4526 10 patacas governo “incentiva” casinos anúncios ... · falaram-me das mortes, ... voltou...

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Director José Rocha Dinis • Director Editorial Executivo Sérgio Terra • Nº 4526 • Quinta-feira, 5 de Junho de 2014 10 PATACAS PUB Macau não esquece Tiananmen FOTO JTM Governo “incentiva” casinos a pagarem mais a funcionários de salas VIP com fumo Apesar de não existir um regime de atribuição de compen- sação financeira pelas concessionárias, o Governo propôs às operadoras do Jogo que atribuam uma verba adicional aos trabalhadores destacados para as salas VIP, pelo facto desses espaços estarem excluídos da proibição de fumar, revelou o subdirector dos Serviços de Saúde. Cheang Seng Ip ressalvou, no entanto, que será uma opção tanto dos trabalhadores como dos casinos. Pág. 5 Ng Peng In volta a testemunhar O ex-administrador do IACM Ng Peng In foi notificado para teste- munhar novamente amanhã no Tribunal Judicial de Base. A deci- são do Colectivo de Juízes deve-se a dúvidas sobre uma pasta iden- tificada como “processo das 10 campas perpétuas”. Pág. 7 Anúncios de emprego “ameaçam” dados pessoais A Associação dos Assuntos Ju- rídicos e Sociais recebeu quei- xas de alguns cidadãos, sobre a alegada má utilização de da- dos pessoais em anúncios para recrutamento laboral. Ao Gabi- nete para a Protecção de Dados Pessoais foi pedida mais fiscali- zação. Pág. 6 Lei sobre funerais gera dramas na China Uma profunda mudança na tra- dição funerária, traduzida na obrigatoriedade da cremação, está a causar polémica na China. Pelo menos seis idosos suicida- ram-se para garantir que os seus funerais fossem realizados antes da entrada em vigor da proibi- ção de enterros. Pág. 15 “Champanhe para ciganos” no Centro Cultural O célebre músico sérvio Goran Bregovic estreou-se ontem em Macau com o concerto “Cham- panhe para Ciganos”. Na Ásia teve a oportunidade de “apre- sentar músicas originais com mais complexidade estrutural”. Pág. 9 Págs. 2 e 3 Centrais Págs. 12 e 13 Perfil O “eterno abraço” do veterano da rádio e contador de histórias Mundial Animação e boas notícias na preparação de Portugal “Studio City” vai custar mais 2,4 mil milhões do que o previsto O orçamento para a constru- ção do complexo “Macau Stu- dio City” foi novamente re- visto em alta, passando agora a ascender a 2,3 mil milhões de dólares americanos (mais de 18 mil milhões de patacas), anunciou a “Melco Crown Entertainment”. O novo va- lor representa um acréscimo de 300 milhões de dólares, ou 2,4 mil milhões de pata- cas, relativamente à estimati- va anterior, e envolve gastos com os trabalhos de constru- ção, taxas, design e serviços de consultadoria. Apesar da alteração do orçamento, a abertura do empreendimento do COTAI continua previs- ta para meados do próximo ano. As empresas promotoras do projecto garantiram ter compromissos de capital su- ficientes para cobrir parte do aumento nos custos, sendo que os accionistas concorda- ram em disponibilizar verbas adicionais. Em Junho de 2011, a “Melco Crown” adquiriu uma participação de 60% no “Studio City”, o que possibi- litou retomar as obras que es- tavam paradas desde o início de 2007.

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Director José Rocha Dinis • Director Editorial Executivo Sérgio Terra • Nº 4526 • Quinta-feira, 5 de Junho de 2014 10 PATACAS

PUB

Macau não esquece Tiananmen

FOTO

JTM

Governo “incentiva” casinos a pagarem mais a funcionários de salas VIP com fumoApesar de não existir um regime de atribuição de compen-sação financeira pelas concessionárias, o Governo propôs às operadoras do Jogo que atribuam uma verba adicional aos trabalhadores destacados para as salas VIP, pelo facto

desses espaços estarem excluídos da proibição de fumar, revelou o subdirector dos Serviços de Saúde. Cheang Seng Ip ressalvou, no entanto, que será uma opção tanto dos trabalhadores como dos casinos. Pág. 5

Ng Peng In volta a testemunharO ex-administrador do IACM Ng Peng In foi notificado para teste-munhar novamente amanhã no Tribunal Judicial de Base. A deci-são do Colectivo de Juízes deve-se a dúvidas sobre uma pasta iden-tificada como “processo das 10 campas perpétuas”.

Pág. 7

Anúncios de emprego“ameaçam” dados pessoaisA Associação dos Assuntos Ju-rídicos e Sociais recebeu quei-xas de alguns cidadãos, sobre a alegada má utilização de da-dos pessoais em anúncios para recrutamento laboral. Ao Gabi-nete para a Protecção de Dados Pessoais foi pedida mais fiscali-zação.

Pág. 6

Lei sobre funerais gera dramas na ChinaUma profunda mudança na tra-dição funerária, traduzida na obrigatoriedade da cremação, está a causar polémica na China. Pelo menos seis idosos suicida-ram-se para garantir que os seus funerais fossem realizados antes da entrada em vigor da proibi-ção de enterros.

Pág. 15

“Champanhe para ciganos”no Centro CulturalO célebre músico sérvio Goran Bregovic estreou-se ontem em Macau com o concerto “Cham-panhe para Ciganos”. Na Ásia teve a oportunidade de “apre-sentar músicas originais com mais complexidade estrutural”.

Pág. 9

Págs. 2 e 3

Centrais Págs. 12 e 13

Perfil

O “eterno abraço” do veterano da rádio e contador de histórias

Mundial

Animação e boas notíciasna preparação de Portugal

“Studio City” vai custar mais 2,4 mil milhões do que o previstoO orçamento para a constru-ção do complexo “Macau Stu-dio City” foi novamente re-visto em alta, passando agora a ascender a 2,3 mil milhões de dólares americanos (mais de 18 mil milhões de patacas), anunciou a “Melco Crown Entertainment”. O novo va-lor representa um acréscimo de 300 milhões de dólares, ou 2,4 mil milhões de pata-cas, relativamente à estimati-va anterior, e envolve gastos com os trabalhos de constru-ção, taxas, design e serviços de consultadoria. Apesar da alteração do orçamento, a abertura do empreendimento do COTAI continua previs-ta para meados do próximo ano. As empresas promotoras do projecto garantiram ter compromissos de capital su-ficientes para cobrir parte do aumento nos custos, sendo que os accionistas concorda-ram em disponibilizar verbas adicionais. Em Junho de 2011, a “Melco Crown” adquiriu uma participação de 60% no “Studio City”, o que possibi-litou retomar as obras que es-tavam paradas desde o início de 2007.

02 JTM | LOCAL Quinta-feira, 5 de Junho de 2014

Propriedade: Tribuna de Macau, Empresa Jor na lística e Editorial, S.A.R.L. • Administração: José Rocha Dinis • Director: José Rocha Dinis • Director Editorial Executivo: Sérgio Terra • Grandes Repórteres: Fátima Almeida e Raquel Carvalho • Redacção: Sandra Lobo Pimentel (editora), André Jegundo, Liane Ferreira, Pedro André Santos, Susana Diniz e Viviana Chan • Correspondentes: Helder Almeida (Portugal) e Rogério P. D. Luz (Brasil) Colaboradores: Helder Fernando e Vitor Rebelo • Colunistas: Albano Martins, António Ribeiro Martins, Carlos Frota, Daniel Carlier, Francisco José Leandro, João Botas, João Figueira, Jorge Rangel e Luíz de Oliveira Dias • Grafismo: Rita Cameselle e Suzana Tôrres • Serviços Administrativos e Publicidade: Joana Chói ([email protected]) • Agências: Serviços Noticiosos da Lusa, Xinhua e Rádio ONU • Impressão: Tipografia Welfare, Ltd • Administração, Direcção e Redacção: Calçada do Tronco Velho, Edifício Dr. Caetano Soares, Nos4, 4A, 4B - Macau • Caixa Postal (P.O. Box): 3003 • Telefone: (853) 28378057 • Fax: (853) 28337305 • Email: [email protected] (serviço geral)

JORNAL TRIBUNA DE MACAU

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André Jegundo

VIGÍLIA POR TIANANMEN REGRESSOU AO LARGO DO SENADO E JUNTOU MILHARES DE PESSOAS

“Estamos aqui em nome da verdade”Para “lembrar as vítimas” do 4 de Junho de 1989, “romper o silêncio” que o Governo Chinês impõe sobre o assunto e defender “a verdade histórica”, milhares de pessoas marcaram ontem presença na vigília que assinalou os 25 anos do massacre de Tiananmen. Pela primeira vez desde meados da década de 1990, a reunião voltou a acontecer no Largo do Senado. A organização estimou a presença de mais de três mil pessoas, número superior ao registado em anos anteriores. Se para muitos residentes de Macau falar sobre Tiananmen é “um dever”, para os visitantes da China Continental a questão ainda gera muito desconforto

Diante da multidão que chega quase à Igreja de S. Domingos há uma única mensagem ins-

crita num grande pano negro: “Nunca

Tribunal anula decisão da PSP

O Tribunal de Última Instância (TUI) deu provimento aos recursos apresentados pela “Associação de Activismo para a Democracia”, de Lee Kin Yun, e pela “Open Macau Society”, de Jason Chao, que contestavam a decisão do Comando da PSP de restringir as vigílias dedicadas a Tiananmen a uma zona específica do Largo do Senado. Em dois acórdãos praticamente idênticos, o TUI considera que apesar da Polícia possuir “poderes para fixar uma área para reuniões ou manifestações” as decisões tomadas em relação às vigílias não foram “devidamente fundamentadas”. “Na realidade, pretendia a Associação ‘Open Macau Society’ realizar a reunião no espaço público para peões do Largo do Senado, enquanto o despacho recorrido restringiu o pedido a uma parte deste Largo, sem que tenha explicado razões que motivaram tal decisão”, refere um dos acórdãos, repetindo os argumentos em relação ao recurso apresentado pela “Associação de Activismo para a Democracia”. Para além de anular as decisões do Comando da PSP, o acórdão do TUI deu luz verde às duas associações para poderem utilizar todo o espaço público para peões no Largo do Senado. Apesar da decisão favorável, Jason Chao manifestou preocupação em relação à fundamentação do Tribunal pelo facto de este reconhecer à polícia o poder para restringir as áreas de manifestação mediante a apresentação de uma justificação.

esqueçam o 4 de Junho”. Até há cerca de seis ou sete anos, a data não sig-nificava nada para Chang Cheang. Olhava para o dia como um “remoto e conturbado episódio” do qual tinha ouvido falar apenas superficialmente. Até que os pais lhe falaram sobre o

assunto. “A minha mãe e o meu pai parti-

cipavam nas vigílias e contaram-me esta página triste da nossa história. Falaram-me das mortes, das reivin-dicações dos estudantes que queriam melhorar o país e alertaram-me para

nunca acreditar no que o Governo Chinês diz sobre assunto”, conta, sentado ao lado de amigos, entre os milhares de pessoas que encheram o Largo do Senado.

Desde então, o 4 de Junho deixou de ser apenas um dia no calendário para ser uma ocasião para prestar “homenagem” aos estudantes que se “sacrificaram” em 1989.

O estudante participa há cinco anos na vigília que, pela primeira vez desde 1995, voltou a ter lugar no Largo do Senado. Se Macau e Hong Kong são os “únicos locais na China onde legalmente” se pode falar sobre o massacre de Tiananmen, então para Chang Cheang, hoje com 26 anos de idade, marcar presença na vigília é um “dever”. “É a verdade histórica que está em jogo. Na disciplina de História ensinam-nos que devemos aprender com o passado, porque o passado reflecte o nosso percurso. Se nós escondermos a História significa que não estamos preparados para en-

Quinta-feira, 5 de Junho de 2014 JTM | LOCAL 03

Militares riam-se enquanto disparavam

Os militares trazidos das regiões chinesas em 1989 para reprimirem os manifestantes pró-democracia na Praça Tiananmen “riam-se” enquanto “disparavam ao acaso” sobre estes, revelam documentos desclassificados na terça-feira pelos EUA por ocasião do 25º aniversário do massacre. Os documentos, divulgados pelo Arquivo de Segurança Nacional da Universidade George Washington, obtidos ao abrigo do Lei da Liberdade de Informação, mostram a difusão de caos e confusão depois das autoridades reprimirem o movimento estudantil. Um documento militar cita uma fonte não identificada, quem observava a Praça Tiananmen a partir de um quarto de hotel, que designou a repressão como “brutal” e com a intenção de causar baixas elevadas.

Apelos dão volta ao mundo

A China assinalou ontem quase em segredo mais um aniversário do

massacre da Praça Tiananmen, evidenciando o empenho de Pequim em fazer esquecer o 4 de Junho de 1989, mas a efemé-ride não passou naturalmente despercebida na comunidade internacional, desde Taipé a Washington.

O Presidente de Taiwan, responsável por uma aproxi-mação entre a ilha e a China, pediu a Pequim reformas po-líticas para que a repressão do movimento pró-democracia de Tiananmen não se repita. “Es-pero sinceramente que as auto-ridades do Continente corrijam rapidamente os erros para que tal tragédia não se repita”, de-clarou Ma Ying-jeou, em comu-nicado. Em Taipé, onde cerca de 2.000 pessoas participaram ontem numa vigília, Ma pediu a Pequim para tratar bem os dissidentes, promover a liber-dade de opinião, a democracia e os direitos humanos, prosse-guir as reformas, como a aboli-ção no ano passado do sistema de campos de reeducação pelo trabalho, que permitiam deten-ções sem decisão judicial.

O Conselho para os Assun-tos da China do governo de Taiwan também frisou que “a infeliz história do ‘incidente de 4 de Junho’ não pode ser es-quecida e só enfrentando a his-tória se podem sarar as feridas, conseguir mudanças e seguir--se em frente”.

A directora da agência de direitos humanos da Organiza-ção das Nações Unidas exortou igualmente a China a revelar a verdade sobre Tiananmen, a libertar os activistas presos nas vésperas do 25º aniversário e a parar de bloquear a discussão sobre o assunto na Internet. “É do interesse de todos estabele-cer finalmente os factos à volta

dos incidentes da Praça da Paz Celestial”, disse Navi Pillay.

Na mesma linha, os Estados Unidos apelaram à libertação de todos os activistas deti-dos recentemente na China. A porta-voz do Departamento de Estado, Marie Harf, sublinhou que a China é um país em ple-no desenvolvimento e que de-via dar mais espaço ao diálogo político.

Por sua vez, a Amnistia In-ternacional (AI) apelou ao Go-verno chinês que reconheça a violação dos direitos humanos no massacre da praça Tianan-men. “O apelo é para que os acontecimentos (de Tianan-men) sejam reavaliados, para que seja feita justiça às vítimas e para que se deixe de perse-guir e prender todos aqueles que agora estão a pedir a rea-valiação dos fatos e justiça às vítimas”, disse à Lusa Teresa Nogueira, coordenadora do cogrupo da China da AI de Portugal.

As autoridades de Pequim reforçaram a censura e a re-pressão nos últimos dias. Jor-nalistas estrangeiros foram advertidos pela polícia que não deviam fazer reportagens ou entrevistas de rua acerca da efeméride. Centenas de pes-soas morreram e milhares de outras foram presas ou exila-ram-se, mas na imprensa e dis-cursos oficiais, o que se passou há 25 anos nas ruas de Pequim é referido apenas como “inci-dente”. O número exacto de mortos continua a ser segredo de Estado.

Num raro editorial sobre os dramáticos acontecimentos, o jornal “Global Times” quebrou ontem o silêncio da imprensa oficial acerca de Tiananmen, mas acusou “forças anti-Chi-na” ocidentais de utilizarem a efeméride para tentar “deses-tabilizar” o país.

Num dia tabu para Pequim, foram vários os países, territórios e organizações mundiais que apelaram ao Governo chinês para promover reformas políticas e enfrentar os erros da história

frentar o passado e assim não conseguimos evoluir”, conta.

As milhares de pessoas que ontem marca-ram presença na vigília – mais de três mil de acordo com a União para o Desenvolvimento Democrático de Macau – começaram a che-gar a partir das 19h00, quando estava a ser exibido um documentário sobre os aconteci-mentos de 1989. Seguiram-se discursos dos organizadores do protesto, de jornalistas e até de um estudante, natural de Pequim, que falou sobre a forma como a passagem por Hong Kong e por Macau influenciou o olhar que tem sobre o 4 de Junho de 1989.

Para Ricky Cheong, assistente social com 28 anos, natural de Macau, foi a Internet que lhe permitiu saber mais sobre Tianan-men, um assunto para o qual despertou há apenas cinco anos. “Inicialmente não sabia muito mas comecei a questionar-me porque é que havia tantas pessoas se interessavam. Pesquisei na Internet, encontrei muita in-formação e apercebi-me da importância e do significado destes acontecimentos. É um passado sangrento e difícil mas precisamos de o enfrentar”, afirma.

Ricky recorre à experiência de trabalho como assistente social para explicar a im-portância de uma sociedade “saber enfren-tar o passado”. “Basta olhar para o que se passa com os seres humanos. Para alguém amadurecer ou ultrapassar um momento difícil é preciso aceitar o seu passado, por-que só aceitando o nosso passado podemos seguir em frente de uma forma mais auto--consciente. Se negarmos o nosso passado, se tivermos uma atitude de negação então não crescemos, não amadurecemos, carregamos algo que não sabemos resolver”, explica.

Sendo natural de Macau identifica-se também como “cidadão chinês” e garante que presença na manifestação não deve ser olhada como um “acto contra alguém”. “Nós sabemos a verdade, mas o Governo rejeita-a. Por isso, estamos aqui em nome da verda-de. Abdicarmos de estar aqui era o caminho mais fácil. Nós queremos um Governo que possamos respeitar e que aceite o seu passa-do”, defende.

Na assembleia há rostos de todas as ida-des. Ivan tem apenas 15 anos e veio à vigília acompanhado pela madrinha. Esta é a segun-da vez que participa e quando questionado sobre as razões que o levam marcar presen-ça não hesita. “Penso que é responsabilida-de dos cidadãos de Macau e de Hong Kong de saberem mais sobre a história da China

e sobre este incidente. Aqueles estudantes que morreram em 1989 estavam apenas a lu-tar pelos seus direitos e por mais justiça e o Governo atacou-os de forma brutal e violen-ta. Até ao momento, o Governo Chinês não reconhece nada do que se passou. Eu penso que o Governo Chinês devia pedir desculpa a todas as vítimas e às suas famílias”, res-ponde, num inglês perfeito.

Episódio “pouco claro” para chinesesOs organizadores dirigem-se também e

em Mandarim aos visitantes do Interior da China e convidam-nos a juntar-se à vigília, mas o assunto continua a ser melindroso. Durante os últimos dias muitos foram os que pararam para ver a exposição sobre os acontecimentos de 1989, que foi colocada no Largo Senado. Poucos, no entanto, estão dis-postos a falar sobre o assunto. “Sei do que se trata, mas não gosto de falar disso”, diz uma mulher com cerca de 60 anos, afastando-se a abanar de cabeça. Outra senhora ao lado lançou um olhar reprovador quando ouviu a pergunta a ser feita a outra pessoa. Sem es-conder o desconforto, outros quatro turistas disseram que não sabiam o que se tinha pas-sado em Pequim há 25 anos.

No meio de um grupo de quatro jovens, provenientes de Cantão, uma rapariga arris-cou: “Foi uma marcha estudantil, não foi?”, enquanto procurava o apoio das colegas. Admitindo que era um episódio “pouco cla-ro” da história, o grupo assegurou que não tinha medo de falar sobre o tema, acrescen-tando porém que a questão “não tem muito interesse”.

Um engenheiro de 32 anos, graduado da Universidade de Pequim e que não quis revelar o nome, desvalorizou o significado dos acontecimentos de 1989, antevendo gra-ves consequências para a China caso avance para a democracia. “Com tantos grupos [ét-nicos], em 50 anos a democracia vai trazer o caos à China”, afirmou, acrescentando que “a democracia não é necessária ao desenvol-vimento”. “Basta olhar para outros países asiáticos e percebemos que a democracia não lhes traz nada”, acrescentou.

Emma, de 25 anos, e Suki, de 27 anos, da província de Guangdong, foram as úni-cas que aceitaram dar os nomes. A primeira disse desconhecer por completo a história de Tiananmen, enquanto a segunda acrescentou saber pouca coisa sobre o assunto.

*Com Liane Ferreira

Quinta-feira, 5 de Junho de 201404 JTM | LOCAL

NEGOCIAÇÕES COM NOVA OPERADORA NA FASE FINAL

Sucessora da Reolian conhecida em 15 diasO Executivo prometeu ontem divulgar, no prazo máximo de duas semanas, o nome da nova empresa responsável pela exploração dos serviços de autocarro da falida Reolian. André Cheong e Wong Wan reiteraram que as negociações estão na fase final

Susana Diniz

FOTO

ARQ

UIVO

O Governo mantém o segredo so-bre a empresa que substituirá a Reolian. As negociações do con-

trato entre o Governo e a empresa inte-ressada em explorar os serviços de auto-carro da Reolian estão na fase final, mas nem André Cheong, director dos Servi-ços de Assuntos de Justiça (DSAJ), nem Wong Wan, director dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT), adianta-ram se a futura operadora tem ligações à TCM ou à Transmac, apesar das duas companhias terem mostrado interesse no negócio.

O nome da empresa sucessora será divulgado na próxima semana, “ou o mais tardar dentro de duas semanas”, no entanto, o Executivo garantiu que o novo contrato não implicará o aumento das ta-rifas dos transportes.

Recorde-se que o contrato de locação dos bens da Reolian termina a 30 de Ju-nho, e o Executivo dispensou a realização de concurso público para a referida con-cessão pelo facto de não reunir condições e tempo suficientes. “A Reolian declarou falência de repente e a declaração sobre direito de crédito só terminou a 13 de Março, pelo que não havia tempo para resolver a situação dessa forma”, reiterou André Cheong aos jornalistas.

O director da DSAJ frisou, por outro lado, que a nova empresa do serviço pú-blico de autocarros vai começar a operar já com um novo modelo de contrato de concessão. As mesmas regras contratuais

só serão aplicadas posteriormente à TCM e à Transmac.

“As duas operadoras actuais vão se-guir o modelo de aquisição de serviços. E a nova operadora que vai suceder à

Reolian estará sobre o regime de conces-são de serviço público”. André Cheong acrescentou ainda que o contrato irá de-pois ser aplicado às outras duas operado-ras, “para responder às recomendações do Comissariado Contra a Corrupção”.

Com este novo contrato, o Governo criará um sistema misto, ou seja, conti-nuará a atribuir subsídios para garantir a ininterrupção dos serviços de transporte de passageiros, mas as operadoras pas-sam a sobreviver também em parte das tarifas. “Vamos disponibilizar uma assis-tência financeira cujo valor será revisto anualmente e tem como base vários fac-tores”, explicou Wong Wan.

O director da DSAT apontou premis-sas como o preço do combustível, o índi-ce de inflação e a margem de lucro como factores a ter em conta na atribuição do subsídio. “Pretende-se que, nas horas de ponta haja um aumento da frequência das partidas, uma vez que os lucros de-pendem dos passageiros transportados e das tarifas cobradas”, afirmou.

Por outro lado, o responsável da DSAT destacou a importância de asse-gurar uma “transferência tranquila” dos serviços, recordando que a nova conces-sionária vai assumir os activos e passivos da Reolian. “A frota de autocarros, bem como os trabalhadores, os seus salários e todas as regalias serão asseguradas pela nova empresa”, disse Wong Wan.

Governo quer assegurar “transferência tranquila” nos autocarros

Direcção dos Serviços de Assuntos Marítimos e de Água

Concurso Público n.º 001/DSAMA/2014Anúncio

1. Entidade que põe o serviço a concurso: Direcção dos Serviços de Assuntos Marítimos e de Água (doravante designada por DSAMA).

2. Modalidade do procedimento: concurso público.

3. Objecto: Prestação de serviços de manutenção das instalações do Terminal Marítimo do Porto Exterior.

4. Prazo de execução: Cumprimento das datas constantes do caderno de encargos.

5. Prazo de validade das propostas: o prazo de validade das propostas é de noventa dias, a contar da data do acto público do concurso, prorrogável, nos termos previstos no programa do concurso.

6. Caução provisória: $2 400 000,00 (dois milhões e quatrocentas mil patacas), a prestar mediante depósitos em dinheiro ou garantia bancária.

7. Caução definitiva: 4% do preço total de adjudicação.

8. Preço base: Não há.

9. Condições de admissão: Os concorrentes devem ser sociedades cuja administração principal seja em Macau ou empresário comercial, pessoa singular, residentes de Macau. O âmbito de actividade dos concorrentes deve incluir administração de propriedades, ou reparação predial, ou manutenção e exploração de terminais marítimos e instalações auxiliares.

10. Sessão de esclarecimento e visita ao local:A sessão de esclarecimento terá lugar às 10,00 horas do dia 12 de Junho de 2014, no anfiteatro da DSAMA, situada na Calçada da Barra, Quartel dos Mouros, Região Administrativa Especial de Macau e realizar-se-á a visita ao Terminal Marítimo do Porto Exterior, pelas 15,00 horas do dia 12 de Junho de 2014.

Em caso de número excessivo de inscritos na sessão de esclarecimento ou na visita ao local, os inscritos serão divididos em grupos para participar na sessão de esclarecimento e na visita ao local, os quais serão notificados pela DSAMA sobre os pormenores.

Em caso de encerramento da DSAMA ao público no período em que se realizam a sessão de esclarecimento e a visita ao local, as mesmas definidas inicialmente serão adiadas para o primeiro dia útil imediatamente seguinte, na mesma hora.

11. Local, dia e hora limite para entrega das propostas:Local: Na Secção de Apoio Administrativo do Departamento de Administração e Finanças da DSAMA, situada na Calçada da Barra, Quartel dos Mouros, Região Administrativa Especial de Macau.

Data e hora limite: dia 7 de Julho de 2014, às 12,00 horas.

Em caso de encerramento da DASMA ao público na data e hora limite para entrega das propostas acima referidas, a data e hora inicialmente definidas serão adiadas para o primeiro dia útil imediatamente seguinte, na mesma hora.

12. Local, dia e hora para acto público do concurso:Local: No anfiteatro da DSAMA, situada na Calçada da Barra, Quartel dos Mouros, Região Administrativa Especial de Macau.

Data e hora: dia 8 de Julho de 2014, pelas 10,00 horas.

Os concorrentes ou os seus representantes deverão estar presentes no acto público do concurso para os efeitos previstos no artigo 27.º do Decreto-Lei n.º 63/85/M e para esclarecer as eventuais dúvidas relativas aos documentos apresentados no concurso.

Caso sejam adiadas a data e a hora limite para entrega das propostas de acordo com o ponto 11 acima referido, ou na data e hora do acto público do concurso acima referido em que esta Direcção de Serviços encerre ao público, a data e a hora do acto público do concurso será adiado para o primeiro dia útil imediatamente seguinte, na mesma hora.

13. Local, hora e preço para exame do processo e obtenção da cópia:Local: na Secção de Contabilidade do Departamento de Administração e Finanças da DSAMA, situada na Calçada da Barra, Quartel dos Mouros, Região Administrativa Especial de Macau.

Hora: horário de expediente.

Preço: $1 000,00 (mil patacas)

Encontram-se disponíveis os documentos do concurso na página electrónica da DSAMA(http://www.marine.gov.mo).

14. Critérios de apreciação de propostas e respectivos factores de ponderação:A pontuação total de uma proposta é de 100 valores, sendo distribuídos pelas seguintes acções:

- Preço ----------------------------------------------------------------------------50 valores- Plano dos serviços de administração das instalações ---------------------36 valores- Experiências e capacidade de administração de instalações--------------14 valores

15. Actualização, rectificação e esclarecimento dos documentos do concurso:Os concorrentes deverão comparecer diariamente na Secção de Contabilidade do Departamento de Administração e Finanças da DSAMA, situada na Calçada da Barra, Quartel dos Mouros, Região Administrativa Especial de Macau, ou consultar a página electrónica da DSAMA (http://www.marine.gov.mo), a partir de 4 de Junho de 2014 e até à data limite para a entrega das propostas, para tomar conhecimento de actualização, rectificação e esclarecimento dos documentos do concurso.

Aos 27 de Maio de 2014, na DSAMA

O Director, substitutoVong Kam Fai

Quinta-feira, 5 de Junho de 2014 JTM | LOCAL 05

Liane Ferreira

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GCS

GOVERNO PROPÔS MEDIDA ÀS OPERADORAS

Casinos incentivados a compensar trabalhadores de salas VIP com fumo As salas VIP continuam a ser motivo de discórdia relativamente à proibição de fumar, sendo que o Governo impulsionou as operadoras de jogo a oferecerem uma compensação financeira aos trabalhadores destacados para esses espaços

Leong Veng Chai defende fim do monopólio dos frescosO deputado Leong Vai Chai interpelou o Governo sobre o prazo para o fim do monopólio dos produtos frescos em Ma-cau, pedindo a liberalização do mercado e a criação de um centro de inspecções fora do mercado abastecedor. O depu-tado destacou que o aumento de preços nos legumes no território é “algo difícil de aceitar”, quando comparado com as subidas na China Continental e quando ambos os territórios estão apenas sepa-rados pelas Portas do Cerco. Leong Vai Chai chamou a atenção para o facto de os legumes estarem sujeitos a inspecções do IACM, no mercado abastecedor, que por sua vez é explorado por uma empre-sa privada. Esta limita os produtos para inspecção, sendo que os comerciantes são obrigados a comprá-los num conjun-to de fornecedores autorizados. Assim, questiona as autoridades do território se irão criar um centro de inspecções al-ternativo, fora do mercado abastecedor. Com o aumento dos preços, muitos ido-sos vão comprar os produtos ao Conti-nente Chinês, pelo que o deputado in-daga para quando a liberalização real do mercado e reforço da fiscalização da em-presa concessionária do mercado abas-tecedor, bem como o estabelecimento de uma lei contra o monopólio, para que a concorrência justa não seja afectada.

DEPUTADO QUER CIDADANIA ACTIVA

Coutinho insiste na educação política dos jovensO deputado Pereira Coutinho defende a implementação de filosofia e política nas escolas, para habilitar os jovens ao exercício da cidadania activa

As áreas de estudo da filosofia e política são vistas por Pereira Coutinho como essenciais para a boa forma-ção dos jovens do território, tendo por isso ques-

tionado o Governo sobre a data de implementação destas disciplinas.

Numa interpelação escrita, Pereira Coutinho declarou que o facto do território ser um centro de encontro de cultu-ras “justificaria que os jovens de Macau estudassem, quer a filosofia ocidental, quer a filosofia chinesa”, sendo que de-veria ser dada a “devida atenção, à história de Macau e da China”.

Assim, o deputado questiona o Governo sobre a data de implementação das disciplinas de filosofia e de política e se os jovens vão receber formação sobre outros sistemas políti-cos, princípios de cidadania e direitos humanos.

Coutinho pretende ainda saber quais as “premissas cien-tíficas em que se basearam para a elaboração do material didáctico ‘Educação Moral e Educação Cívica” a ser actual-mente ensinado nas escolas.

Esta questão surgiu no seguimento de uma resposta da Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ), em que o organismo explicou que o Quadro de Organização Curricular estipulou a criação de uma disciplina de Edu-cação Moral e Cívica, para os alunos conhecerem a lei de

Macau e os seus direitos e deveres como cidadãos, tendo encarregado uma instituição não identificada de elaborar o material didáctico correspondente.

Segundo a DSEJ, o material didáctico de educação cívica foi utilizado por cerca de 60%, 46,5% e 34,8% das escolas, respectivamente, no ensino primário, secundário geral e complementar, durante o ano lectivo de 2012/2013.

Segundo a DSEJ, o domínio da Lei Básica tem sido alvo de elevado destaque, sendo que desde 2010 têm sido reali-zados programas de formação de docentes nesta área, para além da organização de actividades conjuntas com o IACM, a Direcção dos Serviços de Justiça e Associação de Divulga-ção da Lei Básica.

Já na área cívica, a DSEJ destacou na resposta a Couti-nho a participação de 141 jovens na equipa de voluntários da “Família do Bom Cidadão”, onde os jovens apoiam na promoção e sensibilização para a educação moral e cívica, a nível comunitário.

Todas estas medidas de divulgação dos conhecimentos da Lei Básica e aprofundar da consciência cívica fazem par-te da “Política de Juventude de Macau”, plano onde é “exi-gido o reforço do (...) sentido de pertença a Macau, o amor à Pátria (...), bem como o sentido de observância da disciplina e cumprimento da lei”, disse a DSEJ.

Um novo despacho do Chefe do Executivo veio adicionar elementos aos

requisitos a obedecer nas áreas para fumadores nos casinos, especificando as regras para as salas de fumo das áreas comuns dos casinos. Para aqueles que irão trabalhar em salas VIP, nas quais não será aplicada para já a proibição de fumar, o Gover-no incentivou as operadoras a darem uma compensação finan-ceira, apesar de admitir que essa será uma opção tanto dos traba-lhadores como das concessioná-rias e subconcessionárias.

“De acordo com a legislação, não há um regime de atribui-ção de compensação financeira pelas concessionárias, no en-tanto, já reunimos e propuse-mos” a medida, adiantou ontem Cheang Seng Ip, subdirector dos Serviços de Saúde.

Confessando que os Serviços de Saúde impulsionaram essa medida, o mesmo responsável sublinhou que “a intenção é

proteger os trabalhadores, no entanto é uma opção deles” e cabe aos casinos a sua eventual aplicação.

A questão da compensação financeira vem no seguimento de um inquérito levado a cabo pela Universidade de Macau junto de trabalhadores de casi-nos. O estudo indicou que 25,4 por cento dos entrevistados ad-mitiram poder trabalhar nas sa-las VIP, não sujeitas à proibição de fumar, se fosse atribuído um incentivo monetário.

As salas VIP continuam a ser motivo de discórdia no que diz respeito às novas regras, pois são consideradas “áreas de aces-so condicionado”, pelo que não é proibido fumar. No entanto, as concessionárias podem requerer autorização para criar salas de fumo nestes locais.

Cheang Seng Ip explicou que os Serviços de Saúde aguar-dam “informação da Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos” sobre a definição do que é uma sala VIP, para que se pos-sa esclarecer a situação.

Questionado sobre o mo-

tivo pelo qual o Governo não esperou pelo prazo previsto na lei para fazer as devidas altera-ções e avançou, segundo as pro-postas das operadoras de jogo, Cheang Seng Ip asseverou que a ideia foi aceite, porque “era viá-vel e beneficiava a maior parte dos trabalhadores”, consideran-do ainda que “as salas de fumo são um progresso”.

Depois da implementação das salas de fumo a partir de 6 de Outubro deste ano, haverá um período de avaliação da me-dida e os resultados daí origina-dos irão fazer parte do relatório de 2015.

Este relatório irá influen-ciar a evolução da lei de modo a que o território caminhe para casinos sem fumo. “A ideia é ser algo graduável (…) havendo muitos aspectos a ser avaliados, tendo de haver controlo”, refe-riu o subdirector.

O despacho do Chefe do Executivo estabelece que nas áreas comuns de jogo dos casi-nos apenas se pode fumar nas salas de fumo, que devem ser separadas fisicamente do res-

tante espaço e totalmente isola-das, para evitar fugas de fumos e com portas deslizantes. Nestes locais não é permitido qualquer tipo de jogo.

O Executivo determinou ain-da que as zonas para fumadores não podem ser superiores a 50 por cento da área total destinada ao público. Depois da entrada em vigor da lei, a qualidade do ar irá

continuar a ser monitorada, mas apenas nas salas de fumo.

Segundo Cheang Seng Ip, a maioria dos casinos já entregou as plantas das salas para apro-vação. Se até 6 de Outubro, data da entrada em vigor da nova le-gislação, os casinos não tiverem as salas de fumo concluídas, ser--lhes-á aplicada a proibição total de fumo nas salas comuns.

Quinta-feira, 5 de Junho de 201406 JTM | LOCAL

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JTM

Cerca de seis queixas que chegaram à Associação dos Assuntos Jurídicos e Sociais deram origem a uma investigação sobre possíveis violações aos dados pessoais. O presidente da associação, Caruso Fong, entregou ontem uma petição ao Gabinete para a Protecção de Dados Pessoais a solicitar uma maior fiscalização do organismo a anúncios publicitários

ASSOCIAÇÃO ENTREGOU PETIÇÃO AO GABINETE DE DADOS PESSOAIS

Pedida maior fiscalização a anúncios de recrutamento

Susana Diniz

• • • BREVES

DSRT e Correios estreitam laços com organismo de PortugalUma delegação da Autoridade Nacional de Comunicações de Portugal (ICP - ANA-COM) deslocou-se a Macau na semana pas-sada para encontros com responsáveis da Direcção dos Serviços de Regulação de Tele-comunicações (DSRT) e Serviços de Correios, bem como visitas a operadoras de telecomu-nicações e ao centro de gestão do sistema e serviços de “WiFi GO”. Segundo a DSRT, no encontro entre as duas partes, foi discutida o conteúdo de um protocolo a celebrar e tro-cadas opiniões sobre o desenvolvimento e os diplomas legais de supervisão do sector de telecomunicações de Portugal e Macau.

Albergue acolhe workshop de lanternas chinesasO Albergue SCM vai organizar a 13ª parte de um ciclo de workshops para a “Execução de Lanternas Tradicionais Chinesas”. Divididas em duas turmas, as aulas serão ministradas entre 9 a 24 de Junho, em cantonense. O cur-so de curta duração irá esclarecer todas as técnicas necessárias para a execução de uma Lanterna de Coelho.

Zhuhai vai apoiar Macauna manutenção de elevadoresA Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais e a “Zhuhai Vocational Training School of Quality Security” assinaram um memorando de cooperação na formação e certificação de trabalhadores de manuten-ção e reparação de elevadores de Macau. A escola de Zhuhai irá proporcionar aos traba-lhadores de Macau formação em técnicas de manutenção e reparação, e apoio na obten-ção, por exame, de um certificado nacional. Dois cursos estão já previstos para o mês de Agosto.

Peritos da OMS orientam cursopara profissionais de farmácia Vai realizar-se nos próximos dias 21 e 22 de Junho, na sala do Auditório do Edifício da Administração dos Serviços de Saúde, um curso de formação subordinado ao tema “Instruções Técnicas sobre as Boas Práticas de Distribuição de Medicamentos”. O curso será ministrado por peritos da Organização Mundial de Saúde e dispõe de 200 vagas para participantes da área de farmacêutica. Com inscrição gratuita, o curso terá o inglês e mandarim como línguas base.

Alunos tiveram “aula” no Venetiansobre sustentabilidadeO Venetian Macau recebeu 65 estudantes do quarto ano da Escola Internacional de Macau (TIS), naquele que foi o primeiro convite do “resort” a uma escola local com o objectivo específico de promover a sustentabilidade. A actividade teve como finalidade a introdução de perspectivas sobre os esforços ambientais e ajudar a compreender como será possível moldar uma maior eco-consciência em Ma-cau.

Gastronomia de Taiwan em destaque no Altira O restaurante chinês ‘Ying’ localizado no Hotel Altira promete apresentar até 31 de Agosto autênticas “obras de arte” da gastro-nomia de Taiwan, oferecendo experiências diversas. A aposta na comida formosina in-cluirá menus criados por chefes de Taiwan, incluindo nomes como Cheng Yen Chi e Wu Ping Cheng.

A Associação dos Assuntos Jurídicos e Sociais (AAJS) recebeu, até final de Dezembro de 2013, cerca de seis queixas de alguns cidadãos,

sobre a alegada má utilização de dados pessoais rela-cionada com anúncios de emprego. O presidente da associação, Caruso Fong, entregou ontem no Gabinete para a Protecção de Dados Pessoais, uma petição a so-licitar uma maior intervenção do organismo na fisca-lização destes casos.

“A fiscalização é mesmo muito fraca”, advertiu o presidente da associação, depois de entregar a petição que exorta o organismo público a assumir um papel mais activo no que respeita aos casos de recrutamento de pessoal.

A entrega do documento surge na sequência de queixas de cidadãos que procuravam emprego, no-meadamente nos jornais. “Algumas pessoas respon-deram a anúncios publicados na imprensa local e enviaram os dados pessoais, conforme solicitado”, explicou o mesmo responsável. No entanto, segundo salientou Fong, nos casos que chegaram à associação “os interessados não foram nunca contactados pela empresa recrutadora”.

A AAJS desencadeou uma investigação e percebeu que as publicações em causa não tinham qualquer identificação da empresa que recruta trabalhadores. “Estamos preocupados com a utilização dos dados pessoais dos trabalhadores”, frisou o líder da associa-ção.

Durante os seis meses de investigações, nada mu-dou desde a entrada em vigor da lei, em 2006, lamen-tou Fong, ao alertar que “cerca de 40% deste tipo de publicidade, não são bem feitas, sobretudo nos sites de emprego e nos jornais”.

Apesar de assumir que a “lei está bem feita”, o presidente da AAJS frisou a necessidade de reforçar a fiscalização, por haver anúncios de emprego “onde não identificam a empresa, não contêm informações

básicas da companhia nem explicam o uso de dados pessoais no futuro”.

Após a entrega da petição, Caruso Fong disse ao JTM que ficou “surpreendido” pelo facto do Gabinete para a Protecção de Dados Pessoais não ter analisado nenhum dos casos que deram entrada em Dezembro. “Estamos surpreendidos. Para além da fiscalização ser quase inexistente, o Gabinete nem fez um apelo aos ci-dadãos no sentido de os alertar para estas situações”, disse.

Depósitos de não residentes sobem 43% No final de Abril, o sector bancário de Macau registou um acréscimo assinalável nos valores totais dos depósitos, com os não residentes a serem responsáveis pela subida mais acentuada

Os depósitos dos residentes de Macau atingiram 455,3 mil milhões de patacas em Abril,

traduzindo uma subida de 17,3% face ao período homólogo do ano pas-sado, indicam dados oficiais ontem divulgados. De acordo com as esta-tísticas publicadas pela Autoridade Monetária de Macau (AMCM), em termos mensais, os depósitos dos re-sidentes aumentaram 2,1%.

Em termos anuais os depósitos de poupança aumentaram 8,1% e os depósitos a prazo 24,4%, para um to-tal de 118, 6 mil milhões de patacas e 289,6 mil milhões de patacas, respec-tivamente.

Os depósitos dos não residentes também cresceram face a Março (3%),

destacando-se em relação ao período homólogo (Abril) do ano passado um aumento de 43,6% para 202,5 mil mi-lhões de patacas.

Já os depósitos do sector públi-co registaram um acréscimo de 28% em termos anuais e de 4% em termos mensais para 280 mil milhões de pa-tacas, dos quais 194,2 mil milhões, ou mais 17,7%, na AMCM e 86 mil mi-lhões de patacas, ou mais 60%, nos bancos.

O total dos depósitos da activi-dade bancária registou assim um crescimento de 2,2% atingindo 743,9 mil milhões de patacas, comparativa-mente ao mês anterior.

Os empréstimos internos ao sector privado subiram 34,8% face a Abril

de 2013 e 2,9% em relação a março deste ano, atingindo 292 mil milhões de patacas.

Já os empréstimos ao exterior to-talizaram 306 mil milhões de patacas no final de Abril, reflectindo aumen-tos de 17,7% em termos anuais e de 3,5% face a Março, destacando-se os denominados em patacas com um aumento 138,9% comparativamente a 2013, mas menos 1,9% que no mês anterior.

De acordo com a AMCM, o rácio empréstimos/depósitos de residen-tes subiu 0,5 pontos percentuais para 54%, em relação ao mês anterior. O volume que incluiu o rácio emprésti-mos/depósitos de não residentes tam-bém cresceu 0,8 pontos para 80,4%.

Quinta-feira, 5 de Junho de 2014 JTM | LOCAL 07

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ARQ

UIVO

As dúvidas em relação à pasta número dois identificada como “processo das 10 campas perpétuas” levaram o Tribunal Judicial de Base a notificar Ng Peng In para testemunhar novamente amanhã no processo que visa apurar se o ex-presidente do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais e mais três chefias do organismo cometeram o crime de prevaricação. A responsável que substituiu Ng Peng In e ocupa o gabinete onde foi encontrado o misterioso dossier também deverá ser ouvida

PASTA NÚMERO DOIS TEM GERADO MUITAS DÚVIDAS

Ng Peng In chamado novamente a testemunhar

Fátima Almeida

O pedido já não é novo, mas só ontem teve um parecer favorável do Colectivos de Juízes do julgamento que envolve o ex-presidente do Ins-

tituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) e mais três chefias do organismo, acusados do crime de prevaricação. Ng Peng In, que chefiou os Serviços de Ambiente e Licenciamento (SAL) e foi administrador do IACM, vai voltar a testemunhar no Tribunal Judicial de Base amanhã.

O requerimento para que o ex-administrador do or-ganismo voltasse a depor partiu do Ministério Público (MP) e foi subscrito pela assistente do processo, Paulina Alves dos Santos, mas o Colectivo de Juízes só tomou a decisão depois de ouvir duas testemunhas que foram chamadas para analisar um pasta identificada como “processo das sepulturas perpétuas” que foi encontrada num armário trancado no antigo gabinete de Ng.

Quando o procurador adjunto solicitou no início da audiência a presença de Ng Peng In, a defesa considerou irrelevante voltar a ouvir esta testemunha argumentan-do que “não vai contribuir para a descoberta da verda-de, porque já está provado documentalmente que faltou à verdade”, em sessões anteriores. Álvaro Rodrigues, advogado do primeiro arguido, insurgiu-se notando que anteriormente em Tribunal o ex-administrador dis-se que não havia documentos originais das 10 campas na pasta, mas a análise que foi feita mostrou o contrário.

Esta opinião foi subscrita pelas advogadas do segun-do e terceiro arguidos, que consideraram que Ng Peng In “nada de novo vinha adiantar à descoberta da verda-de”, mas sim “atrasar os trabalhos do Tribunal”. Porém, após a inquirição de Lídia Santos, que fez o índice que acompanhava a pasta, e António Monteiro, que trabalha nos Serviços de Ambiente e Licenciamento e diz apenas ter realizado uma comparação entre os documentos ori-ginais e as cópias, o Colectivo de Juízes entendeu que ficaram dúvidas que devem ser esclarecidas.

O Tribunal decidiu também chamar para testemu-nhar a administradora que substituiu Ng Peng In, quan-do este deixou o IACM e ocupou o seu gabinete onde em Maio deste ano foi encontrada a pasta número dois num armário trancado. Depois de ler no jornal que iria ser testemunha e que o Tribunal estava a pedir a pasta número dois - a única de um lote de oito que não foi en-tregue aos Serviços de Ambiente e Licenciamento - Lídia Santos encontrou o dossier no gabinete que pertencera a

Ng Peng In. Na altura, disse que estava na presença da actual administrador e pediu para procurar documen-tos, mas não se referiu à pasta número dois que acabou por ser encontrada no designado armário três e o qual estava fechado à chave.

O Ministério Público notou que a defesa tem vindo a tentar demonstrar que Ng Peng In estava na posse dos documentos e os retirou para recolocá-los nos locais onde mais tarde foram encontrados, mas o procurador geral adjunto entende que há ainda dúvidas sobre esta

tese. Por outro lado, o magistrado também disse “que querem esclarecer se Ng Peng In disse que não havia ori-ginais”.

Também a assistente do processo levantou dúvidas quer sobre a recolocação dos documentos quer em re-lação à veracidade das pastas. “A pasta número dois apareceu, e se ele não vier como podemos saber se foi recolocada?. Desde a primeira audiência nunca deixei de ouvir o nome de Ng Peng In”, disse Paulina Alves dos Santos. “E como é a que administradora que veio substi-tuir Ng Peng In não sabia que havia uma pasta fechada no gabinete que veio ocupar?”, questionou a advogada.

Segundo Lídia Santos, o armário onde se encontrava a pasta estava na posse da secretária da administradora Ung Sau Hong, mas não soube precisar se esta respon-sável também tinha uma chave ou se alguma vez abriu os armários. Contudo, voltou a confirmar que esta pasta nunca foi entregue aos Serviços de Ambiente e Licencia-mento por instrução de Ng Peng In, sob o argumento que aquele departamento já continha a respectiva docu-mentação.

Esta questão também gerou dúvidas no Colectivo de Juízes, pelo que no final do audiência decidiu noti-ficar Ng Peng In e Ung Sau Vong para testemunhar já amanhã. “Ouvimos os depoimentos [de Lídia Santos e António Monteiro] e o Tribunal também tem dúvidas e precisa de questionar Ng Peng In. A testemunha diz que a documentação já estava nos SAL mas também estava com Ng Peng In”, expôs o presidente do Colectivo de Juízes sublinhando que foram estas interrogações que levaram a decidir que se ouvisse mais uma vez o ex--administrador.

Antes de haver decisão, o MP, a assistente e a defesa trocaram argumentos sobre a necessidade de ouvir Ng Peng In, com Paulina Alves dos Santos a considerar que seria bom que testemunhasse pelo “seu bom nome”. “Ele foi acusado depois de sair daqui, por isso, ele que venha cá para olhar para a pasta número dois”, disse a assistente. A advogada do segundo arguido notou, po-rém, que se “Ng tiver de ser acusado precisa de defesa, mas não é no âmbito deste processo”. “Ele não é arguido neste processo, não vai ter que aqui voltar para se defen-der”, frisou a defesa.

Após a deliberação do juiz, os advogados dos três primeiros arguidos disseram não se opor ao regresso de Ng Peng In a Tribunal. Negaram também as afirma-ções da assistente que alegou que se opunham à nova inquirição, porque o depoimento de Ng não lhes seria favorável.

Ng Peng In tornou-se numa figura central do processo

Consulado britânico “desconhecia” Dia de PortugalO Consulado do Reino Unido vai celebrar em Macau o aniversário oficial da rainha Isabel II à mesma hora em que decorrerá a recepção à comunidade portuguesa no âmbito das comemorações do 10 de Junho. A representação diplomática britânico lamentou a coincidência, alegando desconhecer a data em que se assinala o Dia de Portugal

As celebrações oficiais em Macau do Dia de Portugal e do aniversá-rio da rainha Isabel II vão ter lu-

gar no mesmo dia e à mesma hora, situa-ção já lamentada pelo consulado britânico em Hong Kong. “Nós não sabíamos que [a 10 de Junho] se comemorava o dia de Portugal e agora, com os convites impres-sos, não podemos alterar”, explicou Lou-isa Ng, uma funcionária do consulado britânico em Hong Kong, em declarações por telefone à agência Lusa.

A coincidência das comemorações foi ontem um dos títulos de primeira página

do diário “Macau Daily Times”.No dia 10 de Junho, em Macau, as ce-

rimónias oficiais coincidem a pouco mais de dois quilómetros de distância já que os portugueses assinalam a data na Resi-dência de Portugal, no antigo Hotel Bela Vista, enquanto os britânicos se juntam no Museu do Grande Prémio.

Desde 1933 que o Dia de Portugal se celebra a 10 de junho, e em forma de co-memoração o consulado de Portugal em Macau e Hong Kong organiza um pro-grama de actividades durante o mês, in-cluindo uma recepção para a comunida-

de, que encerra as comemorações no dia 10 e que contará, este ano, com a presença do secretário de Estado das Comunida-des, José Cesário.

Tal como nos anos anteriores, as ceri-mónias do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas começam com o hastear da bandeira no consulado geral, seguindo-se a tradicional romagem à gruta de Camões, no jardim com o nome do poeta épico português, e terminarão com a recepção à comunidade agendada para o final da tarde. À mesma hora, no Centro de Actividades Turísticas, em Ma-

cau, decorrerão as comemorações do ani-versário oficial da rainha Isabel II que se festeja duas vezes por ano: a 21 de Abril, data oficial do seu nascimento, e de forma aleatória num sábado de Junho, agendado este ano, no Reino Unido, para dia 14.

Como habitualmente, o consulado britânico em Hong Kong efectua à mar-gem do dia oficial do aniversário da rai-nha uma cerimónia em Macau.

Contactado o cônsul geral de Portugal em Macau, Vítor Sereno escusou-se co-mentar a coincidência das comemorações.

JTM/Lusa

Quinta-feira, 5 de Junho de 201408 JTM | PUBLICIDADE

Síntese do parecer dos auditores externosPara a Gerência da Caixa Geral de Depósitos, S.A. – Sucursal Offshore de Macau

Procedemos à auditoria das demonstrações financeiras da Caixa Geral de Depósitos, S.A. – Sucursal Offshore de Macau relativas ao período de 1 de Fevereiro de 2013 (data da constituição) a 31 de Dezembro de 2013, nos termos das Normas de Auditoria e Normas Técnicas de Auditoria da Região Administrativa Especial de Macau. No nosso relatório, datado de 13 de Maio de 2014, expressámos uma opinião sem reservas relativamente às demonstrações financeiras das quais as presentes constituem um resumo.

As demonstrações financeiras a que acima se alude compreendem o balanço, à data de 31 de Dezembro de 2013, a demonstração de resultados e a demonstração de fluxos de caixa relativas ao período findo, assim como um resumo das políticas contabilísticas relevantes e outras notas explicativas.

As demonstrações financeiras resumidas preparadas pela gerência resultam das demonstrações financeiras anuais auditadas a que acima se faz referência. Em nossa opinião, as demonstrações financeiras resumidas são consistentes, em todos os aspectos materiais, com as demonstrações financeiras auditadas.

Para a melhor compreensão da posição financeira da Caixa Geral de Depósitos, S.A. – Sucursal Offshore de Macau e dos resultados das suas operações, no período e âmbito abrangido pela nossa auditoria, as demonstrações financeiras resumidas devem ser lidas conjuntamente com as demonstrações financeiras das quais as mesmas resultam e com o respectivo relatório de auditoria.

Quin Va Auditor de Contas Deloitte Touche Tohmatsu – Sociedade de AuditoresMacau, aos 13 de Maio de 2014

Síntese do relatório de actividade do exercício entre 1 de Fevereiro de 2013 e 31 de Dezembro de 2013

A Caixa Geral de Depósitos, S.A. foi autorizada pelo Governo da Região Administrativa Especial de Macau através da Ordem Executiva n.º 7/2013 a constituir uma Sucursal Offshore em Macau, com efeitos a partir de 1 de Fevereiro de 2013, unidade para a qual foi transferido, a esta data, todo o património afecto à Caixa Geral de Depósitos-Subsidiária Offshore de Macau S.A., que operava em Macau desde 2005, que cessou a sua atividade e foi extinta.

A orientação estratégica da Sucursal Offshore de Macau da Caixa Geral de Depósitos manteve-se inalterada constituindo a sua principal atividade comercial a captação de depósitos de particulares, não residentes em Macau e em Portugal, designadamente de emigrantes, luso descendentes ou outros residentes no estrangeiro, mediante uma oferta integrada de produtos direccionada aos diferentes segmentos do mercado.

Em 2013 o enquadramento económico e financeiro foi mais favorável, assistindo-se na zona euro ao atenuar da crise das dívidas soberanas que levou a uma redução das taxas de juro, em toda a extensão da curva de rendimentos, tendência que se acentuou a partir do último trimestre do ano, registando-se, ao mesmo tempo, uma progressiva recuperação da atividade económica. Nos EUA, a tendência foi para o aumento das taxas de juro de longo prazo no seguimento da decisão do Banco de Reserva Federal de reduzir o montante das compras de títulos no mercado secundário e de sinais que a economia deverá crescer a um ritmo mais elevado em 2014.

O resultado líquido alcançado no período em análise foi de MOP 11,6 milhões, tendo o produto bancário totalizado MOP 16,4 milhões e a margem financeira MOP 19,1 milhões.

Os custos operativos totalizaram MOP 4,7 milhões, situando-se os custos com o pessoal e os gastos gerais administrativos, respetivamente, em MOP 2,5 milhões e MOP 2,2 milhões.

Num mercado fortemente concorrencial, os depósitos de clientes ascendiam em 31 de Dezembro de 2013 a MOP 8.849,3 milhões, um acréscimo de 1,0% relativamente à data de estabelecimento da Sucursal Offshore em 1 de Fevereiro de 2013.

No quadro de uma política centralizada de gestão de recursos financeiros do Grupo, o activo líquido que em 31 de Dezembro de 2013 ascendia a MOP 8.996,2 milhões, era constituído, na quase totalidade, por depósitos junto da Sede do Banco, tendo o crédito concedido a clientes um peso muito reduzido no ativo.

A Sucursal Offshore de Macau da Caixa Geral de Depósitos, S.A. deseja expressar os seus agradecimentos às competentes Autoridades de Macau, e em particular, à Autoridade Monetária de Macau pela colaboração prestada desde o ínicio da sua atividade, bem como ao Banco Nacional Ultramarino, pelo apoio dado.

A Direcção da Sucursal

CAIXA GERAL DE DEPÓSITOS, S.A. – SUCURSAL OFFSHORE DE MACAU

BALANÇO ANUAL 31 DE DEZEMBRO DE 2013(Publicações ao abrigo do Artigo 75º. do R.J.S.F., aprovado pelo Decreto-Lei nº. 32/93/M, de 5 de Julho e dos Artigos 317º. e 326º. do Código Comercial)

PASSIVO SUB-TOTAIS(MOP)

TOTAL

DEPÓSITOS À ORDEMDEPÓSITOS C / PRÉ-AVISODEPÓSITOS A PRAZODEPÓSITOS DE SECTOR PÚBLICORECURSOS DE INSTITUIÇÕES DE CRÉDITO NO TERRITÓRIORECURSOS DE OUTRAS ENTIDADES LOCAISEMPRÉSTIMOS EM MOEDAS EXTERNASEMPRÉSTIMOS POR OBRIGAÇÕESCREDORES POR RECURSOS CONSIGNADOSCHEQUES E ORDENS A PAGARCREDORESEXIGIBILIDADES DIVERSASCONTAS INTERNAS E DE REGULARIZAÇÃOPROVISÕES PARA RISCOS DIVERSOSCAPITALRESERVA LEGALRESERVA ESTATUTÁRIAOUTRAS RESERVASRESULTADOS TRANSITADOS DE EXERCÍCIOS ANTERIORESRESULTADO DO EXERCÍCIO

TOTAIS

226,169,671

8,659,667,911

98,574,112155,074

11,590,833

8,885,837,582

98,729,186

11,590,833

8,996,157,601

CONTRA DE EXPLORAÇÃO

DÉBITO MONTANTE CRÉDITO(MOP)

MONTANTECUSTOS DE OPERAÇÕES PASSIVASCUSTOS COM PESSOAL: REMUNERAÇÕES DOS ÓRGÃOS DE GESTÃO E FISCALIZAÇÃO REMUNERAÇÕES DE EMPREGADOS ENCARGOS SOCIAIS OUTROS CUSTOS COM O PESSOALFORNECIMENTOS DE TERCEIROSSERVIÇOS DE TERCEIROSOUTROS CUSTOS BANCÁRIOSIMPOSTOSCUSTOS INORGÂNICOSDOTAÇÕES PARA AMORTIZAÇÕESDOTAÇÕES PARA PROVISÕESLUCRO DA EXPLORAÇÃO

TOTAL

204,739,1452,483,338

263,2051,938,939

281,194

97,9082,083,5643,303,644

163,33393,866

139,21011,590,833

224,694,841

PROVEITOS DE OPERAÇÕES ACTIVASPROVEITOS DE SERVIÇOS BANCÁRIOSPROVEITOS DE OUTRAS OPERAÇÕES BANCÁRIASRENDIMENTOS DE TÍTULOS DE CRÉDITO E DEPARTICIPAÇÕES FINANCEIRAS

OUTROS PROVEITOS BANCÁRIOSPROVEITOS INORGÂNICOSPREJUÍZOS DE EXPLORAÇÃO

TOTAL

223,836,81224,094

696,764

137,171

224,694,841

CONTA DE LUCROS E PERDAS

DÉBITO MONTANTE CRÉDITO(MOP)

MONTANTEPREJUÍZO DE EXPLORAÇÃOPERDAS RELATIVAS A EXERCÍCIOS ANTERIORES

PERDAS EXCEPCIONAISDOTAÇÕES PARA IMPOSTOS SOBRE LUCROS DO EXERCÍCIO

DOTAÇÕES ADICIONAIS PARA PROVISÕES CONFORME RJSFRESULTADO DO EXERCÍCIO (SE POSITIVO)

TOTAL

11,590,833

11,590,833

LUCRO DE EXPLORAÇÃOLUCROS RELATIVOS A EXERCÍCIOS ANTERIORES

LUCROS EXCEPCIONAISPROVISÕES UTILIZADASRESULTADO DO EXERCÍCIO (SE NEGATIVO)

TOTAL

11,590,833

11,590,833

CONTAS EXTRAPATRIMONIAIS(MOP)

MONTANTE

VALORES RECEBIDOS EM DEPÓSITOVALORES RECEBIDOS PARA COBRANÇAVALORES RECEBIDOS EM CAUÇÃOGARANTIAS E AVALES PRESTADOSCRÉDITOS ABERTOSACEITES EM CIRCULAÇÃOVALORES DADOS EM CAUÇÃO COMPRAS A PRAZO VENDAS A PRAZOOUTRAS CONTAS EXTRAPATRIMONIAIS

22,890,7871,654,710

ACTIVO ACTIVO BRUTOPROVISÕES,

AMORTIZACOES E MENOS - VALIAS

(MOP)

ACTIVO LÍQUIDO

CAIXAVALORES A COBRARDEPÓSITOS À ORDEM NOUTRAS INSTITUIÇÕES DE CRÉDITO NO TERRITÓRIODEPÓSITOS À ORDEM NO EXTERIOROURO E PRATAOUTROS VALORESCRÉDITO CONCEDIDOAPLICAÇÕES EM INSTITUIÇÕES DE CRÉDITO NO TERRITÓRIODEPÓSITOS COM PRÉ-AVISO E A PRAZO NO EXTERIORACÇÕES, OBRIGAÇÕES E QUOTASAPLICAÇÕES DE RECURSOS CONSIGNADOSDEVEDORESOUTRAS APLICAÇÕESPARTICIPAÇÕES FINANCEIRASIMÓVEISEQUIPAMENTOCUSTOS PLURIENAISDESPESAS DE INSTALAÇÃOIMOBILIZAÇÕES EM CURSOOUTROS VALORES IMOBILIZADOSCONTAS INTERNAS E DE REGULARIZAÇÃO

TOTAIS

1,309,74024,614,141

15,507,438

8,856,713,662

83,928

364,61397,748,834

8,996,342,356

-57,498

-127,257

-184,755

1,309,74024,614,141

15,507,438

8,856,713,662

26,430

237,35697,748,834

8,996,157,601

BALANÇO ANUAL 31 DE DEZEMBRO DE 2013

Quinta-feira, 5 de Junho de 2014 JTM | LOCAL 09

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JTM

ARTISTA TROUXE TRADIÇÕES EUROPEIAS COM MISTURA DE CONTEMPORANEIDADE

“Cultura colossal” chinesa impressiona BregovicDepois de uma breve experiência como estrela de rock no início dos anos 80 e 10 anos longe da ribalta, Goran Bregovic regressou aos palcos e há mais de três décadas que percorre o mundo. O público de Macau cruzou-se ontem no seu caminho

O tão esperado artista sérvio Go-ran Bregovic assentou ontem o seu “acampamento” cigano

no Centro Cultural de Macau (CCM) numa marcante celebração da vida.

A sua música repleta de ritmos bal-cânicos, percussão étnica e classicismo europeu impeliu o espírito de uma re-gião de grande diversidade, rica em cultura e tradições. Vigorosa e explosi-va, a música do compositor do sudeste europeu juntou vozes búlgaras, sons de guitarra eléctrica, percussão contagian-te e um quarteto de cordas.

Ontem à noite, o Grande Auditó-rio do CCM serviu de palco à estreia em Macau do artista, cuja missão pre-tendia levar o público numa viagem enérgica através da interpretação de temas de filmes e outras composições que tornam a sua música emocionante, arrojada e etérea. Antes do espectáculo, num encontro com os jornalistas, Bre-govic confessou que esta ocasião em solos asiáticos ofereceu a oportunidade de “apresentar músicas originais com mais complexidade estrutural”. “Mú-sicas que nunca se gravaram ou foram tocadas noutros concertos”.

“Eu não toco música cigana! O que estou a tentar fazer é criar música con-temporânea!”, sublinhou o artista, que trouxe a Macau os acordes da sua Or-questra de Casamentos e Funerais num concerto que juntou músicos oriundos de todos os cantos dos Balcãs. Foram interpretados temas do mais recente

álbum “Champagne for Gypsies”, bem como outros sucessos de percurso e composições originais.

O trabalho mais recente é conside-rado como um mostra retrospectiva de Bregovic enquanto músico e talvez por essa razão, o artista apenas esperava que o público de Macau pudesse conhe-cer a sua cultura e criar um momento

inesquecível, traduzido em pouco mais de duas horas de espectáculo.

Sentindo-se feliz por estar em Macau e poder partilhar as suas melodias com o público, o compositor confessou que vem de uma região com uma “cultura musical muito pequena”, considerando como um grande elogio a existência de “uma vasta audiência numa cultura tão

colossal como a da China”. O artista deixou-se encantar pela

beleza de Macau, classificando como extraordinária a forma como as pessoas aderem aos casinos. “Não tenho muito jeito para apostas, mas não é qualquer pessoa que tem a inteligência para o fa-zer. É uma coisa importante, arrisca-se tudo o que é importante no jogo. Isto é o que faz a vida!”

O compositor, nascido em Sarajevo, parece ter sido destinado a fazer da mú-sica a sua ferramenta para exprimir os complexos sentimentos ligados à etnici-dade. Talvez por esta razão a sua músi-ca o tenha transformado num símbolo unificador de ambiciosas ideias cultu-rais e musicais.

Aclamado como incontornável em-baixador da música dos Balcãs há mais de uma década, Bregovic introduziu a música étnica do leste europeu ao resto do mundo. Foi o realizador sérvio Emir Kosturica, amigo de longa de data, que lhe abriu portas além fronteiras ao convidá-lo para compor várias bandas sonoras, embora o artista não se reco-nheça como um compositor de filmes, muito em parte porque a sua “música por vezes ou é demasiado agressiva ou demasiado melancólica”.

Para além do grande ecrã, o artista deixou também a sua marca no teatro e colaborou com músicos pop de di-versas origens como Iggy Pop, Cesária Évora e até mesmo Gypsy Kings.

S.N.

Goran Bregovic estreou-se ontem nos palcos de Macau

Livraria Portuguesa acolhe exposição de Alan WongA Livraria Portu-guesa inaugura amanhã, pelas 18:00, uma expo-sição individual de pintura de Alan Wong Soi Lon, artista local. Alan Wong licen-ciou-se em Edu-cação Artística em 2002 e obteve um mestrado em Arte Contempo-rânea em 2008, pela Universida-de Normal do Sul da China. De acordo com a Livraria Portuguesa, entre as suas exposições individuais destacam-se “Jogo da Gaiola – Instalação de Wong Soi Lon” (2014), “Cage Break” na Galeria Vantag, no Porto (2013), “Wong Soi Lon Solo” na Galeria de Arte do Casino Estoril de Portugal, “Pássaro Liberal” na Biblioteca Chinesa De Gaulle em França, “Intercep-ção do Dragão: O Pequeno Dragão pede orientação”, na Sociedade Arte para Todos (AFA), e “Cage Break” na Fundação Rui Cunha (2012) e “Persist”, no Armazém do Boi (2005). Alan Wong participou ainda em várias exposições colectivas, incluindo a 2ª Colectiva de Arte Coreia-Hong Kong--Macau, em 2011, e Exposição de Obras de Jovens Membros da Sociedade de Artistas de Macau, em 2010 e 2011.

ARQUIVO DE MACAU APRESENTA EXPOSIÇÃO

Compreender os tufões através da históriaEm comemoração do Dia do Património Cultural da China e do Dia Internacional dos Arquivos, o Arquivo Histórico de Macau vai promover uma exposição sobre o impacto dos tufões numa região subtropical como o território

É no Verão que são frequentes as chuvas intensas, tro-voadas e tufões na região de Macau, sendo o período de Julho a Setembro considerado o mais susceptível

à passagem de tempestades tropicais. Tendo em conta essa realidade, o Arquivo Histórico de Macau vai inaugurar na próxima segunda-feira, pelas 18:30, nas suas instalações na Praça do Tap Seac, a exposição “Em Tempo de Tufões - Ex-posição dos Documentos Históricos de Macau”.

A temática é apresentada através de um leque variado de registos históricos e documentação, fotografias, objectos reais, mapas, imagens e notícias do tufão catastrófico de 1874, assim como de outros grandes tufões que assolaram Macau no século passado. O tufão de 1874 “causou inun-dações devastadores, incêndios e infligiu um duro golpe na sociedade e na economia de Macau”, recorda o Instituto Cultural (IC).

Sublinhando o grande valor histórico da iniciativa, ao abordar temas como a nomenclatura dos tufões, instrumen-tos de monitorização, sinais de aviso, devastações e prejuí-zos, o IC referiu, em comunicado, que a exposição pretende criar um conhecimento mais aprofundado sobre o impacto dos tufões em Macau, assim como estabelecer uma ponte de relação entre o desenvolvimento urbano da cidade e os

desastres naturais. Além da exposição, estão ainda programadas algumas

palestras relacionadas com a temática numa tentativa de melhorar a compreensão sobre o fenómeno dos tufões.

Com entrada livre, a exposição estará aberta ao público entre 10 de Junho e 7 de Dezembro, todos os dias das 10:00 às 18:00, excepto às segundas-feiras e feriados.

Quinta-feira, 5 de Junho de 201410 JTM | LOCAL

Helder Fernando*

Depois de muitas reguilices de infância, na ci-dade natal, segue para Lisboa, vai crescendo e conhecendo as pândegas pelos ambientes

mais populares e alguns mais selectos. Alberto exibiu cedo o dom da palavra e o saber adaptar-se.

“Vi crescer a capital, assisti à construção de muitas instituições que ficaram para sempre” - era a Lisboa dos anos 40. Década seguinte, a obrigatoriedade do serviço militar. Colocação em Goa, 1953. A Índia vivia atribulados anos do pós-independência, desejando re-cuperar os territórios administrados pelos portugue-ses, disso dando conta às autoridades de Lisboa que preferiram ignorar. Alecrim recorda alguns conflitos, não de grande monta, na zona de Tiracol, ou Terkhol, bela região norte de Goa, hoje atracção turística, onde ainda existe um forte mandado construir no século XVII pelo rajá Sawantwadi, posteriormente, 1746, na mão dos portugueses comandados pelo vice-rei do chamado Estado Português da Índia, D. Pedro Miguel de Almeida Portugal e Vasconcelos, que a mandou re-parar e ampliar.

“Os “satyagraha”, defendiam a anexação de Goa à Índia, assim como a dos outros territórios ocupados pelos portugueses. Andávamos demasiado despreocu-pámos, não entendíamos que algo ia transformar-se, imaginámos serem casos absolutamente isolados. Se eu tivesse pensado melhor, não voltaria para Goa de-pois de feito o serviço militar”, lembra o veterano. Mas, aconteceu o contrário, o Estado Português da Índia deixou de existir de 18 para 19 de Dezembro de 1961. Era Alberto Magalhães Alecrim o responsável pelas emissões em língua portuguesa, na Emissora de Goa: “Organizávamos peças de teatro radiofónico e vários passatempos muito bem recebidos pelos ouvintes. Era director da Emissora, D. José Mesquitela, assim que viu as coisas mal paradas, saltou para Portugal”.

Muita tensão de parte a parte, principalmente de-pois da frase de Salazar que falava em qualquer coisa como ou os militares portugueses venciam o exército indiano ou morriam. Alecrim mantém até hoje a me-mória fresca: “Também podia ter fugido, mas deu-me uma vontade enorme de ver tudo de perto e de como a situação evoluía. No Altinho de Pangim, onde ficava a Emissora fui para o quartel-general onde estava o depósito do material de guerra. Na época eu era civil, mesmo assim vesti uma farda, agarrei uma espingar-da e mandaram-me apresentar no quartel da polícia. O exército indiano estava ali mesmo do outro lado do Rio Mandovi. Senti que podia acontecer o pior, ou seja sermos sacrificados com relativa facilidade e Goa, neste caso, ser destruída”. O essencial destes momen-tos - e muitos outros, alguns filmados por correspon-dentes de guerra estrangeiros, tal como em Damão e em Diu - foram testemunhados por Alberto Alecrim, que chegou a estar prisioneiro, embora reconhecendo que “não trataram mal os prisioneiros portugueses.

Entre tantas atribulações narradas por Alberto Ale-crim, retiramos estes dois exemplos de nítido signifi-cado: Devido a uma tentativa de fuga e consequente ira das tropas indianas, um brigadeiro preparava-se para fuzilar alguns portugueses, quando o capelão Ferreira da Silva se colocou na frente e, falando em in-glês, dissuadiu aquele oficial a disparar. Outro episó-dio relaciona-se com Manuel António Vassalo e Silva. O então Governador de Goa, Damão e Diu, com pou-co mais de três mil homens mal armados, observou a realidade, optando por não mandar para a morte os seus homens, face a dezenas de milhares de soldados das forças indianas, incluindo meios aéreos e navais - o navio de guerra Afonso de Albuquerque tinha já sido afundado pela aviação militar da Índia. Pela ren-dição, Vassalo e Silva foi expulso das Forças Armadas, obrigado ao exílio, sendo reintegrado depois do 25 de

PERFIS DA NOSSA GENTE

Macau como terra do eterno abraçoAlberto Alecrim cheira a Lisboa. Mas, nasceu no Porto, freguesia do Bonfim, não muito longe do Mercado do Bolhão, e é sportinguista desde pequenino. No próximo ano, quando completar 83 de idade, o velho homem da rádio e dos jornais, militar em Goa no tempo da invasão, celebrará meio século do seu desembarque nesta região. Dirigiu a então Emissora de Radiodifusão de Macau e forçou, de forma espectacular, as autoridades a comprarem uma carrinha de reportagem. Inventor de piadas, contador de histórias, Alecrim conserva o humor de sempre, é uma figura inesquecível

Quinta-feira, 5 de Junho de 2014 JTM | LOCAL 11

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PERFIS DA NOSSA GENTE

Macau como terra do eterno abraçoAlberto Alecrim cheira a Lisboa. Mas, nasceu no Porto, freguesia do Bonfim, não muito longe do Mercado do Bolhão, e é sportinguista desde pequenino. No próximo ano, quando completar 83 de idade, o velho homem da rádio e dos jornais, militar em Goa no tempo da invasão, celebrará meio século do seu desembarque nesta região. Dirigiu a então Emissora de Radiodifusão de Macau e forçou, de forma espectacular, as autoridades a comprarem uma carrinha de reportagem. Inventor de piadas, contador de histórias, Alecrim conserva o humor de sempre, é uma figura inesquecível

Abril. Posteriormente, regressou à Índia como convi-dado de honra do Estado Indiano, e muito saudado pelo povo de Goa.

Passado o conflito, territórios indianos recupera-dos, Alecrim regressa a Portugal onde surge a opor-tunidade de vir trabalhar para Macau, oferecida pelo então tenente-coronel Jaime Silvério Marques, mais tarde amigo pessoal e Governador de Macau, que o chegou a apontar para Angola no início da segunda metade dos anos 60. Já não havia retiros legais para fumadores de ópio, mas o território tinha duas ilhas e a cidade era dominada por vivendas com jardim. Na Calçada da Verdade, Alecrim pagava 250 patacas por dia, acima da média para a época, “quando o meu vencimento era de pouco mais de 1 100 patacas”.

Com nostalgia, recorda como aprendeu a conhecer Macau através dos longos passeios com Luis Gonza-ga Gomes, tratado carinhosamente por Inho Gomes, ilustre sinólogo natural de Macau, profícuo investiga-dor da História. Pouco depois acontece o célebre “1, 2, 3”, ou seja os reflexos da revolução cultural na RPC.

Cerca de dois meses em que a comunidade portugue-sa sofreu uma vasta série de dificuldades, incluindo o próprio Governador Nobre de Carvalho chegado ao território em plena crise. “Ainda me aventurei a caminhar pela parte baixa da cidade, perto do Leal Senado, onde derrubavam a estátua do coronel Mes-quita, para entrar na Emissora de Radiodifusão que funcionava no edifício dos Correios. Só não passava fome porque um ou outro comerciante, como a mer-cearia Seng Cheong, agora recentemente encerrada, me fazia chegar alguns alimentos, como a outros por-tugueses”, lembra Alberto.

Outra fase inesquecível na vida de Alberto Ale-crim, foi o 25 de Abril, que a Macau chegou com al-gum atraso. Terá sabido alguma coisa por intermédio de Rui de Mascarenhas, cantor português de fama in-ternacional, contratado para vir actuar no restaurante Portas do Sol do Hotel Lisboa. Só depois os telexes da Reuters e da France Press iam dizendo alguma coisa. Nasceram logo algumas associações cívicas de matriz portuguesa - Alecrim não esconde a sua “grande sim-

patia” por Carlos Assumpção, presidente da Assem-bleia Legislativa local e pela ADIM, Associação para a Defesa dos Interesses de Macau. Ainda hoje, Alecrim repete este seu conceito: “Ninguém é imprescindível, mas Carlos Assumpção foi!”.

Evitando testemunhar o arriar da Bandeira Por-tuguesa, Alecrim chegou a retirar-se para Portugal. Mas durou pouco esse retiro. No regresso, trabalhou no Gabinete de Comunicação Social, renovou velhas amizades, tertuliando, espalhando as suas histórias sem fim, filmes que a memória nunca apagará.

Com o proverbial humor sempre acutilante, Alber-to Alecrim sente Macau como terra sua. Aqui viveu alguns dos momentos mais marcantes da vida, aqui lhe morreu a primeira mulher e 1 filho. Em Macau nasceu uma das duas filhas e alguns netos. E, muito importante, foi em Macau que aprendeu de novo as coisas mais importantes do amor, com a sua compa-nheira e esposa de 2 décadas. Convicto, afirma: “Se Macau sempre me abriu os braços, é Macau que con-tinuarei a abraçar”. * Radialista

CurtasDILMA DISPONIBILIZA REFORÇO DA SEGURANÇADilma Rousseff disponibilizou um reforço de segurança a todos os governadores das cidades que vão receber o Campeo-nato do Mundo de Futebol. “Ofereci a todos os governadores das cidades onde vão decorrer encontros do Mundial o apoio das Forças Armas, da Polícia Fede-ral, da Polícia de Estradas e da Força Na-cional de Segurança Pública. Creio que todos aceitaram e terão o nosso apoio”, disse a presidente do Brasil à TV Bandei-rantes. “Não admitiremos que haja qual-quer obstáculo a tentar impedir que as pessoas assistam ao Mundial, que as pes-soas tenham acesso ao Mundial”, acres-centou Dilma.

CUIDADOS ESPECIAISNA CHEGADA DO IRÃOA selecção de futebol do Irão, treinada por Carlos Queiroz, chegou a São Paulo rodeada de fortes medidas de seguran-ça. Os 23 do Irão aterraram no aeroporto internacional de Guarulhos e foram logo alvo de especiais cuidados de segurança, que se prolongaram até à chegada ao centro de treinos Joaquim Grava, do Co-rinthians, onde fica o “quartel general” da selecção.

GRÉCIA E NIGÉRIA EMPATAM SEM GOLOSAs selecções da Grécia e da Nigéria em-pataram sem golos, em jogo de prepara-ção disputado em Chester, nos Estados Unidos. A Grécia, orientada por Fernando Santos, somou o terceiro jogo sem mar-car golos, depois do empate a zero frente a Portugal e de ter perdido por 2-0 com a Coreia do Sul.

AFUNDAMENTO DO SOLOCAUSOU QUEDA DE GRUAA queda de uma grua que provocou a morte de dois trabalhadores, em Novem-bro, no estádio Arena Corinthians de São Paulo ficou a dever-se ao afundamento do solo, revelou um estudo do Instituto de Criminalística. Depois de seis meses de análise, os peritos descartaram ter existido falha humana ou que a grua, que no momento do acidente carregava uma peça metálica de 420 toneladas que deveria integrar a cobertura do estádio, tenha registado qualquer problema me-cânico.

MÉXICO DERROTADO PELA BÓSNIAO México perdeu com a Bósnia em jogo de preparação para o Mundial2014, dispu-tado em Chicago (0-1). O único golo do encontro foi aponta-do por Hajrovic, aos 41 minutos, numa partida que contou com a titularidade de dois jogadores do FC Porto, Reyes e Herrera.

12 JTM | LOCAL

Não é fácil encontrar um futebo-lista que saiba defender e atacar, desarmar e rematar, ter a bola

e procurá-la, jogar de cabeça e com os pés, tudo com a mesma eficácia. No en-tanto, praticamente todas as semanas, é possível ver essa espécie rara no Etihad Stadium: chama-se Yaya Touré e veste a camisola do Manchester City.

Com um metro e noventa e um de altura não é fácil deixar de reparar no homem que mexe os cordelinhos de um dos mais recentes membros dos clubes milionários europeus, bem como os da selecção do seu país natal, a Costa do Marfim. Foi lá, ao serviço do ASEC Mi-mosas, que o centrocampista começou a dar nas vistas, mas até agora os regres-sos a casa para vestir o jersey laranja dos elefantes não têm sido pautados pelo sucesso.

Desde 2004, ano em que foi interna-cional pela primeira vez, Yaya Touré já representou a selecção marfinense em 82 ocasiões, assinando 16 golos. Falta-lhe, no entanto, um título – esteve em duas finais da Taça de África das Nações nas cinco participações que somou na prova e marcou presença nos dois Mundiais anteriores mas ficou sempre de mãos a abanar –, ao contrário do que sucede a nível de clubes.

Aí, só não celebrou nos belgas do Be-

veren, a sua primeira paragem no fute-bol europeu, ao serviço dos ucranianos do M. Donetsk, e no ano que passou no Mónaco, inicialmente sob o coman-do de László Bölöni, com quem entrou em conflito. De qualquer forma, o bom final de época pelos monegascos abriu--lhe a porta do Barcelona, onde ganhou tudo o que podia ganhar em três anos bem sucedidos. Mesmo assim, decidiu deixar a Catalunha (“pensaram que eu era maluco”, disse) em busca de mais tempo de jogo e de cumprir o sonho de jogar na Premier League, de preferência ao lado do irmão Kolo Touré.

Apesar de ter convites dos dois clu-bes de Manchester, acabou por aceitar o do City: não só podia completar de uma assentada as duas premissas anteriores como ainda tinha nas mãos um “novo começo”, num clube desejoso de escre-ver “um novo capítulo na sua história”.

Relaxar com Whitney HoustonNão esquece as suas raízes modes-

tas, o tempo em que, segundo o próprio pai, Mory Touré, “não havia o suficiente para comer”. Hoje, o médio marfinen-se é “apenas” o segundo jogador mais bem pago da Premier League, só atrás de Rooney: recebe 12,5 milhões de euros por ano, fora prémios (que ascendem a mais um milhão) e outras fontes de ren-dimento.

Para aí chegar, começou por ingres-sar, já em Abidjan, no Instituto Sol Béni,

dirigido pelo francês Jean-Marc Guillou. Deu logo nas vistas, não só pelo que fazia em campo mas, sobretudo, pela vontade de aprender que cedo demons-trou. Entretanto, conheceu o agente e conselheiro Dimitri Seluk – foi ele quem o guiou ao longo da carreira e o jogador agradeceu-lhe dando o seu nome ao se-gundo dos seus três filhos.

Yaya é casado com Gineba e a família é a sua grande paixão, com o jogador a dedicar-lhe o último prémio de Melhor Futebolista Africano que conquistou. É aliás Gineba quem impõe os limites lá em casa, como sucedeu já em Manches-ter, quando o jogador chegou a casa com o último modelo de uma televisão de 60 polegadas e teve de o devolver...

Quanto ao pai e à madrasta, conti-nuam a viver em Abidjan, e dos oito irmãos, dois são futebolistas: o famoso Kolo e Ibrahim, que é menos conheci-do e o único que não é internacional, apesar de já ter jogado na Ucrânia e em França.

Já o menino que chegou à Europa magrinho e ganhou, depois, mais de 12 quilos de puro músculo, continua a ser muçulmano praticante após ter fintado a tentação na Bélgica – até já recusou be-ber o champanhe com que foi premiado por ter sido o melhor num jogo frente ao Newcastle.

É que para relaxar prefere mesmo a música de Whitney Houston...

JTM/DN

Nuno Coelho

O possante jogador do Manchester City é a grande estrela da selecção da Costa do Marfim e o jogador mais bem pago da Liga inglesa, logo atrás de Rooney. Na intimidade, respeita muito os conselhos da mulher

Data de nascimento: 13/05/1983 (30 anos)

Naturalidade: Bouaké

Altura: 1,91m

Peso: 90 kg

Clube actual: Manchester City

Trajecto:Beveren (2001/02 a 2003), Metalurh Donetsk (2003 a 2005),Olimpiacos (2005/06), A.S. Mónaco (2006/07), Barcelona(2007 a 2010), Manchester City (desde 2010/11)

Títulos:Liga dos Campeões (2008/09); Mundial de Clubes (2009); Superta-ça europeia (2009); Liga Grega (2005/06); Liga Espanhola (2008/09, 2009/2010); Taça do Rei (2008/09); Supertaça de Espanha (2009); Liga Inglesa (2011/12, 2013/14); Taça de Inglaterra (2010/11); Taça da Liga Inglesa (2013/14); Supertaça Inglesa (2012)

GNÉGNERIYAYA TOURÉ

Quinta-feira, 05 de Junho de 2014

O médio completo amante de desafios

O segundo dia da selecção nacional ficou marcado pela trovoada que caiu no início do treino, mas também pelo apoio dos adeptos portugueses e os dotes revelados por Nani... na culinária

RONALDO JÁ CORRE E BRINCA COM A BOLA NO RELVADO

Trovoada, muito apoio e a omeleta de Nani

Portugal prossegue a preparação para o Mundial em solo norte--americano, e o segundo dia de-

correu com grande animação e boas notícias para as hostes portuguesas.

A trovoada que se fez sentir fez com que o treino fosse adiado durante cerca de uma hora, uma medida pre-ventiva dos responsáveis do recinto.

O dia ficou ainda marcado por um momento de boa disposição por parte de Nani, que surge num vídeo da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) a mostrar ao cozinheiro do ho-tel como se vira uma omeleta. O extre-mo do Manchester United poderá ser mesmo uma das surpresas no Brasil, mostrando-se não só animado, como também em forma física.

Os comandados de Paulo Bento continuam também a ser muito aca-rinhados pelo público, que voltou a mostrar o seu apoio junto dos jogado-res nos treinos e na chegada ao hotel.

Ronaldo mostrou-se no relvadoCristiano Ronaldo já se juntou ao

grupo nos treinos da selecção, em que correu em redor de um dos relvados, brincou com uma bola e até se atreveu a rematar, aparentando estar a evoluir bem do problema físico que o vem atormentando.

O apronto decorreu em New Jer-sey e teve, além de CR7, mais três jo-gadores a justificar especial atenção. De acordo com o boletim clínico emi-tido pela FPF, Raul Meireles tem uma “mialgia da região posterior da coxa direita” e fez “treino condicionado e individualizado no campo”. O guar-da-redes Beto está a contas com uma “mialgia da região posterior da perna esquerda” e também fez corrida no campo.

Mais atrasada está a recuperação de Pepe, com uma “lesão muscular da região posterior da perna esquer-da” que implicou “trabalho específico e tratamento adequado no hotel”, in-forma a FPF.

Os elogios de Bobby CharltonEm entrevista à Fundação Lau- reus, em jeito de lançamento do Mun-

dial2014, Bobby Charlton deixou ras-gados elogios a Cristiano Ronaldo, afirmando ser “o jogador mais agra-dável de se ver que alguma vez co-nheci”.

“Quando vejo o seu talento tenho inveja que em Inglaterra não tenha-mos nada igual”, acrescentou o antigo médio do Manchester United.

Charlton também elogiou Mes-si, considerando-o diferente de CR7. “Joga com a equipa. Marca golos fan-tásticos e vai fazer-se notar no Mun-dial, não tenho dúvidas. Ele faz coisas como jogador enquanto o Ronaldo faz

individualmente”, disse.A antiga glória da selecção ingle-

sa tem ainda esperança que CR7 pos-sa voltar ao United. “Pergunto-me se pode algum dia voltar para nós. Não penso que vá acontecer, mas nunca se sabe”.

Bobby Charlton defendeu tam-bém que, se a Espanha vencer o Mun-dial2014, irá tornar-se na melhor selecção da história, mas deixou tam-bém um aviso. “Os sul-americanos têm muito orgulho no facto de o Mun-dial ser no Brasil e vão assegurar-se de fazer o melhor possível”.

P.A.S.

CR7 é o pior pesadelo da América

Cristiano Ronaldo é capa esta semana da prestigiada “Sports Illustrated”, que o ape-lida como “o pior pesadelo da América”. A publicação americana vai lançar uma edição especial dedicada ao Mundial do Brasil, com quatro capas diferentes à escolha. Além de Ronaldo, também Messi, do Barcelona, Luis Suaréz, do Liverpool, e Clint Dempsey, dos Seattle Sounders e capitão da selecção americana, fazem a capa para a revista.

Nani tem estado muito activo nos treinos da selecção

O novo camisola 10 do “escrete” abriu o marca-dor aos 27 minutos, com um livre directo de belo efeito, contribuindo ainda na execução

de dois dos outros golos do dia.O Brasil tardou em assentar o jogo, mas aos poucos

foi mesmo ampliando a vantagem e chegou ao inter-valo a ganhar por 2-0 - aos 40 minutos, Daniel Alves apareceu sem marcação e enganou, com um remate colocado para a direita, o guarda-redes McFarlane.

O segundo tempo abriu logo com o 3-0, apontado por Hulk. Volvidos 45 segundos do apito do árbitro, rematou a contar, após superior assistência do homem do jogo.

Neymar também esteve no 4-0, um lance de en-volvimento colectivo que passou ainda pelos recém--entrados Maxwell e Willian, que finalizou. A goleada estava consumada aos 73 minutos, e o marcador não voltou a funcionar.

O Brasil, que integra o grupo A do Mundial, com as congéneres de Croácia, Camarões e México, terá o último teste antes da competição na sexta-feira, ante a Sérvia.

Brasil goleia com “perfume” de NeymarNeymar comandou o Brasil na vitória por 4-0 sobre o Panamá, em jogo de preparação que se disputou em Goiânia, no estado brasileiro de Goiás

“Com calma vamos lá”Luiz Felipe Scolari ficou satisfeito com a goleada

do Brasil ao Panamá, mas confessou que ainda espera

mais dos seus jogadores. “Gostei da segunda

parte, teve mais posse de bola e muito mais agilida-de. Não demos hipóteses de contra-ataque ao ad-versário. Ainda falta um pouco para chegarmos ao nosso objectivo mas com calma vamos chegar lá”, afirmou o seleccionador brasileiro.

Scolari afirmou ainda que não vai poupar ne-nhum jogador no próxi-mo encontro contra a Sér-via, nem mesmo Neymar. “Não vai ser poupado. Ele precisa de ritmo, precisa

de jogar. Não vai ser poupado a não ser que aconteça alguma coisa nos dias que faltam para o jogo”, justificou.

P.A.S.

Quinta-feira, 05 de Junho de 2014 JTM | DESPORTO 13

Quinta-feira, 5 de Junho de 201414 JTM | ROTEIRO

TDM 13:00 TDM News (Repetição) 13:30 Telejornal RTPi (Diferido) 14:30 RTPi Directo 18:15 A Vida da Gente (Repetição) 19:00 Montra do Lilau (Repetição) 19:30 Baía das Mulheres 20:30 Telejornal 21:00 TDM Talk Show 21:30 Mentes Criminosas Sr.7 22:10 A Vida da Gente 23:00 TDM News 23:30 Road to the 2014 FIFA World Cup: França - Chile 00:00 Telejornal (Repetição) 00:30 RTPi Directo

30 FOX SPORTS12:30 Roland-Garros 2014 Highlights 13:30 Roland-Garros 2014 Mens Singles Quarterfinal #4 15:30 Roland-Garros 2014 Highlights 16:30 Archery World Cup 2014 - Colombia 17:00 BWF Badminton World Magazine Show 17:30 (LIVE) FOX SPORTS Central 18:00 (LIVE) Roland-Garros 2014 Mixed Doubles Final 21:00 (LIVE) Roland-Garros 2014 Women’s Singles Semifinals 31 STAR SPORTS13:00 Sports Max 2013/14 14:00 Dubai Darts Masters 2014 Final 15:00 FIM Trial World Championship 2014 - Highlights 16:00 Sports Max 2013/14 17:00 Bupa Great Manchester Run 17:30 MLB Regular Season 2014 Oakland Athletics vs. New York Yankees 19:00 US Open Championship Official Film 2007 20:00 AFC Futsal Championship Vietnam 2014 Semifinal #1 Kuwait vs. Japan 21:00 AFC Futsal Championship Vietnam 2014 Semifinal #2 IR Iran vs. Uzbekistan 22:00 European Rally Championship 2014 - Review 23:00 Acceleration 2014 - Highlights

40 FOX MOVIES13:00 Enemy Of The State 15:10 Parental Guidance 16:55 Life Of Pi 19:05

The East 21:00 Olympus Has Fallen 23:00 Sinister 00:50 Ultraviolet

41 HBO11:00 42 13:30 King Kong 16:30 Salmon Fishing In The Yemen 18:20 Saturday Night Fever 20:10 Gangster Squad 22:00 Resident Evil: Retribu-tion 23:35 Total Recall

42 CINEMAX13:00 Poison Ivy: The Secret Society 14:35 Terminal Invasion 16:00 Munster, Go Home! 17:40 Hollywood On Set 546 18:15 Waterworld 20:30 High School High 22:00 Black Snake Moan 23:50 Spartacus: War Of The Damned 00:40 Private School

50 DISCOVERY13:00 Magic Of Science 13:30 Deadly Dilemmas 14:00 Engineering The World Cup 15:00 Surviving The Cut 16:00 Rampage! 17:00 How Do They Do It? 17:30 How It’s Made 18:00 Man Vs. Wild 19:00 River Monsters With Jeremy Wade 20:00 Car Sharks 21:00 You Have Been Warned 22:00 Behind Bars 23:00 Bear Grylls: Extreme Survival Caught On Camera 23:30 Destroyed In Seconds 00:00 Car Sharks

51 NGC12:30 Born To Ride 13:25 Mad Scientists 13:50 Construction Zone 14:20 World’s Toughest Fixesy 15:15 Mega Factories 16:10 Engineering Con-nections 17:05 Do or Die 18:00 Mad Scientists 18:30 Construction Zone 19:00 Born To Ride 20:00 Cosmos: A Spacetime Odyssey 21:00 Mega Factories 22:00 Do or Die 23:00 Mega Breakdown: Space Shuttle Boosters 00:00 Mega Factories

54 HISTORY13:00 The Pickers 14:00 Cajun Pawn Stars 15:00 The Curse Of Oak Island 16:00 The Pickers 17:00 Ancient Aliens 18:00 Kings Of Restoration 18:30 Pawn Stars 19:00 The Pickers 20:00 Storage Wars 20:30 Counting Cars 21:00 Swamp People 22:00 Top Shot All-Stars 23:00 Pawn Stars 00:00 Swamp People

55 BIOGRAPHY13:00 Hoarders 14:00 Bondi Vet 16:00 The Great Australian Bake Off 17:00 Baggage Battles 18:00 Flip This House 19:00 Destination Flavour 20:00 The Great Australian Bake Off 22:00 Private Chefs Of Beverly Hills 23:00 Hoarders 00:00 The Great Australian Bake Off

62 AXN13:00 Ncis: Los Angeles 13:55 24: Live Another Day 14:50 American Ninja Warrior 15:45 Wipeout 16:40 Csi: Ny 17:30 Ncis: Los Angeles 18:20 Csi: Crime Scene Investigation 19:15 Leverage 20:10 American Ninja Warrior 21:05 Csi: Ny 22:00 Hannibal 22:55 Ncis: Los Angeles 23:50 Hannibal 00:45 American Ninja Warrior

63 STAR WORLD12:55 Top Chef: Just Desserts 13:45 How I Met Your Mother 14:35 Once Upon A Time In Wonderland 15:25 Revenge 16:15 Scandal 17:05 Switched At Birth 18:00 Grey’s Anatomy 18:55 How I Met Your Mother 19:50 Mas-terChef Junior US 21:40 Glee 22:35 Top Chef: Just Desserts 23:30 Grey’s Anatomy 00:25 Switched At Birt

82 RTPI13:30 Telejornal Madeira 14:00 Bom Dia Portugal-Directo 15:02 Os Nossos Dias 15:47 Correspondentes 16:08 Dona Tututa 17:05 Ler +, Ler Melhor 17:14 Bem-vindos a Beirais 18:00 Telejornal Ásia-Directo 18:31 Edição Especial - Vasco Cordeiro (Presidente Gov. Reg. dos Açores) 19:03 Vida Animal em Portugal e no Mundo 19:11 Maternidade 20:00 Jornal da Tarde-Directo 21:13 5 Para a Meia-Noite 22:15 Os Nossos Dias 22:58 O Preço Certo 23:49 Ler +, Ler Melhor 23:58 Vida Animal em Portugal e no Mundo 00:04 Dona Tututa 01:00 Portugal em Directo-Directo 01:58 Tec@Net 02:15 Bem-vindos a Beirais 03:00 Telejornal-Directo 04:12 Praça da Alegria 06:52 Fatura da Sorte

Número de Socorro 999Bombeiros 28 572 222PJ (Linha aberta) 993PJ (Piquete) 28 557 775PSP 28 573 333Serviços de Alfândega 28 559 944Hospital Conde S. Januário 28 313 731Hospital Kiang Wu 28 371 333CCAC 28 326 300IACM 28 387 333DST 28 882 184Aeroporto 88 982 873/74Táxi (Amarelo) 28 519 519Táxi (Preto) 28 939 939Água - Avarias 28 990 992Telecomunicações - Avarias 28 220 088Electricidade - Avarias 28 339 922Directel 28 517 520Rádio Macau 28 568 333Macau Cable 28 822 866

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DOS ANIMAIS DE MACAU

TEL: 28715732/63018939ANIMA

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WWW.SMG.GOV.MOA programação é da responsabilidade das estações emissoras

22:00

CINEMAX

Black Snake Moan

CINETEATROS1 X-Men: Days of Future Past (3D) - 19:15

S2 Edge of Tomorrow (3D)- 19:30

TORRE DE MACAUX-Men: Days of Future Past (3D)- 14:15 • 16:45 • 19:15• 21.45

GALAXYTHEATER VÁRIOSThe Amazing Spider - Man 2 (3D) - 13:55 • 16:30 • 18:3019:10 • 23:15

THEATER VÁRIOSGodzilla (3D) - 14:50 • 15:40 • 16:2017:10 • 18:35 • 20:50 • 23:10 • 01:30

THEATER 8Transcendence - 12:00

THEATER 9X-Men: Days of Future Past (3D) - 14:00 • 15:30 • 16:3018:00 • 19:00 • 20:30 • 21:15 • 22:10 • 23:10 • 00:45

THEATER VÁRIOSBad Neighbours -14:10 • 19:25 • 23:45 • 01:45

THEATER 6Aberdeen - 12:40 • 17:00 • 19:00 • 20:55 • 22:50 • 01:20

Quinta-feira, 5 de Junho de 2014 JTM | ACTUAL 15

JAPÃOO Primeiro-Ministro japonês aceitou um plano de corte a partir de 2015 do imposto aplicado às em-presas do país e defende que o Governo deve me-lhorar o sistema de recolha de impostos para não aumentar ainda mais a dívida do país. O imposto das sociedades nipónicas – de 35% - é um dos mais altos do mundo e está acima de outras potências re-gionais como a China (25%) e a Coreia do Sul (24%). Shinzo Abe considera que o corte no imposto será essencial para atrair investimento estrangeiro.

COREIASA Coreia do Norte classificou de “provocação into-lerável” que a Coreia do Sul tenha aceitado abrir no seu território um gabinete das Nações Unidas dedi-cado a supervisionar a as questões de Direitos Hu-manos no país liderado por Kim Jong-un. O diário “Rodong Sinmun”, do Partido dos Trabalhadores da Coreia do Norte, advertiu que a medida “conduzirá à catástrofe as relações entre as duas Coreias e pro-jectará uma sombra de perigo de que estale uma guerra na península coreana”.

CAMBOJATrês estátuas com cerca de mil anos e representa-tivas da arte Khmer regressaram ao Camboja de-pois de um longo processo legal nos EUA. As peças foram roubadas nos anos de 1970 do templo Koh Ker, localizado na selva a cerca de 80 quilómetros a noroeste de Angkor Wat, o expoente máximo da arte Khmer e considerado uma das maravilhas ar-quitectónicas do mundo.

ÍNDIAUma adolescente foi encontrada enforcada numa árvore alegadamente depois de ter sido violada no estado indiano de Uttar Pradesh, onde nos últimos dias ocorreram outros casos semelhantes, revelou a imprensa local. A polícia está a investigar o caso e ordenou a realização de exames forenses para determinar se a jovem foi violada antes de ser en-forcada. Na terça-feira, o mesmo Estado anunciou que vai criar um gabinete de apoio telefónico com a polícia para que esta possa actuar rapidamente em caso de perigo.

VOLTA AOMUND

CHINA

Nova lei sobre funerais gera dramas e protestosUma profunda mudança na tradição funerária está a causar polémica nalgumas zonas da China. A tensão aumentou depois de pelo menos seis idosos se terem suicidado por forma a que os seus funerais fossem realizados antes da entrada em vigor da nova legislação

A luta para reforçar o recurso à cremação na China, país onde os mortos foram enterrados durante séculos sem que famílias e autoridades tivessem

de se preocupar com a questão do espaço ocupado pelas sepulturas, ganhou contornos dramáticos numa região onde seis pessoas se suicidaram para evitar uma possível incineração, destaca uma reportagem da agência EFE.

As mortes ocorreram em aldeias do município de Anqing, na província oriental de Anhui, onde as autori-dades anunciaram a proibição dos enterros a partir de 1 de Junho para tornar a incineração obrigatória, seguindo uma ordem emitida em diversas regiões do país. Sobre-tudo em Anqing, a nova legislação motivou uma forte revolta entre os habitantes, especialmente entre os mais idosos, que por vezes chegavam a passar mais de uma década a construir os próprios caixões em respeito por uma antiga tradição local.

Perante os protestos, a polícia local realizou uma grande operação, revistando casas e apreendendo inú-meros caixões. Segundo a EFE, as drásticas medidas levaram mesmo vários idosos a suicidar-se para que os seus funerais fossem realizados antes de 1 de Junho.

De acordo com o jornal “Beijing News”, uma mu-lher de 81 anos enforcou-se no quintal da sua casa a 18 de Abril, no mesmo dia em que as autoridades deram início à referida operação, e a 6 de Maio o seu exemplo foi seguido por um morador de 91 anos. Menos de uma semana depois, um homem de 97 anos morreu após rea-lizar uma greve de fome. Na mesma região registaram--se pelo menos mais três casos similares, aumentando a polémica em torno da nova lei, embora as autoridades locais tenham tentado omitir esse facto assegurando que não houve qualquer relação entre as mortes e a política de incineração, que continua vigente apesar das propos-tas apresentadas por alguns moradores, que querem que a nova ordem seja aplicada somente às futuras gerações.

A contestação também teve eco no “China Daily”, com o jornal oficial a referir que as tensões actuais e a intransigência das autoridades locais estão relacionadas com um incidente ocorrido há alguns meses no municí-

pio de Anqing, onde 20 polícias foram punidos por ne-gligência após um incêndio provocado num funeral tra-dicional.

De qualquer forma, o conflito na região ilustra as di-ficuldades sentidas pela China para abolir os enterros a nível nacional e, consequentemente, adoptar a prática da incineração obrigatória, principalmente por causa da falta de espaço nos cemitérios do país, frisa a EFE, acrescentan-do que este não é o primeiro caso polémico envolvendo alterações às práticas ancestrais, especialmente sobre um tema tão delicado para os chineses como a morte.

Em 2012, as autoridades de uma cidade da província central de Henan pretendiam transferir dois milhões de túmulos de um cemitério para transformá-lo em campos de cultivo, mas a medida gerou forte oposição popular. Na altura, algumas famílias chegaram a reenterrar os cai-xões nos lugares originais de forma clandestina.

A incineração tornou-se obrigatória nas cidades chine-sas numa tentativa de atenuar o problema da falta de espa-ço, já que as urnas crematórias, mesmo quando enterradas, ocupam menos espaço. O problema da falta de espaço nos cemitérios chineses, especialmente nas cidades mais po-voadas, é tão preocupante que existe uma autêntica “bo-lha imobiliária” em torno do pagamento das parcelas para os túmulos, que chegam a custar valores exorbitantes. Em média, apenas 50% dos mortos na China são incinerados, enquanto que os restantes, especialmente nas zonas rurais, costumam ser enterrados, seja em cemitérios ou no meio de plantações, florestas ou outros locais.

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2ª Vez “JTM” - 5 de Junho de 2014

Declaração de Morte Presumida Proc. nº CV2-14-0010-CPE 2° Juízo Cível

Requerente(s): 1. CHAN KUAI CHI, casada, maior, de nacionalidade chinesa, residente em Macau, Rua de Manuel de Arriaga, Edf. Tak Kuan, 2º andar G; e2. LEONG FONG HIO, casada, maior, de nacionalidade chinesa, residente em Macau, Rua de Manuel de Arriaga, Edf. Tak Kuan, 2º andar G.Requerido(s): 1. LEONG KIN IP aliás JOSE LEONG, masculino, maior, filho do Leong Siu Kuong e da Leung Pui Lun aliás Ana Leong Pui Long, com última residência conhecida em Macau, Rua de Manuel de Arriaga, Edf. Tak Kuan, 2º andar G; e2. INTERESSADOS INCERTOS.

Correm éditos de TRÊS MESES, para a requerida ausente, e TRINTA DIAS, para os interessados incertos, a contar da segunda e última publicação do anúncio, citando a requerida ausente LEONG KIN IP aliás JOSE LEONG e os INTERESSADOS INCERTOS, para no prazo de TRINTA DIAS, posteriores aos dos éditos, contestarem a petição inicial dos autos acima identificados, apresentada pelo requerente, o qual pede ser declarada judicical de morte presumida de LEONG KIN IP aliás JOSE LEONG e, consequentemente, o requerente como universal herdeiro de LEONG KIN IP aliás JOSE LEONG. Tudo como melhor consta da petição inicial, cujos duplicados se encontram nesta Secretaria à sua disposição, sob pena de não o fazendo no dito prazo, seguir o processo os ulteriores termos até final à sua revelia.

E ainda que é obrigatória a constituição de advogado caso seja contestar ou tenha lugar qualquer outro provedimento que siga os termos do processo declarativo.

Macau, 02 de Maio de 2014.

O Juiz,Jerórnimo Alberto Gonçalves Santos

A Escrivã Judicial Auxiliar,Chang Kit Keng

TRIBUNAL JUDICIAL DE BASE JUÍZO CÍVEL

ANÚNCIO

Quinta-feira, 5 de Junho de 201416 JTM | OPINIÃO

MACAU ANTIGOJoão Botas*

[email protected]

O Turismo por Jaime do Inso (1929O artigo do título deste post é da

autoria de Jaime do Inso (oficial da Armada portuguesa) e fez

parte de um volume intitulado “Macau – a mais antiga colónia europeia no Ex-tremo Oriente”, impresso na Tipografia do Orfanato da Imaculada Conceição, e apresentado na Exposição de Sevilha, em 1929. No final da década de 1920 o turis-mo em Macau não tinha praticamente ex-pressão, mas o futuro viria a dar razão a Jaime do Inso. Ora leiam…

“(...) Pela sua configuração orográfica, pela sua situação, pelos tons das suas edifi-cações, pela pátina do tempo, impressa como um selo do nosso passado aventureiro, Macau oferece paisagens surpreendentes pela varie-dade com que se sucedem, encantadoras pela suavidade com que se desenham, e originais porque diferem muito das que oferecem as ou-tras colónias europeias no Extremo-Oriente. (…) O jornalista americano Swift Kirtland, que, há pouco tempo, durante uma viagem de turismo à roda do mundo, esteve em Macau, declarou que o impressionara muito o pano-rama da cidade, que em nada se assemelhava ao que até então tinha visto pelo Japão e pelo resto do Oriente, vindo encontrar aqui cons-truções, hábitos e outras características que demonstram bem a existência duma influên-cia diferente da que existe nas outras colónias ou concessões estrangeiras na China. Impres-sionou-o ainda o sossego e o ambiente de paz que se sentia por toda a parte. (…) Sydney Greenbie, num artigo publicado na impor-tante revista americana ‘Asia’, de 1925, diz sobre Macau, entre outras coisas, o seguinte: ‘As suas casas apalaçadas, que se elevam so-bre montes que tanto apanham as brisas do sudoeste como os furacões, chocam todos os visitantes ocidentais como a amostra de um paraíso’. Parece-nos que pouco mais se poderá dizer sobre a beleza duma cidade e que de pou-cas cidades se poderá dizer outro tanto.

Paisagens de MacauEfectivamente, os aspectos de Macau são

encantadores, e tornam esta cidade privile-giada pelos seus panoramas, tão variados e interessantes, tão típicos, caprichosos e ori-ginais, neste ambiente de paz, de quietação e de imensa suavidade, de português e chinês, com muito de antigo e moderno. É de admirar que Macau sendo tão pequena, uma minús-cula mancha de casas na vastidão de Cheong--San, possa apresentar à observação de quem a olha os aspectos mais variados e surpreen-dentes. (…) Contemplar, por exemplo, do alto da Penha, a rada de Macau, numa noite de luar, é um espectáculo que dificilmente esque-ce. Beleza majestosa e calma que nos prende

a fala numa voz de silêncio; saudade imensa, indecisa, onde vemos uma interrogação figu-rada em cada mancha negra das lorchas, de largos braços abertos naquele imperturbável mar de prata. As paisagens de Macau! (…) O ponto dominante das paisagens de Macau é a montanha da Guia, onde serpenteia uma estrada para automóveis. Passemos por lá, de relance. Durante o caminho, como que por en-canto, paisagens lindas e variadas se sucedem. À medida que o sol vai descendo, a tarde vai--se tornando mais amena e calma! Um tosco banco de pedra à beira da estrada convida-nos a descansar. A nossos pés desdobra-se a cida-de; e os montes altos da Lapa e doutras terras mais distantes mergulham já na meia penum-bra da luz que morre, deixando no céu listas rubras. (…) Os bairros de Tap-Siac e Patane, cujo casario é colorido, alegre, dão-nos um aspecto de terra de Portugal, a que o som de uns panchões que estralejam empresta a cor local, da China, que nos envolve nesta atmos-fera de sonho e enigma que paira sobre nós. As verdejantes encostas da Guia vão abrigando os últimos pássaros que recolhem aos ninhos; arriam-se as bandeiras nos velhos fortes; tan-gem os sinos da nossa terra, num frémito de saudade! (…)

Mgr. Fourquet, Bispo de Cantão, escre-vendo sobre Macau, ‘cujo nome evoca um passado de glória’, chama-lhe ‘um farol da mais bela cultura do mundo, uma opulenta relíquia do passado, à qual deve respeito, vene-ração, louvor e reconhecimento’. (…) E quan-tos outros visitantes de Macau não sentiram e pensaram como os que acabamos de citar, sem que tenham escrito as suas impressões! Cremos que, tudo isto que apontamos, basta para dar a Macau justificados foros de terra de turismo. Mas não são só os seus velhos per-gaminhos e as suas lindas paisagens e exóti-cos costumes que dão a esta colónia verdadeiro motivo de reclame para o turismo. Há mais. A vida do europeu no Oriente é uma vida inten-sa de trabalho e de esgotamento, que o clima auxilia e agrava. Na generalidade, os grandes centros onde vivem europeus, como Xangai, Hongkong, Cantão, Saigão, etc., são campos de luta activa, de movimento intenso onde as forças se depauperam, pelo que necessitam de repouso periódico.

Macau, se bem que ofereça hoje activida-des que há anos não tinha, ainda é um meio

de grande quietação comparado com os outros empórios orientais, e tem um clima incompa-ravelmente melhor. O clima de Macau não pode comparar-se com o magnífico clima de Portugal! Mas comparado com o do norte da China, de Xangai, por exemplo, onde se sen-tem as temperaturas extremas (…) ou com o da tropical Indo-China e até com os das tão vi-zinhas cidades de Cantão e Hongkong, o clima de Macau oferece uma superioridade tão ma-nifesta e tão grande, que muito é de admirar que, em quase quatro séculos da nossa ocupa-ção desta minúscula mas privilegiada penín-sula, não tivéssemos ainda atentado devida-mente nesta circunstância, com o que muito beneficiaria não só a colónia como todos os que neste clima pudessem e desejassem procurar descanso e encontrar alívio para os seus males. Macau é, pois, com todas as comodidades que os seus magníficos e modernos hotéis propor-cionam, uma terra apropriada para uma esta-ção de repouso e de cura dos europeus que no Oriente trabalham. (…)

Condições turísticas de primeira ordemA instalação duma estação de repouso des-

tinada a gente dispondo de meios de fortuna, necessariamente exige a existência de casinos e outros meios de diversão, e, portanto, o esta-belecimento do jogo. Porém, o jogo em Macau constitui de há muito o ‘leitmotiv’ de quantos pretendem denegrir a nossa acção colonizado-ra no Oriente, a ponto de se ter espalhado pelo mundo a blague insidiosa de que Macau é a ‘Mónaco do Oriente’. (…) Os chineses são, por índole, essencialmente jogadores! (…) De todos os jogos, o ‘Fan-Tan’ é o que mais os apaixona, jogo que nós, ‘bárbaros do ociden-

te’, não apreciamos tanto como eles. Na China inteira joga-se e em Macau permite-se só o ‘Fan-Tan’, que é frequentado quase exclusiva-mente por chineses e proibido aos funcionários da colónia. E nisto se resume o Monte Carlo do Oriente! Se o jogo é permitido em certos lo-cais de luxo e de prazer, porque não há-de sê-lo também em Macau, devidamente regulamen-tado, como está em vários países da Europa, e até em Portugal?

Macau tem muitas possibilidades comer-ciais e industriais, sendo de esperar que conti-nuem a progredir; mas tem também condições turísticas de primeira ordem que seria um cri-me não aproveitar nem fomentar.(...) O turis-mo pode e deve, pois, tornar-se uma das mais importantes indústrias desta colónia, que hoje com a nova estrada para Seac-Ki, é uma porta aberta para a China, por Cheong-San. A cria-ção de sanatórios nas ilhas, que tem todos os requisitos exigidos para estâncias modernas (…). As corridas de cavalos, feitas num dos campos melhores e mais bem situados do Ex-tremo Oriente (…) poderiam contribuir para, em determinadas épocas, chamar a Macau grande quantidade de forasteiros, que viriam dar à colónia a vida que lhe falta, o que seria enormemente facilitado com o estabelecimento de comunicações bastante mais rápidas entre Hongkong e Macau. Mas também é preciso continuar a embelezar e a modernizar Macau, e a facultar-lhe todos os meios para o seu de-senvolvimento.”

* Jornalista, autor do blog Macau Antigo (http://macauantigo.blogspot.

com) e alguns livros sobre a história de Macau e antigo residente no território.

Postal dos anos 20 do século passado

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JTM/DN

QUE EXAGERO

O REI DE ESPANHA ABDICOU AFAVOR DE UMA NOVA GERAÇÃO

“QUE RECLAMA PAPEL DEPROTAGONISTA”

UM SELFIE CHEGAVA-LHESPERFEITAMENTE

Quinta-feira, 5 de Junho de 2014 JTM | OPINIÃO 17

DELEGAÇÃO DA AMC FAZ CONTACTOS EM LISBOAUma delegação da Autoridade Monetá-ria de Macau e representantes do siste-ma financeiro do Território encontrou--se na quarta-feira com o governador do Banco de Portugal. Na reunião com Miguel Beleza foi feita uma breve expo-sição sobre as recentes transformações ocorridas no sistema financeiro portu-guês e falou-se da evolução recente da política económica, com especial ênfa-se para os mercados financeiro e cam-bial. O Presidente Mário Soares recebeu também em Belém a delegação que na sua visita a Portugal manteve contactos com o Instituto dos Seguros de Portu-gal (ISP), instituições financeiras e em-presas industriais. A delegação esteve ainda no Banco Nacional Ultramarino, tendo o presidente do BNU, Carlos Ta-vares, afirmado à agência Lusa que se tratou de uma visita de cortesia, formal e protocolar.

EMPRESÁRIOS DO PORTO JOGAM AO ATAQUEA Associação Industrial Portuense (AI-Portuense) vai abrir um escritório no sul da China, na província de Guang-dong, anunciou Ludgero Marques, pre-sidente da associação. “O objectivo será aproximar os empresários portugueses da realidade da economia chinesa e criar um canal de informação gerador de confiança”, disse Ludgero Marques adiantando que “não se trata de uma intenção mas de uma decisão tomada, que demonstra o verdadeiro interesse que existe pela China em Portugal”. O presidente da AIPortuense, que falava no final de uma missão empresarial de uma semana à região do Rio das Péro-las, disse que “para que as empresas portuguesas consigam afirmar-se na China e nos mercados asiáticos é neces-sário criar condições para uma acção mais efectiva que a que tem sido de-senvolvida até ao momento”. Ludgero Marques tinha já revelado (…) planos para a criação de um centro económico em Macau para apoio a investimentos portugueses no Oriente. A ideia que preside a criação do centro da AIPor-tuense em Macau, que coordenará o es-critório em Guangdong e a do estabele-cimento de uma estrutura de apoio que passará pela “preparação de quadros locais vocacionados para servirem de elos de ligação entre os interesses por-tugueses e a realidade regional”. Lud-gero Marques disse que “é necessário fazer com que Macau se torne uma pra-ça de negócios a partir da qual Portugal se possa afirmar na região”.

Cadernos de um diplomata (LX) – O desafio da União Europeia

e o valor da diplomacia portuguesa

NOTAS SOLTASCarlos Frota*

A última parte da minha estada na Coreia ficaria marcada pela candidatura do ministro dos

Negócios Estrangeiros Ban Ki-moon ao cargo de Secretário Geral das Nações Unidas e as suas duas ou três tournées por vários continentes, para granjear apoios, dando-se a conhecer.

Perderia a diplomacia sul-coreana um dos seus dilectos servidores, para ga-nhar a comunidade internacional um Se-cretário Geral dedicado e consciencioso.

Muitas vezes me tenho interrogado sobre o que irá na alma de um homem que conhece a vida internacional, como as suas próprias mãos - com as tragé-dias e as crises que vão ocorrendo - e que continua a sentir a sua terra natal sob a espada de Dâmocles de um confli-to anacrónico que não se soluciona.

A atitude de grande modéstia pes-soal de Ban Ki-moon faz dele, para mui-tos, uma espécie de anti-herói, ou de diplomata-em-chefe malgré lui.

Mas o Secretário Geral interpreta perfeitamente, do meu ponto de vista, o seu papel. É ele o criador de consensos possíveis numa organização dominada, desde a sua origem, por interesses di-vergentes, predominando naturalmente o dos grandes países.

Sempre foi assim. Ban Ki-moon ser-ve por isso uma instituição cujos chefes de orquestra são outros que não ele: os diferentes líderes nacionais.

******Quando terminei a minha missão

como embaixador em Seul e Pyongyang e regressei a Lisboa, no verão de 2006, iniciei um dos períodos mais interessan-tes da minha vida profissional.

Tive então o ensejo de avaliar de per-to o profissionalismo e dedicação, muito para além dos limites do esperado, de colegas mais velhos e mais novos - que não nomeio deliberadamente - mas que me merecem imenso respeito.

E cuja imagem me ficou para sempre, como legado de qualidade e competên-cia, num país habituado a subestimar tantas vezes as suas próprias qualidades e capacidades, como é o nosso.

O desafio era o de preparar, inte-grado numa equipa de diplomatas ex-perientes, a presidência portuguesa da União Europeia de 2007. E fui, nesse contexto, incumbido de uma área entre todas sensível, no capítulo da política externa da União: a segurança e defesa.

Para ilustrar o que digo: tratava--se de lidar, no plano diplomático, com questões relativas à NATO, as opera-ções de paz da UE nos diferentes teatros de intervenção, a avaliação contínua dos diversos regimes internacionais de combate à proliferação nuclear, a come-çar pela observação do próprio TNP - o Tratado de Não Proliferação, etc, etc.

A NATO aprofundava a definição de novos caninhos, numa sobrevivên-cia inesperada, mas afinal justificada, ao período em que foi criada e historica-mente lhe deu origem.

A UE ganhava experiência em diplo-macia preventiva ou de manutenção da paz, juntando a sua expertise diplomá-tica às novas valências da intervenção securitária.

******De repente, de acordo com um ca-

lendário que eu não controlava, vi-me na Bélgica a falar com chineses, japone-ses e americanos; na Grécia a falar com sul-coreanos; em Nova Iorque a falar com russos...

Foi, no seu conjunto, repito, das ex-periências mais motivadoras, de uma carreira até então centrada nas relações bilaterais com os diversos países. Onde se tem, por via de regra, uma prévia de-finição dos interlocutores habituais (os governos nacionais) e do palco da nossa acção (as capitais onde as nossas embai-xadas estão instaladas e os diplomatas portugueses estão acreditados).

Houve sempre, no meu percurso profissional, algo que me salvou do embaraço das novidades inesperadas, entendendo eu por isto o serem-me pre-sentes caminhos novos, nunca antes per-corridos, no plano profissional.

E esse algo foi a imensa curiosidade pelas pessoas e pelas situações; e o gosto de aprender sem reservas.

Rendi-me sempre à qualidade e à competência de quem me ensinou na vida.

A diplomacia tem como regra...o não haver regras, não no sentido de um códi-go de conduta que naturalmente existe, ou de um método de análise que feliz-mente nos guia, mas da rotina e habitua-lidade dos temas que por via de regra não existem.

Tudo é sempre novo ou quase... E eu dispus-me a aprender, com en-

tusiasmo.******

A presidência alemã precedeu-nos, no primeiro semestre de 2007. Integrei a troika que acompanhava a presidência alemã, na qualidade de representante, para a minha área de responsabilidade, da presidência seguinte.

Em matérias processuais, isto é, no modo de proceder sobre cada tópico e com cada interlocutor extra-europeu, vi operar quem detinha as responsabilida-des do momento e extraí as lições ade-quadas.

Depois, houve apenas que olhar para as nossas próprias prioridades e agir da nossa maneira. Sem arrogância, mas se-guramente sem seguidismo ou servilis-mo.

******A diplomacia asiática, no seu conjun-

to, é uma diplomacia da urbanidade e da cortesia extremas.

As posições inflexíveis não estão ausentes, naturalmente, mas a inflexi-bilidade é expressa num tom tão suave e delicado que, no fim de processos por vezes muito demorados e que apelam a extra-forças de paciência e auto-discipli-na, fica-se a admirar o interlocutor para sempre.

Mas, noutras áreas do mundo, o es-tilo é bem diverso. À franqueza de uns sucede-se a pura e simples falta de chá de outros.

Não vale a pena nomear países, até

porque às vezes esse comportamento releva muito mais da maneira de ser, da personalidade individual do que da cul-tura ou psicologia nacionais.

Não é raro que o sentimento de au-to-importância do diplomata ou do seu vedetismo crie mais problemas, na ges-tão de consensos, do que posição especí-fica dos países sobre dossiers concretos.

Tem esta afirmação algum exagero, mas um fundo de verdade persiste.

O ser pessoa difícil (ou não...) im-porta pelo menos tanto em diplomacia, como nos outros sectores da vida. Com resultados por vezes mais visíveis...

E da minha experiência resultou também a conclusão de que é muito mais fácil lidar com diplomatas de car-reira, dos outros países, do que com con-selheiros próximos do respectivo poder político, arvorados em diplomatas.

A prévia localização geográfica dos nossos interlocutores estrangeiros, no microcosmos do seu sistema político na-cional, não é pois irrelevante ou neutro. E quando se trata do “conselheiro espe-cial” ou título quejando, convém usar extra-cautela ou extra-luvas...

À impetuosidade destes últimos, a sua obsessão por resultados imediatos, prontos a satisfazer internamente uns tantos, o eleitorado, os media, é prefe-rível a sensatez dos diplomatas de car-reira.

Por razões opostas, conta-se que Ni-xon, Kissinger e Margaret Thatcher não morriam de amores pelos respectivos serviços externos...

******Imagens à margem de uma presi-

dência europeia onde as reuniões se sucediam, em Lisboa, Berlin, Bruxelas, ailleurs...

Documentos a preparar até de ma-drugada por competentes diplomatas que deram tudo por tudo para que Por-tugal saísse prestigiado desse exigente exercício de liderança europeia por um semestre.

Como saiu.Agendas a confirmar, a parte logísti-

ca a assegurar, a excitação da discussão sobre os temas, a necessidade de chegar a um compromisso honroso...

E entretanto gerir sensibilidades na-cionais: o pragmatismo de uns, a pre-sunção de outros, o sentido dominador de uns tantos, as feridas históricas mal saradas de outros ainda...

Ao sabor da composição das dife-rentes delegações nacionais e europeias, revêem-se colegas que se não via há muito, de outros países, com outra ida-de, com outras funções...

O microcosmo diplomático é mes-mo “micro”, como frequentemente se constata.

******2007 conclui-se com um sentido de

dever cumprido.Na recepção oferecida aos diploma-

tas portugueses pelo Ministro, para ce-lebrar o fim da nossa presidência, houve o reconhecimento disso mesmo.

Ainda um pouco do caminho se abriria para mim.

*Ex-embaixador de Portugal nas Coreias,ASEAN e Indonésia.

Docente da Universidade de S. José.

• • • HÁ 20 ANOSIn “Jornal de Macau”

e “Tribuna de Macau”

05/06/1994

Dito

“Acho que há 10 anos, os alunos do Conti-nente estavam mais interessados em saber mais sobre Tiananmen do que actualmen-te. Acho que a China tem sido muito eficaz em manter a questão suprimida”

Glenn Timmermans, especializado em estudos sobre o Holocausto e História de Macau na Universi-

dade de Macau, em declarações ao “Hoje Macau”

Quinta-feira, 5 de Junho de 201418 JTM | LAZER

Brad Pitt voltou à China 20 anos após filme sobre TibeteO actor americano Brad Pitt visitou na quarta-feira Xangai com a mulher, Angelina Jolie, quase duas décadas depois de um filme sobre o Tibete que desagradou ao Governo chinês. Apesar das autoridades chinesas não terem confirmado explicitamente qualquer proibição, Brad Pitt terá sido considerado “persona non grata” no país após o lançamento do filme “Seven Years In Tibet”, em 1997, do director Jean-Jacques Annaud. O filme conta a experiência de um alpinista austríaco (interpretado por Pitt) em Lhasa, capital do Tibete, onde faz amizade com o 14º Dalai Lama.

Actriz porno quer ser“mayor” de TorontoA actriz Nikki Benz, cujo currículo inclui mais de 200 filmes pronográficos, anunciou a intenção de concorrer ao cargo de “mayor” de Toronto, no Canadá. Em entrevista ao jornal “Toronto Sun”, Nikki assegurou que pode fazer um trabalho melhor do que o actual “mayor”, Rob Ford, que está em tratamento contra a dependência do álcool, e ser mais “transparente”. A actriz deixou ainda a promessa de baixar os impostos e tentar levar a indústria de filmes pornográficos para Toronto.

Fã de futebol americanoSarah Hinton é uma viciada em futebol americano que foi descoberta pelos fotógrafos precisamente nas bancadas de um estádio por ser namorada de um jogador. A partir daí, a sua popularidade tem crescido a olhos vistos, com várias sessões para revistas, sobretudo dedicadas ao desporto.

Madonna acusada de usar ilegalmente nome de empresaMadonna foi processada pela companhia de moda e beleza “Hard Candy” por violação de marca e concorrência desleal. No processo, a cantora de 55 anos é acusada de ter começado a vender artigos com o nome de “Hard Candy”, em 2011. Segundo o site “RadarOnline”, a empresa considera que Madonna “causou danos irreparáveis envolvendo dinheiro”. A acção judicial tem também como alvo Guy Oseary, empresário de Madonna.

Quinta-feira, 5 de Junho de 2014 JTM | LAZER 19

Gente Gira

O que falta em Macau? por Zalutchi Delia

Cheguei há pouco tempo a Ma-cau e, apesar de achar que é uma cidade extraordinária, há

sempre alguns pontos que pode-riam ser melhorados. Eu trabalho na Taipa e uma das coisas que não gosto mesmo são os autocarros sempre cheios de gente. Acho que deveriam restruturar a rede

de transportes públicos já que muita gente se queixa do mesmo. Outro ponto que facilitava mais a vida às pessoas era o processo de legalização, quer para traba-lhadores residentes quer para não residentes. Acho que em Macau há muitas oportunidades de emprego, mas a burocracia inerente à importação de trabalhadores di-ficulta muito as coisas. Para além disso, penso que não

é justo haver discriminação salarial entre residentes e não residentes, porque todas as pessoas são iguais e deviam ser avaliadas pelo seu trabalho e não pela sua nacionalidade. Por fim, gostaria muito que limpassem as praias em Coloane para que durante os nossos tem-pos livres pudéssemos desfrutar da natureza que tão estragada está em Macau.

Envie as suas fotos para: [email protected]

Casamento desportista

Nicole Bernardes Barrias e o marido são

desportistas e, por isso, decidiram realizar um

casamento relacionado com o desporto. Para

tal, convidaram apenas familiares e os amigos

mais próximos, mas nem por isso deixou de ser

uma festa bem animada!

Aniversário com convidados especiaisJosé Amante participou na festa de aniversário da cunhada Maggie e acabou por ter uma noite bastante divertida. Além de boa gastronomia e música, o convívio foi animado por personagens de filmes de desenhos animados que deram muita

alegria a todos os convidados e principalmente à aniversariante!

Férias radicaisSandra Bártolo

viajou com quatro amigas até à Tailândia.

Ao passar numa agência

encontraram um programa que as encantou e

decidiram entrar na “Jungle Fight”. Sandra contou ao GENTE GIRA que

foi um dia bastante emocionante com

vários “voos” e muitas surpresas!

Pausa na confusão da cidadeCésar Ferreira adora a natureza e durante o fim-de-semana prolongado viajou até Hong Kong. Segundo contou ao GENTE GIRA, ele e os amigos resolveram voltar a Tail Long Wan por ser um dos locais mais fantásticos da região vizinha

em busca de tranquilidade.

20 JTM | ÚLTIMA Quinta-feira, 5 de Junho de 2014 • Fecho da Edição • 01:00 horas

Instabilidade no Sudeste Asiático afecta movimento no Aeroporto de MacauO Aeroporto Internacional de Macau registou um crescimento global de 16% para mais de 430 mil passageiros no mês de Maio, mas sofreu uma “ligeira quebra” nas rotas de ligação ao Sudeste Asiático. Num comunica-do ontem divulgado, a CAM – Sociedade do Aeroporto de Macau refere que a descida deve-se “à recente agitação política em regiões” do Sudeste Asiático. Apesar de tudo, a CAM manifesta-se “optimista” sobre a recu-peração dessas rotas, na convicção de que a “coordenação activa” entre o Governo e o sector do turismo deverá “minimizar os efeitos adversos dos factores políticos”. De acordo com a empresa, em termos gerais, o Aeroporto de Macau contabilizou em Maio 21.000 movimentos de aeronaves, mais 6% do que no mesmo mês de 2013. Entre Janeiro e Maio, a infra-estrutura registou um aumento de 11% no número de passageiros, com os mercados da China Continental e Taiwan em evidência, ao garantirem subidas de 20% e 14%, respectivamente.

Sporting vence e iguala Benfica na liderança da Liga de EliteO Sporting de Macau goleou ontem o Kei Lun, por 6-0, e igualou o Benfica na liderança da Liga de Elite, ambos com 32 pontos. Os “leões” do território não sentiram dificuldades perante o “lanterna vermelha” do campeonato, e, ao intervalo, já venciam por 2-0, com golos de Gaspard Laplaine e Bruno Brito, este na transformação de uma grande penalidade. Nos segundos 45 minutos surgiram os restantes quatro tentos leoninos, sempre por jogadores diferen-tes: Rodrigo Veloso, Pascoal Júnior, Oswaldo Noronha e Francisco Cunha. Na outra partida em atraso, que havia sido interrompida por causa da chuva, a equipa da Polícia venceu os Sub23 por 5-0. Na próxima jornada, o Sporting de Macau defronta o Ka I, enquan-to que o Benfica mede forças com o Lai Chi.

Mega demonstração ilumina Parque Victoria180 mil pessoas participaram em Hong Kong numa vigília de homenagem às vítimas do massacre de há 25 anos na praça de Tiananmen, segundo números da organização

Milhares de pessoas permanece-ram cerca de duas horas sen-tadas no chão com uma vela

acesa na mão, numa cerimónia em que se ouviram gritos de protesto contra o Partido Comunista Chinês e outras men-sagens como “You cannot kill us all”.

A organização da vigília, que se rea-liza anualmente no Parque Vitória de Hong Kong, sublinhou a adesão recorde deste ano, numa data redonda, atenden-do a que, além das 180 mil pessoas que se encontravam no interior do parque, havia muitas outras do lado de fora que não puderam ou não quiseram entrar.

Entre os participantes da homena-gem encontravam-se alguns dirigentes de partidos políticos da antiga colónia britânica de Hong Kong, assim como muitos jovens e muitos chineses do in-terior da China, que viajaram especifica-mente para a vigília, e também algumas dezenas de expatriados.

A homenagem às vítimas do massa-cre de Tiananmen começou às 20 horas, mas depois dessa hora ainda muitas pes-soas chegaram ao local, onde as luzes fo-ram apagadas.

Os participantes entoaram algumas músicas, e uma delas, “Flower of Free-dom”, foi ouvida na zona lateral do par-que, onde estava sentado no chão um grupo de idosos, entre os quais o dono do jornal Apple Daily, segundo relata-ram participantes à Lusa.

No exterior do parque, também se viam várias representantes do grupo Mães de Tiananmen, a fazerem peditó-rios e a venderem t-shirts e pins.

No centro do Parque Victoria, está uma réplica da Deusa da Democracia, que há 25 anos foi erigida na Praça Tia-nanmen durante os protestos estudantis. A réplica encontra-se rodeada de flores e será transportada para junto do palco.

JTM/Lusa

França dá incentivo financeiro para uso de bicicletaO Governo francês deu início a uma experiência de seis meses de conces-são de incentivos para pessoas que utilizem a bicicle-ta como meio de transporte para o trabalho, aderin-do assim a iniciativas de outros executivos europeus de estímulo ao uso do veículo de duas rodas. Em França, cerca de 20 empresas e instituições, com um total de 10 mil funcio-nários, comprometeram-se a pagar aos em-pregados 25 cêntimos por quilómetro percor-rido de bicicleta, informou o Ministério dos Transportes num comunicado, citado pela agência Reuters. Pretende-se com esta inicia-tiva melhorar a saúde da população, reduzir a poluição do ar e o consumo de combustí-veis. O ministro dos Transportes, Frédéric Cuvillier, acredita que o sistema de incenti-vos poderá levar a um aumento de 50% no uso deste meio de transporte para desloca-mentos entre a casa e o trabalho. Actualmen-te, as bicicletas representam 2,4% de todas as viagens de trabalho-casa no país, com uma distância média de 3,5 km.

Leilão do selo mais raro poderá atingir 20 milhões de dólaresO raro exemplar de um selo, emitido em 1856 na antiga Guiana Britânica, vai ser leiloado a 17 de Junho em Nova Iorque e, segundo a casa “Sotheby’s”, a venda poderá atingir os 20 milhões de dólares. “Nenhum outro selo postal é mais raro do que o único exemplar do Black on Magenta de um centavo da Guiana Britânica”, destacou a leiloeira. O leilão poderá bater novamente o recorde mundial atribuído ao selo pos-tal sueco “Tre Skiling”, emitido em 1855 e vendido em 1996 por 2,2 milhões de dólares.