 32 23 9 7 guarat. 33 21 8 9 4 31 28 3 8 portuguesa 31 21 9 4 8 35 28 7 9 São Caetano 31 21 9 4 8 33 31 2

10 Náutico 31 21 9 4 8 25 33 -8 11 D. de Caxias 29 21 9 2 10 26 32 -6 12 paraná 28 21 8 4 9 29 24 5 13 Icasa 28 21 8 4 9 30 31 -1 14 Brasiliense 27 21 6 9 6 25 30 -5 15 ASA 26 21 8 2 11 30 31 -1 16 Vila Nova 23 21 7 2 12 23 36 -13 17 Bragantino 22 21 4 10 7 18 24 -6 18 Santo André 21 21 5 6 10 29 35 -6 19 América-rN 16 21 3 7 11 17 35 -18 20 Ipatinga 15 21 3 6 12 23 40 -17

Classificação

8PenduradosRoger, João Filipe, Bruno, Coutinho, Maicon, Firmino, Reinaldo e Willian

1Reforço

1º 5º

Terça-Feira, 14/09, 21h: Santo André x Paraná. Sexta-Feira, 17/09, 21h: D. de Caxias x Brasiliense, Vila Nova x Guaratinguetá, Ipatinga x São Caetano. Sábado, 18/09, 15h50: Coritiba x Portuguesa, Bragantino x Náutico, Ponte Preta x Bahia. Sábado, 18/09, 18h30: Sport x ASA. Sábado, 18/09, 21h: América-RN x Icasa

Jogos da

22ª rodada

Próximos jogos

Náutico x Figueira (ter 21/9, 21h)Figueira x Brasiliense (sab 25/9, 16h10)ASA x Figueira (ter 28/9, 21h50)

Furar retrancas é o desafio

alvinegro 14 de setembro de 2010 | nº 11

Meufigueira.com.br

Apoiode torcedor pra torcedor

vinha ocorrendo. A formação foi testada em treino ontem, ocorre com frequência durante os jogos e era usada no começo da série B. É uma opção para deixar o time mais ofensivo e capaz de furar as retran-cas armadas para enfrentar o líder e melhor ataque do campeonato.

Outra novidade pode ser a escalação do zagueiro João Paulo no lugar do titular João Felipe, que está pendurado, assim como Ro-ger Carvalho. A substituição evita o risco de a zaga titular ser suspen-

cabeça de área e volta com Bruno à lateral-direita.

Losango VoLta? - A surpresa pode ser a mudança no sistema tático e na formação do time, com a volta do losango no meio. A alteração ocorre com a entrada de Hélder, lateral esquerdo, e a saída do volante Coutinho da equipe titular. Juninho sai da esquerda e formaria, com Maicon, uma dupla de meias com função de marcação e criação, no lugar do esquema com um volante e um meia, como

Ygor está no DM e Lucas está suspenso

2Fora

Carlos Amorim/ FFC

Hélder chuta para fazer o gol contra o São Caetano. Entrada do lateral, com Juninho no meio, deixa time mais ofensivo

Fernandes, o mesmo que montou o Atlético-GO nos acessos de 2008 e 2009, é o mais faltoso e possui o maior número de car-tões amarelos da competição. O veterano Fábio Júnior como o jo-gador mais perigoso. Outro nome conhecido do torcedor alvinegro é Thiago Silvy, lançado pelo Fi-gueira em 2006.

DErrota no turno – A pior partida do Figueirense na com-petição foi disputada em Belo Horizonte, onde o time de Márcio Goiano pouco criou e numa bobe-ada da zaga levou o gol de Lucia-no. A derrota por 1 a 0 quase virou empate. No último lance o meia Roberto Firmino carimbou a trave adversária.

poDEr Das arquibancaDas – Está cada vez mais difícil e comum enfrentar as retrancas adversárias. No Scarpelli, hoje, o América será outro time a se fechar completa-mente e apostar no contraataque. Para furar o bloqueio, é fundamen-tal que a torcida empurre o time os 90 minutos. Time e torcedores unidos levarão o alvinegro a uma nova vitória, ao distanciamento do quinto colocado e a mais um passo rumo à volta à série A.

2 14 de setembro de 2010 | nº 1114 de setembro de 2010 | nº 11

“Não pretendemos e não vamos liberar ninguém”Chico Lins, gerente de futebol do Figueirense, exalta ambiente no clube e no grupo de jogadores e confia na permanência de atletas que têm “fome de glória e querem construir algo grande no Figueira”ENTrEVISTA

Diego rzatki/ Henrique SantoS/ ney PacHeco

x-jogador de futebol de campo e futsal, ex-diri-gente de futsal e vôlei, formado em jornalismo, Francisco Eduardo da Luz Lins, 46 anos, as-sumiu a gerência de futebol do Figueirense há três meses. Na última quinta-feira, 9 de setem-

bro, Chico Lins concedeu entrevista ao alvinegro. Falou um pouco de sua trajetória como atleta e dirigente, sobre sua primeira experiência no futebol e como estão funcionando as coisas no Figueirense.

alvinegro – Poderias contar um pouco da tua trajetó-ria pessoal e profissional e como começou teu envolvi-mento com o esporte?Chico Lins – Nasci em Itajaí, em 1964, mas logo fui mo-rar no Rio de Janeiro por causa da família, onde fiquei até 1975. Do Rio vim para Florianópolis e fui estudar no Colé-gio Catarinense. Foi quando começou minha relação mais forte com o esporte e onde eu descobri o futsal. Aqui eu comecei a jogar salão, mas sempre pensei em jogar futebol de campo. Fiquei no Colegial alguns anos, até que voltei para o Rio em 1979 e tive uma passagem pelos juvenis de futebol de campo do Flamengo até 1981. O técnico era o Carlinhos, que depois foi campeão brasileiro. O time era muito bom e eu era reserva. Queriam me emprestar para o América do Rio, mas me deram carta branca para decidir. Eu acabei voltando para Florianópolis e para o futsal. Em 1984, o [Valcir] Moreira foi treinar as categorias de base do Avaí e me chamou. O Emilson Peçanha era o técnico do profissional e me passou para o time de cima. Fiz uns 10 ou 15 jogos naquele ano. Depois comecei a ficar de lado, contrataram um monte de veteranos do Rio de Janeiro e eu falei: “Olha, vou abandonar. Meu negócio é salão”. Voltei e fiz a minha carreira no futsal. Joguei na Elase, que já era um esquema semi-profissional. Depois fui para a Tigre de Joinville, onde o Ferreti era o técnico. É o meu grande guru no futsal. Ele foi para a Perdigão no meio do ano e no final do ano me levou. Foi o melhor time do Brasil na época. Na Perdigão, recebi proposta para ir para Espanha. Sempre tive vontade de morar fora. Além de ser uma experiência profissional, era uma experiência cultural interessante. Fui um dos primeiros a ir com contrato para a Espanha. Fiquei quase 10 anos lá e atingi meus melhores momentos dentro do futsal. Cinco vezes melhor beque, duas vezes melhor jogador, melhor dupla estrangeira com o Pipoca (que hoje é técnico da seleção brasileira). Me realizei plenamente.

E como começou teu trabalho como dirigente?Voltei para o Brasil em 1998 e joguei no Vasco junto com o Ferreti, mas já estava na descendente. Em 1999, voltei para Florianópolis, encontrei o Renan Dal Zotto e montamos dois projetos na Unisul: vôlei e futsal. De-pois saímos da Unisul e montamos a Cimed. Foi o maior projeto de que participei na minha vida. 10 meses depois de começarmos o trabalho, fomos campeões brasileiros, numa modalidade muito competitiva no Brasil. Fizemos história revelando novos jogadores. Foram cinco anos

com quatro títulos brasileiros. Saí para esta aventura que estou começando no futebol.

Como a tua experiência no futsal e no vôlei estão te aju-dando agora no futebol?O vôlei é mais organizado e a gente trabalha com um gru-po menor. Isso é legal para conhecer todo mundo, até para construir uma relação de amizade e confiança. Na Cimed, que era um investimento muito mais baixo do que o de ou-tras equipes – Sesi, Ulbra, Minas –, a gente tinha um relacio-namento tão bom entre nós, que conseguimos atingir metas que não imaginávamos. Esse ambiente eu tento trazer para o futebol. Só que aqui trabalho com 55 jogadores. É muito difícil conhecer todo mundo, ter uma conversa tranquila com o cara, mas eu tento. No vôlei eu usava muito isso. Se tinha um cara com a cabeça baixa eu já chamava, conversa-va.Isso eu trago do futsal, do melhor time que eu joguei na vida, com melhores resultados, na Espanha. Tinha um perfil parecido com o da Cimed: barato, jovem, mas com um am-biente maravilhoso e uma estrutura legal. Aquele time da Espanha – que ganhou tudo – e o da Cimed são os exemplos que eu trago para o Figueirense.

O comportamento do atleta do vôlei, do futsal, é muito diferente do atleta do futebol de campo? Pensei que ia ser diferente. São só três meses, mas eu estou muito surpreso com o nível cultural dos jogadores. O nosso grupo é muito bom, fácil de trabalhar. Eles têm fome de glória, o que é fundamental num atleta. Tem que ter fome de glória, não só de dinheiro. O dinheiro é conseqüência da glória, da conquista.

Quando você chegou, o grupo do Figueirense estava montado e o campeonato já estava em andamento. En-frentasse algum problema de aceitação do pessoal?O pessoal com quem trabalho diretamente me deu força. Não sou novo nesse esporte, sou até bem velhinho, mas não estava acostumado com as pequenas coisas do futebol. O Marcelo Haviaras me ajudou muito a conhecer tudo mais rápido. Ele foi o cara que me ajudou a me ambientar o mais rápido possível dentro do futebol. Haviaras, Rafael Ma-chado, o Junior – que estava sozinho na categoria de base –, o Chico do registro. Eu trago muito do esporte amador o trabalho em equipe. Quando eu cheguei, disseram que o Chico ia ser o homem forte, mas eu não sou o homem forte. Acredito numa equipe forte de trabalho e encontrei essa equipe aqui.“O grupo do Figueirense é

muito qualificado. Lógico que falta experiência de jogo. Hoje, nós temos o

grupo mais jovem

E

O time joga muito bem. Criou um estilo de jogo dentro e fora de casa, o que é muito difícil. Hoje, o Figueirense tem uma identidade própria

Chico Lins foi jogador de futsal e diretor do volêi da Cimed

Diego Rzatki

14 de setembro de 2010 | nº 1114 de setembro de 2010 | nº 11 3

“Não pretendemos e não vamos liberar ninguém”Chico Lins, gerente de futebol do Figueirense, exalta ambiente no clube e no grupo de jogadores e confia na permanência de atletas que têm “fome de glória e querem construir algo grande no Figueira”

Com os jogadores e com o Márcio Goiano foi a mesma coisa?Eu conhecia o Goiano da época da Unisul. A gente jogava do lado do Scarpelli, no ginásio Carlos Alberto Campos, se encontrava na confeitaria Sabor em Pedaços, no Mac Shopping e trocava uma ideia. Nosso perfil como jogador é muito parecido. Éramos capitães e tínhamos personalidade forte. Eu me identificava com ele. Cheguei num momento meio turbulento. Falavam que ele ia sair, mas eu não acre-ditava que era o momento. Por seu histórico no Figueirense e pelo comando que ele tem sobre os jogadores, eu sabia que o Márcio era o cara ideal para ser treinador do Figuei-rense. Vamos ter dificuldades e problemas, mas ele provou ser um personagem muito importante para a caminhada do Figueirense neste ano.

Ainda sobre a estrutura do futebol, com o Marcelo Ha-viaras, o Abel Ribeiro e outros, como funciona a divisão de tarefas?Sou o gerente de futebol, que se envolve no ambiente dos jogadores, contratação e dispensas, que infelizmente tive que fazer. Tem que respeitar o profissional. Também fui um e gostava quando me respeitavam. Não é agora que eu vou mudar. Não posso virar aquele gerente mandão, cen-tralizador, a minha vida é junto com o jogador. No Figuei-rense eu sou o responsável geral, mas o Marcelo Haviaras é quem cuida mais de logística, viagens, coisa mais interna, política do clube. É importantíssimo nesta função. O Rafa Machado é o supervisor do dia-a-dia. O Abel é assistente técnico, embora o Goiano tenha trazido um assistente dele [Benevan Ribeiro dos Santos]. Entendo que o técnico tem que ter alguém de confiança, para desabafar e conversar. Geralmente o cara está longe da família e precisa de alguém de confiança para falar. O Abel é o assistente técnico, tem uma história legal dentro do Figueirense. A presença dele também é importante.

Acredito que até o final do ano, vamos precisar do Marci-nho, ele vai entrar e dar conta do recado. A dignidade que esse menino tem de treinar todo dia como se fosse Copa do Mundo, é algo que eu admiro.

Qual seria o papel Túlio então?Ele tem muita experiência. Todos os jogos serão batalhas. Se sou comandante, quero guerreiros que já passaram por situações parecidas. O Túlio é conhecido pelo comprome-timento com o clube. É guerreiro, tem experiência, chega no juiz, é malandro. Se vai ser titular, vai mostrar nos treina-mentos. A princípio, não veio pra ser titular, mas deve entrar em quase todo jogo. Ele é volante, mas pode jogar na meia, já jogou até na lateral.

Além do Túlio, se fala na contratação de mais um ata-cante. Isso fecha o grupo, já que as inscrições terminam no final de setembro?Com a vinda do Túlio e de mais um atacante, fecharíamos o grupo. A ideia é não perder ninguém. Começaram a falar da saída do Ygor, do Juninho, mas a gente está atento. Não pretendemos e não vamos liberar ninguém.

Os jogadores estão comprometidos com o acesso?Os jogadores estão sentindo que a torcida, que estava com a autoestima em baixa, está apoiando agora. Eles estão vendo que podem construir algo grande aqui. Não é mais R$ 5 ou R$ 10 mil agora que vai fazer diferença. Subindo no final do ano, eles podem ter proposta muito melhor. Isto foi o próprio Ygor que falou. Esses jogadores tiveram momentos horríveis aqui, com todo mundo criticando. Agora, é a hora do filé.

Como está a relação entre clube, parceiro e investidor? Como são feitas as contratações? Quando cheguei, percebi que todos estavam muito afas-tados. A função do Eduardo Uram é fundamental. Ele tem

Chegando nesse momento turbulento, como visses a questão da transição?Toda transição é traumática, aqui e em qualquer lugar. A gestão anterior fez coisas muito boas para o Figueirense. Quem dissesse o contrário estaria negando a história. Fize-ram coisas ruins também. Hoje está melhor, até pelos resul-tados de campo, que facilitam que a coisa flua no lado de fo-ra. Tenho amigos na antiga gestão e amigos na nova. Minha atuação no clube é no aspecto profissional. Não me envolvo e não vou me envolver na política do clube. Tenho que me envolver com o time dentro de campo, com o ambiente que a gente respira, com a reestruturação do clube. Hoje não temos jogadores e isso é um erro. A gestão atual está fazendo um bom trabalho, mas pegou uma situação muito difícil de administrar. Pouco a pouco a coisa deve melhorar.

A campanha na série B está dentro do previsto ou está superando as expectativas?Quando eu cheguei, eu e o Marcio conversamos. No mo-mento atual, a gente esperava estar entre 32 e 35 pontos. Quando eu cheguei, o time estava em 12º lugar, antes do jogo contra o ASA, a sete pontos do líder. A gente visualizou estar próximo ou dentro do G4 na virada do turno, então su-perou a meta. Superou porque o time joga muito bem. Criou um estilo de jogo dentro e fora de casa, o que é muito difícil de acontecer em qualquer lugar. Hoje, o Figueirense tem uma identidade própria. Vai ganhar, vai perder, mas se jogar sempre da mesma maneira tem mais chance de ganhar.

A campanha e o jeito de jogar fazem com que o time seja mais visado pelos adversários. Como superá-los?Temos que criar alternativas. Ficamos felizes por ter uma identidade, mas logicamente ficamos mais previsíveis. As equipes estão vendo as nossas dificuldades, fragilidades, o que é uma coisa normal. No voleibol a gente também sabe o que o outro time vai fazer e é bem mais previsível. No futebol, a criatividade e individualidade fazem diferença, mas temos que ter alternativas.

As contratações do Túlio e de mais um jogador fazem parte dessa necessidade?Lógico. Estamos felizes com o grupo de jogadores. Os que jogam e os que não jogam. Os que não jogam, treinam como se fosse uma Copa do Mundo.Não estão totalmente felizes, mas estão cumprindo com a sua profissão, são atletas. Co-mo exemplo eu cito o Marcinho, que todo mundo dizia que tinha que ir embora. Eu acredito muito em merecimento.

Com o Túlio e mais um atacante, fecharíamos. A ideia é não liberar ninguém. Começaram a falar da saída do Juninho, do Ygor, mas estamos atentos.

O treinador ideal para o Figueirense é o Marcio Goiano. Lógico que ele vai ter propostas, mas queremos falar sobre o ano que vem o mais rápido possível.

Fotos: Diego Rzatki

4 14 de setembro de 2010 | nº 11

Publicação de Meufigueira. edição: Tadeu Meyer (jornalista responsável - MTB/SC 03476-JP). Reportagem e textos: Diego Rzatki, Henrique Santos e Ney Pacheco. Fotos: Carlos Amorim/ FFC, Diego Rzatki e Renato Ferro. Projeto Gráfico e editoração: Tadeu Meyer. Tiragem: 3 mil exemplares. Circulação: gratuita e dirigida aos torcedores do Figueirense que comparecem ao Scarpelli em dia de jogo. Impressão: Gráfica Rio Sul.alvinegro

mais de 150 jogadores e uma influência danada no mer-cado. Gosto da parceria com ele, só que ele não pode ser exclusivo. Ele não pode ser o gerente de futebol, como eu não posso ser empresário de jogador. Ele tem os interes-ses dele como empresário e eu defendo os interesses do meu clube. Na gestão passada, a função do Eduardo era um pouco mais ampla e ele sentiu. Falo com eles todos os dias, tenho uma boa relação. A função dele aqui mudou um pouco. Hoje, a relação entre clube e Eduardo Uram é muito boa, os dois estão interagindo para um objetivo final, que é o Figueirense subir. Será um bom negócio para o clube e para o Eduardo Uram, porque ele tem muitos jogadores aqui. Muita gente falava mal do Eduardo Uram, mas ele tem um papel importante dentro do processo do Figueirense. Ajudou a trazer o Reinaldo, que não é dele, é do Fred Moraes. Ajudou a trazer o Túlio e está ajudando a trazer mais um jogador. Quando o jogador não é dele e ele não tem acesso ao empresário, eu vou lá, porque é a minha função, unir esses pontos todos. O Eduardo esteve aqui no final de semana [antes do jogo contra o São Caetano], saímos para jantar, conversamos sobre o Figueirense, so-bre o futuro. Ele brinca que era a sombra. Hoje é um cara presente no dia-a-dia do Figueirense.

O assédio sobre os profissionais do Figueirense vai ser grande. O próprio técnico já teve proposta de outros clubes. Vocês estudam já renovar o contrato do Már-cio Goiano?É importante planejar o futuro. Temos dois objetivos. Um a curtíssimo prazo, que é subir. Só que se nos esquecermos que ano que vem a vida continua, começamos a descer an-tes de subir. Logicamente, estamos pensando nisso. Hoje eu digo: o treinador ideal para o Figueirense é o Marcio Goiano. Lógico que ele vai ter propostas – faz parte do futebol –, mas queremos falar sobre o ano que vem o mais rápido possível.

Teu projeto pessoal é continuar no futebol ou ficar um tempo e voltar para o vôlei?No vôlei, sou amigo do João Adib, dono da Cimed, do Renan, do Marcos Pacheco, do Bruninho. Não me desvin-culei totalmente, sou presidente da Cimed Esporte Clube. Agora sou o torcedor número um. No futebol, não pensa-va que ia ser tão intenso, mas sempre sonhei em trabalhar com isso. Vim para ficar, para tentar pôr em prática as

coisas em que eu acredito. Não vou mudar a estrutura do futebol, que tem muitos vícios, mas acredito que dá para mudar um pouco o ambiente, ser sincero com as pessoas, expor as opiniões sem ofender o outro.

Pensas em sair de Florianópolis se o teu trabalho no Figueirense ganhar projeção? Não penso nisso. Não troco minha qualidade de vida, estar perto dos meus filhos, levá-los ao colégio, ver meu pai, que está velho. Não penso em sair de Floria-nópolis. Quero fazer um trabalho bom no Figueirense e, quando sair, deixar uma marquinha, pequena, mas uma marca.

Quais são os maiores desafios do Figueirense para garantir o acesso?Estamos com 39 pontos e creio que com mais 26 pon-tos, estamos dentro. Não sei se dá pra ser campeão, mas é G4, com 90% de chance. Acredito que jogar em casa vai ser mais difícil do que jogar fora. Fora o time joga mais tranqüilo, o outro time sai mais para o jogo. Em casa, a paciência é um pouco alterada pela torci-da, pela ansiedade. É jogo a jogo. 17 finais, 17 jogos, como a gente sofreu contra o São Caetano. O time está preparado, consciente da responsabilidade que tem, do momento que vive. Podemos chegar ao dia 27 de novembro, tomara que um pouco antes, com o acesso garantido.

Qual tua mensagem final para a torcida?Acredite. Apóie como tem apoiado. Faça carreata, ma-nifestações, declarações de amor. O Figueirense está fazendo de tudo para subir, de tudo. Temos uma média de público da Série A, o que mostra que a torcida está acreditando. Tem jogo que ela vai ficar mais impacien-te, porque acredita que o rival é inferior e que temos que ganhar. Mas ela tem que saber que no outro lado tem gente que está defendendo seus interesses. Todo jogo é difícil. Se nós contarmos com o apoio da torcida, como temos contado, o Figueirense é candidatíssimo para subir e até mesmo como campeão. Campeão é a cereja no bolo. O objetivo é subir. A minha maior pre-ocupação hoje é com o quinto colocado. Subir como campeão é a glória, mas estamos preocupados com o quinto. Se der, brigamos pelo título.

É jogo a jogo. 17 finais, 17 jogos, como a gente sofreu contra o São Caetano. O time está preparado, consciente da responsabilidade que tem, do momento que vive. Podemos chegar ao dia 27 de novembro, tomara que um pouco antes, com o acesso garantido.

Diego Rzatki

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Dia 7/9 de 2010, antes do jogo contra o São Caetano, saindo do Koxixos às 18 horas em direção ao Scarpelli