administração de empresas: administrando que...
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Administração de Empresas: administrando que empresa?1
Roberto M. Tomaoka
1. Introdução
O curso de Administração de Empresas é o terceiro que mais forma profissionais no
Brasil (depois dos cursos de Direito e Pedagogia), e por ano, aproximadamente 35 mil novos
administradores de cerca de 2 mil cursos entram no mercado de trabalho. Entram?
Respondendo à pergunta sobre o que farão os portadores de um bacharelado em
administração, Bertero (2003) responde: “quase tudo, menos administrar”. A maioria não ocupa
cargos administrativos, que são ocupados por outros profissionais, principalmente engenheiros
no caso da indústria, mas muitos outros são utilizados, como químicos, físicos, economistas.
Pode-se então indagar: o que acontece?
Uma das hipóteses diz respeito à visão da empresa: qual empresa deve ser
administrada? A típica empresa do século XX, burocrática, weberiana ou alguma das inúmeras
"tendências" que são tão exploradas pelos gurus gerenciais, “desesperadamente procurando
novidades” (Nohria & Eccles, 1992)?
Uma breve leitura dos livros-textos sugeridos para o curso de Administração de
Empresas pelo Conselho Federal de Administração (CFA) em seu site ( www.cfa.org.br ).
indica uma significativa distância entre teoria e realidade A empresa geralmente aparece como
algo abstrato, muitas vezes idealizada ou simplificada. E embora tentem dar uma conotação de
modernidade, a maioria dos autores fica só na intenção e no título, oferecendo um retrato muito
pobre do objeto a ser administrado.
E partindo dessa premissa falha, o que se pode esperar (e cobrar) desses profissionais?
Considerando a situação descrita acima, este trabalho tem por objetivo analisar o
ensino de Administração de Empresas a partir das diretrizes dos órgãos responsáveis
(Ministério da Educação, Conselho Federal de Administração) e dos livros-textos, verificando
se existe correlação com uma visão mais abrangente das empresas, como abordada pela atual
Teoria das Organizações. A partir daí, sugerir possíveis caminhos para um aprimoramento do
ensino.
1 Trabalho para a Disciplina Teoria das Organizações, do programa de pós-graduação – Engenharia de Produção –
UFSCar.
2. O curso de Administração
De acordo com a legislação em vigor, a Resolução no. 2, de 4 de outubro de 1993, do
Ministério da Educação, que fixa os conteúdos mínimos do curso de graduação em
Administração (www.cfa.org.br), aproximadamente um terço do curso deve ser constituído pela
formação profissional.
Esquematicamente, temos:
O retângulo tracejado representa a formação profissional, específica da administração.
As disciplinas listadas do lado esquerdo definem a formação básica e instrumental, que dão
suporte a atuação do profissional. E considerando a Direção e o Ambiente, podemos visualizar
sem dificuldades a estrutura de uma empresa!
E a atuação do administrador dependerá significativamente do que ele enxerga como
empresa, visão que deve ser oferecida pela disciplina Teorias Administrativas ou Teorias da
Administração.
FINANÇASRECURSOS
PRODUÇÃORECURSOS
MAT./PATRIM.
HUMANOS
MARKETING
DIREÇÃO
OSMSISTEMA DE INFORMAÇÕESECONOMIA
DIREITO
MATEMÁTICA
ESTATÍSTICA
CONTABLIDADE
FILOSOFIA
PSICOLOGIA
SOCIOLOGIA
INFORMÁTICA
TEORIAS ADMINISTRATIVAS
AMBIENTE
2.1. Ementário básico da disciplina Teorias da Administração
Essa disciplina acaba recebendo diversas denominações: Teoria Geral da
Administração, Teorias Administrativas, Teorias da Administração, Teoria das Organizações
(Skora & Mendes, 2001).
Utilizarei neste trabalho a denominação utilizada pelo Conselho Federal de
Administração: Teorias da Administração (www.cfa.org.br)
Colocando em tópicos, tem-se:
Bases históricas;
Abordagens clássica, humanista e organizacional;
Novas configurações organizacionais;
Organização;
Planejamento;
Direção: comunicação, tomada de decisão, poder e autoridade;
Controle e coordenação;
As funções administrativas frente às novas tendências;
Sistemas organizacionais;
Organizações de aprendizagem;
Processos organizacionais;
Desempenho organizacional;
Estratégias organizacionais;
Relações interorganizacionais e ambiente;
Gestão organizacional frente aos novos paradigmas.
Esse ementário servirá de referência para as análises e comentários subseqüentes.
3. Análise dos livros-texto
Não se pretendia aqui esgotar o assunto. Foram utilizados apenas alguns dos autores
mais presentes na bibliografia básica de boa parte dos cursos de Administração do país:
Chiavenato, Idalberto. Administração nos novos tempos. Ed. Campus, 1999.
Certo, Samuel C. Administração moderna. Prentice Hall, 2003.
Daft, Richard L. Administração. LTC, 1999.
Maximiano, Antonio C.A. Introdução à administração. Atlas, 2000.
Maximiano, Antonio C. A. Teoria geral da administração. Atlas, 2002.
Silva, Reinaldo O. da. Teorias da administração. Pioneira-Thomson Learning, 2001.
Stoner, James A.F.; Freeman, R. Edward. Administração. LTC, 1999.
De uma maneira geral, as obras acima citadas satisfazem ao proposto pelo ementário
básico. Entretanto, aparentam resultar de colagens diversas, com assuntos sendo
acrescentados de acordo com a conveniência, sem uma efetiva reformulação geral. Assim,
conceitos antigos misturam-se com emergentes e estes últimos ainda aparecem com uma
superficialidade preocupante. Mantém-se no papel a atualidade requerida, mas se o principal
não é alterado, também não o é o ensino em si, principalmente por se distanciarem da
realidade do país: a maioria das empresas é micro ou de pequeno porte – segundo o IBGE, no
ano de 2000, 99,3% das empresas ocupam até 99 pessoas (IBGE, 2002) – e seriam
potencialmente os grandes absorvedores dos profissionais de administração.
Para facilitar a análise, o conteúdo das obras foi divido em cinco áreas ou segmentos:
I) A administração e o administrador
II) A evolução do pensamento administrativo
III) As organizações
IV) O processo administrativo
V) Tendências
3.1. A administração e o administrador
A idéia é apresentar e realçar a importância da área de conhecimento e do papel do
profissional. Para tanto, destacam a complexidade da função, seus inter-relacionamentos, os
níveis administrativos e as habilidades necessárias para desempenhar a função (Silva, 2001;
Chiavenato, 1999; Daft, 1999; Certo, 2003; Stoner, 1999; Maximiano, 2000). Mas este é o
ponto central: quantas empresas no Brasil podem apresentar tal configuração? Na mesma
estatística do IBGE citada acima, 96,6% das empresas ocupam até 9 pessoas! Somente
Maximiano, dos livros pesquisados, faz menção, embora sucinta, da complexidade
administrativa em função dos recursos empregados (Maximiano, 2002).
Aparentemente todos os autores buscam as mesmas fontes, mas os autores nacionais
deveriam observar melhor essa situação e abordar também as micro e pequenas empresas e
suas peculiaridades.
3.2. A evolução do pensamento administrativo
A abordagem é praticamente a mesma para os autores, o que é de se esperar, já que
são fatos históricos e muito documentados, principalmente a partir do século 20, considerado
como o marco da Administração como disciplina específica (Maximiano, 2000; Chiavenato,
1999; Stoner, 1999; Certo, 2003; Daft, 1999). Mas parece-me interessante retroceder mais no
tempo, até as grandes civilizações milenares, sem esquecer as contribuições dos militares, da
igreja católica e das organizações medievais, pois certamente não teriam florescido sem uma
eficiente administração. Silva (2001) e Maximiano (2002) abordam esses períodos.
Entretanto, as teorias administrativas são apresentadas em uma Linha do Tempo, e a
despeito de algumas advertências, levam a pensar na existência de uma descontinuidade, ou
seja, as teorias são substituídas à medida que surgem novas situações e mudanças de
paradigmas, o que não se consegue visualizar nas empresas: a estrutura burocrática, a divisão
do trabalho, a comunicação vertical e outras práticas ainda estão presentes nas organizações e
convivem lado a lado com as “modernidades”. Fala-se também em “Foco Digital” (Certo, 2003),
“Revolução Digital” (Maximiano, 2002), “Era da Informação”, “Administração no século XXI”
(Chiavenato, 1999), mas ignora-se os excluídos digitais (84,8% da população brasileira,
segundo dados de março de 2003 da FGV/IBGE ( www.fgv.br )). O profissional da
Administração vai se deparar com uma realidade bastante diferente da apresentada nos livros.
3.3. As organizações
Novamente observa-se nos textos um descompasso com a realidade. Alguns dos
aspectos abordados são Cultura, Mudanças Organizacionais, Diversificação, Responsabilidade
Social, quando para grande parte das organizações, o principal é sobreviver. No Brasil, de
cada 10 novas empresas criadas, 6,45 são fechadas (IBGE, 2002), e a maioria dessas
empresas não são devidamente retratadas.
A idéia não é ignorar os aspectos acima, mas também explorar o “outro lado”, o que
possibilitaria uma atuação mais adequada e ampla do profissional. Ele estaria preparado para
encontrar organizações centradas na figura do fundador, sem infra-estrutura, sem sistema de
informações, sem procedimentos estabelecidos ou qualquer documentação. Ou seja, para
enfrentar esse caos, precisa-se fornecer ferramentas que possibilitem uma atuação com
recursos limitados.
3.4. O processo administrativo
Este parece ser uma das grandes contribuições do pensamento clássico. Desde o
trabalho de Fayol, praticamente nada mudou. A despeito de algumas rotulagens diferentes,
como Direção tornando-se Liderança (Maximiano, 2000; Daft, 1999; Stoner, 1999) ou Influência
(Certo, 2003), basicamente são colocados os mesmos conceitos. Este é um dos pontos que
podem levar a enganos. Coloca-se Fayol exclusivamente na Escola Clássica, ou seja, algo que
ficou no passado, mas pelos textos, ele permanece presente em todas as teorias. A única
exceção entre os livros consultados foi encontrada em Maximiano (2002). Em sua obra, ele
aborda a questão sob o título Evolução da escola do processo administrativo2, mas de uma
maneira tão sumária que não possibilita uma melhor compreensão, e ainda agravado por estar
no capítulo destinado à Escola Clássica. Chiavenato (1999) apresenta uma comparação entre
as visões do processo administrativo de autores clássicos e neoclássicos3, mas citando
somente os rótulos, sem explorar o seu significado.
3.5. Tendências
Este talvez seja o ponto mais crítico das obras. Necessita-se citar as palavras-chave
adequadas, que evidenciem modernidade, atualização, mesmo que se percam no vazio.
Globalização, Responsabilidade Social, Administração Participativa, Realidade Virtual,
Organização que Aprende, etc.
O problema é que esses tópicos são colocados no final do texto, como novidades ou
tendências que devem nortear o profissional, mas sem mostrar como, pois o processo
administrativo, baseado nos antigos paradigmas, já foi explorado nos capítulos anteriores. E na
maioria dos casos não são tendências. São realidades presentes para as empresas mais
desenvolvidas e estruturadas mas distantes para as pequenas e iniciantes. Os conceitos
precisam conviver lado a lado, porque têm aplicações específicas para cada estágio atingido
pelas empresas.
3.6. Uma outra abordagem
É inegável a influência da escola americana sobre o pensamento administrativo no
Brasil. Também é inegável a qualidade de sua produção científica. Mas corre-se o risco de
absorver resultados distantes de nossa realidade, derivados de pressões e situações muitas
2 Maximiano, A. C. A. Teoria Geral da Administração. Ed. Atlas, São Paulo, 2002, pág. 102.
3 Chiavenato, I. Administração nos novos tempos. Ed. Campus, São Paulo, 1999, figura 2.5, pág, 49.
vezes não encontradas por aqui. A ascensão do modelo japonês, a reação dos países da Zona
do Euro e mesmo a idéia de revolução e mudança inserida na entrada de um novo século (e no
caso, milênio também) provocaram, nos Estados Unidos, uma procura desesperada por
soluções rápidas para os desafios administrativos e que combinado com o oportunismo dos
gurus gerenciais, resultou em uma grande proliferação de técnicas, filosofias e prescrições
(Noriah e Eccles, 1992). E DiMaggio (2001) ainda observa que para alguns autores, as
organizações estão mudando tão drasticamente que até a invenção de novas palavras se torna
necessária. Mas também observa que as soluções mostram-se muito diversas e contraditórias.
Voltamos ao ponto: que empresa administrar?
Talvez a resposta possa ser dada pela Teoria das Organizações.
4. A teoria das organizações
Apesar de contestada por muitos, colocada como impraticável, essencialmente
acadêmica ou ainda extremamente difícil para aqueles que não estudaram Ciências Sociais
(Hatch, 1997), a Teoria das Organizações poderia minimizar os problemas encontrados nas
obras analisadas.
Uma melhor compreensão das organizações em seus diversos estágios permitiria
elaborar abordagens mais adequadas a cada situação, sem rotular práticas usuais como
retrógradas ou anacrônicas.
Hatch, em seu livro Organization Theory (Hatch, 1997), cita a conhecida parábola do
Elefante Gerencial, na qual cegos são incapazes de identificar um elefante devido à falta do
conhecimento do todo. Ela coloca a parábola para justificar a existência das perspectivas que
ela aborda: moderna, simbólico-interpretativa e pós-moderna. Mas poderíamos estender a
idéia, pois existem também diversos tipos de “elefantes”: africano, asiático, pigmeu da Malásia,
que seriam equivalentes aos diversos tipos de organizações.
Muitas vezes nos comportamos como os cegos da parábola e simplesmente deixamos
de enxergar muitas coisas. Em Imagens da organização, Morgan nos oferece uma ferramenta
para “questionar e transformar seu modo de pensar sobre a organização e a administração”
(Morgan, 2000) – as imagens ou metáforas – que permitem “... ler as organizações de
diferentes perspectivas e desenvolver estratégias de ações consistentes com as visões ...”.
Assim, as organizações poderiam ser vistas como máquinas, organismos, cérebros,
cultura, política, prisões psíquicas, fluxo e transformação; instrumentos de dominação. Essas
oito metáforas representam diferentes visões parciais, que se complementam e também se
contradizem, a fim de oferecer uma visão mais abrangente da situação. É como o jardim do
mosteiro Zen de Ryoanji, do século XV, nas imediações de Kyoto, no Japão. Quinze pedras
erguem-se num mar de cascalho, aparentemente simples e sem atrativos, mas as pedras são
arranjadas de maneira que não importa a posição do observador, uma delas sempre fica
escondida. Não se permite a visão total, forçando a adoção de outros posicionamentos e que
levam a novas descobertas ou imagens (Hall, 1981). Para Morgan, com as organizações
acontece o mesmo. Ao ignorar outras vistas, ignora-se também aspectos fundamentais (a
pedra escondida). É interessante observar aqui que dos livros-texto analisados, somente
Maximiano (2002) faz referência a Morgan, mas simplesmente apresentando as imagens, sem
discussões ou comentários adicionais. A essência das idéias de Morgan não é apresentada,
resultando em uma informação superficial, sem muita utilidade para o leitor, ou ainda pior,
podendo levar a crer que são estanques, dissociadas umas das outras.
É essa visão abrangente proporcionada pela Teoria das Organizações que deveria ser
abordada no ensino de Administração. Assim, os modelos de organizações estariam
relacionados à problemática principal e não ao “modelo atual” ou à “última tendência”.
5. Uma proposta
Propor uma abordagem para a disciplina Teorias da Administração é um grande
desafio. Ementas e conteúdos programáticos são definidos baseados nos materiais existentes
e consagrados, mas a idéia não é uma revolução ou ruptura total. Pretende-se apenas oferecer
melhores condições para os novos profissionais da administração, complementando a visão
das organizações e das teorias administrativas, sem a visão “compartimentada” e “estanque” e
também considerando as especificidades do caso brasileiro.
5.1. Além da linha do tempo.
O pensamento administrativo na maioria das obras consultadas aparece como uma
sucessão de teorias. Essa colocação pode dar a entender que as teorias foram substituídas,
quando na verdade elas permanecem presentes.
Por exemplo, as “linhas de desmontagem” dos frigoríficos, que segundo a lenda, foi a
fonte de inspiração de Ford para a criação de suas linhas de montagem, é um exemplo de
divisão do trabalho; uma típica Universidade Pública, serve de estudo de caso da burocracia
weberiana; já uma softwarehouse, incorpora muitos aspectos tidos como inovadores, como
trabalho à distância, learning organization, gestão participativa, etc., e todas convivem no
presente.
Reed (1999), apresenta (ver tabela abaixo) um interessante agrupamento das
perspectivas teóricas relacionando-as
“... acopladas a esquemas interpretativos distintos, e às
problemáticas trabalhadas dentro dos respectivos contextos.
Assim, em vez de equacionar a história da teorização
organizacional numa visão histórica linear – designativo de
escolas que surgem em seqüência e são tão presentes na
maioria dos livros utilizados em nosso meio –, Reed os
classifica em perspectivas cujo esquema de análise acentua
racionalidade, integração, mercado, poder, conhecimento ou
justiça e com problemáticas cujo foco concentrava-se,
respectivamente, em questões de ordem, consenso,
liberdade, dominação, controle e participação”
(Fachin e Rodrigues, 1999).
Narrativas analíticas em análise organizacional
Modelo de metanarrativa interpretativa
Problemática principal
Perspectivas ilustrativas / exemplos Transições contextuais
racionalidade Ordem Teoria das Organizações clássica, administração científica, teoria da decisão, Taylor, Fayol, Simon
de Estado guarda-noturno a Estado industrial
Integração Consenso Relações Humanas, neo-RH, funcionalismo, teoria da contingência/sistêmica, cultura corporativa, Durkheim, Barnard, Mayo, Parsons
de capitalismo empresarial a capitalismo do bem-estar
Mercado Liberdade Teoria da firma, economia institucional, custos de transação, teoria da atuação, dependência de recursos, ecologia populacional, Teoria Organizacional liberal
de capitalismo gerencial a capitalismo neoliberal
Poder Dominação Weberianos neo-radicais, marxismo crítico-estrutural, processo de trabalho, teoria institucional, Weber, Marx
de coletivismo liberal a corporativismo negociado
Conhecimento Controle Etnométodo, símbolo/cultura organizacional, pós-estruturalista, pós-industrialista, pós-fordista/moderno, Foucault, Garfinkel, teoria do ator-rede
de industrialismo/modernidade a pós-industrialismo/pós-modernidade
Justiça Participação Ética de negócios, moralidade e OB, democracia industrial, teoria participativa, teoria crítica, Habermas
de democracia repressiva a democracia participativa
Fonte: Reed, 19994
Outra abordagem interessante é apresentada por Hatch (1997), que coloca as múltiplas
perspectivas da Teoria das Organizações em quatro campos: Clássico, Moderno, Simbólico-
Interpretativo e Pós-moderno. Essas perspectivas e suas fontes de inspiração são mostradas
na figura abaixo, e apesar de colocadas cronologicamente, não representam sucessões, mas a
evolução cumulativa do pensamento organizacional e favorece a identificação das
organizações segundo seu foco central.
4 Reed, M. Teorização organizacional: um campo historicamente contestado. In: Handbook de estudos
organizacionais, vol 1, pp.65.
Fonte: Hatch (1997)5
A tabela abaixo relaciona cada perspectiva com o seu foco central, métodos e
resultados esperados:
Perspectiva Foco central Método Resultado
Clássica Os efeitos da organização na sociedade
Gerenciamento da organização
Observação e análise histórica
Reflexão pessoal baseada na experiência
Tipologias e “frameworks" teóricos
Prescrições de práticas administrativas
Moderna A organização através medidas “objetivas”
Medições descritivas Correlação entre
medições padronizadas
Estudos comparativos Análises estatísticas
multivariáveis
Simbólico-
interpretativa
Organização através de percepções “subjetivas”
Observação participativa
Intervenção etnográfica
Textos narrativos tais como estudos de caso e etnografias organizacionais
Pós-moderno Teoria das organizações e práticas de teorização
Desconstrução crítica de práticas de teorização
Reflexivity e reflexivity accounts
5 Hatch, M. J. Organization Theory: modern, symbolic and postmodern perspectives, 1997.
MODERNACLÁSSICA INTERPRETATIVASIMBÓLICO-
PÓS-MODERNA
Adam Smith (1776)Karl Marx (1867)Emile Durkheim (1893)F.W.Taylor (1911)Henri Fayol (1919)Max Weber (1924)Chester Barnard (1938)
Ludwig von Bertalanffy (1968)Melville Dalton (1959)James March (1958)Alfred Gouldner (1954)Talcott Parsons (1951)Herbert Simon (1945-1958)
Paul Ricoeur (1981)William Foote Whyte (1943)Erving Goffman (1971)Clifford Geertz (1973)Thomas Luckmann (1966)Phillip Selznick (1948)Alfred Schutz (1932)
Kenneth Burke (1954)Ferdinand de Saussure (1959)Roland Barthes (1972)Vladimir Propp (1828)
Jean Baudrillard (1988)Richard Rorty (1989)Jean-François Lyotard (1984)Mikhail Bakhtin (1981)Jacques Derrida (1978/80)Charles Jencks (1977)Michel Foucault (1972/73)
Estudos CulturaisTeoria Literária
Teoria Pós-estruturalistaArquitetura Pós-moderna
LinguísticaSemiótica
Antropologia CulturalAntropologia Social
Sociologia IndustrialBiologia-Ecologia
Ciência PolíticaSociologia
EngenhariaEconomia
1990's1950's1900's 1980's
Folclore
FONTES DE INSPIRAÇÃO PARA A TEORIA DAS ORGANIZAÇÕES
5.2. Identificação das características ainda presentes nas organizações
Complementando o item anterior, seria interessante que fosse ressaltada a
permanência de muitas das prescrições estabelecidas pelas teorias ao longo do tempo. É
essencial que se fale de Weber, Taylor, Fayol e outros teóricos do passado, mas facilmente
podemos reconhecer suas idéias nos procedimentos atuais.
Além dos já citados frigoríficos e universidades, não podemos esquecer as instituições
financeiras, a indústria automobilística (em essência, ainda fordista!), e um sem número de
organizações nas quais muitas das idéias tidas como ultrapassadas ainda permanecem. As
perspectivas se acumulam e influenciam uma às outras (Hatch, 1997).
5.3. Trabalhar com a perspectiva contemporânea da Teoria das Organizações
Como colocado no título, a perspectiva é contemporânea e não uma “tendência”. A
transferência dos resultados das pesquisas acadêmicas deve ser mais rápida e consistente do
que se pôde verificar no material disponível.
Não é objeto deste trabalho elaborar uma revisão bibliográfica sobre o assunto. As
perspectivas teóricas são apresentadas sucintamente a seguir, mas são indicadas algumas
referências para um aprofundamento do tema.
5.3.1. Ecologia populacional
Os ecólogos organizacionais buscam explicações para a diversidade organizacional,
focalizando as motivações para as taxas de fundação e fracasso, criação e morte de
populações organizacionais, enfatizando processos de seleção ambiental (Baum, 1999).
A premissa básica é que as organizações não conseguem definir previamente se
alguma mudança será bem sucedida e/ou rápida o suficiente para lidar com um ambiente
instável e dinâmico. O foco então não é a capacidade de adaptação, que se torna uma loteria,
mas a criação de novas organizações, o desaparecimento de outras e a permanência daquelas
cujas estruturas já se mostravam mais adequadas ao ambiente (Baum, 1999).
Leituras complementares:
Baum, J. A. C. Ecologia organizacional. In: Clegg, S. R. et al. (org.). Handbook
de estudos organizacionais, vol 1. São Paulo: Atlas, 1999.
Hatch, M.J. Organization theory: modern, symbolic and postmodern
perspectives. Oxford University Press, 1997.
5.3.2. Teoria da dependência de recursos
A teoria parte do princípio que as organizações dependem de recursos escassos,
fornecidos e controlados pelo ambiente em que estão inseridas.
Essa dependência externa cria condições para que o ambiente restrinja as ações das
organizações.
E compreender o mecanismo de ação permite que os administradores identifiquem as
fontes de influência e descubram meios para combate-las ou evita-las (Hatch, 1997).
Leituras complementares:
Pfeffer, J.; Salancik, G. The external control of organizations. Harper & Raw,
1982.
Fligstein, N. The transformation of corporate control. Harvard University Press,
1990.
Hatch, M.J. Organization theory: modern, symbolic and postmodern
perspectives. Oxford University Press, 1997.
5.3.3. Contingência estrutural
Essa linha de pesquisa estuda como as estruturas organizacionais respondem aos
fatores contingenciais, tais como estratégia, tamanho, incerteza com relação às tarefas e
tecnologia (Donaldson, 1999).
Assim, espera-se identificar o fator ou fatores aos quais a estrutura organizacional
precisa se adequar ou adaptar, a fim de tornar-se efetiva (Donaldson, 1999).
Leituras complementares:
Donaldson, Lex. Teoria da contingência estrutural. In: Clegg, S. R. et al (org.),
Handbook de estudos organizacionais, vol 1. São Paulo: Atlas, 1999.
Sobre a tecnologia como fator contingencial:
Hatch, M.J. Organization theory: modern, symbolic and postmodern
perspectives. Oxford University Press, 1997.
Thomas, R. J. What machines can’t do: politics and technology in the industrial
enterprise. Berkeley: University of California Press, 1994.
5.3.4. Nova economia industrial
A perspectiva econômica tem sido bastante valorizada nas análises organizacionais,
principalmente na escola americana, contrapondo-se à posição dos gerentes. Assim, as
pesquisas centram-se não nos custos de produção, mas nos custos de transação bem como
nas formas que governam essas transações.
É um campo fértil que tem ampliado sua influência e importância no meio acadêmico,
através dos conceitos de “valorização dos shareholders” e “governança corporativa”, entre
outros.
Leituras complementares:
Grün, R. Modelos de empresa, modelos de mundo: sobre algumas características
culturais da nova ordem econômica e da resistência a ela. In: Revista Brasileira de
Ciências Sociais, v14, n41, out 1999.
Guillén, M. F. Corporate governance and globalization: is there convergence across
countries? Advances in international comparative management, 2000.
Williamson, O. E. Transaction cost economics and organization theory. In: Smelser,
N. J. & Swedberg, R. The handbook of economic sociology. Princeton University
Press, 1995.
Perrow, C. Economic theories of organization. In S. Zukin & P. Dimaggio (eds.).
Structures of Capital. Cambridge University Press, 1990.
5.3.5. Novo institucionalismo
A teoria institucional procura responder a questões como: “por que diferentes
organizações, operando em diferentes ambientes, são freqüentemente tão similares em suas
estruturas?” (Tolbert & Zucker, 1994), ou “por que as organizações surgem, tornam-se estáveis
ou são transformadas?” (Fliegstein apud Sacomano Neto & Truzzi, 2002).
Para seus estudiosos, a resposta está em considerar as organizações como
instituições, que segundo Scott (1995) “... consistem de estruturas cognitivas, normativas e
regulativas e atividades que forneçam estabilidade e sentido para o comportamento social”
Leituras complementares:
Hatch, M.J. Organization theory: modern, symbolic and postmodern
perspectives. Oxford University Press, 1997.
Meyer, J. W. & Rowan, B. Institutionalized organizations: formal structure as
myth and ceremony. In: Powell, W. W. & DiMaggio, P. The new institutionalism in
organizational analysis. University of Chicago Press, 1991.
Scott, W. R. Institutions and organizations. SAGE Publications, 1995.
Tolbert, P. S. & Zucker, L. G. A institucionalização da teoria institucional. In:
Clegg et al (org.). Handbook de estudos organizacionais, vol. 1, Atlas, 1999.
Zucker, L. G. Where do institutional patterns come from? Organizations as actors
in social systems. In: Zucker, L. G. Institutional patterns and organizations:
culture and environment, Ballinger Pub Co., 1988.
5.3.5. Sumário das perspectivas teóricas
A tabela abaixo, sumariza as perspectivas teóricas abordadas neste item (Sacomano
Neto & Truzzi, 2002):
Caracterização de alguns elementos acerca das novas perspectivas teóricas
Nível de análise Principais variáveis Principais críticas Principais autores
Ecologia das Populações
População de organizações Nichos ecológicos
Variação, seleção e retenção de populações de organizações
Dificuldade de especificar a fonte de variação ambiental Ignoram os processos gerenciais
HANNAN & FREEMAN (1977) ALDRICH & PFEFFER (1976)
Dependência de Recursos
Interações ambientais Controles interorganizacionais
Fluxo de recursos Ação organizacional no ambiente
Limitação da ação organizacional O que dirige a ação gerencial
PFEFFER & SALANCIK (1978) PFEFFER (1972)
Contingência Estrutural
Fatores ambientais que condicionam a forma organizacional
Decisões estratégicas contingentes às pressões ambientais
Demasiada crença na capacidade adaptativa das organizações Dificuldade de apresentar respostas racionais às pressões internas e externas
WOODWARD (1965) THOMPSON (1967) BURNS & STALKER (1961)
Nova Economia Institucional
Custos de transação e formas de governança
Intercâmbio de bens e serviços em um mercado livre
Negligentes quanto a estruturas e lutas de poder Interesses individuais e grupais derivados de uma estrutura de interesses
WILIAMSON (1996) NORTH (1994) WILIAMSON (1985)
Novo Institucionalismo
Como as organizações surgem, tornam-se estáveis e são transformadas Estruturação da ação e ordem de significado
Aspectos coercitivos, normativos e cognitivos
Determinismo institucional para a difusão das formas organizacionais Dificuldades de mensuração das variáveis
FLIEGSTEIN (1999) POWELL & DIMAGGIO (1991) SCOTT (1995)
Fonte: Sacomano Neto & Truzzi (2002)6
6 Sacomano Neto & Truzzi. Perspectivas contemporâneas em análise organizacional. In: Gestão & Produção, v9, n1,
p.32-44, abr 2002.
5.4. Consideração da situação das empresas brasileiras
É preocupante que se tenha uma visão “mainstream”, esquecendo-se da maioria das
empresas estabelecidas no país.
Não se está sugerindo alterar o foco, mas considerar essa situação, apresentando-a ao
futuro profissional. Ele precisa ter consciência que o trabalho em grandes empresas,
estruturadas, com grande oferta de recursos pode nunca acontecer em sua vida como
administrador.
Portanto, um conhecimento adequado das empresas micro, pequenas e até mesmo
informais pode oferecer uma diferenciação que melhore sua empregabilidade.
5.5. Implicações para o ensino
A ampliação do enfoque (no caso, as típicas empresas brasileiras) e a utilização das
Teorias Organizacionais não devem trazer grandes preocupações, tanto para os que ministram
a disciplina quanto para os autores dos livros. É um campo do conhecimento com inúmeros
pesquisadores conceituados, tanto nacional como internacionalmente, como indicam as
referências utilizadas.
E as sugestões apresentadas neste trabalho são compatíveis com as diretrizes
estabelecidas pelos órgãos federais competentes. Apenas a noção de “tendência” não deveria
ser utilizada. É a visão de Nohria & Eccles (1992):
“Words may come and go, but action is always the managerial imperative”.7
Ou seja, minimizar a importância dos neologismos, dos modismos e trabalhar o
momento, o verdadeiro estado-da-arte, a realidade.
6. Conclusão
A partir dos livros-texto disponíveis no mercado e das diretrizes programáticas,
procurou-se analisar o ensino da administração, estabelecendo um fator-chave: uma
caracterização mais precisa da organização, que afinal é o objeto-fim do profissional a ser
formado.
7 “Palavras podem vir e ir, mas ação sempre é o imperativo gerencial”. In: Nohria, N. & Eccles, R.G. Beyond
the Hype: rediscovering the essence of management. Harvard Business Press, 1992, p.1.
Tanto as obras quanto as diretrizes apresentam restrições, que poderiam ser ao menos
minimizadas adotando-se uma abordagem um pouco mais local, preocupando-se com algumas
particularidades das empresas no Brasil e também focando ação e contemporaneidade e não
nomenclatura e futuro (incerto).
Finalmente, foram apresentadas algumas sugestões para o aprimoramento do ensino,
baseada na presente Teoria das Organizações, que respeitando as diretrizes curriculares
procuram oferecer uma formação mais completa e realista ao futuro profissional de
Administração de Empresas.
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