2ª edição disciplina informática e educação - proead · tecnologia e como tem sido usada em...

11
Apuena Vieira Gomes Adja Ferreira de Andrade Autores aula 14 Ações dos professores, dos alunos e da escola: desafios e possibilidades Informática e Educação DISCIPLINA 2ª Edição

Upload: nguyenquynh

Post on 07-Feb-2019

213 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Apuena Vieira Gomes

Adja Ferreira de Andrade

Autores

aula

14

Ações dos professores, dos alunos e da escola: desafios e possibilidades

Informática e EducaçãoD I S C I P L I N A2ª Edição

Governo Federal

Presidente da RepúblicaLuiz Inácio Lula da Silva

Ministro da EducaçãoFernando Haddad

Secretário de Educação a Distância – SEEDRonaldo Motta

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

ReitorJosé Ivonildo do Rêgo

Vice-ReitorNilsen Carvalho Fernandes de Oliveira Filho

Secretária de Educação a DistânciaVera Lúcia do Amaral

Secretaria de Educação a Distância- SEDIS

Coordenadora da Produção dos MateriaisCélia Maria de Araújo

Projeto GráficoIvana Lima

Revisores de Estrutura e LinguagemEugenio Tavares BorgesMarcos Aurélio FelipePedro Daniel Meirelles FerreiraTatyana Mabel Nobre Barbosa

Revisoras de Língua PortuguesaJanaina Tomaz Capistrano

Sandra Cristinne Xavier da Câmara

IlustradoraCarolina Costa

Editoração de ImagensAdauto HarleyCarolina Costa

DiagramadoresBruno Cruz de Oliveira

Maurício da Silva Oliveira JúniorMariana Araújo Brito

Thaisa Maria Simplício Lemos

Imagens UtilizadasBanco de Imagens Sedis (Secretaria de Educação a Distância) - UFRN

MasterClips IMSI MasterClips Collection, 1895 Francisco Blvd, East, San Rafael, CA 94901,USA.

MasterFile – www.masterfile.cpomMorgueFile – www.morguefile.com

Pixel Perfect Digital – www.pixelperfectdigital.comFreeImages – www.freeimages.co.uk

FreeFoto.com – www.freefoto.comFree Pictures Photos – www.fre-pictures-photos.com

BigFoto – www.bigfoto.comFreeStockPhotos.com – www.freestockphotos.com

OneOddDude.net – www.oneodddude.net

Divisão de Serviços Técnicos

Catalogação da publicação na Fonte. UFRN/Biblioteca Central “Zila Mamede”

Gomes, Apuena Vieira.Informática e educação: interdisciplinar / Apuena Vieira Gomes, Adja Ferreira de Andrade. – Natal, RN:

EDUFRN Editora da UFRN, 2005.316 p.1. Educação – Informática. 2. Sistemas de informação. 3. Internet. 4. Escola – Tecnologias.

I. Andrade, Adja Ferreira de. II. Título.

ISBN 85-7273-289-6 CDD 370RN/UF/BCZM 2005/49 CDU 37:004

Copyright © 2007 Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste material pode ser utilizada ou reproduzida sem a autorização

expressa da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

12/07/2007

12ª Edição Aula 14 Informática e Educação

Apresentaçãoo início desta disciplina, precisamente na aula 1, nós discutimos sobre o conceito de tecnologia e como tem sido usada em nosso cotidiano. Vimos que a grande maioria das pessoas utiliza a televisão, o jornal, o rádio como meios de comunicação,

entretenimento e informação.

Todos esses recursos tecnológicos são vistos como educacionais pois estão presentes hoje nas diversas instituições de ensino. É importante estar preparado para usá-las crítica e conscientemente. Nesta aula, vamos conversar sobre o uso pedagógico desses recursos e refletir quais são as possibilidades, desafios e ações dos professores, dos alunos e da escola.

N

ObjetivosDiscutir o uso e o papel pedagógico dos recursos tecnológicos.

Identificar e discutir o papel do professor, do aluno e da escola ao lidar com recursos tecnológicos.

1

2

2 Aula 14 Informática e Educação 2ª Edição

O uso pedagógico dasTecnologias Educacionais

A s Tecnologias Educacionais (sinônimo de Tecnologias de Informação e Comunicação – TIC) podem ser consideradas como ferramentas utilizadas para a interação, busca, seleção, troca de informações e experiências assim como para representar,

reconstruir o conhecimento, refletir e cooperar.

O uso educativo dos meios transformou a tecnologia em um recurso educacional, envolvendo os meios de comunicação de massa e a informática (SANCHO, 1998). Meios de comunicação de massa são conceituados como mídias que podem alcançar um grande número de pessoas ao mesmo tempo e permitem uma vasta difusão de informação, por exemplo, a televisão, o jornal e o rádio.

No que se refere ao uso pedagógico, as tecnologias educacionais são ferramentas importantes para o desenvolvimento de processos construtivos de aprendizagem, de novas formas de representação, de espaços para cooperação e produção compartilhada de conhecimento, o que favorece o desenvolvimento do pensar crítico, a expressão da sensibilidade, da criatividade e da afetividade. Dessa forma, a tecnologia deve ser usada como instrumento de reflexão (MORAES, 2003).

Silva (2003) chama atenção para que a Tecnologia Educacional não caia numa perspectiva mecanicista, deixando de preservar seu potencial, que é a ampliação da comunicação.

As Tecnologias Educativas têm como base as teorias científicas pertinentes à ciência da Educação, cujo objetivo é aprimorar os recursos utilizados na área de didática. Sua origem vem do grego, em que o tekné (arte, destreza) e logos (palavra, fala) se traduzem para nós em saber fazer (SANCHO, 1998).

Vamos pensar por exemplo em recursos que nos são familiares, como a televisão e o vídeo. Como empregá-los pedagogicamente em sala de aula? Primeiramente, temos que conhecer o potencial que esses meios possuem, no que se refere à comunicação sensorial, audiovisual, lógica, emocional e racional.

A TV e o vídeo, segundo Moran (2000), podem ser usados para diversos fins na escola. Vejamos algumas aplicações:

32ª Edição Aula 14 Informática e Educação

motivar momentos de uma aula;

ilustrar através de exemplos;

simular algum fenômeno do mundo real;

apresentar um vídeo de caráter histórico;

fazer relações com o cotidiano;

fazer uma dramatização;

produzir vídeo.

Há diversas formas de exploração da TV e do vídeo na sala de aula. Podemos realizar trabalhos conjuntamente com os alunos para analisar a estética, as múltiplas linguagens (texto, som, imagem, animação etc.), o conteúdo (sexo, violência, agressividade), a ética, a temática e a relação entre mídias (por exemplo, a comparação entre uma obra literária e um filme).

Como defende Pretto (1996), nosso objetivo enquanto educadores é promover uma maior proximidade entre educação e comunicação; dar importância ao ato de produzir e receber criticamente as mensagens audiovisuais emitidas pelos meios; incentivar a democratização da informação e redefinir políticas educacionais. Segundo o autor, as novas TIC estão invadindo as escolas por pressões da indústria e do mercado e há uma deficiência de projetos de incorporação crítica e pedagógica dessas tecnologias.

Fisher (2001) levanta uma série de questões que dizem respeito ao trabalho pedagógico com a TV. Como sugestão, podem ser feitas discussões sobre as temáticas, a estrutura de organização, o valor histórico-social, o impacto do conteúdo estético, ético e psicológico. E, ainda, a análise das emoções dos espectadores, o debate sobre a exposição da privacidade, a questão acerca do que é de domínio público e privado.

Outras possibilidades para o desenvolvimento desse trabalho seria fazer a comparação de programas, formas de controle e estereótipos; auxiliar o desenvolvimento da criatividade, e do o uso das múltiplas linguagens; estudar narrativa televisiva e seus planos e efeitos – elementos técnicos utilizados na produção de documentários e programas.

4 Aula 14 Informática e Educação 2ª Edição

A respeito das formas de controle, pode ser feito um debate sobre como a TV trata as minorias e os efeitos negativos e positivos que isso pode provocar nos telespectadores.

A experiência televisiva está condicionada pelos padrões culturais e emotivos do receptor. Portanto, é preciso estar atento à qualidade das mensagens que são transmitidas de forma inconsciente ao espectador.

O papel do educador é tentar neutralizar os estereótipos (beleza física, status social, sexo, idade) mediante uma análise reflexiva da realidade. Segundo Ferrés (1998), a TV poderá ser um instrumento libertador quando permitir que a racionalidade e a emotividade interajam de maneira clara. O papel da escola é tornar-se um modelo de interpretação e análise da cultura audiovisual.

Para Ferrés (1995), uma abordagem crítica da TV deve partir de um método de investigação interativo: receptor (emoções, sentimentos, valores) e do emissor (ideologia, interesses etc.). Esse meio só se torna nocivo quando não se está preparado para usufruí-lo.

Como outro meio de comunicação e informação, a Internet também deve ser cuidadosamente empregada na escola. Uma proposta pedagógica para seu uso crítico deve conter uma análise dos sites visitados e refletir sobre várias questões. Por exemplo, distinguir dados relevantes de dados infundados; verificar sua coerência e consistência; analisar a credibilidade das bibliotecas virtuais e das fontes bibliográficas; sua confiabilidade, autoria, e autenticidade.

É preciso reconhecer informações tendenciosas; buscar a fundamentação dos fatos; evitar a reprodução e combater o plágio, respeitando os direitos autorais. E também dar o devido valor ao livro impresso pelo seu suporte de informação, seu valor histórico e afetivo e pela sua capacidade de incentivar a reflexão e o pensamento crítico.

Todo recurso tecnológico com fins educacionais supõe um desenho pedagógico, uma estrutura e apresentação de informações com objetivos educativos. Vamos abordar a seguir o papel dos professores, dos alunos e da escola.

52ª Edição Aula 14 Informática e Educação

Atividade 1

Construa um exemplo prático, relacionado a algum conteúdo do seu curso (Química, Física ou Matemática), citando como utilizar pedagogicamente a TV ou o vídeo na sala de aula.

sua

resp

osta

6 Aula 14 Informática e Educação 2ª Edição

O papel do professor edo aluno na EscolaPara entender como a tecnologia pode ser aplicada na Escola temos que primeiramente pensar nos principais envolvidos neste processo: os professores, os alunos e a escola.

O papel do aluno e do professor se modifica efetivamente com o aparecimento das novas tecnologias. A origem do termo aluno vem do latim alumnu que significa pessoa que recebe instrução e/ou educação de algum mestre (SANCHO, 1998); aquele que tem escassos conhecimentos em alguma matéria. Segundo Alves (2003), a proposta é modificar essa visão distorcida do que é ser aluno, na qual ele deixa de exercer o papel de receptor passivo e torna-se co-participante de sua aprendizagem.

Dentre as novas habilidades, pressupõe-se que o aluno torne-se:

participante ativo das atividades;

pesquisador, agente de busca, seleção e produção de conhecimento;

capaz de desenvolver sentimentos de parceria no trabalho colaborativo;

apto a argumentar, questionar, propor e contrapor com fundamentação;

72ª Edição Aula 14 Informática e Educação

cordial e adote uma postura de respeito com os colegas e professores;

criativo, sugerindo possibilidades divergentes e formas não usuais de resolução de problemas.

O professor tem dois caminhos a seguir: ser o transmissor ativo, o repositório de saber, a fonte única de informação, aquele que ensina ou professa um saber. Ou mudar sua postura e tornar-se um co-participante do processo, aprendendo, errando e reconstruindo os saberes conjuntamente com o aluno.

O papel do professor em um ambiente colaborativo deve ser o de orientador e desafiador,deixando de ser o provedor de informações para ser gerenciador de entendimento. Caberá a ele motivar o grupo e monitorar a participação dos alunos, considerando seus objetivos e interesse. Assumir novas posturas, quebrar as resistências, aperfeiçoar os modelos de ensino existentes, adotando a tecnologia como aliada. Esse é o primeiro passo para quem deseja ser o mediador de um processo de aprendizagem colaborativa.

As condutas e habilidades do professor devem estar centradas na capacidade de motivação, interesse e apoio aos alunos, bem como na preparação do ambiente, na organização dos materiais e no desenvolvimento da aula propriamente dita.

Buscando alcançar essas competências, foram identificadas algumas ações docentes que servirão de referência para o professor nos ambientes mediados pela tecnologia:

ter clareza da finalidade das aplicações a serem desenvolvidas;

identificar expectativas e interesses dos alunos;

orientar as discussões dos alunos visando atingir uma solução compartilhada do problema;

identificar as dificuldades dos alunos ao interagir com as ferramentas;

analisar constantemente a metodologia empregada;

ser mobilizador, encorajar o diálogo e a participação dos alunos, valorizando suas contribuições, questionamentos e dúvidas;

criar situações estimuladoras que contribuam para uma melhor aprendizagem;

acompanhar o desenvolvimento do trabalho individual e coletivo;

ser solícito, relacionar-se bem com os alunos, estar aberto a questionamentos e dúvidas;

criar estratégias de desenvolvimento das atividades colaborativas, evitando a excessiva participação individual ou o isolamento.

8 Aula 14 Informática e Educação 2ª Edição

respeitar o senso comum no processo de sua necessária superação, estimulando a capacidade criadora do educando;

discutir com os alunos os saberes que trazem à escola, discutindo-os no contexto do problema estudado.

respeitar a autonomia, a dignidade e a identidade do educando. Suas idéias, hipóteses, sugestões e reflexões são riquíssimas e imprescindíveis para o sucesso do projeto;

construir a compreensão junto com o aluno num processo de comunicação dialógico;

refletir sobre a prática com vistas ao contínuo aperfeiçoamento, na promoção da curiosidade ingênua para uma curiosidade epistemológica;

criar possibilidades para a produção e construção do conhecimento.

Ao refletir sobre todas essas ações, vemos que para nós professores, o desafio é muito grande! Vocês saberão disso brevemente quando se tornarem professores também. Precisamos nos tornar mediadores na prática e não apenas na teoria. Tal mediação deve ser pedagógica, intelectual, comunicacional, ética, estética e emocional porque estamos diante de uma nova relação de espaço, tempo e comunicação. Somos orientadores atentos da aprendizagem, temos, acima de tudo, aspectos formativos a tratar com vocês, que podem transformá-los de expectadores a aprendizes críticos e reflexivos.

O conhecimento técnico do docente é importante, mas não se apresenta como um pré-requisito para a utilização da tecnologia, porque esse processo se construirá ao longo da formação, que deverá ser contínua.

Nesse tipo de formação, o professor precisa saber como se inter-relacionam os fundamentos tecnológicos aos pedagógicos, dentro de uma prática educativa significativa e inovadora.

Na ótica de Freire (1996), algumas competências se fazem necessárias nesse processo de formação, dentre as quais:

Refletindo sobre esses desafios, vemos que há um incremento do papel e da responsabilidade social do professor. Ele se torna um problematizador e um arquiteto de situações pedagógicas interativas e motivadoras para o aluno.

Como dissemos anteriormente, o professor não é mais a fonte primária de informação, o detentor do conhecimento. Passa a ser o gerenciador, o gestor do processo, aprende conjuntamente com o aluno e reavalia sua prática, modificando a própria forma de ensinar.

O bom professor torna-se um pesquisador em serviço, na medida que o conhecimento e a informação se multiplicam. Incentiva a aprendizagem colaborativa, a cooperação, a autonomia e transforma a sala em um ambiente de pesquisa. Diagnostica dificuldades e

92ª Edição Aula 14 Informática e Educação

utiliza a tecnologia como suporte ou apoio para tais deficiências. É um questionador, faz uso da pedagogia da pergunta, não sendo mais um transmissor ou depositor bancário de conhecimentos (FREIRE, 1996).

Vocês devem estar se perguntando sobre o que muda no cotidiano da universidade e da escola com o surgimento das TIC. Certamente, é preciso reformular a “velha universidade”. Segundo Moran (2000), o espaço da escola exige uma nova logística, uma nova organização, uma adequação curricular, novas formas de colaboração e capacitação. É importante criar um projeto político-pedagógico na escola, o qual englobe as novas tecnologias, contendo uma proposta aberta e dinâmica, construída entre professores, alunos e administração. Uma escola que esteja acessível à criatividade, adaptada a novas situações, permitindo um processo amplo de pesquisa e comunicação.

Esperamos, nesta aula, ter despertado a sua curiosidade sobre os desafios e as possibilidades das novas tecnologias. É importante saber avaliar o processo e não apenas o resultado. Nosso desafio é fazer uma interação entre as múltiplas áreas, construir uma rede de aprendizagem e não uma rota a ser seguida.

Atividade 2

1Reflita e escreva objetivamente quais são os tipos de perfis de professor envolvidos na área da Tecnologia Educacional. Quais aqueles desejados? Que posturas devem ser evitadas?

2Pesquise nas escolas de sua região sobre as TIC e comente se estão preparadas ou não para recebê-las. Você conhece alguma experiência bem sucedida?

sua

resp

osta1.

2.