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XX 198 10/10/2012 * MP quer novo centro de recuperação de menores - p.01 * Governo de Minas quer criar regime especial - p.04 *Governo assina contrato com empresa fornecedora de tornozeleiras para presos - p.15

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XX 198 10/10/2012

* MP quer novo centro de recuperação de menores - p.01

* Governo de Minas quer criar regime especial - p.04

*Governo assina contrato com empresa fornecedora de tornozeleiras para presos - p.15

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DIÁRIO DO COMÉRCIO - Mg - p. 24 - 10.10.2012

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MINAS GERAIS QUARTA , 10 2

www.iof.mg.gov.br

PODERES DO ESTADO

LEGISLATIVO

bilhões

Minas Gerais

Deputada Liza Prado (PSB), deputado Rômulo Viegas (PSDB) e deputado Marques Abreu (PTB) analisam proposições na Reunião Ordinária

Receitas e despesas do Estado projetadas para o próximo ano são de R$ 68,1 bilhões

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EstADO DE MInAs - Mg - p.08 - 10.10.2012 Eleições - 2012 Dos 358 prefeitos que tentaram segundo mandato em Minas, 169 tiveram

sucesso. Em 2008, 392 conseguiram aprovação nas urnas

Reeleição em baixa no estado

MEtRO - bH - Mg - p. 2 - 10.10.2012

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FOLHA DE sp - sp - p. A17 - 10.10.2012

FOLHA DE sp - sp - p. A13 - 10.10.2012 Eleições - 2012

Juíza manda Maluf devolver R$ 21 mi aos cofres públicosEx-prefeito perde recursos em processo sobre desvio de títulos da Prefeitura

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Paula SarapuA saída para frear a onda de violên-

cia que aterroriza moradores de bairros da Zona Sul de Belo Horizonte, onde a atriz Cecília Bizzotto foi assassinada por ladrões no último domingo, pode estar em um tripé que vem se revelando frágil na cidade, e no qual uma das pe-ças de sustentação se mostra especial-mente bamba: a investigação. Ao lado da prevenção, representada por ações de policiamento, e da mobilização da própria comunidade, a apuração eficaz dos crimes pela Polícia Civil compõe um conjunto de três vias de ação que especialistas ouvidos pelo Estado de Minas consideram indispensáveis para enfrentar a sensação de medo que se abateu sobre a Região Centro Sul da capital. Porém, os recorrentes assaltos a residências – oito desde julho, qua-tro apenas neste mês – demostram que, se a precaução e a ação da sociedade deixaram a desejar, o trabalho dos in-vestigadores pouco contribuiu para a punição dos criminosos: só em dois dos últimos ataques houve prisão de suspeitos, mesmo assim por terem sido flagrados perto do local do crime.

Ações emergenciais, como inten-sificação do policiamento, afirmam es-tudiosos do assunto, são eficazes para aumentar a sensação de segurança, mas não se sustentam por muito tempo e não resolvem o problema. Falta um planejamento de longo prazo, alertam os especialistas, e respostas ou prisões são necessárias para que os moradores não percam a confiança na polícia ou sintam-se desestimulados a colaborar. Integrante do Núcleo de Estudos So-ciopolíticos da PUC Minas e do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Rob-son Sávio considera que a violência está banalizada. Segundo ele, o assassinato de Cecília Bizzotto demonstra um mo-mento de desorientação das polícias. “A capacidade investigativa é péssima. Tem faltado material até para coletar impressões digitais”, critica. “Por outro lado, a Polícia Militar anuncia ações, mas falta continuidade. É preciso po-

líticas de longo prazo, baseadas em um diagnóstico bem feito”, acredita.

Classificando o roubo a residências como um crime de oportunidade, Sávio avalia que é preciso aumentar o efetivo policial, colocando nas ruas militares de áreas administrativas, mas diz que a Polícia Civil tem que dar uma resposta rápida à sociedade depois que o crime acontece. “Esses infratores só invadem as casas quando acham que vai dar cer-to. Provavelmente conheciam o local, já sabiam da vulnerabilidade da vítima, já monitoravam. A ação preventiva de policiamento, nesses casos, pode de-sestimular que as casas sejam vigia-das”, opina.

Para o especialista em estudos de criminalidade e segurança pública, o policial precisa estar a pé, de bicicleta, conversando com os moradores e dis-cutindo problemas do bairro. “Essa re-lação melhora a eficiência do trabalho policial. No entanto, o sentimento de desordem social é perverso e, às vezes, a gente vê um estranho na porta do vizi-nho, se isola e não denuncia. Por que as cidades pequenas têm menos crimes? É o exercício da vigilância informal. Não dá para transferir a responsabili-dade, mas o cidadão precisa confiar na polícia.”

Punição é fundamental

Especialista em inteligência, análi-se criminal e crime organizado, o cien-tista político Guaracy Mingardi avalia que é difícil prevenir crimes como rou-bo a residências. Por considerar esse delito “mais profissional” do que ou-tros, como o assalto em sinal de trânsi-to, ele afirma que a arma de combate é a boa investigação. “Pode-se aumentar a patrulha, fazer barreiras policiais e fiscalizar carros suspeitos, mas polícia tem cobertor curto. É preciso aumen-tar as possibilidades de o bandido ser pego”, diz o especialista de São Paulo, cidade que enfrenta invasões a prédios

de luxo e roubos em condomínios.Mingardi integra o Fórum Brasilei-

ro de Segurança Pública e lembra que o criminoso deixa muitos indícios em casos como o assassinato da atriz, no Bairro Santa Lúcia. “Ele entra, é visto, mexe nas coisas e deixa digitais. Sabe que não vai escapar se a polícia investi-gar. Basta fazer um arquivo com as des-crições físicas, formas de agir, horário, região e o que procuram”, exemplifica. “Identificando as quadrilhas, é possível saber se são os mesmos criminosos e prendê-los.”

O especialista também afirma que ações pontuais não resolvem o proble-ma. “É só o remédio para baixar a fe-bre, mas não cura a infecção”, afirma. Mingardi avalia que o policiamento comunitário é um bom investimento, mas tem reservas quanto a projetos de participação popular. “Não funciona nas classes mais altas. Esses bairros de casas são como condomínios fechados, em que todos passam de carro e as pes-soas não se veem. O que acontece atrás dos muros altos fica lá e ninguém nem percebe. Também não basta ter um po-licial fardado andando por ali. É preci-so um policial que seja referência, que seja conhecido e tenha bastante conta-to. Nesse caso, o morador pode até li-gar para ele.”

O secretário de estado de Defesa Social, Rômulo Ferraz, diz que o tra-balho da Polícia Civil está sendo fei-to para apurar os últimos episódios e sustenta que os índices de roubos a residências caíram 22% entre janeiro e setembro deste ano, se comparados ao mesmo período do ano passado. Mas ele admite que o efetivo da Po-lícia Militar é reduzido e afirma que poderá lançar concurso ainda este ano, além de anunciar a compra de 500 câ-meras do Programa Olho Vivo, para o ano que vem. “Eventos concentrados em poucos dias trazem intranquilida-de justificável, e nós queremos reduzir ao máximo o problema e minimizar a sensação de insegurança. Vamos fazer uma aproximação maior da Polícia Mi-

Falta apuração na receita da segurança Especialistas apontam medidas para fazer frente à onda de violência na Zona Sul de BH. Desfecho de últimos casos de assalto aponta investigação como elo mais frágil da cadeia

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litar com os moradores, com plano de setorização, que vai trazer visibilidade e ostensividade ao patrulhamento, re-forçando policiamento comunitário”, afirma.

Equanto isso...

...Caçada a assassinos de atriz

continuaInvestigadores da Delegacia de

Homicídios já sabem que os bandidos que invadiram a casa da atriz Cecília Bizzotto, no Bairro Santa Lúcia, Região Centro-Sul de Belo Horizonte, costu-mam agir na área praticando assaltos e roubo de carros, além de ter envolvi-mento com tráfico. Os suspeitos seriam do Aglomerado do Morro do Papagaio e já teriam passagens pela polícia, se-gundo fontes ligadas à investigação. Ontem, a cunhada da vítima prestou depoimento e reforçou as suspeitas

dos policiais, descrevendo o modo de agir dos bandidos e suas características físicas. Segundo a delegada Elenice Batista Ferreira, o irmão da atriz, que deve prestar depoimento novamente, e a cunhada reconheceram os crimino-sos em álbuns de fotos da polícia. Os agentes procuram imagens de câmeras de casas da Rua Saturno, onde ocorreu o crime, e possíveis rotas de saída do bairro. A polícia ainda aguarda os lau-dos periciais.

Gustavo WerneckLiberdade para as guaritas e

proteção dos moradores. A Justiça em Belo Horizonte já autorizou um caso de manutenção de cabines de segurança em vias públicas, basea-da no direito constitucional à invio-labilidade da vida, embora o equi-pamento seja proibido pelo Código Municipal de Posturas.

Segundo o presidente da Co-missão de Direito da Construção da seção mineira da Ordem dos Advo-gados do Brasil (OAB-MG), Fran-cisco Maia Neto, a decisão da 4ª Vara da Fazenda Pública, em 2008, permitindo guaritas na Rua Carra-ras, no Bairro Bandeirantes, na Re-gião da Pampulha, mostrou que há juízes sensíveis para o problema da violência na capital, especialmente em bairros da Zona Sul. “A escalada da criminalidade supera o aparato policial, daí a sentença favorável”, salienta o advogado.

“Como cidadão, defendo a pre-sença das guaritas, desde que sejam elementos inibidores e não coibido-res da violência. Além disso, elas devem ter pessoal treinado, um bo-tão de pânico a ser acionado a qual-quer instante, numa situação de ris-co, e funcionário sem arma”, afirma o advogado. Ele destaca ainda que

o artigo 5º da Constituição federal garante, com a inviolabilidade do direito à vida, “a liberdade, igualda-de, segurança e propriedade”.

A onda de violência na Zona Sul da capital, que culminou na madru-gada de domingo, no Bairro Santa Lúcia, com o assassinato da atriz e artista plástica Cecília Bizzotto Pin-to, aumenta o medo dos moradores. Presidentes de associações comuni-tárias defendem a permanência dos equipamentos e maior presença da Polícia Militar nas ruas. As autorida-des, no entanto, não reconhecem as guaritas, já que, também pelo artigo 144 da Constituição – A segurança pública é dever do Estado e direito e responsabilidade de todos”–, são citados as polícias Federal, Rodo-viária, Ferroviária, Civil, Militar e Corpo de Bombeiros Militar. O Ar-tigo 328 do Código Penal se refere ao assunto como “usurpação da fun-ção pública”.

Para Francisco Maia Neto, vale mais o direito à vida. “Tudo é uma questão de interpretação. Nes-te caso, temos de pensar, antes de mais nada, na proteção das pessoas. Ninguém contrata segurança por-que quer, mas porque precisa. Se a polícia não tem um contingente efi-ciente para garantir a vigilância na cidade, então os moradores podem

tomar essta providência”, afirma. O advogado acredita que a situação deve ser regulamentada. “Os gua-riteiros devem ser profissionais de comprovada idoneidade e com ficha limpa. Eles podem ser importante fonte de informações para a polí-cia, mas, se não tiverem esse perfil, pode haver efeito contrário e serem cooptados pelos bandidos.”

nORMAs As guaritas de segurança em

vias públicas são proibidas pelo Código Municipal de Posturas. Se-gundo a Secretaria Municipal de Regulação Urbana, a Lei de Uso e Ocupação do Solo (7.166/96) per-mite o equipamento “apenas no afastamento frontal das edificações, ou seja, é proibida a construção no passeio”.

E mais: as guaritas no afas-tamento frontal devem atender as seguintes condições: podem ter no máximo seis metros quadrados; ser construídas nos afastamentos de vias locais e coletoras; na zona hi-percentral, quando a área de diretri-zes especiais (ADE) for residencial central ou de uso exclusivamente residencial, é admitida a construção de guarita no afastamento frontal; e devem ser aprovadas por meio de projeto arquitetônico.

Justiça autoriza guaritas Para dar mais proteção às famílias, vara da Fazenda Pública já permitiu

cabines em rua de BH. Especialista defende o direito à vida

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MINAS GERAISCIRCULA EM TODOS OS MUNICÍPIOS E DISTRITOS DO ESTADO

DIÁRIO OFICIAL

DOS PODERES

DO ESTADOwww.iof.mg.gov.br

BELO HORIZONTE, , 10 DE OUTUBRO DE 2012ANO 120 - Nº 191

SEGURANÇA

(Página 5)

EXECUTIVO

(Página 3)

SAÚDE

(Página 8)

Escola de Saúde ministracurso no Norte de MG sobre Protocolo de Manchester

(Página 4)

Safra de grãos deve

recordena produção

mineira (Página 6)

DIVULGAÇÃO

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MINAS GERAIS - 5GERAL

Equipamento já estará sendo usado em no máximo dois meses, facilitando a execução penal

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Minas apresenta modelo de gestão escolar a educadores colombianos

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Hospital Evangélico, em BH, recebe novos equipamentos de esterilização hospitalar

Governo assina contrato com empresa fornecedora de tornozeleiras para presos

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O contrato foi assinado pelo secretário de Estado de Defesa Social, Rômulo de Carvalho Ferraz

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BRASÍLIA O ministro Joaquim Barbosa será formal-mente eleito, hoje, presidente do Supremo Tribunal Federal, tornando-se o primeiro negro a assumir o cargo. Na Corte desde 2003, hoje com 58 anos - completados no domingo -, o relator do processo do mensalão conquistou simpatia popular, mas angariou desafetos no STF, protagonizando, nos últimos anos, embates virulentos com colegas. Dos mais recentes confrontos com o revisor da ação penal que trata do mensa-lão, ministro Ricardo Lewandowski, a discussões com Marco Aurélio Mello e críticas ao ex-ministro Cezar Peluso.

Responsável pelos votos que estão condenando a maior parte dos réus por operar esquema de compra de votos no governo Lula - presidente que o indicou para a Corte -, Bar-bosa fez questão de ser duro para defender seus pontos de vista. Contrariado, não mede palavras para rebater as críticas. O tom que adotou com Lewandowski levou Marco Aurélio a manifestar preocupação com a maneira como Barbosa pre-sidirá o STF. Foi o suficiente para Barbosa devolver as críti-cas em nota, lembrando o parentesco de Marco Aurélio com Collor e acusando o colega de ser a maior dor de cabeça para

quem ocupa a presidência do Supremo.Quando foi indicado por Lula, o mineiro de Paracatu

contou que o estudo o ajudou a romper as barreiras impostas pela discriminação. Joaquim Benedito Barbosa Gomes é filho de pai pedreiro e mãe dona de casa.

- Era de uma família pobre, lutei e consegui, mas sei que outros, nas mesmas condições, com a mesma vontade, não conseguiram, pois o sistema educacional cria mecanismos poderosos de exclusão de negros.

Barbosa se mudou para Brasília jovem, morando de fa-vor na casa de parentes. Foi faxineiro e trabalhou na gráfica de um jornal. Completou o ensino médio em escola públi-ca. Estudou muito para entrar na Universidade de Brasília, onde formou-se em Direito. Na mesma turma, estava o futuro colega e muitas vezes desafeto no STF Gilmar Mendes. Os dois voltariam a se encontrar no Ministério Público Federal. Foi também procurador no Rio de Janeiro. Doutor em Direito Público pela Universidade de Paris-II, atuou como professor visitante da School of Law da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA) e professor de Direito Público da Uerj.

Claudio Paris*Com o advento da internet e a recente popularização

dos computadores pessoais e smartphones, deu-se o ponto de partida para o surgimento do cibridismo, característica marcante do século 21. O termo Ciber (Digital) + Híbrido (Mistura) designa a fusão dos mundos físico e virtual, que só é possível com ajuda da tecnologia — via internet, com-putadores e inovações digitais. Em certo sentido, podemos dizer que não existe mais somente uma realidade para cada pessoa, pois o mundo físico (offline, ou desconectado) se funde com o virtual (online, ou conectado) na sociedade contemporânea, criando essa nova realidade híbrida.

Tal fenômeno impacta de modo contundente, especial-mente, a vida de crianças e jovens. Ambos são chamados de nativos digitais, já que nasceram em um mundo mergulhado em tecnologia, convivendo intensamente no mundo virtu-al com familiares, amigos e membros de sua comunidade. Como nessa faixa etária a escola ocupa um lugar central em suas vidas, esse espaço tem um importante papel no pro-cesso de desenvolvimento psicossocial, reverberando no cy-berespaço vários aspectos do âmbito escolar, em especial a violência. Na maioria dos casos, essa é a matriz geradora do chamado cyberbullying, termo de origem inglesa composto pelas palavras cyber e bullying, tendo bully um significado próximo ao nosso “valentão”, originado de bull (touro), na sua designação literal.

Episódios de violência, sofrimento e humilhação no âmbito escolar caracterizam o bullying, revestindo-se de um componente ainda mais perturbador no contexto do cyber-bullying, modalidade de agressão no mundo virtual. Quando há um episódio qualquer de violência no mundo real (seja

ele caracterizado ou não como bullying), os agressores são facilmente identificados e confrontados na escola, como em qualquer outro lugar, pois os envolvidos são pessoas físicas, identificáveis e conhecidas.

Já no caso da “perturbação online”, a situação é muito mais complexa. A identificação dos agressores é bem mais difícil, pois seu autor pode criar um perfil falso em um blog, Twitter ou Facebook, tornando seu combate mais complexo e perturbador. Segundo especialistas, a crescente escalada do cyberbullying está ligada a uma cultura individualista e competitiva, que marca o advento da sociedade contemporâ-nea. O combate desse fenômeno será tão mais exitoso quan-to maior for a interferência dos variados protagonistas do espaço escolar: pais, professores, gestores e comunidade.

Por isso, defendo o estímulo à convivência com o di-ferente e a construção de práticas solidárias, por meio do exercício da cidadania, de atividades esportivas e manifesta-ções artísticas, como teatro, dança e sarau de poesias, entre outras. Elas colaboram para fortalecer a solidariedade e o respeito mútuo, criando condições para reduzir as práticas de cyberbullying e minorar seus impactos.

A tarefa dos pais também é gigantesca: criar laços de proximidade na vida dos filhos que não se restrinjam ao mundo físico. Isso, além de acompanhar de perto o mundo virtual deles por meio de diálogo, convívio e cumplicidade, protege-os de ameaças virtuais da mesma forma como se preocupam com sua integridade física.

*Claudio Paris, licenciado em ciências e biologia e pós-graduado em educação, é professor, músico e gestor da Nova Geração, comunidade terapêutica que assiste jovens vítimas de exclusão social e drogadição.

O gLObO | pAís | bR - 10 DE OutubRO DE 2012

Barbosa será primeiro negro a presidir SupremoMinistro vai ser eleito hoje para comandar Corte; superação, desafetos e rigor no mensalão marcam sua trajetória

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Cyberbullying: violência e sofrimento em tempos de “mundo cíbrido”

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JORnAL DO bRAsIL - bRAsíLIA - On LInE - 10.10.2012

Projeto de lei do CNJ fixa custas mais caras em apelações e recursos

Proposta de projeto de lei elaborada por um grupo de trabalho do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que fixa parâmetros nacionais definitivos para a cobrança de custas judiciais já está pronta para ser avaliada pelo plenário do Conselho. O texto prevê o cálculo das custas com base em percentuais sobre o valor da causa, limitado ao máximo de 6%, englobadas todas as fases processuais.

Ao ingressar com a ação na primeira instância, o juris-dicionado pagará o máximo de 2% do valor da causa. Se re-correr da decisão do juiz, pagará mais 4%. A proposta, além de corrigir a grande disparidade de valores existente entre os tribunais, vai inverter a lógica predominante de cobrança de custas mais baixas nos recursos ao tribunal. O objetivo é baratear o custo da ação de primeiro grau e onerar as apela-ções e os recursos.

Desoneração e rapidez

“O projeto buscou desonerar o acesso à Justiça para aquele que busca o Judiciário, e, ao mesmo tempo, assegu-rar a arrecadação para manter os serviços da Justiça”, expli-ca José Cláudio Torres, diretor de arrecadação do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro e integrante do grupo de trabalho.

Para o conselheiro Jefferson Kravchychyn, coordena-dor do grupo, a regra deve provocar a redução dos recursos protelatórios e valorizar mais as sentenças dos magistrados de primeiro grau. “Hoje o recurso é protelatório, não é bus-ca de Justiça”, acusa. A sentença do juiz praticamente “não vale nada”, já que as partes recorrem de todas as decisões, comenta.

De acordo com o desembargador Rui Stoco, do Tribunal de Justiça de São Paulo, cada ação gera mais de 20 recursos. “Eles recorrem de tudo”, comenta. A elevação do valor para os recursos “desestimula a sanha recursal”.

Para Kravchychyn, a medida vai atingir diretamente os grandes litigantes, responsáveis pelo enorme volume de pro-cessos em tramitação na Justiça. Como os grandes litigantes entram com grande quantidade de recursos, a cobrança de custas vai afetar seus cofres, levando-os a considerar a pos-sibilidade de encerramento do processo no primeiro grau.

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Autor(es): João Orestes Dalazen

Convivemos ainda em nosso país com a chaga social do trabalho infantil. Apurou o IBGE, no Censo de 2010, que temos mais de 4,5 milhões de crianças utilizadas no trabalho, nos mais diversificados seg-mentos da economia. Certo que houve uma tênue queda na quantidade global em re-lação a 2001. Ainda assim, a estatística revela quadro inquietante, pois também aponta que o número de tra-balhadores infantis se ele-vou justamente na faixa de idade em que o trabalho é proibido no país: até os 13 anos.

Trata-se de uma das piores e mais nefastas for-mas de exploração do traba-lho humano. De um lado, há o óbvio sofrimento pessoal que resulta da imposição de tarefas para corpos e men-tes ainda não preparados para isso. A psique em for-mação da criança não su-porta as responsabilidades da rotina inflexível do tra-balho. De outro lado, há o patente prejuízo resultante da cessação de sua forma-ção. As crianças utilizadas no trabalho não estudam ou estudam sem aproveitamen-to e, assim, não conseguem romper o círculo vicioso da miséria.

São crianças pobres que não vão à escola porque tra-balham e, por isso, tornam-

se adultos pobres porque desprovidos de qualificação profissional, tragicamente num mundo cada vez mais competitivo. Essas crianças gerarão outras crianças po-bres, que também deixarão de ir à escola para trabalhar. E, assim, repete-se o eterno ciclo da pobreza. Some-se a isso a circunstância de que os reflexos das crianças, ain-da inconsistentes, expõem-nas a riscos muito maiores de acidentes de trabalho.

O Brasil assumiu com-promisso internacional com a OIT de eliminar o trabalho infantil até 2020. Para isso, é urgente a união do Estado e da sociedade. O primeiro passo reclama uma revolu-ção cultural. Não se podem mais aceitar, em pleno sécu-lo 21, argumentos equivo-cados sobre a relação entre criança e trabalho, fruto de preconceito ou desinforma-ção. Entre o crime e a fábri-ca, o lugar da criança é na escola e nas brincadeiras, a fim de preparar-se para a vida adulta saudável.

O passo de maior di-ficuldade é a superação das desigualdades sociais. Apenas o equilíbrio de uma sociedade justa e solidária porá fim a esse cenário. A par disso, estágio e apren-dizagem não devem funcio-nar como meras fantasias a travestir a exploração de nossas crianças. Estágio e aprendizagem, segundo a lei, destinam-se a adoles-centes e estritamente em

ofícios em que seja possí-vel proporcionar ao jovem uma formação sistemática e metódica, inconcebível, por exemplo, numa atividade como a de empacotador de supermercado.

É urgente também pôr freio às autorizações judi-ciais para o trabalho antes dos 14 anos. A Justiça es-tadual concede milhares de autorizações anuais dessa natureza, sem que pudesse e devesse fazê-lo. Primeiro, a matéria é afeta à Justiça do Trabalho por cuidar de uma pretensão relacionada ao trabalho humano subor-dinado (art. 114, I da Cons-tituição Federal). Segundo, porque, para tal autorização, se impõe maior parcimônia na ponderação dos inegoci-áveis interesses da criança.

Para debater essas ques-tões, o TST promove, de 9 a 11 de outubro, o seminário Erradicação do Trabalho Infantil, Aprendizagem e Justiça do Trabalho (www.tst.jus.br/trabalhoinfantil). Ninguém pode ficar indi-ferente, pois está em jogo o nosso futuro como nação civilizada. Bem assinalou a poetisa chilena Gabriela Mistral: “Muitas das coi-sas de que necessitamos podem esperar. As crianças não podem. Agora é o mo-mento: seus ossos estão em formação, seu sangue tam-bém e seus sentidos estão se desenvolvendo. A elas nós não podemos responder amanhã, seu nome é Hoje”.

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CORREIO bRAzILIEnsE - On LInE -10/10/2012

Criança e trabalho: infância perdida