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aula

Franklin Nelson da Cruz

Gilvan Luiz Borba

Luiz Roberto Diz de Abreu

Autores

08

Clima e tempo

Ciências da Natureza e RealidadeD I S C I P L I N A2ª Edição

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Copyright © 2007 Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste material pode ser utilizada ou reproduzida sem a autorização expressa da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

Divisão de Serviços Técnicos

Catalogação da publicação na Fonte. UFRN/Biblioteca Central “Zila Mamede”

Coordenadora da Produção dos Materiais

Célia Maria de Araújo

Projeto Gráfi co

Ivana Lima

Revisores de Estrutura e Linguagem

Eugenio Tavares Borges

Marcos Aurélio Felipe

Pedro Daniel Meirelles Ferreira

Tatyana Mabel Nobre Barbosa

Revisoras de Língua Portuguesa

Janaina Tomaz Capistrano

Sandra Cristinne Xavier da Câmara

Ilustradora

Carolina Costa

Editoração de Imagens

Adauto Harley

Carolina Costa

Diagramadores

Bruno Cruz de Oliveira

Maurício da Silva Oliveira Júnior

Mariana Araújo Brito

Thaisa Maria Simplício Lemos

Imagens Utilizadas

Banco de Imagens Sedis (Secretaria de Educação a Distância) - UFRN

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Governo Federal

Presidente da RepúblicaLuiz Inácio Lula da Silva

Ministro da EducaçãoFernando Haddad

Secretário de Educação a DistânciaRonaldo Motta

ReitorJosé Ivonildo do Rêgo

Vice-ReitorNilsen Carvalho Fernandes de Oliveira Filho

Secretária de Educação a DistânciaVera Lucia do Amaral

Secretaria de Educação a Distância (SEDIS)

Cruz, Franklin Nelson da.

Ciências da natureza e realidade: interdisciplinar/ Franklin Nelson, Gilvan Luiz Borba, Luiz Roberto Diz de Abreu. – Natal, RN: EDUFRN Editora da UFRN, 2005.

348 p.

ISBN 85-7273-285-3

1. Meio Ambiente. 2. Terra. 3. Universo. 4. Natureza. 5. Seca. I. Borba, Gilvan Luiz. II. Abreu, Luiz Roberto Diz de. III. Título.

CDD 574.5RN/UF/BCZM 2005/45 CDU 504

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diferenciar clima de tempo;

explicar a ocorrência das estações do ano;

mostrar grafi camente o movimento do ar;

elencar causas para o fenômeno da seca.

ApresentaçãoComo você sabe, a seca no Nordeste é um problema recorrente. Nesta aula, trataremos

um pouco de assuntos que nos permitem entender melhor esse fenômeno: o clima, o tempo e as estações do ano.

Podemos começar lembrando que nos noticiários e jornais diários, encontramos frases do tipo “tempo bom” ou “tempo instável e sujeito a chuvas durante o período”, ou também “clima quente e úmido”. Mas, afi nal, qual o signifi cado das palavras clima e tempo no contexto da meteorologia?

Para responder a essa questão, temos que retomar alguns conceitos e defi nições que você aprendeu nas aulas anteriores, como a Terra, a atmosfera, o bioma e o Sol, lembrando que existem diversos ciclos na natureza e entre eles o da água, já que o clima e o tempo estão relacionados a todos esses assuntos.

Objetivos

Ao fi nal da aula, você deverá ser capaz de:

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O clima e o tempo

Quando falamos de clima, estamos nos referindo a um conjunto de dados (temperatura, pressão, umidade) a respeito das condições atmosféricas de um determinado local, durante um período cronológico específi co. O tipo de clima depende de uma série de

fatores, como latitude, altitude, relevo e radiação solar. Até mesmo a presença do ser humano pode alterar o clima.

A caracterização do clima de uma região é uma representação do comportamento médio baseada em dados diários da condição atmosférica.

Figura 1 – A riqueza da diversidade da paisagem terrestre é conseqüência natural do comportamento do clima, mas a ação do homem também pode provocar grandes alterações nessas paisagens, muitas vezes, com resultados desastrosos, como as queimadas.

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O monitoramento contínuo através de instrumentos específi cos, bem como a estatística, que você estuda em Matemática e Realidade, são fundamentais para o estudo do clima.

Por outro lado, quando falamos de tempo, estamos nos referindo à condição momentânea da atmosfera. Trata-se de uma análise envolvendo um período de observação relativamente curto: horas, dias ou, no máximo, semanas. Contudo, numa abordagem geográfi ca, o tempo atmosférico só começa a fazer sentido se observado segundo sua regularidade a partir da interpretação de dados derivados de anos de coleta sistematizada. Então, o que aparece nos noticiários em geral são previsões do tempo.

O conhecimento do tempo é, pois, condição fundamental para o estudo e o estabelecimento do clima de uma determinada área. Em resumo, quando olhamos o aspecto momentâneo, estamos tratando de tempo; quando abordamos os aspectos contínuos, o objeto é o clima. Temos, na verdade, dois ramos do conhecimento aqui representados, a climatologia – estudo do clima – e a meteorologia – estudo do tempo.

Da próxima vez que você ler ou assistir a um noticiário que contenha previsões climatológicas, preste atenção se estão usando corretamente os dois conceitos que você acaba de aprender.

Periodicidades

Desde o começo da formação da Terra, o clima vem se modificando, ora mais intensamente, como nos períodos glaciais, ora mais lentamente, nas eras inter-glaciais, como a que vivemos atualmente. Essas mudanças têm diversas origens,

algumas são provocadas por agentes externos, oriundos do meio interplanetário, no caso da tremenda mudança climática que pôs fi m a era dos dinossauros; outras estão relacionadas aos movimentos do planeta, sendo passíveis de previsão por apresentar uma razoável taxa de repetitividade. Também é notável que a própria ação do homem sobre o planeta tem afetado o clima de uma maneira que ainda não é possível quantifi car totalmente, mas de um modo certamente não periódico. Tudo indica que esse efeito irá aparecer como uma fl utuação sobre as mudanças periódicas, tornando-as mais intensas, ou seja, invernos mais rigorosos, verões mais intensos, cheias e secas maiores, entre outros.

Os fenômenos climáticos apresentam, de um lado, uma forte periodicidade, a qual nos permite dizer que no dia 22 de setembro começa a primavera no hemisfério sul e, por outro lado, apresenta uma variabilidade tal que não é possível dizer exatamente se daqui a quatro dias choverá ou não (principalmente nas regiões litorâneas do Nordeste).

Um dos exemplos mais extraordinários dessa mudança no tempo ocorreu no dia 22 de janeiro de 1943, nos EUA, na cidade de Spearfi sh. Lá, naquele dia, às sete horas da manhã, a temperatura era de –20oC. Às sete horas e dois minutos, a temperatura passou para 7oC. Ou seja, houve uma variação de 27oC em apenas dois minutos.

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Atividade 1

A que conclusões você pode chegar a partir do preenchimento dessa tabela?

Na sua cidade, há variações do tempo. Pela manhã, por volta das 07h, qual é em geral a temperatura? E ao meio dia? E ao fi nal da tarde, por volta das 17h? Estime quanto varia a temperatura, em um dia, na sua cidade. Esses valores também devem mudar de acordo com a estação do ano ou com as condições de tempo do dia em que você vai fazer sua observação. Para comprovar isso, preencha a tabela seguinte.

Data/ estação do ano Horário Temperatura Existência

Nuvens Vento

07h

12h

17h

07h

12h

17h

Você deve ter percebido que sua resposta será infl uenciada pela pequena quantidade de dados que coletou, isto é, você não poderá garantir que os valores obtidos irão se repetir nas próximas semanas ou nos próximos meses. Por isso, é preciso fazer observações contínuas do nosso planeta para que os modelos matemáticos que permitem fazer previsões climáticas (previsão do tempo) fi quem mais precisos, confi áveis.

Por outro lado, possivelmente, sua resposta indica que as variações são da ordem de alguns graus, no máximo 10oC a 15oC, não ocorrendo mudança signifi cativa nessa diferença com a época do ano. No entanto, existem regiões no Brasil em que as condições do tempo variam muito durante o dia, bem como durante o ano. Isso ocorre devido a nossa proximidade com o equador geográfi co, região onde a quantidade de radiação solar que chega é praticamente a mesma durante todo o ano. É por isso, também, que não necessitamos de um horário de verão específi co.

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Atividade 2

Muitas vezes, pensa-se erradamente que as estações do ano estão relacionadas com a maior ou menor distância da Terra ao Sol. Isso não é verdade. Do ponto de vista da Física, elas estão relacionadas às faixas da Terra que são iluminadas pelo Sol com maior ou menor intensidade. Assim, como se percebe na Figura 2, as estações do ano são simétricas em relação à linha do equador, ou seja, quando é verão no hemisfério norte, é inverno no hemisfério sul. Note que isso não tem relação com a distância da Terra ao Sol!

Se você recorda bem, na segunda aula, quando falamos da Terra, foi dito que seu eixo de rotação é inclinado e devido a esse fenômeno, ocorrem as estações do ano. Sem inclinação, não as teríamos. Isso também explica o motivo pelo qual nós, que moramos perto do equador, praticamente não as percebemos.

No equador, todas as estações são muito parecidas: temos Sol o ano todo, que fi ca visível acima do horizonte, todos os dias do ano por um período de 12 horas; por um mesmo período de 12 horas, fi ca abaixo do horizonte, quando não se pode vê-lo. Portanto, a altura do Sol ao meio-dia no Equador não muda muito ao longo do ano e, conseqüentemente, não existe muita diferença entre inverno, verão, primavera e outono. Por outro lado, à medida que nos afastamos do Equador em direção aos pólos, as estações fi cam mais acentuadas, de tal modo que as maiores diferenças entre as estações do ano irão acontecer nos pólos (passam períodos de seis meses iluminados e seis meses às escuras).

Você sabe por que existem as estações do ano? Tente responder a questão antes de prosseguir seu estudo.

Um dos mais importantes fenômenos climáticos periódicos de nosso planeta são as estações do ano. Como você sabe, elas são:

outono: 20 de março a 20 de junho;

inverno: 21 de junho a 22 setembro;

primavera: 23 de setembro a 21 de dezembro;

verão: 21 de dezembro a 19 de março.

Essas datas variam um pouco devido às peculiaridades de nosso calendário que consideram a existência dos anos bissextos.

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Aula 08 Ciências da Natureza e Realidade 2ª Edição6

INCLINAÇÃO DOEIXO 23 ½°

21 DE DEZEMBRO

TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO

SOL

EQUADOR

22 DE SETEMBRO

EQUADOR

20 DE MARÇO

21 DE JUNHO

TRÓPICODE CÂNCER

Figura 2 – As estações do ano são simétricas em relação ao equador, quando é verão no hemisfério norte, é

inverno no hemisfério sul. Mas, para nós que moramos perto do equador, não existe praticamente

nenhuma diferença na incidência dos raios solares.

Na verdade, no Nordeste temos apenas a estação de chuva (chuvosa) e a estação sem chuva, sem grandes variações de temperatura ou na paisagem, como ocorre em lugares onde chega a nevar em dezembro.

Figura 3 – Visão estilizada do movimento de transição da Terra em torno do Sol. Note que em 21 de junho temos o

inverno no hemisfério sul e verão no hemisfério norte, enquanto em 21 de dezembro ocorre o contrário

devido à inclinação do eixo imaginário da terra que no primeiro caso inclina-se para o Sol e no segundo,

contrário ao Sol.

No sertão nordestino, a estação chuvosa compreende os meses de fevereiro a maio. No entanto, a quantidade de chuvas nessa estação varia signifi cativamente de ano para ano. E mesmo de cidade para cidade. Essa quantidade é medida em milímetros e a soma anual representa a precipitação média.

Font

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Antes de continuarmos, analisaremos a tabela anterior. Na primeira coluna, temos o ano, na última, o número médio de manchas solares para o respectivo ano, e nas colunas intermediárias, a quantidade de chuva em mm para as cidades de Angicos, Campo Grande e Caicó, todas no RN. Pode-se perceber que a quantidade de chuva varia de cidade para cidade e de ano para ano.

Assim, quando afi rmamos que “ontem choveu 120mm na cidade de Santo Antônio do Salto da Onça/RN”, estamos dizendo que a quantidade de água precipitada durante a chuva que caiu ontem seria capaz de formar uma camada de 120mm de espessura sobre uma superfície de um metro quadrado (1,0m2).

Ainda do Nordeste, principalmente no sertão, a quantidade anual de chuva está entre 330mm (estação chuvosa fraca, ocasionando seca) e 1600mm (estação chuvosa boa). No litoral, esses valores são muito maiores, mesmo assim pode-se ter boas e más estações chuvosas.

ANOPrecipitação

angicos

Precipitação

Campo Grande

Precipitação

Caicó(mm)

Número de

manchas solares

1970 364,9 697,1 455,1 104,5

1971 954,2 1154,4 964,1 66,6

1972 333,1 844,3 979,7 68,9

1973 601,5 804,3 648,8 38

1974 1285 1427,8 1560,5 34,5

1975 754,4 860 1162,6 15,5

1976 461,9 807,8 617,3 12,6

1977 826,6 959,8 1144 27,5

1978 416,3 925,4 838,1 92,5

1979 262,4 447,4 500,6 155,4

1980 289,4 770 423 154,6

1981 446,9 462,6 519,9 140,4

1982 438,3 553,7 648,3 115,9

1983 209,5 239,2 300,1 66,6

1984 703,5 1047,3 954,6 45,9

1985 1153,7 1637,3 1558,3 17,9

1986 841,9 1375,6 1142,2 13,4

1987 380,1 524,3 629,1 29,4

Font

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Atividade 3

Faça o gráfi co da precipitação em função do ano para cada uma dessas cidades e compare. Em que cidade, em média, chove em maior quantidade? Em que ano choveu mais em cada uma das cidades? Quando choveu em menor quantidade? Quais os dois anos em que choveu mais em Caicó? Quais os dois anos em que choveu menos em Angicos? Qual o intervalo de tempo entre esses dois anos, nos dois casos?

Uma pergunta que se faz constantemente é sobre as causas da seca no Nordeste. Para pensarmos um pouco sobre esse assunto, temos que situar o que entendemos sobre “seca”. O Nordeste brasileiro não é, certamente, uma das regiões do planeta onde chove menos. Mesmo no continente sul-americano temos desertos muito importantes como o Atacama, no Chile. Por outro lado, a região amazônica é um dos lugares em que mais chove no mundo.

Assim, podemos dizer que no Nordeste as chuvas são irregulares e que temos aqui uma densidade populacional signifi cativa, o que, associada ao desconhecimento de técnicas de armazenamento e de uso adequado, leva ao problema da falta de água, tanto para o uso animal quanto para o consumo humano. Então, em nosso caso, ao contrário do que ocorre em outras partes do planeta, onde quase não chove, a nossa seca está relacionada mais ao gerenciamento e à defi nição de políticas públicas do que realmente à ausência de chuvas. Além disso, se você olhar em um “mapa mundi”, constatará que os grandes desertos de nosso planeta se encontram próximos ao equador.

ExemplosSuponhamos uma casa no sertão, cuja área coberta seja de 50m2. Através de calhas,

os moradores dessa casa conseguem armazenar toda a água de chuva que cai no telhado. Imagine um ano de estação chuvosa fraca, isto é, um ano em que a precipitação foi de apenas 360mm. Determine:

a) o volume, em litros, de água que essa família teria armazenado em uma cisterna;

b) supondo uma família de quatro pessoas, em que cada uma consumisse 30 litros de água por dia, por quanto tempo essa água armazenada duraria.

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2ª Edição Aula 08 Ciências da Natureza e Realidade 9

Atividade 4

Resoluçãoa) A chuva que caiu em um metro quadrado foi de 1,0m2 360,0mm. Para fazer esse

cálculo, temos que transformar milímetros em metros (1,0mm = 10-3m). Assim, o volume de água que caiu durante o ano foi 1,0m2 360 10-3m = 0,36 m3.Como o telhado da casa tem 50m2, então, o volume de chuva foi de 0,36 50 = 18m3. Precisamos agora transformar metros cúbicos (m3) em litros ( l ). Como 1,0m3 = 1000l, temos: 18m3 = 18 1000l = 18.000 litros. Portanto, a família armazenaria dezoito mil litros de água.

b) Queremos determinar quanto tempo essa água poderia abastecer a família. Como são quatro pessoas, e cada uma consome por dia 30l, o total diário seria de 30 X 4 = 120l. Como eles teriam armazenado 18.000l, dividindo-as 18.000/120 = 150 dias, isso corresponde a aproximadamente 5 meses de consumo de água.

Determine a área de sua casa, considerando somente a área coberta. Em um inverno no qual as precipitações chegam a 600mm, qual seria a quantidade, em litros, de água que cairia no telhado durante o ano? Determine também, considerando o número de pessoas que moram em casa, por quanto tempo essa água poderia abastecer sua família.

O Sol e o clima do Nordeste

O texto apresentado a seguir reproduz parte de uma reportagem escrita para o periódico “O Jornal”, de Afonso Bezerra/ RN, edição de 27 de outubro de 1997. Os autores do texto são professores do Departamento de Física da UFRN. Este texto apresenta uma série de

informações e termos científi cos que você aprendeu em outras aulas desta disciplina (aulas 3 e 7, por exemplo). Leia o texto e vá sublinhando ou anotando em seu caderno as palavras e/ou expressões científi cas que você já conhece. Esse é um bom procedimento de auto-avaliação.

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Aula 08 Ciências da Natureza e Realidade 2ª Edição10

Além da transferência direta de energia solar para a terra, existem outros fenômenos com origem no Sol que modifi cam os parâmetros da atmosfera terrestre. Esses fenômenos são indicativos da atividade solar, que se mede pelo número de manchas escuras solares (manchas solares) que aparecem no Sol. Geralmente quando o sol se encontra muito ativo ocorrem as erupções solares em que partículas de alta energia são ejetadas em direção da terra interagindo fortemente com o campo magnético da terra produzindo tempestades magnéticas. [...] A estação chuvosa no sertão nordestino compreende o período entre os meses de fevereiro a maio. Os anos considerados muito chuvosos correspondem àqueles anos onde o número de manchas solares é baixo. Podemos citar com exatidão os seguintes períodos: 1934-1935; 1964-1965; 1974-1975. [...] As grandes secas no sertão nordestino ocorreram quando o número de manchas solares era alto. Citamos como exemplo: 1950 (330mm); 1951 (150mm) 1958 (132mm) 1970 (350mm). [...] Por que essas informações são importantes? Porque a previsão do número de manchas solares já é conhecida até o ano de 2008 e a margem de erro dessa previsão vem sendo muito pequena. [...]

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7.

Esse artigo aborda alguns pontos importantes, como a interação do Sol com a atmosfera terrestre, assunto discutido na aula 3, que levanta a questão da necessidade de termos medidas contínuas e por grandes intervalos de tempo, para fazermos uma análise estatística a qual permita alguma previsão de comportamentos futuros. Afi nal, como você deve lembrar, na primeira aula aprendemos que um dos objetivos da ciência é elaborar modelos que possibilitem a previsão de como se comportará o sistema sob estudo. No caso do artigo, os autores aventam a possibilidade de prever a ocorrência de secas a partir de um estudo do comportamento das manchas solares.

O tempo

Voltando ao que falávamos no início desta aula... Nos noticiários, quando se trata de informes meteorológicos, estamos acostumados a ouvir ou ler expressões como “frente fria”, “massa de ar estacionada” e “massa de ar polar”, para explicar o tempo. Bom,

tentaremos descobrir o que existe por trás desses termos. Para tanto, vejamos inicialmente como o ar se move.

Como você já sabe, o ar, quando em movimento provocado pelo aquecimento da superfície e da atmosfera, é chamado de vento, que tem, portanto, sua origem nas variações de temperatura e pressão atmosférica.

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2ª Edição Aula 08 Ciências da Natureza e Realidade 11

Figura 4 – Ar em movimento

B

A D

C

Suponhamos, inicialmente, uma situação em que apenas a parcela de ar situada no ponto A é aquecida pelo Sol, com isso, sua temperatura aumenta em relação, por exemplo, à parcela de ar situada no ponto B, ou seja, (TA>TB). Devido a esse aquecimento, a pressão em A diminui (PA < PB), permitindo que ela suba em direção ao B.

Como não podem fi car espaços vazios, alguma massa de ar terá de ocupar aquele deixado pela parcela que se moveu (A). Isso faz com que a parcela de ar do ponto D se desloque horizontalmente indo ocupar o espaço que seria deixado em A. Ao mesmo tempo, a parcela de ar que estava em C desce para ocupar a posição D, com isso, a parcela de ar que estava em B se desloca para C. Esse movimento chama-se vento e o ciclo A, B, C e D chama-se célula de circulação. Em nosso planeta, temos diversas células de circulação, algumas bastante grandes, como as que levam o ar quente das regiões equatoriais para as polares, outras pequenas, como as que levam o ar do mar para a praia e da praia para o mar.

Agora como você já sabe, as áreas de circulação do ar são criadas pela transferência de calor na linha do equador e, além disso, pela rotação da Terra. As células de circulação defi nem regiões restritas, específi cas – como os trópicos, de clima temperado, ou as polares, de clima frio – o que infl uencia o seu clima.

Podemos, então, enunciar uma lei geral que explica o movimento dos ventos: Primeira Lei da Circulação Atmosférica – “os ventos sempre sopram das áreas de alta pressão para as áreas de baixa pressão” (de Buys Ballot, cientista holandês, em 1800). Além disso, precisamos considerar que a Terra gira e esse movimento de rotação afeta o dos ventos. Para entendermos um pouco como isso ocorre, imagine um carrossel girando e uma pessoa querendo andar em linha reta em direção ao seu centro. Ela seria desviada dessa linha reta devido à rotação, porque, nesse caso, surge a força de Coriolis. Essa mesma força que ocorre em sistemas em movimento circular, como a Terra, irá fazer os ventos apresentarem, além do movimento meridional (norte-sul), o zonal (leste-oeste). Um dos resultados possíveis em que podemos visualizar a ação da força de Coriolis é a ocorrência de furacões como o mostrado na fi gura 5.

Explicaremos melhor essa situação analisando a fi gura a seguir na qual escolhemos uma “parcela de ar” da atmosfera e acompanhamos seu movimento.

Coriolis

A força de Coriolis aparece como um componente suplementar da força centrípeta, sendo sentida por um corpo em movimento relativo a um referencial em rotação.

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Ar mais frio

Ar mais quente

19º 22º

20º26º

22º

21º

15º

12º13º

11º14º

10º 13º

Frente Fria N

Figura 5 – Furacão Elena

A fi gura anterior mostra o furacão Elena que se movia com velocidades que alcançaram 177 km/h, devastando extensa região no Golfo do México em 1985. Em nosso país, em especial no Nordeste, não ocorrem furacões.

Você sabe por que isso ocorre?

Para que ocorram fenômenos climáticos intensos, como tornados e furacões, é necessário que surjam fortes mudanças na pressão atmosférica associadas a variações de temperatura e ao aumento de umidade do ar. Aqui, o relevo de poucas montanhas contribui para que as variações de pressão sejam modestas, não propiciando o surgimento desses eventos.

Frente friaFoi o meteorologista norueguês Vilhelm Bjerknes (1882) que cunhou o nome “frente”

(inspirado em frentes de batalhas) para explicar o movimento de grande escala do ar. Ao vento que se desloca dos pólos em direção ao equador, ele chamou de frente fria e, como uma “frente de batalha”, ela pode colidir com uma frente de ar quente que se desloca em direção aos pólos. No nosso hemisfério, as frentes frias se deslocam do pólo sul para o Equador, enquanto as massas de ar quente se deslocam do equador em direção aos pólos. Quando ocorre de uma frente fria interagir com uma massa de ar quente, na interface entre elas ocorrem as tempestades. Isso se dá porque o ar frio e, portanto mais denso na frente fria, força ainda mais para cima o ar quente, criando regiões de grandes instabilidades com ventos circulando em diversas direções

Figura 6 – Uma frente fria é uma zona onde ar frio substitui ar quente. Os valores numéricos apresentados na fi gura indicam a temperatura do ar. Fo

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Se o ar quente levantado é úmido e instável, ele condensa e forma nuvens conhecidas como nuvens cumulus e cúmulonimbus, que são de trovoadas e estão também associadas as bem conhecidas de nós nordestinos, pancadas de chuva e as rajadas de vento.

Tipos e características de algumas nuvens

Imagem Nome Características

Cirrostratus

A s s e m e l h a m - s e a u m v é u t r a n s p a r e n t e , q u e f i n a s e esbranquiçadas, não ocultam nem o Sol nem a Lua. Essas nuvens apresentam cristais de gelo e são boas precursoras da precipitação, indicando que isso pode ocorrer dentro de 12 e 24 horas.

Cumulus

São nuvens inofensivas que se desenvolvem durante manhãs quentes do verão, atingindo um crescimento considerável à tarde.

cumulonimbus

É um estágio mais avançado das

Cumulus. Sua base pode estar a 300

metros acima da superfície e o topo

pode atingir 12 quilômetros.

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Figura 7 – Existe uma classifi cação para as nuvens, a qual corresponde a dez tipos. Sugerimos que você consulte

a referência a seguir, se pretende aprofundar-se nesse assunto.

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Quando a frente fria passa e o ar volta a fi car seco, o tempo se torna bom, com o céu claro!

Também fruto de fenômenos denominados circulação global – não totalmente explicados até agora – temos os períodos de secas que afetam a vida no Nordeste brasileiro e em outras regiões do mundo, os quais estão, muitas vezes, associados a palavras como el niño e la niña, bastante comuns nos noticiários, como o que iniciou esta aula.

Mudanças climáticas globais

Vamos começar esse tópico lembrando uns versos muito conhecidos: o dia de São José. Para tanto, vejamos a seguinte notícia.

O El niño é um fenômeno típico do Oceano Pacífi co Equatorial e se caracteriza por um aquecimento anômalo das águas desse oceano, próximo ao Equador. O termo El niño foi cunhado por pescadores peruanos ainda no séc. XVIII, mas somente com o desenvolvimento de técnicas sofi sticadas de sensoriamento remoto por satélites é que se pode mapeá-lo melhor. Atualmente, sabemos que esse fenômeno, em geral, começa a se formar já no mês de maio e atinge seu pico aproximadamente sete a oito meses depois, ou seja, por volta de dezembro, quando a temperatura do Pacífi co Equatorial pode aumentar em média 5,5oC em relação à média normal. Isso faz com que os outros parâmetros associados à temperatura, na atmosfera, à pressão e à umidade naquela região aumentem muito, afetando a circulação global dos ventos. Você pode aprofundar seu conhecimento acerca desse assunto no site: http://www.cptec.inpe.br/.

ANO IX – 26 DE MARÇO DE 2005 – ANGICOS/RN

MULTIDÃO Assistiu à missa após duas grandes chuvas no dia de São José

FESTA DE SÃO JOSÉ

Milhares de devotos de São José saíram às ruas na procissão e lotaram a praça da igreja matriz para assistir missa campal

ANGICOS – O forte calor logo nas primeiras horas do dia 19, data de São José, padroeiro do município de Angicos, anunciava que o dia seria chuvoso para fazer valer a crendice popular de que chovendo no dia de São José é sinal de inverno.

Às 8h já se notava a presença de centenas de devotos de São José chegando à Praça José da Penha onde se realiza a tradicional Missa do Agricultor. O sol não dava trégua um só instante e a todo momento o olhar do agricultor estava voltado para os celebrantes da missa e para o céu.

As preces dos devotos de São José parecem que foram ouvidas e, segundos após terminar a celebração, próximo das 10h20, uma forte chuva começou a cair e molhar o chão angicano mais uma vez, isso porque na véspera do dia de São José uma chuva

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Atividade 5

Você deve ter notado que o texto anterior apresenta critérios para a previsão de chuvas. Esse é um assunto que já estudamos. Antes de continuar seu estudo, responda:

No texto jornalístico também são apresentados critérios para prever se teremos ou não uma boa estação chuvosa. Como você deve ter percebido, nenhum dos critérios se baseia na ciência como vínhamos discutindo no nosso curso. Por outro lado, baseia-se na “observação de longo prazo”, isto é, segundo o texto, tradicionalmente, quando chove no dia de São José, se terá bom inverno. Isso não leva em conta, por exemplo, que o clima do planeta tem, continuamente, passado por diversas e profundas alterações. Atualmente, o clima está mudando de forma signifi cativa. Alguns estudos prevêem que nos próximos 10 anos a temperatura média da cidade de Natal poderá aumentar cerca de 0,2oC, enquanto, no interior do Estado, essa variação seria de 0,38oC, isso supondo as condições atuais, ou seja, sem haver aumento do desmatamento, da poluição, da destruição dos mangues, por exemplo. Como sabemos que isso não vai acontecer, podemos prever elevações de temperatura muito superiores e com conseqüências muito mais graves.

Com isso, queremos dizer que a própria estação chuvosa pode ter seu início alterado e quando há essa alteração, como já ocorreu algumas vezes, temos o fenômeno da seca verde, o qual é caracterizado pelo atraso na chegada das chuvas ou irregularidade na sua distribuição. Com a ocorrência desse fenômeno, o agricultor acaba tendo prejudicada sua plantação ou, por plantar em época “errada”, ela morre, enquanto o mato começa a fl orescer. A seca verde e a própria seca não são fenômenos típicos do Nordeste brasileiro, eles ocorrem na África, na Ásia, na Austrália e na América do Norte e até em Portugal, lá na Europa.

banhou a cidade de Angicos e várias outras da Região Central. Mesmo apesar do calor nos últimos meses, os agricultores continuam acreditando que haverá outras boas chuvas, conforme diz o agricultor “João de Juca”, o clima tende a mudar nos próximos dias. Com a experiência de ter nascido e se criado no campo, “João de Juca” acredita que haverá inverno. “Pode ser inverno passageiro ou não. Que vamos ter inverno, disso não tenho dúvidas. Se Deus quiser”, confi a o agricultor observando ainda que as chuvas estejam acontecendo isoladas, “num canto sim, outro não”.

Identifi que no texto “Festa de São José” qual ou quais os critérios usados pelo repórter para dizer se vai chover. Você concorda com esse critério?

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Atividade 6

Resumo

Pense um pouco e responda: o que provoca as mudanças climáticas globais?

Hoje, sabemos que existem duas fontes principais que provocam mudanças climáticas globais. A primeira, de longo prazo, é representada pela dinâmica natural do próprio planeta, o qual ao longo de sua história já foi tremendamente quente, já foi um mundo praticamente tropical (na época dos dinossauros, por exemplo) e já foi um mundo gelado, durante o período glacial. Todas essas mudanças envolveram escalas de tempo da ordem de milhares de anos. A outra grande fonte é a atividade humana sobre o planeta. O Homem age de tal forma que as mudanças que ele provoca em poucos dias ou anos, a natureza levaria séculos para fazê-las. Assim, em pouco tempo, criamos ou destruímos montanhas, destruímos fl orestas, alteramos cursos de rios, criamos gigantescos lagos artifi ciais (como aqueles usados para as hidroelétricas) e, fi nalmente, jogamos na atmosfera uma tal quantidade de gases capazes de alterar suas propriedades físicas e químicas.

Com uma ação tão intensa, não seria de se admirar que o clima de nosso planeta sofresse mudanças signifi cativas e cujas conseqüências fossem ainda hoje imprevisíveis e motivo de debates entre cientistas, políticos e a sociedade.

Nesta aula, vimos que os conceitos de clima e tempo são distintos e que o tempo varia bastante em uma mesma região de acordo com a hora do dia e a época do ano. Por outro lado, entendemos que o clima representa o comportamento médio e é o parâmetro mais estável, permitindo assim, caracterizar uma dada região geográfi ca. Vimos também que, fruto da inclinação do eixo da Terra, existem as estações do ano e que a mudança de uma estação para outra é pouco notada pelas pessoas que moram próximo ao equador geográfi co.

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1

2

Auto-avaliação Faça uma pesquisa sobre o chamado “Protocolo de Kyoto” (consulte, por exemplo, o site: www.greenpeace.org.br/clima/pdf/protocolo_kyoto.pdf) e escreva um texto em forma de reportagem tratando desse assunto.

Compare o texto “Festa de São José” com o texto “O Sol e o clima no Nordeste”, observando os pontos abaixo:

a) identifi que as semelhanças ou diferenças de linguagem;

b) ambos falam de previsão de chuvas. Qual, nesse caso, é a principal diferença entre eles?

Protocolo de Kyoto

Em Kyoto, Japão, em 1997, foi assinado o Protocolo de Kyoto, um novo componente da Convenção que contém, pela primeira vez, um acordo vinculante que compromete os países do Norte a reduzir suas emissões de gases poluentes. (GREEENPEACE, 2005)

ReferênciasCPETEC – Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos. Disponível em: <http://www.cptec.inpe.br/>. Acesso em: 15 maio 2005.

Classifi cação das nuvens. Disponível em: <http://www.brasgreco.com/weather/nuvens/n_tipos.html>. Acesso em: 15 maio 2005.

Frentes frias. Disponível em: <http://www.brasgreco.com/weather/frentes/f_frias.html>. Acesso em: 15 maio 2005.

BONELLI, E.; MEDEIROS, R.T.; BORBA, G.L. O Sol e a seca no Nordeste. O Jornal (Afonso Bezerra/RN), 27 de out./1997.

EMPARN – Empresa de Pesquisa Agropecuária Rio Grande do Norte. Disponível em: <www.emparn.gov.br>. Acesso em: 20 maio 2005.

GREENPEACE. Campanha energia: protocolo de Kyoto. Disponível em: <www.greenpeace.org.br/clima/pdf/protocolo_kyoto.pdf>. Acesso em: 15 maio 2005.

JORNAL CENTRAL, v. 7, mar./, 2005. Disponível em: <www.jornalcentral.com.br>. Acesso em: 12 maio 2005.

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Movimento anual do sol e as estações do ano. Disponível em: <http://astro.if.ufrgs.br/tempo.mas.htm>. Acesso em: 12 maio 2005.

MIRANDA, Evaristo Eduardo. Queimadas. Disponível em: <http://www.mre.gov.br/cdbrasil/itamaraty/web/port/meioamb/ecossist/queimada/index.htm>. Acesso em: 25 maio 2005.

The physical environment. Disponível em: <http://www.uwsp.edu/geo/faculty/ritter/glossary/A_D/alpine_glacier.html>. Acesso em: 20 maio 2005.

Wikipedia: a enciclopédia livre. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Imagem:300px-Atacama.jpg>. Acesso em: 25 maio 2005.

SONNEMAKER, João Baptista. Meteorologia. 13.ed. São Paulo: Artes Gráfi cas LTDA, 1991.

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Anotações

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Anotações

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EMENTA

> Franklin Nelson da Cruz

> Gilvan Luiz Borba

> Luiz Roberto Diz de Abreu

A Ciência e seus métodos, levantamento da realidade local, o Universo, o Sistema Solar e a Terra, a atmosfera e o clima, a biosfera, a hidrografi a, a fl ora e a fauna, a interferência humana no meio ambiente, uma primeira identifi cação de problemas ambientais.

CIÊNCIAS DA NATUREZA E REALIDADE – INTERDISCIPLINAR

AUTORES

AULAS

01 Situando a Ciência no Espaço e no Tempo

02 A Terra – litosfera e hidrosfera

03 A Terra – atmosfera

04 Bioma Caatinga – recursos minerais

05 Bioma Caatinga – recursos hídricos

06 Bioma Caatinga – recursos fl orestais e fauna

07 Interação Sol – Terra: fl uxos de Energia

08 Clima e tempo

09 O Homem – origens

10 A Hipótese Gaia

11 Poluição

12 Ciência e ética

13 Ciência, Tecnologia e Sociedade

14 Universo: uma breve apresentação

15 O Nordeste, o Homem e a Seca: natureza de uma realidade

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