Água, saúde e ambiente: representações sociais de...

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0 Sonadson Diego de Paula Nery¹ Jackson Ronie Sá da Silva² ¹Mestrando em Geografia – UFPB [email protected] ² Doutor em Educação – UEMA [email protected] Água, saúde e ambiente: representações sociais de moradores das proximidades da Vala da Macaúba (Bairro Areinha, São Luís – MA) sobre a dengue 1 INTRODUÇÃO A existência da humanidade está marcada por características biológicas individuais e pelas interações sociais que se produzem entre os indivíduos através da história. Nesse contexto, a saúde humana deve ser compreendida como parte dessas interações, pois integra o processo da vida e tem um reflexo diferenciado segundo os variados espaços populacionais. Peiter et al. (2006), destacam que, no nível coletivo populacional, a saúde se insere na noção mais ampla de condições de vida. Por isso, afirma-se que o binômio saúde- doença, no nível populacional, ou melhor, a saúde e os problemas de saúde, são construídos socialmente, mediante processos. Os fatores gerais que participam desses processos são de várias origens e todos atuam como uma teia: a biologia humana, o ambiente, os modos de vida e o próprio sistema de serviços de saúde. Conforme o problema de saúde, esses fatores possuem maior ou menor importância, mas todos interagem e atuam sobre os problemas de saúde de forma integrada. Para melhor compreender a saúde, numa perspectiva ambiental, necessário se faz a análise e interpretação das representações sociais dos indivíduos envolvidos. Nesse sentido, para entender a complexidade dos objetos de pesquisa construídos no universo ambiental é relevante que os mesmos devam ser analisados a partir de uma abordagem

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Sonadson Diego de Paula Nery¹ Jackson Ronie Sá da Silva² ¹Mestrando em Geografia – UFPB [email protected] ² Doutor em Educação – UEMA [email protected]

Água, saúde e ambiente: representações sociais de moradores das proximidades da

Vala da Macaúba (Bairro Areinha, São Luís – MA) sobre a dengue

1 INTRODUÇÃO

A existência da humanidade está marcada por características biológicas individuais e

pelas interações sociais que se produzem entre os indivíduos através da história. Nesse

contexto, a saúde humana deve ser compreendida como parte dessas interações, pois

integra o processo da vida e tem um reflexo diferenciado segundo os variados espaços

populacionais.

Peiter et al. (2006), destacam que, no nível coletivo populacional, a saúde se insere na

noção mais ampla de condições de vida. Por isso, afirma-se que o binômio saúde-

doença, no nível populacional, ou melhor, a saúde e os problemas de saúde, são

construídos socialmente, mediante processos. Os fatores gerais que participam desses

processos são de várias origens e todos atuam como uma teia: a biologia humana, o

ambiente, os modos de vida e o próprio sistema de serviços de saúde. Conforme o

problema de saúde, esses fatores possuem maior ou menor importância, mas todos

interagem e atuam sobre os problemas de saúde de forma integrada.

Para melhor compreender a saúde, numa perspectiva ambiental, necessário se faz a

análise e interpretação das representações sociais dos indivíduos envolvidos. Nesse

sentido, para entender a complexidade dos objetos de pesquisa construídos no universo

ambiental é relevante que os mesmos devam ser analisados a partir de uma abordagem

1

mais aberta, dando aos sujeitos envolvidos na investigação condições de expressar

ideias, comportamentos, imagens e atitudes. Sendo assim, a teoria das representações

sociais é capaz de identificar vários aspectos nos quais se ancoram as percepções sobre

o meio ambiente e o processo saúde-doença (SÁ-SILVA, 2012).

Uma das doenças mais importantes da atualidade, no que se refere à realidade urbana e

ao numero de pessoas que afetam é a dengue. É um dos maiores problemas de saúde

pública da atualidade. Segundo a Organização Mundial de Saúde, a dengue tem caráter

endêmico em mais de 100 países e se estima que anualmente ocorram 50 milhões de

casos de dengue em todo mundo. Essa doença, que afeta boa parte da humanidade, tem

como agente etiológico um vírus do gênero Flavivírus, com 4 sorotipos conhecidos e

antigenicamente distintos: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4 (TAUIL, 2008). O

principal vetor da dengue é o mosquito da espécie Aedes aegypti presentes em todo

mundo. O Aedes aegypti foi identificado como vetor secundário na Ásia, e já

estabeleceu nas Américas e partes da Europa e África (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL

DA SAÚDE, 2010).

No Brasil, a dengue encontra-se hoje presente em todas as 27 unidades da Federação,

distribuída por 3.794 municípios, sendo responsável por cerca de 60% das notificações

nas Américas (CÂMARA; DAVIS, 2010). No Maranhão, há registros de casos da

doença em 73,3% dos municípios do Estado e São Luis, capital do estado, é considerado

um município prioritário por apresentar grande parte do número de casos notificados da

doença (SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE, 2011).

A urbanização de São Luis, ao longo das ultimas décadas, ocorreu sem obedecer a

critérios de planejamento satisfatórios, com isso, houve uma disseminação de bairros

desprovidos de infraestrutura urbana, o que contribui para a proliferação de doenças

como a dengue. O mosquito transmissor desta doença está adaptado a se reproduzir nos

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ambientes doméstico e peridoméstico, utilizando-se de recipientes que armazenam água

potável e recipientes descartáveis que acumulam água das chuvas, comumente

encontrados nos lixos das cidades (SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE, 2011).

No bairro da Areinha, em São Luis, localiza-se a Vala da Macaúba, um canal de

escoamento que recebe dejetos domésticos e se tornou local propício transmissão de

doenças infecciosas e parasitárias e, principalmente, de patologias de veiculação hídrica.

Tais doenças estão relacionadas intimamente com o ambiente e a água. As doenças de

veiculação hídrica como a dengue são aquelas que têm na água a fonte para o

desenvolvimento de criadouros de mosquitos transmissores de doenças e são comuns

em áreas onde corre esgotos a céu aberto.

2 OBJETIVOS

Conhecer as representações sociais sobre a dengue de moradores que vivem nas áreas

próximas ao canal de esgotamento sanitário denominado Vala da Macaúba, bairro

Areinha, São Luís - MA. De forma mais específica pretende-se:

a) Analisar as representações que os moradores elaboram acerca da transmissão da dengue;

b) Compreender as concepções de prevenção que os moradores elaboram sobre a dengue;

c) Compreender como os moradores percebem as relações entre a água e o ambiente em que vivem na determinação do processo saúde doença da dengue.

3 METODOLOGIA

Entendendo as representações sociais como área do conhecimento que se apresenta em

forma dinâmica, configurando ideias evidenciadas na comunicação entre pessoas na

vida cotidiana, e que os indivíduos lançam mão de conhecimentos pré-existentes

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construindo um mapa de informações que lhes servirão como um guia de conduta.

Nesse sentido nossa pesquisa é qualitativa e lançou mão da técnica da entrevista semi

estruturada para a identificação das representações. A análise dos dados deu-se a partir

de duas técnicas: a primeira delas foi a análise do discurso. Utilizou-se a técnica

interpretativa com a intenção de facilitar o surgimento do conteúdo latente por trás do

discurso desenvolvido pelos moradores. A segunda foi a análise do conteúdo, que a

partir do registro da frequência em que ocorreram as respostas similares a um mesmo

questionamento, as representações foram agrupadas em categorias que serviram para

melhor organizar os dados.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Após o processo de leitura e releitura dos dados, construímos 4 categorias que

organizam o pensamento, os conceitos e as ideias dos sujeitos do estudo. São elas:

“O lixo e a sujeira contribuem para o aparecimento da dengue”; “A água da Vala da

Macaúba traz dengue para nós”; “A prevenção da dengue”; “Representações sobre o

tratamento da dengue”.

3.1 O Lixo e a Sujeira contribuem para o aparecimento da dengue

Machado et al (2009, p.23) considera que “ o lixo (embalagens descartáveis e

pneus expostos ao tempo) são grandes criadouros e responsáveis pelo aumento da

densidade vetorial...”

As representações sociais sobre a relação do lixo com a transmissão da dengue

foi objeto desta terceira categoria. O discurso coletivo foi enfático ao associar o lixo e a

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sujeira ao ciclo da doença. Os moradores percebem a relação do lixo como fonte de

acúmulo de água e fator de atração para o mosquito.

“É lançado muito lixo sugestivo tipo copo descartável, casca de coco, casca de

ovo e sempre fica água...através desses lixos lançados na rua surgem vários insetos que

são nocivos a nossa saúde”(E4)

“...Mas as pessoas contribuem, pois passam e jogam o lixo em qualquer lugar, e

aí é um foco”(E11)

“Com certeza. Esgoto a céu aberto, a água fica completamente parada, muito

lixo, pneus, garrafas, coisa plástica”(E16)

O registro de imagens na área de estudo demonstra que o discurso condiz com a

realidade dos moradores. A figura 1 mostra a presença de lixo acumulado na Vala da

Macaúba. Claramente, observamos a presença de entulhos e lixo que podem acumular

água e ser foco para o Aedes aegypti.

Figura 1: Lixo e entulho acumulado nas margens da Vala

Fonte: Nery, 2013

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O Lixo contribui para o surgimento da dengue por que com ausência de destino

adequado ocorre a proliferação de criadouros potenciais do Aedes aegypti, ou seja,

depósitos improvisados para água potável e recipientes em que a água é acumulada,

constituídos principalmente por latas, plásticos, pneus e garrafas usadas.

O Ministério da Saúde orienta que uma das medidas que devem ser adotadas para se

evitar a dengue é a eliminação dos locais de reprodução do mosquito, nesse sentido o

lixo tem sua importância na medida em que “ o acúmulo de lixo e de detritos em volta

das casas pode servir como meio de coleta de água de chuva. As pessoas devem evitar

tal ocorrência e solicitar sua remoção pelo serviço de limpeza pública.” (BRASIL,

2013)

3.2 “A água da Vala da Macaúba traz a dengue para nós”

Na quarta categoria “A água da vala da Macaúba traz a dengue para nós”, os moradores

foram questionados se existia relação entre a vala da Macaúba e a dengue, e como

ocorria tal relação. O discurso predominante relacionou a dengue à água da Vala da

Macaúba, principalmente no que diz respeito ao fato de a água ser parada.

“... Eu acredito que ai deve ter bastante, é o tempo essa água empossada.”(E1)

“Tem sim, apesar dela não gostar muito de água suja, mas água fica

represada...” (E8)

“Transmite sim, pois é uma água parada...aí acumula mosquito da dengue.”

(E11)

“Eu acho sim... essa água fica parada.” (E15)

Os moradores demonstraram clareza neste aspecto tão importante na disseminação do

vetor. Compreenderam que a água parada, porém, não necessariamente limpa, atrai o

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mosquito e pode ser foco de transmissão. Este discurso está intimamente associado aos

programas governamentais de combate a dengue que orientam a população a tomar

medidas de prevenção, tais como não acumular lixo e não deixar água parada. Porém, o

modelo simplista das ações governamentais, em ampla difusão, de combate a dengue se

resume muitas vezes à produção de informações pelos órgãos centralizados de saúde.

Tais como: acabar com os depósitos de água parada e não acumular lixo em área

peridomiciliar. Oliveira et al (2001, p. 79).

O desafio que se impõe, contudo, no caso específico da Vala da Macaúba, está além

dos esforços da população nas ações de prevenção; a água da vala está exposta e cria

condições de ser foco do mosquito da dengue, devendo o poder público minimamente

cobrir toda extensão do Canal para, fatalmente, diminuir o foco do agente transmissor.

3.3 A prevenção da dengue

Nesta categoria os entrevistados discorreram sobre o que entendiam de

prevenção da dengue:

“... Não deixar água parada... fechar caixa, cisternas...” (E2)

“...Não deixar água parada, objetos que possam reservar água, acumular

água.” (E4)

“...Lavar o tanque, não deixar pneus expostos à água” (E5)

“...O tanque tem que ser lavado...” (E7)

“...Colocar garrafas de cabeça para baixo, e vê se não tem água parada em

planta” (E16)

A melhor forma de evitar a dengue é combater os focos de acúmulo de água, locais

propícios para a criação do mosquito transmissor da doença. Para isso, é importante não

acumular água em latas, embalagens, copos plásticos, tampinhas de refrigerantes, pneus

velhos, vasinhos de plantas, jarros de flores, garrafas, caixas d´água, tambores, latões,

cisternas, sacos plásticos e lixeiras, entre outros.

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Combater o foco é primordial para se precaver da dengue, nesse sentido, os moradores

representam de forma clara sobre a importância desta prática. A população conscientiza-

se de suas responsabilidades na medida em que o poder público, por meio dos agentes

de saúde, fazem as visitas regularmente nas residências fazendo a vigilância

entomológica. Este contato e diálogo é fundamental na compreensão da redução do

número de foco do mosquito.

Por não se dispor de vacina, a prevenção primária do dengue só pode realmente ser

efetivada nas áreas sob risco quando a vigilância entomológica ou o combate ao vetor

antecede a introdução do vírus. Quando a circulação de um ou mais sorotipos e uma

região já está estabelecida, as medidas de combate ao vetor e a vigilância

epidemiológica da doença têm baixa efetividade e os órgãos responsáveis pela

prevenção do dengue enfrentam uma série de dificuldades técnico-científicas e

operacionais, relacionadas à complexidade epidemiológica dessa doença.

(TEIXEIRA,1999)

3.4 Representações sobre o tratamento da dengue

Na sexta categoria, “representações sobre o tratamento da dengue”, foi feita a seguinte

pergunta :“ Você já teve Dengue? Que cuidado tomou para se curar?” sugiram varias

repostas, que levaram essa categoria se dividir em duas subcategorias:

“médico/hospital”, “automedicação”.

Sabe-se que essa doença pode variar da clássica à hemorrágica, sendo a clássica mais

branda do que a hemorrágica, que pode até causar a morte do doente, sendo que as

pessoas que já tiveram dengue tem maior probabilidade de desenvolver o tipo

hemorrágico em uma segunda vez.

Na subcategoria: “médico/hospital” foi observado que alguns dos moradores

entrevistados entendem que o melhor a fazer ao sentir sintomas de suspeita de dengue é

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procurar o posto de saúde mais próximo para obtenção de tratamento correto, já que o

médico é o profissional mais adequado para fazer o diagnóstico da doença, desse modo

sugiram as seguintes afirmações ditadas pelos moradores:

“Fui ao médico, no Socorão, fui medicada e voltei pra casa” (E1)

“Procurar o posto de saúde, o especialista...” (E5)

“Procurar hospital, tomar remédio certo...” (E9)

“...De imediato ele foi logo ao hospital”(E17)

Singhi et al. (2007, p.27) destaca que o tratamento da dengue na fase febril é

sintomático. A febre é tratada com paracetamol . Os salicilatos e outros

antiinflamatórios não-esteróides devem ser evitados, pois predispõem ao indivíduo o

sangramento das mucosas. Lenzi (2004, p.348) afirma que, relativos ao tratamento da

dengue clássica, não existe nenhum específico. É recomendável repouso e ingestão

abundante de líquido. O tratamento é referente aos sintomas. Para dores e febre, deve-se

evitar a ingestão de medicamentos compostos por ácido acetil salicílico (AAS), que têm

ação anticoagulante.

De um modo geral, os moradores da Vala da Macaúba reconhecem a importância de se

procurar um atendimento especializado/hospital para tratar-se da doença. Este cuidado

pode está relacionado ao perigo real de morte proporcionado pela doença.

Em contra partida na subcategoria “automedicação” os entrevistados não procuram o

posto de saúde e automedicaram-se, mas sabe-se que algumas medicações podem

interferir com a coagulação, medicamentos que contenham ácido acetilsalisílico (AAS,

Aspirina, Buferin, Melhoral, Doril, etc.) estão formalmente contra indicados, pois seu

uso pode favorecer o aparecimento de manifestações hemorrágicas, porém a maioria

afirmou ter tomado tylenol, esta afirmação está presente nas seguintes falas:

“ ...Ela tomou medicação lá na casa da minha mãe” (E6)

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“...O único remédio que tem é tylenol...Fiquei em casa mesmo” (E8)

“...As pessoas vem aqui pra comprar remédio....eu vendo tylenol” (E12)

“ No início eu tentei medicar....minha filha menor com tylenol, mas depois eu

levei ela no médico pois fiquei com medo” (E13)

O hábito da auto medicação ainda persiste no cotidiano dos sujeitos do estudo relativos

ao tratamento da dengue. Esta prática representa um perigo para a saúde e não coaduna

com as medidas corretas para a cura da enfermidade. O tylenol (paracetamol) é o

medicamento usado pela população pesquisada no combate aos sintomas da doença. A

prática da auto medicação é comum entre os brasileiros e, no caso específico da dengue,

pode está relacionada com a coincidência dos sintomas relativos a outras doenças como

a gripe. Mesmo que esteja tomando a medicação correta, a população não sabe sobre o

perigo de altas dosagens de um determinado medicamento e se arrisca quando utiliza

essa prática.

O uso indiscriminado de medicamentos pela população sem orientação médica é uma

realidade que permeia nossa sociedade. A falta de uma política pública de saúde

esclarecedora e eficaz, no que diz respeito aos riscos da automedicação, para o

tratamento da dengue reflete as práticas adotadas pelos moradores da Vala da Macaúba

quando se veem acometidos pela doença.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A saúde humana é permeada por aspectos biológicos, físicos e sócio econômicos que

interagem e são indissociáveis. No meio ambiente urbano, estas interações se mostram

mais evidentes e refletem o modo de vida das populações e sua influência na saúde. O

processo de urbanização brasileira, em sua ampla maioria, não foi acompanhado de um

planejamento adequado; alia-se a isso, na sociedade de consumo, a grande produção de

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resíduos sólidos sem destino adequado que formam um ambiente propício para o

desenvolvimento de vetores transmissores de doenças como a dengue.

A dengue é uma doença de amplo alcance no território brasileiro estando presente nas

27 unidades da federação e somente no estado do Maranhão, em 2013, já foram

registrados mais de 1000 casos da doença. A Vala da Macaúba, localizada no Bairro da

Areinha, é canal sanitário aberto e foco de vetores e doenças como a dengue.

Compreender os processos de saúde- doença, tendo a população localizada próxima a

Vala a oportunidade para se expressar e conhecer seu mapa conceitual a respeito da

dengue à luz das representações sociais foi o objetivo deste trabalho. O estudo das

entrevistas, a partir da técnica da análise do discurso e análise do conteúdo nos permitiu

criar 4 categorias que organizam o pensamento dos moradores sobre o tema em questão:

“O lixo e a sujeira contribuem para o aparecimento da dengue”, “A água da Vala da

Macaúba traz a dengue para nós”, "A prevenção da Dengue” e “Representações sobre o

tratamento da dengue”. De uma maneira geral, a população conhece a doença,

principalmente no que diz respeito à sua periculosidade e letalidade. Estabelece a

importante relação da água no ciclo de transmissão e, apesar de não representar

especificamente qual vetor responsável pela transmissão, tem a compreensão de que “se

pega” pela picada de um mosquito. O moradores também associaram o lixo e a sujeira

como fonte de atração desses vetores e afirmam que a água da Vala da Macaúba

contribui para a proliferação da dengue na localidade. Os sujeitos do estudo

demonstraram conhecimento sobre os métodos de prevenção, amplamente preconizados

pelos órgão centrais de saúde. No que diz respeito ao tratamento, a população mostrou

saber a importância de se procurar um tratamento adequado via posto de saúde e/ou

hospital, mas há aqueles que também tem a postura da auto medicação no tratamento da

doença.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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