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Junho 2011 Rio de Janeiro – RJ – cep: 20241-220 Presidenta Anna Claudia Ramos – [email protected] Vice-presidente Maurício Veneza – [email protected] Diretor Executivo Rogério Andrade Barbosa – [email protected] Secretária Geral Eliana Martins – [email protected] Tesouraria Flávia Côrtes – [email protected] Coordenação de Comunicação Sandra Pina – [email protected] Coordenação Visual Thaís Linhares – [email protected] Coordenação Cultural Marília Pirillo - [email protected] Consultoria Jurídica Gabriel Lacerda - [email protected] Conselho Consultivo Ana Maria Machado, Bartolomeu Campos de Queirós, Daniel Munduruku, Edson Gabriel Garcia, Leo Cunha, Luiz Antonio Aguiar, Pedro Bandeira, Regina Yolanda, Rosa Amanda Strausz, Rosana Rios, Rui de Oliveira, Silvia Cintra Franco. Boletim AEI-LIJ nº 16 – Junho de 2011 Jornalista Responsável: Sandra Pina Projeto gráfico: Thais Linhares Colaboradores: Laura Castilhos (Capa), Anielizabeth, Anna Claudia Ramos, Flávia Côrtes, Glória Kirinus, Hermes Bernardi Jr., J.P.Veiga, Luiz Antonio Aguiar, Marilia Pirillo, Mauricio Veneza, Pedro Bandeira, Regina Sormani, Tatiana Oliveira. Impresso na gráfica da editora Zit T iragem: 1.500 exemplares Coordenações Regionais Anielizabeth (RJ) - [email protected] Glória Kirinus (PR) - [email protected] Hermes Bernardi (RS) - [email protected] Lenice Gomes (PE) - [email protected] Regina Sormani (SP) - [email protected] Rubem Filho (MG) – [email protected] Socorro Acioli (CE) - [email protected] Tatiana Oliveira (DF) - [email protected] Editorial-Balanço final IMPRESSO Associação de Escritores e Ilustradores de Literatura Infantil e Juvenil Arte e ©2011 de Laura Castilhos Rua Cândido Mendes, 240/708 – Glória Visite a AEILIJ em www.aeilij.org.br Em junho deste ano, a AEILIJ completa 12 anos. Motivo de comemoração, pois muita gente não acreditou que nossa associação fosse durar tanto tempo. Aliás, muitos nem acreditaram que seria possível a criação de uma associação reunindo escritores e ilustradores de literatura infantil e juve- nil. Mas aquele pequeno grupo que se formou em 1999 não deu ouvidos aos pessimistas de plantão e fundou uma entidade que hoje, sem dúvida, repre- senta os anseios de ambas as categorias. Foram muitos anos de construção da identidade da instituição. O tempo foi passando e cada manda- to, cada diretoria, foi fortalecendo o nome da AEILIJ. Nunca uma nova diretoria destruiu o que a anterior havia feito, pelo contrário, deu continuidade e avançou um pouco mais em suas ações e projetos e, claro, imprimindo sua marca mais pessoal. Com isso, conseguimos nos estabelecer como uma insti- tuição séria e respeitada por diversos órgãos gover- namentais e instituições ligadas ao livro e leitura em diversos estados brasileiros. Estamos chegando ao final de nosso segundo mandato com a sensação do dever cumprido. Temos muito que comemorar. Não só pelo fortalec- imento da AEILIJ, enquanto instituição, mas por saber que nesses anos crescemos em número de associados, ações e projetos. Infelizmente, ainda somos poucos braços para tantas ações, mas este cenário começa a se modificar. Os associados estão entendendo cada vez mais que a AEILIJ é fruto de um trabalho coletivo, até porque, como todos sabem, nenhum cargo de diretoria recebe qualquer tipo de remuneração, todos trabalham de forma voluntária, doando tempo e energia. Certamente ficará para a nova diretoria a tarefa de avançar ainda mais o trabalho de desenvolvi- mento das regionais e estreitamento de parcerias, para que cresçam ainda mais as ações da AEILIJ em todos os cantos desse imenso Brasil. Foram muitas ações e parcerias desenvolvidas, mas, certamente, as futuras diretorias terão que pensar em profissionalizar as atividades da associ- ação, pois as demandas são cada vez maiores e pedem dedicação mais exclusiva. Fica o desafio para daqui a alguns anos. Despedimo-nos com o sentimento de termos feito um bom trabalho e deixamos tudo organizado para a nova diretoria, que, temos certeza, dará con- tinuidade a tudo que os associados esperam. Acompanharemos de perto, orientando e contribuin- do com aquilo que a experiência nos ensinou. Agradecemos a todos por acreditarem e confi- arem em nosso trabalho nesses quatro anos em que estivemos a frente da presidência e vice- presidência. Anna Claudia Ramos e Maurício Veneza Pelo menos para nós, autores de Literatura para crianças e jovens. Só que antes, nos tempos da Ditadura, havia um departamento de censura federal e um chefe da dita cuja. Havia personagens antológicos, como o Pena Vermelha, que se divertia em riscar com caneta pilot os versos de Chico Buarque e outros. E havia os carimbos de “censurado”, martelando o texto e lá grava- dos para a história. Hoje, a censura está diferente. Fluida, tênue e sem aceitar seu nome próprio. É no papo, sem documento, sem recibo. “Isso não pode, senão o governo não compra”, “Isso não pode, senão os pais reclamam com a direção do colégio e a direção do colégio vem reclamar com a gente e não compra mais nossos livros”, “Isso hoje em dia (na época do politicamente correto) não se diz, nem muito menos se escreve, senão...” Se um personagem-pai, na volta do trabalho, sexta-feira, para no boteco para tomar uma cervejinha com os amigos e conversar sobre a vida – não pode. Se um vilão puxa um cigarro – não pode. Muito saudável, diriam as borboletas, assim se pro- tege as crianças e jovens do vício. Mas também não pode sexo, nem explícito, nem insinuado. Nem clima sensual: N-ã-o- P-o-d-e! Tampouco, em certos índices (plural de índex, segundo o Houaiss), duendes, gnomos, fadas, videntes, fantasmas, monstros góticos, manifestações mágicas e sobrenaturais (a não ser que sejam enquadradas no final como ilusão de ótica do protagonista), Darwin e os dinossauros. E de quebra andam vetando personagens rebeldes, antagonismos entre a instituição escolar e os jovens, namoros em fuga etc. Claro, há casos e casos; e há brechas, muitas, onde a censura não se infiltrou. Mas, no geral, somos convidados a apresentar ambientações cor de rosa, desprovidas de conflitos agudos, com person- agens previsíveis, bola murcha. E temos de competir com os Percy Jackson, os Jack Sparrow, as maravilhas de Hogwarts, os cre- pusculares vampiros e congêneres, pela atenção da garotada. No fundo a Literatura ainda assusta tanto quanto Emília gritar Eu sou a Independência ou Morte. Estamos pagando um preço alto pela contingência de o mercado editorial brasileiro impor termos clientela (governo, instituição escolar) e público-leitor em segmentos diferentes, às vezes com referências culturais e propósitos inconciliáveis. Táticas contra a censura? As mesmas de antes. A metáfora, a negociação, a busca de canais alternativos. Nossa arte está sendo posta à prova e cada autor sabe o quanto deve ceder, sem se violentar, ou quando chega a hora de pedir o original de volta. Só não podemos ajudar a camuflar a censura! Cuidado, colegas: cobra criada não aceita ser chamada de lagartixa. Pergunta: Uma colega de ofício e arte entrou em contato com a coluna perguntando o que fazer com o caso de um original seu, no qual a editora exige cortes de trechos que poderiam desagradar escolas e compradores do Governo. COBRA CRIADA, do seu ninho, responde: ORA... A CENSURA ESTÁ DE VOLTA! É a velha inimiga. Com silicone , botox e reciclada num spa natureba. Mas é ela. Lista de Discussão –mande um e-mail para [email protected] e inscreva-se. Boletim 16 Do Rio Grande do Sul Ano bastante movimentado para a regional RS. Vimos participan- do do GT que estuda a formulação do PMLL – Plano Municipal do Livro e Leitura e do PELL – Plano Estadual do Livro e Leitura. Além disso, fechamos a programação do III Seminário AEILIJ a realizar-se na Área Infantil e Juvenil da 57a. Feira do Livro de Porto Alegre, nos dias 8, 9 e 10 de novembro. Neste ano o tema norteador dos debates irá para além dos muros da escola a fim de refletir sobre as Bibliotecas escolares irradiando leituras e leitores em seu entorno. De São Paulo Até o final de maio ou princípio de junho, acontece o lançamento da revista digital ALMANAQUE PRIMAVERA EM SAMPA. Ela vai abrigar, entre outras matérias, os contos coletivos "Primavera em Sampa" 2009, 2010 e 2011. A coordenação traba- lhou o tema na lista regional em conjunto com os autores que se dispuseram a participar. A responsabilidade editorial ficará a cargo do jornalista Sérgio Willians. Diagramação e arte de Gilberto Marchi. Na primeira quinzena de maio, foi feita na Assembleia Legislativa de SP uma reunião com os associados para a indicação do nome do AUTOR HOMENAGEADO 2011. E ainda, o associado Manuel Filho foi um dos premiados do Concurso Literário de São Bernardo do Campo, na categoria dra- maturgia, com a obra: "Antes de dormir", uma peça teatral. No con- curso havia mais de 1000 inscritos. Do Paraná O poeta e escritor cubano de Literatura infanto-juvenil, Joel Franz Rossel, radicado atualmente na França, foi convidado a participar na Feira Literária Internacional do Tocantins, que acontece no iní- cio de julho. Ele irá também a Brasília. Nosso colega Joel Franz Rossel recorre a nosso boletim para que o Paraná, e demais estados interessados, o ajudem a ampliar e adensar sua visita ao Brasil. Ele conhece bem a literatura infanto- juvenil brasileira e publicou em português o livro “A lenda de Taita Osongo”, pela Ediçoes SM. Vivemos em tempo de mundo e todas nossas regionais recebem, cada vez mais, convites e visitas do exterior. A troca entre nossos estados pode ser suplementada com a troca com nossos colegas que habitam outras realidades, climas, culturas, mas a mesma intenção estética e humanizante que a literatura oferece. Para entrar em contato com Joel Franz Rossel, acesse: http://elpajarolibro.blogspot.com, http://cuentosdelmagodelcuento.blogspot.com, http://auteurjeunessedecuba.blogspot.com ou com a coordenação do Paraná - [email protected] Do Rio de Janeiro Nos dias 14 e 15 de maio aconteceu a terceira edição da FLIST – Festa Literária de Santa Teresa, que teve como autor homenagea- do, nosso associado e conselheiro Bartolomeu de Campos Queiroz. A AEILIJ teve uma participação ativa na FLIST promovendo duas mesas de debates: África na LIJ e Livro Digital x Livro Impresso em Julgamento, além de uma roda de bate-papo entre autores asso- ciados e o público. Do Distrito Federal Aconteceu entre os dias 11 e 15 de maio a terceira edição da FLIPIRI – Festa Literária de Pirenópolis, com a participação de diversos associados da AEILIJ. Da terra do frevo e do maracatu Nosso associado Antonio Nunes informa que está organizando o I Encontro Pernambucano de Escritores e Ilustradores de LIJ. O evento será nos dias 20 e 21 de agosto e fará parte do Festival de Literatura da Cidade do Recife, que acontecerá entre 21 e 28 de agosto. Maiores informações estão disponíveis no blog http://lij- pe.blogspot.com/. Este encontro é uma promoção conjunta da AEI- LIJ e da UBE/PE. Conheça o mascote Mauricinho. AEILIJ PELO BRASIL Arte de Anielizabeth.

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Page 1: 16 Boletim - Seminário AEILIJ de Literatura Infantil e ... · Consultoria Jurídica Gabriel Lacerda - consultoria@aeilij.org.br Conselho Consultivo Ana Maria Machado, Bartolomeu

Junho 2011

Rio de Janeiro – RJ – cep: 20241-220

PresidentaAnna Claudia Ramos – [email protected]ício Veneza – [email protected] ExecutivoRogério Andrade Barbosa – [email protected]ária GeralEliana Martins – [email protected] TesourariaFlávia Côrtes – [email protected]ção de ComunicaçãoSandra Pina – [email protected]ção VisualThaís Linhares – [email protected]ção CulturalMarília Pirillo - [email protected] JurídicaGabriel Lacerda - [email protected] Consultivo Ana Maria Machado, Bartolomeu Campos deQueirós, Daniel Munduruku, Edson Gabriel Garcia,Leo Cunha, Luiz Antonio Aguiar, Pedro Bandeira,Regina Yolanda, Rosa Amanda Strausz, RosanaRios, Rui de Oliveira, Silvia Cintra Franco.

Boletim AEI-LIJ nº 16 – Junho de 2011

Jornalista Responsável: Sandra PinaProjeto gráfico: Thais Linhares

Colaboradores: Laura Castilhos (Capa), Anielizabeth, Anna ClaudiaRamos, Flávia Côrtes, Glória Kirinus, HermesBernardi Jr., J.P.Veiga, Luiz Antonio Aguiar, MariliaPirillo, Mauricio Veneza, Pedro Bandeira, ReginaSormani, Tatiana Oliveira.

Impresso na gráfica da editora ZitTiragem: 1.500 exemplares

Coordenações Regionais

Anielizabeth (RJ) - [email protected]

Glória Kirinus (PR) - [email protected]

Hermes Bernardi (RS) - [email protected]

Lenice Gomes (PE) - [email protected]

Regina Sormani (SP) - [email protected]

Rubem Filho (MG) – [email protected]

Socorro Acioli (CE) - [email protected]

Tatiana Oliveira (DF) - [email protected]

EEddiittoorriiaall--BBaallaannççoo ff iinnaall

IMPRESSO

Associação de Escritores e Ilustradores de Literatura Infantil e Juvenil

Arte e ©

2011de Laura C

astilhos

Rua Cândido Mendes, 240/708 – Glória

Visite a AEILIJ em www.aeilij.org.br

Em junho deste ano, a AEILIJ completa 12 anos.Motivo de comemoração, pois muita gente nãoacreditou que nossa associação fosse durar tantotempo. Aliás, muitos nem acreditaram que seriapossível a criação de uma associação reunindoescritores e ilustradores de literatura infantil e juve-nil. Mas aquele pequeno grupo que se formou em1999 não deu ouvidos aos pessimistas de plantão efundou uma entidade que hoje, sem dúvida, repre-senta os anseios de ambas as categorias.

Foram muitos anos de construção da identidadeda instituição. O tempo foi passando e cada manda-to, cada diretoria, foi fortalecendo o nome da AEILIJ.Nunca uma nova diretoria destruiu o que a anteriorhavia feito, pelo contrário, deu continuidade eavançou um pouco mais em suas ações e projetose, claro, imprimindo sua marca mais pessoal. Comisso, conseguimos nos estabelecer como uma insti-tuição séria e respeitada por diversos órgãos gover-namentais e instituições ligadas ao livro e leitura emdiversos estados brasileiros.

Estamos chegando ao final de nosso segundomandato com a sensação do dever cumprido.Temos muito que comemorar. Não só pelo fortalec-imento da AEILIJ, enquanto instituição, mas porsaber que nesses anos crescemos em número deassociados, ações e projetos. Infelizmente, aindasomos poucos braços para tantas ações, mas estecenário começa a se modificar. Os associadosestão entendendo cada vez mais que a AEILIJ éfruto de um trabalho coletivo, até porque, comotodos sabem, nenhum cargo de diretoria recebequalquer tipo de remuneração, todos trabalham deforma voluntária, doando tempo e energia.

Certamente ficará para a nova diretoria a tarefade avançar ainda mais o trabalho de desenvolvi-mento das regionais e estreitamento de parcerias,para que cresçam ainda mais as ações da AEILIJem todos os cantos desse imenso Brasil.

Foram muitas ações e parcerias desenvolvidas,mas, certamente, as futuras diretorias terão quepensar em profissionalizar as atividades da associ-ação, pois as demandas são cada vez maiores epedem dedicação mais exclusiva. Fica o desafiopara daqui a alguns anos.

Despedimo-nos com o sentimento de termos feitoum bom trabalho e deixamos tudo organizado paraa nova diretoria, que, temos certeza, dará con-tinuidade a tudo que os associados esperam.Acompanharemos de perto, orientando e contribuin-do com aquilo que a experiência nos ensinou.

Agradecemos a todos por acreditarem e confi-arem em nosso trabalho nesses quatro anos emque estivemos a frente da presidência e vice-presidência.

Anna Claudia Ramos e Maurício Veneza Pelo menos para nós, autores de Literatura para crianças e jovens. Só que antes, nos tempos da Ditadura, havia umdepartamento de censura federal e um chefe da dita cuja. Havia personagens antológicos, como o Pena Vermelha, que se divertiaem riscar com caneta pilot os versos de Chico Buarque e outros. E havia os carimbos de “censurado”, martelando o texto e lá grava-dos para a história.

Hoje, a censura está diferente. Fluida, tênue e sem aceitar seu nome próprio. É no papo, sem documento, sem recibo.“Isso não pode, senão o governo não compra”, “Isso não pode, senão os pais reclamam com a direção do colégio e a direção docolégio vem reclamar com a gente e não compra mais nossos livros”, “Isso hoje em dia (na época do politicamente correto) não sediz, nem muito menos se escreve, senão...”

Se um personagem-pai, na volta do trabalho, sexta-feira, para no boteco para tomar uma cervejinha com os amigos econversar sobre a vida – não pode. Se um vilão puxa um cigarro – não pode. Muito saudável, diriam as borboletas, assim se pro-tege as crianças e jovens do vício. Mas também não pode sexo, nem explícito, nem insinuado. Nem clima sensual: N-ã-o- P-o-d-e!Tampouco, em certos índices (plural de índex, segundo o Houaiss), duendes, gnomos, fadas, videntes, fantasmas, monstros góticos,manifestações mágicas e sobrenaturais (a não ser que sejam enquadradas no final como ilusão de ótica do protagonista), Darwin eos dinossauros. E de quebra andam vetando personagens rebeldes, antagonismos entre a instituição escolar e os jovens, namorosem fuga etc. Claro, há casos e casos; e há brechas, muitas, onde a censura não se infiltrou.

Mas, no geral, somos convidados a apresentar ambientações cor de rosa, desprovidas de conflitos agudos, com person-agens previsíveis, bola murcha. E temos de competir com os Percy Jackson, os Jack Sparrow, as maravilhas de Hogwarts, os cre-pusculares vampiros e congêneres, pela atenção da garotada. No fundo a Literatura ainda assusta tanto quanto Emília gritar Eu soua Independência ou Morte.

Estamos pagando um preço alto pela contingência de o mercado editorial brasileiro impor termos clientela (governo, instituiçãoescolar) e público-leitor em segmentos diferentes, às vezes com referências culturais e propósitos inconciliáveis.

Táticas contra a censura? As mesmas de antes. Ametáfora, a negociação, a busca de canais alternativos. Nossa arteestá sendo posta à prova e cada autor sabe o quanto deve ceder, sem se violentar, ou quando chega a hora de pedir o original devolta.

Só não podemos ajudar a camuflar a censura! Cuidado, colegas: cobra criada não aceita ser chamada de lagartixa.

Pergunta: Uma colega de ofício e arte entrou em contato com a coluna perguntando o que fazer com o caso de um original seu,no qual a editora exige cortes de trechos que poderiam desagradar escolas e compradores do Governo.

COBRACRIADA, do seu ninho, responde: ORA... ACENSURAESTÁ DE VOLTA! É a velha inimiga. Com silicone , botox e reciclada num spa natureba. Mas é ela.

Lista de Discussão –mande um e-mail para [email protected] e inscreva-se.

Boletim16 Do Rio Grande do SulAno bastante movimentado para a regional RS. Vimos participan-do do GT que estuda a formulação do PMLL – Plano Municipal doLivro e Leitura e do PELL – Plano Estadual do Livro e Leitura.Além disso, fechamos a programação do III Seminário AEILIJ arealizar-se na Área Infantil e Juvenil da 57a. Feira do Livro de PortoAlegre, nos dias 8, 9 e 10 de novembro. Neste ano o tema norteador dos debates irá para além dos murosda escola a fim de refletir sobre as Bibliotecas escolares irradiandoleituras e leitores em seu entorno.

De São PauloAté o final de maio ou princípio de junho, acontece o lançamentoda revista digital ALMANAQUE PRIMAVERA EM SAMPA.Ela vai abrigar, entre outras matérias, os contos coletivos"Primavera em Sampa" 2009, 2010 e 2011. A coordenação traba-lhou o tema na lista regional em conjunto com os autores que sedispuseram a participar. A responsabilidade editorial ficará a cargodo jornalista Sérgio Willians. Diagramação e arte de GilbertoMarchi.Na primeira quinzena de maio, foi feita na Assembleia Legislativade SP uma reunião com os associados para a indicação do nomedo AUTOR HOMENAGEADO 2011.E ainda, o associado Manuel Filho foi um dos premiados doConcurso Literário de São Bernardo do Campo, na categoria dra-maturgia, com a obra: "Antes de dormir", uma peça teatral. No con-curso havia mais de 1000 inscritos.

Do ParanáO poeta e escritor cubano de Literatura infanto-juvenil, Joel FranzRossel, radicado atualmente na França, foi convidado a participarna Feira Literária Internacional do Tocantins, que acontece no iní-cio de julho. Ele irá também a Brasília.Nosso colega Joel Franz Rossel recorre a nosso boletim para queo Paraná, e demais estados interessados, o ajudem a ampliar eadensar sua visita ao Brasil. Ele conhece bem a literatura infanto-juvenil brasileira e publicou em português o livro “A lenda de TaitaOsongo”, pela Ediçoes SM.Vivemos em tempo de mundo e todas nossas regionais recebem,cada vez mais, convites e visitas do exterior. A troca entre nossosestados pode ser suplementada com a troca com nossos colegasque habitam outras realidades, climas, culturas, mas a mesmaintenção estética e humanizante que a literatura oferece.Para entrar em contato com Joel Franz Rossel, acesse: http://elpajarolibro.blogspot.com, http://cuentosdelmagodelcuento.blogspot.com, http://auteurjeunessedecuba.blogspot.com ou com a coordenação do Paraná - [email protected]

Do Rio de JaneiroNos dias 14 e 15 de maio aconteceu a terceira edição da FLIST –Festa Literária de Santa Teresa, que teve como autor homenagea-do, nosso associado e conselheiro Bartolomeu de CamposQueiroz.A AEILIJ teve uma participação ativa na FLIST promovendo duasmesas de debates: África na LIJ e Livro Digital x Livro Impresso emJulgamento, além de uma roda de bate-papo entre autores asso-ciados e o público.

Do Distrito FederalAconteceu entre os dias 11 e 15 de maio a terceira edição daFLIPIRI – Festa Literária de Pirenópolis, com a participação dediversos associados da AEILIJ.

Da terra do frevo e do maracatuNosso associado Antonio Nunes informa que está organizando o IEncontro Pernambucano de Escritores e Ilustradores de LIJ. Oevento será nos dias 20 e 21 de agosto e fará parte do Festival deLiteratura da Cidade do Recife, que acontecerá entre 21 e 28 deagosto. Maiores informações estão disponíveis no blog http://lij-pe.blogspot.com/. Este encontro é uma promoção conjunta da AEI-LIJ e da UBE/PE. Conheça o mascote Mauricinho.

AAEEIILLIIJJ PPEELLOO BBRRAASSIILL

Arte de Anielizabeth.

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CrônicaDe escritores, advogados e cambistas

“Querido Fagundes, Meu nome é Leo Cunha e eu adoro suas peças. Estou

querendo muito ver essa nova que você vai estrear, masando meio apertado de grana, então te peço um favorzinho:será que você podia me passar o contato de um bom cam-bista? De preferência um desses que vendem ingressos fal-sificados, porque saem mais em conta. Se bobear, Toninho,eu consigo um quase de graça!”

Claro que essa cartinha pro Antônio Fagundes é só umabrincadeira. Mas eu me peguei imaginando tal situação, mêspassado, quando recebi o email de uma garota de 15 anos,dizendo adorar meus livros e me pedindo um favor: será queeu podia passar pra ela o link pra download do meu livroTrês Terrores?

Minha primeira reação foi de susto e perplexidade. Comoé que alguém tem a cara de pau de pedir uma coisa dessaspro próprio autor? Que desaforo! Mas respirei fundo e acheique a melhor saída era dialogar com essa garota de 15 anose explicar pra ela algumas coisas que, talvez, ela nem imag-inasse.

Primeiro disse pra ela que estava muito feliz de saber queo professor tinha indicado o Três Terrores. Que pena ela nãoestava encontrando o livro com facilidade. Na biblioteca daescola não tinha? Quem sabe ela aproveitava a oportu-nidade pra sugerir ao bibliotecário (ou bibliotecária) queadquirisse o livro para o acervo da escola?

Em seguida, fiz uma pesquisa rápida na Internet e vi queo livro estava à venda nos sites de pelo menos 7 livrarias.Contei isso pra ela, explicando que eu não achava corretoindicar um site pra fazer o download gratuito. Expliquei tam-bém que o meu trabalho é escrever livros e o meu salário éjustamente o que eu recebo de Direitos Autorais pela vendados livros. Quando alguém faz um download "pirata" de umlivro meu, eu deixo de receber meu salário e outras pessoasque trabalharam para produzir este livro também acabamprejudicadas.

Aproveitei pra dar outra sugestão. Quem sabe elaimprimia o meu email e mostrava minha resposta para a pro-fessora? Certamente a professora ia entender meus argu-mentos e talvez até desse mais alguns dias para comprar olivro em uma das livrarias virtuais. Também me pus à dis-posição pra escrever de novo, quando ela terminasse a leitu-ra do meu livro. Ela podia ficar à vontade para me escrevercom comentários, perguntas, sugestões ou mesmo críticas.Eu responderia com carinho a ela e aos colegas.

Pra terminar, disse pra ela (misturando verdade e dese-jo) que em breve este e outros livros meus estariamdisponíveis para venda em versão e-book, resolvendo prob-lemas como o que ela estava enfrentando. E não é que,quando eu fui conferir, o Três Terrores já está mesmo àvenda como e-book?

No final das contas, fiquei feliz de manter a calma e pro-por um diálogo. Afinal de contas, este tipo de situação tendea se repetir cada vez mais a partir de agora... Além de escre-ver, temos também que “defender” nossos livros, cuidardeles. Senão, logo logo vamos virar cambistas da nossaprópria obra.

Leo Cunha - Escritor

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AEILIJ no Salão FNLIJ do Livro para Crianças e Jovens

Nesta 13º edição do Salão FNLIJ do Livro paraCrianças e Jovens, a AEILIJ faz sua 12º partici-pação. Desde a criação da associação, marcamospresença no Salão, que hoje consideramos comonosso espaço especial.

Não deixe de visitar o estande da AEILIJ. Ele é oponto de encontro de associados, editores edemais interessados em LIJ.

Viajandeira, não?Em comemoração ao seu aniversário de 10 anos aAEILIJ organizou, em 2009, a quarta edição daexposição “Cores e Formas que contam Histórias”,mostra que reúne os trabalhos de vinte e cincoilustradores associados, que integram livros infan-tis e juvenis publicados entre 2007 e 2009.

A exposição, inaugurada no 11º Salão do Livropara Crianças e Jovens, já passou por diversosespaços e eventos de promoção da leitura no país,como: a 55° Feira do Livro de Porto Alegre, a 25°Feira do Livro de Caxias do Sul, a 8° Festa Literáriade Paraty, a Semana Literária do SESC Maringáem 2010, a 10º Feira Nacional do Livro de RibeirãoPreto, a Biblioteca Pública Infantil e Juvenil de BeloHorizonte, a Biblioteca Popular Municipal de SantaTeresa, no Rio de Janeiro, o II Encontro deLiteratura Infantil e Juvenil do Anhembi Tênis Clubee a biblioteca do SESI Vila Leopoldina, em SãoPaulo. Viajandeira, não?

Pois é, e dando continuidade a este projeto tãobacana, a quinta edição da nossa exposição, queestá linda, faz sua estreia no estande da AEILIJdurante o 13º Salão do Livro para Crianças eJovens FNLIJ. Não deixe de nos visitar!

Trem de Histórias

A união faz a força! A primeira antologia da AEILIJ surgiu dentro da lista de discussão daAssociação. Era final de março quando Thais Linhares, Tonton e JP Veiga começaram opapo que originou o livro. Em dois meses conseguimos estar com ele pronto, com 20 tex-tos e 20 ilustrações de 37 associados, a tempo de ser exposto no 13º Salão da FNLIJ.

Todos os participantes da antologia se envolveram na produção do livro. Angela batizou.JP indicou a editora. Danilo ofereceu a diagramação. Regina e Nireuda cederam ilus-trações extras. Tonton redigiu o termo de cessão. Anna Claudia escreveu a apresentação.Anie mergulhou no projeto, apesar do prazo apertado, logo depois de chegar de viagem.Maurício sugeriu conversar com a Diléa. Kika correu atrás de scanner em Cabo Verde.Bia entrou para a Associação. Zé cobrou prazo da galera. Sandra sugeriu as filipetas.Cris ajudou com as imagens. Alguns convidaram ilustradores. E todos incentivaram eaplaudiram cada passo do projeto. Foi um prazer organizar o trabalho dessa turmabacana com o talento saindo pelas orelhas.

O resultado é um lindo livro com contos, crônicas e poemas que tratam sobre trens, bon-des e outros veículos que rodam sobre trilhos. A publicação ficou por conta da CakiBooks, editora que lançará o livro em formato e-book e impresso sob demanda. Boa leitura para todos! Tchoo-Tchoo!

Alexandre de Castro Gomes– escritor

Ilustração de J.P.Veiga.