29/06/2011 - bairros jornal semanário

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Quarta-feira, 29 de junho de 2011 A VOZ DOS BAIRROS Estão faltando placas de sinalização com os nomes das ruas nos bairros Bairros “Onde há fumaça, há fogo” já dizia o velho ditado popular. Em Bento Gonçalves, esse dito está cada vez mais presente. Moradores da cidade aproveitam o calor das lareiras e dos fogões para espantar o frio página 3 São João Festa em honra ao padroeiro do bairro reúne moradores página 3 FOTOS BETTINA SCHÜNKE Santa Marta A história do ex-clube do bairro página 7 DIVULGAÇÃO Anônimos Ex-professora lembra os tempos em sala de aula página 6 O inverno chegou NOEMIR LEITÃO páginas 4 e 5

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Jornal Semanário - Edição 2733 - 29/06/2011 - Bento Gonçalves

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Page 1: 29/06/2011 - Bairros Jornal Semanário

Quarta-feira, 29 de junho de 2011

A VOZ DOS BAIRROS

Estão faltando placas de sinalização com os nomes das ruas nos bairros

Bairros

“Onde há fumaça, há fogo” já dizia o velho ditado popular. Em Bento Gonçalves, esse dito está cada vez mais presente. Moradores da cidade aproveitam o calor das lareiras e dos fogões para espantar o frio

página 3

São JoãoFesta em honra ao padroeiro do bairro reúne moradores

página 3

FOTOS BETTINA SCHÜNKE

Santa MartaA história do ex-clube do bairro

página 7

DIVULGAÇÃO

AnônimosEx-professora lembra os tempos em sala de aula

página 6

O inverno chegou

NOEMIR LEITÃO

páginas 4 e 5

Page 2: 29/06/2011 - Bairros Jornal Semanário

Editorial

2 Quarta-feira, 29 de junho de 2011 Bairros

Quem é a ASBG?ARTIGO

Enquete: O que você faz para se aquecer no inverno?FOTOS BETTINA SCHÜNKE

“A” vem de associação, ”S” de Surdo, “B” de Bento e “G” de Gonçalves (Associação dos Surdos de Bento Gonçalves). Esta associação existe desde 2006, uma entidade não governamental, sem fins lucrativos, que surgiu da necessidade que as mães de adolescentes e crianças encontravam em ter um órgão para lutar por melhores condições de ensino e atendimento especializado, o que não havia na cidade. Seu objetivo é promover e integrar os surdos e deficientes auditivos, lutando pela garantia de seus direitos de acesso à educação e sua inclusão na sociedade.

A ASBG atende hoje 18 crianças e adolescentes surdos ou com perda auditiva e deficiências múltiplas. O projeto prevê atendimento semanal com uma professora especializada em Libras, dando suporte linguístico e pedagógico necessário para que estes sujeitos possam ter suas habilidades plenamente desenvolvidas, favorecendo a aprendizagem escolar e o desenvolvimento global, oferece também sessões com fonoaudióloga. Além destas atividades com os alunos, o projeto prevê o atendimento a professores da rede regular de ensino e dos familiares dos surdos no sentido de prestar informações a respeito da educação destas crianças e de língua dos sinais.

A utilização da Libra facilita a comunicação entre os surdos, que passam a se compreender como uma comunidade que tem características comuns e deve ser

O inverno chegou e com ele vieram as baixas temperaturas que fazem arrepiar até a ponta do dedo. Com o inverno rigoroso que promete fazer este ano, todo cuidado é pouco para se proteger do frio intenso.

Por morarem no alto da serra, os bento-gonçalvenses já estão acostumados com o frio que faz nessa época do ano, mas não é por isso que na hora de se proteger eles se descuidem. Há vários cuidados que se pode ter para enfrentar os dias e as noites da estação mais fria do ano. Além de agasalhar-se bem usando muita roupa de lã, luvas, mantas e gorros, uma boa opção é se manter aquecido consumindo alimentos como a tradicional sopa de capeletti e ingerindo líquidos quentes como chá e café. Mas na cidade, os habitantes encontraram no fogão a lenha um fiel e inseparável companheiro.

Segundo dados históricos, os primeiros a utilizar o fogão a base de lenha foram os índios Timbiras e Tupi-Guaranis, um equipamento chamado de Tucuruba. Nesse artefato, o fogo era feito em um buraco construído diretamente no chão, protegido por algumas pedras. Com o passar do tempo, esse fogão foi sendo modificado e, pelo sabor singular que deixa no alimento, passou também a ganhar espaço nas cozinhas das casas dos colonizadores. Durante o período escravista, eles eram feitos em grandes tamanhos, para que fosse possível cozinhar grandes quantidades de comida para abastecer as senzalas. Fogões menores eram destinados a elaboração de assados, pães bolos, pudins e compotas das casas dos senhores.

Com o tempo, esse artefato caiu em desuso, sendo substituído pela praticidade proporcionada pelos fogões e fornos a gás, ficando seu uso mais restrito às áreas rurais. Mesmo assim, muitas casas em Bento Gonçalves ainda têm esse acessório e os seus usuários não abrem mão de usá-lo.

Além de deixar a comida mais saborosa e manter pessoas e ambientes aquecidos, o fogão a lenha também tem diversas utilidades domésticas como secar roupas e esquentar a água que desemboca nas pias da cozinha e banheiros, como o sistema serpetina. Ele também é fonte de renda para muitos moradores da cidade, que nessa época do ano aproveitam o alto consumo da lenha para garantir um dinheiro extra no fim do mês.

Outra ótima fonte de calor é a lareira. Geralmente instaladas nas salas de TV, elas aquecem toda a família, inclusive os animais de estimação. Como, por exemplo, na família do bairro Panazzolo. Na casa dos Comiottos até a cadela Bolinha se aquece na frente do fogo feito pela lareira.

O inverno traz consigo todo o glamour e o clima romântico característico da estação. Mas nem tudo é encantador na época mais fria do ano. Cuidar do corpo e da mente é fundamental para entrar na próxima estação com tudo em dia. O inverno também é o período em que aumenta a incidência de gripes e resfriados e se agravam as doenças respiratórias na população. Por isso, é muito importante se manter aquecido e ter uma alimentação saudável para estar com a saúde em dia. Deve-se manter as janelas abertas para ventilar o ar. Também são recomendados outros cuidados, como evitar lugares fechados, úmidos e com grande aglomeração de pessoas.

Na reportagem das páginas centrais do caderno você encontra relatos de como os moradores de diversos bairros da cidade se aquecem no rigoroso inverno da serra gaúcha. E confere também dicas de um médico sobre os devidos cuidados que se deve tomar para passar um inverno mais quentinho e saudável. Pegue o seu chimarrão e boa leitura!

reconhecida como tal.Além de facilitar a comunicação entre

os surdos, a Libra também proporciona uma melhor compreensão entre surdos e ouvintes.

A Libra está fazendo a diferença na vida dos surdos e de todos nós, é importante para a sociedade. Os surdos estão conseguindo cada vez mais o seu espaço.

A dificuldade que estas crianças e adolescentes encontram de se comunicar nas escolas e em diferentes instituições como teatro, cinema, praças de alimentação, veem das pessoas que desconhecem a Libras e acabam excluindo estes sujeitos.

Hoje se faz necessário a inserção de Libras na formação, principalmente de professores que são os facilitadores da aprendizagem destes sujeitos, possibilitando que eles aprendam os conteúdos. Assim como o Português é a língua materna dos ouvintes, Libras é a língua materna dos surdos, e sem dúvida, uma das competências para lidar com o surdo é a sensibilidade de compreender o que as palavras não podem expressar.

A ASBG deixa aqui um convite para que você, leitor, venha conhecer nossos trabalhos e possa vir a se tornar um associado nosso, colaborando para que nossos alunos possam continuar a ter este espaço e estes atendimentos.

“Eu acendo a lareira, faço pinhão, quentão e muita sopa de capeletti”Cladir Pegoraro, 68 anosSanto Antão

“Uso mais roupas e aproveito o fogão a lenha da sogra”Marta De Costa, 30 anosCentro

“Além de usar gorros e luvas, eu tenho lareira no apartamento”Gustavo Gonçalves, 77 anosCentro

Edição: Bettina Schünke [email protected]ção: Noemir LeitãoSupervisão: Rogério Costa Arantes

Caderno

Este caderno faz parte da edição 2733, de quarta-feira, 29 de junho de 2011, do Jornal Semanário

BairrosDireção: Henrique Alfredo [email protected]

SEDEWolsir A. Antonini, 451Bairro Fenavinho Bento Gonçalves, RSFone: (54) 3455.4500

Márcia Bortolotto PessuttoCoordenadora da ASBG

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Próximas unidades27/07/11 - São Roque (13h30 às 19h30) 23/08/11 - Progresso II (7h30 às11h30 e 13h30 às 17h30)27/09/11 - UBS do interior da cidade25/10/11 - Maria Goretti (7h30 às 11h30 e 13h30 às17h30)29/11/11 - Licorsul (7h30 às 11h30 e 13h30 às 17h30)09/12/11 - Reunião de Encerramento

3Quarta-feira, 29 de junho de 2011BairrosSANTA HELENA

UBS receberá oficina da Rede Amamenta

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS), por meio do se-tor de Educação Permanen-te, realiza hoje, 29, a oficina da Rede Amamenta Brasil no bairro Santa Helena (Rua Pe-dro Koff, 634).

Das 13h30 às 19h30, o pro-grama irá abordar com os pro-fissionais de saúde questões sobre o aleitamento materno. O atendimento da unidade de saúde será normal no turno da manhã.

O programa

O Ministério da Saúde dispo-

nibiliza essa linha de ação para todo o território nacional, com o objetivo de valorizar a forma-ção de recursos humanos e in-centivar o aleitamento materno por meio de políticas públicas. No município, a SMS conta com três profissionais tutoras capacitadas no projeto. Bento Gonçalves foi a primeira cida-de gaúcha e a terceiro cidade brasileira a receber a Certifica-ção da Rede Amamenta Brasil em fevereiro de 2011.

Durante a atividade, as Uni-dades Básicas de Saúde (UBS) estarão fechadas para atendi-mento ao público.

São João

Mesmo com o frio de domingo, salão ficou lotado pelos fieis

A comunidade do bairro São João realizou no domin-

go, 26, a festa em honra a São João Batista. Apesar das baixas temperaturas, muitas pessoas compareceram para prestigiar a missa e o almoço de confra-ternização em homenagem ao padroeiro da localidade.

O evento religioso contou com a participação do coral “Os Sertanejos de Cristo” e foi cele-brado pelo padre Celso Cico-netto, da Paróquia São Roque. Já no almoço, mais de 500 pes-soas estiveram presentes presti-giando pratos típicos. Além dis-so, ocorreu o tradicional rifão, organizado pela comunidade.

A tarde ficou reservada para a reunião dançante com anima-

ção dos músicos integrantes da Banda Versus.

A organização da festa ficou com os casais Augusto e Janete Ribeiro, Alceo e Diana Roman Ross, Ricardo e Sandra Nar-din e Volcir e Mary Godinho.

Os festeiros ficaram satisfeitos com a realização do evento, que superou as expectativas e, apesar do frio, reuniu grande número de pessoas.

Festa do padroeiro reuniu moradores

NOEMIR LEITÃO

Mais de 500 pessoas lotaram o salão da comunidade

Noemir Letião

[email protected]

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4 Quarta-feira, 29 de junho de 2011 BairrosTradição

Fogão a lenha e lareira estão presentes na casa dos moradores da cidade

Há pouco mais de uma se-mana do início da esta-

ção mais fria, os moradores de Bento Gonçalves já sentiram que o inverno chegou com tudo este ano. Luvas, gorros, casacos e meias de lã tomam contam das ruas da cidade para tentar amenizar um pou-co as baixas temperaturas.

Na casa de dona Lorita Co-miotto, de 64 anos, a chaminé está sempre liberando fumaça nessa época do ano. O fogão

a lenha instalado na cozinha é aceso de manhã bem cedo, quando a família acorda para tomar o café, e só para de quei-mar quando as luzes da casa já estão todas apagadas. “Temos este fogão há 17 anos. Mas sempre tive um fogão a lenha em casa, desde quando mora-va com meus pais, no bairro Barracão. A nossa casa é muito fria e o calor do fogão ajuda a nos manter aquecidos”, disse a matriarca.

No bairro Panazzolo, dona Lorita mora com o marido e

Bettina Schünke

Para se esquentar com muito estilo

Na casa dos Comiottos, até a cadela Bolinha se aquece na frente do fogo feito na lareira

O fogão a lenha ficado aceso de manhã até a noite [email protected]

FOTOS BETTINA SCHÜNKE

O inverno começou e é nessa época que as doenças respira-tórias tendem a se proliferar. O frio junto à baixa umidade do ar e uma maior concentração dos gases poluentes é um imã para esse tipo de enfermidade e quem sofre mais são as crianças e idosos.

Apesar de todas as maneiras de se aquecer, as temperaturas baixas acabam prejudicando a saúde, trazendo problemas típi-cos da estação. Segundo o mé-dico Cassiano Mescka, especia-lista em alergia e imunologia, as doenças mais comuns no inver-no são as infecções respirató-rias, principalmente as de causa viral e que acometem as vias aéreas superiores, como as gri-pes e resfriados. “Estas doen-ças ocorrem mais no inverno, pois é um período em que as pessoas costumam passar mais tempo em ambientes fechados, com pouca ventilação, tornan-do mais fácil a disseminação dos vírus respiratórios. O ar frio também promove um res-secamento das mucosas. Além do mais, certas pessoas relaxam nas medidas básica de higiene, como uma lavagem adequada das mãos, favorecendo a trans-missão de doenças por conta-to”, afirma.

A melhor forma de prevenir essas doenças, conforme Mes-

Saúde mesmo em baixas temperaturas

cka, é manter, durante todas as estações do ano, uma boa higiene pessoal. “É preciso também alimentar-se bem, mas evitar gorduras e calorias em excesso. Ingerir líquidos à von-tade, de preferência aquecidos, como chás, e manter os am-bientes ventilados e arejados”, recomenda.

Para passar um inverno quentinho e saudável vale es-tar sempre prevenido para as mudanças de temperatura que ocorrem durante o dia. Pela manhã, geralmente é mais frio, mas com o sair do sol, a tem-peratura tende a aumentar. Isso não é sinal para abandonar os agasalhos, pois tornará a ficar frio no final do dia. As crian-ças geralmente relutam em usar agasalhos, portanto os pais de-vem ficar vigilantes.

Em relação ao uso do fiel companheiro dessa estação, o especialista adverte: “O fogão à lenha e lareiras aquecem rapi-damente o ambiente. São pra-ticamente indispensáveis nessa época do ano, mas necessitam alguns cuidados, como garan-tir ventilação adequada, pres-tar atenção ao mínimo sinal de retorno de fumaça, e manter afastado os objetos inflamáveis das fontes de calor. E crianças nunca devem mexer em fogões ou lareiras”, lembra o médico.

É importante se agasalhar, ingerir líquidos e ter uma boa alimentação

mais quatro pessoas, que ficam em volta do fogão a lenha du-rante todo o dia. “O bom é que eu sempre tenho companhia na cozinha”, comemora.

A família também instalou uma lareira na casa, que está passando por reformas. Até os cachorros se aquecem na fren-te do fogo. “A [cadela] Bolinha adora ficar por aqui. A lareira está instalada na sala onde co-locaremos a TV. Por enquanto, ficamos mais na frente do fo-gão a lenha”, explica. A família colocará, em breve, um sistema de aquecimento interno, tudo para tentar fugir um pouco do frio da serra gaúcha.

Além do calor gerado pelo fogo, dona Lorita também tem suas táticas para esquen-tar o corpo. “Nessa época do ano fazemos muito quentão e sopa de capeletti, prato que não pode faltar no inverno”, disse. Além disso, a dona de casa aproveita o calor da larei-ra para secar as roupas, já que, além do frio, o inverno tam-bém traz muita umidade.

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5Quarta-feira, 29 de junho de 2011Bairros

[email protected]

Quem tem fogão a lenha em casa sabe muito bem enfrentar o inverno, principalmente na região serrana, onde as tem-peraturas são baixas e acabam prejudicando a saúde. No mu-nicípio, muitas famílias ainda usam o bom e velho fogão a lenha não só para se esquentar, mas encontram nele um alia-do e um fiel companheiro das noites frias e das soluções para quem quer fazer economia e aproveitar ao máximo o calor gerado por ele.

Embora tenha que ser usada muita lenha, e que pode cus-tar caro, ninguém desperdiça a oportunidade de fazer uma boa comida nele, secar roupas, co-zinhar pinhão na chapa e usá-lo para aquecer toda a residência.

A dona de casa aposentada, Santelina de Brito Vieira, 63 anos, reside no bairro Apare-cida há mais de 40 anos. Ela é uma adoradora do fogão a le-nha. Dona Santa, como é co-nhecida pelos vizinhos, afirma ser indispensável o fogão em sua residência, porque além de se aquecer ela cozinha para os filhos e netos e também seca as roupas nos longos dias de chuvas que a estação promove. “O fogão a lenha traz benefí-cios para tudo. Mesmo que a lenha seja cara nunca, deixei de acendê-lo pela manhã, deixan-do por diversas horas”, disse.

Ela jamais ficou sem o famo-so calor do seu fogão. “Sempre aprendi que uma boa comida e um bom chimarrão se faz no calor do fogão a lenha e isso é uma tradição principalmente aqui no sul” concluiu.

Na casa da família Passarin, a lenha será o objeto de maior consumo durante os próximos três meses. Seu Lordelino Passa-rin, de 78 anos, conta que sem-pre teve o equipamento em casa e que não abre mão de usá-lo du-rante todo o inverno. “Fazemos fogo de manhã e só apagamos na hora de dormir. Fechamos todas as portas e ficamos em volta dele”, disse. A sua esposa, dona Izaltina, aproveita o calor do fogão para secar as roupas do seu neto, que reside com eles no bairro Licorsul. “A comida feita no fogão a lenha demora mais, mas é muito mais saborosa”, ga-rante a aposentada.

Quem também usa o fogão é

seu Moacir Longo, de 80 anos-com a lenha que ele mesmo corta em seu sítio Ele garante que o uso do equipamento é tradição. “Meu bisavó já usava um desses em casa. É muito bom” comemora.

Água quente sempre

Outra utilidade é esquentar a água das torneiras com o uso do calor gerado pelo fogão a le-nha. A dona Terezinha Nichet-ti Soldi, do bairro São Roque, tem um fogão serpentina. Ele é uma espécie de aquecedor de toda a casa. Os canos de água foram instalados dentro do aparelho e, quando ele é aceso,

esquenta também a água que passa pelos canos e desemboca nos chuveiros, caixa de descar-ga e as pias da cozinha e dos banheiros. “O fogão sempre esteve presente na história da minha família e isso virou uma tradição, já que é muito difícil você deixar de usá-lo depois que tem, principalmente no in-verno”, disse.

Quem também usa esse siste-ma é a família do seu Aristides dos Santos. Morador do bairro São Francisco, Santos conta que usa esse sistema há mais de 20 anos para esquentar a água de toda a casa. “É muito bom, pois, como sempre usamos o fogão a lenha, aproveitamos o

calor gerado por ele para es-quentar a água que sai nas pias e chuveiro”, explica.

A renda da lenha

Quem também aproveita a época de baixas temperaturas

Mil utilidades para o calor

para ganhar um dinheiro extra são os vendedores de lenha, como Paulo Domani. Há cin-co anos o morador do bairro Santo Antão aproveita a época de frio para aquecer também o seu orçamento familiar ven-dendo lenha para os morado-res da cidade.

Em um galpão de 700 me-tros, Domani armazena ma-deiras das espécies eucalipto, pessegueira, plátano e acássia. Vendendo cerca de três me-tros de lenha por dia, o fun-cionário da prefeitura tira, em média, R$ 2 mil por mês no período do inverno. “Eu gos-to de trabalhar com a madeira, acho importante porque ajuda a aquecer muitas casas”, disse.

A lenha que seu Domani vende são sobras de madeira de reflorestamento que ga-nha de vizinhos ou que ele mesmo compra. “A melhor lenha para fogão a lenha ou lareira é eucalipto ou pesse-gueira”, garante.

NORMIR LEITÃO

Para Santelina Vieira, um chimarrão se faz no calor do fogão a lenha

Em um galpão de 700 metros, Domani armazena a lenha para vender

FOTOS BETTINA SCHÜNKE

Na casa da família Passarin, a lenha será o objeto de maior consumo durante os próximos meses

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6 Quarta-feira, 29 de junho de 2011 BairrosAnônimos

A arte de ensinar com amorCom 22 anos de carreira, a professora aposentada lembra da época em que o quadro negro era o seu instrumento de trabalho

Ensinar sempre foi umas das principais paixões da

professora Dedi Lúcia Turco-ni, 67. Ela dedicou mais de 20 anos à educação de crianças e adolescentes das escolas da cidade.

Dedi lembra que começou a lecionar em 1965, na cida-de de Protásio Alves, interior do Estado. Começou dando aulas para alunos de primeira

série. Natural de Bento Gon-çalves, Dedi retornou para a cidade em 1967 para dar aulas na Escola Estadual de Ensino Fundamental Nossa Senhora da Salette, localizada no bairro Barracão. A professora apo-sentada também lecionou na Escola José Farina e no Co-légio Marista Nossa Senhora Aparecida. “Eu dava aula da 1ª a 5ª série. Como eu lecionava todas as disciplinas, tinha que saber de tudo, de matemática a

ARQUIVO PESSOAL

Dedi Turconi ministrou aulas em escolas da cidade e do interior

Aposentada, Dedi ocupa seu tempo realizando trabalhos em casa

BETTINA SCHÜNKE

português”, lembra Dedi.Professora estadual, em 1970

ela foi escolhida para realizar um curso em Belo Horizonte sobre alimentação escolar. A partir dai começou a trabalhar na 16ª Coordenadoria Regio-nal de Educação, onde traba-lhou por muitos anos até se aposentar.

Lembranças

São muitas as recordações da época em que estava em sala de aula. Dedi lembra até hoje, com muito carinho, de histórias e acontecimentos que marcaram a sua carreira. “Eu gostava de lecionar, principal-mente para as séries iniciais, pois era muito emocionante ver quando a crianças come-çando a ler e a escrever e saber que tu fez parte daquele apren-dizado”, orgulha-se. Até hoje ela lembra nomes de estudan-tes. “Tenho contato com al-guns alunos até hoje. Sinto sau-dades daquele tempo”, disse.

Para a ex-professora, a edu-cação dos dias atuais é muito diferente da época em que estava em frente ao quadro negro. “Antigamente, era uma disciplina total dentro de sala de aula, o professor era res-peitado. Hoje, infelizmente, o professor não é valorizado”, desabafa.

A aposentada lembra que

Bettina Schünke

quando terminou o ensino mé-dio queria ser aeromoça, mas alguns fatos pessoais a impe-diram de realizar esse sonho. Formada em magistério e tam-bém em Educação para o Lar [email protected]

pela faculdade de Passo Fundo, hoje Dedi auxilia a irmã reali-zando pequenos trabalhos com costura em sua casa.

VILA NOVA

Festa junina para os idosos hoje

O grupo da terceira idade Prazer de Viver, do bairro Vila Nova, realiza hoje, 29, sua festa junina.

O evendo é aberto ao público e inicia às 14h, no salão da Igreja Nossa Senhora do Caravaggio. Os idosos da região prestigia-ram uma festa com muita dan-ça e comida típica. A entrada é gratuita. O evento é em parceria com a Unidade de Estratégia Saúde da Família do bairro.

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7Quarta-feira, 29 de junho de 2011Bairros ESPORTES

A VOZ DOS BAIRROSNoemir Leitã[email protected]

No bairro Licorsul, os moradores querem uma solução para as ruas que continuam com problemas de trânsito. Al-gumas reformas foram feitas, como a colocação de novos tu-bos de esgoto, mas os veículos continuam tendo dificuldades em trafegar na área próxima a igreja Santa Catarina. Segundo informações, até o final deste mês as obras deverão estar en-cerradas e as ruas liberadas para o transito fluir normalmente em todo bairro.

A rua Buarque de Macedo, no bairro Aparecida, necessita de uma reforma em toda a sua pavimentação. Ela é um elo de ligação entre os bairros Aparecida e Nossa Senhora da Saúde, até a RST 470, dando acesso a outros locais. A situ-ação é muito complicada para os veículos, que se obrigam a desviar dos buracos e das pedras soltas em alguns trechos, sem falar dos quebra molas que estão em locais inadequados. Algo deve ser feito em prol destas duas comunidades.

Um velho problema vem à tona na avenida São Roque. A questão dos estacionamentos para que os consumidores possam comprar no comércio local. Comerciantes ressaltam que, com a criação das rotatórias, ficou impossível estacionar nesta avenida. As condições são precárias, faltam espaços e não há como haver uma ampliação na mesma avenida. A discussão continuará até que se chegue a uma conclusão.

Com a colocação das calçadas na avenida Presidente Cos-ta e Silva, no bairro Planalto e sendo ampliada para outras ruas do bairro Fenavinho, o incentivo começa e despertar para que outros locais façam o mesmo. As calçadas de pas-seio são importantes para os pedestres, logo muitos bairros deveriam fazer o mesmo, tomando partido e reformando suas calçadas, como ato de verdadeira cidadania.

Depois do acidente que ocorreu na rua Xingú com a Tie-tê, no bairro São Bento, continua a discussão em torno da instalação de um semáforo neste cruzamento. Muitos mo-radores definem esse trecho como perigoso. Já ocorreram outros acidentes semelhantes no local, em que até mesmo a faixa de segurança e a sinalização das placas são ignoradas. Próximo destas duas ruas existe uma escolinha infantil. Nes-te caso, algo tem que ser feito com urgência.

Os moradores da rua Avaí, no bairro Maria Goretti, estão aguardando uma definição dos órgãos competentes do mu-nicípio com relação a situação que ocorre neste local. A pavi-mentação está completamente irregular, causando transtor-no para os motoristas que trafegam diariamente. Além disso, as residências que possuem garagens são reféns dos veículos que estacionam nos dois sentidos da rua, que é muito es-treita. Os moradores querem uma solução. Com a palavra, o Departamento Municipal de Trânsito.

Estão faltando placas de sinalização com os nomes das ruas em muitos bairros da cidade. Um exemplo disso está ex-posto no bairro Botafogo. A rua Senador Alberto Pasqualini tem uma placa em uma residência, próximo do PA 24 horas, mas no início da rua sequer existe identificação. Para quem não conhece as ruas da cidade, a situação fica ainda pior. Além disso, tem moradores que não sabem o nome das ruas onde eles moram, outra situação constrangedora, pois não há placa que indique o nome da mesma.

Os moradores dos bairros Fenavinho e Vila dos Eucalip-tos alertam para que seja reformada a escadaria que liga os dois locais e que fica próximo ao Parque de Eventos. A esca-daria serve de ponto de usuários de drogas e esconderijos de vândalos, já que existem matos nas proximidades. Eles que-rem, além da reforma deste local, a presença de uma viatura da Brigada Militar, principalmente nos horários de retorno dos estudantes, pois eles usam diariamente este trecho.

Memória Esportiva

A associação que virou clube de futebolAs lembranças de uma equipe que marcou muito o bairro Santa Marta

Em 1994, a associação de moradores do bairro San-

ta Marta foi criada com intuito de trazer lazer aos seus filiados. Mas foi inserido na entidade o departamento esportivo, e por consequência, formada uma equipe de futebol que levou o nome do bairro a altos ní-veis em disputas de torneios, campeonatos e muitos jogos amistosos pela região serrana. Estava fundada a Associação Santa Marta.

Ela foi dirigida não somen-te na parte institucional, mas também futebolística por Ivo Ariotti, 58 anos, idealizador de uma das equipes que mais deram alegria para os seus mo-radores. Durante o período de existência, o Santa Marta acumulou vitórias e conquis-tou torneios e o respeito dos adversários na cidade. Era a equipe preferida pelos mora-dores, formada por atletas que

Atletas de vários bairros e do interior do município formavam a equipe da associação do Santa Marta

Noemir Leitão se juntaram de diversas partes da cidade e até mesmo do inte-rior do município.

Disputas acirradas

A partir de 1996, a equipe que já vinha disputando cam-peonatos municipais, como o citadino, participopu da Copa JR Marcante de Futebol, e da Copa Unicam, além de atuar em amistosos dentro e fora do município, vencendo a sua em vários jogos e mostrando a performance de um clube bem organizado.

Ivo Ariotti conta que sem-pre teve que tirar dinheiro do bolso para manter a equipe ali-nhada e com uma postura de clube amador. O desportista lembra de muitos bons joga-dores que surgiram na equipe, já que o quadro principal era de atletas conhecidos da cida-de. O quadro de aspirantes era oriundo das categorias de base que o técnico Ivo treinava aos

sábados à tarde em uma loca-lidade retirada do centro de Bento Gonçalves. “Tínhamos um excelente grupo, formados por bons atletas e que davam a resposta em campo, além disso, enfrentávamos equipes de alto nível no futebol amador, mas, com garra e determinação, es-távamos sempre entre os me-lhores”, ressalta.

Ivo foi presidente e técni-co por mais de sete anos, até que em 2003, o Santa Marta acabou fechando seu departa-mento de futebol. A associa-ção ainda existe, mas a equipe que brilhou na cidade em tor-neios e competições oficiais ficou para trás. “Tenho boas lembranças do Santa Marta, pois foram diversas vezes que me emocionei com as vitórias brilhantes que conquistamos em jogos muito difíceis pela nossa região, mas era gratifi-cante trabalhar por um grupo que tinha um excelente cará-ter, acima de tudo”, relembra.

[email protected]

ARQUIVO PESSOAL

Atletas de ponta

Hoje, Ariotti acompanha o esporte e não deixa de anali-sar o futebol amador de Ben-to Gonçalves. Ele afirma que muitos atletas que hoje des-pontam em boas equipes da cidade e do interior fizeram parte da equipe de aspirantes do Santa Marta e foram seus atletas em categorias de base.

Do time principal, muitos fi-zeram parte do elenco que disputou diversas competi-ções municipais e regionais. Ele cita Jair Batistello como um dos melhores goleiros que existia na época, além de Nes-tor Cavaleri, Wilson Garbin, Supra, Edson Mancha, Joci-nei, Miguel, Rafael Fim, Dutti e Gilmar, este último um dos melhores zagueiros que o fu-

tebol amador teve. “São tan-tos atletas que muitas vezes a gente chega a cometer um erro em não citá-los, mas com certeza, eles fizeram parte de uma das melhores equipes que a associação do bairro teve e que deixará saudades para os moradores e torcedo-res” afirma Ariotti.

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8 Quarta-feira, 29 de junho de 2011 Bairros

Sociais

Jardim GlóriaMais de 400 pessoas homenagearam São Luiz Gonzaga no almoço realizada no dia 19 de junho. A festa em honra ao padroeiro do bairro Jardim Glória iniciou no sábado, 18, com procissão seguida de missa, celebrada pelo padre Darci Camatti. Moradores da região lotaram o salão comunitário. A festa foi organizada pela equipe administrativa da comunidade e pelos casais festeiros.

A organização da festa ficou com os casais festeiros Éderson e Jaqueline Broch, Pedro e Vânia Barossi, Celito José Faé e Maria Helena Agostini, Leonardo Civardi e Michelle Pedro, Valdir e Maria Euvira Bastistela e o casal festeiro jovem Cristian Barossi e Jéssica Soligo

Os casais festeiros da Festa da Paróquia Cristo Rei prestigiaram a comunidade São Luiz

O avô coruja Benício Civardi com o seu neto Adriano, de 15 meses

Celito Faé, Osmar Casagrande e Zelindo Puton, da administração

As irmãs Sarah Fitarelli, 8 anos, e Sabrina Fitarelli, 13 anos

Meio ambienteAlunos do 4º ano do Colégio Dona Isabel desenvolveram atividades de conscientização e de preservação ao meio ambiente. Cada aluno criou com sucatas um boneco. Com orientação da professora Ana Paula Zanovello.

FOTOS BETTINA SCHÜNKE

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