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Caro(a) aluno(a), Você está recebendo o último Caderno de 2009. Mais uma vez você vai encontrar desafios e seguramente vai vencê-los com os conhecimentos e as habilidades que desenvolveu ao longo deste ano. Continue aproveitando todas as oportunidades de aprendizagem que seus professores lhe oferecerem, fique atento às explicações, exponha suas dúvidas, faça perguntas, busque respostas, participe das aulas dando sua opinião. Dessa forma você e seus colegas podem aprender mais. Tente fazer todas as atividades propostas. Se você errar, não desista, porque para aprender é preciso tentar e o erro faz parte do processo de aprendizagem de todos nós. E quando surgirem dificuldades, o melhor a fazer é pedir ajuda ao professor, que sempre poderá retomar explicações e conteúdos estudados. Em muitos casos, seus colegas poderão ajudá-lo a solucionar as dúvidas que surgirem. Valorize cada conquista que fizer. Saiba que tudo o que você realmente aprendeu, além de ajudá-lo a avançar em seus estudos, vai acompanhá-lo pela vida afora. Com este Caderno conclui-se um ciclo de aprendizagens. Acreditamos que, ao terminá-lo, mais uma vez você vai se sentir satisfeito e recompensado por ter vencido mais uma etapa em sua vida escolar. Parabéns pelo esforço! Certamente você ganhou em conhecimento e autonomia. Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas – CENP Secretaria da Educação do Estado de São Paulo GEO_3s_VOL4_CAA.indd 1 18/9/2009 12:09:45

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Caro(a) aluno(a),

Você está recebendo o último Caderno de 2009. Mais uma vez você vai encontrar desa�os e seguramente vai vencê-los com os conhecimentos e as habilidades que desenvolveu ao longo deste ano.

Continue aproveitando todas as oportunidades de aprendizagem que seus professores lhe oferecerem, �que atento às explicações, exponha suas dúvidas, faça perguntas, busque respostas, participe das aulas dando sua opinião. Dessa forma você e seus colegas podem aprender mais.

Tente fazer todas as atividades propostas. Se você errar, não desista, porque para aprender é preciso tentar e o erro faz parte do processo de aprendizagem de todos nós.

E quando surgirem di�culdades, o melhor a fazer é pedir ajuda ao professor, que sempre poderá retomar explicações e conteúdos estudados. Em muitos casos, seus colegas poderão ajudá-lo a solucionar as dúvidas que surgirem.

Valorize cada conquista que �zer. Saiba que tudo o que você realmente aprendeu, além de ajudá-lo a avançar em seus estudos, vai acompanhá-lo pela vida afora.

Com este Caderno conclui-se um ciclo de aprendizagens. Acreditamos que, ao terminá-lo, mais uma vez você vai se sentir satisfeito e recompensado por ter vencido mais uma etapa em sua vida escolar.

Parabéns pelo esforço! Certamente você ganhou em conhecimento e autonomia.

Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas – CENPSecretaria da Educação do Estado de São Paulo

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!? SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 1

OS FLUXOS MATERIAIS

Para começo de conversa

Leia o texto a seguir e responda às questões:

Os fluxos de transporte

Ao longo do século XX, os meios de transporte passaram a ser bem mais rápidos, en-curtando as distâncias entre os continentes. No início do século XX, o transporte de mer-cadorias e de pessoas era realizado por navios que faziam o percurso entre Londres e Nova Iorque em sete dias. Até 2003, era possível realizar esta mesma viagem, utilizando aviões supersônicos, em três horas e meia. Hoje, em virtude de problemas de segurança de voo – e, também, ambientais –, esses aviões não estão mais operando em voos comerciais, sendo usados apenas em operações militares. Mesmo assim, essa aceleração tem um papel funda-mental, ao ampliar as redes de comércio mundial, com a distribuição de produtos e peças a todos os cantos do mundo. Tanto a rapidez quanto o volume de mercadorias atingiram uma escala global. Produtos feitos na China, por exemplo, são embarcados e vendidos no Brasil, na França e no Paraguai, simultaneamente.

Fonte: KRAJEWSKI, Angela Corrêa. O trabalhador, as tecnologias e a globalização. In: MEC; Inep. Ciências humanas e suas tecnologias – Livro do estudante: ensino médio: Encceja. Brasília: MEC/Inep, 2002. p. 171-172. Adaptado.

1. Em que medida a modernização do sistema de transporte pode agilizar a distribuição de merca-dorias e contribuir para a diminuição dos custos finais de produção?

2. Tomando por base as mercadorias apresentadas na listagem abaixo, identifique quais meios de transporte são os mais adequados para transportá-las e distribuí-las até o seu destino final, con-siderando a logística do sistema de transportes e o custo desse sistema no Brasil.

a) Soja

b) Aço para exportação

c) Distribuição interna de petróleo

d) Peças de computador

e) Alimentos industrializados

1. Marítimo

2. Oleoduto

3. Aeroviário

4. Ferroviário

5. Rodoviário

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Leia o texto a seguir e responda às questões propostas.

Fluxos materiais e imateriais

Angela Corrêa da Silva

Os meios de transporte, o comércio e a distribuição de mercadorias representam exemplos de fluxos materiais, pois essa gama de objetos possui materialidade e volume. Os sistemas técnicos que dão fluidez ao espaço geográfico não são os únicos incorporados ao território de um país no mundo moderno. Na atualidade, o avanço das tecnologias da comunicação e da informação delineou uma gama variadíssima de novos sistemas responsáveis por dar corpo aos denominados fluxos imateriais. Para o sociólogo Manuel Castells, esta imaterialidade manifes-ta-se pela enorme gama de transações por meio da telefonia e da internet, principais respon-sáveis pela disseminação da comunicação e da informação. A telefonia e a internet podem ser consideradas o verdadeiro tecido de nossas vidas, pois, atualmente, a tecnologia da informação provocou mudanças tão significativas quanto a eletricidade o fez na era industrial.

Na verdade, ao analisar as dinâmicas desses fluxos, chegamos à conclusão de que há uma interdependência total entre esses inúmeros sistemas: a base material de grande parte do sis-tema produtivo não funcionaria hoje sem os sistemas que dão virtualidade ao espaço. Como exemplo, podemos assegurar que uma parcela considerável da logística dos sistemas de trans-porte e distribuição de mercadorias está intimamente ligada à rede de conexões on-line, o que agiliza a distribuição de bens pela internet, acelerando os mais diferentes fluxos de distribuição. Dessa forma, é possível afirmar que os fluxos materiais e imateriais ligam-se à mesma teia, for-mando uma grande rede relacional “energizada” pela internet, que disponibiliza uma enorme variedade de transações tanto econômicas quanto culturais.

Elaborado especialmente para o São Paulo faz escola.

1. Diferencie os fluxos materiais dos imateriais.

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2. Apresente exemplos representativos da interdependência entre os fluxos materiais e imateriais.

3. Cite exemplos de transações econômicas e culturais disponibilizadas pelos fluxos imateriais e que influem diretamente na vida de cada um de nós.

1. Leia o texto a seguir e elabore uma síntese destacando as principais ideias nele apresentadas.

O espaço geográfico como sistema técnico

Jaime Oliva e Angela Corrêa da Silva

As diversas habilidades humanas concretizadas pelo saber-fazer de cada um de nós foram classificadas ao longo do tempo como “técnica”. Originária do termo grego tekhné, refere-se à capacidade de atuar na vida social, nos seus mais diferentes aspectos – tanto no que se refere à sustentação material da vida, exemplificada pela produção, quanto em relações sociais, como atividades artísticas, culturais ou esportivas. As técnicas permeiam a vida social humana no seu conjunto, desde o momento em que se formaram as primeiras sociedades. Sem elas, não seriam possíveis as interações sociais. Assim, as técnicas são elementos componentes e consti-tuintes das sociedades.

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Historicamente, as técnicas antecederam as ciências. Uma de suas principais características é constituir-se em objetos. Vale a pena lembrar que objeto não é simplesmente uma determinada coisa. O sentido aqui atribuído ao termo refere-se a tudo o que é concebido pelo ser humano para ter uma função. Se você procurar a definição de “objeto” em um dicionário, encontrará a seguinte explicação: toda coisa material que pode ser apreendida pelos sentidos. E todos os objetos são feitos com o uso de técnicas. Portanto, todos os objetos são técnicos.

Com base nessas definições, pode-se concluir que o espaço geográfico é constituído de uma grande quantidade de objetos técnicos. Uma estrada é um objeto técnico, assim como uma in-dústria também o é (ou, melhor ainda, é um conjunto coerente de objetos técnicos).

Ao aprofundar um pouco mais a reflexão sobre os resultados da presença de objetos técnicos no espaço geográfico, concebe-se este como espaço relativo, opondo-se à ideia de espaço absoluto. Ao contrário do espaço absoluto, o espaço relativo não é um vazio ou extensão que vai sendo preen-chido e que a tudo contém. Inspirado nas teorias relativistas de espaço de Leibniz e de Einstein, por exemplo, ele é tido como concreto, onde a matéria está sempre presente – mesmo que só na forma de energia – e em constante mutação. Deriva daí a ideia de que o espaço está em expansão, e de que suas leis variam conforme a relação entre as coisas materiais que o constituem. Logo, as coisas materiais estão em interação, e não apenas ocupando um lugar no espaço.

Assim, transportando a concepção de espaço relativo para o campo da Geografia, pode-se dizer que os objetos técnicos introduzidos no espaço geográfico passam a constituí-lo, e não apenas ocupam lugares. Um exemplo: a introdução de uma usina hidrelétrica em uma área qualquer de um espaço muda as relações existentes entre todos os objetos que o compunham anteriormente. Agora esse espaço não pode mais ser entendido sem a usina hidrelétrica. O espaço geográfico dessa área contém uma usina hidrelétrica e todas as modificações ocasionadas por ela. Desse modo, a usina não é um objeto externo ao espaço geográfico; ela não está no espaço, ela é espaço. Esse raciocínio é de fundamental importância para que se compreenda o mundo em que vivemos.

Meio técnico-científico-informacional

Em muitos casos, os termos “técnica” e “tecnologia” são utilizados como sinônimos. Porém, eles não são a mesma coisa e, portanto, é fundamental fazer essa distinção. Diferentemente de “técnica”, o termo “tecnologia” resulta da junção das palavras gregas tekhné e logos. Considerando apenas o termo tekhné, o seu sentido estará restrito às habilidades manuais, ou seja, ao saber-fazer. Com a inclusão do logos, que significa discurso ou pensamento organizado, o termo “tecnologia” sugere o pensamento organizado sobre as técnicas. Mas, como a maioria dos conceitos, a tecnologia teve diversos significados ao longo da história. Hoje essa palavra nos remete à eletrônica, à informática, a satélites, a robôs e a outras coisas do gênero. Muitos adjetivos são adicionados para qualificá-la – tecnologia de ponta, limpa, alternativa, destrutiva e outras. Mas o que é de fato tecnologia?

Para o historiador brasileiro Ruy Gama, a tecnologia pode ser considerada como uma forma científica de sistematizar os conhecimentos relacionados às técnicas. Existe no mundo moderno um desenvolvimento de técnicas que resulta da ciência institucionalizada (pesquisa científica sistemati-zada). Logo, na atualidade, a ciência, mudando o curso da história, vem antes da técnica. A tecnolo-gia não deixa de ser técnica, mas sua origem está intimamente ligada à pesquisa científica.

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De forma resumida, as técnicas são um saber-fazer aprendido na prática e transmitido de geração em geração no interior da vida cotidiana, enquanto as tecnologias representam um saber vinculado à ciência moderna.

Destacamos no início deste texto que o espaço geográfico é, em grande medida, consti-tuído por objetos técnicos. Pode ser considerado um meio técnico. Ocorre que esses objetos técnicos podem ser produto tanto da técnica no sentido restrito como das tecnologias modernas. O predomínio de um tipo de objeto sobre outro, ou melhor, a trama que resulta desse conjunto de objetos técnicos de origem distinta é uma das bases explicativas das diferenças regionais.

A virada do século XX para o XXI constituiu-se um momento único e especial da história da humanidade, pois foi a primeira vez que o planeta, em sua totalidade, passou a se apresentar aos nossos olhos de forma simultânea. O ser humano adquiriu a possibilidade de conhecer o conjunto dos recursos naturais e de acompanhar as transformações em todos os territórios quase no mesmo instante em que elas estão acontecendo.

Esse quadro inédito de conhecimento deve-se ao fato de o espaço geográfico estar recebendo cada vez mais objetos tecnológi-cos, organizados como sistemas articulados e dependentes entre si. Assim se faz, por exem-plo, o sistema tecnológico de telecomunica-ções, estruturado com base em um conjunto complexo de aparelhos e instalações que vão até a órbita terrestre (e que inclui cabos ma-rítimos e terrestres, torres de transmissão, satélites etc.). A própria atmosfera está hoje ocupada e controlada pelo engenho técnico humano, como mostra a imagem dos detri-tos espaciais em volta da Terra.

Portanto, o conhecimento global do pla-neta é um dos aspectos-chave na virada do sé-culo. Ele se harmoniza com outros elementos de nossa época, tais como a globalização – marcada pela transnacionalização de setores hegemônicos da economia e dos territórios (espaços globalizados) e por um extraordinário aumento da escala geográfica das relações humanas. Todos esses fenômenos se ancoram em uma verdadeira revolução técnico-científica, que vem se generalizando intensamente após a 2a Guerra Mundial. Por intermédio das empresas transnacionais e de alguns países, valores maciços de capital são investidos na pesquisa científica, com o objetivo de aplicar seus resultados no sistema produtivo e em todos os seus subsis-temas de apoio. São exemplos o conhecimento das fontes de matérias-primas, o controle das infor-mações, das comunicações e dos transportes etc. É por essa razão que podemos afirmar que estamos vivendo um período técnico-científico.

O sistema produtivo global baseado nas tecnologias modernas induz uma organização do espaço geográfico com grande conteúdo técnico-científico. A característica essencial desses espaços é sua capacidade de estar articulados a pontos territoriais das empresas localizadas em

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Representação gráfica dos detritos espaciais em volta da Terra, c. 1989.

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outros extremos do planeta. Logo, passa a ser capaz de emitir e receber informações estratégicas de todos os tipos – científicas, financeiras, políticas etc. Essa é uma das razões pela qual o geó-grafo Milton Santos identificou esses espaços como meio técnico-científico-informacional. Essa é a tendência para a qual caminha a organização do espaço geográfico. Em outras palavras, o espaço foi transformado em um grande sistema técnico com alto teor de ciência e informação.

Sem esse entendimento do espaço como sistema técnico, ao mesmo tempo suporte e condi-cionante das interações socioeconômicas em um dado território, as análises geográficas ficam empobrecidas. Fecha-se a porta para se perceber modificações que esse aumento de tecnolo-gia produz no espaço geográfico, alterando a nossa própria percepção de tempo e de espaço. Tem-se a sensação de que o espaço estaria “diminuindo”, pois as velocidades para percorrê-lo e travar relações são enormes, atingindo em alguns casos a instantaneidade. De que os tempos de hoje estão acelerados, estabelecendo de certo modo uma tirania da rapidez. Mas por que tira-nia? Porque os meios para atuar com maior rapidez e velocidade nas relações socioeconômicas são acessíveis a poucos, sendo, portanto, fonte de poder e dominação.

Elaborado especialmente para o São Paulo faz escola.

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2. Considerando o que foi apresentado no texto, diferencie objetos técnicos de objetos tecnológicos, utilizando exemplos para isso.

3. Em uma entrevista, o geógrafo Milton Santos afirmou que “o homem criou um tempo mais rápido que o tempo do próprio homem”.

Considerando o que você aprendeu até agora sobre o meio técnico-científico-informacional, elabore uma explicação para a frase de Milton Santos.

4. Qual a intenção dos autores do texto ao afirmarem que a aceleração dos tempos atuais estabelece uma tirania da rapidez?

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1. Analise os exemplos apresentados no quadro abaixo e apresente um rol de sistemas técnicos e tecnológicos que compõem os fluxos materiais e imateriais.

Fluxos do Meio Técnico-Científico-Informacional

Fluxos materiais

– Fluxos de transportes e comércio, considerando desde a distribuição e o consumo em geral até o comércio de drogas ilícitas: aspecto perverso da globalização, que movimenta também a população de vários países.

Fluxos imateriais

– Fluxos de informação e comunicação: responsáveis por uma nova quali-dade de comunicação entre os povos, com grandes impactos culturais no mundo, como, por exemplo, toda a rede tecnológica ligada à internet e à telefonia.

– Fluxos financeiros: junto com os fluxos de informação, constituem os dois maiores motores da globalização atual e causam grande desordem em boa parte das regiões mais desprotegidas economicamente.

Fonte: Elaborado especialmente para o São Paulo faz escola.

Sistemas Técnicos e Tecnológicos

Fluxos materiais

Fluxos imateriais

Leitura e Análise de Quadro, Tabela e Mapa

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2. Com base na tabela abaixo, analise o comportamento das exportações de mercadorias no mundo no período de 1948 a 2007, destacando o crescimento real em cada um dos períodos.

Evolução das Exportações de Mercadorias – totais mundiais (em bilhões de dólares)

1948 1963 1973 1983 1993 2003 2007

59 157 579 1 838 3 675 7 375 13 619

Mundo: evolução das exportações de mercadorias, totais mundiais (em bilhões de dólares), 1948-2007. Fonte: WORLD TRADE ORGANIZATION. International trade statistics 2008. Genebra: WTO Publications, 2008. p. 10. Disponível em: <http://www.wto.org/english/res_e/statis_e/its2008_e/its2008_e.pdf>. Acesso em: 26 ago. 2009.

3. Observe a tabela abaixo:

Exportação de Mercadorias – totais mundiais (em %)Região 1993 2007

América do Norte 18,0 13,6Américas do Sul e Central 3,0 3,7Europa 45,4 42,4Comunidade dos Estados Independentes 1,5 3,7África 2,5 3,1Oriente Médio 3,5 5,6Ásia e Oceania 26,1 27,9Total 100,0 100,0

Mundo: exportação de mercadorias por regiões (em %), em 1993 e 2007. Fonte: WORLD TRADE ORGANIZATION. International trade statistics 2008. Genebra: WTO Publications, 2008. p. 10. Disponível em: <http://www.wto.org/english/res_e/statis_e/its2008_e/its2008_e.pdf>. Acesso em: 26 ago. 2009.

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a) Com base nos dados da tabela, quais regiões são responsáveis pelos maiores fluxos de comércio no mundo e quais as que apresentaram crescimento na exportação entre 1993 e 2007?

b) Quais são as possíveis correspondências que podem ser feitas entre os dados da tabela e o mapa a seguir?

2 973

22

23

64

742

1 201

55 39

193308

249

39

75

45

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2510

399

98

64

105

417

129 881

255

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367

216

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7

15

4

43

93

533

3971

9517

4

5

EUROPA

AMÉRICADO NORTE

ÁSIA

ÁFRICA

ORIENTEMÉDIO

AMÉRICASDO SUL

E CENTRAL

CEI

EUROPA ÁSIAAMÉRICA

DO NORTEORIENTE

MÉDIO

dados de 2004

As setas abaixo permitem comparar os �uxos inter-regionais (setas no mapa) com os �uxos internos de cada região, que, para facilitar a leitura, foram representados por círculos proporcionais.

intrarregional (superfície dos círculos)

Comércio de mercadorias(bilhões de dólares)

inter-regional (espessura das setas)

As linhas pontilhadas representamvalores inferiores a 20 bilhões de dólares

Fonte: Organização Mundial do Comércio (OMC), http://www.wto.org/

com dados de Questions internationales, « Mondialisation et inégalités », 22, novembro-dezembro 2006.

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Comércio mundial de mercadorias, 2004

Mundo: comércio de mercadorias, 2004. Fonte: DURAND, M.-F. et al. Atlas de la mondialisation. Édition 2008. Paris: Presses de Sciences Po, 2008. p. 105.

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Considerando as duas imagens a seguir, explique a diferença nos processos de estocagem e transporte dos produtos envolvidos.

Porto de Roterdã, na Holanda, 2001. Nos portos dos países desenvolvidos, a grande movimentação de contêineres é a indicação de que maiores quan-tidades de mercadorias com alto valor agregado são transportadas.

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Carregamento de milho no Porto de Vitória (ES), em 2000. Os portos marítimos dos países em desenvolvimento são, ao mesmo tempo, a porta de entrada de produtos com alto valor agregado e a porta de saída de grandes quantidades de produtos primários, de baixo valor agregado.

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Fuvest – 2a fase/2004 – Considerando a rede mundial de computadores, inovação tecnológica contemporânea das mais importantes, explique as afirmações:

a) A integração econômica global é facilitada pelo uso das mesmas técnicas...

b) ...contudo, integrar não significa incluir a todos.

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SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 2 FLUXOS DE IDEIAS E INFORMAÇÃO

Para começo de conversa

Com base na imagem a seguir, qual o significado que se pode deduzir acerca da expressão “sociedade da informação”? Quais impactos podem ser considerados como representativos de sua influência na cultura e na economia mundiais?

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Representação gráfica dos detritos espaciais em volta da Terra, c. 1989.

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Leia o texto, analise o gráfico e o infográfico e observe a imagem apresentados a seguir.

Os fluxos de informação

Assim como os meios de transporte ampliaram os fluxos de mercadorias, outro setor con-tribuiu de modo decisivo para a ampliação dos fluxos de informação. Desde a propagação de mensagens a distância, por meio do telégrafo, até o surgimento da internet, uma grande variedade de novas tecnologias foi incorporada ao nosso dia a dia, provocando mudanças sig-nificativas em nosso modo de viver e produzir.

Em meados do século XX, as famílias se reuniam em volta do rádio para ouvir as notícias e os últimos sucessos musicais. Os programas eram ao vivo e não era possível, como hoje, ad-quirir um CD dos cantores da época ou, muito menos, baixar hits pela internet. Grande parte das notícias chegava aos ouvintes com um ou dois dias de defasagem entre o acontecimento e sua divulgação. Hoje chegam simultaneamente às pessoas no mundo todo!

Com o surgimento da televisão muita coisa mudou. Primeiramente, foi possível ver ima-gens dos acontecimentos, assim como assistir aos programas dos artistas conhecidos.

Muitas pessoas que hoje se encontram na faixa dos 50 a 60 anos devem se lembrar das primeiras imagens coloridas na telinha! Grande sucesso! Nessa época, as pessoas diziam: “Será que algum dia haverá a possibilidade de gravar os programas para assisti-los posteriormente?”

Alguns anos depois, surgiu o videocassete, para atender a mais esse sonho!Em 1969, o Brasil foi integrado ao sistema mundial de comunicações por satélite, permi-

tindo a milhões de brasileiros acompanhar a chegada do homem à Lua!De lá para cá, a evolução das transmissões tornou-se tão surpreendente que o mundo pôde

acompanhar, on-line, ou seja, ao mesmo tempo, a tragédia que ocorreu no dia 11 de setembro de 2001, quando um comando terrorista lançou aviões contra as torres gêmeas do World Trade Center, em Nova Iorque, e o edifício do Pentágono, em Washington, nos Estados Unidos!

Há décadas, falar ao telefone era uma aventura, principalmente quando se necessitava fazer algum interurbano. Atualmente, as linhas fixas e os celulares se pulverizaram! A comunicação por telefone é instantânea, o que agilizou a comunicação entre as pessoas. Mas é importante ressaltar que uma parte significativa da população mundial ainda não tem acesso a esse meio de comunicação. “Há mais telefones na ilha de Manhattan do que em toda a África, ao sul do Saara!” Essa frase, dita pelo ex-presidente da África do Sul (1999-2008), Tabo M’Beki, permite-nos compreender a desigualdade na distribuição dos recursos tecnológicos. A desi-gualdade também pode ser constatada ao se levar em conta o Relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento de 1999: “As barreiras geográficas podem ter caído para as comunicações, mas emergiu uma nova barreira, uma barreira invisível, que é como a ampla rede mundial de computadores – a internet –, envolve os que estão ligados a ela e, silenciosa-mente – quase imperceptivelmente –, exclui o resto”.

Fonte: KRAJEWSKI, Angela Corrêa. O trabalhador, as tecnologias e a globalização. In: MEC; Inep. Ciências humanas e suas tecnologias – Livro do estudante: ensino médio: Encceja. Brasília: MEC/Inep, 2002. p. 172-173. Adaptado.

Leitura e Análise de Imagem, Texto, Gráfico e Infográfico

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O meio natural transformando-se em meio técnico-científico e em meio técnico-cientí-fico-informacional: traçada sobre antigos caminhos das tropas de bandeirantes, a atual Rodovia dos Bandeirantes, no Estado de São Paulo, abriu passagem para a infovia das redes de fibra óptica. São Paulo (SP), 1999.

Mundo: taxa de penetração da internet, por regiões. Fonte: Internet World Stats. Disponível

em: <http://www.internetworldstats.com>. Acesso em: 8 set. 2009.

Invenções que ajudaram o desenvolvimento do meio técnico-científico-informacional.

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Fotografia 1727-1839

Bomba atômica 1939-1945

Circuito integrado 1958-1961

Rádio 1867-1902

Telefone 1820-1876

Radar 1925-1940

Transistor 1948-1953

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Com base no texto, no gráfico, no infográfico, na imagem e em seus conhecimentos, responda às questões a seguir:

1. Considerando o que foi apresentado no texto acerca das mudanças ocorridas na vida das pessoas depois do advento das novas tecnologias, acrescente situações vivenciadas por você e que exem-plifiquem mudanças nas formas como você se comunica com outras pessoas.

2. Estabeleça relações entre o texto, o gráfico “Mundo: taxa de penetração da internet, por regiões” e a expressão “tirania da rapidez”, discutida anteriormente.

3. A frase do ex-presidente sul-africano, Tabo M’Beki, a respeito de haver mais telefones na ilha de Manhattan do que em toda África Subsaariana, revela uma:

a) desigual distribuição dos objetos técnicos nos diversos países do mundo.

b) concentração de telefones apenas na ilha de Manhattan, em Nova Iorque.

c) inexistência de meios de comunicação nas áreas urbanas do mundo.

d) existência de telefones apenas em áreas urbanizadas do mundo.

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Leia o texto a seguir:

Internet e inclusão socialAngela Corrêa da Silva

No início de 2009, favorecidos pela disponibilização de uma super banda larga, milhares de jovens representantes da classe média brasileira aproveitaram para ampliar contatos e se divertir na Campus Party Brasil 2009. Também presentes, donos de lan houses espalhadas pelo Brasil reuniram-se para discutir formas de ampliar seus negócios e atender ao crescente mercado por acesso à internet nas classes C e D. De acordo com a Associação Brasileira de Centros de Inclusão Digital (ABCID), existem atualmente no Brasil cerca de 90 mil lan houses! Desde 2007, essas microempresas, muitas delas informais, são responsáveis por 49% dos acessos à internet, enquanto 40% são realizados em residências particulares. A importância das lan houses na região Nordeste do país é assustadora: elas respondem por cerca de 70% dos acessos on-line. E, de acordo com o último recenseamento feito pela ABCID, 78% dos usuários entrevistados ganham até R$ 380,00 por mês.

Apesar de muitas pessoas imaginarem que as lan houses servem apenas para jovens adoles-centes da periferia participarem de torneios de jogos on-line, uma pesquisa etnográfica sobre a influência exercida pelo uso das tecnologias digitais na população de baixa renda, realizada pela antropóloga e professora da Escola Superior de Propaganda e Marketing do Rio de Janeiro, Carla Barros, desmistificou essa crença. Segundo a pesquisa, já existe uma enorme familiaridade dessa população com a vida digital, e a maioria dos acessos é realizada com o intuito de participar em redes sociais, salas de bate-papo, envio de emails e de currículos e como forma de se comunicar com familiares residentes em outras regiões ou municípios.

De acordo com os trabalhos coordenados pela antropóloga Carla Barros, entre as camadas popu-lares a tecnologia virtual auxilia a reforçar os vínculos entre as pessoas. Desse modo, o Orkut é utilizado como um meio eficaz para encontrar parentes que vivem em outras cidades ou estados ou mesmo como uma forma de comunicação sem custos para falar com parentes que moram fora do país. A utilização do Orkut facilitou e ratificou o reconhecimento da comunidade e o seu papel social. Nesse sentido, é possível reconhecer que a rede social é o primeiro módulo para a pessoa entrar na vida digi-tal, sendo, portanto, considerado como uma espécie de porta de entrada para a internet. Também foi possível diagnosticar que, durante o dia, as lan houses transformam-se no espaço de adolescentes inte-ressados em games ou para realizar pesquisas escolares. À noite, o público é mais velho e diversificado, e os interesses estendem-se para o uso do Orkut, do YouTube, da busca por música em mp3 e para acessar e-mails e enviar documentos. Como se pode perceber, as lan houses assumem um importante papel como difusoras da inclusão digital no Brasil, papel que deveria ser assumido pelo Estado brasileiro. Referências

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CENTROS DE INCLUSÃO DIGITAL. Site oficial <http://abcid.com.br/site/>. Acesso em: 15 set. 2009.NOW!DIGITAL Business. Entrevista: Carla Barros e a revolução das lan houses nas periferias. Ideia 2.0 – o blog do Digital Age. Disponível em: <http://idgnow.uol.com.br/internet/ideia20/archive/2008/09/23/entrevista-carla-barros-e-a-revoluo-das-lan-houses-nas-periferias/>. Acesso em: 15 set. 2009.

Elaborado especialmente para o São Paulo faz escola.

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1. Em sua opinião, qual a diferença entre comunicação e informação?

2. Do seu ponto de vista, quais as consequências positivas e as situações preocupantes resultantes do uso da internet por pessoas e empresas?

3. Qual a importância das redes sociais e de que forma as lan houses podem ser consideradas as grandes responsáveis pela inclusão digital de grande parte da população brasileira?

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Desafio!

Segundo o Relatório do Desenvolvimento Humano 2004 (PNUD, 2004), desde a década de 1980, as novas tecnologias das comunicações por satélite possibilitaram a intensificação do processo de difusão cultural e de informações. Entre os efeitos importantes dessa inovação tecnológica, destaca-se a formação de poderosas redes mundiais de televisão que atualmente dispõem de alcance global. Ao lado disso, o número de aparelhos de televisão, por mil habi-tantes mais que duplicou em todo o mundo: em 1980, essa relação era de 113‰; em 1995, 229‰; e, desde então, aumentou para mais de 243‰.

Com base nesses dados, responda:

1. Quais são os meios de informação em que nos baseamos para adquirir uma visão mais apu-rada e diversificada dos fatos e acontecimentos das conjunturas internacionais?

2. Quais interesses estão em jogo quanto à produção e à transmissão de notícias sobre fatos e acontecimentos para diferentes países “cobertos” por grandes redes televisivas?

Com a orientação de seu professor, discuta com seus colegas a respeito da economia especulati-va no mundo globalizado. Após as discussões, responda às questões a seguir.

1. Qual o significado do termo “especulação financeira”?

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2. Quais fatores podem ser considerados responsáveis pela ampliação das transações especulativas no mundo atual?

3. Levante hipóteses sobre o aumento da fuga de capitais das bolsas de valores dos países emergentes.

1. Parte do poderio econômico dos países, assim como o desenvolvimento social, resulta atualmente da capacidade de desenvolver inovações tecnológicas. Um exemplo é o desenvolvimento da informática e da rede mundial, a internet. Observe o gráfico a seguir:

Fonte: Internet World Stats. Disponível em: <http://www.internetworldstats.com>. Acesso em: 8 set. 2009.

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A esse respeito é correto afirmar que:

a) todos os países possuem as mesmas possibilidades de acesso e controle sobre a internet, não havendo países que levem vantagens nesse sentido.

b) embora haja diferentes níveis de conhecimento tecnológico à disposição dos países, isso não afeta as diversas populações quanto ao acesso à internet.

c) estar mais ou menos conectado à internet não traz vantagens importantes para que os países participem da economia global.

d) A desigualdade entre países ricos e pobres é também uma divisão entre os que têm e os que não têm acesso às inovações tecnológicas.

2. O exemplo mais importante das novas tecnologias de comunicação e informação (TICs) é a internet. Observe o gráfico a seguir:

No mundo contemporâneo, é correta a afirmação:

a) As relações virtuais na internet permitem uma sensação apenas ilusória de superação das distâncias, não contando para a maior integração das pessoas.

b) As informações que circulam na internet terminam não tendo valor econômico, por serem virtuais e não representarem trocas reais de bens econômicos.

c) A internet favorece uma maior ou menor participação em um mundo mais amplo, algo que pode alcançar até as relações cotidianas em todos os lugares.

d) A rede da internet não é algo que serve às pessoas comuns, pois ela está sob controle e à serviço das empresas transnacionais.

Fonte: Internet World Stats. Disponível em: <http://www.internetworldstats.com>. Acesso em: 8 set. 2009.

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3. No mundo contemporâneo, há um significativo crescimento da mobilidade humana. Se, antes, por exemplo, alcançar o Japão a partir do Brasil era algo de grande dificuldade, hoje a realidade não é mais essa. O que pode ser afirmado a esse respeito?

a) Os fluxos econômicos e de pessoas entre os países beneficiam-se da chamada aceleração pro-vocada pela introdução de inovações tecnológicas nos espaços.

b) Se, no passado, os mercados de trabalho eram nacionais, com as inovações tecnológicas qualquer um pode trabalhar em qualquer país.

c) A nova mobilidade humana que resulta de transformações nos espaços terminou com todas as formas de trabalho clandestino no mundo, inclusive nos EUA.

d) As inovações tecnológicas atuais são importantes, porém a maioria delas é virtual (internet) e, por isso, não chegam a mudar o funcionamento dos espaços.

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SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 3 AS CIDADES GLOBAIS

Para começo de conversa

As duas figuras a seguir representam de forma esquemática as conexões de internet e de telefonia entre as cidades indicadas e outras do mundo. Identifique a cidade de São Paulo e, com base em seus conhecimentos, aponte razões que possam justificar a inclusão dessa cidade nas figuras.

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A nova paisagem da globalização: vista lateral. Fonte: LANG, Jared. Atlases (Atlas 3). Globalization and World Cities Research Network. Disponível em: <http://www.lboro.ac.uk/gawc/visual/lang_atlas.html>. Acesso em: 26 ago. 2009.

A nova paisagem da globalização: detalhe de vista do alto. Fonte: LANG, Jared. Atlases (Atlas 3). Globalization and World Cities Research Network. Disponível em: <http://www.lboro.ac.uk/gawc/visual/lang_atlas.html>. Acesso em: 26 ago. 2009.

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1. Apresente os critérios para classificação das cidades globais de acordo com a Globalization and World Cities Research Network (GaWC), da Universidade de Loughborough, do Reino Unido.

2. Com base no quadro e no mapa a seguir, explique o significado da classificação das cidades globais em Alpha, Beta e Gama.

Classificação das Cidades Globais

Alpha12 pontos: Londres; Nova Iorque; Paris; Tóquio.10 pontos: Chicago; Frankfurt; Hong Kong, Los Angeles; Milão; Cingapura.

Beta9 pontos: São Francisco; Sydney; Toronto; Zurique.8 pontos: Bruxelas; Madri; Cidade do México; São Paulo.7 pontos: Moscou; Seul.

Gama6 pontos: Amsterdã; Boston; Caracas; Dallas; Düsseldorf; Genebra; Houston; Jacarta; Johanesburgo; Melbourne; Osaka; Praga; Santiago; Taipé; Washington.5 pontos: Bangcoc; Pequim; Montreal; Roma; Estocolmo; Varsóvia.4 pontos: Atlanta; Barcelona; Berlim; Budapeste; Buenos Aires; Copenhague; Hamburgo; Istambul; Kuala Lumpur; Manila; Miami; Minneapolis; Munique; Shangai.

Classificação das cidades globais. Fonte: Beaverstock, J. V.; Smith, R. G.; Taylor, P. J. A roster of world cities. Cities, 16 (6), (1999), 445-458. (Table 7). Disponível em: <http://www.lboro.ac.uk/gawc/rb/rb5.html>. Acesso em: 26 ago. 2009.

Leitura e Análise de Quadro e Mapa

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Mundo: cidades globais. Fonte: Organizado por Sérgio Adas especialmente para o São Paulo faz escola, com base nos dados de BEAVERSTOCK, J. V.; SMITH, R. G.; TAYLOR, P. J. A roster of world cities. Cities, 16 (6), (1999), 445-458. (Table 7). Disponível em: <http://www.lboro.ac.uk/gawc/rb/rb5.html>. Acesso em: 26 ago. 2009.

OCEANOATLÂNTICO

OCEANOÍNDICO

OCEANOPACÍFICO

OCEANOPACÍFICO

Equador

Alpha (12 pontos)

Alpha (10 pontos)

Beta (9 pontos)

Beta (8 pontos)

Beta (7 pontos)

Gama (6 pontos)

Gama (5 pontos)

Gama (4 pontos)

Cidades globais

São Francisco

Minneapolis

ChicagoDallas

Houston Miami

São Paulo

Hong Kong

Sydney

Melbourne

Shangai

Nova Iorque

BostonMontrealToronto

AtlantaLos Angeles

Cidade do México

Washington

Caracas

SantiagoBuenos Aires

Johanesburgo

Kuala Lumpur

Jacarta

Cingapura

Manila

Taipé

Tóquio

PequimSeul

Bangcoc

OCEANOATLÂNTICO

MoscouEstocolmo

Copenhague

VarsóviaHamburgo

BerlimDüsseldorf

FrankfurtPraga

Munique

Milão

ZuriqueGenebra

Barcelona

IstambulMadri

Roma

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Paris

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Bruxelas

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Mundo: cidades globais

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3. Ao analisar criticamente os critérios adotados para a classificação de cidades globais, é possível considerar São Paulo uma cidade global?

1. Em termos mundiais, a cidade de São Paulo é classificada como megacidade e cidade global. Assinale a alternativa que expressa a definição correta desses conceitos.

a) Os dois conceitos foram criados para designar o grupo de cidades com mais de 10 milhões de habitantes, mas, no caso das cidades globais, trata-se, em particular, de uma definição essencialmente quantitativa, pois também abrange o maior montante de capitais diretamente produtivos concentrados em algumas cidades do mundo.

b) O conceito de cidade global refere-se às cidades que possuem alta densidade de objetos técni-cos, que as conectam aos fluxos globalizados (financeiros, comerciais, de serviços, de tecnologia etc.), sendo uma definição de natureza qualitativa. O conceito de megacidade, a seu turno, designa um grupo de cidades com mais de 10 milhões de habitantes, em especial cidades de países subdesenvolvidos, tendo o critério quantitativo como base de sua definição.

c) O conceito de megacidade refere-se às cidades que se destacam no espaço mundial em virtude de serem as sedes da economia de fluxos da globalização, caracterizadas pela conectividade financeira, comercial, tecnológica e de serviços com outras cidades da mesma categoria e que pertencem a uma hierarquia, em que as chamadas cidades globais ocupam uma posição de dependência ou subordinação.

d) Megacidades e cidades globais são denominações diferentes para uma mesma realidade no mundo globalizado: a rede mundial de cidades que sediam as ações dos atores transnacio-nais, concentrando grande parte da riqueza mundial.

e) O conceito de cidade global surgiu em decorrência do crescimento acelerado da população de algumas cidades do mundo, principalmente pertencentes aos países desenvolvidos. Me-gacidade, ao contrário, é um termo criado para designar os problemas ambientais associados à rápida urbanização das aglomerações com mais de 10 milhões de habitantes nos países subdesenvolvidos.

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SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 4 O TERROR E A GUERRA GLOBAL

Para começo de conversa

Converse com seus colegas e seu professor a respeito das imagens a seguir. Depois, responda: Quais organizações foram responsáveis pelos atentados terroristas identificados nas imagens?

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Vista do segundo avião que se chocou contra a segunda torre do World Trade Center durante atentado terrorista aos Estados Unidos. Nova Iorque (EUA), 11 de setembro de 2001.

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Atentado a bomba em trens da capital espanhola causa a morte de cerca de 200 pessoas e deixa outras seriamente feridas. Madri (Espanha), 11 de março de 2004.

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Numa série de explosões de bombas no sistema de transporte da capital inglesa, cerca de 50 pessoas morreram e 700 ficaram gravemente feridas. Londres (Inglaterra), 8 de julho de 2005.

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Em setembro de 2004, separatistas chechenos deflagraram diversos ataques na Federação Russa. Entre eles, uma invasão de uma escola durante três dias acabou levando à morte 332 pessoas, das quais 186 eram crianças, na tentativa de resgate promovida pelas forças de segurança russas. Beslan (Ossétia do Norte), 1o a 3 setembro de 2004. Na foto, tirada em 30 de maio de 2007, diante do muro da quadra de esporte da escola, a mãe de uma das vítimas olha as imagens dos que faleceram no incidente.

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Desafio!

Escolha um dos textos disponibilizado nos endereços eletrônicos abaixo e elabore uma síntese destacando as principais ideias.

Texto 01 – ●● O “terror global” e a linguagem da “guerra ao terror”. Disponível em: <http://www.clubemundo.com.br/noticia_show.asp?id=747&prod=1>. Acesso em: 26 ago. 2009.

Texto 02 – ●● Cultura do terror. Disponível em: <http://www.clubemundo.com.br/noticia_show.asp?id=961&prod=3>. Acesso em: 26 ago. 2009.

Da leitura passiva à leitura ativa

1. Uma primeira aproximação: da leitura rápida à enumeração dos parágrafos

Realize uma leitura rápida, porém atenta, do texto fornecido.

Leia o texto de forma atenta do início ao fim.●●

Leia o texto uma segunda vez, porém de maneira mais detida, buscando ●●afastar seus conhecimentos prévios sobre o tema abordado, prestando aten-ção aos elementos apresentados pelo autor. Nesse trabalho inicial, sublinhe a lápis os termos ou expressões desconhecidas e busque num dicionário o esclarecimento dos mesmos. Aproveite para enumerar os parágrafos do texto, pois isso poderá ajudar quando for discuti-lo com seus colegas.

2. Descobrir o significado das noções-chave

Realizado o trabalho com o vocabulário, identifique as noções-chave, como ●●as definições mais visíveis e importantes oferecidas no texto.

Por meio do próprio texto, identifique eventuais noções que não são necessa-●●riamente explicitadas ou evidentes, observando ou procurando descobrir como os próprios elementos do texto as explicam ou conferem significado.

3. Identificar a argumentação no texto

Procure e assinale no texto “expressões articulatórias” que permitem o enca-●●deamento e a coesão do raciocínio apresentado. Algumas delas são: assim, daí, além de, apesar de, enquanto, conforme, em virtude de, portanto, como, todavia, contudo, de modo que, por um lado... por outro.

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1. Enem/2002

Tanto no conjunto dos parágrafos como também no interior dos mesmos, ●●identifique os trechos nos quais ocorre a introdução de novas ideias, exem-plos e explicações.

4. Questionar o texto

Qual é o assunto tratado no texto? (Por meio desta questão, você estará se ●●perguntando sobre o tema ou objeto do texto).

Qual é a tese defendida pelo autor sobre o tema tratado? (Por meio desta ●●pergunta, espera-se que você identifique qual é a opinião do autor sobre o tema ou objeto abordado).

5. Sintetizar a leitura de texto realizada

Sob a forma dissertativa, redija respostas para as questões colocadas acima. ●●Ao respondê-las, busque explicar quais foram as maneiras encontradas pelo autor para tratar o tema e defender sua opinião sobre o mesmo. Desse modo, você terá realizado um bom exercício de interpretação de texto!

1. “(...) O recurso ao terror por parte de quem já detém o poder dentro do Estado não pode ser arrolado entre as formas de terrorismo político, porque este se qualifica, ao contrário, como o instrumento ao qual recorrem determinados grupos para derrubar um governo acusado de manter-se por meio do terror”.

2. Em outros casos, “os terroristas combatem contra um Estado de que não fazem parte e não contra um governo (o que faz com que sua ação seja conotada como uma forma de guerra), mesmo quando, por sua vez, não representam outro Estado. Sua ação aparece então como irregular, no sentido de que não podem organizar um exército e não conhecem limites territoriais, já que não provêm de um Estado”.

Fonte: BOBBIO, Norberto (Org.); MATTEUCCI, Nicola; PASQUINO, Gianfranco. Dicionário de política. Brasília: Editora da Universidade de Brasília, 1986.

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De acordo com as duas afirmações, é possível comparar e distinguir os seguintes eventos históricos:

I. Os movimentos guerrilheiros e de libertação nacional realizados em alguns países da África e do Sudeste Asiático entre as décadas de 1950 e 1970 são exemplos do primeiro caso.

II. Os ataques ocorridos na década de 1990, como às embaixadas de Israel, em Buenos Aires, dos EUA, no Quênia e Tanzânia, e ao World Trade Center, em 2001, são exemplos do segundo caso.

III. Os movimentos de libertação nacional dos anos 1950 a 1970 na África e no Sudeste Asiático e o terrorismo dos anos 1990 e 2001 foram ações contra um inimigo invasor e opressor e são exemplos do primeiro caso.

É correto o que se afirma apenas em:

a) I.

b) II.

c) I e II.

d) I e III.

e) II e III.

2. Leia a notícia a seguir:

Obama pede parceria com muçulmanos contra Al-Qaeda

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pediu nesta segunda-feira na Turquia uma parceria maior entre seu país e o mundo muçulmano como forma de derrotar a organização terro-rista Al-Qaeda. [...] Obama iniciou sua visita na manhã desta segunda-feira depositando uma coroa de flores no túmulo do fundador do Estado turco moderno, Mustafa Kemal Atatürk, elogiando sua “visão e coragem”.

Fonte: Folha Online, 06/04/2009, fornecido pela Folhapress. Disponível em: <http://wwwl.folha.uol.com.br/folha/bbc/ ult272u546662.shtml>. Acesso em: 26 ago. 2009.

De acordo com a notícia, a posição adotada pelo atual governo dos EUA pode ser compreendida como:

a) um aviso de que os ataques contra terroristas islâmicos vai continuar mesmo sem a concor-dância do mundo islâmico.

b) uma forma de usar as bases militares dos EUA em solo árabe sem que ocorram retaliações por parte da comunidade islâmica.

c) uma política de aproximação e conciliação com o mundo islâmico, posição anteriormente rompida pelo governo de George W. Bush.

d) uma forma de avisar o mundo islâmico de que os EUA não abrirão mão de ações militares em países que possuem terroristas em sua população.

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SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 5 A GLOBALIZAÇÃO DO CRIME

Para começo de conversa

Leia os textos a seguir:

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Texto 1Diretor da PF avalia que globalização intensifica tráfico internacional de drogas

Paula Laboissière Repórter da Agência Brasil

Brasília – O fenômeno da globalização reflete em setores que vão além da economia mundial, passando, inclusive, por atividades ilícitas. A avaliação foi feita pelo diretor-geral da Polícia Federal (PF), Luiz Fernando Corrêa, ao falar hoje (25) sobre o treinamento policial unificado entre países da América do Sul e África para reduzir o tráfico de drogas para o continente europeu.

“A movimentação de pessoas hoje está facilitada no mundo, as barreiras e fronteiras foram mi-nimizadas. Além de ter relações institucionais, temos que ter uma operação funcional mais íntima. Assim como fomos buscar nos países mais experientes, queremos transferir conhecimento para países que estão um passo atrás em termos de capacidade de investigação e formação de efetivos.”

Corrêa reforçou que, à medida que o país melhora suas relações comerciais e a capacidade de transporte, não só de pessoas, mas também do próprio comércio legal, tais “facilidades” tendem a ser utilizadas pelo crime organizado.

“Temos que estar atentos e nos preparar. A rota é aquela possível e favorável no momento. O que cabe é ter inteligência para detectar que determinada atividade possa ser utilizada inde-vidamente pelo crime.”

Agentes e peritos de países africanos como Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Guiné-Bissau, além de nações sul-americanas como Bolívia, Chile, Colômbia, Paraguai, Peru e Uruguai, co-meçaram a ser treinados hoje (25) pela PF brasileira, em parceria com o Escritório das Nações Unidas Contra Drogas e Crime (UNODC).

Ao todo, 350 alunos – incluindo os aprovados no último concurso da PF e 32 estrangeiros – foram divididos em nove turmas. O curso deve durar quatro meses e meio e tem como obje-tivo reduzir a rota do tráfico das drogas que saem da América do Sul rumo à Europa, passando por países do continente africano.

Corrêa explicou que os 32 estrangeiros receberão o mesmo treinamento destinado aos policiais federais brasileiros e que, após o fim do curso, o conhecimento será repassado aos seus países.

“Não fica só nisso. Vamos apoiá-los, emprestar policiais mais experientes e, até mesmo, realizar alguma atuação in loco nos seus países, para aplicar esse conhecimento, para que não fique simplesmente numa troca de cursos.”

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Segundo o Relatório Mundial sobre Drogas, publicado pelo UNODC em 2007, os países mais citados na rota da cocaína que sai da América do Sul para a Europa e que passa pela África são Brasil, Peru e Venezuela. Dados apontam ainda que um quarto de toda a cocaína consu-mida na Europa chega ao continente por meio de países africanos.

Desde 2005, cerca de 33 toneladas de cocaína foram apreendidas no oeste da África. A cocaína é contrabandeada por um valor estimado em quase US$ 2 bilhões.Fonte: LABOISSIÈRE, Paula. Diretor da PF avalia que globalização intensifica tráfico internacional de drogas. Agência Brasil. 25 fev. 2008. Disponível em: <http://www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2008/02/25/materia.2008-02-25.5375982590/view>. Acesso em: 26 ago. 2009.

Texto 2

Convenção de Palermo

Nos últimos anos, o mundo foi colocado diante de uma realidade nova: os sindica-tos do crime ultrapassaram as fronteiras geográficas dos países, com o objetivo de obter maiores resultados nas operações delituosas e para assegurar proteção e impunidade a seus agentes. Essa mudança de comportamento decorreu da multiplicação do fluxo de mercadorias, serviços e pessoas entre os países, em consequência do aprofundamento do processo de globalização.

Em razão disso, a comunidade das nações entendeu a importância da criação de acordos internacionais para uma ação conjunta contra o crime transnacional organizado. Em 9 de de-zembro de 1998, a Assembleia Geral da ONU determinou a criação de um comitê de trabalho com o fim específico de elaborar uma convenção internacional para enfrentar esses crimes.

No ano seguinte, em dezembro de 1999, realizou-se em Palermo, Itália, uma reunião de alto nível para a assinatura da Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado Transnacional. Esse documento – a Convenção de Palermo – expressa a compreensão de que os países estão diante de um gravíssimo problema que só pode ser eliminado mediante uma ação conjunta da comunidade das nações.

A Convenção de Palermo foi adotada pelas Nações Unidas em 15 de novembro de 2000, na Assembleia Geral do Milênio. Ela é suplementada por três documentos que abordam áreas específicas de atuação do crime organizado:

protocolo para prevenir, suprimir e punir o tráfico de pessoas, especialmente mulheres e ●●crianças;

protocolo contra o contrabando de imigrantes por terra, ar e mar;●●

protocolo contra a fabricação ilegal e o tráfico de armas de fogo, incluindo peças, aces-●●sórios e munições.

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1. Quais são as ações adotadas no Brasil e no mundo, na presente década, para combater o tráfico de drogas?

2. Você acredita que o consumidor de drogas tem consciência de toda a violência embutida em seus processos de financiamento, produção e comercialização?

No artigo 2o, o tratado firmou a seguinte definição:

“Para efeitos da presente Convenção, entende-se por: a) ‘Grupo criminoso organizado’ – grupo estruturado de três ou mais pessoas, existente há algum tempo e atuando concertada-mente com o propósito de cometer uma ou mais infrações graves ou enunciadas na presente Convenção, com a intenção de obter, direta ou indiretamente, um benefício econômico ou outro benefício material.”

Diversas questões foram tratadas nesses acordos exaustivamente analisados pela ONU. Assim, entre elas, ficou estabelecido que os países se comprometem a criminalizar a lavagem de dinheiro e a instituir um sistema de controle de instituições bancárias e que não podem deixar de tomar as medidas apropriadas sob a alegação de normas de sigilo bancário. O problema da corrupção também foi abordado nos documentos e neles estão propostas para agravar as sanções contra esse tipo de crime. A Convenção trata também de aspectos relacionados com a extradição de criminosos e a transferência de presos, respeitando a legislação nacional dos países.

Como o Congresso Nacional de nosso país aprovou, em maio de 2003, o texto da Convenção de Palermo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pelo Decreto no 5.015, de 12 de março de 2004, sacramentou a adesão do Brasil a esse documento do Direito Internacional.

Fonte: INSTITUTO DE ESTUDOS AVANÇADOS DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO. A hora e a vez de derrotar o crime organizado. Entrevista com Getúlio Bezerra Santos. Estudos Avançados. São Paulo, v. 21, n. 61, dez. 2007. p. 102. Disponível em: <http://www.scielo.br/

pdf/ea/v21n61/a07v2161.pdf>. Acesso em: 26 ago. 2009.

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Com o auxílio do professor, escolha com seu grupo um dos temas relacionados abaixo, para elaborar um dossiê.

Os fluxos das drogas ilícitas●●

Os fluxos de dinheiro ilícito●●

Tráfico de pessoas●●

Corrupção●●

A fabricação e o tráfico ilegal de armas●●

Dossiê é uma palavra de origem francesa, que significa documento ou documentação. Muito utilizado pela imprensa em geral, um dossiê constitui um conjunto de artigos ou tex-tos de vários autores, que podem ser acompanhados por dados estatísticos, mapas, gráficos, tabelas, infográficos e outros recursos, de modo a abordar um assunto ou tema de forma atual, oferecendo uma visão de conjunto sobre os mais diversos aspectos. Muitas vezes um dossiê também se assemelha a um relatório, em que informações descritivas são articuladas com análi-ses, geralmente críticas, sobre o assunto ou tema abordado.

Sugestão de roteiro

1. Iniciem o seu trabalho buscando subsídios no site da biblioteca do Escritório das Na-ções Unidas contra Drogas e Crime <http://www.unodc.org/brazil/pt/library_and_links.html>.

2. Pesquisem também em jornais, revistas, atlas, enciclopédias, internet, no seu material didático e em outras publicações disponíveis na biblioteca da escola.

3. Selecionem e trabalhem os diversos tipos de material pesquisados, com o objetivo de elaborar um dossiê que contenha informações históricas e atuais sobre o tema escolhi-do, coletando dados e imagens.

4. Preparem uma apresentação de 15 minutos para a turma, articulando e sintetizando ideias e informações sobre o tema, de modo a socializar os conhecimentos obtidos.

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Observe o mapa a seguir:

Mundo: drogas de todos os tipos, 2004. Fonte: L’atlas du Le monde diplomatique. Paris: Armand Colin, 2006. p. 57.

Mundo: drogas de todos os tipos, 2004

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Mundo: drogas de todos os tipos, 2004. Fonte: L’atlas du Le monde diplomatique. Paris: Armand Colin, 2006. p. 57.

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1. Destaque do mapa (p. 38 e 39) as seguintes informações:

a) Principais áreas produtoras de drogas de origem natural.

b) Principais áreas produtoras de drogas químicas (anfetaminas e ecstasy).

c) Maiores centros consumidores de drogas.

2. Por que as drogas que se originam de base natural predominam em países pobres?

3. Considerando as áreas produtoras de drogas de base natural e as de origem química, quais as que se encontram mais disseminadas? E por que isso acontece?

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1. Pesquise e responda: qual o significado dos termos “lavagem de dinheiro” e “paraíso fiscal”?

2. Analise o mapa apresentado nas páginas 42 e 43 e responda:

a) Em que porção do continente americano se concentra a maioria dos paraísos bancários, fiscais e judiciais?

b) Qual a extensão da área de atuação de cada uma das organizações criminosas transnacionais?

Organizações criminosas transnacionais Extensão da área de atuação

Cosa Nostra

Cartéis bolivianos do narcotráfico

Máfia siciliana, Camorra, ’Ndrangheta, Nuova Sacra Corona Unita

Máfia russa

Yakuzas

Máfias de Hong Kong

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“Buracos negros” explorados por máfias e especuladores. Fonte: El atlas del Le monde diplomatique.

Buenos Aires: Capital Intelectual S.A., 2006. p. 96-97.

“Buracos negros” explorados por máfias e especuladores

Nova IorqueIlhas Cayman

Ilhas Turks e

z

Ilhas Virgens

í

Ilha de

Ilhas

ô

E

QUÊNIA

PAQUISTÃO

Í

Seicheles

ZIMBÁBUE

ÇA

ã

kfurtque

ão

TUNÍSIA

Á

RÚSSIA

Uruguai

Granada

GUIANAFRANCESA

COLÔMBIA

Nova Iorque

eh H

Cingapura

ão

TóquioJAPÃO

Japão

INDONÉSIA

Zonas francas

Existem cerca de 250 zonas francas no mundo, distribuídas em várias dezenas de países, sem contar aquelas parcialmente ou temporariamente sem fiscalização.

América Latina: México, Guatemala, Honduras, Panamá, Nicarágua, Costa Rica, República Dominicana, Guiana Francesa.África: Tunísia, Maurício, Togo, Egito, Gana, Quênia, Zimbábue, Madagascar.Ásia: China, Indonésia, Filipinas, Taiwan, Sri Lanka, Bangladesh, Paquistão, Turquia.Europa: Irlanda, França (cerca de 40, incluindo Dunkerque e La Seyne-sur-Mer).

Principais praças financeiras

Amsterdã, Barein, Ilhas Cayman, Chicago, Frankfurt, Genebra, Hong Kong, Londres, Luxemburgo, Milão, Montreal, Nassau, Nova Iorque, Paris, Cingapura, Sydney, Tóquio, Toronto, Zurique.

Organizações criminosas transnacionais

Estados UnidosCosa Nostra (40 000 membros, 25 famílias)ColômbiaNarcotraficantes (25 000 pessoas, 2 500 grupos)ItáliaMáfia (Sicília, 50 000 membros, 150 famílias), Camorra (Campanha, 7 000 membros, 130 famílias), ´Ndrangheta (Calábria, 5 000 membros, 150 ´Ndrine), Nuova Sacra Corona Unita (Puglia, 2 000 membros, 50 famílias).Rússia160 000 membros, 12 000 gruposJapãoYakuzas: Yamaguchi-gumi (23 000 membros, 750 clãs), Sumiyoshi-rengo (7 000 membros, 170 clãs), Inagawa-kai (7 000 membros, 300 clãs)Hong KongTríades: Federação Wo (40 000 membros, 10 clãs), 14K (25 000 membros, 30 clãs), Sun Yee On (50 000 membros)Outros países envolvidosCanadá, México, Jamaica, Turquia, Albânia, Kosovo, Chechênia, China, Taiwan, Nigéria, Israel, países do Cáucaso e da Ásia Central (Vale de Fergana – Uzbequistão).

Paraísos bancários, fiscais e judiciais

América do Norte: Bermudas, Estados Unidos (Colorado, Delaware, Miami, Nova Jersey, Nova Iorque.América Central: Belize, Costa Rica, Guatemala, Panamá.Caribe: Anguilla, Antígua e Barbuda, Antilhas Holandesas (Curaçao), Aruba, Bahamas, Barbados, Ilhas Cayman, República Dominicana, Granada, São Cristóvão e Nevis, Santa Lúcia, San Marcos, São Vicente e Granadinas, Ilhas Turcas e Caicos, Ilhas Virgens Britânicas.América do Sul: Uruguai.Europa: Andorra, Ilhas Anglo-normandas (Jersey, Guernsey), Campione (Itália), Ilhas Canárias, Cidade de Londres, Chipre, Estônia, Gibraltar, Hungria, Irlanda, Letônia, Liechtenstein, Lituânia, Luxemburgo, Madeira, Ilha de Man, Mônaco, Malta, Rússia, San Marino, Suíça, Ucrânia, Vaticano.Ásia-Pacífico-Oceania: Birmânia, Brunei, Ilhas Cook, Ilhas Fiji, Hong Kong, Indonésia, Labuan, Macau, Ilhas Marianas, Ilhas Marshall, Ilhas Maurício, Nauru, Niue, Filipinas, Samoa, Cingapura, Vanuatu, Ilhas Salomão, Seicheles, Taiwan, Tailândia, Tonga, Tuvalu.Oriente Médio: Arábia Saudita, Barein, Dubai, Emirados Árabes Unidos, Israel, Líbano.África: Egito, Libéria, Marrocos, Nigéria, Tunísia.

Capitalização nas bolsas de valores das quatro primeiras praças financeiras (Bilhões de dólares)

Nova Iorque: Bolsa de Nova Iorque (NYSE) e Nasdaq.Euronext: Paris, Amsterdã, Bruxelas e Lisboa.Japão: Tóquio e Osaka.

Fontes: Jean de Maillard, Le Rapport censuré, critique non autorisée d´un monde déréglé, Flammarion, 2004; e Fede-ração Internacional das Bolsas de Valores (FIBV).

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Nova IorqueIlhas Cayman

Ilhas Turks e

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Ilhas Virgens

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Ilha de

Ilhas

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PAQUISTÃO

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Seicheles

ZIMBÁBUE

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RÚSSIA

Uruguai

Granada

GUIANAFRANCESA

COLÔMBIA

Nova Iorque

eh H

Cingapura

ão

TóquioJAPÃO

Japão

INDONÉSIA

Zonas francas

Existem cerca de 250 zonas francas no mundo, distribuídas em várias dezenas de países, sem contar aquelas parcialmente ou temporariamente sem fiscalização.

América Latina: México, Guatemala, Honduras, Panamá, Nicarágua, Costa Rica, República Dominicana, Guiana Francesa.África: Tunísia, Maurício, Togo, Egito, Gana, Quênia, Zimbábue, Madagascar.Ásia: China, Indonésia, Filipinas, Taiwan, Sri Lanka, Bangladesh, Paquistão, Turquia.Europa: Irlanda, França (cerca de 40, incluindo Dunkerque e La Seyne-sur-Mer).

Principais praças financeiras

Amsterdã, Barein, Ilhas Cayman, Chicago, Frankfurt, Genebra, Hong Kong, Londres, Luxemburgo, Milão, Montreal, Nassau, Nova Iorque, Paris, Cingapura, Sydney, Tóquio, Toronto, Zurique.

Organizações criminosas transnacionais

Estados UnidosCosa Nostra (40 000 membros, 25 famílias)ColômbiaNarcotraficantes (25 000 pessoas, 2 500 grupos)ItáliaMáfia (Sicília, 50 000 membros, 150 famílias), Camorra (Campanha, 7 000 membros, 130 famílias), ´Ndrangheta (Calábria, 5 000 membros, 150 ´Ndrine), Nuova Sacra Corona Unita (Puglia, 2 000 membros, 50 famílias).Rússia160 000 membros, 12 000 gruposJapãoYakuzas: Yamaguchi-gumi (23 000 membros, 750 clãs), Sumiyoshi-rengo (7 000 membros, 170 clãs), Inagawa-kai (7 000 membros, 300 clãs)Hong KongTríades: Federação Wo (40 000 membros, 10 clãs), 14K (25 000 membros, 30 clãs), Sun Yee On (50 000 membros)Outros países envolvidosCanadá, México, Jamaica, Turquia, Albânia, Kosovo, Chechênia, China, Taiwan, Nigéria, Israel, países do Cáucaso e da Ásia Central (Vale de Fergana – Uzbequistão).

Paraísos bancários, fiscais e judiciais

América do Norte: Bermudas, Estados Unidos (Colorado, Delaware, Miami, Nova Jersey, Nova Iorque.América Central: Belize, Costa Rica, Guatemala, Panamá.Caribe: Anguilla, Antígua e Barbuda, Antilhas Holandesas (Curaçao), Aruba, Bahamas, Barbados, Ilhas Cayman, República Dominicana, Granada, São Cristóvão e Nevis, Santa Lúcia, San Marcos, São Vicente e Granadinas, Ilhas Turcas e Caicos, Ilhas Virgens Britânicas.América do Sul: Uruguai.Europa: Andorra, Ilhas Anglo-normandas (Jersey, Guernsey), Campione (Itália), Ilhas Canárias, Cidade de Londres, Chipre, Estônia, Gibraltar, Hungria, Irlanda, Letônia, Liechtenstein, Lituânia, Luxemburgo, Madeira, Ilha de Man, Mônaco, Malta, Rússia, San Marino, Suíça, Ucrânia, Vaticano.Ásia-Pacífico-Oceania: Birmânia, Brunei, Ilhas Cook, Ilhas Fiji, Hong Kong, Indonésia, Labuan, Macau, Ilhas Marianas, Ilhas Marshall, Ilhas Maurício, Nauru, Niue, Filipinas, Samoa, Cingapura, Vanuatu, Ilhas Salomão, Seicheles, Taiwan, Tailândia, Tonga, Tuvalu.Oriente Médio: Arábia Saudita, Barein, Dubai, Emirados Árabes Unidos, Israel, Líbano.África: Egito, Libéria, Marrocos, Nigéria, Tunísia.

Capitalização nas bolsas de valores das quatro primeiras praças financeiras (Bilhões de dólares)

Nova Iorque: Bolsa de Nova Iorque (NYSE) e Nasdaq.Euronext: Paris, Amsterdã, Bruxelas e Lisboa.Japão: Tóquio e Osaka.

Fontes: Jean de Maillard, Le Rapport censuré, critique non autorisée d´un monde déréglé, Flammarion, 2004; e Fede-ração Internacional das Bolsas de Valores (FIBV).

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O meio geográfico em via de constituição (ou de reconstituição) tem uma substância científico-tecnológico-informacional. Não é um meio natural, nem meio técnico. A ciência, a tecnologia, a informação estão na mesma base de todas as formas de utilização e funciona-mento do espaço, da mesma forma que participam da criação de novos processos vitais e da produção de novas espécies (animais e vegetais). [...] Atualmente, apesar de uma difusão mais rápida e mais extensa do que nas épocas precedentes, as novas variáveis não se distribuem de maneira uniforme na escala do planeta. A geografia assim recriada é, ainda, desigualitária.

SANTOS, Milton. Técnica, espaço e tempo. Globalização e meio técnico-científico-informacional. São Paulo: Edusp. p. 51.

a) Considerando que a ciência, a tecnologia e a informação estão na base do funcionamento do espaço, cite dois países que podem ser considerados centros hegemônicos da economia mundial. Justifique suas escolhas.

b) Como a África Subsaariana se situa em relação ao espaço geográfico mundializado? Qual a razão dessa situação?

2. Coordenadoria de Admissão aos Cursos Regulares – FGV – 1a Fase/2003 – Considerando-se as consequências do processo recente de globalização mundial, vale dizer que:

a) o crescimento econômico vivenciado no mundo ao longo do século XX não aboliu as dife-renças entre os países pobres e ricos, principalmente no que se refere às condições sociais.

b) um dos aspectos marcantes das relações econômicas entre os países do globo foi o aumento dos fluxos de pessoas entre países e regiões, em detrimento da circulação de mercadorias.

1. Comvest/Vestibular Unicamp – 1a fase/2000

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c) a capacidade de cobrir grandes distâncias em poucas horas fez do transporte aéreo o principal meio de circulação de produtos leves e de média tonelagem nos países ricos do Norte.

d) a propagação da Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars, na sigla em inglês) serviu para implementar uma rede de saúde pública mais eficiente e eficaz nos países subdesenvolvidos.

e) se os mercados de ações do mundo ocidental têm sido influenciáveis por epidemias ou boatos de ataques aéreos, tal tendência não se manifesta no desempenho das bolsas de valores do Oriente, como Cingapura, Taiwan e Hong Kong.

3. Fuvest – 2a fase/1999

Grandes rotas marítimas Grandes rotas aéreas

a) Considerando os fluxos de circulação marítima e aérea, apresente duas semelhanças e duas diferenças entre eles.

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b) Atualmente, o desenvolvimento das telecomunicações e da informática tem ampliado a importância dos fluxos imateriais. Entre esses, analise os fluxos financeiros e compare seus principais polos com os da rede aérea.

4. A formação de poderosas redes mundiais de televisão adquiriu impulso principalmente a partir da década de 1980, quando as novas tecnologias das comunicações por satélite possibilitaram a intensificação do processo de difusão cultural e de informações em escala global. Entre os efeitos importantes desse processo, é correto destacar que ele:

a) propicia que os conteúdos e as informações veiculadas não sejam influenciados pela cultura e interesses geopolíticos dos países que sediam as redes televisivas de alcance mundial.

b) contribui para que os hábitos de consumo e estilos de vida adotados nos países que sediam as redes televisivas globais tenham maior influência em outras partes do mundo, além de favorecer a padronização da percepção dos fatos e acontecimentos internacionais.

c) ocorre permitindo o rompimento das barreiras culturais entre os povos, assegurando a visão fidedigna dos principais conflitos e acontecimentos mundiais, retratando a versão dos fatos de todos os atores envolvidos, sem parcialidade e influência dos governos ou grupos de opi-nião dos países onde as grandes redes televisivas estão sediadas.

d) não possui relevância para a formação de nossas opiniões sobre decisões políticas de interesse global, como também sobre atos de violência passados e outros em curso na atualidade, pois é um processo isolado, não estando o território brasileiro na área de cobertura via satélite de importantes redes televisivas estrangeiras.

e) não possui expressividade na formação de opiniões sobre fatos e acontecimentos mundiais, pois em escala global constata-se uma drástica redução do consumo de aparelhos de televisão por mil habitantes nas últimas duas décadas.

5. A respeito do narcotráfico, é incorreto afirmar que:

a) se caracteriza hoje pelo recrudescimento das máfias ou cartéis que controlam o comércio de drogas, relacionando-se com o crime organizado, agravado pela globalização, gerando um faturamento superior ao de muitas empresas multinacionais.

b) foi beneficiado pela eficiência e rapidez dos sistemas de transporte e comunicação que acom-panham o processo de globalização em curso no espaço mundial.

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c) cria, com sua crescente transnacionalização, uma geografia específica, abrindo e expandindo corredores que ligam áreas produtoras a áreas consumidoras de drogas.

d) teve facilitados o transporte de produtos ilícitos entre fronteiras de territórios nacionais e também o recrutamento de traficantes com o enorme crescimento do turismo internacional e das migrações de um país para outro.

e) não se contrapõe ao aparato de segurança dos Estados e à sua segurança pública interna, não esti-mulando, portanto, o estabelecimento de acordos e colaboração entre governos de países distintos.

6. Leia o texto.

As organizações criminosas multinacionais, adeptas do mercado e da globalização, cuja lógica dominam perfeitamente, não lotam as filas dos bancos. Elas buscam as taxas de lucro mais elevadas: aplicações de risco (hedge funds) e especulação financeira, cuja bolha encarre-gam-se de encher, mercados emergentes, imobiliários, novas tecnologias. Asseguram assim rendas sólidas nos polos principais da indústria e do comércio. Elas são o lubrificante da prodi-giosa expansão do capitalismo moderno, em sociedade permanente com as transnacionais, nas quais investiram, e com os bancos, que fazem suas aplicações. Sobra-lhes o dinheiro suficiente para sustentar seu ritmo de vida e participar do financiamento e da corrupção dos melhores partidos e dirigentes políticos em condições de manter vivo um sistema que lhes é favorável.

Fonte: DE BRIE, Chistian. Onde as máfias, as transnacionais e os governos se encontram. Le monde diplomatique Brasil. Tradução de Celeste Marcondes. Abril de 2000. Disponível em: <http://diplo.uol.com.br/2000-04,a1681>. Acesso em: 26 ago. 2009.

Com base no texto e em seus conhecimentos sobre “paraísos fiscais” e “lavagem de dinheiro”, assinale a alternativa correta.

a) O processo de legalização de capital líquido obtido de maneira ilícita ocorre por meio da fuga direta do dinheiro pelas diversas redes do espaço globalizado, porém não conta com o auxílio de sistemas oficiais, como o financeiro e o bancário.

b) No mundo globalizado atual, inexistem relações entre organizações criminosas e os fluxos de quantias expressivas de dinheiro que migram para territórios regulados por leis menos rígidas quanto à origem e à natureza dos capitais migrantes.

c) Vários países do mundo enfrentam atualmente o problema de os sistemas financeiro e bancário serem receptáculos de capitais originados de atividades ilícitas; porém, esse é um problema que não atinge empresas e dirigentes políticos.

d) Sob o ponto de vista dos Estados Nacionais, entre outros efeitos negativos da “lavagem de dinheiro” está a perda de receita, favorecida pela corrupção institucional e pelo desvio de verbas por alguns de seus representantes públicos, o que colabora para que políticas e proje-tos sociais sejam inviabilizados.

e) Os avanços tecnológicos proporcionados pelo atual meio técnico-científico informacional não auxiliam a prática de atividades ilícitas.

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Filme

Encontro com Milton Santos ou O mundo global visto do lado de cá●● . Direção: Sílvio Tendler. Brasil, 2006. 89min. Documentário de repercussão nacional e internacional feito com base em uma entrevista com o geógrafo brasileiro Milton Santos (1926-2001), em 4 de janeiro de 2001. Discute o tema da globalização e seus efeitos nos países e cidades do planeta, proporcionando contato com um dos principais expoentes do pensamento brasileiro do século XX.

Livros

ARBEX Jr., José. ●● Narcotráfico: um jogo de poder nas Américas. São Paulo: Moderna, 1993. (Coleção Polêmica). Livro importante para compreender o “império” formado pelo narcotráfico, destacando a América e, particularmente, o Brasil.

BRIGAGÃO, Clóvis; RODRIGUES, Gilberto M. A. ●● Globalização a olho nu: o mundo co-nectado. São Paulo: Moderna, 2004. (Coleção Polêmica). Focalizando temas como a ques-tão dos direitos humanos, as novas tecnologias e a condução política atual do mundo, os autores trazem uma visão crítica e responsável dos problemas da atual fase de globalização.

HELENE, Maria Elisa Marcondes. ●● Ciência & tecnologia: de mãos dadas com o poder. São Paulo: Moderna, 1996. (Coleção Polêmica). Leitura importante para compreender a evolução científica e tecnológica e suas relações com os impactos ambientais, com os meios de comunicação de massa e a formação da sociedade de consumo.

MÉDICE, Miriam de Cássia; ALMEIDA, Miriam L. de. ●● Geografia: a globalização econô-mica. São Paulo: Nova Geração, 1999. (Coleção Nova Geração). Em linguagem bastante acessível, as autoras traçam um panorama das principais características do período da globali-zação, numa análise precisa, com grande quantidade de material cartográfico e de imagens.

Sites

Ciudades de Hoy, Ciudades del Mañana●● , acesse: <http://www.un.org/cyberschoolbus/spanish/cities/index.asp> (em espanhol). O site do programa interativo da Escola Ciber-nética nas Nações Unidas traz unidades de aprendizagem sobre as cidades do mundo, com textos em linguagem clara e imagens que formam um bom resumo da história da urbani-zação e os seus problemas atuais.

Com Ciência – Revista Eletrônica de Jornalismo Científico. Cidades●● , acesse: <http://www.comciencia.br/reportagens/cidades/cid01.htm>. O site oferece material diversificado e de boa qualidade sobre temas como biotecnologia, biopirataria, patentes, transgênicos, problemas indígenas, além de entrevistas, resenhas e mapas. Excelente para atualização e pesquisa. Na seção aqui indicada, apresenta vários artigos e reportagens sobre as cidades globais e megalópoles, na nova conceituação do urbanismo contemporâneo, e discute os problemas do desenvolvimento urbano.

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