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Caro(a) aluno(a), O mundo contemporâneo é marcado pela diversidade, que se revela na riqueza de línguas, religiões e modos de viver, de se alimentar, de se vestir, enfim, de produzir cultura. Na escola, essa diversidade se manifesta no currículo de todas as áreas, mas é especial- mente em Ciências Humanas que ela é tomada como objeto de estudo. Os lugares, os tempos, as sociedades humanas e suas formas de pensar e de produzir conhecimento são objetos de estudo da Filosofia, da Geografia, da História e da Sociologia. Durante o ano letivo, após o contato com os conhecimentos produzidos pelas Ciências Humanas, você poderá compreender melhor a vida em sociedade e as trans- formações que ocorrem no mundo, em seus aspectos sociais, econômicos, políticos e culturais. Você perceberá como a intervenção humana em aspectos naturais do planeta pode transformar as relações de trabalho, promover o desenvolvimento e, ao mesmo tempo, gerar problemas ambientais, sociais, guerras e conflitos entre povos e nações. Além disso, as aulas o ajudarão a compreender que a aproximação entre diferentes povos e culturas estimula o intercâmbio entre eles, podendo reforçar identidades e criar novos laços de solidariedade. Você também terá oportunidade de estudar temas relacionados à produção de conhecimento – tecnológico, artístico e cultural –, que se expressam em diferentes linguagens, formas de expressão e movimentos sociais e culturais. Nas disciplinas dessa área, você perceberá também a importância dos valores e atitudes que envolvem a solidariedade, o respeito à vida, à natureza e às diferentes culturas, a democracia, a ética, além de outros valores fundamentais para a preservação do planeta. Assim, desejamos que você, estudante do Ensino Médio, ao apropriar-se dos conhecimentos das Ciências Humanas, possa atuar de forma respeitosa e cidadã no mundo em que vivemos. Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas – CENP Secretaria da Educação do Estado de São Paulo Equipe Técnica de Ciências Humanas GEO_2S_VOL1_CA.indd 1 19/11/2009 17:05:27

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Caro(a) aluno(a),

O mundo contemporâneo é marcado pela diversidade, que se revela na riqueza de línguas, religiões e modos de viver, de se alimentar, de se vestir, enfim, de produzir cultura.

Na escola, essa diversidade se manifesta no currículo de todas as áreas, mas é especial-mente em Ciências Humanas que ela é tomada como objeto de estudo. Os lugares, os tempos, as sociedades humanas e suas formas de pensar e de produzir conhecimento são objetos de estudo da Filosofia, da Geografia, da História e da Sociologia.

Durante o ano letivo, após o contato com os conhecimentos produzidos pelas Ciências Humanas, você poderá compreender melhor a vida em sociedade e as trans-formações que ocorrem no mundo, em seus aspectos sociais, econômicos, políticos e culturais. Você perceberá como a intervenção humana em aspectos naturais do planeta pode transformar as relações de trabalho, promover o desenvolvimento e, ao mesmo tempo, gerar problemas ambientais, sociais, guerras e conflitos entre povos e nações. Além disso, as aulas o ajudarão a compreender que a aproximação entre diferentes povos e culturas estimula o intercâmbio entre eles, podendo reforçar identidades e criar novos laços de solidariedade. Você também terá oportunidade de estudar temas relacionados à produção de conhecimento – tecnológico, artístico e cultural –, que se expressam em diferentes linguagens, formas de expressão e movimentos sociais e culturais.

Nas disciplinas dessa área, você perceberá também a importância dos valores e atitudes que envolvem a solidariedade, o respeito à vida, à natureza e às diferentes culturas, a democracia, a ética, além de outros valores fundamentais para a preservação do planeta.

Assim, desejamos que você, estudante do Ensino Médio, ao apropriar-se dos conhecimentos das Ciências Humanas, possa atuar de forma respeitosa e cidadã no mundo em que vivemos.

Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas – CENP Secretaria da Educação do Estado de São Paulo

Equipe Técnica de Ciências Humanas

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Situação de aprendizaGem 1 GêneSe Geoeconômica do território braSileiro

Para começo de conversa

converse com seus colegas e seu professor sobre o local em que vocês vivem.

1. Qual atividade econômica impulsionou a formação da cidade em que você vive?

2. nos dias atuais, nas paisagens do lugar ou região em que vive, é possível observar aspectos rela-cionados com a atividade econômica identificada na questão anterior? Quais?

SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM!

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leia, interprete e discuta os mapas a seguir de acordo com o roteiro fornecido.

Fonte: original de Hervé Théry. Similar disponível em: tHÉrY, Hervé; mello, neli aparecida de. Atlas do Brasil: disparidades e dinâmicas do território. São paulo: edusp, 2005. p. 35. mapa de base com generalização cartográfica. algumas feições do território nacional não estão representadas.

Brasil: a economia e o território no século xvi

NatalFilipeiaOlinda

São Cristóvão

Salvador

São Jorge dos IlhéusSanta CruzPorto Seguro

N. Sra. da VitóriaEspírito Santo

São Sebastião do Rio de JaneiroSantos

São Paulo

CananeiaN. Sra. da Conceição de Itanhaém

Pau-BrasilCana-de-açúcarPecuáriaLimites das capitanias hereditáriasCapitanias reaisCidades e vilas

A economia e o território no século XVI

Meridiano de Tordesilhas

0 500 km

© HT-2003 MGM-LibergéoFonte: baseado em Manoel Mauriciode Albuquerque, Atlas histórico.

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Fonte: tHÉrY, Hervé; mello, neli aparecida de. Atlas do Brasil: disparidades e dinâmicas do território. São paulo: edusp, 2005. p. 37. mapa de base com generalização cartográfica. algumas feições do território nacional não estão representadas.

Brasil: a economia e o território no século xvii

Natal

Fortaleza

Olinda

São Cristóvão

Salvador

São Jorge dos IlhéusSanta CruzPorto Seguro

N. Sra. da VitóriaEspírito Santo

São Sebastião do Rio de JaneiroSantos

São Paulo

CananeiaItanhaém

Paraíba

Recife

Porto CalvoPenedo

São Vicente

Taubaté

Paranaguá

Laguna

São LuísBelémCametá

A economia e o território no século XVII

0 500 km

© HT-2003 MGM-LibergéoFonte: baseado em Manoel MauricioAlbuquerque, Atlas histórico.

Região ocupada pelos Holandeses

Ouro

Eixo de expansão da pecuária

Drogas do sertão

Limite dos Estados atuais

Cana-de-açúcarPecuária

Cidades e vilas

Meridiano de Tordesilhas

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Fonte: tHÉrY, Hervé; mello, neli aparecida de. Atlas do Brasil: disparidades e dinâmicas do território. São paulo: edusp, 2005. p. 39. mapa de base com generalização cartográfica. algumas feições do território nacional não estão representadas.

Brasil: a economia e o território no século xviiiA economia e o território no século XVIII

Natal

Fortaleza

Olinda

São Cristóvão

Salvador

São Jorge dos IlhéusSanta CruzPorto Seguro

VitóriaEspírito Santo

Rio de JaneiroSantos

São Paulo

Cananeia

Paraíba

Recife

Penedo

Paranaguá

Laguna

Porto Alegre

São LuísBelém

Cametá

Sabará

Mariana OuroPretoSão João

del Rei

Sorocaba

IguapeCuritiba

DesterroLajes

Alcântara

Macapá

Santarém

ÓbidosBarra doRio Negro

Borba

BarcelosOlivença

Vila Bela

Cuiabá

São Pedrodel Rei Vila Boa

Parnaíba

Quixeramobim

0 500 km

© HT-2003 MGM-LibergéoFonte: baseado em Manoel Mauriciode Albuquerque, Atlas histórico.

Ouro e diamantesAlgodão

Eixo de transporte

Drogas do sertão

Limite dos Estados atuais

Cana-de-açúcarPecuária

Cidades e vilas

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Fonte: tHÉrY, Hervé; mello, neli aparecida de. Atlas do Brasil: disparidades e dinâmicas do território. São paulo: edusp, 2005. p. 41.mapa de base com generalização cartográfica. algumas feições do território nacional não estão representadas.

Brasil: a economia e o território no século xixA economia e o território no século XIX

Natal

Fortaleza

Aracaju

Salvador

Vitória

Rio de JaneiroSantos

São Paulo

Recife

Maceió

São LuísBelém

OuroPreto

Curitiba

Florianópolis

Porto Alegre

Manaus

Cuiabá

Goiás

Paraíba

0 500 km

© HT-2003 MGM-LibergéoFonte: baseado em Manoel Mauriciode Albuquerque, Atlas histórico.

Ouro e diamantesAlgodão

Ferrovia

Drogas do sertão e borracha

Limite dos Estados atuais

Cana-de-açúcar

MateCafé

CacauFumo

Pecuária

Cidades e vilas

Cananeia

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1. Quais assuntos estão relacionados nos títulos dos mapas? após identificá-los, observe se as legendas exprimem a mesma relação.

2. com base na observação dos mapas, identifique as atividades econômicas que se destacaram no século XVi e descreva como elas evoluíram até o século XiX.

3. nos mapas “brasil: a economia e o território no século XVii” e “brasil: a economia e o território no século XViii”, observe a evolução das cidades e vilas. no decorrer do tempo, o número delas diminuiu ou aumentou? Justifique.

4. a partir da leitura dos mapas, quais informações permitem identificar no território brasileiro uma organização em “ilhas” e “arquipélagos” econômicos?

5. como o estudo da história territorial de nosso país pode ajudá-lo a compreender características atuais do território brasileiro?

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LIÇÃO DE CASA

com base nas aulas e discussões realizadas em sala de aula sobre os aspectos históricos e geoeconô-micos da formação do território brasileiro, responda:

1. explique o tipo de colonização que ocorreu no brasil.

2. Qual o significado da expressão “espaços extrovertidos” quando nos referimos à produção e à organização do espaço geográfico durante o período colonial brasileiro?

3. com base no mapa “brasil: a economia e o território no século XiX”, justifique o emprego da noção de “arquipélago econômico” para explicar a economia e a configuração geoeconômica do território brasileiro no início do século XX.

4. cite exemplos de características atuais do território brasileiro cuja origem remonta ao passado colonial do país.

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a partir das orientações do seu professor, frequente com seu grupo a biblioteca da escola e pesquise em livros e enciclopédias conteúdos sobre o período colonial brasileiro. nos textos selecionados e consultados, colete e organize informações sobre os chamados “ciclos econômicos” (cana-de-açúcar, mineração, café) por meio da elaboração de um quadro-síntese sobre os períodos, principais áreas de ocorrência dessas atividades e destino da produção.

para complementar a pesquisa e apresentar os resultados obtidos, elaborem um mapa com título e legenda sobre as informações organizadas no quadro-síntese, representando-as no mapa mudo da próxima página.

“Ciclo econômico” Cana-de-açúcar Mineração Café

Período

Principais áreas de ocorrência

Destino da Produção

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Atelier de cartographie de Sciences Po, 2007,www.sciences-po.fr/cartographie

Pedagogical use only. For any other usedissemination or disclosure, either wholeor partial, contact : [email protected]

Seul l’usage pédagogique en classeou centre de documentation est libre.Pour toute autre utilisation, contacter :[email protected]

0 500 km

Fonte: Atelier de Cartographie de Sciences Po. Disponível em: <http://cartographie.sciences-po.fr/cartotheque/bresinfr.pdf>. Acesso em: 15 out. 2009. Mapa de base com generalização cartográfica. Algumas feições do território nacional não estão representadas.

Título: _____________________________________________________________________________________________

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VOCÊ APRENDEU?

1. retome os mapas sobre a economia e o território brasileiros do século XVi ao XiX (p. 4-7) e leia o trecho a seguir.

[...] a colonização não se orientara no sentido de constituir uma base econômica sólida e orgânica, isto é, a exploração racional e coerente dos recursos do território para a satisfação das necessidades materiais da população que nela habita. daí a sua instabilidade, com seus reflexos no povoamento, determinando nele uma mobilidade superior ainda à normal dos países novos.

prado JÚnior, caio. Formação do Brasil contemporâneo: colônia. São paulo: brasiliense, 1961. p. 67.

com base nos mapas e no texto fornecido, justifique a noção de “arquipélago econômico” estudada nas aulas.

2. FuVeSt – 1a fase/2001 – Quanto à formação do território brasileiro, podemos afirmar que:

a) a mineração, no século XViii, foi importante na integração do território devido às relações com o Sul, provedor de charque e mulas, e com o rio de Janeiro, por onde escoava o ouro.

b) a pecuária no rio São Francisco, desenvolvida a partir das numerosas vilas da zona da mata, foi um elemento importante na integração do território nacional.

c) a economia no século XVi, baseada na exploração das drogas do sertão, integrou a porção centro-oeste à região Sul.

d) a economia açucareira do nordeste brasileiro, baseada no binômio plantation e escravidão, foi a responsável pela incorporação, ao brasil, de territórios pertencentes à espanha.

e) a extração do pau-brasil, promovida pelos paulistas por meio das entradas e bandeiras, foi importante na expansão das fronteiras do território brasileiro.

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Situação de aprendizaGem 2 a GêneSe daS FronteiraS braSileiraS

leia e interprete o mapa da próxima página com base no roteiro fornecido.

1. observe o título e a legenda. Qual é o assunto retratado no mapa?

2. Sugira outro título para o mapa.

3. o que o mapa revela sobre o brasil com relação ao assunto retratado?

4. por que o brasil não consta da lista de conflitos atuais?

SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM!

?

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Fonte: Jornal O Estado de S. Paulo, 7 out. 2007. p. a-18.

Conflitos1 - Nicarágua e Honduras2 - Nicarágua e Colômbia3 - Nicarágua e Costa Rica4 - Equador e Colômbia5 - Colômbia e Venezuela6 - Venezuela e Guiana7 - Guiana e Suriname8 - Peru, Chile e Bolívia9 - Malvinas: Argentina e Grã-Bretanha

Um continente em pé de guerra

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leia o texto a seguir e com o auxílio de um dicionário, esclareça os termos e expressões desconheci-dos, anotando-os ao lado do texto ou em seu caderno.

não há necessidade mais imperiosa para um estado do que ter fronteiras certas e reconhe-cidas, e foi a essa tarefa que rio branco deu o melhor de sua vida, retomando em vários casos os trabalhos de seu pai, por quem tinha admiração extraordinária. no caso do acre criou uma nova fronteira, na maior incorporação territorial de nossa vida de país independente, nos ou-tros manteve as divisas que achávamos ser as nossas. Fez mais, mas o que fica para a história são os tratados de limites. não é exagero dizer que uma obra dessa magnitude e valorizada moralmente por ter sido feita sem guerras é sem par nos anais da diplomacia universal. por isso rio branco tem o prestígio que nenhum outro diplomata tem, em nenhum outro país.

num livro recente, com o bonito título de O corpo da pátria, o geógrafo demétrio magnoli diz que, diferente do que geralmente se afirma, apenas 17% de nossas fronteiras vêm dos tempos coloniais (o rio Guaporé, por exemplo), a maior parte, 51%, foi estabelecida no período impe-rial (como a divisa no pantanal), e 32% devem-se exclusivamente a rio branco (os limites do acre) para falar nos três trechos da fronteira boliviana. preferimos ficar com a opinião tradicional, que julga ter sido o grande feito da colônia o estabelecimento das fronteiras do brasil. como diz o historiador de nossos dias Francisco iglésias: “o mapa da américa do Sul, quanto ao brasil, foi fixado no principal ainda no período português. Só acertos mínimos se fizeram depois”.

na verdade o que há são camadas que se sobrepõem, de precisão cada vez mais nítida. madri e Santo ildefonso são a grande mancha colonial: afinal, o primeiro mapa que apresenta o brasil, como um triângulo, ocupando metade do triângulo da américa do Sul, é o mapa das cortes, de 1750. no império tentou-se fixar bilateralmente todo o contorno terrestre do brasil e muito se conseguiu; mas ainda sobraram para a república trechos em aberto, e seu fechamento, vimos, é a grande obra do barão. podemos até aceitar os números de magnoli, admitindo como definitivos os acordos prévios. desde tordesilhas...

rio branco assinou tratados de limites com nove dos 11 vizinhos do brasil (hoje são 10, o equador tinha então a aspiração a chegar ao amazonas). com a Venezuela, tínhamos já o acordo de 1859 e, com o paraguai, as fronteiras haviam sido estabelecidas, aliás, pelo Visconde de rio branco, em 1871. o paraguai é exceção curiosa, porque era uma das especialidades de rio branco: as clássicas páginas que nabuco dedica à Guerra do paraguai em seu Um estadista da República (que se constituíram em livro isolado, em espanhol) muito incorporam das opi-niões do barão.

como exemplo de variação de acordos, lembremos que a linha de limites do brasil de certa for-ma se interrompeu quando o peru cedeu, em 1922, a soberania sobre o trecho tabatinga–apapóris à colômbia (o chamado trapézio de letícia). Só em 1928, na gestão profícua de octávio man-gabeira no itamaraty, a colômbia voltou a aceitar a linha de 1909, que era a mesma do tratado

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realize uma segunda leitura do texto, mais atenta, e sintetize o conteúdo de cada parágrafo ●atribuindo um título a cada um deles.

nos 2 ● o e 3o parágrafos, o autor do texto dialoga e se posiciona perante o estudo de um geógrafo. ele concorda com esse estudo? converse com seus colegas e com seu professor sobre isso.

o 6 ● o parágrafo pode ser lido como a conclusão do autor diante do que foi exposto e explicado principalmente nos 4o e 5o parágrafos. com o auxílio do professor, faça um resumo das ideias e informações apresentadas nesses três parágrafos.

de 1851, com o peru. muito importante, aliás, por ser o primeiro do império e por estabelecer a doutrina do uti possidetis, que, sob certas condições, vigorou até rio branco.

então, pode-se dizer que rio branco acabou com os problemas de fronteiras do brasil? de certa forma, sim: depois dele, o que pode haver são problemas “na” fronteira, mas não problemas “de” fronteiras, estes já resolvidos definitivamente por acordos bilaterais. uma ilha que muda de lugar em relação ao talvegue do rio, um marco mal colocado, um trecho não bem caracterizado no tratado de limites, até, como vimos, a mudança de soberania sobre um trecho lindeiro, tudo isso pode acontecer. Será preciso, então, resolver esses problemas práticos, mas sem mexer na teoria, incorporada aos acordos. Guimarães rosa, durante muitos anos chefe da divisão de Fronteiras do itamaraty, nos momentos de trabalho mais intenso, dizia com humor: “Só aceitei esse lugar porque me garantiram que o barão já havia demarcado todas as fronteiras do brasil...”.

GoeS FilHo, Synesio Sampaio. Fronteiras: o estilo negociador do barão do rio branco como paradigma da política exterior do brasil”. In: cardim, carlos Henrique; almino, João (org.). Rio Branco, a América do Sul e

a modernização do Brasil. brasília: FunaG, 2002. p. 123-125. disponível em: <http://www.funag.gov.br/biblioteca-digital/biografias-e-

memorias>. acesso em: 19 out. 2009.

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LIÇÃO DE CASA

1. com base em seus conhecimentos, usualmente quais são as etapas para o estabelecimento das fronteiras políticas internacionais?

2. diferente de outros países da américa latina, o brasil não possui atualmente conflitos frontei-riços relacionados à delimitação e fixação de seus limites territoriais.

a) comente, com suas palavras, o que foi a chamada “era rio branco” e qual a importância desse período para entender o fato citado.

b) dê sua opinião quanto à importância, para um país, da delimitação de fronteiras sem a ocorrência de conflitos.

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a partir das orientações de seu professor, você e seu grupo vão frequentar a biblioteca da escola e pesquisar em livros e enciclopédias conteúdos sobre o estabele-cimento das fronteiras políticas do brasil e a chamada “era rio branco”.

após cada um do grupo escolher para leitura e estudo um ou mais textos, organizem as informações reunidas e elaborem um texto que resuma as princi-pais ideias sobre a “era rio branco”.

no site da Fundação alexandre de Gusmão <http://www.funag.gov.br>, você pode encontrar textos sobre a “era rio branco” para download na biblioteca digital, seções “biografias e memórias” e “o livro na rua – Série diplomacia”.

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no que diz respeito às fronteiras e aos limites atuais do território brasileiro, assinale a alternativa correta sobre fatos relativos à sua demarcação e consolidação.

a) antes mesmo de o país ser uma nação soberana, o território brasileiro já estava completamente delimitado. para tanto, muito contribuiu a assinatura do tratado de madri (1750) e do tratado de Santo ildefonso (1777), que separaram as terras espanholas das terras portuguesas na américa.

b) pela arbitragem ou pelo acordo direto, sem conflitos armados acirrados que resultaram em grande número de mortes, até o final do século XVii os diplomatas brasileiros estabeleceram as fronteiras atuais do território do brasil, com base em documentação cartográfica, na história e no princípio do uti possidetis, ou direito de posse, consagrado no tratado de madri.

c) o trabalho de delimitação foi concluído no século XiX e contou com a participação ativa de vários diplomatas brasileiros, notadamente o Visconde do rio branco. nos primeiros anos do século XX, os graves problemas de limites ainda pendentes foram solucionados pela ação direta do barão do rio branco.

d) com uma fronteira marítima de 7 367 quilômetros, o brasil tem limites terrestres com 11 países da américa do Sul: equador, chile, uruguai, argentina, paraguai, bolívia, peru, colômbia, Venezuela, Guiana e Suriname, e com o departamento ultramarino Francês da Guiana, em uma extensão da ordem de 16 886 quilômetros.

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Situação de aprendizaGem 3 território braSileiro: do “arQuipÉlaGo” ao “continente”

leia e interprete a coleção de mapas e, com o auxílio do professor, atenda ao que é solicitado.

SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM!

?

Fonte: tHÉrY, Hervé; mello, neli aparecida de. Atlas do Brasil: disparidades e dinâmicas do território. São paulo: edusp, 2005. p. 43. mapa de base com generalização cartográfica. algumas feições do território nacional não estão representadas.

Brasil: do arquipélago ao continente

Distrito Federal

Centro de gravidade econômico

Espaço realmente integrado à economia nacional

Rota marítima ou �uvial

Principais correntes migratórias

Frentes pioneiras e eixos de progressão

Grande eixo rodoviário

Capital de Estado

Zona de in�uência dos principais focos econômicos

0 500 km© HT-2003 MGM-Libergéo

0 500 km© HT-2003 MGM-Libergéo

0 500 km© HT-2003 MGM-Libergéo

Anos 1890 Anos 1940

Anos 1990

Distrito Federal

Centro de gravidade econômico

Espaço realmente integrado à economia nacional

Rota marítima ou �uvial

Principais correntes migratórias

Frentes pioneiras e eixos de progressão

Grande eixo rodoviário

Capital de Estado

Zona de in�uência dos principais focos econômicos

0 500 km© HT-2003 MGM-Libergéo

0 500 km© HT-2003 MGM-Libergéo

0 500 km© HT-2003 MGM-Libergéo

Anos 1890 Anos 1940

Anos 1990

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1. observe a localização do distrito Federal nos três mapas. Que relação pode ser feita entre sua localização em 1940 e a atual com a abrangência dos espaços realmente integrados à economia nacional?

2. analise a evolução do “tamanho” das capitais nos três mapas. Que fatores interferiram nesse processo?

3. no mapa referente aos anos 1890, qual é o sentido da principal corrente migratória? Que atividade econômica impulsionou esse fluxo migratório?

4. no mapa dos anos 1940, quais estados estavam realmente integrados à economia nacional?

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leia o texto a seguir:

no livro “o brasil: território e sociedade no início do século XXi” (2001), milton Santos e maria laura Silveira propõem uma tipologia da sucessão dos meios geográficos no brasil.

o meio natural é compreendido como o momento em que a natureza ainda comandava ●a maior parte das ações humanas, no qual as técnicas e o trabalho eram totalmente asso-ciados às dádivas da natureza. É caracterizado como o período do “tempo lento”, que se estendeu do surgimento do homem em sociedade ao advento das máquinas.

o meio técnico surge quando o homem começa a se sobrepor ao “império da natureza”, por inter- ●médio da construção de sistemas técnicos. esse meio geográfico é caracterizado por subperíodos que não ocorrem de maneira equilibrada por todo o território. isso significa que algumas regiões vão incorporar mais rapidamente novas condições de produção, transporte e comunicação.

o meio ● técnico-científico-informacional começa a ocorrer a partir da década de 1970, quan-do a informação passou a ser fundamental no período de globalização, de constituição de um mercado global. Seu funcionamento está baseado no avanço das tecnologias da infor-mação, que facilitam a comunicação e intensificam as relações comerciais.

Fonte: SantoS, milton; SilVeira, maria laura. O Brasil: território e sociedade no início do século XXi. rio de Janeiro: record, 2001.

1. caracterize a principal diferença entre meio natural e meio técnico.

2. relacione os mapas e períodos apresentados na coleção de mapas “brasil: do arquipélago ao continente” com cada um dos conceitos sobre a sucessão de meios geográficos no brasil tratados no texto. Justifique suas escolhas.

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3. dê exemplos do seu cotidiano que demonstrem a presença do meio técnico-científico-informa-cional no espaço brasileiro.

em grupo, e com o auxílio do professor, conheça a letra da canção Bye Bye Brasil (1979) – e se possível, escute a música –, composição de chico buarque e roberto menescal, criada para o filme de mesmo título, de cacá diegues.

1. após trocar ideias sobre o conteúdo e o vocabulário da letra de música, responda: Seria possível dizer que a narrativa da letra da música possui relações mais estreitas com um dos mapas “Brasil: do arquipélago ao continente”? Em caso afirmativo, qual deles e por quê?

2. estabeleça relações entre a letra da canção e os conceitos estudados em sala de aula, como a sucessão dos meios geográficos no brasil.

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consulte um ou mais capítulos de livros didáticos de Geografia na biblioteca da escola sobre as migrações, a dinâmica do povoamento, economia e organização do espaço geográfico do brasil ao longo do tempo. durante sua consulta e leitura, anote as informações e ideias que considerar importantes. posteriormente, com o auxílio do professor e junto aos seus colegas, apresente e discuta o que aprendeu, tire suas dúvidas e enriqueça as informações obtidas com as fornecidas pelos demais.

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a produção e a organização do território do brasil são obra contínua, inacabada. além da dinâ-mica da sociedade e da economia, o país conta com iniciativas e investimentos governamentais como a instalação de infraestruturas (rodovias, portos, aeroportos, hidrelétricas etc.) essenciais para a maior integração entre as regiões brasileiras.

com seu grupo de trabalho, realize uma pesqui-sa na internet e em jornais e revistas sobre o pac (programa de aceleração do crescimento). elabo-re um relatório destacando os principais pontos do programa. busque informações que permitam ao grupo comparar a opinião de pessoas favoráveis e/ou contrárias ao pac ou a algumas de suas ações.

a pesquisa sugerida poderá ser ini-ciada consultando-se os seguintes sites:

brasil. república Federativa do bra- ●sil. programa de aceleração do cres-cimento. disponível em: <http://www.brasil.gov.br/pac/>. acesso em: 19 out. 2009.

uol notícias – especial pac. ●disponível em: <http://noticias.uol.com.br/especiais/pac/>. acesso em: 19 out. 2009.

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observe o mapa e assinale a alternativa correta sobre o critério utilizado na regionalização do brasil.

Fonte: SantoS, milton; SilVeira, maria laura. O Brasil: território e sociedade no início do século XXi. rio de Janeiro: record, 2001. p. 309.

Regiões brasileiras

REGIÃO AMAZÔNIA

REGIÃO NORDESTE

REGIÃO CENTRO-OESTE

REGIÃO CONCENTRADA

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a) o mapa retrata a nova divisão regional do brasil proposta pelo ibGe em 2007, tendo por base a densidade demográfica e a expansão industrial.

b) o mapa reflete a divisão regional do brasil por regiões geoeconômicas, subdividindo-o em três complexos regionais. Formulada pelo geógrafo pedro pinchas Geiger, cuja primeira versão é de 1967, no plano espacial espelha os resultados da integração promovida pela concentração industrial no Sudeste, além de levar em consideração o grau de polarização econômica em cada uma das regiões. os principais critérios para essa regionalização foram a história da ocupação do espaço geográfico e as diferenças socioeconômicas.

c) o mapa retrata a tradicional divisão regional do brasil formulada pelo ibGe a partir de 1969. o brasil é dividido em macrorregiões homogêneas, agrupando estados com características co-muns por critérios naturais, econômicos e demográficos. para sua delimitação foram utilizados critérios como a análise de população, formas de ocupação do solo, aspectos culturais, hábitos e tradições e também o estágio de desenvolvimento de cada região.

d) o mapa organiza uma síntese das regionalizações do brasil segundo critérios como formas de ocupa-ção do solo, aspectos culturais, hábitos e tradições das populações dos estados brasileiros.

e) o mapa representa a proposta do geógrafo milton Santos, divulgada em 2001. perante outras divisões regionais do brasil, determina um novo conjunto regional que se estende de minas Gerais ao rio Grande do Sul, tendo por núcleo o estado de São paulo. essa divisão regional baseia-se no impacto da revolução técnico-científica na vida de relações do território brasileiro, acompanhada pela densidade dos fluxos de capital, mercadorias, pessoas e informações.

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Situação de aprendizaGem 4 o braSil e a economia Global: mercadoS internacionaiS

leia e interprete o mapa e os gráficos a seguir com base no roteiro fornecido.

SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM!

?

Clientes e fornecedores do Brasil

Comércio exteriorem 2001 (US$ milhões)

50 000 1 102 580 4 294 970

Clientes e fornecedores do Brasil

PaísesBaixos

Bélgica

Fonte: Ministério do Desenvolvimento,Indústria e Comércio Exterior.Secretaria de Comércio Exterior.

0Escala no Equador

3 000 km

© HT-2003 MGM-LibergéoImportaçõesExportações

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Fonte: tHÉrY, Hervé; mello, neli aparecida de. Atlas do Brasil: disparidades e dinâmicas do território. São paulo: edusp, 2005. p. 23.

Comércio exteriorem 2001 (US$ milhões)

50 000 1 102 580 4 294 970

Clientes e fornecedores do Brasil

PaísesBaixos

Bélgica

Fonte: Ministério do Desenvolvimento,Indústria e Comércio Exterior.Secretaria de Comércio Exterior.

0Escala no Equador

3 000 km

© HT-2003 MGM-LibergéoImportaçõesExportações

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Fonte: Anuário Análise Comércio Exterior 2006. São paulo: análise editorial, 2006. disponível em: <http://www.analisecomercioexterior.com.br>. acesso em: 15 out. 2009.

países que geram mais superávit países que geram mais déficit

Balança comercial brasileira, 2005

Fonte: Anuário Análise Comércio Exterior 2006. São paulo: análise editorial, 2006. disponível em: <http://www.analisecomercioexterior.com.br>. acesso em: 15 out. 2009.

Participação relativa dos continentes no comércio exterior do Brasil

1. Há correspondência entre o título do mapa e os aspectos indicados na legenda? Justifique.

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2. com base no mapa, com quais países do mundo o brasil mantém intensas relações comerciais?

3. observando no mapa as semicircunferências nos estados unidos e Japão, por exemplo, o que você pode concluir a respeito da participação desses países no comércio exterior brasileiro?

4. com relação aos gráficos “balança comercial brasileira”, qual é o significado dos termos e expressões: “balança comercial”, “superávit” e “déficit”.

5. observando o mapa e os gráficos, e com ajuda de seu professor, a que conclusões você chega a respeito do comércio exterior brasileiro? ele é vantajoso para o país? por quê?

6. Quais outras expressões ou termos poderiam ser relacionados ao mapa e aos gráficos que permi-tiriam ou ajudariam a entender a situação do brasil no comércio mundial?

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Entenda a Rodada Dohaletícia Simões

a rodada doha foi criada em 2001, dois meses após os ataques às torres Gêmeas em 11 de setembro, com o objetivo de discutir as barreiras comerciais entre os países em meio à crise econômica, além de tentar implementar os resultados alcançados em acordos anterio-res, na chamada rodada uruguai, que existiu entre 1986 e 1994. em encontro na capital do Qatar, os integrantes da organização mundial do comércio concordaram em negociar pela agenda doha de desenvolvimento, nome oficial do debate, a gradual redução de subsídios para incentivar a economia internacional e expandir o comércio nos países emergentes, re-presentados pelo G-20, grupo liderado por brasil e Índia. em 2003, as negociações seguiram em cancún (méxico); Genebra (Suíça), no ano seguinte; e paris, dois anos depois. todavia, os países pouco progrediram nas demandas dos diferentes lados – enquanto europa e estados unidos se opunham a fazer concessões, as nações do G-20 exigiam cortes nos subsídios agrí-colas. em julho último, o diretor-geral da omc, pascal lamy, anunciou o fracasso de mais uma tentativa da rodada doha. o pacote apresentado pela União Europeia se comprometia a reduzir em 80% os subsídios, ao limitar o incentivo para uS$ 36 bilhões ao ano, enquanto os eua propuseram diminuição de 36% nas tarifas agrícolas. por sua vez, os países emergentes facilitariam a entrada dos produtos industrializados, além dos setores de bens e serviços públi-cos, com corte médio de 54% nas taxas. o ministro do comércio da Índia, Kamal nath, resu-miu na época o descontentamento com os termos propostos ao afirmar que não haveria acordo se o país não pudesse proteger os milhões de pequenos agricultores. apesar do esforço do brasil e da austrália para coordenar o acordo entre os países, estados unidos e o bloco encabeçado por china e Índia divergiram sobre o direito às salvaguardas agrícolas especiais dos países em desenvolvimento. por esta prática, a cada vez que houver surto de importação de determinado produto, os governos poderão elevar as taxas financeiras. enquanto a china e a Índia lutaram para que as salvaguardas fossem acionadas quando houvesse alta de 10%, os estados unidos e a europa insistiram em que a prática fosse possível apenas quando as importações crescessem 40% sobre o preço médio dos últimos três anos. nenhum dos lados cedeu e as discussões foram encerradas. o ministro do comércio da nova zelândia, phill Goff, evitou na época falar em encerramento absoluto, mas classificou o caso como fracasso. em contrapartida, o representante do governo americano, david Shark, criticou a posição tomada por chineses e indianos, e sugeriu que o endurecimento das posições dos países emergentes comprometeu seriamente a rodada doha. em outubro, o presidente luiz inácio lula da Silva comentou que a melhor resposta para a crise econômica seria retomar as negociações da rodada doha, e afirmou já ter conversado sobre o assunto com o presidente dos eua, George bush. lula também observou que precisaria convencer o primeiro-ministro da Índia, manmohan Singh,

leia o texto e esclareça os termos e expressões destacados e aqueles desconhecidos, anotando-os sobre o texto ou em seu caderno.

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1. o que é a agenda doha de desenvolvimento?

2. conforme apontado no texto, quais foram os principais impedimentos que inviabilizaram acor-dos nas negociações da rodada doha entre 2001 e julho de 2008?

LIÇÃO DE CASA

1. explique o que é o G-3 ou Fórum ibas (Fórum de diálogo Índia, brasil e África do Sul).

2. o que foi a proposta de criação da alca e quais foram as principais dificuldades que impossibi-litaram esse acordo?

não favorável à retomada das discussões. de acordo com dados da própria omc, os subsídios agrícolas somam uS$ 360 bilhões ao ano. Se incluídos os incentivos às áreas de serviços e in-dústrias, a conta sobe para uS$ 1 trilhão por ano – 4% do PiB global.

Fonte: SimÕeS, letícia. entenda a rodada doha. Jornal do Brasil, 18 nov. 2008. Seção “tema do dia” p. 3. disponível em: <http://jbonline.terra.com.br/leiajb/noticias/2008/11/18/temadodia/entenda_a_rodada_doha.html>. acesso em: 19 out. 2009.

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3. o que é o G-20?

4. Qual o principal objetivo do G-20 junto à omc?

o ibas (também conhecido como G-3) é o acrônimo de Índia, brasil e África do Sul (em inglês, ibSa). constitui um fórum de diálogo de iniciativa trilateral desses países com o objetivo de promover a cooperação Sul-Sul. criado oficialmente em 6 de junho de 2003, em brasília, o ibas realiza encon-tros anuais para dar seguimento aos objeti-vos do fórum.

realize uma pesquisa sobre o Fórum ibas em jornais, revistas e internet, identifi-cando as áreas de cooperação entre os paí-ses que o integram. após pesquisar, reunir e ler textos sobre o assunto, elabore uma dissertação sobre o tema “a política externa brasileira e a cooperação Sul-Sul”.

para iniciar sua pesquisa, sugerimos:

Fórum de diálogo ibas. disponível em: ●<http://www.forumibsa.org>. acesso em: 19 out. 2009.

texto “a inflexão da política externa ●brasileira para o Sul e o Fórum ibas”, de Joana laura marinho nogueira. disponível em: <http://www.pucminas.br/imagedb/conjuntura/cno_arQ_notic20080710140105.pdf>. acesso em: 19 out. 2009.

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FUVEST – 2a Fase/2008 – Uma das características do setor agropecuário, na atualidade, é a alta especialização produtiva, que reforça a necessidade de circulação de alimentos pelo planeta. Como, todavia, os custos de produção são muito distintos nas diferentes porções do globo, políticas de subsídios agrícolas e de barreiras protecionistas foram e continuam sendo adotadas por alguns Esta-dos, no sentido de proteger seus produtores rurais. Sobre políticas de subsídios agrícolas e barreiras protecionistas:

a) Cite dois países que as utilizam de forma sistemática e, ao menos, um produto por país citado.

b) Analise criticamente as ações recentes do Estado brasileiro junto à OMC e os resultados alcan-çados.

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PARA SABER MAIS

Filmes

Desmundo ● . direção: alain Fresnot. brasil, 2003. 101 min. 14 anos. ambientado em 1570, o filme retrata a época em que os portugueses enviavam órfãs ao brasil para se casarem com os colonizadores. o objetivo era minimizar o nascimento dos filhos com as mulheres indígenas, além de tentar assegurar casamentos cristãos. ao narrar o caso de oribela, uma dessas jovens que acaba se casando obrigada com Francisco de albuquerque, o filme proporciona um ótimo contato com aspectos interessantes sobre os modos de vida e a cultura do brasil colônia.

O Barão ● . direção: eduardo escorel. brasil, 1995. 25 min. em virtude da solução diplomá-tica das questões limítrofes ao longo de suas fronteiras, o brasil apresenta mais de 120 anos de paz ininterrupta com seus dez países vizinhos. o documentário (produzido por itaú cultural, “perfis e personalidades”) traça o perfil e conta a história da atuação do principal responsável por esse feito, José maria da Silva paranhos Júnior (1845-1912), mais conhe-cido como barão do rio branco.

Livros

amaral lapa, José roberto do. ● A economia cafeeira. 4. ed. São paulo: brasiliense, 1987. (col. tudo é História, 72). em linguagem clara e acessível, o autor apresenta o contexto histórico da economia cafeeira no brasil, na passagem do século XiX ao XX, abordando as transformações no espaço geográfico decorrentes dessa atividade econômica e seus efeitos para o processo de industrialização do país.

andrade, manuel correia de; andrade, Sandra maria correia de. ● A Federação brasilei-ra: uma análise geopolítica e geossocial. São paulo: contexto, 1999. (col. repensando a Geo-grafia). os autores discutem como o brasil foi organizado em uma única Federação de estados e territórios, ao passo que outros vizinhos hispano-americanos dividiram-se em numerosos es-tados nacionais. além de oferecerem uma visão de conjunto bem organizada sobre a conquista territorial e as atividades econômicas ao longo da história brasileira, abordam o povoamento e a territorialização nos séculos XiX e XX e as desigualdades regionais no país.

Furtado, Junia Ferreira. ● Cultura e sociedade no Brasil colônia. São paulo: atual, 2000. (col. discutindo a História do brasil). de forma didática, a autora percorre vários aspectos da vida cotidiana no brasil colônia, descrevendo e analisando a vida religiosa, o contato entre europeus e indígenas e a vida familiar. de particular interesse, no capítulo 3 é tratada a questão das “Frotas e caminhos”, onde somos levados a compreender um pouco melhor o povoamento e a precariedade de comunicações no território colonial brasileiro.

GeiGer, pedro pinchas. ● As formas do espaço brasileiro. rio de Janeiro: Jorge zahar, 2003. (col. descobrindo o brasil). de maneira didática e fluente, o livro aborda a localização

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geográfica e as transformações no espaço brasileiro sob a perspectiva das mudanças em sua configuração social e cultural. desse modo, analisa a espacialidade do território brasileiro, em conexão com sua história e a conformação de sua sociedade.

maGnoli, demétrio; arauJo, regina. ● O projeto da Alca: hemisfério americano e mer-cosul na ótica do brasil. São paulo: moderna, 2003. (col. polêmica). o livro aborda com rigor conceitual e didatismo as questões geopolíticas e geoeconômicas relacionadas à formação de blocos econômicos no continente americano, privilegiando a análise sobre o lugar ocupado pelo brasil diante de diferentes projetos de integração como também perante a globalização.

Sites

Brasil. ● República Federativa do Brasil – Ministérios. disponível em: <http://www.brasil.gov.br>. acesso em: 15 out. 2009. página com links para os sites dos ministérios da república Federativa do brasil. consultando-se os ministérios dos transportes, integração nacional e comunicações, por exemplo, podem ser obtidas informações sobre o território nacional e projetos de desenvolvimento em curso.

IBGE Teen ● . disponível em: <http://www.ibge.gov.br/ibgeteen/index.htm>. acesso em: 15 out. 2009. Site do instituto brasileiro de Geografia e estatística com seções e páginas sobre temas de interesse para a Geografia do brasil. Sugerimos acessar a seção “brasil: 500 anos de povoamento”, que disponibiliza conteúdo bem organizado sobre a construção do território e o povoamento.

Mercosul ● . disponível em: <http://www.mercosul.gov.br>. acesso em: 15 out. 2009. Site do ministério das relações exteriores do brasil sobre o mercosul, com informações sobre os principais temas da agenda do bloco econômico.

Missões de Paz ● . a diplomacia brasileira nos conflitos internacionais. disponível em: <http://www2.mre.gov.br/missoes_paz/port/index.html>. acesso em: 15 out. 2009. Site do mi-nistério das relações exteriores do brasil com inúmeros textos e fotos sobre a diplomacia brasileira. recomendamos, em particular, a leitura do capítulo 4, “rio branco, a questão do acre e a política territorial”, de autoria de rubens ricupero.

OMC ● . disponível em: <http://www.wto.org> (em inglês). acesso em: 15 out. 2009. Site da organização mundial do comércio com informes, textos e publicações sobre os temas de interesse comercial, como a rodada doha.

Revista ● pangea. disponível em: <http://www.clubemundo.com.br/revistapangea/>. acesso em: 15 out. 2009. Geografia e política internacional são os temas do site, que oferece material de excelente qualidade, inclusive sobre temas da Geografia brasileira, com textos críticos produzidos por autores conceituados. possibilita o acesso a todas as edições anteriores, que podem ser consultadas para pesquisas escolares.

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