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PLANO DE AULA APOSTILADO Escola Superior de Teologia do Espírito Santo Administração Eclesiástica Administração Eclesiástica Administração Eclesiástica Administração Eclesiástica Os aspectos administrativos da vida da igreja Escola Superior de Teologia do ES

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PLANO DE AULA APOSTILADO Escola Superior de Teologia do Espírito Santo

Administração EclesiásticaAdministração EclesiásticaAdministração EclesiásticaAdministração Eclesiástica Os aspectos administrativos da vida da igreja

Escola Superior de Teologia do ES

ESUTES – Escola Superior de Teologia do ES

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A Escola Superior de Teologia do Espírito Santo – ESUTES, é amparada pelo disposto no

parecer 241/99 da CES (Câmara de Ensino Superior) – MEC O ensino superior à distância é amparado pela lei 9.394/96 – Artº 80 e é considerado um dos

mais avançados sistemas de ensino da atualidade. Sistema de ensino: Open University – Universidade aberta em Teologia

O presente material apostilado é baseado nos principais tópicos e pontos salientes da matéria em questão.

A abordagem aqui contida trata-se da “espinha dorsal” da matéria. Anexo, no final da apostila, segue a indicação de sites sérios e bem fundamentados sobre a matéria que o

módulo aborda, bem como bibliografia para maior aprofundamento dos assuntos e temas estudados.

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__________

SSSSSSSSuuuuuuuummmmmmmmáááááááárrrrrrrriiiiiiiioooooooo

_______ _______ _______ _______

Parte IParte IParte IParte I ........................................................................................................................................ 4

CONCEITUAÇÃO................................................................................................................... 4 1) DEFINIÇÃO.................................................................................................................... 4 2) OBJETIVOS DA ORGANIZAÇÃO. ................................................................................. 5 3) A ADMINISTRAÇÃO SECULAR. ...................................................................................... 5 4) O QUE É ADMINISTRAR? ............................................................................................. 6

Parte IIParte IIParte IIParte II ..................................................................................................................................... 10 A IGREJA ............................................................................................................................. 10

1) GOVERNO ECLESIÁSTICO. ....................................................................................... 10 2) A IGREJA NO NOVO TESTAMENTO. ......................................................................... 11 3) A BASE DA COMUNHÃO NA IGREJA LOCAL............................................................. 11 4) O QUE FAZ A IGREJA ................................................................................................. 12 5) O CORPO ECLESIAL................................................................................................... 13 6) FILIAÇÃO..................................................................................................................... 14

Parte IIIParte IIIParte IIIParte III .................................................................................................................................... 20 A IGREJA COMO PESSOA JURÍDICA ................................................................................ 20

1) O ESTATUTO........................................................................................................... 20 2) INSCRIÇÃO DA IGREJA NO CGC........................................................................... 33 3) CARIMBO PADRONIZADO ...................................................................................... 33 4) ISENÇÃO DO IMPOSTO DE RENDA........................................................................... 34 5) ISENÇÃO DO IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS ............................................................. 35

Parte IVParte IVParte IVParte IV .................................................................................................................................... 36 A ESCRITURÍSTICA ............................................................................................................ 36

1) LIVROS ........................................................................................................................ 36 1.1) O livro de Atas ....................................................................................................... 36 1.9) O Livro de Presença .............................................................................................. 40 1.9.4) O livro de Registro de Matrimônio....................................................................... 41

Parte VParte VParte VParte V ..................................................................................................................................... 43 REGRAS PARLAMENTARES .............................................................................................. 43

1) INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 43 2) ORDEM........................................................................................................................ 43 3) PARTICIPAÇÃO NAS REUNIÕES ............................................................................... 44 3.3) FUNÇÕES DO PRESIDENTE ................................................................................... 46 4) ATRIBUIÇÕES DO VICE-PRESIDENTE ...................................................................... 47 5) ATRIBUIÇÕES DO SECRETÁRIO ............................................................................... 47 6) DIREITOS E DEVERES DOS MEMBROS.................................................................... 47 7) PROPOSTAS ............................................................................................................... 48

BIBLIOGRAFIA...................................................................................................... ...........57

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PPaarrttee II

CCOONNCCEEIITTUUAAÇÇÃÃOO

1) DEFINIÇÃO

ADMINISTRAÇÃO ECLESIÁSTICA é o estudo dos diversos assuntos ligados ao trabalho do pastor no que tange à sua função de líder ou administrador principal da igreja a que serve. Lembremo-nos de que a igreja é, simultaneamente, ORGANISMO e ORGANIZAÇÃO. É o povo de Deus organizado num tríplice aspecto: espiritual, social e econômico, para atender à missão para a qual Deus a constituiu.

1.1) A Administração Eclesiástica sob o ponto de Vista Bíblico.

Em muitos casos, a Bíblia tem sido citada por sua demonstração de princípios administrativos. Um dos exemplos mais notórios é a linha de autoridade estabelecida por Moisés em atenção ao conselho de Jetro, seu sogro, cerca de mil e quinhentos anos antes do nascimento de Jesus Cristo. Veja : Êx 18.13-27!

Outros exemplos são vistos como no sacerdócio aarônico, que foi instituído com um sumo sacerdote e ordens de sacerdotes sob sua direção, numa variação de categorias. Davi dividiu os sacerdotes em vinte e quatro turnos - maiorais do santuário e maiorais da casa de Deus- 1 Cr 24.

Segundo o plano de Deus, a autoridade vem dos níveis mais altos para os inferiores. Ela traz consigo grande responsabilidade, e as pessoas investidas de autoridade são divinamente ordenadas a usá-la responsavelmente, para os propósitos celestiais.

Assim, a organização é bíblica, é universal; é tão antiga quanto a própria humanidade. A Arqueologia o tem comprovado. Desde o princípio, os homens sentiram necessidade de se organizarem em sociedades ou grupos, a fim de proverem os meios de subsistência e sobrevivência.

Deus orientou Noé a construir a Arca, para salvar-se do Dilúvio. Instruiu detalhadamente Moisés a conduzir o povo através do deserto. Deu dados completos para a construção do tabernáculo, da Arca do Testemunho, e sobre os altares para o cerimonial, etc.

No A.T., há ainda muitos outros exemplos de organização e técnica administrativa, como a administração de José, do Egito, a reconstrução de Jerusalém por Esdras e Neemias, etc.

Salomão recebeu do Senhor todos os dados necessários para a construção do primeiro templo e para a organização do seu reinado (2 Cr 3).

No período neotestamentário, encontramos Jesus, ao iniciar o seu ministério

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terreno, convocando os seus discípulos e auxiliares. Após instruí-los cuidadosamente, outorgou-lhes autoridade e poder, e os enviou ao campo. Primeiramente, os doze, "às ovelhas perdidas da casa de Israel" (Mt 10.1). Depois, mais setenta, "de dois em dois", a todas as cidades e lugares aonde Ele havia de ir (Lc 10.1). Antes de multiplicar os cinco pães, ordenou a seus discípulos que mandassem a multidão assentar-se em grupos de cem e de cinqüenta, naturalmente para lhes facilitar o trabalho.

Na igreja apostólica, os líderes propuseram à "multidão dos discípulos" a instituição dos diáconos, para "servirem às mesas", a fim de que os apóstolos tivessem tempo para se dedicarem “à oração e ao ministério da Palavra” (At 6.1-4).

Em certa ocasião, Jesus censurou um homem que iniciou a construção de uma torre sem verificar se possuía recursos para concluí-la (Lc 14.30). Isto é falta de planejamento. Outro fez grandes planos para encher os seus celeiros (obras seculares) e esqueceu-se da salvação de sua alma (trabalho espiritual). É importante realizar aquelas, mas sem esquecer esta - a principal.

O apóstolo Paulo, por onde passava, em suas viagens missionárias, organizava novas igrejas e a cada uma enviava um obreiro capaz e cheio do Espírito Santo.

O mesmo apóstolo, escrevendo aos coríntios, disse que "o nosso Deus não é Deus de confusão", ou de desorganização (1 Co 14.33), e recomendou: "Faça-se tudo decentemente e com ordem" (1 Co 14.40).

Assim deve ser em todos os tempos e em qualquer lugar, para que em todas as igrejas dos santos haja muita paz e prosperidade.

Uma boa administração não impede a necessária operação do Espírito Santo. Pelo contrário, o Executivo divino deve ser consultado em primeiro lugar, antes de qualquer planejamento ou deliberação, pois Ele é o maior interessado no progresso do reino de Deus na terra.

Não esqueçamos de que somos mordomos de Deus e devemos administrar bem a nossa mordomia, porque um dia seremos chamados a prestar contas dela.

2) OBJETIVOS DA ORGANIZAÇÃO.

2.1) Simplificar o trabalho.

Há muitas maneiras de se fazer uma coisa. Porém devemos procurar aquela que seja mais prática e eficiente, que melhor corresponda à realidade.

2.2) Facilitar a produção.

Através da simplificação do trabalho, conseguimos facilitar a sua produção e, conseqüentemente, produzir mais e melhor.

3) A ADMINISTRAÇÃO SECULAR.

3.1) Origem

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Desde o início dos primeiros grupos sociais, a fim de conduzir bem os trabalhos, criou-se a necessidade de estabelecer uma ESCALA DE COMANDO cuja função seria dirigir e gerir esses trabalhos coletivos. Diga-se de passagem, que a Igreja é um agrupamento humano com um objetivo a ser alcançado, um propósito a ser atingido, um alvo para cumprir.

A administração apareceu como ciência independente no fim do século XIX. “Todo homem procura obter o máximo com o mínimo de esforço”. Este princípio determinou a procura do rendimento máximo para qualquer atividade humana e, conseqüentemente, o estudo de como obter este rendimento. Fredericke W. Taylor nos Estados Unidos já no século XVIII comprovou que a baixa produção em qualquer atividade se deve à falta de uma metodologia de produção.

Embora possamos adotar alguns princípios da administração secular, não obstante, a Igreja precisa ser norteada por outros princípios. Em virtude de sua natureza, a Igreja não se confunde com nenhuma sociedade ou grupos étnicos. A sua corporalidade, organicidade, fraternidade, unicidade e consensualidade nascem, estruturam-se e se perpetuam na regeneração em Cristo Jesus, o criador da comunhão dos Santos.

A missão da Igreja é ser serva de Jesus Cristo pelo culto permanente e exclusivo à Trindade; pelo amor interno, que confraterniza seus membros; pela fidelidade às Escrituras; pela igualdade de seus componentes; pela missão evangelizadora entre todos os povos; pelo incansável testemunho cristão. 1

A administração secular possui três grandes ramos:

1. Pessoal 2. Financeiro 3. O&M

Em geral, a empresa é organizada formalmente com estes departamentos. Qual deve ser a responsabilidade de cada um deles?

3.1.1) Pessoal.

Cuida das pessoas de que se compõe a firma, preocupando-se com a situação disciplinar, a integração, o treinamento, a produtividade, a administração, a demissão, as férias, a substituição, etc.

3.1.2) Financeiro.

Analisa a receita e programa as despesas.

3.1.3) O & M – Organização & Métodos.

Estuda e pesquisa a maneira de a empresa operar, estabelecendo as seqüências mais lógicas e o tempo preciso.

1 Gildásio Jesus B. dos Reis. Apostila do Seminário Teológico Presbiteriano – Reverendo José Manoel da Conceição (JMC). Endereço eletrônico: http://www.seminariojmc.br/home.asp.

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4) O QUE É ADMINISTRAR?

Administrar não e fazer "mil coisas". E a "ciência de gerar um organismo retirando-o da inércia, levando-o a melhor funcionalização dos recursos que justificaram sua criação, com o menor dispêndio (gasto) e sem lhe comprometer o futuro".

É distribuir as responsabilidades e não "executar todas as tarefas". E fazer com que todos participem do trabalho. Não se deve confundir isso com exploração dos outros. O bom administrador leva as pessoas a realizar suas tarefas cada vez melhor e a se realizarem no trabalho.

Muitos pretendem tratar pessoalmente dos detalhes mínimos da organização da igreja, e, diante do total insucesso, passam a expressar sua frustração dizendo: "Esta não é a minha missão, meu trabalho é ganhar almas. Abandonarei tudo e me dedicarei inteiramente às coisas espirituais".

Jesus sempre procurou obter a ajuda de outras pessoas. Quando as talhas estavam vazias, Ele disse: "Enchei as talhas" (Jo 2.7). Quando a pedra cobria o túmulo de Lázaro, disse: "Tirai a pedra" (Lc 11.39). Quando alimentou as cinco mil pessoas, pediu aos discípulos: "Recolhei os pedaços que sobejaram" (Jo 6.12).

A realidade do trabalho do administrador é ajudar as pessoas a crescer, ajudá-las a fazer o trabalho, em vez de executá-lo ele mesmo. Muitas vezes pensamos que o administrador trabalha muito, mas a sua missão principal e motivar outras pessoas para o trabalho.

Administrar é, a um só tempo:

1.Prever 2.Organizar 3.Comandar 4.Coordenar 5.Controlar

4.1) Prever

É preparar-se para o futuro, com a necessária antecedência, através de programas de ação. É predeterminar um curso de ação.

Jesus ensinou que é melhor construir sobre uma rocha que sobre a areia (Mt 7.24-27). Dentro do planejamento, temos as seguintes atividades:

4.1.1) Previsão: Estimativa do futuro.

4.1.2) Estabelecimento de objetivos: Determinar, os resultados finais a serem alcançados.

4.1.3) Programação: Estabelecimento de seqüência e prioridade dos passos a se-guir para atingir os objetivos.

4.1.4) Cronograma: Determinar uma seqüência de prazos para os passos do pro-grama.

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4.1.5) Orçamento: Distribuição dos recursos necessários para atingir os objetivos.

4.1.6) Determinação dos procedimentos: Desenvolver e aplicar métodos padronizados na execução do trabalho especificado.

4.1.7) Elaboração de políticas: Elaborar e interpretar decisões duradouras que se aplicam as perguntas e problemas repetitivos que tem significado para a organização como um todo.

4.2) Organizar

É reunir meios e recursos materiais e humanos, distribuídos racionalmente e de tal forma harmonizados que possam funcionar como um todo, e sem solução de continuidade. Atividades:

4.2.1) Desenvolvimento da estrutura da organização: Identificar e agrupar o trabalho a ser executado nos diversos cargos.

4.2.2) Delegação: Confiar responsabilidade e autoridade a outros e exigir prestação de contas pelos resultados.

4.2.3) Estabelecimento de relações: Criar condições necessárias para os esforços mutuamente cooperativos do povo.

4.3) Comandar

É determinar as providências, a fim de que toda a organização funcione de acordo com as normas vigentes. Atividades:

4.3.1) Tomada de decisão: Chegar às conclusões e julgamentos.

4.3.2) Comunicação: Criar compreensão.

4.3.3) Motivação: Inspirar, estimular e impelir as pessoas a tomarem as medidas necessárias.

4.3.4) Seleção de material: Envolver pessoas para os cargos existentes na organização.

4.3.5) Desenvolvimento do pessoal: Ajudar as pessoas a melhorar seus conhecimentos, suas atitudes e habilidades.

4.4) Coordenar

É manter o organismo em funcionamento homogêneo e integrado em suas diversas atividades. É proporcionar o desenvolvimento de cada órgão, procurando manter o equilíbrio do sistema operacional. Dessa forma, evitar-se-ão atritos, perda de tempo e complicações indesejáveis.

4.5) Organizar

Avaliar e regular o trabalho em andamento e acabado. Atividades:

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4.5.1) Estabelecer padrões de execução: Estabelecer os critérios pelos quais se avaliarão os métodos e os resultados.

4.5.2) Medição do desempenho: Registrar e relatar o trabalho em andamento e o acabado.

4.5.3) Avaliação do Desempenho: Avaliar o trabalho em andamento e os resultados obtidos. Depois de executado o “plano”, ele deve ser avaliado. Pergunte-se:

•••• O nosso método foi bom? •••• Em que falhamos? •••• Por que não alcançamos melhores resultados? •••• Onde falhou o nosso planejamento?

4.5.4) Correção do desempenho: Regular e aperfeiçoar os métodos e os resultados.

O administrador é um especialista na arte de trabalhar com pessoas. Sente-se vitorioso quando ajudam outros a fazer bem o seu trabalho.

A administração perfeita esta nos céus. O próprio Deus estabeleceu regras fixas para o Universo. O Universo teve o seu planejamento (Pv 8.22). Seis foram os dias da criação.

Nenhuma igreja vive sem administração. Assim como nenhuma empresa sobrevive desorganizada.

Muitos exemplos bíblicos têm de homens que foram verdadeiros administradores, quer na condução dos assuntos relacionados com a obra de Deus, quanto na sobrevivência de seu povo: Jetro, José do Egito, Daniel, etc.

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PPaarrttee IIII

AA IIGGRREEJJAA

1) GOVERNO ECLESIÁSTICO.

Uma igreja cristã e uma sociedade com vida coletiva, organizada de conformidade com algum plano definido, adaptado a algum propósito definido, que ela se propõe realizar. Por conseguinte, conta com seus oficiais e ordenanças, suas leis e regulamentos, apropriados para a administração de seu governo e para cumprimento de seus propósitos.

Existem três formas especiais e largamente diferentes de governo eclesiástico, que tem obtido prevalência nas comunidades cristãs através dos séculos passados, e que continuam sendo mantidas com diferentes graus de sucesso, cada uma das quais reivindicando ser a forma original e primitiva:

1.1) A Episcopal ou Prelática:

Forma em que o poder de governar descansa nas mãos de prelados ou bispos diocesanos, e no clero mais alto; tal como sucede nas igrejas romana, grega, anglicana, e na maior parte das igrejas orientais.

1.2) A Presbiteriana ou Oligárquica:

Forma em que o poder de governar reside nas assembléias, sínodos, presbitérios e sessões; é o que sucede na igreja escocesa, luterana, e nas varias igrejas presbiterianas.

1.3) A Congregacional ou Independente:

Forma em que a entidade pratica o autogoverno, pois cada igreja individual e local administra seu próprio governo mediante a voz da maioria de seus membros; e o que acontece entre os batistas, os congregacionais, os independentes, e alguns outros grupos evangélicos.

Neander, destacado historiador, diz a respeito do período primitivo: "As igrejas eram ensinadas a se governarem por si mesmas". "Os irmãos escolhiam seus próprios oficiais dentre seu próprio número". "No tocante á eleição de oficiais eclesiásticos, o principio antigo continuou sendo seguido: o consentimento da comunidade era necessário para a validade de qualquer eleição semelhante, e cada membro tinha a liberdade de oferecer razões por sua oposição”.

Moshiem diz a respeito do primeiro século: "Naqueles tempos primitivos, cada igreja cristã era composta do povo, dos oficiais presidentes, e dos assistentes ou diáconos. Essas devem ser as partes componentes de cada sociedade. A voz principal pertencia ao povo, ou seja, a todo o grupo de cristãos". "O povo reunido, por conseguinte, elegia seus próprios governantes e mestres". A respeito do segundo século, ele acrescenta: "Um presidente, ou bispo, preside sobre cada igreja. Ele era criado pelo sufrágio comum do

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povo". "Durante uma grande parte desse século, todas as igrejas continuaram sendo, como no principio, independentes umas das outras. Cada igreja era uma espécie de pe-quena republica independente, governando-se por suas próprias leis, baixadas, ou pelo menos sancionadas pelo povo".

2) A IGREJA NO NOVO TESTAMENTO.

2.1) Métodos de evangelismo

6.1.1) Pregava-se o Evangelho nos paises onde não era conhecido. Deixaram Jerusalém e Antioquia e saíram à Ásia e à Europa, pregando aos judeus e gentios (2 Co 8.1; 1 Ts 2.14),

6.1.2) Pregava-se ao publico em geral.

6.1.3) Serviam-se da casa de um novo crente.

6.1.4) Usavam uma sinagoga ou escola (At 17.1). Com o decorrer do tempo escolhiam-se anciãos ou presbíteros, e diáconos para a direção, assim como os ministérios necessários ao rebanho, para levar a cabo a obra de evangelização (1 Ts 5.12; At. 20.18-85).

2.2) Governo próprio

Desenvolvimento de ministros dentre os membros capacitados para dirigir a igreja. Homens cheios do Espírito Santo eram chamados.

2.3) A igreja evangelizava por si mesma.

Uma igreja local é o meio divino de evangelizar o território ao seu redor.

2.4) A igreja tinha seu sustento próprio.

3) A BASE DA COMUNHÃO NA IGREJA LOCAL.

Para formar uma igreja, é preciso que haja como base:

3.1)Comunhão

Acordo entre os membros quanto às doutrinas, propósitos e métodos de que se utilizarão para alcançar suas finalidades.

3.2) Cooperação

Andarão dois juntos se não houver entre eles acordo (Am 3.3)? Ao formar uma igreja, os convertidos devem ser instruídos na Palavra de Deus e na vida cristã, de maneira a poderem chegar a um acordo e declarar com certeza: "Isto é o que cremos, o que somos e pregamos ”. Deve haver um acordo completo quanto às doutrinas fundamentais (l Co 1.10).

3.2.1) Têm de ser unidos em um mesmo parecer com respeito:

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a) A atividades cristãs b) Ao vício do álcool c) Ao vício do fumo d) Às diversões populares: bailes, teatros, jogos, etc.

3. 2.2) Também devem ter um só entendimento com respeito:

a) A exigência da lei civil quanto ao matrimônio, capaz de afetar a admissão de membros novos.

b) À maneira de tratar com membros que caem em pecado e desonram o nome de Cristo e da igreja (M t 28.19,20).

Vemos, pois, que se principia a edificação e a organização duma igreja tendo por base o ensinamento bíblico.

4) O QUE FAZ A IGREJA

1) A Igreja ajuda o homem a conhecer a grandeza, a majestade, a gloria, o poder e o amor de Deus.

2) Ajuda o homem a conhecer a pureza, a beleza, a magnificência, o poder e o amor de Cristo, o Filho de Deus.

3) Ajuda o homem a conhecer o caminho da redenção do pecado por intermédio de Cristo, o Salvador.

4) Instrui e orienta os homens na adoração de Deus.

5) Dá forças e coragem para adorar porque lembra ao homem que milhões de outras pessoas com o mesmo pensamento estão reunidas para adorarem a Deus ao mesmo tempo.

6) Ajuda o homem a conhecer seus deveres e responsabilidades como filho de Deus – o primeiro ser do qual Deus recebeu honra.

7) Ajuda a pessoa a conhecer a Bíblia - que é a luz da qual todo homem necessitam para viver retamente.

8) Ajuda o homem a adquirir uma perspectiva adequada, para ver sua vida como o início de uma existência eterna.

9) Contribui para o crescimento no caráter, tendo uma vida altruísta, útil e radiante.

10) Ensina a honestidade, a cortesia, a verdade no falar, a diligência no trabalho e a amabilidade no trato.

11) Gera a boa vontade que torna possível haver bancos, governos e outras instituições que exigem confiança mútua.

12) Ministra aos doentes, aos tristes, aos aflitos, trazendo a quem sofre novas forças, vitória e alegria.

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13) Ajuda a pessoa a não se sentir isolada e sozinha, pois, através do espírito sociável e do entusiasmo da comunidade, ela sente o amor de Deus.

14) Ajuda as pessoas menos capazes, menos bem-informadas, e menos corajosas a serem melhores do que poderiam ser sozinhas.

15) Ajuda o homem a vencer o sentimento de medo e frustração, por intermédio de Cristo, o amigo sempre presente.

16) Torna possíveis as amizades que resultam em casamento na elevação de ideais e em lares felizes.

17) Dá aos pais altos ideais de vida e de amor que tornam o lar um centro do viver firme e nobre.

18) Ajuda a destruir as causas de toda miséria e infortúnio: o pecado e a ignorância.

19) Coopera para que haja melhores escolas, política mais sadia, vida social mais pura, e mais justiça naciona1.

20) Está do lado da lei e do direito, e gera respeito pelas coisas que fazem grande uma nação.

21) Convida todos os homens a uma vida de fé, adoração, e serviço cristão à humanidade.

E este é o modo de servir a Deus. "Ele é a Cabeça do corpo da Igreja" (CI 1.18). "Cristo amou a Igreja, e a si mesmo se entregou por ela" (Ef 5.25).

5) O CORPO ECLESIAL

Constitui-se, biblicamente, de dois ofícios:

1. Pastor, Ministro, Ancião, Presbítero, Bispo

2. Diácono

Algumas considerações a respeito:

5.1) Pastor, Ministro, Ancião, Presbítero, Bispo

No Novo Testamento, os vocábulos BISPO, PRESBÍTERO e ANCIÃO são empregados para designar oficiais eclesiásticos. Todos, entretanto. Designam o mesmo oficio, por isso significam oficialmente o mesmo; de fato, são frequentemente aplicados à mesma pessoa. O bispo, também chamado presbítero ou ancião, era o pastor ou superintendente do rebanho espiritual, que cuidava, vigiava, guiava e alimentava o rebanho, tal como os pastores de ovelhas fazem com seus rebanhos (At. 20.18,28: 1 Tm 8.1; Tt 1.5-7).

Neander escreve: "O vocábulo presbítero ou ancião, indica antes a dignidade do oficio, visto que entre os judeus os presbíteros eram usualmente homens idosos e veneráveis;

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enquanto que o vocábulo "episcopos", ou bispo designava a natureza de seu trabalho como supervisores, ou pastores das igrejas. O primeiro titulo era empregado pelos judeus cristãos como nome conhecido nas sinagogas; enquanto que o ultimo titulo era usado principalmente pelos convertidos gregos ou gentios, por ser termo mais familiar e expressivo para eles". "Não eram designados para exercer autoridade absoluta, mas antes, para agirem como oficiais presidentes e guias de uma republica eclesiástica: para conduzirem todas as coisas, com a cooperação das comunidades, como seus ministros, e não como seus senhores".

Mosheim disse: "Os lideres das igrejas eram algumas vezes denominados presbíteros ou anciãos, designação essa tomada dos judeus e que indicava mais a sabedoria que a idade das pessoas, e algumas vezes também eram chamados bispos; porém, é mais que evidente que ambos os termos são empregados indiferentemente no Novo Testamento para uma só e mesma classe de pessoas". "Naqueles tempos primitivos, cada igreja cristã se compunha do povo, dos oficiais presidentes, e dos assistentes ou diáconos. Esses haviam de ser os componentes de cada sociedade".

O Doutor Coleman diz: “E geralmente admitido pelos escritores episcopais sobre esse assunto, que, no Novo Testamento bem com nos primeiros escritos eclesiásticos, os termos bispos e presbíteros ou anciãos, são sinônimos, e denotam um e o mesmo ofício. O oficio de presbitério era inegavelmente idêntico ao oficio de bispo, conforme tem sido demonstrado acima". Somente duas ordens de oficiais são conhecidas na Igreja até o fim do segundo século.

5.2) Diáconos

Os diáconos eram escolhidos para atender aos interesses temporais da igreja, conforme fica evidente pela escolha dos sete, registrada no capítulo sexto do livro de Atos. Isso foi feito a fim de que os apóstolos pudessem estar livres dos cuidados temporais, e, assim, dedicar sua atenção mais exclusivamente ao bem-estar espiritual do povo. A palavra diácono significa ministro ou servo. Algumas vezes e aplicada aos apóstolos, e até ao próprio Cristo, no sentido geral de um que "não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos". Alguns dos primeiros diáconos foram também eficientes pregadores do Evangelho, porém, sua obra, como diáconos, pertencia a outros serviços nas igrejas. Por outro lado, apesar de ser o diácono um oficial eclesiástico, seu ofício não constitui uma ordem ministerial de forma alguma, pois suas funções específicas pertencem aos interesses temporais, e não ao serviço espiritual. O serviço usualmente realizado por secretários, e outros semelhantes, segundo podemos supor, tanto quanto era necessário na administração das primeiras igrejas, recaia sobre os diáconos. A função principal do diácono deve ficar clara.

6) FILIAÇÃO

6.1) Os Membros da Igreja Local

Sabemos que as pessoas se tornam membros da Igreja Universal pela experiência de salvação e não pelo batismo em água. Todavia, tornam-se membros da organização, da igreja local, através do batismo em água, que nada mais é do que o testemunho público e externo da decisão de continuar seguindo a Jesus, identificando-se com Ele e com o

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seu povo na terra.

6.1.1) Formas de tornar-se membro

É muito provável que, na era apostólica, quando havia apenas "um Senhor, uma fé, um batismo", e não existiam denominações com suas divergências, o batismo do convertido por si o constituía membro da igreja, outorgando-lhe, imediatamente, todos os direitos e privilégios de membro em plena comunhão. Nesse sentido, "O batismo era a porta de entrada na igreja local". Atualmente, a situação é diferente: e ainda que as igrejas desejem receber novos membros, são precavidas e cautelosas para não receberem pessoas indignas.

As igrejas, portanto, fazem com que os candidatos se apresentem a elas, façam sua declaração, testifiquem da sua "experiência" e então sua recepção é decidida pelo voto dos membros: embora ninguém possa tornar-se membro sem ser batizado, contudo é o voto da coletividade que os admite á sua comunhão, ao receberem o batismo.

Assim, aceita-se um membro na igreja:

a) Pelo batismo (Mt 28.19; At 2.38).

E necessário que seja devidamente casado (1 Co 1.2,10,11; Hb 18.4) ou solteiro, e que tenha experimentado a salvação pela fé em Jesus.

b) Por Carta de Transferência

Quando expedida para igreja da mesma fé e ordem.

c) Por Aclamação

Aplica-se a várias situações. Todas, porém, exigem que a igreja que receberá o membro já o tenha observado e considerado positivo o seu modo de viver.

Pessoas recebidas de outros grupos devem ser observadas cuidadosamente, a fim de se descobrir se defendem doutrinas contrarias as doutrinas bíblicas que esposamos.

Deve haver entendimento bem definido acerca do sustento da igreja, pelo membro a ser recebido, pois é possível que não se sinta responsável, quanto aos dízimos e ache que outros é que devem levar a carga financeira da obra.

O candidato deve estar ciente das normas de santidade. Deve o pastor instruir aos novos membros nas verdades essenciais para o desenvolvimento da igreja; e somente os que estão plenamente doutrinados poderão ser admitidos como membros.

A igreja poderá receber, também, por aclamação:

a) Membros de organizações genuinamente evangélicas. b) Membros de igrejas que desapareceram. c) Membros de igrejas que não dão carta de transferência.

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d) Membros cujos documentos foram extraviados. Além do que prescreve o estatuto, deve o membro:

a) Consagrar-se. b) Aprender a levar as almas a Cristo. c) Honrar, respeitar, sustentar a obra com dízimos. d) Assistir aos cultos. e) Votar nas várias reuniões. f) Participar da Ceia. g) Visitar e ser visitado. h) Tomar parte nas atividades da igreja. i) Ser separado, eventualmente, para obreiro local.

6.2) Perigos a Serem Evitados

a) Pensar o pastor somente no número de membros. b) Pensar demais em apoio financeiro ou social.

c) Ter na igreja, como membros, pessoas que não querem se comprometer com o bom exemplo.

d) Ter a igreja, como membros, pessoas que crêem em doutrinas diferentes:

•••• Não só falharão como induzirão outros ao erro. •••• Em pouco tempo, serão mais prejudiciais que úteis.

e) Aceitar como membros pessoas que se separaram bruscamente de suas igrejas originais.

•••• Às vezes são contenciosos por natureza. •••• Não se conformam por não serem agraciados com cargos. •••• Pessoas excluídas de outras igrejas não devem ser recebidas como membros, exceto após a mais cuidadosa investigação de todos os fatos do caso, e, mesmo assim, só quando se tornar manifesto que a exclusão era injustificável e que a igreja que a determinou se recusa, tenazmente a fazer justiça para com o membro excluído.

Em qualquer que seja o caso, a novo ou futuro membro deverá ter uma conversa com o pastor, para estar bem-informado do ritmo do trabalho, evitando, assim, problemas futuros. Isso se aplica mesmo a pessoas vindas da Assembléia de Deus ou de outras regiões. É um direito da nova igreja explicar tudo para que não haja mal-entendido. No trabalho de Deus, mais vale a qualidade que a quantidade. Claro que tudo deve ser feito com humildade, respeito e mansidão.

Notas: a) Caso algum membro faça objeção à recepção do candidato, esta deve ser adiada, a fim de que sejam estudados os motivos da objeção. As objeções que forem julgadas infundadas ou despropositadas não devem impedir a recepção de um candidato qualificado; no entanto, ninguém deve ser recebido, a não ser por voto

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unânime, ou quase unânime; b) É usual em algumas igrejas que os candidatos, após terem apresentado sua experiência ou suas cartas, se retirem enquanto a igreja delibera e resolve seu caso.

6.3) Cartas

6.3.1) Recomendação

Deve ser expedida apenas para membros em comunhão com a igreja e que farão uma viagem temporária a um ou mais lugares. A validade para a primeira apresentação é de 30 dias. Caso o membro vá permanecer em lugar fixo, por mais de 3 meses, o ideal é levar carta de mudança.

6.3.2) Mudança

A carta de mudança é legada a membros em comunhão com a igreja e que estejam transferindo residência para outra localidade onde exista igreja da mesma organização.

6.3.3) Declaração

No caso de um membro querer transferir-se para uma igreja aceita como evangélica, mas que não seja da mesma fé e ordem, podemos dar-lhe uma Declaração dizendo que foi membro da igreja de tanto a tanto, sendo, agora, desligado do rol de membros a pedido. Todavia, não temos obrigação de fornecer esse documento.

6.3.4) Apresentação

Entre congregações de um mesmo campo ou município pode-se dar uma carta de apresentação. Pode ainda ser usada para pessoas que, de passagem ou mudança, são apenas congregados e não membros.

Em todos os casos ver também questão de prazo, destino e portador.

Antes de receber qualquer pessoa de outra igreja, é bom consultar o pastor ou responsável de sua igreja, procurando saber, se, na verdade, não expede qualquer documento para pessoas que mudam de organização, ou se a pessoa não esta documentada porque não o merece. O tratamento de qualquer destes casos deve ser feito com sabedoria.

As cartas de mudança ou recomendação podem ser revogadas em qualquer ocasião, antes de serem usadas, se, no entender da igreja, houver motivo suficiente para tal ação.

6.4) Casos de Rebatismo

a) Se não foi feito o batismo conforme o modelo bíblico. b) Se foi batizado antes da convicção de salvação. c) Se a pessoa pede por motivo justo.

6.5) Disciplina na Igreja

A disciplina é uma bênção e uma necessidade na igreja (At I 8.6-14; Rm 16.17,18; 1 Co 5). Jesus falou sobre a disciplina (Mt 18.15-17). Deus é um Deus de Ordem. Como um

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pai disciplina seus filhos na família (Hb 12.5-1l), assim deve haver disciplina na igreja. Apesar da igreja não ter condições de obrigar a consciência do membro, ela tem de julgar sobre a observação dos ensinos bíblicos e cristãos por parte dos que a ela pertencem.

6.5.1) Propósito da disciplina

Não se deve considerar a disciplina com caráter negativo, castigo por parte da Igreja. A disciplina tem caráter positivo: a) Corrigir uma má situação (2 Co 7.9). b) Restaurar o caído (Gl 6.1; Mt 6.14,15). c) Manter o bom testemunho da igreja (1 Tm 8.7; 2 Tm 1.11). d) Advertir os demais membros para que não se descuidem (1 Co 5.6,7). e) Apelar à consciência do ofensor para que pense sobre sua conduta.

6.5.2) Motivos para disciplina

a) Conduta desordenada ou desaprovada pela igreja (2 Ts 8.11-15). b) Imoralidade (1 Co 5). c) Contenciosidade - espírito divisionista - (Rm 16.17,18; 2 Co 18.1; 1 Tm 3.15,20). d) Propagação de falsas doutrinas (Tt 8.10,11). e) Filiação a organizações ou igrejas incompatíveis com o cristianismo. f) Outros.

6.5.3) Categorias de Ofensas

a) Particulares. b) Públicas.

6.5.4) Método ou procedimento na disciplina (Jesus ensinou: Mt 18.15-18)

a) Na medida do possível, deve-se tratar o problema entre as pessoas afetadas. b) Duas ou três testemunhas. c) Não se arrependendo o ofensor, ou se o caso, tomar proporções e chegar ao conhecimento de muitos, deve ser levado à igreja.

d) Caso se recuse humildemente a reconhecer sua falta, e a pedir perdão, deve o ofensor ser excluído do rol de membros (Mt 18.18: 2 Ts 1,14: 1 Co 5.11.) Arrependendo-se, que seja perdoado, se a falta não for tal que exija exclusão imediata.

e) Se o caso for de flagrante escândalo para a igreja, ao ser comprovado, deve ser imediatamente excluído, tudo, porém, com justiça.

6. 5.5. Como tratar a pessoa sob disciplina

a) Não trata-lo como inimigo (2 Ts 1.15). b) Em vez disso devemos ganha-lo de novo (Tg 5.19,20). c) Esta é uma tarefa para pessoas espirituais (GI 6.1). d) O disciplinado poderá ser posteriormente restaurado, desde que se revele realmente arrependido.

6.5.6) Casos especiais de disciplina aplicada por muitos

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Casos de perdão para pessoas que exercem cargos na igreja ou liderança.

a) É preciso limitar os direitos destas pessoas, para dar tempo a que o publico e as igrejas vejam o arrependimento e restabeleçam a confiança de antes.

b) É necessário um tempo de prova, no qual a pessoa tem de demonstrar o arrependimento.

c) Há igrejas que dão logo a reconciliação, mas suspendem da Ceia por determinado tempo.

d) É preciso estar seguro da medida tomada e também nunca se deve facilitar tanto a ponto de se pensar que o pecado é coisa tão simples que a igreja nem sequer se incomoda.

6.5.7) Casos de defesa extra-bíblica

a) Advogado. b) Justiça comum.

6.5.8) Publicidade na disciplina a) Não deve ser aplicada em secreto b) Toda a igreja deve decidir c) Sendo publico, o culpado sentirá melhor a desaprovação da sua conduta. d) Ao voltar, tudo deve ficar sanado; ninguém tem o direito de trazer a memória os fatos perdoados.

6.5.9) Atitude do pastor frente ao procedimento de disciplina do membro:

a) Deve ministrá-la com espírito de humildade e de amor (GI 6.1). b) A disciplina não é um castigo, ela visa redimir e restaurar. c) Tudo o que tem espírito de represália ou revanche é carnal e dificulta a submissão da pessoa.

d) “O bom pastor dá a vida pela ovelha” e deve estar ansioso pela volta da ovelha que se perdeu, mesmo que seja em outra igreja.

e) A disciplina deve ser aplicada imparcialmente. f) A disciplina nunca deve se transformar em arma nas mãos do pastor ou do dirigente, como meio de impor a sua própria vontade. Nada há mais reprovável que amedrontar membros com disciplina para colocá-los na linha. Além do mais, pastor não e ditador. É, sim, um guia e exemplo do redil (1 Pe 5.1-3).

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PPaarrttee IIIIII

AA IIGGRREEJJAA CCOOMMOO PPEESSSSOOAA JJUURRÍÍDDIICCAA

11)) OO EESSTTAATTUUTTOO..

“O estatuto é o documento fundamental constitutivo do grupo, isto é, o conjunto de normas que estabelecem a estrutura e a organização da sociedade ou do grupo”.

Diz-nos o doutor Miguel Gonçalves que "desde o momento em que o homem é levado ao desejo de se associar, com os mais variados objetivos, tem ele necessidade de que, num documento hábil, fiquem estabelecidas as normas concretas das restrições que o seu direito individual sofrerá em benefício do direito do grupo, a par das obrigações que, em contrapartida, lhe caberão e aos seus companheiros”.

O próprio Código Civil Brasileiro, em seus artigos 16 a 22, estabeleceu que "nenhuma sociedade pode existir ou funcionar no território nacional sem ser juridicamente constituída", e prescreve as condições para a constituição jurídica de qualquer sociedade de natureza religiosa, cultural, etc.

1.1) Por que uma igreja deve ter um estatuto?

São vários os motivos. O pastor J.F. Sobrinho apresenta estas quatro razões:

Primeira

Uma igreja sem estatuto é como uma igreja-fantasma, não existe juridicamente e está sujeita a muitos perigos. Uma das conseqüências mais graves da inexistência de estatuto será o conceito que os próprios membros farão da sua igreja e o tipo de comprometimento de que se julgarão devedores. Uma igreja sem forma jurídica afigura-se, aos olhos dos seus membros, como uma entidade abstrata, inobjetiva, com a qual eles deverão manter também compromissos mais ou menos abstratos e inobjetivos. Quando a igreja se torna pessoa jurídica, pelo registro do seu estatuto, adquire uma conceituação mais concreta, sem nenhum prejuízo para os seus fins espirituais.

Segunda

Uma igreja sem estatuto não pode ser representada juridicamente. Não pode ser proprietária de nada, nem reclamar quaisquer direitos. Ficará sempre dependendo de outras entidades para representar-se juridicamente, o que traz inúmeros inconvenientes, além de uma conceituação de tutela que, ao menos indiretamente, interfere no princípio de autonomia eclesiástica.

Terceira

Se não bastassem as razões acima, há ainda uma razão mais forte e atual para que cada igreja tenha seu estatuto registrado. Trata-se da necessidade de inscrever-se a igreja no CGC - Cadastro Geral de Contribuintes, para efeito de inscrição como contribuinte do

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INPS.

Há uma idéia errada por aí de que, se a igreja não for inscrita no INPS, estará a salvo de fiscalização. Respondemos: A falta de inscrição não isenta a igreja de obrigações sociais. A legalização de qualquer obra que a igreja faça dependera da certidão negativa do INPS.

Os empregados da igreja, como seres humanos que são, precisam ser amparados pela previdência social. E mais: No caso de acidente, doença ou invalidez, qualquer empregado da igreja poderá procurar os seus direitos, e a falta de inscrição no INPS será agravante e não atenuante.

Por ultimo, qual e o testemunho que uma igreja deve dar na sociedade, no que toca ao amparo ao trabalhador?

Quarta

Um estatuto bem elaborado é uma segurança para a igreja. Sem estatuto, a igreja corre perigo de desvios doutrinários e patrimoniais e fica mais sujeita aos caprichos de lideranças mal-informadas ou mal-intencionadas.

Assim é que a primeira coisa que uma igreja deve fazer é aprovar o seu estatuto, passando a existir também como pessoa jurídica.

1.2) Denominações usuais em estatutos

Citaremos, a seguir, algumas denominações usuais em estatutos, podendo divergir em certos casos:

1. Nome - com a finalidade de defini-lo. 2. Sede e Foro - onde terá sua atividade em caráter principal, onde serão exercidos os seus direitos.

3. Finalidade - caracterizando as razões de sua existência, o que ira fazer, o que pretende, até que ponto terá penetração na vida social.

4. Duração - desde os prazos ilimitados aos determinados. 5. Membros - suas finalidades, direitos, deveres perante o grupo, condições para

admissão e exclusão. 6. Diretoria - o órgão que vai gerir os interesses e negócios do grupo, ou que o

representará. 7. Assembléias Gerais - poderão ser ordinárias (aquelas realizadas em datas

fixadas previamente pelo estatuto), ou extraordinárias (em datas diversas). Modo de convocação, competência e meios.

8. Quorum - número de membros necessariamente presentes nas sessões para deliberar.

9. Eleições - processo, período, duração dos mandatos e maioria exigida para a eleição.

10. Patrimônio - O seu capital. 11. Modificações Estatutárias - regras para se evitarem modificações constantes -

exigência de dois terços. 12. Disposições Gerais - o que não foi explicitado anteriormente.

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Note-se que o estatuto é de natureza constitutiva, estática, sem se deter em estudos minuciosos, pois no momento em que os participantes de determinado grupo se reúnem para deliberar, as suas normas de trabalho estão estabelecidas no Regimento Interno.

1.3) Complementos do estatuto

Outros elementos necessários devem constar no estatuto, para facilitar as atividades da igreja:

1º - Administração. 2º - Responsabilidade. 3º - Declaração formal de que a igreja não visa a lucros. 4º - Declaração da origem e aplicação dos bens, e prestação de contas. 5° - Destinação da sociedade em caso de cisão/dissolução. 69 - Definição genérica de tarefas da Diretoria. 7º - Previsão de um Regimento Interno. 8º - Declaração de que cabe ao pastor a presidência da igreja. 9º - Quorum para decisões vitais, como compra e venda de imóveis, eleição e demissão do pastor, reforma do estatuto, etc.

O que não deve constar no estatuto pode fazer parte de um regimento interno, que não precisa ser registrado, mas que terá valor jurídico se for previsto no estatuto e aprovado pela igreja, constando das atas:

1º - Particularidades sobre cultos. 2º - Organizações internas da igreja. 3º - Métodos de trabalho, inclusive de contribuição. 4º - Afirmações de caráter doutrinário. 5° - Especificação sobre uso de propriedades, com exceção do templo. 6° - Especificações sobre entidades filiadas à igreja (estas, se necessário, poderão reger-se por estatuto próprio). 7° - Especificação sobre modo de recebimento ou exclusão de membros.

1.4) Modelo de Estatuto

Entre as muitas variadas formas de composição de estatuto, apresentarmos, a seguir um modelo:

ESTATUTO DA IGREJA EVANGÉLICA...

CAPÍTULO I DA DENOMINAÇÃO, SEDE E FINS. Art.1º - Constitui-se na cidade... , na data de... , a IGREJA EVANGÉLICA... neste estatuto doravante designada simplesmente por "Igreja".

Art. 2º - Trata-se de uma entidade religiosa, sem fins lucrativos, constituída por tempo indeterminado e número ilimitado de membros.

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* Parágrafo único. São membros fundadores todos aqueles que assinam a ata de fundação da Igreja.

Art. 3º - Tem sua sede na...

Art. 4º - A Igreja tem seu foro na cidade de...

Art. 5º - São objetivos da Igreja:

a) Promover cultos de adoração a Deus. b) Divulgar o Evangelho de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo em todo o território nacional e no exterior. c) Fomentar o estudo da Bíblia Sagrada e da educação em todos os graus. d) Cooperar com outras igrejas e instituições que tenham as mesmas finalidades. e) Cuidar dos pobres, enfermos necessitados, dos órfãos, das viúvas e da velhice desamparada.

CAPÍTULO II DOS MEMBROS Art. 69 - São membros da Igreja pessoas de qualquer nacionalidade, sexo, ou cor, que aceitem voluntariamente as suas doutrinas e disciplina e que, em reunião ordinária, forem aceitas como membros. CAPÍTULO III DA ORGANIZAÇÃO DA IGREJA Art. 7º - A Igreja é composta de Sede e Congregações, que tomarão o nome de lugar onde se encontrarem, exceto a congregação em que funcionar a Sede da Igreja que denominar-se-á "Sede". Art. 8º - São órgãos dirigentes da Igreja:

a) Diretoria b) Assembléia Geral

Art. 9º - A Diretoria da Igreja será composta de 8 (oito) membros:

a) Presidente b) 1º Vice-Presidente c) 2º Vice-presidente d) 1ºSecretário e) 2º Secretário f) 3º Secretário g) 1º Tesoureiro h) 2º Tesoureiro

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Art. 10º - Nenhuma remuneração será concedida a qualquer dos membros da Diretoria pelo exercício de suas funções. Art. 11º - Só poderão ser membros da Diretoria os membros em comunhão com a Igreja. Art. 12º - No caso de vacância de um ou mais cargos da Diretoria, esta, juntamente com o presbitério, reunir-se-á extraordinariamente para a escolha e preenchimento do cargo ou dos cargos. Art. 13º - A Diretoria reunir-se-á, quando necessário, por convocação do Presidente no púlpito da Igreja e em edital afixado no local de avisos, num prazo não inferior a 8 (oito) dias. Art. 14º - O quorum para as sessões da Diretoria será de 5 (cinco) membros e as decisões far-se-ão por maioria simples e por escrutínio e, em caso de empate, caberá ao Presidente o voto de desempate. Art. 15º - A Assembléia que eleger a Diretoria elegerá a Comissão de Contas, que será composta de 3 (três) membros, cujas atribuições acham-se contidas no Regimento Interno. CAPÍTULO IV DA COMPETÊNCIA Art. 16º - O pastor da igreja deverá ser o seu presidente, e servirá por tempo indeterminado, a critério da igreja, e os demais membros da Diretoria terão mandato de 1 (um) ano, podendo ser reeleitos.

§ 1ª - O pastorado da Igreja será exercido pelo Pastor, bem como a orientação da Igreja e a direção dos atos de culto e das reuniões solenes, por tempo indeterminado e enquanto bem servir, a critério da própria igreja; § 2ª - O Pastor da Igreja deverá receber o seu sustento pelo exercício deste Ministério.

Art. 17º - São deveres e atribuições do Presidente:

a) Convocar e presidir as Assembléias, bem como as reuniões da Diretoria.

b) Decidir, nas Assembléias e reuniões da Diretoria, com voto de Minerva.

c) Assinar com o secretário, as atas das Assembléias depois de devidamente aprovadas.

d) Assinar cheques e demais documentos de crédito com o 1º Tesoureiro, em conta conjunta.

e) Assinar, com o 1º Secretário, as notas e documentos da Igreja.

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f) Assinar escrituras de compra e venda, de hipotecas, de compromisso; bem como quaisquer outros documentos, sempre mediante prévia autorização da Igreja, em Assembléia.

g) Autorizar, com o 1º Tesoureiro, todas as contas e gastos, assinando os recibos e demais documentos da Tesouraria, de acordo com o resolvido pela Diretoria.

h) Dirigir e manter a ordem nas discussões. i) Velar pelo bom desempenho da Igreja, observar e fazer cumprir o estatuto, o Regimento Interno e as Resoluções da Assembléia.

j) Representar, de fato, a Igreja perante as suas co-irmãs, e Convenções sendo que, a sua atuação nesse sentido será sujeita a "referendum" da Assembléia.

k) Representar a Igreja ativa e passivamente, judicial e extrajudicialmente.

Art. 18º - O 1º Vice-Presidente assumirá as atribuições e deveres do Presidente, por ausência ou impedimento legal deste.

Art. 19º - Compete ao 2º Vice-presidente auxiliar o Presidente e o 1º Vice-presidente e substituí-los em caso de ausência ou impedimento legal.

Art. 20º - São deveres e atribuições do 1º Secretário:

a) Assistir às Assembléias Ordinárias e Extraordinárias e as Reuniões da Diretoria e outras, redigindo as atas respectivas, em livros próprios, para aprovação da Igreja, assinando-as com o Presidente.

b) Assinar, com o Presidente, a correspondência e documentos da Igreja.

c) Cuidar do Livro de Presença das Assembléias Ordinárias. d) Encarregar-se do registro de membros, expedição de cartões, fazendo os devidos assentamentos individuais, em arquivos próprios.

e) Preparar o relatório anual e submetê-lo à Assembléia em reunião administrativa realizada na primeira quinzena de janeiro de cada ano, de acordo com as instruções do Presidente.

Art. 21º - Compete ao 2º Secretário auxiliar o 1º Secretário em suas funções e substituí-Io em sua ausência ou em seu impedimento.

Art. 22º - O 3º Secretário assumirá as atribuições e deveres do 1º Se-cretário por impedimento deste e dos 2º Secretário.

Art. 23º - São atribuições do 1º Tesoureiro:

a) Assistir às reuniões da Diretoria e Assembléias.

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b) Contabilizar todas as entradas e saídas, na forma da lei e em livros próprios, das contribuições recebidas dos membros da Igreja, ou não, e subvenções governamentais para os fins a que se destinam.

c) Abrir e manter as contas correntes em bancos autorizados, e, em nome da Igreja, depositar somas, títulos e valores diversos; liquidar os gastos inerentes à Igreja, cujos pagamentos e retiradas serão feitos através de cheques assinados em conta conjunta com o Presidente.

d) Apresentar o balanço mensal à Assembléia Geral Ordinária, bem como assim a prestação de contas de sua gestão em balanço anual, em reunião administrativa, realizada na primeira quinzena de janeiro.

Art. 24º - Compete ao 2º Tesoureiro auxiliar o 1º Tesoureiro em suas funções e substituí-lo em seus impedimentos.

CAPITULO V DAS ASSEMBLÉIAS

Art. 25º - As Assembléias podem ser Ordinárias e Extraordinárias, lideradas pelo Presidente.

* Parágrafo único. Integram a Mesa da Assembléia os demais membros da Diretoria.

Art. 26º - A Assembléia Ordinária reunir-se-á mensalmente na Sede, em datas e condições previstas no Regimento Interno, para tratar de assuntos da vida administrativa da Igreja, sendo a Assembléia o poder máximo da Igreja.

Art. 27º - A eleição da Diretoria realizar-se-á na Sede da Igreja, na primeira quinzena do mês de janeiro de cada ano, quando a Diretoria será imediatamente empossada.

Art. 28º - As Assembléias Extraordinárias serão convocadas pelo Presidente, do púlpito da Igreja, com, pelo menos, 8 (oito) dias de antecedência, e com a menção dos assuntos a serem tratados.

Art. 29º - O quorum para as Assembléias Extraordinárias será metade mais um dos membros da Igreja, em primeira convocação, e de uma quinta parte dos membros, em segunda convocação 30 (trinta) minutos depois, sendo as decisões tomadas pelo voto da maioria de 2/3 (dois terços) dos membros presentes.

Art. 30º - A Assembléia Extraordinária reunir-se-á para considerar os seguintes assuntos:

a) Eleição posse, e demissão do pastor.

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b) Aquisição, oneração e alienação de imóveis. c) Eleição e posse da Diretoria da Igreja, pelo período correspondente. d) Reforma deste estatuto e aprovação e reforma do Regimento Interno. e) Discutir, aprovar, modificar ou rejeitar o Balanço Anual.

Art. 31º - As resoluções da Assembléia Ordinária são tomadas por maioria simples de votos, salvo nos casos em que o estatuto preveja maioria especial. CAPITULO VI DA RECEITA, DESPESA E PATRIMÔNIO Art. 32º - A receita da Igreja será constituída das contribuições, dos dízimos e ofertas voluntárias de seus membros ou não, incluindo-se subvenção ou auxílio dos Poderes Públicos ou entidades privadas,

* Parágrafo único. Toda a receita será aplicada exclusivamente na consecução das finalidades a que a Igreja se destina.

Art. 33º - O patrimônio da Igreja será constituído de doações, legados, bens móveis, imóveis ou semoventes que possua ou venha a possuir, e que serão registrados em seu nome e utilizados tão-somente para a consecução dos seus fins dentro do território nacional e no exterior.

Art. 34º - Os membros da Igreja não responderão individual e subsidiariamente pelas obrigações que seus administradores porventura contraírem, porém, responderá a Igreja com seus bens, por intermédio da Diretoria.

* Parágrafo único - A Igreja não responderá por dívidas contraídas por qualquer de seus membros, sem que para isso tenha dado a prévia autorização por escrito.

CAPÍTULO VII DA REFORMA DO ESTATUTO Art. 35º - A reforma do estatuto só poderá ser feita por proposta da Diretoria ou por iniciativa de 1/3 (um terço) dos membros da Igreja. A convocação da Assembléia Extraordinária para esse fim será feita nos termos gerais dos Artigos 31º, 32º e 33º deste estatuto.

Art. 36º - Para o disposto no Artigo anterior, serão exigidos 2/3 dos membros presentes, para cada artigo, separadamente, que deva ser modificado, suprimido ou acrescentado.

CAPITULO VIII DISPOSIÇÚES GERAIS Art. 37º - Os casos omissos neste estatuto serão resolvidos em Assembléia Geral.

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Art. 38º - A Igreja, para facilitar a consecução de suas finalidades, deverá criar interna e externamente, tantas comissões, organizações e congregações quantas forem necessárias, de acordo com o presente Estatuto.

Art. 39º - A Igreja deverá ter um regimento interno aprovado em Assembléia Extraordinária e de acordo com o presente estatuto.

Art. 40º - Todo movimento de reforma doutrinária, ainda que surja por 1 (um) ou por maioria dos membros, e que fuja aos preceitos bíblicos ou aos costumes da igreja, será considerado ilegal, dando este estatuto amparo legal aos que permanecerem fiéis aos princípios e à tradição da Igreja bem como a todos os direitos sobre os bens móveis a seu cargo.

Art. 41º - A Assembléia Geral que porventura resolver a dissolução da Igreja resolverá também quanto ao destino de seus bens, depois de solvidos seus compromissos.

O presente estatuto foi aprovado em sua íntegra pela Igreja em Assembléia Extraordinária de... (data).

Assinam:

Presidente 1º Vice-Presidente 2º Vice-Presidente 1º Secretário 2º Secretário 3º Secretário 1º Tesoureiro 2º Tesoureiro

1.5) Registro do Estatuto

Vamos ver agora os procedimentos para o registro de um Estatuto em Cartório.

1.5.1) Uma vez elaborado o estatuto, por Comissão competente, o pastor da Igreja convocará uma Assembléia Geral Extraordinária para a sua aprovação.

1.5.2) Havendo quorum (metade mais um) suficiente para a abertura da sessão, o secretário fará a leitura do estatuto, capítulo por capítulo, e o presidente pedirá a aprovação. Caso haja emendas, estas serão registradas, seguindo-se a leitura até o final.

1.5.3) Aprovado na sua íntegra, deve o secretário transcrevê-lo no livro de atas da igreja, não incluindo as discussões sobre o assunto, somente o preâmbulo e o texto do estatuto.

“Ata nº... Aos... dias do mês de..., do ano de..., a Igreja..., reunida em sessão convocada especificamente para esse fim, aprovou o seguinte estatuto: ‘Estatuto da Igreja... Art. 19 - com o nome de Igreja..., (transcrever todo o texto do estatuto, sem espaço, nem linhas em branco)’. Nada mais havendo a tratar, foi encerrada a reunião com orações e graças a Deus, lavrando-se, para constar, a presente ata, que vai subscrita por mim, secretário, e por todos os membros da Diretoria”.

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O modelo da Ata para a aprovação do estatuto pode ser o seguinte:

Toda a diretoria da Igreja deve assinar essa ata, que pode ser aprovada na mesma sessão. Deixar, ao final, 12/15 linhas para os carimbos do Cartório.

1.5.4) Para o competente registro em cartório, deve-se:

1.5.4.1) Datilografar/digitar a ata que contém a transcrição do estatuto, em 3 vias de preferência em papel timbrado da Igreja devendo ser assinada por toda a Diretoria.

1.5.4.2) Ofício ao Cartório Deve ser redigido (datilografado/digitado) um ofício, nos seguintes termos:

1.5.4.3) Datilografar/digitar uma relação com os nomes dos membros da diretoria conforme abaixo:

Relações dos Membros da Diretoria da Igreja.

A) Presidente

* Nome, nacionalidade, estado civil, filiação, data de nascimento, residência completa, identidade nº e origem e CIC (CPF) nº.

B) 1º Vice Presidente

* Nome, nacionalidade, estado civil, filiação, data de nascimento, residência completa, identidade nº e origem e CIC (CPF) nº.

C) 2º Vice-Presidente

* Nome, nacionalidade, estado civil, filiação, data de nascimento, residência completa, identidade nº e origem e CIC (CPF) nº.

d) 1º Secretário

* Nome, nacionalidade, estado civil, filiação, data de nascimento, residência completa, identidade nº e origem e CIC (CPF) nº.

Ilustríssimo Senhor Oficial de Cartório de Registro das Pessoas Jurídicas.

A Igreja... , com sede na rua... , nesta cidade, vem mui respeitosamente solicitar a V.S. que se digne mandar registrar a ata da Igreja... nesse cartório.

Local. Data

Presidente

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E) 2º Secretário

* Nome, nacionalidade, estado civil, filiação, data de nascimento, residência completa, identidade nº e origem e CIC (CPF) nº.

F) 3º Secretário

* Nome, nacionalidade, estado civil, filiação, data de nascimento, residência completa, identidade nº e origem e CIC (CPF) nº.

G) 1º Tesoureiro

* Nome, nacionalidade, estado civil, filiação, data de nascimento, residência completa, identidade nº e origem e CIC (CPF) nº.

H) 2º Tesoureiro

* Nome, nacionalidade, estado civil, filiação, data de nascimento, residência completa, identidade nº e origem e CIC (CPF) nº.

1.5.4.4) Datilografar/digitar, num formulário especial da Imprensa Nacional um resumo do estatuto, com as seguintes indicações: nome, sede, finalidade, composição da diretoria, representação em juízo, administração e destinação do patrimônio em caso de dissolução. Exemplo do resumo:

1.5.4.5) Juntar todos esses documentos e dar entrada no Cartório de Registro das Pessoas Jurídicas. Em poucos dias, o Cartório registrará o estatuto em livro próprio e fornecerá quantas certidões forem solicitadas. Recomenda-se pedir ao Cartório mais de 3 vias do Estatuto autenticadas, para registrar no CGC e outros órgãos.

1.6) Reforma do Estatuto

1.6.1) Justificativa

A reforma do estatuto de uma igreja pode ser imposta por vários motivos.

A Igreja..., fundada em..., tendo sua sede na..., é uma sociedade civil, sem fins lucrativos, cuja finalidade é,... é composta de número ilimitado de membros que aceitam suas doutrinas e disciplinas. Será administrada por uma diretoria eleita anualmente e representada pelo seu presidente, tendo a Assembléia como órgão máximo, em que todos os membros têm voto e voz. Em caso de dissolução, os bens remanescentes serão entregues à...

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Mencionamos os mais comuns.

1.6.1.1) Mudança de nome

A própria igreja pode mudar seu nome, conforme a conveniência. O município onde ela se localiza, mencionado no estatuto, pode mudar seu nome ou condição, como aconteceu recentemente com Estado da Guanabara, que passou a ser Município do Rio de Janeiro. A Convenção, que obrigatoriamente deve ser mencionada como destinatária do patrimônio em caso de dissolução, também pode alterar seu nome.

1.6.1.2) Atualização da metodologia

Estatutos antigos continham normas de trabalho que se tornaram obsoletas ou então eram omissos em setores importantes para a vida da igreja.

1.6.1.3) Imposições legais

Muitos estatutos de igrejas não se enquadram nos dispositivos legais, especialmente no que se refere à imunidade tributária, que é um direito constitucional. Para gozar de imunidade tributária, a igreja precisa ser caracterizada como uma entidade que:

a) Não tem fins lucrativos; b) Não remunera os membros da diretoria; c) Não distribui rendas ou dividendos; d) Aplica no território nacional a sua receita e patrimônio. Se essas cláusulas não constarem do estatuto, a igreja terá de fazer anualmente uma declaração por escrito sobre cada item.

1.6.2) Procedimento

Como reformar o estatuto de uma igreja?

1.6.2.1) A primeira medida é convocar uma assembléia geral da igreja nos termos do estatuto em vigor, tendo como finalidade específica a reforma do estatuto.

1.6.2.2) Pode-se nomear uma comissão de estatuto em uma sessão mensal. Essa comissão facilitará o trabalho da assembléia geral se já tiver um projeto pronto para que a Igreja possa discutir e votar.

1.6.2.3) A igreja, reunida em assembléia geral, aprova a reforma. É lavrada uma ata contendo apenas os artigos reformados, mesmo que a numeração seja toda alterada. Neste caso, basta inserir no apêndice após o último artigo, onde se diz "Este estatuto foi aprovado, registrado no cartório, etc.", uma declaração de que, em face dessa reforma, a numeração dos artigos foi alterada. Dessa ata não deve constar o processo de votação nem as emendas não aprovadas, mas exclusivamente o novo texto aprovado.

1.6.3) Registro

Após a aprovação da reforma e da respectiva ata, deve ser providenciado o seu

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registro, o mais breve possível.

1.6.3.1) Datilografar/digitar em 3 vias a ata da Assembléia que reformou o estatuto.

1.6.3.2) Anexar um requerimento solicitando que seja registrada a reforma do estatuto no referido cartório. Este fará a publicação no Diário Oficial.

1.6.3.3) O cartório dará certidão da reforma. O novo texto do estatuto entra em vigor em seus próprios termos. Se o texto diz que "esta reforma entra em vigor na data de sua aprovação, ou de sua publicação" - será conforme constar.

1.6.4) Divulgação

Efetivada a reforma, e só depois disso, deve ser providenciada a divulgação entre os membros da igreja.

1.6.4.1) Se não for possível a impressão/fotocópia do estatuto reformado em número suficiente para todos os membros, uma cópia datilografada/digitada deve ser afixada em local visível.

16.4.2) A divulgação para a igreja deve ser do inteiro teor do novo estatuto e não apenas dos artigos reformados.

1.6.4.3) Caso tenha sido alterado o nome da igreja, é recomendável publicar a mudança na imprensa denominacional para conhecimento das demais igrejas. Informações detalhadas quanto ao custo da publicação oficial e do registro, número de cópias da ata, prazos, etc..., poderão ser obtidas diretamente no Cartório do Registro de Pessoas Jurídicas.

Segui-se abaixo o Modelo de Ata de Reforma do Estatuto:

Modelo de Extrato de Estatuto para Publicação no Diário Oficial:

Ata número... da Assembléia Plenária de reforma do estatuto. Aos dezenove dias do mês de..., a Igreja... reuniu-se em sua sede em Assembléia Geral, nos termos do estatuto em vigor. Para tratar da reforma do estatuto. Foi aprovada a reforma dos artigos abaixo mencionados, que passam a ter a seguinte redação: (Segue-se a nova redação dos artigos reformados.) Tendo sido convocada para esse fim, concluída a matéria, foi a sessão encerrada após a aprovação desta ata que vai assinada pelos membros da Diretoria.

"Reforma de estatuto. A igreja..., com sede na Rua..., reunida em sua sede nos termos do estatuto em vigor, aprovou a reforma dos artigos abaixo mencionados de seu estatuto, que passaram a ter a seguinte redação: ...” (Segue-se o novo texto dos artigos reformados.) A seguir, a data e as assinaturas.

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2) INSCRIÇÃO DA IGREJA NO CGC

As entidades religiosas que têm personalidade jurídica são obrigadas por lei a se inscreverem no CGC - Cadastro Geral de Contribuintes. A inscrição no CGC é de suma importância.

2.1) A igreja não inscrita:

a) Estará impedida de inscrever-se no INPS, FGTS, PIS, e conseqüentemente, não poderá fazer nenhum recolhimento destas obrigações sociais.

b) Não poderá apresentar Declaração de Rendimentos ao Imposto de Renda. c) Não poderá ter zelador ou outro qualquer empregado registrado. d) Não poderá efetuar transações comerciais a prazo. e) Não poderá levantar empréstimos, nem mesmo na Junta Patrimonial, pois que essa Junta, sendo regida pelas mesmas normas, exige o número de inscrição da Igreja, para imprimi-lo nas notas promissórias e outros documentos do empréstimo.

A inscrição no CGC, como declara o citado manual, é pré-requisito obrigatório para inscrição em qualquer outro órgão de registro, e deve, por isso, ser feita antes de qualquer outra inscrição. Como já vimos, a igreja que não se inscrever no CGC, estará grandemente limitada em suas transações para com terceiros.

2.1.1) Como inscrever-se no CGC (Documentos):

2.1.2) Ficha de inscrição, devidamente preenchida em 3 vias. São encontradas em papelaria.

2.1.3) Estatuto registrado no Cartório de Registro das Pessoas Jurídicas.

2.1.4) Cópia da ata de eleição da Diretoria.

2.1.5) Relação dos membros da Diretoria (Veja item 4º do Registro do Estatuto!).

Seguindo as instruções da SRF, a igreja deve inscrever-se junto ao órgão da Secretaria da Receita Federal do município em que está localizada.

São órgãos locais da Secretaria da Receita Federal:

a) Delegacia da Receita Federal (exceto nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro)

b) Inspetoria da Receita Federal (nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro) c) Agência da Receita Federal d) Postos da Receita Federal

3) CARIMBO PADRONIZADO

Uma vez inscrita no CGC, a igreja deverá mandar confeccionar o Carimbo Padronizado, que deverá constar em todas as guias de recolhimento de obrigações sociais e em outros documentos de importância que tragam explicitamente sua

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exigência.

Os dados desse carimbo são tirados da Ficha de Cadastramento, após devidamente autenticada pelo órgão da SRF. As casas especializadas em carimbos saberão como proceder na sua confecção, bastando para isto que se entregue ao profissional uma cópia xerográfica da ficha.

Veja como é indispensável a inscrição da Igreja no CGC-MF:

3.1) Na apresentação de documentos perante o Ministério da Fazenda.

3.2) Na abertura de contas bancárias, quando, juntamente, deve-se apresentar ao banco cópia da ata da eleição da Diretoria; cópia do estatuto e xérox do CGC.

3.3) Na lavratura de atos em cartórios, no licenciamento de veículos automotores, sempre que solicitado pela fiscalização e nas relações com terceiros, sempre que o terceiro o exigir e tiver legítimo interesse em comprovar o número declarado (IN SRF nº. 24/73).

3.4) Cheque

4) ISENÇÃO DO IMPOSTO DE RENDA

Documentos exigidos:

4.1) Requerimento ao Delegado da Receita Federal, solicitando reconhecimento da isenção.

4.2) Cópia do Estatuto atualizado, autenticada.

4.3) Balanços Contábeis e Demonstrativos da Receita e Despesas dos últimos cinco anos, assinados por Contador ou Técnico de Contabilidade registrado.

4.4) Número e ano de sua inscrição no Cadastro Geral de Contribuintes - Ministério da Fazenda.

4.5) Prova do reconhecimento de Utilidade Pública da União e dos Estados (hoje não exigida).

* Observação: A isenção poderá ser concedida sem as provas mencionadas no item acima, mas as doações feitas não serão abatidas na renda bruta se as instituições não fizerem prova da Utilidade Pública.

4.6) Prova de que publica semestralmente a documentação da Receita obtida e da Despesa realizada no período anterior, sem o que as doações recebidas não serão abatidas na renda bruta.

4.7) Declaração

a) De que aplica todos os recursos no atendimento de suas finalidades sociais. b) De que mantém escrita em livros revestidos das formalidades legais.

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c) De que não remunera os membros da Diretoria, não distribui lucros ou dividendos, sob nenhuma forma.

4.8) Relação da Diretoria nos últimos cinco anos.

4.9) Prova de que prestou as informações dos rendimentos pagos no último qüinqüênio e recolheu o Imposto de Renda na fonte dos rendimentos pagos a terceiros.

5) ISENÇÃO DO IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS

Documentos exigidos:

5.1) Requerimento ao Prefeito Municipal.

5.2) Estatutos registrados em Cartório de Registro Público das Pessoas Jurídicas (fotocópia autenticada ou impresso do Diário Oficial).

5.3) Atestado da Diretoria em exercício, semelhante ao da Entidade Filantrópica.

5.4) Número do CGC e número do INPS.

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PPaarrttee IIVV

AA EESSCCRRIITTUURRÍÍSSTTIICCAA

11)) LLIIVVRROOSS

11..11)) OO lliivvrroo ddee AAttaass

É nas atas que se farão os registros das ocorrências verificadas durante as reuniões, e, por terem valor legal, devem ser redigidas em livros próprios e jamais em folhas avulsas. São, para o futuro, a base supletiva da organização do grupo, pois irão conter a jurisprudência das decisões adotadas pela presidência e pelo grupo, em grau de recurso, nos casos em que os Estatutos e o Regimento Interno sejam lacunosos ou omissos. As atas servem, nestes casos, como suplemento do Regimento Interno.

1.1.1) Aspectos do livro de Atas:

a) Deve ser registrado no Cartório de Registro de Pessoas Jurídicas. b) Suas folhas devem ser numeradas e rubricadas (geralmente vêm numeradas). c) Deve conter o Termo de Abertura e Termo de Encerramento. Ex.: Igreja Evangélica...

d) O livro de atas deve ser no tamanho 22x33cm, sendo os textos manuscritos. e) Nos cultos, faz-se somente um rascunho dos acontecimentos para, mais tarde, consigna-los no livro de Atas.

Consideremos os pontos:

1.2) Termo de Abertura

Contem este livro (50 ou 100 ou mais) folhas tipograficamente numeradas e por mim rubricadas com a rubrica (constar neste parêntese a rubrica) que uso como 1º secretario, as quais servirão para o registro das atas das sessões ordinárias (ou extraordinárias) da Igreja Evangélica..., tomando este o nº. 01 (etc.). Local e data. Assinatura e carimbo da Igreja.

1.3) Termo de Encerramento (última página)

Repetir o mesmo, alterando somente a expressão “servirão” para “serviram”.

1.4) Devem as atas conter o seguinte roteiro:

a) Cabeçalho b) Corpo c) Fecho (encerramento)

1.4.a) Cabeçalho

•••• Constar o numero da ata, obrigatoriamente o nome da associação, o local, data e hora da reunião, com a indicação de seu inicio e seu término, bem como a finalidade da reunião.

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•••• Se a reunião é ordinária ou extraordinária e, neste caso, quem a convocou, esclarecendo-se o indispensável para a sua validade.

•••• O numero de membros presentes para que se constate a verificação do "quorum".

1.4.b) Corpo

É o registro dos assuntos, à medida que vão sendo tratados; devem ser numerados estes assuntos. As deliberações tomadas em relação a cada um dos itens do temário, a autoria e as propostas devem ser registradas para reconhecimento futuro. Em casos especiais, as propostas são transcritas na integra.

1.4.c) Encerramento ou Fecho

A ata deve ser assinada apenas pelo Secretario, que a lavrou, e pelo Presidente da reunião na qual a ata é aprovada, e o seu fecho habitual é: “Nada mais havendo a tratar, foi encerrada a sessão com orações e graças a Deus, lavrando-se, para constar, a presente ata, que vai assinada por mim (primeiro, segundo ou “ad hoc” 2) secretario, e pelo presidente desta igreja”.

1.5) Devido à sua importância entre as muitas recomendações existentes, registremos as que se seguem:

a) A ata deve ser resumida, sem que sua elaboração tenha caráter literário; opiniões ou comentários do Secretário sobre os registros são dispensáveis. Em casos especiais, o Presidente pode autorizar transcrições fundamentais para que fiquem registrados pontos importantes sobre propostas de grande valor.

b) A ata é impessoal. Expressões como: “O irmão Fulano apresentou brilhante proposta...” devem ser suprimidas. O correto é: "O irmão Fulano apresentou proposta...”.

c) Números e datas devem ser escritos por extenso, o mesmo ocorrendo com nomes com siglas. Deve-se grafar, por extenso, os números considerados fundamentais, e repeti-los em algarismos para facilidade da leitura, entre parênteses.

d) A ata não deve conter espaços vagos, linhas em branco, rasuras ou entrelinhas. Ocorrendo rasuras ou entrelinhas, estas devem ser ressalvadas no fim da ata, com a assinatura do presidente.

e) Quando ocorrer algum erro, deve o Secretário usar a expressão "digo" e prosseguir a redação. Exemplo: “O senhor presidente chamou, digo, falou sobre o novo plano...”. Quando, após o fecho da ata, for notado erro de redação, usa-se o resumo: "em tempo", seguindo-se o que se deseja acrescentar ou retificar.

f) A aprovação da ata é dada na reunião seguinte, devendo os membros

2 Secretário nomeado/indicado para assumir temporariamente a secretaria da reunião.

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prestarem atenção à sua leitura. Cabendo correções admitidas, devem constar na ata seguinte. Ex.: "Cedida a palavra ao 1º Secretário, foi lida a ata no dia... , sem emendas (ou com a seguinte emenda: onde se lê... , leia-se... ). Após a leitura da ata, o senhor presidente pergunta se há alguma emenda a fazer. Não havendo, ele mesmo a declara aprovada.

g) Devem constar das atas relatórios dos conselhos e comissões, em resumo, com as respectivas deliberações. Há exceções, quando os relatórios constam na íntegra.

h) Deve haver dois livros distintos: um para a lavratura das atas, outro para o registro da presença (conforme determinar o Estatuto).

i) As propostas não aprovadas não necessitam ser registradas em ata, a não ser em casos especiais.

Assim, das atas constarão necessariamente:

1º) A natureza da reunião. 2º) A hora, dia, mês, ano e local da sua realização. 3º) O nome de quem a presidiu. 4º) Os membros presentes e ausentes, com justificativa (em Assembléias Gerais, não). 5º) O expediente recebido e remetido. 6º) A síntese das resoluções tomadas. 7º) O resultado das votações. 8º) Se solicitado, declaração de voto. 9º) Qualquer outro fato tratado na reunião.

1.6) A Linguagem da Ata

Ata é, pois, o registro de decisões. “O registro no qual se relata o que se passou numa sessão, convenção, congresso, etc...”.

É necessário que haja fidelidade no resumo dos assuntos, pois apesar de em alguns casos muito se falar, realmente os fatos e decisões são poucos.

O professor Gilberto Maia, falando sobre a linguagem da ata, diz: “O cuidado com a linguagem, se não constitui o ponto principal, é, em ordem decrescente de importância, o segundo colocado”.

"Palavras há que escapam ao controle do defensor de uma causa justa ou injusta, as quais nunca teriam sido pronunciadas se o tempo fosse suficiente para a contagem de um a dez. No dia seguinte, tudo serenará, a cabeça esfriará e o ímpeto de ontem cederá lugar ao bom-senso de hoje".

"Além de deixar do lado de fora a aspereza de linguagem, o secretário, se não for taquígrafo, abandonará os adjetivos, os advérbios, que não sejam essenciais; as preposições e as locuções prepositivas, à semelhança do que se faz nos termos dos telegramas". Essa medida em muito ajudará o secretário a anotar mais rapidamente o que estiver sendo dito para, mais tarde, em sua linguagem concluir

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a ata.

Geralmente, as igrejas têm seus cultos de membros às terças-feiras e, algumas delas, fazem atas em todos eles. Todavia, este processo pode ser mudado, lendo-se a ata, apenas, uma vez por mês, em dia estabelecido no Estatuto (primeiro dia do mês ou outro), condensando-se todos os assuntos das quatro semanas.

Não são todos os cultos ou reuniões em que se registra uma ata. Apenas nos de membros, nas Assembléias Gerais Extraordinárias, na Ordenação de Ministros, na Jubilação de pastor, nas reuniões do ministério (ou presbitério) ou diretoria.

1.7) Modelo de Ata de Igreja

1.8) Atas com implicações legais

Há estatutos cujos artigos exigem uma categoria de atas que são de implicações legais, como: eleição, posse, jubilação e demissão de pastor; aquisição, oneração e alienação de imóveis; eleição e posse da diretoria da Igreja; reforma de estatuto; balanço anual. Registre-se que são atas normais, numeradas na mesma seqüência em que entram as demais. O pastor Falcão Sobrinho observa o seguinte em relação a elas:

1.8.1) Se forem realizadas dentro do curso de uma sessão regular deve-se:

a)Anotar na ata da sessão regular a interrupção dos trabalhos para a sessão especial e depois seu reinício.

b) Registrar a ata da sessão especial em separado, em seqüência à regular, e com seu próprio número.

1.8.2) Depois, no final da ata da sessão especial, deixar doze linhas em branco para uso do cartório (visto que tais atas deverão ser registradas em cartório, logo depois de sua aprovação).

Exemplo

Ata nº...

Aos seis dias do mês de fevereiro de mil novecentos e setenta e nove, reuniram-se os membros da Igreja Evangélica... , em sua sede, na Rua..., nesta cidade; às vinte horas, o irmão presidente, pastor..., declarou aberta a sessão, a fim de tratar de assuntos gerais de competência da igreja e de seus membros. Após os hinos... e a leitura da Palavra de Deus, feita pelo irmão ... , foi cedida a palavra ao irmão Secretário... , que leu a ata do dia... , aprovada sem emendas (ou com a emenda...) Em seguida, (seguem-se os assuntos enumerados). Nada mais havendo a tratar, foi encerrada a sessão com orações e graças a Deus, lavrando-se, para constar, a presente ata, que vai assinada por mim (primeiro, se-gundo "ad hoc") secretário, e pelo presidente desta Igreja.

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1.9) O Livro de Presença

De acordo com o disposto no Estatuto sobre as Assembléias, que podem ser Ordinárias ou Extraordinárias, deve o secretário observar:

1.9.1) Assembléias Gerais Ordinárias

Em geral, são realizadas uma vez por mês, para tratar dos assuntos administrativos da igreja. Para que as decisões tomadas produzam seus efeitos legais, nas atas, a maioria estatutária será comprovada pelas assinaturas no LIVRO DE PRESENÇA DAS ASSEMBLÉIAS GERAIS ORDINÁRIAS. A cada mês, o secretário colocará uma mesa, no “hall” de entrada da igreja, ou outro local apropriado, para que os membros possam assinar o livro de presença. Na folha respectiva, deverá constar um cabeçalho: As-sembléia Geral Ordinária do dia __/__/__ ,... horas, realizada na... (igreja ou outro local).

* Nota: Se, porém, o Estatuto dispuser que a maioria, para funcionamento, é a dos presentes, dispensa-se o Livro de Presença.

1.9.2) Assembléias Gerais Extraordinárias

As Assembléias Gerais Extraordinárias reúnem-se, comumente, para tratar de assuntos como: a) Eleição, posse e demissão do pastor. b) Aquisição de imóveis. c) Reforma de Estatuto e Regimento Interno. d) Discursão do Balanço Anual.

São reuniões, portanto, de convocação específica com seu “quorum” próprio. Estes assuntos são, em geral, da mais alta importância com implicações que envolvem a justiça em geral.

Nas Assembléias Ordinárias ou Extraordinárias, deve o presidente ter a pauta dos trabalhos (Ordem do Dia) para a sua orientação.

Ata nº. 02

Aos seis dias do mês de fevereiro de mil novecentos e oitenta e cinco, reuniram-se os membros da Igreja Evangélica... , em sua sede, na... , nesta cidade. Às dezenove horas e trinta minutos são interrompidos os trabalhos da sessão regular da igreja e o presidente, pastor... , declara aberta a sessão para a... (citar o fim para o qual foi convocada: eleição, posse, reforma de estatuto, etc.). Não esquecer de citar a aprovação. Tendo sido a presente sessão convocada exclusivamente para esse fim, o senhor presidente declara o encerramento desta sessão, seguindo-se a sessão regular da igreja. Para que esta tenha validade em todos os seus termos, eu, 1º secretário, lavrei a presente ata, que vai subscrita por mim e pelo presidente da igreja. (NB - Deixar 12 linhas em branco para uso do cartório).

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a) Convocação (citar motivo). b) Instalação dos trabalhos, ou abertura da sessão. c) Leitura, discussão e aprovação da ata da sessão anterior. d) Leitura do expediente. e) Ordem do dia (agenda, roteiro, isto é, contém a disposição dos assuntos a serem tratados na reunião).

f) Encerramento da sessão.

O livro de Presença não pode ser esquecido, procedendo-se da mesma forma como o das Assembléias Gerais Ordinárias.

1.9.3) Outras Reuniões

É comum o registro de assinaturas em livros de presença para reuniões de:

a) Diretoria da Igreja b) Ministério ou Presbitério c) Obreiros em Geral d) Sociedade de Senhoras e) Diretoria de Mocidade, etc...

1.9.4) O livro de Registro de Matrimônio

A igreja pode dispor de dois livros para o registro dos matrimônios que efetua:

a) Um livro onde apenas constar a cerimônia de realização do matrimônio, com o número de ordem, data, nome dos noivos, quem efetuou o casamento e o local. Estes registros auxiliam as informações prestadas ao IBGE, anualmente, bem como para o relatório da Secretaria no fim de cada gestão.

b) O livro Especial para transcrição de termo de casamento com efeito civil.

Cabe à Secretaria providenciar um livro de atas para assentar os termos de casamentos realizados na igreja ou sob sua responsabilidade, com efeitos civis. Este livro pode ter suas páginas impressas, da seguinte forma:

IGREJA EVANGÉLICA ASSEMBLÉIA DE DEUS

TERMO DE CASAMENTO RELIGIOSO COM EFEITO CIVIL

(Lei 1110 de 23-05-1950)

Aos...................................................... dias de.......................................................................de dois mil e...................................................., às...........................horas, nesta cidade do Rio de Janeiro – RJ, perante mim........................................................................................................, celebrante e as testemunhas........................................................................................, nacionalidade...........................estado civil..................................................,

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idade..................., profissão....................................................,residente.......................................................................................e.........................................................................................................................., nacionalidade................................................................................................................, estado civil.......................................................................................................,idade............................, profissão...............................................................,residente............................................................................................................após habilitação na forma da lei civil e segundo os cânones da igreja Evangélica Assembléia de Deus, sob regime da .................................................................................................................................................................................................................................................receberam-se em matrimônio os nubentes.......................................................................................................................e................................................................................................, que passa a adotar o nome de .............................................................................................. O noivo, nascido aos........... de......................................de................................, estado civil.................................................. profissão......................................................................................................................., natural de........................................, filho de.......................................................................................e de..............................................., residente............................................................................. A noiva, nascida aos................ de..........................de.........................................................., estado civil........................................, profissão......................................................................., natural de..........................................., filha de........................................................................ e de..............................................................., residente...........................................................Os nubentes apresentaram Certidão de Habilitação Civil nº.......................................................... da...................................................................................... Circunscrição deste Estado, datada de.......................................................... para constar foi lavrado o presente termo, que será registrado em livro próprio e servirá de prova para a inscrição do casamento no Registro Civil e vai assinado por mim, celebrante, nubentes e testemunhas.

Celebrante: .................................................................................................... Noivo: ............................................................................................................ Noiva: ............................................................................................................ Testemunhas: ................................................................................................

.................................................................................................

A igreja que não desejar imprimir um livro especial poderá transcrever num livro de atas os dados indicados no modelo e com suas respectivas assinaturas.

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PPaarrttee VV

RREEGGRRAASS PPAARRLLAAMMEENNTTAARREESS

11)) IINNTTRROODDUUÇÇÃÃOO

Apesar de tomarmos nossas decisões livremente, somos compelidos a integrar grupos e neles deliberar. Segundo Homero, "A civilização progride em razão de um sistema de organização social fundado em assembléias, com o poder de decidir, depois de discutir". O direito que o homem tem de participar, debater, deliberar, e intocável.

Todavia a falta de ordem dentro dos grupos pode gerar a desunião. O emprego de normas adequadas ao grupo deliberativo, e a observância de normas técnicas objetivas, antes de mais nada, resulta no melhor aproveitamento do tempo gasto numa reunião.

A inobservância dos horários, as discussões e apartes simultâneos, que impedem tomadas de decisão, desgastam os participantes que tem que duplicar a paciência até o final da reunião em clima tumultuado.

Vimos, então, que Regras Parlamentares "são certas regras ou leis que regem a palestra em conjunto".

Apresentamos aqui, três regras fundamentais para se obter a ordem nas discussões em grupo:

1ª) falar um de cada vez; 2ª) ir diretamente ao assunto; 3ª) decidir, tão logo haja opinião formada.

Claro está que o entendimento deve vir quando cada elemento do grupo, por sua vez, expõe o assunto, abordando-o diretamente sem delongas ou tergiversações. Após o assunto amadurecido, vota-se, ganhando a maioria.

Apresentamos a seguir algumas regras para serem utilizadas em reuniões deliberativas.

2) ORDEM

A ordem é que possibilita a coordenação técnica dos trabalhos no período da reunião. “É a aplicação constante, invariável, das normas, durante todo o tempo que durar a reunião”.

Cabe à direção cuidar, para que os participantes que estão e uma reunião tomem conhecimento prévio das matérias a fim de estudá-las e preparar sugestões a respeito. E o sucesso da orientação dos trabalhos está no perfeito conhecimento das normas técnicas, pelo presidente, que não deve permitir o desvio da discussão dos assuntos tratados, devendo a seu tempo, conceder a palavra ao orador que a solicitar, assegurando, assim, a ordem dos debates.

Deve cada participante observar como se pede a palavra, uma vez que é este o primeiro

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principio essencial para a ordem.

Pedir a palavra não significa gritar ao presidente: "QUERO FALAR...”, ou um "PSIU". O procedimento ideal é: Pede-se a palavra levantando-se e, com a voz clara, dizendo: “Senhor Presidente...” (até notar que o presidente o ouviu)... “Peço a palavra” e de-clinando o seu nome.

Uma vez o orador com a palavra, deverá se dirigir não aos outros, mas, sim, ao Presidente, dando ao debate uma constante de impessoalidade. "Quando se discordar da proposta de um companheiro do grupo, não se deve fazer referenda ao autor e sim a sua idéia contida na proposta." E, cerimoniosamente, quando fizer referencia ao nome do companheiro, este deve ser precedido do tratamento "senhor".

Durante as discussões, surgem situações não previstas no Regimento Interno. Cabe, então, ao Presidente decidir estas questões de ordem.

2.1) Questão de Ordem

É toda duvida ou erro na observância das normas regimentais, levantadas por qualquer membro do grupo e resolvidos pelo presidente, não sendo discutida, emendada, nem votada. Na maioria dos casos, pode haver recurso dessas decisões para o próprio grupo deliberativo, que será o órgão que irá decidir a respeito.

E bom notar que, para se levantar uma questão de ordem, observa-se a mesma regra para pedir a palavra: "Senhor Presidente..., para uma (1) questão de ordem”... (citar o seu nome).

3) PARTICIPAÇÃO NAS REUNIÕES

3.1) Ordem dos Trabalhos

Toda reunião deve ter um horário de inicio e de término. Porém, no transcorrer dos fatos, estes devem obedecer a uma sucessão de partes programadas, que vem a ser o que denominamos "ordem dos trabalhos".

3.1.1) Constituição da Mesa

Havendo uma diretoria e em exercício de suas funções, o inicio da reunião é imediato. Se, ao contrário a diretoria não esta constituída, através de consultas informais aos participantes, deve-se saber quem ira presidir os trabalhos. Não existindo um critério preestabelecido, o mais idoso presidirá a reunião.

3.1.2) Quorum

Uma vez constituída a mesa, verifica-se a presença (pelo nome, quando o grupo é pequeno, ou pelo livro de presença, quando é grande) para saber se há quorum indispensável à abertura dos trabalhos.

3.2) Ordem da Reunião

3.2.1) Verificação de quorum

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3.2.2) Declaração da abertura da sessão pelo senhor Presidente, da seguinte forma: "Havendo numero legal, declaro aberta a sessão de... (segue-se a especificação da reunião).

3.2.3) Leitura da ata

O secretario, por ordem do senhor Presidente, lê a ata da sessão anterior.

3.2.4) Leitura do expediente recebido

a) avisos b) relatórios das comissões c) pedidos

3.2.5) Ordem do Dia

a) Questões pendentes. Começa-se a deliberar pelo que ficou pendente da ultima reunião. As questões não terminadas têm preferência sobre as novas.

b) Novos assuntos. Podem surgir estes dos próprios despachos da mesa ou de comissões especiais a serviço do grupo.

c) Pauta do Dia. Constitui-se do temário predeterminado, do conhecimento de todos (pelo aviso recebido ou pela leitura, do expediente, após a ata).

3.2.6) Anúncios

Após a hora fixada para o término da reunião, o senhor Presidente, antes de encerrá-la faz os anuncio cabíveis e relacionados com o período de recesso 3 e com a próxima reunião.

3.2.7) Encerramento

Esgotadas as matérias da Ordem do Dia ou a hora aprazada para a reunião, e, feitos os avisos e anúncios, encerra-se a sessão. (Prorrogação só se justifica em casos excepcionais).

* Observações:

1ª) "Usa-se entre nós incluir um item denominado 'Assuntos Gerais' na Ordem do Dia. Aí entram as demais propostas que não puderam ser relacionadas com um dos pontos de Ordem do Dia. Isto dá margem a abusos, arriscando-se o membro que não compareceu a reunião, a saber, depois, que nos 'assuntos gerais' foram aprovadas matérias que não tinham relação com a Ordem do Dia e com as quais não estava de acordo, nem delas teve prévio conhecimento." Cabe ao Presidente a vigilância na manutenção das normas realmente democráticas, impedindo que se delibere matéria estranha à Ordem do Dia.

2ª) Existe o procedimento de se investir na ordem, conforme foi constituída, a pauta da Ordem do Dia.

Cabe então, "pedir a Ordem do Dia": 3 Recesso – É o período que medeia entre duas reuniões.

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a) Quando se está considerando algum assunto fora da sua vez na Ordem do Dia; b) Quando há chegado à hora marcada numa Ordem Especial 4 para consideração de determinado assunto.

3.3) FUNÇÕES DO PRESIDENTE

O presidente é aquele que ocupa a posição mais difícil dentro do grupo, devendo ser imparcial não deixando transparecer seus pontos de vista com relação às matérias em debate. Ele é o servidor da entidade

Requer-se do presidente paciência nas discussões demoradas nas Assembléias. Em casos raríssimos, permite-se ao Presidente participar dos debates e das deliberações. Não tem como missão impor normas; faz-se respeitá-las sem que ninguém sinta, de tal modo que todos tenham seus direitos respeitados e cumpram seus deveres.

Será licito ao presidente debater um assunto, porém passará a presidência ao seu substituto legal e só poderá voltar à presidência após a votação da matéria que entendeu discutir.

O "ganhar" e o "perder" são circunstâncias do momento e mutáveis. Uma proposta hoje aceita pela maioria, e vencedora; amanhã, defendendo o membro outro ponto de vista, poderá ser sua proposta perdedora. O que ocupa a presidência hoje voltará amanhã ao plenário para participar com os demais dos debates e deliberações ordenados por outro Presidente. Dessa forma, deve o Presidente se curvar sempre à vontade da maioria.

Entre outras, as funções do Presidente são as seguintes:

3.3.1) Abrir e encerrar as reuniões, nos termos regimentais. 3.3.2) Conceder a palavra. 3.3.3) Manter a ordem e aplicar as normas. 3.3.4) Interromper o orador, quando necessário. 3.3.5) Advertir o orador e quando este infringir o regimento (em casos extremos, cassar-lhe a palavra). 3.3.6) Decidir quanto a Questões de Ordem. 3.3.7) Anunciar ao plenário as matérias, de acordo com a ordem regimental dos trabalhos e de seu temário. 3.3.8) Limitar o debate ao assunto em consideração. 3.3.9) Organizar a Ordem do Dia da sessão imediata, anunciando-a no final da reunião. 3.3.10) Esclarecer os pontos duvidosos de uma proposta, a fim de que o grupo possa votar com exatidão; poderá recorrer ao autor. 3.3.11) Submeter à votação as proposta em discussões. 3.3.12. Anunciar o resultado da votação.

4 Faz-se uma Ordem Especial (com a maioria de 2/3) quando se deseja fixar uma hora determinada para algum negócio, dentro do expediente da Ordem do Dia. Isto suspende automaticamente todas as regras incompatíveis com este procedimento, exceto as que suspendem a sessão ou outras Ordens Especiais feitas com antecipação. Para se propor uma Ordem Especial, pede-se a palavra e se diz: “Proponho que a proposta que se segue seja feita Ordem Especial para as...” (indicar a hora e a sessão).

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3.3.13. Assinar as atas e documentos da instituição. 3.3.14. Designar Comissões. 3.3.15. Votar: a) Em caso de empate (vota duas vezes); b) Quando a votação é secreta; c) Quando a votação for nos corpos constitutivos e o presidente levar a representação de um deles.

d) Nos casos previstos no Regimento.

Deve ainda, o Presidente.

a) Conhecer bem os estatutos e o regimento da instituição que dirige. b) Estar familiarizado com as regras parlamentares; c) Mostrar-se amável e cortes com os participantes, assegurando-lhes seus direitos individuais;

d) Respeitar a minoria, que também tem o direito de ser ouvida; e) Manter a discussão livre, alternando-a, a fim de mostrar os dois lados da questão.

4) ATRIBUIÇÕES DO VICE-PRESIDENTE

A este, ou por sua ordem, se houver mais de um, cabe substituir o Presidente, nas suas faltas ou impedimentos.

Na falta do(s) vice-presidente(s), o(s) secretario(s) assumirá (ão) a presidência. Em estando ausentes, um membro chamará à ordem a assembléia para a eleição de um presidente "ad hoc", que assumira a presidência até a chegada do presidente.

5) ATRIBUIÇÕES DO SECRETÁRIO

Entre outras, compete ao secretario:

a) Fazer o registro em ata de todas as ocorrências da reunião, e rubricar todas as suas folhas para dar-lhes autenticidade.

b) Executar as instruções da Assembléia. c) Conhecer os estatutos, regimento e regras parlamentares, a fim de aconselhar o presidente.

d) Ter a lista nominal dos membros e delegados para verificação de quorum.

6) DIREITOS E DEVERES DOS MEMBROS

6.1. Receber as convocações das reuniões e o seu temário.

No caso de o membro não comparecer à reunião, será obrigado a acatar e cumprir as decisões tomadas em assembléia.

6.2. Participar das assembléias, condição esta que deve ficar estatutariamente clara.

6.3. Discutir as matérias e votá-las. Há entidades que restringem a votação, que, assim, se constitui direitos de alguns.

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6.4. Apresentar proposta, a qual deverá ter o apoio de outro membro do grupo.

6.5. Direito de candidatar-se aos postos de direção, aos conselhos, as comissões (quando preenchidas por eleição).

6.6. Direito de exigir o cumprimento das normas estatutárias e regimento.

Postura do membro em assembléia

a) Aguardar a sua vez para falar, não interrompendo o orador indevidamente. Levante-se e diga: Peço a palavra, senhor Presidente.

b) Não monopolizar a discussão, pois todos têm o direito de participação. c) Não causar embaraços parlamentares ao presidente, antes, mostrar-se respeitoso no proceder.

d) Sempre que desejar propor, dizer: “Proponho que...”. e) Não ser “esperto” ou “sábio”, atitudes estas que não dignificam. f) Não se aparteia o Presidente, enquanto este usa a palavra.

7) PROPOSTAS

As propostas são o ponto básico das reuniões, e delas surgem a adoção das resoluções adotadas pelo grupo. Recebidas pela mesa, são classificadas para que se possa assegurar a ordem de preferência.

7.1) Classificação das Propostas

7.1.1) Proposta Principal

É a que traduz a idéia sobre matéria constante dos itens da Ordem do Dia da reunião do grupo.

7.1.2) Proposta Acessória

É a que se prende a uma proposta principal.

7.1.3) Proposta Eventual

E aquela que, podendo ou não se referir a outras, tem características próprias que lhe permitem existir isoladamente, dando-lhe caráter preferencial.

Quadro Geral de Classificação das Propostas

7.2) Exame das Propostas

7.2.1) Eventuais

a) Emergência A apresentada pelos meios mais rápidos, prendendo as demais.

b) Questão de Ordem E resolvida pelo presidente, não sendo discutida, emendada ou votada.

c) Intervalo ou Recesso É o período de descanso, dentro de uma mesma reunião, em que os trabalhos são

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suspensos para continuarem pouco depois, sem o esgotamento físico de seus integrantes.

7.3) Encerramento da Reunião

É aquela que um membro, propõe verificando que não há polarização das opiniões, e que num intervalo os grupos podem chegar a um entendimento.

7.4) Recurso

Visa submeter a outro grupo ou a outra autoridade uma matéria já decidida, conforme estabelecer o Regimento.

7.5) Reconsideração

Trata-se do pedido de reexame do caso, pelo mesmo órgão deliberativo.

7.6) Esclarecimento

O pedido e feito ao Presidente, que poderá recorrer ao autor para esclarecimento do assunto.

7.7) Verificação de votação

É feita através de solicitação imediatamente após a proclamação do resultado da votação sobre o qual se tem dúvida.

7.8) Método ou Processo de Votação

É a proposta que é votada antes da proposta ou do assunto que se vai decidir.

7.9) Inclusão ou volta à Ordem do Dia

Pode ser incluída, se proposta por algum membro, matéria adiada em reunião anterior ou que ainda não tenha sido objeto de discussão pelo grupo nem inclusa na Ordem do Dia. Essa deliberação só produzirá efeito na reunião seguinte, pois as matérias consideradas em determinada reunião são aquelas constantes da Ordem do Dia respectiva e preparada anteriormente.

8) Acessórias

8.1). Objeção à consideração da proposta

Esta proposta destina-se a evitar a perda de tempo com proposta descabida. Há casos em que a Questão de Ordem resolve. Caso contrário, dois terços tem de aprová-la.

8.2) Divisão ou destaque de parte da proposta

Trata-se de proposta que contem várias idéias em diferentes partes e se deseja aprovar umas e rejeitar outras, em separado.

8.3) Retirada da Ordem do Dia

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Destina-se a evitar o exame da proposta na reunião em que é apresentada, devendo haver um prazo para o adiamento.

8.4) Audiência de Comissão ou pedido de informações que impute em consulta posterior.

Quando o Presidente não tem condição de prestar as informações requeridas e, pela grande complexidade do assunto, resolve o plenário ouvir um órgão técnico para deliberar sobre a matéria abalizada.

8.5) Retirada da proposta pelo autor.

Quando o próprio autor reconhece que sua proposta não tem utilidade para o grupo.

8.6) Encerramento da Discussão para votação imediata

Visa passar a votação imediata de matéria de discussão prolongada. Visto cercear a liberdade que todos têm de discutir os assuntos enquanto houver dúvidas, exige-se maioria de 2/3.

8.7) Subemenda

É a emenda a uma emenda. Podem ser:

a) Supressiva b) Substitutiva c) Modificativa d) Aditiva

8.8) Emendas

São as que aparecem depois das propostas principais. "Quando uma emenda visa substituir no seu todo a proposta principal, tem o nome de Substitutivo e tem preferência na votação sobre aquela".

Podem ser

a) Supressiva - retira-se apenas parte da proposta; b) Substitutiva - substituir parte da proposta por outra', c) Modificativa - e a alteração da redação da proposta principal sem substituição. d) Aditiva - quando há acréscimo a proposta principal.

Votação das emendas

a) Subemenda b) Emendas c) Principal

9) Principais

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Em sua essência, é a proposta pura. As emendas só devem ser aceitas e apresentadas durante o período da discussão.

10) Apresentação, discussão e votação de propostas

10.1) Apresentação

Vejamos como as propostas podem ser apresentadas.

10.1.1) Pedir a palavra ao presidente: Senhor Presidente... Peço a palavra... fulano de tal... Sendo concedida, discorrer sobre o assunto e, após a justificação, terminar por dizer: - Proponho o seguinte... (como se segue).

10.1.2) Segue o Presidente enunciando a proposta, dizendo: O Senhor... apresenta à consideração da assembléia a seguinte proposta... Com isto, irá classificando as propostas para submetê-las de acordo com sua ordem de preferência.

10.1.3) Em muitos casos, o membro do grupo apresenta a proposta de maneira incorreta, fazendo com que o Presidente habilidosamente possa enunciá-la de forma sucinta, para imediata discussão.

10.1.4) Só dessa forma deve o secretario registrar a proposta para discussão e Votação.

10.1.5) Recomendam-se propostas escritas, a fim de se evitarem duvidas em sua formulação, possibilitando estarem sobre a mesa enquanto durarem as deliberações.

10.1.6) Apoio

O Senhor Presidente indagará se alguém apóia a proposta.

a) Se não faz isto, permite que se inicie uma discussão sem que a proposta seja devidamente apoiada. Cabe aqui Questão de Ordem.

b) O presidente, após perguntar: “Alguém deseja apoiá-la?”... ou “Ninguém lhe dá o seu apoiamento?”... , esperará um pouco, e, se ninguém se manifestar, dirá: - A proposta não foi apoiada, logo não poderá ser discutida. E passa a matéria seguinte.

10.2) Discussão

Apoiada a proposta, o Presidente a lerá e anunciará a discussão, dizendo: “Em discussão a proposta do senhor... ”.

Nos grupos maiores, deve-se estabelecer a inscrição de oradores e limitar o tempo de que poderá dispor.

O Presidente fiscalizará os oradores para que a discussão se mantenha impessoal, e o assunto gire em torno da idéia contida na proposta.

A discussão tem por fim examinar a proposta sob todos os ângulos, para que todos votem sabendo exatamente o que estão votando.

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O encerramento da discussão se dá quando não há mais oradores inscritos, ocasião em que todos estão com suas opiniões formadas sobre o assunto da deliberação.

10.3) Votação

É a fase da deliberação. Os tipos de maioria são muito variados, e, ao se passar a vota-ção, deve saber-se qual a estabelecida no Regimento Interno.

10.3.1) Os tipos mais comuns de maioria são:

a) Maioria de Membros: Metade mais um dos membros efetivos do grupo b) Totalidade: Para que a matéria seja considerada aprovada, é preciso unanimidade de votos.

c) Maioria dos presentes: Calcula-se em relação aos presentes, votando ou não. d) Maioria dos votantes: Não importando o número de membros presentes que votam, a maioria será calculada sobre o número de votantes.

e) Maioria dos votos válidos: Em havendo votos nulos, após a computação dos votos, a maioria será dos votos válidos.

10.3.2) Modos de votação

1º) Nominal

Chamada dos membros pela lista de presença ou pela lista de votação. Os Presentes, atendendo a chamada, respondem "SIM" ou "NÃO", segundo desejem aprovar ou rejeitar a proposta.

2º) Secreta

•••• Determina-se o número de votantes e o número necessário para a eleição. •••• Repartem-se as cédulas entre os presentes. •••• Cada membro manifesta a sua vontade na cédula, dobrando-a e depositando-a na urna.

•••• As cédulas em branco não são contadas como votos. •••• O presidente designará os escrutinados. •••• Após a contagem, os fiscais devem apresentar o seguinte relatório.

a) Nº de votantes b) N° de votos necessários para a eleição c) N° de votos do candidato A (ou chapa A) d) Nº de votos do candidato B (ou chapa B) e) Nº de votos nulos f) N° de votos em branco

3º) Mecânica

Processo moderno de toque de botões. Por correspondência ou por procuração.

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4º) Simbólica

É feita através de um sinal ou da voz. O Presidente dirá: "Os que são a favor, levantem o braço", ou pelo enunciado de um "SIM", dito em voz alta; pelo levantar-se; pela permanência na posição em que se encontram os membros do grupo, sem manifestar sinal de desaprovação.

10.3.3) Encaminhamento da votação

É uma fala rápida, que se faz antes da votação, mesmo depois de encerrada a discussão, levando os companheiros a determinado sentido: votar a favor ou contra a proposta.

10.3.4) Verificação de votação

É o pedido feito imediatamente após a proclamação do resultado. A verificação de votação só cabe na votação simbólica. Nos demais casos, quando houver duvidas, podem-se pedir recontagem dos votos.

Depois de iniciada uma votação, não poderá esta ser adiada.

11) GLOSSÁRIO

a) Aparte

Breve interrupção solicitada e obtida do orador para lhe dirigir indagação ou solicitar esclarecimento relativo à matéria em debate.

b) Assembléia Geral (AG)

É a reunião de todos os membros que integram a organização.

c) Cair a Sessão

É a constatação de que não há mais quorum para o funcionamento de uma sessão, procedida a uma verificação de votação.

d) Encaminhar à mesa

É fazer a entrega de determinada matéria ao presidente ou ao secretário.

e) Item

As propostas com varias idéias ou sucessão ordenada destas, precisam tê-las divididas de modo que possam ser objeto de emendas e da apreciação dos membros. Desta forma, são divididas sucessivamente em: artigos, parágrafos, itens e letras.

Art. 1º ••• (artigo) § 1º ••• (parágrafo)

1º ••• (item) a) (letras) b) c)

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f) Quorum

E o número legal mínimo para que a assembléia possa se reunir e deliberar.

g) Redação Final

É a forma definitiva do resultado de deliberação, fruto de fusão das propostas principal e acessória.

h) Sobre a Mesa

Significa que a proposta está com o Presidente, no local de onde este dirige os trabalhos.

i) Súmula

Resenha resumida do que será deliberado numa reunião. Temário ou Ordem do Dia.

j) Voto de Minerva

Num órgão técnico em que o Presidente já deu seu voto, verifica-se empate na votação. O presidente votara outra vez, desempatando. Vota duas vezes, sendo o segundo chamado voto de qualidade ou "voto de Minerva".

12) Como estar preparado para liderar uma reunião

12.1) Faça um resumo

a) Prepare um resumo detalhado dos tópicos a serem discutidos. b) Determine os objetivos a serem alcançados. Faça uma lista dos pontos a serem salientados.

10.2) Planeje a direção da reunião

a) Determine qual a aproximação a ser usada:

•••• O que dizer

•••• Como dizer

•••• Como introduzir tópicos e idéias

•••• Como controlar a discussão

b) Estabeleça um horário: qual a duração da discussão de cada tópico e de cada problema.

12.3) Tenha pronto todo o material

a) Os panfletos, as folhas de informação, os materiais de referência que deverão ser

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usados. b) Cartões, diagramas, gráficos, cartazes, suficiente espaço de quadro-negro (lousa branca), giz (pincel), apagador e todo o material necessário às demonstrações.

12.4) Mantenha o local de reunião convenientemente arrumado

a) Certifique-se de que todos se sentem confortavelmente: mesa, cadeiras em número suficiente, temperatura ambiente, luz e ventilação adequadas, ausência de ruídos, etc.

13) Como liderar uma Reunião

13.1) Inicie a reunião

a) Cumprimente o grupo b) Faça observações de introdução c) Coloque o grupo à vontade d) Mostre qual o objetivo da reunião, qual o problema a ser discutido e quais os objetivos que se deseja alcançar.

13.2) Oriente a discussão

13.2.1) Inicie a discussão

a) Exponha os fatos b) Faça perguntas diretas ou gerais c) Dê uma opinião d) Use demonstrações, filmes ou auxílios visuais de qualquer espécie.

13.2.2) Encoraje a participação

a) Troca de idéias e de experiências: faça com que todos sejam participantes. b) Controle a discussão - evite os ressentimentos que possam surgir dos argumentos apresentados; evite que um membro do grupo monopolize a discussão utilizando por muito tempo a fala.

c) Mantenha a discussão dentro do assunto - resuma com freqüência, analise o desenvolvimento da discussão.

13.3) Consiga aceitação dos resultados

a) Reajuste as idéias e as opiniões de modo que a maior parte do grupo as aceite.

b) Peça constantemente com que as opiniões e as idéias apresentadas sejam expressas novamente.

c) Faça muitas tentativas até que as conclusões sejam aceitas pela maioria do grupo.

13.4) Resuma a discussão

a) Mostre os pontos altos da reunião b) Faça uma avaliação das idéias, das opiniões, das sugestões e das experiências

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apresentadas. c) Chegue a conclusões ou a soluções - indique o que foi conseguido com a reunião.

d) Determine um plano de ação a ser tomado.

Seguindo estas normas, cremos que você terá uma reunião produtiva e edificante.

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BBiibblliiooggrraaffiiaa

11.. KKEESSSSLLEERR,, NNeemmuueell.. AAddmmiinniissttrraaççããoo EEcclleessiiáássttiiccaa.. RRiioo ddee JJaanneeiirroo:: CCaassaa PPuubblliiccaaddoorraa ddaass AAsssseemmbbllééiiaass ddee DDeeuuss,, 11998877..

22.. RREEIISS,, GGiillddáássiioo JJ..BB.. AAppoossttiillaa ddee AAddmmiinniissttrraaççããoo EEcclleessiiáássttiiccaa.. SSeemmiinnáárriioo PPrreessbbiitteerriiaannoo RReevv.. JJoosséé MMaannooeell ddaa CCoonncceeiiççããoo ((JJMMCC)).. DDiissppoonníívveell eemm:: <<hhttttpp::////wwwwww..sseemmiinnaarriioojjmmcc..bbrr//nnoottiicciiaa..aasspp??ccooddiiggoo==440000&&CCOODD__MMEENNUU==116655>>.. AAcceessssoo eemm:: 1100 ddee mmaarrççoo ddee 22000099

Sugestão Bibliográfica:

1. FARIA, A. Nogueira de. A Secretária Executiva. São Paulo, SP: LTCE S/A, 1986.

2. SEITZ, Bruno Teodoro. Secretária Eficiente. Rio de Janeiro, RJ. Administração Eclesiástica V9N3 (24): Juerp, 1982.

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AAVVAALLIIAAÇÇÃÃOO

1. Defina Administração Eclesiástica

2. Segundo a apostila, a Administração Eclesiástica encontra respaldo na Bíblia? Na Bíblia há exemplos de organização? Se há, apresente dois exemplos.

3. Quantas e quais são as formas existentes de governo eclesiástico? Explique como funciona cada uma delas.

4. Defina igreja e apresente as três formas pelas quais um novo membro pode ser aceito na igreja

5. Os propósitos da disciplina, os motivos que podem levar um membro à disciplina e quais as atitudes do pastor em relação ao à disciplina de um membro.

6. Dê as quatro razões apontadas pela apostila porque toda igreja deve ter um estatuto

7. Apresente os procedimentos para se registrar em cartório o ESTATUTO DA IGREJA

8. Explique como é votada uma proposta, desde sua apresentação até a votação.

9. Apresente quais são as funções do líder numa assembléia ou reunião administrativa da igreja

10. Apresente algumas razões porque é importante para a igreja ser registrada no CNPJ - Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica e faça uma lista de documentos necessários para que a igreja seja isenta de:

a) Imposto de renda

b) Imposto sobre prestação de serviços

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DDIICCAASS DDEE EESSTTUUDDOO OONN--LLIINNEE

1- Procure utilizar em seu computador um protetor de tela para minimizar a claridade do monitor. Temos que cuidar de nossa visão

2- Se for estudar a noite, duas dicas:

a) Não deixe para estudar muito tarde, pois o sono pode atrapalhá-lo em sua concentração;

b) Não deixe a luz do ambiente em que estiver, apagada, pois a claridade da tela do computador torna-se ainda maior, provocando dor de cabeça e irritabilidade.

3- Pense na possibilidade de imprimir sua apostila, pois pode ser que isso dê a

opção, por exemplo, de carregá-la para onde quiser e de grifar com caneta, partes que ache importante.