administração de empresas: administrando que...

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Administração de Empresas: administrando que empresa? 1 Roberto M. Tomaoka 1. Introdução O curso de Administração de Empresas é o terceiro que mais forma profissionais no Brasil (depois dos cursos de Direito e Pedagogia), e por ano, aproximadamente 35 mil novos administradores de cerca de 2 mil cursos entram no mercado de trabalho. Entram? Respondendo à pergunta sobre o que farão os portadores de um bacharelado em administração, Bertero (2003) responde: “quase tudo, menos administrar”. A maioria não ocup a cargos administrativos, que são ocupados por outros profissionais, principalmente engenheiros no caso da indústria, mas muitos outros são utilizados, como químicos, físicos, economistas. Pode-se então indagar: o que acontece? Uma das hipóteses diz respeito à visão da empresa: qual empresa deve ser administrada? A típica empresa do século XX, burocrática, weberiana ou alguma das inúmeras "tendências" que são tão exploradas pelos gurus gerenciais, “desesperadamente procurando novidades” (Nohria & Eccles, 1992)? Uma breve leitura dos livros-textos sugeridos para o curso de Administração de Empresas pelo Conselho Federal de Administração (CFA) em seu site ( www.cfa.org.br ). indica uma significativa distância entre teoria e realidade A empresa geralmente aparece como algo abstrato, muitas vezes idealizada ou simplificada. E embora tentem dar uma conotação de modernidade, a maioria dos autores fica só na intenção e no título, oferecendo um retrato muito pobre do objeto a ser administrado. E partindo dessa premissa falha, o que se pode esperar (e cobrar) desses profissionais? Considerando a situação descrita acima, este trabalho tem por objetivo analisar o ensino de Administração de Empresas a partir das diretrizes dos órgãos responsáveis (Ministério da Educação, Conselho Federal de Administração) e dos livros-textos, verificando se existe correlação com uma visão mais abrangente das empresas, como abordada pela atual Teoria das Organizações. A partir daí, sugerir possíveis caminhos para um aprimoramento do ensino. 1 Trabalho para a Disciplina Teoria das Organizações, do programa de pós-graduação Engenharia de Produção UFSCar.

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Administração de Empresas: administrando que empresa?1

Roberto M. Tomaoka

1. Introdução

O curso de Administração de Empresas é o terceiro que mais forma profissionais no

Brasil (depois dos cursos de Direito e Pedagogia), e por ano, aproximadamente 35 mil novos

administradores de cerca de 2 mil cursos entram no mercado de trabalho. Entram?

Respondendo à pergunta sobre o que farão os portadores de um bacharelado em

administração, Bertero (2003) responde: “quase tudo, menos administrar”. A maioria não ocupa

cargos administrativos, que são ocupados por outros profissionais, principalmente engenheiros

no caso da indústria, mas muitos outros são utilizados, como químicos, físicos, economistas.

Pode-se então indagar: o que acontece?

Uma das hipóteses diz respeito à visão da empresa: qual empresa deve ser

administrada? A típica empresa do século XX, burocrática, weberiana ou alguma das inúmeras

"tendências" que são tão exploradas pelos gurus gerenciais, “desesperadamente procurando

novidades” (Nohria & Eccles, 1992)?

Uma breve leitura dos livros-textos sugeridos para o curso de Administração de

Empresas pelo Conselho Federal de Administração (CFA) em seu site ( www.cfa.org.br ).

indica uma significativa distância entre teoria e realidade A empresa geralmente aparece como

algo abstrato, muitas vezes idealizada ou simplificada. E embora tentem dar uma conotação de

modernidade, a maioria dos autores fica só na intenção e no título, oferecendo um retrato muito

pobre do objeto a ser administrado.

E partindo dessa premissa falha, o que se pode esperar (e cobrar) desses profissionais?

Considerando a situação descrita acima, este trabalho tem por objetivo analisar o

ensino de Administração de Empresas a partir das diretrizes dos órgãos responsáveis

(Ministério da Educação, Conselho Federal de Administração) e dos livros-textos, verificando

se existe correlação com uma visão mais abrangente das empresas, como abordada pela atual

Teoria das Organizações. A partir daí, sugerir possíveis caminhos para um aprimoramento do

ensino.

1 Trabalho para a Disciplina Teoria das Organizações, do programa de pós-graduação – Engenharia de Produção –

UFSCar.

2. O curso de Administração

De acordo com a legislação em vigor, a Resolução no. 2, de 4 de outubro de 1993, do

Ministério da Educação, que fixa os conteúdos mínimos do curso de graduação em

Administração (www.cfa.org.br), aproximadamente um terço do curso deve ser constituído pela

formação profissional.

Esquematicamente, temos:

O retângulo tracejado representa a formação profissional, específica da administração.

As disciplinas listadas do lado esquerdo definem a formação básica e instrumental, que dão

suporte a atuação do profissional. E considerando a Direção e o Ambiente, podemos visualizar

sem dificuldades a estrutura de uma empresa!

E a atuação do administrador dependerá significativamente do que ele enxerga como

empresa, visão que deve ser oferecida pela disciplina Teorias Administrativas ou Teorias da

Administração.

FINANÇASRECURSOS

PRODUÇÃORECURSOS

MAT./PATRIM.

HUMANOS

MARKETING

DIREÇÃO

OSMSISTEMA DE INFORMAÇÕESECONOMIA

DIREITO

MATEMÁTICA

ESTATÍSTICA

CONTABLIDADE

FILOSOFIA

PSICOLOGIA

SOCIOLOGIA

INFORMÁTICA

TEORIAS ADMINISTRATIVAS

AMBIENTE

2.1. Ementário básico da disciplina Teorias da Administração

Essa disciplina acaba recebendo diversas denominações: Teoria Geral da

Administração, Teorias Administrativas, Teorias da Administração, Teoria das Organizações

(Skora & Mendes, 2001).

Utilizarei neste trabalho a denominação utilizada pelo Conselho Federal de

Administração: Teorias da Administração (www.cfa.org.br)

Colocando em tópicos, tem-se:

Bases históricas;

Abordagens clássica, humanista e organizacional;

Novas configurações organizacionais;

Organização;

Planejamento;

Direção: comunicação, tomada de decisão, poder e autoridade;

Controle e coordenação;

As funções administrativas frente às novas tendências;

Sistemas organizacionais;

Organizações de aprendizagem;

Processos organizacionais;

Desempenho organizacional;

Estratégias organizacionais;

Relações interorganizacionais e ambiente;

Gestão organizacional frente aos novos paradigmas.

Esse ementário servirá de referência para as análises e comentários subseqüentes.

3. Análise dos livros-texto

Não se pretendia aqui esgotar o assunto. Foram utilizados apenas alguns dos autores

mais presentes na bibliografia básica de boa parte dos cursos de Administração do país:

Chiavenato, Idalberto. Administração nos novos tempos. Ed. Campus, 1999.

Certo, Samuel C. Administração moderna. Prentice Hall, 2003.

Daft, Richard L. Administração. LTC, 1999.

Maximiano, Antonio C.A. Introdução à administração. Atlas, 2000.

Maximiano, Antonio C. A. Teoria geral da administração. Atlas, 2002.

Silva, Reinaldo O. da. Teorias da administração. Pioneira-Thomson Learning, 2001.

Stoner, James A.F.; Freeman, R. Edward. Administração. LTC, 1999.

De uma maneira geral, as obras acima citadas satisfazem ao proposto pelo ementário

básico. Entretanto, aparentam resultar de colagens diversas, com assuntos sendo

acrescentados de acordo com a conveniência, sem uma efetiva reformulação geral. Assim,

conceitos antigos misturam-se com emergentes e estes últimos ainda aparecem com uma

superficialidade preocupante. Mantém-se no papel a atualidade requerida, mas se o principal

não é alterado, também não o é o ensino em si, principalmente por se distanciarem da

realidade do país: a maioria das empresas é micro ou de pequeno porte – segundo o IBGE, no

ano de 2000, 99,3% das empresas ocupam até 99 pessoas (IBGE, 2002) – e seriam

potencialmente os grandes absorvedores dos profissionais de administração.

Para facilitar a análise, o conteúdo das obras foi divido em cinco áreas ou segmentos:

I) A administração e o administrador

II) A evolução do pensamento administrativo

III) As organizações

IV) O processo administrativo

V) Tendências

3.1. A administração e o administrador

A idéia é apresentar e realçar a importância da área de conhecimento e do papel do

profissional. Para tanto, destacam a complexidade da função, seus inter-relacionamentos, os

níveis administrativos e as habilidades necessárias para desempenhar a função (Silva, 2001;

Chiavenato, 1999; Daft, 1999; Certo, 2003; Stoner, 1999; Maximiano, 2000). Mas este é o

ponto central: quantas empresas no Brasil podem apresentar tal configuração? Na mesma

estatística do IBGE citada acima, 96,6% das empresas ocupam até 9 pessoas! Somente

Maximiano, dos livros pesquisados, faz menção, embora sucinta, da complexidade

administrativa em função dos recursos empregados (Maximiano, 2002).

Aparentemente todos os autores buscam as mesmas fontes, mas os autores nacionais

deveriam observar melhor essa situação e abordar também as micro e pequenas empresas e

suas peculiaridades.

3.2. A evolução do pensamento administrativo

A abordagem é praticamente a mesma para os autores, o que é de se esperar, já que

são fatos históricos e muito documentados, principalmente a partir do século 20, considerado

como o marco da Administração como disciplina específica (Maximiano, 2000; Chiavenato,

1999; Stoner, 1999; Certo, 2003; Daft, 1999). Mas parece-me interessante retroceder mais no

tempo, até as grandes civilizações milenares, sem esquecer as contribuições dos militares, da

igreja católica e das organizações medievais, pois certamente não teriam florescido sem uma

eficiente administração. Silva (2001) e Maximiano (2002) abordam esses períodos.

Entretanto, as teorias administrativas são apresentadas em uma Linha do Tempo, e a

despeito de algumas advertências, levam a pensar na existência de uma descontinuidade, ou

seja, as teorias são substituídas à medida que surgem novas situações e mudanças de

paradigmas, o que não se consegue visualizar nas empresas: a estrutura burocrática, a divisão

do trabalho, a comunicação vertical e outras práticas ainda estão presentes nas organizações e

convivem lado a lado com as “modernidades”. Fala-se também em “Foco Digital” (Certo, 2003),

“Revolução Digital” (Maximiano, 2002), “Era da Informação”, “Administração no século XXI”

(Chiavenato, 1999), mas ignora-se os excluídos digitais (84,8% da população brasileira,

segundo dados de março de 2003 da FGV/IBGE ( www.fgv.br )). O profissional da

Administração vai se deparar com uma realidade bastante diferente da apresentada nos livros.

3.3. As organizações

Novamente observa-se nos textos um descompasso com a realidade. Alguns dos

aspectos abordados são Cultura, Mudanças Organizacionais, Diversificação, Responsabilidade

Social, quando para grande parte das organizações, o principal é sobreviver. No Brasil, de

cada 10 novas empresas criadas, 6,45 são fechadas (IBGE, 2002), e a maioria dessas

empresas não são devidamente retratadas.

A idéia não é ignorar os aspectos acima, mas também explorar o “outro lado”, o que

possibilitaria uma atuação mais adequada e ampla do profissional. Ele estaria preparado para

encontrar organizações centradas na figura do fundador, sem infra-estrutura, sem sistema de

informações, sem procedimentos estabelecidos ou qualquer documentação. Ou seja, para

enfrentar esse caos, precisa-se fornecer ferramentas que possibilitem uma atuação com

recursos limitados.

3.4. O processo administrativo

Este parece ser uma das grandes contribuições do pensamento clássico. Desde o

trabalho de Fayol, praticamente nada mudou. A despeito de algumas rotulagens diferentes,

como Direção tornando-se Liderança (Maximiano, 2000; Daft, 1999; Stoner, 1999) ou Influência

(Certo, 2003), basicamente são colocados os mesmos conceitos. Este é um dos pontos que

podem levar a enganos. Coloca-se Fayol exclusivamente na Escola Clássica, ou seja, algo que

ficou no passado, mas pelos textos, ele permanece presente em todas as teorias. A única

exceção entre os livros consultados foi encontrada em Maximiano (2002). Em sua obra, ele

aborda a questão sob o título Evolução da escola do processo administrativo2, mas de uma

maneira tão sumária que não possibilita uma melhor compreensão, e ainda agravado por estar

no capítulo destinado à Escola Clássica. Chiavenato (1999) apresenta uma comparação entre

as visões do processo administrativo de autores clássicos e neoclássicos3, mas citando

somente os rótulos, sem explorar o seu significado.

3.5. Tendências

Este talvez seja o ponto mais crítico das obras. Necessita-se citar as palavras-chave

adequadas, que evidenciem modernidade, atualização, mesmo que se percam no vazio.

Globalização, Responsabilidade Social, Administração Participativa, Realidade Virtual,

Organização que Aprende, etc.

O problema é que esses tópicos são colocados no final do texto, como novidades ou

tendências que devem nortear o profissional, mas sem mostrar como, pois o processo

administrativo, baseado nos antigos paradigmas, já foi explorado nos capítulos anteriores. E na

maioria dos casos não são tendências. São realidades presentes para as empresas mais

desenvolvidas e estruturadas mas distantes para as pequenas e iniciantes. Os conceitos

precisam conviver lado a lado, porque têm aplicações específicas para cada estágio atingido

pelas empresas.

3.6. Uma outra abordagem

É inegável a influência da escola americana sobre o pensamento administrativo no

Brasil. Também é inegável a qualidade de sua produção científica. Mas corre-se o risco de

absorver resultados distantes de nossa realidade, derivados de pressões e situações muitas

2 Maximiano, A. C. A. Teoria Geral da Administração. Ed. Atlas, São Paulo, 2002, pág. 102.

3 Chiavenato, I. Administração nos novos tempos. Ed. Campus, São Paulo, 1999, figura 2.5, pág, 49.

vezes não encontradas por aqui. A ascensão do modelo japonês, a reação dos países da Zona

do Euro e mesmo a idéia de revolução e mudança inserida na entrada de um novo século (e no

caso, milênio também) provocaram, nos Estados Unidos, uma procura desesperada por

soluções rápidas para os desafios administrativos e que combinado com o oportunismo dos

gurus gerenciais, resultou em uma grande proliferação de técnicas, filosofias e prescrições

(Noriah e Eccles, 1992). E DiMaggio (2001) ainda observa que para alguns autores, as

organizações estão mudando tão drasticamente que até a invenção de novas palavras se torna

necessária. Mas também observa que as soluções mostram-se muito diversas e contraditórias.

Voltamos ao ponto: que empresa administrar?

Talvez a resposta possa ser dada pela Teoria das Organizações.

4. A teoria das organizações

Apesar de contestada por muitos, colocada como impraticável, essencialmente

acadêmica ou ainda extremamente difícil para aqueles que não estudaram Ciências Sociais

(Hatch, 1997), a Teoria das Organizações poderia minimizar os problemas encontrados nas

obras analisadas.

Uma melhor compreensão das organizações em seus diversos estágios permitiria

elaborar abordagens mais adequadas a cada situação, sem rotular práticas usuais como

retrógradas ou anacrônicas.

Hatch, em seu livro Organization Theory (Hatch, 1997), cita a conhecida parábola do

Elefante Gerencial, na qual cegos são incapazes de identificar um elefante devido à falta do

conhecimento do todo. Ela coloca a parábola para justificar a existência das perspectivas que

ela aborda: moderna, simbólico-interpretativa e pós-moderna. Mas poderíamos estender a

idéia, pois existem também diversos tipos de “elefantes”: africano, asiático, pigmeu da Malásia,

que seriam equivalentes aos diversos tipos de organizações.

Muitas vezes nos comportamos como os cegos da parábola e simplesmente deixamos

de enxergar muitas coisas. Em Imagens da organização, Morgan nos oferece uma ferramenta

para “questionar e transformar seu modo de pensar sobre a organização e a administração”

(Morgan, 2000) – as imagens ou metáforas – que permitem “... ler as organizações de

diferentes perspectivas e desenvolver estratégias de ações consistentes com as visões ...”.

Assim, as organizações poderiam ser vistas como máquinas, organismos, cérebros,

cultura, política, prisões psíquicas, fluxo e transformação; instrumentos de dominação. Essas

oito metáforas representam diferentes visões parciais, que se complementam e também se

contradizem, a fim de oferecer uma visão mais abrangente da situação. É como o jardim do

mosteiro Zen de Ryoanji, do século XV, nas imediações de Kyoto, no Japão. Quinze pedras

erguem-se num mar de cascalho, aparentemente simples e sem atrativos, mas as pedras são

arranjadas de maneira que não importa a posição do observador, uma delas sempre fica

escondida. Não se permite a visão total, forçando a adoção de outros posicionamentos e que

levam a novas descobertas ou imagens (Hall, 1981). Para Morgan, com as organizações

acontece o mesmo. Ao ignorar outras vistas, ignora-se também aspectos fundamentais (a

pedra escondida). É interessante observar aqui que dos livros-texto analisados, somente

Maximiano (2002) faz referência a Morgan, mas simplesmente apresentando as imagens, sem

discussões ou comentários adicionais. A essência das idéias de Morgan não é apresentada,

resultando em uma informação superficial, sem muita utilidade para o leitor, ou ainda pior,

podendo levar a crer que são estanques, dissociadas umas das outras.

É essa visão abrangente proporcionada pela Teoria das Organizações que deveria ser

abordada no ensino de Administração. Assim, os modelos de organizações estariam

relacionados à problemática principal e não ao “modelo atual” ou à “última tendência”.

5. Uma proposta

Propor uma abordagem para a disciplina Teorias da Administração é um grande

desafio. Ementas e conteúdos programáticos são definidos baseados nos materiais existentes

e consagrados, mas a idéia não é uma revolução ou ruptura total. Pretende-se apenas oferecer

melhores condições para os novos profissionais da administração, complementando a visão

das organizações e das teorias administrativas, sem a visão “compartimentada” e “estanque” e

também considerando as especificidades do caso brasileiro.

5.1. Além da linha do tempo.

O pensamento administrativo na maioria das obras consultadas aparece como uma

sucessão de teorias. Essa colocação pode dar a entender que as teorias foram substituídas,

quando na verdade elas permanecem presentes.

Por exemplo, as “linhas de desmontagem” dos frigoríficos, que segundo a lenda, foi a

fonte de inspiração de Ford para a criação de suas linhas de montagem, é um exemplo de

divisão do trabalho; uma típica Universidade Pública, serve de estudo de caso da burocracia

weberiana; já uma softwarehouse, incorpora muitos aspectos tidos como inovadores, como

trabalho à distância, learning organization, gestão participativa, etc., e todas convivem no

presente.

Reed (1999), apresenta (ver tabela abaixo) um interessante agrupamento das

perspectivas teóricas relacionando-as

“... acopladas a esquemas interpretativos distintos, e às

problemáticas trabalhadas dentro dos respectivos contextos.

Assim, em vez de equacionar a história da teorização

organizacional numa visão histórica linear – designativo de

escolas que surgem em seqüência e são tão presentes na

maioria dos livros utilizados em nosso meio –, Reed os

classifica em perspectivas cujo esquema de análise acentua

racionalidade, integração, mercado, poder, conhecimento ou

justiça e com problemáticas cujo foco concentrava-se,

respectivamente, em questões de ordem, consenso,

liberdade, dominação, controle e participação”

(Fachin e Rodrigues, 1999).

Narrativas analíticas em análise organizacional

Modelo de metanarrativa interpretativa

Problemática principal

Perspectivas ilustrativas / exemplos Transições contextuais

racionalidade Ordem Teoria das Organizações clássica, administração científica, teoria da decisão, Taylor, Fayol, Simon

de Estado guarda-noturno a Estado industrial

Integração Consenso Relações Humanas, neo-RH, funcionalismo, teoria da contingência/sistêmica, cultura corporativa, Durkheim, Barnard, Mayo, Parsons

de capitalismo empresarial a capitalismo do bem-estar

Mercado Liberdade Teoria da firma, economia institucional, custos de transação, teoria da atuação, dependência de recursos, ecologia populacional, Teoria Organizacional liberal

de capitalismo gerencial a capitalismo neoliberal

Poder Dominação Weberianos neo-radicais, marxismo crítico-estrutural, processo de trabalho, teoria institucional, Weber, Marx

de coletivismo liberal a corporativismo negociado

Conhecimento Controle Etnométodo, símbolo/cultura organizacional, pós-estruturalista, pós-industrialista, pós-fordista/moderno, Foucault, Garfinkel, teoria do ator-rede

de industrialismo/modernidade a pós-industrialismo/pós-modernidade

Justiça Participação Ética de negócios, moralidade e OB, democracia industrial, teoria participativa, teoria crítica, Habermas

de democracia repressiva a democracia participativa

Fonte: Reed, 19994

Outra abordagem interessante é apresentada por Hatch (1997), que coloca as múltiplas

perspectivas da Teoria das Organizações em quatro campos: Clássico, Moderno, Simbólico-

Interpretativo e Pós-moderno. Essas perspectivas e suas fontes de inspiração são mostradas

na figura abaixo, e apesar de colocadas cronologicamente, não representam sucessões, mas a

evolução cumulativa do pensamento organizacional e favorece a identificação das

organizações segundo seu foco central.

4 Reed, M. Teorização organizacional: um campo historicamente contestado. In: Handbook de estudos

organizacionais, vol 1, pp.65.

Fonte: Hatch (1997)5

A tabela abaixo relaciona cada perspectiva com o seu foco central, métodos e

resultados esperados:

Perspectiva Foco central Método Resultado

Clássica Os efeitos da organização na sociedade

Gerenciamento da organização

Observação e análise histórica

Reflexão pessoal baseada na experiência

Tipologias e “frameworks" teóricos

Prescrições de práticas administrativas

Moderna A organização através medidas “objetivas”

Medições descritivas Correlação entre

medições padronizadas

Estudos comparativos Análises estatísticas

multivariáveis

Simbólico-

interpretativa

Organização através de percepções “subjetivas”

Observação participativa

Intervenção etnográfica

Textos narrativos tais como estudos de caso e etnografias organizacionais

Pós-moderno Teoria das organizações e práticas de teorização

Desconstrução crítica de práticas de teorização

Reflexivity e reflexivity accounts

5 Hatch, M. J. Organization Theory: modern, symbolic and postmodern perspectives, 1997.

MODERNACLÁSSICA INTERPRETATIVASIMBÓLICO-

PÓS-MODERNA

Adam Smith (1776)Karl Marx (1867)Emile Durkheim (1893)F.W.Taylor (1911)Henri Fayol (1919)Max Weber (1924)Chester Barnard (1938)

Ludwig von Bertalanffy (1968)Melville Dalton (1959)James March (1958)Alfred Gouldner (1954)Talcott Parsons (1951)Herbert Simon (1945-1958)

Paul Ricoeur (1981)William Foote Whyte (1943)Erving Goffman (1971)Clifford Geertz (1973)Thomas Luckmann (1966)Phillip Selznick (1948)Alfred Schutz (1932)

Kenneth Burke (1954)Ferdinand de Saussure (1959)Roland Barthes (1972)Vladimir Propp (1828)

Jean Baudrillard (1988)Richard Rorty (1989)Jean-François Lyotard (1984)Mikhail Bakhtin (1981)Jacques Derrida (1978/80)Charles Jencks (1977)Michel Foucault (1972/73)

Estudos CulturaisTeoria Literária

Teoria Pós-estruturalistaArquitetura Pós-moderna

LinguísticaSemiótica

Antropologia CulturalAntropologia Social

Sociologia IndustrialBiologia-Ecologia

Ciência PolíticaSociologia

EngenhariaEconomia

1990's1950's1900's 1980's

Folclore

FONTES DE INSPIRAÇÃO PARA A TEORIA DAS ORGANIZAÇÕES

5.2. Identificação das características ainda presentes nas organizações

Complementando o item anterior, seria interessante que fosse ressaltada a

permanência de muitas das prescrições estabelecidas pelas teorias ao longo do tempo. É

essencial que se fale de Weber, Taylor, Fayol e outros teóricos do passado, mas facilmente

podemos reconhecer suas idéias nos procedimentos atuais.

Além dos já citados frigoríficos e universidades, não podemos esquecer as instituições

financeiras, a indústria automobilística (em essência, ainda fordista!), e um sem número de

organizações nas quais muitas das idéias tidas como ultrapassadas ainda permanecem. As

perspectivas se acumulam e influenciam uma às outras (Hatch, 1997).

5.3. Trabalhar com a perspectiva contemporânea da Teoria das Organizações

Como colocado no título, a perspectiva é contemporânea e não uma “tendência”. A

transferência dos resultados das pesquisas acadêmicas deve ser mais rápida e consistente do

que se pôde verificar no material disponível.

Não é objeto deste trabalho elaborar uma revisão bibliográfica sobre o assunto. As

perspectivas teóricas são apresentadas sucintamente a seguir, mas são indicadas algumas

referências para um aprofundamento do tema.

5.3.1. Ecologia populacional

Os ecólogos organizacionais buscam explicações para a diversidade organizacional,

focalizando as motivações para as taxas de fundação e fracasso, criação e morte de

populações organizacionais, enfatizando processos de seleção ambiental (Baum, 1999).

A premissa básica é que as organizações não conseguem definir previamente se

alguma mudança será bem sucedida e/ou rápida o suficiente para lidar com um ambiente

instável e dinâmico. O foco então não é a capacidade de adaptação, que se torna uma loteria,

mas a criação de novas organizações, o desaparecimento de outras e a permanência daquelas

cujas estruturas já se mostravam mais adequadas ao ambiente (Baum, 1999).

Leituras complementares:

Baum, J. A. C. Ecologia organizacional. In: Clegg, S. R. et al. (org.). Handbook

de estudos organizacionais, vol 1. São Paulo: Atlas, 1999.

Hatch, M.J. Organization theory: modern, symbolic and postmodern

perspectives. Oxford University Press, 1997.

5.3.2. Teoria da dependência de recursos

A teoria parte do princípio que as organizações dependem de recursos escassos,

fornecidos e controlados pelo ambiente em que estão inseridas.

Essa dependência externa cria condições para que o ambiente restrinja as ações das

organizações.

E compreender o mecanismo de ação permite que os administradores identifiquem as

fontes de influência e descubram meios para combate-las ou evita-las (Hatch, 1997).

Leituras complementares:

Pfeffer, J.; Salancik, G. The external control of organizations. Harper & Raw,

1982.

Fligstein, N. The transformation of corporate control. Harvard University Press,

1990.

Hatch, M.J. Organization theory: modern, symbolic and postmodern

perspectives. Oxford University Press, 1997.

5.3.3. Contingência estrutural

Essa linha de pesquisa estuda como as estruturas organizacionais respondem aos

fatores contingenciais, tais como estratégia, tamanho, incerteza com relação às tarefas e

tecnologia (Donaldson, 1999).

Assim, espera-se identificar o fator ou fatores aos quais a estrutura organizacional

precisa se adequar ou adaptar, a fim de tornar-se efetiva (Donaldson, 1999).

Leituras complementares:

Donaldson, Lex. Teoria da contingência estrutural. In: Clegg, S. R. et al (org.),

Handbook de estudos organizacionais, vol 1. São Paulo: Atlas, 1999.

Sobre a tecnologia como fator contingencial:

Hatch, M.J. Organization theory: modern, symbolic and postmodern

perspectives. Oxford University Press, 1997.

Thomas, R. J. What machines can’t do: politics and technology in the industrial

enterprise. Berkeley: University of California Press, 1994.

5.3.4. Nova economia industrial

A perspectiva econômica tem sido bastante valorizada nas análises organizacionais,

principalmente na escola americana, contrapondo-se à posição dos gerentes. Assim, as

pesquisas centram-se não nos custos de produção, mas nos custos de transação bem como

nas formas que governam essas transações.

É um campo fértil que tem ampliado sua influência e importância no meio acadêmico,

através dos conceitos de “valorização dos shareholders” e “governança corporativa”, entre

outros.

Leituras complementares:

Grün, R. Modelos de empresa, modelos de mundo: sobre algumas características

culturais da nova ordem econômica e da resistência a ela. In: Revista Brasileira de

Ciências Sociais, v14, n41, out 1999.

Guillén, M. F. Corporate governance and globalization: is there convergence across

countries? Advances in international comparative management, 2000.

Williamson, O. E. Transaction cost economics and organization theory. In: Smelser,

N. J. & Swedberg, R. The handbook of economic sociology. Princeton University

Press, 1995.

Perrow, C. Economic theories of organization. In S. Zukin & P. Dimaggio (eds.).

Structures of Capital. Cambridge University Press, 1990.

5.3.5. Novo institucionalismo

A teoria institucional procura responder a questões como: “por que diferentes

organizações, operando em diferentes ambientes, são freqüentemente tão similares em suas

estruturas?” (Tolbert & Zucker, 1994), ou “por que as organizações surgem, tornam-se estáveis

ou são transformadas?” (Fliegstein apud Sacomano Neto & Truzzi, 2002).

Para seus estudiosos, a resposta está em considerar as organizações como

instituições, que segundo Scott (1995) “... consistem de estruturas cognitivas, normativas e

regulativas e atividades que forneçam estabilidade e sentido para o comportamento social”

Leituras complementares:

Hatch, M.J. Organization theory: modern, symbolic and postmodern

perspectives. Oxford University Press, 1997.

Meyer, J. W. & Rowan, B. Institutionalized organizations: formal structure as

myth and ceremony. In: Powell, W. W. & DiMaggio, P. The new institutionalism in

organizational analysis. University of Chicago Press, 1991.

Scott, W. R. Institutions and organizations. SAGE Publications, 1995.

Tolbert, P. S. & Zucker, L. G. A institucionalização da teoria institucional. In:

Clegg et al (org.). Handbook de estudos organizacionais, vol. 1, Atlas, 1999.

Zucker, L. G. Where do institutional patterns come from? Organizations as actors

in social systems. In: Zucker, L. G. Institutional patterns and organizations:

culture and environment, Ballinger Pub Co., 1988.

5.3.5. Sumário das perspectivas teóricas

A tabela abaixo, sumariza as perspectivas teóricas abordadas neste item (Sacomano

Neto & Truzzi, 2002):

Caracterização de alguns elementos acerca das novas perspectivas teóricas

Nível de análise Principais variáveis Principais críticas Principais autores

Ecologia das Populações

População de organizações Nichos ecológicos

Variação, seleção e retenção de populações de organizações

Dificuldade de especificar a fonte de variação ambiental Ignoram os processos gerenciais

HANNAN & FREEMAN (1977) ALDRICH & PFEFFER (1976)

Dependência de Recursos

Interações ambientais Controles interorganizacionais

Fluxo de recursos Ação organizacional no ambiente

Limitação da ação organizacional O que dirige a ação gerencial

PFEFFER & SALANCIK (1978) PFEFFER (1972)

Contingência Estrutural

Fatores ambientais que condicionam a forma organizacional

Decisões estratégicas contingentes às pressões ambientais

Demasiada crença na capacidade adaptativa das organizações Dificuldade de apresentar respostas racionais às pressões internas e externas

WOODWARD (1965) THOMPSON (1967) BURNS & STALKER (1961)

Nova Economia Institucional

Custos de transação e formas de governança

Intercâmbio de bens e serviços em um mercado livre

Negligentes quanto a estruturas e lutas de poder Interesses individuais e grupais derivados de uma estrutura de interesses

WILIAMSON (1996) NORTH (1994) WILIAMSON (1985)

Novo Institucionalismo

Como as organizações surgem, tornam-se estáveis e são transformadas Estruturação da ação e ordem de significado

Aspectos coercitivos, normativos e cognitivos

Determinismo institucional para a difusão das formas organizacionais Dificuldades de mensuração das variáveis

FLIEGSTEIN (1999) POWELL & DIMAGGIO (1991) SCOTT (1995)

Fonte: Sacomano Neto & Truzzi (2002)6

6 Sacomano Neto & Truzzi. Perspectivas contemporâneas em análise organizacional. In: Gestão & Produção, v9, n1,

p.32-44, abr 2002.

5.4. Consideração da situação das empresas brasileiras

É preocupante que se tenha uma visão “mainstream”, esquecendo-se da maioria das

empresas estabelecidas no país.

Não se está sugerindo alterar o foco, mas considerar essa situação, apresentando-a ao

futuro profissional. Ele precisa ter consciência que o trabalho em grandes empresas,

estruturadas, com grande oferta de recursos pode nunca acontecer em sua vida como

administrador.

Portanto, um conhecimento adequado das empresas micro, pequenas e até mesmo

informais pode oferecer uma diferenciação que melhore sua empregabilidade.

5.5. Implicações para o ensino

A ampliação do enfoque (no caso, as típicas empresas brasileiras) e a utilização das

Teorias Organizacionais não devem trazer grandes preocupações, tanto para os que ministram

a disciplina quanto para os autores dos livros. É um campo do conhecimento com inúmeros

pesquisadores conceituados, tanto nacional como internacionalmente, como indicam as

referências utilizadas.

E as sugestões apresentadas neste trabalho são compatíveis com as diretrizes

estabelecidas pelos órgãos federais competentes. Apenas a noção de “tendência” não deveria

ser utilizada. É a visão de Nohria & Eccles (1992):

“Words may come and go, but action is always the managerial imperative”.7

Ou seja, minimizar a importância dos neologismos, dos modismos e trabalhar o

momento, o verdadeiro estado-da-arte, a realidade.

6. Conclusão

A partir dos livros-texto disponíveis no mercado e das diretrizes programáticas,

procurou-se analisar o ensino da administração, estabelecendo um fator-chave: uma

caracterização mais precisa da organização, que afinal é o objeto-fim do profissional a ser

formado.

7 “Palavras podem vir e ir, mas ação sempre é o imperativo gerencial”. In: Nohria, N. & Eccles, R.G. Beyond

the Hype: rediscovering the essence of management. Harvard Business Press, 1992, p.1.

Tanto as obras quanto as diretrizes apresentam restrições, que poderiam ser ao menos

minimizadas adotando-se uma abordagem um pouco mais local, preocupando-se com algumas

particularidades das empresas no Brasil e também focando ação e contemporaneidade e não

nomenclatura e futuro (incerto).

Finalmente, foram apresentadas algumas sugestões para o aprimoramento do ensino,

baseada na presente Teoria das Organizações, que respeitando as diretrizes curriculares

procuram oferecer uma formação mais completa e realista ao futuro profissional de

Administração de Empresas.

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