alvinegro #12

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ponsáveis por acabar com o je- jum de gols, já que desde a vitória diante do São Caetano, na estreia do returno, o melhor ataque da competição não balança às redes adversárias. ANDRADE – O treinador cam- peão brasileiro em 2009 pelo Fla- mengo assumiu o Brasiliense na quinta-feira. Com ele, o esquema de jogo adotado foi o mesmo que deu certo no rubro-negro carioca, o 4-2-3-1. Andrade aposta no Vinicius Pacheco Vitória põe Figueira de volta no grupo dos quatro melhores, depois da derrota da Ponte Preta ontem HENRIQUE SANTOS cabou a gordura do Figueirense. Três derrotas consecutivas somadas aos resultados dos adversários diretos na briga para subir à Série A, dei- xaram o time na quinta colocação, fora do G4 depois de 15 rodadas seguidas entre os quatro melhores. Uma vitória diante do Brasiliense na tarde deste sábado, às 16h10, devolve a posição ao Alvinegro. Mas o resultado positivo é maior do que o retorno ao G4. Vencer transmite tranquilidade, confiança e acaba com o jejum de três jogos. A torcida terá que fazer a diferen- ça nas arquibancadas como tem feito nos jogos realizados no Scar- pelli. Se a fase está difícil, cabe à nação alvinegra levar o time a um novo triunfo. ESTREIA, RETORNOS E DES- FALQUES – O técnico Márcio Goiano tem boas e más notícias para esta tarde. Maicon e Roger Carvalho retornam de suspensão e Vinícius Pacheco reestreia. Mas Willian e João Felipe, suspensos PRÉ-JOGO A (G) Ricardo (L) Lucas (Z) Roger (Z) João Paulo (L) Juninho (V) Túlio (V) Baraka (Coutinho) (M) Maicon (M) Fernandes (A) Vinícius Pacheco (A) Reinaldo Técnico: Márcio Goiano Eduardo (G) Cicinho (L) Dezinho (Z) Santiago (Z) Willian (L) Deda (V) Luciano Totó (V) Ruy (V) Thiaguinho (M) Iranildo (M) Enilton (A) Técnico: Andrade 39 pontos gols pró 43 22 27 pontos gols pró gols contra 25 34 gols contra 25 de setembro de 2010, terça, às 16h10 Djalma José Beltrami Teixeira (juiz, RJ) Luiz Muniz de Oliveira e Vinicius Barone Pampurre (bandeiras, RJ) P Equipe P J V E D GP GC SG 1 Coritiba 43 23 13 4 6 33 26 7 2 Bahia 41 23 12 5 6 39 27 12 3 América-MG 40 23 12 4 7 32 22 10 4 Ponte Preta 40 24 11 7 6 34 24 10 5 Figueirense 39 23 11 6 6 43 22 21 6 Sport 37 23 10 7 6 34 23 11 7 São Caetano 35 24 10 5 9 36 36 0 8 Portuguesa 34 24 10 4 10 38 34 4 9 Náutico 34 23 10 4 9 26 36 -10 10 Guarati. 33 23 8 9 6 33 32 1 11 D. de Caxias 32 23 10 2 11 29 33 -4 12 Paraná 32 24 9 5 10 33 29 4 13 ASA 29 23 9 2 12 32 34 -2 14 Icasa 29 23 8 5 10 30 33 -3 15 Bragantino 29 24 6 11 7 23 24 -1 16 Vila Nova 28 24 8 4 12 27 39 -12 17 Brasiliense 27 23 6 9 8 25 34 -9 18 Santo André 24 23 6 6 11 34 39 -5 19 América-RN 19 23 4 7 12 20 39 -19 20 Ipatinga 18 23 4 6 13 28 43 -15 Classificação 6 Pendurados Roger, Bruno, Coutinho, Maicon, Firmino, Reinaldo 1 Estreia 5 º 17 º Sexta-Feira, 24/09, 21h: Bragantino 2x0 Portuguesa, Vila Nova-GO 2x2 Paraná, Ponte Preta 1x2 São Caetano Sábado, 25/09, 15h50: América-RN x Náutico, Sport x Bahia. Sábado, 25/09, 16h10: Duque de Caxias x Icasa, Figueirense x Brasiliense, Coritiba x ASA. Sábado, 25/09, 21h: Ipatinga x América-MG, Santo André x Guaratinguetá Jogos da 22ª rodada Próximos jogos ASA x Figueira (ter 28/9, 21h50) Figueira x P. Preta (sex 1º/10, 21h) Vila Nova x Figueira (sab 8/9, 16h10) Vencer para voltar ao G4 alvinegro 25 de setembro de 2010 | nº 12 MEUFIGUEIRA.com.br Apoio de torcedor pra torcedor o treinador alvinegro mantém o goleiro Ricardo, o zagueiro João Paulo, o volante Baraka e o meia-atacante Vinícius Pacheco. Túlio também deve jogar. O ex- periente jogador, que não foi bem em Recife, substitui Coutinho. Apesar de o time sofrer modifi- cações em relação ao que levou o Figueirense à liderança, alguns dos principais atletas continuam: Fernandes, maicon, Reinaldo, Lucas e Juninho. Estes serão res- por cartões recebidos contra o Náutico. O primeiro foi expulso, o segundo levou o terceiro ama- relo. Ygor e Wilson ainda apri- moram a forma física depois de se recuperarem de lesões. O meia Evandro, cotado como opção no banco, não poderá vestir a camisa alvinegra na série B porque jogou em dois clubes no Campeonato Brasileiro (leia detalhes na pá- gina 2). Para substituir os desfalques, Willian e J. Felipe (suspensos). Ygor e Wilson (machucados) 4 Fora Diego Rzatki Desafio dos jogadores é readquirir capacidade de decisão perdida nas três derrotas consecutivas meio de campo experiente para derrotar o Figueirense e deixar a incômoda 17ª posição. Alguns dos jogadores do time candango passarem pelo Scarpelli como Michel Schmöller, Luciano Totó e Ruy. Os veteranos Iranildo e Enílton são os principais nomes do Brasiliense. No preimeiro turno, em par- tida válida pela quinta rodada, o Figueirense suou para empatar com o Brasiliense. Somente aos 47 minutos do segundo tempo, após uma das tradicionais ar- rancadas de João Felipe, a bola desviou no adversário e entrou igualando o placar em 1 a 1. Rosembrick marcou para os can- dangos. SAI BRUXA – Usando uma ex- pressão do narrador Sérgio Muri- lo, é necessário espantar a bruxa e voltar a vencer. No turno, com o empate em Brasília o Figueirense somou sete pontos. A vitória hoje garante seis nesta segunda fase da Série B. A partida que começa às 16h10 é o primeiro passo para a recuperação alvinegra e na volta do time ao caminho rumo à Série A. Pra cima Figueira!

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de trocedor pra torcedor, o jornal de jogo do Figueirense

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Page 1: alvinegro #12

ponsáveis por acabar com o je-jum de gols, já que desde a vitória diante do São Caetano, na estreia do returno, o melhor ataque da competição não balança às redes adversárias.

AndrAde – O treinador cam-peão brasileiro em 2009 pelo Fla-mengo assumiu o Brasiliense na quinta-feira. Com ele, o esquema de jogo adotado foi o mesmo que deu certo no rubro-negro carioca, o 4-2-3-1. Andrade aposta no

Vinicius Pacheco

Vitória põe Figueira de volta no grupo dos quatro melhores, depois da derrota da Ponte Preta ontem Henrique SantoS

cabou a gordura do Figueirense. Três derrotas consecutivas somadas aos

resultados dos adversários diretos na briga para subir à Série A, dei-xaram o time na quinta colocação, fora do G4 depois de 15 rodadas seguidas entre os quatro melhores. Uma vitória diante do Brasiliense na tarde deste sábado, às 16h10, devolve a posição ao Alvinegro. Mas o resultado positivo é maior do que o retorno ao G4. Vencer transmite tranquilidade, confiança e acaba com o jejum de três jogos. A torcida terá que fazer a diferen-ça nas arquibancadas como tem feito nos jogos realizados no Scar-pelli. Se a fase está difícil, cabe à nação alvinegra levar o time a um novo triunfo.

estreiA, retornos e des-fAlques – O técnico Márcio Goiano tem boas e más notícias para esta tarde. Maicon e Roger Carvalho retornam de suspensão e Vinícius Pacheco reestreia. Mas Willian e João Felipe, suspensos

pré-jogo

A

(g) ricardo(L) Lucas(Z) roger (Z) joão paulo(L) juninho(V) Túlio(V) Baraka (Coutinho)(M) Maicon(M) Fernandes(A) Vinícius pacheco(A) reinaldo

Técnico: Márcio goiano

Eduardo (g) Cicinho (L)

Dezinho (Z) Santiago (Z)

Willian (L)Deda (V)

Luciano Totó (V)ruy (V)

Thiaguinho (M) Iranildo (M)

Enilton (A)

Técnico: Andrade

39pontos

gols pró43 22

27pontos

gols pró

gols contra

2534gols contra

25 de setembro de 2010, terça, às 16h10Djalma josé Beltrami Teixeira (juiz, rj)

Luiz Muniz de oliveira e Vinicius Barone pampurre (bandeiras, rj)

p Equipe p j V E D gp gC Sg1 Coritiba 43 23 13 4 6 33 26 7 2 Bahia 41 23 12 5 6 39 27 12 3 América-Mg 40 23 12 4 7 32 22 10 4 ponte preta 40 24 11 7 6 34 24 10 5 Figueirense 39 23 11 6 6 43 22 21 6 Sport 37 23 10 7 6 34 23 11 7 São Caetano 35 24 10 5 9 36 36 0 8 portuguesa 34 24 10 4 10 38 34 4 9 Náutico 34 23 10 4 9 26 36 -10

10 guarati. 33 23 8 9 6 33 32 1 11 D. de Caxias 32 23 10 2 11 29 33 -4 12 paraná 32 24 9 5 10 33 29 4 13 ASA 29 23 9 2 12 32 34 -2 14 Icasa 29 23 8 5 10 30 33 -3 15 Bragantino 29 24 6 11 7 23 24 -1 16 Vila Nova 28 24 8 4 12 27 39 -12 17 Brasiliense 27 23 6 9 8 25 34 -9 18 Santo André 24 23 6 6 11 34 39 -5 19 América-rN 19 23 4 7 12 20 39 -19 20 Ipatinga 18 23 4 6 13 28 43 -15

Classificação

6PenduradosRoger, Bruno, Coutinho, Maicon, Firmino, Reinaldo

1Estreia

5º 17º

Sexta-Feira, 24/09, 21h: Bragantino 2x0 Portuguesa, Vila Nova-GO 2x2 Paraná, Ponte Preta 1x2 São CaetanoSábado, 25/09, 15h50: América-RN x Náutico, Sport x Bahia. Sábado, 25/09, 16h10: Duque de Caxias x Icasa, Figueirense x Brasiliense, Coritiba x ASA. Sábado, 25/09, 21h: Ipatinga x América-MG, Santo André x Guaratinguetá

Jogos da22ª rodada

Próximos jogos

ASA x Figueira (ter 28/9, 21h50)Figueira x P. Preta (sex 1º/10, 21h)Vila Nova x Figueira (sab 8/9, 16h10)

Vencer para voltar ao G4alvinegro 25 de setembro de 2010 | nº 12

Meufigueira.com.br

Apoiode torcedor pra torcedor

o treinador alvinegro mantém o goleiro Ricardo, o zagueiro João Paulo, o volante Baraka e o meia-atacante Vinícius Pacheco. Túlio também deve jogar. O ex-periente jogador, que não foi bem em Recife, substitui Coutinho. Apesar de o time sofrer modifi-cações em relação ao que levou o Figueirense à liderança, alguns dos principais atletas continuam: Fernandes, maicon, Reinaldo, Lucas e Juninho. Estes serão res-

por cartões recebidos contra o Náutico. O primeiro foi expulso, o segundo levou o terceiro ama-relo. Ygor e Wilson ainda apri-moram a forma física depois de se recuperarem de lesões. O meia Evandro, cotado como opção no banco, não poderá vestir a camisa alvinegra na série B porque jogou em dois clubes no Campeonato Brasileiro (leia detalhes na pá-gina 2).

Para substituir os desfalques,

Willian e J. Felipe (suspensos). Ygor e Wilson (machucados)

4Fora

Diego Rzatki

Desafio dos jogadores é readquirir capacidade de decisão perdida nas três derrotas consecutivas

meio de campo experiente para derrotar o Figueirense e deixar a incômoda 17ª posição. Alguns dos jogadores do time candango passarem pelo Scarpelli como Michel Schmöller, Luciano Totó e Ruy. Os veteranos Iranildo e Enílton são os principais nomes do Brasiliense.

No preimeiro turno, em par-tida válida pela quinta rodada, o Figueirense suou para empatar com o Brasiliense. Somente aos 47 minutos do segundo tempo, após uma das tradicionais ar-rancadas de João Felipe, a bola desviou no adversário e entrou igualando o placar em 1 a 1. Rosembrick marcou para os can-dangos.

sAi bruxA – Usando uma ex-pressão do narrador Sérgio Muri-lo, é necessário espantar a bruxa e voltar a vencer. No turno, com o empate em Brasília o Figueirense somou sete pontos. A vitória hoje garante seis nesta segunda fase da Série B. A partida que começa às 16h10 é o primeiro passo para a recuperação alvinegra e na volta do time ao caminho rumo à Série A. Pra cima Figueira!

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2 25 de setembro de 2010 | nº 1225 de setembro de 2010 | nº 12

Figueira teve três projetos de estádio nos últimos dez anos

Proposta apresentada durante período de transição da diretoria também já foi alterada pATrIMôNIo

ney PacHeco

possibilidade do Figueirense man-dar seus jogos em Biguaçu enquanto constrói uma nova

arena no lugar do estádio Orlando Scarpelli significa uma mudança nos planos esboçados durante a transição da gestão da Figueirense Partipações para a atual diretoria.

No dia 13 de agosto, dirigentes do clube reuniram-se com o prefei-to de Biguaçu, José Castelo Des-champs, para discutir o projeto do estádio, que poderia ser construído no loteamento Deltaville, nas ime-diações da SC-408. O Figueirense jogaria ali até a conclusão do novo estádio Orlando Scarpelli, estimada para 2013.

Durante a transição, no entanto, a proposta apresentada pelo empre-sário Edson Silva, dono da Nexxera, previa a construção do novo estádio em oito módulos, o que permitiria que o clube continuasse mandando seus jogos no Estreito.

A nova arena teria 40 mil lugares e 150 camarotes, que poderiam tam-bém ser utilizados como escritórios, com três anos para construção. Além disso, projetava-se a construção de duas torres, uma comercial e outra para um hotel, além de supermer-cado, shopping para 150 lojas, esta-cionamento e um ginásio/centro de convenções, ao custo de R$ 126 mi-lhões e com a possibilidade de ren-“O grupo do Figueirense é

muito qualificado. Lógico que falta experiência de jogo. Hoje, nós temos o

grupo mais jovem

A

der cerca de R$ 1 milhão de reais por mês pelo arrendamento dos espaços comerciais. O valor orçado da obra era a grande diferença para o estádio para a Copa do Mundo, que custaria cerca de R$ 400 milhões.

O jornal alvinegro tentou conta-to com Leonardo Schmidt Moura, representante da parceira Prosul na gestão do clube, mas o profissional estava fora de Florianópolis duran-te a semana e o contato por telefone celular não foi possível.

Ao site Meu Figueira, em en-trevista concedida em 21 de abril, Moura declarou que pretendia con-cluir o projeto de viabilidade da arena em até oito meses para depois apresentá-lo a investidores.

idAs e VindAs – Desde 1999, o Figueirense projeta construir ou reformar o estádio Orlando Scar-

pelli. A primeira proposta, chamada Scarpelli 2000, era a mais modesta, já que previa somente melhorias no estádio, como cobertura e cadeiras, mas trazia o conceito presente em todos os projetos seguintes: fazer parcerias para explorar o potencial comercial de uma das regiões mais populosas de Florianópolis.

O projeto apresentado por José Carlos Silva, então presidente, pre-via a utilização dos espaços adja-centes ao estádio para a construção de pólos comerciais destinados a atender carências da parte continen-tal da cidade: um pólo médico, com consultórios e clínicas; outro de en-trenimento, com lojas e cinema; e o último voltado para a educação. O investimento previsto inicialmente era de cerca de R$ 10 milhões.

O projeto seguinte foi apresenta-

do em dezembro de 2005, quando Norton Boppré era o presidente do clube, e já mirava a possibilidade de ser sede da Copa de 2014. Tinha co-mo parceira a Mega Sports Systems, empresa equatoriana, responsável pela modernização dos estádios do Barcelona, de Guayaquil (Equador), Alianza Lima (Peru) e Deportivo Cali (Colômbia). O custo inicial do projeto era de R$ 20 milhões.

Com a proximidade da defini-ção do Brasil como sede da Copa de 2014, a Mega Sports saiu do negócio. Depois de um flerte com a W-Torre, parceira na construção do novo estádio do Palmeiras, sur-giu a OAS como parceira do clube na arena com 41.700 lugares dentro dos moldes exigidos pela Fifa. O projeto final, porém, foi elaborado por empresas locais.

Com a derrota da candidatura de Florianópolis como uma das sedes da Copa e a posterior saída da Fi-gueirense Participações do coman-do do clube, o projeto foi arquivado e a proposta passa por nova reava-liação.

nuncA foi fácil – O resga-te da história do estádio do Figuei-rense também mostra as enormes dificuldades enfrentadas para a sua construção. Em 1945, o empresário doou a área de 29 mil metros2 no Estreito. Em 1958, o estádio pas-sou a ser usado para treinos. Neste mesmo ano, Orlando Scarpelli doou outra área contígua ao estádio, com 15 mil metros2.

A inauguração parcial do estádio só foi acontecer em 1960, quando, no dia 12 de junho, o Figueirense empatou em 1 a 1 com o Atlético Catarinense. As arquibancadas se limitavam então à parte mais alta da Avenida Santa Catarina.

Em 1973, com ajuda do governo do estado,vieram as arquibancadas metálicas, construídas para o cam-peonato brasileiro. A última grande reforma ocorreu em 1979, resultan-do na instalação das arquibancadas de concreto e da troca da cobertura das sociais.

Os tempos são outros. O futebol é muito mais profissional e o Figuei-rense evoluiu. Um novo Scarpelli vai exigir um grande esforço do clube, mas pode representar um novo salto de crescimento que ajude o clube a se firmar entre os grandes do Brasil.

evandro não pode jogar pelo FigueirenseRegulamento não permite que meia jogue por mais de dois clubes no Campeonato BrasileiroCoNTrATAção

ney PacHeco

Desde quinta-feira, dia 23, O Figueirense já sabia que o meia Evandro tinha jogado por dois clu-bes – Atlético-MG e Vitória – antes de ser contratado pelo Alvinegro. A informação é do gerente de futebol, Chico Lins.

Por causa do interesse de outros clubes no jogador e pelo fato de a in-formação ter vazado antes do tempo,

o Figueirense decidiu fechar a con-tratação antes de fazer a checagem sobra a condição legal do atleta.

Evandro, no entanto, não chegou a assinar contrato com o clube, ape-nas uma espécie de pré-contrato que garante o compromisso entre jogador e agremiação até que sejam feitos os exames médicos e todos os trâmites legais para o registro na CBF.

O artigo 38 do Regulamento Geral das Competições da CBF diz

textualmente que “um clube não po-derá incluir em sua equipe um atleta que já tenha atuado por dois outros clubes, em quaisquer das séries do campeonato brasileiro, na mesma temporada”.

O clube alega que foi induzido ao erro pela Traffic, uma das maiores empresas que negocia jogadores no país, e ofereceu o jogador ao mer-cado. É de se estranhar mesmo que a empresa tenha aceitado rescindir

o contrato de Evandro com o Vitó-ria sem se dar conta que o atleta não pode assinar com nenhum clube que dispute as séries A, B, C e D do cam-peonato brasileiro.

O que preocupa o torcedor é que recentemente o clube anunciou a con-tratação do volante Carlinhos Santos sem saber que ele havia assinado um novo contrato com o Joinville e pre-cisou recuperar pontos no TJD por ter utilizado o jogador Edson Galvão

na volta de um empréstimo ao Im-bituba. O vazamento da negociação com o jogador e a precipitação em acelerar o acerto, causaram, no míni-mo, mais um arranhão na imagem do clube.De acordo com o Chico Lins, o clube agora avalia se contrata mais um meia, já que as opções no mer-cado –“ainda mais da qualidade do Evandro”, afirma – são escassas e o prazo para inscrição na Série B ter-mina na sexta-feira, dia 30.

Estádio Orlando Scarpelli é ampliado com arquibancas metálicas para a disputa do campeonato brasileiro de 1973

Arquivo MeuFigueira

Page 3: alvinegro #12

25 de setembro de 2010 | nº 1225 de setembro de 2010 | nº 12 3

Jogadores são vítimas da maratona de jogos da série B. Com esta demanda, é comum haver lesões, principalmente as musculares

Henrique SantoS

osé Fernando Gonçal-ves está no Figueirense desde 2003 e assumiu a condição de preparador físico dos profissionais a

partir da entrada de Márcio Goiano no comando do time, em fevereiro de 2010. Com a maratona de jogos depois da Copa do Mundo – um a cada quatro dias – a condição física do elenco ganha extrema importân-cia. A perda de jogadores impor-tantes por lesões musculares, como tem ocorrido, evidência o trabalho de Zé Fernando e de forma indireta passa por ele o sucesso do time na competição. O jornal alvinegro entrevistou o preparador físico do clube para que o torcedor conheça um pouco do trabalho do profissio-nal responsável pelo condiciona-mento de quem veste a camisa do Figueirense.

alvinegro – Como você chegou no Scarpelli?Zé Fernando – Era aluno do Sérgio Parucker [médico do Fi-gueirense] na Udesc. Lá, a gente realizava um trabalho na recupera-ção física de atletas, assim ele me convidou para fazer estágio no clu-be e desde 2003 estou no Scarpelli. Fiquei seis meses como estagiário e a partir da saída do Renê Weber [ex-treinador], no começo de 2010, assumi a condição de principal pre-

Maratona de jogos só permite poupar e recuperar atletas

Preparador físico Zé Fernando diz que time sofre mais por ser um dos mais visados da competiçãoENTrEVISTA

Jparador físico na comissão técnica do Márcio Goiano.

Quais são as condições físicas do elenco do Figueirense?São muito boas e estão dentro da expectativa. Por exemplo, diante

do América-MG o time ficou com um a menos ainda no primeiro tem-po e correu muito. Todos se esfor-çaram bastante, mas como é natural deixaram a partida cansados. Isto é comum e sempre vai existir.

Em virtude da maratona de jo-gos como são feitos os trabalhos na parte física?É complicado, pois a gente trabalha mais em função de recuperar e pou-par os atletas. Qualquer exagero pode acarretar em lesões. Jogos em tão curto período de tempo são ruins para os jogadores, torcida, imprensa, mas é a televisão quem manda, então não podemos fazer nada, apenas cuidar dos atletas.

Recentemente o Figueirense teve alguns jogadores (Wilson, Lucas, João Paulo e Ygor) com estira-mento na coxa. Por que todos apresentaram a mesma lesão?Todos sofreram com a maratona de jogos e, exceto a do João Paulo, as lesões foram pequenas. O Lu-cas machucou-se devido à forma como atua. É um atleta muito vo-luntarioso e devido à sobrecarga de jogos sentiu a lesão. Já o Ygor apresentava um desconforto, mas não comunicou. Num treino de finalização que exige da muscula-tura da coxa, ele machucou-se. O Wilson treina mais com o Peçanha (preparador de goleiros) e pra mim foi uma surpresa quando ele evitou

bater na bola diante da Portuguesa. Mais uma vítima da maratona desta Série B, pois com esta demanda é comum haver lesões, principal-mente as musculares.

Jogadores como Reinaldo e Mai-con parecem estar cansados. O que ocorre com eles?Não há desgaste por parte dos dois. Atualmente o Figueirense está visado por outros times e isso acar-reta numa forte marcação nos prin-cipais jogadores, entre eles o Rei-naldo e o Maicon. Muito jornalista fala do cansaço sem analisar alguns fatores e isto incomoda o grupo.

Qual a distância da preparação física do Figueirense para os de-mais times da Série B?O nosso time é equalizado em rela-ção às outras equipes. Em virtude

do calendário apertado e de estar visado, apresentamos dificuldades na parte física, porém o Figueiren-se não é o único caso. Em conversa com o Alexandre Lopes, prepa-rador físico do Coritiba, e com o Guilherme Bérgamo, do Guara-tinguetá, ambos reclamaram desta maratona e do desgaste que seus jogadores sofrem.

O que dizer do grupo de jogado-res do Figueirense?É um grupo focado, sem vaidades e que acredita na proposta da co-missão técnica. 80% do sucesso vem de confiar naquilo que o treinador e os auxiliares dizem, quando isto ocorre o objetivo a ser cumprido fica facilitado. Em 2010 o Figueirense visa principalmente subir à Série A, o título se vier é conseqüência.

Wilson tAmbém está com estirAmento (16/9)Prestigie o Figueira no aeroporto (17/9)túlio fArá estreiA (18/9)MeuFigueira no FaceBook (19/9)o retorno de Vinicius PAcheco (20/9)Ney Pacheco: Pontuar é preciso (21/9)náutico 1×0 figueirA: terceirA derrotA consecutiVA (21/9)Ney Pacheco: Superar a tormenta (22/9)Promoção de ingressos PArA o jogo de sábAdo (23/9)Vinícius Pacheco no BID (24/9)

O que acontece clube é notícia no site do torcedor do Figueira

Notícias e opiniões

“Grupo é focado, sem vaidades e acredita na proposta da comissão técnica”

Zé Fernando: no Scarpelli desde 2003

Carlos Amorim/ FFC

Divulgação/ FFC

Page 4: alvinegro #12

4 25 de setembro de 2010 | nº 12

edição: Tadeu Meyer (jornalista responsável - MTB/SC 03476-JP). Reportagem e textos: Diego Rzatki, Henrique Santos e Ney Pacheco. Fotos: Carlos Amorim/ FFC, Diego Rzatki. Projeto Gráfico e editoração: Tadeu Meyer. Tiragem: 3 mil exemplares. Circulação: gratuita e dirigida aos torcedores do Figueirense que comparecem ao Scarpelli em dia de jogo. Impressão: Gráfica Rio Sul.

alvinegro

urante a transição, foram transmitidas ao público em geral promessas de mudan-

ças, transparência, democratização e aproximação com o torcedor. Em suma, uma frase me marcou muito: “O Figuei-rense volta a ser do Figueirense”.

Foram muitas boas palavras incrus-tradas em discursos proferidos com peito estufado e olhos embargados pela emoção do momento. Seria a versão al-vinegra do movimento Iluminista que superou a famosa “Idade das Trevas”. Até certo momento, acreditei.

Decepcionante é que após seis me-ses a impressão de contradição ao pro-ferido iniciada logo após a posse do novo Conselho Administrativo vai se consolidado. Foi muito discurso...

Óbvio, mudanças para melhor exis-tem. O alvinegro hoje possui maior participação no passe de alguns jo-gadores, um departamento de futebol (mesmo com o erro de ontem) mais profissional.

Entretanto, temos de concordar, o que importa é o resultado. Nesse senti-do, inclusive, é que a mudança foi mais concreta. O desprendimento daquela “inhaca” que nos acompanhava desde 2008 é um alívio. Finalmente temos mais confiança no time, o técnico en-caixou e a mescla de bons jogadores do ano passado com alguns que chegaram esse ano vem dando certo. Méritos para essa gestão e seus parceiros.

No fim, é isso que importa ao torce-dor, não tenho dúvida. A bola em cam-po prende 99% da atenção dos torcedo-res. Se isso vai bem, o clube vai bem. Se isso vai mal, o clube vai mal. Coisa típica do pensamento mais comum.

A realidade, entretanto, é que essa situação turva a visão para outros as-suntos que influem, também, no resul-tado em campo. Falo da estruturação do clube, o seu projeto de longo prazo, seu planejamento.

Ainda durante a transição, em uma das últimas reuniões abertas aos torce-

dores, perguntei quando seria apresen-tado o projeto da nova gestão. Lodetti, à época, jogou o prazo para trinta dias. De fato, já se passaram esses trinta dias e pode-se adicionar mais seis meses, no mínimo.

Fato é que o projeto (e mesmo a exe-cução) de grande parte das ideias rati-ficadas com o apoio massivo dos tor-cedores nunca apareceu. Pior do que isso: não se sabe qual o caminho está tomando, ou seja, é bastante claro que o momento é obscuro.

O próprio contrato com a Prosul (empresa do alvinegro Wilfredo que é amigo de infância de Nestor Lodetti quando moravam entre as cidades que dão nome a esse texto) com o Figuei-rense é um mistério. Tanto o torcedor quanto os conselheiros do clube co-nhecem apenas superficialmente al-guns parâmetros do contrato, o que é insuficiente para fazer juízo de valor sobre o mesmo.

O cenário é muito parecido com o qual nos deparávamos no passado com a ex-parceira, e mais preocupante, so-mente depois de tempo que fomos des-cobrir que não era bom. Ou seja, bradar alvinegrice histórica ou usar a camisa do clube não é segurança de que esta-mos em boas mãos. Achei que muita gente iria aprender com a transição, mas não foi o caso.

Certo é que apesar do momento sa-tisfatório dentro das quatro linhas, os dirigentes que assumiram estão em dé-bito com as suas promessas. Nada aqui é inventado ou é exagero, apenas se co-bra o comprometimento assumido.

Destacados, então, esses primeiros seis primeiros meses de nova direção, fica a impressão que os resultados do futebol são tão iluminados que ofus-cam os desfeitos fora dele. Não é o fim do mundo e nada que não possa ser tra-balhado e corrigido também, porém, cabe aos conselheiros, principalmente, não cair nas armadilhas nem esquecer a história (sombria) recente.

pessoal do basquete cos-tuma dizer que “não existe cesta de 10 pontos”. A ex-

pressão é utilizada para lembrar que é preciso muita paciência para virar um jogo, para tirar uma vantagem de 20, 25 pontos. É cesta a cesta, de dois pontos, de três pontos, de um ponto no lance livre.

No futebol, é jogo a jogo. O que interessa para o Figueirense neste sábado, 25 de setembro, é pensar no Brasiliense, é vencer o Brasiliense, é somar mais três pontos, é interrom-per a sequência de derrotas e jogos sem marcar gol.

Sim, paciência é o que todos nós, torcedores alvinegros, precisamos ter neste momento. Nossa tendência é projetar o acesso imediatamente, imaginar a festa do título, discutir nas rodas e nas mesas redondas pe-los botecos se esse time é suficien-temente bom para a série A de 2011 ou precisa de muitos reforços. Não há mal nenhum nisso. Faz parte da diversão de ser torcedor.

Só que, devaneios à parte, temos que lembrar que é jogo a jogo, joga-da a jogada, gol a gol que o Figueira vai pavimentar seu retorno à primei-ra divisão.

Tem hora que dá vontade de dor-mir e só acordar às 18 horas do dia 27 de novembro, minutos depois do fim do último jogo do Figueira, con-tra o Paraná, no Scarpelli, para saber finalmente como tudo isso acabou.

Só que faz parte da arte de torcer viver cada momento intensamen-te, seja bom, seja ruim. A corrida é composta por cada passo e não so-mente pela linha de chegada. Então, vamos juntos, um jogo depois do ou-tro, nesta luta par voltar à primeira divisão. É apoiar hoje contra o Bra-siliense. E pensar no ASA, próximo adversário, depois.

oscilAções – Tudo vinha rela-tivamente bem para o favorito Co-

ritiba, longa invencibilidade, longa temporada no G4, algumas rodadas na liderança. No intervalo de uma semana, porém, o time paranaense levou uma traulitada de 5 a 1 do lanterníssimo Ipatinga, que em 23 jogos só venceu quatro, perdeu para o Duque de Caxias por 2 a 0 em casa e fechou a trinca trágica armando uma retranca inútil para perder para o Figueira no Scarpelli também por 2 a 0.

Nas seis rodadas seguintes, o Co-ritiba venceu quatro partidas, empa-tou uma e perdeu outra, retomando a liderança.

Neste meio tempo, foi a vez do Fi-gueirense oscilar e sair do G4 depois de três derrotas seguidas. Foram 15 rodadas consecutivas entre os quatro melhores da série B. Em 20 jogos, o Figueira só havia perdido três, marca igualada em apenas mais três rodadas.

Só que o Furacão Alvinegro tam-bém viveu um mau momento no começo do campeonato. Das atuais seis derrotas, duas ocorreram uma atrás da outra, justamente contra América e Náutico no primeiro tur-no. Depois disso, foram 16 partidas com uma única derrota, contra o Sport, no Recife, por 2 a 1, com mais um pênalti mandrake assinalado contra o Alvinegro.

O momento delicado, a sequên-cia pesada de jogos, a ausência de alguns jogadores por suspensão ou contusão, a queda de rendimento de outros, complicou o desempenho do Figueira na competição.

Esse grupo de profissionais já mostrou que tem condições de ren-der mais e de conquistar grandes vitórias. Com a contratação de mais alguns jogadores que podem ajudar nessa empreitada, como Túlio e Vi-nícius Pacheco, o Alvinegro pode voltar a vencer e retomar seu cami-nho rumo à Série A.

Voltar a vencer, jogo a jogo

Turvo, sombrio, ermo

NEy pAChECo ney.meufigueira.com.br

Ney Pacheco mantém um blog sobre o Figueirense. Acesse ney.meufigueira.com.br

DO

TAINhA globoesporte.globo.com/blogdofigueirense

Diego Rzatki, o Tainha, é blogueiro do Figueirense no Globoesporte.

Publicação de Meufigueira