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UNISALESIANO CENTRO UNIVERSITÁRIO SALESIANO AUXILIUM CURSO DE PEDAGOGIA Mara Silvia De Oliveira Viviane Candido Gonçalves Nascimento A ADMINISTRAÇÃO DO COMPORTAMENTO EM SALA DE AULA LINS - SP 2011

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UNISALESIANO

CENTRO UNIVERSITÁRIO SALESIANO AUXILIUM

CURSO DE PEDAGOGIA

Mara Silvia De Oliveira

Viviane Candido Gonçalves Nascimento

A ADMINISTRAÇÃO DO COMPORTAMENTO EM SALA DE AULA

LINS - SP 2011

MARA SILVIA DE OLIVEIRA

VIVIANE CANDIDO GONÇALVES NASCIMENTO

A ADMINISTRAÇÃO DO COMPORTAMENTO EM SALA DE AULA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado a Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium como requisito parcial para obtenção do título de Graduação em Pedagogia. Sob a orientação do Prof. Me. José Médice e da profª Ma. Fátima Eliana Frigatto Bozzo.

LINS 2011

MARA SILVIA DE OLIVEIRA

VIVIANE CANDIDO GONÇALVES NASCIMENTO

A ADMINISTRAÇÃO DO COMPORTAMENTO EM SALA DE AULA

Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) apresentado ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, para obtenção do título de graduação do curso de Pedagogia. Aprovado ______/_____/________ Banca Examinadora: Orientador: Prof.Me. José Médice Assinatura: ____________________________________________________ Profª. Ma. Fátima Eliana Frigatto Bozzo Assinatura_______________________________________________________ Profª Especialista. Ana Olímpia Junqueira Silva de Andrade Assinatura______________________________________________________

LINS - SP 2011

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos meus pais, Luzia e Maurício, por acreditar, confiar e me

apoiar até nos momentos de crise, a não desistir.

Aos meus filhos, Márcio Jr. e Maria Clara, que muito amo e que foram a razão para a

realização deste trabalho.

Aos meus queridos e saudosos avós Sebastião e Aldomira (in memorian), que

infelizmente não estão mais aqui para verem a concretização deste sonho que

também era deles.

Aos meus professores por estarem sempre junto a mim durante todos esses anos.

Mara Silvia

Dedico este trabalho ao meu querido marido Luciano, que com paciência passou

esses anos todos me motivando a prosseguir.

Aos meus pais, Norivaldo e Sebastiana, que sempre me incentivaram a estudar e me

deram a base necessária para que chagasse até aqui.

Aos meus professores que sempre me apoiaram e estiveram ao meu lado nesta longa

caminhada, em especial a coordenadora do curso de pedagogia, Elaine, por

demonstrar respeito quanto às minhas crenças e por proporcionar-me a possibilidade

de terminar este curso no prazo limite. Ela foi uma resposta de Deus às minhas

orações.

Viviane

AGRADECIMENTO

Agradeço a Deus, que ilumina a cada dia os meus caminhos, porque sem Ele,

nada disso seria possível. Com Sua força me sustentou e nunca me deixou

desamparada.

Obrigada Senhor por esse momento e por tudo que tem me dado.

Em especial agradeço aos meus pais que sempre contribuíram com seu apoio e

alegria, tornando minha vida sempre mais feliz.

Aos meus professores por terem me ensinado o valor da educação e por me

motivarem sempre a dar o melhor de mim.

“Seja paciente e espere pela ação do Senhor. Seja valente e encha o seu

coração de coragem. Espere com confiança no Senhor”. Salmo 27:14

Mara Silvia

Primeiramente a Deus, por demonstrar-se sempre presente em minha vida

atendendo às minhas súplicas e me dando coragem, forças e sabedoria quando em

alguns momentos o desânimo me abatia.

Aos meus familiares, que me animaram e depositaram sua confiança em mim.

Obrigada, simplesmente pelo carinho e atenção dedicado a mim durante todos

esses anos.

Em especial ao meu irmão Luis Fernando, que sempre me auxiliou com seus

conhecimentos sem informática que me foram tão necessários.

Aos colegas de graduação, pela troca de experiências, pelo convívio e amizade

durante esta longa jornada.

Aos meus Mestres, que com dedicação, paciência e amor souberam dividir um

pouco de seus muitos conhecimentos, ma principalmente por compartilharem seus

conhecimentos sobre a vida.

Em especial a prof.ª Ma. Denise, que soube cativar-me com seu exemplo de

profissionalismo, me motivando a buscar fazer sempre o melhor por meus alunos e

por aguçar a minha criatividade.

“Eu sou o Senhor seu Deus, estou segurando fortemente a sua mão direita e

prometo: „não tenha medo porque Eu vou ajudar você‟”. Isaías 41:13

Viviane

A maneira como pais e professores falam revela à criança como eles se

sentem em relação a ela. As falas afetam sua autoestima e seu amor-

próprio. Em grande parte, a linguagem dos adultos determina o destino

da criança.

Haim Ginott

RESUMO

O problema da indisciplina nas escolas têm sido uma das principais queixas dos professores nas escolas como sendo uma das causas mais prejudiciais ao aprendizado. Sendo assim, o presente trabalho teve como objetivo entender o significado da indisciplina no âmbito escolar, investigar suas causas e propor estratégias através de fundações teóricas de autores renomados que se dedicaram ao estudo de tal assunto. Foram analisadas junto aos professores as visões que possuem sobre tal problema, os fatores causadores do mesmo e suas atitudes frente a este desafio. Este trabalho foi realizado através de análise qualitativa e pesquisa de campo. Verificou-se que os professores em sua maioria, reconhece sua função nesse processo de transformação e formação da moral da criança, a importância da boa formulação e direcionamento de suas aulas e sua postura enquanto mestre e educador, mas percebeu-se também que o sentimento destes, muitas vezes é de desamparo diante do papel tão complexo que envolve toda a educação em seu contexto, pois tal processo não depende unicamente de seu papel. Reconhecem como primordial a boa educação do lar e as graves conseqüências que esta negligência por parte dos pais trás para a escola. Diante dos resultados do trabalho, compreendeu-se que o tema da indisciplina é muito complexo e engloba várias dimensões e que, embora muitos de seus aspectos sejam reconhecidos pelos educadores, existe ainda um processo muito longo e árduo para que o professor tenha um ambiente propício ao aprendizado dos alunos e que embora não consiga todo o apoio familiar e às vezes pedagógico tão desejado e necessário, caberá a ele propor ações que minimizem o máximo possível a questão da indisciplina de seus alunos e continuar buscando junto à escola estratégias que envolvam a família e os alunos em tal processo, pois disso dependerá a sua capacidade de exercer sua profissão.

Palavras – Chave: Indisciplina. Causas. Estratégias.

ABSTRAT The problem of indiscipline in schools have been a major complaint of teachers in schools as one of the most harmful to learning. Therefore, this study aimed to understand the meaning of indiscipline in schools, investigate their causes and propose strategies through the theoretical foundations of renowned authors who have dedicated themselves to the study of this subject. Were analyzed together with the views that teachers have about this problem, the factors causing the same and their attitudes to this challenge. This work was conducted through qualitative analysis and field research. It was found that the teachers mostly recognizes its role in this process of transformation and moral formation of children, the importance of good design and direction of his classes and his position as teacher and educator, but also realized that the feeling these, it is often helpless in the face of the paper so complex that involves all education in context, as this process does not depend solely on their role. They recognize good education as a primary home and the serious consequences that this neglect by parents back to school. Considering the results of the work, it was understood that the issue of discipline is very complex and involves several dimensions, and although many of its aspects are recognized by educators, there is still a very long and hard for the teacher to have an environment conducive of student learning and that though he can’t support the entire family and sometimes teaching as desired and necessary, it fit to propose actions to minimize as much as possible the issue of discipline of their students and continue with the school seeking strategies that involve the family and students in this process because it depends on your ability to practice his profession. WORDS - KEY: 1.Indiscipline. 2.Causes. 3. Strategies.

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Resposta da Pergunta 1 dos professores .......................................56

Tabela 2 – Resposta da Pergunta 2 dos professores .......................................56 Tabela 3 – Resposta da Pergunta 3 dos professores .......................................56

Tabela 4 – Resposta da pergunta 4 dos professores .......................................57 Tabela 5 – Resposta da pergunta 5 dos professores .......................................57 Tabela 6 – Resposta da pergunta 6 dos professores .......................................57 Tabela 7 – Resposta da pergunta 7 dos professores .......................................58 Tabela 8 – Resposta da pergunta 8 dos professores .......................................58 Tabela 9 – Resposta da pergunta 9 dos professores .......................................58 Tabela 10 – Resposta da pergunta 10 dos professores ...................................59

LISTA DE FIGURAS

Figura 1- resposta da pergunta n° 1 dos professores.......................................39

Figura 2 - resposta da pergunta n° 2 dos professores......................................40 Figura 3 - resposta da pergunta n° 3 dos professores......................................41 Figura 4 - resposta da pergunta n° 4 dos professores......................................42 . Figura 5 - resposta da pergunta n° 5 dos professores......................................43 Figura 6 - resposta da pergunta n° 6 dos professores......................................44 Figura 7- resposta da pergunta n° 7 dos professores.......................................45 Figura 8 - resposta da pergunta n° 8 dos professores......................................46 Figura 9 - resposta da pergunta n° 9 dos professores......................................47 Figura 10 - resposta da pergunta n° 10 dos professores..................................48

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO..............................................................................................................14

CAPÍTULO I CONCEITO DE INDISCIPLINA .........................................................17

CAPÍTULO II ALGUMAS CAUSAS DA INDISCIPLINA ESCOLAR ..................22

CAPÍTULO III ESTRATÉGIAS PARA CONTROLAR A INDISCIPLINA ...........28

CAPÍTULO IV A PESQUISA..................................................................................... 37

CONCLUSÃO....................................................................................................50

REFERÊNCIAS ............................................................................................................51

APÊNDICE ....................................................................................................................53

14

INTRODUÇÃO

Esta pesquisa foi realizada com o intuito de analisar A administração do

comportamento em sala de aula e as relações interiores e exteriores ao

ambiente escolar envolvidas neste contexto.

Foi realizada uma pesquisa com professores através de um

questionário, com perguntas específicas a respeito do tema, para que, através

deste, pudesse ser analisada a maneira como os mesmos pensam sobre a

indisciplina escolar e de que maneira lidam com ela em suas salas de aula.

Durante as pesquisas, observou-se que a indisciplina escolar exerce

uma influência muito prejudicial ao aprendizado dos alunos, visto que mexe

com a estrutura e todo andamento das aulas do professor.

Percebeu-se a necessidade diante das crianças que apresentam

comportamentos indisciplinares de que sejam acompanhadas mais de perto

pela equipe escolar para detectar as causas de tal comportamento, e de que

esta, junto às famílias, tracem estratégias conjuntas para procurar reverter tal

situação.

Na necessidade de educar o aluno encontramos vários obstáculos,

dentre eles as relações entre a criança e sua família e a própria estrutura

organizacional da escola e na forma como esta lida com o problema da

indisciplina.

A indisciplina é um problema de grande importância na educação do

aluno, visto que seu principal objetivo enquanto instituição educacional é torná-

lo instrumento capaz de operar mudança para o mundo social, quanto a isto

afirma Feracine (1990, p.7) “Por conseguinte, nenhuma organização humana,

por tradicional e institucionalizada que seja, ficaria imune da força

transformante da história.”.

O educador assume um papel muito importante no contexto de uma sala

de aula, pois tem que ser agente de mudança, e de pesquisador constante,

para uma reformulação urgente diante de uma sociedade que está em

constante fase de mudança.

Conforme Feracine (1990),

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Eis por que a escola apresenta-se como o espaço adequado, onde se moldam os projetos e se adestram os agentes das mudanças que irão caracterizar a sociedade de amanhã. Certo que, caso a escola se omita, outras matrizes formam-se e outros projetos serão impostos. Mas então a falência do ensino formal estará decretada e a missão do professor ficará frustrada (p.07).

Somente assim, com a escola assumindo seu papel que lhe cabe e

operando as mudanças necessárias a si mesmas, poderá acontecer uma ação

e reformulação de valores e atitudes com aqueles com quem trabalha.

Portanto, a situação se agrava quando a omissão ou desistência frente às

dificuldades se instaura na escola.

A ideia de controle do comportamento é uma reflexão sobre definição

cultural e sobre regras e valores impostos pela sociedade.

Nota-se que,

A aplicação de uma ciência do comportamento ao planejamento de uma cultura é uma proposta ambiciosa, geralmente considerada utópica. Uma ciência do comportamento ainda não está apta para resolver todos os problemas, mas é ciência em desenvolvimento. O importante não é tanto saber como resolver o problema, mas sim como buscar uma solução (GOULART, 1989, p.49).

Sendo assim, este estudo propõe-se também de modo específico

verificar as causas geradoras das atitudes indisciplinares e compreender qual é

o papel do adulto, particularmente do professor, em interferir na mudança das

atitudes prejudiciais dos seus alunos bem como investigar como isso tem sido

feito atualmente nas escolas.

Percebe-se a necessidade de que criança precisa conhecer os limites

que são aspectos importantes para a vida.

Segundo Parrat-Dayan (2008),

Dar responsabilidades não traumatiza as crianças. Por esse motivo, os limites não devem ser entendidos apenas no sentido negativo, isto é, como as condutas para além das quais a criança não pode ir. Os limites devem ser compreendidos também num sentido positivo, já que eles permitem que a criança saiba onde está, qual a sua posição no espaço social e o que a faz se sentir segura (p.79).

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Quanto aos procedimentos, a pesquisa foi bibliográfica, desenvolvida a

partir de material já elaborado, constituído principalmente de livros, adotando-

se como principais para as análises neste estudo, as produções de Rogers

(2008), Tiba (1996), Werneck (2005), Faber (2005), pois considerou-se que

estes trabalhos demonstram de forma mais objetiva e completa a importância

de um gerenciamento competente em sala de aula com vistas à disciplina e ao

aprendizado dos alunos. Foi também de cunho qualitativo e quantitativo, uma

vez que buscou-se a aproximação do corpo teórico da temática, qual seja, a

indisciplina e a prática docente além de que realizou-se a coleta de dados com

professores que atuam na rede pública e particular de Ensino Fundamental.

O trabalho apresenta-se em quatro capítulos:

O primeiro capítulo, “Conceito de indisciplina escolar”, abordou-se

caracterizar a indisciplina sobre os pontos de vista dos professores, da escola,

dos alunos e dos autores, a fim de chegar a um senso comum sobre o assunto.

No segundo capítulo, “As causas da indisciplina escolar”, fala-se sobre

as diversas influências que advêm sobre as crianças que podem interferir de

forma negativa sobre sua conduta em sala de aula.

O terceiro capítulo, “Estratégias para controlar a indisciplina escolar”,

refere-se aos métodos e posturas teoricamente considerados necessários aos

professores para se obter um melhor gerenciamento e aproveitamento de suas

aulas sem tantas interferências indisciplinares.

E, no último capítulo, foi realizada uma análise qualitativa dos dados

coletados do questionário, realizado com dez professores do ensino

fundamental, com o propósito de conhecer as concepções que têm a respeito

da indisciplina na sala de aula, suas influências no processo educativo e a

maneira como trabalham com as crianças que apresentam tal comportamento.

Ao final, apresentou-se a conclusão.

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CAPÍTULO I

CONCEITO DE INDISCIPLINA

Não se pode caracterizar a indisciplina dissociando-a da disciplina, pois

desta segunda depende em grande parte o sucesso do aluno.

A idéia de disciplina vem acompanhada com a obediência de regras de

conduta padronizadas com a finalidade de manter a ordem e com a

possibilidade de penalidades caso essas regras não sejam cumpridas.

Parrat; Dayan (2008, p.18) descreve: “Assim, o conceito de disciplina

está relacionado com a existência de regras; e o de indisciplina, com a

desobediência a essas regras”.

Conceituar a indisciplina varia de época para época e também

culturalmente, portanto, não é um conceito estático nem universal.

Alguns professores entendem a disciplina com sendo um silêncio

absoluto em sala de aula, outros podem considerar que o caderno bem

organizado do aluno é sinal de que este é disciplinado, e outros ainda podem

avaliar a indisciplina de forma positiva, como sinal de criatividade. Sendo

assim, a indisciplina depende do contexto sócio-cultural que lhe dá sentido.

Condutas como rejeitar a aprendizagem, faltar à aula, não levar os

materiais escolares, não fazer as tarefas escolares, ficar em pé

frequentemente, interromper o professor, tentar chamar a atenção, ruídos

excessivos entre outras condutas desagradáveis para o professor e os outros

alunos, são traduzidas como condutas indisciplinares, e poderão ser atitudes

provocadas por um ou mais alunos.

A indisciplina escolar é objeto de múltiplas interpretações e de marcos

de referências distintos: do aluno, da escola e do professor.

Se considerarmos o referencial do aluno, a noção de indisciplina se expressa em suas condutas, nas inter-relações com seus pares e com os profissionais no contexto escolar e, ainda, no contexto do seu desenvolvimento cognitivo. (PARRAT, 2008, p. 21)

Portanto, utilizando o aluno, como referência, segundo a autora acima,

um aluno indisciplinado é aquele que tem uma conduta que se desvia de uma

norma explícita ou implícita.

18

Parrat (2008, p.22) acrescenta usando a escola como referência:

“Olhando para o referencial da escola e na medida em que se manifestem as

contradições com relação aos referenciais que ela assume, poderia se

considerar que é a escola a indisciplinada”.

Se tomarmos o professor como ponto de referência, são suas condutas que aparecem como indisciplinadas quando ele não respeita as normas estabelecidas. Além do mais, muitas vezes a forma de intervir do professor para estabelecer ordem pode gerar indisciplina nos alunos. (PARRAT, 2008, p. 22)

É possível que cada país tenha seu próprio conceito de disciplina e que

um determinado comportamento seja considerado indisciplinado para um aluno

e para outro não seja.

Conforme salienta Parrat (2008, p.31): “Os problemas de indisciplina na

escola estão associados com problemas de moral”.

Essa moral não é inata, é adquirida através da convivência entre os

indivíduos em uma sociedade regida por determinadas regras que favorecerão

um comportamento adequado aos indivíduos, ou seja, as regras servirão como

orientação da conduta. Serão adquiridas em casa, na escola e na sociedade

em geral. Portanto, se a sociedade está em crise, isso afetará também a família

e a escola quanto ao cumprimento dessas regras.

A disciplina escolar é um conjunto de regras que devem ser obedecidas tanto pelos professores quanto pelos alunos para que o aprendizado escolar tenha êxito.

Portanto, é uma qualidade de relacionamento humano entre o corpo docente e os alunos em uma sala de aula e, consequentemente, na escola. (TIBA, 1996, p.116).

A disciplina segundo o autor acima, pode ser treinada como ocorre

semelhantemente ao animal, que aprende o que seu treinador ensina pela lei

do prazer (prêmio) e do sofrimento (castigo). Para que o animal realize as

tarefas, deve haver a certeza de que a cada atividade bem realizada a

recompensa virá, e a cada tarefa não cumprida este não receberá o prêmio.

Às vezes os filhos comportam-se como os animais, e caso não têm suas

vontades satisfeitas, como não foram criados sob um treinamento, a cada

19

desejo não saciado, tornam-se birrentos, passam a usar palavrões, começam a

mentir etc. Já nem pesam se o que estão fazendo é correto ou não.

A disciplina pode ser adquirida quando encontra em sua motivação o

sentimento de prazer de conseguir realizar determinado objetivo. Um exemplo

disso é a realização de uma atividade de encaixe pela criança. Quando esta

consegue realizar tal feito e os pais comemoram junto a ela, isso reforça sua

autoestima e impulsiona a criança a prosseguir em seus esforços, e quanto

mais próxima estiver de atingir sua meta, menos dispersiva se tornará e mais

disciplinada será.

O que melhor exemplifica a disciplina adquirida é o autodidatismo. Uma experiência própria anterior serve de “professor” ou de “mestre” para ser, ou não, repetida visando à consecução de uma meta. O autodidata é um aprendiz de si mesmo. (TIBA, 1996, p.175)

A disciplina pode ser ainda aprendida. Limite e disciplina aprende-se

depois que se nasce através de alguém, portando pode ser ensinada. É

ensinado como e por que se comportar em sociedade, em reuniões sociais, em

sala de aula, em competições etc. Isso faz parte da educação, para que as

pessoas possam viver bem.

A disciplina pode ser absorvida, isso ocorre pela admiração que a

criança possui por alguém que admira e deseja ser parecido com esta pessoa,

geralmente o objeto de sua admiração são os pais.

Segundo Tiba (1996, p. 176): “O objetivo da criança é ser como as

pessoas que tanto admira. Os pais funcionam como modelos a ser

“incorporados”.”.

Através da atitude dos pais, as crianças aprendem os padrões de

comportamento familiar e social, o respeito pelos outros, tanto de seu contexto

familiar como da sociedade em geral, e noções de limite, dever, obrigação etc.

A disciplina pode ocorrer de forma ativa: quando há alguém que explica

e outra que aprende. Ou pode ser passiva: quando há uma pessoa agindo sem

o objetivo de ensinar e outra aprendendo mediante a observação.

As crianças seguem mais o aprendizado passivo, observando mais o

que o adulto faz, do que ativamente, pelo que o adulto fala. Portanto, pais

indisciplinados em suas atividades diárias, professores indisciplinados em sua

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postura profissional, refletirão na conduta de seus “seguidores” que os

observam constantemente.

É importante lembrar que a indisciplina presente nas escolas de hoje

não se deu de uma hora para a outra, mas é o reflexo de uma sociedade em

crise quanto às normas gerais de conduta, mas nem por isso, a escola se

isenta de proporcionar aos seus alunos essas noções que serão utilizadas

dentro e fora da instituição.

É um engano pensar que um aluno disciplinado é aquele que somente

diz sim as normas e procedimentos da escola e que aquele que às vezes

questiona essas regras configura-se em um aluno indisciplinado.

À escola compete transformar seus educandos em seres pensantes e

autônomos, sendo assim, a disciplina desejada nas escolas, ou pelo menos

deveria ser, está relacionada a limites: até onde o aluno pode ir, ainda que

deseje mais e se sinta frustrado por não poder realizar seus desejos. O saber

conviver com essas frustrações em sala de aula faz parte desses limites, torna-

se uma realidade natural da vida, pois nem tudo que se deseja pode-se realizar

no lugar e tempo ambicionados.

Werneck (2005, p.12) descreve: ”Com os limites temos a ordem

necessária, com uma diferença em relação à disciplina: enquanto esta é

imposta, aquela é construída no dia-a-dia da escola.” Portanto, na ausência ou

no desrespeito aos limites, há indisciplina.

Pesa sobre a escola a necessidade e responsabilidade de ajudar seus

alunos a enxergarem a importância da obediência consciente dos limites, para

que o ambiente de estudo se torne propício ao aprendizado, ainda que muitas

dessas crianças não tenham tido contato em casa com esses limites que

geram a verdadeira disciplina, não simplesmente imposta, mas discutida e

estabelecida em função de necessários valores comuns, em que o aluno faça

uso da razão, e não somente procure saciar suas vontades como fazem os

animais, que fazem de tudo para saciar seus instintos sem medir as

conseqüências de seus atos, é preciso que aja o respeito ao outro.

Antunes (2002, p. 9) caracteriza uma classe indisciplinada:

Uma classe indisciplinada, acreditamos, é toda aquela que:

21

Não permita aos professores oportunidades plenas para o desenvolvimento de seu processo de ajuda na construção do conhecimento do aluno;

Não ofereça condições para que os professores possam “acordar” em seus alunos sua potencialidade como elemento de auto-realização, preparação para o trabalho e exercício consciente da cidadania;

Não permita um consciente trabalho de estímulo às habilidades operatórias, ao desenvolvimento de uma aprendizagem significativa e vivências geradoras da formação de atitudes socialmente aceitas em seus alunos.

Segundo o autor, se o objetivo do professor for realmente fazer de sua

aula um instrumento para construir conhecimentos, firmar habilidades,

estruturar significações, despertar potencialidades, então estabelecer limites e

restaurar o respeito se faz necessário, caso contrário, se o objetivo do

professor não forem estes, a indisciplina não será um problema a combater.

Sendo assim, a questão da indisciplina poderá ser ou não um problema

preocupante e digno de ser solucionado pela escola e pelo professor,

dependendo dos objetivos pretendidos com os alunos.

Disciplina não tem a haver com uma classe silenciosa ou com a quietude

dos alunos como supõe muitas pessoas, mas com o direcionamento dessas

conversas, se estão sendo um instrumento de sua aprendizagem ou estão se

configurando como um obstáculo ao seu aprendizado.

O termo empregado para disciplina hoje em dia, também é

“convivência”. Como diz Werneck, (2005 p. 37) “’Disciplina’ está para

imposição, e “convivência”, para negociação. Se alguns questionam que o

aluno “não deve ter de querer”, ainda pensam que a sociedade brasileira

deixou de votar a Constituição de 1988”.

Segundo o autor, quando as normas de convivência não são discutidas

com os alunos e subordinadas a inteligência do educador, a indisciplina se

instala.

22

CAPÍTULO II

ALGUMAS CAUSAS DA INDISCIPLINA ESCOLAR

O comportamento em sala é um dos assuntos mais ardilosos que os

professores enfrentam todos os dias. Vários motivos podem levar um aluno a

não se comportar de forma adequada dentro de uma sala de aula e alguns

desses motivos serão abordados neste capítulo embasados nas teorias de

alguns autores que se dedicaram ao estudo deste tema.

Diante da variedade de culturas ocasionadas pela massificação da

educação, houve um choque de culturas gerando o que conhecemos como

indisciplina. (PARRAT, 2008).

Para Parrat-Dayan (2008), as causas da indisciplina estão relacionadas

a fatores externos e internos da escola. Ela cita como causas externas a

influência dos meios de comunicação, a violência social e também o ambiente

familiar. Causas como divórcio, droga, desemprego, pobreza, moradia

inadequada, ausência de valores, a violência doméstica e a agressividade dos

pais com alguns professores podem ser a razão do problema.

Dentre os fatores citados acima, a instituição familiar constitui-se como a

principal responsável por inserir os valores morais considerados essenciais ao

convívio em sociedade. Sobre isto bem coloca Castro (2002),

Necessário se faz que cada família tome conhecimento da situação e se proponha um caminho para individualização como especificidade ou como distinção. De ora em diante, a família é o reduto que tem a possibilidade de ser referência de valores (p.119 e 120).

As causas do comportamento das crianças nas escolas são também de

cunho cultural, num contexto de associação de regras sociais e morais

aprendidas em casa. Os pais acabam dando liberdade excessiva a seus filhos

criando eles sem regras e limites e com isso acabam ficando indisciplinados, e,

não conseguindo conviver com obrigações rotineiras exigidas nas escolas,

sentem-se frustrados, tornando difícil para o professor trabalhar com esses

alunos em sala de aula.

23

Os pais proporcionam o ambiente no qual a criança vai fazer suas primeiras experiências de vida social. Seus conceitos de gente e vida social surgem dessas relações com seus pais. Ela desenvolve atitudes definidas em relação a convenções sociais dentro da família (DINKMEYER, 1972, p.28).

Há pais que não sabem dizer “não” a seus filhos, dão-lhes tudo o que

pedem, e quando estes se deparam na escola com a imposição de regras,

tentam lutar para que seu poder e seus desejos prevaleçam, assim como

ocorre em suas casas na relação com seus pais.

Em se tratando do consumismo, Castro (2002, p.120) afirma que, “A

família deverá fazer uma leitura em comum dos acontecimentos e afirmar que

os seus valores são diferentes dos valores do consumismo”.

A falta de interesse dos pais em não procurar saber o que está

acontecendo com seus filhos na escola e o que eles estão aprendendo bem

como quais são de fato suas dificuldades, a falta de diálogo e de tentar

compreender seus sentimentos acaba por prejudicar a todos: professor, aluno,

e os próprios pais.

Sobre isto afirma Werneck (2005, p.85), “As maiores dificuldades estão

no fato de muitas crianças, hoje, serem órfãs de pais vivos, sendo a escola um

local escolhido para uma espécie de terceirização”.

Existem problemas familiares que a escola não pode mudar e que

influenciam no comportamento dos alunos como: pais separados, desemprego,

falta de tempo e a falta de autoridade dos pais.

A escola não pode trazer o pai de volta para a mãe, não vai dar um

emprego para o pai que está desempregado. Mas a escola precisa se preparar

para ajudar essa criança a superar esses traumas que influenciam seu mau

comportamento e que são exteriorizados na escola.

O ambiente escolar é muitas vezes um lugar desconhecido para o aluno

bem como suas regras e repreensões: as punições, castigo, rebaixamento, de

notas. Isso tudo acaba desmotivando ainda mais o aluno, e causando ainda

mais problemas quanto à indisciplina escolar, pois haverá uma forte tendência

ao rebaixamento de sua autoestima.

Segundo Faber (2005), o castigar o aluno pode ser uma armadilha, pois

não tornará o aluno bem comportado, mas somente mais atento da próxima

24

vez que cometer alguma infração, é necessário dar opções que sejam capazes

de levá-lo à autodisciplina.

Há na escola uma forte disputa entre os valores pretendidos por ela e os

valores pregados pela sociedade consumista atual.

As diferenças entre os valores da sociedade neoliberal e de consumo (a resolução imediata, o prazer, o zapping, a competição etc.) e os valores que a escola considera importantes (esforço, abnegação, prazer diferido etc.) implicam contradições que podem levar à indisciplina (PARRAT, 2008, p. 56).

Tratando-se dos meios de comunicação, a autora acima chama a

atenção para contribuição dos mesmos com a indisciplina dos alunos nas

escolas por que, segundo ela, “põem em evidência pessoas ou instituições

reconhecidas socialmente que não respeitam as regras,” Parrat-Dayan (2008,

p. 56).

Dentre as causas internas da indisciplina, estão as próprias condições

de ensino- aprendizagem, na relação aluno-professor, no perfil dos alunos e

em sua capacidade de adaptar-se ao perfil da escola, cujas regras e valores

diferenciam-se da sua vivência.

Em algumas situações, a causa da indisciplina está na falta de

integração do aluno com os outros colegas de classe por se considerar inferior

aos outros, achar que não é bom o suficiente ou que ninguém gosta dele.

Sendo assim, estudar as ações das crianças torna-se necessário para melhor

compreender seus objetivos (DINKMEYER, 1972).

Sobre esta reflexão diz Castro (2002, p.21): “A necessidade de fazer

parte do grupo e encontrar sua importância própria mediante relacionamentos,

explica muitos tipos de comportamento.” Diante desses sentimentos, a criança

pode vir a comportar-se mal com vistas a chamar a atenção para si ou a fim de

demonstrar suas forças. Castro (2002, p. 36) afirma ainda que: “Seu

comportamento resulta da convicção que tem de ser este o meio mais eficaz

para ela atuar no grupo”.

Quando uma criança chega à conclusão de que é inútil, não se pode predizer este momento, porém as conseqüências se tornam imediatamente evidentes. E é frequentemente a mal orientada ação corretiva de pais e professores que vai convencer a criança da

25

inutilidade do seu esforço. Ela vai buscar êxito em outras áreas, ou mais frequentemente, esforçar-se por obter atenção, poder e posição em novos e não aceitáveis campos de atuação (DINKMEYER, 1972, p.48).

Outro fator responsável pelo mau comportamento dos alunos é a

desmotivação do mesmo e seu desinteresse em não querer aprender, quer

seja por dificuldades de aprendizagem ou por considerar as aulas tediosas

demais ou distantes de sua realidade social, ficando dispersivo no decorrer da

aula e provocando situações de tumulto e bagunça.

Sendo assim,

O professor precisa juntar a cultura geral, a especialização disciplinar e a busca de conhecimento conexos com sua matéria, porque formar o cidadão hoje é, também, ajudá-lo a se capacitar para lidar praticamente com noções e problemas surgidos nas mais variadas situações, tanto do trabalho quanto sociais, culturais, éticas (LIBÂNEO, 2009, p.43).

Portanto, é necessário ao professor preocupar-se com o planejamento

de suas aulas, levando em consideração as características e personalidades

de seus alunos, de forma a chamar a atenção dos mesmos para o desejo de

aprender (MORETTO, 2009).

Cabe ao professor preocupar-se com sua formação profissional,

procurando fazer uso dos recursos tecnológicos disponíveis, ser

compromissado, interagindo sua prática com a realidade do mundo atual,

valorizando as diferentes culturas, refletindo sobre suas diferentes

características tomando-as como fonte de conhecimento. Precisa saber

construir junto a seus alunos uma interação social, sendo um inovador em sua

prática educativa, fazendo uso de projetos e instrumentos diversos que

facilitem a aprendizagem (PARRAT, 2008).

Um trabalho não significativo, com aulas meramente expositivas na qual

não há motivação para a aprendizagem e nem a ação do educando sobre o

objeto de estudo, configura-se em uma atividade meramente mecânica,

desprovida de sentido e com um alto risco de não aprendizagem, um dos

fatores responsáveis pela indisciplina escolar (VASCONELLOS, 2005).

26

Os problemas relacionados com a sociedade são refletidos no ambiente

escolar, e sobre isto escreve Parrat (2008),

Na realidade a escola não está isolada da sociedade, ao contrário, ela reproduz os problemas da sociedade em escala reduzida: falta de comunicação, pobreza, marginalização, intolerância, perda valores fatores todos que desembocam numa espécie de analfabetismo emocional, como diz o professor de psicologia da educação Garcia Correia em um artigo de 1998 (p.58).

A falta de autoridade e autocontrole por parte do professor frente aos

conflitos escolares também é umas das causas de indisciplina escolar e sua

função é a de procurar em cada situação os fatores que funcionam como

“combustíveis” para o agravamento da situação com vistas a procurar

situações (WALLON, 1995).

Assim, nas interações marcadas pela elevação da temperatura emocional, cabe ao professor tomar a iniciativa de encontrar meios para reduzi-la, invertendo a direção de forças que usualmente se configura: ao invés de se deixar contagiar pelo descontrole emocional das crianças, deve procurar contagiá-las com sua racionalidade (WALLON, 1995, p.105).

O professor que não leva o material necessário para a sua aula já bem

preparado pode enfrentar problemas de comportamento com sua turma, pois

muitas vezes acaba não conseguindo integrar o conteúdo com o aluno e por

fim este mesmo aluno não vê qualquer relação entre a aula e si próprio, fica

disperso, acha aula um tédio, e procura algo para fazer como jogar papelzinho

ou qualquer outro objeto, conversar, levantar-se do lugar, brigar e causar

intrigas e se recusa em realizar o trabalho durante a aula, já que não vê

importância nenhuma para sua vida naquilo que está sendo ensinado na sala

de aula.

Como diz Antunes (2002, p.23), “Existem médicos, motoristas, garçons,

farmacêuticos, dentistas mal preparados. Às vezes apáticos, desinteressados,

desanimados. Professores também.”.

A violência presente na sociedade é outro fator capaz de influenciar

negativamente a criança em sua maneira de se comportar, não que

necessariamente a criança passe a agir com violência, mas pode ser que da

27

indisciplina a criança passe a se tornar mais agressiva e a agir com violência

conforme afirma Parrat (2008),

A violência que se produz dentro da escola é reflexo do que acontece na sociedade. Seja a violência social, como resultado do desemprego, do aumento da corrupção, da impunidade e da insegurança crescente; seja a violência familiar, que se manifesta no abandono, na separação, nos maus-tratos verbais e/ou físicos, na falta de espaço e, portanto, falta de intimidade; seja a violência midiática, que aparece nos seriados, filmes, novelas, games e notícias. Levemos em conta que os conceitos de violência e de indisciplina não têm o mesmo significado, mas é possível que da indisciplina se passe à violência (p.09).

Como se pode perceber, a indisciplina de um aluno pode estar

associada a muitos problemas, mas todos eles de uma forma ou de outra

acabam interferindo no contexto da educação escolar, por isso, querendo ou

não, acabará por ficar nas mãos do professor e em sua atuação e postura a

responsabilidade de procurar estratégias para gerenciar a sua própria raiva e a

de seus alunos (ROGERS, 2008).

28

CAPÍTULO III

ESTRATÉGIAS PARA CONTROLAR A INDISCIPLINA ESCOLAR

Ao falar de indisciplina escolar, será focado mais na indisciplina que

ocorre no contexto de sala de aula sem deixar de analisar o quadro geral do

contexto escolar. A sala de aula é o ambiente em que o aluno passa a maior

parte do seu tempo na escola e por isso, é onde os problemas indisciplinares

ocorrem com maior frequência.

As estratégias que serão apresentadas estarão centralizadas em

atitudes tomadas principalmente pelo professor, que assume enquanto mestre,

a responsabilidade e a necessidade de administrar o comportamento em sala

de aula, embora certamente precise do apoio de outros para que seu trabalho

junto a um aluno ou uma turma considerada difícil obtenha os melhores

resultados possíveis no decorrer do ano letivo.

Existem sentimentos tanto por parte dos alunos como dos professores

que são capazes de interferir grandemente na aprendizagem de um aluno ou

uma turma de alunos.

Ás vezes, preocupado em cumprir com o currículo escolar proposto, o

professor deixa de se preocupar e de se importar com os sentimentos

manifestados por seus alunos, tenta ignorá-los e às vezes nega as

necessidades demonstradas pelos mesmos através de suas atitudes, e em

consequência disso, o professor também é ignorado pelos alunos em sua

tentativa de ministrar a aula.

Os professores esquecem que existe uma conexão muito direta entre o

modo como as crianças se sentem e o modo como se comportam, portanto,

sentir-se bem é necessário para o comporta-se bem, e proporcionar-lhes isso

pode ser feito por atitudes do próprio professor.

É um erro desconsiderar os sentimentos dos alunos e é preciso aos

professores se acostumarem a responder aos alunos de forma a lhes

reconhecer os sentimentos.

Em vez de negar os sentimentos, transforme-os em palavras.

29

Conforme declara Faber (2005, p.26): “Quando os sentimentos são

negados, o aluno se sente rapidamente desmotivado”.

Faber (2005, p.27) acrescenta ainda: “Quando os sentimentos negativos

são identificados e aceitos, o aluno se sente motivado a esforçar-se”. Em vez

de críticas e conselhos, é importante reconhecer os sentimentos e responder

ao aluno em seu desabafo com uma só palavra ou murmúrio como: “Ah?” ou

“mmm” ou “boa!”.

Mesmo com boa intenção, o aluno se sente bombardeado com críticas e

conselhos, sente dificuldades de pensar sobre a situação e assumir a

responsabilidade. Ao responder com uma atitude solícita, seja com simples

aceno de cabeça ou um murmúrio de compreensão, o professor permite que o

aluno se concentre no problema e até o resolva sozinho.

Em vez de motivos e explicações, exemplificar com situações

imaginárias quando um aluno se recusa a cumprir uma determinada tarefa. Às

vezes torna-se mais fácil para o aluno lidar com a realidade quando o professor

ilustra sua vontade com uma situação imaginária.

Em vez de ignorar os sentimentos, é preciso aceita-los mesmo sendo

necessário impedir um comportamento inaceitável. Exemplo: uma criança fica

brava por ter tirado uma nota baixa e por conta disso, começa a chutar a

carteira. O professor pode dizer à criança que sabe que ela está brava por ter

tirado aquela nota, mas que chutar a carteira não é permitido e que a criança

pode escolher entre falar mais sobre o que a está aborrecendo, ou pode fazer

um desenho.

Faber (2005, p. 41) acrescenta a esse respeito: “Todos os sentimentos

podem ser aceitos. Algumas ações devem ser limitadas”.

Existem habilidades desempenhadas pelo professor que incentivarão

seus alunos a serem mais cooperativos. Muitos chegam à escola

desmotivados, com uma bagagem emocional muito sobrecarregada de casa e

acaba pesando para o professor a ajuda necessária para que a criança consiga

se livrar dessa carga intensa de estresse e muitas vezes de negligência que

traz de casa. Tentar ignorar essa carga de sentimentos que resultam em ações

negativas para o desenvolvimento de uma aula, não é a melhor solução para o

30

professor, que por vezes acaba perdendo mais tempo tentando resolver

conflitos entre os alunos e tentando controlá-los do que ministrando suas aulas.

Atitudes como descrever o problema em vez de acusar ou usar

sarcasmos ou dar ordens, podem ajudar a criança a se comportar com mais

responsabilidade.

Não é incomum que o professor assuma um papel acusador diante de

uma atitude inapropriada do aluno, culpa o aluno e às vezes até o humilha.

Uma alternativa para tal atitude seria usar a informação, dizer ao aluno sobre

por que tal atitude é imprópria, ao invés de humilhá-lo, propor-lhe uma solução.

Parece ser mais fácil tentar impor autoridade sobre os alunos, mas não

é. Oferecer uma possibilidade de escolha em vez de ordenar, fazer uma

profecia negativa ou fazer ameaças, pode ser mais eficaz.

Faber (2005, p.66) descreve: “Ameaças e ordens podem fazer que os

alunos se sintam incapazes ou desafiadores. A escolha abre a porta para

novas possibilidades”.

O professor pode pensar que pelo muito falar será ouvido, mas

geralmente não é isso que acontece. Ser conciso, tanto nas palavras como nos

gestos pode trazer resultados melhores do que fazer uma longa advertência,

um discurso ou fazer acusações. Dizer ao aluno o que pretende em poucas

palavras, simplesmente com um gesto ou uma só palavra pode ser mais

eficiente e menos desgastante para ambos.

Assim como o aluno possui seus sentimentos e os expõe para fora de

maneira disciplinada ou não, o professor também os possui e necessita se

expressar e se fazer entender por seus alunos. Portanto, deve descrever o seu

sentimento com relação ao comportamento da classe ou de algum aluno em

particular e pode fazer isso sem fazer nenhum comentário sobre a

personalidade da criança, em vez de ser sarcástico, ou ofensivo, mas

simplesmente explicando como se sente.

Às vezes o professor pode repetir sempre as mesmas recomendações e

dar os mesmos avisos sem ver resultados. Uma alternativa para todo esse

desgaste é escrever bilhetes, seja para um aluno individualmente ou para ser

lido por toda classe.

31

Faber (2005, p. 69): “Em geral, alunos ignoram o pedido de um adulto,

mas se vêem um aviso, eles entendem a mensagem”.

Ter bom humor é imprescindível à atuação do professor, pois as

crianças têm uma tendência a agir mais rapidamente a qualquer coisa que

pareça divertido. Por isso, às vezes em algumas situações, substituir uma

bronca por uma abordagem bem humorada pode extrair das crianças uma

atitude mais colaborativa.

Alternativas ao castigo também podem ser aplicadas pelo professor

como, por exemplo, desaprovar a atitude dos alunos com veemência, mas sem

ter o caráter do mesmo atacado. O professor expõe suas expectativas quanto

ao aluno e lhe mostra como se corrigir, pode ainda oferecer-lhe uma opção de

escolha. Caso assim mesmo o aluno não mude de atitude, é preciso deixá-lo

vivenciar as consequências de seu comportamento.

Problemas são comuns acontecerem num ambiente de sala de aula,

com tantas crianças e tantas formas de pensar diferentes, com educações e

personalidades distintas. Por isso, o professor pode e deve tentar identificar e

resolver esses problemas em conjunto com seus alunos, já que a solução

destes problemas depende em grande parte de suas atitudes.

Ás vezes, procurando reforçar uma atitude aprovável do aluno, o

professor o elogia com veemência e se frustra com uma atitude imediatamente

contrária do aluno. O aluno pode se sentir avaliado pelo professor e pode

querer provar-lhe que está errado, mudando sua atitude ou demonstrando

sentimentos negativos sobre si mesmo ou sobre o professor. Usar um elogio

descritivo poderá ser mais bem aceito pela criança. Em vez de simplesmente

avaliar o que a criança fez de bom, o professor poderá descrever o que vê ou

sente diante do que foi realizado pela criança. Isso a ajudará a tirar suas

próprias conclusões sobre o que fez de bom e lhe darão motivos para continuar

se esforçando.

Uma alternativa à crítica é procurar apontar ao aluno o que está errado,

descrever o que está correto e o que precisa ainda ser feito.

Atitudes como rotular as crianças constantemente, interferem em uma

mudança mais positiva de seu comportamento e a aprisiona a este

32

comportamento. Por isso, é importante liberar o aluno do desempenho de

papéis.

É preciso buscar oportunidades de mostrar a ele uma nova imagem de

si mesmo, colocando-o em situações em que ele possa ver a si mesmo de

forma diferente, deixando-o escutar (sem querer) algo positivo sobre ele,

dando-lhe exemplo do comportamento que se deseja obter dele, relembrando-o

de suas conquistas anteriores e quando este se comportar de acordo com os

velhos padrões, o professor poderá então expor seus sentimentos e suas

expectativas.

Buscar a parceria com os pais é muito importante para o trabalho do

professor e às vezes a falta de compreensão de ambas as partes, torna essa

comunicação vazia e às vezes negativa. Ter seus esforços reconhecidos, obter

informação, compreensão e ser respeitado são necessidades tanto dos pais

quanto dos professores. Ambos precisam trabalhar juntos, apoiando-se

mutuamente e procurando o melhor em cada uma das crianças, para que

possam lhes oferecer o melhor.

Durante as reuniões escolares essa parceria deve ser alicerçada.

Começar uma reunião descrevendo o que está dando certo com a criança,

descrevendo o que a criança precisa fazer em vez de apontar o que não fez

compartilhar informações pertinentes, descrever o que funcionou em casa ou

na escola, são atitudes que devem ser tomadas de ambas as partes, tanto por

parte dos professores quanto dos pais. E ainda, desenvolver juntos um plano,

terminar a reunião com uma declaração positiva que possa ser repetida à

criança e em vez de esquecer o combinado depois da reunião, cumprir o que

foi combinado.

As regras regidas por cada escola não são sempre as mesmas, e estas

nem sempre são realmente necessárias e educativas. É importante discutir

com as crianças as razões dos limites que tem que respeitar, e não criar limites

gratuitos ou excessivos, prejudicando a sua liberdade, criatividade e

capacidade de exploração.

Segundo Werneck (2005, p.15): “A serenidade e o bom senso são muito

mais geradores de equilíbrio e educação que o estabelecimento de normas e

regras que só servem para irritar as pessoas”.

33

E acrescenta: “O modo de intervir é que definirá para que tipo de

sociedade a escola ou a família estará preparando os educandos e os filhos”.

(WERNECK, 2005, p. 15)

Trazendo para um contexto mais amplo do que apenas a sala de aula, já

que os problemas de indisciplina não são apenas responsabilidade do

professor, embora seja ele geralmente considerado fundamental, e refletem em

todo ambiente escolar, para ser uma escola educadora, é preciso que esta

tenha bem clara a real pedagogia que imprime suas ações.

Não poderá ser educadora se não estiver em sintonia com as famílias e

com a sociedade, desenvolvendo um trabalho de parceria, com clareza de

idéias e propostas, com abertura para diálogo com esses cidadãos, pais e

filhos em cooperação e construção constante.

Assim, não se trata de organizar um grêmio estudantil contra a escola e sua filosofia educacional, nem uma associação de pais contra alguma coisa dentro da escola. Trata-se, sim, antes de tudo, de criar associações que convivam com a escola e na escola, desenvolvendo ações a favor dos menos favorecidos e tendo a bondade como critério de discernimento. (WERNECK, 2005, p.30)

Voltando para o papel do professor, é importante que seja uma pessoa

presente, que procure conhecer bem seus alunos, que lhes dê atenção e saiba

ouvi-los quando vêm expor suas necessidades ou os expressem em ações. É

preciso que o educador tenha pulso forte por trás de um coração que ama,

caso contrário, em vez de respeito, o máximo que se poderá conseguir dos

alunos será uma obediência conquistada através do autoritarismo, uma

obediência imposta, não voluntária.

As turmas de alunos são diferentes, por isso, o que serve para uma nem

sempre serve para a outra, mas algumas normas para uma boa gestão da

disciplina em sala de aula são importantes salientar.

Compete ao professor ter uma postura de assiduidade e pontualidade,

seu tipo de comportamento nesse sentido pode gerar nos alunos uma

expectativa de atraso ou ausência do professor, e sentem-se frustrados quando

o professor mostra-se pontual.

É importante que o professor associe o conhecimento novo aos saberes

que os alunos possuem esses conhecimentos não podem ser desvalorizados,

34

mas precisam ser transformados numa imagem pessoal de forma que o aluno

seja capaz de ser agente de seu próprio crescimento intelectual.

O preparo de uma aula precisa ser feito de forma cuidadosa, enriquecida

com exemplos que aproximem e associem os novos conhecimentos aos

anteriores.

Os projetos precisam ser planejados com antecedência, para que o

tempo seja bem aproveitado e administrado para que seja de fato concluído.

Não demorar em iniciar a aula para que os alunos não se dispersem e

fiquem desatentos, caso isso aconteça, o professor desperdiçará tempo de

aula estabelecendo novamente a ordem.

A cobrança no cumprimento das tarefas e regras de conduta deverá ser

feita com firmeza, mas se possível bom humor e com serenidade os

combinados com a classe.

O professor precisa falar com clareza, usando a linguagem dos alunos,

não pode se esquecer de que a aula é para eles e não para si mesmo,

utilizando um plano de aula simples, mas objetivo e coerente para que o aluno

não se perca diante de tantas informações e perca o interesse no que está

sendo apresentado. Não deve ficar preso somente a um canto da sala ou à

lousa, precisa estar atento à turma toda, e não ministrar a aula com o olhar

dirigido apenas á um lado da sala ou ainda pior, somente a um aluno

específico, demonstrando aos outros alguma preferência particular por este.

Situações estressantes provavelmente ocorrerão em sala de aula, mas

ao professor cabe mostrar-se disposto, calmo e sereno para que a situação

não saia do controle.

Dar atenção ao tom de voz empregado e a linguagem textual também

são importantes para o professor, que muitas vezes acaba se desgastando

desnecessariamente já no início das aulas e acabando também com a energia

dos alunos.

É fundamental analisar junto aos alunos as causas de seu desinteresse

ou indisciplina de forma a buscar soluções que melhor pautem as relações

entre eles e seus professores.

O professor precisa se valer de diferentes estratégias de ensino, jogos

operatórios, técnicas de ensino e aprendizado para que tenha instrumentos

35

diferentes de ensino para alcançar objetivos específicos. Não deve preocupar-

se somente em avaliar o aluno por meio de provas, mas possuir projetos de

avaliação claros e explícitos que se preocupem mais com a compreensão e

aprendizagem do aluno.

Anotar o que funcionou durante as aulas e o que não deu certo também

é muito importante como suporte ao trabalho do professor, para tanto, precisa

manter atualizados seus registros e notas.

Se desejar que os combinados sejam cumpridos pelos alunos, o

professor precisa também cumprir tudo quanto prometeu, fazendo da relação

com os alunos um modelo de responsabilidade política.

Perguntar aos alunos valoriza sua sabedoria e os ajuda a chegar ao

conhecimento pretendido por eles mesmos, o professor trabalha dirigindo os

objetivos e organiza as informações, procurando sempre estimular diferentes

habilidades como: comparação, análise, crítica, dedução, classificação,

sintetização, transferência, argumentação etc. Portanto, as aulas não podem se

configurar num monólogo constante, durante as exposições o professor poderá

alternar com exemplos, curiosidades, desafios, atividades práticas diversas

bem como fazer uso de diferentes linguagens como a corporal, musical,

pictográfica e outras, que tornarão as aulas mais interessantes.

Delegar funções a alunos com a intenção de ajudá-los a explorar

capacidades de aprender e ensinar é muito interessante, valoriza suas

habilidades, reforça e amplia seus conhecimentos além de ajudar o professor

que estará supervisionando o amigo enquanto auxilia seu colega.

Se o aluno não consegue aprender determinado conteúdo, pode

mostrar-se desinteressado e disperso durante as aulas, por isso, fazer revisões

periódicas dos conteúdos mais complicados ajudará o aluno a melhor

compreendê-lo.

A organização do ambiente de sala de aula não é menos importante, o

espaço da aula precisa ser bem organizado bem como a disposição dos

lugares de cada um, levando em consideração o propósito da posição dos

assentos e colocação dos alunos.

36

Eu vi muitos professores desistirem dos benefícios positivos da aprendizagem cooperativa por expectativas precoces de que a forma de sentar em grupos de mesas irá, por si só, engajar uma aprendizagem cooperativa. Isso não acontece. A aprendizagem cooperativa precisa ser estruturada e ensinada durante o tempo e é normalmente mais efetiva quando a turma é mais coesiva em seu relacionamento. (ROGERS, 2008, p. 63).

O professor precisa se preocupar em cuidar de sua apresentação, isso

confere mais dignidade e importância ao ato pedagógico, é um profissional e

não deve se esquecer disso, mas valorizar sua função.

O ato de deixar dúvidas no ar ao concluir a aula estimulará a curiosidade

para a aula seguinte e renovará nas crianças o entusiasmo.

Existem alunos cuja grosseria, insolência, atitudes desafiadoras e agressividade resistem e ultrapassam o limite de uma conduta serena por parte do professor e estes casos exigem a necessidade de uma intervenção especial, e, em consenso com seus pais quando possível, necessitam ser encaminhados a outros profissionais especializados ou, pior ainda, percebendo que o limite desses problemas ultrapassa a característica e a linha educacional da escola, não existe outra alternativa que sugerir sua transferência”.

(ANTUNES, 2002, p. 60).

A transferência de um aluno deve ser sempre o último recurso da escola

após todas as tentativas para que o mesmo mude seu comportamento, pois

compreende-se que em alguns casos a própria resistência do aluno em

adaptar-se às regras de tal estabelecimento de ensino pode ser diminuída

quando em outra realidade de uma nova instituição.

37

CAPÍTULO IV

A PESQUISA

4 DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO

4.1 Justificativa

Muito se tem falado no ambiente escolar sobre a questão da indisciplina

dos alunos nas escolas e de suas influências sobre o aprendizado dos

mesmos.

Não são poucas as causas de tal problema e faz-se necessário um

estudo mais profundo sobre uma questão tão comentada na mídia em geral e

principalmente entre os docentes, apontando a necessidade de procurar a

fonte ou as fontes de tal problema e procurar subsídios que ajudem os

professores a melhor gerirem o espaço da sala de aula, já que é em tal

ambiente que os problemas indisciplinares se acentuam e pesa sobre os

educadores a responsabilidade de uma administração competente.

Por esta razão buscou-se reconhecer a importância do trabalho

pedagógico na transformação do comportamento prejudicial do aluno e de

como se dá esse processo, importando para isso, não somente pesquisar em

bases teóricas, mas também junto aos professores o conhecimento que

possuem sobre o assunto para uma compreensão mais abrangente sobre o

mesmo.

4.2 Objetivos

a) conhecer o significado para o professor de indisciplina comparando

seus conceitos;

b) compreender os fatores causadores da indisciplina escolar e os

desafios em comum vivenciados pelos professores;

38

c) analisar se os professores são conscientes da importância de sua

atuação na disciplina de seus alunos e as estratégias aplicadas para

alcançar tal objetivo.

4.3 Metodologia

A pesquisa foi realizada por meio de questionário elaborado pelas

pesquisadoras, para professores do Ensino Fundamental (1º ao 5º ano) que já

enfrentam ou enfrentaram o desafio da indisciplina em suas aulas.

O questionário (apêndice A) contou com dez questões subjetivas e foi

elaborado com a finalidade de coletar dados escritos pelos próprios

professores, objetivando conhecer a opinião e conhecimento dos mesmos

sobre o assunto.

No total, aplicou-se o questionário a dez professores, todos do sexo

feminino, com idades entre 28 e 45 anos, pertencentes à Escola Estadual

Jandira de Moraes Nuno e a Escola Adventista (da rede particular).

4.4 Análise de dados

A interpretação dos dados foi feita mediante agrupamentos das

respostas obtidas dos professores, baseando-se em suas concepções em

comum ou apoiada numa mesma linha de reflexão e abordagem.

A seguir, analisaram-se as dez perguntas aplicadas aos professores.

Na primeira pergunta buscou-se saber dos mesmos suas impressões

sobre as características de uma classe indisciplinada, conquanto convivem

diariamente com salas de aula repletas de alunos com os mais diversos tipos

de comportamento, dentre estes alguns que podem trazer consequências

negativas para o aprendizado conforme suas próprias conclusões.

Baseando-se então nas próprias experiências dos professores,

identifica-se a seguir de forma geral, as suas opiniões sobre a pergunta em

questão.

39

Fonte: realizada pelas autoras, 2011.

Figura 1- resposta da pergunta nº. 1 dos professores

A maioria relacionou uma classe indisciplinada ao barulho, desrespeito

tanto em relação aos colegas como ao professor, à desorganização, à

movimentação constante dos alunos, e em geral ao baixo rendimento escolar.

No entanto, 10% relacionaram a indisciplina ao desdém do aluno junto

ao professor.

“Barulho excessivo, desordem (desorganização) e principalmente falta

de pré-requisitos para a aprendizagem”.

“Uma sala indisciplinada nem sempre se apresenta com barulho,

conversas, piadas e outras brincadeiras, embora isso seja sinal de indisciplina,

por outro lado, uma sala por mais tranqüila que seja, se o desdém se apresenta

de forma clara contra o professor é notório que a indisciplina esteja presente”.

Pode-se concluir que as concepções de indisciplina embora apresentem

muita semelhança e estão na maioria dos casos relacionada às ações de

desordem por parte dos alunos, há os que consideram a relação aluno-

professor como um fator desencadeador de atos indisciplinares.

40

Quando perguntado aos professores sobre os fatores que geram a

indisciplina em uma sala de aula, a maior parte atribuiu a isto a própria

desmotivação e desinteresse por parte do aluno pelos estudos, a falta de

limites em casa e na escola, a fatores de desatenção, hiperatividade e falta de

apoio da família. Poucos acrescentaram a defasagem na aprendizagem como

uma das causas e alguns acrescentaram a postura e atuação do professor em

sala de aula como fator causador da indisciplina.

“Falta de limite na educação familiar dos alunos, falta de interesse e

perspectiva para o futuro, desvios de comportamento, hiperatividade etc.”.

“Falta de planejamento por parte do professor, falta de material escolar, não

realização dos “combinados” entre professor/aluno nas regras da classe etc”.

Fonte: realizada pelas autoras, 2011.

Figura 2 - resposta da pergunta nº. 2 dos professores

Nota-se que há entre alguns professores, uma visão limitada sobre os

fatores causadores da indisciplina e que suas causas ainda não são vistas em

toda a sua abrangência por parte destes, e que embora a maioria tenha

abordado uma maior quantidade de aspectos, ainda deixa passar alguns

fatores relevantes sobre o tema.

Quando perguntado aos professores sobre a importância da disciplina

41

em uma sala de aula, houve unânimidade em suas respostas de forma geral.

Fonte: realizada pelas autoras, 2011.

Figura 3- resposta da pergunta nº. 3 dos professores

Observou-se que os professores relacionaram a disciplina como ação

necessária para a concretização do aprendizado, garantindo um maior

aproveitamento das aulas e atenção por parte dos alunos, sendo, portanto

imprescindível à atuação pedagógica.

“Acredito que quando há ordem, facilita a concentração, propiciando a

aprendizagem”.

“Para que ocorra uma aprendizagem significativa deve haver momentos

de estudo, análise e concentração, e isso se dá somente quando há disciplina”.

Com a finalidade de conhecer e comparar as visões dos professores

sobre o que é indisciplina, constatou-se que há certa divergência de opiniões.

Alguns a associaram a ações do próprio aluno, outros às ações da

própria escola e houveram ainda professores que a consideraram como

resultado de suas próprias ações enquanto responsáveis por exemplificar em

suas próprias atitudes a organização e o autocontrole em situações de conflito

e desordem.

42

Fonte: realizada pelas autoras, 2011.

Figura 4- resposta da pergunta nº. 4 dos professores

A maioria dos professores relacionou a indisciplina ao descumprimento

de regras pré-estabelecidas, a falta de respeito e limites e a falta de valorização

nos estudos.

Poucos atribuíram alguma relação às dificuldades de aprendizagem dos

alunos, outra minoria atribuiu a indisciplina à falta de socialização do aluno no

ambiente escolar e as ações dos docentes e administradores como

contribuintes para o agravamento da situação.

Houve os que acreditam que a falta de organização, desordem e perda

de controle da situação por parte do professor, ou seja, segundo eles mesmos,

a própria indisciplina do professor é o fator causador em muitos dos casos, da

indisciplina de seus alunos.

“São ações que prejudicam todo um sistema criado para o aprendizado,

e não é somente o aluno que é indisciplinado, não raras vezes, docentes e

administradores também contribuem com a indisciplina escolar”.

“Não ter respeito e não estar disposto a aprender”.

43

“A indisciplina escolar é quando o aluno não consegue a sua socialização

no meio em que vive devido a diversos fatores pessoais e sociais”.

Ao serem questionados sobre quem consideram ser os responsáveis ou

o responsável pela indisciplina do aluno na sala de aula, a maioria atribuiu esse

papel à escola, aos pais, professores e alunos, alguns consideraram os pais os

principais responsáveis e uma minoria unicamente às ações do professor.

Fonte: realizada pelas autoras, 2011.

Figura 5- resposta da pergunta nº. 5 dos professores

Com base nestas respostas, conclui-se que a maioria dos professores

tem uma visão mais ampla sobre a necessidade da união da escola como um

todo e dos pais dos alunos na busca de soluções conjuntas sobre o

comportamento irregular de seus filhos.

Nota-se ainda que muito poucos atribuem a si mesmos essa

responsabilidade e uma parcela um pouco maior do que esta consideram que a

responsabilidade da indisciplina do aluno na sala de aula seja unicamente de

seus pais, por não cumprirem seu papel de disciplinadores em casa.

“A responsabilidade de tudo que ocorre na sala de aula é do professor, mas há

casos que fogem do controle”.

44

“Acredito que as responsabilidades são de muitos: pais, professores e do

próprio aluno, cada um com seu grau de importância, uma vez que a escola é

um conjunto, por isso, a falha de um implica no sucesso de outro”.

Quanto ao tipo de estratégia utilizada pelos professores em questão

para evitar à indisciplina de seus alunos as respostas foram variadas, poucos

disseram fazer uso do diálogo com alunos, pais e direção e buscar mudar suas

estratégias, um número pouco maior disse fazer uso das regras combinadas e

punir o aluno caso sejam descumpridas, outra minoria afirmou que prepara

suas aulas com antecedência, a maioria afirmou fazer trabalhos em grupos,

preparar atividades motivadoras e diversificadas que despertem o interesse do

aluno, e outra parcela respondeu que age com firmeza em suas intervenções.

“Trabalho com regras combinadas e com conseqüências do não cumprimento

dessas regras”.

“Primeiramente converso com os alunos, peço ajuda aos pais e à direção,

mudo as formas de trabalho em sala de aula”.

Fonte: realizada pelas autoras, 2011.

Figura 6- resposta da pergunta nº. 6 dos professores

As estratégias utilizadas pelos professores em suas afirmações remetem

ao questionamento se realmente tão poucas estratégias, conforme as

45

respostas de alguns, são suficientes para atender a diversidade e

complexidade das questões indisciplinares.

Sobre a pergunta se existe alguma relação entre a indisciplina e o

próprio relacionamento entre aluno e professor, a grande maioria afirmou que o

bom relacionamento entre aluno e professor contribuem para o aprendizado

desde que o professor não se esqueça de seu papel, a minoria restante

afirmou que às vezes, pois os alunos já vêm com um comportamento e hábitos

frutos da sua vivência fora do contexto escolar.

“Sim, sempre existe e é necessária, mas nunca esquecer que você é o

professor e ele o aluno; o aluno não pode ver o professor como se fosse

apenas um amigo; o respeito à hierarquia tem que estar presente; a amizade

respeitosa por parte do professor também”.

“Às vezes sim, mas na maioria das vezes o aluno reproduz aquilo que

vivencia fora da escola e é isso que temos que reverter”.

Fonte: realizada pelas autoras, 2011.

Figura 7- resposta da pergunta nº. 7 dos professores

Nota-se que a questão do bom relacionamento com os alunos é

reconhecido pelos professores como uma das contribuições para a boa

disciplina em sala de aula, mas que este relacionamento é pautado segundo os

princípios de uma hierarquia na qual o professor é a figura principal. Há ainda

os que relacionam as ações dos alunos como reprodutoras da realidade na

46

qual convivem no ambiente exterior à escola e de que nem sempre a influência

afetiva do professor pode reverter tal influência.

Quando perguntado aos professores se as punições são recursos

suficientes para se obter a disciplina escolar desejada, a metade disse que as

punições podem ajudar, mas devem vir somente após o diálogo entre professor

e aluno. A minoria disse que sim, pois são o resultado da própria ação do aluno

e que às vezes apenas o diálogo não funciona. Outra parcela respondeu que

não e que podem piorar a situação.

“Não, deve haver troca de idéias e fazer acontecer o que se foi

combinado (regras), conscientização das conseqüências daquilo que não foi

feito”.

“Se faz necessária, pois o diálogo nem sempre funciona”.

Fonte: realizada pelas autoras, 2011.

Figura 8- resposta da pergunta nº. 8 dos professores

Percebe-se que embora as opiniões sejam bem divididas, a maioria dos

professores demonstram uma visão mais democrática da administração de

uma classe de alunos embora não descartem a importância de permitir que os

alunos colham as consequências de seus atos através das punições

47

estabelecidas, e de que embora alguns tenham sido mais diretos em

demonstrar seu favorecimento ou desfavorecimento à prática, o equilíbrio

necessário na atuação do professor ainda tem sido a postura considerada

adequada pela maior parcela dentre eles mesmos.

No que diz respeito sobre como deve ser a postura do professor diante

de uma classe indisciplinada, a maioria afirmou que o professor deve buscar o

apoio da equipe escolar e das famílias dos alunos para dialogarem e buscarem

juntos as soluções para os problemas indisciplinares. Alguns disseram que o

professor deve agir com firmeza, deixando bem claro para os alunos o que se

espera deles e cobrá-los quanto a isto. Outros afirmaram que além da firmeza,

o professor precisa agir com respeito, dominar o conteúdo e ser bem

organizado e atencioso. A menor parcela respondeu que o professor precisa

propor atividades atrativas e sequenciadas para que os alunos não fiquem

ociosos.

“Firmeza aliada ao bom senso. Tom de voz e emoções sob controle,

sem excessos, com atitudes de respeito”.

“Deve ter uma postura de construção de valores (combinados), muito

diálogo e fazer uma parceria com a família”.

Fonte: realizada pelas autoras, 2011.

Figura 9- resposta da pergunta nº. 9 dos professores

48

A análise das respostas aponta uma divisão de pensamentos,

evidenciando uma diversidade de posturas diante do mesmo problema da

indisciplina.

Sobre a pergunta de como os alunos aprendem a comportar-se bem,

alguns professores responderam que aprendem através da formação de

conceitos e valores aprendidos e exemplificados na escola. Outros, que isso

ocorrerá através da conscientização por parte dos alunos de que seus atos são

prejudiciais, quando passam a traçarem objetivos e aceitarem ajuda. Poucos

acreditam que os alunos precisam ser conquistados pelo professor, por suas

aulas e pela escola em que estudam e a metade julgaram que a raiz do

problema está na base familiar e na falha da mesma em cumprir seu papel de

educar.

“Através do diálogo, e dos exemplos que estão ao seu redor e na própria

figura do professor”.

“Quando se conscientizam de que estão se prejudicando e prejudicando

a classe no geral, quando traçam objetivos, quando encontram sentido no que

fazem e quando aceitam ajuda”.

Fonte: realizada pelas autoras, 2011.

Figura 10- resposta da pergunta nº. 10 dos professores

49

Isso demonstra que a família recebe o maior peso de responsabilidade

quando se trata do compartamento de seus filhos não somente no próprio

ambiente familiar, mas também fora dele, no ambiente de ensino, onde o aluno

exterioriza mais livremente a educação recebida proveniente de sua casa.

50

CONCLUSÃO

O término deste trabalho possibilitou compreender melhor que

atualmente os professores têm uma visão mais abrangente da indisciplina em

seu contexto geral e de que este é um problema que ainda persiste nas

escolas.

Percebe-se que embora todos reconheçam que esse seja um problema

que precise ser solucionado e de que é necessário um esforço conjunto para

que isto ocorra, ainda existem professores que precisam informar-se mais

sobre um assunto que tanto impede o sucesso de seu trabalho. Não buscam

mudanças de estratégias nem estão dispostos a confrontar tal situação,

embora alguns reconheçam a necessidade de uma mudança de postura

profissional e tem consciência do peso de sua influência enquanto exemplo em

uma sala de aula.

A família é considerada de primordial importância para a escola no

trabalho com os alunos indisciplinados e para tanto, faz-se necessário uma

mobilização na educação de forma que estratégias sejam criadas para a

promoção da participação dos pais no ambiente escolar para que assim

comecem a conscientizar-se da importância de sua responsabilidade junto à

educação de seus filhos.

Percebe-se que há ainda falhas tanto no sistema educacional e

principalmente no ambiente familiar quanto ao tipo de comportamento

considerado próprio para a vida em sociedade e na forma como esses

conceitos são exemplificados e ensinados. Quando uma dessas duas partes

consideradas fundamentais na formação do indivíduo se isenta de cumprir seu

papel, o retorno para ambas é o que se tem visto nas salas de aula: alunos

sem limites, professores à beira de um ataque de nervos e pais que perderam

totalmente o controle de seus próprios filhos.

51

REFERÊNCIAS

ANTUNES, Celso. Professor bonzinho = aluno difícil: a questão da indisciplina em sala de aula. Petrópolis, RJ: Vozes, 2002.

CASTRO, Alonso de. Carisma para educar e conquistar. São Paulo: Editora

Salesiana, 2002.

DINKMEYER, Don, DREIKURS, Rudolf. Encorajando Crianças A Aprender. São Paulo: Melhoramentos, 1972. 157p.

FABER, Adele et al. Como falar para o aluno aprender. São Paulo: Summus, 2005.

FERACINE, Luiz. O professor como agente de mudança social. São Paulo: EPU, 1990.

GALVÃO, Izabel. Henri Wallon: Uma concepção dialética do desenvolvimento infantil. 9ª .ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1995

GOULART, Íris Barbosa. Psicologia da educação Fundamentos teóricos e aplicações à prática pedagógica. 2ª. ed. Petrópolis, RJ, 1987.

LIBÂNO, José Carlos. Adeus professor, Adeus professora? : novas exigências educacionais e profissão docente. São Paulo, Cortez, 2009.

MORETTO, Vasco Pedro. Planejamento a educação para o desenvolvimento de competências. 4. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2009.

PARRATI-DAYAN, Silvia. Como enfrentar a indisciplina na escola. Trad. Silvia Beatriz Adoue e Augusto Juncal. São Paulo: Contexto, 2008.

ROGERS, Bill. Gestão de relacionamento e comportamento em sala de aula. Tradução Gisele Klen. 2. ed. Porto Alegre: Artemed, 2008.

TIBA, Içami. Limite na medida certa. São Paulo: Gente, 1996.

52

VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Construção do conhecimento em sala

de aula. 16 ed. São Paulo: Libertad, 2005.

WERNECK, Hamilton, 1942. Pulso forte e coração que ama: a indisciplina tem jeito. Rio de Janeiro: DP&A, 2005.

53

APÊNDICE

54

APÊNDICE A

Questionário de sondagem para os professores

Nós, Mara Silvia de Oliveira, RG 32.279.278-2 e Viviane Candido Gonçalves

Nascimento, RG 44.120.996-8 alunas do Centro Universitário Católico

Salesiano Auxilium, do curso de Pedagogia, solicitamos que participe da nossa

pesquisa intitulada “A administração do comportamento em sala de aula”

como parte do nosso Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). Assim,

contamos com você professor (a) para responder as questões abaixo, pois elas

são importantes para o estabelecimento da pesquisa. Este questionário será de

grande contribuição para o desenvolvimento da pesquisa.

1- Quais as características de uma classe indisciplinada?

2- Quais são os fatores que geram indisciplina em uma sala de aula?

3- Por que a disciplina é importante em uma sala de aula?

4- Para você o que é indisciplina escolar?

5- Quem são os responsáveis ou o responsável pela indisciplina dos alunos?

6- Que estratégias você utiliza em sua sala de aula para evitar a indisciplina

dos alunos?

7- Existe alguma relação entre a indisciplina e o próprio relacionamento entre

aluno e professor?

8- As punições são recursos suficientes para se obter a disciplina escolar

desejada?

9- Qual deve ser a postura do professor diante de uma classe indisciplinada?

55

10- Como os alunos aprendem a comportar-se bem?

56

APÊNDICE B

TABELAS DOS RESULTADOS DA PESQUISA FEITA AOS PROFESSORES

PERGUNTA Nº 01: Quais as características de uma classe indisciplinada?

Barulhenta, desorganizada e com

problemas na aprendizagem.

Mesmo quieta, age com desdém ao

professor.

9 1

PERGUNTA Nº 02: Quais são os fatores que geram indisciplina em uma

sala de aula?

Desmotivação,

desinteresse,

desatenção,

hiperatividade e falta de

apoio familiar.

Defasagem na

aprendizagem

Maior aproveitamento

geral das aulas

6 1 3

PERGUNTA Nº 03: Por que a disciplina é importante em uma sala de aula?

Maior aproveitamento geral das aulas

10

57

PERGUNTA Nº 04: Para você o que é indisciplina escolar?

Descumpriment

o de regras

falta de respeito

e limites e

desvalorização

dos estudos

Dificuldades

de

aprendizage

m

Falta de

socializaçã

o

Ações dos

docentes e

administradore

s

Desorganizaçã

o e perda de

controle do

professor

4 1 1 1 3

PERGUNTA Nº 05: Quem são os responsáveis ou o responsável pela

indisciplina do aluno na sala de aula?

Escola, pais,

professores e alunos.

Os pais O professor

6 3 1

PERGUNTA Nº 06: Que estratégias você utiliza em sua sala de aula para

evitar a indisciplina dos alunos?

Diálogo com

pais, direção

e mudança

de

estratégias.

Uso de regras

e punições

Preparar

aulas com

antecedência

Trabalhos em

grupos e

atividades

diversificadas

Agir com

firmeza nas

intervenções

1 2 1 4 2

58

PERGUNTA Nº07: Existe alguma relação entre a indisciplina e o próprio

relacionamento entre aluno e professor?

Sim, o bom relacionamento contribui

desde que os papéis estejam bem

definidos.

Às vezes

8 2

PERGUNTA Nº 08: As punições são recursos suficientes para se obter a

disciplina escolar desejada?

Ajudam, mas devem vir

após diálogo entre aluno

e professor.

Sim, às vezes só o

diálogo não funciona.

Não e podem piorar a

situação

5 2 3

PERGUNTA Nº 09: Qual deve ser a postura do professor diante de uma

classe indisciplinada?

Buscar ajuda da

equipe escolar e

da família do

aluno

Agir com firmeza

diante dos

objetivos

Agir com respeito,

domínio de

conteúdo e

atenção.

Propor atividades

atrativas

4 2 3 1

59

PERGUNTA Nº 10: Como os alunos aprendem a comportar-se bem?

Com conceitos e

exemplos

aprendidos na

escola

Quando se

conscientizam

das

consequências de

seus atos

Quando o

professor e a

escola o

conquistam

Através da

educação familiar

3 1 1 5