capítulo xix - irpj e csll - operações internacionais...
TRANSCRIPT
ARQUIVO ATUALIZADO ATÉ 31/12/2016
Capítulo XIX - IRPJ e CSLL - Operações
Internacionais 2017
PREÇO DE TRANSFERÊNCIA
001 Qual o significado do termo “preço de transferência”?
O termo “preço de transferência” tem sido utilizado para identificar os controles a que
estão sujeitas as operações comerciais ou financeiras realizadas entre pessoas vinculadas,
sediadas em diferentes jurisdições tributárias, ou quando uma das partes está sediada
em país ou dependência com tributação favorecida ou goze de regime fiscal privilegiado.
Em razão das circunstâncias peculiares existentes nas operações realizadas entre essas
pessoas, o preço praticado nessas operações pode ser artificialmente estipulado e,
consequentemente, divergir do preço de mercado negociado por empresas independentes,
em condições análogas - preço com base no princípio arm’s length.
Veja ainda: País ou dependência com tributação favorecida:
Pergunta 005 deste capítulo.
Regime fiscal privilegiado:
Pergunta 006 deste capítulo.
Preço praticado:
Pergunta 016 deste capítulo.
002 Por que o preço de transferência deve ser controlado pelas
administrações tributárias?
O controle fiscal dos preços de transferência se impõe em função da necessidade de se
evitar a perda de receitas fiscais. Essa redução se verifica em face da extrema facilidade
na alocação artificial de receitas e despesas nas operações com venda de bens, direitos ou
serviços, entre pessoas situadas em diferentes jurisdições tributárias, quando existe
vinculação entre elas, ou ainda que não sejam vinculadas, mas desde que uma delas esteja
situada em país ou dependência com tributação favorecida ou goze de regime fiscal
privilegiado.
Diversos países instituíram este controle como medida de salvaguarda de seus interesses
fiscais, haja vista a constatação de manipulação dos preços por empresas interdependentes
em transações internacionais, com o inequívoco objetivo de usufruir de regimes
tributários mais favoráveis. Assim, ocorre a transferência de renda de um Estado para
outros que oferecem alíquotas inferiores ou concedem isenções, por intermédio da
manipulação dos preços praticados na exportação e na importação de bens, serviços e
direitos.
Veja ainda: Pessoa vinculada: Pergunta 004 deste capítulo.
País ou dependência com tributação favorecida:
Pergunta 005 deste capítulo.
Regime fiscal privilegiado: Pergunta 006 deste capítulo.
Preço praticado: Pergunta 016 deste capítulo.
003 Quem está obrigado pela legislação brasileira à observância
das regras de preços de transferência?
Estão obrigados pela legislação brasileira à observância das regras de preços de
transferência:
a) as pessoas físicas ou jurídicas residentes ou domiciliadas no Brasil que praticarem
operações com pessoas físicas ou jurídicas, residentes ou domiciliadas no exterior,
consideradas vinculadas, mesmo que por intermédio de interposta pessoa.
b) as pessoas físicas ou jurídicas residentes ou domiciliadas no Brasil que realizem
operações com qualquer pessoa física ou jurídica, ainda que não vinculada, residente
ou domiciliada em país ou dependência com tributação favorecida.
c) as pessoas físicas ou jurídicas residentes ou domiciliadas no Brasil que realizem
operações com qualquer pessoa física ou jurídica, ainda que não vinculada, residente
ou domiciliada no exterior, e que goze, nos termos da legislação em vigor, de regime
fiscal privilegiado.
Veja ainda: Pessoa vinculada:
Pergunta 004 deste capítulo.
País ou dependência com tributação favorecida:
Pergunta 005 deste capítulo.
Regime fiscal privilegiado:
Pergunta 006 deste capítulo.
Interposta pessoa:
Pergunta 009 deste capítulo.
004 O que é pessoa vinculada, nos termos da legislação de preços
de transferência?
Será considerada vinculada à pessoa jurídica domiciliada no Brasil:
1) a matriz desta, quando domiciliada no exterior;
2) a sua filial ou sucursal, domiciliada no exterior;
3) a pessoa física ou jurídica, residente ou domiciliada no exterior, cuja participação
societária no seu capital social a caracterize como sua controladora ou coligada, na
forma definida nos §§ 1º e 2º, art. 243 da Lei das S.A.;
4) a pessoa jurídica domiciliada no exterior que seja caracterizada como sua controlada
ou coligada, na forma definida nos §§ 1º e 2º, art. 243 da Lei das S.A.;
5) a pessoa jurídica domiciliada no exterior, quando esta e a empresa domiciliada no
Brasil estiverem sob controle societário ou administrativo comum ou quando pelo
menos 10% (dez por cento) do capital social de cada uma pertencer a uma mesma
pessoa física ou jurídica;
6) a pessoa física ou jurídica, residente ou domiciliada no exterior, que, em conjunto com
a pessoa jurídica domiciliada no Brasil, tiver participação societária no capital social
de uma terceira pessoa jurídica, cuja soma as caracterizem como controladoras ou
coligadas desta, na forma definida nos §§ 1º e 2º, art. 243 da Lei das S.A.;
7) a pessoa física ou jurídica, residente ou domiciliada no exterior, que seja sua associada,
na forma de consórcio ou condomínio, conforme definido na legislação brasileira, em
qualquer empreendimento;
8) a pessoa física residente no exterior que for parente ou afim até o terceiro grau, cônjuge
ou companheiro de qualquer de seus diretores ou de seu sócio ou acionista controlador
em participação direta ou indireta;
9) a pessoa física ou jurídica, residente ou domiciliada no exterior, que goze de
exclusividade, como seu agente, distribuidor ou concessionário, para a compra e
venda de bens, serviços ou direitos;
10) a pessoa física ou jurídica, residente ou domiciliada no exterior, em relação à qual a
pessoa jurídica domiciliada no Brasil goze de exclusividade, como agente,
distribuidora ou concessionária, para a compra e venda de bens, serviços ou direitos.
Notas:
Para efeito do item 5, considera-se que a empresa domiciliada
no exterior e a pessoa jurídica domiciliada no Brasil estão sob
controle:
a) societário comum, quando uma mesma pessoa física ou
jurídica, independentemente da localidade de sua residência
ou domicílio, seja titular de direitos de sócio em cada uma das
referidas empresas, que lhe assegurem, de modo permanente,
preponderância nas deliberações sociais daquelas e o poder de
eleger a maioria dos seus administradores;
b) administrativo comum, quando:
b.1) cargo de presidente do conselho de administração ou de
diretor-presidente de ambas tenha por titular a mesma pessoa;
b.2) cargo de presidente do conselho de administração de uma
e o de diretor-presidente de outra sejam exercidos pela mesma
pessoa;
b.3) uma mesma pessoa exercer cargo de direção, com poder
de decisão, em ambas as empresas.
Na hipótese do item 7, as empresas serão consideradas
vinculadas somente durante o período de duração do
consórcio ou condomínio no qual ocorrer a associação.
Para efeito do item 8, considera-se companheiro de diretor,
sócio ou acionista controlador da empresa domiciliada no
Brasil, a pessoa que com ele conviva em caráter conjugal,
conforme o disposto na Lei nº 9.278, de 1996.
Nas hipóteses dos itens 9 e 10:
a) a vinculação somente se aplica em relação às operações
com os bens, serviços ou direitos para o quais se constatar a
exclusividade;
b) será considerado distribuidor ou concessionário exclusivo,
a pessoa física ou jurídica titular desse direito relativamente a
uma parte ou a todo o território do país, inclusive do Brasil;
c) a exclusividade será constatada por meio de contrato escrito
ou, na inexistência deste, pela prática de operações
comerciais, relacionadas a um tipo de bem, serviço ou direito,
efetuadas exclusivamente entre as duas empresas ou
exclusivamente por intermédio de uma delas.
Veja ainda: Outras referências a "pessoa vinculada": Perguntas 002, 003, 009, 010, 013, 030, 048
a 050, 063 a 065, 067, 069 a 071 e 116 deste capítulo.
Normativo: Lei das S.A. - Lei nº 6.404, 1976, art. 243;
Lei nº 9.430, de 1996, art. 23; e
Instrução Normativa RFB nº 1.312, de 28 de dezembro
de 2012, art. 2º.
005 O que é país ou dependência com tributação favorecida?
País ou dependência com tributação favorecida é aquele(a):
a) que não tribute a renda ou que a tribute à alíquota inferior a 20% (vinte por cento).
Devendo ser considerada a legislação tributária do referido país, aplicável às pessoas
físicas ou às pessoas jurídicas, conforme a natureza do ente com o qual houver sido
praticada a operação, considerando-se separadamente a tributação do trabalho e do
capital, bem como as dependências do país de residência ou domicílio, ou
b) cuja legislação não permita o acesso a informações relativas à composição societária
de pessoas jurídicas, à sua titularidade ou à identificação do beneficiário efetivo de
rendimentos atribuídos a não residentes.
A Portaria MF nº 488, de 28 de novembro de 2014, reduziu para 17% (dezessete por
cento) o percentual do item a para os países que estejam alinhados com os padrões
internacionais de transparência fiscal, nos termos definidos pela Secretaria da Receita
Federal do Brasil. A Instrução Normativa RFB nº 1.530, de 2014, disciplinou o conceito
de padrões internacionais de transparência fiscal, para os fins da Portaria MF nº 488, de
2014, e o pedido de revisão de enquadramento como país ou dependência com tributação
favorecida ou detentor de regime fiscal privilegiado.
Veja ainda:
Outras referências a "país ou dependência com
tributação favorecida":
Perguntas 001 a 003, 005, 007, 008, 013, 030, 048,
049, 091, 067 e 116 deste capitulo.
Normativo: Lei nº 9.430, de 1996, art. 24;
Lei nº 10.451 de 2002 art. 4º;
Portaria MF nº 488, de 2014; e
Instrução Normativa RFB nº 1.530, de 2014.
006 O que é um regime fiscal privilegiado?
É aquele que apresente uma ou mais das seguintes características:
I – não tribute a renda ou a tribute à alíquota máxima inferior a 20% (vinte por cento);
II – conceda vantagem de natureza fiscal a pessoa física ou jurídica não residente:
a) sem exigência de realização de atividade econômica substantiva no país ou
dependência;
b) condicionada ao não exercício de atividade econômica substantiva no país ou
dependência;
III – não tribute, ou o faça em alíquota máxima inferior a 20% (vinte por cento), os
rendimentos auferidos fora de seu território;
IV – não permita o acesso a informações relativas à composição societária, titularidade
de bens ou direitos ou às operações econômicas realizadas.
Há de salientar que o conceito de “regime fiscal privilegiado” foi concebido com o intuito
de ensejar a aplicação dos controles de preços de transferência a operações com entidades
que gozam de um regime fiscal mais benéfico e que, potencialmente, pode conduzir à
redução da base tributável brasileira, ainda que previsto de forma excepcional na
legislação do país ou dependência em que residente ou domiciliado o beneficiário.
A Portaria MF nº 488, de 28 de novembro de 2014, reduziu para 17% (dezessete por
cento) o percentual dos itens I e III para os países que estejam alinhados com os padrões
internacionais de transparência fiscal, nos termos definidos pela Secretaria da Receita
Federal do Brasil. A Instrução Normativa RFB nº 1.530, de 2014, disciplinou o conceito
de padrões internacionais de transparência fiscal, para os fins da Portaria MF nº 488, de
2014, e o pedido de revisão de enquadramento como país ou dependência com tributação
favorecida ou detentor de regime fiscal privilegiado.
Veja ainda:
Outras referências a "regime fiscal privilegiado":
Perguntas 001, 002, 003, 005, 008, 013, 030, 048, 049,
067, 091 e 116 deste capitulo.
Normativo: Lei nº 10.451 de 2002 art. 4º;
Lei nº 9.430, de 1996, art. 24-Aº;
Portaria MF nº 488, de 2014; e
Instrução Normativa RFB nº 1.530, de 2014.
007 O conceito de país com tributação favorecida, constante da
legislação, corresponde à situação do país ou deve ser aplicado
ao contribuinte individualmente considerado?
O conceito de país de tributação favorecida deve ser aplicado ao contribuinte
individualmente considerado.
Veja ainda: País ou dependência com tributação favorecida: Pergunta 005 deste capítulo.
Normativo: Lei nº 9.430, de 1996, art. 24, § 1º; e
IN RFB nº 1.312, de 2012, art. 52.
008 A legislação brasileira considera país com tributação
favorecida ou regime fiscal privilegiado aquele que não tributa
a renda ou que a tributa à alíquota inferior a 20% (vinte por
cento). Ao conceito se aplica a alíquota nominal ou a efetiva?
Trata-se de alíquota efetiva do imposto, determinada mediante a comparação da soma do
imposto pago sobre o lucro, na pessoa jurídica e na sua distribuição, com o lucro apurado
em conformidade com a legislação brasileira, antes dessas incidências, considerando-se
separadamente a tributação do rendimento do trabalho e do capital.
A Portaria MF nº 488, de 28 de novembro de 2014, reduziu para 17% (dezessete por
cento) o percentual dos itens I e III para os países que estejam alinhados com os padrões
internacionais de transparência fiscal, nos termos definidos pela Secretaria da Receita
Federal do Brasil. A Instrução Normativa RFB nº 1.530, de 2014, disciplinou o conceito
de padrões internacionais de transparência fiscal, para os fins da Portaria MF nº 488, de
2014, e o pedido de revisão de enquadramento como país ou dependência com tributação
favorecida ou detentor de regime fiscal privilegiado.
Veja ainda:
País ou dependência com tributação favorecida:
Pergunta 005 deste capítulo.
Regime fiscal privilegiado:
Pergunta 006 deste capítulo.
Normativo: IN RFB nº 1.312, de 2012, art. 52, §§ 3º e 4º.
009 Uma empresa trading que realiza diversos tipos de
importações e exportações de produtos, inclusive negociando
também com empresas concorrentes, poderia vir a ser
caracterizada como interposta pessoa?
Sim. Considera-se, para fins de controle de preço de transferência, como interposta pessoa
a que intermedeia operações entre pessoas vinculadas, portanto as operações que a pessoa
jurídica domiciliada no Brasil efetuar com a intermediação de uma trading company, quer
esta seja ou não domiciliada no País, estarão sujeitas ao controle de preço de transferência.
Veja ainda: Outras referências a "interposta pessoa": Perguntas 003, 013, 030 e 048 deste capítulo.
Pessoa vinculada: Pergunta 004 deste capítulo.
Normativo: IN RFB nº 1.312, de 2012, art. 2º, § 5º.
010 Uma empresa trading que realiza diversos tipos de
importações e exportações de produtos, poderia estar obrigada
a efetuar os controles de preço de transferência?
Observa-se que a trading company, como pessoa jurídica, que goze de exclusividade,
como agente, distribuidor ou concessionário, para a compra e venda de bens, serviços ou
direitos é considerada vinculada à pessoa jurídica domiciliada no Brasil.
Da mesma forma, a trading company, como pessoa jurídica domiciliada no Brasil, que
goze de exclusividade, como agente, distribuidor ou concessionário, para a compra e
venda de bens, serviços ou direitos, é considerada vinculada à pessoa jurídica domiciliada
no exterior.
Veja ainda: Pessoa vinculada: Pergunta 004 deste capítulo.
Normativo: IN RFB nº 1.312, de 2012, art. 2º, inciso IX e X.
011 A que tributos ou contribuições se aplica a legislação de preços
de transferência?
Ao imposto sobre a renda e à contribuição social sobre o lucro líquido.
Normativo: Lei nº 9.430, de 1996, arts. 18, 19, 22, 24 e 28; e
IN RFB nº 1.312, de 2012.
012 O que é preço parâmetro? E como efetuar a tributação da
diferença apurada entre o preço parâmetro e o preço praticado
na operação de importação ou de exportação?
O preço parâmetro é o preço obtido por meio dos métodos de apuração constantes da
legislação brasileira que servirá de referência na comparação com o preço que foi
efetivamente praticado pela empresa.
Resultando diferença, o contribuinte procederá conforme listado a seguir:
Exportação: Quando o preço parâmetro, apurado pelos métodos de exportação, for
superior ao preço praticado na exportação, significa que o contribuinte reconheceu uma
receita a menor, portanto a diferença que exceder ao valor já apropriado na escrituração
da empresa, deverá ser adicionada ao lucro líquido, para determinação do lucro real, bem
como ser computada na determinação do lucro presumido ou arbitrado e na base de
cálculo da CSLL. Desde o ano calendário de 2002, a parcela a ser adicionada ao lucro da
exploração deve ser computada no valor das respectivas receitas, incentivadas ou não (IN
RFB nº 1.312, de 2012, art. 28, parágrafo único).
Importação: Quando o preço parâmetro, apurado pelos métodos de importação for
inferior ao preço praticado na importação, significa que o contribuinte reconheceu como
custo ou despesa um valor maior que o devido, portanto esta diferença deverá ser
tributada. Desde o ano calendário de 2002, de acordo com o previsto no art. 45 da Lei nº
10.637, 2002, e §§ 1º a 4º do art. 5º da IN RFB nº 1.312, de 2012, nos casos de apuração
de excesso de custo de aquisição de bens, direitos e serviços, importados de empresas
vinculadas e que seja considerado indedutível na determinação do lucro real e da base de
cálculo da contribuição social sobre o lucro líquido, apurado na forma do art. 18 da Lei
nº 9.430, de 1996, a pessoa jurídica deve ajustar o excesso de custo, determinado por um
dos métodos previstos na legislação, no encerramento do período de apuração,
contabilmente, por meio de lançamento a débito de conta de resultados acumulados e a
crédito de:
a) conta do ativo onde foi contabilizada a aquisição dos bens, direitos ou serviços e que
permanecerem ali registrados ao final do período de apuração; ou
b) conta própria de custo ou de despesa do período de apuração, que registre o valor dos
bens, direitos ou serviços, no caso desses ativos já terem sido baixados da conta de
ativo que tenha registrado a sua aquisição.
No caso de bens classificáveis no ativo permanente e que tenham gerado quotas de
depreciação, amortização ou exaustão, no ano calendário da importação, o valor do
excesso de preço de aquisição na importação deve ser creditado na conta de ativo em
cujas quotas tenham sido debitadas, em contrapartida à conta de resultados acumulados.
Caso a pessoa jurídica opte por adicionar, na determinação do lucro real e da base de
cálculo da contribuição social sobre o lucro líquido, o valor do excesso apurado em cada
período de apuração somente por ocasião da realização por alienação ou baixa a qualquer
título do bem, direito ou serviço adquirido, o valor total do excesso apurado no período
de aquisição deverá ser excluído do patrimônio líquido, para fins de determinação da base
de cálculo dos juros sobre o capital próprio, de que trata o art. 9º da Lei nº 9.249, de 1995.
Nesta hipótese, a pessoa jurídica deverá registrar o valor total do excesso de preço de
aquisição em subconta própria da que registre o valor do bem, serviço ou direito adquirido
no exterior.
Veja ainda: Outras referências a "preço parâmetro": Perguntas 013, 014, 016, 017, 019, 020, 023 a 028, 030,
040, 043, 045, 046, 051, 053, 054, 057, 058, 060, 061,
063 e 066 deste capítulo.
Métodos de apuração: Pergunta 014 deste capítulo.
Preço praticado: Pergunta 016 deste capítulo.
Normativo: Art. 45 da Lei nº 10.637, de 2002; e
IN RFB nº 1.312, de 2012, art. 28, parágrafo único.
013 Quais as operações praticadas por pessoa jurídica residente ou
domiciliada no Brasil, que estão sujeitas à apuração de preços
parâmetros?
As operações abaixo relacionadas estarão sujeitas ao controle de preço de transferência,
quando realizadas com pessoas físicas ou jurídicas residentes ou domiciliadas no exterior,
consideradas como vinculadas, ou, ainda que não vinculadas, sejam residentes ou
domiciliadas em países ou dependências de tributação favorecida ou que gozem de regime
fiscal privilegiado:
a) as importações de bens, serviços e direitos;
b) as exportações de bens, serviços e direitos;
c) os juros pagos ou creditados em operações financeiras;
d) os juros auferidos em operações financeiras.
Há que se salientar que os controles em questão aplicar-se-ão às operações citadas, ainda
quando empreendidas por meio de interpostas pessoas.
Veja ainda: Pessoa vinculada: Pergunta 004 deste capítulo.
País ou dependência com tributação favorecida: Pergunta 005 deste capítulo.
Regime fiscal privilegiado:
Pergunta 006 deste capítulo.
Interposta pessoa: Pergunta 009 deste capítulo.
Intermediação de trading company: Perguntas 009 e 010, deste capitulo.
Preço parâmetro: Pergunta 012 deste capítulo.
Dispensa de cálculo de preço parâmetro nas
exportações:
Pergunta 057 deste capítulo.
014 O que são métodos de apuração de preços parâmetros?
São métodos determinados em lei, com o propósito de assegurar que os preços
considerados para apurar o lucro real, presumido ou arbitrado, e a base de cálculo da
contribuição social sobre o lucro líquido se aproximem, tanto quanto possível, dos preços
de mercado.
Cada um dos métodos possui o seu respectivo ajuste, cujo objetivo é permitir a
comparação entre os preços pelos quais são vendidos/comprados bens, serviços e direitos
idênticos ou similares, mesmo quando negociados em condições diferentes.
Assim, o Método dos Preços Independentes Comparados (PIC) autoriza ajustes de preços
relacionados, por exemplo, a prazos de pagamento e quantidades negociadas.
Veja ainda: Preço parâmetro:
Pergunta 012 deste capítulo.
Outras referências a "métodos de apuração": Perguntas 012, 015, 016, 020, 023 a 026, 031 a 034,
039 a 047, 051, 053 a 058, 060, 062 a 064, 066, 068 e
074 deste capítulo.
015 Quais são os métodos de apuração de preços parâmetros?
Métodos de apuração de preços parâmetros:
Na importação:
1) Método dos Preços Independentes Comparados (PIC);
2) Método do Preço de Revenda Menos Lucro (PRL Revenda), com margem de lucro de
20% (vinte por cento), 30% (trinta por cento) e 40% (quarenta por cento), que serão
aplicadas de acordo com o setor da atividade econômica da pessoa jurídica brasileira
sujeita aos controles de preços de transferência; e
3) Método do Custo de Produção Mais Lucro (CPL), com margem de 20% (vinte por
cento).
Na exportação:
1) Método do Preço de Venda nas Exportações (PVEx);
2) Método do Preço de Venda Por Atacado no País de Destino Diminuído do Lucro
(PVA), com margem de 15% (quinze por cento);
3) Método do Preço de Venda a Varejo no País de Destino, Diminuído do Lucro (PVV),
com margem de 30% (trinta por cento); e
4) Método do Custo de Aquisição ou de Produção Mais Tributos e Lucro (CAP), com
margem de 15% (quinze por cento).
Para os contratos de mútuo serão aplicados as seguintes taxas, acrescida de margem
percentual a título de spread, a ser definida por ato do Ministro de Estado da Fazenda com
base na média de mercado, proporcionalizados em função do período a que se referirem
os juros:
I - de mercado dos títulos soberanos da República Federativa do Brasil emitidos no
mercado externo em dólares dos Estados Unidos da América, na hipótese de operações
em dólares dos Estados Unidos da América com taxa prefixada;
II - de mercado dos títulos soberanos da República Federativa do Brasil emitidos no
mercado externo em reais, na hipótese de operações em reais no exterior com taxa
prefixada; e
III - London Interbank Offered Rate - LIBOR pelo prazo de 6 (seis) meses, nos demais
casos.
Veja ainda: Preço parâmetro:
Pergunta 012 deste capítulo.
Métodos de apuração: Pergunta 014 deste capítulo.
016 Qual a diferença entre preço praticado pela empresa e preço
parâmetro?
Custo ou preço praticado pela empresa é a média aritmética ponderada dos preços pelos
quais a empresa efetivamente comprou ou vendeu um determinado produto, durante o
ano-calendário. Deve ser calculado, obrigatoriamente, produto a produto.
Custo ou preço médio calculado, ou preço parâmetro, é a média aritmética ponderada de
preços praticados em operações entre empresas independentes coletados e ajustados,
conforme o método de apuração definido em lei, escolhido pelo contribuinte. Também
deve ser calculado, produto a produto.
Veja ainda: Preço parâmetro: Pergunta 012 deste capítulo.
Outras referências a "preço praticado":
Perguntas 001, 002, 012, 019, 020, 028, 032, 040, 051,
053, 059, 061, 063, 064, 073 e 074 deste capítulo.
017 Qual o período a ser considerado para fins de cálculo dos
preços parâmetros e do eventual ajuste?
Será considerado sempre o período anual, encerrado em 31 de dezembro (ainda que a
empresa apure o lucro real trimestral) ou o período compreendido entre o início do ano-
calendário e a data de encerramento de atividades.
O eventual ajuste será, em consequência, efetuado em 31 de dezembro ou na data de
encerramento das atividades, exceto nos casos de suspeita de fraude.
Veja ainda: Preço parâmetro: Pergunta 012 deste capítulo.
018 Na Escrituração Contábil Fiscal (ECF), as operações de
importação ou exportação de bens, serviços ou direitos devem
ser agrupadas por produtos idênticos ou similares, ou pela
Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM), se for o caso?
Uma operação de importação ou exportação de bens, serviços ou direitos compreenderá
o conjunto de transações de mesma natureza.
Entendem-se como “de mesma natureza” as transações cujos bens, serviços ou direitos
negociados apresentarem as mesmas especificações no campo “Descrição” da ECF. Este
campo é preenchido com a descrição de cada grupo de transações de modo a permitir a
sua perfeita identificação, inclusive com informações relativas à marca, tipo, modelo,
espécie, etc. Ressalte-se que só existe a classificação por NCM para operações com bens.
As operações de importação ou exportação de bens, serviços ou direitos devem ser
agrupadas por produtos idênticos, podendo ser incluídos os similares, desde que efetuados
os ajustes de similaridade previstos no art. 10, no art. 15, § 7º, e no art.24 da IN RFB nº
1.312, de 2012.
Veja ainda: ECF:
Perguntas 001 a 008 do Capítulo I - Declarações da
Pessoa Jurídica.
Normativo: IN RFB nº 1.312, de 2012, art. 10, art. 15, § 7º, e art. 24.
019 Considerando a possibilidade de significativa flutuação da
taxa do Dólar americano em relação ao Real no mesmo
período-base, tais diferenças também poderão ser ajustadas?
Não, eventuais variações cambiais ocorridas no mesmo período-base não podem ser
ajustadas, uma vez que a variação cambial influencia igualmente o preço parâmetro e o
preço praticado.
Considerando-se que para cálculo do preço praticado na operação de importação ou de
exportação devem ser consideradas todas as operações realizadas no ano calendário; se,
no cálculo do preço parâmetro forem consideradas, também as operações efetuadas pelas
empresas independentes, ocorridas ao longo do mesmo ano calendário, a variação
cambial terá influenciado da mesma forma ambos os preços a serem comparados.
Deve-se esclarecer que a partir da publicação da Lei nº 11.196, de 21 de novembro de
2005, art. 36, fica o Ministro da Fazenda autorizado a instituir, por prazo certo,
mecanismo de ajuste para fins de determinação de preços de transferência, relativamente
ao que dispõe o caput do art. 19 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, bem como
aos métodos de cálculo que especificar, aplicáveis à exportação, de forma a reduzir
impactos relativos à apreciação da moeda nacional em relação a outras moedas.
Por outro lado, os ajustes cambiais decorrentes de comparação com operações realizadas
em períodos anteriores ou posteriores devem ser efetuados segundo as disposições dos
arts. 11 e 25 da IN RFB nº 1.312, de 2012.
Veja ainda: Preço parâmetro: Pergunta 012 deste capítulo.
Preço praticado: Pergunta 016 deste capítulo.
020 Com base no art. 36 da Lei nº 11.196, de 2005, previu-se,
para o ano calendário 2014, algum mecanismo de ajuste para
fins de determinação de preços de transferência?
Com base nesta previsão legal, e, excepcionalmente para o ano calendário de 2014,
previu-se que poderão ser ajustados, mediante multiplicação pelo fator de 1,00 (um
inteiro):
I - as receitas de vendas de exportações, para efeito do cálculo de comparação com as
vendas do mesmo bem no mercado interno, de que trata o caput do art. 19 da Lei nº 9.430,
de 27 de dezembro de 1996; e
II - o preço praticado pela pessoa jurídica nas exportações para pessoas vinculadas, para
efeito de comparação com o preço parâmetro calculado pelo método Custo de Aquisição
ou de Produção mais Tributos e Lucro (CAP), conforme dispõe o art. 19, § 3º, inciso IV,
da Lei nº 9.430, de 1996.
III - As receitas de vendas nas exportações, auferidas em Reais, para efeito de apuração
da média aritmética ponderada trienal do lucro líquido, de que trata o art. 48 da Instrução
Normativa RFB n° 1.312, de 28 de dezembro de 2012.
Para fins de apuração da média aritmética ponderada trienal do lucro líquido, de que trata
o item III, as receitas de vendas nas exportações auferidas em Reais no ano-calendário de
2012 e 2013, nas operações com pessoas vinculadas, poderão ser multiplicadas pelo fator
de 1,00 (um inteiro).
Alternativamente à apuração da média trienal prevista no item III, a pessoa jurídica
poderá apurar o lucro líquido anual mínimo de 10% (dez por cento), a que se refere o art.
48 da Instrução Normativa RFB n° 1.312, de 2012, mediante a multiplicação das receitas
de vendas nas exportações, para empresas vinculadas, pelo fator de 1,00 (um inteiro),
considerando-se somente o próprio ano-calendário de 2014.
Veja ainda: Pessoa vinculada:
Pergunta 004 deste capítulo.
Preço parâmetro: Pergunta 012 deste capítulo.
Métodos de apuração: Pergunta 014 deste capítulo.
Preço praticado: Pergunta 016 deste capítulo.
Normativo: Instrução Normativa RFB nº 1.312, de 28 de
dezembro de 2012, art. 48;
Lei nº 11.196, de 21 de novembro de 2005, art. 36; e
Instrução Normativa RFB nº 1.547, de 13 de fevereiro
de 2015.
021 Qual a data correta a ser utilizada para a conversão dos valores
expressos em moeda estrangeira, constantes das operações de
exportação de bens serviços ou direitos?
A receita de vendas de exportação de bens, serviços e direitos será determinada pela
conversão em reais à taxa de câmbio de compra, fixada no boletim de abertura do Banco
Central do Brasil, em vigor na data:
a) de embarque averbada no Sistema de Comércio Exterior (Siscomex), no caso de bens;
b) da efetiva prestação do serviço, em observância ao regime de competência, no caso de
serviços prestados ao exterior;
c) da efetiva transferência do direito, em observância ao regime de competência.
Normativo: IN RFB nº 1.312, de 2012, art. 29.
022 Qual a data correta a ser utilizada para a conversão dos valores
expressos em moeda estrangeira, constantes das operações de
importação de bens serviços ou direitos?
O valor expresso em moeda estrangeira na importação de bens, serviços e direitos será
convertido em reais pela taxa de câmbio de venda, para a moeda, correspondente ao
segundo dia útil imediatamente anterior ao da ocorrência dos seguintes fatos:
a) do registro da declaração de importação de mercadoria submetida a despacho para
consumo, no caso de bens;
b) do reconhecimento do custo ou despesa correspondente à prestação do serviço ou à
aquisição do direito, em observância ao regime de competência.
Normativo: IN RFB nº 1.312, de 2012, art. 7º.
023 Qual a data correta a ser utilizada para a conversão dos valores
expressos em moeda estrangeira, constantes das operações
utilizadas para apuração dos preços parâmetros?
Quando for possível identificar as datas em que ocorreram as operações, deve-se utilizar
a taxa de câmbio das respectivas datas, conforme explicitado nas duas perguntas
anteriores; caso não seja possível, utilizar a taxa de câmbio média para o ano calendário,
divulgada pela Receita Federal.
Por exemplo: na aplicação do método PIC – Preços Independentes Comparados, se for
utilizada operações de importações de bens realizadas por empresas independentes (IN
RFB nº 1.312, de 2012, art. 8º, parágrafo único, inciso III), deve-se utilizar a taxa de
câmbio de venda do segundo dia útil imediatamente anterior à data do registro da
declaração de importação da mercadoria. Caso seja utilizado o método CPL – Custo de
Produção mais Lucro para apuração do preço parâmetro, considerando-se que os valores
que o compõem foram formados ao longo do ano calendário, deve-se utilizar a taxa de
câmbio média do ano. Para apuração do preço parâmetro com base no método PVA –
Preço de Venda no Atacado no País de Destino, deve-se utilizar as taxas de câmbio das
datas em que ocorreram as respectivas vendas.
Veja ainda: Preço parâmetro:
Pergunta 012 deste capítulo.
Métodos de apuração: Pergunta 014 deste capítulo.
024 No caso dos países com os quais o Brasil possui acordo para
evitar a dupla tributação, seria aceitável a comprovação dos
preços parâmetros, para fins da legislação de preços de
transferência, por intermédio dos métodos previstos pela
OCDE?
Não. O Brasil não é país membro da OCDE. Portanto, os métodos a serem aplicados
restringem-se àqueles previstos na legislação brasileira.
Os acordos assinados pelo Brasil para evitar a dupla tributação não determinam quais
métodos de preços de transferência podem ser utilizados, apenas asseguram, aos países
signatários, nos limites de suas respectivas legislações, a possibilidade de aplicação de
controles voltados a coibir eventuais transferências artificiais de lucros ao exterior.
Veja ainda: Preço parâmetro: Pergunta 012 deste capítulo.
Métodos de apuração: Pergunta 014 deste capítulo.
025 Os percentuais estabelecidos nos métodos de apuração do
preço parâmetro de importação e de exportação e do limite
de noventa por cento previsto no art. 20 da IN RFB nº 1.312,
de 2012, podem ser alterados?
Sim. Os percentuais de que tratam os métodos PRL (margens de 20%, 30% e 40%), CPL,
PVA, PVV e CAP e o previsto no art. 20 da IN RFB nº 1.312, de 2012, podem ser
alterados de ofício ou em atendimento à solicitação de entidade de classe ou da própria
empresa interessada.
Os pedidos serão efetuados de acordo com as normas previstas na Portaria MF nº 222, de
24 de setembro de 2008, e serão instruídos com demonstrativos e documentos que deem
suporte ao pleito, conforme o método cuja margem se queira alterar.
Veja ainda: Preço parâmetro: Pergunta 012 deste capítulo.
Métodos de apuração: Pergunta 014 deste capítulo.
Normativo: Portaria MF nº 222, de 2008; e
IN RFB nº 1.312, de 2012, arts. 45 a 47.
026 Qual o principal aspecto a destacar acerca da nova
regulamentação atinente a pedidos de alteração de margens de
lucro para fins de cálculo de preços parâmetros?
Entre as principais alterações empreendidas pela Portaria MF nº 222, de 2008, deve-se
destacar a previsão da documentação a ser apresentada pelo interessado a fim de embasar
seu pleito, que variará de acordo com o método de cálculo de preço parâmetro cuja
margem se queira alterar.
Há que se destacar que, independentemente do método escolhido - PRL e CPL para
importações, ou PVV, PVA ou CAP para exportações - há a necessidade de apresentação
de demonstrativos que permitam ao Fisco verificar a margem de lucro que tenha sido
alcançada, exclusivamente, em operações com independentes.
A adoção desta metodologia se deve ao fato de que os métodos de cálculo de preços
parâmetros em questão prestam-se ao papel de reconstruir, ainda que de maneira indireta,
o valor da importação ou exportação alcançável segundo as condições de mercado, razão
pela qual quaisquer alterações das margens de lucro neles previstas devem estar
embasadas, exclusivamente, em operações com independentes, não localizadas em países
ou dependências de tributação favorecida, ou que gozem de regime fiscal privilegiado.
Na medida em que referidos métodos visam a corrigir valores de importações ou
exportações junto a vinculadas, a serem admitidas, respectivamente, como dedutíveis ou
tributáveis nas bases de cálculo do IRPJ ou da CSLL, o embasamento do pleito com base
em operações com vinculadas ou com entidades residentes ou domiciliadas em países ou
dependências de tributação favorecida inviabilizaria o atingimento de um dos principais
objetivos da legislação de preços de transferência: - corrigir as bases de cálculo dos
citados tributos - na medida em que as margens auferidas nestas operações poderiam estar
manipuladas.
Na hipótese de a própria interessada não empreender operações com independentes,
poderá ela embasar seu pleito com dados advindos de operações empreendidas por
terceiros que atendam, representativamente, à condição em questão.
Veja ainda: Pessoa vinculada: Pergunta 004 deste capítulo.
País ou dependência com tributação favorecida:
Pergunta 005 deste capítulo.
Regime fiscal privilegiado:
Pergunta 006 deste capítulo.
Preço parâmetro: Pergunta 012 deste capítulo.
Métodos de apuração: Pergunta 014 deste capítulo.
Normativo: Art. 20 da Lei nº 9.430, de 1996; e
Portaria MF nº 222, de 2008.
027 Quando a pessoa jurídica sujeita aos controles de preços de
transferência importar diferentes bens, direitos ou serviços,
haverá a possibilidade de cálculo de um único preço-
parâmetro representativo de todas as importações?
Não, na hipótese em questão terá ela de calcular o custo médio ponderado das aquisições
por tipo de bem, direito ou serviço importado.
Exemplificativamente, se uma pessoa jurídica tiver comprado, de vinculada domiciliada
no exterior, em dado exercício, os bens “A”, “B” e “C”; o bem “A” em três diferentes
ocasiões, o bem “B” em quatro ocasiões, e o bem “C” em cinco ocasiões, deverá ela
efetuar três controles: um primeiro, atinente às operações que envolveram o bem “A”,
composta pelas três aquisições empreendidas pela pessoa jurídica brasileira; um segundo
controle, atinente às operações que envolveram o bem “B”, composta por quatro
aquisições; e um terceiro controle, atinente às operações que envolveram o bem “C”,
composto por cinco aquisições.
Nesta medida, os ajustes deverão ser feitos de forma individualizada quanto aos bens “A”,
“B” e “C”, não se admitindo que a pessoa jurídica sujeita aos controles de preços de
transferência proceda a quaisquer compensações de valores, e potenciais ajustes, com
base em valores atinentes a diferentes bens, direitos ou serviços que tenham sido
importados de vinculadas.
Veja ainda: Pessoa vinculada:
Pergunta 004 deste capítulo.
Preço parâmetro: Pergunta 012 deste capítulo.
Normativo: IN RFB 1.312, de 2012, art. 4º, § 1º, e art. 27,
parágrafo único.
028
Qual a amostra das operações realizadas no mercado brasileiro
ou no exterior passível de ser aceita como aferidora da média
aritmética do preço parâmetro, na hipótese de o produto não
ter cotação oficial no mercado?
A legislação não estabelece um conceito legal de amostra de preços e custos.
Considerando-se que para cálculo do preço praticado nas operações de importação ou de
exportação devem ser consideradas todas as operações praticadas no ano calendário, se
no cálculo do preço parâmetro forem consideradas, também, todas as operações
realizadas pelas empresas independentes ocorridas ao longo do mesmo ano calendário, a
amostra será consistente, evitando eventuais distorções em relação à variação cambial
ocorrida no período, e facilitando a formação de convicção quanto aos preços, pelos
auditor-fiscal encarregados da verificação.
Veja ainda: Preço parâmetro: Pergunta 012 deste capítulo.
Preço praticado: Pergunta 016 deste capítulo.
029 Há situações em que a assistência técnica, os serviços
administrativos e os royalties, por utilização de direitos
artísticos não relacionados com propriedade industrial
registrada no INPI, são recebidos e pagos por entidades
brasileiras. É correto o entendimento segundo o qual estas
transações necessitam de documentação sobre preços de
transferência?
A prestação de serviços de manutenção que não envolvam a transferência de tecnologia
ou processos, assim como os rendimentos percebidos pelo autor ou criador do bem ou da
obra (direitos autorais), estão sujeitos aos ajustes de preços de transferência.
No entanto, as normas sobre preços de transferência não se aplicam aos pagamentos de
royalties e assistência técnica, científica, administrativa (ou assemelhados) referidos nos
arts. 352 a 355 do RIR/1999, respeitadas as definições do art. 22 da Lei nº 4.506, de 1964.
Veja ainda: Pagamento de royalties, assistência técnica,
científica, administrativa e assemelhados:
Pergunta 052 deste capítulo.
Normativo: Lei nº 4.506, de 1964, art. 22;
RIR/1999, arts. 352 a 355; e
IN RFB nº 1.312, de 2012, art. 55.
030 Em que hipóteses as operações de importação estão sujeitas à
apuração de preços parâmetros?
Estão sujeitas à apuração de preços parâmetros as seguintes operações:
a) as realizadas com pessoas vinculadas, ainda que efetuadas por meio de interpostas
pessoas, residentes ou domiciliadas no exterior;
b) as realizadas com pessoas vinculadas ou não, residentes ou domiciliadas em país ou
dependência com tributação favorecida, ou que goze de regime fiscal privilegiado.
Veja ainda: Pessoa vinculada: Pergunta 004 deste capítulo.
País ou dependência com tributação favorecida: Pergunta 005 deste capítulo.
Regime fiscal privilegiado:
Pergunta 006 deste capítulo.
Interposta pessoa: Pergunta 009 deste capítulo.
Intermediação de trading company: Perguntas 009 e 010 deste capítulo.
Preço parâmetro: Pergunta 012 deste capítulo.
031 Podemos comparar, para efeito de aplicação do método PIC,
o preço médio dos produtos classificados em uma mesma
NCM?
Sempre que possível a comparação deve ser efetuada item a item.
Considerando-se que em uma mesma NCM podem ser classificados produtos similares,
para fins de comparação, quando forem utilizados produtos semelhantes, deve-se efetuar
o ajuste de similaridade, nos termos do art. 10 da IN RFB nº 1.312, de 2012.
Ressalte-se, por outro lado, que a classificação NCM só existe para bens, mas no caso de
serviços e direitos, também, pode-se efetuar a comparação com similares, desde que
efetuados os devidos ajustes, nos termos do artigo já citado.
Veja ainda: Métodos de apuração: Pergunta 014 deste capítulo.
Normativo: IN RFB nº 1.312, de 2012, art. 10.
032 No cálculo do PIC, como deverá ser apurada a média
aritmética dos preços praticados com pessoas não vinculadas,
a ser usada como parâmetro?
A média aritmética ponderada dos preços praticados com pessoas não vinculadas deve
ser calculada segundo as disposições do art. 6º da IN RFB nº 1.312, de 2012.
O valor médio ponderado do preço a ser comparado com o praticado e computado em
conta de resultado será assim determinado: os preços obtidos serão multiplicados pelas
quantidades relativas à respectiva operação e os resultados apurados serão somados e
divididos pela quantidade total.
Veja ainda: Pessoa vinculada: Pergunta 004 deste capítulo.
Preço parâmetro: Pergunta 012 deste capítulo.
Métodos de apuração: Pergunta 014 deste capítulo.
Preço praticado: Pergunta 016 deste capítulo.
Normativo: IN RFB nº 1.312, de 2012, art. 6º.
033 Na apuração de preços de transferência na importação, um dos
métodos é o CPL. Se o fornecedor externo não é o fabricante,
mas adquiriu os produtos de terceiros, o método em questão
não se aplica? O contribuinte deverá escolher outro método
aplicável?
O § 4º do art. 15 da IN RFB nº 1.312, de 2012, permite a utilização de dados relativos à
unidades produtoras de outras empresas localizadas no país de origem do bem, serviço
ou direito, nas hipóteses em que não seja necessariamente o seu fornecedor. Assim,
poderá ser aplicado o CPL também nesse caso, desde que a outra unidade produtora
autorize a abertura de dados de custos.
Veja ainda: Métodos de apuração: Pergunta 014 deste capítulo.
Normativo: IN RFB nº 1.312, de 2012, § 4º do art. 15.
034 Na aplicação do método CPL, o custo de produção no país de
origem do produto deve ser apurado conforme a legislação
brasileira ou pode ser considerado, para este fim, o custo
computado conforme as regras do país de origem do produto?
A apuração do custo de produção deve ser efetuada respeitando-se os princípios contábeis
geralmente aceitos e de acordo com as disposições da legislação brasileira, desde que
enquadrados nas situações previstas no § 5º do art. 15 da IN RFB nº 1.312, de 2012.
Veja ainda: Métodos de apuração: Pergunta 014 deste capítulo.
Normativo: IN RFB nº 1.312, de 2012, § 5º do art. 15.
035 É possível a alocação de frete e seguros, proporcionalmente,
por produto?
Sim. Caso a pessoa jurídica não disponha de informações sobre o frete e o seguro,
discriminados por produto, é possível o seu rateio por produto, conforme a metodologia
utilizada na contabilidade de custos da empresa.
036 Na hipótese de um produto importado permanecer no estoque,
eventual excesso de custo também permanecerá na conta
Estoque para ser oferecido à tributação no mesmo período em
que houver baixa do estoque?
Sim, o excesso de preço pago nas importações, sujeitas ao controle de preços de
transferência, somente deverá ser considerado nas bases de cálculo do IRPJ e CSLL
quando os correspondentes bens forem contabilizados como custos.
Contudo o valor resultante do excesso de custo, despesas ou encargos, considerado
indedutível na determinação do lucro real e da base de cálculo da CSLL, será ajustado
contabilmente por meio de lançamento a débito de conta de resultados acumulados do
patrimônio líquido e a crédito de:
1) conta do ativo onde foi contabilizada a aquisição dos bens, direitos ou serviços e que
permanecerem ali registrados ao final do período de apuração; ou
2) conta própria de custo ou de despesa do período de apuração, que registre o valor dos
bens, direitos ou serviços, no caso de já terem sido baixados da conta de ativo que
tenha registrado a sua aquisição.
Caso a pessoa jurídica opte por adicionar, na determinação do lucro real e da base de
cálculo da CSLL, o valor do excesso apurado em cada período de apuração somente por
ocasião da realização por alienação ou baixa a qualquer título do bem, direito ou serviço
adquirido, o valor total do excesso apurado no período de aquisição deverá ser excluído
do patrimônio líquido, para fins de determinação da base de cálculo dos juros sobre o
capital próprio, de que trata o art. 9º da Lei nº 9.249, de 1995. Nesta hipótese, a pessoa
jurídica deverá registrar o valor total do excesso de preço de aquisição em subconta
própria da que registre o valor do bem, serviço ou direito adquirido no exterior.
Normativo: IN RFB nº 1.312, de 2012, art. 5º.
037 Para converter o valor dos preços do mercado externo para a
moeda nacional, deverá ser utilizado o valor da cotação média
anual da moeda correspondente ou ser utilizado o valor da
cotação da moeda na data de cada importação?
Para converter o valor dos preços do mercado externo para a moeda nacional deverá ser
utilizado o valor da cotação da moeda correspondente ao segundo dia útil imediatamente
anterior ao do registro da declaração de importação de mercadoria submetida a despacho
para consumo.
Normativo: IN RFB nº 1.312, de 2012, art. 7º, inciso I.
038 São aplicáveis as regras de preços de transferência para bens
importados sem cobertura cambial e sem pagamento em
Reais, destinados a retorno, como no caso dos protótipos?
Não, desde que a importação do bem não implique custos ou despesas que possam ser
dedutíveis para fins de tributação do lucro real e da CSLL.
Frisa-se que deve ser observada a obrigatoriedade do retorno do bem, conforme
previamente estabelecido, não se admitindo seu uso para outros fins além do que foi
inicialmente ajustado entre as partes.
039 Quais os ajustes admitidos nos preços de importação dos bens,
serviços e direitos idênticos, quando for utilizado o Método
PIC?
No caso de importação de bens, serviços e direitos idênticos, somente será permitida a
efetivação de ajustes relacionados a:
a) prazo para pagamento;
b) quantidades negociadas;
c) obrigação por garantia de funcionamento do bem ou da aplicabilidade do serviço ou
direito;
d) obrigação pela promoção, junto ao público, do bem, serviço ou direito, por meio de
propaganda e publicidade;
e) obrigação pelos custos de fiscalização de qualidade, do padrão dos serviços e das
condições de higiene;
f) custos de intermediação, nas operações de compra e venda, praticadas pelas empresas
não vinculadas, consideradas para efeito de comparação dos preços;
g) acondicionamento;
h) frete e seguro; e
i) custos de desembarque no porto, de transporte interno, de armazenagem e de
desembaraço aduaneiro incluídos os impostos e taxas de importação, todos no mercado
de destino do bem.
Veja ainda: Métodos de apuração: Pergunta 014 deste capítulo.
Normativo: IN RFB nº 1.312, de 2012, art. 9º.
040 Na hipótese de bem importado diretamente pela própria
empresa, com o fim de revenda, exclui-se o valor do IPI
incidente na venda, para fins de aplicação do método “Preço
de Revenda menos Lucro” (PRL)?
Não se incluem na composição da receita bruta os impostos não-cumulativos (tais como
o IPI), cobrados do comprador ou contratante, dos quais o vendedor dos bens ou o
prestador dos serviços sejam meros depositários. Imposto não-cumulativo é aquele em
que se abate, em cada operação, o montante de imposto cobrado nas operações anteriores.
Igualmente, não deve ser computado no custo de aquisição das mercadorias e das
matérias-primas o IPI que vai ser recuperado em operação de venda posterior.
Portanto, na apuração do preço parâmetro - com base no Método do Preço de Revenda
menos Lucro (PRL), não se inclui o IPI, quando da saída da mercadoria, por não compor
a Receita Bruta.
Dessa forma, na comparação do preço parâmetro com o preço praticado na importação,
deve-se excluir o IPI do preço de aquisição.
Veja ainda: Preço parâmetro: Pergunta 012 deste capítulo.
Métodos de apuração: Pergunta 014 deste capítulo.
Preço praticado: Pergunta 016 deste capítulo.
041 Na comprovação dos preços de bens importados pelo método
CPL será aceito demonstrativo elaborado pelo fabricante no
exterior e apresentado de forma genérica por item de custo,
indicando os custos de que trata o § 5º do art. 15 da IN RFB
nº 1.312, de 2012?
Não. O demonstrativo deverá observar todas as disposições estabelecidas pelo art. 15 da
IN RFB nº 1.312, de 2012.
Veja ainda: Métodos de apuração:
Pergunta 014 deste capítulo.
Normativo: IN RFB nº 1.312, de 2012, art. 15.
042 Quais seriam os documentos hábeis para a comprovação dos
custos de produção dos bens e serviços importados, segundo
o Método do Custo de Produção mais Lucro (CPL), fornecidos
por pessoa jurídica vinculada, domiciliada no exterior?
Os documentos hábeis para a comprovação dos custos de produção dos bens e serviços
importados poderão ser as cópias dos documentos que embasaram os registros constantes
dos livros contábeis, tais como, faturas comerciais de aquisição das matérias primas e
outros bens ou serviços utilizados na produção, planilhas de rateio do custo de mão de
obra e cópias das folhas de pagamentos, comprovantes de custos com locação,
manutenção e reparo dos equipamentos aplicados na produção, demonstrativos dos
percentuais e dos encargos de depreciação, amortização ou exaustão utilizados e das
quebras e perdas alocadas, observando-se o disposto no § 5º do art. 15 da IN RFB nº
1.312, de 2012. Devendo ainda apresentar a cópia da declaração do imposto sobre a renda
entregue ao fisco do outro país, equivalente a ECF do Brasil.
Esclarece-se, outrossim, que qualquer documento de procedência estrangeira, para
produzir efeitos legais no País e para valer contra terceiros e em repartições da União, dos
Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios ou em qualquer instância,
juízo ou tribunal, deve ser vertido em vernáculo.
Veja ainda: Tradução de documentos:
Pergunta 075 deste capítulo.
Normativo: Código Civil - Lei nº 10.406, de 2002, art. 224;
Código de Processo Civil - Lei nº 13.105, de 2015, art.
192; e
Lei nº 6.015, de 1973, art. 148.
043 Na importação de bens usados para o ativo permanente, deve
ser feita avaliação por peritos independentes para a
constatação do preço/custo de aquisição?
Como regra geral, deve ser feita avaliação de acordo com os métodos de preços de
transferência.
Subsidiariamente, o inciso II do art. 21 da Lei nº 9.430, de 1996 prevê a possibilidade de
uso de pesquisas efetuadas por empresa ou instituição de notório conhecimento técnico
para comprovação de preços, sendo também considerados os documentos emitidos
normalmente pelas empresas nas operações de compra.
Veja ainda: Métodos de apuração:
Pergunta 014 deste capítulo.
Normativo: Lei nº 9.430, de 1996, inciso II do art. 21.
044 Quais são as margens de lucro aplicáveis ao Método do Preço
de Revenda menos Lucro – PRL desde 1º de janeiro de 2013?
Desde 1º de janeiro de 2013, as margens de lucro para o método PRL devem ser aplicadas
de acordo com o setor da atividade econômica da pessoa jurídica brasileira sujeita aos
controles de preços de transferência e incidirão, independentemente de submissão a
processo produtivo ou não no Brasil, nos seguintes percentuais:
I - 40% (quarenta por cento), para os setores de:
a) produtos farmoquímicos e farmacêuticos;
b) produtos do fumo;
c) equipamentos e instrumentos ópticos, fotográficos e cinematográficos;
d) máquinas, aparelhos e equipamentos para uso odontomédico-hospitalar;
e) extração de petróleo e gás natural; e
f) produtos derivados do petróleo;
II - 30% (trinta por cento) para os setores de:
a) produtos químicos;
b) vidros e de produtos do vidro;
c) celulose, papel e produtos de papel; e
d) metalurgia; e
III - 20% (vinte por cento) para os demais setores.
Veja ainda: Métodos de apuração: Pergunta 014 deste capítulo.
Normativo: Lei nº 9.430, de 1996, art. 18, § 12.
045 No caso de utilização do método PRL, a data a ser
considerada do preço de venda do preço parâmetro será a
data de importação do bem importado ou do período em que
o bem for baixado do estoque?
Desde 1º de janeiro de 2013, no caso de ser utilizado o método PRL, o preço parâmetro
deve ser apurado considerando-se os preços de venda no período em que os produtos
forem baixados dos estoques para resultado.
Veja ainda: Métodos de apuração: Pergunta 014 deste capítulo.
Normativo: Lei nº 9.430, de 1996, art. 18, § 15.
046 Quando a pessoa jurídica, sujeita aos controles de preços de
transferência, importar determinado bem e utilizá-lo para
revenda e em processo produtivo de um ou mais produtos,
aplicando-se o PRL, com margem de lucro de 20%, 30% e
40%, simultaneamente, como deve ser calculado o preço
parâmetro final?
Ao se eleger o Método de cálculo PRL, nos casos em que o insumo importado de pessoas
vinculadas for revendido e aplicado na produção de um ou mais produtos, ou na hipótese
de o bem importado ser submetido a diferentes processos produtivos no Brasil, devem ser
calculados, de forma individual, de acordo com suas respectivas destinações, os seguintes
valores:
I - o custo médio ponderado de venda;
II - o percentual de participação dos bens, direitos ou serviços importados no custo total
do bem, direito ou serviço vendido, nos termos do inciso II do art. 12 da IN RFB nº 1.312,
de 2012;
III - a participação dos bens, direitos ou serviços importados no preço de venda do bem,
direito ou serviço vendido, nos termos do inciso III do art. 12 da IN RFB nº 1.312, de
2012;
IV - o valor da margem de lucro, nos termos do inciso IV do art. 12 da IN RFB nº 1.312,
de 2012; e
V - o preço parâmetro, nos termos do inciso V do art. 12 da IN RFB nº 1.312, de 2012.
O preço parâmetro final será a média ponderada dos valores encontrados na forma citada
acima.
Esse será o preço médio ponderado do método PRL apurado para o período anual a
ser comparado com os outros dois métodos de apuração (PIC e CPL).
Veja ainda: Preço parâmetro: Pergunta 012 deste capítulo.
Métodos de apuração: Pergunta 014 deste capítulo.
047 Podem ser aplicados métodos diferentes para um mesmo bem
que seja objeto de transações com países distintos, ou seja,
aplicar um método para cada país?
Não. Deverá ser utilizado o mesmo método para cada bem, serviço ou direito idêntico ou
similar, independentemente do país objeto da transação.
Veja ainda: Métodos de apuração:
Pergunta 014 deste capítulo.
048 A importação de bens para o ativo permanente que não tenham
similar nacional, também está sujeita às regras de preços de
transferência?
Sim, desde que a importação tenha sido efetuada de pessoa vinculada, mesmo que por
intermédio de interposta pessoa, ou de residente em país ou dependência com tributação
favorecida, ou que goze de regime fiscal privilegiado.
Veja ainda: Pessoa vinculada: Pergunta 004 deste capítulo.
País ou dependência com tributação favorecida: Pergunta 005 deste capítulo.
Regime fiscal privilegiado:
Pergunta 006 deste capítulo.
Interposta pessoa: Pergunta 009 deste capítulo.
Intermediação de trading company: Perguntas 009 e 010 deste capítulo.
049 São aplicáveis as regras de preços de transferência quando
uma pessoa considerada vinculada no exterior compra bens
produzidos por terceiros e os revende para a vinculada
domiciliada no Brasil, não repassando margem de lucro?
Sim. Qualquer operação de importação de bens efetuada com pessoa vinculada
domiciliada no exterior; com residente ou domiciliado em país ou dependência com
tributação favorecida, ou que goze de regime fiscal privilegiado, deverá submeter-se à
legislação de preços de transferência.
Veja ainda: Pessoa vinculada: Pergunta 004 deste capítulo.
País ou dependência com tributação favorecida: Pergunta 005 deste capítulo.
Regime fiscal privilegiado:
Pergunta 006 deste capítulo.
Interposta pessoa: Pergunta 009 deste capítulo.
Intermediação de trading company: Perguntas 009 e 010 deste capítulo.
050 É permitida a dedutibilidade de despesas decorrentes de
contratos de compartilhamento de custos e despesas (cost
sharing) celebrados entre pessoas vinculadas?
As despesas decorrentes de contratos de cost sharing celebrados entre pessoas vinculadas
são dedutíveis se:
a) comprovadamente corresponderem a bens e serviços efetivamente pagos e recebidos;
b) forem necessárias, usuais e normais nas atividades das empresas;
c) o rateio se der mediante critérios razoáveis e objetivos, previamente ajustados,
devidamente formalizados por instrumento firmado entre os intervenientes;
d) o critério de rateio for consistente com o efetivo gasto de cada empresa e com o preço
global pago pelos bens e serviços, em observância aos princípios gerais de Contabilidade;
e) a empresa centralizadora da operação de aquisição de bens e serviços apropriar como
despesa tão-somente a parcela que lhe couber segundo o critério de rateio.
Importante observar que são características dos contratos de compartilhamento de custos
e despesas:
a) a divisão dos custos e riscos inerentes ao desenvolvimento, produção ou obtenção de
bens, serviços ou direitos;
b) a contribuição de cada empresa ser consistente com os benefícios individuais esperados
ou recebidos efetivamente;
c) a previsão de identificação do benefício, especificamente, a cada empresa do grupo.
Caso não seja possível assumir que a empresa possa esperar qualquer benefício da
atividade desenvolvida, tal empresa não deve ser considerada parte no contrato;
d) a pactuação de reembolso, assim entendido o ressarcimento de custos correspondente
ao esforço ou sacrifício incorrido na realização de uma atividade, sem parcela de lucro
adicional;
e) o caráter coletivo da vantagem oferecida a todas as empresas do grupo;
f) a remuneração das atividades, independentemente de seu uso efetivo, sendo suficiente
a “colocação à disposição” das atividades em proveito das demais empresas do grupo;
g) a previsão de condições tais que qualquer empresa, nas mesmas circunstâncias, estaria
interessada em contratar.
A subcontratação de atividades identificada num contrato de rateio de custos submete-se
ao tratamento tributário de remessas de valores em decorrência de prestação de serviços.
Veja ainda: Pessoa vinculada: Pergunta 004 deste capítulo.
Normativo: Lei nº 9.430, de 1996, art. 18, § 9º; e
Instrução Normativa RFB nº 1.312, de 28 de dezembro
de 2012, art. 55.
051 O cálculo do preço parâmetro, com base no método de Preços
Independentes Comparados (PIC) pode ser efetuado com a
utilização de lista de preços elaborada pela empresa
controladora e baseada nos preços praticados entre as
empresas do mesmo grupo?
Não. Para o cálculo do preço parâmetro, com base no método PIC, somente serão
considerados, sem ordem de prioridade, os preços dos bens, serviços ou direitos, idênticos
ou similares:
a) vendidos pela mesma empresa exportadora, a pessoas jurídicas não vinculadas,
residentes ou não residentes;
b) adquiridos pela mesma importadora, de pessoas jurídicas não vinculadas, residentes ou
não residentes;
c) em operações de compra e venda praticadas entre outras pessoas jurídicas não
vinculadas, residentes ou não residentes.
Veja ainda: Preço parâmetro: Pergunta 012 deste capítulo.
Métodos de apuração: Pergunta 014 deste capítulo.
Preço praticado: Pergunta 016 deste capítulo.
Normativo: IN RFB nº 1.312, de 2012, art. 8º, parágrafo único.
052 Os rendimentos, decorrentes da prestação de serviços de
consultoria técnica, pagos por pessoa jurídica domiciliada no
Brasil a sua matriz no exterior estão sujeitos à legislação de
preços de transferência?
Em primeiro lugar, há que distinguir se a prestação dos serviços no Brasil implicou
transferência de tecnologia.
Na hipótese de ficar comprovada a transferência de tecnologia, com a anuência do
Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), a transação não estará sujeita às
regras de preços de transferência consoante o estabelecido pelo art. 55 da IN RFB nº
1.312, de 2012. Nessa hipótese, a dedução de tais despesas está sujeita aos limites
estabelecidos pelos arts. 352 a 355 do RIR/1999.
Caso inexista transferência de tecnologia, esses serviços passam a se submeter às regras
de preços de transferência.
Normativo: Lei nº 9.430, de 1996;
RIR/1999, arts. 352 a 355; e
IN RFB nº 1.312, de 2012, art. 55.
Veja ainda: Pagamento de royalties, assistência técnica,
científica, administrativa e assemelhados:
Pergunta 029 deste capítulo.
053 Como deve ser considerado o valor agregado para fins de
cálculo do método PRL – Preço de Revenda, menos lucro?
No caso do Método PRL, o preço parâmetro dos bens, serviços ou direitos importados
será apurado excluindo-se o valor agregado no País e a margem de lucro de 20%, 30% e
40%, conforme o setor de atividade da pessoa jurídica, de acordo com a metodologia a
seguir:
a) preço líquido de venda: a média aritmética ponderada dos preços de venda do bem
produzido, diminuídos dos descontos incondicionais concedidos, dos impostos e
contribuições sobre as vendas e das comissões e corretagens pagas;
b) percentual de participação dos bens, serviços ou direitos importados no custo total
do bem produzido: a relação percentual entre o custo médio ponderado do bem,
direito ou serviço importado e o custo total médio ponderado do bem, direito ou
serviço vendido, calculado em conformidade com a planilha de custos da pessoa
jurídica;
c) participação dos bens, serviços ou direitos importados no preço de venda do bem
produzido: a aplicação do percentual de participação do bem, serviço ou direito
importado no custo total, apurado conforme o item “b”, sobre o preço líquido de venda
calculado de acordo com o item “a”;
d) margem de lucro: a aplicação dos percentuais de 20%, 30% ou 40%, conforme setor
econômico da pessoa jurídica sujeita ao controle de preços de transferência, sobre a
“participação do bem, serviço ou direito importado no preço de venda do bem
produzido”, calculado de acordo com o item “c”;
e) preço parâmetro: a diferença entre o valor da “participação do bem, serviço ou direito
importado no preço de venda do bem produzido ou vendido”, calculado conforme o
item “c”, e a margem de lucro, calculada de acordo com o item “d”.
Exemplo:
a) cálculo do Preço Líquido de Venda
Preço Médio de Venda 30.000,00
Desconto Concedido 0,00
Imposto s/venda 6.000,00
Preço Líquido 24.000,00
b) cálculo do Percentual de Participação
Custo Total, apurado conforme
Planilha de Custo 20.000,00 100%
Custo do insumo importado,
apurado conforme §§ 2º e 3º do
art. 12, da IN RFB nº 1.312, de
2012
2.000,00 10%
Demais custos agregados,
apurados conforme planilha de
custo
18.000,00 90%
c) aplicação do percentual de participação sobre a Receita Líquida (item b/a)
Participação (10% de 24.000) 2.400,00
d) cálculo da Margem de Lucro
Margem (30% de 2.400) 720,00
e) cálculo do Preço Parâmetro
Receita Líquida - Proporcional 2.400,00
(-) Margem de Lucro 720,00
(=) Preço Parâmetro 1.680,00
f) cálculo do Valor Tributável
Preço Praticado 2.000,00
(-) Preço Parâmetro 1.680,00
(=) Valor do Ajuste 320,00
Veja ainda: Preço parâmetro: Pergunta 012 deste capítulo.
Métodos de apuração: Pergunta 014 deste capítulo.
Normativo: Lei nº 9.430, de 1996, art. 18, inciso II; e
IN RFB nº 1.312, de 2012, art. 12.
054 Qual o método a ser adotado no caso de importação de
commodities?
A partir de 1º de janeiro de 2013, o contribuinte deverá utilizar para cálculo do preço
parâmetro obrigatoriamente o método Preço sob cotação na Importação (PCI), que é
definido como os valores médios diários da cotação de bens ou direitos sujeitos a preços
públicos em bolsas de mercadorias e futuros internacionalmente reconhecidas.
Veja ainda: Preço parâmetro: Pergunta 012 deste capítulo.
Métodos de apuração: Pergunta 014 deste capítulo.
Normativo: Lei nº 9.430, de 1996, art. 18-A; e
IN SRF Nº 1.312, de 2012, art. 16, §1º.
055 Quais produtos são considerados commodities para fins de
aplicação dos Métodos PCI e Pecex?
Para fins de aplicação dos Métodos PCI e Pecex, são considerados como commodities os
produtos listados, bem como a mercadorias que, embora não listadas, tenham cotações
em bolsas de mercadorias de futuros.
I. Açúcares de cana ou de beterraba e sacarose quimicamente pura, no estado sólido (
NCM 17.01.1);
II. Algodão ( NCM 52);
III. Alumínio e suas obras ( NCM 76);
IV. Cacau e suas preparações ( NCM 18);
V. Café, mesmo torrado ou descafeinado; cascas e películas de café; sucedâneos do café
que contenham café em qualquer proporção ( NCM 09.01);
VI. Carnes e miudezas, comestíveis (NCM 02);
VII. Carvão ( NCM 27.01 a 27.04);
VIII. Minérios de cobre e seus concentrados (NCM 2603.00) e Cobre e suas obras
(NCM 74);
IX. Minérios de estanho e seus concentrados (NCM 2609.00.00) e Estanho e suas obras
(NCM 80);
X. Farelo de Soja ( NCM 2304.00);
XI. Farinhas de trigo ou de mistura de trigo com centeio (méteil) ( NCM 1101.00);
XII. Ferro fundido, ferro e aço ( NCM 72);
XIII. Gás de petróleo e outros hidrocarbonetos gasosos ( NCM 27.11);
XIV. Manganês e suas obras, incluindo os desperdícios e resíduos ( NCM 8111.00);
XV. Óleo de soja e respectivas frações ( NCM 15.07);
XVI. Ouro (incluindo o ouro platinado), em formas brutas ou semimanufaturadas, ou
em pó ( NCM 71.08);
XVII. Petróleo ( NCM 27.09 e 27.10);
XVIII. Prata (incluindo a prata dourada ou platinada), em formas brutas ou
semimanufaturadas, ou em pó ( NCM 71.06);
XIX. Soja, mesmo triturada ( NCM 12.01);
XX. Suco (sumo) de laranja ( NCM 2009.1);
XXI. Trigo e mistura de trigo com centeio (méteil) ( NCM 10.01);
XXII. Chumbo e suas obras (NCM 78) e Minérios de chumbo e seus concentrados
(NCM 2607);
XXIII. Níquel e suas obras (NCM 75) e Minérios de níquel e seus concentrados (NCM
2604);
XXIV. Zinco e suas obras (NCM 79) e Minérios de zinco e seus concentrados (NCM
2608);
XXV. Minério de Cobalto e seus concentrados (NCM 2605) e Mates de cobalto e outros
produtos intermediários da metalurgia do cobalto; cobalto e suas obras, incluindo os
desperdícios e resíduos (NCM 8105).
Veja ainda: Métodos de apuração: Pergunta 014 deste capítulo.
Normativo: IN RFB nº 1.312, de 2012, art. 16, §3º, art. 34, § 3º
e Anexos I, II e III.
056 Quais as bolsas de mercadorias e futuros devem ser utilizadas
para fins de aplicação dos Métodos PCI e Pecex?
Para fins de aplicação dos Métodos PCI e Pecex, deve-se observar a cotação das
mercadorias em alguma das seguintes instituições:
I. ChicagoBoard of Trade (CBOT) - Chicago - EUA;
II. Chicago Mercantile Exchange (CME) - Chicago - EUA;
III. New York Mercantile Exchange (NYMEX) - Nova York - EUA;
IV. Commodity Exchange (COMEX) - Nova York - EUA;
V. Intercontinental Exchange (ICE US) - Atlanta - EUA;
VI. Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) - São Paulo - Brasil;
VII. Life NYSE Euronext (LIFFE) - Londres - Reino Unido;
VIII. London Metal Exchange (LME) - Londres - Reino Unido;
IX. Intercontinental Exchange (ICE Europe) - Londres - Reino Unido;
X. Tokio Commodity Exchange (TOCOM) - Tóquio - Japão;
XI. Tokio Grain Exchange (TGE) - Tóquio - Japão;
XII. Singapore Commodity Exchange (SICOM) - Cidade de Cingapura - Cingapura;
XIII. Hong Kong Commodity Exchange (HKE) - Hong Kong – China;
XIV. Multi Commodity Exchange (MCX) - Bombain - Índia;
XV. National Commodity & Derivatives Exchange Limited (NCDEX) - Bombain - Índia;
XVI. Agricultural Futures Exchange of Thailand (AFET) - Bangkok - Tailândia;
XVII. Australian Securities Exchange (ASX) - Sidney - Austrália;
XVIII. JSE Safex APD (SAFEX) – Johannesburg - África do Sul;
XIX. Korea Exchange (KRX) - Busan - Coréia do Sul;
XX. China Beijing International Mining Exchange, (CBMX);
XXI. GlobalORE;
XXII. London Bullion Market Association (LBMA);
Veja ainda: Métodos de apuração: Pergunta 014 deste capítulo.
Normativo: IN SRF Nº 1.312, de 2012, Anexo II.
057 Qual o significado da expressão “consistentemente, por bem,
serviço ou direito” contida na IN RFB nº 1.312, de 2012, art.
4º, § 1º? No caso de bens, como aplicar a referida consistência
de métodos?
Considera-se a expressão “consistentemente por bem” o impedimento de uso de mais de
um método na hipótese de o bem possuir as mesmas especificações. Essa consistência
não é exigida se as especificações forem diferentes.
Por exemplo, para encontrar o preço parâmetro relativo a um veículo marca “X”, motor
2.0, 4 portas, pode ser utilizado um método; para um veículo com especificações
semelhantes, porém com 2 portas, poderá ser utilizado outro método.
Veja ainda: Preço parâmetro: Pergunta 012 deste capítulo.
Métodos de apuração: Pergunta 014 deste capítulo.
Normativo: IN RFB nº 1.312, de 2012, art. 4º, § 1º.
058 Qual o significado do termo “arbitramento”, adotado pela
legislação de preços de transferência?
O termo “arbitramento”, contido no art. 20 da IN RFB nº 1.312, de 2012, expressa a
obrigatoriedade de submeter as receitas auferidas nas operações de exportação sujeitas ao
controle de preço de transferência, ao cálculo do preço parâmetro, de acordo com os
métodos estabelecidos pela legislação de preços de transferência.
Veja ainda: Preço parâmetro: Pergunta 012 deste capítulo.
Métodos de apuração: Pergunta 014 deste capítulo.
Outras referências a "arbitramento": Pergunta 060 deste capítulo.
Normativo: IN RFB nº 1.312, de 2012, art. 20.
059 Se o próprio contribuinte exportador houver vendido apenas
bens similares no mercado brasileiro, poderá utilizar o valor
dessas operações como parâmetro, para fins do art. 20 da IN
RFB nº 1.312, de 2012?
Sim, o art. 20 da IN RFB nº 1.312, de 2012, prevê a utilização dos preços praticados na
venda dos bens, serviços ou direitos, idênticos ou similares, no mercado brasileiro,
durante o mesmo período, em condições de pagamento semelhantes, devendo submeter-
se aos ajustes de similaridade, previsto no art. 24 da IN RFB nº 1.312, de 2012.
Veja ainda: Preço parâmetro: Pergunta 012 deste capítulo.
Preço praticado: Pergunta 016 deste capítulo.
Normativo: IN RFB nº 1.312, de 2012, art. 20 e 24.
060 Os métodos de arbitramento das receitas de exportações
devem ser aplicados consistentemente por bem, serviço ou
direito durante todo o período de apuração ou podem ser
utilizados métodos distintos para um mesmo bem exportado?
Os métodos de cálculo dos preços parâmetros devem ser aplicados consistentemente por
bem, serviço ou direito, não sendo admitida a utilização de mais de um método na
determinação do preço parâmetro para um mesmo bem, serviço ou direito.
Veja ainda: Preço parâmetro: Pergunta 012 deste capítulo.
Métodos de apuração: Pergunta 014 deste capítulo.
Arbitramento: Pergunta 058 deste capítulo.
061 Em que hipóteses as operações de exportação não estão
sujeitas à determinação do preço parâmetro?
As operações de exportação não estão sujeitas à determinação do preço parâmetro
quando:
a) A partir de 1º de janeiro de 2013, a pessoa jurídica que comprovar haver apurado lucro
líquido antes da provisão do imposto sobre a renda e da CSLL decorrente das receitas
de vendas nas exportações para pessoas jurídicas vinculadas, em valor equivalente a,
no mínimo, 10% (dez por cento) do total dessas receitas, considerando-se a média
anual do período de apuração e dos 2 (dois) anos precedentes, desde que a receita
líquida de exportação para pessoas jurídicas vinculadas não ultrapassar 20% (vinte por
cento) do total da receita líquida de exportação;
b) a receita líquida das exportações não exceder a 5% (cinco por cento) do total da receita
líquida no mesmo período;
c) o preço médio de venda dos bens, serviços ou direitos exportados, durante o respectivo
período de apuração da base de cálculo do imposto de renda, for igual ou superior a
noventa por cento do preço médio praticado na venda dos mesmos bens, serviços ou
direitos, no mercado brasileiro, durante o mesmo período, em condições de pagamento
semelhantes.
Esclareça-se que o valor das receitas reconhecidas com base no preço praticado nas
hipóteses a e b, não implica a aceitação definitiva, podendo ser impugnado, se
inadequado, em procedimento de ofício, pela Secretaria da Receita Federal do Brasil.
No cálculo do percentual de 10% (dez por cento) da hipótese do item “a”, pode-se excluir
as operações de venda de bens, serviços ou direitos cujas margens de lucro dos métodos
de exportação, previstas nos arts. 31, 32 e 33 da IN RFB nº 1.312, de 2012, tenham sido
alteradas por determinação do Ministro da Fazenda, nos termos dos arts. 45, 46 e 47 da
IN RFB nº 1.312, de 2012.
Ainda com relação à hipótese do item “a”, esclareça-se que deverá ser considerada a
média ponderada dos três anos mencionados.
Os benefícios das hipóteses dos itens “a”e “b” não se aplicam às vendas efetuadas para
empresas vinculadas domiciliadas em países com tributação favorecida ou cuja legislação
oponha sigilo, conforme definido no art. 52 da IN RFB nº 1.312, de 2012.
Veja ainda: Pessoa vinculada: Pergunta 004 deste capítulo.
País ou dependência com tributação favorecida: Pergunta 005 deste capítulo.
Métodos de apuração: Pergunta 014 deste capítulo.
Preço praticado: Pergunta 016 deste capítulo.
Normativo: IN RFB nº 1.312, de 2012, arts. 20, 48, §4º, 49 e 50, I
e II.
062 Quando se exporta um bem semiacabado, produzido de acordo
com desenhos e especificações próprias e que só tenha
mercado no país de destino após ser beneficiado pelo
adquirente, é aplicável somente o método CAP?
A legislação brasileira sobre preços de transferência permite a livre escolha do método.
Não há restrição para aplicação dos métodos PVEX, PVA e PVV, observadas as
condições estipuladas para a utilização de cada método.
Na impossibilidade de aplicação de outros métodos previstos na legislação, por falta de
mercado que pratique preços independentes, que permita a avaliação de preços
consistentes, o método CAP seria o recomendado a ser utilizado nesses casos.
Veja ainda: Métodos de apuração: Pergunta 014 deste capítulo.
063 Para comprovação dos preços praticados pela empresa
exportadora nas operações com pessoas não vinculadas,
poderá ser apresentado demonstrativo do total comercializado,
segregando-se as operações com empresas vinculadas e com
empresas não-vinculadas? Em relação ao preço parâmetro
apurado em operações com empresas não-vinculadas, é
necessária a inclusão de cópia dos principais contratos com os
preços pactuados?
Sim. O demonstrativo segregando as operações efetuadas com empresas vinculadas deve
conter as informações necessárias para determinar o preço praticado na exportação; da
mesma forma, o demonstrativo com as operações de alienações efetuadas com empresas
independentes deve conter as informações necessárias para a apuração do preço
parâmetro, conforme ajustes apropriados ao método de apuração escolhido.
Com relação aos documentos comprobatórios, devem ser apresentados, as cópias das
Declarações de Exportação, os Registros de Exportação, as notas-fiscais de saída, as
faturas comercias e outros documentos que comprovem a efetiva realização das operações
e dos preços, além dos contratos pactuados.
Veja ainda: Pessoa vinculada: Pergunta 004 deste capítulo.
Preço parâmetro: Pergunta 012 deste capítulo.
Preço praticado: Pergunta 016 deste capítulo.
064 Na apuração do PVA ou PVV podem ser utilizadas, como
prova, cópias das faturas de venda a terceiros, realizadas pela
pessoa vinculada domiciliada no exterior?
Sim. Frise-se, no entanto, que na falta de provas consideradas suficientes ou úteis, o Fisco
poderá determinar a apresentação de outros documentos, aplicando um dos métodos
discriminados pela legislação vigente.
O importante é obter a comprovação do preço praticado no mercado atacadista ou
varejista.
Convém lembrar que, segundo o Método PVA, a receita de venda nas exportações poderá
ser determinada com base na média aritmética dos preços de venda de bens, idênticos ou
similares, praticados no mercado atacadista do país de destino ou ainda, com base nos
preços de venda de bens, idênticos ou similares, praticados no mercado varejista do país
de destino, no caso de apuração segundo o Método PVV.
Veja ainda: Pessoa vinculada: Pergunta 004 deste capítulo.
Métodos de apuração: Pergunta 014 deste capítulo.
Preço praticado: Pergunta 016 deste capítulo.
Normativo: IN RFB nº 1.312, de 2012, arts. 31, 32 e 40.
065 No caso de exportação para pessoa vinculada que exerça
apenas papel de intermediária ou centralizadora, quando o
destinatário final do bem for residente em país diverso, deve
ser considerado “país de destino” o de domicílio da pessoa
vinculada ou o de destino efetivo do bem, na apuração do PVA
ou PVV?
O “país de destino” a ser considerado é o de destino final do bem.
Veja ainda: Pessoa vinculada: Pergunta 004 deste capítulo.
066 Qual o método a ser adotado no caso de exportação de
commodities?
A partir de 1º de janeiro de 2013, o contribuinte deverá utilizar para cálculo do preço
parâmetro obrigatoriamente o método Preço sob cotação na Exportação (Pecex), que é
definido como os valores médios diários da cotação de bens ou direitos sujeitos a preços
públicos em bolsas de mercadorias e futuros internacionalmente reconhecidas.
Veja ainda: Métodos de apuração: Pergunta 014 deste capítulo.
Preço parâmetro: Pergunta 012 deste capítulo.
Normativo: Lei nº 9.430, de 1996, art.19-A; e
IN SRF Nº 1.312, de 2012, art. 34, §1º.
067 As regras de preços de transferência são aplicáveis a vendas
de participações societárias?
Sim. As participações societárias são direitos registrados no Ativo da empresa.
Dessa forma, as regras de preços de transferência aplicar-se-ão às vendas de participações
societárias nas seguintes hipóteses:
a) alienação à pessoa vinculada, residente ou domiciliada no exterior;
b) alienação à pessoa residente ou domiciliada em país ou dependência com tributação
favorecida ou que goze de regime fiscal privilegiado, ainda que não vinculada;
Veja ainda: Pessoa vinculada: Pergunta 004 deste capítulo.
País ou dependência com tributação favorecida:
Pergunta 005 deste capítulo.
Regime fiscal privilegiado:
Pergunta 006 deste capítulo.
Outras questões envolvendo "venda de
participações societárias":
Pergunta 073 deste capítulo.
Normativo: IN RFB nº 1.312, de 2012, art. 2º.
068 A margem de divergência de que trata o art. 51 da IN RFB nº
1.312, de 2012, se aplica à dispensa de comprovação, objeto
dos seus arts. 48 e 49?
Não. Os arts. 48 e 49 da IN RFB nº 1.312, de 2012, que tratam de dispensa de
comprovação, contemplam apenas operações de exportação.
Além disso, a margem de divergência de até 5% (cinco por cento) permitida pela RFB,
tanto nas exportações quanto nas importações, pressupõe o cálculo do preço ajustado
pelas regras de preços de transferência e sua posterior comparação com os documentos
de importação e exportação, cotejamento não previsto nos artigos em referência.
Deve-se salientar que a margem de divergência será de 3% (três por cento) na hipótese
de importação ou exportação de commodities sujeitas à cotação em bolsas de mercadorias
e futuros internacionalmente reconhecidas, quando deverá ser utilizado o método do
Preço sob Cotação na Importação (PCI) ou o método do Preço sob Cotação na Exportação
(Pecex), definido nos arts. 16 e 34, respectivamente, da IN RFB nº 1.312, de 2012.
Veja ainda: Métodos de apuração: Pergunta 014 deste capítulo.
Normativo: IN RFB nº 1.312, de 2012, arts. 48, 49 e 51.
069 Como tratar o custo financeiro, quando incluído nas
exportações a prazo?
O encargo financeiro incluído nas vendas a prazo poderá ser ajustado de forma a
minimizar os efeitos provocados sobre os preços a serem comparados, conforme dispõem
os §§ 1º e 2º do art. 22 da IN RFB nº 1.312, de 2012.
Esclareça-se que os juros auferidos em operações realizadas com empresas vinculadas,
ou residentes ou domiciliadas em país ou dependência de tributação favorecida, ou que
gozem de regime fiscal privilegiado, estão sujeitos ao limite estabelecido no art. 38 da IN
RFB nº 1.312, de 2012.
Veja ainda: Pessoa vinculada: Pergunta 004 deste capítulo.
País ou dependência com tributação favorecida: Pergunta 005 deste capítulo.
Regime fiscal privilegiado:
Pergunta 006 deste capítulo.
Normativo: IN RFB nº 1.312, de 2012, art. 22, §§ 1º e 2º e art. 38.
070 De que forma poderão ser deduzidos, para fins de apuração do
lucro real, os juros pagos ou creditados a pessoa vinculada,
residente ou domiciliada no exterior, por pessoa jurídica
domiciliada no Brasil?
Os juros pagos ou creditados por pessoa jurídica domiciliada no Brasil a pessoa
vinculada, residente ou domiciliada no exterior, ou a pessoa física ou jurídica, ainda que
não vinculada, residente ou domiciliada em país ou dependência com tributação
favorecida ou que goze de regime fiscal privilegiado, somente serão dedutíveis para fins
de determinação do lucro real e da base de cálculo da CSLL até o montante que não
exceda ao valor calculado com base nas seguintes taxas, acrescidas de margem percentual
a título de spread, a ser definida por ato do Ministro de Estado da Fazenda com base na
média de mercado, proporcionalizados em função do período a que se referirem os juros:
a) de mercado dos títulos soberanos da República Federativa do Brasil emitidos no
mercado externo em dólares dos Estados Unidos da América, na hipótese de
operações em dólares dos Estados Unidos da América com taxa prefixada;
b) de mercado dos títulos soberanos da República Federativa do Brasil emitidos no
mercado externo em reais, na hipótese de operações em reais no exterior com taxa
prefixada; e
c) London Interbank Offered Rate – LIBOR pelo prazo de 6 (seis) meses, nas demais
hipóteses,
Para as operações efetuadas em outras moedas nas quais não seja divulgada taxa Libor
própria, deverá ser utilizado o valor da taxa Libor para depósitos em dólares dos Estados
Unidos da América.
Acrescente-se, ainda, que não serão dedutíveis na determinação do lucro real e da base
de cálculo da CSLL os juros, pagos ou creditados a empresas controladas ou coligadas
domiciliadas no exterior, relativos a empréstimos contraídos, quando, no balanço da
coligada ou controlada, constar a existência de lucros não disponibilizados para a
controladora ou coligada no Brasil.
Veja ainda: Pessoa vinculada: Pergunta 004 deste capítulo.
País ou dependência com tributação favorecida: Pergunta 005 deste capítulo.
Regime fiscal privilegiado:
Pergunta 006 deste capítulo.
Normativo: Lei nº 9.430, de 1996, arts. 22 e 24;
Lei nº 9.532, de 1997, art. 1º, § 3º;
Lei nº 10.451, de 2002, art. 4º; e
IN SRF Nº 1.312, de 2012, art. 38-A.
071 No caso de haver contrato de mútuo entre pessoa jurídica
domiciliada no Brasil e pessoa vinculada, residente ou
domiciliada no exterior, que valor deverá ser considerado
como receita financeira para efeito de cálculo do lucro real?
A pessoa jurídica mutuante, domiciliada no Brasil, deverá reconhecer, como receita
financeira correspondente ao valor mutuado à pessoa vinculada, residente ou domiciliada
no exterior, ou, ainda que não vinculada, residente ou domiciliada em país ou dependência
com tributação favorecida ou que goze de regime fiscal privilegiado, no mínimo, o valor
calculado com base nas seguintes taxas, acrescidas de margem percentual a título de
spread, a ser definida por ato do Ministro de Estado da Fazenda com base na média de
mercado, proporcionalizados em função do período a que se referirem os juros:
a) de mercado dos títulos soberanos da República Federativa do Brasil emitidos no
mercado externo em dólares dos Estados Unidos da América, na hipótese de
operações em dólares dos Estados Unidos da América com taxa prefixada;
b) de mercado dos títulos soberanos da República Federativa do Brasil emitidos no
mercado externo em reais, na hipótese de operações em reais no exterior com taxa
prefixada; e
c) London Interbank Offered Rate – LIBOR pelo prazo de 6 (seis) meses, nas demais
hipóteses.
Veja ainda: Pessoa vinculada: Pergunta 004 deste capítulo.
País ou dependência com tributação favorecida: Pergunta 005 deste capítulo.
Regime fiscal privilegiado:
Pergunta 006 deste capítulo.
Normativo: Lei nº 9.430, de 1996, art. 22, §1º; e
IN SRF Nº 1.312, de 2012, art. 38-A, §1º.
072 Qual a data da taxa a ser utilizada para o cálculo de preço de
transferência sobre operações financeiras: inicial, pro rata ou
média ?
A verificação do limite de dedutibilidade será efetuada na data da contratação da
operação e será aplicada aos contratos celebrados a partir de 1º de janeiro de 2013. Para
esses fins, a novação e a repactuação são consideradas novos contratos.
Normativo: IN SRF Nº 1.312, de 2012, art. 38-A, §10 e § 11.
073 Seria possível a aplicação de laudos técnicos de avaliação para
a fundamentação de operações de venda de participação
societária?
O inciso II do art. 21 da Lei nº 9.430, de 1996, prevê a possibilidade de uso de pesquisas
efetuadas por empresa ou instituição de notório conhecimento técnico para comprovação
de preços, desde que observadas as disposições contidas no art. 43 da IN SRF nº 1.312,
de 2012:
a) que se especifique o setor, o período, as empresas pesquisadas e a margem encontrada,
bem assim identifique, por empresa, os dados coletados e trabalhados;
b) que sejam realizadas com observância de critérios de avaliação contábil
internacionalmente aceitos e se refiram a período contemporâneo ao de apuração da
base de cálculo do imposto de renda da empresa brasileira, e
c) no caso de pesquisa relativa a período diferente daquele a que se referir o preço
praticado pela empresa, o valor determinado será ajustado em função de eventual
variação na taxa de câmbio da moeda de referência, ocorrida entre os dois períodos.
As publicações técnicas, pesquisas e relatórios a que se refere o art. 43 da IN SRF nº
1.312, de 2012, poderão ser desqualificados por ato do Secretário da Receita Federal do
Brasil, quando considerados inidôneos ou inconsistentes.
Veja ainda: Preço praticado: Pergunta 016 deste capítulo.
Venda de participações societárias: Pergunta 067 deste capítulo.
Normativo: Lei nº 9.430, de 1996, art. 21, inciso II; e
IN SRF nº 1.312, de 2012, art. 43.
074 A quem compete o ônus da prova de que os preços de
transferência praticados pelo contribuinte são inadequados em
função das regras da legislação brasileira?
Cabe ao contribuinte a comprovação de que os preços de transferência por ele
praticados são adequados às regras da legislação brasileira.
Por outro lado, quando os documentos apresentados pelo contribuinte forem julgados
insuficientes ou imprestáveis para formar a convicção quanto ao preço da operação, o
Auditor-Fiscal poderá determiná-lo com base em outros documentos de que dispuser,
aplicando um dos métodos de apuração discriminados pela legislação vigente.
Veja ainda: Métodos de apuração: Pergunta 014 deste capítulo.
Normativo: IN SRF Nº 1.312, de 2012, art. 53, §2º.
075 É obrigatória a tradução de declarações, demonstrativos e
documentos elaborados em idioma estrangeiro?
Sim. Qualquer documento redigido em língua estrangeira, para produzir efeitos legais no
País e para valer contra terceiros e em repartições da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, ou em qualquer instância, juízo ou tribunal, deve ser traduzido
para o português.
Veja ainda: Outras questões envolvendo "tradução de
documentos": Pergunta 042 deste capítulo.
Normativo: Código Civil - Lei nº 10.406, de 2002, art. 224;
Código de Processo Civil - Lei nº 13.105, de 2015, art.
192;
Lei nº 6.015, de 1973, art. 148; e
Decreto nº 13.609, de 1943, art. 18;
TRIBUTAÇÃO EM BASES UNIVERSAIS
076 São tributados no Brasil os lucros, rendimentos e ganhos de
capital auferidos no exterior por pessoa jurídica domiciliada no
Brasil?
Sim, o Brasil adota o Regime de Tributação em Bases Universais da renda da pessoa
jurídica, desde 1996 com o advento da Lei no 9.249, de 26 de dezembro de 1995. Tal
tributação se faz mediante adição dos resultados auferidos a esse título no exterior ao
lucro líquido para fins de determinação do lucro real, e à base de cálculo da CSLL.
Em relação aos lucros auferidos no exterior, a Lei no 12.973, de 13 de maio de 2014,
alterou a aplicação do Regime de Tributação em Bases Universais para pessoas jurídicas
domiciliadas no Brasil controladoras, e equiparadas a controladoras de empresas no
exterior, bem como para aquelas coligadas a empresas no exterior.
Normativo: Lei nº 9.249, de 1995, art. 25; e
Lei nº 12.973, de 2014, arts. 76 a 92.
077 Qual o regime de tributação da pessoa jurídica que auferir
lucros, rendimentos e ganhos de capital do exterior?
A pessoa jurídica que auferir lucros, rendimentos ou ganhos de capital do exterior fica
obrigada à tributação com base no lucro real, a partir, inclusive, do trimestre de sua
ocorrência.
Normativo: Lei nº 9.718, de 1998, art. 14, inciso III.
078 Quais os lucros auferidos no exterior por pessoas jurídicas
domiciliadas no Brasil que são alcançados pela tributação no
Brasil?
Os lucros alcançados pela tributação no Brasil são os auferidos no exterior, apurados por
filiais e sucursais da pessoa jurídica domiciliada no Brasil, e os decorrentes de
participações societárias inclusive em controladas, diretas e indiretas, e coligadas
domiciliadas no exterior.
Normativo: IN RFB nº 213, de 2002, art. 1º, §1º; e
IN RFB nº 1.520, de 2014.
079 Quais os rendimentos e ganhos de capital auferidos no exterior
por pessoas jurídicas domiciliadas no Brasil que devem ser
tributados no Brasil?
Os rendimentos e ganhos de capital auferidos no exterior sujeitos à tributação no Brasil
são aqueles auferidos diretamente pela pessoa jurídica domiciliada no Brasil.
São exemplos de rendimentos auferidos diretamente no exterior, os obtidos com a
remuneração de ativos tais como: os juros, os aluguéis, os demais resultados positivos de
aplicações financeiras. Considera-se como ganho de capital o valor recebido pela
alienação do bem diminuído de seu custo de aquisição.
Normativo: IN RFB nº 213, de 2002, art. 1º, §2º; e
Lei nº 9.249, de 1995, art. 25.
080 Exportações efetuadas por pessoas jurídicas domiciliadas no
Brasil são consideradas como rendimentos obtidos do exterior
para fins da obrigatoriedade ao regime de tributação do IRPJ
com base no lucro real?
Não. Exportações efetuadas por pessoas jurídicas domiciliadas no Brasil não são
consideradas como rendimentos obtidos no exterior para fins da obrigatoriedade ao
regime de tributação do IRPJ com base no lucro real, uma vez que o lucro auferido na
transação é decorrente da atividade da pessoa jurídica no Brasil.
Normativo: ADI SRF nº 5, de 31 de outubro de 2001; e
IN RFB nº 1.515, de 2014, art. 22, § 2º.
081 Prestações de serviços efetuadas diretamente no exterior são
consideradas como rendimentos obtidos do exterior para fins
da obrigatoriedade ao regime de tributação do IRPJ com base
no lucro real?
Não. As prestações de serviços efetuadas diretamente no exterior não se consideram
como rendimentos obtidos do exterior para fins da obrigatoriedade ao regime de
tributação do IRPJ com base no lucro real.
Normativo: ADI SRF nº 5, de 31 de outubro de 2001; e
IN RFB nº 1.515, de 2014, art. 22, § 2º.
082 Em qual caso a prestação de serviços não se considera como
efetuada diretamente no exterior para fins da obrigatoriedade
ao regime de tributação do IRPJ com base no lucro real?
Não se considera prestação direta de serviços aquela realizada no exterior por intermédio
de filiais, sucursais, agências, representações, coligadas, controladas e outras unidades
descentralizadas da pessoa jurídica que lhes sejam assemelhadas. Assim, são obrigadas
ao regime de tributação do IRPJ com base no lucro real a pessoa jurídica domiciliada no
Brasil que prestar serviço no exterior por intermédio de filiais, sucursais, agências,
representações, coligadas, controladas e outras unidades descentralizadas de pessoa
jurídica que lhes sejam assemelhadas .
Normativo: ADI SRF nº 5, de 2001, art.1º, parágrafo único;e
IN RFB nº 1.515, de 2014, art. 22, § 3º.
083 Se o contribuinte for optante do lucro presumido e, em algum
período auferir lucros, rendimentos e ganhos de capital do
exterior?
A pessoa jurídica que houver pago o imposto com base no lucro presumido e que, em
relação ao mesmo ano-calendário, incorrer em situação de obrigatoriedade de apuração
pelo lucro real por ter auferido lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do
exterior, deverá apurar o imposto sobre a renda de pessoa jurídica (IRPJ) e a contribuição
social sobre o lucro líquido (CSLL) sob o regime de apuração pelo lucro real trimestral a
partir, inclusive, do trimestre da ocorrência do fato.
Normativo: ADI SRF nº 5, de 2001, art.2º.
084 Como serão tributados no Brasil os lucros auferidos no exterior
por intermédio de filiais e sucursais da pessoa jurídica no
Brasil?
Para fins de apuração do lucro real e da base de cálculo da CSLL, os lucros auferidos por
filiais e sucursais no exterior serão adicionados integralmente ao lucro líquido da pessoa
jurídica no Brasil em 31 de dezembro do ano-calendário em que tiverem sido
disponibilizados.
Normativo: IN RFB 1.520, de 2014, art. 8º.
085 Quando se consideram disponibilizados os lucros auferidos no
exterior por intermédio filiais e sucursais da pessoa jurídica?
Consideram-se disponibilizados na data do balanço no qual tiverem sido apurados.
Normativo: Lei nº 9.532, de 1997, art. 1º, § 1º, letra a.
086 Como eram tributados no Brasil os lucros auferidos no exterior até
31/12/2001 por intermédio de controladas ou coligadas da pessoa
jurídica e quando se consideravam disponibilizados tais lucros ?
Até 31/12/2001, para fins de apuração do lucro real e da base de cálculo da CSLL, os
lucros auferidos por intermédio de controladas ou coligadas no exterior eram adicionados
proporcionalmente à participação da investidora ao lucro líquido da pessoa jurídica no
Brasil em 31 de dezembro do ano em que tiverem sido disponibilizados.
Consideravam-se disponibilizados na data do pagamento ou do crédito em conta
representativa de obrigação da empresa no exterior.
Nestas condições, considerava-se:
a) creditado o lucro, quando ocorreresse a transferência do registro de seu valor para
qualquer conta representativa de passivo exigível da controlada ou coligada
domiciliada no exterior;
b) pago o lucro quando ocorreresse:
- o crédito do valor em conta bancária, em favor da controladora ou coligada no Brasil;
- a entrega, a qualquer título, a representante da beneficiária;
- a remessa, em favor da beneficiária, para o Brasil ou para qualquer outra praça;
- o emprego do valor, em favor da beneficiária em qualquer praça, inclusive no
aumento de capital da controlada ou coligada, domiciliada no exterior;
- a contratação de operações de mútuo, se a mutuante, coligada ou controlada, possuir
lucros ou reservas de lucros; ou
- o adiantamento de recursos, efetuado pela controlada ou coligada, por conta de venda
futura, cuja liquidação, pela remessa do bem ou serviço vendido, ocorra em prazo
superior ao ciclo de produção do bem ou serviço.
Normativo: Lei nº. 9.532, de 1.997, art. 1º; caput, alínea b do § 1º
(revogada pela Lei nº 12.973, de 2014), e § 2º
(revogado pela Lei nº 12.973, de 2014); e
RIR/1999, art. 394, § 2º , inciso II do § 3º, e §
4º incisos I e II.
087 Como eram considerados, para fins de apuração do lucro real,
os lucros auferidos por intermédio de controladas ou coligadas
sediadas no exterior no período de 1º de janeiro de 2002 até
31 de dezembro de 2014?
No período de 1º/01/2002 a 31/12/2014, os lucros auferidos por intermédio de controlada
ou coligada no exterior eram considerados disponibilizados para a controladora ou
coligada no Brasil na data do balanço em que tiverem sido apurados.
Normativo: MP 2.158-35, de 2001, art. 74.
088 Qual o tratamento fiscal da contrapartida do ajuste do valor do
investimento avaliado pelo método da equivalência
patrimonial?
Os resultados positivos e negativos decorrentes da aplicação do método da equivalência
patrimonial deverão, respectivamente, ser excluídos do ou adicionados ao lucro líquido
para fins de determinação do lucro real trimestral ou anual e da base de cálculo da CSLL,
inclusive no levantamento dos balanços de suspensão e/ou redução do imposto de renda
e da CSLL, relativo ao mês de dezembro.
Normativo: Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 23, parágrafo
único.
089 Como deverão ser tributados os lucros auferidos por
intermédio de controladas domiciliadas no exterior a partir de
2015?
A partir de 1º de janeiro de 2015, a parcela do ajuste do valor do investimento em
controlada, direta ou indireta, domiciliada no exterior equivalente aos lucros por ela
auferidos antes do imposto de renda, excetuando a variação cambial, deverá ser
computada na determinação do lucro real e da base de cálculo da CSLL no balanço
levantado em 31 de dezembro do ano-calendário em que tiverem sido disponibilizados
para a pessoa jurídica domiciliada no Brasil.
A parcela do ajuste compreende apenas os lucros auferidos no período, não alcançando
as demais parcelas que influenciaram o patrimônio líquido da controlada, direta ou
indireta, domiciliada no exterior.
A investidora no Brasil deve computar na base de cálculo do IRPJ e da CSLL a parcela
positiva do ajuste de cada controlada, direta e indireta, de forma individualizada.
A parcela do ajuste deve ser apurada segundo as normas da legislação comercial do país
de domicílio da controlada, direta ou indireta, e antes da tributação no exterior sobre o
lucro. Nos casos de inexistência de normas expressas que regulem a elaboração de
demonstrações financeiras no país de domicílio da controlada, esta deverão ser elaboradas
com observância dos princípios contábeis geralmente aceitos, segundo as normas da
legislação brasileira.
Normativo: IN RFB 1.520, de 2014, art. 8º, caput, § 1º , § 2º ; art.9º;
e art.14.
090 As parcelas positivas e negativas do ajuste do valor do
investimento em controlada, direta ou indireta, domiciliada no
exterior equivalente aos lucros podem ser consolidados pela
controladora no Brasil?
Até 2022, as parcelas positivas e negativas do ajuste do valor do investimento em
controlada, direta ou indireta, domiciliada no exterior equivalente aos lucros por ela
auferidos antes do imposto sobre a renda, excetuando a variação cambial, poderão ser
consolidadas pela controladora no Brasil.
Não poderão ser consolidadas as parcelas referentes às pessoas jurídicas investidas que
se encontrem em pelo menos uma das seguintes situações:
I - estejam situadas em país com o qual o Brasil não mantenha tratado ou ato com cláusula
específica para troca de informações para fins tributários;
II - estejam localizadas em país ou dependência com tributação favorecida, ou sejam
beneficiárias de regime fiscal privilegiado, de que tratam os arts. 24 e 24-A da Lei nº
9.430, de 27 de dezembro de 1996;
III - estejam submetidas a regime de subtributação;
IV - sejam controladas, direta ou indiretamente, por pessoa jurídica submetida a
tratamento tributário previsto nos incisos II e III; ou
V - tenham renda ativa própria inferior a 80% (oitenta por cento) da renda total.
Considera-se renda ativa própria aquela obtida diretamente pela pessoa jurídica mediante
a exploração de atividade econômica própria, excluídas as receitas decorrentes de:
a) royalties;
b) juros;
c) dividendos;
d) participações societárias (juros sobre capital próprio, partes beneficiárias, debêntures,
resultado positivo da equivalência, variação cambial);
e) aluguéis;
f) ganhos de capital, salvo na alienação de ativos de caráter permanente ou participações
societárias adquiridas há mais de 2 (dois) anos;
g) aplicações financeiras; e
h) intermediação financeira;
Considera-se renda total o somatório das receitas operacionais e não operacionais,
conforme definido na legislação comercial do país de domicílio da investida; e
Considera-se regime de subtributação aquele que tributa os lucros da pessoa jurídica
domiciliada no exterior à alíquota nominal inferior a 20% (vinte por cento). Os países ou
dependências com tributação favorecida e os regimes privilegiados, de que tratam os
arts.24 e 24-A da Lei n 9.430, de 1996, estão incluídos no conceito de subtributação.
Veja ainda: País ou dependência com tributação favorecida: Pergunta 005 deste capítulo.
Regime fiscal privilegiado:
Pergunta 006 deste capítulo.
Normativo: IN RFB 1.520, de 2014, art. 11; art.21, incisos I, II e
II, § 3º.
091 Os prejuízos de controladas e coligadas no exterior podem ser
compensados entre si, ou com os lucros da pessoa jurídica
domiciliada no Brasil?
Não. É vedada a compensação dos prejuízos de controladas e coligadas com o lucro da
pessoa jurídica domiciliada no Brasil.
Os prejuízos apurados por uma controlada ou coligada, no exterior, somente poderão ser
compensados com lucros dessa mesma controlada ou coligada, desde que sejam
informados no Demonstrativo de Prejuízos Acumulados no Exterior, não se aplicando,
nesse caso, a restrição (compensação limitada a 30% do lucro líquido ajustado pelas
adições e exclusões previstas na legislação do imposto de renda e da CSLL) de que trata
o art. 15 da Lei nº 9.065, de 1995.
Contudo, não poderá ser utilizado na consolidação o prejuízo auferido no exterior por
controlada, direta ou indireta, ou coligada correspondente às atividades de afretamento
por tempo ou casco nu, arrendamento mercantil operacional, aluguel, empréstimo de bens
ou prestação de serviços diretamente relacionados à prospecção e exploração de petróleo
e gás, em território brasileiro.
Normativo: IN RFB nº 1.520, de 2014, art. 11,§ 4º e § 6º ; art. 12;
art.14, inciso II; art. 19, inciso II; art.19-A; e art. 20.
092 Os resultados auferidos por filiais e sucursais podem ser
consolidados?
Desde que as filiais e sucursais sejam domiciliadas num mesmo país, e, tendo a matriz no
Brasil indicado uma dessas filiais ou sucursais como entidade líder, os resultados poderão
ser consolidados por país, e os prejuízos de uma poderão ser compensados com os lucros
da outra.
Normativo: IN SRF nº 213, de 2002, art. 4º, § 5º.
093 Como deverão ser convertidos os lucros auferidos no exterior
por intermédio de filiais, sucursais, controladas ou coligadas?
Os lucros auferidos no exterior por intermédio de filiais, sucursais, controladas ou
coligadas serão convertidos em Reais pela taxa de câmbio, para venda, do dia das
demonstrações financeiras em que tenham sido apurados os correspondentes lucros.
Normativo: RIR/1999, art. 394, § 7º;e
IN RFB nº 1.520, de 2014, art. 7º.
094 O imposto retido na fonte sobre rendimentos pagos ou
creditados à filial, sucursal, controlada ou coligada de pessoa
jurídica domiciliada no Brasil, não compensado em virtude de
a beneficiária ser domiciliada em país enquadrado nas
disposições do art. 24 da Lei nº 9.430, de 1996, poderá ser
compensado com o imposto devido sobre o lucro real da
matriz, controladora ou coligada no Brasil quando os
resultados da filial, sucursal, controlada ou coligada, que
contenham os referidos rendimentos, forem computados na
determinação do lucro real da pessoa jurídica no Brasil?
Sim, a pessoa jurídica domiciliada no Brasil poderá compensar o imposto retido na fonte
sobre tais redimentos até o limite do imposto de renda incidente, no Brasil, sobre o lucro
real decorrente do cômputo desses rendimentos. Para efeito de determinação do referido
limite, o imposto incidente, no Brasil, correspondente a tais rendimentos será
proporcional ao total do imposto e adicional devidos pela pessoa jurídica no Brasil.
Adicionalmente, o imposto de renda a ser compensado será convertido em quantidade de
Reais, de acordo com a taxa de câmbio, para venda, na data em que o imposto foi pago;
caso a moeda em que o imposto foi pago não tiver cotação no Brasil, será ela convertida
em dólares note-americanos e, em seguida, em Reais.
Normativo: Lei nº 9.249, de 1995, art. 26; e
MP 2158-35, de 2001, art. 9º.
095 Como deve ser apurado o limite admitido de compensação do
tributo pago no exterior sobre lucros auferidos por meio de
controladas, coligadas, filiais ou sucursais?
A pessoa jurídica deverá calcular o valor:
a) do imposto pago no exterior, correspondente aos lucros de cada filial, sucursal,
controlada ou coligada, bem assim aos rendimentos e ganhos de capital, que foram
computados na determinação do lucro real;
b) do imposto sobre a renda e CSLL devidos sobre o lucro real antes e após a inclusão
dos lucros auferidos no exterior.
O imposto, passível de compensação, não poderá exceder o valor determinado na letra
“a” anterior, nem à diferença positiva entre os valores calculados sobre o lucro real com
e sem a inclusão dos referidos lucros, rendimentos ou ganhos de capital auferidos no
exterior e referidos na letra “b”.
Normativo: IN RFB nº 1.520, de 2014, art. 30, §§ 8º a 11.
096 O saldo do imposto de renda pago no exterior, não compensado
no Brasil, poderá ser compensado com a CSLL devida?
Sim. O saldo de imposto de renda pago no exterior sobre lucros auferidos por filiais,
sucursais, controladas e coligadas que exceder o valor compensável com o imposto de
renda devido pela pessoa jurídica no Brasil, poderá ser compensado com a CSLL devida,
exclusivamente, até o limite do acréscimo decorrente da adição, à sua base de cálculo,
dos lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior.
Normativo: MP 2.158-35, de 2001, art. 21, parágrafo único, e
IN RFB nº 1.520, de 2014, art. 30, § 13.
097 Se o imposto pago no exterior não puder ser compensado no
Brasil, poderá ocorrer a compensação em anos posteriores?
Como calcular?
O tributo pago sobre lucros auferidos no exterior, que não puder ser compensado em
virtude de a pessoa jurídica, no Brasil, no respectivo ano calendário, não ter apurado lucro
real positivo, ou tê-lo apurado em valor inferior ao total dos lucros adicionados ao lucro
real, poderá ser compensado com o que for devido nos anos calendários subsequentes.
O valor do imposto a ser compensado nos anos-calendário subsequentes será calculado
da seguinte forma:
a) no caso de inexistência de lucro real positivo, deve-se apurar o somatório dos lucros
auferidos no exterior e nele computados, considerados individualmente por filial,
sucursal, coligada ou controlada, o qual será multiplicado pela alíquota de 15%, se o
valor computado não exceder o limite de isenção do adicional, ou 25%, se for excedido
tal limite. Em ambos os casos o valor do imposto a ser compensado não poderá exceder
o valor do imposto pago no exterior;
b) na hipótese de apuração de lucro real positivo em valor inferior ao total dos lucros
auferidos no exterior, e nele computados, deve-se apurar a diferença entre aquele total
e o lucro real correspondente, a qual será multiplicada pela alíquota de 15%, se o valor
computado não exceder o limite de isenção do adicional, ou 25%, se for excedido tal
limite. O somatório do valor do imposto a ser compensado com o montante já
compensado no próprio ano-calendário não poderá exceder o valor do imposto pago
no exterior.
Em ambos os cálculos, o valor assim determinado será escriturado na Parte B do Lalur,
para fins de controle de sua utilização em anos-calendário subsequentes.
Normativo: IN RFB nº 1.520, de 2014, art. 30, §§ 14 a 17.
098 Como serão convertidos os rendimentos e ganhos de capital
auferidos no exterior, para fins de cômputo na apuração do
lucro líquido?
Os rendimentos e ganhos de capital serão convertidos em Reais de acordo com a taxa de
câmbio, para venda, na data em que forem contabilizados no Brasil.
Caso a moeda em que for auferido o rendimento ou ganho de capital não tiver cotação no
Brasil, será ela convertida em dólares norte-americanos e, em seguida, em Reais.
Normativo: Lei nº 9.249, de 1995, art. 25, § 1º, incisos I e II.
99 O saldo do tributo pago no exterior e devidamente controlado
no LALUR, não compensado com o devido no Brasil por
insuficiência de lucro tributável, pode ser atualizado pela taxa
SELIC até sua compensação futura?
Não há previsão legal para a aplicação da taxa SELIC sobre o tributo pago exterior nem
autorização para pedido de restituição do saldo controlado no LALUR.
Normativo: Lei nº 9.249, de 1995, art. 25, § 1º, incisos I e II.
100 Em que momento deve ser tributado o lucro gerado por uma
empresa estrangeira, classificada pela legislação brasileira
como coligada ou porfólio de investimento sem influência
nem relevância, cuja participação societária seja detida por
uma por controlada direta ou indireta da controladora
brasileira?
Os lucros gerados por empresas tidas como coligadas das controladas diretas ou indiretas
ou como participações em empresas de portfólio, detidas por controlada direta ou indireta
domiciliadas no exterior, serão tributados pela controladora brasileira quando forem
reconhecidos no balanço da controlada direta ou indireta, segundo a legislação comercial
de sua jurisdição.
Normativo: IN RFB nº 1.520, de 2014, art. 19, § 1º.
101 Para que seja admitida a consolidação, a escrituração contábil
digital, exigida de controlada domiciliada em país sem tratado
para troca de informações com o Brasil, terá a mesma
abrangência e completude da ECD?
Não. A escrituração que se refere o art. 13 da IN 1.520/14 será definido através de ato da
COFIS, o qual estabelecerá a forma de apresentação do arquivo digital.
Normativo: IN RFB nº 1.520, de 2014, art. 13, § 2º.
102 Como tratar os créditos relativos ao imposto pago no exterior
no caso de alienação do investimento durante o exercício, uma
vez que a empresa brasileira dificilmente terá acesso aos
documentos fiscais que suportam o pagamento?
A empresa deve possuir o documento relativo ao IR e deve ser reconhecido pelo
respectivo órgão arrecadador e pelo Consulado da Embaixada Brasileira no país em que
for devido o imposto.
Normativo: Lei nº 12.973, de 2014, art. 87, § 9º.
103 A variação cambial acrescida aos juros calculados com base
na taxa LIBOR são considerados dedutíveis na apuração do
lucro real?
Sim, uma vez que a referida variação cambial é um componente dos juros para o
pagamento do imposto de renda diferido relativo aos lucros auferidos no exterior.
Normativo: IN RFB nº 1.520, de 2014, art. 32, §§ 3º e 4º.
104 Deve ser aberta subconta para a filial em pais distinto da
jurisdição da sua matriz de controlada direta ou indireta no
exterior, como se fosse empresa distinta?
O imposto pago no exterior que seja passível de dedução pela investidora no Brasil deve
ser apurado de forma individualizada por filial, sucursal, coligada, controlada, direta ou
indireta. Para este efeito, cabe o controle do lucro a ser tributado de cada entidade e deve
ser aberta subconta distinta para a filial cuja matriz, controlada no exterior, tenha em
jurisdição distinta.
Normativo: IN RFB nº 1.520, de 2014, art. 30, § 6º.
105 Há países que, atendidas certas condições, permitem a eleição
de moeda funcional distinta da moeda corrente do país. Assim,
o balanço levantado em moeda funcional, que atenda as
normas da legislação comercial do país de domicilio, poderá
ser utilizado para efeitos brasileiros da TBU, convertendo-se
os saldos para reais pela taxa cambial fixada pelo Banco
Central do Brasil para esta moeda funcional?
A determinação legal requer que os resultados da controlada direta ou indireta sejam
apurados segundo as normas da legislação comercial do país de domicilio. O balanço em
moeda funcional distinta da moeda corrente do pais poderá ser utilizado desde que atenda
à legislação comercial do país de domicílio, sem necessidade de reconversão para a
moeda corrente do pais de domicilio.
Normativo: Lei nº 9.249, de 1995, art. 25, § 7º.
106 O prejuízo apurado por controlada no exterior que, após a sua
geração e antes da apuração de lucro em exercícios
subsequentes pela mesma entidade, seja absorvido contra o
capital social ou contra lucros retidos e reservas de lucros
anteriores, continua passível de compensação?
Sim, uma vez que a legislação não prevê esta condicionante. Importante observar que, via
de regra, o prejuízo que é transferido para conta no patrimônio líquido é o prejuízo final
do exercício, após tributos, portanto, distinto do prejuízo contábil antes dos tributos sobre
lucros e do resultado de participações em outras empresas.
107 O que deve ser entendido como montante de "prejuízos
acumulados" de períodos anteriores a 2015, a que se refere o
artigo Art. 38 da IN 1.520/14?
O prejuízo acumulado de períodos anteriores a 2015 a que se refere o Art. 38 da IN nº
1.520/14 deve ser entendido como sendo o montante que resulta da soma dos prejuízos
contábeis apurados segundo a legislação comercial local, antes dos tributos corrente e
diferido sobre os lucros e antes dos resultados de participações em outras sociedades sob
controle direto e indireto da controladora brasileira, em cada balanço do exercício social
individualizado por filial, sucursal, controlada direta ou indireta domiciliada no exterior,
que não tenham sido absorvidos por lucros apurados pela mesma entidade em exercícios
seguintes até dezembro de 2014.
Normativo: IN RFB nº 1.520, de 2014, arts. 2º, § 2º, 10, 30 § 6º e 38.
108 Dos resultados das controladas diretas ou indiretas no exterior
não devem constar os resultados auferidos por outra pessoa
jurídica sobre a qual a controladora brasileira mantenha o
controle direto ou indireto. Esta regra se aplica também para a
apuração do estoque de prejuízos anteriores a 01/01/2015,
passiveis de compensação com lucros futuros para efeitos de
tributação no Brasil?
Em obediência à uniformidade de critério, na falta de ressalva em Lei, dos prejuízos
contábeis anteriores a 2015 não devem constar resultados (lucros ou prejuízos) originados
da participação em outra pessoa jurídica sobre a qual a controladora brasileira mantenha
controle direto ou indireto.
Normativo: IN RFB nº 1.520, de 2014, art. 2º, § 2º.
109 O controle das subcontas dos investimentos no exterior pode
ser realizado através da utilização de "contas espelho", aquelas
entendidas como uma duplicação da conta principal, na qual
seria feito os controles fiscais em subcontas exigidos em
contrapartida a uma conta redutora, ocasionando um saldo
zero, da mesma forma como funcionavam as contas de
compensação?
O texto legal não prevê a utilização das chamadas "contas-espelho", sendo necessário a
utilização de subcontas vinculadas à conta de investimentos.
Normativo: IN RFB nº 1.520, de 2014, art. 3º.
110 Qual é o valor da parcela do investimento referente ao lucro
ou prejuízo de investimento no exterior que deve ser
registrada na subconta de investimento?
O valor a ser registrado na subconta de investimento é o equivalente aos lucros ou
prejuízos antes da tributação no exterior sobre tais lucros ou prejuízos, assim entendido
como o lucro ou prejuízo antes dos tributos sobre a renda, sejam correntes e/ou diferidos.
Normativo: IN RFB nº 1.520, de 2014, art. 2º, § 1º.
111 Ao fazer o registro individualizado, quais informações devem
ser incluídas nas subcontas e qual norma contábil deve ser
considerada?
Deve ser informada a parcela do ajuste do investimento equivalentes aos lucros auferidos
antes da tributação no exterior sobre o lucro, na proporção da participação na controlada.
Deve existir uma subconta para cada controlada direta e cada controlada indireta,
vinculada conta do investimento em controlada direta no exterior. O valor do resultado
positivo (lucro) a ser registrado deverá ser contabilizado a débito na subconta em
contrapartida à conta de ativo representativa do investimento. O valor do resultado
negativo (prejuízo) deverá ser contabilizado a crédito na subconta em contrapartida à
conta de ativo representativa do investimento. O resultado auferido no exterior deve ser
apurado segundo as normas da legislação comercial do país de domicílio e antes da
tributação no exterior sobre o lucro. No caso de inexistir normas expressas que regulem
a elaboração de demonstrações financeiras no país de domicílio da investida, estas
deverão ser elaboradas segundo as normas da legislação brasileira.
Normativo: IN RFB nº 1.520, de 2014, arts. 2º, 3º e 8º, §§ 1º e 2º.
112 No caso de ajuste de preço de transferência a maior feito pelo
Fisco, a diferença entre o valor adicionado pelo contribuinte e
o valor do ajuste determinado pelo fisco poderá ser deduzido
do lucro real e da base de cálculo da CSLL nos termos do
artigo 86?
Apenas o valor do ajuste de preço de transferência feito pelo contribuinte anteriormente
a qualquer fiscalização é considerado dedutível. Assim, qualquer ajuste exigido por
iniciativa do Fisco não será considerado espontâneo e, portanto, não será passível de
dedução.
Normativo: Lei nº 12.973, de 2014, art. 86.
113 Nos casos em que, dentro de um mesmo exercício, a apuração
de IRPJ/CSLL compreenda tanto lucros auferidos por
controlada no exterior quanto ajuste de preços de transferência
e/ou subcapitalização relativo a operações com referida
controlada, como operacionalizar a dedução do ajuste se um
dos requisitos para isso é o recolhimento do imposto sobre
ele?
Neste caso, o ajuste é dedutível mesmo que não haja efetivo recolhimento de imposto
previamente à respectiva dedução, uma vez que o intuito da dedução é evitar a dupla
tributação deste valor.
114 Nos casos em que o ajuste de preço de
transferência/subcapitalização é maior que o valor do lucro
auferidos no exterior, será possível “carregar” para os anos
subsequentes o valor residual do ajuste que não foi deduzido
da base de IR/CSLL no ano que foi apurado? Em caso
negativo, como remover o efeito de "dupla tributação" sobre
a parcela do ajuste que excede o valor dos lucros?
A dedução é limitada ao valor do lucro auferido no exterior pela controlada, não havendo
previsão legal, para o aproveitamento de excedente em anos posteriores.
Normativo: IN RFB nº 1.520, de 2014, art. 23, § 2º, III.
SUBCAPITALIZAÇÃO
115 O que é subcapitalização?
Do ponto de vista fiscal, ocorre subcapitalização ou capitalização insuficiente (thin
capitalization) quando há utilização de endividamento junto a entidades vinculadas não
residentes ou entidades residentes em países de tributação favorecida ou beneficiárias de
regime fiscal privilegiado como meio de redução do lucro tributável das empresas para
efeitos do Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas e da Contribuição Social sobre o Lucro
Líquido.
Veja ainda: Pessoa vinculada: Pergunta 004 deste capítulo.
País ou dependência com tributação favorecida: Pergunta 005 deste capítulo.
Regime fiscal privilegiado:
Pergunta 006 deste capítulo.
Normativo: Lei nº 12.249, de 2010, art. 24 e 25.
116 Como a legislação brasileira tenta evitar a utilização da
subcapitalização?
A legislação brasileira evita a utilização da subcapitalização mediante a previsão legal de
coeficientes de endividamento, considerados usuais para a generalidade das empresas,
para fins de fixação de limites de dedutibilidade de despesas de juros em operações de
mútuo com pessoa vinculada, residente ou domiciliada no exterior, não constituída em
país ou dependência com tributação favorecida ou sob regime fiscal privilegiado.
Veja ainda: Pessoa vinculada:
Pergunta 004 deste capítulo.
País ou dependência com tributação favorecida: Pergunta 005 deste capítulo.
Regime fiscal privilegiado:
Pergunta 006 deste capítulo.
Normativo: Lei nº 12.249, de 2010, art. 24 e 25.
117
Quais são os coeficientes, utilizados pela legislação brasileira,
no caso de endividamento entre pessoa vinculada residente no
exterior e pessoa jurídica domiciliada no Brasil?
1 - Pessoa jurídica vinculada com participação societária.
No caso de endividamento com pessoa jurídica vinculada, residente no exterior, que tenha
participação societária na pessoa jurídica domiciliada no Brasil, observam-se os seguintes
limites:
a) como limite individual, o valor do endividamento não deve ser superior a duas
vezes o valor da participação da vinculada no patrimônio líquido da pessoa
jurídica residente no Brasil;
b) como limite global, o valor do somatório dos endividamentos com pessoas
vinculadas no exterior não deve ser superior a duas vezes o valor do somatório
das participações de todas vinculadas no patrimônio líquido da pessoa jurídica
residente o Brasil.
2 - Pessoa jurídica vinculada sem participação societária.
No caso de endividamento com pessoa jurídica vinculada no exterior, mas sem detenção
de participação societária na pessoa jurídica domiciliada no Brasil, tanto o limite
individual quanto o limite global do endividamento são fixados em duas vezes o valor do
patrimônio líquido da pessoa jurídica residente no Brasil.
Veja ainda: Pessoa vinculada: Pergunta 004 deste capítulo.
Normativo: Lei nº 12.249, de 2010, art. 24, incisos I, II e III, §§ 5°
e 6°.
118
Qual o limite global aplicável quando houver,
simultaneamente, endividamento com pessoa vinculada com
participação e endividamento com pessoa vinculada sem
participação acionária na pessoa jurídica domiciliada no
Brasil?
Havendo pluralidade de credores, deve-se identificar:
a) a hipótese em que o endividamento ocorre exclusivamente com pessoas vinculadas
sem participação societária - caso em que o limite global será de duas vezes o
valor do patrimônio líquido da pessoa jurídica residente no Brasil;
b) a hipótese de ocorrência simultânea de endividamento com pessoa vinculada com
participação e de endividamento com pessoa vinculada sem participação acionária
na pessoa jurídica domiciliada no Brasil - caso em que o limite global será de duas
vezes o valor do somatório das participações de todas as vinculadas no patrimônio
líquido da pessoa jurídica residente no Brasil.
Normativo: Lei nº 12.249, de 2010, art. 24, incisos I, II e III, §§
5° e 6°.
119
Quais os limites aplicáveis, para a pessoa jurídica domiciliada
no Brasil, nos casos de endividamento quando o credor for
pessoa física ou jurídica residente, domiciliada ou constituída
no exterior, em país ou dependência com tributação favorecida
ou sob regime fiscal privilegiado?
No caso de credor, pessoa física ou jurídica, residente, domiciliada ou constituída no
exterior, em país ou dependência com tributação favorecida ou sob regime fiscal
privilegiado, tanto o limite individual quanto o limite global de endividamento
(somatório dos endividamentos com todas as entidades situadas naqueles países) estão
limitados a 30% do valor do patrimônio líquido da pessoa jurídica residente no Brasil.
Veja ainda: Pessoa vinculada: Pergunta 004, deste capítulo.
País ou dependência de tributação favorecida:
Pergunta 005, deste capítulo.
Regime fiscal privilegiado:
Pergunta 006, deste capítulo.
Normativo: Lei nº 12.249, de 2010, art. 25.
120
Para efeito do cálculo total de endividamento serão
considerados apenas os que possuírem registro do contrato no
Banco Central do Brasil?
Não, para efeito do cálculo total de endividamento, serão consideradas todas as formas e
prazos de financiamento, independentemente de registro do contrato no Banco Central do
Brasil.
Normativo: Lei nº 12.249, de 2010, art. 24, §1° e 25, §1°.
121
O que ocorre caso a operação de endividamento, mesmo não
sendo entre vinculadas ou residentes em países de tributação
favorecida ou beneficiárias de regime fiscal privilegiado,
possua avalista, fiador, procurador ou qualquer interveniente
pessoa vinculada ou residente ou constituída em país de
dependência com tributação favorecida ou sob regime fiscal
privilegiado?
Tais operações também serão consideradas para efeito de cálculo de limite de
dedutibilidade, aplicando-se os limites previstos na legislação em cada caso.
Normativo: Lei nº 12.249, de 2010, art. 24, §2° e 25, §2°.
DA DEDUTIBILIDADE DOS VALORES REMETIDOS A QUALQUER TÍTULO
À PESSOA CONSTITUÍDA EM PAÍS COM TRIBUTAÇÃO FAVORECIDA OU
SUBMETIDA A REGIME FISCAL PRIVILEGIADO
122
As importâncias pagas, creditadas, entregues, empregadas ou
remetidas a qualquer título, direta ou indiretamente, a pessoas
físicas ou jurídicas residentes ou constituídas no exterior e
submetidas a um tratamento de país ou dependência com
tributação favorecida ou sob regime fiscal privilegiado são
dedutíveis para fins de IRPJ e CSLL?
Tais despesas somente serão consideradas dedutíveis, para fins do IRPJ e CSLL, quando
os seguintes requisitos ocorrerem cumulativamente:
1) Quando houver a identificação do efetivo beneficiário das importâncias, sob a condição
de não ter sido constituído com o único ou principal objetivo de economia tributária, e
desde que tenha auferido esses valores por sua própria conta, e não como agente,
administrador fiduciário ou mandatário por conta de terceiro.
2) Quando houver comprovação da capacidade operacional da pessoa física ou entidade
no exterior que realizar a operação.
3) Quando houver comprovação documental do pagamento do preço respectivo e do
recebimento dos bens e direitos ou da utilização de serviço.
Veja ainda: Pessoa vinculada: Pergunta 004, deste capítulo.
País ou dependência de tributação favorecida:
Pergunta 005, deste capítulo.
Regime fiscal privilegiado:
Pergunta 006, deste capítulo
Normativo: Lei nº 12.249, de 2010, art. 26.
123
O pagamento de juros sobre o capital próprio de que trata o art.
9° da Lei n° 9.249, de 26 de dezembro de 1995, deve observar
a mesma regra de dedutibilidade do art. 26 da Lei n° 12.249,
de 2010?
A despesa com pagamento de juros sobre o capital próprio de que trata o art. 9° da Lei n°
9.249, de 26 de dezembro de 1995, não deve observar a mesma regra de dedutibilidade
do art. 26 da Lei n° 12.249, de 2010.
Normativo: Lei nº 12.249, de 2010, art. 26, §2°.
124
Em que hipótese fica dispensada a comprovação da
capacidade operacional da pessoa física ou entidade no
exterior de realizar a operação?
A comprovação da capacidade operacional é dispensada no caso de operações:
a) que não tenham sido efetuadas com o único e principal objetivo de economia
tributária; e
b) em que a beneficiária das importâncias pagas, exclusivamente, a título de juros seja
subsidiária integral, filial ou sucursal de pessoa jurídica remetente, domiciliada no
Brasil e tenha seus lucros tributados na forma do art. 74 da Medida Provisória n°
2.158-35, de 24 de agosto de 2001.
Normativo: Lei nº 12.249, de 2010, art. 26, §3°.
ÍNDICE REMISSIVO
IRPJ & CSLL, Operações Internacionais (Capítulo XIX)
Juros Pagos a Pessoa Vinculada no Exterior [Consulte também: IRPJ - Lucro
Operacional/Receitas e Despesas Financeiras]
Documentos em Idioma Estrangeiro
Tradução (Obrigatoriedade), Legalização na Origem [Pergunta 075]
Juros Pagos
Dedução (Critérios), Lucro Real [Pergunta 070]
Juros Recebidos
Reconhecimento da Receita Financeira (Critérios), Lucro Real [Pergunta 071]
Participação Societária, Venda
Avaliação, Laudos Técnicos (Possibilidade) [Pergunta 073]
Pessoas Vinculadas Residentes ou Domiciliadas no Exterior
Conceito [Pergunta 004]
Preços de Transferência, Cálculo
Libor, Taxa Vigente no Termo de Início do Contrato [Pergunta 071]
Preços de Transferência, Comprovação
Adequação, Ônus da Prova [Pergunta 074]
Preço de Transferência
Ajustes [Consulte tb.: Preço Parâmetro]
Ajuste por Operação [Pergunta 027]
Ativo Permanente
Importação de Bens Sem Similar Nacional, Normas [Pergunta 048]
Importação de Bens Usados, Avaliação (Perícia) [Pergunta 043]
Bens Importados sem Cobertura Cambial
Não Aplicação, Condição [Pergunta 038]
Conceitos
Arbitramento de Preço de Transferência, Exportações [Pergunta 058]
Métodos de Apuração, Preço Parâmetro [Pergunta 014]
País ou Dependência com Tributação Favorecida [Pergunta 005]
Pessoa Vinculada [Pergunta 004]
Preço de Transferência, Objetivos [Pergunta 001]
Preço Parâmetro [Pergunta 012]
Preço Praticado [Pergunta 016]
Conquista de Novos Mercados
ECF, Agrupamento de Informações [Pergunta 018]
Necessidade [Pergunta 002]
Conversão de Valores em Moeda Nacional
Cotação da Data ou Valor da Média Anual, Importação [Pergunta 037]
Data, Exportação dos Bens ou Serviços [Pergunta 021]
Data, Importação dos Bens ou Serviços [Pergunta 022]
Data, Operações Utilizadas para Apurar Preços Parâmetros [Pergunta 023]
Estoque Final, Importações
Excesso de Custo [Pergunta 036]
Frete e Seguros, Alocação
Proporcional, Por Produto [Pergunta 035]
Margem de Lucro, Importação Junto a Vinculada (Sem Repasse)
Apuração do Preço Parâmetro, Cabimento [Pergunta 030]
Margens de Lucro, Alteração (Possibilidade, Ofício ou a Pedido)
Métodos de Apuração, Preço Parâmetro [Pergunta 025]
Métodos de Apuração de Preço Parâmetro [Consulte tb.: Preço Parâmetro]
Alteração de Margens de Lucro [Pergunta 026]
Métodos de Apuração de Preço Parâmetro [Consulte tb.: Preço Parâmetro]
Alteração dos Percentuais, Possibilidade (de Ofício ou a Pedido) [Pergunta 025]
Método Único para Idênticos ou Similares, Origens Diversas (Países) [Pergunta 057]
Método Único para Idênticos ou Similares, Origens Diversas (Países) [Pergunta 047]
Método Único para Idênticos ou Similares, Origens Diversas (Países) [Perguntas 046,
053 e 060]
Métodos de Apuração, Conceito [Pergunta 014]
Métodos OCDE, Não Aplicação [Pergunta 024]
Na Exportação, Custo de Aquisição ou de Produção (CAP) [Pergunta 062]
Na Importação, Custo de Produção Mais Lucro (CPL) [Perguntas 033, 034, 041 e 042]
Na Importação, Na Exportação [Pergunta 015]
Na Importação, Preço de Revenda Menos Lucro (PRL) [Pergunta 053]
Na Importação, Preço de Revenda Menos Lucro (PRL) [Perguntas 040, 044 e 045]
Na Importação, Preço de Revenda Menos Lucro (PRL-20) [Perguntas 040, 044 e 045]
Na Importação, Preço Independente Comparado (PIC) [Perguntas 031, 032, 039 e 051]
Países ou Dependência com Tributação Favorecida
Alíquota Efetiva de 20% [Pergunta 008]
Conceito [Pergunta 005]
Condição do Contribuinte (Não do País) [Pergunta 007]
Pessoas Vinculadas
Conceito, Hipóteses [Pergunta 004]
Preço Parâmetro [Consulte tb.: Métodos de Apuração de Preço Parâmetro]
Amostragem, Cálculo da Média [Pergunta 028]
Conversão de Valores em Moeda Nacional, Data (Operações Utilizadas para Apurar)
[Perguntas 023]
E Eventual Ajuste, Período (Data) de Apuração [Pergunta 017]
E Preço Praticado, Diferença (Conceitos) [Pergunta 016]
E Preço Praticado, Tributação da Diferença [Pergunta 012]
E Variação Cambial, Ajuste (Impossibilidade) [Pergunta 019]
Exportação, Demonstrativos e Comprovação de Operações [Pergunta 063]
Exportação, Demonstrativos e Comprovação de Operações [Pergunta064]
Exportação, Operações do Exportador no Mercado Interno (Parâmetro, Possibilidade)
[Pergunta 059]
Exportação, Operações Não-Sujeitas à Apuração [Pergunta 061]
Exportação, País de Destino [Pergunta 065]
Importação Junto a Vinculada no Exterior, Sem Repasse de Margem de Lucro
(Apuração) [Pergunta 049]
Margem de Divergência, Não Dispensa Comprovação [Pergunta 068]
Métodos de Apuração, Operações de Importação e de Exportação [Pergunta 015]
Operações Sujeitas à Apuração [Perguntas 013 e 030]
Participação Societária, Venda [Pergunta 067]
Quem Está Obrigado
Operações Internacionais [Pergunta 003]
Regime Fiscal Privilegiado [Pergunta 006]
Royalties e Assistência (Técnica etc.)
Aplicação, Critérios [Perguntas 029 e 052]
Seguros e Frete, Alocação
Proporcional, Por Produto [Pergunta 035]
Trading Company, Interposta Pessoa
Caracterização (Possibilidade), Pessoa Vinculada [Pergunta 009]
Controle (Obrigatoriedade), Pessoa Vinculada (Agente Exclusivo) [Pergunta 010]
Tributos e Contribuições Abrangidos
IRPJ e CSLL [Pergunta 011]
Variação Cambial
E Preço Parâmetro, Ajuste (Impossibilidade) [Pergunta 019]
Subcapitalização
Conceito [Pergunta 115]
Tributação em Bases Universais
Exportação de Produtos Nacionais
Rendimentos Obtidos no Exterior, Não Compreende Receita de Exportação [Pergunta
080]
Lucros Auferidos no Exterior
Lucro Presumido (Optante), Apuração Obrigatória do Lucro Real [Pergunta 083]
Tributação a Partir de 2002, Controladas ou Coligadas [Perguntas 084]
Tributação a Partir de 2002, Equivalência Patrimonial [Perguntas 088]
Tributação até 2001, Controladas ou Coligadas [Pergunta 086]
Tributação, Disponibilização de Lucros (Momento) [Pergunta 085]
Tributação, Filiais e Sucursais (Adição ao Lucro no Brasil) [Pergunta 084]
Lucros, Rendimentos e Ganhos Auferidos no Exterior
Tributação, IRPJ & CSLL [Pergunta 076]
Tributação, Lucros (Alcance) [Pergunta 078]
Tributação, Regime [Pergunta 077]
Tributação, Rendimentos e Ganhos de Capital (Alcance) [Pergunta 079]
Participações no Exterior, Localizadas em País com Tributação Favorecida
Resultados Adicionados ao Lucro no Brasil, Compensação com Fonte em Remessa à
Filial, Sucursal etc. [Pergunta 94]
Participações no Exterior, Resultados
Auferidos por Filiais e Sucursais, Consolidação por País (Possibilidade) [Pergunta 092]
Compensação do Imposto Pago no Exterior, Possibilidade (IRPJ & CSLL) [Pergunta
95]
Conversão dos Valores em Real, Câmbio da Data da Apuração [Pergunta 98]
Conversão dos Valores em Real, Câmbio da Data da Apuração [Pergunta 93]
Prejuízos de Controladas ou Coligadas, Compensação com Lucros no Brasil [Pergunta
091]
Tributo ou Imposto Pago no Exterior, Compensação do Excedente Com a CSLL
[Pergunta 096]
Tributo ou Imposto Pago no Exterior, Compensação do Excedente em Período Posterior
[Pergunta 97]
Tributo ou Imposto Pago no Exterior, Limite para Compensação [Pergunta 95]
Prestação Direta de Serviços no Exterior [Pergunta 082]