15/06/2011 - bairros - jornal semanário

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Quarta-feira, 15 de junho de 2011 A VOZ DOS BAIRROS Rua Luiz Milani, no bairro Vila Nova, está esburacada Bairros Não é só de produtores de uva e vinho que gira a economia do município. Moradores encontram em diferentes profissões o sustento da família página 3 Devota de Santo Antônio conta os milagres que ele realizou em sua vida página 3 BETTINA SCHÜNKE Social Movimentação nos bairros da cidade página 8 DIVULGAÇÃO Coritiba Um time de muitos torcedores no Vila Nova página 7 Além da uva e do vinho RAQUEL FRONZA ARQUIVO páginas 4 e 5

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Bairros - Jornal Semanário - Edição 2729 - 15/06/2011 - Bento Gonçalves

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Quarta-feira, 15 de junho de 2011

A VOZ DOS BAIRROS

Rua Luiz Milani, no bairro Vila Nova, está esburacada

Bairros

Não é só de produtores de uva e vinho que gira a economia do município. Moradores encontram em diferentes profissões o sustento da família

página 3

FéDevota de Santo Antônio conta os milagres que ele realizou em sua vida

página 3

BETTINA SCHÜNKE

SocialMovimentação nos bairrosda cidade

página 8

DIVULGAÇÃO

CoritibaUm time de muitos torcedores no Vila Nova

página 7

Além da uva e do vinho

RAQUEL FRONZA

ARQUIVO

páginas 4 e 5

Editorial

2 Quarta-feira, 15 de junho de 2011Bairros

Nutrição: assunto de saúde públicaARTIGO

Enquete: Se você pudesse escolher outra profissão, qual seria?FOTOS BETTINA SCHÜNKE

A alimentação é uma preocupação constante na rotina das pessoas. Seja para obter um estilo de vida saudável, seja para perder peso, melhorar a saúde ou, simplesmente, satisfazer uma necessidade fisiológica, comer é sempre bom. Contudo, uma nutrição adequada se preocupa com algumas questões importantes: o que, quando, quanto e como consumir os alimentos.

O que: as pessoas nunca tiveram tantas opções de cardápio quanto agora. Os avanços na tecnologia da conservação, armazenamento e transportes de alimentos, quebraram as fronteiras distribuindo pelo mundo enlatados, conservas, queijos, refrigerantes, ketchup, hambúrgueres, pizzas etc.

Variar os alimentos, não exagerar na quantidade e consumir os nutrientes adequadamente completam as bases de um bom hábito alimentar.

Quando: aquela falsa ideia de que “quanto mais tempo ficar sem se alimentar, mais rápido emagrecerá” é uma agressão para o corpo. É comprovado que refeições fracionadas de três em três horas estimulam o metabolismo a gastar energia com o processo de digestão e absorção.

Quanto: comer mais vezes no decorrer do dia não significa comer mais que o necessário. O fracionamento das refeições deve buscar a presença de produtos saudáveis e diversificar o consumo, controlando as quantidades.

Turistas e visitantes que chegam em Bento Gonçalves se deparam com enormes parreirais e vinícolas espalhadas nos quatro cantos da cidade. Grande fábricas de móveis também fazem parte do cenário do município, além de destacar-se nos setores metalúrgico, plástico e alimentício. Segundo dados do Panorama Socioeconômico de Bento Gonçalves de 2009, a indústria representa 70% da economia da cidade. Serviços fica em segundo lugar, com cerca de 22% e o comércio vem logo depois com pouco mais de 8%.

Todos nós sabemos que a roda da economia da capital da uva e vinho gira em torno desses setores, que empregam milhões de moradores e geram riqueza e renda para a população e para a cidade, fazendo com que ela cresça e evolua cada vez mais. Mas não é apenas isso que a faz rodar.

Os trabalhadores de garagem também fazem parte deste círculo. Sapateiros, cozinheiros, artesãos e muitas outras profissões que são

Como: com o objetivo de combater principalmente a obesidade, devemos encorajar as pessoas ao consumo de um maior grupo de alimentos, como vegetais, frutas, leite, cereais, grãos integrais e carnes.

O nutricionista pode ajudar a colocar em prática tudo isto, pois desenvolve ações e eventos de promoção da alimentação saudável.

Enquanto membro da equipe do Núcleo de Apoio a Saúde da Família (Nasf) a nutricionista atua, através de atendimentos individuais conforme encaminhamentos do médico da família, formação de grupos de promoção da saúde, prevenção e acompanhamento de doenças e agravos relacionados com a alimentação e nutrição (anemia, desnutrição, excesso de peso, hipertensão arterial, diabetes, entre outras), Visitas à domicílio aos pacientes que necessitam por incapacidade de locomoção (acamados, usuários de sonda, entre outros) e avaliações antropométricas, principalmente das crianças, para acompanhar o estado nutricional das mesmas e planejar uma intervenção nutricional adequada, como incentivar e apoiar o aleitamento materno e à alimentação complementar introduzida em tempo oportuno e de qualidade.

Adirene FiorinNutriconista

Núcleo de Apoio a Saúde da Família

“Sou vendedora, mas sempre quis fazer um curso para ser secretária. Falta oportunidade”Isabel de Paula, 29 anosAparecida

“Gostava de jogar futebol e tocar gaita, mas não tive oportunidade”João Salvadori, 68 anosBorgo

“Atuo com serviços gerais, mas sempre sonhei em ser médica”Ines de Borba, 59 anosJuventude

Edição: Bettina Schünke [email protected]ção: Noemir LeitãoDiagramação: Maiara AlvarezSupervisão: Rogério Costa Arantes

Caderno

Este caderno faz parte da edição 2717, de quarta-feira, 15 de junho de 2011, do Jornal Semanário

BairrosDireção: Henrique Alfredo [email protected] A. Antonini, 451Bairro Fenavinho Bento Gonçalves, RSFone: 54 3455-4500

encontradas na garagem dos moradores dos bairros da cidade oferecem um trabalho simples e digno para muita gente. Gente como seu Heli Dalmolin, sapateiro que está há mais de 30 anos no mesmo ponto, localizado no bairro Licorsul. Empresa familiar, mas tradicional da cidade, que garante a renda e o sustento para ele e toda a sua família.

Trabalhar em casa pode ser muito mais cômodo para as pessoas, mas também tem suas dificuldades, como, por exemplo, ganhar o reconhecimento e dar credibilidade ao trabalho desenvolvido.

Os trabalhadores desse tipo de profissão fazem o seu dever com amor e prazer e sente muito orgulho da escolha que fizeram. Muitos começaram por acaso, fazendo para a família e vizinhos, mas sem pretensão de virar algo profissional. Os vizinhos se encarregaram de fazer a propagada boca a boca, e o final dessa história você confere nas páginas 4 e 5 do Caderno Bairros. Boa leitura!

Os moradores do bairro Nossa Senhora da Saúde querem uma definição na rua Buarque de Macedo. Existem buracos e irregularidades em todo o prolongamento da rua. Além disso, os quebra-molas que foram colocados não são respeitados pelos motoristas que andam em alta velocidade, podendo causar aci-dentes, já que muitas crianças residem neste bairro e usam esta rua para deslocar-se até a escola.

No bairro Maria Goretti, as ruas Fioravante Pozza e Emilio Pozza necessitam de pintura nas faixas de segurança. Em horário escolar, mesmo com a presença de agentes de trânsito, muitos veículos trafegam pelo local e em alta velocidade. Há um risco grande de acidentes, já que muitas crianças usam o trajeto para ir à escola e retornar para suas casas.

A rua Luiz Milani, no bairro Vila Nova, está com um buraco no final do seu prolongamento, onde dá acesso a rua Carlos Dreher Neto. Há um transtorno principalmente nos horários de pico.

No bairro São Roque, continua a irritação dos moradores e motoristas com relação a rua Ângelo Marcon. Esta rua é longa, ligando o bairro com as demais localidades da cidade e está em situação péssima para trafegabilidade. Um morador que sofreu um acidente há algumas semanas está mobilizando um processo contra a Prefeitura Municipal com relação ao estado do local. To-dos reivindicam asfaltamento para esta rua.

No bairro Vila Nova continua interrompida a rua Aurélio Pe-ruffo, em virtude de obras de canalização e ajustes na pavimenta-ção. As obras já iniciaram neste local, e segundo a Secretaria Mu-nicipal de Obras e Viação, até o final do mês haverá a liberação da rua. Por enquanto, os ônibus coletivos que fazem o trecho até o bairro Vila Nova II retornam pela rua Carlos Dreher Neto.

O trevo de acesso a cidade no bairro Santa Rita, na rua An-tônio Michelon, continua necessitando de reforma. No canteiro central, há muitos matos e na parte asfáltica, os buracos estão visíveis. Já houveram solicitações para que o departamento de limpeza da Secretaria Municipal de Meio Ambiente visitasse o trevo. Com as chuvas a situação poderá piorar, pois novos bura-cos aparecerão.

A feira ecológica do bairro São Roque está em pleno anda-mento, na praça da Igreja Matriz. Serão ao todo sete feirantes que irão nas terças-feiras vender seus produtos orgânicos. Por outro lado, a luta agora da associação é construir a nova escola de ensino fundamental, que irá atender muitas crianças e adolescentes. Eles não precisarão mais deslocar-se para outros estabelecimentos a fim de estudar. Projetos neste sentido já estão em ritmo avançado.

Izolda foi presentrada com a imagem do santo quando criança

3Quarta-feira, 15 de junho de 2011BairrosA VOZ DOS BAIRROS

[email protected]

Bettina Schünke

Noemir Leitã[email protected]

Anônimos

A graça é alcançada pela fé no padroeiroA história da devota que busca em Santo Antônio uma resposta para tudo

Nesta semana, Bento Gonçalves parou para

comemorar o dia do seu pa-droeiro. Milhares de fiéis es-tiveram presentes nas missas que ocorreram durante o dia e na procissão realizada pelas ruas do centro da cidade.

Uma dessas fiéis chama--se Izolda Longhi. A dona de casa, de 72 anos, moradora do bairro Cidade Alta, conta que sua fé pelo santo casamentei-ro iniciou quando tinha 7 anos de idade. Mesmo criança ela já acreditava no menino Je-sus, mas o que realmente fazia Dona Izolda sonhar naquela época era uma boneca, que esperava vir como presente

de Natal. Chegada à noite da ceia natalina, ela avistou um embrulho embaixo da árvo-re de Natal. Porém, o detalhe estava no conteúdo do pacote: seu pai a presenteou com uma imagem de Santo Antônio. Apesar do presente não cor-responder com o que espera-va, Izolda comemorou. “Meu pai era devoto fervoroso de Santo Antônio, e mesmo de-pois do seu falecimento, em 1970, continuamos a gostar do santo e ser devoto como ele. Isso vem de gerações”, conta.

Dona Izolda conserva, em sua casa, com carinho e mui-ta dedicação as imagens de Santo Antônio que ganhou ao longo de sua vida. Para ho-menagear o santo, ela plantou

nos fundos de casa diversos pés de rosas brancas para pre-sentear o Santo. Diariamente ela renova o vaso de flores de-dicado ao seu padroeiro. Nos momentos em que se faz au-sente da residência, ela conta com a ajuda de uma de suas vizinhas, responsável pela troca das rosas. “Desde que casei nunca deixei o santinho sem uma rosa”, explica.

Hoje, os três filhos e netos seguem os passos da devota, que também tinha no marido, já falecido, um fiel seguidor de Santo Antônio. “Nunca deixa-mos de rezar em frente à ima-gem do santo e temos muita fé em tudo em que pedimos, já que ele faz parte da nossa his-tória e da nossa vida”, ressalta.

Izolda conta, com muito lou-vor, a demonstração do primei-ro milagre de Santo Antônio na sua família. Em 1960, seu pai estava enfermo de uma perna e todos da sua família ajoelha-ram-se diante da imagem do santo e, juntos, realizaram a tre-zena. Logo depois disso, quan-do ela foi visitar o seu pai, ele já estava curado e sem nenhum sinal de dores. “Essa cura foi graças as orações que foram à Santo Antônio por todos os familiares naquele momento especial”, afirma.

Outro milagre foi quando sua filha havia perdido todo o trabalho de faculdade para uma apresentação que faria. Ela acalmou a filha e rezou o tradicional sequério para o Santo. Resultado: horas depois sua filha encontrou todo o tra-balho que havia sido perdido.

Além de devota, Izolda está envolvida com o trabalho na igreja. Seguindo os passos do marido, atua como ministra na paróquia Santo Antônio, dá aulas de catequese para as crianças e há mais de 40 anos é zeladora, trabalhando, inclu-

Milagres incomparáveis

sive, na cozinha do salão, já que faz parte da equipe admi-nistrativa. “Sempre fiz o me-lhor para ajudar na festa, sob todos os sentidos, mas minha fé está mesmo no Santo An-tônio. Acompanho as missas e a procissão há muitos anos,

mesmo sem ter meu marido ao meu lado, que era meu compa-nheiro na devoção ao padroei-ro. Quando há possibilidade, minhas filhas e netos também participam”, comenta.

RAQUEL FRONZA

4 Quarta-feira, 15 de junho de 2011 Bairros

Famíla Dalmolin segue consertando sapatos desde 1984

Profissões

Não são somente produ-tores de uva, vinícolas e

fábricas de móveis que movem a cidade de Bento Gonçalves. Os moradores do município en-contraram em outras profissões um caminho para ganhar e ga-rantir a renda da família.

Circulando pelos bairros da cidade, encontramos morado-res que, com o trabalho simples, humilde e digno, tiram a renda necessária para sobreviver na ca-pital brasileira da uva e do vinho.

É o caso de dona Zelide Nunes. A moradora do bairro Ouro Verde, de 78 anos, en-controu nas frutas e na arte de cozinhar uma forma de ganhar um dinheiro extra. Há mais de 10 anos, Zelide transformou a garagem de casa em uma fábri-ca de chimias. Fazendo doces de diversos sabores como uva, pêssego e goiaba, a aposentada vende para amigos, familiares e vizinhos. “Aprendi a fazer chi-

mia com a minha mãe. Como a família era grande, éramos em 13 pessoas, fazíamos para con-sumo próprio e sempre ajudei ela a fazer”, comenta.

Só nesse ano, a moradora dis-se que já produziu mais de 120 quilos de chimia. “Faço porque gosto. Não posso me ver para-da, sentada, sempre tenho que estar fazendo alguma coisa para me mexer e me manter ocupa-da”, explica.

Mãe de três filhos, ela orgu-lha-se da profissão em que atua no momento. Natural de André da Rocha, quando era jovem ajudava os pais na agricultura, plantando e colhendo frutas e verduras.

O gosto pela culinária é he-rança de família. O filho mais novo também sabe fazer os do-ces e ajuda ela quando há muita encomenda. “A minha mãe di-zia que para casar tínhamos que aprender a fazer de tudo. Minha irmã faz tortas e doces, e eu faço chimias”, orgulha-se.

No bairro Licorsul, encontra-mos uma família inteira envol-vida na mesma profissão: o de consertar sapatos. O patriarca é seu Heli Dalmolin. Com 80 anos de idade, ele conta, todo orgulhoso, que nunca pensou em trabalhar em outra profis-são. “Meu pai era sapateiro e quando eu tinha uns seis, sete anos, comecei a ajudar ele na oficina, consertando pequenas coisas”, lembra-se.

Natural da cidade de Muçum, seu Dalmolin chegou em Ben-to Gonçalves em 1984, quando abriu a sapataria que funciona no mesmo endereço até hoje, na rua Marechal Castelo Bran-

Os trabalhos que movem Bento GonçalvesTransformar o passatempo em geração de renda é o sonho de muitas pessoas. Alguns moradores fizeram isso e, trabalhando com o que gostam, encontraram no lazer e no prazer o sustento da família

Bettina Schünke

Herança de famíliaco. “Sempre gostei de trabalhar com calçados. Tinha uma fábri-ca de chinelos em São Valentim de Sul, que tive que fechar por causa da inflação. Foi aí que de-cidi vir para Bento abrir uma loja apenas para fazer conser-tos de sapatos”, explica.

O aposentado é pai de três filhas, duas delas aprenderam com ela a profissão e o ajudam na pequena sapataria até hoje. “Trabalhei por cinco anos em outro local, mas voltei para aju-dar o pai na loja. Tenho muito orgulho da profissão que eu exerço”, disse a filha Marilene Dalmolin, de 56 anos.

Trabalhando de segunda a

sábado, conforme conta pai e filha, o inverno é a época de mais trabalho na loja. “Conser-tamos de tudo, desde pequenos detalhes até grandes reformas nos sapatos”, disse Dalmolin, que recebe clientes oriundos de todos os bairros da cidade e até de cidades vizinhas, como Garibaldi. “Esse é o nosso ga-nha pão. É uma profissão mui-to digna, dá para viver muito bem”, comenta Marilene.

A arte de fazer o que gosta

A dona de casa Vanessa Zarsche, de 37 anos, uniu o útil ao agradável. O gosto pelo

Ildes Foreste capricha na hora de produzir os capelettis, prato tradicional em Bento Gonçalves

FOTOS BETTINA SCHÜNKE

5Quarta-feira, 15 de junho de 2011Bairros

[email protected] e doces artesanais de fruta são opção de renda financeira

Biscuit somado à criatividade pode render belos trabalhos

artesanato virou fonte de ren-da para a família moradora do bairro Maria Goretti.

Trabalhando com biscuit há nove anos, Vanessa encontrou na arte de modelar mais do que um passatempo, um refú-gio para ocupar a mente e uma fonte de renda para auxiliar nas despesas da casa.

“Eu sempre gostei de ar-tesanato. Quando entrei em depressão, há nove anos, eu vi que precisava fazer alguma coisa para ocupar a mente. Foi então que passei por uma ban-ca de revistas e vi várias de ar-tesanato e uma delas ensinava a

Os trabalhos que movem Bento GonçalvesTransformar o passatempo em geração de renda é o sonho de muitas pessoas. Alguns moradores fizeram isso e, trabalhando com o que gostam, encontraram no lazer e no prazer o sustento da família

trabalhar com biscuit”, lembra--se Vanessa.

Fazendo diversos objetos como ímãs de geladeira, po-tes, lembrancinhas e até bolos decorativos para aniversário, a dona de casa aprendeu so-zinha a modelar a massa de biscuit e o passatempo virou em geração de renda. “Come-cei fazendo pequenos potes. A notícia de que eu trabalha-va com o material foi se espa-lhando rapidamente no bairro, sem que fizesse algum tipo de propaganda, e em três meses eu já estava ganhando 500 re-ais por mês”, comenta. Com o

dinheiro arrecadado na venda dos objetos, ela auxilia com as contas de casa.

Para Vanessa, o dom da arte vem de família. “Sempre gostei de artes plásticas. Na época de colégio desenhava muito bem e adorava fazer colagens”, disse. Seu filho, de 10 anos, herdou o talento da mãe e também adora desenhar. “Meu avó tinha ha-bilidades com as mãos e traba-lhava com o entalhe de madei-ra. Minha mãe pintava telas de quadro e tenho um tio que tra-balha fazendo bijuterias. Acho que é genético”, questiona-se.

A tradição que vira renda

A tradicional sopa de cape-letti é prato principal na casa da dona Ildes Foreste. Mora-dora do bairro Ouro Verde, ela aproveita o dom de cozinhar para vender capeletti na vizi-nhança e ganhar um dinheiro e ajudar com as despesas de casa.

A cozinheira aposentada já trabalhou em grandes empre-sas, fazendo refeições para os trabalhadores. “Eu tinha meu pai doente e tive que ficar em casa para ajudá-lo. Sempre fiz para consumo da família e as vizinhas descobriram que eu fazia e foram encomendando. Nunca pensei em ganhar di-nheiro com isso. Foi uma coisa que aconteceu naturalmente”,

explica Ildes.A dona de cada conta que

aprendeu a preparar a massa com a mãe quando ainda era criança. “Preparo tudo, desde a massa até o recheio. Tudo é feito com o maior cuidado, em relação à higiene, na minha co-zinha”, disse.

A arte de cozinhar também

pertence aos filhos de dona Ildes, que a auxiliam na cozi-nha quando as encomendas são muitas. “Nunca parei para contar a quantidade de capelet-ti que eu vendo, mas acho que gira em torno de uns 15 quilos por semana”, finaliza.

6 Quarta-feira, 15 de junho de 2011 Bairros

BarracãoBairro livre do hábito de fumarTrabalhadores de reciclagem participaram

Os trabalhadores da recicla-gem localizada no bairro Bar-racão tiverem um encontro livre do cigarro no dia 27 de maio. O evento realizado pela unidade da estratégia saúde da família da localidade organi-zou um encontro para orien-tar os trabalhadores fumantes da cooperativa sobre os males causados pelo tabaco.

Cerca de 20 pessoas parti-

ciparam da conversa que teve orientação do médico do pos-to, Daniel Francio, da enfer-meira coordenadora Fabiane Conzatti e da agente comuni-tária de saúde Tuane Luchese. Segundo Fabiane, este foi o primeiro encontro do grupo. A proposta é seguir com os encontros até o fim do ano, sendo realizados quinzenal-mente.

APARECIDA

Inscrições abertas para feira solidária

A Associação do Artesanato do Bairro Aparecida (Aaba) está com inscrições abertas para os interessados em par-ticipar da 1ª Feira Espaço So-lidário realizada pela institui-ção. A programação ocorrerá no mês de setembro, na praça Darcy G. Ramos, localizada no bairro Aparecida.

Com o propósito de auxi-liar as entidades e projetos sociais do município na bus-ca de sua auto-sustentabili-dade, através do comércio

beneficente de produtos, ar-tesãos de toda a cidade po-dem participar. Entidades e pessoas físicas podem parti-cipar como expositores.

Os interessados devem se inscrever na Instituição Pe-queno Grande Campeão, situ-ada na rua Júlio de Castilhos, 251, sala 22, bairro Centro, das 13h30min às 16h. A taxa de inscrição é de R$ 20. In-formações com a coorde-nadora Isaura pelo telefone: 9999.1619.

Mais de 20 pessoas assistiram ao encontro antifumo

Bettina Schünke

DIVULGAÇÃO

[email protected]

7Quarta-feira, 15 de junho de 2011Bairros ESPORTES

Memória Esportiva

O orgulho do Vila NovaCoritiba tinha a admiração dos moradores

Uma das equipes do Coritiba que alegrava os torcedores do bairro Vila Nova

Na década de 1980, mais precisamente em 1985

nasceu o Coritiba Futebol Clube, irmão do famoso time do Para-ná. O clube se chamava anterior-mente Vila Nova Futebol Clube, em homenagem ao bairro e os fanáticos torcedores que gosta-vam de futebol na região.

Durante sua existência, o Vila Nova jogou muitos amistosos com este nome, mas foi com o Coritiba que atuou em torneios, bem como, disputou, durante dois anos consecutivos, o cam-peonato municipal. O torneio disputado na cidade e no interior levava centenas de torcedores aos campos, numa época que o

futebol amador era muito presti-giado em Bento Gonçalves.

Aristides Di Bernardo, mais conhecido como “Titi”, foi o fundador do Coritiba e presidiu o clube por diversas vezes, sem-pre com dedicação e amor ao esporte. Titi ressalta que, “não ganhávamos nada para trabalhar e sim por amor ao clube, sempre na busca para melhorar a agre-miação como um todo”, disse. O Coritiba tinha seu campo de futebol próximo ao Parque da Fenavinho, onde hoje é o atual Kartódromo Aristides Bertuol.

Durante sua existência, o Co-ritiba sempre teve bons atletas, que agradavam os torcedores,

e ainda tinham um grande nível técnico. Atletas como Gelson e Nelson Schenatto, que eram mui-to conhecidos na cidade, faziam parte da escalação. A rivalidade era diante do time do Barracão, o Rosário de Pinto Bandeira, Ca-narinho de São Valentim, entre outros. Titi lembra que os jogos eram muito disputados e com times realmente qualificados da-quela época. “Nosso torcedor sempre prestigiava os jogos. Ía-mos com dois a três ônibus para as partidas, quando era dentro e também fora do município”, sa-lienta.

O Coritiba sempre teve um time formado por atletas do pró-prio bairro e de outros locais da cidade. A união da equipe era sempre fundamental, já que não

havia discussão com relação a quem jogaria nas partidas amisto-sas e nos torneios e campeonatos.

Quando o Coritiba atuava em Bento Gonçalves, os jogos sempre eram disputados em seu campo, que ficava no Parque da Fenavinho. Hoje, o local possui o Kartódromo, já que houve uma permuta para que o clube cons-truísse seu novo campo em outro lugar. Di Bernardi afirma que a ideia de conceder o atual campo do Coritiba para a construção do novo empreendimento de corri-da de kart foi aceita por todos os dirigentes e atletas na época, mas o time recebeu como promessa de ter seu novo campo constru-ído imediatamente. Porém, até

os dias de hoje, o clube não teve esse sonho realizado. O Coriti-ba atuou em partidas no estádio Municipal e em outros campos, pois segundo o fundador da equipe, essa foi uma mágoa que ficou para os atletas e dirigentes e também para os torcedores do clube do bairro Vila Nova.

O Coritiba teve suas atividades esportivas encerradas no final dos anos 1990 e muitos dirigen-tes ainda lembram com saudade os grandes jogos nas tardes de domingo que fez desta equipe uma das mais tradicionais da ci-dade. Alguns dirigentes pensam na ideia de reunir boa parte dos atletas e técnicos que passaram pelo time durante duas décadas.

Noemir Leitão

FOTOS ARQUIVO

Um dia de confraternização entre os atletas e suas famílias

Atletas destaque

Campo destruído

[email protected]

8 Quarta-feira, 15 de junho de 2011 Bairros

SociaisFOTOS NOEMIR LEITÃO

DIVULGAÇÃO

DIVULGAÇÃO

Saúde em açãoA equipe da unidade de Estratégia de Saúde da Família, localizada no bairro Aparecida, em evento de Páscoa realizado no mês de abril, em parceria do Núcleo de Apoio à Saúde da Família e Centro de Atendimento à Criança e ao Adolescente Balão Mágico.

ComemoraçãoO grupo de idosos Tia Luiza, do bairro Aparecida, comemorou 17 anos de fundação no final do mês de maio. Com uma missa seguida de um almoço e muita música, os idosos se divertiram e tiveram momentos de lazer e descontração. O grupo foi fundado em 1994 por Altair Fernandes. A festa foi realizada no ginásio da Associação dos Moradores do bairro São Roque.

Guilherme Bortolini, de um ano de idade, do bairro Licorsul

Rian Rossatto, de apenas 2 meses, morador do bairro Aparecida

Fernando Poletto e família, comemorando seu aniversário de 10 anos

Crianças festeirasCrianças de diversos bairros marcaram presença na festa de Santo Antônio da Linha Paulina, realizada no dia 5 de junho, no distrito de Faria Lemos.