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XX 200 12 a 14/10/2012 * LINHA DURA NO CASO BRUNO - p.11 * Violência contra criança sobe 84% - p.07 * Custas processuais ou imposto? - p.24

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XX 200 12 a 14/10/2012

* LINHA DURA NO CASO BRUNO - p.11

* Violência contra criança sobe 84% - p.07

* Custas processuais ou imposto? - p.24

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Camaleão é eleito em Betim

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Votação na Câmara para, mas lanche nãoÀS vésperas das eleições, eventos na Casa consumiram R$ 8 mi. Valor é

considerado baixo, mas Legislativo não sabe explicar gasto

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o temPo - mg - 1ª P. e P. 18 - 12.10.2012Minas. Principal agressão é a negligência

Violência contra as crianças sobe 84%Na maioria dos casos, atos são cometidos por familiares

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cont.... o temPo - mg - P. 18 - 12.10.2012 tendência

Menor agredido é adulto violento

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LUCAS SIMÕES

Em pouco menos de uma hora, dois confrontos entre criminosos e policiais mataram duas pessoas, feriram uma e amedrontaram a po-pulação de Contagem, na região metropolitana da capital, na noite de anteontem.

Três suspeitos de ter roubado um Voyage em Betim, na mesma região, foram vistos pelo dono do carro, por volta das 22h, e cercados pela Polícia Militar (PM) no bairro Água Branca, em Contagem. Em

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Em uma hora, dois são mortos por policiaistroca de tiros com a polícia, o sus-peito Gladstone Sérvulo de Deus, 20, foi atingido por 14 disparos e morreu na hora. O irmão dele, de 17 anos, foi baleado, mas não cor-re risco de morrer.

Um terceiro suspeito, identi-ficado como Adílson Gatinho, foi baleado na perna direita e fugiu.

Uma auxiliar de serviços ge-rais foi baleada de raspão no pes-coço, mas não corre risco de mor-rer. “Dei muita sorte”, desabafou. Os cinco militares envolvidos na

ocorrência estão detidos até deci-são da Justiça Militar, segundo o capitão Aloísio Gouvêa, do 39º ba-talhão da PM.

Em outro caso, um policial ci-vil à paisana matou um assaltante na porta de uma faculdade no bair-ro Riacho. Segundo a assessoria da corporação, o policial atirou duas vezes contra Reginaldo dos Santos, 33, que morreu na hora. Ouvido na delegacia de plantão de Contagem, o policial foi liberado.

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Deu no jornal da última sexta--feira: “Em uma hora, dois são mortos por policiais”. Aconteceu em Contagem, mas poderia ser em qualquer cidade mineira. A jus-tificar o assassinato, o confronto entre policiais e bandidos. Só que, quase sempre, quem morre são os bandidos, mesmo que às vezes não o sejam.

Esta é a prática consagrada nos meios de defesa social, com a autorização dos governantes. No enfrentamento da criminalidade crescente, as polícias têm autori-zação para matar. E isso tem leva-do ao paroxismo, conforme a ava-liação de um jornal de São Paulo, analisando a situação naquele Es-tado.

Com base no “mata-mata” que

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Crime e castigo

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Questão de tempoautoriza o combate ao crime orga-nizado (ou desorganizado) naquele Estado, estão morrendo tanto ban-didos, mesmo que supostos, quan-to policiais. Neste ano, foram as-sassinados 79 policiais. Estes, para se protegerem, escondem a farda ou andam em grupos quando vol-tam para casa.

Sempre que um policial é morto, várias outras pessoas são chacinadas. Vingança? As autori-dades não conseguem descobrir os autores das mortes de policiais e também não conseguem identificar os “justiceiros”. Nos últimos dias, a resposta que deu à violência foi colocar mais homens nas ruas.

O governo paulista acredita que combate o crime organizado, representado pelo PCC, surgido

em 1993. Em 2006, este promo-veu uma onda de terror inédita no país, matando dezenas de policiais. Hoje, ele seria constituído de mais de 1.300 criminosos em 123 cida-des paulistas, segundo o Ministé-rio Público.

Sem conseguir controlar a si-tuação, o governo Geraldo Alck-min, com sua política de “mata--mata”, simplesmente implantou a barbárie em São Paulo. O fato deveria servir de exemplo para outros Estados e governos. A solu-ção militar, com a repressão pura e simples, não resolve os problemas de segurança pública.

Por enquanto, Minas Gerais é ainda um oásis. Mas estamos no caminho. É questão de tempo.

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Autor(es): Zuenir Ventura

Com sua serena lucidez, a mi-nistra Cármen Lúcia fez uma ressal-va ao votar pela condenação de José Genoino e José Dirceu: “Não estou julgando a história de pessoas que em diversas ocasiões tiveram a vida reta. Estou julgando os fatos apresentados nestes autos.” O mesmo poderia ser dito em relação ao PT, cuja trajetória até estourar o escândalo do mensalão foi também reta. Não são os princí-pios programáticos do Partido dos Trabalhares que estão sendo condena-dos pelo STF, “não é a história, mas os fatos”, como também afirmou o decano Celso de Mello. O que se con-dena é um acidente grave de percurso, um mau passo, um enorme desvio de conduta. Em reunião com seu Minis-tério no dia 12 de agosto de 2005, Lula, chocado com as revelações so-

bre dirigentes do partido, desabafou: “Eu me sinto traído por práticas ina-ceitáveis sobre as quais eu não tinha qualquer conhecimento. Não tenho nenhuma vergonha de dizer que nós temos de pedir desculpas. O PT tem de pedir desculpas. O governo, onde errou, precisa pedir desculpas.”

Por que não pedir agora? Por que o Lula de 2012 reage ao julgamento mandando seus companheiros rece-berem o castigo de “cabeça erguida”, como se houvesse algum motivo para soberba? Seria tão mais honesto, tão mais coerente com as origens éticas do partido se, em vez de desqualificar o trabalho do Supremo com suspeitas infundadas e se, em lugar de respon-sabilizar a mídia, os réus mensaleiros aceitassem o revés com humildade e fizessem uma corajosa autocrítica como pedia Lula sete anos atrás.

Como dirigentes partidários ou-sam suspeitar da isenção de uma

Corte cujos membros em sua maioria foram indicados por Lula e Dilma e que, portanto, não têm qualquer razão para lhes ser deliberadamente hostis? Que interesses levariam esses juízes a sacrificar suas reputações para “con-denar sem provas”? Como colocar em dúvida a correção de um personagem como Joaquim Barbosa, que pode ter um temperamento difícil, mas cuja opção política é conhecida (há dias, ele confessou em entrevista ter vota-do três vezes em Lula, sem arrependi-mento, porque “as mudanças e avan-ços no Brasil nos últimos dez anos são inegáveis”).

Os petistas acreditam ter motivos de queixa pelo rigor inédito do STF, que, espera-se, não seja de exceção, aplicado apenas nesse caso. Mas, ao se recusar a assumir a culpa que lhe cabe, o PT perdeu a oportunidade histórica de ser diferente também no erro, como foi um dia nos acertos.

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Sob fortes críticas de enti-dades de advogados, o Conse-lho Nacional de Justiça (CNJ) anunciou que está elaborando um projeto de lei para uniformi-zar as custas processuais cobra-das pelos 27 Tribunais de Jus-tiça (TJs) do País. Ao justificar sua iniciativa, o órgão alegou que as taxas processuais são muito altas em alguns Estados, principalmente nos da Região Nordeste, e muito baixas em outros, como é o caso de São Paulo e de Santa Catarina.

Além da padronização das taxas e emolumentos das Justi-ças estaduais, o CNJ quer fixar, para as instâncias superiores, porcentuais que inibam a apre-sentação de recursos conside-rados "protelatórios" e "teme-rários" pelos desembargadores. Essa medida preocupa os gran-des litigantes, como bancos, empresas de telefonia, planos de saúde, lojas de departamen-tos, companhias seguradoras e órgãos públicos.

Segundo o conselheiro Je-fferson Kravchychyn, que in-tegra a Comissão de Eficiência Operacional e Gestão de Pes-soas do órgão encarregado de promover o controle do Poder Judiciário, a iniciativa descon-gestionará os tribunais, aumen-tando a eficiência das Justiças estaduais. Para o desembarga-dor Rui Stocco, do TJSP, que participou da elaboração do anteprojeto do CNJ, encarecer a apelação é uma forma de "va-lorizar" a sentença de primeira instância. "Quem entra na Jus-tiça tem, literalmente, de pagar para ver", diz ele, depois de

o estado de sP – on line – 14.10.2012

Custas processuais ou imposto? lembrar que uma ação judicial pode gerar mais de 20 recursos que, em São Paulo, custam de R$ 50 a R$ 60, cada um.

Já para os conselhos sec-cionais da OAB, aumentar as custas processuais para deses-timular litigantes a não utilizar o direito de recorrer ao segundo grau dificulta o acesso à Justiça e compromete o devido proces-so legal assegurado pela Cons-tituição. "O valor do recurso não pode, em hipótese alguma, inibir o direito de recorrer", afirma o advogado Caio Lúcio Brutton.

Pelo anteprojeto do CNJ, divulgado pelo jornal Valor, as custas processuais - da petição inicial à execução do julgamen-to - não poderão exceder a 6% do valor da causa. Esse porcen-tual deve ser distribuído entre as fases de distribuição, de ape-lação e de execução. A propos-ta também dá aos Tribunais de Justiça a prerrogativa de dis-tribuir como bem entenderem esse ônus. Com isso, as Cortes poderão, por exemplo, adotar porcentuais próximos do limite de 6% para os recursos impetra-dos na segunda instância, redu-zindo ao mínimo as custas nas fases de distribuição e execu-ção. Os valores totais, contudo, não poderão ser inferiores a R$ 112 ou superiores a R$ 62 mil.

"Há uma verdadeira fúria arrecadatória no anteprojeto", afirma o advogado Antonio Carlos Rodrigues do Amaral, da Comissão de Direito Tribu-tário da OAB. Como as custas processuais hoje variam con-forme os tribunais, em alguns

a uniformização das taxas pro-cessuais acarretará aumentos superiores a 200%. Em Minas Gerais, por exemplo, uma cau-sa no valor de R$ 1 milhão paga R$ 7,3 mil de custas. Pelos cri-térios que o CNJ pretende ado-tar, elas subiriam para R$ 60,6 mil.

"O que a proposta pode-ria valorizar é a harmonização de parâmetros, de criação de obrigações acessórias e pre-enchimento de guias. Ou seja, normas que facilitem o acesso do cidadão aos tribunais", su-gere. "O anteprojeto pode gerar acréscimos, mas não nos pata-mares apontados", refuta o di-retor do departamento de arre-cadação do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, que também participou da elaboração do texto. As Cortes mais interes-sadas na proposta do CNJ são as mais movimentadas do País, como São Paulo, Rio de Janei-ro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.

O mais adequado, segundo alguns advogados, é que as Jus-tiças estaduais cobrem, a título de taxas processuais, valores que remunerem, proporcional-mente, as despesas calculadas com base nos custos fixos dos tribunais.

Mas esse é apenas um dos lados do problema. O outro é de natureza constitucional e en-volve a autonomia das unidades que compõem a Federação. Ao fixar o tabelamento das custas, o CNJ não estaria cerceando a autonomia dos Estados, in-vadindo área na qual não tem competência legal?

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O combate ao crime orga-nizado no Estado de São Pau-lo com base no "mata-mata" já chegou a um ponto intole-rável. Há meses, os paulistas estão assistindo a uma rotina macabra. O mais recente epi-sódio ocorreu entre a noite de terça e a tarde de quarta-feira desta semana, quando pelo menos 12 pessoas foram mor-tas a tiros na Grande São Pau-lo, 7 das quais assassinadas pouco depois de um policial militar (PM) ter sido morto em Taboão da Serra. Policiais da região disseram ao Estado que a ação foi uma vingança pela morte do PM. Antes disso, na Baixada Santista, uma onda de violência deixou 13 mortos em cinco dias, também após o assassinato de dois policiais.

Esses números mostram que as autoridades de segu-rança pública não têm sido capazes de conduzir investi-gações que levem à captura dos responsáveis pelos aten-tados contra os policiais. Já são 79 soldados mortos neste ano, e os PMs, por medo de serem surpreendidos pelos criminosos, escondem a farda e andam em comboio quando voltam para casa. Ao mesmo tempo, o governo não parece enérgico o bastante para de-sestimular a ação dos justicei-ros, para quem não interessam coisas civilizadas como o Es-tado de Direito.

A resposta do governo foi anunciar uma operação com 15 mil PMs no Estado e a rea-lização de um cerco na Baixa-da e na região metropolitana. "A PM quer demonstrar que está respondendo aos picos de

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Rotina macabraincidências criminais", disse o comandante da PM, coronel Roberval França. Ele negou que esteja em curso uma guer-ra entre a PM e o PCC, princi-pal organização criminosa do Estado. Para França, trata-se somente de uma "série de de-litos".

A reação da PM está em linha com a versão recorren-te do governo segundo a qual o fôlego do PCC está no fim. O secretário de Segurança Pública do Estado, Antonio Ferreira Pinto, negou que as mortes na Baixada tenham relação com o PCC e chegou a dizer que parte da imprensa "glamouriza" o grupo, "o que só traz desassossego à popula-ção". Segundo Ferreira Pinto, o PCC se resume a "30 ou 40 indivíduos que estão presos há muito tempo e se dedicam ao tráfico". Documentos do Mi-nistério Público, porém, mos-tram que a facção tem mais de 1.300 criminosos em 123 cidades paulistas.

Atuando desde 1993, o PCC só teve sua existência reconhecida no ano 2000, pelo então governador Mário Covas, de modo que o grupo teve bastante tempo para de-senvolver-se sem ser incomo-dado. E esse poder logo viria a se manifestar: em 2001, o PCC paralisou 30 presídios paulistas, demonstrando alto grau de articulação, que só se-ria possível num ambiente de ausência do Estado. O impac-to dessa exibição de força foi tal que gerou a implantação do Regime Disciplinar Dife-renciado, para isolar os líderes das facções nos presídios. Em

novembro de 2002, o governo já se sentia à vontade para de-clarar, pela voz do delegado responsável pelo combate ao crime organizado, que o PCC havia sido "desmantelado" - e ainda brincou: "Se o PCC ti-nha uma boca cheia de dentes, agora tem um dentinho aqui, outro ali". Apenas quatro anos mais tarde, esse PCC "ban-guela" promoveu uma onda de terror inédita em São Paulo, matando dezenas de policiais e impondo toque de recolher em bairros da periferia.

É de fato prudente não exagerar o poder do inimigo, e o esforço do governo para não demonstrar fraqueza ante o PCC é estrategicamente cor-reto. No entanto, ao minimizar o alcance do grupo, querendo fazer crer que se trata apenas de um punhado de traficantes, as autoridades atentam contra as evidências e manifestam em seu discurso uma tal des-conexão com a realidade que, ao fim e ao cabo, os cidadãos ficam sem saber se poderão voltar a se sentir seguros.

Para conter a ofensiva do crime organizado, as autorida-des do Estado fariam melhor se deixassem de lado o dis-curso sobre a fragilidade do PCC, que a realidade teima em desmentir, e começassem a investir de fato na inteligên-cia para identificar os autores intelectuais dessa onda de cri-mes contra policiais. Outra so-lução, bem menos trabalhosa, é fechar os olhos e deixar que vingadores façam o "serviço". Mas aí sairemos do campo da segurança pública e entrare-mos no da barbárie.

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Um mês depois de a pre-sidente da República ter san-cionado a lei que reserva 50% das vagas em universidades e institutos federais a estudan-tes oriundos da rede pública de ensino médio, o ministro da Educação, Aloizio Merca-dante, informou que ela será aplicada nos vestibulares do final do ano. A determinação, segundo ele, constará de um decreto que Dilma assinará nas próximas semanas.

Essa foi a resposta do governo às declarações dos reitores de 19 das 59 universi-dades federais, que alegaram não ter condições de alterar os cronogramas do processo seletivo, por terem publicado os editais dos vestibulares de 2013 sem previsão das cotas. A lei foi aprovada em agosto, atropelando o planejamento dos vestibulares, que é feito com antecedência de um a dois anos. Até mesmo alguns dirigentes do MEC entendiam que as cotas deveriam come-çar a valer depois do segundo semestre de 2013.

Em várias universidades federais, o prazo de inscrição já expirou e sua eventual re-abertura poderá gerar proble-mas administrativos e jurídi-cos. Uma dessas instituições é a Universidade Federal de Minhas Gerais (UFMG). O edital da UFMG não previa cotas e o vestibular de 2013 teve mais de 60 mil candida-tos inscritos. "A inscrição já fechou, não vamos mudar e não aceitaremos novas inscri-ções", diz Clélio Campolina - um dos 19 reitores que rei-vindicavam o adiamento da

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As confusões da Lei de Cotasvigência do sistema de cotas.

Além do encerramento das inscrições, as instituições federais de ensino superior in-vocam duas outras dificulda-des para cumprir a lei de cotas nos próximos vestibulares. A primeira é de caráter burocrá-tico. Por causa da greve dos professores e servidores téc-nicos, que foi deflagrada em maio e durou três meses, as federais estão com suas ativi-dades didáticas atrasadas, não dispondo de pessoal em nú-mero suficiente para adequar o processo seletivo à Lei de Cotas. A segunda dificuldade é de caráter financeiro. Se-gundo os reitores, os alunos beneficiados pelo sistema de cotas só poderão estudar se ti-verem moradia estudantil e os recursos do Programa Nacio-nal de Assistência Estudan-til não são suficientes para a construção de novas residên-cias universitárias.

O crítico mais incisivo do açodamento do governo é o reitor da Universidade Federal Fluminense (UFF), Roberto Salles. "Querem nos empurrar goela abaixo essa lei. Não tenho condições de aplicá-la este ano, por questão de tempo. Temos de nos pre-parar para não fazer uma coi-sa de modo atabalhoado. Se quisessem pressa, deveriam tê-la aprovado no começo do ano. É a mesma coisa que fa-zer uma partida de futebol e, depois de terminado o segun-do tempo, mudar as regras do jogo", afirmou Salles em entrevista ao jornal O Globo. Ele também disse que, se for preciso, acionará a procura-

doria jurídica da UFF contra o decreto da regulamentação da Lei de Cotas, cuja redação ainda não foi concluída, se-gundo Mercadante.

A Lei de Cotas reserva, em seu primeiro ano de vi-gência, 12,5% das vagas nas universidades federais para quem cursou o ensino médio em escola pública e prevê subcotas por critérios de ren-da e raça. Também fixa em quatro anos o prazo para que as universidades e institutos técnicos federais atinjam o teto de 50% de vagas reser-vadas.

Um dos problemas da lei, segundo os reitores, é relati-vo ao arredondamento das frações correspondentes ao número de cotistas. Como a reserva de vagas será calcula-da com base em porcentuais e levará em conta candida-tos pretos, pardos e índios na mesma proporção em que es-ses grupos aparecem no censo do IBGE, o resultado será fra-cionado. Os reitores querem promover o arredondamento para baixo, enquanto o MEC pretende que ele seja feito para cima.

Nos três últimos anos, os vestibulares das federais foram prejudicados pelas tra-palhadas cometidas no Enem, cuja pontuação é levada em conta na seleção de candida-tos. Agora, o processo seleti-vo será prejudicado pela pres-sa com que o governo quer aplicar uma lei demagógica, que compromete o princípio do mérito no ensino superior. É assim que a educação tem sido gerida.

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