218582016 aula 06 legislacao aduaneira

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Auditoria é a técnica contábil que tem como objetivo realizar a correção de errosadministrativos e de gestão

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  • LEGISLAO ADUANEIRA RFB 2013 PROFESSORES: LUIZ MISSAGIA E RODRIGO LUZ

    AULA 06

    (PONTOS 10 e 10.1 DO PROGRAMA AFRFB/2012) (PONTOS 10 e 10.1 DO PROGRAMA ATRFB/2012)

    SUMRIO DA AULA 1. REGIMES ADUANEIROS ESPECIAIS PARTE I ................................................................... 3 1.1. Disposies Gerais ......................................................................................................................... 3 1.2. Prazo ............................................................................................................................................... 8 1.3. Termo de Responsabilidade e Suspenso do Pagamento........................................................... 9 1.4. Transferncia para outro regime ............................................................................................... 13 1.5. Conceitos Importantes ................................................................................................................ 16 2. TRNSITO ADUANEIRO ........................................................................................................... 17 2.1. Introduo .................................................................................................................................... 17 2.2. Modalidades ................................................................................................................................. 20 2.3. Beneficirios do Regime de Trnsito ......................................................................................... 28 2.4. Habilitao ao Transporte .......................................................................................................... 30 2.5. Despacho para Trnsito .............................................................................................................. 31 2.6. Cautelas Fiscais............................................................................................................................ 36 2.7. Extravio e Avaria no Trnsito .................................................................................................... 41 2.8. Garantias e Responsabilidades................................................................................................... 41 3. ADMISSO TEMPORRIA ........................................................................................................ 44 3.1. Requisitos ..................................................................................................................................... 46 3.2. Admisso Temporria com Suspenso Total ............................................................................ 49 3.3. Admisso Temporria Para Utilizao Econmica ................................................................. 75 3.4. Admisso Temporria para Aperfeioamento Ativo ............................................................... 78 4. RESUMO ........................................................................................................................................ 80 5. LISTA DE EXERCCIOS DA AULA .......................................................................................... 84

    1 Prof. Luiz Missagia www.pontodosconcursos.com.br LEGISLAO ADUANEIRA RFB 2013 PROFESSORES: LUIZ MISSAGIA E RODRIGO LUZ

    6. GABARITO ...................................................................

  • ................................................................. 97

    Ol pessoal. Aqui o Missagia. Hoje trataremos de mais um assunto normalmente desconhecido para quem no atua na rea de comrcio exterior. O nome do tema : REGIMES ADUANEIROS ESPECIAIS. Para quem estudou para a prova de AFRFB/2012, um detalhe. Na disciplina Comrcio Internacional, o assunto Regimes Especiais aparece novamente, no tpico 13. No entendi nada. Em minha opinio, quando elaboraram o edital de 2012, com a incluso de Legislao Aduaneira, fizeram um trabalho de limpeza em Comrcio Internacional para retirar aquilo que eventualmente fosse especfico de Legislao Aduaneira para incluir na nova matria. Mas os regimes aduaneiros ficaram. Assim, para quem estuda para AFRFB, o ponto 13 de Comrcio Internacional equivale ao Ponto 10 de Legislao Aduaneira. Os regimes foram divididos por ns em 3 aulas. Como sugesto, essa aula fica mais interessante se impressa em impressora colorida, por conter algumas fotos e imagens. Antes de adentrar especificamente em cada um dos regimes aduaneiros especiais, creio que cabe uma explanao sobre as regras gerais desses regimes. Afinal, o que so regimes aduaneiros especiais? O tema consta no Regulamento Aduaneiro RA (Decreto n 6.759/2009, com alteraes posteriores), que trata do assunto em seus artigos 307 a 541, onde foram institudos os regimes aduaneiros especiais e os regimes aduaneiros aplicados em reas especiais. Quando citados nmeros de artigo nessa aula, se no houver meno a alguma norma especfica, porque se trata de artigo do Regulamento Aduaneiro). A denominao regimes atpicos, que apareceu indevidamente no edital AFRFB/2009, no existe mais desde o Regulamento Aduaneiro anterior (Decreto n 4.543/2002). No edital de 2012 saiu certinho. Alm do Regulamento Aduaneiro, sero trazidos para a aula, quando pertinentes, dispositivos de normas hierarquicamente inferiores, como Instrues Normativas da RFB (IN/RFB ou IN/SRF) ou Portarias do Ministrio da Fazenda, visando complementar o assunto estudado. Nas minhas aulas (Regimes Partes I e II), veremos todos os regimes aduaneiros especiais, com exceo da Loja Franca. Com o Rodrigo, na Parte III, vocs vero a Loja Franca (que um regime aduaneiro especial) e tambm vero 2 Prof. Luiz Missagia www.pontodosconcursos.com.br LEGISLAO ADUANEIRA RFB 2013 PROFESSORES: LUIZ MISSAGIA E RODRIGO LUZ

    todos os regimes aduaneiros aplicados em reas especiais, como o caso da Zona Franca de Manaus (ZFM). Pois bem. No programa de Legislao Aduaneira, h necessidade do conhecimento de alguns conceitos aduaneiros gerais, das regras de incidncia do imposto de importao, do seu fato gerador, das hipteses de no incidncia etc. Isso foi visto nas aulas iniciais com o Rodrigo.

    1. REGIMES ADUANEIROS ESPECIAIS PARTE I 1.1. Disposies Gerais Os regimes aduaneiros especiais so aqueles que no entram na regra de importao comum. O regime comum aplicado s mercadorias importadas a ttulo definitivo. As importaes sob o regime comum so despachadas para consumo e os tributos so pagos no momento do registro da DI. Regra geral, essa declarao (DI de consumo) registrada no Siscomex, Sistema Integrado de Comrcio Exterior. J as mercadorias destinadas a um regime aduaneiro especial so submetidas a um despacho para admisso. Como exceo, mercadorias submetidas ao regime especial de drawback so submetidas ao despacho para consumo (isso cai muito em prova).

  • Como veremos na aula seguinte, o drawback um regime aduaneiro especial onde, muito resumidamente, um bem pode ser importado com suspenso do pagamento de tributos, para utilizao como insumo na fabricao de um produto final a ser exportado. Assim, considera-se que esse bem est sendo importado para ser incorporado economia nacional, por meio da industrializao de um novo bem, sendo, por esse motivo, submetido a um despacho para consumo na entrada. O drawback tambm contempla as modalidades de iseno e restituio. Despacho para consumo implica importao definitiva. No regime de admisso temporria, por exemplo (ser visto na aula), como o nome diz, temos uma importao NO DEFINITIVA. Por isso, o despacho de admisso, e no para consumo. O drawback exceo. Na importao amparada por drawback se faz despacho para consumo. Normalmente as importaes amparadas por RAE so objeto de despacho de admisso. Em relao aos regimes aduaneiros aplicados em reas especiais (vocs vero detalhadamente com o Rodrigo), a mercadoria que entra na rea especial (ex: ZFM), procedente do exterior, pode vir amparada ou no pelos benefcios do regime, podendo ser submetida a despacho para admisso (com benefcios) ou 3 Prof. Luiz Missagia www.pontodosconcursos.com.br LEGISLAO ADUANEIRA RFB 2013 PROFESSORES: LUIZ MISSAGIA E RODRIGO LUZ

    para consumo (sem benefcios). Quando a mercadoria sai da Zona Franca de Manaus para o restante do territrio nacional, deve ser efetuado um controle por parte da RFB, tendo em vista que os tributos, em regra, no foram pagos quando da sua entrada no Pas. Nesse caso, a mercadoria submetida a um despacho para internao.

    Guarde Existem trs modalidades de despacho: consumo, isso! admisso e internao. No entanto, quando falamos de despacho de importao s existem duas: consumo e admisso. Afinal, o despacho de internao no ocorre na importao de bens, mas numa sada interna (por exemplo, da Zona Franca de Manaus para o Rio de Janeiro). Veja a pegadinha de prova: 1) Quanto ao tipo de regime aduaneiro, quantas modalidades de despacho existem? Resposta: 3 2) Quantas modalidades de despacho de importao existem? Resposta: 2

    Questo 1. (AFRF/2000 adaptada) O regime aduaneiro aplicvel em regra no despacho aduaneiro de importao de mercadoria nacionalizada, dentro de noventa dias da descarga na zona primria, caracteriza-se como: a) regime aduaneiro simplificado b) regime aduaneiro aplicado em rea especial c) regime aduaneiro especial d) regime aduaneiro comum e) regime aduaneiro impositivo

    Comentrio: Mercadoria nacionalizada aquela adquirida por pessoa domiciliada no Pas. Essa mercadoria, para ser incorporada economia nacional deve ser submetida a 4 Prof. Luiz Missagia www.pontodosconcursos.com.br LEGISLAO ADUANEIRA RFB 2013

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    um despacho para consumo e ao regime comum de importao, normalmente com pagamento de tributos. Reposta: Letra D ......

    Os Regimes Aduaneiros Especiais contemplam casos que, por questes de interesse econmico do pas, no se enquadram nas regras do regime de importao comum. Basicamente, cada regime foi institudo por um motivo especfico para que no sejam pagos os tributos devidos. Cada regime tem uma histria (ou um lobby de grupos de empresas) associada. Em relao ocorrncia do fato gerador dos tributos nos regimes especiais, a doutrina diverge. A corrente que tem predominado na RFB entende que a admisso de mercadorias em regimes aduaneiros especiais caracteriza-se como um ato ou negcio jurdico sob condio resolutiva, ou seja, considera-se ocorrido o fato gerador dos tributos e existentes os seus efeitos desde o momento da prtica do ato concessivo. Assim, o importador registra uma declarao de admisso1 no regime. Segundo esse entendimento, os tributos ficam com sua exigibilidade suspensa no momento da concesso do regime e, caso haja o descumprimento de condies estabelecidas (hiptese de inadimplemento), so exigveis de forma retroativa. Portanto, no se trata de caso no incidncia de tributos, mas sim de incidncia com exigibilidade suspensa2. Assim, como regra geral os regimes especiais contemplam a suspenso da exigibilidade de tributos, mas h casos de iseno, como por exemplo, o drawback.

    Regime Comum

    - Mercadoria importada em definitivo Regimes de - Regra Geral: Pagamento de Tributos (pode haver Importao iseno, imunidade, ...) - Despacho para consumo

    Regime Aduaneiro Especial (RAE)

    1 Para simplificar, a legislao costuma chamar de declarao de admisso a declarao de importao de mercadoria despachada para admisso. 2 O drawback tambm uma exceo nesse caso, pois, alm do drawback-suspenso h as modalidades de drawback-iseno e drawback-restituio 5 Prof. Luiz Missagia www.pontodosconcursos.com.br LEGISLAO ADUANEIRA RFB 2013 PROFESSORES: LUIZ MISSAGIA E RODRIGO LUZ

    - institudo por interesse econmico do Pas - mercadoria entra no Pas com tributos suspensos - despacho para admisso Exceo: Drawback um RAE, mas a mercadoria submetida a despacho para consumo na entrada (contempla modalidades suspenso, iseno e restituio)

    Regime Aduaneiro Aplicado em rea Especial - despacho para admisso (com benefcios) ou para consumo (sem os benefcios) - aplicado em locais especficos

  • Assim, o regime aduaneiro especial j est valendo desde a sua concesso, at que uma das hipteses de extino ocorra. Durante esse perodo, o tributo que fica com a exigibilidade suspensa, portanto no se trata de condio suspensiva, mas sim resolutiva (conforme a corrente majoritria). Vejam duas analogias interessantes que explicam bem essa condio suspensiva ou resolutiva: 1) Condio suspensiva: "quando voc se formar, vou te dar um carro" 2) Condio resolutiva: "vou te sustentar at voc se formar na faculdade". Os regimes aduaneiros se encaixam na opo 2: at que ocorra uma das hipteses de extino eles esto valendo e os tributos ficam suspensos. ...... A segunda corrente relativa ao momento da ocorrncia do fato gerador se baseia no art. 97 do CTN, que determina que somente a lei pode estabelecer a ocorrncia do fato gerador do imposto. Como o fato gerador do II foi definido como sendo a entrada da mercadoria no territrio nacional (art. 72 do RA), considerando-se ocorrido, para efeito de clculo, no momento do registro da declarao para consumo (art. 73, I), ento no haveria fato gerador no momento do registro da declarao de admisso. Como dissemos, a corrente majoritria a primeira, ou seja, a que entende que o fato gerador ocorreu no momento da admisso, e que os tributos ficam com a exigibilidade suspensa. Isso pode ser percebido pelo art. 311 do RA, que determina que, no caso de descumprimento das condies do regime, a cobrana dos tributos retroage data do registro da declarao de admisso no regime, ou do registro de exportao, se for o caso: 6 Prof. Luiz Missagia www.pontodosconcursos.com.br LEGISLAO ADUANEIRA RFB 2013 PROFESSORES: LUIZ MISSAGIA E RODRIGO LUZ

    Art. 311. No caso de descumprimento dos regimes aduaneiros especiais de que trata este Ttulo, o beneficirio ficar sujeito ao pagamento dos tributos incidentes, com acrscimo de juros de mora e de multa, de mora ou de ofcio, calculados da data do registro da declarao de admisso no regime ou do registro de exportao, sem prejuzo da aplicao de penalidades especficas.

    A tendncia, pelo histrico de questes, e pelo que consta no RA, a ESAF adotar a primeira vertente (ocorrncia do FG com tributos suspensos na admisso em RAE). Mas a recomendao tambm ficar com a segunda vertente na manga (no ocorrncia do FG na admisso em RAE, mas somente no despacho para consumo), para o caso de alguma questo especfica na prova no te deixar outra opo. Resumindo, esse tema um tanto espinhoso na RFB. Conforme dito acima, h duas vertentes. Cuidado para no confundir com a suspenso do crdito tributrio prevista no CTN (art. 151 do CTN). Nos casos de suspenso do CTN, j existem as condies para o lanamento, que pode at j ter sido efetuado, mas a Fazenda fica impedida de executar (cobrar) o crdito. Os regimes aduaneiros especiais suspensivos so previstos em outros dispositivos legais. No h lanamento quando da concesso do regime. O valor do crdito fica constitudo em TR para execuo em caso de descumprimento de condies. Se no houver o descumprimento de condies, o crdito contido no TR no exigvel. So situaes diferentes. ....... Seguindo em frente, os tributos ficam suspensos, compreendidos a o II, IPI, PIS, Cofins. Quanto ao ICMS, em regra, conferida iseno quando da aplicao dos regimes especiais, conforme Convnios especficos. A aplicao dos regimes aduaneiros especiais fica condicionada informao da suspenso ou iseno do pagamento do adicional ao frete para renovao da marinha mercante, pelo Ministrio dos Transportes (AFRMM) (art. 309 do RA, com redao dada pelo Decreto 7.213/2010). Vejam o que diz o art. 15 da Lei 10.893/2004 (alterada pela Lei 12.599/2012), em relao ao AFRMM: Art. 15. O pagamento do AFRMM incidente sobre o frete relativo ao transporte de mercadoria submetida a regime aduaneiro especial fica suspenso at a data do registro da declarao de

  • importao que inicie o despacho para consumo correspondente. Na verdade, o Ministrio dos Transportes, por meio de um sistema chamado MERCANTE, quem informa acerca da suspenso do AFRMM. Ento, na prtica, fica assim (como regra geral): antes de liberar uma declarao de admisso em um regime especial, deve ser consultada a informao de que o AFRMM tambm se encontra suspenso (ou isento). Isso feito via sistema.

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    Vamos Praticar !!!

    Questo 2. (ESAF/Despachante Aduaneiro/2013-parte) Assinale V ou F. A aplicao dos regimes aduaneiros especiais est condicionada informao do pagamento do adicional ao frete para renovao da marinha mercante - AFRMM, pelo Ministrio dos Transportes e a apresentao de certides negativas quanto ao pagamento de tributos federais. Comentrio: Vejam a redao do art. 309 do RA: Art. 309. A aplicao dos regimes aduaneiros especiais fica condicionada informao da suspenso ou iseno do pagamento do adicional ao frete para renovao da marinha mercante, pelo Ministrio dos Transportes. A assertiva diz que a aplicao dos regimes aduaneiros especiais est condicionada ao pagamento do AFRMM ..., quando na verdade a exigncia que seja informada a suspenso ou a iseno do AFRMM. Alm disso, est errada a parte final que fala da apresentao de certides negativas quanto ao pagamento de tributos federais, j que no h essa previso na lei. Resposta: Falso

    1.2. Prazo

    E por quanto tempo os tributos ficam suspensos? Como regra geral (cada regime tem suas regras especficas), o prazo de suspenso do pagamento das obrigaes fiscais pela aplicao dos regimes aduaneiros especiais, na importao, ser de at um ano, prorrogvel, a juzo da autoridade aduaneira, por perodo no superior, no total, a cinco anos. A ttulo excepcional, em casos devidamente justificados, este prazo de poder ser prorrogado por perodo superior a cinco anos, observada a regulamentao editada pelo Ministrio da Fazenda (art. 307 do RA). Pode ocorrer de o regime amparar a vinda ao pas, em cunho temporrio, de uma mquina que prestar um servio, vinculado a um contrato. Nesse caso, ou seja, regime aduaneiro especial aplicado mercadoria vinculada a contrato de prestao de servio por prazo certo, de relevante interesse nacional, o prazo ser o previsto no contrato, prorrogvel na mesma medida deste, prevalecendo esse prazo sobre a regra geral de um ano (art. 307, 2).

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    1.3. Termo de Responsabilidade e Suspenso do Pagamento

    Para se resguardar quanto ao pagamento dos tributos suspensos, a Receita Federal, como regra, exige que as obrigaes fiscais suspensas pela aplicao dos regimes aduaneiros especiais sejam constitudas em Termo de Tesponsabilidade (TR) firmado pelo beneficirio do regime. Vale ressaltar que o TR cobre apenas o v

  • alor dos tributos suspensos (art. 308). Os juros e as multas exigveis sero cobrados por meio da lavratura de auto de infrao. Isso j foi objeto de questo de prova. Como exceo, os regimes de entreposto aduaneiro e entreposto industrial sob controle aduaneiro informatizado (RECOF) no exigem termo de responsabilidade. O beneficirio do regime a pessoa que solicitou o regime. O RA utiliza o termo beneficirio, quando na verdade est se referindo a quem solicita o regime. Isso porque, ao p da letra, beneficirio quem se beneficia do no pagamento de tributos. Muito bem. Ento, quem assina o TR quem solicita o regime, que responde pelo pagamento dos tributos suspensos. O TR um ttulo que representa direito lquido e certo da Fazenda Nacional contra a pessoa que o assinou, em relao s obrigaes tributrias nele consignadas. Representa o compromisso que o beneficirio do regime assumiu de utilizar a mercadoria conforme as condies exigidas e no prazo previsto. Dependendo do regime, das condies em que ser aplicado, e do valor dos tributos suspensos, pode vir a ser exigida, juntamente com o termo de responsabilidade, uma garantia (real ou pessoal) para cobrir esse valor (art. 759). Essa garantia poder ser, escolha do beneficirio: a) depsito administrativo integral no valor dos tributos; b) fiana idnea; c) seguro aduaneiro em favor da Unio. .....

    Resumidamente, em relao ao procedimento para execuo do TR, previsto no art. 760 do RA (ser visto com detalhes em outra aula tpico 14 do programa), se o beneficirio descumprir as condies exigidas para concesso do regime, ser ele intimado (primeira intimao) a justificar o motivo. Conforme a resposta intimao, a Receita Federal poder decidir pela execuo do termo. Quando h uma garantia vinculada ao TR, fica mais fcil para a Fazenda receber o valor do 9 Prof. Luiz Missagia www.pontodosconcursos.com.br LEGISLAO ADUANEIRA RFB 2013 PROFESSORES: LUIZ MISSAGIA E RODRIGO LUZ

    tributo suspenso, principalmente se for o caso de depsito em dinheiro, hiptese na qual o valor convertido em renda em favor da Unio. Se no houver garantia, ou se esta for na forma de fiana ou seguro, intima-se (segunda intimao) o beneficirio e o fiador ou segurador a recolher o valor em 30 dias. Se no houver o pagamento, o TR encaminhado Procuradoria da Fazenda Nacional (PFN) para inscrio do dbito em dvida ativa. Como comentei antes, esse assunto ser detalhado em outra aula. Ento, vejamos. Com a admisso da mercadoria no regime especial, os tributos ficam suspensos, certo? E se houver descumprimento das condies do regime? Por exemplo, um bem trazido ao pas em admisso temporria para uma feira. Os tributos na importao ficam suspensos. Porm, durante a feira, o bem vendido e a empresa no comunica o fato Receita Federal. Nesse caso (descumprimento das condies do regime), o beneficirio ficar sujeito ao pagamento dos tributos incidentes, com acrscimo de juros de mora e de multa, de mora ou de ofcio, calculados da data do registro da declarao de admisso no regime ou do registro de exportao (se for um regime aplicado na exportao), sem prejuzo da aplicao de penalidades especficas (art. 311).

    - Suspenso do pagamento de tributos

    - Prazo determinado para suspenso (em geral Regimes de 1 ano, com mximo de 5, mas o MF pode Aduaneiros prorrogar por mais)

  • Especias - Se vinculado a contrato de servio, ser o prazo previsto nele - Tributos consignados em TR (pode ser exigida garantia) - TR executado no caso de descumprimento do regime

    Vamos Praticar !!! Questo 3. (ESAF/AFRFB/2012-parte) Assinale V ou F. Os regimes aduaneiros especiais se distinguem do regime comum pela suspenso ou iseno de tributos incidentes nas operaes de comrcio exterior. Comentrio: Conforme visto na aula, nos regimes aduaneiros especiais a exigibilidade do tributo que fica suspensa. a suspenso do pagamento das obrigaes fiscais (art. 307). Fizemos um comparativo entre a suspenso do crdito 10 Prof. Luiz Missagia www.pontodosconcursos.com.br LEGISLAO ADUANEIRA RFB 2013 PROFESSORES: LUIZ MISSAGIA E RODRIGO LUZ

    tributrio e a suspenso da exigibilidade dos tributos no caso dos RAE. No o crdito tributrio que fica suspenso nos RAE. Dessa forma, a doutrina majoritria considera ocorrido o FG, no caso de admisso em RAE, no momento da concesso do regime, momento esse em que assinado o Termo de Responsabilidade e a exigibilidade dos tributos fica suspensa, sob condio resolutiva, lembram? Os tributos s sero exigidos se houver descumprimento de condies do regime. O examinador, no meu entendimento, foi muito simplrio nessa assertiva, e ainda citou a iseno. Tudo bem que existe o drawback iseno, mas o que distingue os RAE do regime comum a suspenso do pagamento dos tributos (art. 307). Resposta: Verdadeiro (gabarito), mas cabia recurso. Questo 4. (AFTN/94-A) Os regimes aduaneiros especiais em relao ao regime aduaneiro geral caracterizam-se pela: a) sujeio das mercadorias a eles submetidas a procedimentos especiais no despacho aduaneiro relativamente s obrigaes tributrias acessrias. b) suspenso do pagamento do crdito decorrente das obrigaes fiscais at o implemento de condio imposta pelo interesse da economia nacional. c) no constituio do crdito tributrio relativo s mercadorias a eles submetidas no momento do despacho aduaneiro. d) postergao do cumprimento das obrigaes acessrias tendo em vista a relevncia econmica para o Pas, das mercadorias a eles submetidas. e) no-incidncia ou exonerao do imposto de importao relativamente s mercadorias a eles submetidas. Comentrio: a) (Errada) os regimes aduaneiros especiais no dispensam o cumprimento de obrigaes acessrias. No h procedimentos especiais no despacho para mercadorias admitidas em regimes especiais. Alguns detalhes, por exemplo, so distintos, como a apresentao de fatura proforma em vez de fatura comercial no regime de admisso temporria, mas os procedimentos de despacho so os mesmo. b) (Correta) como j dito, o regime concedido sob condio resolutiva, ou seja, ocorrncia do FG com suspenso do pagamento dos tributos at o implemento de condio. c) (Errada) o crdito constitudo, mas a exigibilidade dos tributos fica suspensa d) (Errada) j comentado. Devem-se cumprir as obrigaes acessrias no despacho de mercadorias admitidas em regimes especiais.

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  • e) (Errada) no caso de no-incidncia ou exonerao, mas sim de suspenso. Resposta: Letra B Questo 5. (AFRF /2000) vlida a afirmao de que os regimes aduaneiros especiais: a) caracterizam-se como um ato ou negcio jurdico sob condio resolutiva, em que o fato gerador dos tributos considera-se ocorrido e existentes os seus efeitos desde o momento da prtica do ato concessivo, sendo exigveis os tributos retroativamente na hiptese de inadimplemento b) so destinados precipuamente a incrementar a arrecadao tributria federal e estadual decorrente das atividades incentivadas pela sua aplicao, sendo exigidos os tributos se houver o descumprimento dos prazos e condies para sua vigncia e a partir da ocorrncia desse descumprimento c) so marcadamente econmicos e impedem a ocorrncia do fato gerador dos tributos incidentes sobre as mercadorias a eles submetidas, que somente ocorrer na hiptese de inadimplemento das condies impostas concesso, a partir do qual incidiro os tributos d) tendo em vista que os tributos tm sua exigibilidade suspensa no momento de sua concesso, caracterizam-se como um ato ou negcio jurdico sob condio suspensiva, em que o fato gerador considera-se ocorrido existentes os seus efeitos a partir de seu implemento e) caracterizam-se pela no-incidncia dos tributos no perodo de sua vigncia considerando-se ocorrido o fato gerador dos tributos somente a partir do inadimplemento das condies que embasaram a sua concesso Comentrio: Nessa questo, a ESAF adotou a vertente de que, na admisso de mercadoria em regime aduaneiro especial, o fato gerador do II ocorre no registro da declarao de admisso, permanecendo os tributos suspensos durante a vigncia do regime, sob condio resolutria. a) (Correta) praticamente a definio de regime aduaneiro especial. Descumpridas as condies do regime, os tributos so exigveis, com juros e multa, ou seja, retroagindo at a data do registro da declarao de admisso no regime ou do registro de exportao. b) (Errada) incrementar a arrecadao? Mas os tributos ficam suspensos... E mais, no caso de descumprimento, a exigncia dos tributos desde a data da declarao de admisso no regime, e no a partir da ocorrncia desse descumprimento.

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    c) (Errada) o fato gerador ocorre, mas a exigibilidade dos tributos fica suspensa. Se houver o inadimplemento das condies, os tributos incidiro desde a data da declarao de admisso no regime. d) (Errada) no se trata de condio suspensiva, mas sim resolutria. Cuidado para no confundir. A exigibilidade dos tributos fica suspensa. Mas a condio do FG resolutria, ou seja, vale o regime at que ocorra um determinado fato, que o extinguir. e) (Errada) j vimos que regime aduaneiro especial no se refere a caso de no incidncia de tributos. O FG ocorre (h incidncia), e os tributos ficam com exigibilidade suspensa. Resposta: Letra A Questo 6. (ACE/2008) Julgue o item a seguir, referente classificao e s modalidades de regimes aduaneiros. Os regimes aduaneiros so classificados como comum e especiais. Os regimes aduaneiros especiais distinguem-se do regime aduaneiro comum por contemplarem, sob formas diversas, a entrada e a sada de mercadorias do territrio nacional com iseno ou suspenso dos direitos aduaneiros aplicveis. Comentrio: Gabarito inicial dado como verdadeiro, posteriormente alterado para FALSO. - No houve meno aos regimes aduaneiros aplicados em reas especiais. Logo no incio do texto, diz que os regimes aduaneiros so classificados

  • como comum e especiais. Na verdade, so trs tipos: 1) regime comum 2) regime aduaneiro especial (ex: drawback, adm. temp,...) 3) regime aduaneiro aplicado em reas especiais (ex: ZFM) - O texto fala em entrada e sada de mercadorias com iseno ou suspenso de tributos. Na entrada, o normal a suspenso de tributos, havendo a exceo do drawback-iseno. Resposta: FALSO

    1.4. Transferncia para outro regime

    Durante a vigncia do regime, como regra, a mercadoria pode ser transferida para outro regime especial ou aplicado em reas especiais, ocasio em que o 13 Prof. Luiz Missagia www.pontodosconcursos.com.br LEGISLAO ADUANEIRA RFB 2013 PROFESSORES: LUIZ MISSAGIA E RODRIGO LUZ

    prazo no ser reiniciado, ou seja, continua contando ininterruptamente desde a admisso no primeiro regime (art. 310). Assim, uma mercadoria que estiver depositada em um recinto alfandegado sob o regime de entreposto aduaneiro pode sair para uma feira, com suspenso de tributos, desde que seja solicitada a transferncia, pelo beneficirio, para o regime de admisso temporria. A RFB analisar se as condies para concesso da admisso temporria esto presentes. Quando a mercadoria for transferida para um novo regime, ser dado um prazo, certo? Esse prazo comea a contar da concesso (desembarao) no novo regime. Porm, h uma contagem total, que no pode ser ultrapassada, referente ao prazo mximo estabelecido no art. 307. Esse prazo mximo que no ser reiniciado. A IN/SRF 121/2002 estabelece procedimentos sobre transferncia de regime, dos quais destacamos apenas: - pode ser total ou parcial em relao mercadoria admitida; - pode ser com ou sem mudana de beneficirio; - se aplica somente para mercadorias admitidas a ttulo no definitivo e sem cobertura cambial. Fogem a essa regra as transferncias de mercadorias entre ZFM e rea de Livre Comrcio. De drawback para Recof tambm permitido; - efetivada mediante a extino, parcial ou total, do regime anterior e a admisso, no novo regime, da quantidade de mercadoria transferida; - prazo no novo regime contado a partir do desembarao para admisso nesse regime, mas para efeito de cmputo do prazo mximo de permanncia da mercadoria no novo regime devero ser considerados os perodos de permanncia em regimes anteriores. Assim, vemos que a mercadoria admitida em drawback no pode, como regra, ser transferida para outro regime, pois ela foi importada de forma definitiva. Como exceo, permitida a transferncia de mercadoria admitida em drawback para Recof. Tambm pode ser solicitada a substituio do beneficirio do regime. No exemplo anterior, se a empresa B, que levar o bem para a feira for distinta da empresa A, que trouxe o bem ao pas sob o regime de entreposto, ento a empresa B ter de solicitar a substituio de beneficirio de A para B, com a anuncia de A. Havendo mudana de beneficirio, a Receita Federal poder estabelecer hipteses onde o termo inicial para o clculo de juros e multa de mora (por atraso no pagamento) relativos aos tributos suspensos passe a ser a data da 14 Prof. Luiz Missagia www.pontodosconcursos.com.br LEGISLAO ADUANEIRA RFB 2013 PROFESSORES: LUIZ MISSAGIA E RODRIGO LUZ

    transferncia do beneficirio, em vez da regra geral, que a data de admisso no primei

  • ro regime (art. 314). Um ltimo detalhe. O regime especial concedido a uma mercadoria pode ser extinto de diversas formas, e isso depende de cada regime. Geralmente, a mercadoria admitida em regime aduaneiro especial pode ser: - Despachada para consumo - Reexportada - Transferida para outro regime aduaneiro especial - Entregue Fazenda Nacional, desde que esta concorde em receber os bens - Destruda, sob controle aduaneiro, s expensas do interessado.

    Nos regimes aduaneiros especiais em que a destruio do bem configurar extino da aplicao do regime, o resduo da destruio, se economicamente utilizvel, dever ser despachado para consumo, como se tivesse sido importado no estado em que se encontra, sujeitando-se ao pagamento dos tributos correspondentes, ou reexportado (art. 312). Isso quer dizer que, por exemplo, se um bem admitido temporariamente no pas for destrudo (ex: carro de Frmula 1 no Grande Prmio Brasil), a destruio extingue o regime, mas a sucata residual ter que ter uma das duas destinaes: ou ser nacionalizada, ou seja, submetida a despacho de importao para consumo, com pagamento de tributos, ou ser reexportada (retornar ao exterior). Vamos Praticar !!! Questo 7. (ESAF/Despachante Aduaneiro/2013-parte) Assinale V ou F. nos regimes aduaneiros especiais em que a destruio de um bem configurar a extino da aplicao do regime, o resduo da destruio, se inservvel ou sem valor ecico, dever ser despachado para consumo, como se estivesse no estado em que foi importado, sujeitando-se ao pagamento dos tributos correspondentes ou, alternativamente, ser reexportado. Comentrio: Essa a tpica questo possvel de ser resolvida pelo bom senso. Ora, se um bem admitido em RAE for destrudo, e o resduo for inservvel ou sem valor econmico, como que a lei poderia obrigar o interessado a despach-lo para consumo e ainda cobrar tributos? O RA prev, no artigo 312, que esse resduo deve ser despachado para consumo quando apresente-se economicamente utilizvel: 15 Prof. Luiz Missagia www.pontodosconcursos.com.br LEGISLAO ADUANEIRA RFB 2013 PROFESSORES: LUIZ MISSAGIA E RODRIGO LUZ

    Art. 312. Nos regimes aduaneiros especiais em que a destruio do bem configurar extino da aplicao do regime, o resduo da destruio, se economicamente utilizvel, dever ser despachado para consumo, como se tivesse sido importado no estado em que se encontra, sujeitando-se ao pagamento dos tributos correspondentes, ou reexportado.

    Resposta: Falso

    1.5. Conceitos Importantes

    Antes de prosseguirmos, vamos relembrar, resumidamente, as definies abaixo, que esto no Regulamento Aduaneiro, aparecem em diversos dispositivos regulatrios dos regimes aduaneiros especiais, e foram vistas por vocs nas aulas iniciais, com

  • o Rodrigo.

    Territrio aduaneiro: compreende todo o territrio nacional. dividido em zona primria e zona secundria (art. 2). Zona primria: rea dos portos alfandegados, aeroportos alfandegados e pontos de fronteira alfandegados (art. 3, II). Zona secundria: a parte restante (fora da zona primria) do territrio aduaneiro, includas as guas territoriais e o espao areo (art. 3, II). Recintos Alfandegados: locais assim declarados pela autoridade aduaneira, na zona primria ou na zona secundria, a fim de que neles possam ocorrer, sob controle aduaneiro, movimentao, armazenagem e despacho aduaneiro de mercadorias procedentes ou destinadas ao exterior, bagagem de viajantes procedentes ou destinados ao exterior e remessas postais internacionais (art. 9). Portos Secos: so recintos alfandegados de uso pblico, instalados na zona secundria ou na zona primria de ponto de fronteira alfandegado, onde podem ocorrer movimentao, armazenagem e despacho de importao ou de exportao de mercadorias e de bagagem (art. 11) . Resumindo, recinto alfandegado o gnero. o local onde podem ser movimentadas, armazenadas e conferidas cargas procedentes ou destinadas ao exterior. Pode ser de zona primria (dentro de porto, aeroporto ou ponto de fronteira alfandegado) ou de zona secundria (fora daqueles locais). Agora vamos estudar cada uma das modalidades dos regimes aduaneiros especiais. O primeiro deles o trnsito aduaneiro.

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    2. TRNSITO ADUANEIRO 2.1. Introduo O regime de trnsito aduaneiro est regulamentado pelos art. 315 a 352 do RA e pela IN/SRF 248/2002). Vejamos a seguinte situao. A empresa importadora ABC traz uma mercadoria do exterior para o Brasil, pela via martima, com desembarque no Porto de Rio Grande (RS). Porm, por questes comerciais, logsticas ou financeiras, esta opta por apresentar sua carga a Receita para despacho no no Porto de Rio Grande (RS), mas no Porto Seco em Canoas (RS). Por que isso? Por exemplo, por considerar que os armazns de Rio Grande no renem condies operacionais de manipular com segurana a sua mercadoria, ou por considerar mais vantajoso financeiramente a armazenagem em Canoas. Assim, a legislao permite ao importador levar sua carga para o Porto Seco, para ser verificada, e l registrar sua DI. Como ele faz isso? Ele pode retirar sua mercadoria do Porto de Rio Grande e transport-la at Canoas sem pagar os tributos? A resposta SIM, desde que amparado pelo regime especial de trnsito aduaneiro, por meio do qual as mercadorias sero transportadas do Porto de Rio Grande at o Porto Seco em Canoas, sob controle aduaneiro, com suspenso de tributos. E quando sero pagos os tributos incidentes na importao? Aps a chegada da carga no Porto Seco, o importador poder registrar sua DI, ocasio em que os tributos sero recolhidos por meio do dbito automtico. Assim, o regime especial de trnsito aduaneiro o que permite o transporte de mercadoria (estrangeira, nacional ou nacionalizada), sob controle aduaneiro, de um ponto a outro do territrio aduaneiro, com suspenso do pagamento de tributos. O regime subsiste do local de origem ao local de destino e desde o momento do desembarao para trnsito aduaneiro pela unidade de origem at o momento em que a unidade de destino conclui o trnsito aduaneiro (art. 316). O pargrafo anterior contempla vrias definies novas, as quais iremos trabalhar nessa aula (unidade e local de origem, unidade e local de destino

  • , desembarao para trnsito etc.). Para o regime de trnsito aduaneiro, valem as seguintes definies: I - local de origem, aquele que, sob controle aduaneiro, constitua o ponto inicial do itinerrio de trnsito; II - local de destino, aquele que, sob controle aduaneiro, constitua o ponto final do itinerrio de trnsito; III - unidade de origem (da Receita Federal), aquela que tenha jurisdio sobre o local de origem e na qual se processe o despacho para trnsito aduaneiro; e

    17 Prof. Luiz Missagia www.pontodosconcursos.com.br LEGISLAO ADUANEIRA RFB 2013 PROFESSORES: LUIZ MISSAGIA E RODRIGO LUZ

    IV - unidade de destino (da Receita Federal), aquela que tem jurisdio sobre o local de destino e na qual se processe a concluso do trnsito aduaneiro. Ento, como exemplo, uma mercadoria desembarcada (chegada do exterior) no Aeroporto do Rio de Janeiro (RJ), que ser transportada para que o despacho seja realizado no Porto Seco da Cotia Armazns Gerais, em Cariacica (ES), ter como: - local de origem: Terminal de Carga do Aeroporto do Galeo - unidade de origem: Alfndega da Receita Federal do Aeroporto do Galeo (ALF/GIG) - local de destino: Porto Seco Cotia Armazns Gerais (ES) - unidade de destino: Alfndega de Vitria (ES) Vamos Praticar !!! Questo 8. (ESAF/ATRFB/2012-parte) Assinale V ou F. O Regime Especial de Trnsito Aduaneiro o que permite o transporte de mercadoria, sob controle aduaneiro, de um ponto a outro do territrio aduaneiro, com suspenso do pagamento de tributos. Comentrio: Questo tradicional, literal do art. 315 do RA. a definio de trnsito aduaneiro Resposta: Verdadeiro Questo 9. Podemos definir como trnsito aduaneiro: a) a iseno de tributos no transporte de mercadoria exclusivamente estrangeira do local de despacho para o local de embarque ao exterior. b) importao de bens que permanecero no pas por prazo fixado, com suspenso de tributos. c) o transporte de mercadoria nacional ou estrangeira, sob controle aduaneiro, de um ponto a outro do territrio aduaneiro, com suspenso de tributos. d) a importao, com suspenso de tributos, de bens que sero utilizados como insumos na fabricao de mercadorias a serem exportadas. e) o transporte, para o exterior, de bens que sero submetidos a reparo, para posterior retorno ao pas. Comentrio: Falou em trnsito aduaneiro, porque h um transporte, uma remoo de mercadoria de um lugar para o outro, com suspenso de tributos. A letra A fala em iseno para mercadoria exclusivamente estrangeira. Est errada. O trnsito 18 Prof. Luiz Missagia www.pontodosconcursos.com.br LEGISLAO ADUANEIRA RFB 2013 PROFESSORES: LUIZ MISSAGIA E RODRIGO LUZ

    pode ser para mercadoria nacional. E no iseno. suspenso. A letra B se refere a admisso temporria. A letra D drawback. A letra E est mais para exportao temporria para aperfeioamento passivo. Resposta: Letra C Questo 10. No regime de trnsito aduaneiro, o local de origem : a) a repartio da RFB onde se conclui o trnsito. b) o local onde ocorre o despacho para trnsito, ou seja, o ponto inicial do transporte.

  • c) o recinto alfandegado de zona secundria onde a carga chega proveniente de um porto alfandegado. d) a repartio da RFB onde a carga conferida. e) o ponto de fronteira onde a mercadoria ser embarcada para o exterior. Comentrio: O trnsito iniciado no local de origem. Na repartio (unidade da RFB) de origem, ocorre um despacho para trnsito. Essa operao, via de regra, realizada no Siscomex Trnsito. O desembarao dessa DTA (Declarao de Trnsito Aduaneiro) equivale ao incio do trnsito. A carga pode ser conferida na origem e/ou no destino, por isso a letra D est errada. Para revisar: local de origem o recinto aduaneiro, o ponto de partida do trnsito. Ex: Terminal de Carga Area I do Galeo (RJ) - TECA I. Unidade de origem a repartio da RFB que jurisdiciona o local de origem. Ex: Alfndega do Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro (RJ), unidade da Receita que jurisdicional os recintos TECA I, TECA II e TECA III, por suposio. Resposta: Letra B ...........

    Como houve algumas perguntas em cursos anteriores sobre a questo do licenciamento de importao (LI), vejamos. A LI, quando exigida, tem que ser deferida, como regra, ANTES de a mercadoria embarcar no exterior, OK? a tal autorizao para importar, emitida pelo rgo anuente. Se ele (o importador) conseguir o deferimento da LI, pode enviar a mercadoria para o Brasil. Chegando aqui, no Porto, por exemplo, ele tem duas opes: ou ele registra sua declarao e apresenta a DI (declarao de importao) para a Receita no Porto (zona primria) ou ele remove sua mercadoria para um porto seco, via trnsito aduaneiro, e s registra a DI l no Porto Seco.

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    A DI tem que ser registrada depois de deferida a LI e, como regra, DEPOIS que a carga chegou ao recinto alfandegado. Primeiro, o fiel depositrio do recinto recebe a carga, atesta no Siscomex, seja ele o fiel do Porto ou do Porto Seco. Se a carga for removida, ser o fiel do Porto Seco quem prestar essa informao (se chama de presena de carga) no sistema. S depois disso o importador consegue registrar sua DI. O desembarao a aduana que registra, seja pelo sistema (quando a DI cai no canal verde) ou pelo fiscal (no canais amarelo, vermelho e cinza), aps conferir a mercadoria e analisar tudo. Bom, inseri esse comentrio para vocs visualizarem operacionalmente como a coisa funciona, j que sempre perguntam isso no curso. 2.2. Modalidades Voltando ao nosso exemplo, esse transporte do Porto de Rio Grande (RS) at o Porto Seco em Canoas (RS) tem de ser sob controle da Receita Federal, pois os tributos no foram pagos ainda e a mercadoria no est desembaraada para importao. Esse foi um exemplo do que se chama (didaticamente) de trnsito de entrada. Mas h outras modalidades de trnsito aduaneiro. Pode ocorrer de, por algum motivo, a mercadoria ter de ser deslocada dentro do pas, sem que haja pagamento de tributos aduaneiros, estando a mesma sob controle aduaneiro. Nesse caso, a mercadoria dever chegar ao ponto de destino exatamente como saiu da origem. o caso, por exemplo, de mercadorias j desembaraadas para exportao no Siscomex, mas que sero transportadas at o local de embarque. Este um exemplo de trnsito de sada. As modalidades do regime de trnsito aduaneiro so divididas, didaticamente, em:

  • a) trnsito de entrada (ou de importao) b) trnsito de sada (ou de exportao) c) trnsito interno (ou de transferncia) d) trnsito de passagem (ou internacional) Para cada uma das modalidades, h um beneficirio associado, ou seja, a pessoa que est autorizada pela RFB a requerer o regime de trnsito. As obrigaes fiscais suspensas relativas s mercadorias sero constitudas em termo de responsabilidade. Reparem, a responsabilidade a ser apurada pelos tributos!!! A Receita Federal no est interessada em responsabilidade civil. O fato que, se uma mercadoria foi importada e estava sendo removida, via trnsito aduaneiro, e a mesma chega extraviada (faltando caixas, por exemplo) no destino, h tributos 20 Prof. Luiz Missagia www.pontodosconcursos.com.br LEGISLAO ADUANEIRA RFB 2013 PROFESSORES: LUIZ MISSAGIA E RODRIGO LUZ

    suspensos que devem ser exigidos. Veremos mais adiante sobre quem recai essa responsabilidade. O Regulamento Aduaneiro (Decreto 6.759/2009), em seu artigo 318, instituiu 07 (sete) modalidades de trnsito aduaneiro. O regulamento no utiliza a nomenclatura trnsito de entrada ou de trnsito de sada. Como citado anteriormente, trata-se de uma definio apenas para efeitos didticos. Assim, para cada uma das modalidades do regulamento, procederemos associao com a definio didtica: I - o transporte de mercadoria procedente do exterior, do ponto de descarga no territrio aduaneiro at o ponto onde deva ocorrer outro despacho (trata-se de trnsito de entrada). Exemplo: Mercadoria chega de avio no Aeroporto de Guarulhos (SP), e o importador solicita sua remoo (trnsito) via rodoviria para o Porto Seco de Cuiab (MT). O beneficirio ento registrar uma DTA (Declarao de Trnsito Aduaneiro), para acobertar o transporte da mercadoria at o local de destino. O incio do trnsito se d com o desembarao da DTA em Guarulhos. No Porto Seco, o trnsito ser concludo. A partir de ento, o importador poder despachar a mercadoria para consumo, ou seja, registrar uma declarao de importao (DI), no Porto Seco, para a sua mercadoria. Sobre os tributos: no regime de trnsito, os tributos ficam suspensos, desde a concesso do regime. Mas se a carga chega do outro lado, por exemplo, no Porto Seco, o trnsito concludo e o importador pode registrar sua DI de consumo. E o fato gerador do II a data do registro da DI de consumo, mesmo para a mercadoria despachada no Porto Seco. Em relao ao IPI, o FG o desembarao, mas ele recolhido no momento do registro da DI. A regra no muda. Beneficirio: o importador Vejam o esquema abaixo.

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  • II - o transporte de mercadoria nacional ou nacionalizada, verificada ou despachada para exportao, do local de origem ao local de destino, para embarque ou para armazenamento em rea alfandegada para posterior embarque (trnsito de sada). Exemplo: O exportador encaminha sua mercadoria ao Porto Seco de Canoas (RS), onde ser despachada para exportao. L no Porto Seco, a mercadoria apresentada pelo exportador Receita Federal, onde so realizados os procedimentos fiscais de exportao. Estando tudo correto, ser providenciado o seu transporte rodovirio at o Porto de Rio Grande (RS), ou seja, ser aberto (concedido, iniciado) um trnsito aduaneiro no Siscomex, com origem no Porto Seco de Canoas e destino no Porto de Rio Grande, onde o trnsito ser concludo (se o lacre e outros aspectos estiverem corretos) e a mercadoria embarcada (via martima) com destino ao exterior. Beneficirio: o exportador Observem o esquema desse tipo de trnsito a seguir.

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    III - o transporte de mercadoria estrangeira despachada para reexportao, do local de origem ao local de destino, para embarque ou armazenamento em rea alfandegada para posterior embarque (trnsito de sada). Exemplo: podemos utilizar o mesmo exemplo da modalidade II. A nica diferena entre as modalidades II e III que na modalidade III a mercadoria encaminhada ao porto seco ser reexportada, ou seja, ela ainda estrangeira. Reexportao o retorno ao exterior de mercadoria importada em carter no-definitivo (ex: admisso temporria, entreposto aduaneiro), ou seja, ainda pertence a uma empresa estrangeira. Resumindo, essa mercadoria que sair do Porto Seco em Canoas para o Porto de Rio Grande para reexportao estava no pas sob um regime de admisso temporria ou de entreposto aduaneiro, por exemplo. Beneficirio: o exportador IV - o transporte de mercadoria estrangeira de um recinto alfandegado situado na zona secundria a outro (trnsito de transferncia). Exemplo: a mercadoria, por opo comercial e logstica do interessado, removida do Porto Seco Cotia (ES) para o Porto Seco de Anpolis (GO). Beneficirio: o depositante Qual seria ento a diferena entre o trnsito de transferncia (item IV) e o trnsito de entrada (item I), conforme j perguntado em curso anterior? No trnsito de entrada, a mercadoria vem do exterior, descarrega no Porto, por exemplo, colocada em um caminho, e em seguida transportada (trnsito de 23 Prof. Luiz Missagia www.pontodosconcursos.com.br

  • LEGISLAO ADUANEIRA RFB 2013 PROFESSORES: LUIZ MISSAGIA E RODRIGO LUZ

    entrada) para um Porto Seco (zona secundria). L ser concludo o trnsito para depois ser registrada uma declarao de importao. No trnsito de transferncia (ou trnsito interno), a mercadoria j est em um porto seco e removida para outro, tudo dentro da zona secundria. Essa modalidade se aplica, por exemplo, quando houver interesse da empresa consignatria da carga em lev-la para um local mais prximo de possveis clientes (compradores) da mesma. V - a passagem, pelo territrio aduaneiro, de mercadoria procedente do exterior e a ele destinada (trnsito de passagem). Exemplo: Mercadoria importada da Alemanha por uma empresa paraguaia, de navio. O navio atraca no Porto de Paranagu (PR). O Paraguai no possui porto martimo. Ento, um representante do importador Paraguaio no Brasil solicita a remoo dessa carga, via rodoviria, pelo territrio brasileiro, de Paranagu at Foz do Iguau, onde cruzar a fronteira para o Paraguai. Este percurso pelo territrio brasileiro de mercadoria estrangeira amparado pelo regime de trnsito aduaneiro de passagem. Conforme o art. 326 do RA, o trnsito de passagem s poder ser aplicado mercadoria declarada para trnsito no conhecimento de carga correspondente, ou no manifesto do veculo que o transportou at o local de origem. Esse dispositivo prev que a carga, para ser objeto de trnsito de passagem, j deve vir assim consignada do exterior. Beneficirio: o representante, no Pas, de importador ou exportador domiciliado no exterior

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    VI - o transporte, pelo territrio aduaneiro, de mercadoria procedente do exterior, conduzida em veculo em viagem internacional at o ponto em que se verificar a descarga (trnsito de entrada); Ex: Mercadoria importada da Argentina, por via rodoviria, por uma empresa mineira. O veculo sair de Mendonza (Argentina) com destino ao porto seco mineiro, j que a empresa solicita que o despacho de importao seja realizado em um Porto Seco em Minas Gerais. O veculo transportando a mercadoria cruzar a fronteira, em princpio, sem que a mesma seja descarregada. Porm, h trmites aduaneiros a serem realizados. iniciado um trnsito aduaneiro na fronteira com destino ao porto seco mineiro. Esse caso vale para qualquer modal. Ex: avio trazendo carga de Miami com destino final RJ, e escala em SP. A viagem internacional dele s termina no Rio. De So Paulo at o Rio trnsito aduaneiro de avio. Beneficirio: o importador VII - o transporte, pelo territrio aduaneiro, de mercadoria estrangeira, nacional ou nacionalizada, verificada ou despachada para reexportao ou para exportao e conduzida em veculo com destino ao exterior (trnsito de sada).

  • Exemplo: o inverso da modalidade VI. Uma empresa paulista quer exportar, via rodoviria, para um importador uruguaio. Ela encaminha sua mercadoria destinada exportao para um porto seco no interior de So Paulo. Neste local, processado o desembarao para exportao da mercadoria. Posteriormente, a mercadoria embarcada em um veculo destinado a Montevideo, Uruguai. Para isso, necessrio iniciar um trnsito com origem no Porto Seco em So Paulo e destino no Chu (RS), ponto de fronteira de sada. Beneficirio: o exportador

    Vamos Praticar !!! Questo 11. (TTN/97 - adaptada) A passagem pelo territrio aduaneiro, de mercadoria procedente do exterior e a ele destinada, constitui modalidade de operao de trnsito aduaneiro a) cujo local de origem dever ser um depsito especial b) dispensada das demais cautelas fiscais alm da garantia por termo de responsabilidade c) conduzida sob controle aduaneiro, admitida, no entanto, a simplificao do despacho de trnsito

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    d) s poder ser aplicada mercadoria declarada para trnsito no conhecimento de carga correspondente ou no manifesto ou documento equivalente do veculo que a transportou at o local de origem do trnsito e) somente ser permitida em veculo munido de compartimento fechado ou em continer, lacrados e declarao expressa do representante no Pas, do importador ou exportador domiciliado no exterior que se responsabiliza pelos tributos suspensos. Comentrio: Poderia ocorrer de algum declarar uma mercadoria como sendo de passagem, quando na verdade a mesma seria destinada ao territrio nacional. Por que isso? Porque o importador poderia tentar iludir a fiscalizao, com uma declarao falsa, com o intuito de pagar menos (ou nenhum) tributo. Se a carga for conferida e a fraude ficasse evidente, o sujeito poderia dizer que se enganou e que a carga era de passagem, no era para o Brasil, e assim levaria a mercadoria para o Paraguai, por exemplo. Para evitar esse tipo de fraude, o Regulamento Aduaneiro (art. 326) determina que a carga que for de passagem j deve vir assim declarada do exterior, no respectivo conhecimento de carga. Dessa forma, o beneficirio no Brasil, no pode mais trazer uma carga que seria para importao, e depois mudar de ideia alegando que ela na verdade de passagem. A questo se refere ao trnsito de passagem (mercadoria com origem e destino no exterior). Para essa situao, h previso de procedimento simplificado no art. 319, que pode contemplar ou no despacho. Mesmo assim, a letra C foi dada como errada na prova. O controle aduaneiro est certo.

    A letra A est errada pois no h previso especfica para o local de origem no trnsito de passagem.

    A letra E est errada pois no existe essa previso especfica para o trnsito de passagem. A autoridade pode at exigir, como cautela, que uma mercadoria seja transportada em caminho fechado, mas isso vale para qualquer trnsito.

    A garantia, como regra, ser exigida para concesso do regime (letra B errada).

    Resposta: Letra D Questo 12. (AFRF/2002-B) O trnsito aduaneiro : a) o transporte de mercadoria, nacional ou estrangeira, sob controle aduaneiro, de um ponto a outro do territrio nacional, com suspenso de tributos.

  • 26 Prof. Luiz Missagia www.pontodosconcursos.com.br LEGISLAO ADUANEIRA RFB 2013 PROFESSORES: LUIZ MISSAGIA E RODRIGO LUZ

    b) o transporte de mercadoria, exclusivamente estrangeira, que passa pelo territrio nacional, procedente de um pas e destinado a outro. c) o transporte pelo territrio aduaneiro de mercadoria procedente do exterior, conduzida em veculo em viagem internacional, sem controle aduaneiro. d) exclusivamente o transporte de mercadoria procedente do exterior, do ponto de descarga no territrio aduaneiro at o ponto onde deva ocorrer outro despacho. e) exclusivamente o transporte de mercadoria nacional ou nacionalizada, verificada ou despachada para exportao, do local de origem, ao local de destino, para embarque ou armazenamento em rea alfandegada para posterior embarque. Comentrio: As alternativas B, D e E contemplam modalidades especficas do regime de trnsito aduaneiro. Se no fosse a palavra exclusivamente, poderiam ser consideradas corretas. A letra C est errada porque diz que o transporte sem controle aduaneiro. A regra geral do trnsito aduaneiro est transcrita na letra A. Resposta: Letra A Questo 13. (ESAF/ACE/MDIC/2012) O regime aplicvel ao transporte, pelo territrio aduaneiro de mercadoria estrangeira, nacional ou nacionalizada, verificada ou despachada para reexportao ou exportao e conduzida em veculo com destino a exterior, com suspenso de tributos, denomina-se: a) Trnsito aduaneiro. b) Admisso temporria. c) Despacho para trnsito. d) Drawback. e) Entreposto Aduaneiro na Exportao. Comentrio: Regime que ampara o transporte de mercadorias pelo territrio aduaneiro? trnsito aduaneiro, especificamente um trnsito de exportao. Cuidado: O despacho para trnsito (letra C) o procedimento pelo qual se processa o regime, e no o regime em si. A questo perguntava pelo regime. Resposta: Letra A

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    .... 2.3. Beneficirios do Regime de Trnsito O beneficirio seria a pessoa que se beneficia do regime, ou seja, deixa de recolher tributos. O regulamento utiliza o termo beneficirio, no artigo 321, mas na verdade est se referindo pessoa que solicita o regime junto RFB. Ento, vejamos. Em todas as modalidades, exceto a do item V, poder ser beneficirio do regime, alm das pessoas que assinalei em cada modalidade, o permissionrio ou o concessionrio de recinto alfandegado, e, em qualquer caso (art. 321): a) o operador de transporte multimodal (OTM); b) o transportador habilitado; e c) o agente credenciado a efetuar operaes de unitizao ou desunitizao da carga em recinto alfandegado. Vejamos alguns conceitos citados acima.

  • Aqui vale uma explicao extra em relao aos conceitos de concessionrio e permissionrio. A tarefa de controlar mercadorias ainda no desembaraadas (basicamente com tributos no pagos) da Receita Federal do Brasil, certo? S que a Receita "terceiriza" o servio de guarda e depsito de mercadorias. So empresas privadas que administram esses recintos alfandegados. Permissionrios ou concessionrios so as empresas que venceram a licitao e possuem a permisso (ou a concesso) para administrar o local, manter as mercadorias sob sua custdia e prestar informaes Receita. No Porto do Rio e no Porto Seco de So Cristvo (RJ), por exemplo, a empresa se chama Multiterminais. Em Vitria (ES), tem a Cotia Armazns Gerais, a Vale do Rio Doce, e outras. O concessionrio e o permissionrio so os donos (administradores) do recinto. a empresa. No confundir com depositrio. Chamamos depositrio genericamente como "sinnimo" do recinto, mas a figura do fiel depositrio um funcionrio da empresa permissionria que assina os documentos relativos s cargas sob sua custdia, e presta informaes a RFB a respeito das mesmas quando requisitado. Transporte multimodal aquele onde a mercadoria levada da origem ao destino em mais de uma modalidade de transporte. Ex: Parte ferroviria e parte rodoviria. No transporte multimodal, h apenas um contrato de transporte, que ampara todos os trechos. O operador de transporte multimodal (OTM) pode subcontratar transportadores para realizar os trechos parciais.

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    Unitizao de carga a alocao da carga em uma unidade de carga (um continer). Um exemplo. Pode ocorrer de um exportador ter uma carga solta pequena demais para encher um continer em um navio. Como o armador (empresa proprietria do navio) costuma alugar como espao mnimo em seu navio um continer inteiro, para ele (exportador) no vale a pena pagar esse valor de frete. A vem uma empresa e aluga esse espao inteiro (um continer) e sai oferecendo partes do seu espao no navio para exportadores com carga pequena. uma espcie de sublocao. Esse camarada se chama agente (unitizador) de carga. Do outro lado, no destino, haver tambm empresas como essa, que recebem um continer inteiro, contendo carga de diversos importadores. o agente desunitizador. Muito resumidamente isso. Muitas vezes os termos unitizador/consolidador e desunitizador/desconsolidador so utilizados como sinnimos at em alguns pontos da legislao. A unitizao seria o ato fsico de ovar o continer com as diversas cargas de exportadores distintos. A consolidao se refere mais ao aspecto documental de que uma pessoa (agente consolidador) recebe diversas cargas, que sero unitizadas, ou seja, colocadas em uma unidade de carga. Na prtica, como eu falei, e s vezes at na legislao, os termos so utilizados como se fossem sinnimos. Para essa aula, interessa saber que esse agente de carga pode solicitar trnsito aduaneiro para as cargas transportadas sob sua responsabilidade. Vamos Praticar !!! Questo 14. Pode ser beneficirio do regime de trnsito aduaneiro: a) o fabricante da mercadoria b) o arrematante de mercadoria em leilo c) o consumidor final da mercadoria importada d) o importador

  • e) a empresa seguradora Comentrio: O importador pode ser beneficirio do regime de trnsito aduaneiro na modalidade de entrada. As demais figuras presentes nas outras alternativas no constam como beneficirios. Resposta: Letra D ........

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    2.4. Habilitao ao Transporte Quem pode atuar como transportador de mercadoria em trnsito aduaneiro? necessrio que a empresa se habilite, junto RFB, para transportar mercadorias em trnsito. Vejam. O transportador assume a responsabilidade pelas obrigaes fiscais em relao ao contedo que est sendo transportado, em caso de avaria ou extravio da mercadoria. Veremos, mais adiante, essa questo da responsabilidade pelos tributos e multas no trnsito aduaneiro. Ento, a Receita faz uma anlise para ver se essa empresa que quer se candidatar a fazer trnsitos aduaneiros apresenta as condies logsticas, financeiras, de idoneidade, e outras, para exercer tal atividade. Pensem comigo. Se a transportadora pode vir a responder pelos tributos suspensos, razovel que a Receita Federal no aceite qualquer empresinha se habilitando no sistema. Assim, para conceder tal habilitao, sero analisados aspectos de regularidade fiscal, capacidade econmica da empresa, tradio, idoneidade etc. A habilitao das empresas transportadoras ser feita previamente ao transporte de mercadorias em regime de trnsito aduaneiro e ser outorgada, em carter precrio, pela Receita Federal do Brasil. Assim, para realizar trnsito aduaneiro a empresa transportadora deve estar previamente habilitada na RFB, e o procedimento feito no Siscomex. Mas essa habilitao diferente da habilitao a que esto sujeitos importadores, exportadores, adquirentes que desejarem importar ou exportar mercadorias, conforme vimos em aula anterior. Esto dispensadas da habilitao prvia para operar com trnsito aduaneiro as empresas pblicas e as sociedades de economia mista que explorem servios de transporte. Outro caso de dispensa quando, por exemplo, o importador ou o exportador, mesmo no sendo uma empresa de transporte, utilize seu prprio veculo para realizar o trnsito.

    Questo 15. (CODESP/2011) O regime especial de trnsito aduaneiro o que permite o transporte de mercadoria, sob controle aduaneiro, de um ponto a outro do territrio aduaneiro, com suspenso do pagamento de tributos. Em relao a trnsito aduaneiro, correto afirmar que (A) o regime especial de trnsito aduaneiro o que permite o transporte de mercadoria, sob controle aduaneiro, de um ponto a outro do territrio aduaneiro, com iseno do pagamento de tributos.

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    (B) o regime especial de trnsito aduaneiro subsiste do local de origem ao local de destino e, desde o momento do desembarao para trnsito aduaneiro, pela unidade de origem at o momento em que h entrada da mercadoria na unidade de destino. (C) o transporte de mercadoria estrangeira de um recinto alfandegado situado na zona secundria a outro no se constitui em regime especial de trnsito ad

  • uaneiro. (D) a habilitao das empresas transportadoras ser feita previamente ao transporte de mercadorias em regime de trnsito aduaneiro e ser outorgada, em carter precrio, pela Secretaria da Receita Federal do Brasil. (E) no considerado regime especial de trnsito aduaneiro, a passagem, pelo territrio aduaneiro, de mercadoria procedente do exterior e a ele destinada. Comentrio: Sobre o regime de trnsito aduaneiro a) (Errada) no iseno, suspenso. b) (Errada) o momento final do regime aquele em que a unidade de destino conclui o trnsito (concluso do trnsito), e no quando a mercadoria chega l na URFB (chegada da carga). c) (Errada) o trnsito interno (art. 318, IV) d) (Correta) as empresas transportadoras tm que se habilitar junto RFB para transportar mercadorias em trnsito (art. 322). e) (Errada) o trnsito de passagem (art. 318, V). Resposta: Letra D 2.5. Despacho para Trnsito 2.5.1. Concesso e Aplicao do Regime Como analogia, o despacho de importao o conjunto de procedimentos necessrios para proceder ao desembarao aduaneiro, ou seja, nacionalizar a mercadoria, liberar a mesma para o importador utilizar. J o despacho para trnsito o conjunto de procedimentos necessrios para liberar a mercadoria para ser transportada, sob controle aduaneiro, ao local de destino requerido. A concesso e a aplicao do regime de trnsito aduaneiro sero requeridas autoridade aduaneira competente da unidade de origem (art. 325). Como regra, o regime solicitado via Siscomex-Trnsito, por meio do registro de uma DTA (declarao de trnsito aduaneiro). Assim, quando a empresa registra uma DTA no sistema, ela est solicitando a concesso do regime de trnsito aduaneiro para a carga que ser transportada.

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    Mas h situaes no registrada um DTA para o trnsito aduaneiro, como o caso, por exemplo, de mercadoria desembaraada para exportao em local que no seja o local de sada para o exterior (Porto, Aeroporto ou Ponto de Fronteira). Nesse caso, aps o desembarao de exportao (que pode ser, por exemplo, em um Porto Seco) aberto um trnsito aduaneiro no prprio Siscomex-Exportao para acobertar o transporte dessa mercadoria at o local de sada do Pas. Ento, regra geral, para solicitar o regime de trnsito aduaneiro, h necessidade de um procedimento administrativo, qual seja, o registro de uma declarao de trnsito aduaneiro. J nos casos abaixo, por entender o governo que no h necessidade de controlar o transporte dessas cargas nas situaes descritas, estabeleceu a dispensa de qualquer procedimento administrativo para processar o trnsito aduaneiro relativo s seguintes mercadorias, desde que regularmente declaradas e mantidas a bordo: I - provises, sobressalentes, e demais materiais de uso e consumo de veculos em viagem internacional; II - pertences pessoais da tripulao e bagagem de passageiros em trnsito; III - mercadorias conduzidas por embarcao ou aeronave em viagem internacional, com escala intermediria no territrio aduaneiro; e IV - provises, sobressalentes, materiais, equipamentos, pertences pessoais, bagagens e mercadorias conduzidas por embarcaes e aeronaves arribadas, condenadas ou arrestadas, at que lhes seja dada destinao legal. Vejam. Um navio procedente do exterior atraca em Vitria, descarrega mercadorias, e depois segue para o Porto do Rio de Janeiro. Nesse percur

  • so (Vitria-Rio), as mercadorias por ele transportadas esto em trnsito aduaneiro, mas no h necessidade de nenhum procedimento para abrir ou concluir esse trnsito (item III acima). Vamos Praticar !!! Questo 16. (ESAF/ATRFB/2012-parte) Assinale V ou F. A concesso e a aplicao do Regime Especial de Trnsito Aduaneiro sero requeridas autoridade aduaneira competente da unidade de destino. Comentrio: Conforme vimos no art. 325 acima, o regime de transito deve ser requerido na unidade de origem, onde ocorre o desembarao para trnsito. A unidade de destino responsvel pela concluso do trnsito. Resposta: Falso ........

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    Voltando regra geral da DTA, na prtica, como funciona isso tudo? O beneficirio tem que solicitar, unidade da RFB de origem, a aplicao do regime. Aps anlise dos documentos e da carga, a aduana (URFB de origem) pode conceder ou no o trnsito. A concesso do regime de trnsito se d com o desembarao da DTA. Como exceo, se houver necessidade de remoo de mercadorias de uma rea ou recinto de zona primria para outro, no h necessidade de despacho para trnsito. O controle realizado pela autoridade local. Assim, no complexo porturio do Rio de Janeiro, na rea considerada como zona primria, alm do terminal porturio principal, h outros terminais alfandegados aptos a receberem cargas procedentes ou destinadas ao exterior. Isso quer dizer que, dentro da zona porturia alfandegada, para remover uma mercadoria de um terminal para outro, apesar de se tratar de um trnsito aduaneiro, como regra no h procedimento administrativo definido para controlar tal atividade. Esse controle pode se limitar, por exemplo, a uma autorizao do auditor responsvel pelos recintos. Questo 17. (ESAF/ATRFB/2012-parte) Assinale V ou F. Sem prejuzo de controles especiais determinados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, depende de despacho para trnsito a remoo de mercadorias de uma rea ou recinto para outro, situado na mesma zona primria. Comentrio: Conforme comentamos acima, essa remoo de mercadorias de um local para outro na mesma zona primria independe de procedimento administrativo, ou seja, no registrada uma DTA ou documento semelhante para acobertar essa movimentao de carga. Isso est previsto no 2 do art. 325. Resposta: Falso ..... O trnsito na modalidade de passagem s poder ser aplicado a mercadoria declarada para trnsito no conhecimento de carga correspondente, ou no manifesto de carga. Pode ser aceita ainda uma declarao de efeito equivalente do veculo que a transportou at o local de origem. Assim, o beneficirio que solicite trnsito aduaneiro para Foz do Iguau (PR), de uma mercadoria chegada de navio atracado em Paranagu (PR), que ir para Assuno, Paraguai, poder apresentar declarao do navio transportador de que a carga em questo possui como destino Assuno, no Paraguai. A Receita Federal do Brasil poder, em ato normativo, vedar a concesso do regime de trnsito aduaneiro para determinadas mercadorias, ou em determinadas situaes, por motivos de ordem econmica, fiscal, ou outros 33 Prof. Luiz Missagia www.pontodosconcursos.com.br LEGISLAO ADUANEIRA RFB 2013 PROFESSORES: LUIZ MISSAGIA E RODRIGO LUZ

    julgados relevantes. Alm disso, a aplicao do regime ficar condicionada liberao por outros rgos da Administrao Pblica, quando se tratar de mercadoria r

  • elacionada em ato normativo que disponha especificamente sobre requisitos para concesso de trnsito aduaneiro (art. 328, com nova redao dada pelo Decreto 8.010/2013). O que significa isso? O MAPA (Ministrio da Agricultura) pode, por exemplo, emitir uma norma que determine que algumas mercadorias devem ser inspecionadas por seus agentes quando solicitado regime de trnsito aduaneiro. Como assim? Imagine que uma empresa de Blumenau esteja importando, via rodoviria, 50 cabeas de gado, oriundos de Montevideo. natural que, ao chegar na fronteira (Chu, RS), quando ser iniciado o trnsito aduaneiro at Blumenau, seja exigida uma manifestao do rgo competente decorrente de norma prpria (do MAPA, por exemplo). E se o gado estiver com febre aftosa? Deu para entender? Mas h uma ressalva para essa anuncia. No haver necessidade da liberao do trnsito por parte de outros rgos quando o controle prvio concesso do trnsito seja idntico ao efetuado no licenciamento (pargrafo nico do art. 328). Ao conceder o regime, a autoridade aduaneira sob cuja jurisdio se encontrar a mercadoria a ser transportada (unidade de origem): I - estabelecer a rota a ser cumprida; II - fixar os prazos para execuo da operao e para comprovao da chegada da mercadoria ao destino; III - adotar as cautelas julgadas necessrias segurana fiscal. Na prtica, a rota e os prazos atualmente no so mais fixados em cada solicitao de trnsito. As rotas so previamente cadastradas no Siscomex, pela aduana, aps solicitao do interessado. Quando do despacho de um trnsito especfico, de acordo com os locais de origem e de destino, o sistema j ter a rota cadastrada. E quais seriam os prazos? Ora, as rotas, como regra, tm de ser previamente cadastradas no sistema. Com base nas distncias entre origem e destino, o beneficirio solicita um prazo para transporte, que poder ser aceito ou modificado pela RFB. Assim, certamente o prazo para levar uma mercadoria do Porto do Rio ao Porto Seco em So Cristvo (RJ) no ser o mesmo que o prazo estabelecido para transportar uma carga do Porto Seco de Cariacica (ES) ao Porto Seco de Anpolis (GO). Se o veculo chegar fora do prazo no destino, dever justificar o fato, podendo ser aplicada uma multa ao transportador. 2.5.2. Conferncia para Trnsito O registro da DTA no sistema caracteriza o incio do despacho de trnsito aduaneiro e o fim da espontaneidade do beneficirio relativamente s 34 Prof. Luiz Missagia www.pontodosconcursos.com.br LEGISLAO ADUANEIRA RFB 2013 PROFESSORES: LUIZ MISSAGIA E RODRIGO LUZ

    informaes prestadas (art. 35 da IN/SRF 248/2002). A DTA registrada no Siscomex ser parametrizada no sistema, quando poder ser direcionada para o canal verde (sem conferncia, com desembarao imediato) ou para o canal vermelho (com conferncia documental e fsica). Analogamente ao que ocorre no despacho de importao, mesmo que a DTA seja parametrizada no canal verde, pode haver a conferncia pela Aduana. Veja o que diz o art. 41 da IN/SRF 248/2002: Art. 41. O titular da unidade de origem, ou de jurisdio sobre o percurso do trnsito poder, a qualquer tempo, determinar que se proceda ao fiscal pertinente, se tiver conhecimento de fato ou da existncia de indcios que requeiram a necessidade de conferncia dos volumes, de verificao da mercadoria, ou de aplicao de procedimento aduaneiro especial.

    A conferncia para trnsito se destina a identificar o beneficirio, verificar a mercadoria, conferir as informaes prestadas na declarao (natureza da carga, quantidade, peso etc.) e atestar a liberao pelos outros rgos, se for o caso. Ser realizada na presena do beneficirio e do transportador. Esta poder se limitar apenas identificao dos volumes. A Receita Federal poder adotar c

  • ritrios de seleo e amostragem ( o caso dos canais verde e vermelho). Vamos Praticar !!! Questo 18. (ESAF/Despachante Aduaneiro/2013) Assinale a opo incorreta sobre o Trnsito Aduaneiro. a) o regime especial que permite o transporte de mercadoria de um ponto a outro do territrio aduaneiro, com suspenso do pagamento de tributos. b) A mercadoria desembaraada no despacho de exportao, que dever sofrer trnsito aduaneiro at o local onde ser embarcada para o exterior, dever ter seu trnsito aduaneiro registrado no Siscomex Trnsito. c) Em uma Declarao de Trnsito Aduaneiro (DTA) de entrada, o Operador de Transporte Multimodal (OTM) poder ser beneficirio do regime. d) O registro de Declarao de Trnsito Aduaneiro (DTA) caracteriza o fim da espontaneidade do beneficirio, relativamente s informaes por ele prestadas na declarao. e) A concesso do regime de especial trnsito aduaneiro automtica para as Declaraes de Trnsito Aduaneiro (DTA) cujo canal de conferncia sejam verde, no Siscomex Trnsito, porm, ainda assim, a carga poder ser submetida conferncia, pela Aduana no destino.

    Comentrio:

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    a) (Correta) a definio literal de trnsito aduaneiro, extrada do art. 315. b) (Errada) Mercadoria despachada para exportao, que deve embarcar em local distinto do local de despacho, deve ser submetida a trnsito aduaneiro at o local de embarque (1 parte correta), mas esse trnsito registrado no Siscomex Exportao, e no no Siscomex Trnsito (isso caiu nessa prova de Despachante, que exige muito detalhe operacional; para a prova da RFB, me parece detalhe demais). c) (Correta) Vimos que o OTM, o transportador habilitado e o agente de carga podem ser beneficirios do regime de trnsito (art. 321, VI). d) (Correta) Perfeito, o desembarao da DTA configura o incio do despacho para trnsito. Com isso, o beneficirio perde a espontaneidade sobre aquilo que ele declarar (art. 35 da IN/SRF 248/2002). e) (Correta) Como regra, DTA de canal verde no tem conferncia. Mas como no poderia deixar de ser, conforme vimos no art. 41 da IN/SRF 248/2002, o titular da unidade de origem (Inspetor ou Delegado), ou de jurisdio sobre o percurso do trnsito poder, a qualquer tempo, determinar que se proceda ao fiscal pertinente, se tiver conhecimento de fato ou da existncia de indcios que requeiram a necessidade de conferncia dos volumes, de verificao da mercadoria, ou de aplicao de procedimento aduaneiro especial. Resposta: Letra B ..... 2.6. Cautelas Fiscais Ultimada a conferncia para trnsito, podero ser adotadas cautelas fiscais visando a impedir a violao dos volumes, recipientes e, se for o caso, do veculo transportador, sem a percepo da autoridade fiscal, na forma estabelecida pela RFB. O Regulamento considera como cautelas fiscais a lacrao e a aplicao de outros elementos de segurana, alm do acompanhamento fiscal. Vejam as definies: - lacrao: evita que o compartimento de carga do veculo seja aberto de forma imperceptvel; O lacre da RFB a cautela fiscal por excelncia. Aplica-se o lacre no continer na origem. Se o lacre chegar intacto no destino, em princpio, a carga no

  • foi violada (os fraudadores podem arrumar um jeito de remover a carga do continer sem abrir a porta). Caso no haja risco de violao, o Auditor-Fiscal da Receita Federal (AFRFB) responsvel pela verificao da mercadoria para trnsito, ou o servidor integrante da Carreira Auditoria da Receita Federal do Brasil (Analista-36 Prof. Luiz Missagia www.pontodosconcursos.com.br LEGISLAO ADUANEIRA RFB 2013 PROFESSORES: LUIZ MISSAGIA E RODRIGO LUZ

    Tributrio - ATRFB), sob a sua superviso, poder dispensar a aplicao de dispositivos de segurana. - sinetagem: aposio de smbolos no lacre, que so destrudos quando o lacre removido. Tambm utilizada quando for impossvel a aposio de lacre. Nesse caso, pode-se, por exemplo, gravar um smbolo em uma caixa de madeira, que, se aberta, destri o mesmo; - cintagem: colocao de cintas nos volumes que acondicionam a mercadoria; - marcao: colocao de marcas ou de etiquetas de identificao nos volumes; - acompanhamento fiscal: quando um servidor da RFB designado para acompanhar a operao. Os dispositivos de segurana somente podero ser rompidos ou suprimidos na presena da fiscalizao, salvo disposio normativa em contrrio. Vamos Praticar !!! Questo 19. Dentre as cautelas fiscais a serem adotadas quando da concesso do regime de trnsito aduaneiro, podemos citar: a) o despacho para trnsito e a lacrao. b) o transbordo e a baldeao. c) a cintagem e a redestinao d) a concluso do trnsito e a sinetagem e) o acompanhamento fiscal e a marcao. Comentrio: Na letra A, o despacho no cautela fiscal. A letra B fala em operaes especiais, e no cautelas. Na letra C, a redestinao est errada e na letra D a concluso do trnsito invalida a alternativa. Resposta: Letra E Questo 20. (AFRF/2002-1) Ultimada a conferncia (para o trnsito aduaneiro), sero adotadas cautelas fiscais visando impedir a violao dos volumes, recipientes e, se for o caso, do veculo transportador. Em face do enunciado, assinale a opo correta. a) So cautelas fiscais, entre outras: a lacrao, a colocao de placas luminosas no veculo; a designao de condutor credenciado pela Receita Federal. b) So cautelas fiscais, entre outras: a lacrao, a cintagem e a estufagem de volumes.

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    c) So cautelas fiscais, entre outras: a lacrao, a sinetagem e a etiquetagem dos volumes. d) So cautelas fiscais, entre outras: a lacraco, o cintamento e o acondicionamento nos pallets. e) So cautelas fiscais, entre outras: a lacrao, a designao de condutor credenciado pela Receita Federal e a condio do veculo ser de bandeira brasileira. Comentrio: O assunto est atualmente regido pelo art. 10 da IN/SRF 248/2002: Art. 10. As cautelas fiscais visam a impedir a violao do veculo, da unidade de carga e dos volumes em regime de trnsito aduaneiro. 1 So cautelas fiscais, aplicveis isolada ou cumulativamente: I - os dispositivos de segurana: lacrao, sinetagem, cintagem e marcao; e II - o acompanhamento fiscal. 2 Caso no haja risco de violao, o Auditor-Fiscal da Receita Federal (AFRFB) responsve

  • l pela verificao da mercadoria para trnsito, ou o servidor integrante da Carreira Auditoria da Receita Federal do Brasil, sob a sua superviso, poder dispensar a aplicao de dispositivos de segurana. (Redao dada pela Instruo Normativa RFB n 1.096, de13 de dezembro de 2010)

    Portanto a resposta a letra C. OBS: A etiquetagem uma forma de marcao. ...... 2.6.1. Procedimentos especficos de controle Outros conceitos importantes: As mercadorias em trnsito aduaneiro podero ser objeto de procedimento especfico de controle nos casos de transbordo, baldeao ou redestinao. Considera-se: I - transbordo, a transferncia direta de mercadoria de um para outro veculo; II - baldeao, a transferncia de mercadoria descarregada de um veculo e posteriormente carregada em outro; e III - redestinao, a reexpedio de mercadoria para o destino certo.

    No transbordo, transfere direto, sem (teoricamente) por no cho a mercadoria, ou seja, sem descarregar. Na baldeao, descarrega de um veculo (fica no ptio) e posteriormente carrega em outro.

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    Analogamente ao que ocorre com o despacho de importao, a DTA selecionada para conferncia ser distribuda para AFRFB. Concluda a conferncia para trnsito,