abordagem para estimaÇÃo do custo de capital

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  • 8/3/2019 ABORDAGEM PARA ESTIMAO DO CUSTO DE CAPITAL

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    ABORDAGEM PARA ESTIMAO DOCUSTO DE CAPITAL PRPRIOASSOCIADA AO IMPACTO DA

    LIQUIDEZ COMO INDICATIVO NA

    AVALIAO DA EMPRESA

  • 8/3/2019 ABORDAGEM PARA ESTIMAO DO CUSTO DE CAPITAL

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    UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

    DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUO E SISTEMAS

    PROGRAMA DE PS-GRADUAO EM ENGENHARIA DE PRODUO

    ABORDAGEM PARA ESTIMAO DO CUSTO DE

    CAPITAL PRPRIO ASSOCIADO AO IMPACTO

    DA LIQUIDEZ COMO INDICATIVO NA

    AVALIAO DA EMPRESA

    Dissertao submetida Universidade Federal de Santa Catarina para obteno do

    Grau de Mestre em Engenharia de Produo.

    ANNA ELIZA HOSKEN SALGADO

    Florianpolis/SC

  • 8/3/2019 ABORDAGEM PARA ESTIMAO DO CUSTO DE CAPITAL

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    SET/1996

    Que importa ao ser humano ganhar o mundo inteiro,

    se perder a si mesmo!?...

    Essencial Amar o que se faz

    JESUS CRISTO

  • 8/3/2019 ABORDAGEM PARA ESTIMAO DO CUSTO DE CAPITAL

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    AGRADECIMENTOS

    Gostaria de agradecer, em primeira instncia, ao meu orientador Leonardo Ensslin pela

    pacincia e confiana na minha capacidade de realizao e aprendizado, por me apoiar e

    conduzir nas horas mais difceis e pela amizade sincera.

    Ao Prof. Rocha Armada que com sua carinhosa ateno veio ajudar-me no

    desprendimento e crescimento deste trabalho. A mais sincera gratido luso-brasileira.

    Aos Profs. Emlio, Edvaldo e Newton pelas dicas, opinies e valorosas contribuies,

    que com suas efetivas sugestes enriqueceram o trabalho desenvolvido, alm de

    alavanc-lo.

    Aos meus amigos, colegas e demais professores da ps pela fora.

    Ao CNPq pelo apoio financeiro e oportunidade de realizao da pesquisa.

    s empresas que me cederam espao e possibilitaram a aplicao deste trabalho.

    Ao meu companheiro dedicado e amigo Marcelo Dyck que soube compreender as

    minhas restries e ausncias buscando sempre incentivar-me nas horas necessrias,

    colaborando com o fechamento desta jornada.

    Aos meus irmos pelo afeto e minha me Anna Amlia pelo amor e dedicao.

    E em especial ao meu tio Herclio por ter me mostrado a cincia da sabedoria, o

    conhecimento da vida e o orgulho da realizao.

    E a Deus por tudo.

  • 8/3/2019 ABORDAGEM PARA ESTIMAO DO CUSTO DE CAPITAL

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    SUMRIO

    LISTA DE QUADROS, FIGURAS E TABELAS xi

    LISTA DE SIGLAS xiii

    GLOSSRIO xiv

    RESUMO xvii

    ABSTRACT xviii

    CAPTULO 1

    INTRODUO 2

    1.1 - SITUAO PROBLEMA E MOTIVAO PELA PESQUISA 9

    1.2 - PRESSUPOSTOS E LIMITAES DO TRABALHO 11

    1.3 - RELEVNCIA DA PESQUISA 13

    1.4 - OBJETIVOS A ALCANAR 15

    1.5 -CONTEDODADISSERTAO 16

    CAPTULO 2

    EVOLUO HISTRICA 19

    2.1 - SEGMENTO CRONOLGICO DA ECONOMIA E FINANAS 19

    CAPTULO 3

    DOMNIOS DA ENGENHARIA ECONMICA 23

    3.1 - PRINCPIOS DA ENGENHARIA ECONMICA 233.1.1 - ORAMENTAO DE CAPITAL COMO ESTRATGIA EMPRESARIAL 24

  • 8/3/2019 ABORDAGEM PARA ESTIMAO DO CUSTO DE CAPITAL

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    3.1.2 - CRITRIOS ECONMICOS DE DECISO - PRIMRIOS OU SECUNDRIOS 25

    3.1.2.1 - Medidas Primrias 25

    3.1.2.2 - Medidas Secundrias ou Suplementares 27

    3.1.3 - RISCO E INCERTEZA 303.2 - O PROCESSO DE DETERMINAO DO NDICE DE LIQUIDEZ 31

    3.2.1 - MTODO DURAO 31

    3.2.1.1 - Conceitos, Definies e Atribuies 31

    3.2.1.2 - A Introduo da Medida Durao 37

    3.2.1.3 - Durao e Risco 39

    3.2.1.4 - Durao Associada ao Risco de Mercado, Introduo ao CAPM 46

    3.2.1.4.1 - Background 46

    3.2.1.4.2 - Relao Retorno-Risco 49

    3.2.1.4.3 - Comportamento do Prmio do Risco de Mercado 52

    3.2.1.4.4 - CAPM Associado ao Coeficiente de Ajuste Liquidez, para o Clculo da Taxa de

    Desconto Apropriada 56

    3.2.2 - MTODO PAYBACK 60

    3.2.2.1 - Conceitos 60

    3.2.2.2 - Anlise Crtica ao Perodo Payback 62

    3.2.2.3 - Redefinindo o Critrio do Perodo Payback 63

    3.3 - RELAO ENTREDURATIONEPAYBACK 65

    3.4 - TOMADA DE DECISO DA EMPRESA 69

    CAPTULO 4

    UNIVERSO DAS FINANAS 76

    4.1 - FINANAS HOJE 764.1.1 - ORIGEM: ACERTOS E DESACERTOS 77

    4.1.2 - ESPECULAO OU CREDIBILIDADE? 79

    4.2 - MERCADOSFINANCEIROS - AS INSTITUIES E SUAS POLTICAS 83

    4.3 - MODELO TERICO FUNDAMENTALISTA DE GORDON - AVALIAO COM

    BASE NO VALOR ATUAL DOS FLUXOS FUTUROS DE DIVIDENDOS 91

    4.3.1 - CONCEITO 91

    4.3.2 - MODELO DE CRESCIMENTO 94

  • 8/3/2019 ABORDAGEM PARA ESTIMAO DO CUSTO DE CAPITAL

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    CAPTULO 5

    METODOLOGIA PROPOSTA 101

    5.1 - ENFOQUE GERAL DO CUSTO DE CAPITAL 101

    5.2 - UM POUCO DA HISTRIA E DAS TENDNCIAS DO CUSTO DE CAPITAL103

    5.3 - RISCO IMPUTADO AO CUSTO 108

    5.4 - CUSTO DE CAPITAL COMO CUSTO MDIO PONDERADO 110

    5.4.1 - CUSTO DO CAPITAL PRPRIO 114

    5.4.1.1 - Custo do Capital Prprio Associado Durao 118

    5.4.1.1.1 - Elemento Risco em Relao ao Custo de Capital e Durao 120

    5.4.2 - CUSTO DO CAPITAL DE TERCEIROS 130

    5.5 - ETAPA RELACIONADA COLETA E AO TRATAMENTO DOS DADOS 133

    5.5.1 - IDENTIFICAO E APRECIAO DAS PRINCIPAIS VARIVEIS UTILIZADAS NO

    MODELO PROPOSTO 136

    5.5.2 - IDENTIFICAO DOS MTODOS ESTATSTICOS USADOS NA APLICAO 144

    5.5.3 - IDENTIFICAO DOS INDICADORES ECONMICO-FINANCEIROS 148

    5.5.4 -IDENTIFICAO DO PROCESSO DE ENTRADA DE DADOS E A SISTEMTICA PARA

    APLICAO DA METODOLOGIA PROPOSTA 149

    CAPTULO 6

    APLICAO DA METODOLOGIA PROPOSTA NAS EMPRESA SADIA E CEVAL151

    6.1 - ESCOLHA DO SETOR 1516.1.1 - ASPECTOS RELEVANTES DAS EMPRESAS 151

    6.1.1.1 - Empresa Ceval 151

    6.1.1.1.1 - Poltica de Investimentos 152

    6.1.1.1.2 - Poltica de Dividendos - Assuntos Societrios 153

    6.1.1.1.3 - Mercado de Capitais 153

    6.1.1.2 - Empresa Sadia 154

    6.1.1.2.1 - Poltica de Investimentos 154

    6.1.1.2.2 - Poltica de Dividendos 155

    6.1.1.2.3 - Mercado de Capitais 155

  • 8/3/2019 ABORDAGEM PARA ESTIMAO DO CUSTO DE CAPITAL

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    6.1.2 - ASPECTO DO SISTEMA FINANCEIRO 156

    6.2 - AVALIAO GERAL 158

    6.3 - RESULTADOS DA APLICAO DA METODOLOGIA PROPOSTA 161

    6.3.1 - DISCUSSO DOS RESULTADOS 168

    CAPTULO 7

    CONCLUSES E RECOMENDAES 176

    6.1 - CONCLUSES 176

    6.2 - RECOMENDAES 179

    REFERNCIA BIBLIOGRFICA 180

    BIBLIOGRAFIA 191

    ANEXOS

    Anexo 1 - Demonstrao do Desenvolvimento da Frmula da Durao Reduzida

    (eq. 14 Benesh e Celec) a partir do Valor Presente.

    Anexo 2 - Evoluo do Pagamento dos Dividendos SADIA e CEVAL

    Anexo 3 - Tabelas dos Balanos Patrimoniais SADIA e CEVAL

    Anexo 4 - Clculo dos Retornos dos Ativos, do Retorno do Mercado e do

    Retorno do Ativo Livre de Risco.

    Anexo 5 - Clculo dos Betas das Empresas SADIA e CEVAL

    Anexo 6 - Clculo dos Dividendos e da Taxa de Crescimento SADIA e CEVAL

    Anexo 7 - Iteraes dos Grupos de Avaliaes d as Empresas SADIA e CEVAL

    Anexo 8 - Indicadores e Anlise dos Balanos que expressam a Performance das

    Empresas SADIA e CEVAL

    Anexo 9 - Esquema dos Passos para o Clculo do Custo de Capital Prprio e

    Guia das Frmulas do Modelo

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    LISTA DE QUADROS, FIGURAS E TABELAS

    Quadro 3.1 - Comparao entre Payback e Duration denotando suas principais

    diferenas 68

    Quadro 5.1 - Comparao entre as Fontes de Capital Prprio e de Terceiros -

    Sugesto

    baseada na proposta dos autores Ross, Westerfield e Jaffe (1995)113

    Quadro 5.2 - Identificao Descritiva dos Indicadores Econmico-Financeiro

    148

    Figura 5.1 - Fluxograma Representativo das Fontes de Recursos: Capital

    Prprio e de

    Terceiros 112

    Figura 5.2 - Taxa de Retorno e de Lucro pela Renda Retida e Investida

    132

    Figura 6.1 Figura Representativa do Prmio concedido Empresa Sadia pela

    ABAMEC-90 na categoria de Companhia Aberta do Ano 151

    Tabela 6.1 Apresenta os Resultados das Variveis que Incorporam

    Informaes ao

    Modelo Proposto 161

  • 8/3/2019 ABORDAGEM PARA ESTIMAO DO CUSTO DE CAPITAL

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    Tabela 6.2.1 - Resultado do Clculo da Taxa de Crescimento obtida pelo

    Mtodo VP,

    Mdia e pelo Balano Contbil para a Empresa Ceval

    162

    Tabela 6.2.2 - Resultado do Clculo da Taxa de Crescimento obtida pelo

    Mtodo VP,

    Mdia e pelo Balano Contbil para a Empresa Sadia

    162

    Tabela 6.3.1 - Resultados da Aplicao do Modelo: Variveis que compem o

    Modelo

    Proposto - Cenrio Empresa Ceval 163

    Tabela 6.3.1.1 - Resultados da Aplicao do Modelo: Ordenao dos Grupos

    de

    Avaliao - Cenrio Empresa Ceval 164

    Tabela 6.3.2 - Resultados da Aplicao do Modelo: Variveis que compem o

    Modelo

    Proposto - Cenrio Empresa Sadia 165

    Tabela 6.3.2.1 - Resultados da Aplicao do Modelo: Ordenao dos Grupos

    de

    Avaliao - Cenrio Empresa Sadia 166

    Tabela 6.4.1 - Resultado do Preo da ao - Empresa Ceval

    167

  • 8/3/2019 ABORDAGEM PARA ESTIMAO DO CUSTO DE CAPITAL

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    Tabela 6.4.2 - Resultado do Preo da ao - Empresa Sadia

    167

  • 8/3/2019 ABORDAGEM PARA ESTIMAO DO CUSTO DE CAPITAL

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    LISTA DE SIGLAS

    D-duration.

    TS- time spread.

    PB -payback.

    PBP -period payback.

    POP -period payout.IP -project investment.

    TIR = IRR -internal rate of return.

    TMA = MARR -minimum attractive rate of return.

    VPL = NPV -net present value.

    VPLF = FNPV -future net present value.

    CAPM -Capital Asset Pricing Model.

    Di -dividend.CFP -cash flow pattern.

    CF -cash flow.

    AGE - Assemblia Geral Extraordinria.

    AGO - Assemblia Geral Ordinria.

    NISPE - Ncleo de Informaes e Suporte Pesquisa Econmica.

    CVM - Comisso de Valores Mobilirios.

    IBOVESPA - ndice da Bolsa de Valores de So Paulo.

    ABAMEC - Associao Brasileira dos Analistas do Mercado de Capitais.

  • 8/3/2019 ABORDAGEM PARA ESTIMAO DO CUSTO DE CAPITAL

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    GLOSSRIO

    Aes - ttulos de renda varivel, emitidos por S.A., que representam a menor

    frao do capital da empresa emitente. Podem ser escriturais ou

    representadas por cautelas ou certificados. O investidor em aes um co-

    proprietrio da Sociedade Annima da qual acionista, participando dos seus

    resultados. As aes so conversveis em dinheiro, a qualquer tempo, atravs

    de negociao em bolsas de valores ou no mercado de balco. Tipos:

    ordinrias e preferenciais. A rentabilidade varivel, parte dela composta de

    dividendos ou participao nos resultados e benefcios concedidos pela

    empresa.

    Ao Ordinria: ao que tem a caracterstica de conceder a seu titular o

    direito de voto em assemblia.

    Ao Preferencial: ao que d ao seu possuidor prioridade no recebimento de

    dividendos e/ou, em caso de dissoluo da empresa, no recebimento do

    capital. Normalmente, no tem direito a voto em assemblia.

    AGE - reunio de acionista, convocada e instalada na forma de lei e dos

    estatutos, a fim de liberar sobre qualquer matria de interesse social. Sua

    convocao no obrigatria, dependendo das necessidades especficas da

    empresa.

    AGO - reunio convocada obrigatoriamente pela diretoria de uma S.A. para

    verificao dos resultados, leitura, discusso e votao dos relatrios de

    diretoria e eleio do conselho fiscal da diretoria. Deve ser realizada at

    quatro meses aps encerramento do exerccio social.

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    Alavancagem - nvel de utilizao de recursos de terceiros para aumentar as

    possibilidades de lucro de uma empresa, aumentando, conseqentemente, o

    grau de risco da operao. Tambm possibilita o controle de um lote de aes,

    com o emprego de uma frao de seu valor (nos mercados de opes, termo e

    futuro), enquanto o aplicador se beneficia da valorizao desses papis, que

    pode implicar significativa elevao de sua taxa de retorno.

    Balano - instantneo do valor contbil da empresa numa certa data. Indica o

    que a empresa possui e como tudo financiado. o demonstrativo contbil

    dos valores do ativo, do passivo e do patrimnio lquido de uma entidade

    jurdica, relativo a um exerccio social completo.

    Bolsa de Valores - so associaes civis, sem fins lucrativos e com funes de

    interesse pblico. Atuando como delegadas do poder pblico, tm ampla

    autonomia em sua esfera de responsabilidade. As bolsas de valores propiciam

    liquidez s aplicaes de curto e longo prazo, atravs de um mercado contnuo,

    representado por seus preges dirios.

    Capita Aberto (Companhia de) - empresa que tem suas aes registradas na

    CVM e distribudas entre um determinado nmero de acionistas, que podem

    ser negociadas em bolsas de valores ou no mercado de balco.

    CVM - rgo federal que disciplina e fiscaliza o mercado de valores

    mobilirios.

    Cotao de fechamento - ltima cotao de um ttulo de um dia de negociao.

    Dividendos - a participao nos resultados de uma sociedade feita sob a

    forma de distribuio de dividendos em dinheiro, em percentual a ser definido

    pela empresa, de acordo com os seus resultados, referentes ao perodo

    correspondente ao direito. Quando uma empresa obtm lucro, em geral feitoum rateio, que destina parte desse lucro para reinvestimentos, parte para

  • 8/3/2019 ABORDAGEM PARA ESTIMAO DO CUSTO DE CAPITAL

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    reservas e parte para pagamento de dividendos. A distribuio aos acionistas

    feita em proporo quantidade de aes possudas e com recursos

    oriundos dos lucros gerados pela empresa em um determinado perodo. Pela

    lei das S.A. dever ser distribudo um dividendo mnimo de 25% do lucro

    lquido apurado em cada exerccio social.

    Holding (empresa): aquela que possui, como atividade principal, participao

    acionria de uma ou mais empresas.

    IBOVESPA - ndice que mede a lucratividade de uma carteira terica de aes.

    ndice de Lucratividade - relao entre o capital atual e o inicial de uma

    aplicao.

    Liquidez - maior ou menor facilidade de negociar um ttulo convertendo-o em

    dinheiro.

    Lucro lquido por ao - ganho por ao obtido durante um determinadoperodo de tempo, calculado atravs da diviso do lucro lquido de uma

    empresa pelo nmero existente de aes.

    Mercados da BOVESPA - os mercados disponveis na BOVESPA so: a Vista;

    a Termo; de Opes.

    Patrimnio dos acionistas ou Lquido - definido pela diferena entre os ativos eos passivos da empresa. Este seria o valor contbil do patrimnio que se eleva

    quando se acrescenta lucros retidos. O patrimnio o que os acionistas

    deveriam ter nas empresas, depois que esta saldasse todas as suas dvidas.

    Sociedade annima (S.A.)- empresa que tem o capital dividido em aes, com

    a responsabilidade de seus acionistas limitada proporcionalmente ao valor de

    emisso das aes subscritas ou adquiridas.

  • 8/3/2019 ABORDAGEM PARA ESTIMAO DO CUSTO DE CAPITAL

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    Split - elevao do nmero de aes representantes do capital de uma

    empresa atravs de desdobramento, com a correspondente reduo de seu

    valor nominal.

    Volatilidade - indica o grau mdio de variao das cotaes de um ttulo em

    um determinado perodo.

    Despesa - gasto referente s atividades no produtivas da empresa. Separada

    em: adm., comercial e financeira.

    Desembolso - exige pagamento (gasto anterior. ou no) efetuado no momentopresente.

  • 8/3/2019 ABORDAGEM PARA ESTIMAO DO CUSTO DE CAPITAL

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    RESUMO

    Em um pas onde as regras da economia mudam constantemente, tanto os

    administradores como acionistas ou investidores exercem influncia como

    tambm so influenciados por decises e, por conseqncia, tm como

    interesse comum a necessidade de conhecer e prever seus efeitos sobre a

    capacidade de sobrevivncia da empresa. No entanto existe pouca orientao

    na determinao das decises, geralmente as decises so feitas sob bases

    de padres mal definidos e julgamentos pela ndole, alm claro, da utilizao

    de alguns mtodos rudimentares de anlise. O reconhecimento deste fato

    despertou, nos ltimos anos, um grande interesse pelo estudo de tcnicas e

    modelos que norteiam a tomada da deciso.

    A busca por informaes que possam avaliar a situao da empresa constitui

    numa proposta maior como o de auxiliar melhor a gerncia empresarial. Entre

    essas informaes encontram-se as sobre custos. Portanto, para que se

    atenda s diferentes necessidades, preciso se criar tipos de custos especiais.

    Como elemento essencial do processo decisrio faz-se uso do custo de capital

    como critrio ou base para a deciso. Este custo varia entre o nvel poltico

    (distribuio de dividendos - aumento do preo da ao), estratgico e

    competitivo (investimentos), atribuindo-se ainda flexibilidade quanto a

    reinvestir, distribuir e manter em reserva. Porm existem srias controvrsias

    sobre o modo de se calcular o custo de capital da empresa.

    A finalidade deste trabalho o de implementar um modelo para o clculo do

    custo de capital prprio buscando avaliar a expectativa futura da empresa.

    Desta forma, o trabalho permite analisar o comportamento das empresas,

    considerando que as mesmas so suficientemente capazes de suprirem seus

    recursos (restrio). O modelo proposto associa o modelo fundamentalista de

    Gordon ao modelo de durao, incorporando o beta da empresa atravs do

    CAPM (Modelo de Precificao de Ativos de Capital).

  • 8/3/2019 ABORDAGEM PARA ESTIMAO DO CUSTO DE CAPITAL

    18/240

    O incremento para o custo de capitalprprio advm do modelo de durao, onde

    se associa um coeficiente ajustado liquidez. Esta relao que serviu de basepara o desenvolvimento da metodologiaproposta, permitindo avaliar a empresa sobum enfoque de risco e incerteza.

    ABSTRACT

    In a country where the rules of economy are constantly changing, both

    managers as well as stockholders or investors exert influence as also are

    influenced by decisions and, as a consequence, have as a common interest the

    need to know and to foresee its effects on the capacity of survival of the

    company. Nevertheless, there is little orientation in the resolution of decisions;

    usually they are determined based on badly define models and judgements

    done by nature, besides, obviously, the use of some rudimental analysis

    methods.

    The search for information that can evaluate the companys situation consists

    of a bigger proposal like better helping the companys management. Within this

    information, the ones related to cost are found. Therefore, to be able to attend

    the different needs, it is necessary to create different kinds of special costs.

    As the essencial element of the decision making process, capital cost is used

    as a criterion or basis for decision. This cost varies between the political

    (dividend distribuition - increase of stock price), strategic and competitive

    (investments) levels, attribution, still, flexibility as to reinvest, distribute and

    mantain in reserve. However, there are serious controversies about how to

    compute the capital cost of the company.

  • 8/3/2019 ABORDAGEM PARA ESTIMAO DO CUSTO DE CAPITAL

    19/240

    The purpose of this paper is to implement a model for the computation of equity

    cost to evaluate the future expectation of the company. In this manner, the

    paper allows to analyze the companies behavior, considering that they are

    sufficiently capable of supress their resources (restriction). The model

    proposed associates Gordons model to the model of duration, incorporating

    the companys beta through CAPM (Capital Asset Pricing Model).

    The increment for the equity cost comes from the duration model, where it

    associates itself to a liquidity adjusted coefficient. This is the relation served as

    a basis for the development of the methodology proposed, allowing to evaluate

    the company under a focus of risk and uncertainty.

  • 8/3/2019 ABORDAGEM PARA ESTIMAO DO CUSTO DE CAPITAL

    20/240

    CAP 1

    INTRODUO

    Todo o Sonho a realizao de um desejo......

    FREUD

  • 8/3/2019 ABORDAGEM PARA ESTIMAO DO CUSTO DE CAPITAL

    21/240

    INTRODUO

    As condies de mercado, como altamente competitivo, juros altos,

    escassez de recursos a longo prazo e aes com preos de mercado abaixo dos valores

    patrimoniais, criam uma necessidade de se desenvolver abordagens econmicas para

    tratamento das questes que abranjam a situao da empresa, fato este primordial para a

    tomada da deciso. Desta forma, ao se reconhecer esta necessidade, tenta-se buscar

    resultados eficazes que incorporem tais abordagens de forma definitiva na vida

    econmica da empresa. Como a empresa constituda numa forma institucional de

    organizar atividades econmicas de diversos indivduos - proprietrios ou acionistas - a

    escolha dos recursos financeiros deve ser otimizada por tipos de instituies que

    constrem uma Sociedade Annima. Tais sociedades possibilitam angariar grandes

    volumes de fundos por uma perpetuidade. A tomada da deciso para este tipo de

    organizao distinta por apresentar maior acesso as fontes de recursos (capital prprio

    e de terceiros), favorecendo e promovendo o crescimento futuro, possibilitando

    aproveitar oportunidades de lucro e maior liquidez para investidores que pretendam

    negociar suas aes.

    Assim, o processo da tomada da deciso pode ser traduzida por

    modelos formulados atravs de abundantes tcnicas, envolvendo uma das

    reas mais significativas na tomada de deciso a Oramentao de Capital

    (O.C.). A O.C. h dcadas vem sendo dividida extensivamente com a

    contabilidade, finanas e economia. Por isso, esta rea continua sendo uma

    das mais importantes na formao gerencial, abrangendo o planejamento e

    controle das despesas (normalmente os especialistas so contratados para

    controlar os fundos dos acionistas e maximizar suas riquezas) e auxiliando nas

    oportunidades futuras da firma. Quanto a esta questo, Donaldson apudGrant,

  • 8/3/2019 ABORDAGEM PARA ESTIMAO DO CUSTO DE CAPITAL

    22/240

    Ireson e Leavenworth (1990) relacionou os objetivos gerenciais aos dos

    acionistas1, concluindo que a maximizao da riqueza da empresa leva

    riqueza dos acionistas a longo prazo.

    Apesar da O.C. confrontar a administrao financeira contempornea,

    esta ferramenta consiste na avaliao e anlise econmica de projetos, na alocao de

    recursos, mediante emprego de mtodos adequados, principalmente relacionados s

    propostas sistemticas de investimentos cujos benefcios so esperados em perodos

    futuros. Como esses benefcios no so conhecidos com absoluta certeza, as propostas

    necessariamente envolveriam alguns riscos. Portanto, estas avaliaes envolvem o

    retorno esperado, cujo binmio risco-retorno o fator que poderia afetar o valor de

    mercado da empresa.

    Assim, foi em meio a este estudo que pesquisadores encontraram

    questes conflitantes e que poderiam levar a decises imprecisas (dbias) na

    avaliao final. Tais questes seriam.... Quais tcnicas efetivamente tm sido

    usadas, Como e Onde as firmas as esto aplicando e Quo preocupadas

    esto em aperfeio-las e desenvolv-las..... Em vista disso foi que se

    percebeu a necessidade pela busca de mtodos que pudessem solucionar

    parte destas dvidas. Os mtodos requeridos pela pesquisa teriam que,

    distintamente, avaliar a empresa e os projetos em anlise. Partiu-se, ento,

    cata de mtodos junto ao conjunto de instrumentos oferecidos pela O.C. Estes

    mtodos seriam pertinentes Engenharia Econmica, cuja orientao resulta

    em conceitos slidos e coerentes. Dentre estes mtodos encontram-se alguns

    de grande destaque e muito usuais, dos quais tem-se conhecimento: a Taxa

    Interna de Retorno (TIR), o Valor Presente Lquido (VPL) e o Mtodo do Custo

    Anual (CA). Estes mtodos so identificados como mtodos principais ou

    superiores, ou mesmo, tcnicas sofisticadas de avaliao. Os mtodos

    superiores so aqueles que reconhecem o valor do dinheiro no tempo. Por

    1Implementando este argumento com incentivos apropriados para que os acionistas alcancem seusobjetivos.

  • 8/3/2019 ABORDAGEM PARA ESTIMAO DO CUSTO DE CAPITAL

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    isso, nos tempos atuais, a aplicao do valor presente tem sido muito

    freqente entre as empresas.

    Da mesma forma como existem os mtodos principais, h outros

    mtodos que apenas servem como complemento para a tomada da deciso,

    seriam os mtodos secundrios. Dentre eles tem-se o difundido Payback,

    tambm conhecido pela terminologia de mtodo do tempo de recuperao do

    capital investido. Este mtodo, apesar de muito contestado no meio

    acadmico, muito utilizado pelas empresas. A sua prtica ocorre com maior

    freqncia em pequenos perodos de anlise, ou seja, a curto prazo. Neste

    caso a sua avaliao mais consistente. De outra forma, num perodo mais

    longo, pode levar a concluses incertas ocorrendo um risco maior. Assim,

    quanto maior a anlise dos cenrios projetados maior o risco. Baseado nessa

    incerteza que se cogitou, em meio pesquisa, um novo mtodo

    complementar aos mtodos principais. Este mtodo seria o mtodo Durao. O

    mtodo Durao foi definido a partir do conceito introduzido por Frederick

    Macaulay, que forneceu informaes mais completas sobre a dimenso tempo

    de um ttulo, e mais tarde, como termo para maturidade. Atualmente, a

    formulao de Durao definida como uma mdia ponderada do perodo de

    tempo no qual os pagamentos so feitos.

    O mtodo Durao tratado como instrumento complementar,

    possui outras qualidades que no so encontradas nos mtodos tratados como

    primrios. Porm, a modesta ateno dispensada ao mtodo e o pouco

    interesse perceptvel na falta de familiaridade com o assunto, foi o que

    favoreceu a incerteza na sua utilizao prtica. O motivo de maior indeciso

    de seu uso se baseia na anlise tradicional do VPL. Este um fator que influi

    tanto na liquidez quanto no risco da vida de um projeto, conseqentemente, na

    vida da empresa. Neste contexto, sabendo-se da importncia de no ignorar

    critrios que suplantem a outros principais, que se buscou fazer uma

    equiparao entre o Payback e Duration, evidenciando as vantagens e

    desvantagens, extraindo o valor de cada um em suas categorias mais

  • 8/3/2019 ABORDAGEM PARA ESTIMAO DO CUSTO DE CAPITAL

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    proeminentes e decisivas. Apesar destes indicadores serem secundrios, eles

    do suporte ao critrio primrio de deciso. Apenas teria que se computar o

    retorno exigido pelo mercado, mesmo no sendo contemporizado pela verso

    do CAPM. Estas premissas que deram base para construir uma nova

    ferramenta que pudesse aliar o risco liquidez.

    Para incorporar metodologia o risco de mercado foi adicionado

    um segundo modelo na proposta. A palavra de ordem, neste caso, foi

    traduzida por um importante instrumento de medida da performance para a

    Oramentao de Capital, o CAPM. O CAPM tem sido tradicionalmente

    aplicado na estimao de taxas de retorno esperado. Vlido teoricamente, este

    mtodo tem apenas alguns inconvenientes. Um seria a questo sobre a

    seleo de companhias que freqentemente arbitrria, e este problema,

    associado a outro fator complicante - a estimao do beta () - tem limitado o

    nmero de casos onde o mtodo possa ser usado com confiana.

    Analisando alguns estudos anteriores sobre o , como Fama e

    Macbeth (1973) e Black, Jensen & Scholes (1972), percebeu-se que estes no

    obtiveram concluses contundentes. Um pouco depois, na dcada de 80,

    estudos realizados por Reinganum (1982), Lakonishok & Shapiro (1986) e

    Ritter & Chopra (1989) apud Fama e French (1992), tambm no foram

    suficientes para detectar alguma relao significante entre e a mdia dos

    retornos. Porm, estas concluses tem sido ignoradas amplamente. O estudo

    de Fama e French (1992), o qual repete os resultados de alguns destes

    artigos, tem sido interpretado como o fim. Realmente temos evidncias

    suficientes para enterrar o ?

    As supostas questes sobre o beta demonstram quo dramtica

    tem sido a prtica da administrao do portfolio, o que alis, tem sido mudado

    nos ltimos anos. Um resultado desta mudana se verifica na nfase dos

    investidores sobre o risco sistemtico a longo prazo, conduzindo a umarelao mais segura entre os retornos e o . O uso destas projees, em

  • 8/3/2019 ABORDAGEM PARA ESTIMAO DO CUSTO DE CAPITAL

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    modelos de avaliao de dividendos descontados, tem transformado

    estimativas realsticas rentveis da taxa de retorno esperado em projetos de

    investimentos. E para comprovar este fato tem-se o uso extensivo do beta em

    mercados de capitais da europa, cuja popularidade a muito faz parte do meio

    financeiro. Outro artigo de Fama e French (1992) tem demonstrado isto,

    motivando acadmicos e profissionais a reexaminarem o suporte emprico

    sobre a importncia do beta.

    Ultrapassada essa discusso polmica sobre o beta e dando

    continuidade proposta, verificou-se que haveria necessidade de posicionar o

    preo da ao, j que a expectativa do modelo proposto considera avaliao

    da empresa. Neste caso partiu-se para introduo de mais um modelo, cuja

    origem adviria da escola fundamentalista. Este modelo possui como

    caracterstica bsica a seguinte relao... as perspectivas do futuro

    determinam o valor presente....caracterstica esta encontrada em todos os

    modelos cuja finalidade o de avaliar aes. Assim, modelos de avaliao so

    amplamente utilizados por organizaes que administram substancial

    importncia de dinheiro. Os investidores fazem extensivo uso destes modelos

    que, segundo Clemente (1990), um deles seria o modelo de desconto de

    dividendos que uma verso do valor presente, ou seja, este modelo avalia

    um preo de ao como o valor presente do fluxo de dividendos futuro,

    descontado pela taxa de juros corrente. Portanto, para Hurley e Johnson

    (1994), dentre as vrias tentativas de simplificar o modelo de desconto de

    dividendos, o mais notvel o de Gordon. Embora amplamente usado, o

    modelo de Gordon criticado por suas suposies, principalmente a

    suposio de que o crescimento geomtrico e indefinido.

    Dentro dessa suposio que se encontra o grande problema do

    modelo de Gordon - a estimao da taxa de crescimento (g). Ben-Horim e

    Callen (1989) sugeriram um mtodo cuja proposta seria a de estimar o custo

    de capital prprio. A finalidade desta sugesto seria a de estimar a taxa de

    crescimento da empresa atravs de mtodos convencionais. Este mtodo seria

  • 8/3/2019 ABORDAGEM PARA ESTIMAO DO CUSTO DE CAPITAL

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    baseado nas estimativas subjetivas dos analistas ou no crescimento histrico

    da taxa de dividendos. A expectativa da estimao do custo inserido neste

    trabalho com o intuito de eliminar parte deste problema, os quais levariam a

    erros, e concretizar a consistncia e verossimilhana2 do modelo.

    Outro ponto redundante relacionado ao modelo de Gordon a

    poltica de dividendos. Este aspecto possui uma maior complexidade na

    definio de uma adequada poltica para a empresa. Esta adequao

    repercute mais quando a empresa abre seu capital como reflexo de

    crescimento. Esta questo est ligada basicamente a uma opo sobre o lucro

    lquido da empresa. O propsito do pagamento de dividendos no o de

    fornecer fundos aos acionistas, e sim, o de aumentar a sua riqueza total.

    Gordon afirma que a incerteza dos investidores aumenta taxas crescentes

    quanto mais distante estiver o pagamento previsto dos dividendos. Segundo a

    colocao de Van Horne (1992), o pagamento corrente elimina a incerteza dos

    investidores. O ponto crtico na questo dos dividendos consiste em saber se

    os dividendos exercem ou no influncia sobre o valor da empresa, dada a sua

    deciso de investimento. Existem controvrsias que interferem na deciso, por

    um lado a irrelevncia na distribuio dos dividendos, segundo Modigliani e

    Miller, por outro a relevncia, conforme os tradicionalistas. Mesmo assim, os

    dividendos constituem um uso competitivo para a empresa considerar.

    Portanto, a deciso de aceitar ou rejeitar o pagamento de dividendos

    admitido quando a empresa tem fundos ilimitados e disponveis a um custo

    externo de capital.

    Nesta temtica que se chegou ao ponto central e que constitui o ponto

    culminante do trabalho, padro na tomada de deciso - o Custo de Capital.

    Tpico complexo e controverso, no s no campo das finanas como para as

    empresas, o custo de capital serve como base para verificar a aceitabilidade

    ou no de investimentos em determinados projetos. A empresa procurar

    maximizar os resultados para os que nela investem. nesse sentido que o

    2verossimilhana = fidedigno

  • 8/3/2019 ABORDAGEM PARA ESTIMAO DO CUSTO DE CAPITAL

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    custo de capital tambm pode ser definido como sendo a Taxa Mnima Atrativa

    (TMA)3 que os projetos de investimentos devem oferecer como retorno

    esperado.

    O custo de capital da companhia considera, segundo Dean

    (1951), o bom senso administrativo. E deste depende particularmente os qraus

    que certas variveis (preo, poltica de investimento, financiamento, etc) sero

    estabilizadas pela historia da firma. Mas o mais importante determinante do

    custo se encontra em meio ao controle administrativo, o oportuno lanamento

    de uma nova emisso patrimonial no mercado, ou seja, os grandes

    lanamentos dos preos de mercado que criariam oportunidades para manter

    o custo de capital externo mais reduzido. Manipulando dividendos e tomando

    emprestado de bancos a curto prazo, possibilitaria dominar os perodos de alto

    custo de capital, mantendo assim uma tima poltica de dividendos.

    Todavia existem limitaes polticas ao especular o momento de como

    minimizar o custo de capital. Conforme principia a teoria do custo de capital, esta

    deveria mensurar, de forma isolada, o custo de capital de cada tipo de fonte que a firma

    possa vir a utilizar. Em seguida comporia o custo de capital para a firma como um todo.

    No quisito fontes de custo de capital, os recursos das mesmas adviriam do capital

    prprio (ativo fixo e parte do ativo circulante) e do capital de terceiros (obrigaes

    passivas). O primeiro remunerado com dividendos (quotas de lucro) e o segundo com

    juros (custo do uso do dinheiro). Dentro deste conceito, os dois proventos - dividendos e

    juros - se destinam afinal, para remunerar o capital investido conduzindo definio de

    que o juro uma forma de distribuio de lucro ou, quando menos, uma pertinncia

    do resultado econmico da empresa. Raras so as empresas que operam exclusivamente

    com capital prprio, geralmente recorrem ao capital de terceiros atravs de emprstimos

    ou financiamentos. Sob essa tica, o modelo proposto constitui como primeira restrio,

    o uso exclusivo do capital prprio. Isso acontece por se tratar de uma instituio avessa

    a financiamentos externos, possuindo ento, recursos suficientes. Prevalece assim os

    3A TMA uma expresso utilizada como taxa de desconto, mas tambm conhecida como taxa decorte, taxa de referncia, retorno esperado de um ativo e custo de capital, dependendo do critrio de

  • 8/3/2019 ABORDAGEM PARA ESTIMAO DO CUSTO DE CAPITAL

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    pressupostos do CAPM. Neste enfoque que foi inserido a abordagem de Durao, que

    de acordo com Leibowitz, Sorensen, Arnott e Hanson (1989) apenas um dos fatores

    importantes de risco relativo participao lquida. Esta medida da Durao um

    complemento til para o administrador financeiro ou engenheiro industrial, que focaliza

    as mudanas de preo resultante de uma mudana da taxa de juros.

    Mudanas quanto a abertura e integrao de novos mercados e a

    excluso de princpios tradicionais, tornaram a rea financeira um campo afeito

    a desafios, resultantes de idias e pensamentos. Desta forma, a importncia

    dada tomada de deciso busca dar nfase a assuntos mais consistentes. A

    modelagem busca ponderar critrios de ordem primria e secundria a outros

    modelos que relevam fatores como risco e liquidez. O objetivo da modelagem

    o de orientar melhor a avaliao da empresa e com isto justificar uma tomada

    de deciso que venha a motivar o cunho estratgico.

    Portanto, a proposta deste trabalho o de implementar um

    modelo para utilizao do custo de capital prprio a fim de auxiliar acadmicos

    e administradores financeiros como ponte entre a teoria e a prtica, delineando

    o modelo para o objetivo bsico de avaliar o comportamento das empresas na

    necessidade de se decidir quanto as opes que o mercado oferece. A

    metodologia ser aplicada s empresas de capital aberto.

    deciso.

  • 8/3/2019 ABORDAGEM PARA ESTIMAO DO CUSTO DE CAPITAL

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    1.1 - SITUAO PROBLEMA e MOTIVAO pela PESQUISA

    A avaliao econmico-financeira da empresa assunto que

    suscita discusso, principalmente quanto aos mtodos a serem utilizados. O

    problema que os vrios modelos de avaliao desenvolvidos se encontram,

    em geral, restritos aos meios acadmicos (em suas formas tericas), ou ainda,

    restritos ao uso de profissionais privilegiados pela obteno da informao.

    Conseqentemente, todas essas tendncias acabam por incentivar a utilizao

    de mtodos no fundamentados no acompanhamento do desempenho e na

    correspondente avaliao econmica dos empreendimentos, provocando

    srias imperfeies no processo de tomada de deciso empresarial, gerando

    deficincias, quer para a sobrevivncia da empresa como para a prpria

    eficincia do mercado de capitais. Portanto, um grande desafio tentar

    aperfeioar tcnicas que possam ser utilizadas de forma a confrontar

    problemas da indstria, tentando de alguma maneira estabelecer um valor

    referencial em torno do qual possam atuar as foras de mercado.

    Outra problemtica encontrada a escolha de recursos

    financeiros que repercutem no custo das fontes. Neste sentido, existe pouca

    coisa definida e determinada sobre a forma como o Custo de Capital Prprio

    (CCP) pode ser usado na computao da mdia ponderada do Custo de

    Capital (CC). Desta forma, as empresas acabam por sentir dificuldade em

    determinar estes custos e por isso acabam por utilizar muitas definies da

    taxa de retorno, confundindo-as. Pode-se citar como exemplo desta prtica as

    seguintes conotaes: taxa de corte, taxa de referncia, retorno esperado de

    um ativo financeiro, entre outras.

    Contudo, as frmulas do CCP acabam por usar o preo de mercado das

    aes da companhia, e quanto a este aspecto h uma grande discrepnciaentre o valor contbil e o valor de mercado das aes de uma empresa. Isto

  • 8/3/2019 ABORDAGEM PARA ESTIMAO DO CUSTO DE CAPITAL

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    est relacionado s questes referentes aos fluxos de ordens de compra e/ou

    venda de aes que devem ser determinadas considerando-se a liquidez do

    mercado. Apesar de se reconhecer a relevncia da liquidez em decises de

    investimentos, pouco tem sido feito na direo de formalizar medidas de

    liquidez no mercado de aes. O abstrato conceito de liquidez de aes nunca

    foi objeto de definio formal dos participantes de mercado ou da comunidade

    acadmica.

    Alm destas dificuldades, as oportunidades que se apresentam

    para uma tomada de deciso tambm motivo para preocupao. Ao decidir-

    se sobre questes como: novos projetos empresariais, aquisies, fuses ou

    cises de sociedade, escolha de novos produtos, modernizao ou ampliao

    da capacidade produtiva, financiamento, ou at mesmo projetos mais simples

    como: substituio de suprimentos, materiais e equipamentos obsoletos,

    percebe-se como o gerente-administrador tem de estar preparado para apoiar

    expectativas futuras. Por isso a busca de ferramentas que se revelem como

    suporte capacidade da empresa, tem alcanado repercusses de grande

    magnitude, principalmente no que diz respeito a custos e perdas residuais

    menores. Logo, ao se buscar maior produtividade e competitividade, tem-se

    maior flexibilidade para gerir os negcios que repercutiro sobre o lucro

    empresarial.

    Dessa forma, o Custo de Capital como apoio para a tomada de

    deciso em meio a tantas tcnicas, faz com que os problemas de incerteza e

    risco possam ser ajustados, alm de possibilitar avaliar outros ndices, tais

    como, o valor da ao junto ao mercado. Neste sentido que as empresas

    esto preocupadas em saber mais sobre o Custo de Capital. Assim, as

    empresas podem direcionar melhor seus empreendimentos, a captao de

    recursos, os endividamentos e outras situaes que envolvam a empresa

    como um todo.

  • 8/3/2019 ABORDAGEM PARA ESTIMAO DO CUSTO DE CAPITAL

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    Este estudo motivado pela inconsistncia entre o recurso terico para

    uso da Durao nas decises da Oramentao de Capital e a pouca

    freqncia no uso prtico.

  • 8/3/2019 ABORDAGEM PARA ESTIMAO DO CUSTO DE CAPITAL

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    1.2 - PRESSUPOSTOS e LIMITAES do TRABALHO

    Dentre os pressupostos que sero assumidos no modelo proposto,

    considerar-se-o as regidas pelo CAPM e pelo modelo de Gordon. Portanto,

    os pressupostos adotados para o modelo so:

    A distribuio dos dividendos ficar limitada ao perodo de anlise, ou seja,

    o recebimento dos dividendos dever possuir vida finita;

    Os investidores sero considerados avessos ao risco;

    Os preos de mercado no devero sofrer influncias das negociaes

    tramitadas pelos investidores;

    Os retornos dos ativos devero possuir distribuio normal;

    Os investidores devero possuir expectativas homognease, mediante a

    isto, as informaes sero consideradas perfeitas;

    Ser suposto que para o clculo do coeficiente de risco sistemtico sero

    considerados apenas capital prprio, havendo inexistncia de

    financiamento externo;

    Ser suposto que o beta calculado ser constante ao longo do tempo, isto

    , o risco por perodo permanecer constante;

    Para as empresas selecionadas para aplicao sero consideradas

    preferencialmente de capital aberto, validando o uso do beta;

  • 8/3/2019 ABORDAGEM PARA ESTIMAO DO CUSTO DE CAPITAL

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    Ser suposto que as informaes sero obtidas sem quaisquer custos, no

    incorrendo em qualquer tipo de taxao ou imposto de renda, o qual ser

    ignorado para simplificar a anlise;

    A taxa de desconto pelo qual uma ao ser negociada ser considerada

    menor que a taxa de crescimento, mantendo-se constante no decorrer do

    tempo;

    A taxa interna de retorno da empresa dever permanecer constante.

    Como todos os modelos so definidos como uma simplificao da realidade,

    todas essas premissas e outras hipteses de Gordon e do CAPM embutidas no modelo

    proposto, foram e ainda sero motivos para discusses e formao de novas teorias e

    novos modelos.

  • 8/3/2019 ABORDAGEM PARA ESTIMAO DO CUSTO DE CAPITAL

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    1.3 RELEVNCIA da PESQUISA

    A simples atitude de se tomar deciso, seja por empresa prestadora de

    servio ou industrial, demonstra a relevncia deste estudo. Essas decises

    apresentam sempre o sentido de maximizar a curto, mdio ou longo prazo a

    riqueza dos acionistas da empresa. Entretanto, deve-se notar que muitas

    vezes se decidi entre sacrificar benefcios imediatos em funo do longo

    prazo. Neste caso, a deciso mais comum da companhia ser a de avali-la.

    Dessa forma, a contribuio do risco e do clculo do retorno esperado

    sero elos fundamentais no processo de tomada de deciso. Estas variveis

    produzem o Custo de Capital que usado para gerar o desconto do fluxo de

    dividendos esperado para obter o valor da ao (empresa).

    Na avaliao da empresa no se pode deixar de considerar a taxa de

    crescimento. Esta taxa pode ser mensurada com base no crescimento passado

    dos lucros da companhia. Este fator baseado na hiptese de que o valor da

    empresa igual ao valor atual de todos os dividendos futuros distribudos

    durante a vida da firma, que se supe infinita.

    Alm de considerar pressupostos dos respectivos modelos Gordon e

    CAPM o modelo proposto partir da hiptese, como tomador de deciso

    (proprietrio ou acionista, elemento potencial a investir ou instituio), da

    propenso a averso a risco e da inexistncia de financiamento externo. A

    situao da empresa, entre outras coisas, prover os fundos (disponveis) para

    suprir as necessidades. Na avaliao, o valor de uma ao funo dos

    dividendos e de sua valorizao no mercado. Neste caso especfico ser

    previsto uma faixa limitante de tempo para a distribuio dos dividendos

    (mesmo sabendo que a funo tempo infinita), associando-a a anlise paracompor a relao matemtica do modelo proposto.

  • 8/3/2019 ABORDAGEM PARA ESTIMAO DO CUSTO DE CAPITAL

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    Em vista de tais situaes, pretende-se que o modelo proposto possa

    servir de apoio tomada de deciso, incentivando administradores de

    investimentos - seja no gerenciamento de empresas, de carteiras, fundos,

    holdings, etc - a utilizarem na prtica procedimentos lgicos-racionais e

    fundamentados economicamente em seus processos de anlise e de

    avaliao.

  • 8/3/2019 ABORDAGEM PARA ESTIMAO DO CUSTO DE CAPITAL

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    1.4 OBJETIVOS a ALCANAR

    O trabalho objetiva alcanar, de um modo geral, a implementao de um

    modelo que sirva de base para a tomada de deciso, incorporando a este

    modelo o risco de liquidez. Assim pretende-se que este trabalho propicie ao

    tomador de deciso (proprietrios, acionistas ou investidores) opes frente ao

    mercado financeiro. Com isto, ser calculado o Custo de Capital Prprio

    atravs do modelo proposto, avaliando a posio da ao no mercado atravs

    do coeficiente ajustado de risco fornecido pelo mtodo Durao.

    Conseqentemente haver certa repercusso sobre o valor da ao, pois os

    acionistas existentes e potenciais estaro interessados em averiguar se o

    preo da ao determinada pelo mercado estar acima ou abaixo da sua

    avaliao. A proposta do modelo pode dar ao administrador a opo de

    remanejar as aes com a misso de aumentar a riqueza dos acionistas. Neste

    sentido busca-se especificamente alcanar os seguintes parmetros:

    Apresentar o modelo Durao como medida eficaz e suporte pleno para

    este tipo de avaliao, distinguindo-a de outra medida popular Payback;

    Demonstrar o modelo fundamentalista como parte fundamental da

    implementao do modelo proposto, com todas as caractersticas

    relevantes e limitaes do mercado financeiro;

    Identificar, quantificar e inserir as variveis que integram o modelo para o

    clculo do Custo de Capital Prprio ajustado ao risco de Liquidez e de

    Mercado, relacionando as decises na considerao da liquidez das aes

    e seu posicionamento frente ao mercado;

    Analisar o comportamento da empresa, avaliando-a segundo o Custo de

    Capital Prprio ajustado;

  • 8/3/2019 ABORDAGEM PARA ESTIMAO DO CUSTO DE CAPITAL

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    Recomendar sugestes quanto a melhoria do modelo proposto, dando

    seguimento ao trabalho para pontos no alcanados pela metodologia.

    1.5 - CONTEDO da DISSERTAO

    Captulo I Introduo

    Neste tpico faz-se uma sntese do trabalho, comentando edefinindo todos os mtodos que incorporam o modelo proposto. Tambm so

    salientadas as premissas que devem envolver toda a linha do modelo,

    discriminando os objetivos fins e a relevncia do estudo. A seguir so

    dispostos mais seis captulos.

    Captulo II - Evoluo Histrica

    Neste captulo apresentado os segmentos histricos que traam a

    evoluo da economia e finanas, de forma sintetizada, pelo decorrer do

    tempo. Percebe-se, ento, a interao distinta que existe entre as reas:

    Engenharia Econmica e Finanas. O sentido do segmento feito de forma

    cronolgica.

    Captulo III Domnios da Engenharia Econmica

    Este captulo descreve toda a repercusso da Engenharia Econmica,

    destacando as tcnicas da Oramentao de Capital. Em meio a estas

    tcnicas que apresentada a medida Durao, como pea chave do modelo a

    ser implementado. Juntamente a esta feita uma abordagem sobre outra

    tcnica de uso extensivo mas de mecanismo duvidoso Payback. Da mesma

    forma, outros modelos de grande porte, como o Modelo de Precificao de

  • 8/3/2019 ABORDAGEM PARA ESTIMAO DO CUSTO DE CAPITAL

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    Aes (CAPM), so detalhados e incorporados ao modelo proposto como

    complemento ao apoio deciso.

    Captulo IV Universo das Finanas

    Neste captulo apresentado um resumo sobre o mercado financeiro,

    dando destaque ao mercado de capitais, ponto culminante para o

    desenvolvimento e aplicao da metodologia. neste tpico que se apresenta

    outro modelo de extrema importncia ao meio financeiro e proposta da

    pesquisa o Modelo Fundamentalista de Gordon. Este modelo demonstrado

    em sua forma original, aperfeioado e implementado ao modelo proposto.

    Captulo V Metodologia Coleta e Tratamento dos Dados

    Este captulo detalha, discrimina e direciona o desenvolvimento da

    metodologia, evidenciando a estimao do Custo de Capital Prprio ajustado

    ao risco de Liquidez e de Mercado (CCP-LM). Essa abordagem serve de

    contribuio para a construo de uma relao que permite avaliar a ao

    junto ao mercado. Na seqncia definida a coleta e tratamento dos dados.

    Captulo VI Aplicao e Resultados

    Este tpico analisa o comportamento das duas empresas selecionadas

    para o trabalho, onde aplicado o modelo proposto. A expectativa a de

    validar as hipteses iniciais e averiguar a utilizao do modelo. Assim,

    procede-se ao clculo do CCP-LM dando prosseguimento sistemtica e a

    anlise. Por fim so apresentados os resultados.

  • 8/3/2019 ABORDAGEM PARA ESTIMAO DO CUSTO DE CAPITAL

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    CaptuloVII Concluso e Perspectivas Futuras

    Esta ltima parte apresenta as concluses do trabalho, assim como, as

    sugestes que podem dar continuidade pesquisa. Em seguida apresentada

    a referncia bibliogrfica e a bibliografia, conjuntamente.

  • 8/3/2019 ABORDAGEM PARA ESTIMAO DO CUSTO DE CAPITAL

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    CAP 2

    EVOLUO HISTRICA

    Progresso a realizao de utopias......

    OSCAR WILDE

  • 8/3/2019 ABORDAGEM PARA ESTIMAO DO CUSTO DE CAPITAL

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    EVOLUO HISTRICA

    2.1 - SEGMENTO CRONLGICO DA ECONOMIA E FINANA

    Com o desenvolvimento tecnolgicoe o aparecimento de novas indstrias,cresceu a necessidade de fundos pelas

    empresas. Como conseqncia, destaquesforam dados ao financiamento e a liquidezdas firmas. A projeo se intensificou sobremtodos de financiamento externo,reduzindo a preocupao com a

    administrao interna. Trabalhos como deDewing4, A. S. apud Van Horne (1992),exps todo o pensamento financeiro nadcada de 20, estabelecendo padresvigentes no ensino de finanas. Nesta fase,prevaleceu o interesse por ttulos, aes4 The Financial Policy of Corporations

    ANOS 20

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    ordinrias, principalmente, sendo esteinteresse mais perceptvel no final da

    dcada.

    A depresso ocorrida durante a dcada de 30 concentrou o

    estudo de finanas na sobrevivncia da empresa. A preocupao bsica fixou

    na preservao da liquidez, tanto no modo como um fornecedor de recursos se

    protegeria como para as firmas que incorriam neste risco. Assim a averso ao

    risco se fez presente, imperando atitudes de absoluto conservadorismo. O

    temor de cometer erros poderia representar uma ameaa sobrevivncia da

    empresa. Surgiram regulamentos que repercutiam na divulgao dos dados

    financeiros, permitindo ao analista financeiro equiparar empresas, destacando

    sua situao financeira e seu desempenho operacional (Boulding, 1936).

    At o incio do decnio seguinte, prevaleceu em meio s finanas,

    uma abordagem tradicional - investidor como indivduo no pertencente a

    firma. A base deste perodo se concentrava mais na anlise, planejamento e

    controle de fluxos de caixa, permanecendo o financiamento externo como

    apoio em caso de extrema necessidade (Freund, 1970).

    Foi a partir desta dcada que a Oramentao de Capital teve a

    sua ascendncia. Com o surgimento e aperfeioamento de novas tcnicas e

    ANOS 30

    ANOS 40

    ANOS 50

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    mtodos, o critrio para a seleo de projetos de investimento de capital se

    intensificou, tornando eficiente o sistema de alocao de recursos na firma. O

    administrador passou a controlar os mtodos de avaliao da empresa e a

    tomada de deciso, abrangendo o meio financeiro (Archer e Ambrsio).

    Algumas vantagens foram trazidas para a avaliao ao aproximarem reas5

    distintas criando uma expectativa futura com o mercado de capitais. A

    Oramentao se originou com Joel Dean, em 1951, constituindo-se de base

    para refinamentos tericos e prticos em obras posteriores. Como no caso dos

    autores Friederich e Vera Lutz (1951) que formularam teorias sobre o

    investimento da firma. Anos mais tarde, Dean reconheceu o valor do Fluxo de

    Caixa Descontado (FCD) no lugar do Fluxo de Lucros, advogando sua

    utilizao como uma tcnica sofisticada na avaliao de novas propostas de

    investimentos. Essa posio provocou grande concentrao de acadmicos

    nas tcnicas do FCD. Dessa forma foi fundado o jornal The Engineering

    Economist, em 1956, com o objetivo de encorajar novas tcnicas da

    Oramentao de Capital. Paralelamente, alguns engenheiros das empresas

    de petrleo, no convencidos da capacidade em medir os efeitos do fluxo de

    caixa esperados, resolveram adotar em suas empresas a tcnica do fluxo de

    caixa descontado. Outro grande negcio surgido neste perodo, segundo

    Baldwin (1959), foi a aplicao e adoo do Valor Presente Lquido (VPL) para

    a determinao da taxa de retorno. Tambm, em 1956, Solomon argumentou

    que a administrao corporativa teria necessidade de, pelo menos, mais

    algumas informaes financeiras. A primeira informao se basearia na

    estimativa das despesas e na expectativa de ganhos futuros para cada

    proposta de projeto, sendo este problema percebido no prognstico e

    avaliao de mercado. A segunda informao seria sobre a estimativa do custo

    de capital da empresa. Neste caso, este problema estaria identificado na

    anlise financeira. Por ltimo, uma informao importante para a

    administrao, seria a previso de um cenrio correto cuja execuo do projeto

    pudesse ocorrer a longo-prazo, a fim de maximizar a riqueza dos proprietrios.

    5 Estrutura de capital e poltica de dividendos; anlise de ttulos e administrao financeira

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    Este problema estaria situado em um nvel mais lgico e aritmtico (Grant,

    Ireson e Leavenworth, 1990).

    Com o advento do computador, a anlise se tornou mais precisa,

    atingindo alcances antes no cogitados. Esta contribuio se refletiu nas

    dcadas de 50 e 60, abrindo o horizonte financeiro. Assim, se iniciou a era dos

    instrumentos analticos que, aplicados a problemas financeiros mais

    complexos, demonstraram ser mais eficientes. As informaes de mbito

    financeiro comearam a se desenvolver em pesquisas que tendiam para a

    melhoria dos mecanismos analticos, operacionalizando suas aplicaes,

    fornecendo ao administrador dados para tomadas de decises mais coesas

    (Brealey e Myers, 1992).

    O uso das sofisticadas tcnicas da Oramentao de Capital foi

    acompanhada por um aumento satisfatrio destes sistemas. Segundo Klammer

    e Walker (1984), este fato se evidenciou pela presena de mais gerentes

    recebendo treinamento para o uso das mesmas. Estes autores tambm

    afirmaram que as tcnicas no so uniformemente aplicadas e nem sempre

    bases exclusivas para a deciso. O uso destas tcnicas variam com o tamanho

    da firma e o tipo de empresa, determinando tendncias no seu uso e

    examinando outros aspectos seletivos para o processo da O. C.

    ANOS 60

    ANOS 70

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    CAP 3

    DOMNIO DA ENGENHARIA

    ECONMICA

    Faa as coisas o mais simples que puder,

    porm no as mais simples......

    EINSTEIN

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    DOMNIOS DA ENGENHARIA

    ECONMICA

    3.1 - PRINCPIOS DA ENGENHARIA ECONMICA

    O nome Engenharia Econmica apareceu pela primeira vez na literaturaem 1930, para designar a anlise dos aspectos econmico-financeiro das

    propostas de investimentos em bens de capital baseados nos estudos da

    engenharia. Estes estudos de engenharia eram, s vezes, utilizados pelas

    empresas para captao de recursos junto ao mercado financeiro. O objetivo

    principal destes estudos era, e hoje ainda, de prover subsdios para o

    processo de tomada da deciso. Uma deciso corresponde escolha de uma

    dentre as vrias alternativas de se resolver um determinado problema.

    Portanto, na comparao e escolha de alternativas, interessa

    estabelecer uma soluo mais econmica. Sob o ponto de vista empresarial,

    solues a longo-prazo e alternativas de menor custo ou maior lucro, so

    critrios a serem alcanados, embora para o investidor a meta possa no ser

    somente esta. Assunto como este visto nos domnios da engenharia

    econmica que, de acordo com Grant, Ireson e Leavenworth (1990), soprincpios e tcnicas necessrias tomada de deciso relativas aquisio e

    disposio dos bens de capital, na indstria e nos rgos governamentais.

    Hummel e Taschner (1992) definiram a Engenharia Econmica como um

    conjunto de tcnicas que permitem a comparao, de forma cientfica, entre os

    resultados de tomadas de deciso referentes s alternativas diferentes. Nesta

    comparao, as diferenas que marcam as alternativas devem ser expressas

    tanto quanto possvel em termos quantitativos. Segundo a definio de Brealey

  • 8/3/2019 ABORDAGEM PARA ESTIMAO DO CUSTO DE CAPITAL

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    e Myers (1992), a Engenharia Econmica a tcnica que possibilita quantificar

    monetariamente e avaliar economicamente alternativas, permitindo ao

    administrador a posse do conjunto de elementos necessrios correta tomada

    da deciso. Portanto, funo da engenharia econmica fornecer critrios de

    deciso para a escolha entre alternativas de investimento tecnicamente

    viveis, analisar problemas de financiamento, aplicaes de capital, entre

    outros. Mas, apresentam como principal caracterstica o reconhecimento da

    variao do valor do dinheiro no tempo.

    3.1.1 - ORAMENTAO de CAPITAL como ESTRATGIA EMPRESARIAL

    H mais ou menos quatro dcadas, a literatura de contabilidade,

    finanas e economia tem dividido o assunto com a oramentao de capital.

    Oramentao de capital consiste na avaliao e na anlise econmica

    de projetos de investimentos mediante o emprego de mtodos adequados

    cujas concluses orientam a tomada de deciso de investir, ou no, dentre

    vrias alternativas, a de optar pela mais vantajosa e que melhor atenda aos

    objetivos da empresa.

    Fremgen (1973) em sua discusso sobre os detalhes da oramentao

    de capital, colocou que a maioria dos materiais distribudos focalizavam sobre,

    primeiramente, mtodos financeiros, usados por administradores para avaliar a

    lucratividade de um investimento.

    Assim, uma variedade de ferramentas da oramentao de capital foram

    escolhidas numa infinidade de combinaes entre os mtodos superiores,

    aqueles que reconhecem o valor do dinheiro no tempo, e complementares, que

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    no consideram. Alm destes comentrios, Petry (1975) observou que as

    anlises eram limitadas s grandes corporaes, porque estas as usavam mais

    amplamente e compreendiam melhor as vrias tcnicas.

    Mas foi Gitman e Forrester (1977) que abordaram as tcnicas como

    primrias e secundrias, possibilitando uma escolha entre as mais sofisticadas

    e as menos refinadas. Assim, as tcnicas que mais dominam no setor primrio

    so as do valor presente lquido e da taxa interna de retorno.

    Em meio a tantas modalidades tcnicas e em se tratando de escolher a

    melhor alternativa, Campaglia e Campaglia (1993) argumentaram que a

    anlise prvia desenvolvida no plano oramentrio leva em conta determinado

    perodo e adoo do mtodo do valor presente na apurao da produo

    futura ou nas entradas de caixa, propiciando comparar os desempenhos de

    planos diferenciados e enfatizando a alternativa de melhor resultado em

    termos de viabilidade tcnica, econmica e financeira. Comentaram tambm

    que o aspecto da lucratividade do investimento projetado vem representar uma

    qualidade pondervel, o que no constitui a condio nica de deciso final,

    pois, quanto a oramentao de capital, o fluxo de caixa6 pertinentes s

    origens e aplicao de recursos inerentes ao projeto fator decisivo. At

    porque a empresa, a partir de certas circunstncias, ao aprovar investimento

    com claro conhecimento da inexistncia do lucro ou de perdas ou prejuzo com

    vistas a eventuais redues de custos, motivada pela deciso de gerar

    futuras oportunidades atravs de argumentos estratgicos.

    6 Fluxo de caixa gerado pela empresa como forma de medir a performance dos projetos pelos quais osinvestimentos estaro sendo recuperados. Grande parte das informaes so recebidas sob a forma dedemonstrativos contbeis. Desta forma, os analistas transformam as informaes do demonstrativo emfluxos de caixa:

    ponto de vista contbil x ponto de vista financeiro(demonstrativo do resultado) (concentra-se no fluxo de caixa)

    lucro = receita-custo entradas e sadas

  • 8/3/2019 ABORDAGEM PARA ESTIMAO DO CUSTO DE CAPITAL

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    3.1.2 - CRITRIOS ECONMICOS de DECISO - Primrios ou Secundrios

    3.1.2.1 - Medidas Primrias

    Conforme Grant, Ireson e Leavenworth (1990), os trs primeiros

    mtodos, mais comumente usados como critrios econmicos de deciso, so:

    Taxa Interna de Retorno - medida tambm conhecida como a taxa de

    retorno descontado, rendimento ou mtodo DCF. O mtodo da taxa de

    retorno um processo que serve para escolher matematicamente entre dois

    projetos. Seu clculo feito, geralmente, por tentativas e interpolaes.

    Esta abordagem expressa cada valor estimado do projeto como uma

    simples taxa de retorno anual global. Esta taxa igual a taxa de juros, a

    qual o valor presente das despesas de capital esperado exatamente igual

    ao valor presente das receitas de caixa esperado sobre o projeto. Se a taxa

    de retorno sobre um projeto for maior que o custo de capital da companhia,

    ento o projeto dever ser aceito.

    Valor Presente Lquido - Ray I. Reul apud Baldwin (1959) argumentou o

    conceito bsico do mtodo do valor presente para a determinao da taxa

    de retorno como o mais completo e mais forte. O valor presente considera,

    indiscutivelmente, que dinheiro antecipado tem poder, e que, portanto, um

    dinheiro recebido hoje de maior valor que um dinheiro recebido no futuro.

    Este um princpio que precisa ser aplicado para avaliao da taxa de

    desconto, considerando a variabilidade do fator tempo do fluxo de caixa. A

    taxa de desconto usada normalmente o custo de capital. A taxa de retorno

    computada sobre um projeto ser maior que o custo de capital em todos os

    O valor efetuado depende de como os fluxos de caixa se distribuem no tempo, no sendo conhecidos comcerteza. importante que no se confunda fluxo de caixa com variaes do capital de giro lquido ou

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    casos, para os quais, o valor presente das receitas descontado ao custo de

    capital maior que o valor presente das despesas, logo o projeto aceito.

    Baldwin destacou que a aplicao do valor presente para a determinao da

    estimada taxa de retorno num investimento proposto tem sido um grande

    negcio. Segundo Falcini (1992), este mtodo utilizado no clculo do valor

    econmico dos diversos tipos de ttulos de financiamento, como aes,

    debntures e outros.

    Mtodo do Custo Anual- tambm conhecido como custo/benefcio, ou ndice

    de lucratividade.

    Estas tcnicas so consideradas muito sofisticadas, visto que elas

    consideram explicitamente o valor do dinheiro no tempo.

    Existem outras tcnicas que no possuem o mesmo refinamento, onde

    as mais conhecidas so perodo payback e taxa de retorno mdio. Outras

    tcnicas servem como aperfeioamento dos dados, distinguindo-se entre elas;

    anlise de probabilidade, simulao e anlise de sensibilidade.

    3.1.2.2 - Medidas Secundrias ou Suplementares

    ndices de lucratividade so essenciais para auxiliar o julgamento, pois,

    nenhum ndice, unicamente, suficiente para extrair todas as informaes deum projeto, ou mesmo, satisfazer a uma tomada de deciso. Segundo Durand

    (1974), tempo uma dimenso bsica de investimento, e nenhuma anlise de

    investimento ser completa a menos que se considere o tempo.

    O claro reconhecimento do tempo, ao menos para distinguir entre o

    curto e o longo prazo, to importante para a anlise de investimento quanto

    com o resultado do exerccio, como o lucro lquido.

  • 8/3/2019 ABORDAGEM PARA ESTIMAO DO CUSTO DE CAPITAL

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    para anlise de portfolios, sendo considerados de forma diferente. Assim, uma

    variedade de instrumentos analticos so presenciados pagando-se alto para

    tomar decises de investimento consistentes. Essa necessidade de alcanar

    tcnicas que complementem a deciso que refora a busca.

    Assim, a questo prtica de como se mede a dimenso bsica do tempo

    foi colocada primeiramente por Durand (1974), que foi quem mencionou estas

    dimenses de tempo no contexto da oramentao de capital. Durand fez uma

    comparativa entre trs dimenses, destacando suas semelhanas, diferenas,

    funes e habilidades. Estas medidas descritas por ele so especificadas e

    definidas abaixo:

    O Period Payout(POP), popularmente conhecido no meio empresarial e

    questionado no meio acadmico, tem sido posto em dvida devido a

    argumentos fracos e confusos como; baixo ndice de lucratividade por medida

    de dimenso do tempo. Mas estas distores j foram esclarecidas por

    Weingartner (1969) apud Durand (1974), que abordou estas questes. Este

    autor percebeu que, como ndice de lucratividade, POP ideal para

    perpetuidade com pagamentos constantes a cada perodo de tempo, ou seja,

    POP o recproco indireto da taxa interna. Deve-se assumir para POP a

    relao despesa/receita e a taxa interna receita/despesa. Percebeu tambm

    que esta tcnica chamava a ateno por ser o tempo requerido para recuperar

    o investimento inicial, ou seja, medir o tempo requerido para completar a

    liquidao da despesa de capital. Desta forma, como ndice de tempo, POP

    essencialmente apropriado. Neste papel, como sugeriu Weingartner, POP

    melhor interpretado como um contraste ao invs de um critrio para deciso.

    As deficincias notadas nesta tcnica revelava certas mudanas, ou seja, esta

    medida relativamente insensvel a possveis flutuaes numa srie de

    pagamentos de um projeto. Assim, analistas e planejadores passaram a

    considerar POP como uma base incerta para se confiar os resultados.

  • 8/3/2019 ABORDAGEM PARA ESTIMAO DO CUSTO DE CAPITAL

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    Bouldings Time Spread (1936) apud Durand (1974) apresentou uma

    quantidade chamada de tempo de distribuio como uma medida do intervalo

    mdio entre despesas e receitas. Esta medida a diferena entre dois centros

    de tempo, um para despesa e outro para a receita. Time spread tem

    despertado pouca reao desde 1936, provavelmente porque Boulding falhou

    em fornecer um convincente argumento de sua importncia. A repercusso

    pblica imediata, certo para Wright (1936) apud Durand, foi completamente

    negativo. Wright condenou o time spread como uma forma quantitativa

    matemtica sem significado econmico, demonstrando um exemplo com o time

    spread negativo. Em contra ataque, Boulding replicou que o time spread

    negativo usado por Wright no exemplo indicava meramente que o mesmo tinha

    assumido as despesas como tendncias seguidas s receitas. Frostman (1965)

    apud Durand, formulou explicitamente que, um sinal positivo para o time

    spread indica investimento, enquanto que um sinal negativo indica

    emprstimo. Estas informaes foram aparentemente reorganizadas por dois

    escritores alemes, Kilger (1965) e Schneider (1968) apud Durand, que

    usaram o sinal do time spread para distinguir o que eles chamavam de

    investimentos tpicos e atpicos.

    Mas foi a terceira medida que se fez presente e que mostrou maior

    convencimento. A conhecida medida de Macaulay - duration. Durao,

    segundo Durand, foi introduzida como uma mdia ponderada do valor

    descontado entre despesas e receitas. Esta definio deve ao fato de que

    Macaulay se preocupou, inicialmente, mais com ttulos do que com

    investimentos, conotando-o como uma simples despesa de capital. Mas sua

    idia bsica no era essa, por isso generalizou, colocando durao como a

    diferena entre dois centros de tempo.

    Outros comentrios relativos a durao eram pertinentes ao instrumento

    de anlise. Este mtodo era usado estritamente como ferramenta de anlise

    de investimento individual. Mas durao tambm servia como medida de

    dimenso do tempo de um portfolio, tornando-se interessante a qualquer

  • 8/3/2019 ABORDAGEM PARA ESTIMAO DO CUSTO DE CAPITAL

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    investidor ou profissional preocupado com o risco da perda, resultante da

    variao nas taxas de juros. O risco das variaes das taxas mais uma

    classe associada com a liquidez e reinvestimento. Atravs das medidas de

    tempo os analistas so capazes de avaliar liquidez, permitindo apresentar

    estas questes em concretos termos quantitativos. Durand observou tambm

    que durao quantificava dimenses de investimento que no se viam

    includos nos critrios mais polmicos, tais como: VPL, TIR, PB e outros. Logo,

    recomendou durao como uma tcnica analtica para ser includa entre os

    critrios de deciso. Durao ser abordada mais a frente de forma mais

    contundente e detalhada, abrangendo toda a sua extenso.

    Por fim, estas medidas descritas por Durand representam papis, bem

    significativos, tais como: (a) complementar ndices de lucratividade, como a

    taxa de retorno, valor presente lquido, entre outros. Alm do que, as medidas

    de tempo podem auxiliar a explicar o fenmeno da ordem inversa, ou seja, o

    payback ordena rapidamente e relativamente alto a taxa interna de retorno,

    mas relativamente baixo o valor presente lquido, isto devido a reconhecida

    tendncia para investimentos; (b) Auxiliar na anlise de certos tipos de risco -

    normalmente associadas com a liquidez, reinvestimento ou variaes na taxa

    de juros. Estas medidas podem, tambm, ser consideradas nos problemas de

    mltiplas taxas de retorno. As diferentes medidas no tem efeitos iguais nestes

    papis. O analista quem precisa entend-las ao dimensionar o tempo.

  • 8/3/2019 ABORDAGEM PARA ESTIMAO DO CUSTO DE CAPITAL

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    3.1.3 - RISCO e INCERTEZA

    Um dos aspectos do processo da oramentao de capital o

    tratamento do risco e da incerteza. A oramentao enfatiza a importncia dos

    diferentes tipos de riscos associados com diferentes projetos. Segundo Van

    horne (1992), as propostas que mais envolvem situao de tomada de deciso

    com relao as propostas de investimento necessariamente envolvem risco. A

    oramentao avalia o retorno esperado bem como o risco adicionado firma,

    sabendo que estes fatores (risco-retorno) so os que mais afetam o valor demercado. A influncia destes fatores no resultado de um investimento, no

    sendo bem avaliado, causa dificuldades financeiras e outros transtornos

    indesejveis ao investidor. Fremgen (1973) argumentou que a incerteza em

    meio ao ambiente da oramentao de capital existe em meio s estimativa dos

    fluxos de caixa futuro, s estimativas da vida econmica dos projetos, e

    igualmente, sobre o custo de capital da firma. Devido a isto, Gitman e Forrester

    sempre apoiaram tcnicas mais populares, aquelas que envolvem o

    ajustamento da taxa mnima de retorno. Este tipo de taxa de retorno ajustada

    ao risco no novidade, no sendo, portanto, uma das abordagens mais

    fceis de se avaliar. Da mesma forma, Petty, Scott e Bird (1975) reconheceram

    o uso desta tcnica em suas pesquisas e afirmaram que tcnicas

    aperfeioadas pelo ajustamento do risco no eram empregadas at o risco ser

    medido mais precisamente. Um destes efeitos pode ser visto no custo de

    capital da firma. Van Horne ainda adiciona que, se a aceitao de uma ou mais

    propostas de investimento altera o risco empresarial provvel que os

    investidores e os credores avaliem a empresa de maneira diferente, antes e

    depois da aceitao das propostas. Isto , quanto maior o risco da empresa,

    menor ser o seu valor - ceteris paribus. O projeto que proporcionar um

    elevado retorno poder aumentar o risco da empresa. O resultado lquido de

    sua aceitao poder consistir na reduo do preo de mercado da ao.

    Quanto maior a distribuio de dividendos esperada, maior ser o retorno

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    exigido e menor o preo da ao, ceteris paribus. A percepo do risco, por

    parte dos investidores, uma funo do risco associada ao lucro bruto da

    firma e, conseqentemente, da maximizao do preo da ao.

    3.2 - O PROCESSO DE DETERMINAO DO NDICE DE LIQUIDEZ

    3.2.1 - MTODO DURAO

    3.2.1.1 - Conceitos, Definies e Atribuies

    DURATIONS MACAULAY - desde a Origem aos primrdios

    Uma compreenso mais completa da definio do mtodo durao

    essencial para o fundamento bsico do modelo proposto e para o

    gerenciamento da tomada da deciso. Vrios autores tm atribudo a este

    mtodo diversas definies ao longo dos anos com a inteno de faz-lo mais

    conhecido, propondo aspectos vantajosos para sua utilizao em meio ao

    ambiente decisrio.

    Foi em 1938 que Frederick R. Macaulay props uma medida chamada

    durationpara representar a maturidade mdia de um fluxo de pagamentos, ou

    seja, sugeriu estudar a estrutura de tempo de um ttulo medindo seu prazo

    mdio maturidade. Props, originalmente, o conceito de durao para medir a

    dimenso do tempo para ttulos de renda fixa, definindo como sendo a

    maturidade mdia corrente de pagamentos. Macaulay observou que mudanas

    nas taxas de juros causavam mudanas nos preos dos ttulos, no

    diretamente proporcional ao seu prazo de emisso. Explicando tal efeito,

    observou que o prazo do ttulo era parcialmente responsvel pelas mudanas.

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    Isto quer dizer que, se os ttulos forem examinados somente sob o prazo de

    vencimento, ignoram o timing e os valores de qualquer fluxo de caixa

    intermedirio, assim como os reinvestimentos dos rendimentos de seus fluxos

    de caixa. Conseqentemente, o prazo de vencimento da operao seria uma

    medida inadequada com relao sua maturidade.

    Em relao aos ttulos, Macaulay definiu durao para investimento

    como uma simples despesa de capital, mas sua idia bsica era generalizar

    durao como a diferena entre dois tempos centrais. Assim, o princpio do

    mtodo atribudo a Macaulay era o de desenvolver uma frmula que explicasse

    a relao linear entre os preos dos ttulos e a taxa de juros.

    Hicks em 1939 sugeriu que durao poderia ser usada como medida de

    crescimento. Reconheceu que a sensibilidade devido a instabilidade na taxa

    de juros poderia ser medida por uma formulao que ele chamava de perodo

    mdio. Assim, durao serviria como medida de sensibilidade ou elasticidade

    dos preos de mercado s variaes nas taxas de juros. O papel de durao

    como um substituto para o risco bsico foi originalmente proposto por Hicks e

    tem sido redescoberto por muitos autores.

    Outros trabalhos independentes, como o de Samuelson (1945) e o de

    Redington (1952), desenvolveram o conceito de durao como um meio til de

    examinar os riscos reais e as taxas de juros atravs de intermedirios

    financeiros.

    Mais tarde foi estabelecido o elo entre a volatilidade do preo do ttulo e

    a durao, desenvolvido por Fisher (1966) que, atravs de um algoritmo,

    calculava as taxas de retorno com preciso. Este assunto foi estendido num

    artigo escrito por Hopewell e Kaufman (1973) que forneceram evidncias desta

    relao. Estes autores presumiram contnuas combinaes do rendimento

    maturidade e mostraram que a percentagem da variao no preo de mercado

    igual a percentagem da variao nas taxas de juros pelo tempo da durao,

    com sinal invertido.

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    daquele perodo dividido pelo preo atual. Qualquer investimento que fornece

    pagamentos de fluxos de caixa antes da maturidade, necessariamente tem

    durao menor que a maturidade. Claramente, dois ttulos livres de risco

    podem ter a mesma maturidade, mas com duraes completamente diferentes.

    Em 1979, Blocher e Stickney levantaram questes que no tiveram

    respostas e concluram que durao relativamente insensvel taxa de juros,

    evidenciando durao como medida de risco de liquidez. Segundo a definio

    destes autores, durao pode ser definido como ...a vida mdia ponderada de

    um investimento, onde os pesos usados so o valor presente do fluxo de caixa

    recebido a cada perodo como uma porcentagem do valor presente total de

    todos os fluxos de caixa futuro .... Argumentaram que, durao de um projeto

    de capital precisamente o nmero da elasticidade relativa s mudanas

    percentuais no valor presente lquido de um projeto s mudanas na taxa de

    desconto. Esta elasticidade fornece medidas diretas do risco da perda nas

    mudanas do valor presente lquido de um projeto, e por essa razo, da firma,

    e nas mudanas do custo de capital desta firma. Blocher e Stickney

    apresentaram tambm as propriedades de durao, como relacionadas a

    seguir:

    Durao de um fluxo de caixa sempre menor que o tempo do ltimo fluxo

    de caixa;

    As diferenas entre a vida de um projeto e sua durao relativamente

    menor para projetos de vida curta, mas aumenta medida que a vida do

    projeto aumenta;

    Durao varia inversamente com a taxa de desconto. Quanto maior a taxa

    de desconto , mais curto o tempo at o valor presente mdio ser recebido;

    Se um projeto de investimento tem um valor presente lquido zero ou mesmopositivo taxa de desconto, a durao aumentar tanto quanto a vida do

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    projeto taxa decrescente. Se o projeto tem VPL negativo taxa de

    desconto usada, durao aumenta at certo ponto e a partir da decresce

    com a vida do projeto. O decrscimo ocorre somente para projetos com uma

    vida maior que 100 anos (Hopewell e Kaufman, 1973);

    Durao relativamente insensvel taxa de desconto usada para projetos

    de vida curta, mas extremamente sensvel taxa de desconto para uma vida

    crescente;

    Blocher e Stickney examinaram a correlao de durao sob vrios

    cenrios. Os resultados mostraram significante correlao entre durao e o

    perodo payback.

    Na mesma poca, Cox, Ingersoll e Ross (1979) definiram durao de

    forma diferente. A durao de Macaulay de um ttulo de desconto puro, dos

    quais o valor corrente simplesmente sua maturidade, uma medida vlida do

    relativo risco. A propriedade da elasticidade de durao tem sido empregada

    sucessivamente por vrios autores em problemas envolvendo a reduo do

    risco. Num exame aos livros de Macaulay, percebeu-se que ele se preocupa

    basicamente com o risco substituto s propriedades de sua medida.

    Ingersoll, Skeeton e Weil (1978) apud Cox, Ingersoll e Ross (1979)

    provaram que a durao de Macaulay uma medida vlida de risco somente

    se a taxa atual e o rendimento sobre todos os ttulos variarem por uma mesma

    soma e sob certas circunstncias.

    Em 1982, Boardman, Reinhart e Celec notaram esta relao de tempo e

    definiram durao como a mdia ponderada de maturidade do projeto. Na

    formulao, cada ano ponderado pelo valor presente de seu pagamento.

    Foram estes autores que mais teceram comentrios sobre a relao de

    durao com o perodo payback.

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    Mais recentemente, Hawley e Malone (1989) avaliaram a utilidade da

    medida de durao como um critrio secundrio para o ambiente decisrio da

    oramentao de capital, assumindo o valor presente lquido (VPL) como

    critrio primrio. Partiram da hiptese que a durao de um projeto de capital

    fornece informao especfica no encontrada em outros critrios populares

    secundrios, tais como: perodo payback e perodo payback descontado, e

    tambm em critrios primrios como: VPL e TIR. Especificamente o VPL, TIR e

    PBP no refletiam a importante dimenso do risco de um investimento

    particular, tais como: liquidez e risco sistemtico7, to bem quanto a

    sensibilidade da taxa de juros.

    Alm destes autores, outros autores j citados como Durand, Blocher e

    Stickney, Boardman, Reinhart e Celec e alguns acadmicos, tm apoiado o

    uso de durao na deciso da oramentao de capital com argumentos

    convincentes. As informaes potenciais contidas na medida de durao

    comparadas com outras medidas alternativas de avaliao de projetos, tais

    como VPL, TIR e outros, denotaram que a quantificao das dimenses do

    investimento no so includas nestes critrios primrios. Isto , critrios como

    VPL e TIR, especificamente, no refletem importantes dimenses do risco de

    um investimento to bem quanto durao no tocante sensibilidade das taxas

    de juros. Ademais, contrasta com outros critrios de mesma ordem como

    paybacke paybackdescontado, que atentam somente aos aspectos de risco

    de liquidez do projeto.

    Hawley e Malone destacaram tambm que o recurso para a utilizao

    da durao no contexto da oramentao de capital como um critrio

    suplementar s medidas primrias adequado para aperfeioar ou refinar o

    processo de seleo pelo estabelecimento de informao adicional no

    contida na medida primria. Quando utilizado sozinho, durao apresenta

    7 Tambm chamado de risco de mercado ou no diversificvel, representa qualquer risco que afeta umgrande n de ativos e, cada um deles com maior ou menor intensidade.

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    problemas que reduzem sua utilidade no contexto oramentrio. Quer dizer,

    durao no captura aspectos do retorno do projeto como medida de

    lucratividade, atestados pela TIR e o VPL, sendo ideal como um critrio de

    suporte. Assim, a definio original apresentada por Hawley e Malone, a partir

    de Macaulay, mostra durao como uma mdia ponderada dos tempos aos

    quais os fluxos de caixa so recebidos como pesos proporcionais ao valor

    presente descontado dos fluxos de caixa futuro.

    A durao provavelmente o conceito central do gerenciamento de

    seguros de renda fixa. As pessoas podem buscar cursos sobre gerenciamento

    de bancos e investimentos, em escolas de administrao, estgios, mas

    segundo Strong (1990), ainda lhes falta uma compreenso completa do

    conceito. Strong coloca que, a estatstica de durao quando aplicada a ttulos

    reflete a seguinte definio a mdia ponderada do nmero de anos

    necessrio para recuperar o custo inicial do ttulo, onde os pesos refletem o

    valor monetrio do tempo. O principal valor de durao para o gerente

    financeiro ou engenheiro industrial consiste numa medida direta do risco da

    taxa de juros, isto , quanto mais alta a durao, mais alto o risco da taxa de

    juros. A durao especialmente til em determinar o risco relativo de dois ou

    mais ttulos quando a visualizao de suas caractersticas no esclarece qual

    a mais vulnervel taxa de juros modificada.

    Segundo Brown e Kulkarni (1993), o conceito de durao tem sido

    amplamente usado nas anlises de ttulos e por isso tratado exaustivamente

    na literatura. Mas, por outro lado, pouca ateno tem sido dispensado na

    oramentao de capital e no gerenciamento de ativos e passivos, e por isto,

    despertado pouco interesse entre profissionais. Esta atitude pode ser reflexo

    da falta de familiaridade com o assunto, havendo pouca discusso sobre sua

    aplicao prtica, levando a uma provvel incerteza. Brown e Kulkarni definem

    durao como a mdia de tempo consumido para recebimento do fluxo de

    caixa do projeto. Fica claro que, durao uma medida de liquidez, e como

    tal, concorre com o payback. H evidncias de que a medida do risco de

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    liquidez se assemelhe prtica do payback. Uma indeciso sobre durao

    como um critrio secundrio para o valor presente lquido tem sido em relao

    ao suposto de que a taxa de juros usada para calcular o VPL deveria ser

    independente ao risco de liquidez do projeto. Em outras palavras, a taxa de

    juros no tem sido ajustada ao tempo mdio para receita do fluxo de caixa.

    A anlise de durao foi definida de inmeras formas por inmeros

    autores, sendo a mais comum a proposta por Carvalho (1994) como sendo:

    uma estimativa do prazo mdio de retorno ponderado de um portfolio de

    investimentos. Carvalho tambm verificou que maturidade e durao so

    iguais somente para pagamentos nicos. Assim, mais tarde durao veio a ser

    definida como o valor mdio da maturidade. A anlise de durao usa o valor

    presente dos fluxos de caixa intermedirio junto com o fluxo de caixa dos

    rendimentos, para calcular o prazo mdio ponderado do portfolio. Aps o

    clculo da durao, o analista poder determinar a mudana no valor de

    mercado, dada uma mudana na taxa de juros.

    3.2.1.2 - A Introduo da Medida Durao

    Atualmente a busca por um mtodo que considere projetos a longo

    prazo tem sido envolvido por grandes incertezas quanto eventos futuros.

    Administradores e empresrios tm procurado evitar tais projetos, aprovando

    apenas investimentos a curto prazo, ou seja, restringindo-se projetos deelevada liquidez permanecendo firmes na tradio da