a pesquisa e o conhecimento...

16
A PESQUISA E O CONHECIMENTO CIENTÍFICO Ao nal da aula o aluno deverá estar apto para: diferenciar os diversos tipos de conheci- mento; • identicar o que caracteriza uma pesquisa como cientíca; • compreender a subdivisão das ciências. 1. Apresentar os diversos tipos de conheci- mento, caracterizando especialmente o co- nhecimento cientíco. 2. Expor a subdivisão dos campos cientícos. 3. Explicitar os tipos de pesquisa e as caracte- rísticas de uma pesquisa cientíca. Meta Objetivos 1 aula LETRAS - PESQUISA APLICADA - MOD. 2 - VOL 1 - UNID 1 - AULA 1.indd 17 LETRAS - PESQUISA APLICADA - MOD. 2 - VOL 1 - UNID 1 - AULA 1.indd 17 10/6/2010 09:32:53 10/6/2010 09:32:53

Upload: danglien

Post on 11-Nov-2018

214 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: A PESQUISA E O CONHECIMENTO CIENTÍFICOnead.uesc.br/.../LETRAS-PESQUISA-APLICADA-MOD2-VOL1-UNID1-AULA1.pdf · • identifi car o que caracteriza uma pesquisa como científi ca;

A PESQUISA EO CONHECIMENTO CIENTÍFICO

Ao fi nal da aula o aluno deverá estar apto para:

• diferenciar os diversos tipos de conheci-mento;

• identifi car o que caracteriza uma pesquisa como científi ca;

• compreender a subdivisão das ciências.

1. Apresentar os diversos tipos de conheci-mento, caracterizando especialmente o co-nhecimento científi co.

2. Expor a subdivisão dos campos científi cos.3. Explicitar os tipos de pesquisa e as caracte-

rísticas de uma pesquisa científi ca. MetaObjetiv

os1 au

la

LETRAS - PESQUISA APLICADA - MOD. 2 - VOL 1 - UNID 1 - AULA 1.indd 17LETRAS - PESQUISA APLICADA - MOD. 2 - VOL 1 - UNID 1 - AULA 1.indd 17 10/6/2010 09:32:5310/6/2010 09:32:53

Page 2: A PESQUISA E O CONHECIMENTO CIENTÍFICOnead.uesc.br/.../LETRAS-PESQUISA-APLICADA-MOD2-VOL1-UNID1-AULA1.pdf · • identifi car o que caracteriza uma pesquisa como científi ca;

LETRAS - PESQUISA APLICADA - MOD. 2 - VOL 1 - UNID 1 - AULA 1.indd 18LETRAS - PESQUISA APLICADA - MOD. 2 - VOL 1 - UNID 1 - AULA 1.indd 18 10/6/2010 09:32:5510/6/2010 09:32:55

Page 3: A PESQUISA E O CONHECIMENTO CIENTÍFICOnead.uesc.br/.../LETRAS-PESQUISA-APLICADA-MOD2-VOL1-UNID1-AULA1.pdf · • identifi car o que caracteriza uma pesquisa como científi ca;

1

19Letras VernáculasUESC

Uni

dade

I

Aul

a

AULA 1A PESQUISA E O CONHECIMENTO CIENTÍFICO

1 INTRODUÇÃO

Existem diferentes ma-

neiras de conhecer um fato,

consequentemente, há diversas

formas de descrever ou explicar

um fenômeno.

Se alguém, ao acabar de

tomar um banho, for inquirido

sobre a temperatura da água, ele

poderá certamente responder

se a água está fria ou quente.

A que tipo de conhecimento ele

recorreu para dar essa resposta?

A simples experiência. O contato

táctil com a água permite que se

possa afi rmar, com nível máximo de certeza, se a água está fria

ou quente.

Por outro lado, outra pessoa que tenha conhecimento

básico de Física pode também ter acesso a esse fato, recorrendo

a outro tipo de conhecimento. Se ela for informada de que a

água está sob a temperatura de 8°C, poderá afi rmar, com a

mesma certeza do sujeito anterior, que a água está fria. Ela não

necessitou da experiência do contato com água para afi rmar

isso. Recorreu a um conhecimento científi co.

Tanto o conhecimento geral, fornecido pela experiência,

denominado mais frequentemente “conhecimento do senso

comum”, como o “conhecimento científi co” são formas

verdadeiras de conhecimento. Há quem só considere verdadeiro

o conhecimento fornecido pela ciência - desprezando tudo

FIGURA 1 - Fonte: http://img239.imageshack.us/img239/5967/lupa27sa.jpg

LETRAS - PESQUISA APLICADA - MOD. 2 - VOL 1 - UNID 1 - AULA 1.indd 19LETRAS - PESQUISA APLICADA - MOD. 2 - VOL 1 - UNID 1 - AULA 1.indd 19 10/6/2010 09:32:5510/6/2010 09:32:55

Page 4: A PESQUISA E O CONHECIMENTO CIENTÍFICOnead.uesc.br/.../LETRAS-PESQUISA-APLICADA-MOD2-VOL1-UNID1-AULA1.pdf · • identifi car o que caracteriza uma pesquisa como científi ca;

20 Módulo 2 I Volume 1 EAD

Pesquisa Aplicada ao Ensino em Letras A pesquisa e o conhecimento científi co

que seja originado da experiência sensível - por defender ser,

o último tipo de conhecimento, fruto da análise metódica e

objetiva de um fato. Quem pensa assim difi cilmente saberia

explicar por que um simples agricultor, sem conhecimento

científi co, é capaz de prever o tempo de colheita de um produto

por ele plantado. Na verdade, o que diferencia o conhecimento

do senso comum do conhecimento científi co não é o maior

ou menor nível de veracidade de um deles, mas a maneira

como cada um desses conhecimentos é desenvolvido e seu

maior ou menor nível de verifi cabilidade, aplicabilidade e

generalidade.

2 OS TIPOS DE CONHECIMENTO

Além dos dois tipos de conhecimento descritos

anteriormente, outras classifi cações mais amplas podem ser

apreciadas, como a de Marconi e Lakatos (2009), que põe

em evidência os seguintes tipos: a) conhecimento popular,

semelhante ao que foi descrito antes a respeito da experiência

táctil com a água; b) conhecimento científi co, correspondente ao

conhecimento da temperatura da água através da informação,

já exemplifi cado; c) conhecimento fi losófi co, concebido como

um conhecimento que, apesar de partir da experiência e ser

valorativo - tal qual o conhecimento popular - é sistemático e

se utiliza dos enunciados da lógica para chegar à “verdade” e;

d) conhecimento religioso, que nem se apoia na experiência

sensível, nem no estudo sistemático, e, sim, é o conhecimento

revelado pela fé no sobrenatural.

Muitas outras subdivisões são fornecidas por diferenciados

autores, todavia é em Zilles (1995) que podemos observar

uma concepção gradual dos tipos de

conhecimento. Ele propõe, portanto, a

seguinte divisão: a) conhecimento ordinário;

b) conhecimento mítico; c) conhecimento

fi losófi co; d) conhecimento da fé e; e)

conhecimento científi co.

O conhecimento ordinário, ou comum,

é descrito como aquele adquirido a partir

da experiência social, condicionado aos

valores e crenças (e proibições) da vida em

sociedade. Não é um saber necessariamente

Verifi cabilidade: aquilo que pode ser validado, ne-cessitando, algumas vezes, que seja também verifi ca-do, identifi cado como real.

Aplicabilidade: a aplicabi-lidade de uma pesquisa diz respeito à possibilidade de que seus resultados sejam

aplicados a outro ramo do saber ou a outro fi m

que não necessariamente o planejado para aquela

pesquisa.

Generalidade: utilização de uma experiência parti-cular para representar um fenômeno geral, universal.

PARA

CO

NH

ECER

Monsenhor Urbano Zilles: possui bacharelado em Filosofi a pela Faculdade de Filosofi a Nossa Senhora Imaculada Conceição (1962) e licenciatura em Filosofi a pela Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (1971). É doutor em Teologia pela Universitat Munster (Westfalische-Wilhelms) (1969). Atualmente é professor titular da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, atuando como docente em diversas disciplinas, entre elas Teoria do Conhecimento, tema sobre o qual publicou o livro amplamente citado em nossa aula.

LETRAS - PESQUISA APLICADA - MOD. 2 - VOL 1 - UNID 1 - AULA 1.indd 20LETRAS - PESQUISA APLICADA - MOD. 2 - VOL 1 - UNID 1 - AULA 1.indd 20 10/6/2010 09:32:5510/6/2010 09:32:55

Page 5: A PESQUISA E O CONHECIMENTO CIENTÍFICOnead.uesc.br/.../LETRAS-PESQUISA-APLICADA-MOD2-VOL1-UNID1-AULA1.pdf · • identifi car o que caracteriza uma pesquisa como científi ca;

1

21Letras VernáculasUESC

Uni

dade

I

Aul

a

Figura 3 - Atena a deusa da sabedoria Fonte: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/e/e6/

Atenea_en_Bilbao.jpg

FIGURA 2 - Homem do CampoFonte: http://commons.wikimedia.org/wiki/File: Nahua_man_of_Morelos.jpg

desvinculado do científi co. Dependendo do sujeito e das

condições sociais, o saber ordinário pode estar infl uenciado

pela fi losofi a, pela ciência ou pela religião (ZILLES, 1995).

Enquanto o conhecimento ordinário é visto como

não científi co e destituído de comprovação, o conhecimento

mítico estaria num nível diferente: não é considerado como

fundamentado na lógica ou na razão, pois é destituído de

possibilidade de comprovação; por outro lado, não se pode

considerá-lo falso.

Para Zilles (1995), a ciência acostumou-se a ver o

conhecimento mítico como algo irreal, simplesmente por não

ter instrumento capaz de controlá-lo e apreendê-lo:

É preciso reconhecer que a unidade do mito é conseqüência muito mais de uma unidade de sentimento do que de regras lógicas. Tal unidade é um dos impulsos mais fortes e originais do pensamento primitivo. De certa forma, podemos dizer que mito é uma intuição da realidade, exprimindo dimensões profundas e perenes ao nível da estruturação da psique humana. O consciente lógico é apenas uma expressão da mesma (ZILLES, 1995, p. 155, grifo nosso).

Em suma, o conhecimento

mítico estaria mais condicionado pelas

representações do inconsciente, do

não revelado, mas nem por isso menos

verdadeiro do que o conhecimento científi co

ou outro tipo de conhecimento.

Enquanto o conhecimento ordinário

Mítico: o mito é uma tentativa de explicação

dos fenômenos naturais, do Mundo e do Homem, recorrendo-se ao fantás-tico, ao imaginário. Um

exemplo de mito brasileiro são as conhecidas lendas folclóricas, como o Lobiso-

mem, a Mula sem cabeça, o Curupira entre outras.

Psique: é frequentemente utilizada como sinônimo

de alma, como princípio da vida.

FIGURA 4 Fonte: UAB/UESC

LETRAS - PESQUISA APLICADA - MOD. 2 - VOL 1 - UNID 1 - AULA 1.indd 21LETRAS - PESQUISA APLICADA - MOD. 2 - VOL 1 - UNID 1 - AULA 1.indd 21 10/6/2010 09:32:5610/6/2010 09:32:56

Page 6: A PESQUISA E O CONHECIMENTO CIENTÍFICOnead.uesc.br/.../LETRAS-PESQUISA-APLICADA-MOD2-VOL1-UNID1-AULA1.pdf · • identifi car o que caracteriza uma pesquisa como científi ca;

22 Módulo 2 I Volume 1 EAD

Pesquisa Aplicada ao Ensino em Letras A pesquisa e o conhecimento científi co

apela para a simples experiência e o conhecimento mítico

é originado nas razões desconhecidas do inconsciente, o

conhecimento fi losófi co propõe-se a estudar um fenômeno por

ele mesmo, sem apelar para a experimentação científi ca, mas

fundado num pensamento racional sobre o ser e sobre sua

existência mesma.

Quanto ao conhecimento da fé, este não está assentado

na simples experiência imediata, nem na razão fi losófi ca, nem

na comprovação empírica. O que leva um sujeito a crer num

Deus ou em deuses são razões subjetivas. A capacidade de

acreditar no que não se conhece pela experiência direta inicia-

se quando nascemos, a partir de razões tão diversifi cadas

que não podem ser apreendidas pela razão

mesma.

Há quem defenda que a fé é uma

incapacidade de lidar com aquilo que não

controlamos: se não temos solução possível

para um fato, apelamos para Deus. Há quem

veja na fé algo inato. Seja qual for sua

natureza, como afi rma Zilles (p. 156): “A fé

está sempre presente na experiência humana

[...]. O homem exerce-a mais como confi ança,

como esperança e auto-asseguramento da

sua existência”.

Por fi m, o conhecimento científi co, pela

sua natureza diversifi cada, não tem uma

defi nição unívoca; mas poderíamos tentar

defi ni-lo, de uma maneira aproximada, como

um conhecimento que vai além da simples opinião (própria do

conhecimento ordinário), busca analisar um objeto passível de

observação (diferenciando-se, assim, do conhecimento mítico

(incognoscível) e da fé (subjetivo)), dirigindo-se à explicação

de fenômenos verifi cáveis (o que o diferencia do conhecimento

fi losófi co), de algo que pode ser provado, ou por experimentos,

ou em função de teorias fundamentadas na lógica formal.

Os campos do estudo científi co, da maneira que

se caracterizam hoje, são tão diversifi cados que se torna

complicado defi nir com propriedade o conhecimento científi co

em geral (daí por que denominamos nossa defi nição acima como

“aproximada”). Na verdade, há tantas defi nições para a ciência

quanto são os ramos do saber considerados, na atualidade,

como “científi cos”. Esses ramos serão tratados adiante.

FIGURA 5 - TerçoFonte: www.santuariosantaterezinha.org.br/.../terco.jpg

Incognoscível: aquilo que não se pode conhecer

de maneira consciente.

LETRAS - PESQUISA APLICADA - MOD. 2 - VOL 1 - UNID 1 - AULA 1.indd 22LETRAS - PESQUISA APLICADA - MOD. 2 - VOL 1 - UNID 1 - AULA 1.indd 22 10/6/2010 09:32:5910/6/2010 09:32:59

Page 7: A PESQUISA E O CONHECIMENTO CIENTÍFICOnead.uesc.br/.../LETRAS-PESQUISA-APLICADA-MOD2-VOL1-UNID1-AULA1.pdf · • identifi car o que caracteriza uma pesquisa como científi ca;

1

23Letras VernáculasUESC

Uni

dade

I

Aul

a

3 O CONHECIMENTO CIENTÍFICO E SUAS SUBDIVISÕES

Quando se trata de subdividir os campos do

estudo científi co, deparamo-nos com um fato próprio da

contemporaneidade que difi culta esta subdivisão: trata-se

da tendência, cada vez mais frequente entre os pesquisadores,

a que se estude determinado fenômeno à luz de diferentes

ramos do saber. Assim, ao analisar como uma criança aprende

a escrita em língua materna, o estudioso da linguagem escrita

tende não apenas a utilizar o referencial da Linguística para

explicar o fato, mas procura compreender as características

psicológicas do sujeito da pesquisa (apelando para a Psicologia

do Desenvolvimento), os aspectos socioculturais envolvidos

na aprendizagem da escrita (lançando mão da Sociologia e da

Antropologia), as características próprias do ambiente escolar

ao qual a criança está exposta (o que o remete à Pedagogia

Escolar) entre outros aspectos. Dessa maneira, o objeto de

estudo tem sido visto, cada dia mais, na sua globalidade;

diferentemente da perspectiva amplamente adotada entre os

séculos XIX e XX, que enfatizava a especifi cidade científi ca, a

disciplinaridade.

Está claro que a interdisciplinaridade será tão ampla

quanto mais uma pesquisa se aproxime do campo das chamadas

“ciências humanas”, entretanto, já nas ciências denominadas

“formais” também se observa uma tendência nessa direção. Se

a intenção do conhecimento fi losófi co é a apreensão do Ser na

sua totalidade, poderíamos então acreditar que a ciência está

caminhando cada dia mais em direção à Filosofi a?

Embora a interdisciplinaridade esteja em evidência no

interior das pesquisas científi cas, a subdivisão dos ramos da

ciência ainda se faz necessária, ao menos didaticamente.

Existem diferentes classifi cações para os ramos científi cos.

Iremos nos ater, entretanto, às classifi cações mais genéricas e

cuja amplitude seja mais explicativa e menos polêmica, em

virtude do objetivo específi co desta aula.

Marconi e Lakatos (2009) dividem as ciências em dois

grandes blocos. De um lado, há as ciências formais, cujo objeto

de estudo são entes ideais, abstratos, existentes apenas no

âmbito conceitual. Assim, a Matemática seria uma dessas

ciências, visto que seus objetos de estudo - o conceito de

Contemporaneidade:

atualidade, acontecimentos

referentes à época atual,

com novas tendências e

modos de ver os seres e o

mundo.

Disciplinaridade: termo

criado para fazer referência

ao estudo centrado numa

única ciência, separado das

demais ciências ou áreas

de conhecimento.

Interdisciplinaridade:

termo utilizado para fazer

referência à pesquisa que

se utiliza de elementos de

mais de uma ciência para

analisar e explicar determi-

nado fenômeno.

LETRAS - PESQUISA APLICADA - MOD. 2 - VOL 1 - UNID 1 - AULA 1.indd 23LETRAS - PESQUISA APLICADA - MOD. 2 - VOL 1 - UNID 1 - AULA 1.indd 23 10/6/2010 09:33:0110/6/2010 09:33:01

Page 8: A PESQUISA E O CONHECIMENTO CIENTÍFICOnead.uesc.br/.../LETRAS-PESQUISA-APLICADA-MOD2-VOL1-UNID1-AULA1.pdf · • identifi car o que caracteriza uma pesquisa como científi ca;

24 Módulo 2 I Volume 1 EAD

Pesquisa Aplicada ao Ensino em Letras A pesquisa e o conhecimento científi co

número, por exemplo, - “não existem fora de nossos cérebros:

podemos ver, encontrar, manusear, tocar três livros, três

árvores [...] mas ninguém pode ver um simples três, em sua

forma, composição, essência” (p. 29). De outro lado, existem

as ciências factuais, assim denominadas por referirem-se aos

fatos, visando compreender suas causas, criando hipóteses

explicativas para esses fatos e buscando formas para contestar

ou confi rmar essas hipóteses. As ciências factuais são divididas

em dois grupos: a) as ciências naturais, que estudam fatos

naturais, envolvendo ou não a presença do ser humano -

no interior das quais se encontrariam a Física, a Química, a

Biologia entre outras e; b) as ciências sociais, cujos objetos de

estudo são fatos relacionados à vida em sociedade, à cultura,

envolvendo sempre a presença do homem, visto ser este um

ser social por natureza - no interior deste grupo estariam a

Economia, o Direito, a Psicologia, a Sociologia, a Linguística,

entre outras.

Costuma-se também dividir as ciências em ciências

exatas, correspondendo ao conceito de ciências formais, e

ciências humanas, as quais envolvem sempre a presença do

ser humano como objeto de estudo.

Os resultados fornecidos tanto pelas ciências formais como

pelas ciências factuais podem ser aplicados a alguma área de

conhecimento para atender a uma determinada demanda, por

exemplo, as descobertas da ciência da linguagem (a Linguística)

a respeito da estrutura de uma língua podem ser utilizadas

para aprimorar a linguagem do computador, no interior de uma

área aplicada, denominada Linguística Computacional.

Linguística Computacional: consiste num campo científi co amplo, en-volvendo diversas disciplinas inter-relacionadas, no tocante às áreas da computação e linguagem, como Informática, Inteligência Artifi cial, Pro-cessamento da Informação, Linguística, entre outras. O objetivo central do linguista computacional é a correlação entre linguagem humana e lin-guagem artifi cial (computação), através da modelagem de línguas na-turais, simulações computacionais das línguas naturais, mapeamentos linguísticos entre outras técnicas.

A seguir, expomos um organograma para uma melhor

sistematização da subdivisão aqui apresentada:

LETRAS - PESQUISA APLICADA - MOD. 2 - VOL 1 - UNID 1 - AULA 1.indd 24LETRAS - PESQUISA APLICADA - MOD. 2 - VOL 1 - UNID 1 - AULA 1.indd 24 10/6/2010 09:33:0210/6/2010 09:33:02

Page 9: A PESQUISA E O CONHECIMENTO CIENTÍFICOnead.uesc.br/.../LETRAS-PESQUISA-APLICADA-MOD2-VOL1-UNID1-AULA1.pdf · • identifi car o que caracteriza uma pesquisa como científi ca;

1

25Letras VernáculasUESC

Uni

dade

I

Aul

a

Figura 7: Subdivisão das ciências

Fonte: Adaptado de Marconi; Lakatos (2009, p. 28).

CIÊNCIAS

FORMAIS FACTUAIS

Antropologia

Direito

Sociologia

Linguística

Química

Física

Biologia

Matemática Lógica NATURAIS SOCIAIS

AATIVIDADESTIVIDADES

Antes de darmos continuidade ao nosso estudo, façamos uma revisão. Responda as questões que seguem. Caso você sinta difi culdade com alguma delas, sugerimos que, além de reler o texto, amplie seu conhecimento, fazendo outras leituras com base nas sugestões de leitura (divididas por tema), disponíveis ao fi nal deste texto.

1. Quais os tipos de conhecimento que existem? Qual a diferença fundamental entre eles?2. Em quais aspectos o conhecimento religioso e o conhecimento mítico se assemelham? Em quais aspectos eles se diferenciam?3. Em quais aspectos o conhecimento fi losófi co e o conhecimento científi co se assemelham? Em quais aspectos se diferenciam?4. Podemos dizer que o único conhecimento verdadeiro é o científi co? Por quê?5. A Medicina pode ser considerada uma ciência formal ou factual? Por quê?

LETRAS - PESQUISA APLICADA - MOD. 2 - VOL 1 - UNID 1 - AULA 1.indd 25LETRAS - PESQUISA APLICADA - MOD. 2 - VOL 1 - UNID 1 - AULA 1.indd 25 10/6/2010 09:33:0210/6/2010 09:33:02

Page 10: A PESQUISA E O CONHECIMENTO CIENTÍFICOnead.uesc.br/.../LETRAS-PESQUISA-APLICADA-MOD2-VOL1-UNID1-AULA1.pdf · • identifi car o que caracteriza uma pesquisa como científi ca;

26 Módulo 2 I Volume 1 EAD

Pesquisa Aplicada ao Ensino em Letras A pesquisa e o conhecimento científi co

4 A PESQUISA CIENTÍFICA: CARACTERIZAÇÃO

Com o advento das novas tecnologias,

tem sido muito comum a utilização da palavra

pesquisa para referir-se à simples busca de

informações - quase sempre na Internet -

sobre um determinado assunto. Assim, é

comum ouvir alguém dizer: “fi z uma pesquisa

no Google para saber o signifi cado da palavra

X”. Foi também muito comum, antes mesmo da

era da Internet, que o estudante fi zesse uma

busca (algumas vezes, razoavelmente longa)

a respeito de um determinado assunto, em

livros especializados, na biblioteca pública ou

escolar. Essa busca consistia na compilação de

informações, através de cópias literais do texto;

tal compilação, muitas vezes, resultava na cópia

de uma série de “pedaços” dos textos originais, sem uma inter-

relação entre as partes copiadas. Muitos estudantes também

denominavam essa atividade como pesquisa.

Convém deixar muito claro que não são esses os sentidos

da palavra pesquisa a que iremos nos ater aqui, pelas seguintes

razões: não assumimos o primeiro sentido da palavra pesquisa

porque esse sentido restrito, como simples busca de informação,

nada tem a ver com o conceito científi co de pesquisa por

que nos interessamos; o segundo sentido também não será

utilizado, porque jamais se poderia considerar pesquisa (sequer

restritamente) uma compilação desconexa de informações.A pesquisa científi ca, realizada no Brasil, quase sempre

no interior das instituições de ensino superior, é defi nida como uma investigação mais ou menos aprofundada - havendo aí ní-veis de profundidade, que vão desde uma resenha crítica (mui-to realizada por alunos universitários), passando por trabalhos de conclusão de curso, como monografi a, até as dissertações de mestrado e teses de doutorado - sobre um determinado tó-pico ou assunto, dentro de uma determinada área do conheci-mento. Rummel (1977, p. 2) defi ne pesquisa como “um inqué-rito ou exame cuidadoso para descobrir novas informações ou relações e para ampliar e verifi car o conhecimento existente”.

FIGURA 8Fonte: UAB/UESC

Google: site de busca

disponível na rede de

computadores, com intuito

de fornecer informações

de livre acesso a todos

os usuários a respeito de

assuntos diversifi cados.

LETRAS - PESQUISA APLICADA - MOD. 2 - VOL 1 - UNID 1 - AULA 1.indd 26LETRAS - PESQUISA APLICADA - MOD. 2 - VOL 1 - UNID 1 - AULA 1.indd 26 10/6/2010 09:33:0310/6/2010 09:33:03

Page 11: A PESQUISA E O CONHECIMENTO CIENTÍFICOnead.uesc.br/.../LETRAS-PESQUISA-APLICADA-MOD2-VOL1-UNID1-AULA1.pdf · • identifi car o que caracteriza uma pesquisa como científi ca;

1

27Letras VernáculasUESC

Uni

dade

I

Aul

a

5 OS TIPOS DE PESQUISA

Estabelecer uma subdivisão dos tipos de pesquisa não é tarefa fácil, pois muitos podem ser os critérios de divisão. Alguns autores o fazem com base no objetivo da pesquisa, ou-tros com base no método utilizado, outros, ainda, baseados na maneira como se dá o acesso ao objeto de estudo. Tentare-mos aqui uma classifi cação - mais uma vez aproximada - com base na maneira como se tem acesso ao objeto de estudo, mas procuraremos enfocar especialmente os tipos de pesqui-sa mais comuns no interior das chamadas ciências humanas, podendo acontecer, portanto, que alguns tipos deixem de ser contemplados. Assim, dividimos as pesquisas em quatro tipos principais (no interior dos quais podem ocorrer diferentes abor-dagens e técnicas para coletas de informação): a) bibliográfi ca; b) experimental; c) de campo; d) estudo de caso.

A pesquisa bibliográfi ca consiste num tipo de estudo em que a busca de informações a respeito do objeto investigado se dá principalmente, ou exclusivamente, com base em refe-rencial teórico, em leituras de trabalhos aprofundados sobre o tema abordado. Para o estudo bibliográfi co, deve-se utilizar uma série ordenada de técnicas de estudo, catalogação e le-vantamento de informação. Em geral, no interior de qualquer trabalho científi co, é feita uma pesquisa bibliográfi ca sobre o tema, como uma das etapas da pesquisa, em geral denomi-nada “fase de revisão bibliográfi ca”; nesse caso, a pesquisa bibliográfi ca seria algo complementar à pesquisa propriamente dita.

Quanto à pesquisa experimental, como o próprio nome sugere, trata-se da manipulação de um determinado fenômeno, pondo-o à prova, para confi rmar ou refutar uma hipótese a res-peito desse fenômeno. Esse tipo de pesquisa pode ser realizado no campo - ocorrendo geralmente como um procedimento no interior de uma pesquisa de campo - ou num laboratório - mais utilizado nas pesquisas em ciências naturais. Para a realização de uma pesquisa experimental, o pesquisador deve dominar, também, uma série de técnicas específi cas; por exemplo, no laboratório, deve-se aprender como “fazer a leitura” de uma célula através do microscópio; no campo, devem-se dominar as técnicas na manipulação de determinado instrumento para coleta dos dados, como por exemplo, a aplicação de um teste de leitura com um determinado sujeito de pesquisa.

A pesquisa de campo consiste na observação de fatos e

Catalogação: descrição

sistemática de um material

bibliográfi co com a fi nali-

dade de orientação para

uma fácil identifi cação e

recuperação futura.

LETRAS - PESQUISA APLICADA - MOD. 2 - VOL 1 - UNID 1 - AULA 1.indd 27LETRAS - PESQUISA APLICADA - MOD. 2 - VOL 1 - UNID 1 - AULA 1.indd 27 10/6/2010 09:33:0410/6/2010 09:33:04

Page 12: A PESQUISA E O CONHECIMENTO CIENTÍFICOnead.uesc.br/.../LETRAS-PESQUISA-APLICADA-MOD2-VOL1-UNID1-AULA1.pdf · • identifi car o que caracteriza uma pesquisa como científi ca;

28 Módulo 2 I Volume 1 EAD

Pesquisa Aplicada ao Ensino em Letras A pesquisa e o conhecimento científi co

fenômenos em situação natural, ou seja, o pesquisador dirige-

se ao “campo” em que tal fenômeno ocorre e procede a uma

observação sistemática de como um sujeito, um grupo, uma

comunidade, entre outros, se comporta. Após coletar esses

dados, o pesquisador partirá para a análise dos achados da

pesquisa, com base numa fundamentação teórica e, buscando

confi mar ou refutar uma hipótese a respeito daquele fenôme-

no, pode ainda apresentar explicações que visam a ampliar o

conhecimento geral sobre aquele objeto de estudo.

O tipo de pesquisa denominado estudo de caso tem como

objetivo, geralmente, a explicação do “porquê” e do “como”

ocorre determinado fenômeno. Para isso recorre-se à análise

de uma unidade bem defi nida - podendo ser uma pessoa, um

grupo, uma entidade - buscando analisar esta unidade, em sua

particularidade, de forma aprofundada, mas tendo em vista a

possibilidade de generalizar esses achados particulares para

um universo mais amplo; tudo isso objetivando ampliar o co-

nhecimento geral sobre determinado fenômeno. Uma das ci-

ências que costuma usar amplamente o estudo de caso é a

Medicina. Por exemplo, ao estudar profundamente os efeitos

de um determinado medicamento sobre um indivíduo específi -

co, procuram-se ampliar esses achados para toda uma popula-

ção que faz uso desse mesmo medicamento, visando a objeti-

vos variados: defi nição de medidas preventivas, alteração das

substâncias do medicamento, entre outros. Quando é utlizada

mais de uma unidade, evidenciando as características seme-

lhantes ou diferentes entre elas, denomina-se este estudo de

estudo comparado.

Enquadrar uma determinada pesquisa num desses tipos

exige muito cuidado, pois o que defi ne uma pesquisa como

bibliográfi ca, de campo, experimental ou estudo de caso não

seria a ocorrência contingencial de um desses procedimentos.

Em geral, uma pesquisa científi ca pode conter todos esses ele-

mentos juntos (a pesquisa bibliográfi ca, por exemplo, consti-

tui-se como elemento necessário a toda pesquisa científi ca), ou

alguns deles; com efeito, o que caracteriza uma pesquisa como

sendo de um desses tipos é a predominância de um ou mais

desses procedimentos acima descritos.

LETRAS - PESQUISA APLICADA - MOD. 2 - VOL 1 - UNID 1 - AULA 1.indd 28LETRAS - PESQUISA APLICADA - MOD. 2 - VOL 1 - UNID 1 - AULA 1.indd 28 10/6/2010 09:33:0410/6/2010 09:33:04

Page 13: A PESQUISA E O CONHECIMENTO CIENTÍFICOnead.uesc.br/.../LETRAS-PESQUISA-APLICADA-MOD2-VOL1-UNID1-AULA1.pdf · • identifi car o que caracteriza uma pesquisa como científi ca;

1

29Letras VernáculasUESC

Uni

dade

I

Aul

a

AATIVIDADESTIVIDADES

Você deverá fazer a leitura de dois artigos científi cos - disponíveis nos sites abaixo. Esses artigos apresentam o resultado de pesquisas realizadas em universidades brasileiras. Você deverá, após ler os textos, responder o seguinte roteiro de estudo que visa analisar, a partir dos resultados apresentados no ar-tigo, qual o tipo e as características de cada uma dessas pesquisas.

Roteiro de Estudo

1. Exponha, em até 200 palavras, sobre o que trata o texto 1.2. Exponha, em até 200 palavras, sobre o que trata o texto 2.3. Quais os procedimentos utilizados pelo pesquisador do texto 1 para in-

vestigar o que ele pretende? Expresse isso em até 200 palavras.4. Quais procedimentos o pesquisador do texto 2 utilizou para investigar o

que ele pretende? Expresse isso em até 200 palavras.5. Em qual campo da ciência (Matemática, Sociologia, Educação, entre ou-

tros) você poderia enquadrar o texto 1 e o texto 2?6. Qual o tipo de pesquisa do texto 1 e qual o tipo de pesquisa do texto 2

(bibliográfi ca, experimental, de campo, estudo de caso)?

Texto 1: “Fisiologia da música: uma abordagem comparativa”. Disponível em: http://www.ib.usp.br/revista/texto.php?arq=413bf64d98ae71f5bd70d0f3f67f99d8b6ef0eca

Texto 2: “Incontinência urinária entre estudantes de educação física”: Dis-ponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0080- 62342009000200008

Fisiologia: conjunto de processos e atividades que ocorrem nos organismos vivos, entre eles o organismo humano, denominada “fi siologia humana”.

Incontinência urinária: incapacidade de reter a urina.

LEITURA RECOMENDADA

Como já foi exposto aqui, os conceitos, classifi cações e subdivisões apresentados neste traba-lho não resultam em posições unânimes. Assim, visando a uma ampliação dos conhecimentos discutidos nesta aula, apresentamos algumas sugestões de leitura que coadunam com a nos-sa abordagem ou diferenciam-se dela quanto ao assunto tratado nesta aula:

1. Titulo do texto: “Metodologia da Pesquisa e Elaboração de Dissertação”. Disponível no site: http://projetos.inf.ufsc.br/arquivos/Metodologia%20da%20Pesquisa%203a%20edicao.pdf

2. Título do texto: “Pesquisa e métodos científi cos”. Disponível no site: www.geocities.com/claudiaad/pesquisacientifi ca.pdf

LETRAS - PESQUISA APLICADA - MOD. 2 - VOL 1 - UNID 1 - AULA 1.indd 29LETRAS - PESQUISA APLICADA - MOD. 2 - VOL 1 - UNID 1 - AULA 1.indd 29 10/6/2010 09:33:0510/6/2010 09:33:05

Page 14: A PESQUISA E O CONHECIMENTO CIENTÍFICOnead.uesc.br/.../LETRAS-PESQUISA-APLICADA-MOD2-VOL1-UNID1-AULA1.pdf · • identifi car o que caracteriza uma pesquisa como científi ca;

30 Módulo 2 I Volume 1 EAD

Pesquisa Aplicada ao Ensino em Letras A pesquisa e o conhecimento científi co

6 CONCLUSÃO

Uma vez que a intenção central do estudo científi co, em qualquer campo de pesquisa, é a produção de conhecimentos, nesta nossa primeira aula defi nimos os tipos possíveis de co-nhecimento e enfatizamos as características do conhecimento científi co. Em decorrência dessa compreensão, fi zemos uma breve discussão a respeito do que caracteriza uma pesquisa científi ca, objeto de estudo da nossa disciplina, e como ela pode ser classifi cada quanto ao campo de pesquisa. No interior desses campos, situamos a ciência da linguagem como uma ci-ência fundamentalmente social e humana. Apresentamos, por fi m, uma classifi cação simplifi cada dos tipos de pesquisa mais comuns realizadas tanto pelas ciências formais como pelas fac-tuais. Nas aulas seguintes, iremos nos ater às características das ciências humanas e especialmente à ciência da linguagem, apresentando os tipos e os métodos de pesquisa mais frequen-

tes na contemporaneidade.

RE

FE

NC

IAS

MARCONI, M. de A.; LAKATOS, E. M. Metodologia Científi ca. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2009. 311 p.

RUMMEL, J. F. Introdução aos procedimentos de pesquisa em educação. Porto Alegre: Globo, 1977. 353 p.

ZILLES, U. Teoria do Conhecimento. 2. ed. Porto Alegre: EDIPUCRS, 1995. 168 p.

LETRAS - PESQUISA APLICADA - MOD. 2 - VOL 1 - UNID 1 - AULA 1.indd 30LETRAS - PESQUISA APLICADA - MOD. 2 - VOL 1 - UNID 1 - AULA 1.indd 30 10/6/2010 09:33:0510/6/2010 09:33:05

Page 15: A PESQUISA E O CONHECIMENTO CIENTÍFICOnead.uesc.br/.../LETRAS-PESQUISA-APLICADA-MOD2-VOL1-UNID1-AULA1.pdf · • identifi car o que caracteriza uma pesquisa como científi ca;

Suas anotações

________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

LETRAS - PESQUISA APLICADA - MOD. 2 - VOL 1 - UNID 1 - AULA 1.indd 31LETRAS - PESQUISA APLICADA - MOD. 2 - VOL 1 - UNID 1 - AULA 1.indd 31 10/6/2010 09:33:0510/6/2010 09:33:05

Page 16: A PESQUISA E O CONHECIMENTO CIENTÍFICOnead.uesc.br/.../LETRAS-PESQUISA-APLICADA-MOD2-VOL1-UNID1-AULA1.pdf · • identifi car o que caracteriza uma pesquisa como científi ca;

LETRAS - PESQUISA APLICADA - MOD. 2 - VOL 1 - UNID 1 - AULA 1.indd 32LETRAS - PESQUISA APLICADA - MOD. 2 - VOL 1 - UNID 1 - AULA 1.indd 32 10/6/2010 09:33:0510/6/2010 09:33:05