2010 - caderno do aluno - ensino médio - 3º ano - filosofia - vol. 3

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GABARITO Caderno do Aluno Filosofia – 3 a série – Volume 3 1 SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 1 FILOSOFIA E CIÊNCIA Páginas 3 - 4 1. No texto filosófico, as informações se apresentam como relato histórico, como narrativa. No relatório científico, elas são reveladas por meio de estatísticas e dados quantitativos. 2. Uma grande diferença está na forma como são relatadas as informações e na construção do argumento. No texto filosófico, o autor mescla informação histórica com sua reflexão sobre a morte. No texto científico, o autor ou os autores descrevem dados estatísticos. Páginas 5 - 7 1. A Filosofia utiliza diversos gêneros textuais para expressar suas ideias: cartas, poemas, diálogos, ensaios. A Ciência não faz uso de tão variado universo de gêneros textuais e o seu modo de expressão é basicamente o relatório de pesquisa; e o artigo científico. A Filosofia questiona métodos e finalidades da Ciência. A Ciência utiliza instrumentos para construir dados (telescópios, microscópios entre outros) e a Filosofia não está associada ao uso de instrumentos. 2. Os procedimentos de pesquisa para elaboração de cada tipo de texto podem ser os mesmos e podem ser diferentes. A reflexão em um texto filosófico pode basear-se em dados qualitativos ou quantitativos e a análise em um texto científico também pode tomar como ponto de partida a leitura de dados qualitativos ou quantitativos. No caso dos textos analisados para este exercício, temos que a reflexão filosófica não se apoia em dados estatísticos, ao passo que o relatório científico sim.

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Caderno do Professor com todas atividades e respostas para uso em dúvidas.

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GABARITO Caderno do Aluno Filosofia – 3a série – Volume 3

1

SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 1

FILOSOFIA E CIÊNCIA

Páginas 3 - 4

1. No texto filosófico, as informações se apresentam como relato histórico, como

narrativa. No relatório científico, elas são reveladas por meio de estatísticas e dados

quantitativos.

2. Uma grande diferença está na forma como são relatadas as informações e na

construção do argumento. No texto filosófico, o autor mescla informação histórica

com sua reflexão sobre a morte. No texto científico, o autor ou os autores descrevem

dados estatísticos.

Páginas 5 - 7

1. A Filosofia utiliza diversos gêneros textuais para expressar suas ideias: cartas,

poemas, diálogos, ensaios. A Ciência não faz uso de tão variado universo de gêneros

textuais e o seu modo de expressão é basicamente o relatório de pesquisa; e o artigo

científico. A Filosofia questiona métodos e finalidades da Ciência. A Ciência utiliza

instrumentos para construir dados (telescópios, microscópios entre outros) e a

Filosofia não está associada ao uso de instrumentos.

2. Os procedimentos de pesquisa para elaboração de cada tipo de texto podem ser os

mesmos e podem ser diferentes. A reflexão em um texto filosófico pode basear-se

em dados qualitativos ou quantitativos e a análise em um texto científico também

pode tomar como ponto de partida a leitura de dados qualitativos ou quantitativos.

No caso dos textos analisados para este exercício, temos que a reflexão filosófica não

se apoia em dados estatísticos, ao passo que o relatório científico sim.

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2

Página 7

As perguntas orientam a entrevista que o aluno deve realizar com os professores da

área de Ciências da Natureza. É importante que os alunos leiam as respostas dos

professores e debatam, destacando críticas às situações nas quais a Ciência é utilizada

para humilhar pessoas. Um exemplo desse tipo de humilhação pode ser observado

quando alguns médicos apresentam diagnósticos de doenças aos seus pacientes em uma

linguagem médica, sem o esforço de traduzir para o senso comum e facilitar o

entendimento do assunto pelos pacientes.

Página 8

1. Resposta aberta, a depender da elaboração dos alunos. Solicite aos alunos a

recuperação das respostas anteriores que apontam diferenças quanto ao tipo de

informação que cada um dos textos contém e quanto ao tipo de pesquisa para sua

realização.

Mas sobretudo alerte que a reflexão deve abarcar a ideia de que no texto filosófico a

morte é tratada como processo a ser enfrentado com naturalidade e como

aprendizado para superação do medo da morte, enquanto no texto científico a morte

é tratada apenas como tema estatístico. Ela ocorre, mas pode ser evitada ou adiada, a

depender de quando melhorarem as condições de vida.

2. A Filosofia consiste em um discurso que pode apoiar-se em argumentos que

questionam posturas do senso comum (como nossa relação com a morte, por

exemplo), sem necessariamente se utilizar de referência a dados estatísticos sobre o

que acontece a contingentes expressivos de pessoas em determinado lugar e sem

recorrer a análises qualitativas, próprias das ciências humanas. A experiência

humana é pensada tomando-se por base a vivência do próprio filósofo e a leitura de

outros filósofos e literatos.

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GABARITO Caderno do Aluno Filosofia – 3a série – Volume 3

3

SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 2

O LIBERTARISMO

Páginas 8 - 9

1. Resposta aberta, a depender dos alunos. Eles podem redigir uma definição baseando-

se na própria experiência ou em leituras que porventura tenham como referência.

2. Resposta aberta, mas os alunos devem assumir uma posição diante da pergunta e

apresentar uma justificativa.

3. Resposta aberta. Oriente os alunos para que reflitam sobre a própria necessidade de

ser livre: o que motiva essa necessidade? Quais os entraves à sua liberdade?

Páginas 9 - 10

• Resposta aberta, a depender do comentário do aluno, no entanto é preciso que seus

argumentos dialoguem de fato com o texto analisado, ao discordar ou não e justificar

seus posicionamentos. O texto problematiza o tema liberdade, por isto, é importante

que o comentário registre esta problematização.

Página 11

• Resposta aberta, a depender do posicionamento do aluno diante das questões

apresentadas pelo filme. O objetivo é motivar a reflexão sobre uma situação concreta

que envolve o direito à liberdade e a luta contra o preconceito. Há muitos outros

exemplos, de filmes ou de outras atividades, que podem ser usados em substituição a

este proposto, se o professor assim julgar conveniente.

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4

Páginas 11 - 12

1. Espera-se que o aluno responda negativamente, demonstrando perceber a contradição

existente entre medidas totalitárias, como o golpe de Estado de 1964, do qual

resultou a decretação do AI-5, e princípios como liberdade e democracia. Esta pode

ser uma boa ocasião para trazer à baila uma breve discussão sobre esse período da

história brasileira, talvez até com a proposição de um trabalho interdisciplinar.

Páginas 12 - 15

1. Ação voluntária: aquela em que o sujeito que age é a única causa da ação

(autodeterminação), isto é, o princípio que move a ação reside no próprio agente.

Ação involuntária: é quando ocorre o contrário, ou seja, o princípio que move a ação

é exterior ao sujeito que age (ignorância ou força).

AAççããoo vvoolluunnttáárriiaa AAççããoo iinnvvoolluunnttáárriiaa

Alguém decide por si mesmo fazer ou não

alguma coisa, como ingerir bebidas, fumar,

praticar o bem ou o mal etc.

Alguém ser levado à força ou necessidade

para algum lugar ou a praticar alguma ação.

2. Ação voluntária e involuntária: aquela que se dá por escolha do agente, o qual, no

entanto, age por força das circunstâncias. Ex.: Os tripulantes de um navio que

decidem livrar-se da carga para evitar o naufrágio.

Desafio!

Páginas 15 - 16

• Resposta aberta. No entanto, o aluno deve perceber que a leitura do texto fornece

subsídios para que ele responda negativamente, ao perceber que a atitude do senhor

Francisco é determinada, em grande parte, pelas circunstâncias em que vive.

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Páginas 16 - 17

1. Resposta aberta. Porém, os alunos devem compreender que as personagens eram

movidas, principalmente, pelas circunstâncias em que viviam (de extrema pobreza).

2. Resposta também aberta, mas deve haver o questionamento sobre as consequências

de responderem por estes atos e sobre as causas que as suas atitudes provocavam. É

preciso mostrar a importância da reflexão sobre a necessidade de termos sempre que

responder por nossos atos.

3. Resposta aberta. O argumento apresentado no filme é o de que a personagem do

cangaceiro não tivera escolha, dadas as circunstâncias em que vivera desde a

infância. Daí ele não poder ser responsabilizado pelos seus crimes, sendo, portanto,

absolvido.

Página 16

• Para o caso dos alunos que não puderam assistir ao filme e desenvolveram reflexão

sobre o artigo 5º da Constituição, tal reflexão deve contemplar problematização sobre

viabilidade prática dos direitos previstos em lei: quais os entraves que impedem essa

viabilidade? Um entrave que pode ser apontado como exemplo é o da má

distribuição de renda e o impedimento do acesso de grande parte da população aos

benefícios previstos legalmente e aos recursos materiais.

Página 17

Resposta aberta, mas o importante é orientar os alunos para que, ao argumentar e

justificar sua posição, eles dialoguem com o texto. É a possibilidade de decidir em

função da própria vontade, sem causa determinante alheia a essa vontade.

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GABARITO Caderno do Aluno Filosofia – 3a série – Volume 3

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Páginas 18 - 20

1. Segundo o texto e referência citada, livre-arbítrio é a possibilidade de decidir em

função da própria vontade, sem causa determinante alheia a essa vontade.

2. Porque do fato de Deus conhecer a ordem das causas que dão origem a todas as

coisas não se pode concluir que não há nada que dependa da vontade humana. Nossa

vontade também faz parte da ordem das causas conhecidas por Deus.

3. Porque, mesmo com a ajuda da graça divina, o homem é livre para escolher se vai

praticar o Bem ou o Mal. E isso vale também para os que estão predestinados à

salvação. Ou seja, para o homem se salvar não basta estar predestinado a isso. É

preciso, ainda, que ele escolha fazer o Bem. A predestinação, portanto, não é uma

necessidade. Ela depende também da vontade humana. Não fosse assim, não se

poderia responsabilizar o homem pelo erro ou pelo pecado.

4. Porque, se não há liberdade de escolha, a ação não pode ser julgada nem boa nem

má, e, portanto, não cabe punição nem recompensa.

Página 20

1. Resposta aberta, que exige do aluno reflexão e posicionamento, com explicitação de

argumentos em sua defesa. Mais ainda, o aluno precisa informar-se sobre a referida

lei que proíbe o fumo em ambientes fechados de uso coletivo.

Páginas 20 - 21

1.

a) Oriente os alunos a fazer uma consulta aos dicionários lá indicados por você.

Libertarismo é um termo circunstanciado no campo político e filosófico. Pode ser

entendido como autodeterminação e autocausalidade.

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7

b) Para orientar esta resposta, é preciso retomar as análises presentes no Caderno

do Professor, uma vez que os textos em destaque dos filósofos selecionados e os

textos dos autores do caderno possibilitam a construção desta resposta.

Do fato de Deus conhecer a ordem das causas que dão origem a todas as coisas não

se pode concluir que não há nada que dependa da vontade humana. Nossa vontade

também faz parte da ordem das causas conhecidas por Deus.

Mesmo com a ajuda da graça divina o homem é livre para escolher praticar o Bem ou

o Mal. E isso vale também para os que estão predestinados à salvação. Ou seja, para

o homem se salvar não basta estar predestinado a isso. É preciso, ainda, que ele

escolha fazer o Bem. A predestinação, portanto, não é uma necessidade. Ela depende

também da vontade humana. Não fosse assim, não se poderia responsabilizar o

homem pelo erro ou pelo pecado.

2. Para escolher uma das teses sugeridas, o aluno deve antes retomar as análises e os

textos estudados durante a Situação de Aprendizagem para, assim, construir seus

argumentos. Espera-se que ele revele autonomia ao optar por uma das teses. Não há

uma resposta correta, apenas a exigência de que argumente com base nas leituras.

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SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 3

O DETERMINISMO

Páginas 21 - 22

1. Resposta aberta. O objetivo, ao introduzir o estudo sobre o determinismo, é orientar

os alunos para que, ao responder, levem em consideração as suas próprias

experiências de vida, o que resultará numa melhor compreensão.

2. Resposta aberta, mas a intenção é provocar nos alunos o questionamento sobre como

elaboram os critérios com base nos quais eles fazem suas escolhas.

Desafio!

Páginas 22 - 23

Nesta resposta, espera-se ao menos um exemplo no qual alguém não se apresente

unicamente como vítima de determinada situação e também não se apresente com

liberdade absoluta para fazer o que quiser. Este exercício deve revelar o esforço da

busca de uma solução que demonstre que se deve evitar tanto a radicalidade da visão

determinista e quanto a radicalidade da visão de que o homem é livre para fazer tudo o

que deseja ou imagina.

Página 24

As informações sobre a Tragédia Grega podem ser encontradas com bastante

facilidade, mas o fundamental para esta pesquisa são alguns dados sobre a Antiguidade

Grega, sobretudo as informações do século V, a.C. A Tragédia apresentava os conflitos

sociais próprios da época, quer seja em termos das relações familiares, quer seja do

âmbito de poder mais amplo, da pólis. Por meio da Tragédia, os gregos falavam,

reconheciam e refletiam sobre seus conflitos.

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Desafio!

Página 24

1. O homem. Esta foi a resposta dada por Édipo à Esfinge.

2. Resposta aberta, porém o objetivo aqui é levar os alunos a um entendimento sobre as

questões próprias do tema “determinismo”, que será abordado nesta aula.

Página 25

1. Resposta aberta, mas o aluno deve visar a associação da questão do determinismo

com situações do cotidiano.

2. Peça aos alunos para tentar recuperar na memória esse tipo de situação e as

descrever, apresentando um posicionamento e a sua justificativa, que é sempre

interessante para o exercício da argumentação.

Páginas 26 - 28

1. A mensagem é a de que existe um destino previamente traçado, que não pode ser

evitado. Édipo, ao tentar escapar do seu destino, acaba indo diretamente ao encontro

dele.

2. Neste exercício, o objetivo é levar os alunos a se lembrar de situações do cotidiano

relacionadas a este tema, pois isso os ajudará na motivação para o estudo em questão.

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GABARITO Caderno do Aluno Filosofia – 3a série – Volume 3

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Páginas 29 - 31

1. Consiste em considerar Deus como o criador da ordem do mundo e o responsável

pela condução dos acontecimentos. Em outras palavras, o mundo possui uma ordem

racional que vem de Deus e que compreende tanto os acontecimentos quanto as

ações dos homens. De um modo geral, portanto, a doutrina da providência implica

negar a possibilidade da liberdade humana, pois ao homem cabe apenas adequar-se

aos desígnios divinos.

2. O homem é livre para fazer o que tem vontade, mas não é livre para escolher a

vontade, o desejo e a inclinação que tem. A vontade, o desejo e a inclinação do

homem derivam de outras causas, alheias a ele. Mais precisamente, derivam de uma

cadeia de causas, cuja origem está em Deus, que é a causa primeira de tudo. Assim,

as ações praticadas pelos homens derivam em parte de sua vontade (liberdade) e em

parte da providência divina (necessidade). Liberdade e necessidade, portanto, não

são, para ele, incompatíveis.

Páginas 31 - 32

1. Resposta aberta. O objetivo desta questão é levar os alunos a compreender, por meio

da linguagem da poesia, elementos do cotidiano relacionados ao tema da providência

para auxiliá-los na discussão. O verso Diz que Deus dará é exemplar para pensar o

que o senso comum tem de conhecimento sobre o tema estudado.

2. Outra resposta aberta, em que o objetivo é levar os alunos a questionar (“e se Deus

não dá”) a tese da providência, que atribui a Deus a causa de certas situações, mas

estas decorrem, na verdade, da forma como a sociedade se organiza (“Na barriga da

miséria”; “pobre coisica”; “cara fraco, desdentado e feio”; “Pele e osso

simplesmente, quase sem recheio”; “fugir da polícia”).

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Página 32

1. Neste exercício, oriente os alunos para que façam uma retomada dos textos

analisados nesta Situação de Aprendizagem e pesquisem na internet e nos dicionários

disponíveis em sua escola. Determinismo pode ser entendido como a teoria segundo

a qual todos e cada um dos acontecimentos do universo estão submetidos a um

sistema de causas e efeitos necessários - mesmo aqueles fatos que parecem, de algum

modo ilusório, ser resultado da liberdade e da vontade.

2. É importante lembrar que, segundo Hobbes, as ações praticadas pelos homens

derivam em parte de sua vontade (liberdade) e em parte da providência divina

(necessidade). Liberdade e necessidade, portanto, não são, para ele, incompatíveis.

3. A redação em resposta a este exercício deve registrar o esforço do aluno ao reler os

autores estudados e ao analisar, por meio da comparação, os conceitos-chave, como

libertarismo e determinismo. Mostre a importância da referência aos autores para a

superação do senso comum e para auxiliar na argumentação elaborada no processo

de comparação.

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SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 4

A CONCEPÇÃO DIALÉTICA DA LIBERDADE

Páginas 34 - 37

1. O objetivo dessa questão é introduzir as discussões desta Situação de Aprendizagem

4 baseando-se num elemento do cotidiano dos alunos (a música). O importante,

então, é a construção de imagens que aproximem o aluno do tema dialética. A

relação entre este tema e a música está na ideia de que tudo flui, tudo muda, tudo é

movimento (o devir).

2. Num sentido mais geral, a palavra está associada à ideia de um todo formado por

partes que se opõem, em constante conflito, e que por meio da contradição vai

provocar uma transformação nestas partes e dar origem a um novo todo. Assim, uma

aula expositiva com base nos textos do Caderno do Professor pode ajudar os alunos a

apropriar-se desse conceito de forma rigorosa, tendo em vista a contribuição dos

autores destacados.

3. Para Heráclito, nada é imóvel, imutável, permanente; ao contrário, tudo está em

movimento, tudo muda, tudo flui, tudo se transforma, tudo é devir. Por isso: “Não se

pode entrar duas vezes no mesmo rio”, porque tanto as águas quanto a pessoa que

nelas entra novamente já não são as mesmas. Peça aos alunos que se manifestem e

deem seus posicionamentos a respeito da visão do filósofo.

4. Em linhas gerais, para Sócrates e Platão, a palavra “dialética” designava certo modo

de discutir ou dialogar, cujo objetivo era explicitar as contradições presentes no

raciocínio dos interlocutores, com a finalidade de superar as divergências das

opiniões de cada um e atingir um conhecimento comum verdadeiro.

5. A dialética de Hegel é identificada pela palavra “idealista”, ou “idealismo”. Segundo

esse ponto de vista, a trajetória humana e sua transformação têm como desígnio o

aperfeiçoamento do espírito. A palavra “dialética”, na obra de Marx e Engels, é

associada à palavra “materialista”, ou materialismo, por entender que a trajetória

humana e sua transformação resultam no aperfeiçoamento das relações humanas na

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existência material, na transformação da natureza e da sociedade para construção de

igualdade.

6. A frase denota a concepção materialista e dialética dos autores, para os quais as

transformações na sociedade humana, verificadas ao longo da história, ocorrem por

força das contradições a ela inerentes, como, por exemplo, a contradição entre as

classes sociais. Dessa forma, as duas classes sociais fundamentais do capitalismo, a

burguesia e os trabalhadores, estão sempre em contradição, em luta.

Páginas 37 - 39

1. Significa que, na concepção do materialismo histórico dialético, o homem não pode

ser concebido como um ser abstrato, isolado, destacado do mundo concreto em que

vive (como faz, por exemplo, o libertarismo), visto que ele é, em grande parte,

determinado pelas circunstâncias em que vive (mas não de modo absoluto, como

quer o determinismo).

2. Ao se afirmar que o homem tem um papel ativo na determinação das circunstâncias

em que vive (liberdade), ainda que ele seja determinado, em grande medida, por

estas circunstâncias. Não se trata, porém, de uma determinação absoluta

(determinismo), assim como a sua liberdade para interferir nas circunstâncias

também não é absoluta.

Páginas 39 - 40

Para esta discussão, peça aos alunos que retomem as reflexões sobre liberdade e

destaquem em cada poesia as palavras, frases que sugerem a concepção de liberdade,

justificando sua escolha. Este é um exercício bastante proveitoso, pois exige a

transferência de conceitos do discurso filosófico para o discurso poético, permitindo ao

aluno que revele seu entendimento sobre o tema.

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Página 40

1. É importante apresentar o conceito de ação recíproca para os alunos. Este conceito

questiona o determinismo, pois leva em conta que as partes de um todo se relacionam

reciprocamente, em determinação mútua, sem que nenhuma delas responda

isoladamente pelas características deste todo. O conceito de ação recíproca, em

termos da natureza, sugere que todos os seres estão inter-relacionados,

determinando-se mutuamente e, em termos da sociedade humana, todos os homens

são responsáveis pelas construções humanas.

2. Oriente os alunos para que, depois de retomar os textos em detalhes dos autores

estudados, destaquem uma ideia central que caracterize a concepção de dialética em

cada um deles. Para Heráclito (séculos VI e V a.C.), filósofo grego, nada é imóvel,

imutável, isto é, nada permanece aquilo que é; ao contrário, tudo está em movimento,

tudo muda, tudo flui, tudo se transforma, tudo é devir. O motor dessa transformação

é a contradição que está contida em todas as coisas. Isso quer dizer que no interior de

cada coisa há forças opostas em luta entre si e que fazem com que ela deixe de ser o

que é e se torne outra coisa. No tempo de Sócrates e Platão, a palavra “dialética”

designava um certo modo de discutir ou dialogar que tinha por objetivo explicitar as

contradições presentes no raciocínio dos interlocutores, a fim de superar as

divergências das opiniões particulares e atingir o conhecimento verdadeiro. Este

sentido é mais próximo do etimológico, pois dialética vem do termo grego dialektkê

que significa “arte de discutir e usar argumentos lógicos” (dicionário HOUAISS). Ao

longo da história da Filosofia, inúmeros filósofos fizeram uso do conceito de

dialética, atribuindo a ele diferentes conotações, mas sempre enfatizando o aspecto

da contradição. Esta, portanto, constitui um elemento fundamental na perspectiva

dialética. Mas quem de fato sistematizou a dialética como método de interpretação da

realidade foi um filósofo alemão idealista dos séculos XVIII e XIX chamado Georg

Wilhelm Friedrich Hegel. Hegel concebe a história como um processo que resulta

das contradições presentes no pensamento. Marx absorve o núcleo dialético do

pensamento hegeliano, mas confere a ele um caráter materialista. Para ele, a

realidade, o mundo, a sociedade também estão permeados por contradições, mas

estas não derivam do pensamento, e sim do modo como os homens produzem a sua

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existência material e do tipo de relações sociais que estabelecem entre si nesse

processo produtivo. Assim, para Marx e Engels não é o pensamento que,

organizando-se de forma contraditória (tese, antítese e síntese), produz a realidade

material, mas sim a realidade que, por força das contradições nela inerentes (como a

luta de classes, por exemplo) gera as diferentes formas de pensamento.

3. Mais uma oportunidade para a releitura dos textos e as reflexões propostas neste

Volume, porém voltadas para a visão dialética de liberdade. O aluno deve retomar a

concepção sobre o libertarismo e o determinismo e apresentar as possibilidades de

superação, esta, no entanto, analisada à luz dos textos sobre dialética e liberdade.