pietro ubaldi comentarios

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  • 7/30/2019 Pietro Ubaldi Comentarios

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    Comentrios Pietro Ubaldi

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    PIETRO UBALDI

    COMENTRIOS

    1 EDIO

    Traduo deCarlos Torres Pastorino

    Instituto Pietro UbaldiDEPARTAMENTO EDITORIAL - Av. Rui Barbosa, 1061

    CEP: 28015-520 - CAMPOS, RJ Telefax: 722-2266- DDD 024

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    Comentrios Pietro Ubaldi

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    NDICE

    Primeira Parte - O FENMENO

    Prefacio

    Histria de Um Caso Vivido

    Mensagens Particulares de Pietro Ubaldi

    Mensagens Medinicas Dirigidas a Pietro Ubaldi

    Sobre Deus e Universo de Pietro Ubaldi

    A Verdadeira e Integral Realidade de Pietro Ubaldi Posta em Evidncia com oMtodo Parapsicolgico Psicodiagnstico "Blasi"

    Um Caso de Biologia Supranormal

    Pietro Ubaldi e Sua Obra

    Pietro Ubaldi, Profeta do Esprito

    A Grande Sntese e a Nova Teoria de Einstein

    Encontros com Einstein (I)

    Encontros com Einstein (II)

    Segunda Parte - CRITICAS

    Grandes Mensagens (I)

    Grandes Mensagens (II)

    O Regresso aos Dias Criativos do Divino PentecostesAtravs da Mediunidade Intelectual

    A Propsito da Mensagem do Perdo do Prof. Pietro Ubaldi

    Pietro Ubaldi - A Grande Sntese

    A "Sua Voz"

    A Histria de um Novo Grande Movimento Espiritual .

    O Fim da Sntese Csmica

    Nascimento de A Grande Sntese

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    O Fenmeno Ubaldi

    A Grande Sntese - Prefacio a Primeira Edio Italiana

    A Grande Sntese - Prefcio a Segunda Edio Italiana

    A Grande Sntese Prefcio a Quarta Edio Italiana

    A Grande Sntese - Prefcio a Primeira Edio Espanhola

    A Grande Sntese - Mensagem de Emmanuel

    As Nores - Apreciao de Fermi

    A Grande Sntese - Apreciao de Fermi

    Ascese Mstica - Apreciao de Fermi

    A Grande Sntese - Apreciao da Imprensa (I)

    A Grande Sntese - Apreciao da Imprensa (II)

    A Grande Sntese - Apreciao da Imprensa (III)

    A Grande Sntese - Apreciao da Imprensa (IV)

    Varias Crticas

    Um Livro Revelador

    Misticismo Moderno

    Histria de um Homem

    Terceira Parte - A CONDENAO

    Condenao do Santo Ofcio

    Ubaldi Condenado pela Igreja

    A Grande Sntese no Index

    A Condenao de A Grande Sntese

    As Obras de Pietro Ubaldi no Index

    Orientao

    Concluses Sobre a Condenao

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    Pietro Ubaldi e a Igreja

    O Ponto de Vista Teolgico

    C O M E N T R I O S

    Primeira Parte

    O Fenmeno

    PREFCIO

    Com o presente trabalho, Comentrios, apresentamos o 1 volume de "Introduo Segunda Obra", que chamamos brasileira, porque nasceu e se desenvolveu no Brasil, depois que

    para c se transferiu seu instrumento humano, em Dezembro de 1952.Explicaremos no princpio do 2 volume desta Obra, Profecias, como ela nasceu em

    1955 e 1954, o seu novo estilo, sua significao e contedo.

    Esta nova Obra surge seguindo o esquema da primeira, desenvolvendo o mesmo

    pensamento em novos aspectos, ao mesmo tempo que acompanha o desenrolar-se da misso por

    ela expressa e o amadurecimento do esprito de seu instrumento, assim como do destino do

    mundo.

    * * *

    Esta segunda Obra a continuao da primeira, com a qual se funde formando uma

    Obra Maior, que representa no apenas a construo de um sistema cientifico filosfico-tico,como ainda o amadurecimento do destino de um homem, que seu instrumento, e do destino do

    mundo na hora histrica atual.

    Se o leitor, aqui tambm, no viver esta maturao, dificilmente poder compreender, e

    recolher fruto bem mesquinho de sua leitura. Ater-se apenas estrutura conceptual significa

    permanecer na superfcie, sem penetrar o sentido destes escritos. Estes representam a ascese do

    homem para Deus, e progresso csmico do ser que evolve; observ-la sem viv-la, no

    produzir fruto. Aqui no apresentamos literatura nem erudio. Estes livros foram todos

    vividos, foram escritos com o sangue, diante de Cristo, numa vida de tormento e de holocausto,

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    numa hora de redobrada dor para o instrumento e apocalptica para o mundo, ele tambmpregado, por causa de seus erros, cruz da dor, nica que o pode redimir e salvar.

    Nestes novos volumes, o fenmeno intuitivo do instrumento primeiramenteenquadrado na mediunidade, a seguir na ultrafania, mais tarde como inspirao livre econsciente, que se tornou verdadeiro mtodo de pesquisa filosfica e cientfica atravs de vises tende cada vez mais a concluir-se numa catarse biolgica, em que toda a personalidade dosujeito, ao emergir do plano normal evolutivo humano, se sublima na dor por meio domisticismo, que sua fase final. Pois a concluso lgica de todas as Obras que escrevermos sera idia de Cristo, assim como a unificao com Ele o objetivo final da vida do instrumento.

    * * *

    Procuremos, agora, resumir o significado e o contedo do presente volume:Comentrios.Divide-se ele em trs partes:

    O FENMENO - histria e critica. Nesta parte est resumida a histria da primeiramanifestao do fenmeno, das mensagens medinicas de terceiros que acompanharam seunascimento, alm dos estudos crticos da Sociedade Italiana de Metapsquica e de outrostcnicos, a respeito do fenmeno e do sujeito, e as relaes entre A Grande Sntese e a ltimateoria de Einstein.

    CRTICAS - Nesta parte recolhemos todo o material acessrio, como o prefcio svrias edies das Mensagens e de A Grande Sntese, as apreciaes e principais comentriosda imprensa. Poder assim o leitor conhecer o pensamento dos outros a respeito destes escritos,e tambm em parte uma interpretao sua. Procurar orientar-se entre os diversos julgamentos.Reunimos tudo aqui, para no sobrecarregar A Grande Sntese com outros textos fora de seuprprio contedo.

    A CONDENAO - Nesta parte tratada a questo da condenao no Index, dos dois

    volumes: A Grande Sntese e Ascese Mstica.No o apresentamos com esprito ou finalidade depolmica, sentimentos que no existem, em absoluto, no nimo do autor. Se aqui desenterramose resumimos esta questo espinhosa, com o nico objetivo de uma documentao exata, feitana forma mais objetiva e imparcial, com duas finalidades:

    a) a de fornecer cos leitores, reunido neste volume, um completo e preciso materialpara julgamento, porque preciso esclarecer tudo. Assim podero julgar melhor, tendo diantedos olhos os mais variados elementos, cujo conhecimento indispensvel para chegar a umadeterminada concluso.

    b) outra finalidade a de fixar num livro estes elementos, imparcialmente e sempreconceitos, de modo a que outros, mais tarde, no se apossem deles desvirtuando-os, parachegar a outras concluses que no existem de forma alguma no pensamento do autor Nenhuma

    questo que lhe diga respeito ele deixou em estado nebuloso e merc de interpretaes alheias.No so poucos os casos em que, por esprito de partidarismo, acontecimentos como esses sodeformados porque usados como bandeira de reaes e em defesa de idias preconcebidas.Enquanto o mundo procura reao e polmica, o autor busca em toda parte compreenso eunio. Com esta documentao, deseja prevenir qualquer tentativa alheia de explorao docaso, para fins particulares, contra esta ou aquela instituio, qualquer que seja ela, da qual, deacordo com os seus princpios, ele no se sente inimigo.

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    * * *

    Assim, poder o leitor brasileiro achar neste livro, uma histria documentada do

    perodo incandescente da gnese e exploso do fenmeno inspirativo do sujeito, histria muitodiferente da do atual perodo brasileiro. Desenvolveu-se ela em ambiente em que o Kardecismo

    era quase desconhecido, e os pontos de referncia e de julgamento eram a cincia, a psicologia,

    a metapsquica, a filosofia, o catolicismo etc. Era esse o ambiente europeu, e o sujeito no podia

    modific-lo.

    Poderemos, assim, nestas pginas documentrias, reviver esta histria que, mesmo

    pertencendo ao passado, lana no entanto muita luz no presente preparado por ela, e o explica,

    mesmo sendo este to diverso. Histria til para fazer compreender que outra longa e complexa

    histria viveram estes livros antes de entrar no ambiente brasileiro; em que outro mundo se

    moveram e a quantos outros ambientes interessaram. Histria til para mostrar a dificuldade

    que existe em incluir e encerrar exclusivamente no espiritismo Kardecista brasileiro uma Obra

    absolutamente universal, reduzindo-a apenas a um produto medinico, e seu instrumento a ummdium a ele adaptado. Histria til para demonstrar, a quantos acreditam que o mundo todo

    seja igual ao seu pas, o grande esforo de adaptao que o sujeito teve de fazer para transferir-

    se, material e espiritualmente, para este hemisfrio, que est, na realidade, nos antpodas do

    setentrional, tanto fsico conto espiritual.

    Por isso, no limiar desta nova e Segunda Obra, que pertence ao perodo brasileiro,

    quisemos, antes de nela entrar, resumir e documentar o perodo precedente, concluindo-o com

    este volume, que pode assim definir-se como o elo de unio entre as duas, a Primeira e a

    Segunda Obra.

    Com o volume que a este se seguir, Profecias, deixaremos para trs esse mundo

    passado, ao qual pertence a Primeira Obra, e entraremos decididamente no perodo brasileiro,

    que construir a Segunda em novo ambiente, com novos elementos e psicologia, trabalho

    indito, que, no entanto, sempre o desenvolvimento lgico e necessrio, conseqncia do

    anterior trabalho j realizado.

    So Vicente, Natal de 1955

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    HISTRIA DE UM CASO VIVIDO

    Nasci na terra franciscana da Umbria, em Foligno, a 18 de agosto de 1886, s 20:30 h.

    Era eu desconhecido de Mrio Guzzoni Segato, de Turim, quando, ele, baseado na data e na hora

    do meu nascimento, extraiu um horscopo, em que me retratou com surpreendente exatido. A

    primeira sensao de vida humana de que me recordo (teria talvez trs anos) foi de vazio e tdio.

    Desde criana no me identifiquei com meu corpo fsico, que sempre explorei como veculo de

    minha viagem. Parecia-me estranho e oprimente o vnculo do tempo, que liga os fenmenos e

    seu desenvolvimento, em sucesso. Nasci sensitivo, tendo no corao, por instinto, o Evangelho:

    nasci para amar e perdoar. E bvio que, no mundo humano, a vida para esses temperamentos s

    pode constituir um lento martrio. Minha personalidade era demasiadamente complexa, para

    poder amadurecer rapidamente e brilhar superficialmente, seja na escola, seja fora dela. Era

    medocre, muito medocre. Olhava para mim mesmo, observava, refletia e nada me escapava: eu

    julgava. Era lenta a maturao espiritual, porque desde os primeiros anos sentia confusamente

    subir em mim mesmo as camadas profundas da conscincia. Na escota, estudava apenas para

    passar nos exames, porque no acreditava naquilo que me ensinavam, e que eu sentia truncado,

    intil, sem base substancial. A verdade estava em mim, eu a procurava dentro de mim. Rebelde a

    qualquer guia, lanava-me aos conhecimentos humanos ao acaso, procurando secretamente a

    minha verdade. Narro minha histria interior, porque a exterior insignificante. Tive sempre o

    instinto de olhar o mundo e as coisas por dentro, nas causas e nos princpios e jamais nos efeitos

    e nas utilizaes prticas. Da mesma forma que os volitivos e prticos podem considerar-me

    incompetente na explorao utilitria da vida, posso eu consider-los incompetentes diante da

    soluo dos problemas da conscincia.

    Minha primeira revelao interior foi-me feita ao ouvir meu professor de cincias, no

    Liceu, proferir a palavra "evoluo". Meu esprito teve um sobressalto; brotara ao vivo uma

    centelha, sentira uma idia central. Tornei-me, a seguir, estudioso de Darwin, mas s para

    completar seu pensamento.

    Na Faculdade de Direito, em Roma, disseram-me um dia que, antes de agir e viver, era

    necessrio conhecer os princpios e orientar-se, sem o que no se poderia realizar com

    conscincia e retido o mnimo ato. Mas, ento, como agiam, meus semelhantes, sem sab-lo?

    Por instinto, como os animais. Eu estava pois sozinho e em trevas.

    Defendi com louvor o doutorado, por ser de tema livre, mas no acreditava no Direito,

    nas teorias jurdicas, nem na orientao filosfica e cientfica da poca. Antes de doutorar-me,

    aprendi rapidamente, como se recordasse um sonho longnquo, o francs, o ingls e o alemo.

    Realizara particularmente meus estudos de piano. Na msica e nos msicos, assim como na arte

    e na poesia, eu acreditava profundamente. Chopin e Wagner, como Dante e Goethe foram

    revelaes para mim.Comeou a vida. Fiz uma longa viagem aos Estados Unidos da Amrica do Norte, at o

    Pacfico. Casei-me. O turbilho das existncias exteriores batia sem trgua, reclamando a

    ateno de meu esprito, que, ao contrrio, queria viver a vida verdadeira. Acumularam-se as

    experincias humanas, quase todas durssimas. A dor martelava minha alma; sob seus golpes, era

    feito o amadurecimento. Um dia, beira-mar, em Falconara, contemplando o encantamento da

    criao, senti, com evidncia, numa revelao rpida como o raio, que tudo tinha de ser Matria,

    Energia e Conceito ou Esprito, e vi que esta era a frmula do Universo.

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    (M = E = C) = S

    Em que M = Matria, E = Energia, C = Conceito ou Esprito e S = Substncia. E esta a grandeequao da substncia, isto , o mistrio da Trindade, em que se move todaA Grande Sntese.

    A idia central da revelao aparecera-me, mas eu ignorava os pormenores: comoharmonizar esse transformismo em seus pontos extremos, como definir as passagens, preencheras imensas lacunas, como tecer toda a trama deste conceito gigantesco e afirmar tudo em termosexatos, diante de uma cincia cega e inconcludente? No mago da filosofia indiana, atravs dateosofia, eu intua verdades profundas, mas apareciam-me escondidas numa terminologia exticaque as afastavam de mim e de meu mundo.

    Comecei timidamente a expressar-me num opsculo que saiu em trechos na antigarevista Ultra, de Roma, Maio de 1928 a Dezembro de 1929, mais tarde editado, em 1932, emBuenos Aires pela Casa Editora "Constancia": "Evoluo Espiritual" (Veja o Volume:Fragmentos de Pensamento e de Paixo).

    Entretanto, sentia nascer em mim, gradativamente, A Grande Sntese, atravs da lentaincubao de 20 anos. Entendamo-nos. O amadurecimento no veio por meio de verdadeirosestudos realizados, porque sempre li ao acaso e apenas como pretexto para escutar-me. A Snteseno me veio de livro algum, mas surgiu toda do mistrio de minha alma. Eu li, verdade, masnada encontrei que j no existisse em mim. Reconheci nas leituras o que j sentira serverdadeiro, e repudiei o que j sabia ser falso. verdade que durante alguns anos escrevi vriaspginas de apontamentos, mas eram caticos, discordantes e foram julgados uma tempestade queameaa e nunca desaba. Alm disso, foram escritos quase sempre noite, motivados mais porum impulso interior invencvel do que por minha vontade, num estado de conscincia todoespecial. Eram meus primeiros exerccios; o impulso submetia-me a uma escola de preparao etreinamento, para a grande recepo, escola que devia formar em mim o instrumento. Aquelemanuscrito foi apenas coleta de material e, quando escrevi a Sntese, senti nuseas daquelesprimeiros abortos de pensamento e que muitas vezes reneguei por completo. Sofrido aqueleprocesso de maturao e aps alguns anos de inatividade, meu pensamento recomeou tudodesde o incio, seguindo um fio seu, interior, e no outro.

    Esta verdade, eu a quis dizer, mesmo arriscando-me aos que acreditam que eu hajapreparado a Sntese atravs de estudo. Venho ao contrrio, demonstrar a verdadeira natureza deminha mediunidade: inspirativa e intelectual. Esta, nascida comigo, mas mnima, se agigantacom o tempo. Mediunidade a princpio rudimentar, intermitente, a lampejos, como se v pelanarrao de meus primeiros anos. Mediunidade progressiva at tornar-se em mim uma qualidadeestvel, uma segunda natureza.

    Essa progressividade a caracterstica fundamental que define o meu fenmeno. E isto

    lgico e corresponde aos princpios da ascenso espiritual das religies, assim como aos daevoluo biolgica Darwiniana. Pois a mediunidade, em meu caso, significa no o fenmenoisolado, sem razes e sem razes, de manifestao do supernormal, mas de amadurecimentoprofundo e revelao de minha personalidade eterna e de suas capacidades. Religando-me aosconceitos conhecidos e aceitos da evoluo biolgica Darwiniana, eu, na Sntese, continuei essaevoluo no campo espiritual pois seria truncada e absurda se assim no fora harmonizando a afirmao da cincia com a afirmao da f, sustentando a ascenso espiritual.Esta minha progressividade de mediunidade inspirativa , pois, para mim, um fenmeno

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    biolgico normal, porque est colocado na linha de evoluo psquica que os homens, antes oudepois, percorrero naturalmente, enquanto eu me acho percorrendo agora, apenas antecipandoum pouco a maioria. A mediunidade intelectual para mim o estado normal de um futuropsiquismo mais sensibilizado, de uma percepo anmica direta supersensria mais apurada, uma fase superior de conscincia e dimenso conceptual perfeitamente normais na evoluo, masque hoje, na Terra, constitui posio de exceo em virtude do estado relativamente involudo daraa humana.

    Portanto, nada de anormal, de extraordinrio ou milagroso. questo de caminhopercorrido. Coloquei assim o problema, porque assim o vivi e o resolvi. Caminho aberto a todose que se percorre atravs de uma purificao de esprito como de corpo, de pensamento como denutrio, que impe um regime espiritual e diettico, em que as substncias fsicas e psquicas denvel inferior, de vibrao lenta e grave, devem ser expulsas. Medicina e misticismo devemcolaborar neste ponto. Purificao que se atinge ao lanar a prpria natureza inferior animal eseus instintos e paixes, no fogo lento do desapego, da sublimao e sobretudo da dor.

    A dor sempre teve uma parte importantssima em minha vida, cobrindo-a, muitas vezes,quase totalmente; e posso afirmar que ela foi o fator mais ativo na formao de minha inspiraoe espiritualidade. Parece impossvel, mas foi a dor, mais do que a cultura, que me esclareceu amente, que me deu idias, justamente porque tudo j estava no fundo de minha alma, e bastavatorn-la transparente para que elas aflorassem.

    Foi justamente a dor, que apareceu na forma mais intensa e profunda, que preparou edeterminou a passagem desta fase que at agora observamos, e que pode chamar-se"preparatria", de minha mediunidade, fase de sua exploso decisiva. atravs da dor que ofenmeno entra no perodo de sua plenitude. Essas relaes entre sofrimento e mediunidadeconfirmam minha interpretao anterior: trata-se de um fenmeno evolutivo de mediunidadeprogressiva, pela qual o esprito revela seus poderes interiores, atravs da purificao de seuveculo humano, e tanto mais claramente se manifesta, quanto mais este se torna sutil e deixatransparecer sua luz.

    Estava em Assis, em 1931, quando maiores golpes me atingiam em cheio. Devoobservar aqui que a Divina Providncia e, para mim, uma fora real e sbia, cujos impulsos nasvicissitudes de minha vida senti continuamente. Se ela, para minha evoluo, deixou sempre aporta de meu destino escancarada dor, no entanto sempre dosou as provas, que jamaissuperaram minhas foras, e, no momento da real necessidade, enviou a ajuda indispensvel.Verifiquei que essa fora no quer ociosos, procura constranger ao progresso, mas jamaisabandona, ainda que d o auxlio mnimo necessrio, para que este no seja um estmulo ao cio.Minha hipersensibilidade toca essas foras do impondervel, que, para muitos, que as no sabemperceber, parecem inexistentes. Durante o vero, minha famlia transferiu-se para o campo, emColle Umberto di Perugia, e eu, deixando Assis, a cidade de Francisco que eu tanto amava,

    abandonando minha casa, ninho de paz, e afastando-me da famlia, de que tanto gostava e pelaqual continuei sempre a velar, ca, pobre e sozinho, no fundo da Siclia, em Mdica, triste,destrudo. Conhecendo o ingls e diplomado em Leis, vencera, no vero, um concurso, e obtiveraaquela longnqua ctedra de lngua inglesa. Tendo renunciado aos bens hereditrios, tive queganhar minha vida. Ca num quarto pauprrimo, entre pessoas vidas, desprovido de tudo,aturdido, acabado. S ento meu esprito pde revelar-se. E, debaixo do tremendo golpe,explodiu.

    Era a noite Santa, Natal de 1931, e minha pena comeou a primeira Mensagem:

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    "No silncio da sagrada noite, ouve-me. Deixa toda a sabedoria, as recordaes, a ti

    mesmo, esquece tudo, abandona-te minha voz, inerte, vazio, no nada, no silncio mais

    completo do espao e do tempo. Neste vazio ouve a minha voz que diz: levanta-te e fala. Sou

    eu... No temas; escreve" (. . ..).

    Aniquilado, eu tremia. Depois levantei-me transfigurado. Havia em mim uma fora

    nova e eu tinha que segui-la. Finalmente explodira minha mediunidade em sua plenitude, e desde

    aquele dia eu firmei "Sua Voz".

    Chamei assim a essa fonte de pensamento, de vontade, de ao e de afeto, que me

    inundava todo; chamei-a assim, com sinceridade e simplicidade, incapaz de definir melhor, para

    dizer: a voz daquele que ouo.

    Ela mesma dizia-me naquela sua linguagem: "no perguntes meu nome, no procures

    individualizar-me. No o poderia, ningum o poderia; no tentes hipteses inteis".

    Em outro lugar (volume As Nores) estudamos o problema da individuao da fonte e

    da paternidade da Sntese.

    Avizinhara-se aquela voz, falando-me como falava no Evangelho, doce voz do Cristo,

    aconselhando-me e guiando-me. Mas era interior, pelo menos eu a atingia por caminhos

    interiores, ntimos. Manifestava-se em mim como uma audio interior de conceitos, num

    contato to direto, que estes nem sequer eram formulados em palavras. Sem dvida era distinta

    de mim, de minha conscincia normal cotidiana, porque me guiava, governava, pregava; e meu

    eu normal seguia e obedecia; porque surgiam tambm discusses e divergncias entre as duas

    personalidades, nas quais meu eu normal cedia sempre, vencido e convencido por uma

    superioridade esmagadora de bondade e sabedoria. E, naquele inverno siciliano, na solido de

    minha dor, aquela Voz esteve sempre perto de mim, nico amigo, para sustentar-me a cada passo

    e para guiar-me em todos os atos, impondo muitas vezes novas doaes e renncias, naqueles

    pontos em que minha natureza humana no o desejaria. Uma correspondncia freqente com a

    Senhora Lusa Carocci Govean, de Turim, est cheia de narraes dessas minhas primeiras

    impresses virgens e maravilhosas. Esta Senhora apresentou-me, na primavera de 1932,

    escritora Laura Lgrange Bussolin, diretora da revista Alfa, de Roma, na qual se iniciou imedia-

    tamente a publicao das Mensagens. Com efeito, "Sua Voz", sempre teve essa caracterstica: ao

    mesmo tempo que ditava a Mensagem, abria os caminhos para sua divulgao. E a divulgao

    foi rpida, pois eu, desconhecido como escritor, vi essas Mensagens sarem nos principais

    centros do mundo, espalhando-se por sua fora intrnseca, sem que eu quase nada pudesse fazer

    para isso.

    Era por certo um fenmeno j muito surpreendente para mim, ser arrastado, sem

    preparao e de surpresa, por um fio de conceitos que se desenrolavam automaticamente, como

    por impulso prprio. Agora somava-se outro fenmeno: sua divulgao rpida, abrindo-se as

    colunas das revistas mais longnquas e inacessveis. E no entanto eu duvidava, temia enganar-me

    e pedia conselhos; mas, constantemente, de todos os lados, desde aquele princpio, s me vinhaencorajamento. Nunca uma dissonncia. Levantava-se em redor de mim um coro de vozes

    concordes (veja mais adiante: "Mensagens medinicas dirigidas a P. Ubaldi"). Da primeira

    gnese dos conceitos, sua difuso automtica, at concrdia dos aplausos, movia-se tudo

    numa harmonia que parecia obedecer a um plano pr-estabelecido. Todavia, eu s tinha

    conhecimento disso dia a dia, no momento da realizao. O pensamento de "Sua Voz" comeava

    a realizar-se; surgiam fatos concretos em redor de mim, provas evidentes, e eu me dei conta que

    havia passado imediatamente do campo do pensamento ao da ao.

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    Foi esse o perodo dos mais ntimos e afetuosos contatos com "Sua Voz", assim como

    tambm dos maiores sofrimentos e isolamentos do mundo. Foi tambm o perodo em que se

    traou a rede que me prende indissoluvelmente, h tantos anos, a esta fonte de vida.

    Mister se torna contar tudo, para esclarecer o fenmeno e seu desenvolvimento; o

    fenmeno desta minha mediunidade inspirativa e consciente, progressiva e ativa, porque aqui

    comeam a delinear-se as caractersticas tpicas que mais tarde a definiro.

    Rapidamente eu fixava na imprensa minhas impresses a fim de que no se perdesse

    nada do que ocorria dentro e fora de mim. Como continuao da "Evolucin Espiritual",

    publicada na revista Constancia, de Buenos Aires, e a seguir em volume separado, publiquei na

    mesma revista, e como apndice ao volume, um artigo: "Experincias Espirituais" (veja volume:

    Fragmentos de Pensamentos e de Paixo), em que estudava objetivamente o comportamento das

    foras espirituais que to decisivamente intervieram, modificando a linha de meu destino. Sentia

    com evidncia que operavam em mim foras superiores e observava, procurando compreend-

    las.

    Mas tinha que apressar-me, porque o amadurecimento se precipitava. As "Experincias

    Espirituais", publicadas em dezembro de 1931, enquanto Sua Voz j ditava sua primeira Mensa-

    gem, seguiu-se logo um artigo, em Constancia, de Buenos Aires: "Como o su voz" (Como ouvi

    sua Voz), em fevereiro de 1932. O suceder-se rpido dos acontecimentos no me dava tempo de

    publicar esses trabalhos mesmo na Itlia. Nesse artigo, expus minhas primeiras impresses,

    fixando-lhes as notas bsicas. Dizia: "una voz interior me habla, me dicta, me ordena de

    escribir". "Siento que me dictar muchas cosas que tendr de escribir". Essa publicao era

    composta de duas partes: a primeira, "Mi razn", observava e explicava o que acontecia; a

    segunda, "Su palabra", transcrevia a primeira Mensagem de Natal de 1931. Estava feita a pri-

    meira afirmao. No podia mais retroceder.

    Desde o princpio de 1932, saa a mesma Mensagem em italiano, ingls, francs, nos

    principais centros do mundo. Vasta correspondncia crescia em torno de mim, em que figuravam

    Bozzano, Schaerer de Bruxelas, professores de Universidade, mdicos, entre os principais

    expoentes do mundo espiritualista. A 1 de junho, escrevia-me Bozzano: "A Mensagem obtida

    com sua mediunidade provm indubitavelmente de origem transcendental, e mais ainda, de

    elevadssima inspirao". E mais tarde, a propsito da Mensagem do Perdo: "Estupendo! H

    nela trechos sublimes, em sua grandiosidade nica que provoca quase um sentimento de

    sagrada surpresa".

    E Bragadin escrevia, em sua revista Ali del Pensiero, em fevereiro de 1934: Enquanto

    as coisas fortemente queridas e tenazmente preparadas, muito raramente tm no mundo o xito

    merecido, um mdium desconhecido, no preparado, ctico por muito tempo de sua

    mediunidade, sem meios nem apoio, sem nenhum objetivo de interesse, viu em pouco tempo suas

    Mensagens, numericamente reduzidas, darem volta ao mundo e difundir-se rapidamente,

    automaticamente, sem nenhuma interveno sua, assim como uma fora secreta prpria,emanada daqueles trabalhos.

    E verdadeiramente, cada vez mais me sentia aniquilado e tmido, e teria voltado atrs

    se, ao contrrio, Sua Voz no me houvesse impelido para a frente.

    Mas abandonemos esta histria exterior, de que a contragosto tive de falar, e voltemos

    histria interior, menos conhecida e mais importante. A fase preparatria fora superada. Achava-

    me, plenamente, no primeiro perodo das manifestaes, que pode chamar-se das Mensagens, e

    que vai do Natal de 1931 Pscoa de 1933, e que aqui se fecha para entrosar-se e transformar-se

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    no que chamaremos deA Grande Sntese.A verdadeira histria, a mais poderosa e mais trgica para mim, a interior. Quem a

    preparara? Como podia nascer assim, do nada, um mundo novo, denso de atividades eacontecimentos? No houvera nenhuma preparao visvel. At o vero de 1931, eu estudaraliteratura inglesa e alem, para preparar-me ao concurso a ser realizado. A dor que me golpeara,a pobreza a. que me havia devotado, no eram, de certo, uma preparao cultural. Sigamos estahistria ntima, em que se encontra a fonte de tudo, das Mensagens e da Sntese; procuremos,agora, permanecer prximos ao princpio gentico do fenmeno, depois que lhe observamos osefeitos.

    Estava ainda em Mdica, no quente inverno siciliano. Em torno a mim, insipidez,tristeza e desolao de espritos selvagens, desolao de campos verdes. Eu obedecia. Realizara apobreza, a renncia, a perfeita alegria de Francisco, que tanto amara em Assis. Eram contnuosos colquios ntimos com Sua Voz, agigantava-se seu poder, seu amor me sustentava.Conseguira descobrir, fora da cidade, numa colina, mirrada moita de alfarrobas, que, entregigantescas figueiras da ndia e muros baixos divisores de campos, proporcionavam um pouco desombra e a iluso de um bosque. Para l me retirava a orar. J de outra vez, nos suaves camposda mbria, em Pergia, depois de uma grande promessa, sentira to perto de mim o esprito deCristo e de Francisco, que fiquei sem saber se suas difanas formas corpreas caminhavam,plenamente a meu lado, num trecho de estrada do bosque. Fazia uma prece imensa, qual toda acriao respondia; anulava-me, para sentir-me renascer em todas as coisas. L escrevi o "Cantodas Criaturas", viso potica, publicada em Milo e Buenos Aires. A inspirao franciscanaexprime bem minha alma. Hoje podem muitos sorrir, na vida to diferente do mundo, destemisticismo. Parece que a sociedade trabalha depressa e com fora, a fim de destruir em seu seioestes sensitivos, dando a vitria aos volitivos imperiosos e egostas. Mas um fato: quem maisaparece, menos vale; quem mais grita, menos pensa; quem mais se impe, menos sente; quemmais se afoba no campo da atividade exterior, se acha mais vazio e arruinado no campo dasconstrues internas do esprito. Este perodo das Mensagens pode ser chamado o do sentimentoe do corao, ao passo que a Sntese representa o perodo da mente e do pensamento. Primeirocalor, depois luz; primeiro amor e depois vontade; primeiro o corao, depois a inteligncia. SuaVoz tocou todo o meu ser humano. Admiro tambm essa sua riqueza de formas, essa suaplenitude, essa totalidade de seu poder. Perodo este de profundas emoes. E enquanto meabandonava a ele, a minha atividade eu ia realizando sem perceber e desenvolvia, um planolgico.

    Eu orava. Naquele refgio campestre e solitrio houve um dia um colquio profundo,ntimo, que no sei descrever, entre Sua Voz e eu, de alma para alma, um daqueles colquios queno se esquecem mais por toda a eternidade. Chorei. A vontade que est no centro do Universoestava perto de mim, fulgurante e boa; inclinava-se para mim em homenagem ao seu princpio:

    liberdade e responsabilidade do ser. E pediu o meu consentimento. Mergulhei naquele mar deresplendores e anulei-me numa promessa incondicional, numa dedicao completa. Respondi:Sim! Desde aquele dia, minha vontade foi a Sua, e no mais podia desobedecer. Iniciada aquelarota, teria que continu-la at o fim.

    Eu ressuscitara. Possua-me a potncia dessa nova personalidade. O destino flagelava,impassvel, com a dor. Era um vento frio que me enregelava, enquanto no corao ardia umincndio. O amor dos msticos um fato real, conhecido, to freqentemente vivido queningum deve admirar-se disso. S uma cincia com premissas materialistas, e portanto

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    incompetente nesse campo da espiritualidade, pode contentar-se, para resolver o caso, com uma

    negao sumria. Mas tambm esse amor tem um seu pudor sagrado, no qual se escondem os

    segredos mais profundos das Leis da Vida. E eu me calo.

    Retomava a primavera. Certa noite fria, entre 9 e 10 de maio de 1932, pelas duas da

    madrugada, na hora antecrepuscular dos maiores silncios, acordei bruscamente, por causa de

    uma movimentao inslita de conceitos em minha psique. Li, maravilhado, dentro de mim.

    Tinha que escrever, e escrevi rpido e com segurana na sonolncia, como quem copiasse um

    texto, duas Mensagens breves, incisivas, poderosas. Uma era para Mussolini, outra para o Sumo

    Pontfice, pessoais, particulares, que eu devia enviar, e que diziam respeito a cada campo de ao

    poltica e religiosa. (Veja nas pginas seguintes: "Mensagens particulares de P. Ubaldi"). Tendo

    escrito, readormeci no meu cansao pelo trabalho do dia. Depois, no dia imediato, e enfim,

    noite, reli-as. Eram belas. Fiquei maravilhado. Como haviam nascido? No dia anterior, ocupara-

    me de coisas inteiramente diversas; noite, at s 23 horas, ficara corrigindo exerccios e tirando

    mdias escolares. A coisa tomara-me de improviso, e agora atemorizava-me a ordem: "Entrega-

    as". Mas como posso faz-lo? perguntava. "Os caminhos sero abertos diante de ti", respondia-

    me a Voz. E, o que surpreendente, por si mesmos se abriram os caminhos e as mensagens, estas

    e outras sucessivas, chegaram ao seu destino. O chefe de governo, na Itlia, a 2 de maro de

    1933, agradecia-me publicamente e comigo se congratulava por meio do Prefeito de Pergia e do

    Chefe Municipal de Gbio, onde ento me achava. Meus escritos medinicos, produzidos de

    modo to estranho, no eram, pois, o resultado de desequilbrio nervoso.

    Aps breve intervalo, voltei ao trabalho das Mensagens pblicas, nascendo ento a

    segunda, a "Mensagem da Ressurreio", na Pscoa de 1932. A mesma divulgao rpida. Esta

    chegou, por si mesma, at Saigon, na Indochina, onde foi publicada.

    Terminado o ano escolar, deixei Mdica e voltei a Pergia (Colle Umberto) com a

    famlia, no campo, sendo depois transferido em setembro, para Gbio, onde ensinei durante vinte

    anos.

    No vero, nasceu a "Mensagem do Perdo", no dia do perdo da "Porcincula" de So

    Francisco de Assis, a 2 de agosto de 1932. Fui tomado de improviso, pela manh, com tal mpeto

    de emoo, que, entre lgrimas, mal conseguia ver o papel em que escrevia. Escrita, como as

    outras, de jato, completa, sem qualquer arrependimento, ntida e segura desde a primeira cpia! E

    esta a mais bela, a mais vibrante e poderosa das Mensagens, e em pouco tempo fez tambm a

    volta ao mundo (calcularam que tivesse aparecido meio milho de cpias).

    Na Pscoa de 1933, XIX centenrio da morte de Cristo, em Gbio, nasceram juntas

    duas Mensagens: a "Mensagem aos Cristos" e a "Mensagem aos Homens de Boa Vontade".

    Fechava-se, assim, o primeiro perodo das Mensagens. As revistas me pediram depois

    outras. Mas elas correspondiam a um plano bem diferente, do que a simples colaborao de

    imprensa. No nascem a pedido, mas quando querem.

    Neste ponto, cabe falar de outra Mensagem, transmitida na Pscoa de 1943, aps dezanos de silncio. Trata-se da "Mensagem da Paz", escrita, exatamente, na noite de Quinta-Feira

    Santa, no monte sobre o Santo Sepulcro (Arezzo), diante do Verna1. Apareceu em plena guerra

    mundial, para fazer ouvir, entre o ribombar da destruio universal, a palavra equilibrada de paz,

    de orientao, de encorajamento.

    1A colina do Verna foi onde So Francisco de Assis recebeu os estigmas da Paixo de

    Cristo.

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    Aps outros dez anos de silncio, apareceu a ltima, chamada "Mensagem da Nova

    Era", no Natal de 1953, no Brasil, na praia de So Vicente, em Santos - S. P. Com esta, fecha-sea srie das sete Mensagens.

    Observemos sua harmonia. As primeiras cinco, esto dispostas em trs anos, de 1931 a1933, isto : com a primeira, revela-se Sua Voz, na noite de Natal de Cristo, em 1931, para

    anunciar a idia central da Obra; depois um grupo de duas, no ano seguinte, e as ltimas duas,unidas, como uma estrela dupla, na Pscoa de 1933, XIX centenrio da morte de Cristo. Assim,

    do seu nascimento sua morte, completou-se o primeiro grupo, em trs anos, e, pode dizer-se,em trs termos.

    Sobre este primeiro ritmo ternrio, fundamental, desenvolve-se outro ritmo ternriomais amplo; sobre este primeiro grupo de base, eleva-se como segundo termo, aps um silncio

    de dez anos, na Pscoa de 1943, a "Mensagem da Paz", e a seguir, um terceiro termo, tambm,depois de dez anos de silncio, para concluir, no Natal, como no Natal comeara, em 1953, com

    a "Mensagem da Nova Era" Assim, neste segundo e terceiro termos, ecoa o primeiro grupo e sefecha e termina o ciclo septenrio das Grandes Mensagens. Essas harmonias s foram notadas e

    compreendidas, depois que tudo ficou terminado.Nessas Mensagens - apelos supremos ao mundo - numa linguagem que seria loucura

    atribuir a mim, so tratados os pontos nevrlgicos dos mais atuais e vivos problemas religiosos epolticos, com conexo e desenvolvimento lgico, de modo completo, e com um conceito central

    diretivo que eu, acompanhando separada e particularmente, s pude descobrir depois de tudo ter-minado. As Mensagens so um apelo direto, um toque de recolher, e, harmonizando-se em

    perfeito equilbrio entre temporal e espiritual, culminam no problema da salvao espiritual domundo. Palavras inequvocas do vivssima impresso - confirmada especialmente pela imprensa

    da Amrica do Sul - de tratar-se de uma fonte que, no sabemos por quais caminhos, e de queforma, se prende ao pensamento de Cristo. E foi isso o que senti. Afirmar algo mais, seria

    audcia; quanto a mim, seria presuno. Neste campo, devo humilhar-me, calar, obedecer. Estafase est terminada. Sobrevive apenas o eco dos comentrios da imprensa.

    No finalizara ainda esse perodo, mas em seu declnio transformava-se em outro, que

    vinha sendo preparado desde 1932. Podemos cham-lo perodo de A Grande Sntese. No maissentimento, mas sabedoria; no mais apelo, mas revelao. No outono de 1932, conheci a nova

    revista que surgia: Ali del Pensiero (Asas do pensamento), de Milo e seu diretor, Sr. M. A.Bragadin. Em mim nasce um impulso gigantesco: retomar a idia base das Mensagens e

    desenvolv-la em profundidade. Essa idia me domina, me entusiasma e lano-me ao trabalhosem plano algum, sem refletir; ai de mim se tivesse refletido e compreendido o que devia fazer:

    teria ficado esmagado. Sua Voz mandava e guiava. E eu estava calado. Minha naturezaapaixonada pelo Cristo, por Seu amor, por Sua dor, por Sua bondade, transforma-se em grande

    mquina de pensamento que abarca todo o saber humano, o supera, o contm. Sucede linguagem do sentimento, s horas de emoo (Mensagem), a fria e cortante linguagem da

    cincia, a hora da profunda absoro da viso imensa do infinito. Muda o plano de ao. Faloagora ao outro mundo, cientfico, filosfico, religioso, intelectual. Preciso saber tudo, resolver

    tudo, mas Sua Voz me orienta, e eu caminho seguro. De Milo, Bragadin escreve-me queconhecia a mdium Valbonesi, recebeu uma comunicao de seu esprito guia, chamado "O

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    Mestre", dizendo que eu devia colaborar por meio de comunicaes de ordem cientfica. Nossos

    pensamentos encontram-se, sob um guia nico, apresentando coincidncia que do para pensar.Ainda no conhecia a revista nova de Bragadin, que no me conhecia e muito menos sabia da

    minha maturao, e no entanto, tudo se harmoniza com coincidncias de ambos os lados, que fazcrer terem sido criadas para reunir-se.

    Sem dvida, bem estranha coincidncia esse encontro e a srie dos fatos,aparentemente casuais, e que, no entanto souberam convergir para a publicao de A Grande

    Sntese. Para mim, foi sempre um fato inexplicvel humanamente, que o diretor da revistaAli delPensiero, sempre to severo e prudente para aceitar colaboraes, tenha tido para mim,

    desconhecido, a mais absoluta confiana imediata, e tenha aceito um trabalho aparentementeutopstico, que no tinha escrito ainda, mas apenas imaginado, e tenha empenhado, com to

    poucos elementos em mo, a si mesmo e sua revista, numa obra que poderia ter naufragado apspoucas pginas. E sua confiana, ainda que ilgica, foi logo total e completa, mesmo depois de

    lhe haver revelado eu que no sabia qual o futuro desenvolvimento do trabalho. Sem essaconfiana, que tanto me sustentou, no teria tido a coragem de empreender e levar a termo uma

    obra de to grande monta.Comecei, em janeiro de 1933, naAli dei Pensiero, a publicao de A Grande Sntese,

    tendo em mente apenas o esquema. No incio foi publicado um roteiro muito sumrio, masabandonei-me ao fio do novo pensamento. Durante quatro anos ocorreram regularmente a

    publicao e a compilao do texto. S pude dedicar-me ao trabalho de escrever nos dois mesesde frias de vero, nico perodo em que a escola me deixava livre e em que me foi possvel

    concentrar-me em paz. Utilizei, assim, mais trs veres de frias para completar o trabalho: o de1933 o de 1934 e o de 1935. O vero de 1936 dediquei-o a escrever As Nores.

    Com A Grande Sntese verificou-se, quase automaticamente, o mesmo fenmeno dedivulgao que ocorrera para as Mensagens. Concomitantemente com a edio italiana, na

    revista de Milo, surgia a edio espanhola na revista Constancia, de Buenos Aires, e as duasedies portuguesas do Rio de Janeiro, no Correio da Manh, dirio de grande circulao, e noReformador, mensrio, da Federao Esprita Brasileira que, paralelamente, publicou a primeiraedio da obra acima citada. Outras edies se fizeram, tambm na Europa.

    O novo caminho deA Grande Sntese estava traado, que se inicia com estas palavras:"Em outro lugar e de outra forma (v. Grandes Mensagens), falei especialmente ao

    corao, usando linguagem simples, adaptada aos humildes e aos justos que sabem chorar e crer.Aqui falo inteligncia, razo ctica, cincia sem f, a fim de venc-la, superando-a com

    suas prprias armas. Foi proferida a palavra doce que prende e arrasta para si, porque comove.Indico-vos agora a mesma meta, mas por outros caminhos, feitos de ousadias e potncia de

    pensamento, pois quem pede isso no saberia ver de outra forma, por faltar-lhe a f ou porincapacidade de orientao para compreender".

    Estas palavras unem a Sntese s Mensagens, como continuao de trabalho e deprograma. Explicava-me depois, a mim mesmo, estas orientaes, em dois artigos:

    "Apresentao" e "Programa", que apareceram na "Revista Esprita do Brasil", do Rio de Janeiro,em maio e dezembro de 1934, e que foram inseridos rio livro Fragmentos de Pensamento e de

    Paixo. O plano diretivo continuava, portanto, a desdobrar-se, guiando-me e preparando osmeios. No volumeAs Nores estudamos o fenmeno e os escritos que foram por ele produzidos,

    olhando-os de dentro, como os vivi, para que nos revelassem o segredo da tcnica da recepomedinica inspirativa. Mas, aqui, queremos notar e afirmar a contnua correspondncia entre

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    todos estes fatos interiores e exteriores, para lembrar que o subconsciente e o patolgico se

    algum quiser recorrer a semelhante explicao do fenmeno no podem conter a prescincia

    de um plano lgico, nem podem os fatos exteriores e a vontade alheia concordar em colaborar

    com eles. Essas concomitncias, tambm tm seu peso cientfico. No me dirijo ao pblico

    leviano dos negadores fceis; falo aos cientistas srios que, por mil fatos objetivos, so induzidos

    persuaso de que nos circunda um mundo imenso que ignoramos e de que nada se pode negar

    "a priori".

    H outras concomitncias menores, mas comprobatrias, e que me incitaram: mdiuns

    longnquos, desconhecidos, que apareceram num timo em meu horizonte, s para dizer-me

    palavras de confirmao e depois desaparecerem. Quem os moveu? Tenho que contar tudo, ainda

    que a simples ttulo de crnica, deixando toda apreciao ao leitor. A mdium Marjorie I. Rowe,

    em junho de 1932 recebeu uma mensagem dirigida a mim, de Imperator (veja-se nas pginas

    seguintes: "Mensagens medinicas dirigidas a P. Ubaldi"), e me endereou para Mdica. Como

    me achou? Nela me confirmava todo o trabalho que tinha de fazer, acrescentando, como prova,

    revelaes de pormenores ntimos, que s eu sabia, e que era absurdo que uma pessoa

    desconhecida, em Londres, pudesse imagin-los. Falava do lugar acima descrito, em que eu me

    retirava, no campo, para orar, inclua palavras em que eu reconheci meu pai, j falecido, e me

    predizia (... ..): "a desordem do mundo faz parte daquilo que escrevers" (. ...). E uma entidade

    mais alta conclua: "Sejas abenoado, meu filho, que ouviste minhas palavras".

    A mdium. Valbonesi, em vrias mensagens; encorajava-me, aprovando e sustentando-

    me. Uma mensagem de outubro de 1932, da parte do "Mestre", dizia entre outras coisas:

    "Ouves.... e tu que escutas a ordem, vai e dize aos povos que Cristo ressuscitou. Sers o apstolo

    simples, o que opera a caridade em nome de Cristo (.....). Assim diz aquele que envia tua voz ao

    mundo". Mdiuns de incorporao e mdiuns psicgrafos confirmavam-me sempre o caminho

    iniciado. A mdium Giselda Smiles, de Roma, foi constrangida a mandar-me uma mensagem

    assinada: "The Spirit of Innocence", em que afirma uma misso minha. Traduzo o texto ingls:

    "O Esprito daquele que multiplicou os pes e os peixes est contigo, dentro de ti, em redor de ti.

    Ests agora unificado com Deus, com o bem existente em toda a criao. S fiel promessa que

    a Ele fizeste, de seguir Sua inspirao. No temas, pois que s Pedro, a rocha novamente

    escolhida, sobre a qual Ele edificar uma nova fundao e Sua ressurreio, e nada prevalecer

    contra ela. Sua Luz derramar Seu resplendor em tua mente (.....). Em nome do mesmo te

    abeno, Pedro, e atravs de ti Ele abenoa o mundo. (....). The Spirit of Innocence, in the

    name of (O Esprito de Inocncio, em nome de ). Que significam esses rodeios em torno de

    mim, com mensagens encorajando-me, provenientes de um ambiente de mdiuns, entre os quais

    eu era totalmente desconhecido?

    Paralelamente, Bozzano, indiscutvel autoridade mundial nessa matria, acalmou

    minhas dvidas, garantindo-me a origem transcendental dos escritos, e aproximando minha

    mediunidade da de Miss Cummins, a mdium pela qual se manifesta a famosa e extraordinriapersonalidade de Patience Worth. O professor Schaerer, de Bruxelas, escrevia no Bulletin du

    Conseille des Recherches Mtapsychiques", que eu era "um mdium extraordinariamente dotado

    para recepo de comunicaes de ordem cientfico-filosfica. A Comunicao de A Grande

    Sntese trata de uma concepo monista-naturalista de carter estritamente cientfico, cujo valor

    indiscutivelmente, muito grande". No entanto, por outros, A Grande Sntese era definida como

    "uma nova e completa revelao". Em seu volume Espiritismo Moderno - Os Fenmenos,

    Trespioli fala a meu respeito em vrias pginas, que eram publicadas em revista especializada. O

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    humanas no tm o poder de manter a tenso necessria ao esforo e de sustentar o esprito

    naquela atmosfera; as compensaes humanas tornam-se irrisrias, desproporcionadas a umtrabalho em que se empenham todos os recursos da vida e se navega no infinito. Quando somos

    tocados por esses aniquilamentos sublimes da mo de Deus, no mais se pode caminhar pelastortuosas estradas humanas nem mais pensar em si mesmo. Logicamente no tenho merecimento

    por isso. O ser fica mudado, aps esses anos de contato com o infinito; quem tremeu sozinhodiante dos abismos do mistrio, em novos estados de conscincia, superou as dimenses de nosso

    universo e teve uma viso direta da Verdade, no pode novamente descer vida normal, mesmose for constrangido a viver nela e a servir-se de sua psicologia, sem dar a seus pensamentos, a

    seus atos e as coisas, um valor diverso. A viso foi vivida e permanecer eternamente em minharetina.

    Hoje, tudo isso constitui uma recordao, em que novamente mergulho para vivificar-me. A grande hiperestesia superou seu clmax. Aquela primeira fase foi vivida, mas ainda

    continua. Sobrevive como que um eco daquele trabalho realizado e o desejo intenso de progredircada vez mais no caminho iniciado. Agora, a Sntese pertence ao mundo, a quem a ofereci. Em

    mim permanece a expectativa obediente, porque do mistrio do ser continuaro a nascer ordens eauxlios para que a misso seja desempenhada at o fim.

    Neste captulo, delineamos com sinceridade total a histria interna e externa dofenmeno, no perodo de sua gnese e em seus primeiros desenvolvimentos. E a histria

    daqueles primeiros anos, escrita na Itlia, em ambiente to diferente do atual brasileiro, histriaque no presente volume documentamos.

    MENSAGENS PARTICULARES DE

    PIETRO UBALDI

    As duas mensagens particulares, mencionadas no captulo "Histria de um caso vivido",neste volume, dirigidas, uma ao Pontfice, outra a Mussolini, foram escritas de improviso em a

    noite de 9 de maio de 1932 e a eles remetidas. Esta ltima foi entregue na tarde de 5 de outubrode 1932 ao destinatrio, que a leu. Seu contedo e estes fatos esto documentados; em cartas e

    pela imprensa de ento. A estas seguiram-se outras. Eis algumas frases mais importantes:(.....) "Trata-se de ajudar a nascer a nova humanidade, que nascer da conturbao do

    mundo (....). Evita com todas as tuas foras qualquer guerra. No h razo humana que possajustificar hoje uma guerra que, com os meios modernos de destruio: poder ser uma destruio

    to grande que assinalar o fim da civilizao europia, e atrair a invaso asitica, forando aemigrao, aps tremendos cataclismos, para as Amricas" (. ...).

    Outras continham certas frases profticas, como estas:(.....) "O momento histrico est maduro para grandes acontecimentos (.....). Soou a

    hora histrica, porque hoje fala a dor. grave o momento histrico, porque a dor falar aindatremendamente, como nunca (....). A civilizao europia, que civilizao crist, ameaa runa

    (.....). A presente tranqilidade aparente a calma que precede as grandes tempestades (....). Hoje

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    o mundo joga tudo por tudo" (....).

    Estes conceitos confirmam os extrados de outros trabalhos e mensagens, reunidos no

    captulo XVIII: "Comentrios e previses", do volumeA Nova Civilizao do Terceiro Milnio.

    Citamos, enfim, alguns conceitos de A Grande Sntese, para esclarecer aqueles que

    quiseram ver, aqui, esprito partidrio, quando ao contrrio se trata de princpios gerais da vida,

    aplicveis a todos os tempos: "So as foras biolgicas que conferem o poder, as mesmas que o

    tiram, logo que termine a funo" Cap. XCIX, "O Chefe". (....) "As foras biolgicas no

    garantem o homem, mas a funo o derrubam logo que ele no mais corresponda a ela (....). Por

    isso a histria sempre chama os seus homens (.....); rejeita-os sem lamentaes logo que cesse a

    funo, ou ento logo que caiam no abuso ou na fraqueza (....). S quem tenha substncia de

    valores intrnsecos sabe compreender e constranger as foras que o circundam, ao invs de ser

    arrastado por elas (.....) Assim Napoleo foi jogado fora pelo destino como um trapo, logo que

    esgotou sua funo" (.....) Cap. CXVI, "Concepo Biolgica do Poder".

    MENSAGENS MEDINICAS DIRIGIDAS APIETRO UBALDI

    Trechos de Mensagens medinicas recebidas pela mdiumGisela Smiles (Via Aureliana, 63 - Roma), e transmitidas aPietro Ubaldi, em Gbio. Traduo do ingls.

    "Pedro, A luz do Esprito Santo te ilumina. Assim diz o Esprito.

    Pedro, o Esprito de Cristo vive em ti e tu te tornaste completo porque ele afastar o mal

    do teu centro e de tua famlia. O Esprito daquele que multiplicou os pes e peixes est contigo,dentro de ti e tudo em redor de ti, aumentando em ti a substncia e provendo de todas as tuas

    necessidades. Ests agora unificado com Deus, com o bem existente em toda a criao, e sua

    vontade para ti prosperidade e bom xito. Pedro, tu s rico porque teu Pai celestial rico. No

    s governado por nenhuma lei de temor, doena, limitao ou falncia. O princpio do bem te

    governa, a ti e a tua vida, providenciando tuas necessidades. Lembra-te de que, para os que o

    amam, todas as coisas cooperam para o bem. S fiel, pois, promessa que fizeste: seguir suas

    inspiraes; e ento, e somente, a vida ser to clara como o meio-dia; mesmo se houver

    escurido, ela ser mais clara que a manh. No tenhas ansiedade por coisa alguma.

    Porque s Pedro, a rocha de novo escolhida sobre a qual Cristo construir Seus novos

    fundamentos e Sua nova Ressurreio, e nada prevalecer contra ela. Sua luz derramar seus

    raios em tua mente e est iminente em sinal exterior que te ser dado: vers com os olhosinternos. Ele revelar a ti, teus verdadeiros recursos espirituais e te alegrars imensamente em

    sua generosa bondade. S, pois, fiel a Ele, e no temas nada.

    Eu, o Esprito Inocncia, em nome de , ao nosso amado Pedro".

    Mensagem recebida em Roma, em julho de 1932.

    (....) "S forte, e no duvides. Foste guiado nas grandes estradas da luz e da justia. Teu

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    objetivo olhar para a frente, a resplendente meta que sem dvida atingirs (. ...). Lembra-te da

    certeza de que "Sua Voz" te deu. Vive contente, para que no se perca, nem te venha a faltar,ainda que seja a menor partcula da sabedoria que te envolve de todos os lados. No temas, mas

    deixa resplandecer toda a riqueza da coragem dos Santos em teu rosto, como um sol flamejante.S poderoso com a grande energia das foras que so enviadas para tua renovao, pelo supremo

    Amor (....). Se foste escolhido, por que temes? E por que caminhas tremendo? Acaso teabandonar ou deixar de proteger-te o Centro da Luz Maior? (....). Tudo o que te foi dito, " , ejamais ser pisado e ridicularizado pelas almas que conhecem a realidade da vida eterna. Deixaos outros, que ainda esto vivos na Terra e no nasceram pelo esprito, rirem e zombarem de ti,

    em sua ignorncia. A noite deles j passou e est prxima a aurora do nascimento espiritual;ento compreendero e vero a luz que agora rejeitam, porque no so capazes de discerni-la, e

    ainda no chegado o seu tempo. Fica tranqilo e sente a eterna presena daquele que nossavida e nosso sol, a vida e o sol de tudo o que criado. Em nome do mesmo, eu te abeno, Pedro

    e atravs de ti ele abenoa o mundo, com o poder de seu amor espiritual -Eu, o Esprito Inocncia, em nome de , ao nosso amado Pedro".

    Mensagem recebida em Roma, em 26 de dezembro de 1932

    * * *

    Trecho de Mensagem medinica recebida pela Senhora Marjorie I. Rowe (35,Lindore Road, London, S.W. II - Inglaterra), da entidade Imperator, em 12 de

    junho de 1932, para Pietro Ubaldi e transmitida a ele de Londres, sem sersolicitada, e sendo ele desconhecido da mdium. Traduo do Ingls.

    (....) "H uma grande luta em redor de ti (.....). Deves liquidar dvidas nas mentes de

    muitas almas que necessitam de chuva espiritual, no rido deserto de suas vidas (.....). O Cristoaparecer em toda a Sua Majestade aos que prepararam suas vestes nupciais (.....) Amigo, o"maelstrom" (o vrtice) das condies mundiais faz parte do assunto sobre que escrevers.

    Assim fui mandado para dizer-te. E j registraste muitos pensamentos a esse respeito. Desejodar-te ulterior mensagem de amor, e aproveito este ensejo para entrar em contato contigo (....).

    Minhas palavras so de vida e so a essncia da Graa Divina. Sou a voz que fala das belezas douniverso, do Reino de Deus na face da Terra, ainda que os homens a considerem uma arena de

    lutas. Bendito sejas, meu filho que ouves minhas palavras. Cristo abenoe a ti e a mim.

    * * *

    Trechos de Mensagens medinicas recebidas pela mdium BiceValbonesi, de Milo, para Pietro Ubaldi, transmitidas pela entidade "OMestre".

    "Ouves (.....). Obra conscientemente, como homem que sabe muito; usa a sabedoria. A

    fonte inspirativa que possus te diz tranqilidade. Eis que a voz diz: os mortos estoressuscitados. E tu que ouves a ordem, vai e dize aos povos que Cristo ressuscitou (.....), Sers o

    apstolo simples, o que faz a caridade em nome de Cristo (....). Eis teu trabalho; procura osnecessitados e feridos pelo peso da vida e d a eles o po. Assim diz aquele que manda a "Sua

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    Voz" ao mundo".

    Mensagem recebida em 19 de outubro de 1932.

    "A prova de fogo supera-a e mantm-na. As centelhas do Eterno descem agora; apanha-as como

    se apresentam. Leo! Leo! No fiques pasmado! Es tomado como instrumento no inconscientemas consciente da misso. Confia, porm, Naquele que opera.

    Abrao-te.

    Mensagem recebida em 7 de abril de 1935.

    "O porvir espiritual o eterno presente que pulsa. Quando os braos Eternos envolvem,

    s uma coisa deve fazer-se: abandonar-se. Tu, filho do Pai, colocado no enredo do tempo, sofresnecessariamente as contores da vida humana. E o martelo "tempo" que bate, quebra as

    energias e quase as quer destruir. Mas sabes que outro martelo poderoso bate continuamente paraconsolidar a estrutura de tua alma. No perguntes: o que farei? J te disse: abandonas-te em

    Cristo. Recebers outras ordens. Repetir-se- a ti o "vai, Francisco, (.....). Restaura minha casa"(....). Portanto, restaurars o que o Eterno disser. Teu refgio inabalvel, um nicho luminoso

    espera-te: a fulgurao de Cristo Jesus, o Ressuscitado, Aquele que est com o Pai, Aquele queest no Pai e Pai de Amor. Podes gritar, pois: tenho uma casa que um palcio, pois o Eterno

    a colocou seu ouro. Esse ouro chama-se a Verdade!"

    Mensagem recebida em 13 de outubro de 1935.

    * * *

    "E agora digo a ti (Pietro Ubaldi): Amigo, da aspereza saste renovado, da fadiga sastepara entrar na obra eterna. O mundo por necessidade humana te reter durante o tempo em

    que deve ser dada tua contribuio de homem. Tomou-te o Eterno, batizou-te com Seu fogo e achama est acesa: chama de filho trabalhador. Por vezes arders consumindo-te dentro do

    prprio calor desse fogo; gritar tua carne pelas queimaduras, enquanto o esprito cantar oslouvores do Eterno. Revestirs o pensamento que chega a ti, com a palavra que o Eterno colocar

    em tua mente, e da passars aos homens, que so muito duros de ouvir. E assim, viandanteamado, continuars o teu caminho.

    (....) No ficars isolado: os poucos, os amados do Pai, viro a ti sempre. Achars almascompreensivas. Arders, mas no consumirs a parte intrnseca. Quando o mundo tiver entrado

    na fase de maior dor, mais do que nunca hs de gritar a todos: "nscios, no ouvistes! O aviso foidado a tempo, lamentar agora no adianta". Haver um timo de possibilidade de recomeo, e tu

    o dirs, enviando tua palavra para c e para l, nos pontos designados pelo Eterno. Envolve-meem Meu Amor de Amigo; usa de Mim, Eu te estou prximo".

    Pergunta de P. Ubaldi - "s tu a "Sua Voz"?Resposta Eu Sou Aquele que Sou, amigo, e tu o sentes. Sentir-me-s, assim, um

    pouco mais materialmente, porque deso entre os homens que esto em luta. No podes parar, tuo sabes e o vs: a hora intensa. Rever-nos-emos, Rever-me-s mas no assim: ver-me-s como

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    luz e, quando me vires, tua alma ficar queimada. Mas isto no dor glria. Permanece na

    humildade, na simplicidade, e deixa que o mundo espiritual em convulso, grite. Tupermanecers firme, lembra-te...

    Pergunta de P. Ubaldi - "Quem sou eu?"

    Resposta "Quem s? Donde vens? Qual tua passagem mais intensa? Eu disse uma

    vez: Leo, mas s alguma coisa mais dentro de ti mesmo. preciso retroceder no chamadotempo, e ento te recordars de ter-me visto, de ter-me ouvido, de ter-me amado".

    Pergunta de P. Ubaldi Como e quando Te vi?

    Resposta - "Neste momento no podes orientar-te; tornars a pensar nisso e te achars

    de novo. Por que perturbar-te? Se as pegadas so claras, ento? Muitas coisas ignora o teu euquando est fechado em ti mesmo. O que no sabes e no assimilaste, desfolhars, assimilars e

    ento te achars".Pergunta de P. Ubaldi: "Tambm ca mais em baixo?"

    Resposta "Por isso te disse: ressuscitaste. Pagaste e ests pagando. Deves servir aoEterno e ento, servindo ao Eterno, te tornars instrumento de eleio. Todas as vezes que

    titubeares e estiveres para precipitar-te, Eu virei ao teu encontro" (.....).Pergunta de P. Ubaldi "Por que fui escolhido?"

    Resposta "Francisco dizia: "Por que eu? Por que eu? Por que eu?". Repete-o tambmtu, com a mesma dedicao, e ento vers que o Eterno, para maior confuso dos homens,

    escolhe seus instrumentos entre eles. D graas ao Eterno.Pergunta de P. Ubaldi "Mas eu no me sinto digno".

    Resposta: "Por que queres repeti-lo ainda? Sabes que o Eterno vai e procura a ovelhatransviada: os justos j esto salvos. E o pecador que o Eterno procura, o doente que precisa de

    mdico, para ti que vem o Seu amor.Pergunta de P. Ubaldi "Que acontecer comigo"?

    Resposta: "No temas. No podes v-lo, ainda que te esforasses. No ergas ummuro diante de ti, mas quando estiveres para cair e tiveres medo de bater, ento o muro cair.

    Vs que no tem limites o campo que deves arar; ento trabalha" (....).

    Mensagem recebida em 5 de maro de 1937.

    (......) "E Pedro que far? H ainda algumas perplexidades a superar. Vencer! Vencer!Arrancar os tentculos que refreiam os passos, para que quando vier o dia de prova para Pedro,ele no venha a Repetir: Senhor, no Te conheo! O selo est posto. Ai de quem o romper antes

    que chegue o anjo!..(Voltando-se para Pietro Ubaldi): "No indagar muito sobre ti mesmo; humilha-te.

    Renascers por virtude substancial. Disse aos maus: sois usados como instrumentos, quando oespasmo da humanidade tiver chegado convulso. Assim te digo: o nome no tem importncia,

    a ao que cinzelar sobre ti a figura E a ao que far de ti o servo do Senhor. Reedificar deacordo com a ordem, erguer as colunas minadas na base. O cristianismo est a descoberto, entre

    o cu estrelado e a Terra ameaada. Ento, soldado de Cristo, no ters espada; ters fogo e ovomitars segundo a Vontade Eterna. Enquanto aguardas, purifica-te; deixa falar os que esto a

    teu lado, mas no vem nem ouvem! Aguarda! Repito-te: a rede est pronta; lan-la-s onde tefor indicado; no por alucinao, mas pela realidade (.....). No hora de repouso; trabalha para

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    o Eterno, e a merc descer do cu. Por isso ests vinculado quele que so tambm os meusescolhidos. No poders voltar atrs, no poders escapar. Pra e ouve-me! A Voz continuar".

    Mensagem recebida em 25 de abril de 1937.

    * * *Julgamentos a respeito de Pietro Ubaldi, tirados do horscopo que lhe foi en-

    viado, em abril de 1935, sem ser pedido, pelo Senhor Mrio Guzzoni Segato Via Saluzzo 23, Turim que no o conhecia, nem sabia nada sobre ele.

    "Pietro Ubaldi, nascido a 18 de agosto de 1886, s 20h 30 mm, em Foligno, L. 42 57.Tipo zodiacal: Aries com influncia de Leo. Tipo Planetrio: Marte-Lua. Planetas dominantes:Saturno, Urano e Jpiter. Aura: vermelha brilhante.

    (.....) O princpio vital da fora solar que passa pelo Leo, torna-o de bom corao egeneroso. Profundas emoes e constantes procura de harmonia (. . . .). Carter interiormentegeneroso, sincero, ardente, perseverante, e muito inclinado a aperfeioar-se. H um grande amorpela justia (.....) . Educado, no combativo,mas persistente, ser quase irremovvel nas prpriasopinies. Tende ao ocultismo, inclina-se para o lado mstico da vida, tem os meios para descobriro encanto do destino dos homens. O sol testemunha esplndidas qualidades medinicas; masestas se resolvem atravs de terrveis sofrimentos, com dores e penas verdadeiramente tantlicas.O nativo pode adjudicar-se uma colossal mquina psquica, que entra em ao atravs da dor.Dor fsica, que pode dizer-se aparente, se bem que tremenda, mas na realidade ser um bem.Tendncia ao isolamento e solido que trar grandes frutos espirituais. Sente alegria quandopode dar felicidade a outros. Trabalha muito para desenvolver uma misso alta. H muita coisaque est latente, e espera uma oportunidade para revelar-se, porque o nativo tem maismerecimentos e qualidades do que ele mesmo saiba. um pioneiro em qualquer coisa por que seinteresse. afirmativo, independente, ativo. Ter fama durante vida. Dentro de trs anos,fatores fsicos e psquicos se harmonizaro e Deus falar nele.

    (....) Seus companheiros so Jesus e Joo. Ele estar unido ao acordar da humanidade.Deve unificar-se com Deus atravs da dor. um esprito doente que, numa vida precedentedesobedeceu ao Eterno, perturbando as leis de amor, de harmonia e de compaixo, e que devesofrer para recuperar o equilbrio perdido ou harmonia, o que deve servir para que volte luz quese tinha escurecido".

    O mesmo Senhor Mrio Guzzoni Segato colocou em mos da SenhoraPia Reggidori uma carta de Ubaldi e teve a seguinte resposta medinica (em

    transe), ditada ao senhor Segato e dirigida a Pietro Ubaldi, por uma entidadeno identificada:

    "Quem s tu? Vejo-te no deserto, com as mos voltadas para o Sol, cheio de aspirao aDeus, com uma sede insacivel de amor Divino, longe da vida e das coisas. Vestes um hbitobranco e ests desfigurado, e tens imensa sede de amor. Amas o Cristo e o invocas. s profeta daPalestina. Esta sede da tua vida te persegue, aguardas, um tormento. Mas o Deus que invocastanto, est em ti e te dir vrias vezes: "estou aqui" (......). A matria te pesa, porque a renegaste,

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    mas ao invs, Deus quer luz atravs dela (....). Muitos homens voltaro a ti e tu voltars como

    profeta (.. ..). Cristo e Joo so teus amigos".

    * * *Trechos da mensagem medinica (ultrafnica), ditada e

    taquigrafada em presena de Pietro Ubaldi, recebida pela Senhora M.Guidi (Via Labicana, 134, Roma), em 14 de julho de 1946, de umaentidade no identificada:

    "Irmo, que chegaste de longe, eis que te digo, em verdade, que estas palavras no sonovas para ti que vibras sem cessar. Acreditas, s vezes que seja teu crebro que as recolha; elas,

    porm, so Luz, a Minha Luz mesma que desce sobre ti e que, atravs da palavra e da pena, tutransmites. Muito fizeste, mas ests apenas no incio de tua tarefa; muitas verdades foram por ti

    compreendidas, muitas daquelas verdades que transcreveste so justas e se os homens te

    ouvissem totalmente, ento teramos o incio de uma nova era de f, que prepararia a nova almaluminosa, que ser verdadeiramente transmitida aos homens de amanh (.....). No temas, porqueos homens no podero fazer-te mais mal do que j te fizeram (.....).E digo-te: Pedro, tu tambm

    s pedra milenria da nova f que arrastar os homens de amanh. Escreve; recebers ainda maisprofundamente, com harmonia infinita. Lembra-te de que os acontecimentos urgem e tu o

    predisseste; tu o sentes (.....). Deter essa onda de dio que envolve a humanidade, a tarefa deteus escritos; no pares, mas ainda hoje, lana tuas mensagens (.....). Em verdade, no pares (....

    ..). Continua. Continua. Preciso de ti (.....). Olha que, dentro em pouco, outra tentativa ser feita,a fim de parar tua pena. No pares, no temas. Estou perto de ti e te darei tal fora que teu ser

    fsico melhorar. Ests ainda cansado e esgotado".

    * * *Mensagem transmitida, sem ser solicitada, a Pietro Ubaldi, pelo Professor SalvatoCarmicelli (Rua Prof. Gabizo 295, Rio de Janeiro), recebida em 28 de setembro de1946, de uma entidade no identificada.

    (.....) Diga a Pietro Ubaldi que sua misso de transmitir ao mundo os prolegmenosda Nova Era.A Grande Sntese obra ditada pelo alto. realmente a voz do todo que fala. Ele um instrumento, e como tal, tudo deve fazer pela divulgao de todas as outras obras. Elasconstituem os novos livros da Nova Era. Vrios so os canais (. . . .). Trata-se de erigir o edifcio

    de um mundo novo Pense, Pietro Ubaldi, que a Obra foi toda ditada pelo alto e deve serdivulgada em todo o mundo e em todas as lnguas.

    * * *Trechos de mensagem medinica recebida pelo mdium Betti,sob a direo do Senhor Sante Crosara, em Livorno, em 23 dedezembro de 1945, de uma entidade no identificada.

    (......) "A coletividade espiritual do sujeito (P. Ubaldi) constituda por uma esfera

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    muito elevada, onde os chamados santos vivem em harmonia. Desta constituio entlica, partiu

    a personalidade de Ubaldi(....), que j conseguiu e desempenhou o prprio programa (....).Aquele "quid" que constitui a manifestao terrena : de Ubaldi apenas uma misso espiritual,

    que tomou forma e personalidade num indivduo, que, no entanto, parece um ser comum enormal, mas que j desempenhou determinada misso, pela qual, os grmens disseminados em

    sua esfera tero prolificao estupenda e tangvel, para glria do Eterno (.....). Quando tiverdesencarnado, voltar a retomar seu posto e desta vez numa esfera verdadeiramente superior e

    digna (....). Em pouco tempo abandonar vosso ambiente, mas somente depois que tiverdesempenhado, aqui, completamente sua tarefa (.....). O sofrimento o esporo e o principal

    incentivo de seu fervor operante (.....). Assim a Mente Criadora prodigaliza, atravs de Ubaldi, agraa do conhecimento supranormal (.....). As sensaes que ele percebe so inerentes ao seu

    grau de conscincia, que no mais infantil, mas adulta, e mesmo diria velha ou seja, carregadade experincia e de maiores percepes e consideraes. Ora, tratando-se de uma conscincia

    velha, mister que suporte essas vibraes de perturbao e de desnimo porque ela est sportas da Luz, no limiar de nova existncia imensamente superior; est diante de uma porta

    fechada, alm da qual sabemos existir uma escada luminosa que leva extrema felicidade, isto , Luz Suprema do conhecimento e da verdade. Essas sensaes devem ser aceitas com

    serenidade e at com alegria, porque prenncio de uma promessa certa e prxima de bemsupremo. H uma certeza maravilhosa, ofuscadora. Aceita-se o fenmeno com serenidade e com

    a certeza de que constitui uma promessa segura de uma passagem sublime. J desempenhou suatarefa dignamente, e quando estiver diante do dia do desencarne, sua obra e sua misso estaro

    definitivamente realizadas".

    MENSAGEM DE SO FRANCISCO DE ASSIS

    Pedro,O Calvrio do Mestre no se constitua to somente de secura e aspereza...

    Do monte pedregoso e triste jorravam fontes de gua viva que dessedentaram a almados sculos.

    E as flores que desabrochavam no entendimento do ladro e na angstia das mulheresde Jerusalm atravessaram o tempo, transformando-se em frutos abenoados de alegria no

    celeiro das naes.Colhe as rosas do caminho no espinheiro dos testemunhos... Entesoura as moedas

    invisveis do amor no templo do corao!...Retempera o nimo varonil, em contato com o rocio divino da gratido e da bondade!...

    Entretanto, no te detenhas. Caminha!...E necessrio ascender.

    Indispensvel o roteiro da elevao, com o sacrifico pessoal por norma de todos osinstantes.

    Lembra-te, Ele era sozinho! Sozinho anunciou e sozinho sofreu.Mas erguido, em plena solido, no madeiro doloroso por devotamento humanidade,

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    converteu-se em Eterna Ressurreio.No temos outra diretriz seno a de sempre.

    Descer auxiliando para subir com a exaltao do Senhor.Dar tudo para receber com abundncia.Nada pedir para nosso Eu exclusivista, a fim de que possamos encontrar o glorioso

    NS da vida imortal.Ser a concrdia para a separao.Ser luz para as sombras, fraternidade para a destruio, ternura para o dio, humildade

    para o orgulho, bno para a maldio.Ama sempreE pela graa do amor que o Mestre persiste conosco, os mendigos dos milnios,

    derramando a claridade sublime do perdo celeste onde criamos o inferno do mal e dosofrimento.

    Quando o silncio se fizer mais pesado ao redor de teus passos, agua os ouvidos eescuta!

    A voz Dele ressoar de novo na acstica de tua alma e as grandes palavras, que ossculos no apagaram, voltaro mais ntidas ao crculo de tua esperana, para que as tuas feridasse convertam em rosas e para que o teu cansao es transubstancie em triunfo.

    O rebanho aflito e atormentado clama por refgio e segurana.Que ser da antiga Jerusalm humana sem o bordo providencial do pastor que espreita

    os movimentos de cu para a defesa do aprisco? necessrio que o lume da cruz se reacenda, que o claro da verdade fulgure

    novamente, que os rumos da libertao decisiva sejam traados.A inteligncia sem amor o gnio infernal que arrasta os povos de agora s correntes

    escuras e terrificantes do abismo.O crebro sublimado no encontra socorro no corao embrutecido.A cultura transviada da poca em que jornadeamos, relegada aflio, ameaa todos os

    servios da Boa Nova, em seus mais ntimos fundamentos.Pavorosas runas fumegaro, por certo, sobre os palcios faustosos da humana grandeza,

    carente de humanidade, e o vento frio da desiluso soprar, de rijo, sobre os castelos mortos dadominao que, desvairada, se exibe, sem cogitar dos interesses imperecveis e supremos doesprito.

    imprescindvel a ascenso.A luz verdadeira procede do mais alto e s aquele que s instala no plano superior, ainda

    mesmo coberto de chagas e rodo de vermes, pode, com razo, aclarar a senda redentora que asgeraes enganadas esqueceram.

    Refaze as energias exauridas e volta ao lar de nossa comunho e de nossos

    pensamentos.O trabalhador fiel persevera na luta santificante at o fim..O farol no oceano irado sempre uma estrela em solido.Ilumina a estrada, buscando a lmpada do Mestre que jamais nos faltou.Avana... Avancemos...Cristo em ns, conosco, por ns e em nosso favor o Cristianismo que precisamos

    reviver frente das tempestades, de cujas trevas nascer o esplendor do Terceiro Milnio.Certamente, o apostolado tudo. A tarefa transcende o quadro de nossa compreenso.

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    No exijamos esclarecimentos.

    Procuremos servir.Cabe-nos apenas obedecer at que a glria Dele se entronize para sempre na alma

    flagelada do mundo.Segue, pois, o amargurado caminho da paixo pelo bem divino, confiando-te ao suor

    incessante pela vitria final.O Evangelho o nosso Cdigo Eterno.

    Jesus o nosso Mestre Imperecvel.Agora ainda a noite que se rasga em troves e sombras, amedrontando, vergastando,

    torturando, destruindo...Todavia, Cristo reina e amanh contemplaremos o celeste despertar.

    (a) FRANCISCO

    Esta Mensagem foi psicografada por Francisco Cndido Xavier,

    dirigida a Pietro Ubaldi em 17 de agosto de 1951, na residncia de Dr. Rmulo Joviano,em Pedro Leopoldo, MO, na presena de doze pessoas, ao mesmo tempo em que, sentado mesma mesa, Pietro Ubaldi recebia a mensagem de SUA VOZ. (Nota de C. T.)

    MENSAGEM DE SUA VOZ

    Pedro,

    Ests sentindo aqui, nesta noite, minha presena. Aquele que est diante de ti 1 e que, aomesmo tempo que tu, est escrevendo sente neste instante o meu pensamento e o que ele escreve

    to confirmar. Ele sente contigo a minha presena.Pedro, no temas. Ests cansado, eu o sei, como tambm sei quanto te esforas por

    sentir-me neste ambiente to novo para ti e distante de onde ests habituado a ouvir-me. Estsexausto, pelo muito falar e viajar. Estou contigo, porm, junto a ti e "Eu" sou a grande fora que

    sempre te tem sustentado. Agora me ests sentindo com a mesma potncia com que j mesentiste no momento da 1Mensagem de Natal de 1931. E isso porque, agora, a uma distncia de

    vinte anos, se repete o incio do mesmo ciclo num plano mais elevado.J me ouviste na noite de 4 de agosto, quando pela primeira vez falaste em S. Paulo e se

    iniciou a tua vida pblica de apostolado. Estavas cansado e no tinhas certeza. Mas, hoje, s por

    mim impulsionado e j no podes deter-te. J te disse, antes de tua partida, que aonde nopudessem chegar teu conhecimento e tuas foras, chegaria eu e encontrarias tudo preparado. Eviste que tudo quanto te havia predito realmente aconteceu.

    Tremes, eu o sei, diante de um plano cuja vastido te surpreende. Quarenta anos dehumilhaes e de dores foram necessrios ao teu preparo para esta misso e deixaram em tua

    natureza humana uma sensao de desnimo e uma convico profunda de tua nulidade. Hoje,porm, chegada a hora e eu te digo: Ergue-te! H vinte anos eu te disse: "No silncio da noite

    1Referncia a Francisco C. Xavier.

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    sagrada, ergue-te e fala". E agora te digo, no silncio da noite tranqila de Pedro Leopoldo:"Ergue-te e trabalha". Eis que se inicia uma nova fase da tua misso na Terra e, precisamente, noBrasil. verdadeiro tudo quanto te foi dito, eu to confirmo e assim suceder.

    O Brasil verdadeiramente a terra escolhida para bero desta nova e grande idia queredimir o mundo. Agora tua misso acompanh-la com tua presena e desenvolv-la comao, de forma concreta. Todos os recursos te sero proporcionados.

    Ama com confiana estes novos amigos que eu te mando. Tudo j est determinado eno pode interromper-se. As foras do mal vos espreitam e desejariam aniquilar-vos. Sabes,porm, que as do bem so mais poderosas e tm de vencer. Confia-te, pois, a quem te guia e notemas. Confirmo tudo o que tens escrito, no o duvides.

    Dentro de poucas horas se completaro 65 anos de teu nascimento. O tempo assimilacom o seu ritmo o desenvolvimento dos destinos.

    Pede-te a Lei, agora, esta outra fase de trabalho, diferente e nova para ti, to distante daprecedente que te surpreende. Aceita-a, como antes, no esprito de obedincia, aceitaste a outra.No tem sido tua vida uma contnua aceitao? No tem sido completa tua adeso vontade deDeus? No recordas nosso grande colquio de Mdica, na Siclia, h vinte anos? Tua prpriarazo no pode deixar de reconhecer a lgica fatal de tudo isso. Segue pois, confiante, o caminhoassinalado. No te admires se tudo em torno de ti se contraverte, se a dor se transforma emalegria, se te arranco do silncio de Gubbio para lanar-te no mundo.

    No representa isso a realizao daquilo para que nasceste e por que tens vivido esofrido?

    Eu sei: a glria, os louvores do mundo, a notoriedade te repugnam. Compreendo queisso te uma nova dor Aceita-a, pois sabes que tambm isso necessrio a fim de que se cumpratua misso. E isso bastar para transformar esta tua nova dor em alegria.

    Teu corpo cansado desejaria repousar. Quo grande o caminho j percorrido e quogrande a distncia ainda a percorrer! A vida porm, uma caminhada contnua. Tens sobre osombros no s tua vida, se no tambm a de muitos outros que amas e de cuja salvao quisesteassumir a responsabilidade. Aceita, pois, tudo por amor de mim. Aceita-o, ainda que os trsvotos de renncia e de dor agora se transformem, tomando posies opostas, isto , no mais serenncia, porm, de afirmao.

    Pedro, confio-te esta nova terra, o Brasil, a terra que deves cultivar. Trabalho imenso,mas ters imensos auxlios.

    Estou contigo e as foras do mal no prevalecero.Agora, uma palavra tambm para os teus amigos, uma palavra de gratido e

    agradecimento, uma palavra de bno, por sua cooperao, com que eles, ajudando-te, tornampossvel a realizao de tua misso. Falo neste momento ao corao de cada um deles, sem quelho digas por escrito.

    Una-vos a todos minha bno, no mesmo amor, para vossa salvao e salvao domundo.

    (Traduo de Rubens Romanelli e Clvis Tavares)

    Esta Mensagem foi recebida por Pietro Ubaldi a ele mesmo dirigida, em 17 de agosto de 1951, naresidncia de Dr. Rmulo Joviano, em Pedro Leopoldo, no, na presena de doze pessoas, ao mesmo tempo em quesentado mesma mesa o mdium Francisco Cndido Xavier psicografava a mensagem de So Francisco de Assis.(Nota de C. T.)

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    SOBRE DEUS E UNIVERSO DE PIETRO UBAIDI

    INTRODUO

    meu primeiro impulso. Sinto-me devedor a DEUS, antes de tudo, do inestimvelprmio de ser contemporneo de Pietro Ubaldi e, mais ainda, de haver sido o primeiro brasileiro,talvez, a conhec-lo pessoalmente em Gubbio, onde fui para lhe apertar a mo e lhe ouvir a

    palavra.Alguns Espritas compreendero de pronto o motivo desta ufania mstica:

    Para os homens amadurecidos de nossa gerao, Pietro Ubaldi no s um homem quetoda a gente pode conhecer. tambm o gnio que teve a misso de sintetizar a FilosofiaReligiosa do porvir, cujos primeiros fundamentos foram lanados de 1857 a 1869 em Paris poroutro gnio missionrio, Allan Kardec. O gnio s alguns Espritas podem conhecer, pois isso

    no depende de vontade de amadurecimento. No basta, de fato, ser chamado crena espritapara conhecer o nosso missionrio, mas ser escolhido. Sei de muitos que teimam em ignorar o

    valor da obra de Pietro Ubaldi e o refutam. Esses naturalmente, ignorando o assunto, nocompreendero o motivo de minha ufania. Nem lero estas linhas, aguardando o seu ensejo. para estes que escrevo, dizendo-lhes quem o autor e a obra ainda marginada.

    O AUTOR

    Principiou a ser conhecido de nome nos meios literrios talo-brasileiros em 1944,quando editou A Expanso colonial e Comercial da Itlia para o Brasil, desenvolvimento da

    tese de Doutor em Direito que ele defendeu com distino em 1940 na Universidade de Roma.No mundo filosfico apareceu em 1928 comL'Evoluzione Spirituale, ensaio publicado

    em srie na revista romana Ultra. Conquanto os Espritas experimentados j pudessem aperceber o "mdium" e a sua "crena espiritica" pois o articulista afirmava ser "tangido a

    escrever em virtude dum impulso interior misterioso e indefinvel", e sentir ao escrever que "asidias lhe acudiam como a revelao duma recndita entidade" existente dentro "dele", como

    revelao dum arcano ntimo", conservando na memria subconsciente ou anterior vida atual a explicao do seu fenmeno e da sua crena podia encontrar-se, conforme o prprio autor

    do ensaio, dentro da Filosofia clssica, da Psicologia comum ou, se mais, do Misticismoreligioso. Sua vocao missionria de mdium revelador s se tornou positiva trs anos depois.

    Antes e primeiramente ele teve de fazer duas renncias. Renunciou aos bens da fortuna, quepassavam de uma centena de milhes de liras bem consolidados, abrindo mo de seus direitos de

    co-herdeiro entregando seu quinho de herana famlia, a fim de ficar, ele s, franciscanamentepobre, e cristmente livre para seguir a Jesus. Renuncia ao mnus de advogado que seu ttulo de

    Doutor em Direito lhe assegurava em qualquer foro italiano, a fim de melhor servir ao Mestre

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    sem outros clientes. E assim pobre, sozinho, sem profisso privilegiada, confiado em sua

    intuio, partiu certa manh como um apstolo, levando apenas a tnica e a sandlia. Partiu no

    mesmo dia em que deliberou a dplice renncia. Subiu para o seu misterioso Destino em que s

    ele na Terra acreditava. E o mundo o julgou a seu modo, segundo a aparncia. E como simples

    peregrino penitente ganhou ao entardecer a estrada de Colle Umberto, destinada a entrar para a

    Histria do Espiritismo com o mesmo signo de luz da Estrada de Damasco na Histria do

    Cristianismo.

    Pela madrugada, exausto de foras fsicas, sentou-se numa pedra do caminho. E orou.

    Estava s dentro da noite estrelada e do silncio ambiental, e sem rumo. Abrindo depois os olhos

    midos para contemplar o Cu imensamente distante, viu descerem duas Estrelas que, ao pousar

    no cho, tomaram a forma humana, transcendente e luminosa. As duas Entidades celestes

    marcharam em direo a ele. No tardou a reconhec-las, graas a memria espiritual. Foi a sua

    primeira viso na srie missionria. Convidado, marchou entre elas, tendo direita Jesus e

    esquerda Francisco de Assis. E, caminhando, ouviu bem ntida e inconfundvel a Voz do Cristo,

    que da por diante, em seus escritos, passou a designar "Voz Dele" ou "Sua Voz". Ficou desde

    ento garantido quanto ao alimento do esprito. Para ganhar o po dirio do corpo "em trabalho

    material", obteve em concurso a ctedra de ingls em ensino secundrio. E foi designado para o

    Liceu de Mdica, no sul da Siclia. Ali sozinho, completamente desconhecido por dentro e sem

    se dar interiormente a conhecer a ningum, era para todos uma figura apagada, um simples

    mestre-escola ginasial. Um modesto "Chico Xavier" italiano.

    E ali esperou ordens do Mestre para iniciar a misso esboada na estrada de Colle

    Umberto. Nas horas vagas, afastava-se do centro para um horto distante, onde se quedava,

    pensando em Jesus e nos grandes problemas teolgicos ainda a resolver. Um dia, quando ali

    orava a Ave Maria, o Mestre lhe apareceu e lhe falou. Conversaram. Selaram uma aliana.

    Trabalhariam em solidariedade, um no Cu, outro na Terra, visando ao preparo da Humanidade

    "espiritualizada" e destinada a ingressar no Terceiro Milnio Cristo. Na noite de Natal de 1931,

    Ubaldi recolheu-se a seu quartinho de penso familiar; no qual havia apenas uma cama, uma

    cadeira e uma pequena mesa. O frio era forte e a cela no tinha lareira. Pensou em deitar-se para

    desprender-se. Mas veio-lhe o impulso irresistvel para escrever. Sentou-se mesinha e orou. E

    suas idias se foram dissipando como trevas espancadas suavemente por uma luz que se

    aproxima. De repente ouviu aquela Voz inconfundvel, a "Voz Dele".

    "No silncio da Noite Sacrossanta,

    Escuta-me! Relaxa tudo o mais

    O saber, as lembranas, a ti prprio.

    Esquece tudo! Entrega-te Vazio,

    Sem nada, inerte, voz que minha

    No mais completo silncio do tempo e do espaoE assim vazio, escuta a minha voz

    Ela te fala: - Surge! E diz : sou eu".

    Foi assim que principiou o seu mandato. "Surge". E ele surgiu de fato nessa obra. Esta

    primeira e outras "Mensagens Espirituais" lanaram Pietro Ubaldi misso reveladora. E isso se

    deu como estava previsto na histria oculta e ainda indita do Espiritismo Kardequiano ao

    fim da terceira gerao esprita. Publicada em maro de 1932 na revista "Alfa" de Roma, essa

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    encantadora comunicao, cujas primeiras linhas traduzimos acima, assegurou desde logo a

    Pietro Ubaldi lugar de destaque na vanguarda do movimento esprita mundial. Analisadaespecialmente pelos dois mais abalizados e doutos espiritualistas da Itlia Bozzano e Trespioli

    foi considerado pelo contedo e pela forma de pura origem espirtica, e de elevadaprocedncia espiritual, acima da fonte comum. Da por diante a fama do mdium foi de

    "crescendo em crescendo". A segunda Mensagem, na Pscoa de 1932, e sobretudo a terceira, nodia do "Perdo" da Porcincula" (2 de Agosto de 1932) ressoaram de maneira inusitada. Jornais e

    revistas profanos e folhas espritas e es