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A INSERÇÃO DA GINÁSTICA DE SOLO NO AMBIENTE ESCOLAR E A VERIFICAÇÃO DO IMPACTO SOBRE AS QUALIDADES FÍSICAS Angelina Fernandes de Moraes Bassani (1) ; Carla Cristiane da Silva (2) (1) Colégio Estadual Prof. Segismundo Antunes Netto - Siqueira Campos (2) Universidade Estadual do Norte do Paraná - Campus Jacarezinho Resumo A ginástica escolar desperta pouco interesse e motivação nos alunos, sendo pouco praticada nos segmento escolar, embora seja uma atividade de múltiplas possibilidades de movimento, garantindo a ampliação do acervo motor. Objetivo do presente estudo foi a Implementação da ginástica de solo e verificação do impacto sobre as capacidades físicas. A amostra foi composta por 31 alunos da 5ª série da rede pública de ensino, entre 10 a 14 anos, sendo 14 meninos e 17 meninas. O processo de intervenção teve duração de 4 meses contemplando 34 aulas de 50 minutos com exercícios de ginástica de solo. Foram realizados testes pré e pós intervenção, sendo eles: shuttle-run, teste do Flamingo, teste de resistência muscular localizada e sentar e alcançar. Utilizou-se estatística descritiva, análise de variância e teste de Scheffé para localização das diferenças (p<0,05). Foram observadas diferenças significativas entre os sexos na flexibilidade favorecendo as meninas tanto na avaliação pré como pós intervenção. Já para os resultados da agilidade os rapazes indicaram superioridade significativa no pré intervenção, sem diferença significativa pós intervenção, sinalizando a melhora nessa capacidade física no grupo de moças. Na resistência abdominal ambos os sexos apresentavam melhoras não significativas pós intervenção. No teste de Flamingo não se observaram diferenças significativas, contudo houve uma redução no número de quedas na situação pós intervenção. A partir dos resutados apresentados é possível inferir que o processo de intervenção com a ginástica de solo potencializou a melhora das capacidades físicas avaliadas em ambos os sexos. Palavras chave: Ginástica de solo, Capacidades físicas, Educação física escolar.

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A INSERÇÃO DA GINÁSTICA DE SOLO NO AMBIENTE ESCOLAR E A VERIFICAÇÃO DO IMPACTO SOBRE AS QUALIDADES FÍSICAS

Angelina Fernandes de Moraes Bassani(1); Carla Cristiane da Silva(2)

(1)Colégio Estadual Prof. Segismundo Antunes Netto - Siqueira Campos (2)Universidade Estadual do Norte do Paraná - Campus Jacarezinho

Resumo A ginástica escolar desperta pouco interesse e motivação nos alunos, sendo pouco praticada nos segmento escolar, embora seja uma atividade de múltiplas possibilidades de movimento, garantindo a ampliação do acervo motor. Objetivo do presente estudo foi a Implementação da ginástica de solo e verificação do impacto sobre as capacidades físicas. A amostra foi composta por 31 alunos da 5ª série da rede pública de ensino, entre 10 a 14 anos, sendo 14 meninos e 17 meninas. O processo de intervenção teve duração de 4 meses contemplando 34 aulas de 50 minutos com exercícios de ginástica de solo. Foram realizados testes pré e pós intervenção, sendo eles: shuttle-run, teste do Flamingo, teste de resistência muscular localizada e sentar e alcançar. Utilizou-se estatística descritiva, análise de variância e teste de Scheffé para localização das diferenças (p<0,05). Foram observadas diferenças significativas entre os sexos na flexibilidade favorecendo as meninas tanto na avaliação pré como pós intervenção. Já para os resultados da agilidade os rapazes indicaram superioridade significativa no pré intervenção, sem diferença significativa pós intervenção, sinalizando a melhora nessa capacidade física no grupo de moças. Na resistência abdominal ambos os sexos apresentavam melhoras não significativas pós intervenção. No teste de Flamingo não se observaram diferenças significativas, contudo houve uma redução no número de quedas na situação pós intervenção. A partir dos resutados apresentados é possível inferir que o processo de intervenção com a ginástica de solo potencializou a melhora das capacidades físicas avaliadas em ambos os sexos. Palavras – chave: Ginástica de solo, Capacidades físicas, Educação física escolar.

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Abstract

School gymnastics arouses little interest and motivation in students, and it is almost absent in the school segment. Although it is an activity of many opportunities of movement, ensuring the expansion of the motor collection. The aim of this study was to evaluate the floor gym implementation on the students physical capabilities. The sample was consisted of 31 students from 5th grade public school education, from 10 to 14 years old, 14 boys and 17 girls. The intervention lasted 4 months contemplating 34 lessons of 50 minutes with floor gymnastic exercises. The tests were conducted pre and post intervention: shuttle run test, the Flamingo test, local strength test and sit and reach test. Was used descriptive statistics, analysis of variance and Scheffé test for location differences (P<0.05). Was observed significant differences between gender in flexibility favoring girls in both the pre and intervention. As for agility boys showed significant superiority in the pre intervention, without significant difference in post intervention, signaling improvement in physical capacity for the girls. For local Strength test both was observed no significant improvements after intervention for both gender. For the Flamingo test there were no significant differences, however, was observed a reduction in the number of falls in the post intervention. From the overall result presented it is possible to infer that the intervention process with floor gymnastics enhanced the physical capacities assessed in both gender. Keywords: gymnastics, physical capabilities, physical education school

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1.0 Introdução

Durante muitos anos, a prática dos esportes coletivos foi muito difundida

no ambiente escolar, sendo os bimestres divididos pelas modalidades: futebol,

voleibol, handebol e basquetebol. Neste contexto, observa-se muita resistência à

inserção de novas modalidades na escola. A ginástica escolar, por exemplo,

desperta pouco interesse e motivação nos alunos, sendo pouco praticada. No

entanto, é um conteúdo que suscita uma ampla variedade de movimentos e que,

nesse sentido, teria um impacto positivo sobre o acervo motor das crianças. De

acordo com Samaranch (1966 apud BUSTO, 2008) ela é a base de toda prática

desportiva. Na ginástica, o corpo encontra-se, geralmente, em posições

incomuns, permitindo que a criança o descubra nos diversos segmentos, bem

como sentir e realizar melhor os vários movimentos (HOSTAL,1982). O exercício

de solo é a forma mais simples de formação. Em virtude da resistência firme que

o solo representa, o desvio de determinadas partes do corpo é impedido ou

fortemente limitado. Diante desse contexto, a proposta de trabalho foi inserir a

prática da ginástica de solo no ambiente escolar e verificar o seu impacto sobre o

desempenho das capacidades físicas.

A Ginástica é um dos conteúdos estruturantes da Educação Física,

contemplada nas Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná. Entende-se que a

ginástica deve dar condições ao educando de reconhecer as possibilidades de

seu corpo considerando a sua cultura corporal.

Entendida como forma particular de exercitação, abre-se a possibilidade

de atividades que provoquem valiosas experiências corporais, enriquecedoras da

Cultura Corporal das crianças, em particular e do homem em geral. (SOARES,

1992, p.77).

Os educandos deverão conhecer as formas tradicionais, o significado

cultural de cada época confrontando com novas formas de exercitação

possibilitando uma prática corporal que permite dar um sentido próprio as suas

exercitações ginásticas.

A Ginástica Artística/Ginástica Olímpica é importantíssima, pois

proporciona aos educandos experiências de movimentos diversificados com

outras modalidades, saindo da rotina das aulas de Educação Física, que por

tradição, devem ser com bolas. É uma modalidade bela, graciosa, mas complexa

se pensarmos em desenvolvê-la com o objetivo de atingir o domínio da técnica.

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É importante ter em vista que a ginástica da escola não é a mesma do

treinamento, ela deverá ser adaptada e o professor deverá conhecer a técnica

para trabalhar conceitos e a mesma de forma lúdica como sugere as Diretrizes

Curriculares, que além de ensinar ao aluno o rolamento para frente e para trás, o

professor pode construir com eles outras possibilidades de realizar o rolamento,

fazendo relações com alguns animais, com o movimento do circo, relacionando

com formas geométricas ou objetos entre outros, considerando a individualidade e

limitações de cada aluno.

É muito importante a graduação das atividades propostas, sempre

iniciando do simples para o complexo, pois a conquista da realização da atividade

é a motivação para a aprendizagem a ser adquirida posteriormente.

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2.0 Objetivos Gerais

Inserir a prática da ginástica de solo no ambiente escolar;

Verificar o impacto da prática sobre o desempenho das capacidades

físicas.

2.1 Objetivos específicos

Realizar uma avaliação física através de testes motores para verificar a

situação atual dos alunos e uma posterior comparação e apresentação dos

resultados;

Apresentar movimentos básicos da ginástica de solo para desmistificar a

impossibilidade da prática;

Divulgar a toda comunidade escolar o resultado obtido com a

implementação do plano de intervenção na escola.

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3.0 Revisão de Literatura

A presente proposta foi um desafio, pois em nosso contexto é muito forte

a prática dos esportes, principalmente os coletivos em relação a disciplina de

Educação Física. Segundo Kunz (2004) O esporte é um fenômeno muito

importante, mesmo sem praticá-lo, ele faz parte de nossas vidas, está a todo

momento na mídia. No Brasil, destaca-se as modalidades de futebol, voleibol,

basquetebol, judô algumas modalidades de natação e atletismo, justifica-se toda

essa popularidade gerando uma influência cada vez maior sobre a “Cultura do

Movimento”, e principalmente, sobre o conteúdo a ser desenvolvido nas aulas de

Educação Física.

em qualquer situação onde o esporte é praticado e independentemente dos motivos que levam a essa prática, seja pelo lazer, pelo rendimento ou como Educação Física Escolar, a tendência é pela normatização e padronização dessas práticas, impedindo assim de que outras possibilidades de movimentos possam ser realizados. (KUNZ, 2004, p.23).

Diante da realidade apresentada, pretendeu-se inserir a prática da GO/GA

no ambiente escolar uma vez que ela é prevista no contexto da cultura corporal.

De acordo com Saba (2008, p.54), em sua obra “Mexa-se: atividade física,

saúde e bem estar”, a ginástica é uma palavra que foi empregada na Grécia

Antiga para designar exercícios físicos, vem do grego gymnos que significa nu,

apareceu mais ou menos 400 a.C. Com o passar do tempo seu enfoque mudou,

chegando até ser sinônimo da Educação Física.

Era vista como, condicionamento físico que preparava o homem para ser

soldado forte, robusto e saudável para a defesa da pátria e a proteção da família,

enquanto que a mulher deveria desenvolver a harmonia de suas formas

femininas, exigência da maternidade futura.

A mesma variou e continua variando de acordo com a cultura de cada

época na qual se pratica. Na década de 70 e 80, praticou - se a ginástica aeróbica

que prioriza o trabalho cardiovascular; nos anos 90, a ginástica localizada que

prioriza o trabalho muscular e, atualmente, cresceu a procura por ginástica suave

como a yoga, ginástica postural, tai-chi chuan, ginástica com movimentos de

animais, com maior enfoque no alongamento, no relaxamento e na meditação.

(SABA, 2008; p. 317).

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O conteúdo ginástica sempre esteve presente nos currículos de Educação

Física, cada época com um enfoque diferente e voltado para os interesses

dominantes. Segundo Kunz (1991), a ginástica formula-se e reformula-se de

tempos em tempos, de acordo com o contexto em que ocorre e as intenções que

permeiam sua utilização, pois as técnicas corporais modificam-se de sociedade

para sociedade, numa perspectiva de tradicionalidade, considerando sua

organização a partir da conceituação integral de objetivações culturais, na qual o

movimento humano não se restringe ao deslocamento no espaço, mas é

intermediador simbólico das diferentes culturas, expressando-se nos jogos,

danças, lutas, esportes, arte e outras manifestações.

Nas escolas, a prática é pouco desenvolvida devido à falta de

conhecimento e também pelos esportes coletivos estarem culturalmente

estabelecidos. A ginástica artística e a ginástica olímpica embora pareçam ser

modalidades diferentes, são únicas, difere somente pela nomenclatura, no Brasil,

o termo Ginástica Olímpica é mais utilizado também conhecida como Ginástica de

Solo, Ginástica de solo e de aparelhos, Ginástica em aparelhos, Ginástica

Desportiva, Ginástica Olímpica e Ginástica Artística, no contexto internacional o

termo utilizado é Ginástica Artística. (NONOMURA; NISTA- PÍCCOLO; EUNEGI,

2004, p.71).

No Brasil a GO/GA foi trazida pelos imigrantes alemães instalados no Rio

Grande do Sul, surgindo com os Gaúchos, mas foram os catarinenses os

primeiros a formalizarem o esporte por intermédio de uma entidade específica, a

Sociedade de Ginástica de Joinville ( VIEIRA; FREITAS, 2007, p. 28).

O interesse pelo esporte surge devido às transmissões de grandes

eventos como os Jogos Olímpicos. Ginastas brasileiros passam a ter chances de

competição a partir da década de 90, embora a participação em pódio ainda seja

bastante pequena. A ginástica de solo foi o objeto deste trabalho, como o próprio

nome diz, é uma atividade realizada sobre o solo que permite o desenvolvimento

do domínio corporal, da flexibilidade, da velocidade da força do equilíbrio e

principalmente da autoconfiança.

A ginástica ainda nos ensina a enfrentar progressivamente, a partir de

situações seguras, situações mais perigosas, a lutar para vencer sozinho a

dificuldade do problema proposto, a superar e a sentir o prazer de sair-se vitorioso

(HOSTAL,1982).

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De acordo com Santos e Albuquerque (1984 apud BUSTO, 2008) os

exercícios básicos da GO/GA são: Vela; Aviões; Esquadros; Espacates; Parada

de três apoios; Rolamento para frente; Rolamento para frente afastado;

Rolamento para frente carpado; Peixe; Rolamento para trás grupado; Rolamento

para trás afastado; Rolamento para trás afastado; Rolamento para trás carpado;

Parada de mãos; Parada de mãos e rolamentos; Oitava a Parada; Pontes; Ante-

Salto; Estrela; Estrela sem mãos; Rondada; Kippes; Reversão Simples; Reversão

com uma perna; Reversão Livre; Mortal para frente grupado; Flic-Flac; Mortal para

trás grupado.

Existe uma variedade de exercícios de iniciação da ginástica de solo, que

foi apresentada e trabalhada considerando o grau de dificuldade, indo do mais

simples para o mais complexo. Para a intervenção pedagógica foram

selecionados os seguintes exercícios: Vela, Aviões, Esquadros, Espacates,

Parada de três apoios, Rolamento para frente, Rolamento para frente afastado,

Rolamento para frente carpado, Rolamento para trás grupado, rolamento para

trás afastado, Rolamento para trás carpado, Parada de mãos, Parada de mãos e

rolamentos, Pontes, Roda, Rondada, Reversão simples, Reversão com uma

perna.

3.1 Sequência para a realização das atividades

No início do mês de março foram realizado os primeiros testes, na

sequência foram ministradas as primeiras aulas, incluindo a motivação que foi

essencial no despertar para a realização do trabalho. As aulas foram alternadas,

sempre uma do conteúdo básico da 5ª série e duas aulas de ginástica de solo. Ao

todo foram ministradas trinta e quatro aulas de ginástica de solo com cinquenta

minutos cada.

A escolha e seleção dos movimentos foram em parceria com a professora

orientadora Carla Cristiani da Silva e o aluno da Instituição de Ensino Superior,

este fez a descrição dos mesmos e demonstrou o movimento no Material Didático

que resultou num DVD.

O próximo passo foi a confecção dos instrumentos avaliativos: Foi

confeccionado o banco de Wells, para o teste de flexibilidade; trave de equilíbrio,

para o teste de equilíbrio do Flamingo; dois blocos de madeira, para a realização

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do teste de agilidade; Shutlle Run, para o teste de resistência abdominal foi

providenciado colchonetes. O cronômetro foi utilizado em todos os testes.

Para a realização dos testes de agilidade e flexibilidade houve a

colaboração da estagiária Edna Rocha Machado e os testes de equilíbrio e

resistência o auxílio do professor Flávio José Brito Bassani. Foi de extrema

importância a participação dos colaboradores para a execução e o

desenvolvimento dos testes.

Na sequência foi dado início as aulas práticas e teóricas, onde a teoria era

realizada em forma de explanação oral, vídeos, no início sobre a história, as

curiosidades da modalidade dos atletas famosos etc. E a prática sempre através

de atividades lúdicas, de andar, correr, rolar, saltar, já direcionando para os

movimentos da ginástica de solo com os já citados como movimentos de

iniciação.

Este trabalho foi desenvolvido num período de 4 meses, iniciando em

março e finalizando em junho de 2009. Para finalizar foram aplicado os teste e

realizada a análise estatística a qual apresentaremos a seguir:

Para análise dos resultados, os mesmos formam tabulados em planilhas,

posteriormente utilizou-se estatística descritiva, análise de variância e teste de

Scheffé para localização das diferenças (p<0,05).

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4.0 Metodologia

A amostra foi composta por trinta e um alunos da 5ª série da rede pública

de ensino, entre 10 a 14 anos, sendo 14 meninos e 17 meninas. Foram realizadas

medidas de peso corporal e estatura para caracterização da amostra.

Posteriormente foi calculado o Índice de Massa Corporal (IMC).

O presente projeto de intervenção pedagógica foi desenvolvido no Colégio

Estadual Professor Segismundo Antunes Netto. EFM - normal – profissional, com

alunos da 5ª série. Num primeiro momento, deu-se a articulação das ações

planejadas com a Direção, a Equipe Pedagógica e Técnico-administrativa,

Assistente de Execução, Equipe Auxiliar Operacional, professores e alunos.

A implementação teve seu início na semana pedagógica onde foi exposto

primeiramente através de um banner o resumo, com o objetivo e a importância do

projeto a toda a comunidade escolar. Em seguida foi apresentado o material

pedagógico, um DVD elaborado no 2º período do Plano de Desenvolvimento

Educacional (PDE) que serviu para subsidiar na implementação do projeto de

intervenção com um passo a passo dos movimentos e a demonstração realizada

com o auxílio de um aluno da FAEFIJA, Faculdade Educação Física de

Jacarezinho, Tiago Ubirajara Perucci, apresentando detalhadamente alguns

movimentos básicos da ginástica de solo. O material multimídia DVD com a

apresentação dos movimentos da ginástica de solo enriqueceu as estratégias de

ensino das 34 aulas ministradas e servirá todos os professores da rede.

No terceiro período as ações foram colocadas em prática através de aulas

teóricas e práticas. Iniciou se com atividades de andar, rolar saltar, deslocar,

correr, partindo de movimentos e experiências que já realizavam e criando com

eles novas formas de se movimentar sempre direcionando para a execução do

objetivo proposto.

Os movimentos trabalhados foram: avião, vela, rolamento para frente,

rolamento para trás, parada de cabeça, parada de mãos, roda, reversão.

Os alunos foram instruídos sobre o desenvolvimento do teste e sua

utilização sempre procurando estimulá-los ao máximo para apresentar um bom

resultado. Foram aplicados testes motores para avaliação das capacidades físicas

pré e pós intervenção. Foram aplicados testes de resistência muscular localizada

abdominal, flexibilidade, agilidade e equilíbrio.

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A flexibilidade é a qualidade física que condiciona a capacidade funcional

das articulações a movimentarem-se dentro dos limites ideais de determinadas

ações. É a amplitude de movimento. O resultado do teste de sentar e alcançar foi

medido a partir da posição mais longínqua que o aluno podia alcançar na escala

com as pontas dos dedos. Registrou-se o melhor resultado entre as duas

execuções com anotação em uma casa decimal. (MARINS ; GIANNICHI, 2003)

Resistência muscular localizada foi realizada para o músculo abdominal.

Para a realização foi permitido ao aluno realizar as flexões de tronco com o

máximo de velocidade durante 1 minuto. Os alunos posicionaram - se em

decúbito dorsal com os joelhos flexionados a 90 graus e com os braços cruzados

sobre o tórax. O avaliador fixou os pés do estudante ao solo. Ao sinal o aluno

iniciou os movimentos de flexão do tronco até tocar com os cotovelos nas coxas,

retornando a posição inicial. O professor realizou a contagem em voz alta. O

aluno realizou o maior número de repetições completas em 1 minuto. Os materiais

utilizados foram colchonetes de ginástica e cronômetro. ( MARINS ; GIANNICHI,

2003)

Para a realização do teste de equilíbrio foi utilizado o cronômetro,

confeccionada uma trave de madeira medindo 50 cm de comprimento, 3 cm de

largura e 4 cm de altura. Os alunos posicionaram – se em pé em cima da trave,

elevavam uma das pernas, seguravam no tornozelo e tentavam manter o

equilíbrio por 1 minuto. O resultado foi expresso pelo número de tentativas até

permanecer 1 minuto ( MARINS ; GIANNICHI, 2003)

A agilidade que permite mudar de direção do corpo no menor tempo

possível. Conhecida como “velocidade de direção”. Para a agilidade, a

flexibilidade é importante. Para a realização deste trabalho foi selecionado o teste

de Shuttle Run. Para a realização deste teste foi utilizado o cronômetro e

confeccionado dois blocos de madeira medindo 5 cm de largura,5 cm de altura e

10 cm de comprimento. Foram traçadas duas linhas paralelas no solo distantes

9,14 metros, medidos a partir de suas bordas externas. Os blocos foram

colocados a 10 cm a frente da linha onde deveriam ir alcançá-los e 30 cm distante

um do outro. Ao sinal deslocavam buscando um, colocando ao chão atrás da linha

de saída, retornavam para alcançar o outro. O cronômetro era parado assim que

o 2º bloco era colocado ao solo (ROCHA, 2007, p. 131)

Na segunda etapa, foram inseridas aulas específicas de ginástica de solo.

As aulas foram teóricas e práticas com as explicações e contextualizações da

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ginástica. E por fim os re-testes que visaram verificar o impacto do exercício de

solo sobre as capacidades físicas dos alunos. A aplicação dos testes foi uma

etapa muito importante, na realização do trabalho, pois no dia a dia das aulas de

Educação Física dificilmente se aplica teste com o intuito de medir ou classificar

para obter algum resultado, não se consideram o corpo e o movimento humano

como objeto de estudo, mas compreende-se o movimento humano no âmbito da

cultura, abordando-o de forma contextualizada e historicizada, buscando explicitar

seus determinantes sociais. (MELLO, 2003). É preciso que o aluno entenda que o

homem não nasceu pulando, saltando, arremessando, balançando, jogando etc.

Todas essas atividades corporais foram construídas em determinadas épocas

históricas, como respostas a determinados estímulos, desafios ou necessidades

humanas. (SOARES, 1992, p. 39).

Embora fique clara a linha de trabalho que sugere as Diretrizes

Curriculares do Estado do Paraná, os testes aplicados antes e depois da

implementação no ambiente escolar foram de fundamental importância para a

conclusão do mesmo. Foram levados em conta três fases distintas que são:

preparatória, de aplicação dos testes e pós teste. A cada teste realizado era

tomado o cuidado de informar aos alunos o objetivo do mesmo e como seria

realizado. Foi indispensável planejar, analisar o espaço disponível e o material

específico necessário a aplicação dos testes e a confecção quando necessário.

Os registros foram realizados tão logo era executado. Foi criada uma ficha de

registro em ordem alfabética com as informações necessárias a identificação do

aluno como: nome, sexo, idade, dados a respeito dos testes e data da realização

do mesmo. (ROCHA, 1997, p.13-16).

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5.0 Resultados e Discussão

Na tabela 1 estão expressos os valores de média e desvio padrão para as

variáveis de idade, peso, estatura e IMC, ou seja, para a caracterização geral da

amostra. Não foram observadas diferenças significativas entre os sexos,

indicando a homogeneidade da amostra.

Tabela 1- Caracterização geral das crianças envolvidas no projeto de

implementação de ginástica de solo.

Idade (anos) Peso Estatura (m) IMC (kg/m2)

Meninos (n=14) 11,2 ± 1,06 43,3 ± 10,4 1,49 ± 0,10 19,2 ± 3,33

Meninas (n=16) 10,9 ± 0,8 37,5 ± 7,3 1,45 ± 0,07 16,4 ± 4,95

Total (n=30) 11,10 ± 0,9 40,2 ± 9,2 1,47 ± 0,09 17,7 ± 4,43

No gráfico 1 estão expressos os valores resultantes do teste de sentar e

alcançar (flexibilidade) nos momentos pré e pós intervenção. Não observou-se

diferenças significativas entre os momentos em ambos os sexos. Entretanto foram

significantes os valores entre os sexos, com superioridade das meninas em

detrimento aos meninos tanto no momento inicial como posteriormente.

p<0,01

Gráfico 1

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Outros estudos encontraram níveis de flexibilidade superiores a favor das

garotas em relação aos garotos. Essa diferença possivelmente possa ser

atribuída aos fatores anatômicos e a maior aceitabilidade por parte das meninas

das atividades em que os movimentos de flexibilidade são enfatizados, em

detrimento dos esforços mais vigorosos, que envolvem força/resistência muscular,

preferidos pelos meninos. Apesar disso ainda existe uma grande dificuldade para

a interpretação das informações produzidas por estudos relacionados à avaliação

do desempenho motor de crianças e adolescentes, visto que os resultados dos

testes motores envolvem uma multiplicidade de fatores como os aspectos

culturais e ambientais, além dos processos de crescimento, desenvolvimento e

maturação, sendo difícil destacar a contribuição relativa de cada um desses em

tarefas motoras. (OKANO et al., 2001).

Reportando - nos a literatura, Barbanti (1996 apud BRONSATO, 2007)

afirma que “as valências como a flexibilidade, agilidade podem ser trabalhadas de

maneira iguais por ambos os sexos”. Algumas atividades praticadas pelos

meninos em seu dia a dia, com envolvimentos de componentes físicos, poderia

ter contribuído para que eles apresentassem um desempenho percentualmente

melhor do que as meninas.

Conforme Azevedo (1997 apud ROMERO; NEGRÃO,1999) a

“flexibilidade”, de maneira geral, é considerada socialmente um atributo do sexo

feminino, a autora ainda afirma que as mulheres são geralmente mais flexíveis

que os homens em todas as faixas etárias.” Em relação a variavel da escola foi

observado que os alunos da rede particular foram melhores em relação aos

sujeitos da rede pública. Entende-se que o grau de flexibilidade depende do tipo

de movimento habitual do indivíduo, daí as autoras conclui- se que o

desempenho melhor do sexo feminino em flexibilidade pode ser um fator mais

social do que herdado.

Os resultados no gráfico dois sinalizam que no momento pré intervenção

os meninos foram mais ágeis do que as meninas significativamente (p<0,05).

Contudo, observa-se que após a intervenção as diferenças desaparecem, ou seja,

as meninas melhoram o desempenho no teste de agilidade após um período de

34 sessões de ginástica de solo. Entende-se que foi positivo, embora os meninos

se apresentassem mais ágeis num primeiro momento após a intervenção as

meninas obtiveram melhoras.

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No gráfico três estão expressos os valores médios obtidos a partir do

teste de abdominal modificado. Os valores médios apresentam ligeira

superioridade dos meninos, entretanto não demonstrando diferenças

siginificativas. No momento após a intervenção verifica-se um aumento na média

tanto dos meninos como nas meninas, mas não significativa.

No que diz respeito ás diferenças sexuais no desempenho motor, tem se

observado pequena vantagem a favor das crianças do sexo masculino no início

no início da infância. A partir da 2ª infância ( 6 a 10-12 ), anos os meninos

apresentam um melhor desempenho nas tarefas motoras que exigem potência

p<0,05 nos valores

pré

Gráfico 2

Gráfico 3

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muscular ao passo que naquelas que envolvem equilíbrio e flexibilidade, as

meninas sobressaem (OKANO et al., 2001).

Pollock e Wilmore (apud, BRONSATO, 2007) discorrem sobre

treinamento para força em mulheres, levantam questões relacionadas ao que

comumente se considera sexo frágil e estereotipado. Na prática diária, observam

que meninos e meninas praticam, de alguma forma, exercícios ou atividades que

desenvolvem a força muscular, mas por influência do meio social, as meninas são

levadas, desde cedo, a desenvolver pouco.

No gráfico quatro estão dispostos os valores de média e desvio padrão

dos resultados obtidos a partir do teste de equilíbrio de Flamingo. Não foram

observadas diferenças significantes entre os sexos e nem entre os momentos.

Verifica-se que os desvios tem grande magnitude, pode-se inferir que esse seja o

motivo da não significância entre os sexos. Por outro lado, observa-se uma

melhora não significativa, mas importante, pois na situação pós intervenção foram

anotadas menor número de quedas.

Quanto as diferenças entre as idades no desempenho das provas, foi

observada variação ao longo das idades, mas esta diferença torna-se cada vez

mais sutil conforme a criança fica mais velha. Experimentos laboratoriais indicam

que de sete a dez anos de idade a criança passa a apresentar desempenho, em

provas de equilíbrio e marcha, semelhante ao do adulto. (CURY; MAGALHÃES,

2006).

Gráfico 4

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No estudo de Romero; Negrão (1998) para o teste de equilíbrio, os

resultados dão conta que tanto os meninos quanto as meninas obtiveram

resultados iguais. Quando se analisou o desempenho neste teste, observou que

também não houve diferença entre sujeitos da rede pública em relação aos da

rede particular.

A criança atleta de ginástica olímpica apresenta um desenvolvimento

importante do equilibrio estático e dinâmico. Sabe-se que o equilibrio apresenta

íntima relação com uma boa função da musculatura intrinseca do pé e tornozelo,

relacionando-se com o melhor alinhamento do membro inferior (valgo de joelho e

rotação medial de quadril). (GUIMARÃES; SACCO; JOÃO, 2007).

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6.0 Considerações Finais

Conclui-se que é possível trabalhar com novas modalidades, inclusive

com modalidades esportivas individuais que não necessitam de bola. Na atividade

individual como a ginástica, o aluno se expressa, através dos movimentos, toda

sua cultura corporal. O mesmo se expõe individualmente, recebendo os olhares e

a percepção de todos do grupo trabalhado. Sente-se valorizado desde o início das

atividades e principalmente quando aprende novo movimento e consegue realizar

a atividade proposta. Verificou-se que é possível a inserção da prática de

ginástica, começando pelo desafio, pela curiosidade, pelo encantamento e beleza

que a modalidade apresenta. Constatou-se que a ginástica trouxe benefícios tanto

na aceitação da implementação quanto nos resultados apresentados, embora o

projeto tenha sido desenvolvido num curto período. No teste de equilíbrio pós

intervenção os alunos apresentaram menor número de quedas, subentende-se

que houve melhora nesta capacidade física trabalhada e avaliada. No teste de

agilidade verificou num primeiro momento que os meninos foram mais ágeis que

as meninas, mas depois do trabalho realizado esta diferença desapareceu,

havendo melhora nesta qualidade física das meninas. No teste de resistência

abdominal ambos os sexos apresentaram melhoras pós intervenção. No teste de

flexibilidade as meninas apresentaram-se mais flexíveis tanto no teste pré quanto

no pós intervenção. Conclui-se que a implantação da ginástica de solo no

ambiente escolar trouxe melhoras significativas das capacidades físicas avaliadas

em ambos os sexos. Para 2010 o projeto será inscrito no programa da Secretaria

Estadual de Educação (SEED) “Viva a Escola”. Pretende-se dar continuidade com

a modalidade, não só pela aceitação da comunidade escolar, mas por acreditar

que trará muitos benefícios aos nossos alunos como vimos neste estudo.

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7.0 Referências

BUSTO, R. M.; Aprendizagem dos exercícios Básicos da Ginástica de Solo Disponível em <http://www2.uel.br/cef/SGO/ARTIGOS/SOLO.PDF> Acesso em:12 maio 2008.

BRONSATO, T. M. S.; ROMERO, E.. Relação de gênero e de desempenho físico e motor de alunos submetidos aos testes do eurofit. Movimento, Rio de Janeiro, n. , p.21-34, 2007. CURY, R. L. S. M.; MAGALHÃES, L. C.. Criação de protocolo de avaliação do equilibrio corporal em crianças de quatro, seis e oito anos de idade: Uma perspectiva funcional. Revista Brasileira de Fisioterapia, São Carlos, n. , p.347-354, 2006. GUIMARÃES, M.m.b.; SACCO, I.c.n.; JOÃO, S.m.a.. Caracterização postural da jovem praticante de ginástica olimpica. Revista Brasileira de Fisioterapia, São Carlos, n. , p.213-219, 2007. HOSTAL, P.. Pedagogia da Ginástica Olímpica. In: HOSTAL, P.. Pedagogia da Ginástica Olímpica. São Paulo: Manole, 1982. p. 109. KUNZ, E. Transformação didático-pedagógica do esporte, Ijuí 6.ed. UNIJUÍ, 2004 - 160 p. MARINS, J. C.; GIANNICHI, R. S. Avaliação & prescrição de atividade física: guia prático. 3. ed. Rio de Janeiro: Shape, 2003. MELLO, A. S. Cultura Corporal: pressupostos, representações sociais e reflexões acerca dessa concepção pedagógica.. In: XIII Congresso Brasileiro de Ciências do Esporte,2003. Caxambu/MG. NONOMURA, M.; NISTA-PÍCCOLO,V. L.; EUNEGI, G. Ginástica olímpica ou ginástica artística? Qual a sua denominação? R. brás..Ci. e mov. 2004; 12(4) ; 69-74. PARANÁ/SEED Diretrizes Curriculares de Educação Física.<Disponívelem<http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/diaadia/diadia/index.php?PHPSESSID=2008082815004634 > Acesso em :19 maio 2008.

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ROCHA, P. E. C. P. Avaliação das valências físicas. In: ROCHA, P. E. C. P. Medidas e avaliação: em ciências do esporte. Rio de Janeiro: Sprint, 1995. p. 93-137. ROMERO, E.; NEGRÃO, A. C. S. Gênero e desempenho motor <br> entre meninos e meninas frente ao Eurofitness test. Relações de gênero e <br> de desempenho físico e motor de alunos submetidos aos testes do EUROFIT. 1999. Disponível em<bhttp://lattes.cnpq.br/2904483495588665. Acesso em 02 dez. 2009 SABA, F. Mexa-se: atividade física, saúde e bem- estar. 2.ed. – São Paulo: Phorte, 2008. p.317 SOARES, C. L. et al. Confronto das perspectivas da educação física escolar na dinâmica curricular. In: SOARES, C. L. et al. Metodologia do Ensino de Educação Física. São Paulo: Cortez, 1992. p. 39.

SOARES, C. L. et al. O tempo pedagogicamente necessário para o processo de assimilação do conhecimento. In: SOARES, C. L. et al. Metodologia do Ensino de Educação Física. São Paulo: Cortez, 1992. p. 77.

VIEIRA, S.; FREITAS, A. O que é ginástica artística: história, regras e curiosidades. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2007.

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ANEXOS

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MOVIMENTOS BÁSICOS DA GINÁSTICA DE SOLO

VELA

Em decúbito dorsal elevar as pernas e o quadril, mantendo o corpo numa

posição de equilíbrio invertido com o corpo ereto, apoiar apenas na nuca e nos

braços, com as mãos no solo ou ajudando a manter o quadril elevado.

AVIÃO

De frente, apoiar em um dos pés no solo, elevar a outra perna estendida

para trás abaixando o tronco simultaneamente até os ombros e a perna elevada

chegarem, gradativamente, à horizontal. Os braços deverão estar estendidos a

lateral.

ROLAMENTO PARA FRENTE GRUPADO

Em pé, abaixar, apoiar, apoiar as mãos no solo, flexionar a cabeça

trazendo o queixo junto ao peito, encostar a parte posterior da cabeça no solo,

rolar para frente, sair na posição giminica.

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ROLAMENTO PARA TRÁS GRUPADO

Agachado, queixo no peito, mãos nos ombros com as palmas voltadas

para cima. Rolar para trás sem tirar o queixo do peito, apoiar as mãos no solo e

terminar com os pés no solo.

ROLAMENTO PARA FRENTE CARPADO

Partindo da posição de pé com pernas unidas, impulsionar-se para frente,

apoiando as mãos no solo, queixo no peito , rolar sobre as costas com as pernas

unidas e estendidas, com auxílio das mãos ao lado das pernas, colocar-se na

posição de pé.

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ROLAMENTO PARA TRÁS CARPADO

Partindo da posição de pé, desequilibrar deixando-se rolar para trás com

as pernas unidas estendidas, apoiando as mãos no solo ao lado da cabeça, com

os dedos voltados para trás e os polegares voltados para os ouvidos. Rolar,

empurrar o solo com as mãos até a posição carpada, finalizar em pé.

ROLAMENTO PARA FRENTE AFASTADO

Partindo da posição de pé com as pernas unidas, apoiar as mãos no solo

e, impulsionando o corpo com as pernas, rolar sobre as costas, afastando as

pernas pouco antes de elevar-se com o auxílio de ambas as mãos entre as

coxas.

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ROLAMENTO PARA TRÁS AFASTADO

Partindo da posição em pé, com as pernas unidas, desequilibrar

deixando-se rolar para trás, e ao tocar os ombros no solo afastar as pernas,

apoiando as mãos ao lado da cabeça e dedos voltados para os ouvidos. Empurrar

o solo com as mãos até a posição de pé com as pernas afastadas.

ROLAMENTO PARA FRENTE BICO DE PATO

Partindo da posição em pé com as pernas unidas, flexioná-las, apoiar as

mãos no solo e impulsionar o corpo, rolar, levantar segurando uma das pernas

com a mão oposta.

PARADA DE CABEÇA

Ajoelhado, apoiar as mãos e a cabeça no solo, formando o desenho de

um triângulo , em 3 apoios, tentar equilibrar-se apoiando os joelhos no cotovelo.

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Procurar estender as pernas , colocar-se em equilíbrio invertido com o corpo

estendido.

PARADA DE OMBRO

Apoiar o ombro no solo, um braço estendido o outro flexionado com as

palmas da mão no solo. Elevar as pernas e manter o equilíbrio.

MATABORRÃO

Sentado, pernas flexionadas, um braço estendido e dedos voltados para

trás, outro flexionado, impulsiona o corpo para trás rolando sobre o braço que

está estendido, o braço que estava flexionado apoiará a mão no solo ajudando a

finalizar o movimento.

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PARADA DE ANTEBRAÇO

Apoiar os antebraços no solo. Elevar uma perna de cada vez, equilibrar o

corpo na posição invertida, manter o corpo estendido .

PARADA DE MÃOS

Apoiar as mãos no solo, elevar uma das pernas em seguida a outra, ficar

na posição invertida com o corpo estendido, manter o equilíbrio.

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PARADA DE PEITO

Apoiar as mãos no solo, elevar as pernas , manter o equilíbrio, flexionar

os braços e descer lentamente.

PRANCHA

Apoiar as mãos no solo, idem as pontas dos pés elevar o corpo, tirar o pé

do solo e equilibrar o corpo sobre as mãos.

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ESQUADROS CARPADO

Sentado, mãos fechadas e apoiadas ao lado do corpo, elevar as pernas

unidas e estendidas.

ESQUADRO AFASTADO

Sentado, com abertura lateral das pernas, corpo ereto , uma mão apóia

entre as pernas e a outra ao lado do corpo. Colocar força nos braços,

principalmente no abdomem e fazer a subida das pernas.

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ESQUADRO GRUPADO

Sentado, pernas flexionadas, a perna direita flexionada para trás e a

esquerda flexionada a frente do corpo, mãos uma ao lado do corpo e outra entre

as pernas , eleva o corpo colocando força nos braços.

RODA

Inicia-se com os braços para cima ao longo da cabeça, faz uma descida

frontal, executar um giro do tronco, apoiar totalmente a mão no solo para melhor

retorno a posição em pé.

RODANTE

Iniciar com os braços para cima ao longo da cabeça, faz uma descida

frontal tocando as palmas das mãos no solo, elevar as pernas e uni-las, chegar

ao solo com os dois pés juntos.

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REVERSÃO FRENTE

Em pé, mãos ao longo da cabeça, apoiar as mãos no solo, elevar as

pernas , tocar no solo um pé depois o outro.

REVERSÃO PARA TRÁS

Desequilibrar para trás colocando as mãos no solo, elevar uma perna

depois a outra, ficar em posição de pé.