administração eclesiástica - pastor

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7/21/2019 Administração Eclesiástica - Pastor http://slidepdf.com/reader/full/administracao-eclesiastica-pastor 1/105 1 Administração Eclesiástica Administração Eclesiástica IBETEL Site: www.ibetel.com.br E-mail: [email protected] Telefax: (11) 4743.1964 - Fone: (11) 4743.1826 

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Administração Eclesiástica - Pastor

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1Administração Eclesiástica 

AdministraçãoEclesiástica

IBETELSite: www.ibetel.com.br

E-mail: [email protected]: (11) 4743.1964 - Fone: (11) 4743.1826 

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3Administração Eclesiástica 

(Org.) Prof. Pr. VICENTE LEITE 

Administração Eclesiástica

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5Administração Eclesiástica 

ApresentaçãoEstávamos em um culto de doutrina, numa sexta-feira destas quentes doverão daqui de São Paulo e a congregação lotada até pelos corredoresexternos. Ouvíamos atentamente o ensino doutrinário ministrado pelo PastorVicente Paula Leite, quando do céu me veio uma mensagem profética e o

Espírito me disse “fale com o pastor Vicente no final do culto” . Falei: - Jesuste chama para uma grande obra de ensino teológico para revolucionar aapresentação e metodologia empregada no desenvolvimento da EducaçãoCristã.

Hoje com imensurável alegria, vejo esta profecia cumprida e a FaculdadeIBETEL transbordando como uma fonte que aciona apressuradamente comeficácia o processo da educação teológico-cristã.

A experiência acumulada da Faculdade IBETEL nessa década de ensinoteológico transforma hoje suas apostilas, produtos de intensas pesquisas eeloqüente redação, em noites não dormidas, em livros didáticos da literaturacristã com uma preciosíssima contribuição ao pensamento cristão hodierno eaplicação didática produtiva. Esta correção didática usando uma metodologiaeficaz que aponta as veredas que leva ao único caminho, a saber, oSENHOR e Salvador Jesus Cristo, chega as nossas mãos com os aromas donardo, da mirra, dos aloés, da qual você pode fazer uso de irrefutável valorpedagógico-prático para a revolução proposta na gênese de todo trabalho.

E com certeza debaixo das mãos poderosas do SENHOR ser um motorpropulsor permanentemente do mandamento bíblico: “Conheçamos eprossigamos em conhecer ao Senhor...” . Por certo esta semente frutificará naterra boa do seu coração para alcançar preciosas almas compradas pelo

Senhor Jesus.

Dr. Messias José da SilvaIn memorian  

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7Administração Eclesiástica 

PrefácioEste Livro de Administração Eclesiástica, parte de uma série que compõe agrade curricular do curso em Teologia da nossa Faculdade, se propõe a serum instrumento de pesquisa e estudo. Embora de forma concisa, objetivafornecer informações introdutórias acerca dos seguintes pontos:

Administração Eclesiástica; Qualidade na Vida Psicológica e Espiritual;Qualidade Total e o Serviço Ministerial; Qualidade de Vida e RelaçõesHumanas na Igreja; Qualidade Total e Autoridade Espiritual e Obreiro e seuMinistério.

Esta obra teológica destina-se a pastores, evangelistas, pregadores,professores da escola bíblica dominical, obreiros, cristãos em geral e aosalunos do Curso em Teologia da Faculdade IBETEL, podendo, outrossim, serutilizado com grande préstimo por pessoas interessadas numa introduçãoAdministração Eclesiástica.

Finalmente, exprimo meu reconhecimento e gratidão aos professores queparticiparam de minha formação, que me expuseram a teologia bíblicaenquanto discípulo e aos meus alunos que contribuíram estimulando debatese pesquisas. Não posso deixar de agradecer também àqueles queexecutaram serviços de digitação e tarefas congêneres, colaborando, assim,para a concretização desta obra.

Prof. Pr. Vicente Leite

Diretor Presidente IBETEL

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9Administração Eclesiástica 

Declaração de féA expressão “credo” vem da palavra latina, que apresenta a mesma grafia ecujo significado é “eu creio”, expressão inicial do credo apostólico -,provavelmente, o mais conhecido de todos os credos: “Creio em Deus Paitodo-poderoso...”. Esta expressão veio a significar uma referência à

declaração de fé, que sintetiza os principais pontos da fé cristã, os quais sãocompartilhados por todos os cristãos. Por esse motivo, o termo “credo” jamaisé empregado em relação a declarações de fé que sejam associadas adenominações específicas. Estas são geralmente chamadas de “confissões”(como a Confissão Luterana de Augsburg ou a Confissão da Fé Reformadade Westminster). A “confissão” pertence a uma denominação e inclui dogmase ênfases especificamente relacionados a ela; o “credo” pertence a toda aigreja cristã e inclui nada mais, nada menos do que uma declaração decrenças, as quais todo cristão deveria ser capaz de aceitar e observar. O“credo” veio a ser considerado como uma declaração concisa, formal,universalmente aceita e autorizada dos principais pontos da fé cristã.

O Credo tem como objetivo sintetizar as doutrinas essenciais do cristianismopara facilitar as confissões públicas, conservar a doutrina contra as heresiase manter a unidade doutrinária. Encontramos no Novo Testamento algumasdeclarações rudimentares de confissões fé: A confissão de Natanael (Jo1.50); a confissão de Pedro (Mt 16.16; Jo 6.68); a confissão de Tomé (Jo20.28); a confissão do Eunuco (At 8.37); e artigos elementares de fé (Hb 6.1-2).

A Faculdade Teológica IBETEL professa o seguinte Credo alicerçadofundamentalmente no que se segue:

(a) Crê em um só Deus eternamente subsistente em três pessoas: o Pai,

o Filho e o Espírito Santo (Dt 6.4; Mt 28.19; Mc 12.29).

(b) Na inspiração verbal da Bíblia Sagrada, única regra infalível de fénormativa para a vida e o caráter cristão (2Tm 3.14-17).

(c) No nascimento virginal de Jesus, em sua morte vicária e expiatória,em sua ressurreição corporal dentre os mortos e sua ascensãovitoriosa aos céus (Is 7.14; Rm 8.34; At 1.9).

(d) Na pecaminosidade do homem que o destituiu da glória de Deus, eque somente o arrependimento e a fé na obra expiatória e redentorade Jesus Cristo é que o pode restaurar a Deus (Rm 3.23; At 3.19).

(e) Na necessidade absoluta no novo nascimento pela fé em Cristo e pelo

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poder atuante do Espírito Santo e da Palavra de Deus, para tornar ohomem digno do reino dos céus (Jo 3.3-8).

(f) No perdão dos pecados, na salvação presente e perfeita e na eterna justificação da alma recebidos gratuitamente na fé no sacrifícioefetuado por Jesus Cristo em nosso favor (At 10.43; Rm 10.13; 3.24-26; Hb 7.25; 5.9).

(g) No batismo bíblico efetuado por imersão do corpo inteiro uma só vezem águas, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, conformedeterminou o Senhor Jesus Cristo (Mt 28.19; Rm 6.1-6; Cl 2.12).

(h) Na necessidade e na possibilidade que temos de viver vida santamediante a obra expiatória e redentora de Jesus no Calvário, atravésdo poder regenerador, inspirador e santificador do Espírito Santo, quenos capacita a viver como fiéis testemunhas do poder de Jesus Cristo(Hb 9.14; 1Pe 1.15).

(i) No batismo bíblico com o Espírito Santo que nos é dado por Deus

mediante a intercessão de Cristo, com a evidência inicial de falar emoutras línguas, conforme a sua vontade (At 1.5; 2.4; 10.44-46; 19.1-7).

(j) Na atualidade dos dons espirituais distribuídos pelo Espírito Santo àIgreja para sua edificação conforme a sua soberana vontade (1Co12.1-12).

(k) Na segunda vinda premilenar de Cristo em duas fases distintas.Primeira - invisível ao mundo, para arrebatar a sua Igreja fiel da terra,antes da grande tribulação; Segunda - visível e corporal, com suaIgreja glorificada, para reinar sobre o mundo durante mil anos (1Ts4.16.17; 1Co 15.51-54; Ap 20.4; Zc 14.5; Jd 14).

(l) Que todos os cristãos comparecerão ante ao tribunal de Cristo parareceber a recompensa dos seus feitos em favor da causa de Cristo,na terra (2Co 5.10).

(m) No juízo vindouro que recompensará os fiéis e condenará os infiéis,(Ap 20.11-15).

(n) E na vida eterna de gozo e felicidade para os fiéis e de tristeza etormento eterno para os infiéis (Mt 25.46).

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11Administração Eclesiástica 

SumárioApresentação 5Prefácio 7Declaração de fé 9

Capítulo 1Administração Eclesiástica 13

1.1. Governo Eclesiástico 131.2. Um Conceito de Administração Eclesiástica 161.3. Administração Eclesiástica do Ponto de Vista Bíblico 161.4. Objetivos de Organização 161.5. Administração Secular 171.6. O & M (Organização & Métodos) 171.7. O Que É Administrar? 171.8. Princípios Básicos de Administração 171.9. Igreja Cristã 181.10. Organograma da Igreja 21

1.11. Epílogo 27Capítulo 2Qualidade na Vida Psicológica e Espiritual 29

2.1. A Psicologia e o Obreiro 292.2. A tricotomia do homem 322.3. O homem sob três aspectos bíblicos 36

Capítulo 3Qualidade Total e o Serviço Ministerial  43

3.1. Princípios básicos e fundamentos da qualidade 443.2. Os princípios da qualidade 47

Capítulo 4Qualidade de Vida e Relações Humanas na Igreja  53

4.1. O que significa relações humanas? 534.2. Relações Humanas no pIano de Deus 544.3. Sua necessidade dentro do ministério 544.4. Relações humanas e a comunicação 564.5. Os problemas do relacionamento humano 574.6. A influência da crítica no comportamento humano 594.7. Outros problemas do relacionamento humano 64

Capítulo 5Qualidade Total e Autoridade Espiritual  71

5.1. Autoridade de Cristo 725.2. O Trabalho ministerial deve ser prestado em obediência 72

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5.3. Não existe autoridade que não provenha de Deus 745.4. A primeira lição do obreiro deve ser obediência 745.5. A cabeça é a autoridade do corpo 755.6. Davi respeitava a autoridade que estava sobre Saul 775.7. Obediência à autoridade delegada 785.8. Requisitos para reconhecer uma autoridade delegada 80

Capítulo 6Obreiro e seu Ministério  83

6.1. Qualidades do obreiro 836.2. Nunca negligenciando ou omitindo o dever 866.3. Unção Ministerial 886.4. Habilitação Ministerial 906.5. A Pessoa do Obreiro e seu Ministério 926.6. Aceitando os Desafios do Ministério 986.7. Aceitando os desafios da fé 99

Referências 103

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13Administração Eclesiástica 

Capítulo 1

Administração Eclesiástica

Administração. Conjunto de princípios, normas e funções destinadas aordenar, dirigir e controlar os esforços de grupos de indivíduos para obtençãode um resultado comum. Por extensão, função que estabelece as diretrizesda empresa, de forma a organizar os fatores de produção e controlar osresultados. ©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.

1.1 Governo Eclesiástico

Uma igreja cristã é uma sociedade com vida coletiva, organizada deconformidade com algum plano definido, adaptado a algum propósitodefinido, que ela se propõe realizar.

Podemos distinguir quatro padrões gerais, embora muitos grupos não seenquadrem exatamente em nenhum deles.

1.1.1 Episcopal

É o governo por meio de bispos (episkopoi ). É a ordem adotada pelas igrejasanglicana, luterana, metodista (esta com modificações). Um ministério triplo émantido, abrangendo bispos, pastores (principalmente o clero local, queexerce a liderança nas igrejas e nas paróquias) e diáconos/diaconisas, quetrabalham como auxiliares da igreja. Na prática, os diáconos são quasesempre pastores-aprendizes. Só os bispos podem ordenar outros para o

ministério e eles traçam a sucessão através dos séculos. Este sistema nãotem como reivindicar base bíblica, no sentido de que o Novo Testamentoapresente alguma exigência indiscutível quanto ao assunto. Os estudiosos detodas as tradições aceitam hoje a idéia de que os termos episkopos  (bispo) eprebyteros   (ancião) são equivalentes no Novo Testamento (At 20.17,28; Fp1.1; Tt 1.5,7). Assim sendo, a idéia da palavra bispos no Novo Testamentonão é em geral aquela encontrada no sistema episcopal. Eles eram oficiais daigreja local, havendo quase sempre alguns servindo na mesma igreja,segundo o modelo dos anciãos do Antigo Testamento, na sinagoga judaica.

Por outro lado, as igrejas episcopais destacam dois fatores significativoscomo apoio ao sistema. Primeiro, a presença de ministérios na igreja primitivaque transcendiam os da igreja local. Os apóstolos são o exemplo supremo

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neste caso; os profetas parecem ter às vezes atuado nesse sentido. Timóteo,Tito e Tiago são vistos como exemplos especiais dessa terceira dimensão  doministério do Novo Testamento, desde que foram claramente investidos deresponsabilidade sobre várias igrejas. Segundo, não pode haver dúvida deque a ordem de ministério tríplice retroceda quase até a era apostólica, sendoem meados do segundo século o padrão praticamente universal para oministério cristão. Quando a igreja teve de enfrentar a perseguição extrema e

a heresia em seu próprio meio, ela reforçou sua liderança oficial,principalmente o episcopado, a fim de fazer frente a esses desafios. Trata-se,portanto, de uma forma de ministério que provou ser de considerável valorpara a igreja no decorrer dos séculos.

1.1.2 Presbiteriano

O governo por meio de anciãos (presbyteroi ) caracteriza as igrejasReformada e Presbiteriana em todo o mundo e, com certas modificaçõesepiscopais, o Metodismo. Os anciãos se reúnem geralmente num corpocentral, como uma assembléia nacional, e nos presbitérios locais, com jurisdição sobre territórios geograficamente menores. Uma forma depresbiterianismo também opera onde uma igreja local é administrada por umgrupo de líderes nomeados. Esta forma reivindica autorização bíblica direta,baseada no padrão do Novo Testamento, onde presbíteros são nomeadosnas igrejas locais. Esses líderes aparecem consultando os apóstolos noConcílio de Jerusalém, em Atos 15. Entre os presbíteros na congregaçãolocal, um pode ser escolhido como presbítero-mestre , para administrar aPalavra e os sacramentos, à parte dos outros presbíteros administradores ,que participam da liderança com ele (1Tm 5.17). Em termos gerais, o governoé quase sempre exercido por um sistema de presbitérios, sínodos e concílios.O presbiterianismo também reconhece o direito de cada igreja participar daescolha dos pastores. Os diáconos realizam um ministério de apoio, ligado

aos assuntos administrativos da igreja. De modo diferente dos episcopais,todos os pastores têm formalmente o mesmo status .

1.1.3 Congregacional (Independente)

É o governo através da igreja local em conjunto, seguido pelas igrejasbatistas, congregacionais, pentecostais e outras igrejas independentes. Aigreja local é a unidade básica: nenhum líder ou organização pode exercerqualquer autoridade sobre ela. Todas as decisões são tomadas por toda aigreja; o pastor, os diáconos e os presbíteros (se houver) acham-se nomesmo nível que os demais membros. Cada igreja local tem liberdade parainterpretar a vontade de Deus sem interferência de outras igrejas ou grupos,

embora na prática a maioria das igrejas independentes se una com outras deinteresse comum. A ordenação para o ministério pode ser efetuada sem o

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envolvimento de outras igrejas, apesar de isso ser raro na prática; muitoscongregacionalistas consideram essencial uma representação maisabrangente. O ministério é geralmente duplo, com pastores e diáconos,embora em alguns casos o pastor divida a responsabilidade espiritual comvários presbíteros . Algumas igrejas do tipo congregacional põem em dúvida avalidade da idéia de nomear um determinado indivíduo para ministrar   nacongregação local.

Os congregacionalistas se baseiam no significado da igreja local no NovoTestamento. Como vimos, a Escritura faz uso da mesma linguagem, relativaà natureza da igreja, tanto para se referir à igreja local como à igrejauniversal. Além disso, não existe no Novo Testamento qualquer evidênciaquanto à imposição de grupos mais amplos ou oficiais de fora sobre a vida daigreja local, excetuando-se evidentemente os apóstolos ou seusrepresentantes pessoais, como Tito e Timóteo. Subjacente a isso, acha-se aconvicção de que a liderança de Cristo na igreja implica sua presençaimediata entre o povo e o poder de transmitir a sua vontade sem a mediaçãode qualquer outro agente, quer pessoal ou corporativo.

Na prática, o congregacionalismo reconhece o valor da comunhão mútua eda cooperação entre as igrejas, embora não a ponto de restringir a supremaliberdade do grupo local para agir conforme a vontade do Senhor, segundo oseu discernimento.

1.1.4 Católico-Romano

O catolicismo é essencialmente uma expressão histórica específica doepiscopalianismo. Existem sérios desvios das normas bíblicas em suacompreensão da igreja. O aspecto singular da organização católica é aprimazia do Bispo de Roma, o Papa. A Igreja Católica difere, outrossim, dasigrejas reformadas em seu conceito de um sistema eclesiástico sacerdotal,também encontrado nas igrejas ortodoxas do oriente e em algumas igrejas

anglicanas.

Este breve resumo mostra que nem o sistema episcopal, nem o presbiteriano,nem o congregacional pode reivindicar o apoio total das Escrituras, emboraisso possa ser negado por alguns, em cada tradição. Não queremos sugerircom isso que a evidência bíblica deva ser posta de lado e o assunto sejadecidido em bases pragmáticas. Mas, a fim de nos identificarmos com ocorpo de Cristo, precisamos unir-nos a um desses grupos, e um mínimo decompromisso com suas estruturas é algo essencial para dar significado ànossa adesão. Devemos reconhecer, entretanto, os limites assim como aextensão de nossas convicções em assuntos que não contradigamclaramente o ensino bíblico e exercer aquele respeito mútuo fraternal que é osinal que distingue o povo de Deus (Jo 13.14s).

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1.2 Um Conceito de Administração Eclesiástica

Administração Eclesiástica é o estudo dos diversos assuntos ligados aotrabalho do pastor no que tange à sua função de líder ou administradorprincipal da igreja a que serve.

A Igreja é um ORGANISMO e também uma ORGANIZAÇÃO e o povo de

Deus está organizado num tríplice aspecto: espiritual, social e econômico,para atender à missão para a qual Deus a constituiu.

1.3 Administração Eclesiástica do Ponto de Vista Bíblico

Em muitos casos, a Bíblia tem sido situada por sua demonstração deprincípios administrativos.

1.3.1 No Antigo Testamento

a) Conselho de Jetro - Êx 18.13-27;

b) avi divide os sacerdotes por turmas - 1Cr 27;c) José no Egito - Gn 41.28-57

1.3.2 No Novo Testamento

Jesus envia doze discípulos às ovelhas perdidas da casa de Israel, Mt 10.1.

Jesus envia setenta discípulos de dois em dois, Lc 10.1.

Jesus mandou a multidão assentar-se em grupos de 50 e 100 namultiplicação de pães e peixes, Mc 6.39-44.

Uma boa administração não impede a necessária operação do EspíritoSanto, pelo contrário, o Executivo Divino deve ser consultado em primeirolugar, antes de qualquer planejamento ou deliberação, pois Ele é o maiorinteressado no progresso do reino de Deus na terra.

1.4 Objetivos de Organização

a) Simplificar o trabalho. Há muitas maneiras de se fazer às coisas,porém devemos procurar aquela que é mais prática e eficiente;

b) facilitar a produção. Simplificando o trabalho, facilitamos a suaprodução e, por conseguinte produzimos mais e melhor.

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1.5 Administração Secular

Possui dois grandes ramos:

Pessoal .  Cuida das pessoas que compõe a organização, seus direitos,deveres e desenvolvimento.

Financeira . Busca recursos, analisa receitas e programa despesas.

1.6 O & M (Organização & Métodos)

Estuda e pesquisa a maneira de operar estabelecendo seqüências lógicas.

1.7 O Que É Administrar?

É a capacidade de gerar organismos eficazes, eficientes distribuindoresponsabilidades, permitindo participação, promovendo crescimento (daorganização e dos envolvidos).

1.8 Princípios Básicos de Administração

1.8.1 Planejar

Predeterminar um curso de ação.

1.8.1.1 Atividades

a) Prever;b) estabelecer objetivos;c) programa;d) cronogramar;

e) orçar;f) determinar procedimentos;g) elaborar políticas.

1.8.2 Organizar

Reunir meios, recursos materiais e humanos, distribuir racional eharmoniosamente para fazer funcionar a Organização.

1.8.2.1 Atividades

a) Tomar decisões;

b) delegar responsabilidades;c) estabelecer relações.

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1.8.3 Comandar

Determinar providências de funcionamento de acordo com normas vigentes

1.8.3.1 Atividades

a) Tomar decisões;

b) comunicar-se;c) motivar;d) selecionar;e) desenvolver pessoal.

1.8.4 Coordenar

Manter a organização em funcionamento homogêneo e integrado,proporcionando desenvolvimento de modo equilibrado, evitando atritos.

1.8.5 Controlar

Avaliar e regular o trabalho em andamento e acabado.

1.8.5.1 Atividades

a) Estabelecer padrões de execução;b) medir desempenho;c) avaliar desempenho;d) corrigir desempenho.

A Administração perfeita está nos céus. O próprio Deus estabeleceu regrasfixas para o Universo teve seu planejamento (Pv 8.22). Nenhuma Igreja

prosperará e se manterá sem administração.

1.9 Igreja Cristã

1.9.1 Definição

Conjunto de pessoas divinamente chamadas e separadas do mundo, unidossob pacto para o culto e serviço cristão, são a suprema atividade de Cristo,cuja palavra é a sua única lei e regra de vida em todas as questões de fé eprática.

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19Administração Eclesiástica 

1.9.2 Divisão

a) UNIVERSAL - conjunto de todos os salvos;b) LOCAL - Conjunto de salvos de um determinado local.

1.9.3 Missão

a) Adorar;b) edificar;c) evangelizar.

1.9.4 Características ideais

a) Está presente e vive para desempenhar sua missão;b) liderança própria;c) reprodução própria;d) sustento próprio.

1.9.5 Fatores Para Formar Uma Igreja

a) Comunhão, At 2.44;b) cooperação, At 4.32.

1.9.6 Corpo Eclesial

a) Pastor, Ministro, Ancião, Presbítero, Bispo (At 20.18,28; 1Tm 3.1, Ttl.5-7).

b) Diácono (At 6)

1.9.7 Filiação

a) Pelo batismo (Mt 28.15; At 2.38): salvos, casados, solteiros ou viúvos;b) por carta de transferência: membros de outras igrejas de mesma fé e

ordem;c) por aclamação: membros de organizações genuinamente evangélicas,

de igreja que já desaparecera, de igrejas que não dão carta detransferência, cujos documentos foram extraviados.

1.9.8 Tipos de Cartas

a) Recomendação;b) mudança;

c) declaração;d) apresentação.

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1.9.9 Rebatismo

a) Se não foi batismo conforme o modelo bíblico;b) se foi antes da convicção da salvação;c) se a pessoa pede por motivo justo.

1.9.10 Disciplina

Uma bênção e uma necessidade (Mt 18.15-17; Hb 12.5-11).

1.9.11 Propósitos da Disciplina

a) Corrigir (1Co 7-9).b) restaurar (Gl 6.1);c) manter bom testemunho (1Tm 3.7);d) advertir (1Co 5.6-7);e) apelar à consciência do ofensor.

1.9.12 Motivos de Disciplinasa) Conduta desordenada (2Ts 3.11-15);b) imoralidade (1Co 5);c) contenciosidade (1Tm 3.15,20);d) propagar falsas doutrinas (Tt 3.10,11);e) filiação a igreja incompatíveis com o cristianismo.

1.9.13 Como tratar o disciplinado

a) Não como inimigo (2Ts 3.15);b) ganhá-lo novamente (Tg 5.19,20);

c) recebê-lo, se mostrar-se realmente arrependido.

1.9.14 Casos especiais

Pessoas que exercem cargos:

b) Limitar direitos;c) tempo de prova para verificar arrependimento;d) segurança na medida disciplinar.

1.9.15 Defesas extra-bíblica

a) Advogado;b) justiça comum.

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1.9.16 Atitude do Pastor quanto à disciplina

a) Deve ministrar com humildade e amor;b) não deve ser usada como castigo;c) não deve ser usada como revanche;d) deve estar ansioso pela sua volta;e) deve ser imparcial;

f) não pode ser usada como arma para imposições.

1.10 Organograma da Igreja

1.10.1 Principais órgãos necessários

1.10.1.1 Departamento de Administração

1.10.1.1.1 Serviços gerais

a) Alimentação;b) manutenção;c) conservação e limpeza.

1.10.1.1.2 Material

a) Compras;b) Slmoxarifado.

1.10.1.1.3Pessoal

1.10.1.1.4 Economia e finanças

a) Contabilidade;b) Tesouraria.

1.10.1.1.5Outros

a) Transporte;b) segurança;c) hospedagem;d) secretaria.

1.10.1.2 Departamento de Assistência Social

a) Alimento e roupa;b) saúde e beneficio;

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c) amparo;d) orfanato;e) creches;f) aAsilo.

1.10.1.3 Departamento de Música

1.10.1.3.1 Treinamento

a) Ensaio;b) Cursos.

1.10.1.3.2 Som

a) Instrumentos;b) Aparelhos.

1.10.1.3.3 Grupos

a) Orquestras;b) corais;c) bandas;d) conjuntos.

1.10.1.4 Departamento de Evangelismo

a) Planejamento;b) material;c) áreas.

1.10.1.5 Departamento de Missões

a) Secretaria;b) missões nacionais;c) missões estrangeiras.

1.10.2 Departamento

1.10.2.1 Biblioteca

1.10.2.2 Escola Dominical

a) Superintendência;b) secretaria;

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23Administração Eclesiástica 

c) setores:•  berçário;•  infantil;•  adolescente;•  jovem;•  adulto;•  novos convertidos.

1.10.2.3 Ensino

a) Escola teológica.b) cursos Seculares;c) treinamento;d) palestras;e) seminários;f) estudos Bíblicos.

1.10.3 Departamento de Comunicação

1.10.3.1 Assessoria Comunicação

a) Relações Públicas.b) avisar, editar, agendar;c) convites, propagandas.

1.10.3.2 Imprensa

a) Jornal;b) rádio;c) tv.

1.10.3.3 Publicações

a) Livros;b) apostilas.

1.10.4 A Igreja como Pessoa Jurídica

1.10.4.1 Estatuto

Documento fundamental constitutivo do grupo, conjunto de nomes queestabeleçam a estrutura e a organização da sociedade ou do grupo.

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1.10.4.2 Razões Porque a Igreja deve ter Estatuto

a) Para não figurar como entidade abstrata, inobjetiva;b) para poder ser representada juridicamente, proprietária de bem,

condições de reclamarem direitos;c) pode ser inscrito no CPMF - Cadastro Geral de Contribuintes.

1.10.4.3 Denominações usuais

a) Nome;b) sede e foro;c) finalidades;d) duração;e) membros;f) diretoria;g) assembléias Gerais;h) quorum;i) eleições; j) patrimônio;

k) modificações estatutárias;l) disposições gerais.

1.10.4.4 Complementos

1.10.4.4.1 Deve constar

Administração;responsabilidades;origem e aplicações de bem e prestação de contas;definição de tarefas;regime interno;pastor como presidente;quorum de decisões.

1.10.4.4.2 O que não deve constar

a) Particularidades dos cultos;b) organizações internas;c) métodos de trabalhos;d) afinações de caráter doutrinário;e) especificações de uso de propriedades, entidade filiais, e modo de

recebimento ou exclusão de membros.

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25Administração Eclesiástica 

1.10.4.5 Diretoria da Igreja

a) Presidente;b) Vice Presidente;c) 1º Secretário;d) 2º Secretário;e) 3º Secretário;f) 1º Tesoureiro;g) 2º Tesoureiro.

1.10.4.6 Registro do Estatuto

1.10.4.6.1 Em assembléia Geral Extraordinária aprova-se o estatuto

1.10.4.6.2 Documentos para registro

a) Ata datilografada em 3 vias;b) oficio ao Cartório;c) relações dos membros da Diretoria.

1.10.4.7 Reforma do Estatuto

1.10.4.7.1 Razões

a) Mudança de nome;b) atualização da metodologia;c) imposições legais.

1.10.4.7.2 Procedimentos

a) Comunicar assembléia geral;b) apresentar projeto de mudança;c) igreja aprova;d) procede-se o registro;e) divulga-se a reforma.

1.10.4.8 Orientações Legais

a) Deve inscrever-se no CPMF (Cadastro Geral de Contribuintes);b) não poderá inscrever-se no INSS, FGTS, PIS;c) não poderá apresentar Declaração de Rendimentos;d) não poderá ter empregados assalariados;e) deverá ter carimbo do CPMF padronizado;f) deverá requerer junto à Receita Federal isenção de Imposto de

Renda;g) deverá requerer junto à Prefeitura isenção de Imposto Sobre Serviços.

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1.10.5 Administração da Igreja

1.10.5.1 Principais Registros e Documentos

a) Rol de membros;b) livro de Atas;c) livro de Registros de Patrimônio;

d) cartão de Membro;e) envelopes de Dízimos;f) ficha de Membro;g) cartas de Recomendação, mudança, transferência.

1.10.6 Bandeiras

1.10.6.1 Do Brasil

a) Horário de hasteamento: normalmente 8 horas;b) horário de armamento: normalmente 18 horas;c) se hasteada à noite deve estar iluminada.

1.10.6.2 Posições

1.10.6.2.1 Ao centro: se estiver isolada

1.10.6.2.2 A diretoria

(Em ralação às pessoas que estiver atrás dela): quando se achar ao lado deoutra bandeira.

1.10.6.2.3 Em desfiles

Erguida e ao Centro se isolada; à direita se houver outra, e à frente e isoladaquando houver outras bandeiras.

1.10.6.3 Regras Fundamentais de Reuniões

1.10.6.3.1 Discussões em grupo

a) Falar um de cada vez;b) ir diretamente ao assunto;c) decidir, tão logo haja opinião formada.

1.10.6.3.2 Peças de uma reunião produtiva

a) Dar conhecimento prévio dos assuntos a serem tratados;b) ter horário de início e término;

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27Administração Eclesiástica 

c) construir presidente da reunião;d) verificar quorum;e) elaborar ata.

1.10.6.3.3 Decisões por votação

a) Maioria absoluta;b) totalidade;

c) nominal;d) secreta;e) simbólica.

1.10.6.3.4 Como liderar uma reunião

a) Prepare um resumo;b) determine objetivos a serem alcançados;c) tenha pronto todo o material necessário;d) mantenha o local devidamente arrumado;e) permita a total participação;f) consiga aceitação dos resultados;

g) resuma a discussão.1.11 Epílogo

“Mas Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir os sábios,e Deus escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes” 1Co1.27

Como mordomos de Deus, à frente de sua Igreja, ou de algum grupo que Elenos confia a dirigir, devemos esquecer o errôneo refrão: “Deus só querqualidade e não quantidade”. Esta é uma afirmação diabólica a fim de induziralguém a menosprezar a obra de Deus, a não cuidar dela com amor, carinhoe total dedicação. Deus requer qualidade sim pois é um Deus Santo (Hb12.14) e perfeito (Dt 18. 13) e exige estas qualidades de seus servos mastambém requer quantidade, como podemos ver que na parábola dos talentos(Mt 25.15-30), os que foram recompensados foram os que no mínimodobraram o valor recebido.

O trabalho para ter sucesso é preciso primeiro a ação de Deus (Jo 15.16)mas também, sem dúvida a ação organizada de alguém (1Tm 3.4,5) que nãoquer ter do que se envergonhar e tem esperança de ser recompensado peloSenhor pelo seu trabalho (Is 40.10), que tem consciência que seu trabalho ésimbolizado por ouro, prata ou pedras preciosas (1Co 3.12-14).

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29Administração Eclesiástica 

Capítulo 2

Qualidade na Vida Psicológica e

EspiritualIntrodução

Etimologicamente, psicologia significa ciência da alma. A curiosidade acercada alma sempre foi e continua sendo uma característica do homem. Oprimitivo considerava a alma como uma entidade responsável pelasmanifestações de natureza subjetiva, que se justificava pela vivência dossonhos, pelas manifestações delirantes e pela experiência da morte,chegando a conceituá-la como substância sutil numa concepção materialista,constituindo um duplo.

Aristóteles, também interessado no estudo da alma, porém com o propósitode averiguar sua imortalidade, definiu-a como o ato primeiro, ou seja, comoperfeição fundamental de um ser vivo.

Atualmente, a alma ainda constitui-se num alvo de interesse do homemcontemporâneo e é descrita como um substrato substancial dasrepresentações, das sensações, das emoções, dos sentimentos; enfim, deuma expressão psíquica.

Ocorre que com o advento da ciência, a alma, como objeto de estudo, tornou-se inconcebível. A psicologia passou a ser definida como a ciência que

estuda o comportamento. O comportamento substitui a alma, uma vez que aela é possível empregar todos os princípios científicos e seus respectivosmétodos, principalmente o método hipotético-dedutivo.

Por conseguinte, a psicologia passou a pertencer ao rol das ciências naturais,que contêm no bojo de seu objeto de estudo os fenômenos fisiológicos. Nesteaspecto a psicologia fica reduzida à fisiologia.

2.1 A Psicologia e o Obreiro

O obreiro responsável por um trabalho ou que atue no campo da ministraçãoou numa classe de escola bíblica, precisa conhecer a base da psicologia,embora muitos afirmem que esta disciplina é anti-bíblica, discordamos

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plenamente, cremos que sem haver um mínimo de conhecimento, o obreiropode passar por momento de dissabores.

É claro que neste livro não ofereceremos um curso de psicologia, mesmoporque o tema geral insere discussão sobre a qualidade total, entretanto,faremos menção de alguns tópicos necessários para que o obreiro possaentender o relacionamento entre espírito, alma e corpo, afim de produção da

qualidade total.

2.1.2 Método da Psicologia

O método da Psicologia será então a um tempo experimental e racional. Aquiapenas precisamos os pontos em que este método se distingue do métodocomum às disciplinas experimentais.

2.1.2.1 A observação interior

A observação interior ou introspecção consiste em observar-se a si mesmo,aplicando sua atenção aos fenômenos da consciência.

A introspecção tem a vantagem imensa de atingir imediatamente seu objeto,sem os riscos que comporta a percepção externa. É necessário notar,contudo, que ela nem sempre é praticável: certos fatos psicológicos, como acólera, não podem ser observados no mesmo instante em que se produzem.Além disso, a atenção interior tende a modificar mais ou menos os fatos deconsciência, impondo-lhes uma espécie de fixidez, que eles não possuem:como observar um desvario sem o interromper, uma distração sem asuprimir? - Enfim, a introspecção é deficiente para atingir o inconsciente emesmo o subconsciente.

Se for verdade que, em muitos casos, pode-se utilizar a memória (lembramo-nos do que se passou no estado de cólera), sabe-se muito bem o quanto ouso desta faculdade comporta riscos de erro. Donde a necessidade derecorrer à observação objetiva para completar, verificar e corrigir osresultados da introspecção.

2.1.2.2 A observação exterior

Este gênero de observação psicológica nos é perfeitamente familiar. Comefeito, servimo-nos comumente e espontaneamente da observação objetivaquando encontramos em certos fatos psicológicos os fatos ou os estadospsicológicos que lhes estão ligados. As lágrimas nos revelam o sofrimento ou

a tristeza; a imobilidade do corpo, a fixidez da visão revela o esforço de

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31Administração Eclesiástica 

atenção etc. Em Psicologia, só se cogita em dar uma forma científica a esseprocesso de observação.

2.1.2.3 Processos de observação objetiva

Estes processos são muito variados. Os mais empregados são os seguintes:métodos dos testes (pesquisas ou questionários), pelos quais se revelam as

reações psicológicas de pessoas mais ou menos numerosas, numa situação,ou diante de um fato dado, tendo em vista isolar-lhe o elemento comum, —estudo dos casos anormais ou patológicos, que fazem sobressair, porcontraste, os comportamentos normais, - estudo comparado dos adultos edas crianças, dos civilizados e dos selvagens - estudos dos comportamentosou atitudes exteriores que traduzem os estados psicológicos - psicanálise,esforçando-se por revelar as fontes inconscientes da vida psíquica.

2.1.2.4 Alcance do método objetivo

O método objetivo não pode, evidentemente, ser suficiente. É apenas umauxiliar da introspecção, uma vez que jamais poderíamos dar um sentido às

manifestações exteriores de outrem se não tivéssemos experimentado eobservado em nós próprios os fenômenos interiores que revelam osmovimentos ou atitudes externas. Mas é um auxiliar precioso, e mesmoindispensável, quando se quer passar da observação à experimentação.

2.1.2.5 O paralelismo psicofísico

O paralelismo dos fatos psíquicos e dos fatos fisiológicos, que utiliza,sobretudo o método objetivo, tem por vezes incitados os psicólogos aperseguir uma redução do psíquico ao puro fisiológico, como se os estadosde consciência fossem apenas um simples aspecto das modificaçõesorgânicas.

Ora, esta redução é insustentável, porque existem entre a ordem psíquica e aordem fisiológica diferenças tais que implicam uma distinção radical. Comefeito, os fenômenos psíquicos são essencialmente interiores, qualitativos,quer dizer, desprovidos de dimensões espaciais, personalizados e grupadosem sínteses originais, enquanto que os fatos fisiológicos são periféricos,extensos, mensuráveis e localizados, exteriores uns aos outros.

A estreita dependência dos fatos psíquicos e dos fatos fisiológicos nãopoderia, pois, ser interpretada como significando uma causalidade real dossegundos em relação aos primeiros. A dependência das duas ordens significaapenas que a consciência depende de condições fisiológicas. Por exemplo,

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os movimentos cerebrais não produzem o pensamento, mas este estácondicionado, em seu exercício, por fenômenos cerebrais.

No campo da pesquisa psicológica o homem esbarra em certas questões queenvolvem a alma, o espírito e o corpo. Quando esses fatores estão emdesarmonia o obreiro sente-se debilitado, tanto físico quanto espiritualmente,neste estado, não produz e não atinge a eficiência da qualidade total na vida

espiritual.

2.2 A tricotomia do homem

A palavra tricotomia vem do grego - trica (3) + tomia (partes). O homemdividido em três partes, nesta visão o homem é dividido em corpo, alma eespírito.

2.2.1 Como DEUS criou o homem

Segundo Gênesis 1.26a; '' E disse DEUS façamos o homem à nossa imagemconforme a nossa semelhança; (27); E criou DEUS o homem à sua imagem;à imagem de DEUS o criou; macho e fêmea os criou''.

Na criação do homem DEUS soprou em suas narinas o espírito da vida,quando o espírito penetrou no corpo, produziu a alma, neste primeiromomento o espírito teve total controle sobre a alma e o homem vivia emobediência, o homem tinha total comunhão, através de seu espírito.

Encontramos no capítulo 3 de Gênesis no versículo 8 e 9 que DEUS desciado céu e conversava com Adão. Por esses textos entendemos que DEUSconversava com eles, estando eles na dispensação da inocência, Adão viviaem santificação. A comunhão de Adão como era totalmente pelo espírito, pois

o espírito dominava a alma e o corpo.Encontramos nessa fase DEUS ordenando a Adão que ele podia comer todofruto de árvore incluindo a árvore da vida (Gênesis 2:16), isso prova que eraplano de DEUS mantê-lo eternamente no jardim, tendo apenas umacondição, não tocar na árvore da ciência do bem e do mal (Gênesis 2:17).Porém Adão não vigiou permitindo que a alma dominasse seu espírito,percebemos que quando Satanás o enganou, apela para o seu intelecto(faculdade da alma); ''disse a serpente: Certamente não morrerás, porqueDEUS sabe que no dia que dele comerdes se abrirão vossos olhos e sereiscomo DEUS; sabendo o bem e o mal. E vendo a mulher que aquela árvoreera boa para se comer, e agradável aos olhos, e a árvore desejável para dar

entendimento, tomou do seu fruto e comeu, e deu também ao seu marido, eele comeu com ela. Entretanto, Adão e Eva continuaram a viver por centenas

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33Administração Eclesiástica 

de anos depois de comerem o fruto proibido. Obviamente, isso indica que amorte predita não era física. A morte de Adão começou no seu espírito.

2.2.2 O que é a morte realmente?

Segundo a definição científica, a morte é '' A suspensão da comunicação como ambiente''. A morte do espírito é a suspensão da sua comunicação com

DEUS. A morte do corpo é a interrupção da comunicação entre esse e oespírito. Por isso, quando dizemos que o espírito está morto, não significaque não haja mais espírito, quer dizer simplesmente que o espírito perdeusua sensibilidade para com DEUS e assim está morto para Ele. A situaçãoexata é que o espírito está incapacitado de Ter comunhão com DEUS.Usemos como ilustração o mudo: ele tem boca e pulmões mais algo estáerrado com suas cordas vocais tornando-o sem capacidade para falar. Notocante à linguagem humana, sua boca pode ser considerada como morta.Semelhantemente o espírito de Adão morreu por causa de sua desobediênciaa DEUS. Ele ainda tinha o seu espírito, todavia estava morto para com DEUSporque havia perdido seu instinto espiritual. Isto ainda é assim: o pecadodestruiu o aguçado intuitivo conhecimento de DEUS que o espírito possuía

tornando o homem espiritualmente morto.

Ele pode ser religiosos, respeitáveis, educados, capazes, fortes e sábios,mas está morto para DEUS. Ele pode até mesmo falar sobre DEUS,raciocinar sobre DEUS, pregar sobre DEUS, mas ainda assim está mortopara Ele. O homem não pode ouvir ou sentir a voz do espírito de DEUS. Porisso, no testamento DEUS freqüentemente se refere àqueles que estãovivendo na carne como mortos.

A morte que iniciou no espírito do nosso antepassado gradativamente atéalcançar seu corpo. Embora continuar a viver por muitos anos depois que seuespírito morreu, a morte, todavia, continuou operando nele até que seuespírito, alma e corpo estivessem mortos. Seu corpo que poderia Ter sidotransformado e glorificado, retornou ao pó. Porque se o homem interiorprecipitou-se no caos, seu corpo exterior deve morrer e ser destruído. A partirdali o espírito de Adão (como também de todos os seus descendentes) caiusobre opressão da alma até que, gradativamente, uniu-se com a almatornando suas duas partes intimamente unidas. O escritor de Hebreus diz quea palavra de DEUS vai penetrar e dividir a alma e espírito (4.12). A separaçãoé necessária porque o espírito e a alma tornaram-se um. Enquanto estiveremintimamente unidos ao homem será lançado por eles no mundo psíquico.Tudo é feito segundo os preceitos do intelecto ou sentimento . O espíritoperdeu seu poder e impressão como se estivesse em sono profundo.

Qualquer instinto que ele tenha para conhecer e servir a DEUS estãocompletamente paralisados. Ele permanece em coma como se não existisse.

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Este é o significado de Judas 19: ''naturais, não tendo espírito'' (literal).Certamente isso não quer dizer que o espírito humano deixa de existir, poisNúmeros 16.22 diz claramente que DEUS é '' O DEUS dos espíritos de todacarne''. Todo ser humano tem em sua posse um espírito, embora estejaobscurecido pelo pecado e impotente para manter comunhão com DEUS.

Por mais morto que esse espírito esteja para DEUS, ele ainda pode

permanecer tão ativo quanto a mente ou o corpo. Ele é considerado mortopara DEUS, mas ainda é muito ativo com outros aspectos. Algumas vezes oespírito de um homem caído pode ser até mais forte do que sua alma oucorpo e ganhar domínio por todo o seu ser. Tais pessoas são ''espirituais'', damesma forma que muitas pessoas são grandemente da alma ou do corpo,pois seus espíritos são muito maiores do que as pessoas comuns. Estessão os feiticeiros e bruxos, e verdadeiramente mantém contato com a esferaespiritual, só que realizam isso através do espírito maligno e não pelo EspíritoSanto. Desta forma, o espírito do homem caído está aliado com Satanás eseus espíritos maus. Está morto para DEUS, entretanto bem vivo paraSatanás e segue o espírito mau que segue nele.

Rendendo-se à exigência de suas paixões e cobiça, a alma tornou-seescrava do corpo de tal forma que o Espírito Santo considera inútil contenderpelo lugar de DEUS neste alguém. Daí a declaração de escritura : '' Meuespírito não pleiteará para sempre com o homem; porque ele é realmentecarne'' (Gn 6.3). A Bíblia refere-se à carne como sendo o composto da almaregenerada e a vida física embora mais freqüentemente indique o pecadoque está no corpo. Uma vez que o homem esteja totalmente sobre o domínioda carne, ele não tem de liberar-se. A alma tomou o lugar de autoridade doespírito. Tudo é feito independentemente e segundo as ordens da sua mente.Mesmo em questões religiosas, na mais acalorada busca de DEUS, tudo érealizado pela força e vontade da alma do homem, sem a revelação doEspírito Santo. A alma não está apenas independente do espírito;adicionalmente ela está sob o controle do corpo. Ela é solicitada a obedecer,a executar e cumprir as cobiças, paixões e exigências do corpo. Cada filho deAdão está, não somente morto em seu espírito, mas ela é também ''da terra,terreno'' (1Co 15.47). Os homens caídos são governados completamentepela carne, andando em reação aos desejos das suas vidas da alma e daspaixões físicas. Estes são incapacitados de Ter comunhão com DEUS. Àsvezes eles exibem sua inteligência e paixão, porém, os mais freqüentes sãoambos: inteligência e paixão. Sem impedimento, a carne está sobre rígidocontrole sobre o homem total.

Isto é o que está esclarecido em Judas: ''escarnecedores andando segundo

as suas ímpias concupiscências. Estes são os que põem à parte, homensnaturais, não tendo espírito''. Ser da alma é antagônico ao ser do espírito,

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35Administração Eclesiástica 

nossa parte mais nobre, a parte que pode unir-se a DEUS e que pode regulara alma e o corpo, está agora sob o domínio da alma, aquela parte em nósque é terrena tanto no motivo como no alvo. O espírito foi despojado da suaposição original. A condição do homem é anormal, por resultado de ser daalma é que se torna um escarnecedor, buscando paixões ímpias e criandodivisões.

1Coríntios 2.14 faz referência de tais pessoas não regeneradas desta forma:''O homem natural não aceita coisas de DEUS, porque para ele são loucuras;e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. ''Taishomens, sob o controle de suas almas e com seus espíritos oprimidos, estãoem contraste direto com as pessoas espirituais. Eles podem serexcessivamente inteligentes, capazes de apresentar idéias ou teoriasmagistrais, todavia não aprovam as coisas do Espírito de DEUS. Sãoinadequados para receber revelação do Espírito Santo. Tal revelação éamplamente diferente das idéias humanas. O homem pode pensar que ointelecto e o raciocínio humano são todo-poderosos, que o cérebro é capazde compreender todas as verdades do mundo, mas o veredicto da Palavra deDEUS é : '' vaidade de vaidades''.

Enquanto o homem está em seu estado de alma, ele freqüentemente sente ainsegurança desta era, e, por isso, também busca a vida eterna da eravindoura. Mas mesmo que o faça, ainda é impotente para descobrir a Palavrada vida pelo seu muito pensar e teorizar. Quão indignos de confiança são osraciocínios humanos!

Freqüentemente observamos como pessoas muito inteligentes colidem emsuas diferentes opiniões. As teorias conduzem o homem facilmente ao erro.São castelos no ar, atirando-os nas trevas eternas.

Quão verdadeiro é que, sem a liderança do Espírito Santo, o intelecto não é

apenas indigno de confiança, mas também extremamente perigoso, porquefreqüentemente confunde a questão do certo e do errado. Um pequenodescuido pode provocar não só a perda temporária, mas até danos eternos. Amente entenebrecida do homem muitas vezes o conduz à morte eterna. Seas almas não regeneradas apenas pudessem ver isto, quão bom seria!

Enquanto o homem é carnal, ele pode ser controlado por mais do quesimplesmente a alma, ele pode estar sob direção do corpo também, porque aalma e o corpo estão intimamente entrelaçados. Pelo fato do corpo depecado estar abundando em desejos e paixões, o homem pode cometer osmais hediondos pecados. Visto que o corpo é formado do pó, assim suatendência natural é em direção a terra. A introdução do veneno da serpenteno corpo do homem transforma todos os seus desejos legítimos em lascívia.

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Tendo cedido uma vez ao corpo, em desobediência a DEUS, a alma vê-secompelida a ceder toda vez. Os baixos desejos do corpo podem serfreqüentemente manifestos por meio da alma. O poder do corpo torna-se tãoirresistível que a alma não consegue senão ser o escravo obediente.

A idéia de DEUS é que o espírito tenha a preeminência, governando nossaalma. Mas uma vez que o homem torna-se carnal, seu espírito afunda em

servidão à alma. Maior degradação sucede quando o homem torna-se''material'' (do corpo), pois o corpo, mais baixo, ergue-se para ser soberano.O homem desceu então do '' controle do espírito'' para o ''controle da alma'', edo ''controle da alma'' para o controle do corpo”. Ele afunda cada vez maisprofundamente. Quão lamentável deve ser quando a carne ganha domínio.

O pecado matou o espírito: morte espiritual então, torna-se a porção detodos, pois todos estão mortos em delitos e pecados. O pecado levou a almaa ser independente: a vida da alma é, portanto, uma vida egoísta e obstinada.

O pecado finalmente deu autoridade ao corpo: a natureza pecaminosaconseqüentemente reina através do corpo.

2.3 O homem sob três aspectos bíblicos

DEUS classifica o homem sob três planos como veremos no decorrer destetópico. Não temos como escapar dessa classificação. Ou somos o homemnatural, ou o homem carnal.

2.3.1 O Homem Natural

Embora o plano mais elevado para o homem seja o espiritual, DEUS começaem sua palavra, pelo plano mais inferior: o natural. Isto é começa a falar do

homem que vive uma vida natural, a vida deste mundo, e que não tem oEspírito Santo em seu viver.

2.3.1.1 A descrição do homem natural

Ele é chamado de natural porque ainda não experimentou a regeneração.Vive segundo a natureza pecaminosa e decaída desde a queda ocorrida noÉden. Ele está perdido. A menos que aceite a Jesus, não há solução paraele. Esse homem não pode ser reformado nem melhorado. Ele tem de sertransformado pelo poder do Espírito Santo (Rm 8.9; 7.18). Não importa quãobons, cultos, educados, experientes, moralistas e religiosos seja, se não aaceitar Cristo, estará irremediavelmente perdido e morto em seus pecados (Sl

14.13; Rm 3.23, 8.9).

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37Administração Eclesiástica 

O mesmo termo traduzido natural em 1Co 2.14, é traduzido animal, em 1Co15.44, referindo-se ali ao corpo impulsionado e controlado pela alma humanae suas paixões. O nosso termo ''alma” vem do latim ánima e nada tem a vercom animal e, sim, criatura especial de DEUS (Gn 1.26,27; Sl 8.4-6).

O mesmo termo é traduzido por sensual em Jd v.19, no sentido de sergovernado apenas pelos sentidos naturais da alma, e não pelo Espírito

Santo. ''Sensual'', aqui, não se refere á volúpia, lascívia, cobiça carnal ou àincontinência, mas ao que é percebido pelos sentidos.

O mesmo termo é ainda traduzido por animal em relação à sabedoria quenão procede do Espírito Santo, e sim da capacidade puramente humana;inteiramente da alma humana. Esses fatos bíblicos ajudam a descrever ohomem chamado natural.

Natural também significa não trabalhado, ou seja: não transformado, nãomodificado, não processado, não cultivado. Exemplo: a madeira tal qualcortada do tronco; não trabalhada, bruta. Vamos dar um outro exemplo: apedra como se encontra na pedreira: não polida nem esculpida. Assim é o

homem natural. Ele se acha morto em seus pecados: ainda não foitransformado pelo Espírito Santo. Ele precisa nascer de novo para tornar-seagradável aos olhos de DEUS.

2.3.2 O Homem Espiritual

O homem espiritual é assim chamado por ser impulsionado, controlado edirigido pelo Espírito Santo. O seu “eu” está vivo, mas se acha crucificadocom Cristo (Gl 2.20, Rm 6.11). O plano (e a vontade) de DEUS é quesejamos espirituais (Rm 12.1,2). Ver mais sobre o homem espiritual em Gl6.1,1; 1Pe 2.5; Hb 5.14.

1.3.2.1 O relacionamento do Homem Espiritual com DEUS

O homem espiritual é exatamente o inverso do homem natural. Esterelacionamento é tríplice:

a) O homem espiritual aceitou a Cristo como seu salvador e “nasceu denovo” espiritualmente (Jo 3.5).

b) Ele submete-se inteiramente a Cristo como seu Senhor, em todas asáreas de sua vida. Segue o exemplo de Cristo (Jo 8.29).

c) Ele é cheio do Espírito. Tem vigor e vida espiritual abundante, comoocorre entre o tronco e os ramos da videira (Jo 15.5).

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2.3.2.2 A condição do homem espiritual diante de DEUS

O homem espiritual é cheio do Espírito Santo, o qual possibilita-o a viver paraDEUS.

Sendo cheio do Espírito Santo, esse crente dá fruto espiritual automática eabundante para DEUS, uma vez que esse fruto, de que fala a Bíblia, não vem

do esforço humano: vem da natureza divina do Espírito Santo que age comtoda liberdade na vida do crente (1Pe1.4).

O homem espiritual tem a mente de Cristo, e pelo Espírito Santo, discernebem tudo (1Co 2.16).

Essa é à vontade de DEUS para todo crente. A Bíblia descreve a condição dohomem espiritual como sentado nas “regiões celestiais” com Cristo (Ef 1.3;2.6).

O seu espírito passa a intuir a voz de DEUS (revelação), o homem passa ater a intimidade que DEUS deseja que ele tivesse.

Neste momento a alma passa a ser submissa ao espírito, essa comunhãocom DEUS só acontece com a regeneração do espírito.

O nascer de novo não é uma reforma da velha natureza, mas é um atocriativo do Espírito Santo que gerou Jesus em Maria é o mesmo EspíritoSanto que nos gerou em Jesus.

2.3.3 O homem carnal

Pelo contexto desta passagem e de outras congêneres, vê-se que o homem

carnal é crente e salvo. Não obstante sua vida cristã é mista , dividida emarcada por constantes subidas e decidas. Ele á um crente que “começapelo Espírito e termina pela carne” (Gl 3.3). é chamado carnal porque avelha natureza adâmica, herdada da raça humana, nele prevalece ; aindanão subjugado pelo Espírito Santo (Rm 8.13).

A natureza humana pecaminosa, existente em todo crente, embora nãopossa ser mudada, precisa ser modificada e vencida pelo poder do EspíritoSanto (Cl 3.5; Gl 2.19; 6.14; Rm 8.13). nem todo crente vive uma vidaconsagrada, nem se acha disposto a vencer plenamente a natureza adâmica.Na igreja de Corinto, muitos crentes eram carnais. A sua velha naturezaestava livre para agir ao invés de “levar cativo todo pensamento à obediência

de Cristo” (2Co 10.3-5).

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Isso só há de ser obtido por nossa inteira submissão a Cristo, como nossoSenhor, e pela obra santificada do Espírito Santo em nosso ser (Rm 6.13; Gl5.16).

Conforme está escrito em Rm 6.11, não é o pecado que morre dentro docrente , o crente é que deve morrer para o pecado e viver para DEUS.Também, conforme Gl 6.14, não bastava o mundo estar crucificado para o

crente; o crente é quem deve estar crucificado para o mundo. Um dosgrandes perigos da vida cristã consiste em descer da cruz. Essa é umamensagem para quem já é discípulo de Cristo (Mt 16.24; Lc 14.27).

2.3.3.1 A condição do homem carnal

Ele é divido: em parte vive para DEUS, e em parte vive para agradar a simesmo. Enquanto o homem espiritual vive em um plano superior das “regiõescelestiais”, o carnal vive mais na esfera do terreno, porque a sua visão estávoltada para o natural. Sinais do homem carnal:

a) É espiritual infantil; imaturo (1Co 3.1);

b) Vive de “Leite”, no sentido de rudimentos da doutrina (Hb 5.1213);c) É sectário e dado a isso (1Co 3.4);d) É dominado pela inveja (1Co 3.3);e) É dado a contendas e considera isso uma virtude e um direito (1Co

3.3);f) Não se aflige ante os problemas da igreja, como ocorria em Corinto

(1Co 5.1-13; 6.13-20);g) O carnal, com naturalidade e facilidade, move ação judicial contra a

igreja e os irmãos na fé (1Co 6.1-8);h) O crente carnal vive uma mista, querendo agradar a si mesmo, aos

outros, ao mundo e a DEUS (1Co 10.20,21).

2.3.4 A regeneração do homem

Por que um pecador deve nascer de novo? Por que deve-o nascer de cima?Por que deve haver uma regeneração do espírito? Porque o homem é umcaído . Um espírito caído precisa renascer para poder tornar-se um novoespírito. Assim como Satanás é um espírito caído, assim também é o homem;só que este possui um corpo. A queda de Satanás aconteceu antes da quedado homem. A queda de Satanás pode, portanto, nos ensinar a respeito donosso espírito decaído. Ele foi criado como um espírito afim de que pudesseTer comunhão direta com DEUS. Porém ele caiu e tornou-se a cabeça dospoderes das trevas. Ele agora está separado de DEUS e de toda virtude

piedosa. Mas isso não significa que Satanás não existe. Sua queda apenastirou seu relacionamento direto com DEUS. O homem, semelhantemente, em

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sua queda também afundou nas trevas e na separação com DEUS. O espíritodo homem ainda existe, mas está separado de DEUS, sem o poder decomungar com Ele incapaz de governar. Espiritualmente falando, o espíritodo homem está morto. Entretanto, assim como o espírito do querubimpecaminoso existe para sempre, do mesmo modo o espírito do homempecaminoso existe e continuará existindo. Por Ter ele um corpo, sua quedafez dele um homem de carne (Gn 6.3). Numa religião deste mundo, ética,

cultura ou lei pode melhorar este humano caído. O homem corrompeu-se auma posição carnal, nada dele mesmo pode levá-lo de volta a uma posiçãoespiritual. Portanto, a regeneração ou regeneração do espírito, éabsolutamente necessária. Somente o Filho de DEUS pode nos restaurar aDEUS, pois Ele derramou seu sangue para purificar nossos pecados e nosdar uma nova vida. No momento em que o pecador crê no Senhor Jesus elenasce de novo. DEUS lhe concede sua vida não criada afim de que o espíritodo pecador possa ser vivificado. A regeneração de um pecador ocorre emseu espírito.

A obra de DEUS começa, sem exceção, dentro do homem, do centro para acircunferência. Quão diferente é o padrão de obra de Satanás! Ele do exterior

para o interior. DEUS visa primeiro renovar o espírito entenebrecido dohomem comunicando vida a ele, porque este espírito que DEUSoriginalmente designou para receber sua vida e para comungar a Ele.

O propósito de DEUS, depois disso, é sair do espírito para invadir a alma e ocorpo do homem.

Esta regeneração concede ao homem um novo espírito (Espírito Santo),como também vivifica o seu antigo espírito. “Porei dentro de vós um novoespírito” - “O que é nascido do Espírito é do espírito” (Ez 36.26; Jo 3.6).

O “espírito'' nesta passagem tem a vida de DEUS em vista, pois não é algoque originalmente possuíamos; ele nos é concedida por DEUS em nossaregeneração. Esta nova vida do espírito pertence a DEUS (2Pd 1.4) e “nãopode pecar” (Jo 3.9); mas nosso espírito, embora vivificado, ainda pode serimaculado (2Co 7.1) e necessitar de santificação (1Ts 5.23).

O propósito de DEUS num homem regenerado é levá-lo, por meio de seuespírito a livrar-se de tudo que pertence à sua velha criação, pois dentro doseu espírito regenerado jaz todas as obras de DEUS para com ele.

2.3.5 O Homem Espiritual Regenerado

Uma pessoa cujo espírito é regenerado e dentro do qual já habita o EspíritoSanto ainda pode ser carnal; pois, seu espírito pode estar sobre opressão de

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sua alma ou corpo. Algumas ações bem definidas são exigidas, caso elequeira se tornar espiritual.

Falando de modo geral, encontramos pelo menos dois grandes perigos emnossa vida, mas somos capacitados a vencer não apenas o primeiro, mas osegundo também. Esses dois perigos com seus correspondentes triunfossão: o de continuar sendo um pecador que perece ou se tornar um crente

salvo e o de continuar como um crente carnal ou se tornar um crenteespiritual. Um pecador pode tornar-se crente e do mesmo modo um crentecarnal pode tornar-se espiritual. O DEUS que pode transformar um pecadornum cristão carnal por dar-lhe Sua vida, pode, igualmente transformá-lo decristão carnal em cristão espiritual, dando-lhe Sua vida abundantemente. A féem Cristo faz de alguém um crente espiritual. Assim como o relacionamentocorreto com Cristo gera um cristão, assim o relacionamento adequado com oEspírito Santo produz um homem espiritual.

Somente o Espírito pode fazer crentes espirituais. É seu trabalho levar oshomens à espiritualidade (Rm 1.9 - 8.4); (1Co 6.17); (Gl 5.22-24).

2.3.5.1 Entende-se por regeneração

O conceito de regeneração conforme encontrado na Bíblia, fala do processode passar da morte para a vida. O espírito do homem, antes da regeneração,está longe de DEUS e é considerado morto, pois morte é a separação da vidae de DEUS que é a fonte de vida. A morte é, portanto, separação de DEUS.O espírito do homem está morto e incapaz de ter comunhão com Ele. Ou suaalma o controla lançando-o numa vida de idéias e imaginações, ou as cobiçase hábitos do seu corpo o estimulam e reduzem sua alma à servidão.

O espírito do homem precisa ser vivificado, porque ele nasce morto. O novonascimento, sobre o qual o Senhor Jesus falou a Nicodemos, é o novo

nascimento do espírito. Por certo não é um nascimento físico, comoNicodemos suspeitava, nem tampouco é da alma (soulical). Devemosobservar cuidadosamente que o novo nascimento comunica a vida de DEUSao espírito do homem. Visto que Cristo fez expiação por nossa alma edestruiu o princípio da carne, assim, nós que estamos unidos a Ele,participamos da Sua vida de ressurreição. Fomos unidos com ele em suamorte, conseqüentemente, é em nosso espírito que primeiro colhemos oconhecimento da Sua vida de ressurreição. O novo nascimento é algo queacontece inteiramente dentro do espírito; não tem relação alguma com a almaou o corpo. O que torna o homem único na criação de DEUS não é por elepossuir uma alma, mas sim por Ter um espírito que, unido à alma, constitui ohomem. Tal união distingue o homem como extraordinário no universo. Aalma do homem não está diretamente relacionada a DEUS; segundo a Bíblia,

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é seu espírito que se relaciona com DEUS . DEUS é espírito, todos os que Oadoram, portanto devem adorá-Lo em espírito. Somente ele pode Tercomunhão com DEUS . Só o espírito pode adorar o Espírito. Daíencontramos na Bíblia expressões tais como: “servindo a DEUS em meuespírito (Rm 1.9; 7.6; 12.11). conhecendo através do espírito (1Co 2.9-12 );adorando em meu espírito (Jo 4.23,24; Fl 3.3); ''recebendo no espírito arevelação de DEUS'' (Ap 1.10; 1Co 2.10 ).

Por causa deste fato, lembremos que DEUS estabeleceu que vai tratar com ohomem Somente através do seu espírito e que, pelo o espírito do homem,Seus propósitos serão realizados. Se isto é assim, quão necessário é que oespírito do homem continua em constante e viva em união com DEUS, semser afetado, nem sequer por um momento, a desobedecer às leis divinasseguindo os sentimentos, desejos e ideais da alma exterior. Caso contrário, amorte se manifestará imediatamente, e ao espírito será negada sua uniãocom a vida de DEUS. Isto não quer dizer que o homem não mais tenha umespírito. Significa simplesmente, como já discutimos anteriormente, que oespírito renunciaria à sua elevada posição, para a alma. Sempre que ohomem interior de alguém atende aos ditames do homem exterior, ele perde

contato com DEUS e se torna morto espiritualmente. “Estando vós mortosnos vossos delitos e pecados, nos quais outrora andastes” por fazer “àvontade da carne e dos pensamentos'' (Ef 2.1-3).

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Capítulo 3

Qualidade Total e o Serviço

MinisterialIntrodução

Vivemos um período de plena transformação. Isto é fato e não é nenhumanovidade. Porém, este processo de mudanças atinge a todos e em todos oslugares, alterando hábitos e costumes como nunca se viu. Como exemplo,hoje podemos nos comunicar com qualquer parte do planeta e brevementeaté com outros planetas – assim que se descubra vida inteligente neles. Coma Internet podemos acessar informações instantaneamente sobre os maisvariados temas: futebol, notícias, política, culinária ou até como fazer uma

bomba caseira. Diversos produtos, serviços e comodidades invadem nossascasas diariamente através dos meios de comunicação e sem pedir licença.Enfim, fomos pegos por essa onda de transformação conhecida como:GLOBALIZAÇÃO.

Diante dessas mudanças encontra-se o homem. Responsável direto por elas,mas ao mesmo tempo atônito a tudo que se passa, tentando entender eadaptar-se ao que está a seu redor: produtividade, melhoria contínua,qualidade de produtos e serviços, housekeeping (Administração interna),assertividade, desemprego e empregabilidade, interconectividade, entreoutros.

A batalha da qualidade começou quando os japoneses lançaram sua guerracomercial contra a Europa e os Estados Unidos. Alguns consultores definemqualidade como o nível de excelência que a empresa escolheu alcançar parasatisfazer à sua clientela-alvo.

Então, como sobreviver nesta era, neste mundo? Será preciso que hajamsuper-homens, super-heróis? Ou será que nós temos a força necessária paraatingirmos a qualidade total no ser humano?

Aqui estão os 10 passos que consideramos essenciais para que possamosnos sobressair diante deste mundo moderno e atingirmos o que propomoscomo a qualidade total na vida cristã:

a) Tenha confiança em Deus. Este é o primeiro passo, pois a partir d’Elevocê conseguirá trilhar pela estrada da transformação, tirando seu

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melhor proveito. Portanto, cuide de sua auto-estima, valorize seuministério!

b) Cuide de sua aparência e comunicação. Além de fazer bem a você,causará uma boa impressão aos demais.

c) Seja bom ouvinte. Valorize o tempo que passa com as pessoas. Dê-lhes atenção, ouça o que dizem e também seus corações, pois assimestará entendendo melhor e julgando menos.

d) Atualize-se constantemente. Vivemos a era da informação, portanto,busque a melhor forma de estar sempre atualizado com sua área deinteresse, seja através de cursos, livros, viagens, grupos de amigos,reuniões ministeriais, estudos bíblicos, seminários e EBDs.

e) Dedique-se de coração, corpo e alma em um projeto, mas mantenha-se aberto para outros.

f) Cada pessoa é diferente; cada uma tem uma personalidade única.Contudo, o tipo de pessoa que tende a nos perturbar é aquela quenão é como nós. Aceite essa diversidade e aprenda a desfrutá-la.

g) Esteja preparado para a mudança. Entender a realidade e estar prontopara quebrar os paradigmas é essencial para não se deixar levar pelaacomodação e pela rotina. Então, mexa-se!

h) Desenvolva seu potencial. As pessoas bem sucedidas sabem utilizar oseu potencial para alavancar seu crescimento ministerial e pessoal.Como está o seu?

i) Esteja feliz. Tenha prazer no que faz e faça com prazer. j) Este espaço é seu! Pense em algo que realmente o diferencia dos

demais, o torna especial, que faz com que as pessoas lembrem-se devocê, gostem de ficar ao seu lado. Junte esta característica/habilidadeaos outros passos já apresentados e atinja a graça ministerial!

3.1 Princípios básicos e fundamentos da qualidade

3.1.1 Qualidade total - conceitoMuitos são os conceitos possíveis de qualidade total, mas qualquer um quemostre acerto deve passar a idéia da ligação máxima entre uma organizaçãoe seus clientes. Para qualquer organização que pratique qualidade, seusclientes são a razão de sua existência, e também, somente terá sucesso àinstituição que conseguir envolver todos os seus integrantes com aQualidade.

Adotaremos um conceito simples que se prestará bem ao nosso objetivo:

É uma filosofia de administração envolvendo todos os integrantes de uma

organização, que controla e aperfeiçoa, de modo contínuo, a maneira como o

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trabalho é realizado, a fim de ir ao encontro das expectativas de qualidade docliente.

3.1.2 Clientes

Clientes são todas as pessoas envolvidas ou beneficiadas pelos processosprodutivos de uma organização. As pessoas que se envolvem com os

processos produtivos são os clientes internos e pertencem à organização (oscrentes); as pessoas beneficiadas com os processos são os clientesexternos, são aqueles que consomem os produtos ou serviços produzidospela organização (os pecadores).

Uma organização orientada pela Gestão da Qualidade Total comunga doseguinte princípio: Ela existe em razão dos seus clientes externos, e tem nosseus clientes internos o seu maior patrimônio.As organizações são constituídas por seres humanos e são eles ou por meiodeles que tudo acontece.

É sabido que somente o estado de satisfação permanente leva o indivíduo ou

grupo de pessoas, a um estado de elevação moral. O moral elevado é o fatordeterminante para que as pessoas estejam motivadas, condição essencialpara o crescimento pessoal e o aparecimento da produtividade naorganização.

3.1.3 Elementos da qualidade

Sete são os elementos constitutivos de um bem ou serviço com qualidade:

1) Satisfação do cliente

2) Moral dos clientes internos

3) Qualidade intrínseca

4) Custo

5) Segurança

6) Ambiente

7) Prazo

3.1.4 A satisfação do cliente

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É a condição primeira para se conferir qualidade a um bem ou serviço, se ocliente não estiver satisfeito, inúteis foram os esforços. Na era pré-qualidadepoderíamos dizer a frase: “ Quem entende de igreja somos nós, os crentes”,hoje é inconcebível tal postura, devemos conhecer o que nossos clientesprecisam e desejam.

As Organizações produtivas existem para a satisfação dos seus clientes,

atuando em conformidade com a missão que determina a sua existência.

3.1.5 Moral

Conforme prescrevem os japoneses, criadores da qualidade total, o clientereina em primeiro lugar; clientes são todos aqueles participantes (crentes) oubeneficiados pelos processos (pecadores). É preciso que as pessoas queintegram a organização, no nosso caso a igreja, estejam com o moralelevado, ou seja, estejam motivadas para o trabalho do Senhor.

A motivação vem do interior de cada um, mas os fatores externos, contribuempara o surgimento de tal estado de animação para o trabalho.

3.1.6 Qualidade intrínseca

É a qualidade própria do bem ou do serviço que foi produzido. É a qualidadeque você vê, como aspectos de aparência, de organização, ou seja, é aqualidade propriamente dita. Exemplo: Um crente bem vestido, educado, quedemonstra ter Deus no seu coração e domina bem a palavra do Senhor, etc.

A qualidade intrínseca é um dos primeiros elementos da qualidadereconhecidos pelo cliente, dessa forma, ela se torna muito importante, poisexerce um poder de sedução ou de repulsa no cliente. É a primeira

impressão, e conforme o dito popular, ela é quem fica. A apresentação de umproduto é de suma importância para sua aceitação e o sucesso doempreendimento.

3.1.7 Custo

Ainda que as organizações eclesiásticas não sejam geradoras de lucro, elasnão conseguem existir gerando prejuízo. A relação de custo/benefíciofavorável é indispensável na gestão pela qualidade total.

O custo deve ser considerado, lembrando que uma organização não vive deum projeto exclusivo, assim, deve distribuir de forma racional, proba e

eficiente os seus recursos.

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3.1.8 A segurança

É outro aspecto importante. Imaginem uma indústria que produzisse umalâmpada que iluminasse o dobro do que a lâmpada comum gastasse ametade de energia elétrica que as demais, que custasse menos que aslâmpadas convencionais, mas que ao terminar sua vida útil, explodisse eprojetasse pedaços de vidro para todos os lados. Teria qualidade?

A qualidade depende de segurança, trás consigo o conceito da garantia daqualidade.

3.1.9 O ambiente

Onde a organização atua deve ser propício à qualidade. Existe um programainternacionalmente conhecido, desenvolvido no Japão, denominado“Programa dos 5S” que através de ações de educação dos funcionários,consegue um ambiente sadio e propício para o trabalho.

O ambiente propício para a qualidade é aquele onde existe paz, harmonia,

respeito, ordem, fraternidade, saúde, higiene, compromisso com o trabalho, edisciplina consciente .

3.1.10 O prazo

Está ligado ao momento da entrega do bem adquirido pelo cliente ou omomento em que lhe é prestado o serviço.

Se apenas um desses sete elementos não estiver presente, não é possívelconferir qualidade ao bem ou serviço produzido.

3.2 Os princípios da qualidadeA Gestão pela Qualidade Total possui princípios que devem ser conhecidos epraticados por todos os integrantes da organização. Tais princípios foramelaborados a partir da filosofia básica da qualidade e da experiência deiminentes teóricos como Deming, Juran, Crosby, e outros, são eles:

3.2.1 Aperfeiçoamento contínuo

Toda igreja está inserida no ambiente social, com a finalidade de satisfazernecessidades de pessoas com serviços, assim, não pode se esquecer que asociedade é dinâmica, que as necessidades das pessoas mudam de tempo

em tempo, o que demanda uma constante vigilância e aperfeiçoamento

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contínuo por parte das organizações (ex: caso das concessões de canais detelevisão e rádio).

O aperfeiçoamento consiste na modificação de processos já existentes ou nacriação de novos processos, sempre com fulcro nas necessidades dosclientes.

Para que a organização possa se aperfeiçoar ela deve manter mecanismoseficientes de consulta aos clientes e detectar suas necessidades no momentomais precoce possível, para surpreendê-los com a excelência dos serviçosprestados.

3.2.2 Constância de Propósitos

A Gestão pela Qualidade Total é consubstanciada em programas queestabelecem metas específicas para serem atingidas ao longo de um certoperíodo. Cronogramas são estabelecidos para serem atingidos, de sorte queindependente de pessoas as metas devem ser atingidas, e para tal, essepropósito é constante. “Sedes firmes e constantes, sempre abundantes noSenhor”.

A constância de propósitos não pode tornar-se obstáculo para oaperfeiçoamento contínuo, ser constante não significa ser estagnado; asmetas podem ser alteradas dentro do propósito inicial, qual seja, de atenderas necessidades dos clientes, mas somente por esse motivo.

3.2.3 Delegação de Competência

A gestão pela Qualidade Total parte do pressuposto de que não sendopossível à onipresença ou onisciência ao ser humano, fica desaconselhável a

centralização. Atributos de onisciência e onipresença pertencem só a Deus.O poder de decisão não é delegável, ele é atributo exclusivo daquele quedetém o cargo ou a função, entretanto, todos os integrantes da organizaçãotêm um potencial produtivo, responsabilidade formal, vontade de participar,necessidade de estar motivado para o trabalho. A delegação de competênciarefere-se a dar a cada um a plenitude de possibilidades para que todos sesintam importantes e responsáveis pelos destinos da organização. Moisés noauge de seu ministério passou a ter dificuldades em dar assistência a todasas pessoas que dependiam de sua decisão, o que lhe trouxe bastanteprejuízo, tanto na priorização de problemas a serem geridos, como nocuidado com a própria saúde, sendo necessário o conselho de Jetro, seu

sogro, no sentido de que delegasse parte de seu poder a homens confiáveis.

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Há de se compreender, entretanto, que gerir com qualidade não significa darum golpe no princípio da hierarquia e da autoridade; as pessoas continuamsendo, cada uma delas, responsáveis pelos resultados obtidos por seussetores, mesmo porque, só se delega o que pode ser delegado.

3.2.4 Disseminação de Informações

Todos os integrantes da igreja devem saber com clareza sua missão , seuspropósitos, seus planos e metas. As informações só serão úteis seviabilizarem uma atividade operacional que gere qualidade para seusclientes.

Deve ser incentivado um sentimento de captação dos fatos mais significativosrelacionados aos processos produtivos da igreja, e transformá-los em dadospara posteriormente receberem as interpretações estatísticas necessárias amonitorização de tais processos. Kaoru Ishikawa prescreve que não épossível atribuir qualidade àquilo que não se pode medir, pode-se, quandomuito ter impressões se algo vai ou não bem, mas a qualidade deve serquantificada.

A organização deve criar mecanismos internos de disseminação dasinformações de interesse da qualidade, certificar-se que todos terão acesso,e também, criar mecanismos permanentes de escuta de seus clientes, tantoos internos quanto os externos.

3.2.5 Desenvolvimento de Recursos Humanos

“A grandiosidade de uma organização se mede pelo nível de realização doshomens que ela tem”.

Referida frase de autor desconhecido revela que investir no homem é investirem quem produz a qualidade. Todos os integrantes da organização precisampoder sentir-se confortáveis e felizes com a igreja e poder usar suascapacidades e realizar seu potencial.

Além dos fatores motivadores convencionais deve-se criar nos homens o queAlbrecht chamou de “Espírito de serviço”; ou seja, sentir-se valorizado porestar exercendo a função da forma e nas condições que lhe sãoapresentadas.

Se qualidade se faz com educação, deve-se investir numa educação dequalidade, que capacitará as pessoas não só como líderes, mas como

pessoas, desenvolvendo conhecimentos complementares ao entendimento

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do porque devemos satisfazer as necessidades legítimas dos nossossemelhantes.

Cabe ao administrador da qualidade nas igrejas, em qualquer nível, dar aosseus membros a satisfação, de ter a capacidade de levar ajuda aos seussemelhantes, de terem valor na organização da igreja, de serem motivadoscom os mecanismos já existentes de reconhecimento de mérito (elogios).

As necessidades higiênicas devem estar realizadas para que os fatoresmotivacionais possam fazer seus efeitos e permitir que as pessoas semotivem. Todo crente com cargo de chefia deve estar atento a este fato, ascondições de moradia, de alimentação, o convívio social, etc.

3.2.6 Garantia da Qualidade

Garantir a qualidade dos serviços prestados não significa estar certificando ainexistência de erro. O que se garante é a padronização dos processosprodutivos e a adesão, pela organização, da política da qualidade.

Sem sombra de dúvidas, estando os processos monitorados, os erros quaseinexistem, entretanto, não se pode falar em zero defeitos. Uma igreja comqualidade garante o bem estar de seus membros; deve possuir mecanismosque lhes permitam sugestões. A organização aceita a sugestão comoelemento de evolução e faz desta oportunidade, motivo de aproximação e deconquista do cliente insatisfeito.

3.2.7 Gerência de Processos

Os processos são estruturados dentro de uma organização comprometidacom a qualidade, para produzir os serviços que irão ser consumidos pelos

seus clientes.Para assegurar-se que os serviços estejam sendo produzidos com qualidadeé preciso que os processos sejam o foco da gerência, e isto é feito dentreoutras maneiras, pelo Ciclo PDCA, que veremos mais à frente quandoestudarmos as ferramentas da qualidade .

Os processos dependem da mão-de-obra, dos métodos utilizados e dosequipamentos

Quando o processo não cumpriu o papel para o qual foi planejado, diz-se terocorrido um defeito, momento em que se estuda cada de suas etapas,

localiza-se o (s) defeito(s) e o corrige. Gerenciar os processos significa

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mantê-los sob constante monitorização, reconhecendo defeitos, sehouverem, e agindo retroativamente na busca de um serviço com qualidade.

Albrecht é categórico em dizer que quando da ocorrência de um defeito, viade regra a responsabilidade foi da gerência que falhou em alguma etapa doprocesso produtivo (método errado, mão-de-obra despreparada ouequipamentos inadequados ou insuficientes), não o operador que com o seu

ato trouxe ao mundo palpável o que estava oculto pela falta de visão dagerência.

3.2.8 Gerência Participativa

Gerência participativa não se confunde com anarquia ou desestruturação dahierarquia da organização. É simplesmente um modo de gerenciar que dáoportunidade para que todos os integrantes da organização dêem suacolaboração, tornando-os orgulhosos e motivados a uma gestãoempreendedora.

Julgam os teóricos da qualidade total ser de fundamental importância que se

crie mecanismos para ouvir os clientes, e com isto, as experiências daquelesque fazem as horas da verdade, cheguem aos planejadores da qualidade.

Os membros comuns são mais livres para apreciar os processos produtivos,são desvinculados das pessoas que detém o poder da organização, o que viade regra não ocorre com os líderes, assim, são mais propensos a umaanálise isenta, além de vivenciarem na prática o funcionamento dosprocessos.

3.2.9 Não-aceitação de Defeitos

A palavra defeito deve significar obtenção de resultado indesejado paraaquele processo; ela detém-se ao fato, não às pessoas envolvidas com oprocesso defeituoso.

O defeito pode ser resultado da má interpretação do requisito do cliente (oque ele desejava do produto ou serviço), da má escolha dos insumos, da máatuação da mão-de-obra, da falta de qualidade do serviço fornecido para oprocesso se efetivar, de métodos imprecisos ou mal planejados para o dadoprocesso produtivo, ou no mau desempenho dos equipamentos disponíveis.

Com estes novos conceitos fica mais claro porque do princípio da gerênciados processos. O administrador da qualidade deve diagnosticar em que

momento do processo ocorreu o defeito, entender o mecanismo de

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ocorrência, freqüência, causas mais incidentes e combatê-lo até sua extinçãoe encontrar a otimização do processo.

É através do emprego das ferramentas da qualidade, com realce para o CicloPDCA, que se estuda os processos e se busca a excelência.

3.2.10 Total Satisfação dos Clientes

Esta é a questão básica da qualidade total; o sentimento de satisfação deveexistir em todos os níveis.

Não é uma tarefa fácil satisfazer a expectativa dos seres humanos, uma vezque a individualidade dá a cada pessoa um nível diferente de necessidades.

A tarefa se torna mais complexa ainda quando uma igreja se propõe asatisfazer as necessidades de seus membros. O serviço é permeado deaspectos intangíveis, abstratos, especialmente naqueles ligados aooferecimento de segurança às pessoas.

De outro lado, as necessidades existem, as igrejas são criadas parasatisfazê-las, e só sobreviverão se vencerem o desafio de deixarem seusmembros satisfeitos com seus serviços.

Satisfazer os clientes tem um duplo caráter: o primeiro do imediatismo, qualseja, a questão da própria sobrevivência das igrejas, e o segundo de caráterfuturista, em que o processo de consciência social e globalização, torna cadavez mais o grau de qualidade das organizações, fator de diferenciação epreferência.

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Capítulo 4

Qualidade de Vida e Relações

Humanas na IgrejaIntrodução

Abordarei neste trabalho os aspectos normais do relacionamento humanodentro da qualidade total. A extensão do relacionamento humano dentro doministério é muito importante, pois se trata do tratamento humano e como oobreiro deverá efetuar seu trabalho entre pessoas, creio que um breve cursosobre relações humanas fará muito bem ao obreiro.

O relacionamento humano faz-se necessário em todas as áreas. A verdade, o

desejo, a determinação são diferentes em cada indivíduo. Os homensembora todos nascidos de um só – Adão diferenciam-se em muitos aspectos.Cada elemento tem uma filosofia de vida, embora pertença a um mesmogrupo social. Um político pensa diferente do outro; mesmo quando ambosdesejam o mesmo posto na política.

O obreiro deverá viver sua vida ministerial entre pessoas diferentes - compensamentos diversos; alguns com um alto índice de humanitarismo, outros,sem o mínimo desse senso. Portanto, seu trabalho dependerá muito do tipode relacionamento que mantiver com seus companheiros e com os homensda sociedade.

4.1 O que significa relações humanas?Como determinar a frase Relações Humanas de modo claro e objetivo? Ohomem é um ser que necessita de companhia. E “Disse Deus... não é bomque o homem esteja só; far-lhe-ei uma adjutora que esteja como diante dele”,Gn 2.18. Após a criação, Deus notou a necessidade do homem se relacionarcom outro ser da mesma espécie, então, criou a mulher. Pode-se dar ai oinício das Relações Humanas - um homem e uma mulher estavam vivendosob o mesmo teto, e tinham que se relacionar. Portanto, do ponto de vistabíblico, Relações Humanas é o ato de duas pessoas se ajudarem entre si.Definindo Relações Humanas como ciência. Pode-se ainda definir relaçõeshumanas como sendo uma carência. Neste aspecto, deverá abranger todasas teorias que tratam o homem como ser humano.

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A sociologia trata o homem como ser social - isto é, ele necessita comunicar-se com outro para poder ter seus anseios revelados e satisfeitos. Tanto osanseios como a satisfação do homem só completam-se quando são expostosde forma clara, por meio de uma linguagem clara e por meio dorelacionamento humano.

4.2 Relações Humanas no pIano de Deus

Em todo o tempo da história do homem, Deus traçou planos para que essetivesse o melhor relacionamento com outros de sua espécie. Contudo, emtodos os lugares onde se queira ir, existe uma dependência; eu dependo demeus leitores, meus leitores dependem de mim para expor-lhes essas idéias,eu e meus leitores dependemos dos impressores e dos vendedores; osprimeiros dão o acabamento necessário à obra, os outros dão a devidavalorização a ela perante os compradores; e assim, de modo geral, emboranão exista um relacionamento próximo, nos relacionamos por meio de umobjeto de interesse de todos - este livro.

Se não houvesse Relações Humanas não haveria escritor, impressor,vendedor e leitor. Se resolvêssemos viver cada um para si mesmo, teríamosum mundo para cada um - passaríamos a depender cada um de seu próprioambiente. Conseqüentemente, não poderíamos expor as nossas idéias ou asnossas qualificações profissionais, pois não haveria ninguém para apreciá-las. Teríamos que nos contentar em ser nós mesmos.

O relacionamento humano parte de uma premissa divina - “não é bom que ohomem esteja só”. O homem foi criado possuindo dentro de si os atributosdivinos: sentimento, amor, vontade, prazer etc. Esses sentimentos são partesinseparáveis da vida do homem. Para amar, tenho que me relacionar comoutra pessoa, se sinto prazer, sinto por alguma coisa, e se há em mim algum

sentimento, ele existe por alguma razão. Mas só verei satisfeitos os meussentimentos se me relacionar com outras pessoas.

Assim, pode-se chegar a uma definição mais clara sobre Relações Humanas.Portanto, ela é “o elo principal” entre duas pessoas que pensam de mododiferentes, possuem idéias contrárias, mas quando essas idéias secondensam formam um só pensamento sobre um determinado ponto devista.

4.3 Sua necessidade dentro do ministério

Talvez não fosse necessário fazer nenhum outro comentário sobre a

necessidade de Relações Humanas dentro do ministério. Tudo que já sefalou até aqui seria mais que suficiente, não obstante, se não for feita à

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colocação exata do relacionamento humano dentro do ministério, todo essetrabalho não terá nenhum significado. Assim como, escrever esse capítulo sópara esclarecer alguns pontos não seria necessário, seria perda de temporepassar um assunto já tratado anteriormente. Entretanto, será tratado oassunto mais profundamente e mostrar a necessidade do relacionamentohumano dentro do ministério.

A necessidade básica do relacionamento humano dinamizado está no fato doobreiro estar sempre envolvido com pessoas. Quando o obreiro trata compessoas, o tipo de relacionamento que estiver cultivando será notado. Se eleé um homem polido, se possui a sabedoria do Espírito Santo, logo severificará nele o hábito de manter com todos um relacionamento normal.Dentro do ministério, esse tipo de relacionamento é de suma importância -quer pela responsabilidade do cargo, quer pela própria natureza cristã.

Haverá sempre pessoas que questionam certos pontos de vista. Emborapertençam à mesma classe social, não estão de acordo com as idéiasapresentadas. É direito das pessoas aceitar ou não as idéias dos outros, nãosão obrigadas a fazer uma coisa só porque alguém o quer. É natural que seja

requerido obediência aos sistemas doutrinários e a liderança quer que todosaceitem passivamente, quer esses sistemas sejam bons ou ruins.

A função fundamental da ciência das Relações Humanas é mostrar que asoutras pessoas também possuem os mesmos direitos. Quando se estáenvolvido com homens, não há como deixar de envolver-se compensamentos diversificados. Só por meio do relacionamento humano pode-sechegar ao comum acordo. Em Zacarias 4.6 tem-se a seguinte expressão“não por força, nem por violência, mas por meu Espírito...”. Deus tem poderpara fazer penetrar à sua palavra em quem quer que seja, contudo, exclama:“Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às comunidades” Deus serelaciona com o homem; faz isso para poder comunicar-lhe à sua vontade;

comunica e deixa que o homem O busque para que ambos tenhamcomunhão - bom relacionamento.

No transcurso deste estudo dar-se-á mais detalhes sobre a necessidade dorelacionamento humano. Contudo, por enquanto, apenas será definido,relativamente, a necessidade das Relações Humanas no ministério.

a) A necessidade do relacionamento humano vem à baila porque o homem éum ser social - necessita comunicar a outro homem às suas necessidadesfísicas e emocionais.

b) O homem vive num mundo onde tem muitos pontos em comum comoutro: o trabalho, estudo, a religião, a política, a diversão e a fantasia.

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c) Relacionar-se é sinal de amor fraternal. É prova que os homens vivemnum mesmo mundo e partilham comumente de tudo.

d) Por fim, a relação humana é tão necessária hoje como o é o oxigênio paraa vida. Vivemos num mundo eletronizado, onde tudo está sendo feito pormeio de equipamentos eletrônicos; por isso, o homem precisa relacionar-se com outro ser da mesma espécie, pois do contrário, não formará umasociedade e não será membro de uma comunidade participativa e

humanitária. Correrá o risco de tornar-se máquina, robô com cérebroeletrônico.

4.4 Relações humanas e a comunicação

Na comunicação podem surgir várias barreiras. Algumas tão sutis que nãovale a pena mencioná-las, Entretanto, alguns exemplos dessas barreirasserão citados.

4.4.1 Opiniões e atitudes

Algumas vezes as opiniões e atitudes pessoais formam as primeiras barreirasna comunicação. Há pessoas que só ouvem e lêem o que lhes interessa,mesmo que a mensagem do que lê não coincida com o conteúdo damensagem de seu interlocutor.

4.4.2 Egocentrismo

Esse impede o homem de enxergar o ponto de vista de seu interlocutor;também lhe impele a rebater tudo que ele diz. A sua opinião é a que vale;mesmo que esteja errado, não admite. Não dá nenhuma chance a ele paraexplicar ou expressar melhor o assunto. Outras vezes, seu desejo de falar étão forte (egocentrismo) que fala o tempo todo.

4.4.3 A percepção que tem do outro

Outras vezes permite acumular em seus conscientes ressentimentos contraalguém e quando está numa mesma conversa deixa transparecer isso. Àsvezes, não concorda com a linha de pensamento dele - não que sejainaceitável, mas, porque tem ressentimentos contra ele. Enquanto estiverfalando, sua atenção estará voltada para outro campo de sua preferência.

4.4.4 Competição

A competição está presente em qualquer área. Lamentavelmente existempessoas que estão sempre dispostas a competir e, não será numa conversa

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que não tentará competir. Numa conversa longa, dificilmente permitirá que aspessoas terminem as palavras. Ora completando-as, ora mudando o assunto.

4.4.5 Frustração

Essa impede que a pessoa ouça e entenda o que está sendo anunciado porseu interlocutor. As proposições acima podem acabar um relacionamento

bem antes de ter começado. Por isso, o tato na comunicação é muitoimportante. Concluindo esse assunto, é preciso deixar bem claro que acomunicação é um ponto importante nas relações humanas.

4.5 Os problemas do relacionamento humano

Em qualquer área, principalmente quando envolve o ser humano haveráproblemas. A lguns podem ser ev itados , outros, infelizmente, não sãopossíveis evitar-se. Um antigo filósofo afirmava “O homem é um mistériodentro da natureza; só Deus o conhece por dentro e por fora”. Não há comoconhecer o ser humano. “Não conheço o meu interior, não sei quando estoubem ou quando estou mal; quando posso aceitar ou quando devo rejeitar”. Há

em mim duas naturezas ou duas nações, como escreveu o apóstolo Paulo,uma espiritual e outra carnal; entre as duas existe um constante conflito. “Emminha natureza espiritual admito a superioridade alheia, mas na minhanatureza carnal sou superior”.Acho-me tão acima dos outros que só os vejoabaixo de mim. São problemas como os descritos acima que atrapalham orelacionamento humano, dificultam a comunicação e põem fim ao elo entreduas ou mais pessoas.

Abaixo alguns dos problemas do relacionamento humano que são tratados demodo claro, objetivo e humano.

4.5.1 A superioridade pessoalO homem desde sua criação foi criado superior às outras coisas; superior aosanimais, terra, aves, até mesmo sobre a mulher, Gn 1.28; 2.16; 2.18. Essaatitude de superioridade é nata no homem, contudo, ele precisa conhecer asua condição perante os outros. Jesus em Mc 10.43-44 ensina como Deusquer que o obreiro seja com os outros; as palavras do Mestre dos mestres:“Mas entre vós não é assim, pelo contrário, quem quiser tomar-se grandeentre vós será esse o que vos sirva; e quem quiser ser o primeiro entre vósserá servo de todos”. para Jesus, superioridade não existe - todos são iguais;mais que isso aquele que quiser ser o maior seja o menor. Em outro lugar diz:“... antes o maior entre vós seja como o menor; e quem governa como quem

serve...” Lc 22.26. Jesus era o maior entre todos os homens, entretanto,lavou aos pés dos discípulos, Jo 13.4-5.

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A superioridade pessoal é uma trave resistente no relacionamento. Quandouma pessoa demonstra superioridade sobre as demais pessoas elas seafastam dela, se recusam a fazer parte do mesmo grupo em que está e sedefendem contra a superioridade que aquilo demonstra. O fato de alguém tercursado várias faculdades não a faz superior a outras pessoas.

Atendi, em meu gabinete de trabalho, a certo senhor que estava com alguns

problemas pessoais. Normalmente tomo nota do nome, endereço e profissãodas pessoas. Ao perguntar a sua profissão ele me disse que era engenheiromecânico. Passamos a conversar e logo descobri os seus problemas. Elehavia cursado além da faculdade de engenharia mecânica, mais três outrasfaculdades na área de engenharia e mais uma na área de administração; eramestre e doutor em física, além de outros cursos especializados e estágios;em síntese, era um homem altamente culto, possuidor de uma culturainvejável, Entretanto, não sabia fazer uso de tal sabedoria, pois na área dorelacionamento humano, não conseguia manter contato com as pessoas.Seus colegas de trabalho o achavam antipático e autoritário.

Após nossa conversa, passei a analisar o caso com mais atenção - pois lhe

havia solicitado que voltasse outro dia para que pudesse lhe dar umaorientação melhor. Por meio das anotações, fiz a avaliação da entrevista edescobri que ele trabalhava com pessoas, que embora formadas, nãopossuíam um currículo tão completo. Ele afirmara várias vezes durante aentrevista o fato de seu chefe não possuir as mesmas qualificações que ele.Em sua opinião era ele que devia ser o chefe. Nesse exemplo, há um tipo desuperioridade pessoal revelada. Ainda que seus companheiros de serviçopudessem apontá-lo para a chefia do departamento, não o fariam, pois jáhaviam rompido o elo com ele.

No campo espiritual acontece à mesma coisa. Se um obreiro muitointeligente, cuja vida espiritual estiver elevada achar-se superior aos outros edemonstrar isso claramente, não demorará muito para ser notado pelosdemais; muitos reconhecerão seus valores, mas se manterão afastados delepor causa de sua superioridade. A Bíblia nos ensina fazer tudo comhumildade, se o obreiro é conhecedor de determinada matéria, se a dominamais que os outros devem se portar como aprendiz para que possa alcançara simpatia de todos. Existem pessoas que por estarem em posiçõesprivilegiadas não se misturam, mostram superioridade; outros, por possuíremdinheiro, se julgam superiores aos pobres. Preguei numa comunidade cujaala central do templo era ocupada por homens ricos; ao final do culto,permaneciam juntos, conversando sobre os seus negócios milionários.

Em resumo: superioridade é querer ser mais que os outros. Viver em atitudeelevada não ajudará ninguém no relacionamento humano. O obreiro deve ser

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o que é -viver no ambiente que vive normalmente. Tratar os outros como setodos fossem superiores a ele mesmo.

4.5.2 As críticas e as censuras

As relações em grupo podem ser afetadas por causa das críticas e dascensuras. Esses dois pontos serão tratados separadamente.

Em qualquer circunstância da vida haverá críticas. Tanto no âmbitoconstrutivo, como no destrutivo. Um artista, ao terminar sua obra, a expõepublicamente para ser criticada. Trata-se duma crítica construtiva. O mesmoacontece com o escritor, antes de publicar um livro, entrega os originais aoscríticos literários ou a um amigo para receber as críticas. Também nessecaso, trata-se de crítica construtiva. Em ambos os casos, as críticas irãoinfluenciar positivamente na vida do artista ou do escritor Para eles, essacrítica é importante, dela dependerá o sucesso da obra. De forma algumaeles serão prejudicados psicologicamente; não sentirão os efeitospsicológicos das críticas. O efeito seria ao contrário com eles se ao terminar aobra as expusessem ao público e, no dia seguinte, os jornais anunciassem a

opinião negativa do público e dos críticos. Eles esperavam sucesso e não ofracasso acompanhado de criticas destrutivas.

Segundo a psicologia, os efeitos da crítica, tanto positiva como negativa,refletem diretamente no indivíduo.

4.5.3 Os efeitos negativos das criticas

São tantos os efeitos negativos das críticas que neste espaço será impossívelrelacioná-los. Contudo, os mais comuns, os que provocam o rompimento dasrelações humanas serão tratados.

4.6 A influência da crítica no comportamento humano

O ajustamento do indivíduo, em certas áreas da vida, dependerá da formacomo se faz o ajustamento. Desde a influência o indivíduo leva dentro de siaspirações. Algumas nunca serão alcançadas, outras, entretanto, sãoatingidas, mas muitas vezes abandonadas pela metade. A realização denossas aspirações no futuro dependerá muito da forma psicológica que oindivíduo a toma.

O exemplo abaixo ilustra a influência da crítica no comportamento humano.

“Uma criança que desde pequena receba por seus atos certos ou erradosalgum tipo de crítica, se tornaria deprimida, medrosa e frustrada. Toda vez

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que tentar fazer algo fracassará. Agirá como se já estivesse esperando acrítica. Não se sentirá estimulada a fazer qualquer coisa útil, nunca tentaráfazer algo difícil, principalmente, quando isso lhe exigir habilidade. Dentrodela estará permanentemente o pensamento negativo. O seu estimulo nãoserá ativado, sempre estará esperando palavras negativas e contrárias aoque quer ouvir”.

Um obreiro com mania de críticas não conseguirá manter um bomrelacionamento. Todos que o conhecem e sabem de sua mania procurarãoafastar-se dele. Outros o evitarão, mesmo quando em visita às suas casas.

Aconselho nesses casos, que aquele que é crítico contumaz mude o modo deencarar a vida. Passe a ver de modo positivo o trabalho e as ações dosoutros, Mesmo que o trabalho mereça crítica, há modos especiais para fazê-la, sem causar problemas psicológicos no indivíduo.

4.6.1 Um exemplo a seguir

Os exemplos abaixo ilustram com perfeição a atitude que alguém deve tomarao necessitar fazer uma crítica. Veja como fazer isso: “Um importantecomerciante costumava percorrer, diariamente as dependências de sua loja.Certo dia notou junto ao balcão uma senhora que esperava para seratendida, mas ninguém lhe dava a mínima atenção. No outro canto do balcãoestavam reunidos os balconistas em conversas e risos. Sem dizer uma únicapalavra foi para trás do balcão e atendeu àquela senhora. Depois de atendê-la, seguiu o seu caminho. Os balconistas perceberam o fato, e nunca maisficaram amotinados em conversa e risos durante o horário de trabalho”.

Certa professora não podia aceitar o trabalho de um aluno problemático enão podia criticá-lo para não lhe causar um problema mais sério, então o

convidou a ficar após a aula. Com muito carinho o chamou a uma sala nabiblioteca e começou a fazer com ele o mesmo trabalho. Sem pronunciar umaúnica palavra a respeito do outro já pronto. Ao terminarem pôs suas mãossobre os ombros do aluno e lhe disse: Muito bem, ficou ótimo, merece umaboa nota. Depois daquele dia, o aluno passou a fazer os melhores trabalhosescolares da classe.

Sem críticas, sem apontar os defeitos do aluno, ela fez uma crítica merecidae ao mesmo tempo, consertou a deficiência dele.

No campo ministerial os mesmos métodos podem ser usados com sucesso.O obreiro que por em prática tais métodos nunca terá contra si a resistência

das pessoas.

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Certa feita fui solicitado por um obreiro a observar algumas moças queestavam do lado de fora do templo e formavam uma rodinha com uma boaconversa em pleno desenrolar do culto. Aquele obreiro já havia feito de tudopara pô-las para dentro do templo, havia até mesmo alterado a voz com elas,porém, sem nenhum resultado positivo. Quando me aproximei do grupo, ouviuma delas dizer: “eu não vou entrar”. Com um sorriso nos lábios dirigi-meexatamente para ela e a convidei a entrar e me ajudar nos louvores, dizendo-

lhe: vamos cantar tal corinho?... Foi o suficiente para que entrassem e nofinal do culto me procurassem e com um unânime pedido de desculpas.

4.6.2 Mais sobre a crítica

Continuando a análise da crítica, quero dar mais estas ilustrações: Tive umaaluna que tinha o hábito de cantar durante as aulas. Certo dia ela estavacantando, então lhe pedi para conseguir a letra do hino que estava cantandodepois da aula. Ela olhou para mim e calou-se. Ao terminar a aula, veio ameu encontro e pediu desculpas. Sempre consegui bom relacionamento commeus alunos, porque dificilmente faço-lhes criticas pessoais. Também gozode bom relacionamento com os membros da Comunidade porque não tenhoo hábito de lhes fazer críticas.

Com críticas ninguém consegue fazer bom relacionamento, tampouco manteracesa a chama das relações humanas entre duas pessoas que tentem serelacionar.

Um elogio é muito mais eficiente para consertar qualquer erro do que umacrítica. Com elogios atinge-se o ponto máximo da consciência do outro,principalmente, quando se trata de alguma coisa que ele próprio classifica deoutra forma. Sem desestimular o interesse pelo que está fazendo, o elogioleva-o a melhorar sua condição.

4.6.3 O ciúme

De todo os problemas do relacionamento humano, o maior deles é o ciúme.No relacionamento entre casais costuma-se dizer que quem não tem ciúmenão ama. Na realidade, segundo o exposto na Palavra de Deus, quem amarealmente não tem ciúme algum. Veja o que o que diz o texto sagrado: “Oamor é paciente, é benigno, o amor não arde em ciúme... tudo sofre, tudo crê,tudo espera, tudo suporta, jamais acaba. 1Co 13.4-7. Esses versículos tratamo ciúme ao contrário do amor - isto é, o ciúme se opõe ao amor inteiramente”.

No relacionamento humano o ciúme impede a aproximação das pessoas. Ecomum à manifestação do ciúme num grupo de trabalho. Se um membro do

grupo se destaca mais que os outros em seus serviços, pode despertar ociúme. Essa atitude pode ter dois motivos:

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a) A pessoa ciumenta não confia em si mesma e teme perder para ooutro a sua posição.

b) Ao ver que a outra executa com maior perfeição o serviço, senteinveja e entra numa estado defensivo por meio do ciúme.

O ciumento vive mais sob a influencia do medo e da ira que sob a influênciado carinho e da ternura; deprimido ou irritado, triste ou desesperado, não tem

paz. Vê o seu fim, a sua infelicidade chegando tão rapidamente como o raiode luz. Mas isso só em sua imaginação.

4.6.4 A subestimação própria

O relacionamento de duas pessoas é prejudicado quando uma delas passa ase subestimar. Uma pessoa que não se valoriza terá problema para serelacionar. Passará a ver nas outras todas as qualidades que não possui. Narealidade, possui qualidades, mas as nega. Quando faz parte de um grupo,nunca aceita uma posição, porque sempre se julga inferior às outras pessoas.Em seus lábios sempre estão as frases: “não sei”, “não posso”, “quem soueu?”. Aquela pessoa tenta apresentar nisso uma humildade extraordinária -mas na verdade, está subestimando-se.

Esse estado de baixa estima no indivíduo pode ter uma raiz muito profunda.Se no grupo tem alguém vivendo neste estado, é preciso ajudar essapessoa a suplantar os receios e ensiná-la a auto estima.

A subestimação é um estado psíquico do comportamento humano - é umadoença - é uma espécie de psicose. A pessoa se nega a acreditar nelamesma. Não aceita com facilidade fazer amizade e também não se comunicafacilmente. Torna-se uma pessoa fechada. Fala pouco e só o faz, quando éinquirida. O obreiro em seu serviço encontrará muitas pessoas que vivem

nesse estado. Porém, não poderá ignorá-las - terá que fazer contato comelas. Outras vezes é o próprio obreiro que passa a viver nesse estado.Relacionar-se com uma pessoa que não acredita em si mesma não é tarefafácil. Caso o leitor seja um desses que não se valoriza, veja o que Deuspensa do homem: Façamos o homem a nossa imagem e semelhança” Gn1.26. Deus não faria um homem para que este se desvalorizasse a ponto denegar as suas próprio.

4.6.5 As qualidades emocionais

O homem foi criado à imagem divina - imagem valorizada pelos atributos deDeus. Sabedoria é um desses atributos existentes no homem. A sabedoria

divina está no ser humano; vive nele, faz parte de seu dia a dia. Basta tãosomente desenvolvê-la. Tiago diz: “Se alguém tem falta de sabedoria peça a

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Deus” Tg 1.5. Pode-se entender esse versículo da seguinte forma: Se alguémnão está vivendo pela sabedoria de Deus, então lhe peça. A desvalorizaçãoprópria é o mesmo que rejeitar os atributos que já lhe foram dados.

Todos possuem o mesmo valor perante Deus. Embora Ele distribuadiferentes talentos aos homens, não deixou um só sem que recebesse um deseus talentos. A um deu cinco talentos, a outros dois e a outro um... Mt.

25.15. Mesmo possuindo um só talento, se o desenvolver fará grandescoisas. Mas se o enterrar perderá até a própria vida.

São grandes os perigos da subestimação. Tanto no aspecto espiritual quantomaterial. No primeiro, corre-se o risco de perder a fé em Cristo. A pessoacom o passar do tempo, passa a acreditar que não consegue realizar a obrade Cristo. Começa a regredir na vida cristã; não freqüenta mais os cultos enão se envolve com o Senhor. Subestima-se a tal ponto que não vê asoberania de Deus e não confia mais na misericórdia divina, dia após dia vaise arrastando e descendo ao poço escuro da incerteza. Como já está embaixa estima espiritualmente, não se importa mais com a sua alma, assim,começa a nutrir pensamentos de suicídio. E, em alguns casos, quando o

socorro chega é tarde demais. Sua sensibilidade é muito grande.

Ela está vivendo os reflexos de uma doença psíquica e necessita detratamento, mas se recusa a fazê-lo, o seu relacionamento com o resto domundo está cortado - nega-se a fazer qualquer coisa em seu beneficio. Dizpara si mesma - eu não sirvo para nada. Alimenta esse pensamento dia apósdia. Em liderança cristã não existe lugar para pessoas que se desvalorizam.Elas não poderão fazer parte dum grupo, pois acreditam que serão colocadasde lado, ficarão sem fazer nada e quando forem convidadas se negarão porque não acreditam que são capazes. Para todos os males há cura. Menospara a morte. Relacionar-se com uma pessoa em baixa estima não é tarefafácil, mas também não é impossível. Tenho encontrado muitas em nosso

ministério. Como o caso da jovem que relatei acima, outras têm passado pormeu gabinete e saem vitoriosas, alcançando as nuvens que julgavam jamaispoderem alcançar.

4.6.6 Reconstruindo a alto estima

Qual é o método que tenho usado? Simples. Imponho a essas pessoas astarefas que elas gostam de fazer - embora se sintam incapacitadas para fazê-las. Uso a linguagem do estímulo; da fé e da confiança. Mostro a elas que seerrarem não haverá problema, pois estão aprendendo e não as censuroquando eram. Nunca permito que recusem, mas também não uso de

imperativos. Uso a linguagem do conhecimento, as convenço de que sãocapazes de efetuar o serviço com perfeição. Acompanho as suas tarefas até

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que se sintam seguras e as possam fazer sozinhas. Certo jovem expressavaum grande desejo de pregar em público, mas temia o fracasso. Converseicom ele e lhe disse: “Na próxima semana você irá pregar aqui na igreja.Expliquei-lhe como fazer um esboço do sermão e desejei-lhe sucesso.Durante aquela semana, ele me procurou e relutava em aceitar aresponsabilidade. Não liguei para as suas lamúrias”.

No sábado previsto, abri o culto e quando chegou à hora da mensagemanunciei o seu nome como mensageiro da noite e afirmando que o mesmoestava preparado por Deus para transmitir a mensagem do Espírito Santonaquela noite para nós. Passei-lhe a palavra e fui me colocar ao lado deminha esposa bem a sua frente.

Após ter feito a leitura do texto, anunciou o tema e começou a falar. Aprincípio tropeçando nas palavras, mas logo se firmou e trouxe para a igrejauma objetiva mensagem, que muito nos confortou e ensinou-nos coisasextraordinárias. Estava vencido o fantasma da subestimação - agora, ele jáfala com confiança a uma ou a centenas de pessoas.

4.7 Outros problemas do relacionamento humano

Tratarei de mais oito problemas do relacionamento, mas o farei de formaresumida.

4.7.1 Quando sai um obreiro do grupo

Muitas vezes, a saída de um obreiro do grupo provoca distúrbios norelacionamento entre os demais. Às vezes, esses distúrbios são provocadospor muitas acusações. Começa haver no grupo culpado pela saída domembro. Isso causa não só a saída de outros membros, como termina com a

harmonia entre o restante do grupo. Outras vezes, quem saiu era um membromuito influente e quando havia alguma dissensão entre os membros do grupoele usava de diplomacia e apaziguava os ânimos. Num mesmo grupo socialexistem diferentes temperamentos, pessoas que pensam diferente umas dasoutras. Isso provoca distúrbios. Quando isso acontecia aquele membropassivo, controlado, agia e punha fim às divergências. Sua saída provocoudesequilíbrio e o relacionamento ficou alterado.

4.7.2 Quando um novo obreiro chega

Existem barreiras entre os que estão e o que chega ao grupo. O novomembro é examinado pelos companheiros com preocupações. Sobretudo,

quando já se passaram muitos anos sem haver alterações no grupo. Ao seranunciada a chegada do novo membro, começam-se as indagações, “Quem

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será?” Vai ser capaz de trabalhar conosco? Ele vai me superar? Vai tomar omeu lugar? Após permitirem que esses pensamentos os dominem, os antigosmembros dos grupos se põem em defensiva. Recebem o novo elemento,mas não lhe dão a mínima chance de um bom relacionamento Essa atitudeegoísta, pode levar anos para que o novo elemento consiga a confiança dosdemais.

4.7.3 Quando as rivalidades aparecemOnde houver dois indivíduos que dividem o mesmo espaço haverá rivalidade.Até mesmo entre um casal essa rivalidade é aparente, especialmente naquestão da submissão; a mulher se julga tão superior quanto o homem e,intimamente, torna-se uma rival do marido. Mas num grupo social, essarivalidade é mais patente, pois esse grupo é constituído por pessoasdiferentes, de opiniões diversas. As rivalidades no relacionamento humanosão provocadas em extremo num grupo cuja liderança não possua firmeza ouquando falta um regimento interno que divida as funções de maneira claradando a cada componente as suas tarefas exatas.

As mais comuns são: quem manda, quem faz, quem provocou. Quandoaparecer num grupo o fantasma das acusações, ou do poder, logo nascerá arivalidade. De um lado a defesa, do outro a busca desse poder; em amboshaverá os conflitos e os rompimentos de relações. Na vida normal é comum eaté admissível que haja rivalidade. Porém, em liderança cristã isso nuncaserá admissível. São homens de Deus que devem manter o bomrelacionamento tanto espiritual como material. Em síntese, a rivalidade égrande obstáculo para o relacionamento humano.

4.7.4 Quando existem limitações de liberdade

Certa ocasião apresentei um plano aos líderes da denominação a quepertencia, no intento de melhorar a produtividade do grupo em que atuava.Porém, preferiam ignorá-lo. Mais tarde, já em outra denominação, apresenteià diretoria o mesmo plano, que depois de estudado foi posto em prática comgrande sucesso. A rejeição do plano pela primeira ocasionou duas grandesbarreiras em nosso relacionamento: primeira, nunca mais apresentei qualqueroutro plano de trabalho a eles; segunda, desde a rejeição do plano, leveiminha atenção a outras possíveis denominações que poderiam aceitar eexecutar os planos anteriormente rejeitados.

É muito comum haver rompimento de relacionamento entre o grupo e oobreiro por causa de limitação de liberdade. Entretanto, a limitação de

liberdade deve ser usada em qualquer grupo, porém com flexibilidade paraque possa acomodar as idéias e os planos de trabalho apresentados por

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qualquer membro do grupo. Se existir essa flexibilidade haverá sem dúvida,um relacionamento humano bem equilibrado.

4.7.5 Quando existem mulheres no grupo

Desde o princípio Deus criou macho e fêmea; criou-os e os colocou em ummesmo lugar para que vivessem juntos. Contudo, deu ao homem autoridade

maior. Num grupo formado por homens e mulheres aparecem barreiras norelacionamento por causa da discriminação; por um lado, os homens serecusam a cooperar com as mulheres. Julgam-se maiorais e não admitemque uma mulher faça o mesmo serviço deles. Por isso, é comum gruposseparados de homens e de mulheres. Os homens não procuram seacostumar a lidar com as mulheres; muitos prejudicam o relacionamento dogrupo por causa dessa atitude mesquinha e machista.

O maior problema surge quando uma parenta de um membro do grupo vemfazer parte dele, e este percebe que elementos do grupo estão fazendodiscriminação de sexo, principalmente quando se trata de sua parenta; nascea resistência e a parti dai, apenas um passo haverá para o rompimento dasrelações do grupo.

Outros tratam as mulheres com desprezo, faz pouco caso delas e não lhesdão oportunidade de mostrar o talento que têm. Obreiro casado deve fazersuas visitas acompanhadas de sua esposa. Isso implicará na permanência demulheres nos grupos, também durante as reuniões e nos trabalhos externos.Entretanto, se os homens do grupo não puderem manter um relacionamentonormal com as mulheres de outros membros estarão prejudicando orelacionamento do grupo.

4.7.6 Quando surgem as pressões no grupo

Nada há mais desconforto num grupo do que a pressão sobre umdeterminado membro. Sempre haverá esse ou aquele membro que nãoaceita democraticamente certas atitudes ou projetos do grupo. Quando issoacontece, os demais começam a exercer pressão sobre ele, forçam-no paraque aceite a decisão dos demais. Essa pressão nunca surtirá efeito positivo,pelo contrário, cavará um abismo entre todos e as relações entre eles ficarãoafetadas. Tomei conhecimento de um fato lamentável ocorrido entremembros de certa comunidade, surgiu um pequeno problema entre o obreiroe parte dos membros. Um grupo formado pela minoria permaneceu fiel aoobreiro; entretanto, passou a sofrer pressão do grupo maior.

No final, o obreiro acabou por exonerar-se do cargo. Agora, o grupo vitoriosocantava o hino da vitória; havia tirado o obreiro; isso era o que lhes

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interessava; havia conseguido também se livrar do grupo opositor; estava deposse da comunidade e podia fazer o que desejava. Então, o grupo percebeuque cometera uma estupidez. Enquanto estavam fazendo pressão sobre osdemais, não perceberam que alguns membros da comunidade que tambémnão concordavam com eles já haviam abandonado-a. Só então, aprenderama lição de que uma vitória sobre pressão causa a derrota da obra de Deus.

As pressões provocam a destruição do relacionamento e destrói o eloespiritual e fomenta a dispersão do grupo.

4.7.7 Assumindo a responsabilidade por seus erros

Certa feita surgiu um problema no ministério que estava sobre minharesponsabilidade. O movimento começou entre os obreiros de certo grupo detrabalho. Por um motivo banal o grupo rachou-se em dois. Um assunto quefoi ponto máximo de uma reunião, cujo teor não devia ser levado aosmembros da igreja, foi divulgado entre estes, e de maneira distorcida. Reunios obreiros e indaguei querendo saber qual grupo havia deixado vazar oassunto. Nenhum dos grupos assumiu a responsabilidade. Ficamos muito

tempo reunido, mas sem resultado. Essa atitude fez com que eu começassea substituir aos poucos os serviços de vários obreiros. Houvemomentaneamente um rompimento em nossas relações, esse rompimentotrouxe prejuízos à igreja e as congregações. Dali para frente, não confiavanos obreiros.

Para que as relações humanas possam fluir num clima de paz entre osmembros do grupo, faz-se necessário que o grupo ou os culpadosreconheçam o seu erro e o confesse publicamente perante os outros. Se agirdessa forma, conseguirá ganhar a simpatia de todos. Quando Adão caiu empecado, acusou a mulher que por sua vez acusou a serpente, e se Deusperguntasse à serpente essa lhe diria fora enganada por Satanás que a

usou... e se Deus continuasse a perguntar; e perguntasse a Satanás esseseria capaz de acusar a Deus - “Talvez lhe diria, o Senhor é o culpado dohomem ter caído porque lhe deu a ordem para não comer do fruto”. Por isso,ao ocorrer um fato que possa por em risco todo andamento deprojetos e, sobretudo, o relacionamento, o mais sensato é que o culpado ouculpados assuma a responsabilidade.

4.7.8 Solução para problemas do relacionamento humano

Para todos os problemas apresentados aqui há uma solução. Contudo, Nãotratarei delas separadamente. Apresento algumas sugestões para a soluçãodos problemas.

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Para chegar-se à raiz dum problema qualquer, há necessidade de seestabelecer uma regra de avaliação para depois fornecer um parecer ouentrar em ação para a solução dele. Os pontos que precisam ser analisadoscom profundo zelo são:

a) Pesquisa do ponto de conflito do problema.b) Análise das partes envolvidas.

c) Busca das soluções em grupo.d) Apresentação e controle da solução.

Para se iniciar o processo solucionador dos problemas, os passos acima sãoimportantes. Podem ser analisados da seguinte forma:

4.7.9 Em discussão aberta do grupo

O obreiro ao notar que em seu grupo surgiu qualquer problema, deveimediatamente pôr-se em oração a sós até receber de Deus a orientaçãopara a solução do problema. Depois de ter certeza que o Espírito Santo iráoperar na reunião, deverá convocar o grupo e expor a situação deixando livrea palavra para os que desejarem opinar a respeito do assunto. Ali serãoesclarecidos os problemas surgidos, e as causas que tanto perturbavam osgrupos desaparecerão. Além disso, os membros poderão orar uns pelosoutros e gozarem de uma perfeita comunhão. Nessas reuniões serãodissipadas as dúvidas e aumentará a capacidade do grupo em resolver seusproblemas. Entretanto, isso somente será possível se o obreiro for espiritual,cheio de sabedoria e tiver grande conhecimento bíblico; sobretudo, se gozarde boa reputação entre os seus liderados.

4.7.10 Um retiro espiritual fará muito bem

Quando existem tensões no grupo, um retiro espiritual em locais abertos e dear puro fará muito bem. Deve-se reunir esforços para levar todos os membrosdo grupo. Ao chegarem ao local escolhido, devem orar um pouco; depoistodos podem se reunir num bate-papo informal. E, se for possível praticar umpouco de esporte. Outro método muito eficiente e a divisão do grupo emseminários. E algumas horas depois, unir novamente o grupo e passar adiscussão dos assuntos tratados. Um bom horário para essa discussão serádurante as refeições. Pode-se chamar de “cardápio da amizade”. Esse nomesugere amizade entre todos. Será muito importante que o obreiro se expresseclaramente sobre o objetivo do encontro em volta da mesa. Sem citarnenhum problema, deve frisar a necessidade de haver mais dias igual aquele,entre o grupo de trabalho. Esse retiro terá por finalidade criar um clima de paz

entre os componentes do grupo; além de servir, também para estreitar aindamais os laços de amizade entre eles. Sempre que o obreiro notar qualquer

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rompimento no relacionamento entre os membros deve agir com cautela paraevitar a separação do grupo.

4.7.11 O relacionamento entre os obreiros e o líder

Em qualquer setor da vida haverá necessidade de um líder. Assim como ouniverso necessita de Deus para o liderar, os homens também necessitam de

líderes para orientá-los. O mesmo homem que em certas áreas é o líder - aomesmo tempo, em outras, será o liderado. Portanto, não há líder que nãoseja também liderado; somente um não possui líder algum sobre ele - Deus.Ele é o supremo Líder de todos os líderes. Tanto para o obreiro como o líderhaverá barreiras a vencer. E, para que entre eles possa existir um bomrelacionamento essas barreiras devem ser vencidas sem muito esforço. Otrabalho, a comunicação, as relações humanas serão mais estreitas quando oobreiro reunir qualidades essenciais à liderança de um grupo.

No ministério, essas qualidades se revestem de grande significação. Não sãoqualidades normais que deve ter um obreiro líder. São qualidadesexcepcionais exigidas na liderança do ministério.

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Capítulo 5

Qualidade Total e Autoridade

EspiritualIntrodução

Vamos nos deter um pouco mais nesse assunto. Cremos que ele é de vitalimportância ao chamado ministerial. Como obreiro dentro do Ministério, eleprecisa desenvolver o trabalho do Senhor dentro dos padrões de obediênciaque Deus requer daqueles que são chamados para servi-lo.

Lendo um livro sobre autoridade espiritual, encontrei a seguinte expressão: “Amaior das exigências que Deus faz ao homem não é a de carregar a cruz,

servir, fazer ofertas, ou negar-se a si mesmo. A maior das exigências é queobedeça”. (Autoridade Espiritual – Watchman Nee – Ed. Vida p. 15). A quedado rei Saul começou no momento em que desobedeceu a Deus nãodestruindo os amalequitas (1Sm 15). Nada havia de mais importante paraDeus do que ser obedecido.

Quando aceitamos o chamado ministerial, concordamos também em viveruma vida de submissão. E é sobre essa vida submissa que desejamos falar,e queremos fazer isso de modo aberto e claro.

Deus criou o homem e a mulher. Depois de criá-los os colocou debaixo desubmissão: Adão estava debaixo de submissão a Deus e Eva estava debaixo

de submissão a Adão. Explicando melhor o assunto, podemos entender daseguinte forma: primeiro Deus criou Adão, dando-lhe autoridade para pôrnome nos animais e sujeitar a terra; em seguida Deus criou a mulher e acolocou debaixo da autoridade de Adão. Para Adão Deus falou: “não comerásda árvore que está no centro do jardim”. Quem estava sob autoridade eraEva, por isso, ela deveria obedecer sem restrição e no momento da tentação,ela tinha por obrigação o respeito a seu marido – pois ele era autoridade.

Nosso objetivo com este estudo é de entendimento; queremos que o temaAutoridade Espiritual seja compreendido de forma clara e ajude no final, naformação de obreiros com autoridade e que vivam debaixo de autoridade.

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5.1 Autoridade de Cristo

Veremos abaixo alguns pontos sobre autoridade. Vamos entender primeiro otermo autoridade. Quando lemos Mateus 9.6, vemos o princípio deautoridade sendo exercitado por Cristo, Ele chama Mateus para ser discípuloe este O segue sem nenhum questionamento. Ao se colocar debaixo daautoridade de Cristo, Mateus recebe autoridade – de quem recebe

autoridade? De Jesus Cristo. Este tinha autoridade de Deus e por isso, podiadelegar autoridade.

Para que você possa entender melhor esse assunto, vamos rever a situaçãode Eva. Primeiro Deus criou o homem. Adão estava debaixo da autoridade deDeus. Quando a mulher lhe foi apresentada por Deus, esta ficou debaixo desua autoridade, quando Eva gerou filhos, seus filhos ficaram debaixo de suaautoridade e quando os filhos de Eva geraram filhos, estes ficaram debaixoda autoridade dos filhos de Eva. Assim a cadeia hereditária estava formada:

a) Deus estava sobre Adão;b) Adão estava sobre Eva;c) Adão e Eva estavam sobre seus filhos;d) Os filhos de Adão e Eva estavam sobre os netos destes e assim por

diante.

Podemos entender da seguinte forma, quem chega primeiro é autoridade,quem vem depois está debaixo de autoridade. Da forma que colocamos,todos estão debaixo da autoridade de Deus, pois Ele chegou primeiro e crioutodas as coisas.

5.2 O Trabalho ministerial deve ser prestado em obediência

Devemos entender algo muito importante no fato acima. Eva estava sobautoridade de Adão. Ao pecar, ela simplesmente desonrou a seu marido,mas contra Deus ela foi rebelde. Ela estava em primeiro lugar sob autoridadede Deus. Quando Deus criou o jardim e plantou a árvore, Adão recebeu aordem de não comer do fruto. Sob essa ordem transmitiu a sua mulher aordem de Deus. Ambos passaram a ser responsável perante Ele pelaobediência ou desobediência. Se Adão tivesse oferecido o fruto a Eva, elacertamente o aceitaria, pois estava debaixo de sua autoridade. Adão deveriater rejeitado o fruto, pois Eva estava sob sua autoridade, mas ao aceitar, elequebrou o princípio de autoridade que estava sobre ele – quebrou aautoridade que recebera de Deus.

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5.2.1 Obediência voluntária

A obediência a Deus deve ser uma ação voluntária do obreiro. Por isso, seutrabalho não pode ser feito apenas por imposição de seu pastor ou obreiro.Deve ter em mente que está sob autoridade de Deus que o colocou sob umaautoridade superior; quando desobedece a seu superior está desobedecendoa Deus que está sobre os dois.

Para advertência queremos citar dois fatos de desobediência que custaramaos infratores penalidades de morte. O primeiro caso é o de Lúcifer. Ele era oquerubim ungido, tinha um trabalho a ser feito e podia fazê-lo com todaliberdade. Entretanto, estava debaixo da autoridade de Deus. Diz asEscrituras: “...desde que foste criado...” (Ez 28. 14), ele havia sido criado,portanto, devia obediência a seu criador.

O ato da desobediência começou no momento que falou a seu coração, “...subirei as mais alta nuvens e serei semelhante ao Altíssimo...”. Notamos queele reconhecia a soberania de Deus disse: “Altíssimo”. Embora aceitasseessa soberania, não respeitou a autoridade do Altíssimo, como

conseqüência, foi lançado nas profundezas perdendo todo seu privilégio.

O segundo caso é o rei Saul. No momento que recebeu a unção de rei, elepassou a ter autoridade delegada. Estava sobre todos israelitas, entretanto, aunção que recebera de Samuel não era uma ação humana. Samuelrepresentava Deus no ato da unção. O óleo derramado sobre a cabeça deSaul era o Espírito do Senhor (1Sm 10.6,11) que estava sendo colocado navida do homem Saul.

A partir daquele momento toda vida de Saul seria dirigida por Deus. A únicacoisa que deveria fazer era obedecer. Caminhar segundo a vontade deDeus e fazer tudo conforme Lhe ordenasse (1Sm 11.6).

5.2.2 Obediência sem restrição

A palavra de Deus para Saul era única e imperativa “destrua” todo o povoamalequita e seus animais (1Sm 15.3). Deus não queria nada vivo. A únicacoisa que Saul teria que fazer era obedecer. Entretanto, deixou vivo o rei dosamalequitas e ainda alguns bois, vacas e ovelhas (1Sm 15.9).

O texto sagrado diz que Saul e o povo perdoaram... Quem estava debaixo daautoridade de Deus era Saul, por isso, foi requerido dele obediência. Setivesse dito ao povo “não deixe nada vivo”, com certeza teria sido obedecido.

Mas ele próprio resolveu desobedecer. A intenção de Saul e do povo eraoferecer os bois e os novilhos em holocaustos ao Senhor (1Sm 15.21). Ora

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se pensarmos humanamente houve injustiça por parte de Deus em condenara Saul, pois ele estava levando um grande holocausto para oferecer emGilgal. Contudo, a resposta de Samuel foi simples: “Deus porventura temmais prazer em sacrifícios e holocaustos do em que obedeça a Palavra?”(1Sm 15.22). Saul perdeu o reinado por não obedecer a Deus (1Sm 15.11).

Quando o espírito de desobediência toma posse do homem, ele fica a mercê

dos demônios, (1Sm. 16.14). Deus permite que isso aconteça para que hajasensatez por parte do desobediente e o arrependimento se manifeste.

5.3 Não existe autoridade que não provenha de Deus

Sendo Deus o criador de todas as coisas e como tudo está sob seu controle,as autoridades postas no mundo vêm de Deus. É certo que muitas vezes,essas autoridades são instrumento de Deus para correção. Não importa,certo ou errado foram constituídas por Ele e devem ser obedecidas.

Depois de haver desobedecido ao Senhor, o rei Saul foi substituído por Davi.Não havia mais a constituição de rei em Saul, mas havia a autoridadeimposta por Deus, por isso, Davi respeitava e não se levantava contra Saul.Deus havia rejeitado a Saul e até mesmo ungido outra pessoa em seu lugar –mas ele continua debaixo da autoridade dEle. Estava errado? Sim. Nem porisso, deveria ser ferido ou desrespeitado.

Vemos constantemente obreiros se levantando contra seus superiores comsupostas alegações que Deus não mais está usando aquela pessoa – quesua unção acabou. Querido, deixe-me dizer uma coisa: ainda que a unçãodaquele obreiro tenha acabado, ele continua sob a autoridade de Deus e porisso, deve ser respeitado.

5.4 A primeira lição do obreiro deve ser obediênciaO obreiro deve saber obedecer. Ele está sob autoridade, mas também éautoridade sobre outros. Está-se sob autoridade e é autoridade ao mesmotempo, deve se conduzir de forma sensata. Se aquele que está sob elepossui mais ou menos conhecimento deve ser respeitado – pois se ocupaaquela posição é porque Deus permitiu e o colocou ali como autoridade.

Quando andamos pelas ruas deparamos com fatos dessa natureza. Muitasvezes, o guarda de trânsito possui apenas o ensino fundamental. Por isso,muitos doutores acham que estão em maior vantagem sobre o guarda detrânsito. Ocorre que a autoridade do guarda vem de quem tem autoridade

também sobre o doutor. Ele foi posto ali para ser obedecido, não importa setem doutoramento ou é um simples alfabetizado.

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5.4.1 O maior seja o menor entre todos

Dentro do ministério, é comum atitude de desrespeito por parte de algunsobreiros, por possuírem algum grau de instrução mais elevado que seucolega que exerce uma função dentro do ministério. Querem impor suaautoridade. Querem ter os privilégios que sua instrução pode lheproporcionar. E alguns, não se importam com as convocações de seus

pastores quando esses não possuem grau superior, pois acreditam em simesmos que já estão em degraus superiores.

Quando se está sob autoridade, está sob autoridade de Deus. Quem estásobre nós está sob autoridade de Deus e se está nesta condição deve serrespeitado, obedecido sem restrição.

5.5 A cabeça é a autoridade do corpo

A anatomia humana é o maior exemplo de obediência. A cabeça no alto docorpo possui os órgãos da visão, audição, olfato e paladar. Todo corporecebe ordens expressas da cabeça. Nunca a cabeça recebe ordens das

pernas ou dos braços. É ela quem ordena aos órgãos internos do corpo.

O corpo humano é composto de membros e órgãos. Cada um tem umafunção determinada e delegada. Ora se as funções dos órgãos já estãodeterminadas e delegadas, por que precisam da cabeça para os governar?Simples. Deus colocou o princípio de autoridade dos órgãos na cabeça. Osolhos observam e enviam as imagens para o cérebro. O ouvido apura osruídos e os envia ao cérebro. A boca com seus órgãos do paladar sentem ossabores e os envia ao cérebro. O nariz sente os odores e os envia aocérebro. O cérebro está no comando de tudo. A ele foi dada toda autoridade.Se a boca sentiu um paladar agradável num alimento, ele autoriza que sejaenviado ao estômago. A cabeça tem autoridade. Ela pode agir e determinarsobre os demais órgãos.

A ilustração acima serve de base para compreensão do assunto emdiscussão. Jesus é a Cabeça do ministério, claro que delegou algumasmissões. Deu a ele autoridade ministerial. Todos que recebem autoridadeestão debaixo da autoridade de Cristo. Ele é a Cabeça do corpo – nada podeser feito se Ele não autorizar, supervisionar, censurar e determinar o destino.

Para se ter uma vida ministerial consciente é preciso conhecer algumaslições de obediência:

a) Tenha sempre um espírito de obediência.b) Pratique a obediência.

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c) Aprenda o exercer da autoridade.d) É preciso saber obedecer e exercer autoridade.

5.5.1 A rebelião é como pecado de feitiçaria

Voltamos ao livro de 1 Samuel, ao processo de rebeldia provocado por Saul.Samuel fala ao rei de forma severa. Diz-lhe: a rebelião é como o pecado de

feitiçaria. Lúcifer perdeu sua posição de querubim ungido por causa darebelião. Quando se desobedece a uma autoridade delegada por Deus, nãose está desobedecendo à autoridade. Está-se rebelando contra Deus.

5.5.2 Falar contra a autoridade delegada ofende a Deus

A Bíblia registra um fato interessante. Moisés era o irmão mais novo de Miriãe Arão. Em casa ele estaria conseqüentemente debaixo da autoridade dosirmãos mais velhos. Ocorre que Moisés tinha a delegação de líder do povo deIsrael. Os irmãos faziam parte desse povo. Portanto, estavam debaixo daautoridade de Moisés e lhes deviam obediência – a delegação de Deus erasuperior a delegação familiar.

Nada impedia Miriã de conversar com Moisés sobre a mulher que tomara.Era uma mulher etíope da descendência de cão. Uma boa conversa entre osirmãos não estaria quebrando o princípio de autoridade. Ocorre que ela selevantou para injuriar Moises. Falando “porventura tem falado o Senhorsomente por Moisés? Não falado também por nós?”. Deus não gostou dessaatitude. Sentiu-se ofendido. Sua autoridade sobre Moisés estava sendoquebrada pela irmã do líder. Então Deus agiu por Moisés, defendeu suaautoridade e delegação imediatamente lançando sobre ela a lepra.

Ora se Deus não havia recriminado Moisés por haver se casado com uma

estrangeira, descendente de um povo amaldiçoado, por que Miriã poderiafazê-lo? Para Deus esse ato foi rebelião e rebelião se trata com castigo. Alepra dela era um castigo visível ao povo – assim ser leprosa era muito piordo que ser etíope.

Muitas vezes a obra de Deus fica estagnada, almas deixam de ser salvas,lares dos membros começam a desmoronar, o inimigo toma conta de vidas, amiséria começa a aparecer em todos os cantos da igreja. Com certeza,alguém está sendo rebelde diante de Deus.

5.5.3 Obediência à autoridade direta e à autoridade representativa

Deus é a autoridade direta e Moisés era a autoridade representativa. Pormeio dele o povo recebia as instruções divinas e caminhava para a

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conquista da terra prometida. Se rebelar contra Moisés era o mesmo que serebelar contra a autoridade direta.

Não poucas vezes temos ouvido de obreiros a seguinte frase: “...faço isso porque sou obediente a Deus”. Acontece que estão se rebelando contra aautoridade representativa quando deixam de respeitar ou obedecer a seulíder ou pastor.

Aceitamos o fato da unção do Espírito Santo estar também sobre todos naigreja. Não negamos que o poder dado ao pastor é o mesmo dado a outrosdentro da congregação. Mas Deus chamou um só e lhe falou sobre seusprojetos, deu-lhe a visão para o trabalho, o constituiu o pastor sobre osdemais, fazendo-o representante seu perante todo o resto da congregação.

É bom que o obreiro saiba de uma coisa – “aquele a quem muito se deu,muito também lhe será requerido”. Toda autoridade dada ao pastor lhe serácobrada por Deus. Toda honra de uma congregação será requerida do pastor“...não me glorificastes diante da congregação... nas águas de Moriá...”.Moisés era o pastor, tinha a delegação para a função, estava revestido de

toda autoridade, mas nem por isso ficou sem punição.

Querido obreiro, Deus não te tomará por inocente e não aceitará sua rebeldiacontra a autoridade que Ele constitui. Observe algo, Datã era levita erepresentava o povo espiritualmente; Abirão representava os obreiros dopovo, o que falavam tinha um fundo de verdade “toda congregação é santa”.Ocorre que falaram isso para atacar a Moisés e Arão dizendo-lhes: “por quevos exaltai sobre a congregação?” Estavam simplesmente dizendo: “não soismelhor do que nós”. É verdade, eles eram iguais – mas sobre Moisés e Arãoestava a delegação de líder e de sacerdote. Isso fazia a diferença. Eramrepresentantes de Deus nestes dois seguimentos.

A rebelião contra a autoridade de Deus provoca-Lhe a ira. A rebelião de Datãe Abirão foi contagiosa, levou toda congregação a se rebelar contra seupastor espiritual e isso não agradou a Deus que liberou o castigo, a pragasobre a congregação matando mais de 14 mil pessoas.

Interessante que o povo murmurou dez vezes no deserto contra Moisés eDeus tolerou, mas no momento que se rebelaram contra sua autoridade Eleagiu para defendê-la.

5.6 Davi respeitava a autoridade que estava sobre Saul

“Então os homens de Davi lhe disseram: Eis aqui o dia do qual o Senhor tedisse: Eis que entrego o teu inimigo nas tuas mãos; far-lhe-ás como parecer

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bem aos teus olhos. Então Davi se levantou, e de mansinho cortou a orla domanto de Saul. Sucedeu, porém, que depois doeu o coração de Davi, por tercortado a orla do manto de Saul. E disse aos seus homens: O Senhor meguarde de que eu faça tal coisa ao meu senhor, ao ungido do Senhor, que euestenda a minha mão contra ele, pois é o ungido do Senhor” (1Sm 24.4-6).

Este texto demonstra o quanto Davi respeitava a unção que estava sobre

Saul. Embora já fosse o novo rei, ungido no lugar de Saul, aguardava omomento da delegação. E em momento algum se levantou contra aautoridade delegada. Davi não via a pessoa de Saul, e sim, a pessoa deDeus como autoridade.

O reconhecimento dessa autoridade impedia que Davi o matasse “Mas Davirespondeu a Abisai: Não o mates; pois quem pode estender a mão contra oungido do Senhor, e ficar inocente?”.

Davi não buscou assumir o trono que era seu por direito de unção por meiode rebeldia. Soube esperar o momento certo para tomar posse. O fato de terrecebido a unção não lhe dava o direito de matar Saul para assumir o trono.

Era ungido mais ainda lhe faltava à delegação para reinar. Essa delegaçãosomente lhe foi concedida quando o rei Saul foi morto.

Obreiro você é um ungido, espere o momento certo para receber suadelegação. O fato de ter recebido a unção não lhe dá o direito de rebelar-secontra a autoridade constituída por Deus para assumir a sua posição dentrodo ministério. Se estiver demorando um pouco, é porque ainda não foi dadaordem a seu respeito e, com certeza, a autoridade representativa não podepassar por cima de uma ordem direta.

5.7 Obediência à autoridade delegada

A fonte de toda obediência universal é Deus. Considerando esse fato, todaautoridade constituída e delegada vem dEle. Sabemos que a igreja não podese sujeitar a uma delegação demoníaca ou a um governo humano que venhacontra os princípios bíblicos. Entretanto, não deve se rebelar commanifestações públicas contra os governos e, sobretudo, com atos violentos.

Pedro escrevendo em sua primeira epístola afirma o seguinte: “Sujeitai-vos atoda autoridade humana por amor do Senhor, quer ao rei, como soberano,quer aos governadores, como por ele enviado para castigo dos malfeitores, epara louvor dos que fazem o bem. Porque assim é à vontade de Deus, que,fazendo o bem, façais emudecer a ignorância dos homens insensatos, como

livres, e não tendo a liberdade como capa da malícia, mas como servos deDeus. Honrai a todos. Amai aos irmãos. Temei a Deus. Honrai ao rei”.

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Ele é claro no texto, “sujeitai-vos a toda autoridade...”. Se Deus é aautoridade máxima do universo, é claro que os governantes estão sobautoridade dEle, conseqüentemente, todo cristão também está debaixo dessaautoridade. Dessa forma, deve obediência aos governos delegados por Deus.

5.7.1 O princípio da autoridade se revela em quem tem autoridade

Ao receber autoridade vinda de uma posição superior, passa a exercerautoridade em posição inferior, pelo fato de estar exercendo autoridade,reconhece que deve obediência a quem está sobre ele e requer obediência aquem está depois dele. Entretanto, essa obediência não vem pela força, esim pela submissão.

Para finalizar esse tema, forneceremos um breve guia para nortear aqueleque tem e está submisso a autoridade.

5.7.2 Não dê ouvido a calúnias

Moisés é nosso exemplo. O fato de Moises haver-se casado com uma mulher

cusita, não lhe tirava a autoridade. Contudo, sua autoridade foi contestadapor esse fato. Se Deus não faz caso por alguma coisa que apontam contravocê não se preocupe em defender-se. Deus que é a autoridade que estásobre você tomará partido e será a sua defesa.

5.7.3 Não se defenda

A autoridade que está sobre você não vem de você mesmo. Não se preocupese estão se levantando contra você. Saiba que Deus não vai ficar de braçoscruzados – sua defesa será iminente. Autoridade e a alta defesa nãocaminham juntas. Aquele que busca defender-se está quebrando aautoridade de Deus sobre sua própria vida.

5.7.4 Seja manso diante das situações

Moisés não se defendeu perante Miriã pelo fato de estar errado quanto a seucasamento com uma mulher cusita. Ele era varão manso. Sua mansidão nãolhe permitia argumentar contra fatos que Deus cuidaria. A mansidão falamuito mais que os atos de defesa, que às vezes nos leva a contendasviolentas. Demonstrar autoridade diante da congregação não faz de vocêuma pessoa cheia de autoridade divina. Deixe Deus cuidar do caso da formaque ele achar melhor.

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5.8 Requisitos para reconhecer uma autoridade delegada

O reconhecimento da autoridade delegada se faz por meio desses quatrospassos:

5.8.1 Reconhecimento de que toda autoridade procede de Deus

Obreiro o primeiro passo para você reconhecer uma autoridade delegada éreconhecer que toda autoridade vem de Deus. Rm 13.1. Ninguém pode sealto constituir. Mesmo que alguém diga: “eu sou autoridade”, ela precisa serreconhecida e obedecida voluntariamente. Uma autoridade constituída porDeus deve falar em nome dEle. Jamais apontar que está ali porque Deus ocolocou como autoridade delegada. Os homens devem olhar para ele ereconhecerem a delegação de Deus. Quem olhava para Pedro, João, Paulo eoutros apóstolos reconheciam pelos atos a delegação de Deus na vida deles.Você não tem autoridade em seu lar, no mundo ou na igreja. Tudo que vocêpode fazer é executar a autoridade de Deus.

5.8.2 Pela negação de si mesmoA precipitação de muitos obreiros em apresentar-se como autoridadedelegada tem matado muita gente que deveria estar salva. Até que vocêsaiba qual é à vontade de Deus, deve manter sua boca fechada. Não exerçaautoridade não delegada, isso vai destruir vidas – seu ministério e sua igreja.Se Deus está lhe chamando para ser uma autoridade delegada com certezaEle vai te aparelhar com sabedoria, mansidão, dedicação, poder persuasivo emuitas outras coisas. Entretanto, se você por si própria quiser fazer-se passarpor autoridade, saiba de uma coisa: nem Deus e nem sua congregação vãote ouvir – seus conceitos e atos não passarão da sua pessoa. Uma pessoaautorizada e constituída para uma missão divida, espera em Deus a

revelação para aquele momento. Uma verdade que temos que aprender,“Deus nos delega para representarmos sua autoridade e não para sermosseus substitutos”.

Nossa posição delegada não nos autoriza a manifestar nosso ponto de vista,não faz de nós senhores da verdade. Deuses soberanos e intocáveis. Aocontrário, faz de cada um de nós servos humildes e obedientes. Uma pessoaque não reconhece sua necessidade de aprendizado e não se submete aotratamento, não serve para ser autoridade delegada por Deus. Pois os queestão no centro da vontade de Deus, recebem a delegação e negam-se a simesmos, dando esse lugar ao Espírito Santo pra orientar-lhes a direção desua autoridade.

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5.8.3 Quem tem autoridade deve ter comunhão com quem a delegou

Aquele que tem uma constituição deve manter plena comunhão com Deus.Jesus Cristo é o nosso maior exemplo de autoridade delegada, entretanto,sua comunhão com Deus era notável. Ele gastou mais tempo de joelho doque falando com seus discípulos. Antes de escolher os doze passou a noiteorando; antes de entrar em Jerusalém, subiu ao monte para orar. Sua

comunhão com Deus fazia dEle uma grande autoridade. Expulsavademônios, curava enfermos, ressuscitava mortos, delegava autoridade a seusdiscípulos e subiu a cruz para resgatar o mundo de seus pecados. JamaisJesus Cristo falou de si mesmo.

Toda palavra vinha de Deus por isso, os fariseus reconheceram que Ele tinhaautoridade. Paulo falava com autoridade por que mantinha uma vivacomunhão com Cristo “Não vivo mais eu, mas Cristo vive em mim...”. Eraessa intimidade que fazia dele uma pessoa com autoridade perante o mundo.

Obreiro se você já aprendeu a viver em comunhão com Deus, certamentehaverá autoridade em seu ministério, entretanto, se ainda lhe falta essa

intimidade – por Deus, não tente apresentar ao mundo uma delegação quenão possui, você será esmagado por Satanás. Lembre-se do fato narrado emAtos. Aqueles homens acreditavam que tinham delegação para expulsardemônios, e em nome de Paulo e de Cristo tentavam libertar uma pessoapossessa; foram humilhados e derrotados na frente de todos. Crer em Cristonão faz de você uma autoridade delegada. O que faz de você uma autoridadedelegada por Deus é sua íntima comunhão com Ele.

5.8.4 Não estabeleça sua própria autoridade

A autoridade é estabelecida por Deus; ninguém proclama ao mundo que foiconstituído autoridade por Deus. Seus atos vão anunciar ao mundo essadelegação. Os homens só temerão autoridades verdadeiramente constituídase confirmadas. Por isso, se você acredita que é uma autoridade delegada, oshomens devem olhar para você e verem em seu rosto a imagem de Cristo.Somente quando virem a imagem de Cristo temerão por causa de seus atos.Paulo disse: “sede meus imitadores como eu sou de Cristo”. Paulo imitava aCristo, sua fé, sua mansidão, sua autoridade, enfim quem olhasse para Pauloolhava para Cristo. Jesus Disse para seus discípulos “quem vê a mim vê aoPai”. Jesus não fazia a sua vontade, não andava por sua própria autoridade.

Momento antes de sua subida ao céu afirmou: “toda autoridade me foi dadano céu e na terra, portanto ide...”. Naquele momento Deus entregou a Cristo

toda autoridade e delegação como Senhor e Salvador do mundo. Veja Jesus,Paulo e os outros apóstolos tinham autoridade delegada, mas sempre a

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depuseram-na aos pés do Senhor porque somente dEle é que vem averdadeira autoridade. Deixe-me te dar um conselho muito útil. Não diga asua esposa, sou autoridade de Deus aqui... não diga em sua igreja: Deus mefez autoridade aqui; não diga ao mundo: fui delegado autoridade de Deusaqui. Se fizer isso, você padecerá, pois Deus não dará a sua glória a outro.Represente a autoridade de Deus com seus atos, com sua fé, com suadedicação, com sua renúncia à vontade própria, deixe que as pessoas notem

que você é uma pessoa delegada por Deus.

Concluindo esse tema, queremos chamar atenção para mais um ponto daautoridade delegada. Muitos chegam à conclusão de que Deus os estátirando do ministério pelo fato de não estar mais em acordo com a liderança.Saem e alugam um salão na próxima esquina e começam a convidar osirmãos a ficarem com ele. Sempre que pode fala mal de seu ex-pastor,aponta seus defeitos, suas falhas humanas e garantem que não serão iguais.

O fato de você ter saído sem a bênção de seu pastor e ministério jádemonstra sua rebeldia contra a liderança. Diante dessa rebeldia, Deus nãopode abençoar seu ministério, sem a bênção de Deus você está sob

maldição; debaixo da maldição quem operará em seu ministério será semdúvida o diabo.

Aquele que está debaixo de autoridade deve reconhecer isso. Barnabéestava debaixo da autoridade de Paulo. Por um motivo qualquer não quismais andar com ele. A Bíblia diz que se apartaram um do outro e cada um foipara um lado e a obra do Senhor continuou. Isso pode ocorrer em nossosdias, por um ou outro motivo pode haver separação entre você e seu pastor –mas o que não deve acontecer é sair em rebeldia. Deixe o momento passar,procure seu pastor e seu ministério, diga-lhe que não pode concordar comesse ou aquele ponto, peça para eles estenderem as mãos sobre você e teabençoar, saia do ministério debaixo da bênção do Senhor. Abrace seuscolegas e irmãos em Cristo, peça-lhes a destra de companhia. Depois fiqueno aguardo da delegação do Senhor para ingressar em outro ministério ouabrir o seu próprio.

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Capítulo 6

Obreiro e seu Ministério

Introdução

O ministério da igreja vem sendo alvo de muitos. Alguns bem intencionados,outros, entretanto, querem apenas um meio de acesso à fama ou ao poderaquisitivo.

O Obreiro e seu Ministério visto do âmbito da Qualidade total. Tudo pareceestar andando normalmente, mas quando se pára a fim de fazer uma reflexãoministerial, percebe-se que falta muita coisa para se chegar aonde sepretende. Nesta palestra o obreiro terá oportunidade de refletir sobre seutrabalho ministerial, pois serão abordados temas essenciais, tais como: aqualidade ministerial; a unção ministerial; habilitação ministerial; o ministério ea família e os desafios do ministério. Ao final dessa palestra o obreiro estarárenovado para prosseguir sua jornada e conduzir aos outros para o grandeencontro com o Senhor Jesus.

6.1 Qualidades do obreiro

Em Efésios 4.10-12 temos o chamado para composição do Ministério. É claroque Paulo está falando do chamado ministerial num todo. Nas cartas aTimóteo ele faz alguma citação de como deve ser este chamado e aqualificação dos obreiros, mas é em Atos 6 que temos uma descrição maisexata de como deve ser o homem chamado para o ministério. Os apóstolos

apontam três qualidades que deveriam possuir os homens chamados:

6.1.2 Boa reputação

Este vocábulo aparece 25 vezes no Novo Testamento, com a significação dedar testemunho. Antes de tudo, tanto o ministro como seus auxiliaresprecisam gozar de boa reputação. Ter boa reputação significa viver uma vidaexemplar, na igreja e fora dela. Isso inclui a vida profissional e a vida social.Não só o obreiro, mas também todos crentes que queira viver uma vidapiedosa, devem ter em mente que o bom testemunho falará no seu lugar emmuitas ocasiões. A palavra boa reputação, traduzida do grego para oportuguês, quer dizer simplesmente, pessoa de quem os homens somente

falam coisas boas.

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6.1.3 Cheio do Espírito Santo

Um obreiro sem o Espírito Santo não poderá exercer esse serviço comafinco. O vocábulo grego, que traduz por cheio “Pleres”, significa: cobertointeiramente, permeado totalmente por alguma coisa, completamente cheio,completo, não faltando em nada. Significa, portanto, sinceridade absoluta,dedicação de corpo e alma. Somente deve almejar o ministério quem tenha

uma vida no altar de Deus; o cargo não é apenas um título - é muito mais queisso, é um serviço a Deus e quem tem pensamentos mesquinhos e ainda nãose tenha examinado interiormente não serve para tão grande obra. Arecomendação para que o obreiro seja cheio do Espírito Santo tem seusmotivos. Se ele for cheio do Espírito, indubitavelmente, será também umhomem amoroso, paciente, carinhoso, benigno - pois a obra do Espírito étudo isso, Gl 5.22. O obreiro necessitará do enchimento do Espírito Santopara poder vencer as múltiplas lutas do ministério, principalmente para poderdar testemunho vivo de sua fé cm Cristo.

6.1.4 Cheio de sabedoria

Naturalmente, essa qualidade é resultado direto do poder habitador doEspírito Santo. Trata-se de uma qualidade ao mesmo tempo negativa epositiva, terrena e celestial. É mister que os obreiros saibam como rejeitar asmurmurações e como cuidar delas; saber também cuidar dos que são dadosà fraude, à calúnia e à traição por palavras.

A sabedoria do obreiro precisa ser terrena e prática, dando eles exemplos dediscrição, além de aptidão pelas coisas e soluções práticas. Contudo, essasabedoria, terá de ter um aspecto espiritual. Pode-se assegurar que asabedoria aqui exigida não é a humana, as ciências exatas e as filosóficas.Também não é aceitável a idéia de um obreiro totalmente indouto. A natureza

do cargo exige que ele possua instrução elementar.A sabedoria que o obreiro deve ter é a do Espírito Santo. Com ela, o obreiropoderá tomar grandes decisões em seu ministério. Essa sabedoria estádiretamente ligada ao dom de Sabedoria registrado em 1 Co. 12.8 e Rm 12.8.O obreiro possuidor dessa sabedoria tirará muito proveito nas decisõesquando esta exigir uma grande e acertada decisão. Portanto, ele precisasaber discernir o verdadeiro do falso.

6.1.5 Não de língua dobre

No grego é “diálogos”, que pode significar de língua dupla. Isto é, insincero no

sentido de alguém falar uma coisa, mas querer dar a entender outra, ou dealguém comentar algo com uma pessoa e dizer algo diferente para outra

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sobre a mesma questão. Os obreiros da igreja agem freqüentemente comomediadores entre partes em conflito. E, por muitas vezes, são tentados a falarde diferentes modos e tons para pessoas diversas, ocultando informes paraalguns e revelando-os para outros. Um obreiro deve manter total honestidadee franqueza ao tratar com todos, sem qualquer favoritismo.

A firmeza na palavra é um ponto extraordinariamente defendido por Jesus

Cristo (Mt. 5.37). Há homens que perante um auditório dizem uma coisa;perante outro dizem coisa bem diferente. São homens de língua dobre - deduas línguas. Por um lado, afirmam apoiar o pastor, por outro, perantemembros da igreja, afirmam coisas contra ele. O obreiro precisa ser íntegroem sua palavra, arcar com a responsabilidade que pesa sobre ele, deve serfirme em sua convicção e opinião; do contrário, perderá a confiança da igreja;pois logo se descobrirá que ele é faltoso e insincero no falar; é um homem deduas palavras ou de duas línguas. Portanto, indigno do cargo de obreiro

6.1.6 A fé do obreiro

Outro aspecto do ministério do obreiro é sua fé. O obreiro deve possuir uma

fé genuína. O termo grego “Katharos”, quer dizer limpo, puro, no sentido depureza moral. Se não pode possuir consciência pura não serve para o cargo.Deve lembrar-se que vive numa casa como de vidro. Portanto, sua fé, équalificação irrevogável para que possa exercer o ministério. Nada tem maiorimportância na vida do obreiro do que aquilo em que crê. Só isto poderá darestabilidade à sua diaconia e eficiência ao mandato. A crença do obreiro éassunto de muita importância, porque isso, determinará a espécie de vidaque vai apresentar ao mundo. Sua fé determinará a medida de sua lealdade aCristo, à sua igreja, à sua denominação e a todos quantos vivem ao seuredor. Será a fonte de sua genuína compaixão pelo mundo sem Cristo, e,pela natureza do cargo, sua fé significará muito à vida de seus irmãos.

Consciência limpa insere também a santificação do obreiro. Em Hb 12.14, oescritor faz a seguinte declaração: “segui a paz com todos e a santificação,sem a qual ninguém verá o Senhor”. A paz precisa ser cultivada. Nunca faráparte da igreja automaticamente. A maneira mais certa de cultivar a paz émediante a santidade pessoal. Quando surgem as contendas, há sempremanifestações de carnalidade, de interesses próprios, de desrespeito pelodireito e sentimento do próximo.

Nessas ocasiões, a vida santificada do obreiro será muito importante. Eledeve viver e manter a paz dentro da igreja. O verbo grego “Dioko” significa“perseguir, pressionar, correr após, esforçar-se por”, daí a questão porque o

obreiro deve agir de acordo com anuência verbal acima apresentada, deve

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esforçar-se por manter a paz por meio de uma vida santificada. Se viver emsantificação será ouvido quando lhe for necessário opinar.

O termo grego que deriva da raiz “agos” isto é, “algo que impõe respeitoreligioso”, Tem aplicação direta de algo ‘separado para a divindade’, umobreiro santificado é um obreiro separado para Deus, por isso, jamais serácontencioso.

6.1.7 A prova do obreiro

Lamentavelmente as igrejas não provam seus obreiros, cometem grave erro,pois poucas vezes são escolhidos elementos que não preenchem asexigências do cargo. Elementos sem qualquer aptidão para o cargo estãoservindo e, por isso, a igreja não possui nos dias de hoje um corpo ministeriala exemplo da igreja Primitiva. Nunca será uma escolha feliz se a igreja nãotomar cuidado em escolher homens certos para o ministério. Na traduçãobíblica corrigida temos o vocábulo “provado” na atualizada o texto e maiscompleto, “experimentado”.

No grego, “dokimadzo”, significa ‘provar por meio de teste’, analisando a fraseseguinte, tem-se ditas idéias inseridas do texto. No versículo 6 de 1Tm 3,Paulo recomenda: ‘não separe, para o ministério, crente novo. No versículo 8do mesmo capítulo diz:’ da mesma sorte’, ou semelhantemente (trad.atualizada), a tradução do termo grego “ousatos” é: “exatamente isso”. assimpode-se tomar o termo “experimentado” como sendo crente novo (recém-convertido) se tomando o termo grego “dokmadzo” tem que se admitir que ocrente antes de servir como obreiro deve ser provado, examinado, testado.Somente depois disso é que deverá ser-lhe confiado o cargo; nunca antes deser comprovado sua condição de crente irrepreensível.

O termo grego “anegketos” é em português irrepreensível e, por cinco vezes,está traduzido no Novo Testamento ligado diretamente a cargos ministeriais:1Co 1.8; Cl 1.22; Tt 1.1-7. Portanto, deve ser escolhido para o cargo somentehomens íntegros, libertos de vícios e que, ninguém de fora ou da própriaigreja possa-lhe fazer qualquer acusação. “Anegletos” é a forma primitiva de“egkaleo”, que quer dizer: “acusar ou convocar para acusação”. O obreirodeve ser livre de toda acusação justa, sem qualquer defeito em sua vida queponha em dificuldade o serviço. Deve ser homem dotado de elevado grau desantificação e gozar de total confiança dos de fora.

6.2 Nunca negligenciando ou omitindo o dever

Quando se tem um chamado e uma constituição divina não se admitenegligência ou omissão do dever. A constituição que está sobre o obreiro o

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mantém debaixo da autoridade de Cristo e, por estar debaixo dessaautoridade não se conduz levianamente. Em Jeremias lemos: “...maldito oaquele que fizer a obra do Senhor relaxadamente...” Jr 48.10.

Sempre haverá conseqüência para aquele que negligenciar seu chamado efizer a obra do Senhor negligentemente. Muitas vezes ouvimos obreiros selamentando dos insucessos ministeriais e financeiros. Quando isso está

ocorrendo é preciso parar e buscar as causas – com certeza, muitos dessesinsucessos está ligado ao relaxamento da obra do Senhor.

Em conversa com um obreiro que se lamentava da falta de crescimento desua igreja, perguntei-lhe o que estava fazendo em prol do crescimento dela?Como resposta me disse, eu dependo dos outros obreiros e da direção parafazer alguma coisa.

Entretanto, o caso daquele obreiro não era a dependência que tinha dosoutros, pois seu pastor delegara a ele a liderança de uma congregação, era apreguiça, a falta de coragem para orar, sair em visitas aos membros e anovos decididos.

Muitos não olham a vida futura, para estes tudo termina com a morte. Nãoconseguem entender que possuem um ministério, uma unção, sobretudo, queserão julgados por sua obra aqui na terra.

Obreiro querido quero lhe chamar atenção para esse verso: “O servo quesoube a vontade do seu senhor, e não se aprontou, nem fez conforme a suavontade, será castigado com muitos açoites”. Essas são palavras de Cristo eestão na Bíblia. E se Cristo falou isso é verdade. Como servo (obreiro) quequer conhecer a vontade de Deus, deve procurar saber exatamente qual foi asua ordem. Não pode alegar desconhecimento, falta de recursos financeiros,pois isso ele dá ao que busca; não pode alegar perseguição, pois vive num

país cuja liberdade de culto é expressiva, não pode alegar falta de apoioministerial, pois o ministério seu está pronto para investir no crescimento doReino. Qual será então a resposta para os fracassos ministeriais?Negligência: é a resposta.

Se a situação ministerial vai mal, acredite você não está fazendo a vontadede Deus. A situação financeira vai mal, você não está ouvindo o que oEspírito Santo fala por meio da palavra, das profecias e, sobretudo ao seucoração.

Lembre-se você foi chamado, constituído e delegado. Portanto, a suanegligência será cobrada três vezes. Por seu chamado, por sua constituiçãoe por sua delegação.

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Esse tipo de atitude trás conseqüência tanto para quem as pratica, quantopara quem está ao derredor, além de atravancar o crescimento da obra, éfonte de mau testemunho e, ainda se torna um peso para o ministério, poismuitos desses obreiros negligentes recebem salários e outros benefícios.Não produzem, mais ganham como se produzissem. Sabem a vontade deseu Senhor, mas não a faz, portanto, serão castigados com muitos açoites.

6.3 Unção Ministerial

6.3.1 Característica da unção

Qualquer crente que começa a desenvolver alguma habilidade dentro daigreja, logo pensa na unção. Para ele é a unção que lhe abrirá as portas paraministração. Até certo ponto, esse pensamento está correto. Mas não é aunção que lhe abrirá as portas do ministério ou do trabalho. Quem abriráessas portas é a autoridade de Deus posto sobre ele. Primeiro vem àautoridade, depois é que vem a unção. Revestido de autoridade de Deus elecomeça a trabalhar e a desenvolver seu ministério na área que Deusdeterminou. Com o passar do tempo vem o reconhecimento da autoridade eai ocorre à unção delegativa para o cargo.

6.3.2 O que é unção?

Podemos definir unção da seguinte forma:

a) Delegação divina para executar uma tarefa;b) Derramamento de óleo sobre a cabeça do obreiro em declaração de

que ele foi habilitado por Deus e pelos homens para aquela função.

No primeiro caso, o obreiro é capacitado por Deus por meio da autoridade a

ele concedida. O desenvolvimento de seu ministério é uma característica deque está debaixo da unção do Senhor.

Em segundo lugar, o obreiro recebe delegação pública por meio da unçãocom óleo ou imposição das mãos (de acordo com a constituição doministério). Como funciona essa unção? Primeiro Deus chamou e ungiu opastor presidente da denominação como autoridade constituída no Ministério.Sobre a cabeça do pastor presidente está à unção ministerial. Ele é osacerdote representativo de Deus dentro do Ministério.

O trabalho do crente vem sendo observado por ele, mas não é por essaobservação que será ungido. Como sacerdote e profeta constituído por Deus,

ele fica no aguardo da palavra divina a respeito daquele servo. Quando Deusfala sobre a unção daquele irmão, Ele fala também sobre suas qualidades

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e que tipo de autoridade está sobre ele. Nesse ponto, a autorização deDeus para a unção é dada, isto é: Deus manda ungir e delegar aquele servopara uma obra dentro do ministério.

Se a unção não tiver essa revelação, também não terá a aprovação de Deus.Forçar a unção com óleo é o mesmo que mandar em Deus. A unção podeocorrer, mas a delegação divina para o trabalho não acontecerá.

6.3.3 O valor ministerial da unção

A unção é para sempre, não se pode retirar a unção de uma pessoa.Sabemos de ministérios que revogam a unção dada a certa pessoa por nãoestar produzindo dentro do esperado. Alegam que não tinha chamada, porisso, a unção está sendo retirada.

Uma vez obreiro ungido, o será para sempre. Mesmo que venha apostatar dafé não perderá a unção diante de Deus – em seu julgamento a unção terápeso condenatório.

Para aqueles que foram chamados e constituídos como autoridade e lhesforam delegadas funções existe um preço a pagar. A unção fará do obreirouma vitrine. Todos passam a olhar para ele e buscar algum tipo de qualidadepara se espelhar nela ou defeito para criticar. Satanás colocará um de seusanjos dia e noite ao lado do obreiro ungido para anotar suas falhas e defeitos,para poder acusá-lo na presença de Deus e exigir-lhe a revogação dadelegação dada ao obreiro.

Deus não tolerará falhas daquele que recebeu constituição e unção. Ele temautoridade para repreender a tentação e vencê-la; além disso, tem a unçãoque é a marca sacerdotal e com ela pode entrar no Santo dos Santos para seesconder sob a graça de Cristo; portanto, os erros cometidos pelo ungidoserão tratados com severidade por parte de Deus. No item seguintevoltaremos a falar sobre esse assunto e abordaremos a questão da renúncia.

6.3.4 Renúncia para uma delegação eficiente

Como apresentaremos a renúncia para um entrega eficiente? O maiorexemplo de renúncia temos em Jesus Cristo. Deus o enviara para umamissão. Veio ao mundo para ser sacrificado pelos pecados dos homens.Sua autoridade e unção para realização da obra que Deus lhe delegaranecessitava igualmente de uma total renúncia da vontade humana. Cristo eraDeus e homem, como homem sentia dores, cansaço, tinha sentimentos

afetivos e, sobretudo, sentia angústia por causa de sua missão.

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No Jardim das Oliveiras podemos notar o tamanho de sua angústia – sua dorinterna transformou as gotas de suor de seu corpo em gotas de sangue.Naquele momento Ele deve ter pensado em parar tudo, não era obrigado aentregar sua vida por causa do homem pecador.

6.3.5 O único caminho a trilhar

Entretanto, acima de tudo estava à vontade de Deus. A missão que receberaimportava naquele momento. Deus o havia designado para aquele momentoe, por isso, não podia desistir e nem ser insubmisso à vontade dEle. O únicocaminho a trilhar era o da renúncia total. Assim em sua oração disse: “todaviaseja feita a tua vontade...”.

Precisamos aprender o que significa “seja feita a tua vontade”. Quando noscolocamos debaixo da autoridade de Deus sem nenhuma restrição, estamospraticando a vontade dEle. Quando não nos submetemos voluntariamente,deixamos de fazer a Sua vontade. Neste último caso, fazemos a nossavontade em detrimento à vontade Divina.

Renúncia total é fazer a vontade de Deus sem restrição. É entregar a vidanas mãos dEle sabendo que pode ser conduzido sempre em vitória. Cristosabia que a cruz o esperava, mas também sabia que seu corpo não ficaria nasepultura e que uma eterna glória o esperava, por isso, fazer a vontade doPai lhe dava segurança. Nós também podemos acreditar dessa forma, aorenunciarmos irrestritamente, estamos caminhando para a glória preparadapor Deus desde a função do mundo.

6.4 Habilitação Ministerial

Falamos atrás sobre o valor da unção. Neste tópico falaremos sobre a

habilitação ministerial.Quando o homem é chamado por Deus ele recebe autoridade. De possedessa autoridade pode realizar todas as obras determinadas por Cristo (Mc16.15-18). Dentro da igreja ele é um servo com autoridade divina. Porpertencer ao ministério é também reconhecido para o cargo.

Mediante esse reconhecimento que possui, vai desenvolvendo o trabalho queDeus lhe deu e ganhando confiança do povo da igreja. Entretanto, esseenvolvimento ainda não é a habilitação ministerial. Ele já tem autoridade deDeus, reconhecimento do ministério, porém, falta-lhe a habilitação, a qualchamamos de unção com óleo.

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Dentro do ministério bíblico temos habilitações ministeriais: Pastor,presbítero, Evangelista e diáconos. Quando uma pessoa recebe o chamadoministerial, a autoridade de Deus para o exercício desses ministériosdesponta por sinais relevantes de seu trabalho junto ao ministério. Dedicaçãoao trabalho, habilidade com os dons, autoridade espiritual, dedicação aoestudo da palavra, fidelidade financeira, firmeza doutrinária, cooperativismoformam o perfil da constituição ministerial.

6.4.1 O reconhecimento por meio da unção

Quando o servo reúne as qualidades acima, seu reconhecimento por meio daunção com óleo é feito publicamente, declarando que aquele servo foihabilitado e igualmente lhe foi delegado uma missão pela igreja – oministério; essa declaração em forma de unção é uma afirmação de que aigreja está de acordo com a vontade de Deus para com aquele obreiro.

Para compreender melhor o valor da habilitação ministerial, vamosexemplificar: - uma pessoa aprende a dirigir autos, desde muito jovemcomeça a dirigir, inicialmente tira o carro da garagem, depois dá uma volta no

quarteirão próximo de sua casa, posteriormente começa a andar pelas ruas.Ocorre que a lei diz que para dirigir veículos por ruas, avenidas e estradas, ocondutor deve ser habilitado. É verdade que ele sabe dirigir veículos e o fazcom muito zelo. Porém a lei lhe diz que está indevidamente exercendo umafunção não habilitada. Se atuado por um agente de trânsito, terá seu veículoapreendido, pagará multa e se o proprietário do carro for outra pessoa, esteresponderá a processo criminal.

Para que não sofra nenhuma penalidade ele precisa estar habilitado. Dentrodo ministério ocorre à mesma coisa, o cristão faz todo serviço que a Bíbliadetermina para ele fazer. Contudo, para o ministério ele será apenas ummembro comum com uma autoridade divina para exercer serviços em nomede Cristo. Não obstante, ao receber a unção (óleo ou imposição das mãos)para exercer um devido cargo dentro da igreja, ele recebe a designaçãoministerial que a unção lhe outorgou, isto é, recebe a constituição legítimapara o cargo.

Essa constituição chamamos de habilitação. É o mesmo caso da pessoa quedirige sem a C.N.H, sabe dirigir, mas não está habilitado. O membro comumfaz o serviço de obreiro, mas não está habilitado ministerialmente para ocargo. Ao receber a unção pública, recebe igualmente a credencial que odesigna para a função.

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6.4.2 Unção permanente e não transitória

Já falamos um pouco sobre a durabilidade da unção. Aqui vamos aprofundarum pouco mais o assunto.

A unção é o resultado da autoridade já dada por Deus ao obreiro. Se houverpecado, a autoridade dada por Deus é retirada, mas a unção ministerial

permanece para sempre. Como isso é possível? Vejamos o caso do rei Saul.Ele recebera autoridade de Deus para ser rei – e essa autoridade foidemonstrada ao povo por meio da unção pública (1Sm 10.25). O texto falaque Samuel declarou perante o povo os direitos e deveres do rei,constituindo-o eternamente.

Ao quebrar a autoridade de Deus o rei Saul perdeu a autoridade de rei, mas aunção de rei permaneceu com ele. Davi reconhecia essa unção e a respeitouaté a morte de Saul.

Quando o obreiro recebe a unção ministerial está recebendo algo eterno.Nem a morte o separa dessa unção. Mesmo pecando, apostatado da fépermanecerá com a constituição – embora roubada por Satanás.

Por essa razão aconselhamos, aquele que tem constituição a permanecer fiele guardar bem o que tem. Esse foi o conselho de Cristo para o anjo da igrejade Filadélfia (Ap 3.11). Não perca sua constituição – seja fiel a Cristo e aoministério, pois somente por meio de sua fidelidade é que poderápermanecer debaixo da autoridade de Deus e da Unção Ministerial.

6.5 A Pessoa do Obreiro e seu Ministério

O primeiro atributo e o mais expressivo de um obreiro é o seu exemplo. Na

verdade, é o exemplo que demonstra as outras qualidades dele; nele seresume, o seu amor, a sua autoridade, a sua motivação, a sua habilidade. É oexemplo como uma jóia , provada pelo tempo, de onde provem todo o brilhodo sucesso ministerial do obreiro.

6.5.1 Exemplo de vida revela qualidade

É totalmente inútil qualquer obreiro insistir num ministério, e tentar revelarqualidades se não for através do exemplo, a própria Bíblia diz: “Pelos seusfrutos os conhecereis...” (Mt 7:20). Mas um obreiro que demonstra exemplosde vida, muitas vezes, até sem usar palavras, ensina melhor do que aqueleque apenas teoriza conceitos.

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Exemplo que se pode enumerar num obreiro. Honestidade no seurelacionamento com a sociedade.

Todo cristão, principalmente, o obreiro deve ter um bom relacionamento coma sociedade, dentro e fora da igreja, seus vizinhos, amigos, parentes eautoridades, não devendo nada a ninguém, senão o amor (Rm 13.8). E deveramor ao próximo é muito mais do que não fazer mal a ele, ou esperar que ele

venha até sua porta pedir-lhe o bem, antes, é compadecer-se de justos epecadores. Pois foi esse o exemplo deixado por Cristo e é sua missão.

6.5.2 O obreiro e a sociedade da igreja

Na congregação dos justos, o obreiro não deve ser insocial, porém imparcial,deve estar sempre presente no povo, e agir com senso de justiça, nãodeixando que os conceitos que o mundo tem, partidarismo, interesse pessoal,ambição, influenciem na hora de tomar atitudes.

6.5.3 O obreiro e a sociedade secular

Igualmente, no meio dos ímpios, o obreiro deve agir com amor, e não podeser omisso, levar o seu ministério a fazer diferença no meio em que vive.Jeremias nos mostra os quatro pilares da influência que o obreiro deve levara igreja a ter na sociedade.

O obreiro e a sua família. Além desses pontos, o obreiro não pode esquecerde ser honesto também com sua família. Ser honesto com a família nãoindica apenas fidelidade ao cônjuge ou aos pais, mas sim uma presença,uma participação e prioridade.

Como lemos no livro de Gênesis, Deus estabeleceu a instituição domatrimônio, para viver os dois como um. Mas o obreiro enfrenta problemasquanto a prioridades entre o ministério e o seu lar. Qual deles deve terprioridade quando surge um conflito? Há quem considere que não existeproblema, dizendo: “Eu sempre ponho a obra de Deus em primeiro lugar”.Mas lembremo-nos de que os votos declarados no dia do casamento nãoperdem sua força no ministério. Devemos não ser obreiros na igreja, e motivode repreensão em casa, mas sim amar o cônjuge, os filhos, aconselhá-los,confortá-los e ensinar-lhes os caminhos do Senhor .

Muitas vezes há filhos menores em casa, o ministério principal da mãe já estáestabelecido. Na passagem dos anos, ela naturalmente terá mais tempo paradedicar à obra, e o marido deveria encorajá-la a começar ou recomeçar

algum ministério segundo a direção de Deus. O importante é reconhecer queDeus tem ordenado a todos nós que cuidemos de nossas famílias.

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Ocasionalmente, quando existe um problema sério ou doença grave, somosobrigados a dar prioridade à família. Obedecer à chamada divina não nosisenta das obrigações familiares. Vamos, então, cumprir o nosso dever emambas as áreas, sempre usando o bom senso e buscando a direção deDeus.

6.5.4 Bom Senso

Bom senso é a capacidade de julgar imparcialmente todas as partes queenvolvem uma situação e agir de forma a não prejudicar, ou a prejudicar omenor número de pessoas, também é a capacidade de exercer justiçaprincipalmente em períodos de difícil escolha.

O Bom Senso envolve várias áreas da liderança, devemos ter bom senso:

6.5.5 Nas decisões

O bom obreiro deve agir com este bom senso nas suas decisões, pois delasdependem não só o andamento do ministério, mas também a vidas daspessoas relacionadas com este. Para tomar suas decisões, o obreiro deveestar em oração buscando a direção de Deus em todo o tempo, buscarrespaldo bíblicos para a sua decisão e averiguar as conseqüênciasposteriores a ela.

6.5.6 Na agenda

Talvez este seja o tópico em que os obreiros mais erram atualmente. Marcarvisitas, e repetidas vezes faltar às mesmas, atrasar nos seus compromissos,nos pagamentos de contas, impostos e dívidas com o seu próximo, agendarinúmeros compromissos de forma a não ter vida social ou vida familiar. São

casos comuns a muitos obreiros, algumas vezes colocam na fé a desculpapara agir de forma errônea.

Vale a pena lembrarmos aqui que o obreiro jamais será perfeito, por isso eledeve saber agendar as tarefas, aceitando responsabilidades e esforçando-separa cumprir cabalmente as atividades que lhe são devidas.

6.5.7 Na disciplina

Este deve ser o ponto chave não só dos obreiros, mas de todos os cristãos.Segundo o dicionário disciplina é ordem, respeito, obediência às leis.

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6.5.8 Na oração

A disciplina é uma forma de conseguirmos mantermos um ritmo diário semdeclinarmos espiritualmente num mundo agitado que nos esgota o tempo. Terum momento diário pré-determinado para dedicarmos à oração é um dosmaiores exemplos que um obreiro pode dar. Dessa forma obedecer (Mt 4.4).

Daniel apesar de toda agitação da sua vida no cargo de governador de umanação tinha uma disciplina diária de oração e dedicação a Deus, âncora estaque não lhe permitiu regredir diante dos maiores problemas da vida.

6.5.9 Na hora do silêncio

É também um exemplo do obreiro o saber quando se calar (Ec 3.7). Osilêncio na hora certa transmite muito mais mensagens do que as palavras.Podemos ver o próprio exemplo na vida de Jesus Cristo, e as inúmeras vezesque o seu silêncio chegou a incomodar os ímpios.

Às vezes o obreiro revela a sua indisciplina e o seu mau exemplo, atendo-se

a contendas e rixas que não edificam, mas traz um maior endurecimento nocoração daqueles que ouvem, tentando se justificar ou impor suas vontades,mas deve-se lembrar que mesmo certos, às vezes o silêncio é a maior armapara fazer com que os liderados aprendam .

6.5.10 Para fugir do mal

O obreiro que muitas vezes não chega a praticar o mal, deve zelar pelo seutestemunho, deve ter em mente o que está pensando dele as pessoas queestão de fora. Se estiver despertando motivos para pecarem ou para seremabençoadas.

6.5.11 Perante Deus

O obreiro deve se posicionar sob a grade de Deus, observando sempre osseus preceitos para saber qual é à vontade dEle para sua vida. Não deve seralto confiante a ponto de afirmar que conhece toda a direção de Deus, mastem que se colocar de forma humilde e servil, sabendo que o Senhor podefazer-lhe passar por situações diferentes na vida.

Atitudes como murmurações, indignações, as famosas frases: “eu não aceitoisso, sou filho do Rei!” por parte dos obreiros servem para debilitar a fé dosoutros. Entretanto deve saber diferenciar o que é murmuração.

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Confessar seus defeitos, angústias e fraquezas diante dos outros não é sinalde defeito, mas sim, maturidade; desde que tanto ele quanto os demaisobreiros saibam e tenham em mente a Palavra de Deus.

6.5.12 Perante os homens

Obreiros são servos e não podem se comportar como reis absolutistas,

querendo para si as primícias de todas as coisas, mas antes, devem ser osprimeiros a servir, assim como Jesus lavou aos pés dos seus discípulos. Sediante do mesmo tiver de escolher entre dois pratos, sendo um pior, deve daro exemplo, deixando aos outros o melhor.

6.5.13 Orgulho e Serviço

O orgulho está vinculado a títulos retumbantes e a ofícios fantasiosos. Oorgulho cobiça o reconhecimento público e busca exibir-se perante os olhosalheios. Uma pessoa motivada por sua posição inclina-se mais a enfatizar asua autoridade do que o serviço que pode prestar a seus semelhantes.

O desejo de posição cega-nos os olhos para os sentimentos das pessoas aoseu redor ou sob nossa supervisão. A autoridade é, então, encarada comoum título ou como a descrição de uma ocupação , ao invés de serconsiderada como uma responsabilidade que somente Deus pode ajudar apessoa a cumpri-la. O melhor obreiro é aquele dotado do coração de umservo. Ele não exibe parcialidade, mas aprende a ser “escravo de todos”.

Jesus ilustrou esse problema usando os escribas e os fariseus (Mt 23.6-12).O problema daquela gente era o desejo que tinha por honrarias e posições.Eles apreciavam os lugares de “honra” e os “assentos principais nassinagogas”. Eles queriam ser tratados com respeito. Desconheciam quase

totalmente o que significa ser um servo. Três motivos básicos explicam odesejo que um obreiro possa ter por posições.

a) O desejo de uma autoridade máxima. É difícil, para pessoasmotivadas pelo desejo de posição, mostrarem-se subservientes aoutras. Em cada decisão e plano eles desejam ter a resposta final. Háuma ocasião em que aqueles que exercem autoridade precisam tomara decisão final; mas qualquer obreiro experiente, com grande sensode responsabilidade pode dizer prontamente o quanto essa autoridadepode pesar sobre a vida dele. As suas decisões afetam as vidas deoutras pessoas. O melhor obreiro é aquele que tem o coração de umservo. Ele não exibe parcialidade, mas aprende a ser “servo de todos”

(Mc 10.42-45).

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b) O desejo de dominar. O desejo de controlar e dominar outras pessoaspode originar-se em uma auto-imagem inadequada e insegura. Seuma pessoa sente-se interiormente insegura, ou então em suaocupação, ela tenderá a querer dominar outras pessoas. Isso lhefornece certa medida de satisfação, por saber que pode controlar seussemelhantes. Esse sentimento é oriundo do orgulho, e não dahumildade. Não leva em conta a importância de cada indivíduo.

Recusa-se a aceitar diferenças de opinião. Algumas vezes, o temor defalhar, manifestado por um obreiro, resulta um desejo de dominaroutras pessoas. Ele tenta ocultar os seus próprios erros einadequações, da atenção de outras pessoas, dominando econtrolando.

c) O desejo de ser admirado. Algumas pessoas querem o ministériosimplesmente por pensarem que posições elevadas forçam outros alhe darem atenção. Um obreiro motivado pelo desejo de posição senteque os “melhores assentos” e o “melhor serviço” cabem àquelesinvestidos em altas posições. O desejo que um homem tem de queoutros o respeitem, é um reflexo de sua auto-estima. O respeito,porém, deve resultar de um estilo de vida piedoso e de um caráter

correspondente a isso, e não de elevadas posições na vida. Se o seuestilo de vida não é agradável ao Senhor, as pessoas poderãoaparecer respeitosas, mas só externamente, pois, internamente,haverão de ressentir-se de sua função.

6.5.14 Não tenha amor ao dinheiro

Quanto ao problema do amor ao dinheiro, a solução, de acordo com o ensinopaulino, é o contentamento (Fp 4.11-13,19).

Cuide em não querer ser famoso. Paulo escreveu em Gálatas 6.14: “Maslonge esteja de eu gloriar-me , senão na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo,pela qual o mundo está crucificado para mim, e eu para o mundo”.

Alguns obreiros desejam fama, pois desejam que as pessoas reconheçamquão grandes eles são. Outros desejam ser bem conhecidos, porque queremparecer com alguma outra pessoa. Outros sentem que a fama os tornapessoas importantes. Diz o trecho de (Pv 27.2) “Seja outro que te louve, enão a tua boca, o estrangeiro, e não os teus lábios”. O nosso grande desejodeveria ser glorificar a Deus. Em 1Co 1.29 , Paulo afirma: “... ninguém sevanglorie na presença de Deus”. E, no versículo trinta e um do mesmocapítulo que ele diz: “Aquele que se gloria, glorie-se no Senhor”.

Um obreiro que seja controlado pelo desejo de tornar-se famoso precisa deabnegação. Por abnegação não queremos dar a entender o ascetismo ou a

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falsa humildade, e sim, o desejo de fazer tudo redundar para a glória deDeus. Temos aí a disposição de não chamarmos a atenção de ninguém, paraque só Jesus chame a atenção das pessoas.

6.6 Aceitando os Desafios do Ministério

Os desafios são marcas em qualquer ministério. Para que uma visão ou

compromisso espiritual seja realizado a contento.

Para entendermos o que vamos tratar será preciso falar de Neemias, Deushavia falado com ele sobre os muros de Jerusalém, era um desafio muitogrande, muita coisa era contrária à realização da obra. Primeiro havia oproblema de sua função junto ao rei, era o camareiro (obreiro), tinharesponsabilidade para com seu senhor; segundo era um escravo sem direitoalgum; terceiro, para realizar a obra posta em seu coração precisava deconsentimento real; quarto, ao ser liberado pelo rei, precisava deequipamento, pessoal e material para a obra; quinto, ao chegar emJerusalém havia os impedimentos locais, as pessoas, os obreiros, os inimigosdeclarados, Sambalate e Tobias; sexto, o pouco tempo que tinha paraterminar a obra e outros impedimentos.

Embora todos esses impedimentos estivessem presentes, havia um desafiomaior pela frente – construção dos muros de Jerusalém. Esse era o alvo, oobjetivo, a conquista posta à frente.

No ministério há desafios a serem perseguidos e conquistados. O chamadopara conquistar almas, restaurar vidas, destruir as cadeias de satanás,fechar as brechas e impedir o avanço do diabo sobre as pessoas vai, alémdisso, fundar obras assistenciais como orfanatos, abrigos, recuperação dedrogados, núcleos ensino em nível de pré-escola, ensino fundamental e

médio, deve ser os desafios ministeriais.Como você pode ver, os desafios não são poucos, para que eles sejamrealizados, precisa ser lançado outro ainda maior – o financeiro. Bonsresultados nos desafios não se conseguem sem uma boa contribuiçãofinanceira, portanto, cada obreiro dentro de sua igreja tem um desafio jádeclarado para perseguir e conquistar, entregar ao Senhor sua vida financeirapara que Deus use da forma que achar melhor. Os desafios são aceitosquando:

a) Tem-se uma visão ministerial de longo alcance;b) A vontade própria já está dominada pela ação do Espírito Santo;c) A valorização da vida afetiva fica em segundo plano;d) Existe uma renúncia total na vida do obreiro;

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e) Os valores materiais são postos num plano secundário;f) A visualização que se tem de Cristo o cega para as coisas que estão

em sua volta?

Esperamos que você seja uma pessoa que esteja disposta a aceitar osdesafios do ministério e contribua para a realização, satisfação econcretização de todos desafios lançados por seu Ministério.

6.7 Aceitando os desafios da féFé é uma pequena palavra que pode mudar a vida de uma pessoa para serabençoada ou para ser amaldiçoada. Na Epístola aos Hebreus lemos que afé e a certeza das coisas que não se vêem, mas que se esperam. A fépromove dentro do obreiro a certeza de que não está trabalhando em vão.

Para ser obreiro é preciso acreditar no que está fazendo. Entretanto, nãobasta somente acreditar, é preciso ter a fé que remove montanhas. Umaentrega total requer fé, uma realização de milagre somente é possível porum ato de fé; a crença salvadora de uma pessoa ocorre quando a fé éposta em prática. Uma oferta ou a entrega dos dízimos é um ato de fé.

A fé nos impõe alguns desafios em relação ao dinheiro. É lamentável que odinheiro possa dominar uma pessoa a ponto de torná-la avarenta, mesquinhae incrédula.

6.7.1 Os dízimos

A entrega dos dízimos ao Senhor talvez seja um dos maiores desafios da fépara o obreiro. Para ser dizimista é preciso ter fé, acreditar que Deus estaráusando aquele dinheiro para que sua obra seja levada avante.

O primeiro passo para ser um dizimista fiel é acreditar no destino do dinheiroe ao mesmo tempo, renunciar a toda avareza. Temos ouvido obreirocomentar que o dinheiro arrecadado nas igrejas não é usado no ministério.Esse comentário trás maldição sobre a vida dele por dois motivos: primeiro,está murmurando contra seu líder espiritual, acusando-o de infidelidadeadministrativa; em outras palavras, o acusa de roubo ou desvio dos valoresdestinados à obra do Senhor. Em segundo lugar, está abrindo uma brechapara Satanás entrar em sua vida e detonar totalmente suas finanças, poisquando pensa e age com murmuração, não entrega os dízimos. O fato denão dizimar, habilita Satanás sobre sua vida financeira, pois a única chaveque fecha todas as portas ao devorador é o dízimo.

Quando isso ocorre, o obreiro na figura de sacerdote, não pode abençoarquem esteja debaixo de sua autoridade. Se está sob maldição, sua bênção

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será também maldição para quem a receber. Portanto, como obreiro, deveser o exemplo dos fiéis.

Paulo fala para Timóteo “... sê exemplo dos fiéis...”. A instrução do apóstolo aseu discípulo determinava que fosse testemunha e andasse de acordo com oensino da Palavra de Deus. Se o obreiro não é dizimista, não está sendoexemplo para outros de sua congregação – se a congregação não tem em

quem se espelhar, não será abençoada.

O dízimo é a única arma contra o devorador. Por meio da entrega voluntária eamorosa dos dízimos o devorador é repreendido por Deus, as janelas doscéus são abertas e uma grande chuva de bênçãos será derramada sobre oobreiro dizimista. Além de que, se for dizimista terá autoridade para ensinarsobre o assunto.

Assim, ser dizimista é aceitar o desafio da fé. Entregar ao Senhor parte deseus vencimentos é sem dúvida um ato de fé, acreditar que o valor entregueserá usado na obra é um ato de fé. Confiar no líder espiritual quanto aodestino do dinheiro dos dízimos é um ato de fé. Disponibilizar as primícias de

sua renda ao Senhor é um ato de fé. Desafiar o inimigo quando este aponta omau uso do dinheiro e lhe diz para não entregar mais seus dízimos é um atode fé.

Um obreiro dizimista é um obreiro com visão ministerial e, sobretudo, respeitao princípio de autoridade. Olha para si e sabe que sua delegação implica naentrega dos dízimos para a obra do Senhor. Reconhece que se não o fizervoluntariamente estará sendo rebelde e não poderá gozar das bênçãos doSenhor em seu ministério. Desse modo, ser dizimista é estar dentro da visãoministerial e aceitar os desafios da fé.

6.7.2 As ofertasOutro ponto importante que o obreiro deve seguir é a questão das ofertas.Compreender o valor que elas têm na vida ministerial e o valor querepresentam diante de Cristo.

Ofertas são entregas voluntárias a Deus além dos dízimos. É precisocompreender esse valor, e definitivamente, abolir da igreja o conceito de queoferta é uma esmola. A Igreja Católica por muitos anos ensinou que asofertas eram esmolas que os cristãos davam aos santos. E muitos mesmodepois de sua conversão ao evangelho continuam com essa mentalidade.

Ofertas não são esmolas ou migalhas das finanças – oferta é um sacrifíciovoluntário que se oferece ao Senhor. No Antigo Testamento cada oferta tinha

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um valor, assim tínhamos as ofertas de louvor, de agradecimento ereconhecimento, de pedidos de perdão e etc. Ninguém poderia comparecerperante Deus de mãos vazias. Os que nada tinham para oferecer recebiamdas mãos dos mais abastados ofertas para oferecer ao Senhor. Sendo aoferta voluntária um sacrifício que fazemos a Deus, devemos oferecer omelhor.

Quando o obreiro aprende o significado da oferta, aprende igualmente o valorespiritual das mesmas. Como exemplo espiritual de sua igreja, deve ensinaraos membros o ato de ofertar. Existem muitos meios de oferecer ao Senhoruma oferta. Podemos oferecer um dia de trabalho por mês, as horas extrasque fazemos numa determinada semana, uma parte das férias, uma parte denossa renda (além do dízimo), criarmos uma forma de arrecadamos valores eentregá-los como oferta ao Senhor. Exemplo: muitas pessoas ajuntamlatinhas de bebidas e no final do mês vendem e levam tudo ou parte do valorobtido como oferta voluntária ao Senhor.

Temos diversos motivos para oferecer uma oferta ao Senhor. Suamisericórdia diária, um livramento, o recebimento de uma dívida já

considerada perdida, um aumento de salário, a cura de uma doença. Muitosgastavam centenas de reais em compra de remédios, são curados e não sãocapazes de oferecer ao Senhor nem mesmo o valor correspondente a ummês gasto com remédios. Outras antes da conversão gastavam com bebida,cigarros e drogas. Mas não oferecem nenhum valor do que gastavam nomundo com inutilidades.

As ofertas fazem parte dos desafios da fé, um obreiro que sabe ofertarsaberá também ensinar – e se sabe ensinar será recompensado pelo Senhor,pois Deus ama ao que dá com alegria.

6.7.3 Os compromissos

Entre os desafios da fé, o que mais requer do obreiro são os compromissosfirmados em nome e para a igreja. O obreiro com visão ministerial encararáos compromissos da igreja como se fossem os seus próprios – alias são deletodos compromissos assumidos em nome e para a igreja.

A seriedade com esses compromissos honrará o nome de Cristo, elevará oconceito do evangelho e mostrará ao mundo que fazemos a diferença. Querodeixar um conselho a você obreiro: “Deus não paga dívida que não fez...”.Isto é, se Ele não autorizou a dívida, certamente não pagará, mas aquela queteve seu aval será honrada no vencimento.

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O ministério tem diversos compromissos financeiros, esses compromissosfeitos em nome da igreja, são compromissos do ministério, portanto, é seutambém. Quando são feitos apelos voluntários de ajuda para cumprir osmesmos diante dos credores, são exatamente para que você possa fazer asua parte como membro do corpo. Deve entender que o compromisso feitopelo ministério tem como alvo benefícios para toda igreja em qualquer parteque esteja implantada.

Envolver-se com esses compromissos é o mesmo que se envolver com ocrescimento da obra do Senhor.

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7/21/2019 Administração Eclesiástica - Pastor

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105Administração Eclesiástica 

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Nome: __________________________________________Professor:__________________ Unidade:_______________Data: ___/___/____Nota:_____ Entregar até:___/___/____

QUESTIONÁRIO.

1) Quais os fatores significativos destacados pelas igrejasepiscopais como apoio ao seu sistema de governo eclesiástico?

2) Sendo um organismo e também uma organização; de que forma opovo de Deus está organizado?

3) Comente a frase “Uma boa administração não impede a operaçãodo Espírito Santo”.

4) Do que o trabalho de Deus precisa para ter sucesso?

5) Disserte acerca da introspecção.

6) Explique a expressão “O espírito está morto”.

7) Explique a frase “Qualidade intrínseca é a qualidade própria dobem ou do serviço que foi produzido”.

8) Quando aparecem as rivalidades?

9) Comente o tema “Obediência à autoridade direta e à autoridaderepresentativa”.

10) Discorra acerca do tema “Aceitando os desafios pela fé”.

•  OBS.: Responder este questionário à tinta azul ou preta em folhaà parte tamanho A4.