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18 de fevereiroTRANSCRIPT
Diários de Estágio:
(Observação)
18 de Fevereiro de 2010
Nesta décima quinta semana de observação, a
aula iniciou-se com normalidade. Ainda antes do
início da mesma, a professora dirigiu-se ao pátio
com o intuito de convidar os alunos para mais
um dia de trabalho.
Enquanto os alunos se preparavam para
trabalhar e realizavam as suas tarefas habituais, a
professora escrevia no quadro:
Funchal, 18 de Fevereiro de 2010. Hoje é quinta-feira.
Hoje foi a primeira vez que assistimos às aulas numa quinta-feira, portanto o
Plano Diário distinguia-se dos restantes que estávamos habituados a observar.
No Plano Diário de hoje consta: 1- Tarefas; 2- Comunicações; 3- Trabalho para
o Jornalinho; 4- Tempo de Estudo Autónomo; 5- Música; 6- Projectos e, por último, 7-
Balanço do Dia.
Existiu uma alteração no Plano Diário deste dia, o patamar número três
anteriormente era o Caderno de Escrita Livre, mas como a nossa turma iniciou um novo
projecto, este patamar passou a ser a realização e elaboração de um Jornal de Turma.
Este projecto era um sonho que a nossa
cooperante desejava muito há realizar, era um
objectivo que esta já tinha planeado desenvolver há
muito tempo.
Mas, após a exposição do Sérgio Niza,
quando este disse-nos que não devemos adiar os
planos, se pretendemos realizar alguma coisa não
devemos perder muito tempo no planeamento e
passar de imediato ao pretendido, à acção, a nossa
cooperante muito decidida após esta reflexão, resolveu intervir e convidar os alunos,
com o consentimento dos mesmos, é claro, na elaboração do Jornal da turma. Hoje
pudemos constar, com um grande sucesso. Gostava de salientar que a exposição do
Sérgio Niza, (que nos faz pensar e reflectir muito naquilo que de facto desejamos
realizar e desenvolver), assim como a atitude da nossa cooperante (decidida, directa e
determinada), é um exemplo a seguir.
O Jornal da Turma intitulado “O Nosso Jornalinho”, é mensal. Pudemos
verificar a edição do mês anterior, o mês de Janeiro. Neste dia, os alunos estavam a
preparar-se e a organizar-se para a edição do mês seguinte, o mês de Fevereiro.
Era agradável observar o excelente trabalho dos nossos alunos, no Jornal do mês
anterior que estava muito bem elaborado, com actividades que eles próprios realizaram
ao longo do mês caracterizando-se pelas ilustrações perfeitas e o grafismo fenomenal.
Saliento tal expressão pelo facto de nunca ter visto um Jornalinho nos anteriores de
Estágio.
Mais pormenorizadamente, o
Jornalinho de Janeiro constava de alguma
informação sobre a turma, alguns textos
trabalhados de alguns alunos durante o
mês de aulas, alguns projectos, alguns
passatempos e um problema de
Matemática. De salientar que estava
devidamente ilustrado e a o grafismo, na minha opinião era excelente.
De salientar o empenho e principalmente o orgulho que a nossa cooperante
sentia, a mostrar-nos o Jornalinho.
Senti um grande orgulho dos nossos alunos e também uma grande admiração,
transparência e motivação da parte da nossa professora cooperante, que revelou um
grande empenho e determinação. Muito sinceramente, nunca tinha visto uma turma com
um Jornalinho, mas também saliento que a minha experiência no espaço educativo é
muito reduzida.
Uma coisa garanto: quando tiver a felicidade de ser professora e tiver a minha
própria turma, algo que irei realizar será implementar o Jornal da Turma. Adorei a
iniciativa.
Em seguida os alunos agruparam-se para a elaboração do Jornalinho deste mês
e, nesta edição, a responsabilidade foi distribuída da seguinte forma:
Texto da capa – Cristina, Jessica e Sara;
Editorial – Joana, Octávio e Rodrigo;
Esta edição – Bárbara e Carlota;
Texto sobre o Projecto – Helena, Maria e Lourenço;
Crucigrama – Margarida e Wtchara;
Sopa de letras – Raquel e Bea;
Problemas – João e Pedro
Diogo e Fábio
Como os alunos responsáveis pela criação dos problemas já tinham finalizado o
seu trabalho, a professora destinou que passassem o problema no computador.
Interessante e agradável foi visualizar que, eles sozinhos, ligaram o instrumento
dirigiram-se para o Word e iniciaram a passagem do referido problema.
Volto a realçar a felicidade e a mais-valia de termos um computador na nossa
sala para o desenvolvimento dos nossos alunos e, por sua vez, dos seus trabalhos.
Saliento que durante a observação do Jornalinho do mês anterior sugeri à
professora que no Jornalinho do mês seguinte, viessem as soluções dos passatempos e
do problema de Matemática. A cooperante, com muita simpatia, referiu que iria ver o
que poderia fazer.
Pensei que os alunos assim, quando elaborassem os exercícios, teriam também
que realizá-los para colocar no Jornalinho do mês seguinte, o que desta forma também
contribuía para as suas próprias aprendizagem. Também pensei que para os alunos que
revelam algumas dificuldades na Matemática, poderia ser um incentivo e uma
motivação, torná-los responsáveis pela elaboração do problema. De uma maneira
divertida, poderiam ultrapassar os seus obstáculos, e também ao verem os seus nomes
no Jornalinho, como autores do problema, ficariam orgulhosos e ainda mais
estimulados para o trabalho futuro.
Quando cheguei à sala de aula, algo em que
reparei foi que existiam duas listas com novas
regras, mais especificamente regras de
comportamento para quando se realiza trabalho
individual e colectivo. Acho muito importante serem
os próprios alunos a construírem estas listas de
comportamento, uma vez que, assim, quando existir um rompimento das regras, a
professora facilmente cobrará as devidas responsabilidades.
Considero de extrema importância, cada vez mais, que
os alunos colaborem na construção, elaboração e criação
das suas próprias aprendizagem, das suas regras e
deveres, tomando consciência da sua evolução, pois,
assim, apercebemo-nos da sua maturidade, autonomia e,
principalmente, da dimensão dos seus saberes. Como
refere a nossa professora Mónica Shone: “Quando as regras de trabalho na nossa sala
de aula são construídas a partir das regras ditas pelos alunos, estas ganham uma força
e um poder enorme! Em primeiro lugar; são significativas para os nossos alunos, e
depois, quando os alunos as referem, estão a assumir um compromisso perante o
grupo-turma. Sempre que esse compromisso é “quebrado”, temos sempre a
possibilidade de os relembrar o conjunto de regras ditas pela turma.”
Esta criação das listas também faz parte da pedagogia diferenciada, já que a
própria turma impõe as suas próprias regras, construindo uma grande autonomia e
estabelecendo a democracia dentro da comunidade. Na minha opinião, muito importante
para a evolução, maturidade, responsabilidade e tomada de consciência dos alunos. Tal
como nos refere Niza, “Através da utilização das estruturas de cooperação e dos
processos sistemáticos de comunicação (…) neste sistema de diferenciação pedagógica
do MEM, a gestão do currículo processa-se, portanto, em cooperação, ou seja, pela
forma mais directa de participação dos alunos na negociação das actividades e na
respectiva distribuição e controlo” (Sérgio Niza, 2000).
Posteriormente, chegaram as senhoras da Saúde Oral. É muito importante a
presença das mesmas porque consciencializam os alunos para os cuidados a ter com
higiene oral. Mas, também pude aperceber-me que com a sua presença foi perdido
algum tempo de aula, os alunos estavam nessa altura a trabalhar muito bem e com a
chegada das respectivas senhoras o trabalho foi interrompido.
Escovar os dentes e bochechar o flúor pode ser feito, na minha opinião, pela
própria professora da turma, podendo esta realizar um bom trabalho e uma boa
consciencialização nos seus alunos, quando for possível, sem interrupção da aula
inoportunamente, e porventura de uma forma mais eficaz.
Relativamente ao patamar número quatro do nosso Plano Diário, Tempo de
Estudo Autónomo, fiquei encarregue de trabalhar com duas alunas. A professora
cooperante sugeriu-me que trabalhasse com elas a Língua Portuguesa, portanto
realizámos um ditado, sendo eu a ditar um texto a ambas.
Algo interessante que aconteceu, foi o facto de uma aluna escrever normalmente
no caderno aquilo que lhe era ditado por mim, e outra aluna escrever no computado
Magalhães. Como os alunos teriam informática, mas como estava muito mau tempo isso
não aconteceu, então a professora disse para aproveitarmos a situação e trabalharmos
com os alunos no Magalhães. Acho que a professora cooperante aproveitou muito bem
a situação, aproveitando a oportunidade da turma trabalhar nos seus computadores.
Foi muito interessante verificar como o mundo e o meio educativo está a sofrer
alterações, na minha opinião pela positiva. Quando é que eu tive a oportunidade de
realizar um ditado no computador durante a minha instrução primária? Mas, ainda bem
que o mundo evolui e que os nossos alunos poderão acompanhar essa evolução.
Também fico feliz que estas coisas aconteçam no meu estágio porque assim também me
preparam melhor para o futuro.
Saliento que as alunas trabalharam muito bem, tanto que tive a oportunidade de
trabalhar dois textos. No que diz respeito à aluna que escreveu no computador, consegui
aperceber-me que escrevia muito rápido e com grande agilidade.
Seguidamente, iniciou-se a aula de Música, no âmbito da qual os alunos revelam
um grande entusiasmo e alegria.
Como já referi, o tempo não estava nada agradável, por isso os alunos não
tiveram Educação Física. Então, a professora aproveitou o momento para os alunos
trabalharem nos Projectos.
Andei um pouco de grupo em grupo para saber quais seriam os projectos que
estes iriam realizar, dando as respectivas orientações ou sugestões consoante me era
pedido.
Após ter estado com cada grupo a
trabalhar, tive o cuidado de observar um pouco
as Listas de Verificações, dado que o período
está perto de finalizar-se e, quis verificar quais
as maiores dificuldades dos alunos.
As Listas de Verificação são de
extrema importância para o desenvolvimento e
evolução dos nossos alunos, transmitem-nos uma visão global e especificada da turma e
também uma tomada de consciência dos alunos.
Acho que desta forma, através da observação das listas, podemos ajudar os
nossos alunos a trabalharem aquilo que mais precisam, podendo alcançar no fim do
período e posteriormente do ano lectivo, o sucesso. Segundo Inácia Santana “Facilitam,
por um lado, a gestão colectiva do trabalho, uma vez que assinalamos o que foi
trabalhado e o que os projecta trabalhar e propicia, por outro, regulação individual
das aprendizagens. (…) Dá-nos uma visão global dos progressos do grupo e de cada
um facilitando aos alunos a tomada de consciência dos seus percursos. (…) os quadros
elaborados, são para os programas de Língua Portuguesa, Matemática e de Estudo do
Meio”.
Reflectindo um pouco sobre o
assunto irei sugerir à cooperante a
realização de fichas ou de um ficheiro
com as respectivas dificuldades dos
alunos, para que assim, quando possível,
podermos orientá-los a realizarem esse
trabalho, facilitando as suas
aprendizagens e respeitando o seu ritmo de trabalho.
Também pude constatar que existia uma nova grelha para os projectos, mais
especificamente do registo do trabalho já realizado nos Projectos, com os passos e
objectivos a atingir mais clarificado e especificado. De salientar que é um grande
trabalho por parte da professora cooperante porque facilita, sem dúvida, o trabalho dos
alunos. Nesta grelha, intitulada “Registo do trabalho já realizado nos Projectos”, consta:
Projectos;
Grupos;
Plano do Projecto;
Pesquisa;
Tratamento e organização da informação;
Cópia no computador;
Montagem;
Ficha de trabalho;
Preparar a apresentação;
Preparar a apresentação com o professor;
Comunicação (data).
O último patamar do Plano Diário, o Balanço do Dia, correu como
habitualmente acontece, com algumas situações positivas e com outras menos positivas.
Na minha opinião, a aula foi muito produtiva e rentável, apesar das muitas chamadas de
atenção.