acidos caroxilicos prop fisicas
DESCRIPTION
Adapt from ChemVirtTxt_MSUTRANSCRIPT
-
UERGS/NH- Qumica Orgnica Maro 2013 Adapted from Carboxylic Acids
http://www2.chemistry.msu.edu/faculty/reusch/VirtTxtJml/crbacid1.htm#crbacd4
1 Prof. Adjunto Marcelo Christoff
cidos Carboxlicos
O grupo funcional carboxila que caracteriza os cidos carboxlicos no
usual no sentido de que composto por dois grupos funcionais j
conhecidos. Como pode ser visto na frmula ao lado, o grupo carboxila
composto por um grupo hidroxila ligado a um grupo carbonila. comum encontr-lo escrito
em suas formas condensadas como -CO2H ou -COOH. H mudanas significativas no
comportamento qumico, como resultado das interaes entre estes grupos (analogamente
ao que ocorre em fenol e anilina, por exemplo). Neste caso, a alterao das propriedades
qumicas e fsicas que resultam da interao dos grupos hidroxila e carbonila muito
grande, sendo esta combinao habitualmente tratada como um grupo funcional distinto.
1. Nomenclatura de cidos Carboxlicos
Tal como acontece com os aldedos, o grupo carboxila deve estar localizado na extremidade
de uma cadeia de carbono. No sistema de nomenclatura IUPAC o carbono do carboxila
designado como 1 e os outros substituintes esto localizados e nomeados em sequencia. O
sufixo caracterstico para um grupo carboxila na IUPAC "ico". preciso ter cuidado para
no confundir esta nomenclatura sistemtica com o sistema comum anlogo. Estas
nomenclaturas, pontos de fuso e de ebulio esto ilustrados na tabela a seguir.
cidos carboxlicos substitudos so designados quer pelo sistema IUPAC ou por nomes
comuns. Relembre as regras da IUPAC para a nomenclatura. Alguns nomes comuns, o
aminocido treonina, por exemplo, no tem qualquer origem sistemtica e deve
simplesmente ser memorizado. Em outros casos, nomes comuns fazem uso da notao com
a letra grega para perto de tomos de carbono do grupo carboxila. Alguns exemplos de
ambas as nomenclaturas so fornecidos abaixo.
-
UERGS/NH- Qumica Orgnica Maro 2013 Adapted from Carboxylic Acids
http://www2.chemistry.msu.edu/faculty/reusch/VirtTxtJml/crbacid1.htm#crbacd4
2 Prof. Adjunto Marcelo Christoff
cidos dicarboxlicos simples que tm a frmula geral HO2C-(CH2)n-CO2H (em que n = 0
a 5) so conhecidos pelos nomes comuns cido oxlico (n = 0), cido malnico (n = 1),
cido succnico (n = 2), cido glutrico (n = 3, cido) adpico, (n = 4) e cido pimlico
(n = 5).
2. Produtos Naturais cido Carboxlico
Os cidos carboxlicos so comuns na natureza, muitas vezes combinados com outros
grupos funcionais. cidos carboxlicos simples, compostos de quatro a dez tomos de
carbono, so lquidos ou slidos com baixo ponto de fuso e odores muito
Tabela 1. Frmula, nomenclatura e pontos de fuso e de ebulio c Carboxlicos
Frmula Nome comum Fonte Nome IUPAC Ponto de fuso
Ponto de ebulio
HCO2H cido frmico formigas (L. frmica) cido metanico 8,4 C 101 C
CH3CO2H cido actico vinagre (L. acetum) etanico 16,6 C 118 C
CH3CH2CO2H cido propinico leite (gr. prio Protus) propanico -20,8 C 141 C
CH3(CH2)2CO2H cido butrico manteiga (L. butyrum) butanico -5,5 C 164 C
CH3(CH2)3CO2H cido extrado da planta valeriana
raiz de valeriana pentanico -34,5 C 186 C
CH3(CH2)4CO2H cido caprico caprinos (alcaparra L.) cido hexanico -4,0 C 205 C
CH3(CH2)5CO2H cido enntico vinhas (gr. oenanthe) heptanico -7,5 C 223 C
CH3(CH2)6CO2H cido caprlico caprinos (alcaparra L.) octanico 16,3 C 239 C
CH3(CH2)7CO2H cido pelargnico Pelargonium (uma erva) nonanico 12,0 C 253 C
CH3(CH2)8CO2H cido cprico caprinos (alcaparra L.) cido decanico 31,0 C 219 C
-
UERGS/NH- Qumica Orgnica Maro 2013 Adapted from Carboxylic Acids
http://www2.chemistry.msu.edu/faculty/reusch/VirtTxtJml/crbacid1.htm#crbacd4
3 Prof. Adjunto Marcelo Christoff
desagradveis. Os cidos graxos so componentes importantes das biomolculas
conhecidos como lpideos, em especial as gorduras e leos. Como mostrado na tabela
a seguir, estes cidos carboxlicos de cadeia longa, so geralmente referidos pelos seus
nomes comuns, que, na maioria dos casos, refletem as suas fontes.
Curiosamente, a maioria das molculas de cidos graxos naturais tem um nmero par
de tomos de carbono. Compostos anlogos compostos por nmeros impares de tomos
de carbono so perfeitamente estveis e foram sintetizados. No entanto, uma vez que
a natureza forma estes cidos de cadeia longa mediante a ligao de unidades de
acetato, no surpreendente que o nmero de tomos de carbono que constituem os
produtos naturais sejam mltiplos de dois. Por outro lado, as ligaes duplas dos
compostos insaturados listados tabeladas direita so todas cis (ou Z).
As frmulas a seguir so exemplos de outros cidos carboxlicos de ocorrncia natural.
As estruturas moleculares variam do simples ao complexo e muitas vezes incorporam
uma variedade de outros grupos funcionais. Muitas estruturas so quirais.
Tabela 2. Nomenclatura, estrutura e ponto de fuso de cidos Graxos
Saturado Insaturados
Frmula Nome
comum PF, C
Frmula Nome
comum PF,C
CH3(CH2)10CO2H cido
lurico 45 CH3(CH2)5CH=CH(CH2)7CO2H
cido palmitolico
0
CH3(CH2)12CO2H cido
mirstico 55 CH3(CH2)7CH=CH(CH2)7CO2H cido oleico 13
CH3(CH2)14CO2H cido
palmtico 63 CH3(CH2)4CH=CHCH2CH=CH(CH2)7CO2H
cido linoleico
-5
CH3(CH2)16CO2H cido
esterico 69 CH3CH2CH=CHCH2CH=CHCH2CH=CH(CH2)7CO2H
cido linolnico
-11
CH3(CH2)18CO2H cido
araqudico 76 CH3(CH2)4(CH=CHCH2)4(CH2)2CO2H
cido araquidnico
-49
-
UERGS/NH- Qumica Orgnica Maro 2013 Adapted from Carboxylic Acids
http://www2.chemistry.msu.edu/faculty/reusch/VirtTxtJml/crbacid1.htm#crbacd4
4 Prof. Adjunto Marcelo Christoff
3. Derivativos relacionados Carbonila
Outras combinaes de grupos funcionais com o grupo carbonila, podem ser preparadas
a partir de cidos carboxlicos. Geralmente so consideradas como derivados
relacionados. Cinco classes comuns destes derivados de cido carboxlico esto
listados na tabela a seguir. Embora as nitrilas no tenham um grupo carbonila, esto
includas aqui porque os tomos de carbono funcionais tm todos o mesmo estado de
oxidao. A linha superior (amarelo sombreado) mostra a frmula geral para cada
classe, e da linha inferior (azul claro) d um exemplo especfico de cada um. Tal como
no caso das aminas, amidas so classificados como 1, 2 ou 3, dependendo do nmero
de grupos alquila ligados ao tomo de nitrognio.
-
UERGS/NH- Qumica Orgnica Maro 2013 Adapted from Carboxylic Acids
http://www2.chemistry.msu.edu/faculty/reusch/VirtTxtJml/crbacid1.htm#crbacd4
5 Prof. Adjunto Marcelo Christoff
Os grupos funcionais deste tipo so encontrados em muitos tipos de produtos naturais.
Alguns exemplos so mostrados a seguir, com o grupo funcional vermelho colorido. A
maioria das funes so amidas ou steres, cantaridina (fitoterpico) um raro
exemplo de anidrido natural. steres cclicos so chamados lactonas, e amidas cclicas
so referidas como lactamas. Penicilina G tem duas funes amida, uma das quais
uma -lactama. A letra grega localiza o nitrognio em relao ao grupo carbonila da
amida.
4. Propriedades de cidos Carboxlicos
4.1. Propriedades fsicas de cidos Carboxlicos
A tabela 1 apresentou pontos de fuso e de ebulio para um grupo de homlogos de
cidos carboxlicos com 1 a 10 tomos de carbono. Os pontos de ebulio aumentam de
modo regular com o tamanho, mas os pontos de fuso no acompanham da mesma
forma. cidos no ramificados formados por um nmero par de tomos de carbono tm
pontos de fuso mais elevados do que os seus homlogos mpares com um carbono a
mais ou a menos. Isso reflete diferenas nas foras atrativas intermoleculares no
estado cristalino. Na tabela 2 de cidos graxos, a presena de uma ligao dupla cis
reduz significativamente o ponto de fuso de um composto. Por exemplo, o cido
palmitoleico funde 63 abaixo do anlgo saturado cido palmtico, uma diminuio
semelhante ocorre tambm para os compostos cidos C18 e C20. Mais uma vez, as
-
UERGS/NH- Qumica Orgnica Maro 2013 Adapted from Carboxylic Acids
http://www2.chemistry.msu.edu/faculty/reusch/VirtTxtJml/crbacid1.htm#crbacd4
6 Prof. Adjunto Marcelo Christoff
alteraes no empacotamento cristalino e as foras intermoleculares so responsveis
por este comportamento diferenciado.
Os fatores relativos que influenciam os pontos de ebulio e a solubilidade de gua de
vrios tipos de compostos so conhecidos. Em geral, as foras intermoleculares de
atrao dipolar agem no sentido de aumentar o ponto de ebulio de um dado
composto, com as ligaes por pontes de hidrognio sendo um exemplo extremo. As
pontes de hidrognio tambm so um fator importante na solubilidade em gua de
compostos covalentes. A tabela 3 a seguir lista alguns exemplos dessas propriedades
para alguns compostos polares de tamanho semelhante (o hexano um
hidrocarboneto, portanto, apolar includo para comparao).
Tabela 3. Propriedades fsicas de alguns compostos orgnicos
Frmula Nome IUPAC Massa
molecular, g.mol-1
Ponto de ebulio,
C
Solubilidade comparada em
gua
CH3(CH2)2CO2H butanico 88 164 muito solvel
CH3(CH2)4OH 1-pentanol 88 138 ligeiramente
solvel
CH3(CH2)3CHO pentanal 86 103 ligeiramente
solvel
CH3CO2C2H5 etanoato de etila 88 77 moderadamente
solvel
CH3CH2CO2CH3 propanoato de
metila 88 80
ligeiramente solvel
CH3(CH2)2CONH2 butanamida 87 216 solvel
CH3CON(CH3)2 N, N-
dimetiletanamida 87 165 muito solvel
CH3(CH2)4NH2 1-aminobutano 87 103 muito solvel
CH3(CH2)3CN pentanonitrila 83 140 ligeiramente
solvel
CH3(CH2)4CH3 hexano 86 69 insolvel
-
UERGS/NH- Qumica Orgnica Maro 2013 Adapted from Carboxylic Acids
http://www2.chemistry.msu.edu/faculty/reusch/VirtTxtJml/crbacid1.htm#crbacd4
7 Prof. Adjunto Marcelo Christoff
.
Nas cinco primeiras linhas todos os compostos possuem grupos funcionais com oxignio.
O ponto de ebulio relativamente elevado dos dois primeiros devido a presena de
pontes de hidrognio. cidos carboxlicos tm pontos de ebulio excepcionalmente
elevados devidos, em grande parte, s associaes dimricas envolvendo duas pontes
de hidrognio. A frmula estrutural para o dmero de cido actico est representada
no diagrama abaixo. Em amidas e nitrilas os pontos altos de ebulio elevados so
originados nas fortes atraes de dipolo, sendo complementados, em alguns casos, por
pontes de hidrognio.
4.2. Acidez de cidos Carboxlicos
Os valores de pKa de alguns cidos carboxlicos tpicos esto listados na tabela 4.
Quando se comparam estes valores com os resepectivos de lcoois estruturalmente
comparveis, como o etanol (pKa = 16) e 2-metil-2-propanol (pKa = 19), verifica-se que
os cidos carboxlicos so cidos mais fortes por muitas ordem de grandeza (mais de
dez potncias de dez!). Alm disso, os substituintes eletronegativos perto do grupo
carboxila agem para aumentar a acidez.
Tabela 4. Acidez de c Carboxlicos
Composto pK a Composto pK a
HCO2H 3,75 CH3CH2CH2CO2H 4,82
CH3CO2H 4,74 ClCH2CH2CH2CO2H 4,53
PCH2CO2H 2,65 CH3CHClCH2CO2H 4,05
ClCH2CO2H 2,85 CH3CH2CHClCO2H 2,89
BrCH2CO2H 2,9 C6H5CO2H 4,2
ICH2CO2H 3,1 pO2NC6H4CO2H 3,45
Cl3CCO2H 0,77 p-CH3OC6H4CO2H 4,45
-
UERGS/NH- Qumica Orgnica Maro 2013 Adapted from Carboxylic Acids
http://www2.chemistry.msu.edu/faculty/reusch/VirtTxtJml/crbacid1.htm#crbacd4
8 Prof. Adjunto Marcelo Christoff
Por que a presena de um grupo carbonila adjacente a um grupo hidroxila
produz um efeito profundo sobre a acidez do prton da hidroxila?
Para responder a pergunta acima importante observar a natureza do equilbrio cido-
base e a definio de pKa, ilustrado pelas equaes gerais abaixo.
O equilbrio favorece a concentrao das espcies termodinamicamente mais estveis.
Sendo que a magnitude da constante de equilbrio reflete a diferena de energia entre
os componentes de cada um dos lados. Um equilbrio cido-base favorece sempre o
cido e a base mais fracos (pouco reativos, so os componentes mais estveis). A gua
a base padro utilizada para medies de pKa, por conseguinte, qualquer coisa que
estabiliza a base conjugada (A:(-)) de um cido far necessariamente o cido (H-A) mais
forte, deslocando o equilbrio para a direita.
A ressonncia estabiliza tanto o grupo carboxila como o nion carboxilato, mas a
estabilizao do nion muito maior do que a da funo neutra, como representado no
diagrama a seguir. As duas estruturas que contribuem no nion carboxilato tem peso
igual no hbrido, enquanto que as ligaes C-O so de igual comprimento (entre uma
ligao dupla e uma ligao simples). A estabilizao maior, ilustrada no diagrama de
energia a seguir, promove um aumento acentuado da acidez.
-
UERGS/NH- Qumica Orgnica Maro 2013 Adapted from Carboxylic Acids
http://www2.chemistry.msu.edu/faculty/reusch/VirtTxtJml/crbacid1.htm#crbacd4
9 Prof. Adjunto Marcelo Christoff