autores - proead · econômica de portugal para efetivar a colonização da américa portuguesa....

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Antonio Albuquerque da Costa Paulo Sérgio Cunha Farias Formação Territorial do Brasil DISCIPLINA A territorialização de fato do colonizador português: as capitanias hereditárias e a plantation açucareira. Autores aula 04 VERSÃO DO PROFESSOR VERSÃO DO PROFESSOR Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ___/___/___ Nome:______________________________________

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Antonio Albuquerque da Costa

Paulo Sérgio Cunha Farias

Formação Territorial do BrasilD I S C I P L I N A

A territorialização de fato do colonizador português:

as capitanias hereditárias e a plantation açucareira.

Autores

aula

04

VERSÃO DO PROFESSORVERSÃO DO PROFESSOR

Material APROVADO (conteúdo e imagens)(conteúdo e imagens) Data: ___/___/___ 

Nome:______________________________________

Aula 04  Formação Territorial do BrasilCopyright  ©  2008  Todos  os  direitos  reservados.  Nenhuma  parte  deste  material  pode  ser  utilizada  ou  reproduzida  sem  a  autorização  expressa  da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte e da UEPB - Universidade Estadual da Paraíba.

Governo Federal

Presidente da RepúblicaLuiz Inácio Lula da Silva

Ministro da EducaçãoFernando Haddad

Secretário de Educação a Distância – SEEDCarlos Eduardo Bielschowsky

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

ReitorJosé Ivonildo do Rêgo

Vice-ReitoraÂngela Maria Paiva Cruz

Secretária de Educação a DistânciaVera Lúcia do Amaral

Universidade Estadual da Paraíba

ReitoraMarlene Alves Sousa Luna

Vice-ReitorAldo Bezerra Maciel

Coordenadora Institucional de Programas Especiais - CIPEEliane de Moura Silva

Coordenador de EdiçãoAry Sergio Braga Olinisky

Projeto GráficoIvana Lima (UFRN)

Revisora TipográficaNouraide Queiroz (UFRN)

IlustradoraCarolina Costa (UFRN)

Editoração de ImagensAdauto Harley (UFRN)Carolina Costa (UFRN)

DiagramadoresIvana Lima (UFRN)

Johann Jean Evangelista de Melo (UFRN) Mariana Araújo (UFRN) 

Vitor Gomes Pimentel

Revisora de Estrutura e LinguagemRossana Delmar de Lima Arcoverde (UFCG)

Revisora de Língua PortuguesaMaria Divanira de Lima Arcoverde (UEPB)

Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Central - UEPB

Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ___/___/___ Nome:______________________

VERSÃO DO PROFESSOR

Aula 04  Formação Territorial do Brasil 1

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Copyright  ©  2008  Todos  os  direitos  reservados.  Nenhuma  parte  deste  material  pode  ser  utilizada  ou  reproduzida  sem  a  autorização  expressa  daUFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte e da UEPB - Universidade Estadual da Paraíba.

Governo Federal

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Projeto Gráfi coIvana Lima (UFRN)

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Revisora de Estrutura e LinguagemRossana Delmar de Lima Arcoverde (UFCG)

Revisora de Língua PortuguesaMaria Divanira de Lima Arcoverde (UEPB)

Ficha catalográfi ca elaborada pela Biblioteca Central - UEPB

Apresentação

Na aula anterior tivemos a oportunidade de discutir com você as primeiras formas de territorialização dos lusitanos na América Portuguesa após a chegada nela da expedição de Cabral em 1500. Na oportunidade, foi mostrado que as primeiras formas de territorialização 

portuguesa se caracterizou por sua fragilidade, já que se resumiu ao estabelecimento de algumas feitorias em pontos estratégicos do litoral. Estas feitorias tinham como função viabilizar a prática do escambo entre os portugueses e as populações nativas (os índios). Dessa forma, o escambo se constituiu numa prática de comércio entre índios e portugueses, na qual os primeiros trocaram sua força de trabalho para extração dos produtos da terra com as bugigangas dos segundos. Nesse tipo de comércio o produto da terra que mais interessava aos portugueses foi o pau-brasil, vegetal muito requisitado na Europa por fornecer o corante vermelho para o tingimento de tecidos. Nesse sentido, as feitorias compuseram uma territorialidade frágil já que refl etiam “a presença colonial frágil, que estava, portanto, longe de confi gurar uma verdadeira estratégia de ocupação e domínio de um território”. (COSTA, 1991, p.27-28).

Contudo, após as três primeiras décadas depois de 1500, os portugueses resolveram, apesar de todas as difi culdades concernentes à disponibilidade de recursos humanos e fi nanceiros, colonizar de fato os territórios “descobertos”, estabelecendo, desse modo, sua territorialização de fato na América Portuguesa.

Nesta aula, vamos nos reportar aos fatos que impulsionaram os portugueses a ocupar e colonizar a América Portuguesa. Deteremos-nos, ainda, sobre as estratégias jurídico-política e administrativas bem como as estratégias econômicas utilizadas pelos portugueses para se apropriarem de fato desses territórios e inseri-los, produtivamente, nos circuitos do mercantilismo europeu.

Destarte, é primordial que você estude atenciosamente o conteúdo desta aula, realize as atividades e, em caso de dúvida, busque esclarecimento com o tutor ou professor da disciplina.

ObjetivosCom esta aula, esperamos que você:

Conheça os motivos que levaram a Portugal ocupar e colonizar a América Portuguesa de fato.

Conheça as estratégias jurídico-políticas e administrativas utilizadas por Portugal para realizar a gestão do território da América Portuguesa.

Perceba  a  plantation  como  a  primeira  estratégia econômica de Portugal para efetivar a colonização da América Portuguesa.

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VERSÃO DO PROFESSOR

Aula 04  Formação Territorial do Brasil2 Aula 04  Formação Territorial do Brasil

Retornando ao assunto da nossa aula.

O questionamento do “testamento de Adão”: os confl itos por territorialidade e a ocupação portuguesa de fato da sua posse na América.

Vamos conversar um pouco sobre os fatores que motivaram a Portugal ocupar e colonizar de fato a América Portuguesa. Segundo Novais (1981), a ocupação e o domínio do território, a territorialização de fato do colonizador português, obedeceram, 

de início, a preocupações antes de tudo políticas. Com a ocupação de fato dos seus territórios na América, Portugal visava preservar a sua posse, já então disputada pelos corsários holandeses, ingleses e franceses.

É fato quase inconteste no campo da historiografi a, que as nações excluídas da partilha do mundo –Tratado de Tordesilhas, que privilegiou as potências mercantilistas ibéricas, não aceitaram e não reconheceram essa divisão privilegiadora de Portugal e da Espanha. Por ter sido endossada através de bula papal assinada por Alexandre VI, o Tratado de Tordesilhas, que legitimava a fragmentação do mundo entre Portugal e Espanha, excluindo as demais potências colonialistas, ávidas por territórios importantes aos seus processos de acumulação primitiva de capitais, foi nomeado pelas potências mercantilistas excluídas de “testamento de Adão”.

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VERSÃO DO PROFESSORVERSÃO DO PROFESSOR

Aula 04  Formação Territorial do Brasil Aula 04  Formação Territorial do Brasil 3

Atividade 1

Por não reconhecer ou aceitar Portugal e Espanha como únicos privilegiados na corrida à expansão territorial, países como a Inglaterra, a França e a Holanda se achavam no direito de explorar, ocupar e colonizar territórios no Novo Mundo.

Como ressalta Andrade (2003, p. 30-31), os franceses, estimulados pelo seu governo, passaram a navegar na costa brasileira, entrando em contato com os indígenas e desenvolvendo o comércio na base do escambo, da troca de mercadorias. As disputas entre franceses e os indígenas que a eles se aliaram contra os portugueses foram intensas. Aliás, a luta dos franceses para fundar colônias permanentes no Rio de Janeiro e no Maranhão ao longo de todo o século XVI dá conta da não aceitação das normas regulatórias que dividiam o mundo descoberto entre Portugal e a Espanha. Conforme atesta Costa (1991, p. 38), a pressão das outras potências mercantilistas sobre o território “descoberto” ocorriam ao sul (Bacia do Prata), ao longo da costa e na foz do Amazonas.

Não obstante, como exemplifi cam os vários territórios colonizados pelos franceses, ingleses e holandeses em todas as partes do continente americano, a ameaça era concreta e Portugal teria que ocupar sua colônia de fato se não quisesse perdê-la para outras potências mercantilistas da época. Assim, foi a estratégia política de ocupar para não perder, em um contexto de disputas territoriais intensas entre as nações mercantilistas da Europa, que levou à territorialização portuguesa na porção do continente americano que o Tratado de Tordesilhas defi nia como seu.

Contudo, como ocupar de fato? Como viabilizar o domínio e o controle sobre um território tão vasto? Que atividade econômica rentável poderia ser desenvolvida em um território que, no inicio, não apresentou a abundância de metais precisos como alguns territórios coloniais da Espanha? Como empreender uma empresa colonizadora cara e necessitada de braços para o trabalho quando Portugal apresentava escassez fi nanceira e de recursos humanos?

É sobre essas questões que conversaremos com você a partir de agora. Por isso, muita atenção, para não perder o foco da nossa discussão. Mas, antes disso, veja o que você aprendeu até agora.

Observe a representação cartográfi ca da divisão do continente americano entre as potências colonialistas européias e responda:

Colonização européia das Américas em 1750. 

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VERSÃO DO PROFESSOR

Aula 04  Formação Territorial do Brasil4 Aula 04  Formação Territorial do Brasil

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Colonização européiadas Américas em 1750

Território português

Território reivindicado por Espanha

Território espanhol

Território britânico

Território russo

Território francês reivindicado pelaGrã-Bretanha

Território francês

Comparado  o  mapa  acima  com  o  do  Tratado  de  Tordesilhas  (ver  aula  2),  que conclusões você tira sobre os domínios territoriais dos espanhóis e dos portugueses no continente americano?

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Aula 04  Formação Territorial do Brasil Aula 04  Formação Territorial do Brasil 5

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3

Pode-se afi rmar que, na prática, o Tratado de Tordesilhas se transformou em “letra morta”? Justifi que.

A partilha colonial ainda interfere até hoje na forma de regionalização do continente americano? Justifi que.

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Aula 04  Formação Territorial do Brasil6 Aula 04  Formação Territorial do Brasil

Vamos voltar ao nosso papo?

A fragmentação territorial e a parceria público/privada como estratégia para a ocupação e domínio do território colonial: as capitanias hereditárias.

Você já deve ter percebido que as ameaças de invasão dos territórios portugueses por corsários de outras potências mercantilistas européias – especialmente os da França, levaram os portugueses a assentarem bases mais sólidas para a ocupação dos territórios 

que lhes couberam no continente americano. 

Agora vamos bater um papo sobre as estratégias utilizadas por Portugal para se territorializar de fato no espaço colonial “descoberto” em 1500.

Como já discutimos, Portugal não dispunha de recursos para conquistar e povoar tão extensas terras. Nesse sentido, você sabe como esta potência mercantilista procedeu para viabilizar a conquista e o povoamento do Brasil? Portugal, através da resolução de D. João III, implantou no Brasil o sistema das capitanias hereditárias, que havia obtido grande sucesso nas ilhas do Atlântico – Açores, Madeira e Cabo Verde.

Diferentemente das capitanias hereditárias das ilhas do Atlântico, as localizadas no Brasil tinham grande extensão, foram demarcadas na costa, estendendo-se até a linha imaginária do Meridiano de Tordesilhas. Assim, Portugal fragmentou o seu território em 15 lotes e 12 capitanias hereditárias – Martim Afonso de Sousa foi aquinhoado com dois lotes e seu irmão, Pero Lopes de Sousa com Três. (ver fi gura 01)

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Aula 04  Formação Territorial do Brasil Aula 04  Formação Territorial do Brasil 7

Figura 01Fo

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3. 

Como ressalta Manuel Correia de Andrade:

Para dirigir as capitanias, selecionou orei um grupo de pessoas de posição social elevada [os donatários], embora não de alta nobreza. Assim, os donatários foram quase sempre pessoas experientes nas guerras da África e da Índia ou funcionários burocratas de alta categoria do Reino (ANDRADE, 2003, p. 34).

Como você pode perceber, sem recursos para empreender a conquista do Brasil, o Estado Português foi obrigado a fragmentar seu território colonial e entregar a sua gestão a iniciativa privada.

Considerando que o território é um espaço defi nido e delimitado por e a partir de relações de poder, podemos aferir que a estratégia de fragmentação do território do Brasil representava a própria fragmentação do poder, haja visto que

Ao investir um capitão-mor na posse da capitania, o rei emitia dois documentos: a Carta de Doação e o Foral. Na primeira era estabelecida uma série de direitos, que permitiam aos donatários governarem os lotes de terra que recebiam. Na verdade esses direitos 

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VERSÃO DO PROFESSOR

Aula 04  Formação Territorial do Brasil8 Aula 04  Formação Territorial do Brasil

Capitão-mor

Também chamado de capitão-donatário ou 

capitão do donatário tinha a função de zelar pelos interesses do donatário 

em sua capitania e servir como interlocutor entre a população e o donatário.

Tinha como remuneração 10% sobre os rendimentos 

da capitania que administrava. Em alguns 

casos o cargo era também hereditário. 

Donatário

Pessoa a quem o rei delegava seu poder sobre 

um território. O mesmo teria que administrar, 

procurando colonizar e aproveitar os recursos 

mediante o pagamento e a obediência as imposições 

reais Esse sistema de doação territorial e 

hereditariedade remonta a Idade Média e já se 

encontrava em desuso na Europa.

eram quase majestáticos [...]. No Foral, o rei especifi cava os direitos que a Coroa manteria sobre a Colônia [...] (ANDRADE, 2003, p.36-44).

Os donatários dispunham de poderes quase absolutos para gerir a capitania e para controlar a população que nela vivia. Contudo, mesmo imbuídos de poderes quase absolutos sobre o território e as pessoas que nele viviam ou viessem a nele viver, não tiveram os donatários, nos primeiros vinte anos de colonização, sempre em luta com os indígenas que resistiam a desterritorialização imposta pelo colonizador, condições para fazer mais do que instalar algumas vilas no litoral e iniciar o povoamento das áreas vizinhas, levantar casa de farinha e engenhos de açúcar (ver fi gura 02)

Figura 02 – No primeiro plano encontra-se a Casa Grande e as Senzalas; no segundo plano podemos ver o Engenho; no terceiro plano a Capela.

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008.

A carência de recursos e de mão-de-obra, a distância da Metrópole e de uma autoridade que lhes apoiassem, o desconhecimento do território e a resistência indígena à desterritorialização (que se via despojados de suas terras e de sua caça) fi zeram com que o progresso da capitanias fosse lento, muitas vezes, levando-as à própria destruição.

Ainda como nos diz Manuel Correia de Andrade:

[...] Nem sempre esses homens [os donatários] sabiam combinar a energia e a capacidade de organização militar da conquista com a habilidade política no tratamento dos colonos e dos índios. Daí muitas capitanias não terem tido qualquer início de povoamento, enquanto em outras o povoamento iniciado com algum êxito fracassou depois, em face do ataque dos índios - Ilhéus, Porto Seguro e Paraíba do Sul – ou em face da falta de autoridade do capitão-mor como no Espírito Santo. (ANDRADE, 2003, p. 37)

Como podemos perceber, a fragmentação do território colonial em capitanias hereditárias entregues para gestão à iniciativa privada (capitão-mor ou donatário) se revelam um insucesso para o Estado português. Conforme afi rma Manuel Correia de Andrade

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VERSÃO DO PROFESSOR

Aula 04  Formação Territorial do Brasil Aula 04  Formação Territorial do Brasil 9

Atividade 2

1

2

[...] As quinze capitanias tiveram destinos bem diferentes, e um grupo delas não chegou a ter iniciada a sua ocupação como Maranhão, Ceará e Santana, ou porque os donatários não tiveram condições ou porque fracassaram; um outro grupo, formado por Itamaracá, Ilhéus, Porto Seguro, Espírito Santo, Paraíba do Sul e Santo Amaro, teve início de povoamento com a implantação de vilas e engenhos de açúcar, mas fracassou em decorrência de divergência entre os colonos, de incompetência e falta de recursos dos donatários ou à reação indígena; só duas, Pernambuco e São Vicente, prosperaram, com a expansão das culturas tropicais e coma implantação de vilas e povoados. (ANDRADE, 2003, p. 31-32).

A iniciativa de colonizar o Brasil através do sistema privado de capitanias hereditárias se mostrou hipertrofi ada. Nesse sentido, Portugal substituiu-a pela iniciativa pública, ao estabelecer o sistema de Governo-Geral. Mas, antes de conversarmos sobre isso, vamos, primeiramente, avaliar o que você aprendeu com nossa conversa anterior.

Avalie sua aprendizagem.

Observe o Mapa abaixo

No  mapa,  destaque  (pintando  ou  hachuriando)  as  duas  capitanias que,  relativamente,  prosperaram.  Explique  porque  essas  capitanias tiveram um progresso maior que as demais.

Em qual ou quais capitanias o território do seu Estado estava inserido? Pesquise e comente sobre a formação territorial do seu Estado e do seu município.

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VERSÃO DO PROFESSOR

Aula 04  Formação Territorial do Brasil10 Aula 04  Formação Territorial do Brasil

sua

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osta 1.

2.

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VERSÃO DO PROFESSOR

Aula 04  Formação Territorial do Brasil Aula 04  Formação Territorial do Brasil 11

Ordenações

Codifi cação das leis em vigor, que se fazia, na monarquia portuguesa, em quatro ocasiões: nos reinados de Afonso V (ordenações Afonsinas), de D Manuel I (Ordenações Manuelinas), de D. Sebastião (Código Sebastiônico) e de Filipe II (Ordenações Filipinas).

Retomando nossa conversa.

Triste do poder que não pode: o domínio, o controle e a gestão do território colonial através do sistema de governo-geral.

Atenção pessoal! Responderam com êxito a atividade 2, descobriram com ela eventos interessantes da história territorial do seu Estado e do seu município? Ótimo! Então voltemos a nossa conversa sobre as estratégias de domínio, controle e gestão do 

território colonial usada pela Coroa Portuguesa. Manuel Correia de Andrade, um geógrafo perspicaz da formação territorial do Brasil, afi rma que:

Em dezembro de 1548, era criado o Governo-Geral para o Brasil, devendo ser construídas na capitania da Bahia, que retornara à Coroa, uma fortaleza e uma povoação para servirem de sede ao mesmo. A iniciativa pública iria, aos poucos, substituir a iniciativa privada, hipertrofi ada pelo sistema de capitanias. Essas continuaram a existir, mas haveria no Brasil um governador geral com poder superior ao dos donatários, e outras autoridades que fi scalizariam a justiça, a fazenda e a defesa. O governador deveria, em princípio, permanecer apenas três anos no cargo, mas o terceiro governador geral dirigiu o país durante 15 anos, de 1557 a 1572, por conveniência da Coroa. (ANDRADE, 2003, p. 41).

Mas você sabe quais eram os atributos – os direitos e os deveres dos governadores gerais instituídos para administrar a colônia portuguesa? É necessário antes de responder esta pergunta para você, deixar claro que os direitos e deveres dos governadores foram estabelecidos no Regimento, chamando de Tomé de Sousa – nome do primeiro gorvernador-geral, que vigorou de 1548 a 1677, como se fosse uma verdadeira constituição. Mas então, o que dizia, em termos de direitos e de deveres dos governadores gerais esse Regimento? Segundo o Regimento, “[...] caberia ao governado fi scalizar e auxiliar as capitanias, promover o povoamento, fundar cidades e vilas, supervisionar as relações entre colonos e índios, evitar e impedir abusos de autoridades e defender a costa” (ANDRADE, op cit., p. 41).

O governador geral empreendia sozinho a missão de domínio, controle e gestão do território colonial? Nossa resposta para você é não. Ele era auxiliado por três autoridades especializadas: o ouvidor-geral, a quem cabia a aplicação da justiça, visando o respeito aos direitos dos colonos estabelecidos pelas ordenações;o provedor-mor da Fazenda, encarregado da fi scalização da cobrança de impostos e da arrecadação dos direitos da Coroa, e o capitão-

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VERSÃO DO PROFESSOR

Aula 04  Formação Territorial do Brasil12 Aula 04  Formação Territorial do Brasil

O Bispado do Brasil

Foi criado em 1550, na administração de Tomé de 

Sousa, e teve nomeado como primeiro bispo D. 

Pero Fernandes Sardinha. 

A Companhia de Jesus

É uma ordem religiosa fundada em 1534 por estudantes da 

Universidade de Paris. Essa Ordem teve como líder Ignácio Lopes de 

Loiola (de origem basca). Seus membros são 

conhecidos como jesuítas, os quais, se tornaram 

conhecidos pelo trabalho missionário e educacional 

que desenvolveram nas colônias espanholas e 

portuguesas da América.

Câmaras Municipais

Eram formadas por vereadores eleitos pelos “homens bons”, ou seja, 

os proprietários das Sesmarias.

União Ibérica

Trata-se da união da coroa espanhola e portuguesa, 

que durou de 1580 até 1640, nesse ano a 

monarquia portuguesa restaurou a sua soberania.

mor, a quem cabia a coordenação de defesa da Colônia em face do pequeno número de povoações e vilas existentes no extenso litoral e da constante ameaça de invasão por parte dos ingleses, franceses e holandeses (ANDRADE, 2003, p. 41).

A historiografi a clássica brasileira destaca o papel especial de três governadores gerais: Tomé de Sousa, que se instalou na Bahia de Todos os Santos e construiu a cidade de Salvador, combateu a resistência indígena a desterritorialização imposta pelo colonizador, distribuiu terras aos colonos e apoiou os jesuítas que vieram em sua companhia, no trabalho de catequese e de desregramento de costumes dos colonos; D. Duarte da Costa, que se mostrou menos hábil e enérgico que o primeiro, realizando um governo muito tumultuado, com guerras contra os índios e com lutas políticas contra o bispado; e Mem de Sá; que, na sua longa administração, contando com o apoio da Companhia de Jesus, conseguiu na sua autoridade governamental, conter a revolta dos índios, expandir o povoamento de origem européia na colônia e possibilitar o crescimento econômico da colônia, transformada na principal fornecedora de açúcar ao mercado europeu. 

Mas será que esses governadores gerais dispunham de tantos poderes assim? Em tese o governador geral tinha poderes quase ilimitados e supremacia hierárquica sobre os donatários. Contudo, como observam alguns historiadores, na prática, sua autoridade nunca ultrapassou os limites da Bahia e das capitanias mais próximas. A grande extensão do território e os precários meios de circulação, bem como o interesse da Coroa em estabelecer relações diretas com as capitanias, garantiam a autonomia dos donatários.

Pois é pessoal, triste do poder que não pode. Assim, destituídos na prática do poder para dominar, controlar e gerir o território, os governadores gerais tinham que aceitar o poder dos donatários das capitanias. Esses continuaram dispondo da prerrogativa para implantar povoados e levá-los à condição de vila. Nas vilas, organizava-se um poder municipal, que servia como suporte para a defesa do território, a cobrança de tributos e a ocupação produtiva da terra.

Nos séculos XVI e XVII, o poder local era decisivo e perceptível no conjunto de leis da época. Este conferia às Câmaras Municipais estabelecer preços dos produtos, criar impostos, aceitar ou recusar funcionários nomeados pela Coroa e legislar sobre o comércio regional. O grau de autonomia das Câmaras Municipais, por vezes, era tão grande, que algumas delas chegaram a dispor de representantes em Portugal, fi ncando relações diretas com a metrópole, desconsiderando as instâncias de poderes maiores da Colônia: os donatários e o Governo-Geral.

Mesmo instituindo o sistema de domínio, controle e gestão do território através da criação do Governo-Geral, a Coroa portuguesa sempre olhou com desconfi ança e temor a formação de um centro de poder unifi cado nas suas colônias na América.

Contudo, o sistema de Governo-Geral durou, nesses moldes, até aproximadamente o período da União Ibérica. Mas, este capítulo da formação territorial do Brasil vai ser contado pra você em outra das nossas conversas ao longo da nossa disciplina.

Agora é importante que você teste a sua aprendizagem respondendo a atividade 3.

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VERSÃO DO PROFESSOR

Aula 04  Formação Territorial do Brasil Aula 04  Formação Territorial do Brasil 13

Atividade 3

sua

resp

osta

Vamos refl etir um pouco sobre o que discutimos nesse capítulo?

Importante.

Leia  outras  fontes,  especialmente  as  sugestões  de  leituras  complementares que apresentamos no fi nal da aula, pare, pense e responda.

Como, apesar da fragmentação do poder político, a Coroa portuguesa manteve a integridade dos seus territórios coloniais no Novo Mundo?

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VERSÃO DO PROFESSOR

Aula 04  Formação Territorial do Brasil14 Aula 04  Formação Territorial do Brasil

O Poder amargo do açúcar

O título desse item da nossa aula foi tomado 

de empréstimo a partir do título da coletânea “O 

Poder amargo do açúcar: produtores escravizados, 

consumidores proletarizados” do antropólogo norte-

americano Sidney W. Mintz (2003), por considerarmos 

que traduz bem toda a situação sócio-econômica 

e ambiental provocada pela cultura açucareira ao 

nosso espaço. 

Plantation

É o sistema agrícola introduzida pelos europeus nas suas colônias tropicais 

a partir do século XVI, baseado nas monoculturas 

de gêneros agrícolas tropicais em latifúndios pra atender ao mercado externo com o emprego 

de grandes investimentos de capitais e a utilização 

grandes latifúndios e o emprego de numerosa mão-de-obra escrava.

Vamos retomar nossa conversa?

O Poder amargo do açúcar: a plantation açucareira.

Teve difi culdade para responder a atividade 3? Lembre-se que as leituras complementares indicadas e o tutor ou professor podem sempre lhe auxiliar na superação das barreiras que impedem a concretização da sua aprendizagem.

Até aqui conversamos com você sobre as estratégias políticas para a ocupação e para o domínio pelos lusitanos dos territórios que por direito de “descoberta” lhes pertencia na América. Mas, é importante lembrar para você, era preciso também afi rmar a ocupação e o domínio desses territórios, através dos seus usos para a prática de atividades econômicas.

Na ausência, de inicio, de metais preciosos, esses só vieram a ser descobertos no século XVII, nas Minas Gerais, a grande opção para ocupar produtivamente à terra foi a cana-de-açúcar – matéria-prima para a produção de açúcar, produto esse muito requisitado pelo mercado europeu.

Para Andrade (2003, p. 46), podemos afi rmar que a colonização do espaço brasileiro foi iniciado com a implantação e o desenvolvimento da cultura da cana-de-açúcar. O interesse português por esse produto é compreensível porque o mesmo originado da Índia e que tivera sua cultura disseminada pelas ilhas do Mediterrâneo e pelo sul da Península Ibérica, fora transferido pelos portugueses para as ilhas do Atlântico – Madeira, Açores e Cabo Verde - onde apresentou ótima produtividade. (Ver fi gura 03)

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VERSÃO DO PROFESSOR

Aula 04  Formação Territorial do Brasil Aula 04  Formação Territorial do Brasil 15

A costa oriental  brasileira  apresentava  condições  edafoclimatológicas bastante susceptíveis à cultura da cana-de-açúcar – trechos de solos aluviais férteis (massapé) e clima tropical, com temperaturas elevadas durante todo o ano e chuvas abundantes. Em um período de ausência de técnicas agrícolas modernas capazes de corrigir e monitorar à natureza, os fatores edafoclimáticos da costa brasileira, especialmente da nordestina, criaram condições sine qua non para o sucesso e o desenvolvimento da cana-de-açúcar no espaço colonial português no continente americano. Não obstante, esses fatores não eram sufi cientes para fi xar territorialmente a produção da cana-de-açúcar na costa oriental da colônia, era preciso que o empreendimento estivesse o mais próximo possível da costa e dos melhores portos, haja visto que o produto fi nal (o açúcar) se destinava à exportação; seria necessária a mobilização de braços e de capitais com os quais se implantariam as infra-estruturas essenciais à rentabilidade do empreendimento.

Você sabe como os portugueses resolveram isso? Não sabe!? Pois fi que sabendo que para resolver a questão da mão-de-obra, os portugueses raciocinavam da seguinte maneira: os serviços não especializados seriam executados pelos indígenas, que os portugueses acreditavam ser abundantes, e, na falta desses, poderiam utilizar escravos negros, preados na costa da África, que fornecia braços necessários à mesma cultura nas ilhas do Atlântico. Portugueses, aventureiros, degredados, ou pessoas com desejo de enriquecer, seriam estimulados a se transferir para o Novo Mundo, fornecendo ao novo empreendimento quadro dirigentes, em graus hierárquicos, diferentes de suas posses e de sua classe social. (ANDRADE, 2003, p. 41).

Contudo, é bom lembrar para você que, apesar do uso intenso e contínuo da mão-de-obra escrava do indígena, foi a mão-de-obra escrava do negro africano a preferida e a mais utilizada nos campos de cultivo da cana-de-açúcar e nos engenhos onde era processada e transformada no açúcar destinado ao mercado europeu. Existe uma corrente de historiadores que defendem que a preferência pelo escravo africano devia-se ao fato deste se constituir numa mercadoria rentável para os comerciantes metropolitanos, ao contrário dos recursos gerados pela venda do indígena escravizado que circulava no interior do espaço colonial.

Destarte, com a criação das capitanias hereditárias quase  todos os donatários introduziram mudas de cana-de-açúcar e montaram engenhos à tração animal (ver fi gura 04) em suas capitanias. Porém, a agricultura canavieira só se desenvolveu aceleradamente, no século XVI, apenas nas capitanias de Pernambuco, então chamada de Nova Lusitânia, e na Bahia; os poucos engenhos instalados em Ilhéus, Porto Seguro, Espírito Santo, Rio de janeiro e São Vicente destinaram-se mais ao abastecimento local do que a exportação. (ANDRADE, 2003, p. 46 - 47). 

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VERSÃO DO PROFESSOR

Aula 04  Formação Territorial do Brasil16 Aula 04  Formação Territorial do Brasil

Flamengos

Denominação utilizada para designar o habitante 

de Flandres, região localizada no norte da 

Bélgica. 

Holandeses

Termo que popularmente é utilizado para designar todos os habitantes dos 

Países Baixos. O topônimo “Holanda” também é 

comumente empregado em detrimento de “Paises Baixos” que é um Estado-

Nação formado por 12 províncias das quais 

apenas duas são Holanda de fato (Holanda do Norte 

que tem como capital Haarlem, e Holanda do Sul 

cuja capital é Haia).

Figura 04 – Engenho a Tração Animal

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Quais foram os motivos que resultaram nessa diferenciação de desenvolvimento da agroindústria açucareira entre as capitanias?

Vejamos o que nos fala sobre isso Manuel Correia de Andrade:

Tal fato resultou, sem dúvida, de fi carem as duas capitanias nordestinas [Pernambuco e Bahia] mais próximas da Europa, do mercado consumidor, o que diminuía o frete e o tempo de transporte, e de terem possuído, logo nos primeiros anos, governos estáveis – Pernambuco, com o donatário Duarte Coelho Pereira e a Bahia, após a criação do Governo-Geral, com os governantes Tomé de Sousa e Mem de Sá. (ANDRADE, 2003, p. 47).

Todavia, existia outras questões fundamentais que precisavam ser resolvidas: a obtenção de créditos a longo prazo para fi nanciar a montagem das infra-estruturas da produção. Sabe-se que a cana-de-açúcar tem um ciclo vegetativo longo, de 18 meses, e o seu benefi ciamento era feito em engenhos cuja montagem requeria muito dinheiro. A pequena quantidade de índios na costa –estes haviam sido, em grande parte, dizimados nas lutas de conquista ou pelas doenças européias, antes inexistentes, trazidas pelo colonizador, e em grande parte fugidos para o interior, obrigou os colonizadores a recorrer ao braço do escravo negro africano, que era muito caro no mercado internacional. Além disso, o transporte do açúcar para a Europa e a sua colocação no mercado consumidor demandavam o investimento de grandes capitais. Então como resolver isso já que Portugal estava com suas fi nanças arrasadas pelas companhias de conquista no Atlântico, na costa africana e, principalmente, no Oriente?

Segundo Andrade (2003, p. 47), para obter créditos e fi nanciamentos a longo prazo, apelaram os proprietários,apoiados pelos governantes, para os  judeus portugueses, enriquecidos com o comércio marítimo, e para os fl amengos ou holandeses que dispunham de uma poderosa marinha mercante e utilizavam os portos de Antuérpia ou Amsterdã como portos de entrada para os produtos coloniais que eram comercializados no centro da Europa. Dessa forma, no período que antecedeu a guerra entre a Holanda e a Espanha a marinha mercante holandesa vinha aos portos da colônia portuguesa na América, recebia o carregamento de 

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VERSÃO DO PROFESSOR

Aula 04  Formação Territorial do Brasil Aula 04  Formação Territorial do Brasil 17

açúcar e, atendidas as exigências portuguesas em Lisboa, levavam o produto aos portos do Mar do Norte, de onde era distribuído ao mercado de consumo europeu.

Dada ao crescente aumento da demanda européia pelo açúcar e da população da colônia, a cana-de-açúcar, cujo início do plantio ocorreu em Pernambuco, expandiu-se pelo sul e para o norte, pelos vales dos rios que deságuam no Atlântico. Destarte, no fi m do século XVI, os campos de cultivo dessa gramínea e os engenhos estavam disseminados desde o Rio Grande do Norte até Alagoas. É relevante destacar que, na Bahia, os canaviais e os engenhos ocuparam os solos calcários de massapé, da Região do Recôncavo, enquanto a cultura do fumo se fi xou e se expandiu nos solos silicosos à retaguarda. A cultura do fumo cresceu bastante com a demanda crescente pela mão-de-obra escrava africana nos engenhos, uma vez que o fumo era usado na costa africana como meio de troca por negros.

No período da União Ibérica (1580-1640), quando os espanhóis se tornaram senhores de Portugal e, em virtude dos confl itos entre a Espanha e a Holanda, os espanhóis tentaram impedir o comércio da colônia portuguesa na América com os holandeses. Nesse sentido, os holandeses resolveram invadir a colônia portuguesa para se apossarem das áreas produtoras de açúcar. Os holandeses primeiro invadiram a Bahia em 1624, sucederam-se a de Pernambuco e o estabelecimento do comércio holandês por grande parte do litoral nordestino (1630-54), do Maranhão a Alagoas. Depois da expulsão holandesa, após a restauração da monarquia portuguesa, os fl amengos implantaram uma indústria açucareira nas Antilhas. Esta passou a competir, em grande escala, com a agroindústria da colônia portuguesa.

Fazendo aqui uma digressão, mesmo ocupando de fato pelo menos parte da sua colônia americana, os portugueses ainda enfrentaram outras invasões como as dos franceses. Estes invadiram e fundaram no Rio de Janeiro a França Antártica, em 1556. Rechaçados do Rio de Janeiro, em 1567, invadiram e fundaram, no Maranhão, em 1612, a França Equinocial. Do Maranhão, os franceses foram expulsos em 1615.

Essas  invasões  se  constituíram  em  eventos  intermitentes  e  constantes,  que consubstanciavam às disputas territoriais e pelas riquezas presentes neles pelas potências européias no novo mundo.

É fato que, a entrada da produção açucareira realizada pelos holandeses nas Antilhas e, mais tarde, o açúcar produzido com beterraba na Europa trouxeram serias difi culdades a platation açucareira da colônia portuguesa. Vamos prestar atenção ao que Manuel Correia de Andrade fala sobre isso:

Os séculos XVIII e XIX não foram muito favoráveis a agroindústria açucareira, de vez que a cultura tradicional não teve condições de competitividade com outras áreas abertas à produção em outros países e , com a descoberta das minas de ouro no Brasil, as atenções e esforços dirigiram-se para a mineração, bem mais rentável. (ANDRADE, 2003, p. 48).

A plantation açucareira implantada no Brasil, especialmente nas várzeas úmidas dos rios que deságuam no litoral oriental nordestino, gerou um modelo de sociedade própria, baseada na exploração de grandes propriedades, usando mão-de-obra escrava e destinada a 

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Aula 04  Formação Territorial do Brasil18 Aula 04  Formação Territorial do Brasil

Atividade 4

1

produção de açúcar de cana, como principal atividade econômica, e para a produção de gêneros alimentícios como atividade secundária (mandioca, batata-doce, milho, feijão etc.).

Por fi m, se o açúcar foi doce para os proprietários dos imensos latifúndios formados pela expansão da cana-de-açúcar, para os comerciantes do açúcar no mercado europeu e para a metrópole Portuguesa, que auferiu altas margens de lucros através da extração de impostos sobre a produção; foi amargo para o escravo que, além de ser classifi cado como mercadoria, foi exposto à rotina exaustiva de trabalho na agroindústria açucareira, aos homens sem posses vindos de Portugal, que não tiveram acesso à terra, a todos os indivíduos que não dispunham de status social elevado para adquirir as terras distribuídas através do sistema de sesmarias ou para montar seus próprios engenhos. O poder amargo do açúcar, parafraseando Mintz (2003), ainda se faz sentir até hoje nas áreas onde a agroindústria açucareira se estabeleceu – apesar ou por conta das modernizações constantes que a mesma passou até esse momento presente, especialmente na Zona da Mata nordestina: degradação ambiental causada pela erradicação do ecossistema da Mata Atlântica para a implantação da monocultura da cana; estrutura fundiária concentrada, onde predomina imensos latifúndios; pobreza generalizada; favelização; concentração de renda; relações sociais de produção precárias (o bóia-fria), dentre outros. Esse sabor amargo deixado pelo açúcar e, ainda profundamente presente nessa sub-região nordestina, deve-se, em grande medida, ao fato da sua organização socioespacial ter se pautado no modelo de colonização de exploração, que gerou capitais que acabaram se concentrando na Europa.

Vamos refl etir mais um pouco sobre o que conversamos

“O espaço é a sociedade, e a revela por inteiro. É esplendido recurso de ‘leitura’ da sociedade” (MOREIA, Rui. O que é Geografi a. 14 ed. São Paulo: Brasiliense, 2005, p. 89).

Nesse sentido, através da gravura abaixo, que representa o espaço da plantation açucareira do Brasil colonial, explique a sua organização social.

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Aula 04  Formação Territorial do Brasil Aula 04  Formação Territorial do Brasil 19

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Aula 04  Formação Territorial do Brasil20 Aula 04  Formação Territorial do Brasil

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2O território é uma porção do espaço geográfi co onde um grupo exerce o domínio e o controle bem como a apropriação simbólica (ver aula 1). Considere essa afi rmação e  explique:  “a  ocupação  de  fato  dos  portugueses  da  sua  colônia  americana  se constituiu em um evento territorializador, desterritorializador e reterritorializador”.

No mapa abaixo estão representados os portos de partida dos escravos na África e de chegada deles na colônia de Portugal no Novo Mundo.

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Aula 04  Formação Territorial do Brasil Aula 04  Formação Territorial do Brasil 21

Bantos

Sudaneses

Salvador

Recife

São Luís

BRASIL

ÁFRICA

Equador

Rio de Janeiro

OCEANO ATLÂNTICO

Área da Costa Guiné

Área do Congo

ÁreaOriental

OcidentalÁfrica

Angola

ÁREAS DE ORIGEMDO ELEMENTO NEGRO DO BRASIL

E PORTOS DE DESEMBARQUES

a)   O apreamento, e o embarque dos escravos na África podem ser considerandos como sua desterritrializaão? Por que?

b)   Pode-se afi rmar que ao chegar na colônia portuguesa na América, ser vendido e introduzido no trabalho compulsório na platation açucareira, o africano se reterritorializava? Explique.

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Aula 04  Formação Territorial do Brasil22 Aula 04  Formação Territorial do Brasil

c)   Quais  foram  as  alternativas  criadas  pelos  escravos  africanos  para  reconstruir  seus territórios na América portuguesa? Explique.

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Aula 04  Formação Territorial do Brasil Aula 04  Formação Territorial do Brasil 23

Como sempre fazemos ao encerrar nossas aulas, indicamos algumas leituras para ampliar seu universo de conhecimentos sobre o assunto estudado. Nessa aula também sugerimos fi lmes que ajudarão você a aprender se divertindo. Claro que outras leituras e outros fi lmes além dos sugeridos também podem contribuir com o seu aprofundamento intelectual. Na próxima aula continuaremos falando sobre esse processo curioso que foi a formação do território brasileiro, quando abordaremos a penetração do português para o interior e a conseqüente ampliação da hinderlândia colonial portuguesa.

Leituras complementaresANDRADE, Manuel Correia de. Formação territorial e econômica do Brasil. Recife: FJN/Editora Massagana, 2003. 

O livro trata dos diversos momentos de construção do território nacional, partindo dos antecendentes da colonização – o espaço indiferenciado dos indígenas até o atual momento da globalização. Para esta aula, merece destaque, no livro, o capítulo o capítulo 4, que trata das capitanias hereditárias e do governo-geral , e o capítulo 5, que versa sobre a plantation açucareira.

ANDRADE, Manuel Correia de, A questão do território no Brasil. São Paulo: Hucitec, 1995.

Este livro é uma coletânea de textos escritos em diferentes tempos, mas que têm como coerência interna a discussão sobre a formação econômica, social e territorial do Brasil. Para esta aula, interessa o capítulo 1, que versa sobre o conceito de território nas ciências humanas e, em particular, na geografi a. Neste capítulo podemos observar a formação territorial do Brasil em diferentes momentos. De igual importância para esta aula é o capítulo 2, que trata da ocupação territorial portuguesa e da evolução das cidades e vilas no Brasil colonial nos séculos XVI e XVII.

COSTA, Wanderley Messias da. O Estado e as políticas territoriais no Brasil. São Paulo: Contexto, 1991 (Coleção repensando a Geografi a).

Este livro de Geografi a Política trata das políticas de gestão e controle territoriais do Estado, primeiro português e depois brasileiro, do período colonial até aproximadamente os anos de 1980. Interessa mais para complementar o assunto da aula, o capítulo 2, que trata da geopolítica portuguesa na sua colônia Americana.

Que tal fazer uma viagem através do tempo?

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Aula 04  Formação Territorial do Brasil24 Aula 04  Formação Territorial do Brasil

Ficha TécnicaGênero DramaAtores Robert De Niro, Jeremy Irons, Liam Neeson, Ray McAnally, Cherie Lunghi, Aidan Quinn, Direção Roland Joffé, Idioma Português, Inglês, Legendas Português, Inglês, Espanhol, Ano de produção 1986País de produção Estados Unidos, Duração 124 min.Distribuição Editora NBORegião MultizonalÁudio  Dolby  Digital  5.1  (Inglês),  Dolby  Digital  2.0  (Inglês  e Português)Vídeo Widescreen 16x9Cor Colorido

Composto de astros do porte de Robert De Niro, Jeremy Iron e Liam Neeson, A Missão retrata a guerra estabelecida por portugueses e espanhóis contra jesuítas idealistas que catequisavam os índios nos Sete Povos das Missões, na América do Sul no século XVIII. De Niro faz um violento mercador de escravos indígenas, que arrependido pelo assassinato de seu  irmão,  realiza uma auto-penitência e acaba se convertendo em missionário jesuíta. Ele ajuda o líder dos catequisadores, Gabriel (Jeremy Irons) a criar um novo mundo em Sete Povos das Missões, mas os portugueses e espanhóis têm outros planos para aquele lugar. Quando Gabriel se recusa a deixar o que construiu, o exército é mandado para tirá-los de lá a força. Um fi lme empolgante, vencedor da Palma de Ouro em Cannes e que se notabiliza também pela trilha sonora épica de Ennio Morricone.

http://www.2001video.com.br/detalhes_produto_extra_dvd.asp?produto=11738http://www.site.com/fi lme_titulo.htm

2)   O Filme Amistad baseia-se na história real de um navio mercante espanhol de nome La Amistad que era utilizado no  tráfi co negreiros numa época em que um acordo fi rmado entre a Inglaterra e a Espanha já proibia a captura de novos escravos. Vale a pena assistir. 

1)   O Filme a Missão, vale a pena ser visto. Embora seu recorte temporal seja o século XVIII, mostra a relação de desterritorialização e re-territorialização dos povos que habitavam a região de fronteiras do sul do Brasil, que na época ainda não estavam defi nidas entre portugueses e Espanhóis. Chamamos a atenção para o processo de genocídio e etnocídio praticado contra dos povos indígenas pela civilização européia.

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Aula 04  Formação Territorial do Brasil Aula 04  Formação Territorial do Brasil 25

Resumo

Ficha TécnicaTítulo Original: AmistadGênero: DramaTempo de Duração: 154 minutosAno de Lançamento (EUA): 1997Estúdio: DreamWorks SKG / HBODistribuição: DreamWorks Distribution L.L.C. / UIPDireção: Steven SpielbergRoteiro: David H. FranzoniProdução: Debbie Allen, Steven Spielberg e Colin WilsonMúsica: John WilliamsDireção de Fotografi a: Janusz KaminskiDesenho de Produção: Rick CarterDireção de Arte: Christopher Burian-Mohr, Tony Fanning e William James TeegardenFigurino: Ruth E. CarterEdição: Michael KahnEfeitos Especiais: Industrial Light & Magic

No século XIX, um navio espanhol é capturado na costa americana, contendo 53 escravos negros amotinados a bordo. Ao chegar em território americano, eles são levados a um grande julgamento que cria polêmica entre os abolicionistas e os conservadores do país. Dirigido por Steven Spielberg (Tubarão) e com Morgan Freeman, Anthony Hopkins, Matthew McConaughey e Nigel Hawthorne no elenco. Recebeu 4 indicações ao Oscar.

http://www.adorocinema.com/fi lmes/amistad/amistad.asp

Nesta aula, você aprendeu que as disputas territoriais entre as potências mercantilistas foram movidas pela não aceitação, principalmente, da Inglaterra e da França da divisão do mundo entre espanhóis e portugueses. Estas nações passaram, constantemente,  a  ameaçar ocupar os  territórios da América Portuguesa, o que obrigou Portugal exercer, de fato, o seu domino sobre o seu território americano “descoberto” em 1500 por Cabral. Você pôde perceber, também, que Portugal, sem recursos fi nanceiros e humanos, resolveu dividir o seu território na América em capitanias hereditárias, entregando a gestão delas à iniciativa privada – os donatários. Dessas capitanias, apenas as de São Vicente e Pernambuco prosperaram relativamente. Nessa aula, você aprendeu ainda que o insucesso das capitanias levou Portugal a estabelecer o sistema de Governo-Geral para a gestão do território da colônia. Por fi m, você aprendeu que o empreendimento econômico que viabilizou o projeto de ocupação do território colonial pelos portugueses foi a plantation açucareira. Você aprendeu, ainda, que a ocupação não evitou as invasões da colônia por outras potências mercantilistas da época: as invasões holandesas e francesas.

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Aula 04  Formação Territorial do Brasil26 Aula 04  Formação Territorial do Brasil

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A MARCHA DO POVOAMENTOE A URBANIZAÇÃO – SÉCULO XVI

Cidades e Vilas

Áreas provavelmente sob a influência das Cidades e Vilas

Áreas conhecidas e povoadas de maneira mais ou menos estável, mas sem nenhuma Vila ou Cidade

Seg. Pasquale Petrone, "Povoamento e Colonização", em Brasil – A Terra e o Homem.

Natal – 1599FILIPÉIA – 1585Iguaraçu – 1536

Olinda – 1537

São Cristóvão – 1590SALVADOR – 1549

Ilhéus – 1536Santa Cruz – 1536Porto Seguro – 1535

Vitória – 1551Espírito Santo – 1551

Santos – 1543São Vicente – 1532

São Paulo – 1558

Itanhaém – 1561Cananéia – 1600

RIO DE JANEIRO – 1565

Auto-avaliaçãoObserve o mapa apresentado abaixo, ele é uma representação compilada da nossa 

conversa sobre a ocupação portuguesa no Brasil colônia durante todo o século XVI. Use-o como suporte para fazer a auto-avaliação da sua aprendizagem nessa aula.

Observou atentamente o mapa? Então responda

Durante todo o século XVI a ocupação portuguesa no Brasil colônia teve um caráter periférico e atlântico. Explique esta afi rmativa.

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Aula 04  Formação Territorial do Brasil Aula 04  Formação Territorial do Brasil 27

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Pode-se atribuir o caráter periférico e litorâneo da ocupação portuguesa do Brasil Colônia a existência de obstáculos entre o litoral e o interior, a tropicalidade climática e a belicosidade de algumas nações indígenas? Justifi que sua resposta.

Por que a colonização portuguesa se fixou no litoral? Há correlação entre o assentamento territorial da colonização no litoral e o sentido de projeto colonial português para sua colônia americana?

Durante o século XVI seu Estado e sua cidade já integravam a porção territorial da colônia já ocupada por Portugal? Comente.

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Aula 04  Formação Territorial do Brasil28

ReferênciasANDRADE, Manuel Correia de. O reconhecimento da costa e a exploração do pau-brasil In: ______, História econômica e administrativa do Brasil. São Paulo: Atlas, 1982, p. 25 -28.

______, A questão do território no Brasil. São Paulo: Hucitec, 1995.

______, Formação territorial e econômica do Brasil. Recife: FJN/Editora Massagana, 2003. 

COSTA, Wanderley Messias da. O Estado e as políticas territoriais no Brasil. São Paulo: Contexto, 1991 (Coleção repensando a Geografi a).

FREYRE, Gilberto, Casa-grande & Senzala. São Paulo: José Olympio Editora S.A, 1993. 

FURTADO, Celso. Formação Econômica do Brasil. 22ª ed. São Paulo: Editora Nacional, 1987.

MINTZ,  Sidney  W.  O poder amargo do açúcar:  produtores  escravizados,  conuidores proletarizados  (tradução  e  organização  de  Christine  Rutino  Dabat).  Recife:  editora  do UFPE,2003.

MOREIRA, Rui, O que é Geografi a, 14 ed., São Paulo: Brasiliense, 2005.

NOVAIS, Fernando A. Portugal e Brasil na crise do antigo sistema colonial. São Paulo: HUcitec, 1981.

PRADO JÚNIOR, Caio. História Econômica do Brasil. 35ª ed. São Paulo: Brasiliense, 1987.

SODRÉ, Nelson Werneck. Formação histórica do Brasil. Rio de  Janeiro:Editora Bertrand Brasil,1990.

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Aula 04  Formação Territorial do Brasil

EMENTA

>  Antonio Albuquerque da Costa

>  Paulo Sérgio Cunha Farias

Formação Territorial do Brasil – GEOGRAFIA

AUTORES

AULAS

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01 Sobre o território brasileiro: como teorizar a sua formação à luz dos conceitos da Geografia.

02 Sobre o território brasileiro: como teorizar a sua formação à luz dos conceitos da Geografia.

03 A chegada dos portugueses ao continente americano: do “descobrimento” às primeiras formas de territorialização do colonizador português no Brasil (as feitorias)

04 A territorialização de fato do colonizador português: as capitanias hereditárias e a plantation açucareira

05 A penetração da colonização para o interior: entradas e bandeiras alargam o território colonial e transformam o Tratado de Tordesilhas em “letra morta”.

06  Drogas do Sertão, metais preciosos, pecuária e agricultura de subsistência como suportes para a apropriação do território pelo colonizador português.

07 Os conflitos de territorialidade na Bacia do Prata e a formação do Brasil Meridional .

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SEB/SEED