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    Legislao Aduaneira p/ RFB

    Teoria e Questes

    Prof. Ricardo Vale- Aula 00

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    AULA 00: LEGISLAO ADUANEIRA

    SUMRIO PGINA1-Palavras Iniciais 1 - 42- SISCOMEX 5 - 113- O comrcio exterior brasileiro 11 144- Consideraes sobre a Legislao Aduaneira 14 165- Jurisdio Aduaneira 16 - 226- Administrao Aduaneira 22 - 277- Controle Aduaneiro de Veculos 27 - 308- Questes Comentadas 31 459- Lista de Questes e Gabarito 46 - 54

    Ol, amigos (as), tudo bem?

    Era uma vez uma segunda-feira! Todo mundo achando que seriauma semana tranqila, calma, serena! E eis que, para a surpresa geral danao, saem os editais da Receita Federal do Brasil! No d mais para fugir!No d pra desanimar! hora de encarar de frente e sair vitorioso!

    Minha misso ajud-lo nessa jornada que ora se inicia!

    Antes de mais nada, deixem que eu me apresente!

    Meu nome Ricardo Vale e posso dizer que a minha relao com osconcursos pblicos comeou bem cedo. No ano de 2001, fui aprovado naEsPCEX, onde conclu em 1o lugar o curso preparatrio de cadetes do Exrcito.No ano de 2002, ingressei na Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN),onde conclu em 2o lugar minha formao em Cincias Militares. Em 2008 fuiaprovado em 3 lugar no concurso de Analista de Comrcio Exterior do MDIC,cargo em que atualmente exero minhas atribuies. Desde o incio de 2009,tambm sou professor de Comrcio Internacional e Direito Internacional

    Pblico em cursos preparatrios presenciais e on-line. Alm disso, sou autordo livro Comrcio Internacional - Questes Comentadas, publicadopela Editora Mtodo.

    Nesse curso, vamos estudar a matria Legislao Aduaneira, quefoi a grande surpresa do edital! Difcil? Complicado? Que nada! Voc vai tirarde letra! E eu vou te ajudar com isso... A propsito, faamos um contrato deobjetivos!

    Voc se compromete a estudar com toda raa e vontade cada detalheque eu ensinar! Eu, me comprometo a escrever esse curso com toda adedicao possvel! J estou com o esprito preparado para, nos prximos

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    meses, viver esse curso intensamente! No quero descansar um s minutose isso for necessrio para que, ao final, voc entre na sua nova casa: aReceita Federal do Brasil! Se depender de mim, voc j pode se considerartrabalhando l!

    Vamos falar um pouco sobre a importncia da Legislao Aduaneiranos concursos da RFB!

    Bem, na prova deAuditor Fiscal RFB, teremos 15 (quinze) questesdas disciplinas Comrcio Internacional + Legislao Aduaneira. Acreditoque o examinador far uma diviso igualitria e teremos 8 questes deLegislao e 7 questes de Comrcio Internacional. J no concurso deAnalista Tributrio RFB, teremos 30 questes de Legislao Tributria +Legislao Aduaneira (devemos ter 15 questes de cada uma delas). Detalheimportante: para os dois cargos, a disciplina Legislao Aduaneira ter peso

    2 (dois). So muitos pontos, pessoal!

    Realmente, a ESAF deu a importncia que a Legislao Aduaneiramerece! bem provvel que voc, como futuro servidor da RFB, use no seudia-a-dia a Legislao Aduaneira. Nada mais natural, portanto, que voc adomine com profundidade!

    Outro detalhe importante: bom voc j ir pensando que, para seraprovado na RFB, precisar fazer uma prova discursiva! E a, voc precisaestar bem preparado em Legislao Aduaneira! Como sempre gosto de dizer,

    estudar a matria para saber marcar X em uma prova objetiva, algosimples! Saber a matria para resolver uma prova discursiva, algo bemdiferente! Portanto, meu amigo, vamos estudar com tudo a LegislaoAduaneira!

    Ao longo do curso, resolveremos inmeras questes de concursosanteriores e outras questes inditas. Ressalto que essa estratgia semostrou muito efetiva por ocasio do concurso de ACE (MDIC), realizado em27/05/2012! Na ocasio, tivemos a grata satisfao de ter abordado em nossocurso 100% das questes cobradas em prova! Tenho certeza que assimtambm ir acontecer com a nossa querida Legislao Aduaneira! Se vocerrar uma questo na prova, ser por falha da ESAF! A voc ganha nosrecursos!

    Vamos dar uma olhada no nosso cronograma?

    Aula 00 1. Jurisdio Aduaneira. 1.1. Territrio Aduaneiro. 1.2. Portos,Aeroportos e Pontos de Fronteira Alfandegados. 1.2.1. Alfandegamento. 1.3.Recintos Alfandegados. 1.4. Administrao Aduaneira. 2. Controle Aduaneirode Veculos. 9.7-SISCOMEX (edital de Analista Tributrio) (10/07/2012)

    Aula 01 - 3. Tributos Incidentes sobre o Comrcio Exterior. 3.1. RegramentoConstitucional e Legislao Especfica. 3.2. Produtos, Bens e Mercadorias. 3.3.

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    Produtos Estrangeiros, Produtos Nacionais,Nacionalizados e Desnacionalizados.4. Imposto de Importao. 4.1. Sujeitos Ativo e Passivo. 4.2. Incidncia. 4.3.Fato Gerador. 4.4. Base de Clculo. 4.5. Alquotas. 4.6. Tributao deMercadorias no Identificadas. 4.7. Regime de Tributao Simplificada. 4.8.Regime de Tributao Especial. 4.9. Regime de Tributao Unificada. 4.10.

    Pagamento do Imposto. 4.11. Isenes e Redues do Imposto de Importao.4.12. Imunidades do Imposto de Importao e Controle exercido pelaSecretaria da Receita Federal do Brasil. 4.13. Reimportao. 4.14.Similaridade. (17/07/2012)

    Aula 02- 5. Imposto de Exportao. 5.1. Sujeitos Ativo e Passivo. 5.2.Incidncia. 5.3. Fato Gerador. 5.4. Base de Clculo. 5.5. Alquotas. 5.6.Pagamento. 6. Imposto Sobre Produtos Industrializados vinculado Importao. 6.1. Sujeitos Ativo e Passivo. 6.2. Incidncia e Fato Gerador. 6.3.Base de Clculo. 6.4. Isenes. 6.5. Imunidades. 6.6. Suspenso do

    Pagamento do Imposto. 7. Contribuio para o PIS/PASEP Importao eCOFINS Importao. 7.1. Sujeitos Ativo e Passivo. 7.2. Incidncia e FatoGerador. 7.3. Base de Clculo. 7.4. Isenes. 7.5. Suspenso do Pagamento.7.6. Reduo de Alquotas (Programas Especficos e seu Regramento). 8.Imposto sobre Operaes relativas Circulao de Mercadorias e sobrePrestao de Servios de Transporte Interestadual e Intermunicipal e deComunicao vinculado Importao. 8.1. Sujeitos Ativo e Passivo. 8.2. FatoGerador. 18 8.3 Alquotas. 8.4. Isenes e Imunidades. 8.5. Pagamento doImposto e Controle pela Secretaria da Receita Federal do Brasil.(24/07/2012)

    Aula 03 - 9. Procedimentos Gerais de Importao e de Exportao. 9.1.Atividades Relacionadas aos Servios Aduaneiros. 9.2. Despacho Aduaneiro deImportao e Despacho Aduaneiro de Exportao. 9.2.1. Disposies Gerais.9.2.2. Modalidades. 9.2.3. Documentos que os Instruem. 9.2.4. CasosEspeciais de Importao e de Exportao Previstos na Legislao. 9.3.Espcies de Declarao de Importao e de Declarao de Exportao. 9.4.Declarao de Importao. 9.5. Conferncia e Desembarao na Importao ena Exportao. 9.6. Cancelamento da Declarao de Importao e daDeclarao de Exportao. 9.7. Lanamento dos Impostos Incidentes sobre a

    Importao. (31/07/2012)Aula 04 10. Regimes Aduaneiros Especiais e Regimes Aduaneiros aplicadosem reas Especiais. 10.1. Disposies Gerais e Especficas de cada Regime ede cada rea. 14. Termo de Responsabilidade (Parte I) (07/08/2012)

    Aula 05 10. Regimes Aduaneiros Especiais e Regimes Aduaneiros aplicadosem reas Especiais. 10.1. Disposies Gerais e Especficas de cada Regime ede cada rea. 14. Termo de Responsabilidade (Parte II) (09/08/2012)

    Aula 06 - 11. Bagagem e Regime Aduaneiro de Bagagem no MERCOSUL. 12.

    Mercadoria Abandonada. 13. Mercadoria Avariada e Extraviada. 13.1.Definio. 13.2. Vistoria Aduaneira.. 15. Infraes e Penalidades previstas na

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    Legislao Aduaneira. 16. Pena de Perdimento. 16.1. Natureza Jurdica. 16.2.Hipteses de Aplicao. 16.3. Limites. 16.4. Processo/Procedimento dePerdimento. 16.5. Processo de Aplicao de Penalidades pelo TransporteRodovirio de Mercadoria Sujeita a Pena de Perdimento. 17. Aplicao deMultas na Importao e na Exportao. (14/08/2012)

    Aula 07- 18. Intervenientes nas Operaes de Comrcio Exterior. 19. SanesAdministrativas a que esto sujeitos os Intervenientes nas Operaes deComrcio Exterior e o Processo de sua Aplicao. 20. Representao Fiscalpara Fins Penais. 21. Procedimentos Especiais de Controle Aduaneiro. 22.Destinao de Mercadorias. (21/08/2012)

    Aula 08- 23. Subfaturamento e Reteno de Mercadorias. 24. ValoraoAduaneira. Legislao Aduaneira aplicvel ao MERCOSUL. 25. Internalizaoda Legislao Aduaneira Aplicvel ao MERCOSUL. 26. Disposies

    Constitucionais Relativas Administrao e Controle sobre Comrcio Exterior.27. Contrabando, Descaminho e Princpio da Insignificncia. 28. SISCOSERV(Lei n 12.546, de 14 de dezembro de 2011, e Legislao Infralegal).(28/08/2012)

    Aula 09- Simulado Final (06/09/2012)

    Observao: Os nicos tpicos que no so cobrados na prova deAnalista Tributrio RFB so: n 9.7 (Lanamento dos Impostosincidentes sobre a importao) e n 20 (Representao Fiscal para

    Fins Penais). No lugar do tpico 9.7, o edital de Analista Tributriopede conhecimentos sobre o SISCOMEX, que entendemos ser pr-requisito para o domnio do assunto cobrado na prova de Auditor FiscalRFB.

    Preparados para seguir em frente? Ento, comecemos nossa primeiraaula!

    Um abrao,

    Ricardo Vale

    [email protected]://twitter.com/#!/RicardoVale01http://www.facebook.com/rvale01

    mailto:[email protected]:[email protected]://twitter.com/#!/RicardoVale01http://twitter.com/#!/RicardoVale01http://www.facebook.com/rvale01http://www.facebook.com/rvale01http://www.facebook.com/rvale01http://twitter.com/#!/RicardoVale01mailto:[email protected]
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    1-O Sistema Integrado de Comrcio Exterior (SISCOMEX):

    1.1-Generalidades:

    Segundo o art.2, do Decreto n 660/92, o SISCOMEX o

    instrumento administrativo que integra as atividades de registro,acompanhamento e controle das operaes de comrcio exterior,mediante fluxo nico, computadorizado, de informaes.

    Vou tentar traduzir isso pra vocs!

    So vrios os rgos que atuam no comrcio exterior brasileiro:Receita Federal, Secretaria de Comrcio Exterior, ANVISA, MAPA, INMETRO...E, s vezes, para que uma nica operao seja liberada, necessria aautorizao de vrios desses rgos!

    Imaginem s a burocracia se o importador tivesse que fazer um pleitoem cada um desses rgos! O operador de comrcio exterior iria, literalmente,sentar e chorar!

    Antes da criao da SISCOMEX, era exatamente assim! Haviamultiplicidade de controles paralelos, os quais impediam que os rgosgovernamentais atuassem de forma coordenada. Eram inmeros osformulrios a serem preenchidos!

    A dcada de 90, no entanto, ficou marcada como um momentohistrico em que o Brasil promovia sua abertura comercial. Logo, eranecessrio reduzir a burocracia e facilitar a atuao de todos os intervenientesno comrcio exterior, sejam eles do setor privado ou do setor pblico. Assimfoi criado o SISCOMEX!

    O SISCOMEX um sistema totalmente informatizado que integra aao de todos os rgos intervenientes no comrcio exterior brasileiro,por meio de um fluxo nico de informaes, o que permite oacompanhamento e o controle das operaes de comrcio exterior. Sua criaoreduziu drasticamente a burocracia, facilitando as operaes de importao eexportao. No era mais necessrio apresentar um formulrio para cadargo interveniente. Ao contrrio, todas as operaes podem ser registradas eacompanhadas por meio de qualquer terminal conectado ao SISCOMEX.

    O SISCOMEX no utilizado apenas por importadores eexportadores. Ele usado tambm pelos rgos pblicos, a fim de analisare deliberar sobre as operaes. Assim, o importador registra uma Licena deImportao (LI)1, a qual analisada por um Analista de Comrcio Exterior

    1 A Licena de Importao (LI) um documento muito importante para o controleadministrativo das importaes, conforme veremos mais frente.

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    (ACE) da SECEX. O importador registra uma Declarao de Importao (DI)2,cujo desembarao cabe ao Auditor da RFB. Tudo isso feito via SISCOMEX!

    Cabe destacar tambm que a existncia de um sistemainformatizado em que so registrados todos os dados comerciais, fiscais e

    cambiais das operaes de comrcio exterior foi um fator que facilitousobremaneira a elaborao de estudos estatsticos. Tais estudos, aofornecerem subsdios para a formulao de polticas pblicas, auxiliam aatuao governamental no comrcio exterior.

    Quando o SISCOMEX foi implantado, estava disponvel apenas oMdulo Exportao. Posteriormente, novos mdulos foram criados, em umprocesso de aperfeioamento contnuo dos sistemas de comrcio exterior. Acronologia de implantao do SISCOMEX a seguinte:

    - SISCOMEX Exportao (1992): apelidado de cara preta, poisainda est em ambiente DOS.

    - SISCOMEX MANTRA (1995): permite o controle de cargasareas.

    - SISCOMEX Importao (1997)

    - SISCOMEX Trnsito (2002):permite o controle de mercadoriassubmetidas ao regime aduaneiro especial de trnsito aduaneiro.

    - Drawback Web (2008)

    - SISCOMEX Carga (2008):permite o controle de embarcaes ecargas movimentadas em portos brasileiros.

    - NOVOEX (2010) Siscomex Exportao Web (MduloComercial): Trata-se do mdulo comercial, que permite o registro de REs.3 ONOVOEX ainda convive com o nosso querido cara preta, pois as Declaraesde Exportao (DEs)4 ainda so registradas em ambiente DOS. Em outraspalavras, o que temos, atualmente, o seguinte: REs so registrados noNOVOEX; DEs so registradas no antigo mdulo SISCOMEX Exportao.Aguarda-se para o prximo ano o lanamento do SISCOMEX Exportao Web(Nova DE).

    O SISCOMEX possui rgos gestores e rgos anuentes. Osrgos gestores so os responsveis pelo exerccio dos controles

    2 A Declarao de Importao (DI) um documento fundamental do despachoaduaneiro de importao.3 O Registro de Exportao (RE) um documento fundamental para o controle

    administrativo das exportaes. Mais frente, falaremos mais sobre ele.4 A Declarao de Exportao (DE) um documento fundamental do despachoaduaneiro de exportao.

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    governamentais sobre o comrcio exterior: controle administrativo, controleaduaneiro e controle cambial. So rgos gestores:

    - Secretaria de Comrcio Exterior (SECEX): responsvel pelocontrole administrativo.

    - Secretaria da Receita Federal do Brasil (SRFB): responsvelpelo controle aduaneiro.

    - Banco Central do Brasil (BACEN): responsvel pelo controlecambial.

    Por sua vez, os rgos anuentes so aqueles que deliberam sobreas operaes de comrcio (importaes e exportaes) na fase do controleadministrativo. So eles: ANVISA, MAPA, DECEX, MCT, INMETRO, DPF,DFPC, ANP, ANCINE, IBAMA, SUFRAMA, DNPM, ECT, CNEM. Tais rgosautorizam operaes especficas, sujeitas a certas regulamentaes. Comoexemplo, a importao de um animal vivo est sujeita autorizao do MAPA(Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento.

    1.2-Habilitao no SISCOMEX:

    O primeiro passo para que uma empresa possa operar no comrcioexterior proceder sua habilitao no SISCOMEX, atividade esta que desencadeada junto RFB. Assim, para que uma empresa possa efetuar umaimportao ou exportao, ela dever providenciar a sua habilitao noSISCOMEX, bem como o credenciamento de seus representantes para a prticade atividades relacionadas ao despacho aduaneiro.

    Os procedimentos de habilitao das empresas para a utilizao doSISCOMEX feito em conformidade com a IN SRF n 650/2006, tambmaplicvel aos rgos da administrao pblica direta, autarquias, fundaes

    pblicas, rgos pblicos autnomos, organismos internacionais e outrasinstituies extraterritoriais e s pessoas fsicas.

    SECEX

    RFB BACEN

    Controlegovernamental sobreo comrcio exterior

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    Segundo a referida Instruo Normativa, h 4 (quatro)modalidades de habilitao, aplicveis segundo o tipo e a atuao dointeressado. As modalidades de habilitao so: ordinria, simplificada,especiale restrita:

    Art. 2 O procedimento de habilitao de pessoa fsica e doresponsvel por pessoa jurdica, para a prtica de atos no Siscomexser executada mediante requerimento do interessado, para uma dasseguintes modalidades:I - ordinria, para pessoa jurdica que atue habitualmente nocomrcio exterior.II -simplificada, para:a) pessoa fsica, inclusive a qualificada como produtor rural, arteso,artista ou assemelhado;b) pessoa jurdica:1. (Revogado)

    2. constituda sob a forma de sociedade annima de capital aberto,com aes negociadas em bolsa de valores ou no mercado de balco,classificada no cdigo de natureza jurdica 204-6 da tabela do Anexo V Instruo Normativa RFB n 568, de 8 de setembro 2005, bem comosuas subsidirias integrais;3. autorizada a utilizar o Despacho Aduaneiro Expresso (Linha Azul),nos termos da Instruo Normativa SRF n 476, de 13 de dezembro2004;4. que atue exclusivamente como encomendante, nos termos do art.11, da Lei n 11.281, de 20 de fevereiro de 2006;5. para importao de bens destinados incorporao ao seu ativo

    permanente; e6. que atue no comrcio exterior em valor de pequena monta;c) empresa pblica ou sociedade de economia mista, classificada,respectivamente, nos cdigos de natureza jurdica 201-1 e 203-8 databela do Anexo V Instruo Normativa RFB n 568, de 2005; ed) entidade sem fins lucrativos, classificada nos cdigos de naturezajurdica 303-4 a 399-9 da tabela do Anexo V Instruo NormativaRFB n 568, de 2005;III - especial, para rgo da administrao pblica direta, autarquia efundao pblica, rgo pblico autnomo, organismo internacional eoutras instituies extraterritoriais, classificados nos cdigos de

    natureza jurdica 101-5 a 118-0, e 500-2 da tabela do Anexo V Instruo Normativa RFB n 568, de 2005; eIV - restrita, para pessoa fsica ou jurdica que tenha operadoanteriormente no comrcio exterior, exclusivamente para a realizaode consulta ou retificao de declarao.

    Percebam, meus amigos, que as entidades que se submetem habilitao simplificada e especial so aquelas consideradaspresumidamente idneas ou que no operam habitualmente no comrcioexterior. Destas, a quantidade de documentos exigidos menor secomparados aos documentos que se exigem das empresas que se submetem

    habilitao ordinria.

    http://www.receita.fazenda.gov.br/publico/Legislacao/Ins/2005/Anexo5INRFB5682005.dochttp://www.receita.fazenda.gov.br/publico/Legislacao/Ins/2005/Anexo5INRFB5682005.dochttp://www.receita.fazenda.gov.br/publico/Legislacao/Ins/2005/Anexo5INRFB5682005.dochttp://www.receita.fazenda.gov.br/publico/Legislacao/Ins/2005/Anexo5INRFB5682005.dochttp://www.receita.fazenda.gov.br/publico/Legislacao/Ins/2005/Anexo5INRFB5682005.dochttp://www.receita.fazenda.gov.br/publico/Legislacao/Ins/2005/Anexo5INRFB5682005.dochttp://www.receita.fazenda.gov.br/publico/Legislacao/Ins/2005/Anexo5INRFB5682005.dochttp://www.receita.fazenda.gov.br/publico/Legislacao/Ins/2005/Anexo5INRFB5682005.dochttp://www.receita.fazenda.gov.br/publico/Legislacao/Ins/2005/Anexo5INRFB5682005.dochttp://www.receita.fazenda.gov.br/publico/Legislacao/Ins/2005/Anexo5INRFB5682005.dochttp://www.receita.fazenda.gov.br/publico/Legislacao/Ins/2005/Anexo5INRFB5682005.dochttp://www.receita.fazenda.gov.br/publico/Legislacao/Ins/2005/Anexo5INRFB5682005.dochttp://www.receita.fazenda.gov.br/publico/Legislacao/Ins/2005/Anexo5INRFB5682005.dochttp://www.receita.fazenda.gov.br/publico/Legislacao/Ins/2005/Anexo5INRFB5682005.doc
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    Chamo sua ateno para o fato de que as pessoas jurdicas queatuem no comrcio exterior em valor de pequena monta devem sesubmeter aoprocedimento de habilitao simplificada. Considera-se valorde pequena monta a realizao de operaes de comrcio exterior comcobertura cambial5, em cada perodo consecutivo de 6 meses, at um limite de

    US$ 300.000,00 para exportaese US$ 150.000,00 para importaes.Quando uma pessoa jurdica movimentar valores superiores a esses, eladever, em regra, se submeter habilitao ordinria.

    A avaliao fiscal prvia habilitao tem como objetivo aferir acapacidade operacional da pessoa jurdica, verificar a capacidade empresarial eeconmica dos scios e, ainda, avaliar a capacidade financeira da empresapara realizar as transaes internacionais pretendidas. Feita a habilitao noSISCOMEX e credenciados os seus representantes, a empresa poderrealizar a primeira operao de comrcio exterior, que tanto pode ser

    uma importao quanto uma exportao. Destaque-se que as operaes noSistema Integrado de Comrcio Exterior (SISCOMEX) podero ser efetuadaspelo importador ou exportador, por conta prpria, mediante habilitao prvia,ou por intermdio de representantes credenciados, nos termos e condiesestabelecidos pela Receita Federal do Brasil (RFB).

    No momento em que a empresa realiza sua primeira operao decomrcio exterior, seja ela uma importao ou exportao, seu nome passa aconstar de um banco de dados chamado Registro de Exportadores eImportadores (REI).

    O Registro de Exportadores e Importadores (REI) um grande bancode dados mantido pela SECEX, no qual esto relacionados todos osimportadores e exportadores brasileiros.

    Segundo a Portaria SECEX n 23/2011, a inscrio no REI automtica, sendo realizada no ato da primeira operao deexportao ou importao em qualquer ponto conectado ao SISCOMEX.Assim, no existem formalidades para a inscrio de uma empresa no REI,bastando que esta realize uma operao de comrcio exterior. Segundo o art.8, 1, da Portaria SECEX n 23/2011, os exportadores e importadores jinscritos no REI tero a inscrio mantida, no sendo necessria qualquerprovidncia adicional. Em outras palavras, se foi feita uma operao decomrcio exterior, o importador ou exportador automaticamente inscrito noREI e a o seu nome ser mantido l. Cabe destacar, todavia, que para queuma empresa possa operar no comrcio exterior, ela deve serhabilitada no SISCOMEX pela Receita Federal do Brasil (RFB), o quedepende de processo administrativo prvio, sobre o qual j tecemos algunscomentrios.

    5

    Operao com cobertura cambial aquela em que h transferncia de divisas para oexterior. H, portanto, uma contraprestao, uma venda. Uma doao, ao contrrio, considerada operao sem cobertura cambial.

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    Como regra geral, para que uma operao de comrcio exterior sejarealizada, a empresa deve estar cadastrada no REI. H, todavia, uma exceo,que so as exportaes via remessa postal, com ou sem expectativa derecebimento6, realizadas por pessoa fsica e jurdica at o limite de US$50.000,00 ou equivalente em outra moeda. Vejamos o art. 9 da Portaria

    SECEX n 23/2011:

    Art. 9. Ficam dispensadas da obrigatoriedade de inscrio doexportador no REI as exportaes via remessa postal, com ousem expectativa de recebimento, exceto donativos, realizadas porpessoa fsica ou jurdica at o limite de US$ 50.000,00 (cinquentamil dlares dos Estados Unidos) ou o equivalente em outramoeda, exceto quando se tratar de:I produto com exportao proibida ou suspensa;II exportao com margem no sacada de cmbio;III exportao vinculada a regimes aduaneiros especiais e

    atpicos; eIV exportao sujeita a registro de operaes de crdito.

    Segundo o art.10 da Portaria SECEX n 23/2011, a inscrio no REIpoder ser suspensa ou cancelada nos casos de punio em decisoadministrativa final, aplicada em conformidade com as normas eprocedimentos definidos na legislao especfica.

    Cabe destacar que a Portaria SECEX n 23/2011 retirou apreviso de que a inscrio no REI pudesse ser negada. Isso ocorreu por

    uma questo de lgica. Ora, se a inscrio no REI automtica, no h que sefalar em negativa da SECEX. O que pode ocorrer to somente a suspensoou o cancelamento da inscrio no REI.

    Uma questo importante saber se as pessoas fsicas podem atuarno comrcio exterior, seja em operaes de importao ou exportao. Sobreo assunto, vale destacar, em primeiro lugar, que a inscrio no REI poder serconcedida tanto a pessoas fsicas quanto a pessoas jurdicas.

    Quanto importao, segundo o art. 11 da Portaria SECEX n23/2011, a pessoa fsica somente poder importar mercadorias emquantidades que no revelem prtica de comrcio, desde que no seconfigure habitualidade. Assim, a importao de mercadorias por pessoasfsicas, com finalidade comercial, proibida pela Portaria SECEX n 23/2011.

    Quanto exportao, o art. 183 da Portaria SECEX n 23/2011 trazregra idntica, dispondo que a pessoa fsica somente poder exportarmercadorias em quantidades que no revelem prtica de comrcio edesde que no se configure habitualidade. No entanto, h excees a essa

    6

    Uma operao com expectativa de recebimento uma operao com coberturacambial. Por sua vez, exportaosem expectativa de recebimento uma operaosem cobertura cambial.

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    regra! Logo, em duas situaes, possvel que uma pessoa fsica exporte comfinalidade comercial:

    1)- Agricultor ou pecuarista cujo imvel rural esteja cadastrado noINCRA.

    2)- Arteso, artista ou assemelhado registrado como profissionalautnomo.

    2-O comrcio exterior brasileiro:

    Antes de adentrar no estudo da legislao aduaneira, fundamentalconhecer, em linhas gerais, como funciona o comrcio exterior brasileiro.

    Trata-se, afinal, de pr-requisito fundamental para entendermos a legislaoaduaneira.

    Conforme j comentamos anteriormente, as operaes de comrcioexterior no Brasil esto submetidas a trs espcies de controle, cada um delesde competncia de um rgo diferente. So eles o controle administrativo,ocontrole aduaneiroe ocontrole cambial.

    Os rgos responsveis por exercer o controle administrativo,aduaneiro e cambial so, respectivamente, a SECEX (Secretaria de ComrcioExterior), a SRFB (Secretaria da Receita Federal do Brasil) e o BACEN (BancoCentral). Juntos, estes trs rgos formam o que podemos chamar de trip dagesto governamental no comrcio exterior.

    Mas o que vm a ser cada um desses controles?

    1) Controle Administrativo: O comrcio exterior atividadeestratgica para um pas, possuindo implicaes no campo das diversaspolticas governamentais. Com efeito, a poltica de comrcio exterior levada acabo pelo governo repercute seus efeitos sobre as polticas econmica,industrial, sanitria e agrcola do pas. Nesse sentido, a realizao de uma

    importao ou exportao fica sujeita ao cumprimento deregulamentaes administrativas e exigncias legais formuladas pelosdiversos rgos governamentais em suas reas de competncia.

    Assim, a importao de medicamentos ou equipamentos mdico-hospitalares fica sujeita anuncia prvia da ANVISA7. J a importao de

    7 ANVISA (Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria)

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    animais vivos, depende da autorizao do MAPA8. Por sua vez, a importao debens usados depende da anuncia do DECEX9.

    Tudo isso faz parte do controle administrativo do comrcio exterior,que podemos definir como o conjunto de procedimentos realizados ante uma

    operao de comrcio exterior tendentes a verificar o cumprimento de normase exigncias legais internas com a finalidade de tutelar bens jurdicosimportantes para o Estado, tais como a segurana nacional, a proteo indstria nacional, a proteo ao consumidor e sade de pessoas, plantas eanimais.

    Devemos destacar que o controle administrativo, em regra, prvioao embarque da mercadoria no exterior ou para o exterior. Ele representa,assim, uma autorizao governamental para importar ou exportar. Osprincipais documentos utilizados na fase do controle administrativo so a

    licena de importao(LI) e o registro de exportao (RE).

    2) Controle Aduaneiro: O controle aduaneiro atividade exercida,no Brasil, pela RFB, tendo como objetivo fiscalizar a entrada, sada emovimentao de bens e veculos no territrio aduaneiro, tutelandobens jurdicos importantes para o Estado, como a segurana nacional e asade de pessoas e animais. Trata-se de controle que visa a impedir delitostransfronteirios, como o trfico ilcito de entorpecentes, o contrabando, odescaminho e a importao de produtos com violao aos direitos depropriedade intelectual.

    O controle aduaneiro eminentemente extrafiscal, dizer, aarrecadao tributria no o seu principal objetivo. Ao contrrio, aarrecadao tributria objetivo apenas complementar, secundrio. claro, ao realizar a fiscalizao aduaneira, a RFB tambm verificar se ostributos foram corretamente recolhidos.

    A RFB desempenha suas atividades de controle aduaneiro,essencialmente, na circulao transfronteiria de mercadorias e veculos.No entanto, o controle aduaneiro tambm poder ser exercido a posteriori.10Destaque-se, todavia, que, mesmo quando o controle aduaneiro exercido aposteriori, seu foco sero os desdobramentos da operao de circulaotransfronteiria. Isso quer dizer que uma fiscalizao aduaneira poderacontecer depois que a mercadoria ingressar no pas, mas seu objeto serjustamente analisar se houve qualquer irregularidade naquela entrada. Osprincipais documentos do controle aduaneiro so a Declarao deImportao (DI) e a Declarao de Exportao (DE).

    8 MAPA (Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento)9 DECEX (Departamento de Operaes de Comrcio Exterior)10

    O controle aduaneiro aposterioriso as atividades de fiscalizao aduaneira depoisque a mercadoria entrou no pas. So as chamadas operaes de zona secundria.Mais frente entenderemos o que significa o termo zona secundria.

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    3) Controle Cambial: Uma das peculiaridades mais marcantes docomrcio internacional que, em virtude de compradores e vendedoresestarem localizados em pases diferentes, as operaes de compra e vendaenvolvem variadas moedas. Imaginemos, por exemplo, um exportadorbrasileiro que venda seus produtos a um comprador nos EUA. natural, nessa

    situao, que o exportador brasileiro queira receber o pagamento em reais e,por sua vez, o importador nos EUA tenha dlares para fazer o pagamento.

    A que surge a pergunta: como viabilizar esse pagamentointernacional?

    Simples. O pagamento internacional ser viabilizado por meio de umaoperao cambial. O importador americano ir comprar reais, com os quaisir pagar o exportador brasileiro. Percebe-se que, nesse caso, ser celebradoum contrato de cmbio, assim considerado o documento que formaliza a

    compra e venda de moeda estrangeira.

    O controle cambial busca justamente verificar os pagamentosinternacionais e a circulao de divisas entre os pases. No Brasil, tal controlecompete ao BACEN11, embora, medida que o tempo passa, ele esteja sendocada vez mais transferido para a RFB.

    Vamos, agora, a um exemplo, que vai nos ajudar a entender melhorcomo funciona o comrcio exterior brasileiro! s uma viso geral! Vamosentender tudo com muito maior profundidade ao longo do nosso curso!

    11 BACEN (Banco Central do Brasil)

    EXEMPLO

    Eu, Ricardo Vale, decidi montar uma empresa para operar no comrcioexterior. Seu nome ser Estratgia Importaes e Exportaes LTDA.

    Bem, se eu quero comear a importar / exportar, o que eu precisarei, emprimeiro lugar?

    Antes de qualquer coisa, eu preciso providenciar minha habilitao paraoperar no SISCOMEXjunto Receita Federal. O procedimento de habilitaona RFB est, atualmente, regulamentado pela IN SRF n 650/2006.

    Agora eu tenho que achar um fornecedor estrangeiro. Se eu for um cara safo,vou procurar na China. L s tem coisa barata! D pra lucrar bastante!

    Suponha, ento, que achei um fornecedor de kimonos na China! Sempre gosteide lutar jud ejiu-jitsu mesmo! Inicio as negociaes com o chins e decidoimportar.

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    3-Consideraes sobre a Legislao Aduaneira:

    Ao comearmos o estudo da legislao aduaneira, cumpre-nosapresentar o conceito de Direito Aduaneiro. Para Rosaldo Trevisan, o DireitoAduaneiro ramo autnomo do direito integrado por um conjunto deproposies jurdico-normativas que disciplinam as relaes entre a Aduanae os intervenientes nas operaes de comrcio exterior, estabelecendoos direitos e as obrigaes de cada um, e as restries tarifrias e no-tarifrias12 nas importaes e exportaes.13

    De forma mais simples, o Direito Aduaneiro seria um conjunto deprincpios e normas que disciplinam a interveno governamental sobre ocomrcio exterior. Destaque-se, conforme vimos na definio de Trevisan, queo direito aduaneiro dotado de autonomia, no se confundindo, portanto,com o direito tributrio.

    A autonomia do direito aduaneiro tese que se apia:

    12 H dois tipos de barreiras comerciais: as barreiras tarifrias (imposto deimportao) e as barreiras no-tarifrias (regulamentos tcnicos, medidas sanitrias e

    fitossanitrias, licenas de importao, etc).13TREVISAN, Rosaldo. Direito Aduaneiro e Direito Tributrio-Distines Bsicas.In: Temas Atuais de Direito Aduaneiro, So Paulo: Lex Editora, 2008, pp.

    Antes de embarcar a mercadoria no exterior, tenho que me fazer a seguintepergunta: essa mercadoria est sujeita ao controle administrativo?

    Se estiver, precisarei pedir uma autorizao ao governo, maisespecificamente a um rgo anuente. Vou registrar uma Licena deImportao (LI). Destaque-se que a maior parte das importaes brasileirasest dispensada de licenciamento.

    Pronto! O governo deferiu minha licena de importao! Significa que euposso embarcar a mercadoria e traz-la para o Brasil, apresentando-a RFB).

    A mercadoria chegou no pas! Eu, como pessoa idnea e j previamentehabilitada no SISCOMEX, acesso nosso querido sistema e registro umaDeclarao de Importao (DI). Tem incio o despacho aduaneiro! a

    fase do controle aduaneiro!

    hora de eu, importador, me virar com a RFB! Nossa, vou comear a torcerpara minha mercadoria estar com a classificao fiscal correta!

    Ah, no meio dessa guerra toda, eu tive que fazer um pagamentointernacional... Divisas saram do Brasil e foram para o exterior. O BACEN quem controla (controle cambial)

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    i) na existncia deprincpios e institutos especficos. Um princpiofundamental do direito aduaneiro o da universalidade do controleaduaneiro14, que alcana todos os bens, veculos e pessoas. Por sua vez, soinstitutos especficos do direito aduaneiro as medidas de defesa comercial(direitos antidumping e direitos compensatrios), os regimes aduaneiros

    especiais e aplicados em reas especiais.

    ii) na existncia de um complexo de relaes jurdicasdecorrentes das relaes de comrcio internacional. So vrios osintervenientes no comrcio exterior: exportadores, importadores,transportadores, rgos governamentais.

    iii) no dinamismo das relaes comerciais internacionais. Ocrescimento do comrcio internacional, a formao de blocos regionais e aexistncia de atores transnacionais tornam muito dinmicas as relaes

    comerciais internacionais.

    iv) na necessidade de controle governamental sobre o comrcioexterior. O comrcio exterior tem marcante influncia na atividadeeconmica. A depender da atuao do governo, a indstria nacional pode serou no estimulada.

    v) o direito aduaneiro vai muito alm do vis tributrio,aplicando-se tambm s atividades de controle e fiscalizao do comrcioexterior. 15 Destaque-se que a arrecadao tributria no comrcio exterior

    incidental, de natureza extrafiscal.vi) prevalncia dos tratados internacionais. Esse princpio

    decorre da interpretao que parte da doutrina faz acerca do art. 98 do CTN,segundo o qual os tratados e as convenes internacionais revogam oumodificam a legislao tributria interna, e sero observados pela que lhessobrevenha.

    E quem legisla sobre direito aduaneiro no Brasil?

    A CF/88 no trata expressamente sobre a competncia para legislarsobre direito aduaneiro. No entanto, segundo o art. 22, inciso VIII, da CF/88,compete privativamente Unio legislar sobre o comrcio exterior. Emdecorrncia disso, deve-se admitir que a Unio tem competncia privativa paralegislar sobre direito aduaneiro.

    A legislao aduaneira no Brasil bastante esparsa. So vrias asleis, decretos, portarias e instrues normativas versando sobre o comrcio

    14 Uma exceo universalidade do controle aduaneiro so as malas diplomticas e malas

    consulares, protegidas pela Conveno de Viena de 1961 e 1963.15TREVISAN, Rosaldo. Direito Aduaneiro e Direito Tributrio-Distines Bsicas.In: Temas Atuais de Direito Aduaneiro, So Paulo: Lex Editora, 2008, pp. 39.

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    exterior em sua vertente aduaneira. Entretanto, na sua essncia, pode-se dizerque a legislao aduaneira est prevista no Decreto n 6759/2009.

    O Regulamento Aduaneiro (Decreto n 6759/2009) uma normainfralegal, isto , no se constitui norma primria16. Ao contrrio, ele reproduz

    diversos dispositivos de leis esparsas, consolidando em um s documento ospontos centrais da legislao aduaneira. Trata-se de verdadeiro roteiro emmatria aduaneira para exportadores, importadores, rgos anuentes e rgosgestores do SISCOMEX. Como se pode perceber, a criao de um RegulamentoAduaneiro representa a tentativa de codificar a esparsa legislao aduaneirabrasileira. Enfatize-se, mais uma vez, que a legislao aduaneira no seesgota nesse diploma normativo, estando prevista em diversas outrasnormas infralegais, como o caso das inmeras instrues normativas da RFB.

    Em nosso curso, travaremos contato o tempo todo com o

    Regulamento Aduaneiro. bom que voc faa o download do Decreto n6759/2009 e o tenha o tempo todo ao lado! Muitas vezes, tambm faremosremisso a Instrues Normativas da RFB.

    Para facilitar a vida de vocs, segue o link do Decreto n 6759/2009:

    http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Decreto/D6759.htm

    4- Jurisdio Aduaneira:

    4.1- Territrio Aduaneiro:

    Precisamos, inicialmente, fazer uma breve explanao sobre oconceito de jurisdio! Afinal, o que significa jurisdio aduaneira?

    Jurisdio aduaneira o poder que detm a autoridade aduaneirapara submeter sua fiscalizao e controle todas as operaes de comrcioexterior, ainda que aps a entrada dos bens no pas. Em outras palavras, ajurisdio aduaneira a autoridade conferida Receita Federal do Brasil (RFB)

    para exercer a fiscalizao e o controle sobre o comrcio, o que reflete ocomando constitucional do art. 237 da CF/88.

    Art. 237. A fiscalizao e o controle sobre o comrcio exterior,essenciais defesa dos interesses fazendrios nacionais, seroexercidos pelo Ministrio da Fazenda.

    Nos termos do art. 3 do Decreto n 6759/2009, a jurisdio dosservios aduaneiros estende-se por todo o territrio aduaneiro, que,

    16

    Normas primrias so as leis ordinrias, leis complementares, leis delegadas,medidas provisrias, decretos legislativos e decretos autnomos. O decreto executivoapenas regulamenta uma lei, sendo, portanto, norma secundria.

    http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Decreto/D6759.htmhttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Decreto/D6759.htmhttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Decreto/D6759.htm
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    por sua vez, compreende todo o territrio nacional. Assim, no h nenhumlocal do territrio nacional que esteja imune fiscalizao aduaneira.Destaque-se que o territrio aduaneiro pode ser dividido em zona primria ezona secundria, as quais, somadas, formam o territrio nacional.

    A zona primria compreende os locais por onde entram e saem asmercadorias, pessoas e veculos do territrio nacional. Dessa forma, integrama zona primria as seguintes reas demarcadas pela autoridade aduaneiralocal:

    - a rea terrestre ou aqutica, contnua ou descontnua, nos portosalfandegados;

    - a rea terrestre, nos aeroportos alfandegados; e

    - a rea terrestre, que compreende os pontos de fronteiraalfandegados;

    Tambm so consideradas como zona primria, para fins decontrole aduaneiro, aszonas de processamento de exportaes. As zonasde processamento de exportaes so uma espcie de regime aduaneiroaplicado em reas especiais, sobre o qual estudaremos mais frente. Emrpida sntese, trata-se de reas que recebem benefcios fiscais, por meio dosquais o governo busca promover o desenvolvimento de regies menosfavorecidas do pas.

    Como se pode perceber, para que seja considerada zona primria, area dever ser demarcada pela autoridade aduaneira. Na demarcaoda zona primria, dever ser ouvido o rgo ou empresa a que esteja afeta aadministrao do local a ser alfandegado. Destaque-se que a autoridadeaduaneira poder exigir que a zona primria, ou parte dela, seja protegidapor obstculos que impeam o acesso indiscriminado de veculos, pessoas ouanimais. A autoridade aduaneira poder estabelecer, em locais e recintosalfandegados, restries entrada de pessoas que ali no exeram atividadesprofissionais, e a veculos no utilizados em servio.

    A zona secundria, por sua vez, compreende o restante doterritrio nacional, inclusive o espao areo e as guas territoriais.

    Agora vem uma pergunta: existe a possibilidade de que a jurisdiodos servios aduaneiros se estenda para alm do territrio nacional?

    Segundo o art. 3, 5, do Decreto n 6759/2009, a jurisdio dosservios aduaneiros estende-se ainda s reas de Controle Integradocriadas em regies limtrofes dos pases integrantes do MERCOSUL com oBrasil. As reas de Controle Integrado foram criadas com o objetivo de

    promover a facilitao de comrcio (reduzir os entraves burocrticos aocomrcio exterior) entre os pases do MERCOSUL. Consistem em parte do

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    territrio do pas sede, incluindo as instalaes, onde se realiza ocontrole integrado por parte de funcionrios de ambos os pases.Suponha, por exemplo, uma rea de Controle Integrado entre Brasil eArgentina. Nessa rea, o controle aduaneiro ser realizado por funcionrios dosdois pases. E destaque-se: mesmo que ela esteja no territrio argentino (do

    lado de l da fronteira!), o Brasil tambm ter jurisdio sobre tal rea.

    Percebe-se que, com a criao das reas de Controle Integrado,h uma extenso do territrio aduaneiro. Chamamos a ateno, ento,para dois conceitos importantes, mas pouco explorados: enclave aduaneiro eexclave aduaneiro. Enclave aduaneiro seria uma rea em territrio deoutro Estado em que se permite a aplicao da legislao estrangeira nacional.Como exemplo, suponha que, em certa rea da Frana, seja permitida aaplicao da legislao aduaneira brasileira. Exclave aduaneiro, por sua vez,seria uma rea em territrio nacional na qual permitida a aplicao da

    legislao aduaneira estrangeira. Seria o caso, por exemplo, de aplicao dalegislao da Frana em territrio brasileiro.

    Os dois conceitos (enclave aduaneiro e exclave aduaneiro) estoexpressos no Cdigo Aduaneiro do MERCOSUL, o qual todavia, ainda no estem vigor. 17

    - Enclave aduaneiro: a parte do territrio de um Estado nointegrante do MERCOSUL na qual se permite a aplicao da legislaoaduaneira do MERCOSUL, nos termos do acordo internacional que assim o

    estabelea. Ex:- Exclave aduaneiro: a parte do territrio de um Estado-Parte do

    MERCOSUL na qual se permite a aplicao da legislao aduaneira de umterceiro Estado, nos termos do acordo internacional que assim o estabelea.

    O MERCOSUL, como se sabe, ambiciona instituir, no futuro, ummercado comum18. Todavia, no momento, constitui apenas uma unioaduaneira imperfeita19. Para que tenhamos uma unio aduaneira ideal

    17 Embora o Cdigo Aduaneiro do MERCOSUL no esteja em vigor, as definies deenclave aduaneiro e exclave aduaneiro nele previstas so as melhores queencontramos. Para entendermos o que significam essas expresses, interessanteconhecermos as definies do Cdigo Aduaneiro do MERCOSUL.

    18 Mercado comum um estgio de integrao regional em que h livre circulao demercadorias e servios, poltica comercial comum em relao a terceiros pases e livrecirculao dos fatores de produo.

    19Unio aduaneira um estgio de integrao regional em que h livre circulao

    de mercadorias e servios e poltica comercial comum em relao a terceiros pases.Trata-se de estgio de integrao menos avanado que o mercado comum.

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    (perfeita) seria necessrio que tivssemos um territrio aduaneiro nico entreos quatro pases, ou seja, que as tarifas e demais regulamentaes restritivasao comrcio com relao a terceiros pases fossem essencialmente asmesmas20. Assim teramos uma verdadeira poltica comercial comum emrelao a terceiros pases. Destaque-se que o Cdigo Aduaneiro do

    MERCOSUL um passo nessa direo, usando o termo territrio aduaneirodo MERCOSUL para se referir ao territrio no qual se aplica a legislaoaduaneira comum do MERCOSUL.

    Vamos esquematizar conceitos importantes!

    O controle fiscal sobre a entrada de bens no pas se manifesta, ainda,na existncia das chamadas zonas de vigilncia aduaneira. As zonas devigilncia aduaneira so reas demarcadas por ato do Ministro da Fazenda, naorla martima ou na faixa de fronteira, em que a permanncia demercadorias ou sua circulao e a de veculos, pessoas e animais ficamsujeitas a exigncias fiscais, proibies e restries especiais. O objetivo daszonas de vigilncia aduaneira , justamente, estabelecer um controle maiscerrado sobre reas propcias realizao de operaes clandestinas. Trata-sede reas que, em virtude de sua proximidade da fronteira, dos portos ou

    dos aeroportos internacionais, precisam se sujeitar a disposies especiaisde controle. Destaque-se que as zonas de vigilncia aduaneira so reas dezona secundria.

    Art. 4o O Ministro de Estado da Fazenda poder demarcar, na orlamartima ou na faixa de fronteira, zonas de vigilncia aduaneira,nas quais a permanncia de mercadorias ou a sua circulao e a deveculos, pessoas ou animais ficaro sujeitas s exigncias fiscais,proibies e restries que forem estabelecidas. 1o O ato que demarcar a zona de vigilncia aduaneira poder:

    20Esse conceito de unio aduaneira est prevista no art. XXIV do GATT.

    TERRIT RIO ADUANEIRO

    TERRITRIO NACIONAL

    - ZONA PRIM RIA

    - ZONA SECUNDRIA

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    O alfandegamento de portos, aeroportos ou pontos de fronteira serprecedido da respectiva habilitao ao trfego internacional pelasautoridades competentes em matria de transporte. H, ainda, certosrequisitos para que se possa proceder ao alfandegamento, conformepreviso do art. 13 do Regulamento Aduaneiro21:

    Art. 13. O alfandegamento de portos, aeroportos e pontos defronteira somente poder ser efetivado:I - depois de atendidas as condies de instalao do rgo defiscalizao aduaneira e de infra-estrutura indispensvel seguranafiscal;II - se atestada a regularidade fiscal do interessado;III - se houver disponibilidade de recursos humanos e materiais; eIV - se o interessado assumir a condio de fiel depositrio damercadoria sob sua guarda.

    O alfandegamento poder abranger a totalidade ou parte darea dos portos e aeroportos. Com efeito, no h necessidade de sealfandegar todo o porto/aeroporto, mas apenas as reas em que h entrada esada de pessoas e mercadorias de/para o exterior.

    Nas cidades fronteirias, podero ser alfandegados pontos defronteira para o trfego local e exclusivo de veculos matriculadosnessas cidades. Trata-se de medida destinada a facilitar a circulao entrecidades limtrofes. muito comum, nesses locais, que indivduos morem de umlado da fronteira e trabalhem do outro. Justamente em razo disso, as

    autoridades aduaneiras locais com jurisdio sobre as cidades fronteiriaspodero instituir, no interesse do controle aduaneiro, cadastros de pessoasque habitualmente cruzam a fronteira.

    4.2.1- Recintos Alfandegados:

    H recintos alfandegados na zona primria e nazona secundria.O alfandegamento condio sine qua non para que possam ocorrer, no

    referido recinto, sob controle aduaneiro, operaes de movimentao,armazenagem e despacho aduaneiro de mercadorias, bagagem de viajantes eremessas postais internacionais. Tambm podero ser alfandegados, em zonaprimria, recintos destinados instalao de lojas francas (os conhecidosfree-shops)

    Os recintos alfandegados localizados na zona secundria so oschamadosportos secos,denominao essa que se refere a todos os tipos determinais, exceo dos aeroporturios e porturios. Na definio do art. 11do Regulamento Aduaneiro, portos secos so recintos alfandegados de uso

    21 Essas regras so vlidas, no que couber, para o alfandegamento de recintos emzona primria e em zona secundria.

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    pblico nos quais so executadas operaes de movimentao, armazenageme despacho aduaneiro de mercadorias e de bagagem, sob controle aduaneiro.Destaque-se que os portos secos no podem ser instalados na zona primriade portos ou aeroportos alfandegados. Destaque-se que os portos secos nopodero ser instalados na zona primria de portos e aeroportos

    alfandegados. Eles podero ser autorizados a operar com cargas deimportao, exportao ou ambas, tendo em vista as necessidades e condieslocais.

    A existncia dos portos secos facilita muito a logstica dasoperaes de comrcioexterior. Imagine que voc seja o proprietrio deuma empresa situada em Feira de Santana-BA. E a voc est importandomercadorias que entram no territrio aduaneiro pelo Porto de Salvador. Nessasituao, voc concorda comigo que seria mais interessante realizar odespacho aduaneiro de importao em Feira de Santana ao invs de realiz-lo

    em Salvador? Se o despacho fosse realizado em Salvador, haveria necessidadede que voc ou algum de seus funcionrios se deslocassem at aquela cidadepara acompanhar os procedimentos. Com o despacho ocorrendo em Feira deSantana, as coisas ficam bem mais fceis...

    5- Administrao Aduaneira:

    O que vem a ser administrao aduaneira?

    A administrao aduaneira consiste nas atividades defiscalizao e controle sobre o comrcio exterior, essenciais defesa dosinteresses fazendrios nacionais. Trata-se de atividade constitucionalmenteprevista, realizada em todo o territrio aduaneiro.22 Destaque-se que asatividades de fiscalizao de tributos incidentes sobre as operaes decomrcio exteriorsero supervisionadas e executadas porAuditor Fiscal daRFB.

    Segundo Eduardo Sabbag, por fiscalizao entende-se a ao estatalque, orientada pelo princpio da isonomia, dever identificar o (des)

    cumprimento das obrigaes tributrias, punindo o comportamento indesejadoe, em carter pedaggico, dissuadindo o contribuinte omisso e recalcitrante da

    22 O art. 237 da CF/88 prev que a fiscalizao e o controle sobre o comrcio exterior,essenciais defesa dos interesses fazendrios nacionais, sero exercidos peloMinistrio da Fazenda. A Receita Federal do Brasil o rgo especfico singular doMinistrio da Fazenda responsvel pelo controle aduaneiro. Ressalte-se que a RFB

    realiza o controle aduaneiro de mercadorias e veculos. O controle aduaneiro depessoas e a vigilncia das reas de fronteira so competncias da Polcia Federal.

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    insistncia no inadimplemento obrigacional.23 Quando se fala em verificar ocumprimento de obrigaes tributrias, estamos nos referindo tanto sobrigaes tributrias principais quanto s acessrias.24 O objetivo maior dafiscalizao o cumprimento espontneo das obrigaes pelos sujeitospassivos. Ressalte-se que esto sujeitas fiscalizao tanto pessoas fsicas

    quanto pessoas jurdicas, sejam contribuintes ou no, mesmo quando setratar de entidades imunes ou isentas. Assim, considera-se plenamentevlido (legal) o exame de livros ou registros contbeis de pessoas imunes.

    A fiscalizao aduaneira poder ser ininterrupta, em horriosdeterminados, ou eventual, nos portos, aeroportos, pontos de fronteira erecintos alfandegados. Cabe administrao aduaneira determinar os horriose as condies de realizao dos servios aduaneiros nesses locais.

    Destaque-se que, nos termos do art. 17 do Decreto n 6759/2009

    (Regulamento Aduaneiro), a autoridade aduaneira tem precednciasobreas demais autoridades que exeram suas atribuies nas reas de portos,aeroportos, pontos de fronteira e recintos alfandegados, bem como em outrasreas nas quais se autorize carga e descarga de mercadorias, ou embarque edesembarque de viajante, procedentes do exterior ou a ele destinados. Trata-se do princpio da supremacia da autoridade aduaneira, que, inclusive,aplica-se aqui em casa! Essa pra fazer uma mdia com minha esposa, que Auditora Fiscal da RFB e vai ler essa aula!

    A precedncia da autoridade aduaneira, que tambm se aplica nas

    zonas de vigilncia aduaneira, implica:a) na obrigao, por parte das demais autoridades, de prestar

    auxlio imediato, sempre que requisitado pela autoridade aduaneira,disponibilizando pessoas, equipamentos ou instalaes necessrios aofiscal; e

    b) na competncia da autoridade aduaneira, sem prejuzo dasatribuies de outras autoridades, para disciplinar a entrada, apermanncia, a movimentao e a sada de pessoas, veculos,unidades de carga e mercadorias em portos, aeroportos, pontos defronteira e recintos alfandegados.

    23 SABBAG, Eduardo. Manual de Direito Tributrio. So Paulo: 2010. 2 edio. Ed.Saraiva, pp. 887

    24 A obrigao tributria principal tem por objeto o pagamento de tributo oupenalidade pecuniria. A obrigao tributria acessria decorre da legislao tributriae tem por objeto as prestaes, positivas ou negativas, nela previstas no interesse daarrecadao ou fiscalizao dos tributos.

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    A pergunta que tentaremos responder agora a seguinte: como aautoridade aduaneira realiza as atividades de controle e fiscalizao sobre ocomrcio exterior?

    Para realizar o controle e fiscalizao sobre o comrcio exterior, a

    autoridade aduaneira dotada de certas prerrogativas. Os Auditores Fiscais daRFB podero exigir a apresentao de mercadorias e de quaisquerdocumentos que julguem necessrios fiscalizao. Ademais, poderosolicitar o acesso aos depsitos e dependncias de empresasfiscalizadas, assim como de veculos, cofres e outros mveis, a qualquer horado dia ou da noite (se noite os estabelecimentos estiverem funcionando!) Sede um lado, os Auditores Fiscais da RFB tm a prerrogativa de fazer taisexigncias, por outro, os particulares (pessoas fsicas e jurdicas) tero aobrigao de atend-las.

    Agora vamos imaginar uma situao! Um Auditor Fiscal da RFBsolicita a uma empresa fiscalizada que apresente certos documentos! A, orepresentante da empresa diz que no est mais com ele! Sumiu! Teve umincndio e pegou fogo!

    No d pra vir com esse tipo de conversinha! O importador, oexportador ou o adquirente de mercadoria importada por sua conta e ordemtm a obrigao de manter, em boa guarda e ordem, os documentosrelativos s transaes que realizarem, pelo prazo decadencialestabelecido na legislao tributria a que esto submetidos, e de apresent-

    los fiscalizao aduaneira quando exigidos.25

    Tal obrigao tambm se aplicaao despachante aduaneiro, ao transportador, ao agente de carga, aodepositrio e aos demais intervenientes em operao de comrcio exteriorquanto aos documentos e registros relativos s transaes em queintervierem. No caso de incndio, furto, roubo, extravio ou qualqueroutro sinistro que provoque a perda ou deteriorao dos documentosem questo, dever ser feita comunicao por escrito Receita Federaldentro de 48 horas do ocorrido. Caso a pessoa jurdica encerre suas atividades(deixou de existir, por exemplo), a guarda dos documentos ser atribuda pessoa responsvel pela guarda dos demais documentos fiscais, nos termos da

    legislao especfica.O art. 195 do CTN, reproduzido pelo art. 21 do Decreto n

    6759/2009, tambm dispe acerca do dever dos sujeitos passivos deapresentarem os documentos solicitados pela fiscalizao

    Art. 195. Para os efeitos da legislao tributria, no tm aplicaoquaisquer disposies legais excludentes ou limitativas do direito deexaminar mercadorias, livros, arquivos, documentos, papis e efeitoscomerciais ou fiscais, dos comerciantes industriais ou produtores, ouda obrigao destes de exibi-los.

    25 Quando estudarmos sobre valorao aduaneira, veremos quais so as conseqncias dano-apresentao da documentao exigida pela autoridade aduaneira.

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    Pargrafo nico. Os livros obrigatrios de escriturao comercial efiscal e os comprovantes dos lanamentos neles efetuados seroconservados at que ocorra a prescrio dos crditos tributriosdecorrentes das operaes a que se refiram.

    A regra do caputdo art. 195 ainda tem o condo de impedir que, nofuturo, surja norma que limite o poder-dever que possui a autoridadefiscal e aduaneira para examinarquaisquer mercadorias, livros, arquivos edocumentos que sejam necessrios para a fiscalizao.

    No exerccio de suas atribuies, a autoridade aduaneira ter livreacesso: i) a quaisquer dependncias do porto e s embarcaes, atracadas ouno; e ii) aos locais onde se encontrem mercadorias procedentes do exteriorou a ele destinadas. Para desempenhar suas atribuies, a autoridadeaduaneira poder requisitar o apoio de fora pblica federal, estadual ou

    municipal, quando julgar necessrio. Entenda-se por requisio um pedido comefeito vinculante, ou seja, uma vez requisitada, as foras policiais nopodero deixar de atender a autoridade aduaneira.

    Ainda tratando sobre as prerrogativas da autoridade aduaneira, asseguintes pessoas tambm so obrigadas, mediante intimao escrita, aprestar-lhe informaes com relao aos bens, negcios ou atividades deterceiros:

    i) tabelies, escrives e demais serventurios de ofcio

    ii) bancos, as casas bancrias, as caixas econmicas e demaisinstituies financeiras;

    iii) as empresas de administrao de bens

    iv) os corretores, os leiloeiros e os despachantes oficiais;

    v) os inventariantes;

    vi) os sndicos, os comissrios e os liquidatrios; e

    vii) quaisquer outras entidades ou pessoas que a lei designe, emrazo de seu cargo, ofcio, funo, ministrio, atividade ou profisso.

    Como se pode percebe, trata-se de pessoas (fsicas ou jurdicas) quetm a posse de informaes que podem ser fundamentais para a realizao deuma fiscalizao aduaneira. A autoridade aduaneira ir, ento, nesses casos,requisitar(e no solicitar!) a prestao de informaes. Diante de requisio,no cabe recusa ou qualquer tipo de ponderao por parte dessas pessoas.

    A obrigao de prestar informaes no abrange a prestao deinformaes quanto a fatos sobre os quais o informante esteja

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    legalmente obrigado a observar segredo em razo de cargo, ofcio,funo, ministrio, atividade ou profisso. Seria o caso, por exemplo, demdicos, psiclogos, advogados ou mesmo sacerdotes, os quais, em razo doofcio, esto legalmente obrigados ao sigilo. relevante dizer que aprestao de informaes dever ser feita pelas pessoas mencionadas aps

    intimao administrativa. A intimao judicial torna obrigatria aprestao de informaes por qualquer pessoa.

    H enorme controvrsia acerca da possibilidade de se requisitar,administrativamente, s instituies financeiras informaes protegidas porsigilo bancrio. H doutrinadores que consideram ilegtimo que asautoridades administrativas requisitem, por ato prprio, informaesprotegidas por sigilo bancrio. Tendo em vista que o STF ainda no semanifestou em definitivo sobre o tema, o que prevalece o entendimentoinsculpido no art. 6 da Lei Complementar n 105/2001:

    Art. 6 As autoridades e os agentes fiscais tributrios da Unio, dosEstados, do Distrito Federal e dos Municpios somente poderoexaminar documentos, livros e registros de instituies financeiras,inclusive os referentes a contas de depsitos e aplicaes financeiras,quando houver processo administrativo instaurado ouprocedimento fiscal em curso e tais exames sejam consideradosindispensveis pela autoridade administrativa competente.

    Assim, podemos afirmar que, segundo a Lei Complementar n105/2001, admite-se a requisio de informaes protegidas por sigilo

    bancrio. No entanto, h que se cumprir duas condies para isso: i) hum processo administrativo instaurado ou procedimento fiscal em curso e ; ii)os exames das informaes forem considerados indispensveis pela autoridadeadministrativa competente.

    O incio de uma fiscalizao deve ser marcado pela lavratura de umtermo que indique o incio dos procedimentos. Nesse sentido, a autoridadeaduaneira que proceder ou presidir a qualquer procedimento fiscal lavrar ostermos necessrios para que se documente o incio do procedimento, naforma da legislao aplicvel, que fixarprazo mximo para a sua concluso.

    Sempre que possvel, os termos sero lavrados em um dos livros fiscaisexibidos pela pessoa sujeita fiscalizao.

    Segundo Hugo de Brito Machado, a lavratura do termo de incio dafiscalizao importante para demarcar a data a partir da qual fica, emregra, excluda a denncia espontnea, nos termos do art. 138 do CTN. 26A denncia espontnea uma espcie de confisso do sujeito passivo, pormeio da qual ele, por ato prprio e antes de qualquer procedimento ou medidade fiscalizao, resolve recolher os tributos e os juros devidos. A denncia

    26 MACHADO, Hugo de Brito. Curso de Direito Tributrio. 31 edio. So Paulo:Malheiros, 2010, pp. 266-267.

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    espontnea tem o condo de excluir a responsabilidade do sujeito passivo es poder ocorrer antes do incio do procedimento fiscalizatrio.

    6- Controle Aduaneiro de Veculos:

    A entrada ou sada de veculos procedentes do exterior ou aele destinados somente poder ocorrer em porto, aeroporto ou ponto defronteira alfandegado. Excepcionalmente, desde que justificado, o titularda unidade aduaneira jurisdicionante poder autorizar a entrada ou sada deveculo por porto, aeroporto ou ponto de fronteira no-alfandegado.

    Para visualizarmos melhor isso, vejamos o exemplo de um avio depassageiros vindo da Frana com destino ao Brasil. Esse avio no pode entrar

    no Brasil por qualquer aeroporto, mas apenas por aqueles que sejamalfandegados (aeroportos internacionais). Entretanto, caso este avio tenhaque fazer um pouso de emergncia e, em virtude disso, no possa aterrissarem um aeroporto alfandegado, a autoridade aduaneira poder autoriz-lo aentrar no pas por meio de um aeroporto no-alfandegado.

    O controle ser exercido desde o ingresso do veculo no territrioaduaneiro at a sua sada, estendendo-se tambm s mercadorias e outrosbens existentes a bordo, inclusive a bagagem de viajantes. possvel que aautoridade aduaneira determine at mesmo o acompanhamento fiscal do

    veculo, quando isso for conveniente aos interesses da Fazenda Nacional. Issomesmo! A RFB pode, em seu exerccio de controle aduaneiro, designar umveculo para acompanhar aquele que entrou no territrio nacional.

    Sempre que um veculo entra ou sai do territrio aduaneiro, otransportador dever prestar informaes Receita Federal do Brasil(RFB) sobre as cargas transportadas, assim como sobre sua chegada ou sadapara o exterior. Uma vez prestadas as informaes e tendo ocorrido,efetivamente, a entrada do veculo no Pas, ser emitido o termo de entradapela RFB. o termo de entrada que formaliza o ingresso do veculo no pas. Asoperaes de carga, descarga ou transbordo somente podero serexecutadas depois de prestadas as informaes pelo transportador.Destaque-se que as empresas de transporte internacional (quer operem porvia area ou martima) tambm devero prestar informaes RFB a respeitode seus tripulantes e passageiros.

    A autoridade aduaneira poder realizar buscas em qualquerveculo com o objetivo de prevenir e reprimir a ocorrncia de infraes legislao aduaneira, inclusive antes da prestao das informaes referentesao veculo. A busca pela autoridade aduaneira dever, entretanto, serprecedida de comunicao verbal ou por escrito ao responsvel pelo

    veculo. Havendo indcios de falsa declarao de contedo, a autoridade

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    aduaneira poder determinar a descarga de volume ou de unidade de carga,para a devida verificao, lavrando-se termo.

    , meus amigos! O Auditor Fiscal da RFB tem poder mesmo... Aqui,em casa, no entanto, quem d a ltima palavra o Analista de ComrcioExterior: Sim, senhora!

    H algumas operaes proibidas ao condutor de veculosprocedente do exterior ou a ele destinado. Segundo o art. 27 do R/A, no autorizado ao condutor de veculo procedente do exterior ou a ele destinado:

    a) estacionar ou efetuar operaes de carga ou descarga demercadoria, inclusive transbordo27, fora de local habilitado.

    b) trafegar no territrio aduaneiro em situao ilegal quanto s

    normas reguladoras do transporte internacional correspondente sua espcie.

    c) desvi-lo da rota estabelecida pela autoridade aduaneira, semmotivo justificado.

    Tambm proibido ao condutor do veculo coloc-lo nasproximidades de outro, sendo um deles procedente do exterior ou a eledestinado, de modo a tornar possvel o transbordo de pessoa oumercadoria, sem observncia das normas de controle aduaneiro. Excetuam-se dessa proibio os veculos: i) de guerra, salvo se utilizados no transporte

    comercial; ii) das reparties pblicas, em servio; iii) autorizados parautilizao em operaes porturias ou aeroporturias, inclusive de transportede passageiros e tripulantes e; iv) que estejam prestando ou recebendosocorro.

    Um documento essencial para o controle aduaneiro de veculos omanifesto de carga. Mas o que vem a ser esse tal manifesto de carga?

    Para compreendermos o que o manifesto de carga, precisamos,antes, saber o que o conhecimento de carga (conhecimento deembarque). O conhecimento de carga um documento que materializa ocontrato de frete, servindo como prova de posse da mercadoria. emitidopelo transportador em nome do importador. Para cada contrato de frete,haver um conhecimento de carga. O conhecimento de carga traz informaescomo a descrio, a propriedade, o valor, a origem e o destino de umamercadoria exportada/importada e as condies relativas ao seu transporte e entrega ao destinatrio.

    O manifesto de carga, por sua vez, um documento no qual estoconsolidados vrios conhecimentos de carga. Cada trajeto corresponde aum manifesto de carga. A ttulo de exemplo, imagine que um navio est

    27 Transbordo a transferncia direta de pessoa ou mercadoria de um veculo para outro.

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    trazendo cargas provenientes dos EUA, Canad e Mxico, as quais serodescarregadas no Porto de Santos e no Porto de Paranagu. Nessa situao,teramos 6 manifestos de carga:

    - Manifesto 1: referente ao trecho EUA-Porto de Santos

    - Manifesto 2: referente ao trecho EUA-Porto de Paranagu

    - Manifesto 3: referente ao trecho Canad-Porto de Santos

    - Manifesto 4: referente ao trecho Canad-Porto de Paranagu

    - Manifesto 5: referente ao trecho Mxico- Porto de Santos

    - Manifesto 6: referente ao trecho Mxico-Porto de Paranagu.

    Cada um desses manifestos de carga consolida todos osconhecimentos de carga referente ao trecho especfico. Esse o entendimentoque se tem a partir da leitura do art. 43 do R/A, que dispe que, para cadaponto de descarga no territrio aduaneiro, o veculo dever trazertantos manifestos quantos forem os locais, no exterior, em que tiverrecebido carga. O manifesto de carga no especifica as mercadoriasimportadas/exportadas (isso est no conhecimento de carga!), mas apenas osvolumes importados/exportados.

    Ao ingressar no territrio nacional, o responsvel pelo veculo deverapresentar autoridade aduaneira o manifesto de embarque (manifesto decarga), com cpia dos conhecimentos de carga correspondentes, a lista desobressalentes e as provises de bordo. A no apresentao de manifestode carga (ou de declarao com efeito equivalente) ser consideradadeclarao negativa de carga. A RFB ir entender que, nesse caso, no hcarga para ser recebida naquele local.

    O art. 44 do R/A relaciona as informaes contidas no manifesto decarga.

    Art. 44. O manifesto de carga conter:I - a identificao do veculo e sua nacionalidade;II - o local de embarque e o de destino das cargas;III - o nmero de cada conhecimento;IV - a quantidade, a espcie, as marcas, o nmero e o peso dosvolumes;V - a natureza das mercadorias;VI - o consignatrio de cada partida;VII - a data do seu encerramento; eVIII - o nome e a assinatura do responsvel pelo veculo.

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    A Receita Federal ir verificar se as mercadorias previstas nomanifesto de carga efetivamente chegaram ao pas. Para isso, basta que sejamcomparados o manifesto de carga e os registros de descarga(documento no qual constam os volumes que efetivamente foramdescarregados). Tal procedimento chamado de conferncia final de

    manifestoe est previsto no art. 53 do R/A:

    Art. 658- A conferncia final do manifesto de carga destina-se aconstatar extravio ou acrscimo de volume ou de mercadoria entradano territrio aduaneiro, mediante confronto do manifesto com osregistros de descarga.

    O objetivo da conferncia final de manifesto apurar eventualextravio ou acrscimo de mercadoria. Se, na conferncia final demanifesto, for apurado extravio ou acrscimo de volume ou de

    mercadoria, sero exigidos do transportador os tributos e multas cabveis.Vamos imaginar agora uma situao! Suponha que um transportador

    chega ao Brasil e apresenta o manifesto de carga RFB. Nesse manifesto decarga, esto relacionados cerca de 150 conhecimentos de carga. Coisademais! A o transportador percebe que h alguns volumes por eletransportados que no esto previstos no manifesto de carga, mas soobjeto de um dos conhecimentos de carga.

    Agora eu pergunto: o que acontecer se o responsvel pelo veculoverificar, antes da autoridade aduaneira tomar conhecimento da irregularidade,que houve omisso de volume em manifesto de carga? Ser que d pracorrigir o erro?

    Sim, possvel corrigir o erro. Segundo o art. 48 do R/A, a omissode volume em manifesto de carga, desde que tal volume seja objeto deconhecimento regularmente emitido, poder ser suprida mediante aapresentao da mercadoria sob declarao escrita do responsvel peloveculo, anteriormente ao conhecimento da irregularidade pelaautoridade aduaneira. Destaque-se que, em caso de divergncia entre omanifesto de carga e o conhecimento de carga, prevalecer o ltimo. A

    correo do manifesto poder, ento, ser feita de ofcio pela autoridadeaduaneira.

    O controle de cargas areas realizado pelo MANTRA (SistemaIntegrado de Gerncia do Manifesto, do Trnsito e do Armazenamento). J ocontrole de cargas em portos realizado por meio do SISCOMEX Carga.

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    QUESTES COMENTADAS

    1- (AFRF-2002.2) Alguns autores admitem em tese a existncia de umDireito Aduaneiro, apoiando esse posicionamento nos seguintesfatores:

    a) incidncia dos impostos de importao, de exportao e sobre produtosindustrializados; existncia de rgos especializados de controle e arrecadao(Alfndegas); existncia de um Sistema Integrado de Comrcio Exterior(SISCOMEX); natureza extrafiscal do imposto de importao; isenes eredues tributrias em maior proporo na rea aduaneira.

    b) funo protecionista do imposto de importao; alquotas do imposto deimportao mais elevadas para os produtos suprfluos; rgos especializadosde fiscalizao e controle; rito diferenciado para o julgamento do contencioso

    tributrio aduaneiro (II,IPI,IE e penalidades pecunirias); afinidade com oDireito Comunitrio.

    c) existncia de regimes especiais; pagamento antecipado dos impostos deimportao e sobre produtos industrializados (II e IPI); os fatos geradores dostributos incidentes sobre as mercadorias decorrem de operaes de comrcioexterior; utilizao freqente dos institutos de direito privado (comercial, civil,penal) (art. 109, do CTN).

    d) a precedncia da autoridade aduaneira sobre as demais, na zona primria

    (CF, art. 37, XVIII, DL n 37/66, art. 35, RA art.10); a competncia doMinistrio da Fazenda, atravs das Alfndegas da Receita Federal para afiscalizao e o controle sobre o comrcio exterior (CF art. 237); a importnciados tributos aduaneiros como instrumento do desenvolvimento industrial doPas e da manuteno das reservas cambiais; alto grau de discricionariedadedos rgos aduaneiros.

    e) o intervencionismo estatal no intercmbio comercial internacional; ocomplexo de relaes jurdicas consequentes das relaes comerciaisinternacionais; princpios e institutos especficos (exaes aduaneiras decompetncia exclusiva do Poder Central, controle aduaneiro sobre todas asmercadorias intercambiadas com o exterior; regimes aduaneiros especiais eatpicos etc.); especificidade (origem consuetudinria, tcnica especfica,acelerado dinamismo, importncia do fator econmico, preponderncia dostratados internacionais).

    Comentrios:

    H diversos argumentos a favor da autonomia do direitoaduaneiro enquanto ramo do direito: i) existncia de princpios e institutosespecficos. ii) existncia de um complexo de relaes jurdicas decorrentes

    das relaes de comrcio internacional; iii) dinamismo das relaes comerciaisinternacionais; iv) necessidade de controle governamental sobre o comrcio

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    exterior. v) o direito aduaneiro vai muito alm do vis tributrio, aplicando-setambm s atividades de controle e fiscalizao do comrcio exterior. vi)prevalncia dos tratados internacionais.

    Letra A: errada. No podem ser considerados argumentos a favor da

    autonomia do direito aduaneiro a existncia do SISCOMEX e a supostaexistncia de isenes e redues tributrias em maior proporo na reaaduaneira.

    Letra B: errada. O imposto de importao tem funo extrafiscal (suaexistncia protege a indstria nacional e sua ausncia estimula as comprasexternas). O imposto de importao no tem alquotas mais elevadas paraprodutos suprfluos, mas sim para os produtos que contam com produonacional. No h, necessariamente, uma afinidade com o direito comunitrio.

    Letra C: errada. No h pagamento antecipado do I.I e do IPI. Essestributos so recolhidos no momento do registro da DI, conforme estudaremosem prximas aulas.

    Letra D: errada. No a precedncia da autoridade aduaneira sobreas demais que leva autonomia do direito aduaneiro. O grau dediscricionariedade das autoridades aduaneiras no difere muito dasautoridades responsveis pela administrao dos tributos internos.

    Letra E: correta. Essa a assertiva que melhor descreve as razes

    que levam a doutrina a apontar o direito aduaneiro como ramo autnomo dodireito. O Direito Aduaneiro tem princpios e institutos especficos e vai muitoalm do vis tributrio, alcanando o complexo de relaes jurdicasdecorrentes das relaes comerciais internacionais.

    2- (TRF-2002.1) Identifique a razo que leva o legislador aduaneiro a"alfandegar" determinados portos, aeroportos ou pontos da fronteiraterrestre, fixando os locais servidos por reparties aduaneiras ondepossam:

    a) estacionar ou transitar veculos procedentes ou destinados ao exterior; serefetuadas operaes de carga, descarga, armazenagem ou passagem demercadorias procedentes do exterior ou a ele destinadas; embarcar,desembarcar ou transitar viajantes procedentes do exterior ou a eledestinados.

    b) estacionar ou transitar veculos procedentes ou destinados ao exterior; serefetuadas operaes de descarga e pesagem de mercadorias procedentes doexterior ou a ele destinadas; embarcar, desembarcar ou transitar viajantesprocedentes do exterior ou a ele destinados.

    c) estacionar ou transitar veculos procedentes do exterior; ser efetuadasoperaes de carga, descarga, armazenagem ou passagem de mercadorias

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    procedentes do exterior ou a ele destinadas; embarcar, desembarcar outransitar viajantes procedentes do exterior ou a ele destinados.

    d) estacionar ou transitar veculos destinados ao exterior; ser efetuadasoperaes de carga, ou passagem de mercadorias destinados ao exterior;

    embarcar, desembarcar ou transitar viajantes procedentes do exterior ou a eledestinados.

    e) estacionar ou transitar veculos procedentes ou destinados ao exterior; serefetuadas operaes de carga, descarga, armazenagem ou passagem demercadorias procedentes do exterior ou a ele destinadas; desembarcar outransitar viajantes procedentes do exterior.

    Comentrios:

    Essa questo cobrou a literalidade do art. 5 do Decreto n6759/2009:

    Art. 5o Os portos, aeroportos e pontos de fronteira seroalfandegados por ato declaratrio da autoridade aduaneiracompetente, para que neles possam, sob controle aduaneiro:I - estacionar ou transitar veculos procedentes do exterior ou a eledestinados;II - ser efetuadas operaes de carga, descarga, armazenagem oupassagem de mercadorias procedentes do exterior ou a ele destinadas;e

    III - embarcar, desembarcar ou transitar viajantes procedentes doexterior ou a ele destinados.

    A resposta , portanto, a letra A.

    3- (TTN-1997) A zona primria aduaneira compreende:

    a) a rea terrestre ocupada pelos aeroportos alfandegados, incluindo o espaoareo correspondente, a rea terrestre ocupada pelos portos alfandegados e area contgua aos pontos de fronteira alfandegados.

    b) a rea terrestre e aqutica ocupada pelos portos alfandegados, as ilhasfluviais ou lacustres de domnio da Unio, a rea interna dos aeroportosalfandegados e a faixa de fronteira demarcada pela Unio.

    c) a rea terrestre ou aqutica ocupada pelos portos alfandegados, a readescontnua ocupada pelas ilhas martimas, fluviais ou lacustres, a reaterrestre ocupada pelos aeroportos alfandegados e a rea adjacente aospontos de fronteira alfandegados.

    d) a rea terrestre ou aqutica contnua ou descontnua, ocupada pelos portos

    alfandegados, a rea terrestre ocupada pelos aeroportos alfandegados e a reaadjacente aos pontos de fronteira alfandegados.

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    e) as faixas internas e externas ocupadas pelos portos e aeroportosalfandegados, terrestres ou aquticas, os armazns alfandegados situados nahinterlndia de portos e aeroportos e a rea contgua aos pontos de fronteiraalfandegados desde que situada na faixa de fronteira.

    Comentrios:

    A resposta est no art. 3 do R/A:

    Art. 3o A jurisdio dos servios aduaneiros estende-se por todo oterritrio aduaneiro e abrange:I - a zona primria, constituda pelas seguintes reas demarcadas pelaautoridade aduaneira local:a) a rea terrestre ou aqutica, contnua ou descontnua, nos portosalfandegados;b) a rea terrestre, nos aeroportos alfandegados; e

    c) a rea terrestre, que compreende os pontos de fronteiraalfandegados

    O gabarito a letra D.

    4- (TRF-2000) No despacho aduaneiro para consumo, no regimecomum de importao, cumulativamente, a prova de posse oupropriedade de mercadoria, seu peso bruto, despesas atinentes aotransporte e especificao dos volumes relacionam-se (ao)

    a) declarao de importao

    b) conhecimento de carga

    c) fatura comercial

    d) manifesto de carga

    e) certificado de origem de carga

    Comentrios:

    O documento que materializa o contrato de frete e serve como provade posse da mercadoria o conhecimento de carga (conhecimento deembarque). Logo, a resposta a letra B. O manifesto de carga uma reuniode diversos conhecimentos de carga.

    5- (TRF-2003) Avalie a correo das afirmaes abaixo. Assinale com aletra V as verdadeiras e com a letra F as falsas. Em seguida, marque aopo que contenha a seqncia correta.

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    ( ) Pode ser autorizada, justificadamente, por ato conjunto da SRF e doMinistrio dos Transportes, a entrada de veculos procedentes do exterior porlocal no alfandegado.

    ( ) As operaes de carga de veculo procedente do exterior somente podem

    ser executadas depois de formalizada sua entrada no Pas.

    ( ) Podem ser colocados na proximidade de veculo destinado ao exterior osveculos de repartio pblica, de guerra ou destinados prestao de socorro.

    ( ) Os veculos que transportem chefes de Estado e os veculos militares noesto sujeitos ao controle aduaneiro.

    ( ) O veculo garantir os dbitos fiscais decorrentes de multas aplicadas pelasautoridades aduaneiras ao seu condutor ou ao transportador.

    a) F, V, F, F, V

    b) F, F, V, F, F

    c) V, F, V, F, F

    d) V, V, F, V, F

    e) F, F, V, V, V

    Comentrios:

    Questo bem difcil! Muito especfica!

    A primeira assertiva est errada. A entrada de veculosestrangeiros por local no-alfandegado pode ser autorizada, em casosjustificados, pelo titular da unidade aduaneira jurisdicionante. (art. 26, 2, do Decreto n 6759/2009)

    A segunda assertiva est correta. Segundo o art. 32, pargrafo

    nico, do Decreto n 6759/2009, as operaes de carga, descarga outransbordo somente podero ser executadas depois de prestadas determinadasinformaes. Em outras palavras, tais operaes somente podero serrealizadas aps formalizada a entrada do veculo no territrio aduaneiro.

    A terceira assertiva est errada. O condutor de veculo no podecoloc-lo nas proximidades de outro, sendo um deles procedente do exteriorou a ele destinado. Isso no vale para: i) veculos de guerra, salvo seutilizados no transporte comercial; ii) das reparties pblicas, desde que emservio; iii) autorizados para utilizao de operaes porturios ou

    aeroporturias, inclusive de transporte de passageiros e tripulantes e; iv) queestejam prestando ou recebendo socorro.

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    Levando-se essas informaes em considerao, percebe-se doiserros: i) a assertiva no menciona que os veculos das reparties pblicasdevero estar em servio