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Abertura de Desregulamentacao. Responsaveis por Crises do Setor Eletrico?TRANSCRIPT
DIÁLOGOS FEDERASUL
ABERTURA E DESREGULAMENTAÇÃORESPONSÁVEIS POR CRISES DO SETOR ELÉTRICO?
Luiz Maurer
Porto Alegre, 5 de junho de 2001
AGENDA
Quem é a ABRACEEL? Por que se tentou mudar o setor
elétrico?O que falhou, do desenho à execução?E na Califórnia? Não foi igual?E agora, como lidar com a crise de
racionamento?Soluções à vista a médio e longo prazo?
QUEM É A ABRACEEL? ABRACEEL, ou Associação Brasileira dos Agentes
Comercializadores de Energia Elétrica, congrega empresas autorizadas pela ANEEL para atuar no mercado livre de energia
Hoje comercializa volumes pequenos, os quais devem crescer a partir de 2003, com liberação de Contratos Iniciais e abertura do mercado de varejo (50 kW propostos) - 30% em 2006?
Nosso ideário: Concorrência em geração e comercialização Tratamento isonômico e transparência “Customer choice” Regulamentações se necessário, com incentivos
POR QUE SE TENTOU MUDAR O SETOR ELÉTRICO?
Modelo institucional que vigorou de 60 até meados da década de 90 ... Monopólios estatais Eletrobrás como investidor, coordenador,
planejador e financiador Regulamentações anacrônicas Órgão regulador fraco
Resultando em ... Investimentos insuficientes - 2 racionamentos Uso político das empresas para todos os fins Uso das tarifas como controle à inflação, com
rombo de US$ 30 bilhões Inúmeras obras paradas no início dos anos 90
REESTRUTURAÇÃO DO SETOR ELÉTRICO
• É possível introduzir concorrência no setor elétrico• Experiências internacionais • Saneamento financeiro do setor • Visão do então Senador FHC• Leis 8987 e 9074/95• Semente da concorrência
• Licitação competitiva• PIE• Consumidor livre• Comercializador puro
DESENHOVISÃO EXECUÇÃO
1993 1996 1998 2001
DESENHOVISÃO EXECUÇÃO
• Projeto RE-SEB - MME/SEN/ELETROBRÁS/BIRD• Consenso setorial• Detalhamento dos modelos
• Comercial• Institucional• Regulatório• Financiamento & Privatização
• Plano Detalhado de Implementação para finalizar em meados de 2000• Primeiros passos
• ANEEL• Acordo de Mercado• Estatuto do ONS• CCPE
REESTRUTURAÇÃO DO SETOR ELÉTRICO
1993 1996 1998 2001
REESTRUTURAÇÃO DO SETOR ELÉTRICO
DESENHOVISÃO EXECUÇÃO
• Muito esforço e dedicação dos agentes, mas resultados aquém das expectativas • Atraso nas Regras e implementação do MAE • Dúvidas sobre os novos papéis institucionais e dos contratos • Risco regulatório elevado em toda a cadeia de valor• Paralisação das Privatizações; PPT tampouco decolou
• “Mercado” em segundo plano, como se fosse excludente com a expansão
• Lacuna de orquestração pelo Governo, agravada pela necessidade premente de
convergência entre gás/eletricidade
• Pior dos dois mundos -- “um pé no pier e outro no barco”
O QUE ESTÁ AÍ ESTA LONGE DO QUE POSSA SER CHAMADO UM
CENÁRIO ABERTO E COMPETITIVO
1993 1996 1998 2001
E NA CALIFORNIA? NÃO FOI IGUAL?
Aparentes similaridades escondem grandes diferenças no modelo comercial e competitivo
Na Califórnia: Proibida a contratação de longo prazo Regras que estimulavam poder de mercado Enormes barreiras de entrada Demanda “protegida”/sem resposta aos preços no atacado
Crise previsível - mas incapacidade dos agentes em mudar a “governance” do ISO
Alguém se atreve a chamar a Califórnia de um mercado “desregulado” e competitivo?
Sucessos de real abertura do setor elétrico existem no mundo afora - PJM, Alberta, Nord Pool, Argentina, UK
E AGORA, COMO LIDAR COM A CRISE DE RACIONAMENTO?
PREMISSA FISICAMENTE IMUTÁVEL: REDUÇÃO DE, NO MINIMO, 20% OFERTA EM 2001 (SE/CO,NE)
Estratégia “A” “Rolling black-outs” ou apagões Governo administra o que e quando consumir
Estratégia “B” Metas de consumo por grupo de consumidores
(protegendo segmentos de baixa-renda) Penalidades pelo não atingimento destas metas Cada consumidor gerencia a seu modo
DECISÕES INTELIGENTES - USAR AS FORÇAS DE MERCADO
Cota é “mal necessário” “Apagão” seria um melancólico caos urbano - e nega
elasticidade da demanda (de R$ 200 a R$ 13.000/MWh) Sinal econômico (penalidade) atrelada ao preço do MAE Fundos alocados à D/C, evitando “fundões”- sinônimos
de clientelismo e possível corrupção Deixar preço spot flutuar livremente estimulando
conservação e nova geração Mercado secundário para cotas
Reconhece imperfeições na alocação inicial Permite precificação mais aderente à realidade
Ainda um “choque cultural” sendo absorvido
SOLUÇÕES À VISTA? “Populista”, culpando a desregulamentação (a qual não vota)
Atrasar a abertura do mercado livre Manter artificialmente a energia velha por mais tempo Isolar o consumidor da realidade dos preços, para “protegê-lo” Fixar “caps” no preço spot - pior agora, com racionamento
Racional - “acelerar a desregulamentação” Acelerar a segregação vertical e horizontal - GTDC Atentar para o funcionamento do Mercado e ONS - Regras e Governança Manter o declínio dos CIs, incentivando a migração de clientes livres Criar massa crítica de demanda elástica, com medição horária No racionamento = “casar” o plano com o “MAE” Imbuir “contratação responsável” - no “bail out” para imprudência Mudança cultural: principalmente no racionamento, há sim “os que
perdem e os que ganham” PANO DE FUNDO: SANTIDADE DOS CONTRATOS