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TRIBUTOS E CONTRIBUIÇÕES: IRPF, IRPJ, CSLL, PIS/PASEP, COFINS - RENDIMENTOS DECORRENTES DE APLICAÇÕES EM RENDA VARIÁVEL E TRATAMENTO NAS DECLARAÇÕES E NOS DEMONSTRATIVOS - ROTEIRO Sumário Introdução I - Conceito de renda variável II - Incidência do imposto de renda III - Tributação na fonte ou paga em separado incidente a partir de 1º de janeiro de 2005 III.1 - Fundos de investimentos III.1.1 - Fundos de longo prazo III.1.2 - Fundos de curto prazo III.2 - Fundos e clubes de investimentos em ações III.3 - Transferência de um fundo para outro III.4 - Operações de swap III.5 - Operações em bolsa de valores, de mercadorias, de futuros e assemelhadas, e mercados de liquidação futura, fora de bolsa III.5.1 - Retenção na fonte - Alíquota de 0,005% III.6 - Compensação das perdas III.7 - Comprovação na transferência de titularidade de ações negociadas fora de bolsa III.7.1 - Declaração de Transferência de Titularidade de Ações (DTTA) IV - Isenções V - Tributação pelo IRPJ e pela CSLL V.1 - Pessoas jurídicas tributadas pelo lucro real V.1.1 - Indedutibilidade das perdas V.2 - Pessoas jurídicas tributadas pelo lucro presumido VI - Tributação pela contribuição para o PIS/PASEP e pela COFINS VI.1 - PIS/PASEP e COFINS no regime cumulativo VI.2 - PIS/PASEP e COFINS no regime não-cumulativo VII - Disposições específicas para operações realizadas em mercados de liquidação futura - IRPJ, CSLL, PIS/PASEP e COFINS VIII - Tributação pelo Simples Nacional e Federal IX - Entidades imunes X - Tributação na pessoa física XI - Tratamento nas declarações e demonstrativos XI.1 - DIPJ XI.2 - Declarações - Simples XI.2.1 - Declaração Simplificada das Pessoas Jurídicas - DSPJ XI.2.2 - Declaração Anual do Simples Nacional - DASN (anos calendários 2007 a 2010) - DASN 1

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Page 1: 670_tributos e Contribuições Irpf, Irpj, Csll, Pispasep, Cofins – Rendimentos Decorrentes de Aplicações Em Renda Variável – Roteiro (1)

TRIBUTOS E CONTRIBUIÇÕES: IRPF, IRPJ, CSLL, PIS/PASEP, COFINS - RENDIMENTOS DECORRENTES DE APLICAÇÕES EM RENDA VARIÁVEL E TRATAMENTO NAS DECLARAÇÕES E NOS DEMONSTRATIVOS - ROTEIRO

Sumário Introdução I - Conceito de renda variável II - Incidência do imposto de renda III - Tributação na fonte ou paga em separado incidente a partir de 1º de janeiro de 2005 III.1 - Fundos de investimentos III.1.1 - Fundos de longo prazo III.1.2 - Fundos de curto prazo III.2 - Fundos e clubes de investimentos em ações III.3 - Transferência de um fundo para outro III.4 - Operações de swap III.5 - Operações em bolsa de valores, de mercadorias, de futuros e assemelhadas, e mercados de liquidação futura, fora de bolsa III.5.1 - Retenção na fonte - Alíquota de 0,005% III.6 - Compensação das perdas III.7 - Comprovação na transferência de titularidade de ações negociadas fora de bolsa III.7.1 - Declaração de Transferência de Titularidade de Ações (DTTA) IV - Isenções V - Tributação pelo IRPJ e pela CSLL V.1 - Pessoas jurídicas tributadas pelo lucro real V.1.1 - Indedutibilidade das perdas V.2 - Pessoas jurídicas tributadas pelo lucro presumido VI - Tributação pela contribuição para o PIS/PASEP e pela COFINS VI.1 - PIS/PASEP e COFINS no regime cumulativo VI.2 - PIS/PASEP e COFINS no regime não-cumulativo VII - Disposições específicas para operações realizadas em mercados de liquidação futura - IRPJ, CSLL, PIS/PASEP e COFINS VIII - Tributação pelo Simples Nacional e Federal IX - Entidades imunes X - Tributação na pessoa física XI - Tratamento nas declarações e demonstrativos XI.1 - DIPJ XI.2 - Declarações - Simples XI.2.1 - Declaração Simplificada das Pessoas Jurídicas - DSPJ XI.2.2 - Declaração Anual do Simples Nacional - DASN (anos calendários 2007 a 2010) - DASN XI.2.3 - Declaração de Informações Socioeconômicas e Fiscais - DEFIS XI.3 - DCTF XI.4 - DACON XI.5 - DIRPF Introdução O presente Roteiro tem como objetivo explanar a tributação incidente sobre os rendimentos decorrentes de aplicações em renda variável, relativamente às pessoas físicas e jurídicas, bem como explicitar os procedimentos para entrega das declarações e dos demonstrativos relacionados a esse assunto, exigidos pela Secretaria da Receita Federal do Brasil. Atente-se que não se tem a pretensão de esgotar as diversas formas de aplicação em renda variável existentes, mas sim, dar um panorama geral sobre o tema.

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I - Conceito de renda variável Para fins tributários a legislação divide o mercado em duas espécies: mercado de renda fixa e mercado de renda variável. A definição para essas duas espécies de mercado, conforme entendimento da Secretaria da Receita Federal do Brasil é a seguinte (perguntas e respostas RFB nº 635 - IRPF/2011): "1 - Mercado de Renda Variável Compõe-se de ativos de renda variável, quais sejam, aqueles cuja remuneração ou retorno de capital não pode ser dimensionado no momento da aplicação. São eles as ações, quotas ou quinhões de capital, o ouro, ativo financeiro, e os contratos negociados nas bolsas de valores, de mercadorias, de futuros e assemelhadas. 2 - Mercado de Renda Fixa Compõe-se de ativos de renda fixa aqueles cuja remuneração ou retorno de capital pode ser dimensionado no momento da aplicação. Os títulos de renda fixa são públicos ou privados, conforme a condição da entidade ou empresa que os emite. Como títulos de renda fixa públicos citam-se as Notas do Tesouro Nacional (NTN), os Bônus do Banco Central (BBC), os Títulos da Dívida Agrária (TDA), bem como os títulos estaduais e municipais. Como títulos de renda fixa privados, aqueles emitidos por instituições ou empresas de direito privado, citam-se as Letras de Câmbio (LC), os Certificados de Depósito Bancário (CDB), os Recibos de Depósito Bancário (RDB) e as Debêntures. Equiparam-se a operações de renda fixa, para fins de incidência do imposto sobre a renda incidente na fonte, as operações de mútuo e de compra vinculada à revenda, no mercado secundário, tendo por objeto ouro, ativo financeiro, as operações de financiamento, inclusive box, realizadas em bolsas de valores, de mercadorias e de futuros e as operações de transferência de dívidas, bem como qualquer rendimento auferido pela entrega de recursos a pessoa jurídica."

1. Sobre operações com finalidade de Hedge, vide Roteiro específico.2. Sobre aplicações financeiras em geral, vide o Roteiro: Imposto de Renda - Aplicação ou operação financeira - Renda fixa e renda variável - Tributação - Roteiro de Procedimentos.

II - Incidência do Imposto de Renda As principais normas, limites e princípios aplicáveis aos tributos, constam na Constituição Federal de 1988. Dessa forma, em seu art. 153, podemos encontrar a determinação no sentido de que o imposto sobre a renda (ou imposto de renda) é de competência da União. O § 2º do art. 153 dispõe ainda que o Imposto sobre a Renda será informado pelos critérios da generalidade, da universalidade e da progressividade. O art. 43 do Código Tributário Nacional - CTN também fixa regras gerais e diretrizes para o Imposto de Renda: "Art. 43. O imposto, de competência da União, sobre a renda e proventos de qualquer natureza tem como fato gerador a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica:I - de renda, assim entendido o produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos;II - de proventos de qualquer natureza, assim entendidos os acréscimos patrimoniais não compreendidos no inciso anterior.§ 1º A incidência do imposto independe da denominação da receita ou do rendimento, da localização, condição jurídica ou nacionalidade da fonte, da origem e da forma de percepção.§ 2º Na hipótese de receita ou de rendimento oriundos do exterior, a lei estabelecerá as condições e o momento em que se dará sua disponibilidade, para fins de incidência do imposto referido neste artigo." Assim, considerando que as aplicações em renda variável podem gerar um acréscimo patrimonial, conclui-se que tal ganho está sujeito ao Imposto de Renda.

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Dessa forma, os ganhos nesse tipo de operação estão sujeitos tanto ao IRPJ, como ao IRPF, na forma tratada a seguir.

III - Tributação na fonte ou paga em separado incidente a partir de 1º de janeiro de 2005 Os rendimentos auferidos com aplicações de renda variável sujeitam-se à retenção do Imposto de Renda na Fonte ou paga em separado. Tal tributação é aplicada tanto às pessoas físicas, quanto às jurídicas. As Leis nº 11.033 de 2004 (conversão em lei da Medida Provisória nº 206 de 2004), e nº 11.053 de 2004 (conversão da MP 209/2004), alteraram as regras de tributação dos rendimentos auferidos em qualquer aplicação ou operação financeira de renda fixa, de renda variável, e em fundos de investimento. A Secretaria da Receita Federal do Brasil regulamentou o assunto, através da Instrução Normativa SRF nº 487 de 2004, revogada pelo artigo 77 da Instrução Normativa nº 1.022 de 05.04.2010, que regulamenta atualmente o assunto. Buscando incentivar a manutenção dos recursos aplicados por maior tempo, instituiu-se alíquotas de IRRF regressivas. Fundamentação: art. 77 da Instrução Normativa RFB nº 1.022/2010; Lei nº 11.033/2004; Lei nº 11.053/2004. III.1 - Fundos de investimentos A legislação do Imposto de Renda trata separadamente da tributação dos Fundos de Investimento, e dos Fundos de Investimento em Ações. Os Fundos devem obedecer a legislação da CVM. Trata-se de reunião de investidores em condomínio, sem personalidade jurídica, administrado por entidades previstas em lei (instituições financeiras, entidades de previdência privada, dentre outras). Além da figura do administrador, há também a figura do cotista (investidor).

Os Fundos de Investimento podem ser chamdos também de Clubes de Investimentos ou Contratos Coletivos.

Os fundos poderão ser de renda fixa ou de renda variável, de acordo com seu propósito de investimento. A legislação aplicável a partir de janeiro de 2005 classificou os fundos em fundos de longo prazo, e fundos de curto prazo. Considera-se fundo de investimento de longo prazo, aquele cuja carteira de títulos tenha prazo médio superior a 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias; e fundo de investimento de curto prazo, aquele cuja carteira de títulos tenha prazo médio igual ou inferior a 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias. A carteira de títulos dos fundos de investimentos tratados neste subitem é composta por títulos privados ou públicos federais, prefixados ou indexados à taxa de juros, a índices de preço ou à variação cambial, ou por operações compromissadas lastreadas nos referidos títulos públicos federais e por outros títulos e operações com características assemelhadas. Fundamentação: art. 1º da Lei nº 11.033/2004; art. 3º da Instrução Normativa RFB nº 1.022/2010. III.1.1 - Fundos de longo prazo A incidência do imposto de renda na fonte sobre os rendimentos auferidos por qualquer beneficiário, inclusive pessoa jurídica isenta, nas aplicações em fundos de investimento de que trata o art. 6º da Instrução Normativa RFB nº 1.022, de 5 de abril de 2010, classificados como de longo prazo, ocorrerá: a) no último dia útil dos meses de maio e novembro de cada ano, ou no resgate, se ocorrido em data anterior, sem prejuízo da cobrança de alíquota complementar, de acordo com as alíquotas regressivas dispostas abaixo;

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b) na data em que se completar cada período de carência para resgate de quotas com rendimento ou no resgate de quotas, se ocorrido em outra data, no caso de fundos com prazo de carência de até 90 (noventa) dias, sem prejuízo da cobrança de alíquota complementar, de acordo com as alíquotas regressivas dispostas abaixo. No caso de aplicações existentes em 31 de dezembro de 2004: a) os rendimentos produzidos até essa data serão tributados nos termos da legislação então vigente; b) em relação aos rendimentos produzidos em 2005, os prazos a que se referem as letras "a" a "d" das alíquotas regressivas dispostas abaixo serão contados a partir: b.1) de 1º de julho de 2004, no caso de aplicação efetuada até 22 de dezembro de 2004; e b.2) da data da aplicação, no caso de aplicação efetuada após 22 de dezembro de 2004.

A data constante nas letras "b.1" e b.2" acima (22.12.2004), refere-se à data da publicação da Lei nº 11.033 de 2004 no Diário Oficial da União, conforme o inciso II, § 1º do art. 1º da Lei 11.033.

A partir de 1º de janeiro de 2005, o imposto de renda na hipótese de fundo de longo prazo será cobrado às seguintes alíquotas regressivas: a) 22,5% (vinte e dois inteiros e cinco décimos por cento), em aplicações com prazo de até 180 (cento e oitenta) dias; b) 20% (vinte por cento), em aplicações com prazo de 181 (cento e oitenta e um) dias até 360 (trezentos e sessenta) dias; c) 17,5% (dezessete inteiros e cinco décimos por cento), em aplicações com prazo de 361 (trezentos e sessenta e um dias) até 720 (setecentos e vinte) dias; d) 15% (quinze por cento), em aplicações com prazo acima de 720 (setecentos e vinte) dias.

O art. 3º, § 2º da IN SRF nº 487 de 2004, revogada pela IN RFB nº 1.022 de 2010, dispunha que a incidência do imposto no último dia útil dos meses de maio e novembro de cada ano, ou no resgate, se ocorrido em data anterior, ocorrida no último dia útil do mês de maio de 2005, deveria ser apurada de acordo com as seguintes alíquotas, sem prejuízo de aplicação de alíquotas complementares de acordo com as letras "a" a "d" acima:a) 20% (vinte por cento) sobre a parcela dos rendimentos produzidos até 31 de dezembro de 2004;b) 15% (quinze por cento) sobre a parcela dos rendimentos produzidos a partir de 1º de janeiro de 2005.

No caso de alteração da composição ou do prazo médio da carteira dos fundos de investimento de longo prazo que implique modificação de seu enquadramento para fins de determinação do regime tributário, serão observadas as seguintes disposições: a) o imposto sobre a renda na fonte incidirá no último dia útil do mês de maio ou novembro imediatamente posterior à ocorrência, à alíquota de 15% (quinze por cento) sobre o rendimento produzido até o dia imediatamente anterior ao da alteração de condição, e à alíquota de 20% (vinte por cento) sobre o rendimento produzido a partir do dia do desenquadramento; b) caso haja resgate, a alíquota aplicável será aquela correspondente ao prazo da aplicação (alíquotas de acordo com as letras "a" a "d" deste subitem), para o rendimento produzido até o dia imediatamente anterior ao da alteração de condição, e de acordo as alíquotas de fundo de investimento classificado como de curto prazo, para o rendimento produzido a partir do dia do desenquadramento.

1. O fundo de investimento de longo prazo, cujo prazo médio da carteira de títulos permaneça igual ou inferior a 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias por mais de 3 (três) vezes ou por mais de 45 (quarenta e cinco) dias, no ano calendário, ficará desenquadrado.2. O desenquadramento referido na nota 1:a) poderá ocorrer uma única vez a cada ano calendário, podendo retornar ao enquadramento anterior somente a partir do 1º (primeiro) dia do ano calendário subsequente;b) não implica em interrupção da contagem do prazo original da aplicação, inclusive para fins de aplicação das alíquotas previstas nas letras "a" a "d" deste subitem, com relação aos rendimentos produzidos a partir do dia do desenquadramento.

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Fundamentação: arts. 6º e 7º da Instrução Normativa RFB nº 1.022/2010. III.1.2 - Fundos de curto prazo Os fundos de investimentos de curto prazo (carteira de títulos com prazo médio igual ou inferior a 365 dias), sujeitam-se à incidência do imposto de renda na fonte, por ocasião do resgate, às seguintes alíquotas: a) 22,5% (vinte e dois inteiros e cinco décimos por cento), em aplicações com prazo de até 180 (cento e oitenta) dias; b) 20% (vinte por cento), em aplicações com prazo acima de 180 (cento e oitenta) dias. Os rendimentos tributados semestralmente com base no art. 3º da Lei nº 10.892, de 13 de julho de 2004, sujeitam-se à alíquota de vinte por cento e no resgate das quotas será aplicada alíquota complementar de 2,5% (dois vírgula cinco por cento), se o resgate ocorrer no prazo de até 180 (cento e oitenta) dias. No caso de aplicações existentes em 31 de dezembro de 2004, em relação aos rendimentos produzidos em 2005, os prazos a que se referem as letras "a" e "b" acima serão contados a partir: a) de 1º de julho de 2004, no caso de aplicação efetuada até 30 de dezembro de 2004; e b) da data da aplicação, no caso de aplicação efetuada após 30 de dezembro de 2004. Fundamentação: art. 8º da Instrução Normativa RFB nº 1.022/2010. III.2 - Fundos e clubes de investimentos em ações As alíquotas regressivas não se aplicam aos fundos e clubes de investimento em ações. Nessas aplicações, os rendimentos são tributados exclusivamente no resgate das quotas, à alíquota de 15% (quinze por cento). Ao fundo ou clube de investimento em ações cuja carteira deixar de observar a proporção referida no art. 2º da Medida Provisória nº 2.189-49, de 23 de agosto de 2001 (vide nota abaixo), aplicar-se-á a tributação na fonte às alíquotas regressivas (tópico V.1.1), e a tributação aplicável aos fundos de investimentos (tópico V.2), a partir do momento do desenquadramento da carteira, salvo no caso de, cumulativamente, a referida proporção não ultrapassar o limite de 50% (cinqüenta por cento) do total da carteira, a situação for regularizada no prazo máximo de 30 (trinta) dias e o fundo ou clube não incorrer em nova hipótese de desenquadramento no período de 12 (doze) meses subseqüentes.

1. O § 6º do art. 28 Lei 9.532 de 1997 (com a alteração da MP 2189/2001) diz que os fundos de investimento cujas carteiras sejam constituídas, no mínimo, por 67% de ações negociadas no mercado à vista de bolsa de valores ou entidade assemelhada, poderão calcular o imposto no resgate de quotas, abrangendo os rendimentos e ganhos totais do patrimônio do fundo. A Instrução Normativa RFB nº 1.022 de 2010 dispôs ainda que que referidas ações poderão ser negociadas no país ou no exterior, na forma regulamentada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).2. As operações conjugadas, que permitam a obtenção de rendimentos predeterminados, realizadas nos mercados de opções de compra e de venda em bolsas de valores, de mercadorias e de futuros (box), no mercado a termo nas bolsas de valores, de mercadorias e de futuros, em operações de venda coberta e sem ajustes diários, e no mercado de balcão, realizadas por fundo ou clube de investimento em ações, não integrarão a parcela da carteira aplicada em ações para efeito da proporção referida acima ( art. 18, § 5º da Instrução Normativa RFB nº 1.022 de 2010).3. Para efeito do enquadramento de que trata este artigo serão observadas as disposições previstas nos arts. 11 a 17 da Instrução Normativa RFB nº 1.022 de 2010.4. Serão equiparadas às ações, para efeito da proporção de que trata este item:I - no Brasil: a) os recibos de subscrição; b) os certificados de depósito de ações; c) os Certificados de Depósito de Valores Mobiliários (Brazilian Depositary Receipts - BDR); d) as cotas dos fundos de ações; e e) as cotas dos fundos de índice de ações negociadas em bolsa de valores ou mercado de balcão; II - no exterior: a) os American Depositary Receipts (ADR); e b) os Global Depositary Receipts (GDR).5. O Ministro da Fazenda poderá elevar e restabelecer o percentual de 67% a que se refere o art. 2º da Medida Provisória nº 2.189-49, de 2001 (§ 7º do art. 1º da Lei nº 11.033 de 2004).

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As aplicações existentes em 31 de dezembro de 2001 nos fundos ou clubes de investimento em ações com tributação exclusiva no resgate de quotas, à alíquota de 15% (inciso I do § 3º do art. 1º da Lei nº 11.033 de 2004), resgatadas a partir de 1º de janeiro de 2005, terão os respectivos rendimentos apropriados pro rata tempore até aquela data (art. 20 da Instrução Normativa RFB nº 1.022 de 2010). No resgate de quotas referentes a essas aplicações, serão observados os seguintes procedimentos: a) se o valor de aquisição, acrescido dos rendimentos apropriados até 31 de dezembro de 2001, for inferior ao valor de resgate, o imposto de renda devido será o resultado da soma das parcelas correspondentes a 10% (dez por cento) dos rendimentos apropriados até aquela data e a 15% (quinze por cento) dos rendimentos apropriados entre 1º de janeiro de 2002 e a data do resgate; b) se o valor de aquisição, acrescido dos rendimentos apropriados até 31 de dezembro de 2001, for superior ao valor de resgate, a base de cálculo do imposto será a diferença positiva entre o valor de resgate e o valor de aquisição, sendo aplicada alíquota de 10% (dez por cento); c) quando não houver rendimento apropriado até 31 de dezembro de 2001, a base de cálculo do imposto será a diferença positiva entre o valor de resgate e o valor de aquisição, sendo aplicada alíquota de 15% (quinze por cento). Fundamentação: arts. 18 a 20 da Instrução Normativa RFB nº 1.022/2010. III.3 - Transferência de um fundo para outro A transferência do quotista de um fundo de investimento para outro, motivada por alterações havidas na legislação ou por reorganizações decorrentes de processos de incorporação, fusão ou cisão de fundos ou de instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil, não implica obrigatoriedade de resgate de quotas, desde que: a) o patrimônio do fundo incorporado, cindido ou fundido seja transferido, ao mesmo tempo, para o fundo sucessor; b) não haja qualquer disponibilidade de recursos para o quotista por ocasião do evento, nem transferência de titularidade das quotas; c) a composição da carteira do novo fundo não enseje aplicação de regime de tributação que preveja alíquotas inferiores à do fundo extinto. Na hipótese da transferência exposta acima: a) as perdas havidas pelo quotista em resgates anteriores de quotas do fundo extinto podem ser alocadas, para o mesmo quotista, no novo fundo, desde que este último seja administrado pela mesma instituição financeira ou por outra sob o mesmo controle acionário; b) para efeito de apuração do imposto de renda será considerado, quando for o caso, o valor de aquisição registrado no fundo extinto ou o valor por este apurado na última data de incidência do imposto. Fundamentação: art. 13 da Instrução Normativa RFB nº 1.022/2010. III.4 - Operações de swap As operações de swap representam contratos de troca de ativos financeiros. As partes apostam em certo referencial (índice, taxa, preço de mercadoria, dentre outros), e ao final, as partes liquidam o contrato pela diferença entre os referenciais adotados (uma das partes pagará a outra a diferença positiva obtida). A tributação dos contratos de swap encontra fundamentação legal específica no art. 74 da Lei nº 8.981 de 1995 e no art. 36 da Lei nº 9.532 de 1997, que determinam a tributação na fonte utilizando a mesma alíquota incidente sobre os rendimentos de aplicações financeiras de renda fixa. A base de cálculo do imposto será o resultado positivo auferido na liquidação do contrato de swap, e o imposto será retido pela pessoa jurídica que efetuar o pagamento do rendimento, na data da liquidação do respectivo contrato.

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Determina o parágrafo único do art. 36 da Lei nº 9.532 de 1997 que quando a operação de swap tiver por objeto taxa baseada na remuneração dos depósitos de poupança, esta remuneração será adicionada à base de cálculo do imposto.

Assim, os rendimentos produzidos pelas operações de swap também devem ser tributadas às alíquotas regressivas: a) 22,5% (vinte e dois inteiros e cinco décimos por cento), em aplicações com prazo de até 180 (cento e oitenta) dias; b) 20% (vinte por cento), em aplicações com prazo de 181 (cento e oitenta e um) dias até 360 (trezentos e sessenta) dias; c) 17,5% (dezessete inteiros e cinco décimos por cento), em aplicações com prazo de 361 (trezentos e sessenta e um dias) até 720 (setecentos e vinte) dias; d) 15% (quinze por cento), em aplicações com prazo acima de 720 (setecentos e vinte) dias. No caso de operações de swap contratadas até 31 de dezembro de 2004, os rendimentos produzidos até essa data, sujeitam-se à alíquota de 20%.

Somente será admitido o reconhecimento de perdas em operações de swap registradas nos termos da legislação vigente (§ 3º do art. 74 da Lei nº 8.981 de 1995).

Fundamentação: art. 74 da Lei nº 8.981/1995; art. 36 da Lei nº 9.532/1997; art. 40 da Instrução Normativa RFB nº 1.022/2010. III.5 - Operações em bolsa de valores, de mercadorias, de futuros e assemelhadas, e mercados de liquidação futura, fora de bolsa Os ganhos líquidos auferidos em operações realizadas em bolsas de valores, de mercadorias, de futuros, e assemelhadas, inclusive day trade permanecem sujeitos à legislação vigente e serão tributados às seguintes alíquotas: a) 20% (vinte por cento), no caso de operação day trade; b) 15% (quinze por cento), nas demais hipóteses. A alíquota de 15% será aplicada, a partir de 1º de janeiro de 2005, sobre os ganhos líquidos auferidos em: a) operações liquidadas nos mercados de opções e a termo; b) alienações ocorridas nos mercados à vista; c) ajustes diários apurados nos mercados futuros. Os ganhos líquidos auferidos, por qualquer beneficiário, inclusive pessoa jurídica isenta, em operações realizadas em bolsas de valores, de mercadorias, de futuros, e assemelhadas e nos mercados de liquidação futura, fora de bolsa, também serão tributados à alíquota de quinze por cento. Fundamentação: art. 45 da Instrução Normativa RFB nº 1.022/2010; art. 2º da Lei nº 11.033/2004. III.5.1 - Retenção na fonte - Alíquota de 0,005% As operações realizadas em bolsas de valores, de mercadorias, de futuros, e assemelhadas, exceto day trade, sujeitam-se à incidência do imposto de renda na fonte, à alíquota de 0,005% (cinco milésimos por cento) sobre os seguintes valores: a) nos mercados futuros, a soma algébrica dos ajustes diários, se positiva, apurada por ocasião do encerramento da posição, antecipadamente ou no seu vencimento; b) nos mercados de opções, o resultado, se positivo, da soma algébrica dos prêmios pagos e recebidos no mesmo dia; c) nos contratos a termo: c.1) quando houver a previsão de entrega do ativo objeto na data do seu vencimento, a diferença, se positiva, entre o preço a termo e o preço à vista na data da liquidação;

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c.2) com liquidação exclusivamente financeira, o valor da liquidação financeira previsto no contrato; d) nos mercados à vista, o valor da alienação, nas operações com ações, ouro ativo financeiro e outros valores mobiliários neles negociados. Os valores de que tratam as letras "a" e "b" acima serão apurados: 1- por contrato negociado e por data de vencimento, considerando-se os ajustes apurados a partir de 1º de janeiro de 2005, independentemente da data de abertura da posição, no caso dos mercados futuros; 2- pela consolidação, em cada bolsa ou entidade de registro, dos prêmios referentes a todas as séries de opções negociadas ou registradas nas referidas entidades. Na hipótese de que trata a letra c.1 acima, será considerado o preço médio a vista na data da liquidação do contrato, ou o último preço de fechamento disponível, quando não houver negociação naquela data. A retenção se aplica também: a) às operações realizadas no mercado de balcão, com intermediação, tendo por objeto os valores mobiliários e ativos referidos na letra "d" acima, bem como às operações realizadas em mercados de liquidação futura fora de bolsa; b) ao investidor estrangeiro oriundo de País que não tribute a renda ou que a tribute à alíquota inferior a 20% (vinte por cento).

Conforme determina a Instrução Normativa nº RFB nº 1.022 de 2010, a retenção de 0,005% aplica-se nas operações realizadas nos mercados à vista, mercados de opções, mercados futuros, e mercados a termo.

Fica dispensada a retenção de 0,005% quando o valor da retenção for igual ou inferior a R$ 1,00 (um real). Para fins da dispensa, ocorrendo mais de uma operação no mesmo mês, realizada por uma mesma pessoa, física ou jurídica, deverá ser efetuada a soma dos valores de imposto incidente sobre todas as operações realizadas no mês, para efeito de cálculo do limite de retenção. O responsável pela retenção do imposto aqui tratado (à alíquota de 0,005%) é a instituição intermediadora que receber diretamente a ordem do cliente, a bolsa que registrou as operações ou entidade responsável pela liquidação e compensação das operações, devendo ser recolhido ao Tesouro Nacional até o terceiro dia útil subseqüente ao decêndio de ocorrência dos fatos geradores, utilizando-se o código de receita nº 5557.

Esse prazo para recolhimento foi implementado por meio da Lei nº 11.196 de 2005, e deve ser aplicado para os fatos geradores ocorridos a partir de 1º de janeiro de 2006. Antes dessa data, o prazo para recolhimento era até o terceiro dia útil da semana subseqüente à data da retenção.

O valor do imposto retido na fonte poderá ser: a) deduzido do imposto sobre ganhos líquidos apurados no mês; b) compensado com o imposto incidente sobre ganhos líquidos apurados nos meses subsequentes; c) compensado na declaração de ajuste se, após a dedução das letras "a" e "b" houver saldo de imposto retido; d) compensado com o imposto devido sobre o ganho de capital na alienação de ações. A retenção de 0,005% não se aplica: a) às operações de exercício de opção; b) às aplicações de titularidade de instituição financeira, sociedade de seguro, de capitalização, entidade aberta ou fechada de previdência complementar, sociedade corretora de títulos, valores mobiliários e câmbio, sociedade distribuidora de títulos e valores mobiliários, sociedade de arrendamento mercantil e Fundo de Aposentadoria Programada Individual (Fapi);

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c) aos investidores estrangeiros referidos no art. 16 da Medida Provisória nº 2.189-49, de 23 de agosto de 2001, que realizarem operações financeiras nos mercados de renda fixa ou de renda variável no País, de acordo com as normas e condições estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional; d) à entidade aberta ou fechada de previdência complementar ou à sociedade seguradora e o administrador do Fundo de Aposentadoria Programada Individual - FAPI optante pelo regime especial de que trata o art. 2º da Medida Provisória nº 2.222, de 4 de setembro de 2001 (ora revogado); e) às operações dos fundos e clubes de investimento; f) às operações conjugadas, que permitam a obtenção de rendimentos predeterminados, realizadas nos mercados de opções de compra e de venda em bolsas de valores, de mercadorias e de futuros (box), no mercado a termo nas bolsas de valores, de mercadorias e de futuros, em operações de venda coberta e sem ajustes diários, e no mercado de balcão. Fundamentação: art. 10 da Instrução Normativa RFB nº 1.022/2010; arts. 2º e 4º da Lei nº 11.033/2004. III.6 - Operações de day-trade Em relação às operações de "day-trade" realizadas em bolsas de valores, de mercadorias, de futuros e assemelhadas, a tributação se dará da seguinte forma: a) na fonte, à alíquota de 1% (um por cento); b) à alíquota de 20% (vinte por cento) sobre os ganhos líquidos auferidos mensalmente.

1. Os ganhos líquidos auferidos em operações day-trade serão apurados e tributados separadamente das demais operações realizadas em bolsa.2. Sobre a indedutibilidade das perdas em operações Day-trade no Lucro Real, vide parágrafo único do art. 249 do RIR/99.

Considera-se "day-trade" a operação ou a conjugação de operações iniciadas e encerradas em um mesmo dia, com o mesmo ativo, em que a quantidade negociada tenha sido liquidada, total ou parcialmente. O rendimento corresponde ao resultado positivo apurado no encerramento das operações de "day-trade". Não será considerado o valor ou a quantidade de estoque do ativo existente em data anterior a da operação de "day-trade". Na apuração do resultado da operação de "day-trade" serão considerados, pela ordem, o primeiro negócio de compra com o primeiro de venda ou o primeiro negócio de venda com o primeiro de compra, sucessivamente. No caso de operações intermediadas pela mesma instituição, será admitida a compensação de perdas incorridas em operações de "day-trade" realizadas no mesmo dia. O responsável pela retenção e recolhimento do imposto à alíquota de 1% é: a) a instituição intermediadora da operação de "day-trade" que receber, diretamente, a ordem do cliente; b) a pessoa jurídica, vinculada à bolsa, que prestar os serviços de liquidação, compensação e custódia, no caso de operações iniciadas por intermédio de uma instituição e encerradas em outra.

As operações referidas na letra "b" não serão caracterizadas como de "day-trade" quando houver a liquidação física mediante movimentação de títulos ou valores mobiliários em custódia.

O valor do imposto retido na fonte sobre operações de "day-trade" poderá ser: a) deduzido do imposto incidente sobre ganhos líquidos apurados no mês; b) compensado com o imposto incidente sobre ganhos líquidos apurados nos meses subseqüentes, se, após a dedução, houver saldo de imposto retido.

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Se, ao término de cada ano calendário, houver saldo de imposto retido na fonte a compensar, fica facultado à pessoa física ou às pessoas jurídicas isentas ou optantes pelo Simples solicitar restituição.

As perdas incorridas em operações de "day-trade" somente poderão ser compensadas com os rendimentos auferidos em operações de mesma espécie (day-trade), realizadas no mês, observado ainda que o resultado mensal da compensação do imposto retido: a) se positivo, integrará a base de cálculo do imposto referente aos ganhos líquidos; b) se negativo, poderá ser compensado com os resultados positivos de operações de "day-trade" apurados nos meses subseqüentes. O imposto de renda retido na fonte em operações de "day-trade" será: a) deduzido do devido no encerramento de cada período de apuração ou na data de extinção, no caso de pessoa jurídica tributada com base no lucro real, presumido ou arbitrado; b) definitivo, no caso de pessoa física e de pessoa jurídica isenta ou optante pelo Simples.

Não se caracteriza como "day-trade": a) o exercício da opção e a venda ou compra do ativo no mercado à vista, no mesmo dia; b) o exercício da opção e a venda ou compra do contrato futuro objeto, no mesmo dia.

A retenção de 1% não se aplica às operações de "day-trade" realizadas por: a) instituição financeira, sociedade de seguro, de previdência privada aberta e de capitalização, sociedade corretora de títulos, valores mobiliários e câmbio, sociedade distribuidora de títulos e valores mobiliários ou sociedade de arrendamento mercantil; b) fundo de investimento ou clube de investimento; c) investidor estrangeiro que realizar operações financeiras no País de acordo com as normas e condições estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional. Fundamentação: art. 54 da Instrução Normativa RFB nº 1.022/2010; art. 2º, § 3º da Lei nº 11.033/2004. III.6 - Compensação das perdas Para fins de apuração e pagamento do imposto mensal sobre os ganhos líquidos, as perdas incorridas nas operações de renda variável nos mercados à vista, de opções, futuros, a termos e assemelhados, poderão ser compensadas com os ganhos líquidos auferidos, no próprio mês ou nos meses subseqüentes, em outras operações realizadas em qualquer das modalidades operacionais previstas naqueles mercados, operações comuns. As perdas incorridas em operações de "day trade", somente poderão ser compensadas com ganhos líquidos auferidos em operações da mesma espécie (day trade), realizadas no mês ou meses subseqüentes. O resultado negativo ou perda apurado em dezembro pode ser compensado com o ganho auferido em qualquer mês do exercício seguinte. As perdas apuradas no resgate de quotas de fundos de investimento, a que se refere o art. 15 da Instrução Normativa RFB nº 1.022 de 2010, poderão ser compensadas com rendimentos auferidos em resgates ou incidências posteriores, no mesmo ou em outro fundo de investimento administrado pela mesma pessoa jurídica, desde que sujeitos à mesma classificação, qual seja, em Fundos de Investimentos de longo e curto prazo, ou em Fundos e clubes de investimentos em ações, devendo a instituição administradora manter sistema de controle e registro em meio magnético que permita a identificação, em relação a cada quotista, dos valores compensáveis. As perdas em operações de swap e em renda variável somente são dedutíveis na determinação do lucro real até o limite dos ganhos auferidos nessas mesmas operações (art. 249 e 250 do RIR/99). Fundamentação: art. 760 do Decreto nº 3.000/1999 - RIR/99; art. 8º da Lei nº 9.959/2000; art. 54, §10 da Instrução Normativa RFB nº 1.022/2010. III.7 - Comprovação na transferência de titularidade de ações negociadas fora de bolsa

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Na transferência de titularidade de ações negociadas fora de bolsa, sem intermediação, a entidade encarregada de seu registro deverá exigir o documento de arrecadação de receitas federais que comprove o pagamento do imposto de renda sobre o ganho de capital incidente na alienação ou declaração do alienante sobre a inexistência de imposto devido, observadas as normas estabelecidas pela Secretaria da Receita Federal do Brasil. Quando a transferência for efetuada antes do vencimento do prazo legal para pagamento do imposto devido, a comprovação deverá ocorrer em até 15 (quinze) dias após o vencimento do referido prazo, ao final do qual, caso não tenha sido realizada, a entidade deverá comunicar o fato à Secretaria da Receita Federal do Brasil na forma e prazo por ela regulamentados.

O descumprimento dessa obrigação acessória sujeita a entidade à multa de 30% (trinta por cento) do valor do imposto devido.

Fundamentação: art. 5º da Lei nº 11.033/2004. III.7.1 - Declaração de Transferência de Titularidade de Ações (DTTA) Cumprindo o disposto no art. 5º da Lei nº 11.033 de 2004, a Receita Federal do Brasil editou a Instrução Normativa RFB nº 892, de 18.12.2008, instituindo a Declaração de Transferência de Titularidade de Ações (DTTA), cuja apresentação é obrigatória pelas entidades encarregadas do registro de transferência de ações. Para efeito da DTTA considera-se entidade encarregada do registro de transferência de ações negociadas fora de bolsa, sem intermediação: a) a companhia emissora das ações, quando a própria companhia mantém o livro de "Transferência de Ações Nominativas"; b) a instituição autorizada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) a manter serviços de ações escriturais quando contratada pela companhia emissora para manutenção do livro de "Transferência de Ações Nominativas"; c) a instituição que receber a ordem de transferência do investidor, no caso de ações depositadas em custódia fungível. A DTTA será apresentada na hipótese de o alienante deixar de exibir o documento de arrecadação de receitas federais que comprove o pagamento do imposto de renda sobre o ganho de capital incidente na alienação, ou declaração de inexistência de imposto devido em até 15 (quinze) dias após vencido o prazo legal para seu pagamento. A declaração de inexistência de imposto devido deve ser emitida na forma do Anexo I da Instrução Normativa RFB nº 892 de 2008, devendo a entidade encarregada do registro manter o documento arquivado enquanto perdurar o direito de a Fazenda Pública constituir os créditos tributários decorrentes das operações a que se refiram. A DTTA deverá ser apresentada, em meio digital, com base no leiaute constante do Anexo II da Instrução Normativa RFB nº 892 de 2008, mediante a utilização do programa gerador, de livre reprodução, disponível no sítio da Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) na Internet, no endereço http://www.receita.fazenda.gov.br. Para a transmissão da DTTA, a assinatura digital da declaração, mediante a utilização de certificado digital válido, é: a) obrigatória, para a pessoa jurídica que, em relação ao mesmo período abrangido pela DTTA, apresentou: a.1) Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais Mensal (DCTF Mensal); ou a.2) Declaração de Informações sobre Movimentações Financeiras (Dimof); b) facultativa, para as demais pessoas jurídicas.

O programa aplica-se também às pessoas jurídicas extintas, cindidas totalmente, fusionadas ou incorporadas durante o período declarado.

As declarações geradas pelo programa DTTA devem ser apresentadas:

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a) até o último dia útil do mês de março, contendo as informações relativas ao 2º (segundo) semestre do ano anterior; e b) até o último dia útil do mês de setembro, contendo as informações relativas ao 1º (primeiro) semestre do ano em curso. A não apresentação da DTTA ou sua apresentação, de forma inexata ou incompleta, sujeitará a entidade responsável pelo registro de transferência de ações à multa de 30% (trinta por cento) do valor do imposto devido.

Sobre retificação e demais questões relativas à DTTA, vide Instrução Normativa RFB nº 892 de 2008.

Fundamentação: Instrução Normativa RFB nº 892/2008, alterada pela Instrução Normativa RFB nº 921/2009. IV - Isenções São isentos do imposto de renda: a) na fonte e na Declaração de Imposto de Renda das Pessoas Físicas, a remuneração produzida por letras hipotecárias, certificados de recebíveis imobiliários e letras de crédito imobiliário, excetuando-se o ganho de capital auferido na alienação ou cessão; b) os ganhos líquidos auferidos por pessoas físicas em operações efetuadas: b.1) com ações, no mercado à vista de bolsas de valores, se o total das alienações desse valor mobiliário, realizadas no mês, não exceder a R$ 20.000,00 (vinte mil reais); b.2) com ouro, ativo financeiro, se o total das alienações desse ativo, realizadas no mês, não exceder a R$ 20.000,00 (vinte mil reais); c) na fonte e na Declaração de Ajuste Anual das pessoas físicas, os rendimentos distribuídos pelos Fundos de Investimentos Imobiliários cujas quotas seja admitidas à negociação exclusivamente em bolsas de valores ou no mercado de balcão organizado; d) na fonte e na declaração de ajuste anual das pessoas físicas, a remuneração produzida por Certificado de Depósito Agropecuário - CDA, Warrant Agropecuário - WA, Certificado de Direitos Creditórios do Agronegócio - CDCA, Letra de Crédito do Agronegócio - LCA e Certificado de Recebíveis do Agronegócio - CRA, instituídos pelos arts. 1º e 23 da Lei nº 11.076, de 30 de dezembro de 2004; e) na fonte e na declaração de ajuste anual das pessoas físicas, a remuneração produzida pela Cédula de Produto Rural - CPR, com liquidação financeira, instituída pela Lei nº 8.929, de 22 de agosto de 1994, alterada pela Lei nº 10.200, de 14 de fevereiro de 2001, desde que negociada no mercado financeiro.

1. As disposições contidas nas letras "d" e "e" foram inseridas pelo artigo 7º da Lei nº 11.311 de 13.06.2006, com eficácia a partir de 14.06.2006.2. O benefício disposto na letra "c" deste item: a) será concedido somente nos casos em que o Fundo de Investimento Imobiliário possua, no mínimo, 50 (cinqüenta) quotistas; b) não será concedido ao quotista pessoa física titular de quotas que representem 10% (dez por cento) ou mais da totalidade das quotas emitidas pelo Fundo de Investimento Imobiliário ou cujas quotas lhe derem direito ao recebimento de rendimento superior a 10% (dez por cento) do total de rendimentos auferidos pelo fundo. 3. O disposto na letra "c" e suas restrições foram inseridos ao ordenamento jurídico por meio de alteração na Lei nº 11.033 de 2004 pelo artigo 125 da Lei nº 11.196 de 21.11.2005, com eficácia a partir de 22.11.2005.

Fundamentação: art. 3º da Lei nº 11.033/2004; art. 48 da Instrução Normativa RFB nº 1.022/2010. V - Tributação pelo IRPJ e pela CSLL

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Na pessoa jurídica, os rendimentos decorrentes de aplicações em renda variável são tributados tanto pelo IRPJ (Imposto de Renda da Pessoa Jurídica), quanto pela CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido). V.1 - Pessoas jurídicas tributadas pelo lucro real No cálculo do imposto de renda pelo lucro real por estimativa, os ganhos líquidos auferidos em operações de renda variável não compõem a base de cálculo, desde que submetidos à tributação mensal separadamente. Em relação à CSLL, entretanto, os ganhos líquidos auferidos com renda variável compõem a base de cálculo mensal estimada. No pagamento do imposto de renda e da CSLL por meio de balanço ou balancete de suspensão ou redução, os ganhos líquidos com renda variável farão parte da base de cálculo. O imposto de renda pago separadamente ou retido pode ser compensado com o IRPJ devido. Fundamentação: art. 32 da Lei n º 8.981/1995; art. 2º da Lei n º 9.430/1996; art. 18 da Instrução Normativa SRF nº 390/2004. V.1.1 - Indedutibilidade das perdas As perdas em operações "day-trade", em conformidade com o inciso IV do parágrafo único do art. 249 do RIR/99 - Decreto 3.000 de 1999, são indedutíveis na apuração pelo Lucro Real, devendo, portanto, ser adicionadas via LALUR. Atente-se, no entanto, que a legislação prevê a possibilidade de compensação dessas perdas, com ganhos decorrentes das mesmas operações. Relativamente às operações de swap e renda variável, determina o inciso X do parágrafo único do art. 249 do RIR/99, que as perdas apuradas que excederem os ganhos auferidos nas mesmas operações são indedutíveis, devendo ser adicionadas no LALUR. O art. 250 desse mesmo diploma legal, determina que a parcela das perdas adicionadas poderá, nos períodos de apuração subsequentes, ser excluída do lucro real até o limite correspondente à diferença positiva entre os ganhos e perdas decorrentes das operações realizadas nos mercados de renda variável e operações de swap. Ou seja, no caso de perdas em Swap e renda variável, as perdas poderão ser compensadas com ganhos nessas mesmas operações auferidos em períodos de apuração posteriores, efetivando os controles sempre pelo LALUR. V.2 - Pessoas jurídicas tributadas pelo lucro presumido À base de cálculo do IRPJ em conformidade com o lucro presumido, deverão ser acrescidos por inteiro, os ganhos líquidos e rendimentos auferidos com aplicações financeiras de renda variável. A tributação será feita somente por ocasião da alienação, do resgate, cessão do título ou aplicação. O imposto de renda incidente na fonte, retido até o encerramento do correspondente período de apuração, poderá ser deduzido do imposto calculado com base no lucro presumido. Relativamente aos ganhos líquidos, o imposto de renda sobre os resultados positivos mensais apurados em cada um dos dois meses imediatamente anteriores ao do encerramento do período de apuração será determinado e pago em separado, nos termos da legislação específica, dispensado o recolhimento em separado relativamente ao terceiro mês do período de apuração. Os ganhos líquidos relativos a todo o trimestre de apuração, serão computados na determinação do lucro presumido, e o montante do imposto pago será considerado antecipação, compensável com o imposto de renda devido no encerramento do período de apuração. Relativamente à CSLL, de acordo com o art. 88 da IN SRF nº 390 de 2004, a tributação incidente sobre os rendimentos e ganhos líquidos auferidos em aplicações financeiras de renda variável será feita no período em que forem auferidas. VI - Tributação pela contribuição para o PIS/PASEP e pela COFINS

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Os rendimentos produzidos a partir das aplicações com renda variável também devem compor a base de cálculo da contribuição para o PIS/PASEP, e da COFINS (Contribuição para Financiamento da Seguridade Social). VI.1 - PIS/PASEP e COFINS no regime cumulativo As pessoas jurídicas tributadas pelo Lucro Presumido encontram-se sujeitas ao regime cumulativo da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS. O § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718 de 1998, que dispunha que a receita bruta compreendia a totalidade das receitas auferidas pela pessoa jurídica, sendo irrelevantes o tipo de atividade por ela exercida e a classificação contábil adotada para as receitas, foi revogado pela Lei nº 11.941 de 27.05.2009. Isso significa que, em regra, não mais é preciso discutir em juízo a inconstitucionalidade do alargamento de base de cálculo promovido pela Lei nº 9.718 de 1998, não sendo garantida, por outro lado, a possibilidade de compensação dos valores pagos em anos anteriores, em conformidade com o dispositivo revogado. Assim, a partir de 28 de maio de 2009, não são mais devidas, pelas empresas tributadas pelo regime cumulativo, a tributação da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS sobre receitas não decorrentes da atividade da empresa, como por exemplo, as receitas financeiras, entre elas as decorrentes de renda fixa e variável.

Anteriormente a esta data, as receitas decorrentes de renda fixa e variável compunham a base de cálculo dessas contribuições, no qual eram tributadas às alíquotas de 0,65% e 3% respectivamente, por se tratar de receita bruta. O momento da tributação ocorria de acordo com o regime adotado para o reconhecimento das receitas, caixa ou competência, sendo que neste último caso, era necessário saber o período em que era auferida a receita, de acordo com o tipo de aplicação efetuada. Sendo de caixa o regime, a tributação pela Contribuição para o PIS/PASEP e para a COFINS ocorria somente na alienação, cessão, ou resgate da aplicação.

Fundamentação: art. 3º da Lei nº 9.718/1998. VI.2 - PIS/PASEP e COFINS no regime não-cumulativo As pessoas jurídicas tributadas pelo Lucro Real, em princípio, sujeitam-se à tributação da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS pelo regime não-cumulativo, previsto nas Leis nº 10.637 de 2002 e 10.833 de 2003, cujas alíquotas aplicáveis são 1,65% e 7,6% respectivamente. As receitas decorrentes de aplicações de renda variável são tributáveis por este regime. Contudo, desde 2 de agosto de 2004, com a publicação do Decreto nº 5.164 de 2004 (ora revogado), a alíquota incidente sobre as receitas financeiras encontra-se reduzida a zero. Dessa forma, para as pessoas jurídicas sujeitas ao regime de incidência não-cumulativo de PIS e COFINS, não haverá pagamento dessas contribuições relativamente às receitas auferidas com as aplicações em renda variável. Atualmente, vigora o Decreto nº 5.442 de 09.05.2005, que continua beneficiando essas receitas com a alíquota zero para PIS e COFINS. Fundamentação: Decreto nº 5.442/2005. VII - Disposições específicas para operações realizadas em mercados de liquidação futura - IRPJ e CSLL Para efeito de determinação da base de cálculo do IRPJ e da CSLL, os resultados positivos ou negativos incorridos nas operações realizadas em mercados de liquidação futura, inclusive os sujeitos a ajustes de posições, serão reconhecidos por ocasião da liquidação do contrato, cessão ou encerramento da posição. O resultado positivo ou negativo aqui tratado será constituído pela soma algébrica dos ajustes, no caso das operações a futuro sujeitas a essa especificação, e pelo rendimento, ganho ou perda, apurado na operação, nos demais casos. O disposto acima aplica-se:

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a) no caso de operações realizadas no mercado de balcão, somente àquelas registradas nos termos da legislação vigente; b) em relação à pessoa física, aos ganhos líquidos auferidos em mercados de liquidação futura sujeitos a ajustes de posições, ficando mantidas para os demais mercados as regras previstas na legislação vigente.

O art. 35 da Lei nº 11.051 de 2004 revogou o §3º do art. 3º da Lei nº 9.718 de 1998, que previa que "Nas operações realizadas em mercados futuros, considera-se receita bruta o resultado positivo dos ajustes diários ocorridos no mês.".

Fundamentação: arts. 32 e 35 da Lei nº 11.051/2004. VIII - Tributação pelo Simples Nacional e Federal Para as pessoas jurídicas optantes pelo extinto Simples - Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte (Lei nº 9.317 de 1996), a tributação sobre os ganhos obtidos com aplicações em renda variável será feita de forma definitiva, na fonte, ou quando do pagamento sobre os ganhos líquidos mensais (arts. 54, §12, II e 55, II da IN RFB nº 1.022 de 2010). Dessa forma, tais rendimentos não devem compor a base de cálculo do Simples, e o valor do imposto que foi retido ou pago não pode ser aproveitado na apuração mensal da empresa pelo regime simplificado. A partir de 1º de julho de 2007 o regime do Simples Federal foi substituído pelo Simples Nacional. Da mesma forma, os rendimentos decorrentes de aplicações em renda variável da empresa optante serão tributados de forma definitiva (na fonte e no recolhimento em separado), de forma que não serão computados na base de cálculo do Simples Nacional . Fundamentação: art. 13, §1º, V e § 2º da Lei Complementar 123/2006; arts. 54, §12, II e 55, II da Instrução Normativa RFB nº 1.022/2010. IX - Entidades imunes Está dispensada a retenção do imposto de renda na fonte sobre rendimentos de aplicações financeiras de renda fixa ou de renda variável, quando o beneficiário do rendimento declarar à fonte pagadora, por escrito, sua condição de entidade imune. Para este fim, a entidade deverá apresentar à instituição responsável pela retenção do imposto declaração, na forma do Anexo Único da IN RFB nº 1.022 de 2010, em duas vias, assinada pelo seu representante legal. A instituição responsável pela retenção do imposto arquivará a 1ª via da declaração, em ordem alfabética, que ficará à disposição da Secretaria da Receita Federal, devendo a 2ª via ser devolvida ao interessado, como recibo.

O descumprimento dessas disposições implicará a retenção do imposto sobre os rendimentos pagos ou creditados.

O disposto neste item não se aplica a entidade de previdência privada fechada e a entidade de previdência privada aberta sem fins lucrativos, que continuam tendo os rendimentos de suas aplicações financeiras sujeitos à retenção do imposto de renda na fonte. Fundamentação: Anexo único da Instrução Normativa RFB nº 1.022/2010. X - Tributação na pessoa física Na pessoa física, a tributação dos rendimentos decorrentes de aplicações em renda variável se dá de forma definitiva, tanto nos casos em que a tributação pelo Imposto de Renda é efetuada na fonte, como nos casos em que há pagamento do imposto de forma mensal. Embora definitivo, o § 8º, III do art. 52 da IN RFB nº 1.022 de 2010 prevê a compensação de eventual saldo do imposto retido na fonte à alíquota de 0,005% (operações em bolsa de valores, de mercadorias, de futuros e assemelhadas,e mercados de liquidação futura fora de bolsa), na Declaração de Ajuste Anual, quando após a dedução do imposto sobre ganhos líquidos apurados no mês e a compensação com o imposto incidente sobre ganhos líquidos

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apurados nos meses subsequentes, ainda houver saldo de imposto retido (vide item XI.5 abaixo). Assim, a retenção sofrida à alíquota de 0,005% deverá ser deduzida do IR a ser pago mensalmente sobre os ganhos. Caso referida retenção não possa ser compensada, o saldo pode ser utilizado na Declaração de Imposto de Renda da Pessoa Física. Exemplo prático: Pessoa física efetuou operações de aplicação financeira no mercado de renda variável, porém pagou corretagem para a realização da operação de compra e venda, bem como taxas de custódia. Assim, poderá deduzidas as despesas efetivamente pagas constantes nas notas de corretagem para a realização de operações de compra ou venda, previstas no § 2º do art. 760 do RIR/1999. Portanto são consideradas na apuração do ganho líquido, devendo ser acrescidas ao preço de compra e deduzidas do preço de venda dos ativos ou contratos negociados. Fundamentação: art. 55, II da Instrução Normativa RFB nº 1.022/2010. XI - Tratamento nas declarações e demonstrativos XI.1 - DIPJ Através da DIPJ, a Secretaria da Receita Federal do Brasil obtém informações acerca dos rendimentos decorrentes de renda variável (por período de apuração), do imposto que foi antecipado, bem como das perdas sofridas (quando a pessoa jurídica for optante pelo Lucro Real). A Declaração de Informações Econômico-Fiscais da Pessoa Jurídica - DIPJ, deverá ser entregue pelas pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real, presumido ou arbitrado, bem como as imunes ou isentas do Imposto de Renda. Fundamentação: art. 4º da Instrução Normativa RFB nº 1.149/2011. XI.2 - Declarações - Simples XI.2.1 - Declaração Simplificada das Pessoas Jurídicas - DSPJ Na Declaração Simplificada das Pessoas Jurídicas - Simples, as informações relativas aos rendimentos decorrentes de aplicações em renda variável deviam constar na ficha 07 - Informações gerais, onde os valores referentes aos ganhos eram informados na linha 08. Atente-se que esta declaração refere-se a informações do extinto Simples Federal, de forma que a última entrega ocorreu em maio de 2008. XI.2.2 - Declaração Anual do Simples Nacional - DASN (anos calendários 2007 a 2010) A declaração devida pela empresa optante pelo Simples Nacional é a Declaração Anual do Simples Nacional - DASN, cuja entrega se dá anualmente. As informações referentes às aplicações em renda variável deverão constar na parte relativa às Informações Econômicas e Fiscais, onde os ganhos líquidos auferidos com esse tipo de aplicação devem ser informados. Fundamentação: art. 4º da Resolução CGSN nº 10/2007. XI.2.3 - Declaração de Informações Socioeconômicas e Fiscais - DEFIS A ME ou EPP optante pelo Simples Nacional apresentará a Declaração de Informações Socioeconômicas e Fiscais (DEFIS). A DEFIS será entregue à RFB por meio de módulo do aplicativo PGDAS-D, até 31 de março do ano-calendário subsequente ao da ocorrência dos fatos geradores dos tributos previstos no Simples Nacional.

1. As informações socioeconômicas e fiscais da DEFIS, relativamente ao ano calendário 2011, deverão ser prestadas à RFB por meio da Declaração Única e Simplificada de Informações Socioeconômicas e Fiscais (DASN), por meio da internet, até 20 de abril de 2012.2. Ainda não foi divulgado o novo leiaute para identificarmos em que local serão informados os rendimentos de aplicações financeiras.

Fundamentação: art. 66 da Resolução CGSN nº 94/2011. XI.3 - DCTF

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Na Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais - DCTF, para as pessoas jurídicas que obtiverem rendimentos decorrentes de aplicações em renda variável, com a conseqüente antecipação do IR, caberá a informação do valor do IRPJ devido no período de apuração, já deduzido do valor da retenção sofrida, ou do imposto pago em separado. Esse procedimento deve ser observado quando o rendimento decorrente da aplicação em renda variável, compor a base de cálculo do IRPJ do período. Também caberá informar na DCTF os valores devidos a título de Imposto de renda incidente sobre rendimentos e ganhos líquidos de renda variável, cujo pagamento é feito em separado. Desde 2010 não existe mais a DCTF semestral, assim, todas as pessoas jurídicas obrigadas a essa declaração devem entregá-la mensalmente.

Para mais informações vide nosso Roteiro: "Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais - Normas aplicáveis a partir de 2011 - Roteiro de Procedimentos".

Fundamentação: arts. 2º e 5º da Instrução Normativa RFB nº 1.110/2010. XI.4 - DACON A partir do ano calendário de 2006, as pessoas jurídicas de direito privado e as que lhes são equiparadas pela legislação do Imposto de Renda, submetidas à apuração da Contribuição para o PIS/Pasep e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), nos regimes cumulativo e não-cumulativo, inclusive aquelas que apuram a Contribuição para o PIS/Pasep com base na folha de salários, deverão apresentar o Dacon, de forma centralizada pelo estabelecimento matriz. Da mesma forma que a DCTF, há o DACON é apresentado de forma mensal. Por meio da Instrução Normativa da RFB nº 1.015 de 2010, desde 2010, o Demonstrativo passou a ser mensal. No DACON devem ser informados os rendimentos obtidos. Tanto para as pessoas jurídicas tributadas pelo Lucro Presumido, quanto para o Lucro Real, essas receitas devem ser informadas na linha que trata das receitas tributadas à alíquota de zero.

1. O DACON em sua versão original destinava-se somente para informações relativas à contribuição para o PIS/PASEP e à COFINS no regime não-cumulativo. A partir de 2005 a obrigatoriedade abrangeu também as contribuições cumulativas.2. Para mais informações sobre o Dacon, vide nosso Roteiro "DACON - Demonstrativo de Apuração das Contribuições Sociais - Roteiro de Procedimentos"

Fundamentação: art. 2º da Instrução Normativa RFB nº 1.015/2010. XI.5 - Declaração de Imposto de Renda da Pessoa Física - DIRPF Dentre outras hipóteses de obrigatoriedade, deve entregar a DIRPF a pessoa física que obteve, em qualquer mês do ano-calendário, ganho de capital na alienação de bens ou direitos, sujeito à incidência do imposto, ou realizou operações em bolsas de valores, de mercadorias, de futuros e assemelhadas. Em princípio, na DIRPF, os rendimento referentes à renda variável deverão constar do Demonstrativo de Renda Variável, válido tanto para a Declaração no modelo completo, como no simplificado.

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Ressalvada a compensação de saldo de imposto de renda retido, a tributação dos ganhos em renda variável não é feita pela declaração de ajuste. Na declaração haverá somente informação. Exemplo prático: Duas pessoas físicas que efetuaram aplicação em condomínio durante o ano calendário de 2010, devem declarar na DIRPF 2011 de acordo com o percentual que couber a cada um dos condôminos nas respectivas declarações. Quando o condomínio for em virtude de união estável deve ser incluído 50% dos rendimentos, em cada uma das declarações, salvo se contrato escrito dispuser percentual diferenciado. (perguntas e respostas nº 676 - IRPF 2011).

FONTE: FISCOSoft.

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