23- pensamentos - pietro ubaldi (volume revisado e formatado em pdf para ipad_tablet_e-reader)

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    Pietro Ubaldi PENSAMENTOS 1

    PRIMEIRA PARTE

    COMO ORIENTAR A PRPRIA VIDA

    INTRODUO ORIENTAO

    A finalidade deste livro oferecer, sobretudo aos jovens, um modo para seorientar na vida, a fim de que ele, depois de ter entendido como ela funciona,possa autodirigir-se. Procuramos estabelecer um dilogo com base na inteli-gncia, na sinceridade e na boa vontade.

    Usamos este mtodo e o aconselhamos ao leitor, porque de seu interesse

    us-lo. Acreditamos ser vantajoso para todos eliminar o velho, fatigante econtraproducente sistema dos atritos entre contrrios. No nos fazemos depreceptor que exige obedincia, nem de distribuidor de sabedoria para meno-res ignorantes que nada sabem fazer seno aceitar as sugestes. Aqui noexiste autoridade imposta e, por isso, nada h para se contestar.

    Neste volume, procuramos apenas explicar, a quem interessa compreender,como realmente funciona a vida, a fim de que cada um, se o quiser, comporte-

    se de um modo mais racional, portanto mais vantajoso, menos ilgico e demenor dano. Explica-se, ainda, que ningum pode constranger outra pessoa afazer isso ou aquilo e que, por isso, deve-se respeitar a sua liberdade. Mos-tramos, tambm, que no se pode impedir as consequncias das boas ou msaes praticadas pelo indivduo. Em suma, buscamos demonstrar que existeuma realidade inevitvel, pela qual, quando no se vive em estado de ordem edisciplina, deve-se sofrer os consequentes danos, porque esta a lei da vida,que subsiste, mesmo depois de destruda toda autoridade humana. Concluire-

    mos, ento, que se deve ser honesto e prudente, mas no pelo fato de algumaautoridade humana o impor e pelo medo das sanes punitivas com que elanos ameaa.

    Este o velho sistema. O novo, que seguimos aqui, no se baseia na impo-sio forada, mas sim na livre aceitao derivada da convico. E exata-mente esta convico que nos propomos alcanar com a demonstrao racio-nal e positiva, baseada em fatos. por isto que nos colocamos na posio dedilogo, em paridade perante o leitor. Como se v, o problema solucionadopor um princpio completamente diverso do passado. Trata-se exatamente do

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    mtodo que os jovens esto inaugurando hoje e que corresponde s suas con-dies de vida, modificadas em razo da maturidade que o homem est paraatingir.

    A vida uma srie de problemas a serem resolvidos. Como resolv-los?

    Antigamente vigorava o mtodo do comando, adaptado fase infantil da hu-manidade. Devia-se obedecer cegamente. Mas por que? Parque assim tinhafalado Deus. Aqui a mente humana estacava, porque era incapaz de avanarsozinha. Hoje ela sabe andar um pouco mais frente e pergunta: mas por queDeus falou assim? O adulto discute a autoridade, mas, se ela serve vida,reconhece-lhe o valor, obedecendo, quando est convencido de que seja til e justa. No basta comandar, necessrio justificar o prprio direito ao co-mando.

    O leitor poder dizer: mas eu no creio em Deus! No tem importncia.Pedimos apenas para que observe os fatos, pois eles nos mostram como funci-ona a vida. pueril pensar que o fato de crer ou no crer em nossas filosofiasou religies possa modificar tal realidade. Ora, esse funcionamento contnuo,concreto e experimentalmente controlvel, mostra-nos de forma racional apresena de conceitos diretivos, sem os quais o fato positivo de tal funciona-mento no se poderia realizar. Assim cada um pode verificar a presena des-ses princpios e constatar que eles so antepostos manuteno de uma or-dem. Quem ama, acreditando, ver neles Deus; quem ateu dever admitir apresena deles, ainda que negando Deus. Na prtica, porm, afirmar ou negara Sua presena no altera coisa alguma, porque todos obedecem quelas leis,sejam ou no de qualquer religio.

    No entramos na teoria geral do funcionamento da vida, pois isto nos leva-ria muita longe, alm do que j tratamos amplamente disso alhures. Aqui,queremos ser simples e prticos. Permaneceremos, portanto, ligados reali-

    dade exterior, aquela que mais tocamos com as mos. Quem quiser aprofun-dar o conhecimento de tais problemas, analisando-os em seus pormenores eenfrentando-os em seus aspectos mais vastos e longnquos, poder encontrartudo isso nos demais livros j publicados.

    Entremos na matria.De nossa forma mental e da estrutura de nossa personalidade, que definem

    nossas escolhas e nossa conduta, depende o modo pelo qual cada um constri sua prpria vida e seu prprio destino. Primeiro semeamos e depois colhe-

    mos. A relao causa-efeito evidente. A vida um laboratrio onde encon-

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    Pietro Ubaldi PENSAMENTOS 4

    truirmos. Os efeitos desse trabalho ficam registrados e so acrescentados nossa personalidade, que se enriquece de conhecimento, constituindo a nossaprpria evoluo. Por a se compreende a importncia de se saber viver. As-sim, ao fim da vida, seremos ricos, se soubermos adquirir novas e melhores

    qualidades, mas seremos pobres, se nada fizermos e, portanto, nada apren-dermos de bom. E isso independente de todos os triunfos, conquistas e bensterrenos, que s valem como miragens para nos induzir a fazer o trabalho deexperimentao e de aquisio de qualidades.

    Trata-se de um novo modo de conceber a vida, entendo-a em funo de ou-tros pontos de referncia, para conquistar outros valores. Antigamente, rele-gava-se isso ao plano espiritual em bases emotivas de f e sentimento. Hoje,fazemo-lo com base na lgica, atravs das observaes dos fatos e do controle

    experimental. J um progresso, porque da nasce um tipo de moral positi-vamente cientfica e universal, aquela que os novos tempos de esprito crticoexigem. Progresso necessrio, porque, quanto mais se avana, tanto mais osproblemas a serem resolvidos, dos quais feita a vida, tornam-se mais nume-rosos e difceis. Os instrumentos de experimentao que encontramos no labo-ratrio da vida e que devemos empregar para aprender fazem-se sempre maiscomplexos e de difcil uso. Para nossos ancestrais bastava uma tica elemen-tar para resolver os seus problemas. Faz-se necessrio uma tica sempre maiscomplexa e exata para resolver os novos problemas que surgem, quando sesobe a um nvel evolutivo mais elevado. Para dirigir uma carroa ou um au-tomvel, necessrio um diferente grau de percia e preciso.

    A nossa sociedade atual no possui escolas que eduquem a fundo, ensinan-do a viver. A velha moral era exterior, baseada muito mais nas aparncias,velhos enganos nos quais hoje ningum mais cr. Antigamente, bastava nogerar escndalo, impedindo que o pecado fosse visto. A verdadeira cincia da

    vida consistia em esconder os prprios defeitos, e no em corrigi-los. Os adul-tos que possuam aquela cincia a guardavam bem, para no ensin-la emprejuzo prprio, usando, em vez, a autoridade e as punies. Tais mtodosesto hoje se desmantelando. A liberdade individual cresceu, e o pecado soci-al adquiriu importncia, porque prejudica o prximo. Hoje, a vida se faz sem-pre mais coletiva, exigindo um maior senso de responsabilidade.

    Ora, quem entendeu tem o dever de mostrar como tudo funciona quelesque podem e querem compreender. Com estes apontamentos, buscamos pre-

    encher o vcuo de conhecimento que se verifica nas diretivas fundamentais de

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    Pietro Ubaldi PENSAMENTOS 5

    nossa vida, em nosso pensamento e nossos atos. Antigamente isso era deixadoaos instintos, aos impulsos do subconsciente. Este era um terreno inexplorado,e a psicanlise era inexistente. As motivaes eram secretas. O indivduo noas estudava nem as dirigia, lanando assim ao acaso a semente do futuro de-

    senvolvimento de seu destino. Os jovens enfrentavam a vida, tomando as maisgraves decises, em estado de completa ignorncia dos problemas que deviamenfrentar e das suas solues. Procedia-se por tentativas, ao acaso, seguindomiragens. Nada de planificaes racionais da vida e nenhum conhecimentodas consequncias. Disso pode-se deduzir quo despreparado estava o indiv-duo para resolver os seus problemas com inteligncia.

    Aquilo que buscamos adquirir neste livro a conscincia de ns mesmos, oconhecimento do significado, do valor e das consequncias de cada ato nosso,

    a fim de que tudo se desenvolva beneficamente, de maneira satisfatria para oindivduo. Desejamos ensin-lo a ser forte, resistente, positivo e construtivo.Chegou a hora de dar um salto frente, em direo a um novo tipo de seleobiolgica, no mais aquela feroz do passado, que exaltava como campeo ovencedor violento e assaltante, hoje tornado um perigo social. Trata-se de umtipo de seleo mais aperfeioado, que deseja produzir o homem inteligente,trabalhador, espiritualmente forte e coletivamente organizado. Trata-se deconstruir o homem consciente, que sabe pensar por si mesmo, independentedo juzo alheio, e que assume sua responsabilidade, porque conhece a lei deDeus e sabe viver segundo ela.

    Tal conhecimento e o fato de saber viver de tal modo, consciente de estardentro da Lei e em harmonia com ela, devem dar a esse homem resistncia naadversidade, que s pode possuir quem sabe encontrar-se de acordo com a Lei e, portanto, na posio de justo equilbrio no seio da ordem universal.Que podem fazer as acusaes alheias, quando o indivduo honesto e pode,

    conscientemente, proclamar perante Deus a sua honestidade? A verdadeirafora no est nos poderes humanos, mas sim no estado de retido.Quem compreendeu como tudo isso funciona, sabe que no se trata apenas

    de palavras. Ele sabe que a Lei no uma abstrao, mas uma fora viva,operante, inflexvel, positiva, saneadora e honesta; sabe que a sua justiatermina por vencer todas as injustias humanas e que, portanto, o vencedorfinal o justo, e no o prepotente sobre a Terra. A Lei, imparcial e universal,paga a cada um o que for merecido.

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    Pietro Ubaldi PENSAMENTOS 6

    Neste trabalho, no apresentamos produtos emocionais ou fidestas. Atra-vs da observao e da experimentao, chegamos concluso que existem,no campo moral e espiritual, leis inderrogveis como as existentes no campoda matria e da energia. Todos os fenmenos, de cada tipo, so regidos por

    leis exatas, que no so seno ramificaes de uma lei central, na qual estocontidos os princpios que regulam o funcionamento de todo o universo.Buscaremos, a seguir, mostrar quais as mais altas e preciosas metas que

    pode ter a vida, as quais lhe do um significado novo e vo alm daquelascomuns do sucesso material. Procuraremos mostrar que, para conquistar,tambm se pode lutar e vencer com outros valores. E o faremos com base noem abstraes filosficas ou misticismos, mas no real funcionamento da vida.

    Com estes esclarecimentos, fechamos estas notas preliminares de orienta-

    o geral, com as quais quisemos definir o presente trabalho e as suas bases.

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    I. O PRINCPIO DE RETIDO

    Veremos que justia e senso de retido emanam das leis da vida, a ponto dese reconhecer nelas qualidades de alta moralidade. Como possvel isso no

    plano biolgico? Que significa isso e como se explica? Moralidade significaum estado de ordem no nvel espiritual. Mas este estado de ordem o mesmoque a cincia encontra no plano da matria e da energia, tanto que o codificou,expressando-o com leis exatas, positivamente controladas. Ento essa morali-dade biolgica que encontramos nas leis da vida no seno uma expresso,relativa a esse nvel, da ordem universal da Lei. Trata-se da mesma disciplinavista pela cincia no campo fsico e dinmico, a qual se verifica tambm nocampo, ainda mais avanado, da conduta do homem e da moral que a dirige.

    Trata-se do mesmo princpio de ordem inserido na Lei e atuante em nveisevolutivos diversos. assim que se explica como a conduta humana est sujei-ta a normas ticas.

    Assim podemos dizer que a vida, ainda que em proporo e em forma adap-tada ao seu grau de evoluo, fundamentalmente honesta. At no seu nvelmais alto, constitudo pela psique e pela conscincia, tal condio dada porum estado de equilbrio, de correspondncia entre causa e efeito, entre ao ereao etc., que encontramos no mundo da matria e da energia. Trata-se domesmo princpio de ordem que, no nvel superior da psique e da conduta, tomaa forma de retido e justia. Essa equivalncia de valores, em forma diversanos vrios planos evolutivos, possvel porque o Todo, devido sua unidadefundamental, regido por uma nica lei. Trata-se do mesmo princpio de har-monia que rege todo o universo. assim que, no fundo, tudo, porquanto ummomento da Lei, moraliza-se em qualquer nvel.

    Desse modo ento, daquilo que se verifica nos fenmenos da matria e da

    energia, quando violamos as leis de seu funcionamento, podemos deduzir asconsequncias de nossas atitudes, quando fazemos a mesma coisa no campomoral. H uma equivalncia bsica entre as leis dos vrios planos, pelo fato deno serem elas seno aspectos da mesma e nica Lei, vista em momentos evo-lutivos diversos. Assim, aos efeitos de uma violao em um plano, correspon-dem os efeitos que se verificam em outro plano. importante compreenderesses conceitos, por causa das consequncias prticas que da derivam. Acon-tece, ento, que uma violao da retido no campo moral pode levar a conse-

    quncias danosas, correspondentes s de uma violao do paralelo princpio de

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    Eis para que serve a dor. Eis quanto til o que, por no se lhe compreen-der a funo, parece danoso. Eis como o que necessrio para eliminar o erro,a fim de se evoluir em direo ao melhor, julgado um mal. Muitas coisas nos parecem erradas porque as vemos fora de seu devido lugar e, portanto, no

    compreendemos a sua posio nem a funo exercida por elas. Mas, se obser-varmos bem, veremos que tudo, segundo sua natureza, cumpre a finalidadepara a qual existe. A fora do homem do futuro no consistir em superar oprximo, subjugando-o segundo a lei do nvel animal, mas sim em mover-seconsciente da ordem, segundo a lei de Deus.

    Tratemos agora de analisar o fenmeno. Como calcular os efeitos malficosde uma nossa ao contra a retido, isto , realizada no sentido anti-Lei? preciso primeiro definir o que entendemos por retido. Para isto necessrio

    conceb-la em termos gerais, referindo-nos no s ao fator moral, mas tambmao dualismo universal de positividade e negatividade, contido na Lei. Esse um princpio verdadeiro em todos os planos da existncia, abrangendo os valo-res da matria, da energia e do esprito. No plano moral, positividade e negati-vidade tornam-se bem e mal, virtude e culpa, retido e desonestidade etc.

    Eis ento que, por retido, entendemos a qualidade positiva contida em umdado ato. Logo positividade o poder benfico daquele ato, observado emsuas consequncias, e negatividade o seu poder malfico. , portanto, a favorda moral um ato benfico, e contra a moral um ato malfico, sendo que emambos os casos tm-se como referncia tanto o indivduo isolado como a cole-tividade.

    O ato benfico produz vantagem, e o malfico, desvantagem.Mais exatamente, podemos definir como moral tudo que benfico ou

    pseudomalfico perante a Leiponto de referncia que estabelece os verda-deiros fins da vida e como imoral tudo que malfico ou pseudobenfico,

    porque segue fins falsos e ilusrios. Assim pode ser benfico o que nos fazsofrer e malfico o que nos causa prazer.No campo moral, positividade e negatividade tomam a forma adequada pa-

    ra satisfazer os fins que a vida se prope realizar, segundo o plano de evoluono qual ela se encontra e trabalha naquele momento. Assim, no plano animal,nvel no qual o fim da vida consiste na seleo individual do mais forte, po-sitivo e moral o tipo guerreiro e conquistador, que lana o novo, vencendo eeliminando o dbil inepto. Mas, em um nvel mais alto, tudo aquilo resulta

    negativo, porque a seleo toma outra forma, para produzir outro tipo, intelec-

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    II. A LEI DO RETORNO

    Continuemos a observar. Dissemos que, dada a premissa colocada por ns,o fenmeno tende a se concluir segundo a direo que lhe foi dada no incio.

    Estudemos agora como prever, em unidades de tempo, a velocidade com que ofenmeno chega sua concluso na fase dos efeitos. Nem todos os casos sosimples, derivados de uma conduta exclusivamente positiva ou negativa. Odecurso do fenmeno tanto mais linear e a soluo tanto mais rpida e fcil,quanto mais monocromtica a sua composio, isto , quanto mais decisiva-mente prevalecer uma das duas caractersticas, seja de positividade ou de ne-gatividade. Um caso construdo por um s destes elementos, ou seja, com100% de uma s destas duas qualidades, de rpida soluo. Isso acontece

    porque, nesta condio, todas as foras em ao so orientadas e dirigidas parauma mesma concluso, seguindo em uma nica direo e, portanto, tendendotodas a convergir para um nico fim.

    As complicaes e os atrasos da concluso se verificam quando o caso composto de qualidades positivas e negativas ao mesmo tempo, porque entoelas resultam contrastantes e divergentes, em vez de concordantes e conver-gentes na direo de uma nica soluo. Nessas condies, o desenvolvimentodo fenmeno prolonga-se at que se estabelea uma prevalncia na direo dasforas em um dado sentido. Assim necessrio esperar que se esgote o impul-so das foras do tipo que est em percentagem menor, porque s ento o tipooposto pode se afirmar e vencer, prevalecendo em uma nica direo. Nessenterim, pode-se chegar a resultados temporrios, sem uma expectativa defini-da ainda, em razo de terem sido determinados por impulsos positivos e nega-tivos no delineados.

    Estes so casos mais complicados, nos quais mais difcil ver o funciona-

    mento da Lei. Mas comecemos com a descrio de um tipo de caso simples, demodelo monocromtico no negativo, com resultado rpido e evidente, pelapresena exclusiva de foras de uma dada qualidade, e ausncia daquelas dequalidades opostas. Em nossas experincias no laboratrio da vida, pudemosassistir operao cirrgica da punio por falta de retido, presenciando asoluo de um caso de negatividade.

    A operao nos impressionou pelas seguintes qualidades: 1) A exatidocom que o efeito correspondeu causa, conservando-se do mesmo tipo de for-

    as postas em ao, mas retornando ao emitente em vez de atingir o indivduo

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    ao qual elas se destinavam; 2) A preciso com a qual foi centralizado o esco-po, sem atingir quem quer que estivesse prximo do alvo; 3) A rapidez do de-senvolvimento e da concluso do fenmeno; 4) A convergncia dos impulsosem direo quele resultado final; 5) A significativa massa dos resultados ob-

    tidos em relao aos mnimos meios usados, isto , o rendimento com elesobtido durante o trabalho realizado.Perante tal espetculo tem-se a sensao de ver a face da Lei, no sendo

    possvel conter, ao fim da experincia, um grito de maravilha, quando se ob-serva o seu perfeito funcionamento. No se trata de sonhos. Qualquer pessoapode verificar a existncia de um caso semelhante a esse, controlando as suasconcluses. Mas tudo isso corresponde a uma lgica que nos autoriza a admiti-la, mesmo porque, confirmando a nossa tese, existe a viso da unidade funda-

    mental da Lei.Observemos agora outro caso, que podemos chamar policromtico, onde fi-

    ca diminuda a velocidade com a qual o fenmeno chega sua concluso. Tra-temo-lo com anlise precisa.

    Tudo depende das foras existentes no campo em que o caso se desenvolve.Temos o indivduo que age em sentido negativo, para obter vantagem em pre- juzo de um terceiro. Isso contra a Lei. Esta negatividade e o dano corres-pondente deveriam agora recair sobre o promotor, com isso resolvendo o que um simples caso de falta de retido, como o precedente. Mas, pelo contrrio,esse homem continua sem ser perturbado em sua violao. A sano de suaculpa permanece suspensa. Por qu? Aqui o caso se complica, porque as foraspostas em movimento por ele esto no mesmo campo e combinam-se com asforas movidas pelo ofendido, que se encontra em fase de pagamento do seudbito para com a Lei e, por isso, necessita da experincia corretiva do seuerro passado.

    Ento a ao punitiva da Lei contra o opressor, por causa do mal praticado, freada pelo bem que ele faz, tornando-se til ao executar, segundo a Lei, afuno de seu instrumento na imposio de uma lio corretiva ao oprimido.Eis a, em favor do opressor, o impulso positivo, que interrompe momentane-amente o impulso negativo contra ele, pelo mal que fez. Combinam-se assimdois valores opostos: a injustia por parte do opressor (negatividade anti-Lei) ea justia por parte do oprimido que paga seu dbito (positividade segundo aLei). Esta a razo pela qual o primeiro, que faz sofrer o segundo, pode conti-

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    nuar a fazer o mal, no obstante seja justo ele passar dessa posio quela doprprio pagamento, como de fato acontecer mais tarde.

    Assim, to logo o opressor tenha cumprido sua funo de instrumento puni-tivo segundo a Lei, o fenmeno chegar fase de pagamento tambm para ele,

    que ter de efetu-lo, sofrendo a lio corretiva que o espera. natural que,quando a opresso feita por esse homem tiver purificado e redimido o seuoprimido de toda a negatividade que o agravava, o opressor seja ento aban-donado a seu destino, pois a sua misso foi cumprida. Naquele momento, nohavendo mais razo para esperar, a Lei passa a exigir o seu pagamento. Findaa fcil vitria do mal, cai a iluso de ter sabido evadir-se s sanes da Lei,sem prestar contas.

    Pode-se encontrar muitos casos assim, mas sempre em funo do mesmo

    princpio bsico, aplicado em posies diversas. Ento, uma vez compreendidaa tcnica de seu funcionamento, cada um poder traar o esquema do fenme-no at sua concluso final.

    necessrio, porm, ter em conta que, na realidade, no encontramos casosisolados, mas sim uma concatenao de casos, razo pela qual os efeitos de umse encravam nas causas de outro, como fios entrelaados que afundam suasrazes no passado. Isso porque, em vez de pagar e liquidar o dbito, procura-sefugir dele, criando-se assim novos dbitos. Assim a semeadura de causas nega-tivas no termina nunca, e o imenso fardo de dores que pesa sobre a humani-dade no se esgota, tornando-se seu patrimnio natural e constante.

    Com esta tcnica, podemos conhecer qual ser o nosso futuro, observandoas foras que pusemos em movimento, pelas quais o nosso destino constru-do. necessrio ter compreendido que os efeitos tm natureza do mesmo tipodas causas que pusemos em movimento, como determinante deles, conservan-do assim as qualidades positivas ou negativas de que foram saturados ao nas-

    cerem. Portanto, quando as causas que lanamos, visando algo til para ns,so contra a Lei, elas se voltam contra ns em posio invertida, para prejuzonosso. Quando, porm, elas so segundo a Lei, ento se voltam a nosso favor.Existe assim a lei do retorno, segundo a qual recebemos, em forma negativa,aquilo que lanamos negativamente e, em forma positiva, aquilo que lanamospositivamente. Eis ento a que resultados leva a tentativa de querer ser astutopara fraudar a Lei em vantagem prpria.

    A Lei, em si mesma, invisvel como um espelho. Este, por si, permanece

    vazio, pois nele nada se v seno uma imagem refletida. Mas, to logo nos

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    Trata-se de receberem como restituio o mesmo impulso que eles prprioscolocaram em movimento. Dadas estas leis, no deveriam tremer aqueles jo-vens que hoje vemos entregarem-se aos vcios, ao cio, aos estupefacientesetc., se compreendessem de que efeitos esto semeando as causas? certo que

    nas revolues so necessrios tambm os destruidores. Mas que fim tm eles?Uma vez que executaram sua funo, a Lei os destri e deixa vencer os cons-trutores, que lhe servem para avanar. O que negativo no tem direito vidae, portanto, logo acaba sendo morto.

    Eis que cada um pode estabelecer uma contabilidade prpria de dbito ecrdito em sua conta corrente pessoal, posta perante a justia da Lei. Essesdbitos e crditos no so constitudos de valores econmicos, mas sim dossuperiores valores morais, dotados de mais vasta capacidade do que os materi-

    ais, que, frente a eles, encontram-se em posio subordinada. Pode assim serpauprrimo o mais rico e poderoso homem da Terra, se ele tem dbitos a pagar para com a Lei. E ao contrrio. Essa a contabilidade que realmente vale,aquela na qual est a base da vida, sendo decisiva para ela, porque no perma-nece limitada apenas ao campo dos bens e do dinheiro, mas abrange todas asexpresses da vida, em cada um de seus aspectos, como sade, afetos, felici-dade ou dores. O bem ou o mal que recai sobre ns dependem da dose de posi-tividade ou negatividade que colocamos em nossas contas, com nossos atos.

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    ga. O leitor indolente, que aceita por f, deixando-se arrastar assim, sem fazerele mesmo o esforo de compreender a vida, permanecer estacionrio e noatingir a finalidade, que amadurecer e evoluir.

    Isso no impede que exponhamos as nossas concluses em forma definiti-

    va, porque o caminho para chegar at l, atravs de uma demonstrao deta-lhada, j foi percorrido em nossos outros volumes, no sendo possvel repeti-loaqui. No nos encontramos mais na fase precedente e preparatria, de indaga-o, mas sim na de exposio e aplicao dos resultados obtidos.

    Ao assumirmos agora a nossa posio, queremos em primeiro lugar nos co-locar de acordo com as leis da vida. E podemos faz-lo, porque as observamose vimos ento que uma grande vantagem pr-se em sua corrente, concordan-do e colaborando com elas, em vez de opor-se egoisticamente e, com isso, ser

    barrado e posto de lado. Colocar-se na corrente da Lei confere uma grandefora, razo pela qual procuramos que tambm o leitor a conquiste por si, co-locando-se ele prprio dentro desta corrente.

    Este fato nos oferece um primeiro ensinamento. Para se ter sucesso na vida necessrio fazer ou produzir qualquer coisa que verdadeiramente seja umbom produto, til para os outros. Se isso agrada vida, esta, que uma forainteligente e utilitria, ir proteg-lo e impulsion-lo para frente. Mas se aque-le produto for feito somente em benefcio de quem o faz, com fins egostas e aexplorao dos outros, a vida ento se rebelar e buscar destruir tudo, negan-do qualquer sucesso.

    Ento surge na Lei um princpio que diz: A afirmao de qualquer produtoou instituio, assim como o favor que eles encontram e a durao de seu su-cesso, so proporcionais ao grau de positividade ou seja, de utilidade para obem de todosque eles possuem. E ao contrrio, a caducidade, o descrditoque os elimina e a rapidez de sua liquidao, so proporcionais ao grau de ne-

    gatividade que, em prejuzo de todos, eles possuem.Eis que j aparece um novo estilo de vida, enquadrado em um regime de re-tido. Isso, porm, no por princpios abstratos, sentidos e aplicados muitopouco na realidade da vida, mas sim por um clculo utilitrio, para uma vanta-gem concreta, que todos compreendem e est no instinto, mtodo aplicado portodos, porque concorda com aquilo que a luta pela sobrevivncia exige. cer-to que, neste caso, as motivaes so diversas. Ento no se honesto poramor a Deus ou para alcanar o paraso, coisas que frequentemente nos dei-

    xam indiferentes, mas sim por razes concretas e com resultados controlveis.

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    uma concluso, pode ser para outros um incio. Esta a razo pela qual bus-camos pensar este livro junto com o leitor.

    Eis que nos encontramos diante de uma revoluo substancial, consistentecom a renovao de valores sobre os quais se baseia a vida e adaptada aos

    pontos de referncia em funo dos quais se executa a nossa conduta. Hoje, ovalor ainda consiste em riquezas, poderes, honras etc., quando, na verdade, eleest nas qualidades morais. Cr-se na fora, em vez da justia; na astcia en-ganadora, em vez da retido etc. Mas assim, a cada passo, desembocamos nu-ma estrada errada, que nos leva a bater contra o muro. O alvo est sempre emum ponto diferente daquele que visamos. Porm, se apontarmos corretamente,ns o atingiremos precisamente. Ento veremos que tudo est no seu devidolugar, para executar a sua respectiva funo, e compreenderemos que a vida

    no uma iluso, mas sim um meio para construir a nossa felicidade e grande-za. No se trata das revolues usuais, que se reduzem substituio de pesso-as e de classes sociais nas velhas posies favorecidas, para depois se compor-tar do mesmo modo. Trata-se, pelo contrrio, de uma revoluo que a maturi-dade mental torna possvel, baseada na compreenso do imenso rendimentoutilitrio de se saber viver dentro da ordem, com retido, em vez de se viver nocaos e assaltando-se uns aos outros.

    Acreditamos neste novo tipo de revoluo, no porque nos sintamos capa-zes de iniciar uma mudana de tal grandeza, o que absurdo, mas sim porquevemos que os tempos esto amadurecendo e que o novo milnio nos encami-nha por essa estrada. O conceito de retido como valor moral j existia nomundo antigo, mas no podia agir porque era baseado somente em abstraesideais e afirmaes morais gratuitas, que no convenciam a ningum. A foracapaz de impulsionar a mudana devida possibilidade hoje existente de secompreender o rendimento positivo e imediato deste novo estilo de vida e,

    portanto, a vantagem de realiz-lo com seriedade.Uma das bases deste novo estilo a eliminao do absolutismo e de suaimobilidade em relao verdade, para substitu-los pelo conceito de verdaderelativa, em movimento de transformao evolutiva. De fato, cada perodohistrico possui a sua prpria verdade, aquela da qual ele tem necessidade paraexecutar seu trabalho de construo da vida. Ento, sendo este trabalho dife-rente de um perodo para outro, porque o trajeto evolutivo a percorrer dife-rente, eis que a verdade dominante em funo dele deve tambm ser diferente.

    Isso significa no somente que uma verdade verdadeira na fase de desenvol-

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    tos. No resta seno persuadir com os elementares argumentos utilitrios daameaa (inferno e priso) ou do prmio (paraso e gozos). Para quem tem umaconscincia, tal mtodo torna-se repugnante e repelido. O medo obriga e odesejo seduz, mas nenhum dos dois convence. Este mtodo aceito porque

    coincide com o utilitarismo fundamental da vida, mas no convence, porqueseus resultados so incontrolveis e esto situados no impondervel. Explica-se assim como, no passado, a ignorncia e o mtodo de prmio ou castigo pro-duziram uma obedincia passiva, sem convico, feita, portanto, de evases ehipocrisias.

    Quem mais evoludo deseja, pelo contrrio, ver, compreender e ficar con-vencido. A sua aceitao condicionada a outros fatores. Ento pode bastar osistema da oferta, sem a necessidade de levar em conta o clculo do dano ou

    vantagem. assim que hoje, frente forma mental mais adiantada, o proseli-tismo substitudo pelo dilogo. Ento uma verdade no imposta, mas simexposta e, dessa forma, em vez de se condenar o erro, apenas demonstra-seque ele de fato um erro. O fim a que se tende a aceitao por convico, eno pela constrio. O mtodo mais sutil e profundo, e o resultado mais n-timo e completo.

    Eis a transformao a que assistimos em nosso tempo. Esta a razo pelaqual nasceu a ideia do dilogo. Trata-se de um fenmeno universal, porque efeito de deslocamentos evolutivos. O uso desse estilo novo fatal hoje, por-que faz parte de um amadurecimento biolgico. Explica-se assim o fato dohodierno surgimento de uma nova autonomia mental, que destri o velho sis-tema tico fidestico, colocando-o sob um processo de secularizao e dessa-cralizao, que o despoja de sua fisionomia tradicional. Para os conservadores,agarrados forma, isso parece o fim. Ento, no vendo que se trata de umadestruio necessria para a renovao, eles se desesperam.

    Desesperam-se porque cada um est convencido de possuir a verdade abso-luta, de modo que a dos outros considerada um erro. Ento doloroso noconseguir destru-la, como se desejaria. Nasce, deste modo, uma oposio en-tre termos que so apenas aspectos complementares de uma verdade nica.Complementaridade pela qual um necessrio ao outro, como o so luz esombra, que, isoladas do seu termo oposto, no so percebidas. Assim seopem erro e verdade, que so simplesmente as duas partes, positiva e negati-va, de uma nica e permanente unidade, ainda que em todos os lugares a ve-

    jamos cindida no dualismo universal.

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    IV. UM NOVO TIPO DE MORAL

    Observemos sob outros aspectos o tema que estamos desenvolvendo, refe-rindo-nos agora s diretivas que, segundo a nova moral, pode-se dar orienta-

    o da prpria vida. Vejamos ento quais so os direitos recprocos dos indiv-duos perante a aquisio e a posse dos meios econmicos, sobre os quais sebaseia a vida. O problema era simples nos baixos nveis evolutivos do passa-do, quando tudo pertencia, por direito, ao primeiro ocupante, bastando que elefosse forte para saber defender sua posse. Com a vida do homem atingindo onvel social, o problema tornou-se mais complexo na definio dos direitos edeveres recprocos.

    Neste ambiente, pode ser justificado o assalto do tipo primitivo, quando o

    indivduo se encontra em condies de desesperada necessidade, por lhe sernegado qualquer meio de sobrevivncia. Justifica-se tambm o desejo naturalde crescer, enriquecer e dominar, quando isso um meio para civilizar-se, oque constitui uma evoluo e est nas finalidades da vida. Isso, porm, deveser feito honestamente, segundo a justia, sem aproveitar-se de ningum, casocontrrio viola-se a Lei, pois ela exige que tudo seja merecido. Buscar a felici-dade no culpa, se ela no for tirada da infelicidade dos outros, caso no qualo ganho mal realizado, com prejuzo de outros, no poder deixar de resultarem dano para si prprio.

    Eis ento que, quando este crescimento quer se realizar por vias torcidas,com violncia ou astcia, o resultado, obtido ilicitamente, fica impregnado denegatividade, qualidade que tende a destru-lo. Neste caso, o indivduo quepensa ganhar, na realidade perde. importante compreender essa tcnica, por-que fcil cair vtima de miragens e, assim, obter um resultado oposto queledesejado. Quando se quer obter algo sem merec-lo, contrai-se um dbito que

    depois preciso pagar, terminando-se por receber somente o que se merece.Assim, em vez de riqueza, obtm-se misria.Clculos semelhantes eram desconhecidos na economia do passado. Basta-

    va realizar o fruto da prpria rapina para que isso se considerasse legtimo,tanto que constitua um direito fixado por herana, no qual no se levava emconta a negatividade que podia estar contida nele perante a justia da lei deDeus. Diante da nova moral, porm, aquela era uma economia de aventureiros.Mesmo assim, tratava-se de uma consequncia lgica do sistema de luta pela

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    vida ento vigente. Tudo era proporcionado. O que importava era saber ven-cer, e no o mrito ou a justia.

    Isso no impediu que o sistema de luta pudesse ser superado por evoluo,para dar lugar ao sistema de retido, de modo que, atingido certo nvel de de-

    senvolvimento, esta pudesse tornar-se uma arma de defesa para a sobrevivn-cia. Pela velha forma mental, isso inconcebvel. Mas hoje, quando ela estsuperada, a retido torna-se um elemento bsico para a complexa estruturasocial de uma humanidade que atinge o estado orgnico. Hoje, que alcanamosa fase cerebral e cientfica, compreende-se que a negatividade do estado deluta destrutiva e que somente a positividade da retido construtiva. umaquesto de compreender.

    Eis ento que, no estado orgnico, prprio dos povos mais civilizados, o

    egosta desonesto representa o elemento antissocial a ser expulso. Assim,quanto mais primitivo o indivduo, tanto mais lhe convm ser aventureiro, equanto mais evoludo ele , tanto mais lhe convm ser honesto, porque esta aconduta mais vantajosa para quem vive no estado orgnico. Trata-se de umdesenvolvimento biolgico, que tem fatalmente de atingir esta nova fase,quando chega a hora da maturao. A evoluo tambm um processo de pro-gressiva moralizao.

    A nova moral no cai no defeito da negatividade e no lhe sofre os danos,enquanto goza das vantagens da positividade. Chega-se a compreender que,agindo contra a justia, obtm-se uma vantagem negativa, ou seja, um dano. Osegredo do verdadeiro sucesso, ento, est em agir segundo a Lei. Eis que onosso desejo de enriquecer deve ser satisfeito, mas segundo a justia, se noquisermos permanecer iludidos, alcanando o resultado oposto.

    Para compreender como isso acontece, necessrio conhecer a estrutura denosso mundo. Analisamo-la a fundo em vrios de nossos volumes, porm nes-

    te s possvel um resumo. Vivemos na superfcie das coisas, onde reina oegocentrismo, o separatismo, a luta, a desordem, a iluso, a negatividade. A presena universal do dualismo faz presumir, como termo complementar nossa negatividade, a existncia do termo oposto positivo, com qualidadescontrrias, cuja funo construtiva dirigir, corrigir e sanar o nosso mundo,feito de negatividade destrutiva, levando-o assim, passo a passo e a cada mo-mento, da desordem ordem, da doena sade, do mal ao bem, da posioerrada justa.

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    No fundo do caos, injustia e desonestidade que esto na superfcie de nos-so mundo, h dentro dele, como uma alma que o sustenta, ordem, justia eretido. A ascenso evolutiva nos leva em direo a esse mundo interior, cujosprincpios, quanto mais evolumos, mais entendemos e vivemos. Sendo ele de

    tipo positivo, a evoluo tende a nos levar no em direo ao erro e corres-pondente dor, mas, pelo contrrio, ao enquadramento na ordem, dentro da qualdesaparecem o erro e a dor. A nova moral utilitria nos ensina a ser honestos, afim de evitarmos a negatividade, que se paga com a prpria dor, e conquistar-mos a positividade, que premiada com a prpria alegria.

    Chega-se assim a compreender que a astcia para enganar contraprodu-cente, constituindo-se num meio para vencer superficialmente, de forma tem-porria e aleatria, enquanto a retido, pelo contrrio, uma fora para vencer

    em profundidade, de forma estvel. Cada um trabalha em seu prprio nvel.Quanto mais se evoludo, tanto mais se trabalha em profundidade, alcanan-do proporcionalmente resultados do tipo utilitrio. E quanto mais efeitos van-tajosos se deseja obter, tanto mais profundamente necessrio trabalhar.

    Esta a mecnica do fenmeno. No se pode obter efeitos vantajosos oudanosos, seno dispondo as causas adequadas. O resultado, portanto, dependede ns. Os animais no mato, porque so animais, no podem agir seno comotais e, portanto, devem viver como animais. O homem civilizado, como tal,pode agir de outro modo, colocando em ao outras foras, para viver melhor.A realidade profunda que a retido atrai riqueza, enquanto a desonestidadeatrai pobreza. Tanto mais se compreende isto, quanto mais desenvolvido se ,seja pelas vantagens que derivam deste fato, seja pela experincia vivida epelo conhecimento adquirido, pagando os dbitos contrados para com a Leidevido aos erros cometidos.

    Todavia, possvel se objetar que mesmo a riqueza desonesta s vezes se

    sustm. Pode-se ento chegar a crer que no existe justia, considerando-se aretido uma ingenuidade e debilidade, como coisa perigosa a ser evitada, por-que o mtodo rendoso aquele do tipo oposto. Mas o resultado imediato en-gana e no subsiste. O jogo tem suas regras e, caso se queira vencer, necess-rio conhec-lo e respeit-lo. Antes de tudo, aquelas riquezas subsistem apenasenquanto podem ser sustentadas com novas desonestidades, que depois devemser pagas. Alm disso, se observarmos os casos em que, em vez de conseguirfraudar a justia da Lei, paga-se o erro, vemos que eles so maioria, sendo esta

    a regra. E ainda que no se veja como nem quando se paga em alguns casos,

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    estes constituem uma minoria, tratando-se de uma exceo que confirma aregra.

    Pode levar-nos a um engano o fato de que a certo ponto, com a morte doindivduo, o fenmeno parece interromper-se em seu desenvolvimento, porque

    no se v mais a sua continuao. Julgando com tal critrio, cremos ento quetudo esteja terminado. Mas a continuao est na lgica do fenmeno, e nin-gum pode interromper seu prosseguimento, violando aquela lgica. Se tudodesaparece a nossos olhos, isso no porque cesse de existir, mas sim porquese esconde no impondervel, fugindo assim nossa percepo.

    Na prpria lgica de cada fenmeno est a sua continuao. Uma vez inici-ado, ele no pode ser anulado, devendo cumprir todo o seu desenvolvimento,at exausto dos impulsos que o constituem. Se esta a regra, devemos ad-

    mitir que ela permanece verdadeira tambm para os casos interrompidos pelamorte, dos quais no se v a concluso. O fato que, se uma fora lanada,os seus impulsos no podem ser anulados. A existncia de uma lei pela qual odesenvolvimento de um fenmeno no pode parar at que ele, depois de ter percorrido todo o seu desenvolvimento lgico, atinja a sua concluso, podeconstituir mais uma prova a favor da tese da sobrevivncia depois da morte.Quando um equilbrio rompido, ele deve ser restabelecido. Quando um erro cometido, ele deve ser pago, mesmo que esse pagamento ocorra depois damorte. Ela no pode interromper o curso fatal da ao da Lei e, por isso, nopode ser capaz de anular os efeitos das causas dispostas por ns em vida.

    Ter compreendido o funcionamento da Lei e, com isso, adquirido conscin-cia das consequncias fatais dos erros que a violam, leva-nos a viver segundooutro tipo de moral, diverso daquele praticado no passado. Isso no quer dizerque nossos progenitores fossem imorais. Eles eram simplesmente amorais,mas no sentido de que ainda no podiam entender o mais alto nvel de morali-

    dade alcanada pelo homem ao atingir essa forma de conscincia da Lei, aqual estamos aqui examinando. O homem moral com respeito ao seu nvel deevoluo, mas torna-se imoral em relao a um nvel mais alto. Com a evolu-o, ele vai-se moralizando sempre com maior exatido e perfeio, porque aevoluo um avano em direo ao alto, ou seja, em direo a Deus e sualei. Assim, tudo se torna sempre mais definido, e o que era lcito em um nvelno o mais no superior. Com o progresso, as malhas da tica se fazem cadavez mais estreitas, de modo que tudo quanto por ela passava numa fase de de-

    senvolvimento do ser, no passa mais na fase sucessiva.

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    Nossos antepassados, pelo seu modo frequentemente feroz de agir, podemnos parecer imorais. Mas eles o eram apenas em relao aos mais avanados, eno perante si prprios. Pela mesma razo, ns tambm podemos parecer imo-rais a nossos descendentes, mais evoludos do que ns. por isso que no se

    pode culpar nossos ancestrais, se eles, por serem menos evoludos, seguiam defato um tipo de moral mais primitiva. A sua involuo os justifica. No ad-missvel que se possa condenar a vida por ter cometido um erro. Se ela usouno passado tais mtodos, porque eles, sendo ento proporcionais ao grau deevoluo atingido, eram adaptados ao cumprimento da funo que, segundo asleis da vida, deviam cumprir.

    Segundo a forma psicolgica do passado, era possvel pensar que se pudes-se enganar um Deus antropomrfico, imaginado pelo indivduo como um amo

    que comandava arbitrariamente a seu bel-prazer e de quem se era servo pelafora. Era, portanto, natural a busca de escapatrias com astcias, para evadir-se de tal domnio. Hoje, quem compreendeu o funcionamento da Lei sabe queDeus algo completamente diferente e que, portanto, o uso de astcia em bus-ca de escapatrias para fugir de uma lei justa e inviolvel um absurdo.

    Quem compreendeu no pode ser to ingnuo a ponto de se meter por essecaminho, pois ele sabe que o mesmo no o leva a ganhar, mas sim a perder,resultando em seu dano, e no em sua vantagem. A conta clara, sincera eutilitria, de modo que o julgamento da conduta do indivduo se inverte eaquele comportamento, antigamente considerado uma sagacidade do inteligen-te, passa agora a ser julgado uma ingenuidade do ignorante, como de fato assim quem, porque no compreendeu como funciona a vida, provoca seu pr-prio dano com suas mos.

    O homem pode afrontar hoje grandes mudanas, porque se est tornandomais maduro, autocrtico e inteligente. natural e fatal, portanto, ele entrar

    nessa nova fase da moral, que o levar a um novo modo de agir, com as res- pectivas consequncias. Neste livro, estamos mostrando a tcnica de funcio-namento da Lei. Isso no serve para a criana e, no passado, seria trabalhodesperdiado. Mas o clculo, porque d evidncia de um raciocnio utilitrio, o melhor meio para convencer o adulto, que sabe ver com olhos crticos e ana-lticos.

    A tica torna-se ento outra coisa. A mudana profunda e tem efeitos de-cisivos. incerteza da f substitui-se a previso dos resultados a serem alcan-

    ados, com a certeza de que, segundo a lgica dos fatos observados, eles acon-

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    talidade cientfica e positiva, que penetra em todos os campos. Essa o modopelo qual se alcana a nova moral, baseada no estudo da Lei e de sua tcnicafuncional, que estamos expondo aqui.

    O extraordinrio resultado destes fatos, colocados perante uma moral de-

    monstrada e convincente, conduzir o indivduo a um mtodo diferente depensar e de viver. Assim, do sistema de hipocrisia e escapatrias para desviar-se do prprio dever, com uma moral pregada, mas no praticada, passar-se-ao sistema da moral sincera e vivida, como tudo aquilo que depende de fatospositivamente controlados, e no da f. Trata-se de uma verdadeira revoluo,que tende a varrer fora os mtodos tradicionais de pensar e agir. Nascer assimum novo tipo de vida, por meio do qual o homem adulto poder autodirigir-secom conhecimento e conscincia perante a lei de Deus.

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    V. AS POSIES DO INDIVDUO PERANTE A LEI

    Falamos no primeiro captulo do princpio de retido, sobre o qual se baseiaa Lei. Ele corresponde a um princpio de equilbrio e justia, o qual faz parte

    da ordem de que feita a Lei. Vimos, ento, que existe este outro mtodo deconceber e conduzir a vida. Podemos agora perguntar-nos se, para vencer, tersucesso e resolver o problema da sobrevivncia, h somente o mtodo vigenteem nosso mundo, pelo qual se deve ser o mais forte e hbil para triunfar navida, ou existe de fato outro mtodo tambm? Qual ento a sua tcnica e aque resultados ele nos leva? Aquilo que dissemos at aqui sobre a Lei e a suaretido pode levar-nos dvida de que o outro mtodo possa ser mais lucrati-vo e superar o sistema honesto e meritrio, no qual se possui um valor real,

    mais til do que impor-se fora. Seria revolucionrio admitir que o sistemada justia, com a consequente defesa automtica do indivduo por parte da Lei,possa substituir com vantagem a justia feita com os prprios meios, como omtodo vigente no plano animal. Isto seria uma reviravolta, pois o justo, mes-mo sendo fraco, tornar-se-ia um vencedor, porque est protegido pela Lei, en-quanto o homem injusto, que, por ser forte, impe sua prpria lei, tornar-se-iaum vencido, porque, sendo um rebelde, teria a Lei contra ele.

    Tal estranha afirmao da superioridade de tal mtodo, com a vitria se-gundo a justia, como quer a Lei, no infundada, mas baseia-se em vriosfatos: 1) evidente que o velho sistema no resolveu o problema da convivn-cia social pacfica; 2) Aquele sistema no mais vlido, porque se tornou con-traproducente e, portanto, deve ser eliminado, quando se passa do velho estadosocial catico ao orgnico; 3) Esta afirmao corroborada pelo fato de po-dermos controlar a sua veracidade, porque hoje se est iniciando a passagem para o estado orgnico, em razo da qual assistimos a um deslocamento na

    avaliao dos valores humanos. O vencedor egosta e violento, antes honradoporque forte e vencedor, comea a ser considerado atualmente um criminoso,inimigo da coletividade. Hoje o heri de guerra, o amo prepotente dominador eo hipcrita astuto que sabe enganar, ao invs de incutirem respeito, provocamrevolta e so isolados como elementos antissociais, para serem eliminados.

    Nesta nossa poca de transio para um novo tipo de civilizao, tudo issocomea a se verificar de forma visvel, pois j podemos verificar o incio dainverso dos velhos valores. A razo desta mudana no de carter tico,

    mas sim biolgico. Trata-se de uma questo de evoluo. pelo fato de pas-

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    sarmos ao estado orgnico que adquire valor o fator retido, o qual serve nestahora vida. E tambm por isso que se desvalorizam o fator fora e o dom-nio para impor-se, coisas que, pelo contrrio, servem ao estado catico. O pro-blema utilitrio. A retido aceita pela vida no por ideologias morais, mas

    por razes prticas de rendimento.Tudo relativo e evolui. Acontecer ento que o princpio de retido e jus-tia, prprio da Lei, superar o sistema vigente da luta. Isso no significa queela ser abolida, mas sim que mudar de forma. Pelo fato de estarmos passan-do hoje ao estado orgnico da sociedade, o separatismo individualista torna-secontraproducente para a vida, que, por isso, deixa-o de lado, como fase supe-rada.

    Assim a luta terminar na sua forma atual de seleo do mais forte ou ardi-

    loso no baixo nvel evolutivo, para continuar em uma forma mais aperfeioa-da, como luta inteligente, competindo na conquista do desconhecido. Ela seestender a grupos cada vez maiores, nos quais sero coordenadas as funessociais e se organizar a coletividade ( A Grande Sntese: Lei das UnidadesColetivas). Dever assim desaparecer a luta individual e violenta, que serrelegada ao submundo social. Sobre esta prevalecer um tipo de luta mais inte-ligente, realizada em nvel mental, que no se rebaixa s pueris rivalidades doorgulho humano.

    J vemos o trabalho de equipe entre especialistas que unem seus esforos para um fim comum, a coordenao das funes nas grandes organizaesindustriais e a universalidade da cincia, que no admite barreiras. Assim aseleo, como lgico, ser realizada em outro sentido, direcionada para pro-duzir um indivduo no mais forte e isolado, mas sim inteligente e social, commaior aptido para viver na coletividade e cumprir nela a sua funo especfi-ca. Isso no nos surpreende, porque j vemos tudo isso realizado na sociedade

    orgnica de clulas que o corpo humano.Para viver de tal forma, necessrio conquistar qualidades diversas daque-las valorizadas no passado, quando a vida se encontrava na fase precedente deevoluo e o sistema de retido e justia da Lei era prprio de uma fase maisavanada, ainda a ser realizada. Ora, a evoluo no pode ser detida, por issoningum pode evitar os deslocamentos que ela produz. Portanto a passagempara esse novo modo de conceber e conduzir a vida no uma utopia, mas simuma realidade j em ao, pois constitui um fenmeno que natural e fatal

    consequncia da evoluo.

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    Resolvido este problema, tratemos agora de conhecer mais a fundo a tcni-ca deste novo mtodo de vida, para poder faz-lo funcionar com nossas mos.Ao falar de retido, tnhamos dito que o homem justo, colocando-se na corren-te da Lei, por ela protegido e auxiliado. Isso seria uma bela soluo para re-

    solver o problema da vida, sendo honestos e colocando-nos dentro da Lei, paranos deixarmos assim ser levados por ela. Mas ser possvel usar esse sistema para alcanar tal finalidade? Para fazer funcionar a Lei em nossa vantagem bastar a retido ou, por outro lado, precisamos tambm de outros fatores?Qual a estrutura deste fenmeno? Dentro de que mecanismos deve encon-trar-se o indivduo para sua vantagem, e no para seu prejuzo? Como e emfuno de que elementos ele deve conduzir-se para conseguir isso?

    Tudo se baseia na Lei. Porm ela no apenas um princpio de retido e

    justia, mas tambm uma vontade de torn-lo atuante, formando uma correntede seres vivos que a fazem realizar-se. Podemos representar o fenmeno com aimagem da correnteza de um rio sobre o qual o indivduo se desloca com seubarco. Se ele rema de acordo com a Lei, isto , no sentido da corrente, ela oajudar. Ento ele avanar e seus esforos obtero o mximo de rendimentopara o bem. Se, pelo contrrio, o indivduo rema contra a Lei, isto , no sentidooposto corrente, ela no poder ajud-lo, levando-o para frente. Ento eleretroceder e seus esforos s obtero rendimento para o mal.

    No entanto o fenmeno no se exaure a. Pode haver outras posies, quedevemos examinar para resolver o problema apresentado acima, como a ques-to de ser honesto e deixar-se levar. Se o fato de agir segundo a justia noscoloca na corrente da Lei, ento nada impede que, uma vez colocado o barcona corrente, seja possvel avanar sem remar. E esta seria uma bela soluo:evoluir sem fadiga. Mas por que isso no possvel?

    Chegando a este ponto, necessrio, para compreender o fenmeno, levar

    em conta que influenciam como elementos fundamentais da Lei no s o prin-cpio de retido e justia, mas tambm o princpio de evoluo e, portanto,qualquer movimento com essa finalidade. Assim, a Lei exige tambm o cum- primento deste dever por parte do indivduo, alm daquele outro. Ento vaicontra a corrente da Lei no s aquele que no cumpre o dever de retido ejustia, mas tambm quem no cumpre o igualmente importante dever de evo-luo, deixando de realizar o movimento para realiz-la. Em suma, o homem,embora justo, se no trabalha para evoluir, tambm um violador da Lei, co-

    mo o quem trabalha contra ela.

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    Compreendido isso, vejamos quais so as outras posies, alm dos doiscasos extremos j examinados, que o indivduo pode assumir perante a Lei.Nos dois casos precedentes, ele se move: 1) Segundo a Lei e seguindo-lhe acorrente; 2) Contra a Lei e movendo-se em direo oposta sua corrente. Te-

    mos depois outros dois casos, relacionados no ao movimento, mas sim inr-cia: 3) O homem justo que se recusa a trabalhar para evoluir; 4) O homeminjusto que igualmente se recusa quele trabalho. Estes dois tipos so ambosculpados, pois, dado que a Lei movimento, ficar parado um atentado contraela, constituindo uma revolta contra o princpio de evoluo, fundamental naLei. Quais so ento as consequncias de se cometer o erro de no trabalharpara avanar, seguindo o movimento evolutivo?

    Para melhor nos exprimirmos, representamos o fenmeno com a imagem de

    um grupo de seres percorrendo um caminho. Poder-se-ia traar em um dese-nho a estrada sobre a qual avana o movimento dessa massa, relativamentequele percurso, ao deslocamento e s vrias posies do indivduo. Para nosfacilitar a compreenso, tambm introduziremos no fenmeno os conceitos depositivo e negativo. Assim, qualificaremos com um sinal positivo tudo aquiloque est de acordo com a Lei e, portanto, progride com o prprio esforo, se-guindo a corrente da evoluo, e qualificaremos com um sinal negativo tudoaquilo que anti-Lei e, portanto, tende a retroceder, seguindo na direo con-trria quela corrente.

    Examinemos agora os vrios casos expostos acima. No primeiro caso, o in-divduo encontra-se de pleno acordo com a Lei, porque um justo que se co-locou e se move na corrente da evoluo. Uma vez que aplica os princpiosfundamentais da Lei, ele progride em positividade, acumulando a seu favorsempre mais valores daquele tipo.

    No segundo caso, o indivduo encontra-se em plena oposio contra a Lei,

    porque, alm de injusto e situado fora da Lei, move-se contra a corrente daevoluo. Uma vez que viola os princpios fundamentais da Lei, ele regride nosentido da negatividade, acumulando em seu prejuzo sempre mais valoresdeste tipo.

    No terceiro caso, o indivduo est, por um lado, de acordo com a Lei, por-quanto um justo, mas, por outro lado, est contra ela, porque, recusando-se aavanar, isto , a trabalhar para evoluir, senta-se margem da estrada, fora dacorrente evolutiva, que avana. Ento, neste caso, temos duas foras opostas.

    Uma dirigida em sentido positivo, porque funciona segundo o princpio da

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    VI. ANLISE DAS FORAS DA PERSONALIDADE EO CONHECIMENTO DO FUTURO. O FIM DAS GUERRAS.

    Ao tratar no captulo precedente das posies justas ou erradas que o indi-

    vduo pode assumir, falamos de bem ou mal em termos gerais, como valor positivo ou negativo, sem especificar-lhes o contedo. Nossa finalidade compreender o fenmeno, e no fazer preceiturio. Esse trabalho o leitor, selhe agradar, poder faz-lo, tendo em conta a natureza do erro tomado paraexame. Queremos ento mostrar como proceder para, a partir do geral, inferiro particular, quando se quiser focalizar um caso especfico. Entramos assim noterreno das aplicaes dos princpios expostos acima.

    Para fazer isso, necessrio definir a natureza e a quantidade dos valores

    dos quais constitudo o fenmeno a ser estudado. Estabelecida uma unidadede medida, pode-se determinar, no caso observado, o posterior desenvolvimen-to e a velocidade da progresso de sua evoluo, assim como a dimenso dodeslocamento do indivduo no sentido positivo segundo a Lei, ou negativoanti-Lei, ao longo do seu caminho evolutivo. Pode-se tambm determinar ograu de afastamento alcanado pelo indivduo em relao linha da Lei, emsentido negativo (por falta de retido), e o grau de proximidade desse homemem relao a ela, em sentido positivo (como retido). Assim, naquele segundocaso j estudado, pode-se observar o movimento de retrocesso involutivo rea-lizado pelo indivduo, no s em relao fora exercida por ele contra a cor-rente, mas tambm em relao fora exercida pela corrente a favor da evolu-o, e assim por diante.

    possvel, ento, chegar determinao qualitativa e quantitativa dessesvalores, porque se trata de foras. Elas so postas em movimento numa dadadireo, sendo lanadas ao longo de uma trajetria que, pelo fato de estar su-

    jeita a uma lei de desenvolvimento, como acontece com todos os fenmenos,pode ser determinada e traada. O princpio de causa-efeito liga em uma conca-tenao lgica os sucessivos momentos desse desenvolvimento, fazendo-oavanar sobre um trilho definido e a uma dada velocidade. Isso permite estabe-lecer, com antecedncia, onde, quando e de que forma o fenmeno vai terminar.

    Estas so apenas indicaes gerais sobre a questo. Aqui s podemos exporo problema sumariamente, oferecendo ao leitor a chave para que ele possaaprofundar-se e analisar por si mesmo, resolvendo os casos que surgirem.

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    ser entendido, implantado e dirigido futuramente na vida, quando o indivduofor consciente da Lei.

    Para chegar a isso, necessrio compreender que o futuro j est contidoem suas causas, que temos sob os olhos no presente. Eis ento que o futuro

    analisvel em sua origem, fonte dos primeiros movimentos, de que dependetodo o resto. O problema est em saber compreender o contedo daquelesgermes e a sua lei de desenvolvimento, para determinar sua direo e, assim, oponto para o qual tende. Isso possvel, porque todas essas coisas esto conti-das naqueles germes. Se soubermos examinar e compreender tudo, eis que,depois do presente, poderemos ver o seu futuro correspondente.

    Pelos princpios segundo os quais a Lei atua, poderemos saber que formatomar em cada caso o efeito das causas dispostas por ns, para o bem ou para

    o mal. Pode-se assim conhec-lo como um complemento lgico daquela causa,especialmente na reao corretiva por parte da Lei. Ela, de fato, por princpiode ordem e equilbrio, pe ao lado de cada movimento, guisa de anticorpo, ocorrespondente fator compensador, que age como termo complementar. Dessemodo, pode-se conhecer o valor desta incgnita, pois sabe-se que, para usufru-ir uma vantagem, necessrio ter-se fatigado para merec-la, razo pela qualquem, para usufruir, faz o mal, termina por dever pagar, sofrendo. Como se v,no se trata de um trabalho de profeta, com base numa incontrolvel intuioou inspirao, acessvel somente a poucos e em condies excepcionais, massim de um trabalho base de lgica, acessvel a todos, em condies normais eem termos positivos. Assim, comea-se a entrar, com o mtodo racional, nocampo at agora reservado tica e s religies, resolvendo os problemas queelas propem, mas no resolvem. E isso sem basear-se em afirmaes gratui-tas, no controlveis, mas sim usando uma tcnica racional e uma forma men-tal cientfica. At agora, a cincia e a f partiram de pontos e usaram mtodos

    muito diversos para poder estabelecer um dilogo e uma compreenso. Hoje,porm, o homem est se transformando de criana em adulto e, por isso, en-frenta tais problemas com outra forma mental. A cincia avana sobre todos oscampos, de modo que invade tambm os mais longnquos, preparando-se paraenfrentar neles problemas que tm at agora, com os velhos mtodos, perma-necido insolveis. Trata-se do encaminhamento em direo religio cientfi-ca da nova civilizao do Terceiro Milnio.

    Uma diferente aplicao de tais conceitos, prtica e imediata, podemos en-

    contrar em outro campo. Podendo-se prever em suas primeiras causas quais

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    sero os acontecimentos de nossa vida, ser possvel preparar uma defesa con-tra aqueles dolorosos. E isso poder acontecer atravs do uso de uma tcnicadiferente daquela comumente adotada, intervindo de forma preventiva e agin-do sobre as causas, de modo a suprimir-lhes ou corrigir-lhes os efeitos. Trata-

    se de um novo mtodo de defesa da vida, mais inteligente e decisivo.A vida, ento, ir se tornar completamente planificada, e o homem ser osenhor do seu prprio destino, em vez de suport-lo como um escravo, sementend-lo. O jogo claro. Quando sabemos que as causas de nossas dores soos nossos defeitos, podemos eliminar as dores, eliminando os defeitos. Issoporque est na lgica da Lei que, onde no temos defeitos, ela no tem razopara impor lies corretivas. Ser possvel assim, fazendo um exame de cons-cincia, at mesmo prever quais provas nos esperam, porque elas so uma con-

    sequncia lgica de nosso passado. Mas evidente que, para nos libertarmos, necessrio agir sobre as causas e, se no for possvel, procurar pelo menosaliviar o peso das provas a enfrentar, colaborando com a Lei, aceitando e com-preendendo a sua lio. De fato, a finalidade da Lei ensinar, a fim de que nose repita o erro e, assim, no se tenha de suportar a dor correspondente. Cer-tamente, quando o aluno aprende por meio da inteligncia e da boa vontade,no h razo que justifique o mtodo do chicote, porque dele no se tem maisnecessidade para atingir aquele fim. Eis ento, como aspecto utilitrio do pre-sente estudo, um mtodo inteligente para evitar a dor. No final deste volume,aprofundaremos tambm este conceito. Isso poderia ser chamado de um novotipo de seguro contra os males que nos ameaam. Tal seguro, porm, s ob-tido individualmente, com um trabalho consciente e inteligente. Estes concei-tos so suscetveis de vrios desenvolvimentos, razo pela qual tudo que, aqui, agora um ponto de chegada, poder ser para outros um ponto de partida.

    Mas, tambm no plano coletivo, a ascenso do homem para um mais alto

    nvel de inteligncia e conscincia levar a grandes mudanas. Sabemos que aevoluo tende a levar para uma diminuio progressiva da dor, reduzindo-atanto mais, quanto maior for o grau de compreenso da Lei e, portanto, deharmonizao com ela, o que significa evitar o erro e o correspondente sofri-mento corretivo a ele ligado. O objetivo de tais esforos sempre evitar a dor.E um dos efeitos do desenvolvimento da inteligncia humana ser a elimina-o das guerras. Esta ser uma das grandes transformaes que se verificarono atual momento histrico, no qual termina um ciclo de civilizao e inicia-se

    outro. A vida est empenhada a fundo neste trabalho.

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    posta pelo chefe. E assim comea a realizar-se o principio orgnico. Estes soseus primeiros passos.

    Estamos aqui explicando por que tudo isso acontece assim e qual a razopara a vida se comportar desta maneira. Tal estrutura, assumida pelo princpio

    orgnico em suas primeiras formaes, para chegar depois a se realizar plena-mente, ns a encontramos em todos os campos, seja poltico, religioso, blico,industrial etc. Qualquer que seja o tipo de governo, religio, exrcito ou ativi-dade econmica, termina-se sempre no sistema piramidal, composto por che-fes e dependentes, com o poder tanto mais centralizado, quanto mais se dirigepara o alto.

    Tudo isso perfeitamente coerente com as qualidades do bitipo humanoem seu nvel evolutivo atual, seja pelo instinto de egocentrismo separatista que

    o faz rebelde e, portanto, necessitado de uma ordem imposta para sair do caos,seja pelo instinto de domnio sobre seu semelhante para submet-lo. A tcnicausada pela vida combina e utiliza essas qualidades para alcanar seu objetivo,que passar organicidade.

    Eis por que a estrutura das organizaes humanas atuais do tipo comando-obedincia. Trata-se de uma razo psicolgica estrutural, ligada realidade eproporcionada aos fins, segundo o comportamento normal da vida, que sabetirar o melhor partido dos elementos disponveis. Assim, utiliza-se o indivi-dualismo para cumprir a funo de chefe, a seleo do mais forte para escolh-lo e a prepotncia do dominador para subjugar e enquadrar os rebeldes na or-dem, aproveitando-se assim as prprias qualidades do caos para construir oestado orgnico. Essa condio pode surgir, mas apenas na dependncia de umchefe, vencedor por eleio ou por revoluo. No fundo, trata-se sempre de umato de conquista, com o qual, para satisfazer seu instinto de domnio, o chefecomea a organizar os seus dependentes. natural que do velho mtodo de

    vida nasa esse novo, levando consigo as qualidades dele, para depois libertar-se delas gradativamente. assim que, em nossa sociedade, podemos encontrarcasos de organicidade j distanciados daquela posio original impositiva, queforma o esqueleto do fenmeno.

    Inicialmente, a organicidade existe como um produto da potncia domina-dora do chefe, estendendo-se em profundidade e amplitude proporcionais aessa potncia. Assim, de Roma a Carlos Magno, a Napoleo etc., nasceram edesapareceram os grandes imprios da histria. Sobre o mesmo princpio ba-

    seia-se a solidez do grupo familiar e de outros, de dimenses sempre maiores,

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    como instituies, associaes, partidos, religies, naes etc. Como se v,existe uma graduao unificadora sempre mais vasta, que tende a se desenvol-ver, admitindo um nmero sempre maior de elementos. Notamos ento que oprincpio de unificao um fato positivo que se est realizando. Trata-se de

    um fenmeno que funciona e vai-se impondo. E unificao sempre mais vastaimplica em organicidade cada vez mais complexa e completa. Assim avana-se tambm neste sentido.

    Deste modo, os elementos dispersos no caos comeam a conhecer o novoestado de ordem que os aguarda, habituam-se a viver nele, veem-lhe as vanta-gens, assimilam-lhe as qualidades, aprendem a arte da convivncia e da cola- borao, encaminhando-se gradualmente para a coletivizao. assim que,pouco a pouco, o indivduo, de egocntrico separatista, vai-se fazendo orgni-

    co unitrio, assimilando as qualidades necessrias para isso. Eis a tcnica dofenmeno. Esta uma das vias pela qual a Lei se manifesta, realizando a evo-luo. O resultado final que nos espera no futuro o estado orgnico unitrio.

    Resumindo tudo o que dissemos neste captulo e no precedente, temos asseguintes concluses: 1) O homem no futuro ter uma vida inteligentementeplanificada, na qual muitas dores podero ser previstas e evitadas, eliminando-lhes as causas; 2) O mundo caminha para a abolio das guerras; 3) O futuronos reserva o estado orgnico-unitrio da humanidade.

    Eis alguns aspectos da imensa revoluo que se realizar no Terceiro Mil-nio e que levar a humanidade a viver em um nvel evolutivo mais avanado,inteligentemente orientada segundo o funcionamento da lei de Deus.

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    VIII. POR QUE SE VIVE. AS TRAJETRIAS ERRADAS EA TCNICA DE SUA CORREO

    No presente trabalho, a finalidade pela qual estamos estudando a estrutura e

    a tcnica do funcionamento da Lei evitar o mal e a dor. Tratando-se de resol-ver um problema, lgico que a primeira coisa a fazer compreend-lo, anali-sando-o com mentalidade positiva. Por isso evitamos atitudes idealistas, nobaseadas na realidade dos fatos.

    A vida d provas de uma to grande sapincia ao construir seus organismos,dirigir os seus fenmenos, resolver os seus problemas e atingir os seus fins,que no podemos deixar de consider-la um centro psquico inteligente. Estefato nos autoriza a estudar-lhe o pensamento para conhec-lo.

    Perguntamo-nos, ento, por que a vida, que soube criar as maiores maravi-lhas, resolvendo problemas dificlimos em suas construes, deixa frequente-mente suas criaturas indefesas, merc de mil perigos e sofrimentos? Como seexplica tamanha indiferena por tal sorte, ao lado de tanta sabedoria e previ-dncia? Como se justifica tanta negatividade destrutiva, ao lado de tanta posi-tividade construtiva? Quando o indivduo vem ao mundo, frequentemente es-pera-lhe a misria, as doenas, o crcere e muitos outros tipos de sofrimentosmateriais e espirituais. H gente condenada desde o nascimento a uma vida dedores. Todavia as coisas esto combinadas de tal modo, que nascer algo fa-tal, porque depende de instintos irrefreveis. Alm disso, a vida imensamenteprdiga de meios para tornar o fato do nascimento inevitvel. Ela, que ava-rssima e utilitria, desperdia uma abundncia incrvel de germes, destinadosem grande parte a perecer. Por exemplo, dos duzentos e cinquenta milhes deespermatozoides que conseguem contato com o vulo, somente um est desti-nado a operar a fecundao.

    Se a vida deseja tanto que o ser nasa, ainda que seja para deix-lo depoissubmetido a todos os tipos de condies, exceto um estado de felicidade ga-rantida, ento deve haver uma forte razo para isso. Somente tal fato pode ex-plicar a contradio existente nas manifestaes da vida, que to benfica deum lado e, depois, to malfica de outro. E, nisto, ela d tambm provas desaber perfeitamente fazer-se obedecer, adequando-se exatamente ao caso deindivduos cujo primeiro impulso a desobedincia Lei.

    Para os subdesenvolvidos, o jogo da vida se reduz a buscar o prazer e a fu-

    gir da dor. Mas a coisa no to simples, e nenhuma uma explicao nos

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    oferecida. Encontramo-nos perante um funcionamento que cabe a ns mesmosdescobrir e compreender. Trata-se de algo que simplesmente funciona, comoacontece com todas as leis do universo, sem nos dizer nada a seu respeito. Tra-temos ento de compreender qual , neste caso, a regra do jogo.

    A finalidade da vida no pode ser gozar, ainda que os ingnuos possam crernisso. Isto pode acontecer na juventude, quando o indivduo baseia-se em seudesejo, e no em sua experincia. Mas no h velho que, tendo vivido, conser-ve tal iluso. Ento devemos admitir que a finalidade da vida no o gozo,pois, se fosse, impor o nascimento de uma criatura destinada a sofrer seria umatraio. Ora, a vida demonstra ser to benfica, que no se pode admitir nelatal impulso malfico. Em todas as suas manifestaes, ela se demonstra tocarregada de positividade, que a negatividade contida nela deve existir por

    outra razo.A realidade que o verdadeiro objetivo da vida outro. Uma vez entendido

    qual ele, tudo encontra sua explicao. Assim, necessrio primeiro tercompreendido o fenmeno vida em seu desenvolvimento e finalidade. O fimsupremo que ela quer alcanar a todo custo, de acordo com seu carter de posi-tividade construtiva, a salvao do ser, conseguida atravs da evoluo. Sal-vao significa atingir a felicidade, que o grande desejo a fremir no fundo decada corao humano e a impulsionar o indivduo ao. Este desejo est es-crito na lei de Deus e est destinado a se realizar. Ele dever ser um dia satis-feito. Se assim no fosse, tal anseio no teria sentido nem finalidade, consti-tuindo uma zombaria atroz. Quem sabe como funciona a vida no pode admitirque ela trabalhe com tal sistema.

    Compreendido que esta a sua finalidade, as condies que ela nos oferecede fato no so mais uma contradio, porque assumem outro significado. Nose vive para gozar, mas sim para se chegar felicidade, que o ponto final no

    topo da escala evolutiva. O instinto no nos engana e um motor utilssimo daao. Ele cumpre sua funo, que nos impulsionar na busca da felicidade.Assim corre-se a fazer esforos em todos os sentidos para subir, enfrentando etentando vencer todos os obstculos. Com isso, experimenta-se, seguindo ocurso da escola da vida, cujos mtodos didticos (erro-dor etc.) j vimos. Epara que no se tente fugir de tudo isso, h o instinto de apego vida, o qualnos faz suportar as provas necessrias para evoluir.

    Todavia pode acontecer que se tente a fuga com o suicdio. Mas, por que

    ele um mal? Mais exatamente, porque uma recusa em afrontar as provas que

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    assim em um engano. Trata-se de uma trajetria lanada na direo errada, queexige, portanto, uma correo. Ela lanada para baixo, em sentido involutivo,quando deveria ser dirigida para o alto, em sentido evolutivo. Assim, apesar dequerer dirigir-se alegria, ela caminha para a dor, porque segue no sentido

    involutivo. Para evitar essa trajetria e coloc-la realmente na direo da ale-gria, a vida deve reorient-la com golpes dolorosos. Trata-se de uma desor-dem, que uma doena da ordem. E neste ponto que di. A dor aparecequando a ordem alterada, e deste fato somos advertidos por aquela sensaoque chamamos dor. Isto, em todos os campos, a expresso sensorial de umaviolao da ordem da Lei.

    Desejamos a felicidade, e isto justo. Mas o caminho para chegar l regu-lado por normas. Se no as seguirmos, chegaremos, pelo contrrio, dor. In-

    sistimos nisso porque este o sistema mais usado, embora seja uma grandeiluso, uma vez que leva, ao invs, operao cirrgica da reorientao. duro ento ter de retornar Lei pelo lado negativo, em posio corretiva. Squem no compreendeu o funcionamento do fenmeno no v o absurdo depretender que a desordem e a violao possam levar felicidade, porquantoesta , pelo contrrio, um estado de harmonia, feito de disciplina na ordem.

    O conhecimento de tal mecanismo pode ser til, sobretudo aos jovens, que,ingnuos e carregados de desejos, encontram-se na hora do lanamento datrajetria de sua vida, quando realizam a implantao de seu destino. Eles cre-em ter nascido para gozar. Mas nasceram, em vez disso, para experimentar eaprender, a fim de evoluir, o que significa elevar e melhorar as condies devida. Programa saudvel e construtivo. Quem tem a mente lcida compreendeque isso lgico e corresponde verdade.

    Mas frequente o caso em que se busca a felicidade, descendo negativa-mente, isto , endividando-se com a Lei. Trata-se de um regime de perda con-

    tnua, porque, no sendo ganho com o prprio esforo e valor, no reabaste-cido de positividade, de modo que para continuar a gozar, usufruindo da posi-tividade, necessrio um endividamento cada vez maior. Assim a negativida-de aumenta, sendo isso inevitvel, pois o movimento, uma vez lanado emdescida, adquire sempre mais velocidade, at atingir o ponto de saturao, noqual a reao da Lei amadurece, interrompendo subitamente o desequilbrio erestabelecendo a ordem fora.

    Como se v, o fenmeno se baseia num jogo de equilbrio entre duas foras

    contrrias, uma positiva e outra negativa em relao ao princpio de justia

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    prprio da Lei. um processo similar ao verificado no uso de drogas, que cri-am um paraso fictcio de tipo negativo, pois artificialmente roubado s leis davida, o qual tende assim a exaurir-se, de modo que, para se continuar a goz-lo, torna-se necessrio um aumento contnuo da dose de negatividade pela qual

    ele gerado. Isso significa que, para se conseguir um bem sempre menor, necessrio buscar um mal sempre maior. Mas justo e lgico que assim seja,porque a trajetria do fenmeno est em posio inversa, no sentido anti-Lei,razo pela qual no se pode obter seno resultados opostos, no sentido antivi-da. Assim, tudo tende a se resolver em envenenamento e morte. nesta dire-o que o desenvolvimento do fenmeno se precipita, at o baque final, com oqual a Lei restabelece o equilbrio segundo a justia. Atentemos para no nosenveredarmos por essa estrada, da qual depois no se sai mais, enquanto no

    se chega ao fundo.A vida pode fazer convites desse tipo em qualquer campo, do poder poltico

    e econmico ao prazer dos sentidos etc. Em nosso tempo, caracterizado pelaadorao do sucesso, fcil cair na armadilha. E os ingnuos, atrados, aboca-nham o anzol. No seria uma traio da vida fazer semelhantes ofertas? Entopor que ela as faz? Onde est a justia da Lei?

    necessrio no esquecer que a vida uma escola, e uma escola feita decontnuas provas a serem superadas. Tais ofertas so um teste para aquelesque, tendo experimentado e aprendido, do provas de saber resistir ao convite,no caindo mais na armadilha. De tal exame aqueles saem vencedores e sopromovidos classe superior. Os maduros conhecem o jogo da armadilha e,por isso, no caem nele, vitria que lhes serve para avanar.

    Mas os imaturos no entendem o jogo, e exatamente para chegarem acompreend-lo que eles tm necessidade de experiment-lo. Como podemaprender, se no sentirem na prpria pele quais so as consequncias do erro?

    necessrio que eles aprendam e, portanto, vivam todo o desenvolvimento dofenmeno da queda, como descrito acima. Isso at o baque final, que o golpenecessrio, sendo a nica coisa que pode ter a fora para abrir e penetrar suamente, ainda dura para entender. Nela, ento, faz-se a luz, e estes homensamadurecem, de modo que, quando receberem o prximo convite do mundo,no cairo na armadilha. Ento, eles superaro tal exame e podero subir parauma classe superior. Esta a mecnica do fenmeno. O caminho livre, sendonecessrio, portanto, muita ateno para escolh-lo.

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    IX. O PROBLEMA DA DELINQUNCIA

    Neste livro, foi nosso propsito basearmo-nos sobre o que a vida nos mos-tra atravs dos fatos, observando seu pensamento. Por isso no nos referimos a

    nenhum escritor. Alm disso, impusemo-nos ser breves e sintticos, fazendouma recapitulao de todo o trabalho de preparao que nos trouxe at esteponto. Tal trabalho est aqui subentendido, embora no muito evidente. Este um livro de aplicaes e concluses, que representa a fase final. O perodo depesquisas e maturao est nos vinte e dois volumes precedentes e nos quaren-ta anos percorridos por vrios caminhos, para chegar maturao atual.

    Ao fim deste trabalho, implantamos algo que outros podero desenvolver,aplicando atravs de novas pesquisas os princpios expostos. Com isso, depois

    de ter percorrido a fase conclusiva do velho mundo, colocamo-nos agora sportas do novo, que hoje no s pertence aos jovens, mas tambm ser delesamanh.

    Fizemos algumas aplicaes das teorias aqui expostas. Mas, uma vez quenos tenhamos orientado e, assim, compreendido a tcnica do fenmeno, delase poder fazer muitas outras aplicaes. Ainda citaremos algumas, mas esco-lhidas apenas como exemplo, s para mostrar como e quando muitos casospodem ser resolvidos, se bem orientados. Oferecemos uma chave com a qual podero ser abertas muitas portas ainda fechadas, se soubermos onde est afechadura correspondente. No nos podemos enveredar pelo caminho da casu-stica, porque, sendo os detalhes interminveis, isso nos levaria muito longe.Seguem-se ento alguns outros captulos, mas sem nenhuma pretenso deexaurir o argumento.

    Estamos numa poca de grandes mudanas, na qual se pesquisam mtodosnovos, destinados no a encobrir os problemas, para salvar as aparncias, mas

    sim a resolv-los. Esta a diferena entre o presente e o passado. Antigamen-te, o problema da pobreza era enfrentado com o paliativo das esmolas e com apromessa de uma felicidade futura no cu, a qual era encarregada de compen-sar o mal e, assim, realizar a justia de Deus. Hoje, em vez de fazer da pobrezaum problema espiritual e deixar de resolv-lo, procura-se suprimi-la com osmeios positivos da tcnica produtiva e da organizao econmica coletiva. Dizum provrbio chins: Se quiseres ajudar um pobre, no lhe ds um peixe, masensina-o a pescar.

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    Pietro Ubaldi PENSAMENTOS 56

    combater o delito, enquanto na realidade, o povo aprendia a comet-lo melhorainda, instrudo por aquele espetculo feroz. Tais efeitos, no entanto, constitu-am sutilezas psicolgicas que eram ainda desapercebidas.

    Tratava-se de um mundo ainda involudo, ou seja, carregado de negativida-

    de. Assim, negatividade do criminoso somava-se a da sociedade julgadora e negatividade da culpa somava-se a da punio, de modo que o dio e a vin-gana aumentavam a negatividade em vez de absorv-la, para elimin-la. No possvel combater a negatividade seno com a positividade, que a corrige,agindo em sentido oposto. Tal sistema no seguido porque o indivduo, noseu egosmo, preocupa-se to-somente em resolver o seu problema, que de-fender o seu prprio interesse. Cada um dos dois termos lana sobre o outrosua prpria negatividade, que, na falta da ao de uma fora corretiva, perma-

    nece intacta. Desse modo, o mal no curado, pois no se pode elimin-locom outro mal, e reaparece sempre.

    Deveramos ir ento de braos abertos ao encontro do delinquente? Isso possvel para uma sociedade que j atingiu a fase de compreenso, mas nopara aquelas ainda situadas na fase de luta. Tudo isso, ento, era justificado nopassado, porque se utilizava o sistema de imposio e os homens se achavamna fase de luta.

    H, porm, outro fato: a humanidade est passando hoje fase da compre-enso, e isso acontece primeiramente com as classes dominantes, que repre-sentam a posio evolutiva mais avanada. destes que se espera, frente aocriminoso, a iniciativa de se passar do regime de luta ao da compreenso. Tra-ta-se de um momento propcio para iniciar e, depois, realizar a passagem parauma posio de positividade, a fim de sanar o mal, corrigindo a negatividadedo elemento antissocial, oposto sociedade: o criminoso.

    pela matur