a aplicaÇÃo do ciclo pdca na gestÃo de obra para …

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CENTRO UNIVERSITÁRIO CESMAC CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GERENCIAMENTO DA CONSTRUÇÃO CIVIL - OBRAS JOSÉ CICERO MARIANO DOS SANTOS LIMA A APLICAÇÃO DO CICLO PDCA NA GESTÃO DE OBRA PARA REDUÇÃO DE CUSTOS. MACEIÓ-AL 2019/1

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Page 1: A APLICAÇÃO DO CICLO PDCA NA GESTÃO DE OBRA PARA …

CENTRO UNIVERSITÁRIO CESMAC CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GERENCIAMENTO DA CONSTRUÇÃO CIVIL

- OBRAS

JOSÉ CICERO MARIANO DOS SANTOS LIMA

A APLICAÇÃO DO CICLO PDCA NA GESTÃO DE OBRA

PARA REDUÇÃO DE CUSTOS.

MACEIÓ-AL

2019/1

Page 2: A APLICAÇÃO DO CICLO PDCA NA GESTÃO DE OBRA PARA …

JOSÉ CICERO MARIANO DOS SANTOS LIMA

A APLICAÇÃO DO CICLO PDCA NA GESTÃO DE OBRA

PARA REDUÇÃO DE CUSTOS.

Artigo apresentado como requisito final, para conclusão do curso de Gerenciamento da construção civil - obras do Centro universitário CESMAC, sob a orientação do professor Ismael Weber.

MACEIÓ-AL

2019/1

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JOSÉ CICERO MARIANO DOS SANTOS LIMA

A APLICAÇÃO DO CICLO PDCA NA GESTÃO DE OBRA

PARA REDUÇÃO DE CUSTOS.

Artigo apresentado como requisito final, para conclusão do curso de Gerenciamento da construção civil - obras do Centro universitário CESMAC, sob a orientação do professor Ismael Weber.

________________________________________________

Prof. Msc. Ismael Weber

APROVADO EM : ___/____/_____

BANCA EXAMINADORA

_________________________________________

AVALIADOR

_________________________________________

AVALIADOR

_________________________________________

AVALIADOR

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A APLICAÇÃO DO CICLO PDCA NA GESTÃO DE OBRA

APPLICATION OF THE PDCA CYCLE IN WORK MANAGEMENT

José Cicero Mariano dos Santos Lima [email protected]

Ismael Weber [email protected]

RESUMO

Os novos empreendimentos da construção civil estão cada vez mais sob a

pressão de exigências como: entrega no prazo; qualidade estética e de seu uso

após a entrega; e os lazeres e preços que os empreendimentos concorrentes

oferecem. A mercê destas, a equipe de gerenciamento tem que partir em buscas por

alternativas que as atendas da melhor forma possível, a qual nem sempre é uma

tarefa fácil. A introdução da conduta da qualidade dentro dos canteiros de obras,

quando bem empregada, demonstra que não se melhora os resultados apenas

investindo em tecnologias caras, mas também aprimorando as técnicas ali presentes

com a realização da capacitação de seus profissionais, e dando mais importâncias

as etapas de projetos e planejamentos. Estas alternativas têm a capacidade de

proporcionar tanto a satisfação dos clientes externos como internos, pois o

profissional que ali trabalhar vai perceber que não está ali apenas como um executor

de tarefas, mas sim uma pessoa capacitada para desempenhar aquela função,

levantando assim a moral de toda a equipe.

PALAVRA-CHAVE: Planejamento. Qualidade. Redução. Custos.

ABSTRACT

The new civil construction enterprises are increasingly under pressure from requirements such as:

timely delivery; aesthetic quality and its use after delivery; and the leisures and prices that competing

ventures offer. At the mercy of these, the management team has to start searching for alternatives that

best serve them, which is not always an easy task. The introduction of quality management within the

construction sites, when well employed, demonstrates that the results are not only improved by

investing in expensive technologies, but also by improving the techniques present in the training of its

professionals, and by giving more importance to the stages of projects and planning. These

alternatives have the capacity to provide both external and internal customer satisfaction, since the

professional who works there will realize that he is not only there as a performer but also a person

capable of performing that function, thus raising the morale of all team.

KEYWORDS: Planning. Quality. Reduced. Costs.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO..........................................................................................................6

1.1 JUSTIFICATIVA....................................................................................................7

2 METODOLOGIA....................................................................................................8

2.1 Conceitos de qualidade.......................................................................................8

3 DISCUÇÕES...........................................................................................................10

3.1 Ciclo PDCA..........................................................................................................10

3.1.1 Plan (Planejar)...................................................................................................11

3.1.2. Do (Desempenhar)...........................................................................................12

3.1.4 Act (Agir)............................................................................................................12

3.1.3. Check (Checar)................................................................................................13

3.2 Importâncias do projeto para execução...........................................................13

3.2.1 Escopo do projeto..............................................................................................14

3.2.2 Consequência da má elaboração de projetos...................................................15

3.2.3 Perdas em obras...............................................................................................15

3.2.2 Aprimoramento das técnicas construtivas.........................................................16

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................17

REFERÊNCIAS..........................................................................................................19

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1 INTRODUÇÃO

Segundo Oribe (2012) os primeiros passos do pensamento científico se

iniciaram durante o período da idade moderna, onde pensadores como René

Descarte, Galileu Galilei e Nicolau Copérnico, expuseram métodos para

avaliações do ambiente natural, realização de medições com precisão e a

instigação de novas teorias baseadas em experimentos. Tais ensinamentos

serviram de impulso para o caminho de novas ideologias futuras como o

racionalismo, o empirismo e o pragmatismo.

Durante o inicio do século XX, a Administração passa a ser vista como

uma ciência utilizando-se de métodos científicos para combater o desperdício,

perdas e desenvolver procedimentos para aumentar a produtividade nas

empresas. A partir destas politicas, surge a Escola da Administração Cientifica

tendo a frente os ideais do engenheiro americano Frederick Wilson Taylor,

onde ele dedica seu foco na realização de tarefas. Taylor acreditava que

sempre há uma maneira mais ágil e um equipamento mais apito que os outros

para a realização de um procedimento, e para avaliar estas situações, ele

definiu que a observação e a mensuração dos tempos e movimentos realizados

em cada tarefa, como ferramentas vitais para o aperfeiçoamento de tais

técnicas. (CHIAVENATO, 2011).

Com seu pensamento pioneiro nas técnicas da organização e

Administração, Taylor sugeriu que para um melhor desempenho o

planejamento sucedesse ao improviso e a ciência o empirismo. Ele foi o

primeiro a introduzir de forma racional cargos e tarefas, de maneira a qual este

método facilitasse o gerenciamento e possibilitasse a elevação da eficácia do

trabalhador, dando assim uma maior produtividade. Para o bom planejamento

do processo de produção, Taylor recomendava que se fizesse o Plan-Do-See

(planeje, execute e veja) (CHIAVENATO, 2011).

Apoiado pelas ideias dos filósofos pragmatistas, John Dewey e Clarence

Irving Lewis, Walter A. Shewhart alegou que as recomendações de Taylor para

o processo produtivo, o Plan-Do-See, deveriam ser abordado de maneira

cíclica, pois o conhecimento adquirido através das avaliações dos problemas

existentes em um processo de produção poderia contribuir para o

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melhoramento das passagens subsequente do mesmo processo de produção

(Oribe, 2009).

Figura 1.1 - Ciclo de Shewhart de 1939.

Fonte: Oribe (2009).

De acordo com Oribe (2009), este modelo de pensamento de gestão de

produção foi levado ao Japão pelo americano Deming durante o período pós-

guerra, mas devido à questão cultural ele sofreu alguns preconceitos pelo povo

daquele país, pois o verbo See (veja) naquele local traz apenas o significado

da ação de observar, ou seja, para eles nenhuma ação no âmbito de melhoria

do processo de produção seria tomada, voltando assim a sequencia linear de

Taylor Plan- Do-See (planeje, execute e veja). Mas defendendo o método,

Deming explica o verdadeiro proposito do verbo See (veja), acabando os

japoneses depois acrescentando a palavra Action (ação).

Com o passar do tempo, o mercado da construção civil está cada vez

mais dinâmico e competitivo, tendo o cliente sempre a escolha do melhor

produto e o menor preço. Para alcançar estes dois objetivos, a gestão das

construtoras tem que investir em bom planejamento, pois segundo Badiru

(1993, apud MATTOS, 2013 p. 6), esta é a etapa mais importante do ciclo

PDCA por que dará inicio a todo sistema.

1.1 JUSTIFICATIVA

A implantação do ciclo PDCA tem a proposta de melhorar os processos

de construção com os seguintes preceitos: planejar; desempenhar; checar; e

agir. Estes fundamentos tem o objetivo de evoluir as técnicas desenvolvidas

pela empresa através de estudo de acompanhamento criando um ciclo infinito

de melhorias, buscando sempre reduzir o tempo de produção, redução de

custo, e a procura pela qualidade.

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2 METODOLOGIA

Este trabalho foi realizado com o intuito de adquirir conhecimento sobre

o tema, e pra alcançar seus objetos foram realizado pesquisa em sites

específicos como, Construção Mercado-negocio de incorporação e construção

e Ademi-Al, bem como em livros e artigos que retratassem sobre o assunto.

Serão utilizados os seguintes descritores: Gerenciamento, qualidade, redução

de custo.

2.1 Conceitos de qualidade

No cenário atual a qualidade é um item indispensável para a

sobrevivência de qualquer empresa, sendo ela não limitada apenas à

funcionalidade perfeita do produto em si por um período de tempo após a

entrega, mas também abrangendo desde as linhas do processo de confecção

das características do item de modo que; atenda às necessidades que a

sociedade impõe e o seu processo de produção ocorra de forma perfeita sem a

possibilidade de erro de execução (CAMPOS, 2004).

Na antiguidade já se mostrava uma preocupação com a garantia do

produto após a compra, tendo o consumidor direito a questiona-los.

Conforme Oliveira (2009, p.3):

Por volta de 2150 a.C., o código de Hamurabi já demonstrava uma preocupação com a durabilidade e funcionalidade das habitações produzidas na época, de tal forma que o construtor que não negociasse um imóvel que não fosse sólido o suficiente para atender à sua finalidade e desabasse, ele, construtor, seria imolado.

Antes de chegar ao conceito atual, à qualidade passou por um longo

processo de transformações. Conforme Oliveira (2009), este processo passou

por três fazes: a era da inspeção, a era do controle estatístico e a do controle

da qualidade total. Na primeira fase, a inspeção dos bens era feita de produto a

produto, pelo próprio fabricante. No início da segunda fase, a supervisão de

produção pelo modelo anterior se tornou inviável pela grande demanda dos

modernos sistemas, sendo utilizados métodos estatísticos. Até o inicio deste

período, o foco principal era a localização de defeitos, quando que com o

passar do tempo, o pensamento cientifico começou a abordar questões da área

do controle da produção, abrindo as portas para o surgimento do controle da

qualidade total.

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Figura 2.1 - Eras da qualidade Fonte: Oliveira, et al, (2004)

O controle de processo é a ferramenta onde através de um

planejamento são estabelecidos parâmetros para a boa gestão de uma

indústria. Para se alcançar o sucesso, a equipe de gerenciamento tem que

estabelecer objetivos para toda a supervisão e caminhos para que estes

possam ser alcançados, no qual após suas implantação será realizado um

monitoramento observando os pontos positivos e negativos com a avaliação de

suas causas, para que possam ser corrigidos e implementados com novas

metas (CAMPOS, 2004).

Um bom controle de processo da a qualquer indústria a possibilidade de

ser competitiva no mercado em que atue, pois a ele são atribuídos

características da qualidade que por sua vez leva a produtividade. A

produtividade é a razão entre o que a empresa produz e o que ela consome,

onde nesta relação são levados em consideração os fatores como valores

produzidos, faturamento, custo e o cliente como razão decisiva (CAMPOS,

2004).

O bom funcionamento de uma empresa não depende apenas da

dedicação de seus funcionários, mas também de técnicas que possam ser

compreendidas e desenvolvidas por todos. Para que estas sejam implantadas

com eficiência, toda gestão empresarial tem que investir no ganho de

conhecimento pela equipe realizando: capacitação continua dos empregados

com cursos e treinamentos, consultorias com profissionais especializados e

melhoramento no processo de contratação, recrutando pessoas que possam

contribuir para o bem estar da empresa. Embora os investimentos na busca

pelo melhoramento do ser humano no ambiente empresarial não sejam

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aqueles que expressem o resultado mais rápido, ele é o que possui o retorno

mais alto no Controle da Qualidade Total (CAMPOS, 2004).

3 DISCUÇÕES

3.1 Ciclo PDCA

Por ciclo PDCA, entende-se o conjunto de ações ordenadas e interligadas entre si, disposta graficamente em um círculo em que cada quadrante corresponde a uma fase do processo: P(plan=planejar); D(do=fazer, desempenhar); C(check=checar; controlar; A(act=agir, atuar) (MATTOS, 2010,p.37).

Figura 3.1 - Ciclo de vida do projeto Fonte: Mattos (2010)

A construção civil possui particularidades especificas que criam barreiras

para os conceitos atuais de Qualidade. Por seu campo de atuação não

apresentar local fixo, seus itens serem exclusivos e apresentarem tecnologias

arcaicas, a utilização destes conceitos pelos construtores se torna difícil. Além

destes fatores citados, outras questões também interferem no processo de

produção como: os clientes, fornecedores, etapa de confecção dos projetos,

equipe de execução, e uso após a entrega (oliveira; et al, 2009).

Em harmonia com Campos (2004), como na construção civil os

processos não são reincidentes, o ciclo PDCA deve ser usado na evolução do

nível de controle utilizando propostas que apresentem um objetivo com

estimações determinadas. Para obter ótimos resultados na melhoria do nível de

controle, os padrões de produção de uma empresa devem estar sempre em

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uma marcha de evolução, onde cada mudança apresentará um novo padrão de

supervisão, a qual será atribuída novas metas. Para que o PDCA tenha êxito

nos procedimentos de melhoria continuas nas condutas de administração, é

preciso que toda a equipe de gerenciamento aplique constantemente seus

preceitos para o estabelecimento de novas diretrizes de controle de maneira

que elas se enquadrem cada vez mais com a metodologia de trabalho da

empresa trazendo o seu planejamento para a realidade.

3.1.1 Plan (Planejar)

O planejamento é uma das etapas mais importantes de uma obra,

porque através dele se pode escolher o método construtivo mais apropriado

para a situação, e determinar o seu cronograma de acordo com os recursos

disponíveis, para que desta forma tudo ocorra bem durante seu andejar. Para o

estabelecimento de tais procedimentos, a equipe de planejamento deve

analisar os projetos e o estudo da localização e dimensão da obra na procura

por dificuldades que podem atrapalhar o seu fornecimento de insumo e a sua

execução (MATTOS, 2010).

O estudo de um projeto é uma ação necessária na prática do planejar,

dado que permite o planejador visualizar o empreendimento e fazer o

reconhecimento de pacotes de trabalho, de maneira quê possa organizá-los de

forma lógica com a finalidade de adequá-los a realidade a ser enfrentada pela

equipe de campo. A identificação destes pacotes é fundamental para obra, pois

a decomposição desta possibilita que os responsáveis por sua organização

enxerguem as atividades para a sua execução. Um ponto a considerar em um

planejamento é que o número de atividades consideradas em um serviço

define o nível de controle a qual se quer estabelecer em seu canteiro, levando

em consideração o tempo médio de atividades, no qual uma muito longa não

pode ficar em um roteiro com outra bastante curta. Desta maneira, tem que

existir uma estabilidade para referência do planejador (MATTOS, 2010).

Na análise das atividades para estipular sua duração, é importante se

fazer buscas em bancos de dados da própria empresa ou em composições de

custos unitários, tendo o intuito de examinar a produtividade individual para se

souber quanto tempo uma equipe leva para executar um serviço, ou quantos

funcionários é necessário em uma equipe para concluir um serviço em um

determinado tempo, obtendo desta forma uma estimação de custo (MATTOS,

2010).

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A sequência de atividades que influencia o prazo de conclusão de uma

obra se chama de caminho crítico. Estas informações trabalhadas permite o

planejador visualizar quais atividades são prioritárias, e como será o plano de

ataque da obra elaborado para a equipe de campo. Todo este conhecimento irá

resultar no cronograma que concretiza mapas que irá demonstrar o dia a dia do

canteiro (MATTOS, 2010).

3.1.2. Do (Desempenhar)

Toda a equipe de trabalho deve ser treinada para realizar suas tarefas

com excelência, adotando padrões de técnicas, tempo de exercício e

qualidade. Os responsáveis pela supervisão devem estar informados sobre

toda a programação e capacitados para coletar dados de maneira precisa.

Todo o profissional tem que ser treinado para ser o melhor no que faz, pois um

treinamento realizado de qualquer jeito, você está permitindo que ele execute o

exercício de qualquer maneira, baixando a moral da equipe (CAMPOS, 2004).

Depois de todo o treinamento e o planejamento, pode-se dar inicio a

execução das atividades, tendo a gerencia a responsabilidade de guiar as

equipes para alcançar as metas que foram planejadas, evitando ao máximo se

afastar delas rumo aos sentidos desfavoráveis. Nem sempre o que foi pensado

é alcançado em campo devido a questões de clima, serviços mal planejados ou

decisões erradas; mas a escolha de tentar sempre cumprir o que foi elaborado

no planejamento é umas das garantias de sobrevivência da empresa, pois cada

descumprimento acarretará em custos extras no orçamento (MATTOS, 2010).

3.1.3. Check (Checar)

A etapa de controle do PDCA tem a premissa de aferir o que foi

idealizado com o que está sendo executado, expressando o intuito de procurar

as atividades que estão tendo dificuldades em cumprir o programado e quais

os problemas a qual estão acarretando este incômodo, ou a busca por

possíveis melhoras nos procedimentos de execução os quais levarão menos

tempo, ora custo.

Como todo planejamento não é exatamente preciso, o monitoramento da

obra traz a possibilidade de visualizar o seu andamento, desempenhando

aferições sobre o seus progressos e fazendo comparações com as suas datas

de inicio e fim estabelecidas no cronograma realizando mensurações sobre

seus avanços. Estas informações são vitais para se perceber os desvios e os

impactos negativos, dando ao responsável a oportunidade enxergar respostas

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para estes problemas e prováveis antecipações que resultarão em benefícios

(MATTOS, 2010).

3.1.4 Act (Agir)

Em muitas empresas, quando um problema aparece em um determinado

setor, e em boa parte dos casos, toda a mobilização se direciona apenas para

resolvê-lo, não havendo nenhuma preocupação pelas busca de suas possíveis

causas. Este tipo de ação limitada permite que essa situação se repita

ocasionando prejuízos à empresa.

Após seguir as três primeiras etapas do ciclo PDCA, a sua ultima é onde

são avaliadas as situações e discutidas as opiniões e sugestões para aprimorar

as atividades, e a correção dos erros envolvidos nela adotando medidas

estratégicas. Nesta etapa as decisões devem ser tomadas com certa agilidade

de tempo, pois quanto mais tardia elas forem por mais tempo o erro

acontecerá, sendo assim, aumentando as consequências dos desvios e

diminuindo o prazo do período de correção (MATTOS, 2010).

3.2 Importâncias do projeto para execução

Um projeto de engenharia é o referencia para qualquer mentor de obra,

pois é onde se encontra explicito os meios para alcançar um objetivo que irá

atender as necessidades de seu usuário futuro. A fase de projeto é o agente

decisivo para qualquer tipo de empreendimento, posto que seja nela

estabelecida a visão lógica a qual possibilita os meios para os ganhos

financeiros. Segundo Melhado e Agopyan (1995), a fase de projeto tem quê ser

valorizada pelo empreendedor por causa de sua influencia na qualidade, visto

que as decisões nela tomada tem uma capacidade maior de influenciar nos

custo como visto na imagem abaixo.

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Figura 3.2 - Capacidade de influenciar o custo final de um empreendimento de edifício ao longo de suas fases Fonte: Melhado e Agopyan (1995)

3.2.1 Escopo do projeto

Dá-se o nome de escopo ao conjunto de componentes que perfazem o

produto e os resultados esperados do projeto. Em outras palavras, é a

abrangência, o alcance do projeto com um todo (MATTOS, 2010, p. 57).

O gerenciamento de projeto é importante para o bem andar do

empreendimento e para facilitá-lo, todos os limites do projeto têm que estar

bem esclarecidos definindo as partes que irão compor o escopo. Como no

período de definição do escopo pode haver projetos incompletos, é importante

deixar que o serviço esteja identificado para posteriormente detalhá-lo, pois o

que não estiver no escopo não fará parte do planejamento (MATTOS, 2010).

De acordo com Mattos (2010), o método mais aconselhável para o

reconhecimento de serviços é a Estrutura Analítica do Projeto. Nela, a obra é

decomposta em blocos, que por sua vez são decompostos em elementos

menores até alcançar um ponto que fique fácil o seu entendimento tornando

desta forma o seu planejar mais hábil. Toda esta decomposição será

organizada em uma estrutura hierarquizada onde cada nível inferior irá

representar os detalhes do nível superior, onde se unir todos os níveis verá a

concepção do escopo total que está no topo da estrutura analítica de projeto.

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3.2.2 Consequência da má elaboração de projetos

O resultado final de uma obra depende da associação de três fatores:

Projeto, planejamento e execução. Por os resultados não serem visto de

imediato no primeiro, é muitas vezes dado pouca importância a ele. Vale

apenas lembrar que para se obtiver uma boa execução de obra é preciso ter

um bom planejamento, que por sua vez é necessário um bom projeto, para que

informações importantes não tenham passado a despercebidas e

posteriormente ser corrigidas no canteiro, causando atrasos e aumento nos

custos.

A compatibilização de projetos na obra é um problema para qualquer

engenheiro, visto que nem sempre eles estão totalmente definidos e em

algumas ocasiões causam interferências em outros projetos, questão que às

vezes só é percebida durante a execução. Devidos a estes problemas,

normalmente eles voltam para as mãos do projetista tomando um tempo que

pode causar interferência no cronograma. Os erros em projetos não afetam

somente a área da produção, mas também setores como o de compra e

orçamento devido que precisam deles para desempenhar suas funções, pois

existe a necessidades de observar e analisar os quantitativos ali presentes

para realizar os pedidos, ou os pedidos já realizados não atende mais as

mudanças ocorridas (CORREIA; et.al, 2017).

3.2.3 Perdas em obras

As perdas em obras têm diversas origens, sejam elas: cargas e

descargas mal feitas; armazenamentos impróprios; manuseio e transportes mal

feitos; e roubos. Para evitar estes transtornos é importante ter um bom controle

sobre todos os processos que estão presentes dentro do seu canteiro, não as

considerando como perdas normais do exercício praticado, mas sim como um

obstáculo a ser vencido. Há procedimentos que o desperdício pode ser evitado,

e outros que eles são agregados ao método adotado. Exemplos de desperdício

em obras são: restos de vergalhão descartados por seus tamanhos não

atenderem mais as peças; aqueles despercebidos por estarem agregados a

obra como deformações de fôrmas ou acréscimos nas espessuras das lajes; e

aumento nas espessuras de rebocos por desaprumo das paredes (MATTOS,

2006).

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É importante que o responsável esteja atento as tecnologias disponíveis

para evita-los. A perda significa um lucro que deixou de ser adquirido.

Figura 3.3 – Perda de insumos Fonte: Mattos (2006)

3.2.2 Aprimoramento das técnicas construtivas

A sobrevivência de uma empresa é somente garantida no mercado atual

se atender as necessidades de seus consumidores, e cada passo que a sua

gestão dá em sentido contrário a este objetivo, ele está comprometendo a sua

existência. Conforme Campos (2004), a existência de uma empresa é

garantida a partir da montagem de uma equipe de profissionais que consiga

criar e manusear um procedimento que gere itens que seja referencia para o

consumidor, conquistando o seu favoritismo a um preço inferior ao seu

concorrente. Como foi visto no feirão Ademi da casa própria em 2018, 3.634

imóveis de diversos padrões foram disponibilizados por 13 construtoras, sendo

este fato uma amostra da competitividade do mercado na capital alagoana.

Para superar a concorrência, cada construtora tem que pensar em alternativas

no intuito de atrair os seus clientes e que reduzam o seu custo de produção

para tornarem seus preços mais agradáveis aos olhos dos mesmos.

No âmbito de baixar os custos, políticas de combates ao desperdício e

aumento da produtividade são essências. Uma alternativa para reduzir os

custos em obras verticais de concreto armado é a utilização de aço cortado e

dobrado, pois além de reduzir as perdas ele proporciona um aumento na

produtividade, que por sua vez da à possibilidade de reduzir a força de

trabalho. Embora o preço pelo quilograma do aço cortado e dobra seja superior

que o estirado ele ainda é considerado uma grande vantagem em ao estirado,

pois a quantidade de aço estirado comprada para atender uma demanda de

aço cortado e dobrado seria superior fazendo com que o seu preço de

aquisição seja maior. Outra possibilidade observada é que o corte e dobra de

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aço na necessita às vezes de um espaço que nem sempre é disponível na

obra, atrapalhando assim sua logística (BARROS, 2018).

Outra possibilidade de reduzir custos dentro do canteiro de obra é a

introdução da bisnaga, pois ela deposita apenas a quantidade de argamassa

necessária para os assentamentos dos blocos. Em uma obra realizada em

Santa Catarina, um engenheiro constatou que após o treinamento para o uso

escantilhão e bisnaga no levantamento da alvenaria em bloco de concreto

diminuiu em 70% o consumo de argamassa em comparação com uma mesma

quantidade de serviço realizada anteriormente com a colher de pedreiro. Este

excesso de argamassa além de desperdiçada, também dificulta a execução de

serviços posteriores com a instalação da rede elétrica, já que as passagens

dos blocos eram obstruídas. A busca por melhorias na parou somente na

adição destes equipamentos, tal que a construtora pretendia investir na

logística do canteiro, com a adição de maquinas para transporte de materiais e

uma grua para eleva-lo a andares superiores. Tais investimentos tinha uma

estimativa de redução de 5% a 10% no custo final da obra, além da diminuição

aproximada de dois meses de execução de obra (FERREIRA, 2013).

Figura 3.2 - Comparação da execução de alvenaria com o método tradicional e o uso da bisnaga. Fonte: Ferreira (2013)

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Enquanto países como a China, Índia e Estados Unidos os engenheiros

gastam a maior parte do tempo planejando o empreendimento, no Brasil o

cenário visto é totalmente diferente e inverso. Somente uma visita as capitais

dos estados que compõem o país que será o suficiente para visualizar métodos

convencionais, muitas vezes mal planejados, ocasionando por sua vez, o

comprometimento da sua qualidade e conclusão.

O povo brasileiro ainda enfrenta um problema cultural a respeito da

política da qualidade, e valoriza primeiramente a etapa da execução, por

mostrarem mais facilmente os resultados, estando eles enganados por esta

interpretação, pois os resultados são modulados nas etapas de projeto e

planejamento, período onde é concebido o objeto e os meios para alcança-los

da melhor maneira possível.

A qualidade muitas vezes é interpretada pelas características de

perfeição do produto entregue, deixando de lado questões a sua forma de

produzir e quais ferramentas ele oferece para atender melhormente as

necessidades de seus usuários, sendo estes os fatores que determinam o seu

valor e a sua procura no mercado. Um produto que ofereça mais opções de

lazer e um preço mais acessível aos seus clientes atendendo os requisitos de

segurança e uso vai possuir uma demanda maior do que aquele a qual

apresente uma aparência perfeita.

O investimento em planejamento é fundamental, pois quanto mais bem

elaborado ele for, mais lucrativo o empreendimento dará. Embora as técnicas

dentro da linha de produção apresente um rendimento excelente dentro de seu

canteiro, isto não é um sinal para manter sempre sua utilização, devido que

sempre estão disponibilizando novas técnicas no mercado e com rendimentos

cada vez melhores, influenciando no preço final. Uma observação a ser dada é

que você pode estar satisfeito com seus resultados, mas seu concorrente não.

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REFERÊNCIAS

MATTOS, Aldo Dórea. Como preparar orçamentos de obras: dicas para orçamentistas, estudos de caso, exemplos. São Paulo: PINI, 2006.

MATTOS, Aldo Dórea. Planejamento e controle de obras. São Paulo: PINI, 2010. OLIVERIA, Otávio J. et al. Gestão da qualidade: Tópicos avançados. 1. ed. São Paulo: Ceangage Learning, 2004.

CAMPOS, Vicente Falconi. TQC Controle da qualidade total: No estilo japonês. 8. ed. Nova Lima: Falconi, 2010.

CHIAVANETTO, Idalberto. Introdução a teoria geral da administração. 8. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2011.

MELHADO, Silvio Burrattino ; AGOPYAN, V. O conceito de projeto na construção civil: Diretrizes para sua elaboração e controle. 1995. Disponível em:< www.researchgate.net/publication/278676297_O_conceito_de_projeto_na_construcao_de_edificios_diretrizes_para_sua_elaboracao_e_controle > Acesso em: 25 março 2019.

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