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Aula I - INTENSIVO I – Direito Administrativo – LFG – 25 de janeiro de 2012 – Profª. Fernanda Marinela AULA 01 DICAS: www.marinela.ma Escolhe o manual de Direito Administrativo o Celso Antônio Bandeira de Melo o José dos Santos Carvalho Filho o Fernanda Marinela Leitura de Informativos Leitura de Súmulas e jurisprudências Leitura Obrigatória: Constituição – Leitura inteira no mínimo 5 vezes seguidas ASSUNTO – NOÇÕES INTRODUTÓRIAS DE DIREITO ADMINISTRATIVO 01. O que é Direito Posto ? Conjunto de regras impostas coativamente pelo Estado que vão disciplinar a vida em sociedade permitindo a coexistência pacífica dos seres. Estabelece o limite de cada individuo na sociedade. Busca a harmonia desses seres em sociedade. É o direito vigente num dado momento histórico. Para fins didáticos o direito é subdividido em vários ramos: Direito Interno – é aquele que se preocupa com as relações dentro do território nacional; Direito Internacional - são normas superiores aceitas pelos demais Estados/Nações.

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Aula I - INTENSIVO I – Direito Administrativo – LFG – 25 de janeiro de 2012 – Profª. Fernanda Marinela

AULA 01

DICAS: www.marinela.ma

Escolhe o manual de Direito Administrativoo Celso Antônio Bandeira de Melo

o José dos Santos Carvalho Filho

o Fernanda Marinela

Leitura de Informativos Leitura de Súmulas e jurisprudências Leitura Obrigatória:

Constituição – Leitura inteira no mínimo 5 vezes seguidas

ASSUNTO – NOÇÕES INTRODUTÓRIAS DE DIREITO ADMINISTRATIVO

01. O que é Direito Posto? Conjunto de regras impostas coativamente pelo Estado que vão disciplinar a vida em sociedade permitindo a coexistência pacífica dos seres. Estabelece o limite de cada individuo na sociedade. Busca a harmonia desses seres em sociedade. É o direito vigente num dado momento histórico.

Para fins didáticos o direito é subdividido em vários ramos:

Direito Interno – é aquele que se preocupa com as relações dentro do território nacional;

Direito Internacional - são normas superiores aceitas pelos demais Estados/Nações.

O direito administrativo é ramo do direito interno, se preocupa apenas com as relações dentro do território nacional.

Para fins didáticos e de acordo com o interesse que protege, subdivide-se o direito em público e privado. O direito administrativo é ramo do direito público. O ramo do direito público estuda a atuação do Estado na satisfação de um interesse público. Exemplo: poder de polícia, desapropriação etc.

Pergunta: Direito público é sinônimo de ordem pública? Resp.: Não. Regra de Ordem Pública é uma regra imperativa e inafastável pela vontade das partes. Toda regra de Direito Público é também regra de ordem pública. O conceito de ordem

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pública é mais amplo do que o conceito de direito público, porque encontramos regras de ordem pública que estão no direito privado.

Exemplo: regras de incapacidade e regras de impedimento para o casamento.

Havia divergência quanto ao conceito de “Direito Administrativo”. Várias teorias tratam a respeito da indeterminação e do objeto de estudo do direito administrativo. As teorias são as seguintes:

1ª Teoria: Escola Legalista ou Exegética – dizia que o direito administrativo tinha como objeto de estudo um conjunto de leis, tratando-se de lei seca. Essa escola foi afastada do Brasil, não sendo acolhida.

Na verdade, a doutrina disse que o direito administrativo vai estudar princípio + lei e não somente lei. Assim, tendo como base lei + princípio, várias teorias foram criadas na sequência.

2ª Teoria: Escola do Serviço Público – dizia que o direito administrativo tinha como objeto de estudo o serviço público, entretanto, na época, serviço público representava toda a atuação do Estado. O conceito de serviço público era tão amplo que abrangia atividade industrial, atividade comercial, dentre outras. Este conceito era muito amplo e não foi adotado pela doutrina brasileira, uma vez que o direito administrativo vai estudar apenas uma parte da atuação do Estado e não toda.

3ª Teoria: Critério do Poder Executivo – segundo este critério o direito administrativo só estuda a atuação do Poder Executivo, não estudando a atuação do Poder Legislativo e do Poder Judiciário. O direito administrativo estuda a atividade administrativa, não importando quem a exerça, ou seja, se é o Poder Legislativo, Poder Executivo ou o Poder Judiciário. Logo, este critério não prosperou.

4ª Teoria: Critério das Relações Jurídicas – dizia que o direito administrativo regia todas as relações jurídicas entre Estado e administrado. Este critério não foi acolhido por nossa doutrina. Esta idéia também é ampla demais, uma vez que o direito administrativo vai estudar apenas algumas relações do Estado.

5ª Teoria: Critério Teleológico – para este critério o direito administrativo representa o conjunto harmônico de regras e princípios. Tal critério foi aceito pela doutrina brasileira, acolhido por Oswaldo Aranha Bandeira de Mello, porém faltou ser definido o que ele abrangia, por ser ainda muito amplo, sendo tido como insuficiente.

6ª Teoria: Critério Residual ou Negativo – o conceito de direito administrativo para esta teoria era feito por exclusão, excluindo-se a função legislativa e a função jurisdicional do Estado, ressaltando que o que sobra (o restante) faz parte do direito

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administrativo. Tal critério foi aceito pela doutrina brasileira, em razão de tal exclusão, mas ainda precisa de complemento.

7ª Teoria: Critério de Distinção da Atividade Jurídica e da Atividade Social do Estado – dizia que o direito administrativo se preocupava com a atividade jurídica do Estado, mas ele não estuda a atividade social do Estado. Este critério foi aceito no Brasil, mas também foi dito insuficiente.

8ª Teoria: Critério da Administração Pública – apesar das críticas, foi o mais aceito no Brasil. Este critério foi definido por Hely Lopes Meirelles.

Conceito de Direito Administrativo: é um conjunto harmônico de regras e princípios, chamado por nossa doutrina de (Regime Jurídico Administrativo), que rege os órgãos públicos, os agentes, no exercício da atividade administrativa, independentemente de quem o exerça (Poderes Executivo, Legislativo ou Judiciário), tendente a realizar de forma direta, de forma concreta e de forma imediata os fins desejados pelo Estado, fins estes determinados constitucionalmente.

Quem define os fins desejados pelo Estado é o Direito Constitucional, o Direito Administrativo apenas os realiza.

Pergunta: O que significa realizar de Forma Direta, Concreta e Imediata os fins do Estado?

Realizar de Forma Direta: diz-se não ser necessária provocação por parte de alguém. A função do Estado que precisa de provocação é a função jurisdicional, logo esta fora de nosso conceito. O juiz só trabalha se for provocado, logo, essa função é inerte. Aplicação do “Critério Residual”.

Realizar de Forma Concreta: diz-se que tem um destinatário determinado e procura-se atingi-lo. Exemplo: desapropriação do imóvel de José. Ele normalmente atua de forma concreta e exclui a função abstrata do Estado, ou seja, excluímos a função legislativa do Estado. Aplicação do “Critério Residual”.

Realizar de Forma Imediata: a realização de forma imediata significa realizar no exercício de atividade jurídica do Estado. Difere da atuação mediata, esta diz respeito à atuação social do Estado. Logo a atividade social do Estado não é problema do Direito Administrativo. Aplicação do “Critério de Distinção da Atividade Jurídica e da Atividade Social do Estado”. 02. Fontes do Direito Administrativo

Conceito de Fonte: é o que leva a criação de uma regra de Direito Administrativo.

1ª Fonte: Lei em Sentido Amplo - CF, LC, LO, MP, EC (qualquer espécie normativa).

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O ordenamento jurídico brasileiro é denominado ordenamento jurídico escalonado ou hierarquizado. Isso significa que se têm normas superiores e normas inferiores.

Hierarquia: Ordem cronológica - Constituição Federal (1º) → Leis (2º) → Atos Administrativos (3º).

A norma inferior precisa ser compatível com a norma superior. Todas as normas precisam ser compatíveis com a CF. O STF denominou a relação escalonada, ou seja, essa Relação de Compatibilidade de Relação de Compatibilidade Vertical.

2ª Fonte: Doutrina – nada mais é do que o resultado do trabalho de nossos estudiosos. A falta de codificação gera divergência.

3ª Fonte: Jurisprudência – tem um papel muito importante, soluciona inúmeros problemas. Ela se constitui com julgamentos reiterados sempre num mesmo sentido. O julgamento isolado denomina-se acórdão. Uma vez consolidada a jurisprudência, o Tribunal irá editar uma súmula. No Brasil tem-se a súmula que orienta, mas que não vincula e a súmula vinculante (criada com a EC 45/2004, sendo instrumento poderoso do STF).

Obs: Surgiu com a Reforma do Judiciário a Repercussão Geral, que também tem efeito vinculante. “Ficar de olho, pois está mascarado”. Decidido o mérito da questão, ninguém mais modificará, tendo efeito vinculante.

4ª Fonte: Costume – nada mais é do que a prática habitual acreditando ser ela obrigatória. É fonte, mas não obriga, no Brasil o direito costumeiro, nem cria e nem exime obrigação, serve apenas como fonte.

5ª Fonte: Princípios Gerais do Direito – são regras que estão previstas no alicerce da ciência. Muitas vezes estão expressos ou implícitos no ordenamento jurídico, mas que devem ser obedecidas pelos nossos diversos ramos.

Exemplos: ninguém pode causar dano a outrem, mas se causar terá que indenizar; é vedado o enriquecimento ilícito no Brasil; ninguém pode se beneficiar da sua própria torpeza.

03. Mecanismos de Controle ou Sistemas Administrativos

Pergunta: Quem pode rever e quem pode controlar os atos praticados pela administração pública?

03.1 Sistema Contencioso Administrativo : foi chamado também de Sistema Francês. O controle dos atos será feito pela própria administração. “Administração pratica,

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Administração controla”, em regra. Nos países que adotam esse sistema, excepcionalmente, o Poder Judiciário realizará esse controle.

Exemplos: o Poder Judiciário irá controlar as atividades públicas de caráter privado (na atividade pública de caráter privado quem faz é o Estado, mas tal atividade está sujeita ao regime privado); a repressão penal; as ações ligadas às propriedades privadas e as ações ligadas à capacidade e estado das pessoas. Esse rol é exemplificativo, em outros países podem ser encontradas outras hipóteses.

03.2 Sistema de Jurisdição Única: foi chamado também de Sistema Inglês. Agora prevalece o julgamento pelo Poder Judiciário. A administração na jurisdição única pode controlar, mas sua decisão vai ser revisada pelo Poder Judiciário. O Brasil adota a jurisdição única, quem dá a última palavra é o Poder Judiciário.

Obs: o Brasil desde sempre acolheu a Jurisdição Única. A Emenda Constitucional nº 07 de 1977 tentou introduzir o sistema contencioso, mas essa regra nunca saiu do papel. Parei aqui de escrever no caderno

Pergunta: A responsabilidade civil da administração no Brasil é objetiva (prevista no art. 37, § 6º, da CF)? Falso, erro no enunciado. A responsabilidade civil é do Estado e não da administração do Brasil.

Estado: nada mais é do que pessoa jurídica de direito público; ele tem personalidade jurídica, ou seja, tem aptidão para ser sujeito de direito e de obrigação. A responsabilidade é da pessoa jurídica. Quem celebra contrato é o Estado.

Obs.: Hoje o Estado é pessoa jurídica de direito público, porém já vigorou no Brasil a Teoria da Dupla Personalidade, ou seja, para esta teoria ora o Estado aparecia como pessoa jurídica de direito público (na atuação pública), ora o Estado aparecia como pessoa jurídica de direito privado (na atuação privada). Esta teoria não vigora mais no Brasil.

Estado de Direito: é o Estado politicamente organizado que obedece as suas próprias leis.

Elementos Constitutivos do Estado: território, povo, governo soberano e finalidades específicas. Governo: é o comando do Estado brasileiro. Esse governo precisa ser claro, soberano.

Soberania:(GOVERNO SOBERANO) é a independência da ordem internacional (lá fora faço o que quiser), mas supremacia na ordem interna (aqui dentro quem manda sou eu).

NOME, 24/04/12,
Art. 37, § 6º, da CF: As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
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04. Funções do Estado

O Estado, segundo a Teoria da Tripartição dos Poderes de Montesquieu, exerce dois tipos de funções, chamadas de típicas(principal) para que o governo foi criado, e funções atípica, chamada de função secundárias.

Função é exercer uma atividade em nome do interesse de outrem.

Função Pública é exercer uma atividade em nome do interesse do povo.

Obs: Alguns autores mais modernos incluem na função típica do Poder Legislativo a função de fiscalizar. Isso se justifica pelo Tribunal de Contas e em razão da CPIs, pela força que vem ganhando em nosso contexto.

4.1 Função do Poder Legislativo: função típica (primária) é legislar (legiferante), ou seja, inovar o ordenamento jurídico. É uma atuação direta (não depende de provocação), abstrata (geral), é para todos que estiverem na mesma situação (aplicação erga omnes). Função atípica (secundária) é julgar; função atípica (secundária) é licitar “administrando”.

Obs: Em tese, somente no Brasil, a função legislativa pode inovar o ordenamento jurídico.

4.2 Função do Poder Judiciário ou Função Jurisdicional: função típica (primária) é julgar; função atípica (secundária) é legislar; função atípica (secundária) é administrar. O Poder Judiciário não inova a ordem jurídica. A atividade é concreta (em regra) e atua de forma indireta (depende de provocação). A ideia é que não inova o ordenamento jurídico, mas na prática não é isso que acontece. Somente a função jurisdicional produz a chamada intangibilidade jurídica, ou seja, a impossibilidade de mudança “imutabilidade” (efeitos da coisa julgada).

4.3 Função do Poder Executivo: função típica (primária) é administrar; função atípica (secundária) é legislar; função atípica (secundária) é julgar. O Poder Executivo, normalmente, não inova a ordem jurídica. A atividade é concreta e atua de forma direta (não depende de provocação) e revisível pelo Poder Judiciário. Não produz a chamada intangibilidade jurídica. Na via administrativa não cabe mais recurso, mas nada impede que a decisão seja levada ao Poder Judiciário para ser revisada.

Obs: Coisa Julgada Administrativa significa impossibilidade de mudança na via administrativa, não cabendo mais recurso, mas nada impede que havendo dúvidas estas sejam dirimidas no Poder Judiciário.

Obs: o Decreto Regulamentar Autônomo e a MP inova o ordenamento jurídico (é uma exceção). É função atípica do Poder Executivo.

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4.4 Função de Governo ou Função Política: são as situações excepcionais de conteúdo político que não representam o simples administrar, ou seja, as funções do dia a dia. Celso Antônio Bandeira de Mello diz que a função de governo se encaixa nas situações que não se misturam com as três funções citadas anteriormente. São exemplos: a sanção e veto do Presidente da República, celebração de guerra e de paz, estado de defesa e estado de sítio.

Governo – é elemento do estado, governo é comando, governo é direção. Para que nosso Estado seja independente o nosso governo tem que ser soberano. Governo soberano significa independência na ordem internacional e supremacia na ordem interna.

Administração – Para a doutrina majoritária, a administração é máquina administrativa, significa aparelho estatal, instrumento do Estado. É a estrutura física da pessoa jurídica; é todo o aparelhamento do Estado (são os bens, pessoas etc.). É a máquina administrativa. A administração Pública é subdividida em 02 enfoques, segundo alguns autores:

a. Administração no Critério/Enfoque Formal, Orgânico ou Subjetivo – fala-se a respeito dos agentes e do patrimônio que compõe a pessoa jurídica. Fala-se dos “Órgãos, Agentes e Bens” que compõem a estrutura. É o conceito da máquina administrativa.

b. Administração no Critério/Enfoque Material ou Objetivo – fala-se da atividade administrativa desenvolvida.

Parou aqui em 25 de janeiro de 2012

Fim!!!

Aula II - INTENSIVO I – Direito Administrativo – LFG – 25 de janeiro de 2012 – Profª. Fernanda Marinela

AULA 02

ASSUNTO – REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO

01. Conceito de Regime Jurídico Administrativo

É o conjunto harmônico de regras e princípios que guardam correlação lógica, compõem o Direito Administrativo. A doutrina brasileira não decidiu ainda nem quantos e nem quais princípios compõem esta lista. É fato que um princípio não é incluído na lista do Regime Jurídico por acidente de percurso, se ele for incluído é porque ele tem coerência lógica com os demais princípios, ou seja, guardam entre si uma correlação. Pode ocorrer que numa mesma situação vários princípios sejam aplicados.

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Teoria da Ponderação dos Interesses: temos no ordenamento jurídico situações diferentes para as regras e os princípios. Segundo essa teoria quando aplicamos no caso concreto uma regra, esta regra exclui as demais. Exemplo: Se aplico a regra “A” ao caso concreto, exclui-se a regra “B”, reconhecendo-se a nulidade desta. Quando falamos em princípio, não há um princípio absoluto (verdadeiro), sendo todos eles absolutos. Num mesmo caso concreto podem-se ter vários princípios a serem aplicados, não se falando em exclusão dos demais princípios. É possível ter-se a prevalência de um princípio em relação a outro, de acordo com os interesses protegidos, consequentemente, os demais princípios podem até ser aplicados, mas apenas um irá prevalecer. Essa teoria está surgindo no Direito Administrativo, começando a ser conhecida pelos doutrinadores mais modernos, não havendo posicionamento pacífico quanto ao tema.

Leitura do Texto: Estabilização dos efeitos do ato, jacinto arruda.

Foram definidos como PEDRAS DE TOQUE os supraprincípios do Direito Administrativo: Obs: Essa expressão foi utilizada por Celso Antônio Bandeira de Mello (se referia o autor às colunas, vigas mestras, do Direito Administrativo). Segundo Celso Antônio são os princípios da Supremacia do interesse público somado ao princípio da indisponibilidade do interesse Público.

a. Princípio da Indisponibilidade do Interesse Público

Conceito de Interesse Público – classifica-se em primário e secundário. Interesse público é o somatório dos interesses individuais dos seres considerados em sociedade, desde que esse número represente a vontade da maioria.

Conceito de Interesse Público Primário é a vontade do povo propriamente dita, é o resultado desse somatório.

Conceito de Interesse Público Secundário é a vontade do Estado, enquanto pessoa jurídica. O certo é que esses dois interesses estejam em harmonia, ambos querendo a mesma coisa (povo e Estado). Mas se existir divergência entre eles, o interesse que deverá prevalecer é o primário. O Estado e o povo deveria ter uma carga tributária justa, interesse primário, e é esse o interesse que deve prevalecer.

Leitura recomendada: Supremacia do interesse público. Alice gonzales borges

b. Princípio da Supremacia do Interesse Público sobre o Interesse Privado

Este princípio significa a sobreposição do interesse público em face dos interesses individuais (particulares). Em razão desse princípio a administração pública terá alguns privilégios, ou seja, tratamento diferenciado em algumas questões. A doutrina diz que os princípios da Supremacia do Interesse Público sobre o Interesse Privado e da Indisponibilidade do Interesse Público são indispensáveis para a vida em sociedade.

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Obs: A supremacia não é do administrador e nem da máquina estatal, mas sim do interesse público/coletivo.

Prerrogativas / Privilégios para o Estado:

Exemplos de aplicação do Princípio da Supremacia do Interesse Público sobre o Interesse Privado:

Cláusulas Exorbitantes: confere à administração pública a possibilidade de rescindir contratos, aplicar penalidades, etc. Também é exercício da supremacia.

Desapropriação: em nome da supremacia a administração pública adquire compulsoriamente imóveis. A desapropriação pode gerar o dever de indenizar.

Há uma nova corrente doutrinária minoritária, no Direito Administrativo, que critica este princípio. Ela diz que este princípio precisa ser recolocado, porque da forma que está legitima o abuso e a arbitrariedade do administrador. Defende, portanto, sua eliminação do ordenamento jurídico. A corrente doutrinária majoritária diz que o problema não é de eliminação do princípio e nem de desconstrução, e sim aplicá-lo de forma verdadeira, uma vez que se realmente for atendido esse princípio (se houver justificação para a aplicação do mesmo) não haverá arbitrariedade.

A administração pública, em nome da supremacia, pode quase tudo. Para restringir tal princípio surge o Princípio da Indisponibilidade do Interesse Público, não podendo dispor, abrir mão desse interesse. É, na verdade, um limite ao Princípio da Supremacia do Interesse Público sobre o Interesse Privado. c. Princípio da Indisponibilidade do Interesse Público

Uma vez presente o interesse público, o administrador não pode dispor/abrir mão (fazer o que se quer) desse interesse público. O administrador não tem liberalidade, uma vez presente o interesse público, ele tem que protegê-lo.

O administrador exerce função pública. Esta, por sua vez, significa exercer uma atividade para o povo e em nome do povo.

Princípio Geral do Direito (significa, também, o Princípio da Indisponibilidade do Interesse Público): o administrador de hoje não pode criar entraves, não pode criar obstáculos, ou seja, comprometer o administrador de amanhã. E para controlar esses abusos, foi criada a Lei de Responsabilidade Fiscal (LC nº 101/00).

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Exemplos: fraude ao dever de licitar e a fraude ao dever de concursos públicos violam o princípio da indisponibilidade do interesse público.

02. Princípios Mínimos do Direito Administrativo

São os enumerados no caput, do art. 37, da CF/88 “LIMPE”. Este dispositivo foi objeto da Emenda Constitucional nº 19/98. Essa emenda foi denominada de “Reforma Administrativa”, modificando todo o conteúdo do capítulo da administração pública. No caput, do art. 37, da CF/88 foi inserido o princípio da eficiência.

a. Princípio da Legalidade

Art. 5º, inciso II, da CF/88: ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei.

Art. 37, caput, Art. 87, IV, Art. 150 da CF – Todos com a ideia de legalidade

Este princípio faz parte da base de um Estado Democrático de Direito. O Estado de Direito é o estado politicamente organizado e que obedece suas próprias Leis.

A legalidade tem duas aplicações/enfoques diferentes: um para o particular e outro para o administrador.

Legalidade para o Direito Privado : o particular pode tudo, salvo o que estiver proibido em lei. Chama-se este enfoque de Critério de não contradição à lei. Obs.: O Administrador não pode dar aumento de salário por meio de decreto.

Legalidade para o Direito Público : o administrador só pode fazer o que está previsto/autorizado na lei, ou seja, só pode agir nos limites que estabelecer a lei. Chama-se este enfoque de Critério de subordinação à lei.

Segundo Seabra Fagundes, administrar é aplicar a lei de ofício, ou seja, automaticamente (é o conceito de legalidade para este doutrinador). O administrador tem que fazer o que está na Lei.

Pergunta:

Princípio da Legalidade é sinônimo do Princípio da Reserva de Lei?

Resp.: Falso. Legalidade é fazer o que a lei autoriza. Hoje é, também, a aplicação das regras e princípios constitucionais (é a legalidade entendida em sentido amplo). Reserva de Lei – acontece quando

NOME, 03/07/12,
Art. 37, caput, da CF/88: A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e,...
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selecionada uma matéria pelo constituinte, a ela é atribuída uma determinada espécie normativa. Quando se falar em lei, trata-se de lei ordinária e não de lei complementar. Os doutrinadores dizem que o princípio da legalidade é muito mais amplo do que o princípio da reserva de lei.

Controle de legalidade -

b. Princípio da Impessoalidade

O administrador não pode buscar interesses pessoais, tem que agir com ausência de subjetividade. O ato administrativo é impessoal, não é do agente, é da entidade a que ele pertence, quem se responsabiliza é a pessoa jurídica. Exemplos: concurso público, licitação (segundo o STJ concurso público e licitação são institutos diferentes).

Princípio da Impessoalidade, segundo Celso Antônio Bandeira de Melo, traduz a ideia de que a administração pública tem que tratar a todos sem discriminações, benéficas ou detrimentosas, nem favoritismos e nem perseguições são toleráveis, simpatias ou animosidades pessoais, políticas ou ideológicas não podem interferir na atividade administrativa.

O Princípio da Impessoalidade está ligado à igualdade ou isonomia constitucional, à ideia de não discriminação, de não criação de favoritismo, de não perseguição.

Segundo esse princípio, ainda, o ato administrativo é um ato impessoal, não é ato da pessoa física, e sim, da pessoa jurídica. O ato é da entidade a que ele pertence e não do agente público/servidor.

Pergunta: Disserte sobre a divergência entre Princípio da Finalidade e Princípio da Impessoalidade:

Segundo a doutrina tradicional, Hely Lopes Meirelles, o princípio da finalidade é sinônimo do princípio da impessoalidade. Antes da CF/88 prevalecia o princípio da finalidade e após o advento da CF/88 passou a prevalecer o princípio da impessoalidade.

Segundo a doutrina moderna, Celso Antônio Bandeira de Melo, os princípios da impessoalidade e da finalidade são autônomos e não sinônimos. Finalidade significa que o administrador precisa buscar o espírito da lei, ou seja, a vontade maior da lei. Já a impessoalidade significa a ausência de subjetividade (trata-se de não buscar interesses pessoais). O princípio da finalidade está ligado ao princípio da legalidade e não ao princípio da impessoalidade.

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Reforçando a posição da doutrina moderna, temos o Art. 2º da Lei nº 9.784/99 (Lei de Processo Administrativo) que trata do princípio da finalidade, enquanto princípio autônomo.

Obs: Hoje prevalece nos concursos públicos a posição da corrente moderna.

c. Princípio da Moralidade

Esse princípio, segundo a doutrina brasileira, tem conceito vago/indeterminado. Esse conceito vago/indeterminado traz ao Poder Judiciário uma grande dificuldade na aplicação do princípio de forma isolada. Para solucionar tal problema, o Poder Judiciário aplica este princípio amarrado com outros princípios. Apesar de o conceito ser vago, esse princípio traduz a idéia de que o administrador tem que agir com honestidade; tem que agir com probidade; tem que atender e obedecer aos princípios éticos; tem que agir com lealdade; tem que agir com boa-fé; tem que agir com correção de atitudes.

Obs: A violação à moralidade caracteriza a improbidade administrativa, a qual está prevista no art. 11, da Lei nº 8.429/92.

Pergunta:Moralidade Administrativa é igual à Moralidade Comum?A moral administrativa é mais exigente do que a moral comum. Moralidade Comum é a correção de atitudes, é o certo e errado dentro das regras do convívio social. Moralidade Administrativa exige além da correção de atitudes, precisa que o administrador escolha a melhor forma possível, ou seja, tem que agir também como um bom administrador, também ligada a ideia de eficiência.

Nepotismo (Favorecimento a parentes ou amigos): a proibição do nepotismo ganha força/repercussão a partir da EC nº 45/2004. Essa emenda introduziu a chamada “Reforma do Poder Judiciário”. Dentro dessa reforma a EC nº 45/2004 criou o CNJ (Conselho Nacional de Justiça) e o CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público). Estes são órgãos que exercem o controle da atividade administrativa. O CNJ passa a controlar a atividade administrativa no Poder Judiciário e o CNMP passa a controlar a atividade administrativa no MP. Com a criação desses dois órgãos, a primeira providência tomada foi proibir o nepotismo. O CNJ publica resolução dizendo que não pode mais parentes no Judiciário. O CNMP, na sequencia, publica resolução dizendo que não pode mais parentes no MP. No CNJ algumas resoluções tiveram grande importância, como a Resolução nº 07, mas temos outras na sequência, ou seja, a 09, 21, etc. Também, no CNMP várias resoluções tratam a respeito desse assunto, tais como as de nº 01, 07, 21, 28, dentre outras, porém a mais importante é a de nº 01. Quando o CNJ publicou a Resolução nº 07 houve um grande problema, os Tribunais simplesmente se recusaram a cumpri-la, afirmando ser a mesma inconstitucional. Afirmaram, ainda, que o CNJ não poderia fazer essa regra e que a matéria não pode estar proibida em resolução. Mas o CNJ diante de tal inércia por parte dos Tribunais acabou exonerando os parentes que lá estavam. Tal resolução foi objeto de controle de constitucionalidade no STF, através de ADC nº 12. O STF resolveu que a proibição do nepotismo no Brasil é constitucional, estando dentro de

NOME, 03/07/12,
Art. 2º da Lei de Processo Administrativo: A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência.
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vários princípios constantes da Constituição Federal (são eles: a moralidade, impessoalidade, eficiência e isonomia), afirmou que o CNJ foi criado para fazer controle da atividade administrativa, portanto, ele tem competência para decidir quanto ao nepotismo. Ainda, disse que a resolução é o ato normativo que o CNJ tem e, assim, o meio é o adequado/correto.

Quando o STF julgou a ADC nº 12 restou na Casa Legislativa uma grande vontade de legislar sobre nepotismo. O STF queria resolver a questão de verdade, principalmente quanto aos outros poderes. Porém, o Supremo Tribunal Federal não podendo legislar sobre o assunto, editou, então, a Súmula Vinculante nº 13.

É necessário deixar claro que a preocupação com o nepotismo é em relação a cargos, função em comissão ou função de confiança e com o exercício de função gratificada. Assim, a Súmula Vinculante nº 13 preocupa-se com a autoridade nomeante e o nomeado.

1ª Hipótese de Proibição: Não pode parentesco entre autoridade nomeante e o nomeado, desde que esse nomeado vá exercer cargo em comissão (ou de confiança) e função gratificada.

Cargo em Comissão: Nada mais é do que o cargo com livre nomeação e livre exoneração(exoneração ad nutum), podendo ser exercido por qualquer pessoa, a qual irá receber a remuneração do cargo. Esse cargo, no Brasil, serve para direção, chefia e assessoramento.

Função – Só existe no Brasil um tipo de função a de confiança;

Função Gratificada: Nada mais é do que a função de confiança. Essa função é baseada na confiança. Também serve para direção, chefia e assessoramento. Só pode ser ocupado por quem tem cargo efetivo, ou seja, a pessoa que prestou concurso público, que exerce o cargo efetivo (de carreira) e a qual passará a exercê-lo juntamente com a função de confiança. O sujeito recebe a remuneração do cargo + uma gratificação pela função de confiança. Esse cargo, no Brasil, serve para direção, chefia e assessoramento.

Cargo = Atribuição + Responsabilidades + Posto(Exemplo: Quadro com vários quadrinho na casa dos avós)Função = Atribuição + Responsabilidade

Exemplo: não pode pai nomear filho para cargo em comissão (ou de confiança) ou para a função gratificada.

2ª Hipótese de Proibição: Não pode parentesco entre servidor que ocupe cargo de direção, chefia ou assessoramento (cargo em comissão) com outro servidor que também ocupe cargo em comissão ou função gratificada. Não pode em qualquer dos poderes, na mesma pessoa

NOME, 03/07/12,
A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau(linha colateral, reta ou por afinidade), inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal.
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jurídica. Essa proibição independe de quem vai nomear. Não pode ser parente na mesma pessoa jurídica.

3ª Hipótese de Proibição: Não pode ajustes mediante designações recíprocas. Não pode trocar de parente. É o denominado “nepotismo cruzado”.

Exemplo: troca de parentes entre a União e o Estado.

Obs: Nós não temos ferramentas para a aplicação desta súmula vinculante; não há banco de dados para tal aplicação.

A súmula vinculante que proíbe o nepotismo não se aplica para os agentes políticos. Exemplo: prefeito pode nomear um irmão como secretário de saúde e outro irmão como secretário de infraestrutura da prefeitura.

Parou aqui em 07 de fevereiro de 2012

Fim.

PAREI AQUI... ADRIELE CONTINUAR - AULA 03

Aula III - INTENSIVO I – Direito Administrativo – LFG – 07 de fevereiro de 2012 – Profª. Fernanda Marinela

AULA 03

ASSUNTO – REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO

d. Princípio da Publicidade

Significa dar conhecimento/ciência ao titular do direito; o titular do poder (administração Pública) dá conhecimento ao titular do direito (povo).

d.1 Consequências/Desdobramentos do Princípio da Publicidade:

A publicidade é condição de eficácia dos contratos, os quais a partir desta produzirão efeitos. É, ainda, termo inicial ou marco inicial para a contagem de prazo. O prazo deve ter início com o recebimento da notificação. Ademais, é mecanismo ou instrumento de controle de fiscalização dos atos públicos praticados.

Art. 61, parágrafo único, da Lei nº 8.666/93: A publicação resumida do instrumento de contrato ou de seus aditamentos na imprensa oficial, que é condição

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indispensável para sua eficácia, será providenciada pela Administração até o quinto dia útil do mês seguinte ao de sua assinatura, para ocorrer no prazo de vinte dias daquela data, qualquer que seja o seu valor, ainda que sem ônus, ressalvado o disposto no art. 26 desta Lei.

d.2 Exceções ao Princípio da Publicidade:

Obs: Na licitação, na modalidade convite, existe a publicidade (que é muito mais ampla) (exemplo: mandar correspondência por AR), porém, na verdade, não há publicação (menos ampla) (é uma das formas de publicidade) do instrumento convocatório.

Exceções:

Não deverá ocorrer a publicidade dos atos nos seguintes casos:

1. Art. 5º, X, CF/88 – “são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação”; O administrador pode publicar, mas não pode comprometer a imagem honra e vida privada das pessoas.

2. Art. 5º, XXXIII, CF/88 – “todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado”;

3. Art. 5º, LX, CF/88 : “a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem”;

Se um Órgão Público nega informações referentes a uma determinada pessoa jurídica caberá mandado de segurança (para discutir direito de informação). Se um Órgão Público nega informações pessoais referentes à uma determinada pessoa caberá habeas data.

Obs: O administrador tem o dever de publicidade, se ele descumpre esse dever estará consequentemente praticando improbidade administrativa (hipótese expressa do art. 11, da Lei nº 8.429/92).

Pesquisar: Lei 12.527/2011

Obs: Nos termos do Art. 37, § 1º, da CF/88 a publicidade tem que acontecer no caráter educativo, informativo e de orientação social. O administrador não pode publicar para fazer promoção pessoal.

NOME, 03/07/12,
Art. 37, § 1º, da CF/88: A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.
NOME, 03/07/12,
Art. 11, da Lei nº 8.429/92 (Lei de Improbidade Administrativa): “Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e ...”.
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Obs: Nomes em locais públicos, em que pese não haver proibição legal na utilização de nomes de pessoas vivas, recomenda-se o uso homenageando pessoas já falecidas.

Obs.: A não publicidade dos atos caracteriza improbidade administrativa; Art. 11, da Lei nº 8.429/92 (Lei de Improbidade Administrativa).

Obs: O simples fato de constar o nome do administrador em placas de construção de obras, por exemplo, não representa promoção pessoal. Porém, deve-se analisar caso a caso, considerando a proporcionalidade e a razoabilidade. As placas aqui mencionadas foram consideradas placas informativas e não significam promoção pessoal. Segundo o STJ, é necessário haver o bom senso.

e. Princípio da Eficiência

Ganha roupagem de princípio expresso na Constituição Federal a partir da EC nº 19/98 (chamada reforma administrativa). Esse princípio já constava na Constituição, porém de forma implícita. Entretanto, na Lei nº 8.987/95 (Lei de Concessão e Permissão de Serviço Público) tal princípio já estava expresso, em seu art. 6º. O mencionado artigo conceitua o serviço público adequado.

EC20/98 – Chamada reforma da previdência – mexe com a aposentadoria dos servidores públicos;

e.1 Características do Princípio da Eficiência:

Ausência de desperdícios, dever de economia, produtividade e agilidade/presteza ou celeridade.

Mudança após a EC nº 19/98 (introdução do princípio da eficiência ao caput do art. 37 da CF). Com essa emenda houve modificação no tocante às regras sobre estabilidade do servidor público, regras previstas no art. 41 da CF/88 (previsão da estabilidade). O servidor hoje para adquirir estabilidade no Brasil precisa ser nomeado em cargo efetivo (concurso público), ter 03 anos de exercício e ser aprovado em avaliação especial de desempenho. Para que um servidor público adquira a estabilidade deverá ser aprovado na avaliação especial de desempenho, a qual tem por objetivo atender a eficiência. Para que a estabilidade se mantenha e em homenagem a eficiência deverá ser o servidor público aprovado na avaliação periódica de desempenho, o qual não sendo aprovado perderá a estabilidade. Porém, até a presente data não há norma regulamentando. A perda da estabilidade se dá, também, por meio de processo judicial transitado e julgado e por processo administrativo, respeitando-se o contraditório e a ampla defesa.

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Com o propósito de aplicar o princípio da eficiência e em razão de o administrador não poder gastar tudo com o pessoal, o constituinte modifica o art. 169, da CF/88 estabelecendo limite de despesa com pessoal, regulamentado pela famosa Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar nº 101/00), e determina em seu art. 19 que para a União há o limite de até 50% e para o Estado e o Município há o limite de até 60%.

Em razão de tais gastos com o pessoal, é preciso uma racionalização da máquina administrativa, ou seja, enxugá-la através de corte de cargos em comissão e funções de confiança, na proporção de pelo menos 20% destes, e servidores não estáveis (quem entrou antes da CF/88 e não adquiriu a estabilidade) de acordo com a necessidade para se chegar ao limite, ou seja, não há percentual, podendo chegar a 100% dos não estáveis, bem como os servidores estáveis, em última hipótese. A idéia é reduzir os servidores que não são tão importantes, ou seja, são desnecessários.

Dessa forma deve ser respeitada a ordem de exclusão de servidores, dando-se esta exclusão através do instituto da exoneração, não podendo ser por meio de demissão porque esta é caso de punição. Ademais, para evitar perseguições políticas, os cargos serão extintos, só podendo ser recriados com funções idênticas ou assemelhadas após 04 anos. Nestes termos, somente os servidores estáveis têm direito a indenização.

Precisamos de eficiência quanto aos meios e aos resultados. Gasta-se o menor valor possível para se obter o melhor resultado.

Para a doutrina, apesar de todos esses aspectos e regras (medidas, instrumentos), lamentavelmente, tudo não passou de uma utopia, sonho do constituinte de 1998, uma vez que não se tornou realidade até os dias atuais no Brasil.

03. Princípios do Direito Administrativo que não Constam no Art. 37, caput, da CF/88

a. Princípio da Isonomia

Significa tratar os iguais de forma igual e os desiguais de forma desigual na medida de suas desigualdades.

Deve ser verificado o fator de discriminação e se este está compatível com o objetivo da norma. Se o fator de discriminação estiver compatível com o objetivo da norma não há violação da isonomia, porém se não estiver compatível há violação da isonomia.

Exemplo: concurso público da policia civil, função administrativa, deficiente físico de cadeira de rodas está excluído do certame. Se o deficiente físico consegue exercer a referida função administrativa, essa exclusão viola o princípio da isonomia, uma vez que não há compatibilidade com o objetivo da norma.

NOME, 03/07/12,
Art. 169, da CF/88: A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios não poderá exceder os limites estabelecidos em lei complementar.
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Para que o requisito de limitação imposta no edital não viole a isonomia, segundo a jurisprudência, deverá haver compatibilidade com as atribuições do cargo e a exigência deverá ter previsão na lei da carreira.

Não viola a isonomia o edital de concurso público para salva-vidas e a respectiva exclusão do certame dos deficientes. Não viola, também, a limitação de idade. A exigência de altura em concurso público viola a isonomia.

Exame psicotécnico, além de estar previsto na lei da carreira, de ser compatível com as atribuições do cargo, precisa ter critérios objetivos e tem que dá direito a recursos. Súmula 686 do STF, Jurisprudência do STJ.

b. Princípio da Razoabilidade e da Proporcionalidade

Princípio da Razoabilidade - Significa agir de forma razoável, com lógica, com coerência e com congruência. O administrador público não pode agir de forma despropositada, devendo agir com lógica, equilíbrio etc. Para os administrativistas brasileiros dentro do princípio da razoabilidade encontra-se o princípio da proporcionalidade.

Princípio da Proporcionalidade - significa agir de forma equilibrada. Agir de forma equilibrada também é agir de forma razoável. Atos e medidas devem ser sempre equilibrados. Exemplo: Se um servidor pratica lesão leve, sua punição deve ser leve (Advertência). Se praticar ação grave, pune-se com sanção grave (demissão).

Pensando em proporcionalidade é preciso ter equilíbrio entre os benefícios e os prejuízos causados. Ressalte-se que os benefícios tem que ser superiores aos prejuízos.

Estes dois princípios estão implícitos na Constituição Federal. Vale lembrar, ainda, que estes princípios estão expressos na Lei Ordinária (Lei de Processo Administrativo nº 9.784/99, em seu art. 2º).

Alguns autores defendem que o art. 5º, LXXVIII, da CF foi introduzido pela EC nº 45/2004. Esse dispositivo levou alguns autores a afirmarem que esse dispositivo tratava do princípio da razoabilidade e assim, este princípio teria se tornado uma regra expressa na Constituição Federal. Para a maioria dos autores, apesar de esse princípio falar em razoável, não se trata do princípio da razoabilidade, mas sim princípio da celeridade do processo. Logo, o princípio da razoabilidade continua sendo um princípio implícito.

Os princípios da razoabilidade (adequação e necessidade) e da proporcionalidade hoje limitam a liberdade, discricionariedade e juízo de valor do administrador.

O Poder Judiciário pode rever (controlar) qualquer ato administrativo no que tange à legalidade. Hoje, no Brasil, legalidade significa lei e regras constitucionais. Porém, o Poder

NOME, 03/07/12,
Art. 2º, da Lei nº 9.784/99: A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência.
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Judiciário não pode controlar o mérito do ato administrativo. Mérito é a liberdade, ou seja, é a conveniência e a oportunidade. Se a decisão viola o princípio da razoabilidade e da proporcionalidade trata-se de controle de legalidade e, assim, o Poder Judiciário pode controlar, ou seja, rever o ato.

Obs: Por vias tortas, os princípios da proporcionalidade e da razoabilidade permitem ao Poder Judiciário controlar o mérito do ato administrativo.

Entende o STF que o Poder Judiciário pode exercer o controle das políticas públicas revendo a legalidade (ADPF nº 45).

ADPF - Políticas Públicas - Intervenção Judicial - "Reserva do Possível" (Transcrições)

ADPF 45 MC/DF*

RELATOR: MIN. CELSO DE MELLO

EMENTA: ARGÜIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL. A QUESTÃO DA LEGITIMIDADE CONSTITUCIONAL DO CONTROLE E DA INTERVENÇÃO DO PODER JUDICIÁRIO EM TEMA DE IMPLEMENTAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS, QUANDO CONFIGURADA HIPÓTESE DE ABUSIVIDADE GOVERNAMENTAL. DIMENSÃO POLÍTICA DA JURISDIÇÃO CONSTITUCIONAL ATRIBUÍDA AO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. INOPONIBILIDADE DO ARBÍTRIO ESTATAL À EFETIVAÇÃO DOS DIREITOS SOCIAIS, ECONÔMICOS E CULTURAIS. CARÁTER RELATIVO DA LIBERDADE DE CONFORMAÇÃO DO LEGISLADOR. CONSIDERAÇÕES EM TORNO DA CLÁUSULA DA "RESERVA DO POSSÍVEL". NECESSIDADE DE PRESERVAÇÃO, EM FAVOR DOS INDIVÍDUOS, DA INTEGRIDADE E DA INTANGIBILIDADE DO NÚCLEO CONSUBSTANCIADOR DO "MÍNIMO EXISTENCIAL". VIABILIDADE INSTRUMENTAL DA ARGÜIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO NO PROCESSO DE CONCRETIZAÇÃO DAS LIBERDADES POSITIVAS (DIREITOS CONSTITUCIONAIS DE SEGUNDA GERAÇÃO).

DECISÃO: Trata-se de argüição de descumprimento de preceito fundamental promovida contra veto, que, emanado do Senhor Presidente da República, incidiu sobre o § 2º do art. 55 (posteriormente renumerado para art. 59), de proposição legislativa que se converteu na Lei nº 10.707/2003 (LDO), destinada a fixar as diretrizes pertinentes à elaboração da lei orçamentária anual de 2004.

O dispositivo vetado possui o seguinte conteúdo material:

"§ 2º Para efeito do inciso II do caput deste artigo, consideram-se ações e serviços públicos de saúde a totalidade das dotações do Ministério da Saúde, deduzidos os

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encargos previdenciários da União, os serviços da dívida e a parcela das despesas do Ministério financiada com recursos do Fundo de Combate à Erradicação da Pobreza."

O autor da presente ação constitucional sustenta que o veto presidencial importou em desrespeito a preceito fundamental decorrente da EC 29/2000, que foi promulgada para garantir recursos financeiros mínimos a serem aplicados nas ações e serviços públicos de saúde.

Requisitei, ao Senhor Presidente da República, informações que por ele foram prestadas a fls. 93/144.

Vale referir que o Senhor Presidente da República, logo após o veto parcial ora questionado nesta sede processual, veio a remeter, ao Congresso Nacional, projeto de lei, que, transformado na Lei nº 10.777/2003, restaurou, em sua integralidade, o § 2º do art. 59 da Lei nº 10.707/2003 (LDO), dele fazendo constar a mesma norma sobre a qual incidira o veto executivo.

Em virtude da mencionada iniciativa presidencial, que deu causa à instauração do concernente processo legislativo, sobreveio a edição da já referida Lei nº 10.777, de 24/11/2003, cujo art. 1º - modificando a própria Lei de Diretrizes Orçamentárias (Lei nº 10.707/2003) - supriu a omissão motivadora do ajuizamento da presente ação constitucional.Com o advento da mencionada Lei nº 10.777/2003, a Lei de Diretrizes Orçamentárias, editada para reger a elaboração da lei orçamentária de 2004, passou a ter, no ponto concernente à questionada omissão normativa, o seguinte conteúdo material:

"Art. 1º O art. 59 da lei nº 10.707, de 30 de julho de 2003, passa a vigorar acrescido dos seguintes parágrafos:

'Art.59............................................§ 3º Para os efeitos do inciso II do caput deste artigo, consideram-se ações e serviços públicos de saúde a totalidade das dotações do Ministério da Saúde, deduzidos os encargos previdenciários da União, os serviços da dívida e a parcela das despesas do Ministério financiada com recursos do Fundo de Combate à Erradicação da Pobreza.§ 4º A demonstração da observância do limite mínimo previsto no § 3º deste artigo dar-se-á no encerramento do exercício financeiro de 2004.' (NR)." (grifei)

Cabe registrar, por necessário, que a regra legal resultante da edição da Lei nº 10.777/2003, ora em pleno vigor, reproduz, essencialmente, em seu conteúdo, o preceito, que, constante do § 2º do art. 59 da Lei nº 10.707/2003 (LDO), veio a ser vetado pelo Senhor Presidente da República (fls. 23v.).

Impende assinalar que a regra legal em questão - que culminou por colmatar a própria omissão normativa alegadamente descumpridora de preceito fundamental - entrou em vigor em 2003, para orientar, ainda em tempo oportuno, a elaboração da lei orçamentária anual pertinente ao exercício financeiro de 2004.

Conclui-se, desse modo, que o objetivo perseguido na presente sede processual foi inteiramente alcançado com a edição da Lei nº 10.777, de 24/11/2003, promulgada com a finalidade específica de conferir efetividade à EC 29/2000, concebida para

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garantir, em bases adequadas - e sempre em benefício da população deste País - recursos financeiros mínimos a serem necessariamente aplicados nas ações e serviços públicos de saúde.Não obstante a superveniência desse fato juridicamente relevante, capaz de fazer instaurar situação de prejudicialidade da presente argüição de descumprimento de preceito fundamental, não posso deixar de reconhecer que a ação constitucional em referência, considerado o contexto em exame, qualifica-se como instrumento idôneo e apto a viabilizar a concretização de políticas públicas, quando, previstas no texto da Carta Política, tal como sucede no caso (EC 29/2000), venham a ser descumpridas, total ou parcialmente, pelas instâncias governamentais destinatárias do comando inscrito na própria Constituição da República.

Essa eminente atribuição conferida ao Supremo Tribunal Federal põe em evidência, de modo particularmente expressivo, a dimensão política da jurisdição constitucional conferida a esta Corte, que não pode demitir-se do gravíssimo encargo de tornar efetivos os direitos econômicos, sociais e culturais - que se identificam, enquanto direitos de segunda geração, com as liberdades positivas, reais ou concretas (RTJ 164/158-161, Rel. Min. CELSO DE MELLO) -, sob pena de o Poder Público, por violação positiva ou negativa da Constituição, comprometer, de modo inaceitável, a integridade da própria ordem constitucional:

"DESRESPEITO À CONSTITUIÇÃO - MODALIDADES DE COMPORTAMENTOS INCONSTITUCIONAIS DO PODER PÚBLICO. - O desrespeito à Constituição tanto pode ocorrer mediante ação estatal quanto mediante inércia governamental. A situação de inconstitucionalidade pode derivar de um comportamento ativo do Poder Público, que age ou edita normas em desacordo com o que dispõe a Constituição, ofendendo-lhe, assim, os preceitos e os princípios que nela se acham consignados. Essa conduta estatal, que importa em um facere (atuação positiva), gera a inconstitucionalidade por ação.- Se o Estado deixar de adotar as medidas necessárias à realização concreta dos preceitos da Constituição, em ordem a torná-los efetivos, operantes e exeqüíveis, abstendo-se, em conseqüência, de cumprir o dever de prestação que a Constituição lhe impôs, incidirá em violação negativa do texto constitucional. Desse non facere ou non praestare, resultará a inconstitucionalidade por omissão, que pode ser total, quando é nenhuma a providência adotada, ou parcial, quando é insuficiente a medida efetivada pelo Poder Público........................................................- A omissão do Estado - que deixa de cumprir, em maior ou em menor extensão, a imposição ditada pelo texto constitucional - qualifica-se como comportamento revestido da maior gravidade político-jurídica, eis que, mediante inércia, o Poder Público também desrespeita a Constituição, também ofende direitos que nela se fundam e também impede, por ausência de medidas concretizadoras, a própria aplicabilidade dos postulados e princípios da Lei Fundamental." (RTJ 185/794-796, Rel. Min. CELSO DE MELLO, Pleno)

É certo que não se inclui, ordinariamente, no âmbito das funções institucionais do Poder Judiciário - e nas desta Suprema Corte, em especial - a atribuição de formular e de implementar políticas públicas (JOSÉ CARLOS VIEIRA DE ANDRADE, "Os Direitos Fundamentais na Constituição Portuguesa de 1976", p. 207, item n. 05, 1987,

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Almedina, Coimbra), pois, nesse domínio, o encargo reside, primariamente, nos Poderes Legislativo e Executivo.

Tal incumbência, no entanto, embora em bases excepcionais, poderá atribuir-se ao Poder Judiciário, se e quando os órgãos estatais competentes, por descumprirem os encargos político-jurídicos que sobre eles incidem, vierem a comprometer, com tal comportamento, a eficácia e a integridade de direitos individuais e/ou coletivos impregnados de estatura constitucional, ainda que derivados de cláusulas revestidas de conteúdo programático.Cabe assinalar, presente esse contexto - consoante já proclamou esta Suprema Corte - que o caráter programático das regras inscritas no texto da Carta Política "não pode converter-se em promessa constitucional inconseqüente, sob pena de o Poder Público, fraudando justas expectativas nele depositadas pela coletividade, substituir, de maneira ilegítima, o cumprimento de seu impostergável dever, por um gesto irresponsável de infidelidade governamental ao que determina a própria Lei Fundamental do Estado" (RTJ 175/1212-1213, Rel. Min. CELSO DE MELLO).

Não deixo de conferir, no entanto, assentadas tais premissas, significativo relevo ao tema pertinente à "reserva do possível" (STEPHEN HOLMES/CASS R. SUNSTEIN, "The Cost of Rights", 1999, Norton, New York), notadamente em sede de efetivação e implementação (sempre onerosas) dos direitos de segunda geração (direitos econômicos, sociais e culturais), cujo adimplemento, pelo Poder Público, impõe e exige, deste, prestações estatais positivas concretizadoras de tais prerrogativas individuais e/ou coletivas.

É que a realização dos direitos econômicos, sociais e culturais - além de caracterizar-se pela gradualidade de seu processo de concretização - depende, em grande medida, de um inescapável vínculo financeiro subordinado às possibilidades orçamentárias do Estado, de tal modo que, comprovada, objetivamente, a incapacidade econômico-financeira da pessoa estatal, desta não se poderá razoavelmente exigir, considerada a limitação material referida, a imediata efetivação do comando fundado no texto da Carta Política.

Não se mostrará lícito, no entanto, ao Poder Público, em tal hipótese - mediante indevida manipulação de sua atividade financeira e/ou político-administrativa - criar obstáculo artificial que revele o ilegítimo, arbitrário e censurável propósito de fraudar, de frustrar e de inviabilizar o estabelecimento e a preservação, em favor da pessoa e dos cidadãos, de condições materiais mínimas de existência.

Cumpre advertir, desse modo, que a cláusula da "reserva do possível" - ressalvada a ocorrência de justo motivo objetivamente aferível - não pode ser invocada, pelo Estado, com a finalidade de exonerar-se do cumprimento de suas obrigações constitucionais, notadamente quando, dessa conduta governamental negativa, puder resultar nulificação ou, até mesmo, aniquilação de direitos constitucionais impregnados de um sentido de essencial fundamentalidade.

Daí a correta ponderação de ANA PAULA DE BARCELLOS ("A Eficácia Jurídica dos Princípios Constitucionais", p. 245-246, 2002, Renovar):

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"Em resumo: a limitação de recursos existe e é uma contingência que não se pode ignorar. O intérprete deverá levá-la em conta ao afirmar que algum bem pode ser exigido judicialmente, assim como o magistrado, ao determinar seu fornecimento pelo Estado. Por outro lado, não se pode esquecer que a finalidade do Estado ao obter recursos, para, em seguida, gastá-los sob a forma de obras, prestação de serviços, ou qualquer outra política pública, é exatamente realizar os objetivos fundamentais da Constituição.

A meta central das Constituições modernas, e da Carta de 1988 em particular, pode ser resumida, como já exposto, na promoção do bem-estar do homem, cujo ponto de partida está em assegurar as condições de sua própria dignidade, que inclui, além da proteção dos direitos individuais, condições materiais mínimas de existência. Ao apurar os elementos fundamentais dessa dignidade (o mínimo existencial), estar-se-ão estabelecendo exatamente os alvos prioritários dos gastos públicos. Apenas depois de atingi-los é que se poderá discutir, relativamente aos recursos remanescentes, em que outros projetos se deverá investir. O mínimo existencial, como se vê, associado ao estabelecimento de prioridades orçamentárias, é capaz de conviver produtivamente com a reserva do possível." (grifei)

Vê-se, pois, que os condicionamentos impostos, pela cláusula da "reserva do possível", ao processo de concretização dos direitos de segunda geração - de implantação sempre onerosa -, traduzem-se em um binômio que compreende, de um lado, (1) a razoabilidade da pretensão individual/social deduzida em face do Poder Público e, de outro, (2) a existência de disponibilidade financeira do Estado para tornar efetivas as prestações positivas dele reclamadas.

Desnecessário acentuar-se, considerado o encargo governamental de tornar efetiva a aplicação dos direitos econômicos, sociais e culturais, que os elementos componentes do mencionado binômio (razoabilidade da pretensão + disponibilidade financeira do Estado) devem configurar-se de modo afirmativo e em situação de cumulativa ocorrência, pois, ausente qualquer desses elementos, descaracterizar-se-á a possibilidade estatal de realização prática de tais direitos.

Não obstante a formulação e a execução de políticas públicas dependam de opções políticas a cargo daqueles que, por delegação popular, receberam investidura em mandato eletivo, cumpre reconhecer que não se revela absoluta, nesse domínio, a liberdade de conformação do legislador, nem a de atuação do Poder Executivo.

É que, se tais Poderes do Estado agirem de modo irrazoável ou procederem com a clara intenção de neutralizar, comprometendo-a, a eficácia dos direitos sociais, econômicos e culturais, afetando, como decorrência causal de uma injustificável inércia estatal ou de um abusivo comportamento governamental, aquele núcleo intangível consubstanciador de um conjunto irredutível de condições mínimas necessárias a uma existência digna e essenciais à própria sobrevivência do indivíduo, aí, então, justificar-se-á, como precedentemente já enfatizado - e até mesmo por razões fundadas em um imperativo ético-jurídico -, a possibilidade de intervenção do Poder Judiciário, em ordem a viabilizar, a todos, o acesso aos bens cuja fruição lhes haja sido injustamente recusada pelo Estado.Extremamente pertinentes, a tal propósito, as observações de ANDREAS JOACHIM KRELL ("Direitos Sociais e Controle Judicial no Brasil e na Alemanha", p. 22-23,

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2002, Fabris):

"A constituição confere ao legislador uma margem substancial de autonomia na definição da forma e medida em que o direito social deve ser assegurado, o chamado 'livre espaço de conformação' (...). Num sistema político pluralista, as normas constitucionais sobre direitos sociais devem ser abertas para receber diversas concretizações consoante as alternativas periodicamente escolhidas pelo eleitorado. A apreciação dos fatores econômicos para uma tomada de decisão quanto às possibilidades e aos meios de efetivação desses direitos cabe, principalmente, aos governos e parlamentos.

Em princípio, o Poder Judiciário não deve intervir em esfera reservada a outro Poder para substituí-lo em juízos de conveniência e oportunidade, querendo controlar as opções legislativas de organização e prestação, a não ser, excepcionalmente, quando haja uma violação evidente e arbitrária, pelo legislador, da incumbência constitucional.No entanto, parece-nos cada vez mais necessária a revisão do vetusto dogma da Separação dos Poderes em relação ao controle dos gastos públicos e da prestação dos serviços básicos no Estado Social, visto que os Poderes Legislativo e Executivo no Brasil se mostraram incapazes de garantir um cumprimento racional dos respectivos preceitos constitucionais.A eficácia dos Direitos Fundamentais Sociais a prestações materiais depende, naturalmente, dos recursos públicos disponíveis; normalmente, há uma delegação constitucional para o legislador concretizar o conteúdo desses direitos. Muitos autores entendem que seria ilegítima a conformação desse conteúdo pelo Poder Judiciário, por atentar contra o princípio da Separação dos Poderes (...).

Muitos autores e juízes não aceitam, até hoje, uma obrigação do Estado de prover diretamente uma prestação a cada pessoa necessitada de alguma atividade de atendimento médico, ensino, de moradia ou alimentação. Nem a doutrina nem a jurisprudência têm percebido o alcance das normas constitucionais programáticas sobre direitos sociais, nem lhes dado aplicação adequada como princípios-condição da justiça social.A negação de qualquer tipo de obrigação a ser cumprida na base dos Direitos Fundamentais Sociais tem como conseqüência a renúncia de reconhecê-los como verdadeiros direitos. (...) Em geral, está crescendo o grupo daqueles que consideram os princípios constitucionais e as normas sobre direitos sociais como fonte de direitos e obrigações e admitem a intervenção do Judiciário em caso de omissões inconstitucionais." (grifei)

Todas as considerações que venho de fazer justificam-se, plenamente, quanto à sua pertinência, em face da própria natureza constitucional da controvérsia jurídica ora suscitada nesta sede processual, consistente na impugnação a ato emanado do Senhor Presidente da República, de que poderia resultar grave comprometimento, na área da saúde pública, da execução de política governamental decorrente de decisão vinculante do Congresso Nacional, consubstanciada na Emenda Constitucional nº 29/2000.Ocorre, no entanto, como precedentemente já enfatizado no início desta decisão, que se registrou, na espécie, situação configuradora de prejudicialidade da presente argüição de descumprimento de preceito fundamental.

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A inviabilidade da presente argüição de descumprimento, em decorrência da razão ora mencionada, impõe uma observação final: no desempenho dos poderes processuais de que dispõe, assiste, ao Ministro-Relator, competência plena para exercer, monocraticamente, o controle das ações, pedidos ou recursos dirigidos ao Supremo Tribunal Federal, legitimando-se, em conseqüência, os atos decisórios que, nessa condição, venha a praticar.Cumpre acentuar, por oportuno, que o Pleno do Supremo Tribunal Federal reconheceu a inteira validade constitucional da norma legal que inclui, na esfera de atribuições do Relator, a competência para negar trânsito, em decisão monocrática, a recursos, pedidos ou ações, quando incabíveis, estranhos à competência desta Corte, intempestivos, sem objeto ou que veiculem pretensão incompatível com a jurisprudência predominante do Tribunal (RTJ 139/53 - RTJ 168/174-175).

Nem se alegue que esse preceito legal implicaria transgressão ao princípio da colegialidade, eis que o postulado em questão sempre restará preservado ante a possibilidade de submissão da decisão singular ao controle recursal dos órgãos colegiados no âmbito do Supremo Tribunal Federal, consoante esta Corte tem reiteradamente proclamado (RTJ 181/1133-1134, Rel. Min. CARLOS VELLOSO - AI 159.892-AgR/SP, Rel. Min. CELSO DE MELLO, v.g.).

Cabe enfatizar, por necessário, que esse entendimento jurisprudencial é também aplicável aos processos de controle normativo abstrato de constitucionalidade, qualquer que seja a sua modalidade (ADI 563/DF, Rel. Min. PAULO BROSSARD - ADI 593/GO, Rel. Min. MARCO AURÉLIO - ADI 2.060/RJ, Rel. Min. CELSO DE MELLO - ADI 2.207/AL, Rel. Min. CELSO DE MELLO - ADI 2.215/PE, Rel. Min. CELSO DE MELLO, v.g.), eis que, tal como já assentou o Plenário do Supremo Tribunal Federal, o ordenamento positivo brasileiro "não subtrai, ao Relator da causa, o poder de efetuar - enquanto responsável pela ordenação e direção do processo (RISTF, art. 21, I) - o controle prévio dos requisitos formais da fiscalização normativa abstrata (...)" (RTJ 139/67, Rel. Min. CELSO DE MELLO).

Sendo assim, tendo em consideração as razões expostas, julgo prejudicada a presente argüição de descumprimento de preceito fundamental, em virtude da perda superveniente de seu objeto.

Arquivem-se os presentes autos.

Publique-se.

Brasília, 29 de abril de 2004.

Ministro CELSO DE MELLO

Relator

* decisão publicada no DJU de 4.5.2004

Assessora responsável pelo Informativo

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Graziela Maria [email protected]

Parou aqui em 08 de fevereiro de 2012

Fim!!!

Aula IV - INTENSIVO I – Direito Administrativo – LFG –29 de fevereiro de 2012 – Profª. Fernanda Marinela

AULA 04

ASSUNTO – REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO

c. Princípio do Contraditório e Princípio da Ampla Defesa

Está previsto no Art. 5º, LV, da CF/88:

Aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes.

Contraditório - significa dar ciência, dar conhecimento da existência do processo. Quando a parte é trazida ao processo é, então, constituída a relação bilateral (processual). No direito administrativo chama-se a parte por notificação, intimação, não tendo cuidado com a terminologia, pois tudo significa que se está dando ciência do processo. Quando se dá o conhecimento a parte da existência do processo, dar-se a ela a garantia do exercício do direito de defesa (princípio da ampla defesa).

Para que o direito a ampla defesa seja efetivo, temos algumas exigências (alguns desdobramentos) a serem cumpridas:

(a) Procedimento Determinado: as penas e o procedimento precisam estar pré-estabelecidos, sendo anteriores ao julgamento final do processo;

(b) Direito às Informações do Processo: significa, também, o acesso às cópias (reprodução) do processo (as quais serão viabilizadas pela administração) e, nesse caso, o interessado é quem irá custear as despesas;

(c) Produção de Provas: a prova tem que ser produzida e efetivamente tem que interferir no julgamento do julgador (ser a prova avaliada/analisada). Enquanto direito de defesa, a parte tem direito de recurso (direito à revisão da decisão). Independentemente de existir previsão de recurso específico, esse direito tem que

NOME, 03/07/12,
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
NOME, 03/07/12,
Art. 5º - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
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acontecer porque é um direito de defesa. As regras de editais que proíbem recursos são ilegais. O direito de recurso está atrelado à motivação da tomada da decisão.

(d) Defesa Técnica: trata-se da participação do advogado durante o processo administrativo disciplinar. Desde a origem, no processo administrativo, a presença do advogado era facultativa. Ocorre que durante muitos anos construiu-se no STJ um posicionamento dizendo que o advogado contribuía para a regularidade do processo disciplinar. E em razão de tal fato, foi construída passo a passo neste Tribunal uma posição consolidada quanto ao tema, editando-se a Súmula nº 343 STJ.

Levados por motivos econômicos, muito mais do que por motivos jurídicos, o STF editou a Súmula Vinculante nº 05, a qual contradiz a súmula anteriormente mencionada.

Obs: O STJ não cancelou a Súmula nº 343, porém prevalece a Súmula Vinculante nº 05 do STF.

Exigência de depósito prévio para admissibilidade de Recurso AdministrativoSúmula 373 do STJ Direito de RecursoSúmula Vinculante nº 21

Análise da Súmula Vinculante nº 03:

Explicando: um servidor preenche os requisitos, vai até a administração, e afirma querer se aposentar. A administração vai manifestar sua vontade, mas este ato só estará perfeito e acabado depois que o TCU também manifestar sua vontade (é um ato complexo, necessitando de duas manifestações de vontade, uma do TCU e outra da Administração). Se algo der errado, ou seja, se o pedido de concessão de aposentadoria for negado o servidor irá exercer seu direito ao contraditório e ampla defesa, entretanto, esses direitos irão ser exercidos perante a administração e não perante o TCU. Ressalte-se que não se tem dois atos, e sim um só. Ademais, o TCU não está retirando o direito de aposentadoria do servidor, está apenas participando da tomada de decisão e, assim, justifica-se o não exercício perante o mesmo do contraditório e ampla defesa.

d. Princípio da Continuidade

Afirma que a prestação do serviço público (atividade administrativa) tem que ser prestada sem interrupção. Celso Antônio Bandeira de Mello diz que o Estado tem o dever de desempenhar a atividade pública, tendo esse dever todos os dias.

NOME, 03/07/12,
SÚMULA VINCULANTE Nº 3NOS PROCESSOS PERANTE O TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO ASSEGURAM-SE O CONTRADITÓRIO E A AMPLA DEFESA QUANDO DA DECISÃO PUDER RESULTAR ANULAÇÃO OU REVOGAÇÃO DE ATO ADMINISTRATIVO QUE BENEFICIE O INTERESSADO, EXCETUADA A APRECIAÇÃO DA LEGALIDADE DO ATO DE CONCESSÃO INICIAL DE APOSENTADORIA, REFORMA E PENSÃO.
NOME, 03/07/12,
SÚMULA VINCULANTE Nº 21É INCONSTITUCIONAL A EXIGÊNCIA DE DEPÓSITO OU ARROLAMENTO PRÉVIOS DE DINHEIRO OU BENS PARA ADMISSIBILIDADE DE RECURSO ADMINISTRATIVO.
NOME, 03/07/12,
STJ Súmula nº 373 - 11/03/2009 - DJe 30/03/2009 Legitimidade - Exigência de Depósito Prévio para Admissibilidade de Recurso Administrativo É ilegítima a exigência de depósito prévio para admissibilidade de recurso administrativo.
NOME, 03/07/12,
SÚMULA VINCULANTE Nº 3NOS PROCESSOS PERANTE O TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO ASSEGURAM-SE O CONTRADITÓRIO E A AMPLA DEFESA QUANDO DA DECISÃO PUDER RESULTAR ANULAÇÃO OU REVOGAÇÃO DE ATO ADMINISTRATIVO QUE BENEFICIE O INTERESSADO, EXCETUADA A APRECIAÇÃO DA LEGALIDADE DO ATO DE CONCESSÃO INICIAL DE APOSENTADORIA, REFORMA E PENSÃO.
NOME, 03/07/12,
Súmula 343 do STJ: A presença do advogado é obrigatória no processo administrativo disciplinar.
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Princípio da Continuidade x Direito de Greve do Servidor Público:

(Direito de Greve do Servidor Público) – o servidor público hoje tem direito de greve, segundo o art. 37, VII, da CF. Esse dispositivo diz que o servidor público tem direito de greve na forma da lei específica.

Ao mencionar lei específica, deve aqui ser ressaltado que quando o constituinte mencionar Lei Complementar ele mencionará expressamente no texto a expressão “Lei Complementar”. No entanto, quando ele não mencionar a expressão acima, trata-se então de Lei Ordinária Específica.

Até o advento da LC nº 19/98, o art. 37, VII, da CF trazia expressamente o termo “Lei Complementar”. Após o advento da mencionada LC, traz o dispositivo o termo “Lei Ordinária Específica”. Trata a “Lei Ordinária Específica” de lei que não vai cuidar de inúmeros assuntos da greve, e sim tratar apenas de um assunto da greve. Até hoje a lei ordinária não foi criada.

Obs: Trata-se de norma constitucional de eficácia limitada, uma vez que o direito de greve precisa de lei específica para ser regulamentada.

Frente à ausência da lei, segundo o STF, aplica-se aos servidores públicos a Lei de Greve do Trabalhador Comum (Lei nº 7.783/89), no que couber.

MI 670MI 708MI 712

Nesse sentido STF - MANDADO DE INJUNÇÃO: MI 20 DF

MANDADO DE INJUNÇÃO COLETIVO - DIREITO DE GREVE DO SERVIDOR PÚBLICO CIVIL - EVOLUÇÃO DESSE DIREITO NO CONSTITUCIONALISMO BRASILEIRO - MODELOS NORMATIVOS NO DIREITO COMPARADO - PRERROGATIVA JURÍDICA ASSEGURADA PELA CONSTITUIÇÃO (ART. 37, VII) - IMPOSSIBILIDADE DE SEU EXERCÍCIO ANTES DA EDIÇÃO DE LEI COMPLEMENTAR - OMISSÃO LEGISLATIVA - HIPÓTESE DE SUA CONFIGURAÇÃO - RECONHECIMENTO DO ESTADO DE MORA DO CONGRESSO NACIONAL - IMPETRAÇÃO POR ENTIDADE DE CLASSE - ADMISSIBILIDADE - WRIT CONCEDIDO.DIREITO DE GREVE NO SERVIÇO PÚBLICO: O preceito constitucional que reconheceu o direito de greve ao servidor público civil constitui norma de eficácia meramente limitada, desprovida, em conseqüência, de auto-aplicabilidade, razão pela qual, para atuar plenamente, depende da edição da lei complementar exigida pelo próprio texto da Constituição. A mera outorga constitucional do direito de greve ao servidor público civil não basta - ante a ausência de auto- aplicabilidade da norma constante do art. 37, VII, da

NOME, 03/07/12,
Art. 37, VII, da CF: direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica.
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Constituição - para justificar o seu imediato exercício. O exercício do direito público subjetivo de greve outorgado aos servidores civis só se revelará possível depois da edição da lei complementar reclamada pela Carta Política. A lei complementar referida - que vai definir os termos e os limites do exercício do direito de greve no serviço público - constitui requisito de aplicabilidade e de operatividade da norma inscrita no art. 37, VII, do texto constitucional. Essa situação de lacuna técnica, precisamente por inviabilizar o exercício do direito de greve, justifica a utilização e o deferimento do mandado de injunção. A inércia estatal configura-se, objetivamente, quando o excessivo e irrazoável retardamento na efetivação da prestação legislativa - não obstante a ausência, na Constituição, de prazo pré-fixado para a edição da necessária norma regulamentadora - vem a comprometer e a nulificar a situação subjetiva de vantagem criada pelo texto constitucional em favor dos seus beneficiários. MANDADO DE INJUNÇÃO COLETIVO: A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal firmou-se no sentido de admitir a utilização, pelos organismos sindicais e pelas entidades de classe, do mandado de injunção coletivo, com a finalidade de viabilizar, em favor dos membros ou associados dessas instituições, o exercício de direitos assegurados pela Constituição. Precedentes e doutrina.........................................................................................................................................

MANDADO DE INJUNÇÃO. DIREITO DE GREVE DO SERVIDOR PÚBLICO. ARTIGO 37, VII, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. NECESSIDADE DE INTEGRAÇÃO LEGISLATIVA. OMISSÃO DO CONGRESSO NACIONAL.1. Servidor público. Exercício do direito público subjetivo de greve. Necessidade de integralização da norma prevista no artigo 37, VII, da Constituição Federal, mediante edição de lei complementar, para definir os termos e os limites do exercício do direito de greve no serviço público. Precedentes.2. Observância às disposições da Lei 7.783/89, ante a ausência de lei complementar, para regular o exercício do direito de greve dos serviços públicos. Aplicação dos métodos de integração da norma, em face da lacuna legislativa. Impossibilidade. A hipótese não é de existência de lei omissa, mas de ausência de norma reguladora específica. Mandado de injunção conhecido em parte e, nessa parte, deferido, para declarar a omissão legislativa.

Hoje, no Brasil, o STJ vem à frente com várias decisões sobre o direito de greve dos servidores públicos.

As decisões do STF quanto aos mandados de injunção no mesmo sentido irão produzir efeito concreto e erga omnes. Ressalte-se que esses efeitos não serão sempre concretos, podem ter efeito, também, inter parts.

Não cabe demissão ao servidor que fez greve. A demissão tem caráter punitivo. Só seria demitido o servidor se ele cometesse alguma infração grave.

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(Corte do Serviço Público) – hoje a posição que prevalece está no art. 6º, § 3º, da Lei nº 8.987/95. Essa lei cuida da permissão e concessão do serviço público e afirma que é possível a interrupção do serviço público em caso de emergência e, também, o corte do serviço com prévio aviso. Neste último caso dá-se o corte por desrespeito as normas técnicas comprometendo as instalações e em razão do inadimplemento do usuário.

Para a jurisprudência minoritária, o corte do serviço público não é possível. Inúmeras decisões utilizam o CDC para fundamentarem esse posicionamento (arts. 22 e art. 42).

A jurisprudência majoritária afirma que o corte é possível, mesmo nos casos de serviços essenciais.

O corte do serviço público representa a aplicação do princípio da supremacia do interesse público, do princípio da continuidade (continuidade para a coletividade) e do princípio da isonomia.

Obs: Mesmo que seja o Estado o usuário inadimplente haverá o corte do serviço público, salvo alguns casos. Deverão ser mantidas algumas situações, hospitais, logradouros públicos,

e. Princípio da Presunção de Legitimidade

Leia-se este princípio como presunção de legitimidade (obediência as regras morais) + presunção de legalidade (obediência a lei) + presunção de veracidade (corresponde com a verdade).

A consequência prática da presunção da legitimidade é a aplicação imediata dos nossos atos.

Trata-se de uma presunção relativa, o ato é legítimo, legal e verdadeiro até que se prove o contrário. Essa presunção é iuris tantum (relativa). Essa presunção pode ser contestada, pode ser alegada. O ônus da prova cabe a quem alega, normalmente é ao administrado.

A presunção de legitimidade traz ao ato administrativo como consequência prática a sua aplicação imediata. A presunção de legitimidade decorre do dever de legalidade.

f. Princípio da Autotutela

Permite que a administração pública possa rever seus próprios atos. A revisão dos atos se dá quando eles são ilegais, e então haverá a sua retirada via anulação; mas se o ato for inconveniente, haverá a sua retirada via revogação.

A previsão de revisão dos atos também decorre do art. 53, da Lei nº 9.784/99:

Maria Silvia Zanella de Pietro afirma que além da possibilidade de revisão dos atos, a administração tem a obrigação de zelar de seus bens, ou seja, cuidar de seu patrimônio.

NOME, 03/07/12,
CAPÍTULO XIV DA ANULAÇÃO, REVOGAÇÃO E CONVALIDAÇÃO Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos.
NOME, 03/07/12,
Art. 42, do CDC: Na cobrança de débitos, o consumidor inadimplente não será exposto a ridículo, nem será submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaça.
NOME, 03/07/12,
Art. 22, do CDC: Os órgãos públicos, por si ou suas empresas, concessionárias, permissionárias ou sob qualquer outra forma de empreendimento, são obrigados a fornecer serviços adequados, eficientes, seguros e, quanto aos essenciais, contínuos.
NOME, 03/07/12,
Art. 6º, § 3º, da Lei nº 8.987/95: Não se caracteriza como descontinuidade do serviço a sua interrupção em situação de emergência ou após prévio aviso, quando motivada por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações; e, por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da coletividade.
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Este princípio está resguardado nas Súmulas do STF nº 346 e 473. Tais súmulas são antigas, mas continuam válidas.

g. Princípio da Especialidade

Esse princípio foi definido num primeiro momento no que diz respeito à administração indireta. Quando a administração direta cria as pessoas da administração indireta, necessariamente, ela depende de lei. No momento de criação de tais pessoas jurídicas, automaticamente, a lei define as suas finalidades especificas de cada pessoa. O que esse princípio quer afirmar é que as pessoas jurídicas da administração indireta estão presas às finalidades previstas em lei, ou seja, as finalidades para as quais foram criadas. Hoje esse princípio é utilizado para outras situações, como para os órgãos públicos.

Obs: Se a lei define a finalidade da pessoa jurídica, somente a lei pode modificar essa finalidade, não podendo intervir o administrador. Tanto para a administração direta quanto para a administração indireta.

ASSUNTO – ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO

01. Formas de Prestação da Atividade Administrativa no Brasil

A atividade administrativa inicialmente pode ser prestada pelo centro da administração (administração direta – U, E, DF e M). Quando falamos em centro/núcleo da administração chama-se de Administração Centralizada.

Quando a atividade é retirada da administração direta para outras administrações, a exemplo da administração indireta (autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista), chama-se de descentralização. A descentralização pode ser transferida para os particulares.

Descentralização da atividade administrativa, chamada de:

a) Descentralização Administrativa é a distribuição para pessoa diversa, ou seja, nova pessoa (pessoa física ou pessoa jurídica), de atividade administrativa.

b) Descentralização política é a repartição de competência entre os entes políticos (U, E, DF e M). A descentralização política não é estudada pelo Direito Administrativo, e sim pelo Direito Constitucional.

A distribuição de atividade/serviço dentro do próprio centro, ou seja, dentro da mesma pessoa jurídica, chama-se de desconcentração.

NOME, 03/07/12,
Súmula nº 473 do STF: A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.
NOME, 03/07/12,
Súmula nº 346 do STF: A administração pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos.
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Em descentralização não há hierarquia (subordinação), e sim o controle, fiscalização.

Em desconcentração existe hierarquia (subordinação), com relação de subordinação, assim, um manda e o outro obedece.

A descentralização Administrativa pode acontecer de duas formas:

a) Por outorga – significa transferir a titularidade (domínio) juntamente com a execução do serviço. Titularidade significa propriedade/domínio. Só pode ser realizada por meio de lei. Para a maioria dos autores hoje a titularidade não pode ser concedida a qualquer pessoa. A titularidade da atividade administrativa não pode sair das mãos do Poder Público. Para alguns autores a outorga só pode ser concedida as pessoas da administração indireta, sendo essas de direito público (são as autarquias e fundações públicas de direito público).

Obs: Tem autores que admitem a outorga para qualquer pessoa da administração indireta, incluindo as empresas públicas e sociedades de economia mista. Essa não é a orientação que prevalece no Brasil.

b) Por delegação – nada mais é do que a transferência da execução desse serviço. Pode ser realizada por meio de lei (denominada delegação legal). Delega-se para as pessoas jurídicas da administração indireta de direito privado, ou seja, empresa pública, sociedade de economia mista e fundação pública de direito privado. Dá-se, também, por meio de contrato (delegação contratual). Esta é tida como a forma mais comum. É concedida aos particulares. Exemplos: permissão de serviço público; concessão de serviço público.

Também é possível delegar serviço através de ato unilateral ao particular. A descentralização nesse caso dar-se à pessoa física.

O poder público pode outorgar a concessão de um serviço público a um particular?Resp.: Outorgar é na concepção vulgar, dar, realizar, fazer a concessão ao particular.

Exemplos: serviço de táxi, serviço de despachante no brasil. (se dá através de uma autorização).

Parou aqui em 29 de fevereiro de 2012

Fim.

Aula V - INTENSIVO I – Direito Administrativo – LFG –02 de março de 2012 – Profª. Fernanda Marinela

AULA 05

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ASSUNTO – ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO

02. Relação entre “Estado e seu Agente” Várias teorias foram criadas para a definição dessa relação.

1ª Teoria: Teoria do Mandato – segundo essa teoria, o Estado e o agente celebram o contrato de mandato. Teoria não aceita pelo sistema. Justificativa: A pessoa jurídica no Brasil não manifesta vontade sem a presença de pessoa física (do agente), logo, não há celebração de contrato de mandato.

2ª Teoria: Teoria da Representação – segundo essa teoria essa relação se faz igual na tutela e curatela. Tutela e curatela pressupõem que o Estado é um incapaz, necessitando de um representante. Teoria não aceita no sistema. Justificativa: Hoje no Brasil e no mundo o Estado é sujeito capaz, sujeito responsável e não incapaz.

3ª Teoria: Teoria do Órgão ou Teoria da Imputação – essa teoria traz duas idéias:

(a). Toda relação entre Estado e agente decorre de previsão legal;

(b). A vontade do agente quando no exercício da função pública se confunde com a vontade do Estado.

Obs: Esta teoria foi adotada no Brasil.

ASSUNTO – ÓRGÃOS PÚBLICOS

01. Conceito de Órgão Público

Órgão Público nada mais é do que um núcleo/centro especializado de competência. A idéia é a de que o órgão público terá uma função especializada e, consequentemente, será mais eficiente. Essa divisão do órgão está presente na administração direta e também é possível na administração indireta (previsão no art. 1º da Lei de Processo Administrativo – nº 9.784/99).

Órgão Público não tem personalidade jurídica, ou seja, não tem aptidão para ser sujeito de direitos e de obrigações, logo, não pode celebrar contrato (Regra Geral). Em razão de ato de órgão público a responsabilidade é da pessoa jurídica a que pertence, ou seja, União, Estado ou Município. O órgão público pode fazer o procedimento licitatório; pode, ainda, administrar e fazer a gestão dos contratos. Há a possibilidade do ato formal de assinar/rubricar o instrumento de contrato ser delegado ao gestor do órgão. No entanto, ressalte-se que a parte no contrato será a pessoa jurídica.

NOME, 03/07/12,
Esta Lei estabelece normas básicas sobre o processo administrativo no âmbito da Administração Federal direta e indireta, visando, em especial, à proteção dos direitos dos administrados e ao melhor cumprimento dos fins da Administração.
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Obs: (Exceção) – art. 37, § 8º, da CF/88. Este dispositivo foi introduzido pela EC nº 19/98. “Trata esse dispositivo dos contratos de gestão”. Este artigo afirma que contrato pode ser possível entre entes da administração pública direta e indireta (não é possível realizar contrato entre órgãos), entre administradores públicos (não se trata então de contrato administrativo, e sim de contrato privado). A doutrina brasileira afirma que esse dispositivo é inconstitucional, porém ele nunca foi declarado inconstitucional e, assim, pode ser aceito como resposta correta nos concursos públicos.

Se o órgão público tem recurso público, terá ele que ter número de cadastro, ou seja, CNPJ. Logo, para poder ser fiscalizado sobre o IR de seus servidores e como recebe renda, pode-se cobrar imposto de renda.

Pergunta: Órgão público não tem personalidade jurídica, mas pode ir a juízo?Resp.: Sim. Excepcionalmente pode ir à juízo, segundo a doutrina, o órgão público pode ir a juízo quando for imprescindível às prerrogativas funcionais (no exercício da função ou em nome da prerrogativa de funções). A posição majoritária da doutrina entende que só pode ir a juízo como sujeito ativo, jamais como sujeito passivo. Ou seja, o órgão público não pode ser demandado, apenas pode funcionar como autor.

Exemplo: A Câmara Legislativa vai a juízo para fazer valer o direito de receber o repasse do duodécimo (verba que vem do orçamento para bancar as despesas do Legislativo e quem faz o repasse de tal verba é o Prefeito).

Obs: Os órgãos públicos terão representação própria, a exemplo dos municípios que possuem os próprios procuradores municipais. Nem sempre terá a representação própria, vai depender muito da estrutura do órgão público.

Leitura do Artigo no site: www.marinela.ma - “ personalidade judiciária de órgãos públicos ”, josé carvalho dos santos filho

02. Classificação de Órgão Público

Obs: Não é um tema forte para ser cobrado em concursos públicos, por isso aqui serão dadas apenas as três principais classificações, as que mais são cobradas nas provas.

1ª Classificação: De acordo com a Posição Estatal

(a). Órgãos Independentes: são aqueles que gozam de independência, não sofrendo qualquer relação de subordinação, podendo sofrer controle/fiscalização. São aqueles que estão no comando, no topo de cada um dos poderes.

NOME, 03/07/12,
Art. 37, § 8º, da CF/88: A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da administração direta e indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus administradores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de metas de desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre...
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Exemplos: a Presidência da República, Governadoria do Estado, Prefeitura, Congresso Nacional, Assembleias Legislativas e Câmaras Municipais, Juízes Monocráticos, STJ, STF, etc.

(b). Órgãos Autônomos: são aqueles que gozam de autonomia, ampla liberdade para tomada de decisão, mas sofrem subordinação, ou seja, ele manda muito, mas não manda sozinho, são subordinados aos órgãos independentes.

Exemplos: os Ministérios e as Secretarias Estaduais e Municipais.

Obs: Para os administrativistas o TCU e MP estariam na lista de órgãos autônomos (tratando-se aqui da estrutura administrativa). Posição da maioria, mas não é a posição pacífica.

(c). Órgãos Superiores: são aqueles que têm poder de decisão, mas está subordinado aos órgãos independentes e autônomos. Não tem ampla liberdade.

Exemplos: os Gabinetes e as Procuradorias.

Obs: As Procuradorias nem sempre serão órgãos superiores, vai depender muito da estrutura da administração.

(d). Órgãos Subalternos: são aqueles que não têm poder de decisão. São os chamados órgãos de mera execução.

Exemplos: o Almoxarifado, a Zeladoria (cuida do controle do patrimônio público), os Departamentos de Recursos Humanos etc, seção de expediente.

2ª Classificação – De acordo com a Estrutura

Órgão Simples: é aquele que não tem ramificação, ou seja, não tem órgão agregado à sua estrutura; não tem desdobramentos.

Exemplos: os Gabinetes.

Órgão Composto: é aquele que tem órgãos agregados a sua estrutura.

Exemplos: as delegacias de ensino e as escolas ligadas a essas delegacias; os postos de saúde e os hospitais. Vários Braços.

Obs: Não existe órgão complexo.

3ª Classificação – De Acordo com a Atuação Funcional

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Órgão Singular ou Unipessoal: é aquele constituído por um único agente em que a tomada de decisão é feita de forma unipessoal.

Exemplo: a Presidência da República; a Prefeitura, o Juízo Monocrático.

Órgão Colegiado: é aquele constituído por vários agentes em que a tomada de decisão é feita de forma coletiva.

Exemplos: as Casas Legislativas (o Congresso Nacional, a Assembleia Legislativa etc.); Tribunais.

ASSUNTO – PESSOAS JURÍDICAS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 01. Compõem a Administração Indireta

1.1 Fundações Públicas

1.2 Autarquias

Obs: Englobam as agências reguladoras, as agências executivas, os conselhos de classe, os consórcios públicos.

1.3 Empresas Públicas

1.4 Sociedades de Economia Mista

Conceito de Administração Indireta

São as entidades de direito público ou privado que exploram determinada atividade econômica de interesse do Estado. (Iremos estudar apenas os órgãos públicos).

Características Comuns à Administração Indireta

1ª Característica: Cada pessoa da administração indireta goza de personalidade jurídica própria e, assim, podem ser sujeitas de direito e de obrigação, logo, respondem por seus atos.

Essas pessoas gozam de receita e patrimônio próprio, independentemente da origem do dinheiro ou do patrimônio (se o dinheiro estiver na conta da administração indireta é o mesmo próprio dela); Essas pessoas gozam de autonomia técnica, administrativa e financeira; Esses entes não gozam de autonomia ou capacidade política que é aquela para legislar (poder de legislar).

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Obs: Agência Reguladora regula, mas não legisla.

2ª Característica: Criação e extinção por lei das pessoas da administração indireta.

Art. 37, XIX, da CF: Somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação.

Obs: Cada pessoa jurídica da administração indireta irá ter a sua lei. Mas para criar a autarquia é preciso de LO (lei específica). Lei específica autoriza a criação da empresa pública, sociedade de economia mista e da fundação.

Obs.: A autarquia é criada por lei ordinária específica (nesse caso a lei faz tudo, já existindo no mundo jurídico). E para as demais pessoas jurídicas a lei ordinária específica apenas autoriza a criação (nesse caso é necessário o registro dos atos constitutivos para que passe a existir efetivamente; este registro é feito no Cartório de Registro Civil “se a pessoa jurídica tiver natureza civil” ou Junta Comercial “se a pessoa jurídica tiver natureza comercial”).

Para extinguir essas pessoas jurídicas é necessária lei. Lei cria, Lei extingue; Lei autoriza criação; Lei autoriza extinção (trata-se de paralelismo de formas).

Obs: LC definirá as possíveis finalidades das fundações públicas.

1.1 Fundações Públicas

Conceito: é um patrimônio destacado por um fundador para uma finalidade específica (patrimônio personalizado).

O fundador (quem destaca a fundação) é quem define o nome da fundação. Se quem instituir a fundação for um ente público, esta será fundação pública. “Esta compõe a administração indireta”. O regime jurídico pode ser público ou privado, ou seja, pode ser pessoa jurídica de direito publico ou pessoa jurídica de direito privado (Já foi decido pelo STF e é a doutrina majoritária). Se quem instituir a fundação for um particular, esta será fundação privada. Esta é regulada pelo CC. “Está fora da administração”.

Para Fernanda Marinela fundação pública de direito público é espécie do gênero autarquia e é a chamada Autarquia Fundacional. O regime jurídico será de direito público. Nesse caso, a lei cria a fundação pública, assim como a autarquia.

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Já a fundação pública de direito privado é denominada Fundação Governamental. O regime jurídico desta fundação é híbrido, ou seja, pessoa de direito privado, mas que tem algumas regras de pessoa de direito público. Segue o mesmo regime jurídico da sociedade de economia mista e da empresa pública. Também chamada por alguns autores de Fundação Híbrida. Neste tipo de fundação a lei autoriza a sua criação.

Pergunta: Fundação pública de direito privado é espécie de empresa pública?Não. A única semelhança entre ambas é o regime jurídico.

Obs: Para Hely Lopes Meirelles a fundação pública deve ter natureza jurídica de direito privado, para Celso Antônio Bandeira de Mello a fundação pública deve ter natureza jurídica de direito público.

3ª Característica: Tem finalidade específica.

Cada pessoa jurídica da administração direta tem finalidade específica. Essa finalidade é definida pela lei de criação. Para ser modificada essa finalidade, deve a mesma se realizar mediante lei. Princípio da especialidade prende as pessoas da administração indireta às suas finalidades específicas.

4ª Característica: Não têm fins lucrativos.

Podem ter lucro, mas não são constituídas com esse objetivo. O Estado não intervirá na atividade econômica, exceto para a segurança nacional ou o interesse coletivo. Fora essas duas hipóteses não pode intervir, logo, o objetivo não é o lucro, e sim o interesse coletivo.

Art. 173 da CF: Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.

5ª Característica: Estão sujeitas a controle e não sofrem hierarquia.

As fundações públicas estão sujeitas à fiscalização. A partir de 2005, o TCU controla todas as pessoas da administração indireta.

Obs: Quando a Administração Direta cria a Administração Indireta, ela cria o controle chamado de supervisão ministerial (direta x indireta). O Ministério de acordo com a finalidade é que vai realizar esse controle. Por exemplo, se tiver ligação com a saúde, quem vai realizar esse controle é o Ministério da Saúde. Tem como principal controle o da finalidade, chamado de Controle Finalístico. Também é possível controlar receitas e despesas

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de acordo com a lei orçamentária. Em muitos casos, dentro da supervisão ministerial, o Chefe do Poder Executivo/Administração Direta pode nomear os dirigentes da Administração Indireta, ou seja, isso acontece quando o chefe do Poder Executivo nomeia e exonera de forma livre o dirigente da Administração Indireta (Regra Geral).

Exemplos: a Agência Reguladora e o Banco Central.

Excepcionalmente o Presidente da República não tem esse poder de nomear livremente, em algumas situações essa nomeação depende da prévia aprovação do Senado Federal.

Parou aqui em 02 de março de 2012

Fim.

Aula VI - INTENSIVO I – Direito Administrativo – LFG –15 de março de 2012 – Profª. Fernanda Marinela

AULA 06

ASSUNTO – ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO

1.2 Autarquia

É pessoa jurídica; goza de personalidade jurídica; goza de personalidade própria; é pessoa jurídica de direito público; tem como finalidade prestar serviços/atividades típicas do Estado; o regime jurídico é praticamente o mesmo da Administração Direta.

1.2.1 Regime Jurídico das Autarquias

O ato praticado por Autarquia é ato administrativo (gozam de características próprias, a exemplo da presunção de legitimidade, auto-executoriedade e imperatividade). Quando a autarquia celebra contrato, este contrato segue o regime administrativo. E assim, a autarquia está sujeita à licitação (previsão na Lei nº 8.666/93) e às clausulas exorbitantes (conferem à administração privilégios, prerrogativas etc.).

1.2.2 Responsabilidade Civil

Está sujeita ao art. 37, § 6º, da CF/88.

As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.

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Segue, diante do dispositivo acima, a responsabilidade civil do Estado. A regra a que se segue é a teoria objetiva. Teoria Objetiva (abrange a conduta, dano, nexo de causalidade) é mais benéfica para vítima, uma vez que o conjunto probatório é reduzido. Não há exigência de culpa ou dolo. Pode em algumas circunstâncias ser teoria subjetiva. Teoria Subjetiva (conduta, dano, nexo causal, “culpa ou dolo”). Ocorre em casos de omissão, de caráter excepcional etc. O Estado responde objetivamente por ato de autarquia e subsidiariamente pela ordem de preferência.

Responsabilidade da Prestadora de Serviço – primeiro cobra-se indenização da autarquia e após cobra-se do Estado (este responde subsidiariamente e não solidariamente, ou seja, há ordem de preferência). Neste último caso responde subsidiariamente quando a autarquia não tiver patrimônio. Se o Estado descentralizar a outros órgãos suas atividades, ele continua sendo responsável.

Obs: A responsabilidade, na teoria objetiva, não exclui o fato de ser subsidiária. Objetiva e subsidiária diz respeito a enfoques diferentes. Objetiva diz respeito ao elemento “culpa” e subsidiaria diz respeito à ordem de preferência.

1.2.3 Bens da Autarquia

A autarquia é pessoa pública, logo, seus bens são públicos. Tais bens têm proteção especial. São bens inalienáveis de forma relativa (alienáveis de forma condicionada), uma vez que devem ser preenchidas as condições do art. 17 da Lei nº 8.666/93.

Bem público também é impenhorável, ou seja, não podem ser objeto de penhora, de arresto e de sequestro.

(a) Penhora: é uma restrição ao patrimônio que acontece dentro de uma ação de execução, que serve para garantir o cumprimento da obrigação.

(b) Arresto e Sequestro: são cautelares típicas. A ação cautelar vai proteger o patrimônio, restringindo-o, para se ter a certeza de cumprimento de obrigação no futuro. No arresto restringem-se bens indeterminados e no sequestro restringem-se bens determinados.

Bem público não pode ser objeto de direito real de garantia, não pode ser objeto de oneração.

(a) Penhor: não se confunde com penhora. Significa direito real de garantia fora da execução. É a garantia sobre bens móveis. Exemplo: penhor de jóias na Caixa Econômica Federal.

(b) Hipoteca: significa direito real de garantia sobre bens imóveis.

Se o bem for objeto de penhora é um bem penhorado, no entanto, bem objeto de penhor é um bem empenhado.

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(c) Anticrese: é um instituto em desuso, ele explora o produto do devedor para pagar o débito. é a exploração pelo credor do patrimônio do devedor para pagamento da obrigação. Não se aplica aos bens públicos.

Bem público não pode ser objeto de usucapião. O poder público pode fazer usucapião, só não pode sofrer usucapião.

Bem público não pode ser objeto de prescrição aquisitiva, ou seja, ele é imprescritível.

Pergunta:Quem garante o cumprimento da obrigação, já que o patrimônio público está ausente de tal cumprimento?Os débitos judiciais das autarquias são garantidos pelo regime de precatórios (ordem cronológica de apresentação dos documentos). Previsão no art. 100 da CF/88.

Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federal, Estaduais, Distrital e Municipais, em virtude de sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem cronológica de apresentação dos precatórios e à conta dos créditos respectivos, proibida a designação de casos ou de pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim.

Este dispositivo foi alterado pela EC nº 62/2009. O regime de precatórios é constituído para que não se pague de forma aleatória. Precatório constituído neste ano (exemplo 2010) será pago no ano de 2011. “Teoricamente deve ser assim”. Cada autarquia tem a sua fila de precatórios.

Regra Geral: o prazo prescricional para se ajuizar uma ação contra a autarquia é, em regra, de 05 anos, com base no Decreto-lei nº 20.910/1932.

Exceção: polêmica em caso de reparação civil. O art. 10 do Decreto-lei nº 20.910/32 diz que o prazo será de 05 anos, se não existir outro prazo mais benéfico. Com o advento do CC/02 o prazo passou a ser de 03 anos. O STF não se posicionou sobre isso, uma vez que é matéria de lei, e quem resolve tal polêmica é o STJ. Ano passado este Tribunal disse que o prazo seria de 05 anos. Ainda há decisões de outras turmas que afirma que o prazo é de 03 anos. Porém, a jurisprudência que vem a ser consolidada é a de que o prazo é de 05 anos.

1.2.4 Privilégios Tributários

Previsão decorrente do art. 150, VI, “a”, da CF:

Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos

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Municípios instituir impostos sobre patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros.

Este dispositivo afirma que um ente político não pode instituir imposto para outro ente político.

Art. 150, § 2º da CF: A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes.

Art. 150, VI, “a” da CF: Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir impostos sobre patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros.

Estende-se a imunidade tributária recíproca para as autarquias, mas somente na sua finalidade específica. A imunidade reciproca é somente para os impostos. Logo, as autarquias pagam taxas e contribuições, mas não pagam impostos. Finalidade Específica é a finalidade para a qual foi criada.

1.2.5 Privilégios Processuais

A Autarquia no processo tem tratamento de fazenda pública.

Conferem-se as autarquias:

(a) Prazo Dilatado

Art. 188 do CPC : Computar-se-á em quádruplo o prazo para contestar e em dobro para recorrer quando a parte  for a Fazenda Pública ou o Ministério Público.

(b) Reexame Necessário

Significa dizer que, independentemente de recuso voluntário das partes, o processo tem que ser levado a duplo grau de jurisdição obrigatório (reexame necessário obrigatório). Regra Geral.

Art. 475 do CPC: Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de confirmada pelo tribunal, a sentença proferida contra a União, o Estado, o Distrito Federal, o Município, e as respectivas autarquias e fundações de direito público; que julgar procedentes, no todo ou em parte, os

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embargos à execução de dívida ativa da Fazenda Pública (art. 585, VI).

Excepcionalmente, o reexame não vai acontecer quando as causas forem de até 60 salários mínimos ou se a matéria já foi julgada pelo STF ou Tribunal Superior.

Se o processo não for levado ao Tribunal, precisando o mesmo de reexame necessário, consequentemente, a decisão não produzirá transito em julgado.

1.2.6 Regime Pessoal dos Servidores das Autarquias

Quem trabalha em autarquia, atua em pessoa pública, logo, é por tanto servidor público. Hoje, no Brasil, vale o Regime Jurídico Único, ou seja, todos os servidores das pessoas jurídicas devem seguir um único regime, ou seguem o regime estatutário, ou seguem o regime celetista. Não há obrigatoriedade, mas no Brasil a preferência é pelo regime estatutário.

1.2.7 Procedimentos Financeiros

As autarquias estão sujeitas à lei de contabilidade pública (Lei nº 4.320/64) e à lei de responsabilidade fiscal (Lei Complementar nº 101/00).

Exemplos de Autarquias: INSS, IBAMA, INCRA, Universidades Federais (UFAL, UFPE, UFBA, UFRJ), Banco Central etc.

1.2.8 Autarquia: Conselho de Classe

Exemplos: Conselho de Engenharia, Conselho de Medicina, etc.

São os conselhos que cuidam das diversas profissões. Nasceu no ordenamento com natureza de autarquia. Em 1998 surge a Lei 9.649/98, a qual disciplinou as agências executivas e afirmou que os conselhos de classe passariam a ter natureza de pessoa privada.

Vale lembrar que o conselho de classe pode caçar as carteiras dos profissionais. Esta matéria foi levada o STF, por meio da ADI nº 1.717, a fim de que seja exercido o controle de constitucionalidade. O STF decidiu pela inconstitucionalidade da Lei nº 9.649/98 por motivo de comprometimento da segurança jurídica, uma vez que o conselho de classe exerce poder de polícia e não pode ser delegado a pessoa jurídica de direito privado. Sabe-se que o poder de policia não pode ser dado a um particular. Assim, o conselho de classe volta a ser uma autarquia, ou seja, pessoa jurídica de direito público.

Tendo os conselhos de classe natureza de autarquia, algumas considerações importantes devem aqui ser feitas:

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(a) O conselho de classe cobra anuidade e essa anuidade tem natureza tributária (natureza de contribuição). O não pagamento da anuidade gerará cobrança via execução fiscal.

(b) A autarquia está sujeita as regras de contabilidade pública.

(c) O Tribunal de Contas controla e fiscaliza os conselhos de classe.

Questão referente à situação da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil)

Desde o surgimento do estatuto da ordem, a OAB tem como entendimento na jurisprudência (STF e STJ) que não deve cobrar tributo, não tendo natureza tributária. Consequentemente se não tem natureza tributária não cabe execução fiscal. No caso dos inadimplentes é ajuizada execução comum. A contabilidade é privada e o Tribunal de Contas não controla e nem fiscaliza essa pessoa jurídica. A OAB não precisa seguir a lei de responsabilidade fiscal e nem a lei de contabilidade pública.

O PGR querendo discutir o Estatuto da OAB e o Conselho de Classe, no que diz respeito ao concurso público, ajuizou a ADI nº 3.026, a qual tinha por objetivo dizer que os conselhos de classe tinham que realizar concurso público para contratar o pessoal.

O STF disse que não procede a alegação de que a OAB se sujeita aos ditames impostos à administração direta ou indireta, ela não é uma entidade da administração indireta da União, ela é um serviço público independente, categoria ímpar no elenco das personalidades jurídicas existentes no Brasil, não está incluída no conceito de autarquia especial, e não se confunde com os demais conselhos de classe. Para este tribunal, a OAB é pessoa jurídica ímpar no direito brasileiro e não precisa fazer concurso.

Hoje, a OAB continua tendo privilégios/benefícios de uma autarquia, mas as obrigações de uma autarquia ela não tem.

Obs: Não há definição para a expressão “pessoa ímpar”. Obs.: As outras entidades de classe tem que fazer concurso para contratar, a OAB não precisa fazer concurso para contratar.

1.2.9 Autarquia: Autarquia Territorial

Foi o termo utilizado pelos administrativistas para falar de território. Hoje no Brasil não tem território, porém, amanhã, pode haver a criação do (s) mesmo (s). O território tem natureza de pessoa pública, mas não é ente público, ou seja, não se confunde com a União, os Estado-membros, o Distrito Federal e os Municípios. Diante de tal fato foram classificados como autarquias. Deve ser aqui ressaltado que Território não tem nada de autarquia, apenas o nome (segundo Fernanda Marinela).

1.2.10 Autarquia: Autarquia de Regime Especial

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Essa expressão “autarquia de regime especial” é muito antiga no Brasil. Já foi utilizada muitos anos para se falar em universidades públicas (as quais eram assim denominadas). Para as universidades públicas essa denominação significava que as mesmas podiam escolher seus dirigentes por eleição, ou então, podiam definir sua grade curricular.

Com o passar dos anos, essa expressão “autarquia de regime especial” passou a ser utilizado para as agências reguladoras.

1.2.11 Autarquia: Agência Reguladora

Nada mais é do que uma autarquia de regime especial. Tudo que estudamos para autarquia serve para as agências reguladoras. É autarquia, mas em alguns aspectos terá tratamento diferenciado/especial.

A partir de 1995 o Governo Federal decidiu que precisava enxugar a máquina, que precisava reduzir a estrutura do Estado. Ele decidiu então instituir a chamada política nacional das privatizações (oportunidade em que o Estado vendeu muitas coisas, no entanto, ninguém viu o dinheiro, ou seja, o resultado das vendas). Essa denominação “política nacional das privatizações” foi utilizada para aquelas empresas que foram vendidas, mas alguns serviços, eles foram transferidos, mas não efetivamente vendidos, e esses foram chamados de “política nacional de desestatização”. Exemplo: telefonia no Brasil.

Quando o Estado resolve enxugar a máquina e desestatiza vem a idéia de que se o serviço vai ser transferido alguém terá que controla-lo, fiscaliza-lo. E nessa idéia é que vem a agência reguladora.

A agência reguladora serve para normatizar, regular e fiscalizar as diversas atividades. Agencia Reguladora não legisla.

O tratamento especial conferido à agência reguladora é definido por:

(a) Liberdade e autonomia;

Tem mais autonomia e liberdade do que as demais autarquias. Função de Regulação.

(b) Investidura ou nomeação especial dos dirigentes;

O Presidente da República nomeia o dirigente com prévia aprovação do Senado Federal (denomina-se investidura especial). O Presidente da República não pode exonerar o dirigente nomeado. O dirigente assume o mandato por prazo determinado e quem determina esse prazo é a lei que cria a agência. O dirigente só perde o mandato mediante condenação em processo judicial ou administrativo. Só pode o dirigente ser mandado embora, antes do prazo, se existir uma condenação ou renúncia. Encerrado o mandato o dirigente não pode atuar na empresa

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privada naquele ramo de atividade, é o que se denomina de estado de quarentena. Nada impede que ele possa exercer um outro cargo público ou outra atividade. O tempo de impedimento é de 04 meses, recebendo os proventos de dirigente, salvo algumas agências que determina prazo de 12 meses.

Exemplos de Agências Reguladoras: ANCEL, ANATEL, ANS, ANVISA, ANTT, ANTAQ, ANAC, ANP, ANA, ANCINE (nasceu por meio de medida provisória, no entanto, até hoje não foi convertida em lei).

Parou aqui em 15 de março de 2012

Fim.

Aula VII - INTENSIVO I – Direito Administrativo – LFG –16 de março de 2012 – Profª. Fernanda Marinela

AULA 07

ASSUNTO – ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO

Licitação (Regra Especial)

Com a Lei 9.472/97 (Norma Geral das Telecomunicações que criou a ANATEL). Esta lei além de tratar da ANATEL diz que Agência Reguladora não está sujeita a Lei 8.666/93, ou seja, está fora e afirma que cada agência vai ter o seu próprio procedimento de licitação. A Lei 9.472/97 diz que as agências irão seguir modalidades especificas: pregão e consulta.

Em 1997 não existia no Brasil nem pregão e nem consulta. Eram modalidades específicas das agências reguladoras. No entanto, a partir de 2000 o pregão é feito por todos os entes.

A matéria foi levada ao STF (Controle de Constitucionalidade – ADI nº 1.668) e este decidiu que agência reguladora é autarquia (pessoa jurídica de direito público) e sendo assim não pode fugir da Lei nº 8.666/93, logo, não pode ficar fora desta lei porque é inconstitucional. Ademais, diz que a regra de que cada uma tem seu próprio procedimento de licitação é inconstitucional e terá que seguir a Lei nº 8.666/93, estando sujeita a norma geral (Lei de Licitação). Está sujeita a Lei nº 8.666/93, mas pode ter modalidades pregão e consulta (é constitucional segundo o STF).

Obs: A modalidade hoje especifica da agência reguladora é a consulta. A consulta ainda não foi regulamentada por lei.

Regime de Pessoal da Agência Reguladora

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A Lei 9.986/00 define o regime de pessoal. Diz esta lei que o quadro da Agência Reguladora vai seguir o regime de emprego público. Várias agências reguladoras definiram em suas leis que é regime de emprego com contrato temporário (temporário não precisa de concurso público).

A matéria foi levada ao STF através da ADI nº 2.310 (Controle de Constitucionalidade) e este decidiu em sede de cautelar que não pode seguir regime de emprego e sim regime de cargo público, pois a função é qualificada e o sujeito tem que ser preparado, logo, predomina o regime estatutário. Ademais, disse que a necessidade é permanente, não podendo ser emprego e nem temporário.

A modalidade hoje específica é regime de cargos públicos (estatutários). Os contratos temporários que estão em andamento vão até o seu prazo final, segundo o STF. No entanto, no meio desta ação o Presidente da República edita um MP nº 155/03 para criar cargo público, alterando a Lei 9.986/00. Esta MP foi convertida na Lei 10.871/04. A ADI foi extinta sem julgamento de mérito por perda do objeto, pois a lei foi modificada e não tinha mais o que discutir. O Presidente da República decide prorrogar os contratos temporários por mais um ano até os dias de hoje e nada foi resolvido, porém a matéria está sendo discutida no STF na ADI nº 3.678. Muitas agências ainda são mantidas até os dias atuais com contratos temporários. Mas o TCU vem pegando no pé para que haja concurso.

Exemplos de Agencias Reguladoras:

Controlando e Fiscalizando Serviços Públicos

o ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica

o ANATEL – Agência Nacional de Telecomunicação

o ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária

o ANS – Agência Nacional de Saúde Suplementar

Controlando os Transportes Terrestres:

o ANTT – Agência Nacional de Transportes Terrestres

o ANTAQ – Agência Nacional de Transportes Aquaviários

o ANAC – Agência Nacional de Aviação Civil

Controlando o Petróleo

o ANP – Agência nacional de Petróleo

Controlando os Bens Públicos

o ANA – Agência Nacional de Águas

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Controlando o Fomento

o ANCINE - Agência Nacional do Cinema Nacional

Obs.: Nem tudo que tem nome de agência é agência reguladora. A lei de criação é que vai definir se é agência reguladora ou não. Ex.: ABIN (Órgão Administrativo), AEB – Agência Espacial Brasileira (É só autarquia, não é agência reguladora, não tem natureza de agência reguladora); CVM - Comissão de Valores Mobiliários (Apesar de não tem nome de agência reguladora, tem natureza de agência reguladora);

Obs.: Nos concursos públicos eles querem as normas gerais de cada agência. Deve-se prestar atenção na mídia, pois sempre cai em prova questões a respeito das agências que estão envolvidas em escândalos. Prestar atenção também no edital porque se contiver nele alguma agência eles irão cobrar a norma específica.

1.2.12 Autarquia: Agência Executiva

Nada mais é do que uma velha autarquia, ou uma velha fundação. Ela vem para recuperar uma autarquia ou fundação que está acabada/ineficiente. Para ser uma autarquia mais eficiente ela irá elaborar um plano estratégico de reestruturação. E para executar esse projeto novo ela vai até a Administração Direta e celebra com esta um contrato de gestão. Para isso ocorrer a Administração Direta vai transferir mais autonomia, mais liberdade e mais recursos públicos para a agência executiva. Ser agência executiva é uma situação temporária, é só enquanto estiver em andamento o contrato de gestão. Quando terminar o contrato de gestão ela retornará a ser uma autarquia ou uma fundação pública (volta à situação original). Está prevista na Lei nº 9.649/98.

1.3 Empresas Públicas e Sociedades de Economia

Empresa Estatal é toda aquela em que o Estado faz parte/participa. A empresa pública e sociedade de economia mista serão empresas estatais se seguirem o regime jurídico da mesma.

Empresa Pública: É uma pessoa jurídica de direito privado. Seu nome está ligado ao capital da empresa e não ao seu regime jurídico. Esse regime não é absolutamente privado, ele é misto (nem totalmente público e nem totalmente privado). Ela vai ter o capital exclusivamente público. O capital pode ser de mais de um ente, desde que este ente seja exclusivamente público. Pode ser prestadora de serviço público e também pode ser exploradora da atividade econômica. Pode ser formada/constituída de qualquer modalidade empresarial. Exemplo: Caixa Econômica Federal.

Sociedade de Economia Mista: É uma pessoa jurídica de direito privado. Seu nome está ligado ao capital da empresa e não ao seu regime jurídico. O regime jurídico é misto (público

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e privado). O capital é misto, mas a maioria do capital votante tem que estar nas mãos do Poder Público, lembrando que a proposta é que este tenha o comando. Serve para prestar serviço público e explorar atividade econômica. Tem que ser necessariamente constituída na forma de S/A (sociedade anônima). Exemplo: Banco do Brasil.

Semelhanças e diferenças entre Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista:

1ª Semelhança: Pessoa Jurídica de Direito Privado

2ª Semelhança: Regime Jurídico Híbrido

Obs: A diferença está no capital, pois enquanto a empresa pública terá o capital exclusivamente público, a sociedade de economia mista terá o capital misto (a maioria do capital votante tem que estar nas mãos do Poder Público).

3ª Semelhança: Possuem a mesma finalidade (exploram atividade econômica ou prestam serviço público).

Obs: A diferença está em suas constituições. Enquanto a empresa pública pode ser constituída de qualquer modalidade empresarial, a sociedade de economia mista só pode ser uma S/A (sociedade anônima).

Obs: A diferença também está ligada à competência para julgamento de suas ações. A competência decorre da previsão do art. 109 da CF. Compete a Justiça Comum Estadual julgar a sociedade de economia mista federal. Porém, se a União tiver interesse na causa ela pede para que o processo seja remetido à Justiça Federal (lembre-se que a remessa é por conta da presença da União e não da Sociedade de Economia Mista Federal). Se as empresas públicas ou sociedades de economia mista forem estaduais ou municipais serão julgadas na Justiça Comum Estadual.

Ver Súmulas STF 517 e 556

Obs: No tocante à empresa pública e sociedade de economia mista podem ambas ter dois objetivos e duas finalidades diferentes:

Podem ser prestadoras de serviço público e exploradoras da atividade econômica.

Temos como exemplo os Correios e Telégrafos, o qual é empresa pública e prestadora de serviço público. Se a empresa presta serviço público o regime é misto, porém é mais público que privado. Quanto à exploração de atividade econômica, deve aqui ser ressaltado que o Estado não pode explorar qualquer atividade econômica (art. 173 da CF). Só é possível explorar atividade econômica quando for importante para a segurança nacional e tiver relevante interesse coletivo (são razões de interesse público). Quando as empresas exploram

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atividade econômica, o regime jurídico vai se aproximar mais das empresas privadas do que das empresas públicas.

1.3.1 Licitações e Contratos da Empresa Pública e Sociedade de Economia Mista

Empresa pública na atividade fim não precisa licitar.

(Regra) Se as empresas prestarem serviço público é indiscutível que elas tenham que licitar. Estão sujeitas a Lei nº 8.666/93.

(Exceção) Se as empresas exploram a atividade econômica poderão ter um regime próprio de licitação e contrato, dependendo apenas de lei específica (art. 173, § 1º, da CF). Porém, até hoje a lei não foi criada, e assim, elas irão seguir o regime jurídico geral, ou seja, Lei nº 8.666/93. Apesar de estarem sujeitas à Lei nº 8.666/93, a própria lei traz várias dispensas e várias inexigibilidades. Quando a licitação prejudicar o interesse público (atividade fim) será, então, inexigível, porque a competição é inviável. (Trata da Exigibilidade de Licitação)

(Trata da Dispensa de Licitação) Art. 24, parágrafo único, da Lei nº 8.666/93. Este dispositivo trata a respeito de dispensa de tratamento especial para as empresas públicas e sociedades de economia mista. Normalmente as empresas acima mencionadas gozam de dispensa de 10% na modalidade convite, para obras e serviços de engenharia 15.000,00 e para outros bens e serviços que não são os de engenharia no limite de 8.000,00. No caso do tratamento especial, as empresas terão 20% de dispensa no parâmetro do convite, para obras e serviços de engenharia 30.000,00 e para outros bens e serviços que não são os de engenharia no limite de 16.000,00.

(Inexigibilidade) Está prevista no art. 25 da Lei 8.666/93, esse artigo representa rol exemplificativo. A competição inviável, licitação inexigível, quando prejudicar o interesse público. Se a empresa pública presta serviço público ou atividade econômica e prejudicar o interesse público, essa é uma razão de interesse público, se a licitação prejudicar o interesse público a licitação será prejudicada, a licitação se torna inexigível.

1.3.2 Responsabilidade Civil da Empresa Pública e Sociedade de Economia Mista

Se a empresa pública e sociedade de economia mista forem prestadoras de serviço público estão sujeitas ao art. 37, § 6º, da CF.

As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.

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Assim, a responsabilidade civil segue a teoria objetiva. Por ser serviço público é responsabilidade do Estado, no entanto, é subsidiária.

Quando as empresas acima mencionadas exploram atividade econômica, elas não estão sujeitas ao art. 37, § 6º, da CF, e sim ao CC. A regra é a responsabilidade subjetiva. Aqui o Estado não responde subsidiariamente.

1.3.3 Bens da Empresa Pública e Sociedade de Economia Mista

Os bens seguem, em regra, o regime privado, sendo, portanto, bens privados. Podem ser penhorados, alienados.

Só seguirão o regime público, excepcionalmente, os bens diretamente ligados à prestação do serviço público. O fundamento é o princípio da continuidade (caso os bens sejam penhorados ou alienados irão comprometer a continuidade do serviço).

Bens de empresas públicas prestadoras de serviços públicos podem ser penhorados, para os que não estão diretamente ligados à prestação de serviço público.

Obs: A ECT (CORREIOS) é empresa pública, mas por ter a exclusividade do serviço postal (monopólio das cartas e não da encomenda “distribuição”) ganha o tratamento de Fazenda Pública e, assim, seu regime é igual ao da autarquia (Regime Jurídico Público). Ver ADPF nº 46. Seus bens são impenhoráveis, significa que o regime é público, a ECT tem tratamento diferenciado.

1.3.4 Regime Tributário da Empresa Pública e Sociedade de Economia Mista

Em regra, as empresas acima mencionadas gozarão de privilégios tributários.

Quando a Empresa Pública e a Sociedade de Economia Mista explorar atividade econômica não terão privilégios, não extensíveis a iniciativa privada. Ou seja, se a iniciativa privada tiver privilégios, a empresa pública também vai ter, porém se a iniciativa privada não tiver privilégios, a empresa pública também não vai ter. Logo, o que for dado à iniciativa privada será dado às empresas públicas e as sociedades de economia mista.

Art. 173, § 2º, da CF: A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários.

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Quando as empresas prestam serviço público, mas a carga tributária é repassada no custo do serviço (a carga tributária vai para o contribuinte junto com o valor do serviço, o consumidor final é quem está pagando a conta), elas não terão privilégios tributários. Na prática, normalmente, é feito o repasse da carga tributária.

Art. 150, § 3º, da CF: As vedações do inciso VI, "a", e do parágrafo anterior não se aplicam ao patrimônio, à renda e aos serviços, relacionados com exploração de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuário, nem exonera o promitente comprador da obrigação de pagar imposto relativamente ao bem imóvel.

A ECT (CORREIOS) como tem tratamento de Fazenda Pública ganhou imunidade tributária recíproca.

1.3.5 Regime Falimentar da Empresa Pública e Sociedade de Economia Mista

Com a nova Lei de Falência as empresas não estão sujeitas ao regime falimentar. Não há mais diferença quanto aos regimes públicos e privados. Essa distinção era feita antes da nova lei.

1.3.6 Pessoal da Empresa Pública e Sociedade de Economia Mista

Por serem pessoas jurídicas de direito privado, o regime de pessoal é de servidores de entes governamentais de entes privados. São, na verdade, empregados sujeitos ao regime da CLT. Entram no conceito de agente público, mas não são servidores públicos (pessoa pública). No entanto, se igualam aos servidores públicos em alguns aspectos. São eles:

(a) Concurso Público;

(b) Teto Remuneratório;

Obs: Equiparam-se ao teto remuneratório, salvo quando as empresas não dependerem de repasse da administração direta para o custeio.

(c) Regime de Não-Acumulação de Cargos e Empregos;

(d) Sujeição à Lei Penal (previsão no art. 327 do CP);

(e) Sujeição à Lei de Improbidade (Lei nº 8.429/92);

(f) Sujeição aos Remédios Constitucionais.

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Obs: Diferem os servidores de entes governamentais de entes privados dos servidores públicos no tocante à dispensa. Os servidores públicos tem que ser dispensados motivadamente. Já os servidores de entes governamentais de entes privados são dispensados imotivadamente, ou seja, sem justificativas.

Súmula nº 390 do TST: Estabilidade - Celetista - Administração Direta, Autárquica ou Fundacional - Empregado de Empresa Pública e Sociedade de Economia Mista. I - O servidor público celetista da administração direta, autárquica ou fundacional é beneficiário da estabilidade prevista no art. 41 da CF/1988. (ex-OJ nº 265 da SDI-1 - Inserida em 27.09.2002 e ex-OJ nº 22 da SDI-2 - Inserida em 20.09.00). II - Ao empregado de empresa pública ou de sociedade de economia mista, ainda que admitido mediante aprovação em concurso público, não é garantida a estabilidade prevista no art. 41 da CF/1988. (ex-OJ nº 229 - Inserida em 20.06.2001).

Diante de tal idéia, o TST publicou a OJ nº 247, a qual afirma que não tendo a estabilidade do art. 41, a dispensa do empregado é imotivada, quanto ao pessoal às empresas públicas e sociedades de economia mista.

1.3.7. Empresa de Correios e Telégrafos

É uma empresa pública. Por prestar serviço exclusivo teve tratamento diferenciado pela ADPF nº 46, sendo-lhe conferido tratamento de Fazenda Pública (próximo das pessoas da administração direta). Ela ganhou regras próprias como a impenhorabilidade dos bens (no tocante a qualquer bem), tem regime de precatórios, goza de imunidade tributária recíproca para os impostos em sua finalidade exclusiva; a dispensa dos seus empregados pode ser livre (RE nº 589.998 PI – STF – Repercussão Geral).

ENCERRADO O ESTUDO DA ADMINISTRAÇÃO INDIRETA. AGORA SERÃO ESTUDADAS AS PESSOAS QUE ESTÃO FORA DA ADMINISTRAÇÃO.

01 Consórcios Públicos

Surgiu no Brasil com a Lei nº 11.107/2005. Nasce da reunião de entes políticos (U-E-DF-M), da qual celebram um contrato de consórcio. Desse contrato surge uma nova pessoa jurídica que é chamada de associação. Essa associação pode ter dois regimes diferentes, podendo ser de regime público e de regime privado. Se ela segue o regime público é, então, uma espécie de autarquia. Se ela segue o regime privado seguirá o mesmo regime híbrido da empresa pública e sociedade de economia mista.

Retornar os estudos no Intensivo II.

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02. Entes de Cooperação

Colaboram com a administração, mesmo estando fora da mesma.

Para fins econômicos temos a seguinte classificação:

1º Setor: Estado;

2º Setor: Mercado, ou seja, Iniciativa Privada;

3º Setor: Organizações Não Governamentais – ONGS;

4º Setor: Economia Informal, Pirataria, Camelôs etc. (criminalidade de forma geral).

Obs: Será estudado apenas do 3º setor, o qual tem vínculo com o Estado.

2.1 Serviços Sociais Autônomos

Trata-se de pessoa jurídica de direito privado que se encontram fora da administração. São denominados de entes paraestatais.

Serviço Social Autônomo também já foi chamado de “Sistema S”. Compõe esse sistema o SEBRAE, SENAC, SESI, SENAI etc.

O “Sistema S” colabora com o Estado fomentando as diversas categorias profissionais, seja fomentando a indústria, o comércio, o transporte etc. Não presta efetivamente o serviço público, ele apenas ajuda no desenvolvimento do mesmo, e não possui fins lucrativos.

O “Sistema S” pode viver de duas receitas diferentes (recursos diferentes). Pode receber dotação orçamentária, ou seja, pode receber dinheiro direto do orçamento. E é beneficiário de contribuição parafiscal, ou seja, parafiscalidade (recursos financeiros). * Competência Tributária é a aptidão para criar tributos. Capacidade Tributária é a capacidade para cobrar tributos. A competência tributária é indelegável, somente tendo o ente político. Capacidade tributária pode ser delegada. A delegação dessa capacidade é o que se chama de parafiscalidade. Logo, o “Sistema S” possui capacidade tributária, cobrando a contribuição parafiscal (é a principal receita desse sistema).

O “Sistema S” está sujeito a controle pelo Tribunal de Contas e, consequentemente, está sujeitos a licitação (art. 1º da Lei nº 8.666/93). No entanto, quanto à licitação ele tem direito a um procedimento simplificado, denominado de “Procedimento Simplificado do Sistema S”.

O “Sistema S” não tem privilégios tributários, privilégios processuais, o regime de pessoal é de empregados (celetistas – empregado privado) e não tem regras especiais.

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2.2 Organizações Sociais

Estão previstas na Lei nº 9.637/98. Surge da extinção de uma estrutura da administração pública. São denominadas de “OS”. É uma pessoa jurídica de direito privado.

Recebe a atividade da extinta estrutura através de um contrato de gestão. Contrato de gestão dará a organização social dotação orçamentaria, utilização de bens públicos e, ainda, a cessão dos servidores.

É administrada por um Conselho de Administração, o qual é composto por particulares e com a interferência de administradores públicos.

Em tese recebe dotação orçamentária e, assim, o Tribunal de Contas tem que controlar, porém não precisa licitar, pois ganharam dispensa de licitação (Lei nº 8.666/93, art. 24, XXIV). Tem dispensa por meio dos contratos decorrentes dos contratos de gestão. A Organização Social juntamente com a Dispensa de Licitação estão sendo objeto de controle de constitucionalidade, por meio da ADI nº 1923.

2.3 Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP)

Está prevista na Lei nº 9.790/99. Entra na administração para um projeto especifico, executa-o e depois vai embora. Celebra com o Estado para a execução de um projeto determinado/específico o que se denomina de Termo de Parceria. Termo de Parceria nada mais é do que uma forma de contrato, o qual tem finalidade específica. Para celebrar esse termo a OSCIP tem que estar no mercado e ter experiência de pelo menos 01 ano no ramo, o termo de parceria não tem interferência de administradores públicos. Pode atuar na assistência social, cultura, patrimônio histórico, patrimônio artístico, meio ambiente e desenvolvimento econômico e social. O Termo de Parceria pode dar a OSCIP recursos públicos. Não está sujeita a regra orçamentária (não recebe dinheiro diretamente do estado), ou seja, tem que prestar o serviço para poder receber o pagamento. A gestão é privada, não tem interferência do administrador público, sendo o regime jurídico completamente privado.

Obs: A doutrina aceita melhor a OSCIP do que a OS.

2.4 Entidades de Apoio

Hoje, no Brasil, as universidades públicas estão abandonadas. Diante de tal fato, os servidores das universidades se reúnem e constituem uma nova pessoa jurídica de direito privado, denominada de entidade de apoio. Celebram com o Estado um convênio e atua dentro das universidades. Podem ser constituídas com natureza de fundação ou associação de natureza privada. Os próprios servidores trabalham na entidade de apoio. Servem para estimular a pesquisa (mestrados, pós-graduação etc.) e não prestam serviço público. Previsão na Lei nº 8.958/94 (matéria regulamentada apenas para as universidades públicas).

NOME, 03/07/12,
Art. 24, XXIV, da Lei nº 8.666/93: É dispensável a licitação para a celebração de contratos de prestação de serviços com as organizações sociais, qualificadas no âmbito das respectivas esferas de governo, para atividades contempladas no contrato de gestão.
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Exemplos: FINATEC, FAPEP, FAPEL, FUSP etc.

Parou aqui em 16 de março de 2012

Fim.

Aula VIII - INTENSIVO I – Direito Administrativo – LFG – 29 de março de 2012 – Profª. Fernanda Marinela

AULA 08

ASSUNTO – PODERES DA ADMINISTRAÇÃO

01. Conceito

São ferramentas que tem o Estado para a perseguição do interesse público. Alguns autores preferem chamar os Poderes da Administração de Poderes Administrativos.

Poderes da Administração são prerrogativas/instrumentos (Exemplos: Poder Disciplinar, Poder de Polícia etc.).

Poderes do Estado são elementos organizacionais do Estado (Exemplos: Poder Legislativo, Poder Executivo, Poder Judiciário). É estudado em Direito Constitucional.

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O direito administrativo estuda apenas os Poderes da Administração. São eles:

(a). Poder Disciplinar

(b). Poder de Polícia

(c). Poder Hierárquico

(d). Poder Regulamentar

Serão citadas abaixo algumas características que servem para o exercício de qualquer desses poderes:

(a). O poder é de exercício obrigatório, é poder-dever, ou seja, não é facultativo;

(b). O poder é irrenunciável, ou seja, o administrador não pode dispor desse poder, uma vez que exerce função pública, isto é, exerce função em nome e interesse do povo. Prevalece aqui o Princípio da Indisponibilidade do Interesse Público;

(c). O administrador de hoje não pode criar entraves/obstáculos para o futuro administrador. Abrir mão do poder (renunciar) significa comprometer a nova (futura) administração;

(d). O administrador deve exercer o poder dentro dos limites legais, significando cumprir as regras de competência. É importante, ainda, que a medida adotada seja adequada, isto é, deve ser necessária e deve respeitar o Princípio da Proporcionalidade. É preciso ainda que a medida adotada seja eficiente. Necessidade aqui significa adequação e proporcionalidade.

(e). Se o administrador extrapola os limites da lei será, então, responsabilizado por abuso de poder. Pode ser responsabilizado tanto por ação quanto por omissão.

Observações:

Abuso de Poder: acontece quando a autoridade extrapola os limites da lei. Possui duas categorias:

1ª Categoria: Excesso de Poder – ocorre quando a autoridade dá um passo a mais, extrapolando os limites de sua competência, exagerando em sua atitude. Exemplos: blitz policial; controle alfandegário, etc.

2ª Categoria: Desvio de Finalidade – alguns autores denominam de desvio de poder. É vício subjetivo (está na cabeça/vontade do administrador); ideológico; de defeito na

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vontade. Obs: Esse desvio normalmente vem disfarçado, é muito difícil de ser comprovado na prática.

02. Classificação do Poder quanto ao Grau de Liberdade

Os autores mais modernos não usam a classificação poder vinculado e poder discricionário. Eles afirmam que os poderes não podem ser totalmente vinculados ou discricionários. Dizem, ainda, que tal classificação se adéqua aos atos, pois são os atos, decorrentes do exercício do poder que podem ser classificados como discricionários ou vinculados.

Obs: Hely Lopes Meireles utiliza as expressões poder vinculado e poder discricionário.

2.1 Poder Vinculado: é aquele que o administrador não tem liberdade, juízo de valor. Não há análise de conveniência e oportunidade. O administrador é obrigado a praticar o ato a que tenha se comprometido exercer. Exemplos: concessão de aposentadoria; licença para construir, licença para dirigir etc.

2.2 Poder Discricionário: é aquele que o administrador tem liberdade, juízo de valor. Há análise de conveniência e oportunidade, porém deve ser exercido nos limites da lei. Nos limites da lei é ato discricionário e fora dos limites da lei é ato arbitrário. Exemplos: permissão de uso de bem público; autorização de veículos fora da medida de peso.

Poder Hierárquico

É o instrumento para que o Poder Público crie/estruture/distribua/hierarquize dentro da própria administração uma hierarquia (organizando os quadros da administração).

Consequências ou Desdobramentos do Poder Hierárquico: o chefe pode dar ordens; fiscalizar os atos praticados pelos subordinados; revisar (corrigir) os atos praticados pelos subordinados.

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A delegação de competência administrativa (retirar do meu para transferir uma atribuição) é possível, em exceção, e desde que devidamente justificável.

A avocação de competência administrativa (retirar dele e transferir para mim) também é possível, em exceção, e devidamente justificável. A partir do momento em que o administrador (chefe) dá uma ordem e o subordinado não cumpre a mesma, pode o administrador aplicar uma penalidade/sanção ao subordinado.

Obs: O ato de aplicar sanção ao subordinado decorre da hierarquia, no entanto, tal ato caracteriza poder disciplinar. O poder disciplinar é conseqüência do poder hierárquico.

Poder Disciplinar

É o instrumento cabível para apurar e aplicar sanção aos servidores em razão da prática de infração funcional. Atinge aqueles servidores que estão na intimidade da Administração, ou seja, aqueles que estão prestando atividade pública. O exercício do poder disciplinar não vai ser imposto a um particular qualquer.

Pergunta: Poder Disciplinar é, em regra, discricionário?Não. A autoridade pública tem a obrigação de investigar, de instaurar o processo administrativo para a averiguação da prática funcional. Instaurar o processo é uma providência vinculada. O conceito de infração funcional no direito administrativo difere do conceito de infração funcional no direito penal. Aqui se utiliza o conceito vago/indeterminado de infração penal. É necessário juízo de valor para a definição da mesma. Ressalte-se que se aplica a sanção inerente a ocorrência de infração funcional. A lei não dá liberdade quanto á escolha da sanção, estando essa pré-definida na lei. Logo, a aplicação da sanção é vinculada. A discricionariedade está presente apenas na definição da infração pela autoridade pública. Em regra, este poder é vinculado.

Poder Regulamentar

Alguns autores preferem a terminologia poder normativo. Poder Regulamentar é o instrumento através do qual o administrador vai normatizar, disciplinar, regulamentar, complementando uma lei, buscando sua fiel execução, por meio de decretos ou regulamentos. Exemplos: regulamentos, portarias, resoluções e regimentos, instruções e deliberações, etc.

Diferença entre Decreto e Regulamento: Regulamento nada mais é do que uma norma. Exemplo: definir regras sanitárias (definir normas sobre um assunto). Denomina-se decreto regulamentar. A forma (formato; moldura) que se deve dar ao regulamento é o que chamamos de decreto.

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Obs: Decreto: é forma; Regulamento: é conteúdo. O decreto pode ou não ser um regulamento. Regulamento e leis são atos abstratos e gerais. O regulamento é feito em Gabinete pelo Chefe do Executivo, o qual o faz sozinho, de portas fechadas, ou seja, não há processo, é realizado sem grandes publicidades e sem qualquer formalidade. Este procedimento difere do procedimento de criação das leis, sendo este último feito pela Casa Legislativa. Assim, hoje, conclui-se que fazer uma lei traz mais segurança do que fazer um regulamento.

Temos no Direito Comparado e no Brasil dois tipos de Regulamento:

Regulamento Executivo – serve para complementar a lei e busca dar fiel execução a mesma. Não cria direitos novos e nem regras novas (não inova a ordem jurídica). Depende da lei anterior e seu fundamento de validade está na lei.

Art. 84, IV, da CF : Compete privativamente ao Presidente da República sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução.

Decreto Regulamentar Autônomo – também denominado de independente. Tem seu fundamento de validade na própria Constituição Federal. É como se ele assumisse o papel da lei no ordenamento jurídico. Não precisa de lei anterior para disciplinar (inova o ordenamento jurídico).

Pergunta: É possível, hoje, Decreto Regulamentar Autônomo?Depois da EC 32/2001 que alterou o art. 84, VI, da CF é possível hoje no Brasil o Decreto Regulamentar Autônomo. Com essa alteração a jurisprudência passou a afirmar que se trata de Regulamento Autônomo.

Obs: Cargo público é criado por lei (deve, portanto, ser extinto por lei), mas se cargo público estiver vago ele pode ser extinto por decreto regulamentar (este decreto assume o papel da lei).

Hoje para a maioria dos autores é possível o decreto regulamentar autônomo no Brasil, porém, há ainda autores que divergem quanto ao tema. STF diz que é possível decreto regulamentar autônomo no Brasil, no entanto, só pode em caráter excepcionalíssimo e quando expressamente autorizado pela CF. Hely Lopes Meireles diz que pode sempre e em qualquer caso. Celso Antônio Bandeira de Mello diz que não pode nunca, em nenhuma hipótese.

Poder de Polícia

É uma prerrogativa/ferramenta através da qual o Estado utiliza para restringir, limitar, frear a atuação do particular na satisfação do interesse público. O Estado compatibiliza as vontades do interesse público e do interesse privado buscando o bem-estar social.

NOME, 03/07/12,
Art. 84, VI, da CF: Compete privativamente ao Presidente da República dispor, mediante decreto, sobre organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos; extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos.
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O Poder de Polícia basicamente atua em dois direitos, ou seja, está ligado ao direito de liberdade de ir e vir e direito de propriedade do particular.

O exercício do poder de polícia lícito não gera direito à indenização. O Estado não retira direito do particular, ele apenas define a forma de se exercer esse direito. Este poder não atinge a pessoa do administrado, mas sim os direitos, as atividades, os bens, os seus interesses.

O art. 78 do Código Tributário Nacional traz o conceito de Poder de Polícia:

Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou a abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos.

Pelo exercício deste poder é possível cobrar taxa, sendo esta denominada de taxa de polícia. Taxa de Polícia é um tributo vinculado a uma contraprestação estatal e neste caso o que se cobra é o valor da diligência realizada.

Esse poder pode se concretizar de várias maneiras:

Pode ser Poder de Polícia Preventivo – é aquele que evita a insegurança, o prejuízo e etc. A Administração define as regras. Exemplo: definir limite de velocidade em uma determinada rodovia.

Poder ser Poder de Polícia Fiscalizador – é aquele que serve para verificar o cumprimento das regras. Exemplo: o fiscal examina os pesos e as medidas da balança de um determinado local.

Poder ser Poder de Polícia Repressivo – é aquele que tem o objetivo de aplicar uma sanção. Exemplo: apreender mercadoria.

O poder de polícia se apresenta através de atos normativos, os quais definem as regras. Ato normativo é exercício de Poder Regulamentar e é exercício também de Poder de Polícia. A aplicação de multa de trânsito é exemplo de ato punitivo.

Pergunta: Poder de Polícia é em regra negativo?

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Sim, porque na maioria das hipóteses ele institui uma abstenção, ou seja, uma obrigação de não fazer. Exemplos: não ultrapassar velocidade no trânsito; não construir acima de seis andares etc. Ressalte-se que essa regra não é absoluta, uma vez que ele pode instituir uma obrigação de fazer. Exemplo: nos casos de enchentes a administração determina a desocupação da área de risco. É, assim, uma obrigação de fazer, obrigação de sair do local.

O Poder de Polícia tem como fundamento a chamada Supremacia Geral que significa a atuação do Poder Público que independente de vínculo jurídico anterior. Exemplos: controle alfandegário; controle de pesos e medidas; controle por meio do bafômetro etc. É diferente de Supremacia Especial que significa a atuação do Poder Público que decorrente de relação/vinculo jurídico anterior. Exemplo: aluno matriculado na escola foi expulso por colocar bomba no banheiro. Ele estava matriculado na escola e assim tem vínculo jurídico, ou seja, a matrícula escolar. Pelo fato de decorrer de um vínculo jurídico trata-se de Supremacia Especial e não de Supremacia Geral, logo, não é caso Poder de Polícia.

Parou aqui!!!! Em 29 de março de 2012

Fim.

Aula IX - INTENSIVO I – Direito Administrativo – LFG – 13 de abril de 2012 – Profª. Fernanda Marinela

AULA 09

ASSUNTO – PODERES DA ADMINISTRAÇÃO

Pergunta: É possível delegação do Polícia?Resp.: Não pode haver delegação de tal poder. Na ADI nº 1.717, o STF decidiu, com base na segurança jurídica, que o Poder de Policia não pode ser dado a um particular (pessoa jurídica de direito privado).

Obs.: A nossa jurisprudência afirma que é possível delegar atos materiais de polícia (atos mecânicos de polícia, atos instrumentais de polícia, atos preparatórios). Pode ser dado a uma empresa privada, a exemplo da contratação de radar de trânsito pertencente à empresa privada.

Os atos materiais podem ser divididos em (ambos podem ser delegados):

Atos Materiais Preparatórios - são os que vão preparar a atuação da polícia.

Exemplos: quando o radar bate a foto; contratar uma empresa privada de máquinas.

Atos Materiais Posteriores – são os atos de decisão, que vêm depois do ato preparatório.

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Exemplos: ocorre quando a administração recebe a foto tirada pelo radar e decide a respeito dela; contratadas as máquinas decide a administração pela demolição de casas que estão em área de risco.

03. Atributos (Características) do Poder de Polícia

Obs.: Não confundir os atributos do poder de polícia com os atributos dos atos administrativos.

1º Atributo: Discricionariedade.

O poder de polícia é, em regra, discricionário.

Exemplo: autorização para porte de arma.

Excepcionalmente, em algumas situações esse poder de policia será vinculado.

Exemplo: licença para construir.

2º Atributo: Autoexecutoriedade.

O poder de polícia, em regra, é auto-executável. Auto-executoriedade significa que este poder não precisa, não depende da presença do Poder Judiciário. É a atuação que não precisa de autorização, ou seja, de controle prévio do Poder Judiciário, mas não impede o controle do Judiciário quando o administrado estiver insatisfeito.

Para a doutrina majoritária hoje a autoexecutoriedade divide-se em dois enfoques:

Exigibilidade é meio de coerção indireto; todo ato tem exigibilidade; é decidir/executar sem a presença do Poder Judiciário.

Executoriedade: é executar sem a presença do Poder Judiciário; nem todo ato tem executoriedade; acontece nas situações previstas em lei e quando as situações forem urgentes; é meio de coerção direto. Para se ter a autoexecutoriedade é necessário ter a executoriedade + exigibilidade.

Todo poder de polícia é autoexecutável – Resposta falso no concurso. Na verdade ele é em regra, mas não sempre.

Coercibilidade – é imperativo, imposto, obrigatório. A decisão tem que ser obedecida, tem que ser cumprida.

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O Poder de Polícia gera para a administração pública a denominada polícia administrativa. Polícia Administrativa nada mais é do que a atuação do Poder de Polícia. Não pode ser confundida com a Polícia Judicial, a qual diz respeito à contenção do crime (a exemplo da Polícia Civil)

01. Diferenças entre “Ato” e “Fato”

1.1 Fato

Fato – significa um acontecimento/evento do mundo em que nós vivemos. Exemplos: morrer, nascer, chover etc.

Fato Jurídico – significa um acontecimento que produz efeito na órbita jurídica. Exemplos: se falecer alguém, se morrer alguém etc.

Fato Administrativo – significa um acontecimento que atinge a órbita jurídica, mas atinge, especificamente, o Direito Administrativo. Exemplo: com a morte de um determinado servidor público ocorre a vacância do cargo e daí surge a necessidade de concurso público.

1.2 Ato

Ato – é aquele que decorre de manifestação de vontade.

Ato Jurídico – ocorre quando a manifestação de vontade (ato) atinge a órbita do direito.

Ato Administrativo – ocorre quando temos a manifestação de vontade de alguém e esta atinge o mundo jurídico, especificamente, o Direito Administrativo. Exemplos: ocorre quando o Estado compra um veículo, ocorre quando acontece o tombamento de um patrimônio etc.

Obs.: Quanto ao ato, o que interessa é a manifestação de vontade (a vontade é relevante e vai fazer diferença). Precisa-se de uma declaração de vontade (não importa a forma da declaração). O ato é passível de anulação e de revogação. Ademais, goza de presunção de legitimidade.

Obs.: Quanto ao fato, não há uma declaração e a vontade é irrelevante. Fato não admite anulação, revogação e nem presunção.

02. Diferenças entre “Ato da Administração” e “Ato Administrativo”

2.1 Ato da Administração

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Quem o pratica é a administração. Quando a administração pratica os atos, eles podem ser regidos pelo regime jurídico público ou pelo regime jurídico privado. Quando os atos seguem o regime público podem ser denominados ao mesmo tempo de ato da administração e de ato administrativo.

Obs.: Ato praticado por concessionária ou permissionária é ato administrativo porque seguem o regime público, mas as concessionárias e permissionárias estão fora da administração pública.

Podemos ter:

(a). 1. Atos da administração: são os atos praticados pela administração pública, sendo estes regidos pelo regime privado;

(b). 2. Atos da administração: são os atos praticados pela administração pública e, são ao mesmo tempo, atos administrativos (praticados pela administração pública e regidos pelo regime público); (c). 3. Atos administrativos: são os atos das concessionárias e das permissionárias (estas não fazem parte da administração pública). Esses atos são regidos pelo regime público e, portanto, são atos administrativos.

Obs: Conclui-se que há atos administrativos dentro da administração pública (praticados pela administração pública e seguem o regime público) e fora da administração pública (praticados pelas concessionárias e permissionárias e seguem o regime público).

2.2 Ato Administrativo

É uma manifestação de vontade do Estado ou de quem lhe represente (a exemplo das concessionárias ou permissionárias) que irá criar, modificar ou extinguir direitos e que têm por objetivo satisfazer o interesse público. Os atos administrativos estão sujeitos ao Regime Jurídico Público. Os atos administrativos são inferiores e complementares a previsão legal. Os atos administrativos estão sujeitos a controle, ou seja, sujeitos a revisão pelo Poder Judiciário (trata-se de um controle de legalidade).

Hely Lopes Meirelles faz a seguinte distinção:

Ato Administrativo em Sentido Amplo - é o que diz o conceito acima mencionado.

Ato Administrativo em Sentido Estrito – também chamado de Ato Administrativo Propriamente Dito, é o que diz o conceito acima mencionado juntamente com as características de ser unilateral e concreto.

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03. Elementos ou Requisitos de Validade dos Atos Administrativos

Conceito: segundo a doutrina majoritária, os elementos ou requisitos de validade constam da lista de requisitos prevista na Lei nº 4.717/65 (Lei de Ação Popular).

(a). Competência (Sujeito)

(b). Forma

(c). Motivo

(d). Objeto

(e). Finalidade

Obs: Para Celso Antônio Bandeira de Melo nem tudo é elemento ou requisito de validade. Elemento é aquilo que é condição para que haja o ato jurídico (a exemplo da manifestação de vontade). Afirma este doutrinador que alguns aspectos constantes da lista mencionada acima não são apenas elementos, e sim pressupostos. E, por sua vez, acaba dividindo esses pressupostos em:

Pressupostos de existência: é condição para a existência de ato administrativo. Exemplo: o assunto tem que ser administrativo para que exista o ato administrativo.

Pressupostos de validade: é a condição para a existência de ato válido.

1º Elemento: Sujeito (Competência)

Alguns autores preferem o termo “competência” e outros autores preferem o termo “sujeito”. Iremos nos reportar aqui ao termo “sujeito”.

Conceito: o ato vai ser praticado por quem está no exercício de uma função pública, seja essa função dentro ou fora da administração pública. Agente público é todo aquele que pratica uma função pública, seja de forma temporária ou permanente, com ou sem remuneração . Exemplo: mesário das eleições. Assim, o sujeito do ato administrativo nada mais é do que o agente público. Não pode ser um agente público qualquer, tendo este que obedecer as regras de competência (devendo ser um agente competente).

Obs: A competência tem como fonte a lei ou a CF.

Características da competência administrativa: é de exercício obrigatório; é irrenunciável; é imodificável; não admite transação; é imprescritível; é improrrogável.

Pergunta?

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Competência administrativa pode ser objeto de delegação ou de avocação?

Art. 11 da Lei nº 9.784/99: A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos administrativos a que foi atribuída como própria, salvo os casos de delegação e avocação legalmente admitidos.

Art. 12 da Lei nº 9.784/99: Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver impedimento legal, delegar parte da sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam hierarquicamente subordinados, quando for conveniente, em razão de circunstâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial.

Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo aplica-se à delegação de competência dos órgãos colegiados aos respectivos presidentes.

Art. 13 da Lei nº 9.784/99: Não podem ser objeto de delegação: a edição de atos de caráter normativo; a decisão de recursos administrativos; as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade.

Art. 14 da Lei nº 9.784/99: O ato de delegação e sua revogação deverão ser publicados no meio oficial.

§ 1o O ato de delegação especificará as matérias e poderes transferidos, os limites da atuação do delegado, a duração e os objetivos da delegação e o recurso cabível, podendo conter ressalva de exercício da atribuição delegada.

§ 2o O ato de delegação é revogável a qualquer tempo pela autoridade delegante.

§ 3o As decisões adotadas por delegação devem mencionar explicitamente esta qualidade e considerar-se-ão editadas pelo delegado.

Art. 15 da Lei nº 9.784/99: Será permitida, em caráter excepcional e por motivos relevantes devidamente justificados, a avocação temporária de competência atribuída a órgão hierarquicamente inferior.

Delegação de Competência: é transferir a competência para outrem. Quando se delega competência, as duas autoridades são competentes, ou seja, quem recebe e quem transfere a competência.

Avocação de Competência: é chamar para si a competência de outrem.

Obs: Delegação e avocação devem ocorrer em caráter excepcional, portanto, devem ser fundamentadas/justificada.

Não é possível delegação de competência, segundo a lei:

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(a). Para transferência da competência para ato normativo;

(b). Para transferência da competência para decisões de recurso administrativo;

(c). Para delegação exclusiva.

A competência administrativa pode ser definida segundo vários critérios:

(a). Competência Administrativa que decorre da Matéria

(b). Competência Administrativa que decorre do Território

(c). Competência Administrativa que decorre do Grau de Hierarquia

(d). Competência Administrativa que decorre do Tempo

2º Elemento: Forma

A forma do ato administrativo deve estar prevista em lei. O ato administrativo depende de uma exteriorização, ou seja, de uma manifestação da vontade. Precisa-se do pronunciamento da vontade. O pronunciamento, muitas vezes, tem que cumprir formalidades específicas. Como exemplo, alguns atos administrativos precisam ser publicados no diário oficial, nos jornais de grande circulação, devem ser criados por portaria etc. O ato administrativo precisa cumprir formalidades específicas. Todo ato administrativo, em regra, deve ser praticado por escrito. Se a lei autorizar, em exceção, o ato administrativo pode ser praticado de outra maneira, a exemplo da formal verbal, por meio de gesticulações etc. Exemplos: contrato verbal (art. 60, parágrafo único, da Lei nº 8.666/93); guarda de trânsito ao gesticular um ato. Cada ato administrativo tem suas exigências próprias, ou seja, suas regras próprias. Os atos administrativos estão sujeitos ao Princípio da Solenidade.

Silêncio Administrativo nada mais é do que a falta de resposta a um determinado pedido pela autoridade, é um nada jurídico (não produz efeito algum), salvo quando a lei estipular. O silêncio administrativo pode ser levado à via judicial, mas nessa via vai ser discutido o silêncio à resposta. O direito de petição, ou seja, direito de pedir e se ter uma resposta, está previsto no art. 5º, XXXIV, da CF. Logo, havendo lesão ao direito líquido e certo de petição é cabível Mandado de Segurança. Prevalece hoje na jurisprudência que na decisão do Mandado de Segurança o juiz não vai decidir pelo administrador (substituindo-o), ele apenas vai estabelecer uma pena de coerção ao administrador, a qual vai depender do caso concreto.

Celso Antônio Bandeira de Mello diz que se o ato administrativo for ato meramente vinculado, ou seja, com mera conferência de requisitos, o juiz pode conferir os requisitos e deferir o pedido. Porém, se o ato administrativo depende de valoração dos requisitos não pode intervir o juiz. Decisão não majoritária.

NOME, 03/07/12,
Art. 60, parágrafo único, da Lei nº 8.666/93: É nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com a Administração, salvo o de pequenas compras de pronto pagamento, assim entendidas aquelas de valor não superior a 5% (cinco por cento) do limite estabelecido no art. 23, inciso II, alínea "a" desta Lei, feitas em regime de adiantamento.
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É da forma do ato administrativo a realização de um processo administrativo prévio. Esse processo tem de estar conforme o novo modelo constitucional, ou seja, que obedeça ao art. 5º, LV, da CF. Esse dispositivo diz que os processos administrativos e judiciais estão submetidos ao contraditório e a ampla defesa.

Também é condição de forma do ato administrativo o dever de motivação. Motivação é a justificativa, a fundamentação, sendo ainda a correlação lógica entre os elementos do ato e a previsão legal.

Hoje há divergência doutrinária. José dos Santos Carvalho Filho, representando a posição minoritária, diz que a motivação é facultativa. Para a maioria da doutrina e para o STF a motivação tem que ser obrigatória. Segundo a posição majoritária fundamenta-se tal posição com base nos seguintes dispositivos abaixo:

Art. 1º, inciso II, da CF: A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: a cidadania.

Art. 1º, parágrafo único, da CF: Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.

Art. 5º, XXXV, da CF: A lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito.

Art. 5º, XXXIII, da CF: Todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado.

Art. 93, X, da CF: As decisões administrativas dos tribunais serão motivadas e em sessão pública, sendo as disciplinares tomadas pelo voto da maioria absoluta de seus membros.

Art. 50 da Lei nº 9.784/99: Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando: neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses; imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções; decidam processos administrativos de concurso ou seleção pública; dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório; decidam recursos administrativos; decorram de reexame de ofício; deixem de aplicar

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jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem de pareceres, laudos, propostas e relatórios oficiais; importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato administrativo.

Obs: O administrador deve motivar seus atos, no entanto, essa motivação tem que ser antes ou durante a prática do ato. Logo, não interessa a motivação posterior a criação do ato administrativo.

Obs: A motivação é obrigatória em qualquer ato administrativo, tanto no ato vinculado quanto no ato discricionário.

3º Elemento: Motivo

Motivo nada mais é do que o fato + o fundamento jurídico que justificam a prática do ato. Exemplo: em uma passeata tumultuosa pode o Poder Público dissolve-la; o motivo é o tumulto e a passeata é dissolvida com a finalidade de proteger bens públicos. Já a Motivação é a explicação do ato. O motivo do ato administrativo tem que ser legal.

Legalidade do Motivo: tem que ter materialidade, ou seja, tem que ser verdadeiro/real, uma vez que motivo falso é motivo ilegal; tem que ser compatível com a previsão legal; o motivo do ato precisa ser compatível com o resultado do ato.

Teoria dos Motivos Determinantes – afirma esta teoria que uma vez declarado o motivo, o administrador está vinculado/preso ao motivo e terá que cumpri-lo. Esse motivo tem que ser legal para que o administrador cumpra-o. Motivo falso é ilegal e compromete o seu cumprimento.

Obs: A autoridade pública tem uma exceção, a qual se denomina de Exoneração ad nutum. Significa a exoneração que não precisa de motivação, ocorre em cargos em comissão, porém se o administrador resolver justificar o motivo ele terá, então, que cumprir.

Obs: Temos nos casos de desapropriação uma exceção denominada Tredestinação. Denomina-se tredestinação a mudança de motivo autorizada pelo ordenamento jurídico, desde que mantida uma razão de interesse público. Acontece em desapropriação e precisa ser mantido o interesse público.

Parou aqui em 13 de abril de 2012!!!!

FIM!!!

Aula X - INTENSIVO I – Direito Administrativo – LFG – 04 de maio de 2012 – Profª. Fernanda Marinela

AULA 10

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ASSUNTO – PODERES DA ADMINISTRAÇÃO

4º Elemento: Objeto

Objeto é o resultado prático do ato, é o ato considerado em si mesmo. É o que ele certifica, defere etc. É chamado de efeito jurídico imediato.

É o ato considerado em si mesmo, é o resultado prático. É o efeito jurídico imediato.

Celso Antônio Bandeira de Melo faz a diferença entre conteúdo e objeto. O conteúdo é a decisão do ato, ou seja, é o elemento do ato. Já o objeto do ato administrativo é o assunto, ou seja, é um pressuposto de exigência.

O objeto precisa ser, lícito, possível e determinado:

(a). Lícito é aquele previsto/autorizado em lei;

(b). Possível é aquele material e juridicamente possível, faticamente viável;

(c). Determinado é aquele claro, preciso, expresso.

5º Elemento: Finalidade

Deve ser sempre uma razão de interesse público, lembrando que é o interesse que queremos proteger. É denominada de Efeito Jurídico Mediato. Se o ato administrativo é praticado com outro interesse que não seja interesse público, ele tem um defeito, um vício, e esse vício é chamado de Desvio de Finalidade (é vício ideológico, vício subjetivo, é defeito na vontade). O desvio de finalidade é vício que gera defeito no elemento finalidade (em regra), no entanto, gera também defeito no motivo.

A finalidade nada mais é do que o bem jurídico protegido.

Motivo (Está no passado) – é o que leva a prática do ato; Objeto (presente) – é o resultado; Finalidade (futuro) – visa à proteção de um bem jurídico.

VINCULAÇÃO E DISCRICIONARIEDADE

É feito de acordo dom o grau de liberdade.Celso Antônio Bandeira de Mello diz que, excepcionalmente, quando a lei estabelecer, a forma e a finalidade passam a ser elementos discricionários.

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Controle pelo Poder Judiciário: ele pode controlar todos os atos administrativos, isto é, atos vinculados e atos discricionários, desde que esse controle seja controle de legalidade (controle de aplicação da lei ou dos princípios e regras constitucionais). O Poder Judiciário não pode controlar o mérito do ato administrativo (mérito é a liberdade, o juízo de valor). O Poder Judiciário pode controlar o motivo e o objeto no que tange à legalidade de um ato discricionário e de um ato vinculado.

Ato Vinculado: é aquele que o administrador não tem liberdade e nem juízo de valor, nem conveniência e oportunidade. Assim, preenchidos os requisitos legais o administrador é obrigado a praticar o ato. Ex.: concessão de aposentadoria de servidor público; licença para construir.

Ato Discricionário: é aquele que o administrador tem liberdade, pode fazer um juízo de valor e avaliar a conveniência e a oportunidade. O administrador tem liberdade, tem juízo de valor mais sempre nos limites da lei. Se o ato for praticado fora dos limites da lei, ele é um ato arbitrário (ilegal). Ex.: art. 62 da Lei 8.666/93; permissão de uso de bem público.

Obs: Ato praticado contra os limites da lei é chamado de ato arbitrário.

QUADRO DOS ELEMENTOS ADMINISTRATIVOSVINCULADO DISCRICIONÁRIO

COMPETÊNCIA Vinculado VinculadoFORMA Vinculado VinculadoOBJETO Vinculado Discricionário

FINALIDADE Vinculado VinculadoMOTIVO Vinculado Discricionário

Obs.: Celso Antônio Bandeira de Melo: excepcionalmente a forma e a finalidade, quando a lei der alternativas, podem ser discricionários.

MÉRITO ADMINISTRATIVO

É o juízo de valor, a liberdade, a discricionariedade.

O poder judiciário pode rever qualquer ato administrativo (vinculado ou discricionário) desde que este controle seja um controle de legalidade. Porém, ele não pode rever o mérito administrativo (juízo de conveniência e oportunidade).

ATRIBUTOS DO ATO ADMINISTRATIVO

04. Atributos/Características dos Atos Administrativos

(a). Presunção de Legitimidade: até que se prove o contrário, todo ato é legitimo. Onde estiver escrito presunção de legitimidade, leia-se presunção de legitimidade + presunção de

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legalidade + presunção de veracidade. Presunção de legitimidade significa obediência às regras morais. Presunção de legalidade significa obediência à lei. Presunção de Veracidade significa que o ato corresponde com a verdade. Até que se prove o contrário, os atos são legítimos, legais e verdadeiros. Essa presunção não é absoluta, ela é relativa, também denominada de presunção juris tantum, admitindo prova em contrário, ou seja, pode ser contestada, pode ser afastada. O ônus da prova normalmente é alegado pelo administrado, isto é, o ônus é de quem alega/contesta. A presunção dos atos administrativos traz ao ato a sua aplicação imediata.

(b). Auto-Executoriedade: auto-executoriedade significa que a administração pública pode praticar o ato sem a autorização do Poder Judiciário, porém nada impede que a parte insatisfeita recorra ao Poder Judiciário e ajuíze uma ação.

A auto-executoriedade não interfere no formalismo do ato administrativo. Essa matéria é divergente. Para a maioria dos autores a auto-executoriedade deve ser subdividida em duas bases diferentes: (b.1) exigibilidade; (b.2) executoriedade.

A exigibilidade é o poder que tem o administrador de decidir sem o Poder Judiciário. Todo ato administrativo possui exigibilidade. A administração tem um meio de coerção indireto.

A executoriedade significa executar sem o Poder Judiciário. Fala-se em um meio de coerção direto. Nem todo ato administrativo possui executoriedade, apenas estará presente quando previsto em lei ou se for uma situação urgente.

(c). Imperatividade: imperatividade significa coercibilidade, isto é, obrigatoriedade. Nem todo ato administrativo tem imperatividade. Essa característica é própria de atos que trazem em seu conteúdo uma obrigação.

(d). Tipicidade: foi definido inicialmente por Maria Silvia de Pietro. Cada ato administrativo vai ter a sua aplicação/utilidade determinada. Exemplo: demissão serve para punir infração grave de servidor público.

05. Classificação dos Atos Administrativos

5.1 Quanto aos Destinatários

(a). Atos Gerais: são atos abstratos, impessoais, os quais não possuem destinatário certo, sendo aplicados a toda a coletividade. Exemplo: ocorre quando a administração pública estabelece que em uma determinada via deve-se trafegar na velocidade máxima de 60 km/h, assim, essa velocidade deve ser obedecida por todos.

(b). Atos Individuais: são aqueles atos que têm destinatário determinado. Exemplo: ocorre quando a administração pública nomeia José como servidor público.

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(b.1) Ato Individual Singular: é o ato individual que tem um só destinatário (determinado).

(b.2) Ato Individual Plurimo: é o ato individual que tem mais de um destinatário (determinado).

5.2 Quanto ao Alcance

(a). Ato Interno: é aquele que produz efeitos dentro da própria Administração.

Exemplo: ocorre quando a administração pública determina uniforme (vestimenta) novo para os servidores.

(b). Ato Externo: é aquele que produz efeitos para fora da Administração. Ressalte-se que os efeitos também atingem aqueles que estão dentro da Administração.

Exemplo: horário de funcionamento dos órgãos públicos.

5.3 Quanto ao Grau de Liberdade

(a). Ato Vinculado: já foi explicado.

(b). Ato Discricionário: já foi explicado.

5.4 Quanto à Formação “Manifestação de Vontade”

(a). Ato Simples: é aquele ato que se torna perfeito e acabado apenas com uma manifestação de vontade.

(b). Ato Composto: é aquele que está perfeito e acabado com duas manifestações de vontade. Tais manifestações acontecem em um mesmo órgão. O 1º Órgão tem a manifestação principal (é quem decide de verdade) e o 2º Órgão tem a manifestação secundária (apenas confirma a manifestação do 1º Órgão).

(c). Ato Complexo: é aquele que está perfeito e acabado com duas manifestações de vontade. Tais manifestações acontecem em órgãos diferentes, logo, as duas manifestações estão em patamar de igualdade, ou seja, têm a mesma força. Exemplo: concessão de aposentadoria, nomear dirigente de agência reguladora (Presidente da República nomeia e o Senado Federal ratifica).

06. Formação, validade e os Efeitos dos Atos Administrativos

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O ato administrativo perfeito é aquele que cumpriu a sua trajetória, ou seja, seu ciclo de formação. O ato administrativo válido é aquele que cumpriu todos os requisitos, ou seja, as exigências. O ato administrativo eficaz é aquele que está pronto para produzir seus efeitos.

Pergunta:É possível no Brasil um ato administrativo perfeito, inválido e eficaz?É possível, o ato produz todos os efeitos até ser declarado inválido. Pergunta:É possível no Brasil um ato administrativo perfeito, válido e ineficaz?É possível, no entanto, o ato não produz efeitos. Art. 61, paragrafo único da Lei 8.666/93.

Pergunta:É possível no Brasil um ato administrativo perfeito, inválido e ineficaz?É possível, no entanto, será declarado inválido e não produzirá efeitos.

EFEITOS DO ATO ADMINISTRATIVO

O ato administrativo produz dois tipos de efeito: efeitos típicos (efeito esperado) e atípicos (efeito não esperado – efeito secundário).

Os efeitos atípicos se subdividem em duas categorias:

Efeito Atípico Reflexo é aquele efeito que atinge terceiro estranho a prática do ato.

Ex.: Estado desapropria o imóvel do José, só que José mantem contrato de aluguel com Maria, Maria vai ser atingida, por meio de efeito atípico reflexo.

Efeito Atípico Preliminar é aquela que aparece nos atos administrativos que dependem de duas manifestações de vontade e se caracteriza com o dever da segunda autoridade de se manifestar, quando a primeira autoridade já se manifestou. Representa um efeito secundário e acontece antes do aperfeiçoamento do ato. Celso Antônio Bandeira de Mello chama de efeito prodrómico (nada mais é do que o efeito atípico preliminar).

Ex.: Nomeação de dirigente da Agência Reguladora. Tem que ter aprovação do Senado Federal + nomeação pelo Presidente, o ato está perfeito quando estiverem as duas aprovações, quando cumprir o ciclo da sua trajetória.

07. Formas de Extinção dos Atos Administrativos

7.1 Decorre a Extinção com o Cumprimento dos Efeitos do Ato AdministrativoO ato é extinto quando cumpre os efeitos e objeto. Exemplo: conclusão da obra de uma escola.

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7.2 Decorre a Extinção pelo Desaparecimento do Sujeito ou do Objeto

O falecimento de um servidor público gera o seu desaparecimento, logo, o ato de nomeação deixa de existir, uma vez que desapareceu o sujeito. Ocorre o desaparecimento quando um imóvel foi tombado e após algum tempo ele caiu/desmoronou, logo, desaparece o tombamento, uma vez que este perdeu o objeto.

7.3 Decorre a Extinção com a Renúncia do seu Interessado

O interessado abre mão de seu direito.

Parou aqui em 04 de maio de 2012!!!

Fim.

Aula XI - INTENSIVO I – Direito Administrativo – LFG – 18 de maio de 2012 – Profª. Fernanda Marinela

AULA 11

ASSUNTO – PODERES DA ADMINISTRAÇÃO

7.4 Decorre a Extinção com a Retirada do Ato Administrativo pelo Poder Público

Pode o Poder Público retirar o ato administrativo através da cassação, caducidade, anulação, revogação ou contraposição.

(a) Cassação : significa a retirada de um ato administrativo pelo descumprimento das condições inicialmente impostas.

Ex.: Um determinado município proíbe a instalação de Motel no município, o empresário monta um Hotel e alguns anos depois tenta mudar a atividade do Hotel para Motel. O poder público pode cassar a autorização concedida ao Hotel.

(b) Caducidade : é a retirada de um ato administrativo pela superveniência de uma norma jurídica que é com ele incompatível.

Ex.: Ato administrativo é a Instalação de circos e parques na cidade. Algum tempo entra em vigor a lei do plano diretor, regulando a instalação de ruas no lugar aonde o circo funcionava, e afirma que passará a ser rua, nesse caso o ato

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administrativo anterior será incompatível com a nova lei e vai prevalecer a norma jurídica.

(c) Contraposição : são dois atos administrativos que decorrem de competências e fundamentos diferentes, sendo que o segundo elimina os efeitos do primeiro.

Exemplo: ato de nomeação e ato de demissão, o segundo elimina os efeitos do primeiro.

(d) Anulação: é a retirada de um ato, porque este ato é ilegal no ordenamento jurídico. Pode a administração pública anular os atos administrativos ilegais (consagrado pelo poder da autotutela, Súmula 346, 473 do STF). Ressalte-se que tanto a administração pública quanto o Poder Judiciário podem realizar a retirada do ato administrativo ilegal do ordenamento jurídico. A administração pública tem o prazo de 05 anos para anular seus próprios atos (art. 54, da Lei nº 9.784/99). Não há previsão de prazo para o Poder Judiciário quanto à retirada dos atos do ordenamento jurídico. A anulação nada mais é do que um novo ato administrativo que retira o ato ilegal desde a origem (produz efeito ex tunc), entendimento da maioria dos autores.

Celso Antônio Bandeira de Melo tem posicionamento diferente. Afirma que quando a anulação é restritiva de direitos ela produz efeitos ex nunc (produz efeitos de hoje em diante). Afirma que quando a anulação é ampliativa de direitos ela produz efeitos ex tunc (produz efeitos desde a origem e de hoje em diante).

(e) Revogação: a revogação ocorre quando o ato administrativo é inconveniente. Só quem pode revogar é a própria administração pública. O Poder Judiciário pode revogar os seus atos administrativos (quando ele é a própria administração pública, quando é ele que está administrando, quando é ele que está fazendo controle administrativo). O Poder Judiciário não pode revogar os atos dos outros, em sede de controle judicial. A revogação produz efeitos “ex nunc” (daqui para frente). Revogação não tem limite temporal, ela tem limite material. Não cabe revogação de ato que já produziu direito adquirido. Não cabe revogação de ato vinculado. Não cabe revogação de ato administrativo que já esgotou os seus efeitos.

O ato administrativo pode ter vícios sanáveis e insanáveis. Se o vício é sanável o ato é anulável. Este ato é passível de convalidação (conserto). O vício é sanável quando é vício de competência e de forma. O vício de competência e de forma não são sempre sanáveis. Se for vício

NOME, 03/07/12,
Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé.   § 1º No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de decadência contar-se-á da percepção do primeiro pagamento. § 2º Considera-se exercício do direito de anular qualquer medida de autoridade administrativa que importe impugnação à validade do ato.
NOME, 03/07/12,
STF Súmula nº 473 - 03/12/1969 - DJ de 10/12/1969, p. 5929; DJ de 11/12/1969, p. 5945; DJ de 12/12/1969, p. 5993. Republicação: DJ de 11/6/1970, p. 2381; DJ de 12/6/1970, p. 2405; DJ de 15/6/1970, p. 2437. Administração Pública - Anulação ou Revogação dos Seus Próprios Atos A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.
NOME, 03/07/12,
STF Súmula nº 346 - 13/12/1963 - Súmula da Jurisprudência Predominante do Supremo Tribunal Federal - Anexo ao Regimento Interno. Edição: Imprensa Nacional, 1964, p. 151. Administração Pública - Declaração da Nulidade dos Seus Próprios Atos A administração pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos.
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de motivo, objeto e finalidade não são sanáveis. Quando o vício é insanável o ato é nulo, logo, retira-se o ato através da anulação.

Corrente que vem crescendo no Brasil diz que se a anulação de um ato causa mais prejuízo do que mantê-lo, mesmo que ilegal, no ordenamento jurídico, é preferível manter-se o ato. Chama-se de Estabilização dos Efeitos do Ato.

ASSUNTO – LICITAÇÃO

Conceito: é um procedimento administrativo prévio que vai preparar a celebração de um contrato.

Finalidade: Esse processo serve para escolher a melhor proposta (a mais vantajosa para o interesse público). Ressalte-se que nem sempre a melhor proposta é a mais barata. A licitação serve também para a aplicação do princípio da impessoalidade + princípio da isonomia (qualquer um que preencha os requisitos pode participar da licitação). Previsão no art. 3º da Lei nº 8.666/93, alterado pela Lei 12.349/10 que introduziu também a finalidade de promover o desenvolvimento nacional.

Sujeitos à Licitação: previsão no art. 1º, parágrafo único, da Lei nº 8.666/93. São as pessoas da administração direta (União, Estados, DF e municípios); administração indireta (autarquias, fundações, inclui as empresas públicas e sociedades de economia mista, segundo o art. 173 da CF); fundos especiais (podem ter natureza de órgão, já pertencendo a administração direta, e, de fundação, já pertencendo a administração indireta); demais entes controlados direta ou indiretamente pelo Poder Público (organizações sociais “OSCIP”, serviços sociais autônomos “SESI”, entidades de apoio).

Obs.: Serviço Social Autônomo segue um procedimento simplificado para as licitações. Esse procedimento foi definido pelo TCU, denominado de “Procedimento Simplificado do Sistema S”.

Competência para Legislar: previsão no art. 22, XXVII, da CF. Compete privativamente à União (legisla sobre normas gerais). Exemplo: Lei nº 8.666/93 é norma geral de âmbito nacional (serve para todos os entes federados).

Normas Gerais: Lei nº 8.666/93; Lei nº 10.520/2002 ; Lei nº 8.987/95; Lei nº 11.079/2004. Obs.: Todos os entes, inclusive a União, podem legislar em normas específicas (U, E, DF e M). Quando a União legisla em norma específica esta lei é de âmbito federal, apenas servindo para ela própria. E assim acontece com os Estados-membros, uma vez que a lei de âmbito estadual serve apenas para o próprio Estado-membro. E, assim, acontece com o Município e o Distrito Federal.

NOME, 03/07/12,
XXVII - normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para as administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido o disposto no Art. 37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades de economia mista, nos termos do Art. 173, § 1º, III; (Alterado pela EC-000.019-1998)
NOME, 03/07/12,
Art. 22 - Compete privativamente à União legislar sobre:
NOME, 03/07/12,
Art. 173 - Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei. § 1º - A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre: (Alterado pela EC-000.019-1998) I - sua  função  social  e formas de fiscalização pelo Estado e pela sociedade; II - a sujeição  ao  regime    jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários; III - licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações, observados os princípios da administração pública; IV - a constituição e o funcionamento dos conselhos de administração e fiscal, com a participação de acionistas minoritários; V - os mandatos, a  avaliação de desempenho e a responsabilidade dos administradores. § 2º - As empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos às do setor privado. § 3º - A lei regulamentará as relações da empresa pública com o Estado e a sociedade. § 4º - A lei reprimirá o abuso do poder econômico que vise à dominação dos mercados, à eliminação da concorrência e ao aumento arbitrário dos lucros. § 5º - A lei, sem prejuízo da responsabilidade individual dos dirigentes da pessoa jurídica, estabelecerá a responsabilidade desta, sujeitando-a às punições compatíveis com sua natureza, nos atos praticados contra a ordem econômica e financeira e contra a economia popular.
NOME, 03/07/12,
Parágrafo único.  Subordinam-se ao regime desta Lei, além dos órgãos da administração direta, os fundos especiais, as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades de economia mista e demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios.
NOME, 03/07/12,
Art. 1o  Esta Lei estabelece normas gerais sobre licitações e contratos administrativos pertinentes a obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações e locações no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
NOME, 03/07/12,
Art. 3o  A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos. (Redação dada pela Lei nº 12.349, de 2010) § 1o  É vedado aos agentes públicos: I - admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação, cláusulas ou condições que comprometam, restrinjam ou frustrem o seu caráter competitivo, inclusive nos casos de sociedades cooperativas, e estabeleçam preferências ou distinções em razão da naturalidade, da sede ou domicílio dos licitantes ou de qualquer outra circunstância impertinente ou irrelevante para o específico objeto do contrato, ressalvado o disposto nos §§ 5o a 12 deste artigo e no art. 3o da Lei no 8.248, de 23 de outubro de 1991; (Redação dada pela Lei nº 12.349, de 2010) II - estabelecer tratamento diferenciado de natureza comercial, legal, trabalhista, previdenciária ou qualquer outra, entre empresas brasileiras e estrangeiras, inclusive no que se refere a moeda, modalidade e local de pagamentos, mesmo quando envolvidos financiamentos de agências internacionais, ressalvado o disposto no parágrafo seguinte e no art. 3o da Lei no 8.248, de 23 de outubro de 1991. § 2o  Em igualdade de condições, como critério de desempate, será assegurada preferência, sucessivamente, aos bens e serviços: II - produzidos no País; III - produzidos ou prestados por empresas brasileiras. IV - produzidos ou prestados por empresas que invistam em pesquisa e no desenvolvimento de tecnologia no País. (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005) § 3o  A licitação não será sigilosa, sendo públicos e acessíveis ao público os atos de seu procedimento, salvo quanto ao conteúdo das propostas, até a respectiva abertura. § 4º (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994) § 5o  Nos processos de licitação previstos no caput, poderá ser estabelecido margem de preferência para produtos manufaturados e para serviços nacionais que atendam a normas técnicas brasileiras. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010) § 6o  A margem de preferência de que trata o § 5o será estabelecida com base em estudos revistos periodicamente, em prazo não superior a 5 (cinco) anos, que levem em consideração: (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)    (Vide Decreto nº 7.713, de 2012)        (Vide Decreto nº 7.709, de 2012) I - geração de emprego e renda; (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010) II - efeito na arrecadação de tributos federais, estaduais e municipais;  (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010) III - desenvolvimento e inovação tecnológica realizados no País; (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010) IV - custo adicional dos produtos e serviços; e (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010) V - em suas revisões, análise retrospectiva de resultados.  (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010) § 7o  Para os produtos manufaturados e serviços nacionais resultantes de desenvolvimento e inovação tecnológica realizados no País, poderá ser estabelecido margem de preferência adicional àquela prevista no § 5o. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010) § 8o  As margens de preferência por produto, serviço, grupo de produtos ou grupo de serviços, a que se referem os §§ 5o e 7o, serão definidas pelo Poder Executivo federal, não podendo a soma delas ultrapassar o montante de 25% (vinte e cinco por cento) sobre o preço dos produtos manufaturados e serviços estrangeiros. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010) § 9o  As disposições contidas nos §§ 5o e 7o deste artigo não se aplicam aos bens e aos serviços cuja capacidade de produção ou prestação no País seja inferior: (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010) I - à quantidade a ser adquirida ou contratada; ou (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010) II - ao quantitativo fixado com fundamento no § 7o do art. 23 desta Lei, quando for o caso. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010) § 10.  A margem de preferência a que se refere o § 5o poderá ser estendida, total ou parcialmente, aos bens e serviços originários dos Estados Partes do Mercado Comum do Sul - Mercosul. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010) § 11.  Os editais de licitação para a contratação de bens, serviços e obras poderão, mediante prévia justificativa da autoridade competente, exigir que o contratado promova, em favor de órgão ou entidade integrante da administração pública ou daqueles por ela indicados a partir de processo isonômico, medidas de compensação comercial, industrial, tecnológica ou acesso a condições vantajosas de financiamento, cumulativamente ou não, na forma estabelecida pelo Poder Executivo federal. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010) § 12.  Nas contratações destinadas à implantação, manutenção e ao aperfeiçoamento dos sistemas de tecnologia de informação e comunicação, considerados estratégicos em ato do Poder Executivo federal, a licitação poderá ser restrita a bens e serviços com tecnologia desenvolvida no País e produzidos de acordo com o processo produtivo básico de que trata a Lei no 10.176, de 11 de janeiro de 2001. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010) § 13.  Será divulgada na internet, a cada exercício financeiro, a relação de empresas favorecidas em decorrência do disposto nos §§ 5o, 7o, 10, 11 e 12 deste artigo, com indicação do volume de recursos destinados a cada uma delas. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)
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O STF decidiu que a Lei nº 8.666/93, apesar de norma geral (de âmbito nacional), disse que a União foi longe demais em alguns dispositivos, legislando em normas específicas e não em normas gerais. Matéria objeto de controle de constitucionalidade na ADI nº 927 (um dos artigos em questão é o 17 e algumas de suas alíneas). O STF disse que o art. 17 é constitucional, desde que interpretado conforme a CF, interpretado como norma específica de âmbito federal, que só serve para a União, não como norma geral, de âmbito nacional. Os Estados-membros e o Município podem legislar no tocante às normas específicas.

Princípios da Licitação:

1º Princípio: Princípio da Vinculação ao Instrumento Convocatório

Este princípio diz que o instrumento convocatório nada mais é do que o edital. “O Edital é a lei de licitação” – tudo que for relevante tem que estar previsto no edital. A Administração não pode exigir nem mais e nem menos do que está previsto no edital.

2º Princípio: Princípio do Julgamento Objetivo

O administrador tem que no edital, decidir e definir, de forma clara e precisa, no edital qual será o critério de seleção.

Obs.: Art. 45 da Lei nº 8.666/93 (este dispositivo trata dos tipos de licitação). O edital tem que estabelecer. Os tipos tratam-se dos critérios de seleção. Exemplos: melhor técnica, melhor técnica e preço etc.

Exemplo: “Tipo Preço” – A (R$ 1.00) e B (R$ 1,01). O licitante B afirma que por este centavo a mais dará uma caneta banhada a ouro e parcelará em 10x o valor do objeto. Logo, o licitante apresentou uma melhor proposta, mas o critério é melhor preço, assim, o licitante A é o vencedor. Só pode ser levado em consideração o que está previsto no edital, até mesmo quando ao parcelamento do valor do objeto como exemplo acima mencionado (10x).

3º Princípio: Princípio do Procedimento Formal

Tem que cumprir as formalidades e procedimentos previstos em lei. O Administrador não pode pular etapas, juntar duas etapas etc., logo, não pode inovar.

Formalidade Necessária é aquela que se não for observada vai causar prejuízo a alguém. Logo, deve ser observada.

Obs.: formalidade por mera formalidade não é necessária. Só as formalidades que causar prejuízo, sempre com bom senso, sem exageros.

Exemplo: envelope amarelo e envelope branco.

NOME, 03/07/12,
Art. 45.  O julgamento das propostas será objetivo, devendo a Comissão de licitação ou o responsável pelo convite realizá-lo em conformidade com os tipos de licitação, os critérios previamente estabelecidos no ato convocatório e de acordo com os fatores exclusivamente nele referidos, de maneira a possibilitar sua aferição pelos licitantes e pelos órgãos de controle. § 1o  Para os efeitos deste artigo, constituem tipos de licitação, exceto na modalidade concurso: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) I - a de menor preço - quando o critério de seleção da proposta mais vantajosa para a Administração determinar que será vencedor o licitante que apresentar a proposta de acordo com as especificações do edital ou convite e ofertar o menor preço; II - a de melhor técnica; III - a de técnica e preço. IV - a de maior lance ou oferta - nos casos de alienção de bens ou concessão de direito real de uso. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994) § 2o  No caso de empate entre duas ou mais propostas, e após obedecido o disposto no § 2o do art. 3o desta Lei, a classificação se fará, obrigatoriamente, por sorteio, em ato público, para o qual todos os licitantes serão convocados, vedado qualquer outro processo. § 3o  No caso da licitação do tipo "menor preço", entre os licitantes considerados qualificados a classificação se dará pela ordem crescente dos preços propostos, prevalecendo, no caso de empate, exclusivamente o critério previsto no parágrafo anterior. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) § 4o  Para contratação de bens e serviços de informática, a administração observará o disposto no art. 3o da Lei no 8.248, de 23 de outubro de 1991, levando em conta os fatores especificados em seu parágrafo  2o e adotando obrigatoriamento o tipo de licitação "técnica e preço", permitido o emprego de outro tipo de licitação nos casos indicados em decreto do Poder Executivo. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) § 5o  É vedada a utilização de outros tipos de licitação não previstos neste artigo. § 6o  Na hipótese prevista no art. 23, § 7º, serão selecionadas tantas propostas quantas necessárias até que se atinja a quantidade demandada na licitação.  (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
NOME, 03/07/12,
Das Alienações Art. 17.  A alienação de bens da Administração Pública, subordinada à existência de interesse público devidamente justificado, será precedida de avaliação e obedecerá às seguintes normas:
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4º Princípio: Princípio do Sigilo de Proposta

As propostas são sigilosas até o momento de sua abertura em sessão pública. Só no dia e hora marcados é que se devem abrir os envelopes. Fraudar sigilo de proposta é crime e também improbidade administrativa.

Leilão é a modalidade de licitação que não há sigilo de propostas, uma vez que não tem envelope lacrado. “É o quem dá mais...”. Os lances são verbais.

Pressuposto Lógico: precisa-se de pluralidade, ou seja, ter mais de um ofertante.

Objeto singular: é quando só existe um. Tem-se o objeto singular: (1) Em caráter absoluto: é aquele que só existe um; (2) Em razão de ter participado de um evento externo, ou seja, de um evento especial; (3) Em razão do seu caráter pessoal.

Serviço Singular: para configurar essa singularidade (inexigibilidade de licitação) é preciso preencher alguns requisitos – (1) o serviço é preciso estar previsto no art. 13 da Lei nº 8.666/93; (2) o serviço tem que ser necessário à administração, ou seja, relevante; (3) o serviço tem que ter notória especialização.

Pressuposto Jurídico: significa que a licitação precisa perseguir o interesse público.

Pressuposto Fático: o mercado tem que ter interesse no mercado.

Pressuposto de Viabilidade: tem que ser viável.

Modalidades de Licitação:

Previsão no art. 22, da Lei nº 8.666/93.

Art. 23 da Lei nº 8.666/93

Critérios que podem ser utilizados:

1º Critério: Valor – Concorrência (valor alto); Tomada de Preço (valor médio); e Convite (valor pequeno).

2º Critério: Objeto - Leilão; Concurso; e Pregão.

Exceções: concorrência em algumas circunstâncias pode ser utilizada pelo objeto e o leilão pode ser utilizado pelo valor.

(a) Concorrência

NOME, 03/07/12,
Art. 23.  As modalidades de licitação a que se referem os incisos I a III do artigo anterior serão determinadas em função dos seguintes limites, tendo em vista o valor estimado da contratação: I - para obras e serviços de engenharia: (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998) a) convite - até R$ 150.000,00 (cento e cinqüenta mil reais); (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998) b) tomada de preços - até R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais);  (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998) c) concorrência: acima de R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais);  (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998) II - para compras e serviços não referidos no inciso anterior:(Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998) a) convite - até R$ 80.000,00 (oitenta mil reais);  (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998) b) tomada de preços - até R$ 650.000,00 (seiscentos e cinqüenta mil reais); (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998) c) concorrência - acima de R$ 650.000,00 (seiscentos e cinqüenta mil reais).  (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
NOME, 03/07/12,
Art. 22.  São modalidades de licitação: I - concorrência; II - tomada de preços; III - convite; IV - concurso; V - leilão. § 1o  Concorrência é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados que, na fase inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir os requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital para execução de seu objeto. § 2o  Tomada de preços é a modalidade de licitação entre interessados devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas, observada a necessária qualificação. § 3o  Convite é a modalidade de licitação entre interessados do ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em número mínimo de 3 (três) pela unidade administrativa, a qual afixará, em local apropriado, cópia do instrumento convocatório e o estenderá aos demais cadastrados na correspondente especialidade que manifestarem seu interesse com antecedência de até 24 (vinte e quatro) horas da apresentação das propostas. § 4o  Concurso é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores, conforme critérios constantes de edital publicado na imprensa oficial com antecedência mínima de 45 (quarenta e cinco) dias. § 5o  Leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para a venda de bens móveis inservíveis para a administração ou de produtos legalmente apreendidos ou penhorados, ou para a alienação de bens imóveis prevista no art. 19, a quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) § 6o  Na hipótese do § 3o deste artigo, existindo na praça mais de 3 (três) possíveis interessados, a cada novo convite, realizado para objeto idêntico ou assemelhado, é obrigatório o convite a, no mínimo, mais um interessado, enquanto existirem cadastrados não convidados nas últimas licitações.  (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) § 7o  Quando, por limitações do mercado ou manifesto desinteresse dos convidados, for impossível a obtenção do número mínimo de licitantes exigidos no § 3o deste artigo, essas circunstâncias deverão ser devidamente justificadas no processo, sob pena de repetição do convite. § 8o  É vedada a criação de outras modalidades de licitação ou a combinação das referidas neste artigo. § 9o  Na hipótese do parágrafo 2o deste artigo, a administração somente poderá exigir do licitante não cadastrado os documentos previstos nos arts. 27 a 31, que comprovem  habilitação compatível com o objeto da licitação, nos termos do edital. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
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Dos Serviços Técnicos Profissionais Especializados Art. 13.  Para os fins desta Lei, consideram-se serviços técnicos profissionais especializados os trabalhos relativos a: I - estudos técnicos, planejamentos e projetos básicos ou executivos; II - pareceres, perícias e avaliações em geral; III - assessorias ou consultorias técnicas e auditorias financeiras ou tributárias; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) IV - fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras ou serviços; V - patrocínio ou defesa de causas judiciais ou administrativas; VI - treinamento e aperfeiçoamento de pessoal; VII - restauração de obras de arte e bens de valor histórico. VIII - (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994) § 1o Ressalvados os casos de inexigibilidade de licitação, os contratos para a prestação de serviços técnicos profissionais especializados deverão, preferencialmente, ser celebrados mediante a realização de concurso, com estipulação prévia de prêmio ou remuneração. § 2o Aos serviços técnicos previstos neste artigo aplica-se, no que couber, o disposto no art. 111 desta Lei. § 3o A empresa de prestação de serviços técnicos especializados que apresente relação de integrantes de seu corpo técnico em procedimento licitatório ou como elemento de justificação de dispensa ou inexigibilidade de licitação, ficará obrigada a garantir que os referidos integrantes realizem pessoal e diretamente os serviços objeto do contrato.
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Pode ser pelo valor e pelo objeto. Os valores estão previstos no Art. 23 da Lei nº 8.666/93, este dispositivo traz dois parâmetros: obras e serviços de engenharia; e outros bens e serviços, que não os de engenharia.

(Regra) – Concorrência:

Obras e serviços de engenharia são valores acima de 1.500.000,00. Para outros bens e serviços, que não os de engenharia, são valores acima de 650.000,00.

(Exceção) – Concorrência:

Nos casos de imóvel a licitação será a concorrência, seja para comprar ou vender imóvel.

Art. 19, da Lei nº 8.666/93 – se o imóvel for decorrente de decisão judicial ou dação em pagamento (é pagar de outra maneira que não a estipulada inicialmente), ele pode excepcionalmente ser alienado por leilão ou concorrência. Quem escolhe se será por meio de leilão ou concorrência é o administrador.

1. Em razão do objeto também se utiliza a concorrência quando a hipótese for de concessão. A modalidade também é concorrência em razão da concessão. Temos a concessão de direito real de uso de bem público que se faz por concorrência; e a concessão de serviço público que também utiliza a modalidade concorrência.

2. Os serviços que foram transferidos pela Política Nacional de Desestatização foram transferidos por leilão.

Exemplo: Telefonia no Brasil, privatização dos Aeroportos.

3. Também se utiliza a concorrência, em razão do objeto, na hipótese de licitação internacional (é aquela que tem a participação de empresas estrangeiras). Tem que ser concorrência.

Exceções:

a. Pode ser tomada de preço: quando o valor for correspondente à tomada, e quando existir cadastro de empresas estrangeiras;

NOME, 03/07/12,
Art. 19.  Os bens imóveis da Administração Pública, cuja aquisição haja derivado de procedimentos judiciais ou de dação em pagamento, poderão ser alienados por ato da autoridade competente, observadas as seguintes regras: I - avaliação dos bens alienáveis; II - comprovação da necessidade ou utilidade da alienação; III - adoção do procedimento licitatório, sob a modalidade de concorrência ou leilão. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
NOME, 03/07/12,
Art. 23.  As modalidades de licitação a que se referem os incisos I a III do artigo anterior serão determinadas em função dos seguintes limites, tendo em vista o valor estimado da contratação: I - para obras e serviços de engenharia: (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998) a) convite - até R$ 150.000,00 (cento e cinqüenta mil reais); (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998) b) tomada de preços - até R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais);  (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998) c) concorrência: acima de R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais);  (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998) II - para compras e serviços não referidos no inciso anterior:(Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998) a) convite - até R$ 80.000,00 (oitenta mil reais);  (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998) b) tomada de preços - até R$ 650.000,00 (seiscentos e cinqüenta mil reais); (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998) c) concorrência - acima de R$ 650.000,00 (seiscentos e cinqüenta mil reais).  (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
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b. Pode ser convite: o valor tem que ser correspondente à modalidade convite, e não pode existir fornecedor no País, logo, tem que ser todos estrangeiros.

O prazo de intervalo mínimo para a modalidade concorrência: prazo previsto no art. 21, da Lei nº 8.666/93. Para a proposta do tipo técnica e técnica + preço o prazo é de 45 dias, mas se o tipo for apenas preço o prazo é de 30 dias. Obs.: o prazo é em dias corridos, uma vez que a lei não menciona que são em dias úteis.

Parou aqui em 18 de maio de 2012

FIM!!!

Aula XII - INTENSIVO I – Direito Administrativo – LFG – 31 de maio de 2012 – Profª. Fernanda Marinela

AULA 12

ASSUNTO – LICITAÇÃO

(b) Tomada de Preços

Art. 23 da Lei 8.666/93

É selecionada/escolhida em razão do valor médio. Ela começa onde termina o convite e termina no começo da concorrência É utilizada para obras e serviços de engenharia acima de R$ 150.000,00 até 1.500.000,00. Para outros bens que não os de engenharia é o valor até R$ 650.000,00.

Quem pode participar: os licitantes cadastrados e os licitantes que preencherem os requisitos para o cadastramento até 3º dia anterior a entrega dos envelopes (a prova é o requerimento feito pelo licitante, apresentado à Administração, com os respectivos documentos e preenchidos os requisitos necessários).

O cadastramento nada mais é do que uma habilitação prévia (onde todos os documentos, ou seja, requisitos são analisados. Assim, empresa recebe o Certificado de Registro Cadastral e só a empresa cadastrada é que vai participar da licitação).

O prazo de intervalo mínimo para a modalidade tomada de preço: prazo previsto no art. 21, da Lei nº 8.666/93. Para a proposta do tipo técnica e técnica + preço o prazo é de 30 dias, mas se o tipo for apenas preço o prazo é de 15 dias. Obs.: o prazo é em dias corridos, uma vez que a lei não menciona que são em dias úteis.

NOME, 03/07/12,
Art. 21.  Os avisos contendo os resumos dos editais das concorrências, das tomadas de preços, dos concursos e dos leilões, embora realizados no local da repartição interessada, deverão ser publicados com antecedência, no mínimo, por uma vez: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) I - no Diário Oficial da União, quando se tratar de licitação feita por órgão ou entidade da Administração Pública Federal e, ainda, quando se tratar de obras financiadas parcial ou totalmente com recursos federais ou garantidas por instituições federais; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) II - no Diário Oficial do Estado, ou do Distrito Federal quando se tratar, respectivamente, de licitação feita por órgão ou entidade da Administração Pública Estadual ou Municipal, ou do Distrito Federal; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) III - em jornal diário de grande circulação no Estado e também, se houver, em jornal de circulação no Município ou na região onde será realizada a obra, prestado o serviço, fornecido, alienado ou alugado o bem, podendo ainda a Administração, conforme o vulto da licitação, utilizar-se de outros meios de divulgação para ampliar a área de competição. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) § 1o  O aviso publicado conterá a indicação do local em que os interessados poderão ler e obter o texto integral do edital e todas as informações sobre a licitação. § 2o  O prazo mínimo até o recebimento das propostas ou da realização do evento será: I - quarenta e cinco dias para: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) a) concurso; (Incluída pela Lei nº 8.883, de 1994) b) concorrência, quando o contrato a ser celebrado contemplar o regime de empreitada integral ou quando a licitação for do tipo "melhor técnica" ou "técnica e preço"; (Incluída pela Lei nº 8.883, de 1994) II - trinta dias para: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) a) concorrência, nos casos não especificados na alínea "b" do inciso anterior; (Incluída pela Lei nº 8.883, de 1994) b) tomada de preços, quando a licitação for do tipo "melhor técnica" ou "técnica e preço"; (Incluída pela Lei nº 8.883, de 1994) III - quinze dias para a tomada de preços, nos casos não especificados na alínea "b" do inciso anterior, ou leilão; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) IV - cinco dias úteis para convite. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) § 3º Os prazos estabelecidos no parágrafo anterior serão contados a partir da primeira publicação do edital resumido ou da expedição do convite, ou ainda da efetiva disponibilidade do edital ou do convite e respectivos anexos, prevalecendo a data que ocorrer mais tarde. § 3o  Os prazos estabelecidos no parágrafo anterior serão contados a partir da última publicação do edital resumido ou da expedição do convite, ou ainda da efetiva disponibilidade do edital ou do convite e respectivos anexos, prevalecendo a data que ocorrer mais tarde. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) § 4o  Qualquer modificação no edital exige divulgação pela mesma forma que se deu o texto original, reabrindo-se o prazo inicialmente estabelecido, exceto quando, inqüestionavelmente, a alteração não afetar a formulação das propostas.
NOME, 03/07/12,
Art. 23.  As modalidades de licitação a que se referem os incisos I a III do artigo anterior serão determinadas em função dos seguintes limites, tendo em vista o valor estimado da contratação: I - para obras e serviços de engenharia: (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998) a) convite - até R$ 150.000,00 (cento e cinqüenta mil reais); (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998) b) tomada de preços - até R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais);  (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998) c) concorrência: acima de R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais);  (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998) II - para compras e serviços não referidos no inciso anterior:(Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998) a) convite - até R$ 80.000,00 (oitenta mil reais);  (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998) b) tomada de preços - até R$ 650.000,00 (seiscentos e cinqüenta mil reais); (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998) c) concorrência - acima de R$ 650.000,00 (seiscentos e cinqüenta mil reais).  (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998) § 1o  As obras, serviços e compras efetuadas pela Administração serão divididas em tantas parcelas quantas se comprovarem técnica e economicamente viáveis, procedendo-se à licitação com vistas ao melhor aproveitamento dos recursos disponíveis no mercado e à ampliação da competitividade sem perda da economia de escala.  (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) § 2o  Na execução de obras e serviços e nas compras de bens, parceladas nos termos do parágrafo anterior, a cada etapa ou conjunto de etapas da obra, serviço ou compra, há de corresponder licitação distinta, preservada a modalidade pertinente para a execução do objeto em licitação.  (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) § 3o  A concorrência é a modalidade de licitação cabível, qualquer que seja o valor de seu objeto, tanto na compra ou alienação de bens imóveis, ressalvado o disposto no art. 19, como nas concessões de direito real de uso e nas licitações internacionais, admitindo-se neste último caso, observados os limites deste artigo, a tomada de preços, quando o órgão ou entidade dispuser de cadastro internacional de fornecedores ou o convite, quando não houver fornecedor do bem ou serviço no País. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) § 4o  Nos casos em que couber convite, a Administração poderá utilizar a tomada de preços e, em qualquer caso, a concorrência. § 5o  É vedada a utilização da modalidade "convite" ou "tomada de preços", conforme o caso, para parcelas de uma mesma obra ou serviço, ou ainda para obras e serviços da mesma natureza e no mesmo local que possam ser realizadas conjunta e concomitantemente, sempre que o somatório de seus valores caracterizar o caso de "tomada de preços" ou "concorrência", respectivamente, nos termos deste artigo, exceto para as parcelas de natureza específica que possam ser executadas por pessoas ou empresas de especialidade diversa daquela do executor da obra ou serviço.   (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) § 6o  As organizações industriais da Administração Federal direta, em face de suas peculiaridades, obedecerão aos limites estabelecidos no inciso I deste artigo também para suas compras e serviços em geral, desde que para a aquisição de materiais aplicados exclusivamente na manutenção, reparo ou fabricação de meios operacionais bélicos pertencentes à União.  (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994) § 7o Na compra de bens de natureza divisível e desde que não haja prejuízo para o conjunto ou complexo, é permitida a cotação de quantidade inferior à demandada na licitação, com vistas a ampliação da competitividade, podendo o edital fixar quantitativo mínimo para preservar a economia de escala.  (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998) § 8o No caso de consórcios públicos, aplicar-se-á o dobro dos valores mencionados no caput deste artigo quando formado por até 3 (três) entes da Federação, e o triplo, quando formado por maior número. (Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005)
NOME, 03/07/12,
Art. 21.  Os avisos contendo os resumos dos editais das concorrências, das tomadas de preços, dos concursos e dos leilões, embora realizados no local da repartição interessada, deverão ser publicados com antecedência, no mínimo, por uma vez: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) I - no Diário Oficial da União, quando se tratar de licitação feita por órgão ou entidade da Administração Pública Federal e, ainda, quando se tratar de obras financiadas parcial ou totalmente com recursos federais ou garantidas por instituições federais; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) II - no Diário Oficial do Estado, ou do Distrito Federal quando se tratar, respectivamente, de licitação feita por órgão ou entidade da Administração Pública Estadual ou Municipal, ou do Distrito Federal; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) III - em jornal diário de grande circulação no Estado e também, se houver, em jornal de circulação no Município ou na região onde será realizada a obra, prestado o serviço, fornecido, alienado ou alugado o bem, podendo ainda a Administração, conforme o vulto da licitação, utilizar-se de outros meios de divulgação para ampliar a área de competição. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) § 1o  O aviso publicado conterá a indicação do local em que os interessados poderão ler e obter o texto integral do edital e todas as informações sobre a licitação. § 2o  O prazo mínimo até o recebimento das propostas ou da realização do evento será: I - quarenta e cinco dias para: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) a) concurso; (Incluída pela Lei nº 8.883, de 1994) b) concorrência, quando o contrato a ser celebrado contemplar o regime de empreitada integral ou quando a licitação for do tipo "melhor técnica" ou "técnica e preço"; (Incluída pela Lei nº 8.883, de 1994) II - trinta dias para: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) a) concorrência, nos casos não especificados na alínea "b" do inciso anterior; (Incluída pela Lei nº 8.883, de 1994) b) tomada de preços, quando a licitação for do tipo "melhor técnica" ou "técnica e preço"; (Incluída pela Lei nº 8.883, de 1994) III - quinze dias para a tomada de preços, nos casos não especificados na alínea "b" do inciso anterior, ou leilão; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) IV - cinco dias úteis para convite. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) § 3o  Os prazos estabelecidos no parágrafo anterior serão contados a partir da última publicação do edital resumido ou da expedição do convite, ou ainda da efetiva disponibilidade do edital ou do convite e respectivos anexos, prevalecendo a data que ocorrer mais tarde. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) § 4o  Qualquer modificação no edital exige divulgação pela mesma forma que se deu o texto original, reabrindo-se o prazo inicialmente estabelecido, exceto quando, inqüestionavelmente, a alteração não afetar a formulação das propostas.
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Pergunta de Concurso: Contrato de engenharia no valor de 1.500.000, qual é a modalidade licitatória para o caso? Resp.: Até 1.500.00 é tomada de preço. Não pode ir além do limite da modalidade escolhida, em razão das modalidades contratuais, o TCU orienta que seja deixado uma folga, uma flexibilidade, se a modalidade está no topo, o ideal é que seja escolhida a modalidade mais rigorosa.

Pergunta de Concurso: A modalidade tomada fica no mínimo do convide e o máximo da concorrência é verdadeiro ou falsa? (F)

(c) Convite

Critério : valor (pequeno):

● Para obras e serviços de engenharia: de R$ 0,00 a R$ 150.000,00.● Demais obras e serviços: de R$ 0,00 a R$ 80.000,00.

Diz respeito ao valor e este valor é médio. É utilizada para obras e serviços de engenharia 0 até R$ 150.000,00. Para outros bens que não os de engenharia o valor é de 0 até R$ 80.000,00.

Obs.: quando o valor da licitação é pequeno, ela é dispensável. Mas se o administrador quiser licitar, vai ter que usar convite.

Quem pode participar: qualquer pessoa pode ser convidada. Pode ser o convidado cadastrado ou não. Tem que ser no mínimo em número de 03. Hoje mesmo tendo 02 convidados, apesar de 03 terem sido convidados, a Administração tem que justificar a ausência para prosseguir na licitação (ausência em razão da restrição de mercado). Os licitantes cadastrados que tiverem interesse em participar da modalidade convite tem que ir à Administração, com 24 horas de antecedência, manifestar seu interesse em participar. Esse prazo de 24 horas não é para se cadastrar, pois ele já está cadastrado, ele vai apenas manifestar o interesse de participação. Não cadastrado e não convidado pode participar desde que até o terceiro dia anterior da tomada ele pode participar, com o manifesto em 24 horas antes.

O prazo de intervalo mínimo para a modalidade convite: prazo previsto no art. 21, da Lei nº 8.666/93. O prazo é de 05 dias (úteis). Dia útil é o dia que a repartição está funcionando. Ponto facultativo se funcionar é dia útil.

O instrumento convocatório do convite é a carta convite. Esta será encaminhada aos convidados. A Administração tem que fixar no saguão (lugar principal, como um mural), a carta convite. Tem, então, uma publicidade diferente, uma vez que não é publicada no D.O.U. e nem em jornais de circulação.

Parênteses:

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- Regras importantes:

● Quando o valor é pequeno (pode ser dispensável), a licitação é dispensável, no limite de 10% do convite (ou seja: ▪ engenharia: dispensável até R$ 15.000,00; ▪ demais: dispensável até R$ 8.000,00) e aplicada a todos os entes da Administração (art. 24, I e II, Lei 8.666/93).

Exceção: o percentual é de 20% (ou seja: ▪ engenharia: dispensável até R$ 30.000,00; ▪ demais: dispensável até R$ 16.000,00). Esse limite dobrado é aplicável às agências executivas (autarquias e fundações qualificadas como agências executivas) (art. 24, parágrafo único, Lei 8.666/93), às empresas públicas, às sociedades de economia mista e aos consórcios públicos (da Lei 11.107/05).

● Se a lei determinar a modalidade + simples, nada impede que o administrador escolha a + rigorosa (FCC). Agora, não pode se a lei exigir procedimento + rigoroso, substituir por mais simples.

● Os limites de valores na concorrência, tomada de preços e convite serão, para os consórcios públicos (é a reunião dos entes políticos) (Lei 11.107/05):- com até 3 entes, dobrados; Os valores serão dobrados- com + de 3 entes, serão triplicados (art. 23, § 8º, Lei 8.666/93). Por exemplo, o limite da tomada fica em R$ 4.500.000,00.; Os valores serão triplicados. Participantes :

Licitantes convidados, cujo número mínimo deve ser 3, cadastrados ou não.

Obs.: é possível prosseguir com a licitação se comparecerem menos de 3 convidados? Para o TCU, é preciso 3 propostas válidas (não basta que se convide 3); mas para o concurso prevalece que é possível que a licitação prossiga com um número inferior, desde que devidamente justificado, comprovando-se que foram feitos 3 convites válidos.

Licitantes cadastrados quando forem convidados ou quando não convidados, desde que com 24h de antecedência manifestam o interesse de participar.

Obs.: o cadastrado também pode ser convidado; o não cadastrado só pode participar se for convidado.

Licitante não convidado e não cadastrado: a lei não diz, mas a doutrina majoritária entende que é igual ao da tomada de preços, ou seja, se cadastrado até 3 dias anterior a entrega dos envelopes (manifestando interesse em 24 horas).

Intervalo mínimo : 5 dias úteis. (Obs.: dia útil é quando a repartição está funcionando; se está fechada por luto, reforma, etc., não é dia útil. Nos dias facultativos (ex.: recessos), se a repartição funcionar, será dia útil; caso não funcione, não será dia útil).

Comissão da licitação: em regra, é composta por 3 servidores (art. 51, Lei 8.666/93). No convite, a comissão deve seguir a regra, mas, excepcionalmente, se tiver a repartição for pequena e a composição por 3 servidores for excessiva (vai prejudicar o serviço), é possível fazer o convite com 1 único servidor.

NOME, 03/07/12,
Art. 51. A habilitação preliminar, a inscrição em registro cadastral, a sua alteração ou cancelamento, e as propostas serão processadas e julgadas por comissão permanente ou especial de, no mínimo, 3 (três) membros, sendo pelo menos 2 (dois) deles servidores qualificados pertencentes aos quadros permanentes dos órgãos da Administração responsáveis pela licitação. §1º No caso de convite, a Comissão de licitação, excepcionalmente, nas pequenas unidades administrativas e em face da exigüidade de pessoal disponível, poderá ser substituída por servidor formalmente designado pela autoridade competente. §2º A Comissão para julgamento dos pedidos de inscrição em registro cadastral, sua alteração ou cancelamento, será integrada por profissionais legalmente habilitados no caso de obras, serviços ou aquisição de equipamentos. §3º Os membros das Comissões de licitação responderão solidariamente por todos os atos praticados pela Comissão, salvo se posição individual divergente estiver devidamente fundamentada e registrada em ata lavrada na reunião em que tiver sido tomada a decisão. §4º A investidura dos membros das Comissões permanentes não excederá a 1 (um) ano, vedada a recondução da totalidade de seus membros para a mesma comissão no período subseqüente. §5º No caso de concurso, o julgamento será feito por uma comissão especial integrada por pessoas de reputação ilibada e reconhecido conhecimento da matéria em exame, servidores públicos ou não.
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Instrumento convocatório : é a carta-convite (que não é publicada no Diário Oficial, mas é enviada p/ os convidados (a carta-convite também é afixada no mural – lugar central – da repartição).

(d) Leilão

Critério: objeto.

Hipóteses em que é utilizado:

Só é admitido p/ ALIENAR bens, que são os seguintes:

a) Bens imóveis: de forma excepcional (porque a regra é a concorrência) quando o bem advier de decisão judicial ou dação em pagamento (art. 19 da Lei 8.666/93).

b) Bens móveis:

Inservível (não é necessariamente sucata, mas apenas não serve +); Apreendido; ou Penhorado. (obs.: aqui, o legislador cometeu uma impropriedade; na verdade, é móvel EMPENHADO (ou seja, aquele bem que está fora do processo de execução). Ex.: leilão de joias da CEF. O leilão de bem penhorado é aquele que acontece lá no processo de execução, seguindo o CPC).

c) móvel até o limite de R$ 650.000,00 (art. 17, §6º, Lei 8.666/93).

Intervalo mínimo: 15 dias corridos.

O leilão é feito pelo leiloeiro (a Administração nomeia um servidor; mas nada impede que se crie um cargo concursado de leiloeiro – o que não acontece na prática) que, segue praxe administrativa, por não haver um procedimento formal p/ o leilão (ou seja, a Lei 8.666/93 não prevê um procedimento formal para o leilão).

(e) Concurso

Escolhe-se um trabalho técnico, artístico, científico e, em contrapartida, se dá um prêmio ou uma remuneração.

Comissão: aqui é especial, que não precisa ser preenchida necessariamente por servidores públicos (embora possa); pode ser por qualquer pessoa idônea com conhecimento na área. Art. 51 Lei 8.666/93

O seu procedimento do concurso não está previsto na Lei 8.666/93; cada concurso terá seu regulamento próprio (assim como acontece nos concursos privados.

NOME, 03/07/12,
Art. 51. A habilitação preliminar, a inscrição em registro cadastral, a sua alteração ou cancelamento, e as propostas serão processadas e julgadas por comissão permanente ou especial de, no mínimo, 3 (três) membros, sendo pelo menos 2 (dois) deles servidores qualificados pertencentes aos quadros permanentes dos órgãos da Administração responsáveis pela licitação.
NOME, 03/07/12,
Art. 17. A alienação de bens da Administração Pública, subordinada à existência de interesse público devidamente justificado, será precedida de avaliação e obedecerá às seguintes normas: (...) § 6º Para a venda de bens móveis avaliados, isolada ou globalmente, em quantia não superior ao limite previsto no art. 23, inciso II, alínea "b" desta Lei, a Administração poderá permitir o leilão.
NOME, 03/07/12,
Art. 19. Os bens imóveis da Administração Pública, cuja aquisição haja derivado de procedimentos judiciais ou de dação em pagamento, poderão ser alienados por ato da autoridade competente, observadas as seguintes regras: I - avaliação dos bens alienáveis; II - comprovação da necessidade ou utilidade da alienação; III - adoção do procedimento licitatório, sob a modalidade de concorrência ou leilão. (Redação dada ao inciso pela Lei nº 8.883, de 08.06.1994)
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Ex.: envie 3 embalagens do produto x e ganhe um carro).

Intervalo mínimo: 45 dias corridos.

(f) Pregão

Foi definido pela primeira vez para as agências reguladoras pela Lei 9.472/97 (ANATEL). Em 2000, através da MP 20,26/00, foi transformada em modalidade licitatória para a União.

Previsto na Lei 10.520/02 (só traz o que é ≠; o resto será regido pela Lei 8.666/93).

Só serve para AQUISIÇÃO de bens e serviços comuns (que são aqueles que podem ser conceituados no edital com expressão usual de mercado – qualquer pessoa que ler, saberá o que é).

Critério: é sempre o MENOR PREÇO (portanto, engenharia está fora do pregão).

É feito pelo pregoeiro, assistido por uma equipe de apoio (esta equipe de apoio não tem o mesmo poder decisório do pregoeiro; quem bate o martelo mesmo é o pregoeiro).

Intervalo mínimo: 8 dias úteis.

Formas: Pode ser eletrônico ou presencial. Em termos de sequência, o eletrônico segue as mesmas regras do presencial, mas como acontece no mundo virtual, tem algumas peculiaridades para a sua adequação; essas adaptações para o mundo virtual estão no Decreto 5.450/2005; em virtude de não estar regulado em lei, nunca cai em concurso.

Seu procedimento é invertido (não segue a regra geral).

Questões de concurso:

CESPE (PGE-PI/2008) Tomada de preços é a modalidade de licitação entre interessados do ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados, em número mínimo de três, pela unidade administrativa, a qual afixará, em local apropriado, cópia do instrumento convocatório e o estenderá aos demais cadastrados na correspondente especialidade que manifestarem seu interesse com antecedência de até 24 horas da apresentação das propostas (F). CESPE (PGE-PI/2008) Concurso é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores, conforme critérios constantes de edital publicado na imprensa oficial com antecedência mínima de 45 dias (V). CESPE (PGE-PI/2008) De acordo com a Lei n.º 8.666/1993 é lícita a criação de outras modalidades de licitação, bem como a combinação das modalidades já existentes (F).

DISPENSAS E INEXIGIBILIDADES NA LICITAÇÃO

Excepcionalmente, a Administração pode celebrar o contrato sem licitação (contratação direta): acontece em caráter excepcional, nas hipóteses de dispensa e inexigibilidade.

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Dispensa

O rol é taxativo, tem que estar previsto na lei.

a. Dispensada

A competição é possível, mas o legislador diz que não precisa.

Se o administrador quiser, ele pode licitar? Se a licitação já está dispensada, o administrador não pode licitar.

O art. 17 da Lei n. 8.666/93 traz hipóteses de dispensa:

b. Dispensável

Aqui a competição é possível, o administrador tem liberdade, licita se ele quiser.

Rol do art. 24 da lei 8.666/93:

Licitação deserta: não pareceu ninguém. A Administração só pode contratar diretamente se, repetindo a licitação, causar prejuízo; se não causar, tem que repetir. Só há dispensa quando se tratar de desclassificação, não em inabilitação (porque o rol é taxativo e não se fala nesta hipótese).

Questões de concurso:

CESPE (Juiz Federal TRF5/2007) A contratação de contador para prestar serviço à administração pública pode ser precedida de dispensa de licitação porque tal situação constitui caso de inviabilidade de competição, pela singularidade do serviço a ser prestado (F).

CESPE (AGU/2006) Para a caracterização da situação de emergência devem estar presentes simultaneamente a imprevisibilidade da situação, a inadiabilidade da operação a ser contratada, a iminência e gravidade do risco e a suficiência do objeto da contratação para afastar os riscos no prazo de até um ano a contar da ocorrência da emergência (F).

CESPE (AGU/2006) A situação adversa tida como emergencial, para caracterizar devidamente a hipótese de dispensa de licitação, não pode ser resultado da falta de planejamento ou desídia administrativa em dar cumprimento a ações que prevenissem a ocorrência do fato invocado como emergência (V).

CESPE (AGU/2004) É dispensável a licitação sempre que a União tiver de intervir no domínio econômico (F).

Inexigibilidade

Ocorre quanto a competição é inviável.

NOME, 03/07/12,
Art. 24.  É dispensável a licitação:  I - para obras e serviços de engenharia de valor até 10% (dez por cento) do limite previsto na alínea "a", do inciso I do artigo anterior, desde que não se refiram a parcelas de uma mesma obra ou serviço ou ainda para obras e serviços da mesma natureza e no mesmo local que possam ser realizadas conjunta e concomitantemente; (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998) II - para outros serviços e compras de valor até 10% (dez por cento) do limite previsto na alínea "a", do inciso II do artigo anterior e para alienações, nos casos previstos nesta Lei, desde que não se refiram a parcelas de um mesmo serviço, compra ou alienação de maior vulto que possa ser realizada de uma só vez;  (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998) III - nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem; IV - nos casos de emergência ou de calamidade pública, quando caracterizada urgência de atendimento de situação que possa ocasionar prejuízo ou comprometer a segurança de pessoas, obras, serviços, equipamentos e outros bens, públicos ou particulares, e somente para os bens necessários ao atendimento da situação emergencial ou calamitosa e para as parcelas de obras e serviços que possam ser concluídas no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias consecutivos e ininterruptos, contados da ocorrência da emergência ou calamidade, vedada a prorrogação dos respectivos contratos; V - quando não acudirem interessados à licitação anterior e esta, justificadamente, não puder ser repetida sem prejuízo para a Administração, mantidas, neste caso, todas as condições preestabelecidas; VI - quando a União tiver que intervir no domínio econômico para regular preços ou normalizar o abastecimento; VII - quando as propostas apresentadas consignarem preços manifestamente superiores aos praticados no mercado nacional, ou forem incompatíveis com os fixados pelos órgãos oficiais competentes, casos em que, observado o parágrafo único do art. 48 desta Lei e, persistindo a situação, será admitida a adjudicação direta dos bens ou serviços, por valor não superior ao constante do registro de preços, ou dos serviços;   (Vide § 3º do art. 48) VIII - para a aquisição, por pessoa jurídica de direito público interno, de bens produzidos ou serviços prestados por órgão ou entidade que integre a Administração Pública e que tenha sido criado para esse fim específico em data anterior à vigência desta Lei, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) IX - quando houver possibilidade de comprometimento da segurança nacional, nos casos estabelecidos em decreto do Presidente da República, ouvido o Conselho de Defesa Nacional; (Regulamento) X - para a compra ou locação de imóvel destinado ao atendimento das finalidades precípuas da administração, cujas necessidades de instalação e localização condicionem a sua escolha, desde que o preço seja compatível com o valor de mercado, segundo avaliação prévia;(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) XI - na contratação de remanescente de obra, serviço ou fornecimento, em conseqüência de rescisão contratual, desde que atendida a ordem de classificação da licitação anterior e aceitas as mesmas condições oferecidas pelo licitante vencedor, inclusive quanto ao preço, devidamente corrigido; XII - nas compras de hortifrutigranjeiros, pão e outros gêneros perecíveis, no tempo necessário para a realização dos processos licitatórios correspondentes, realizadas diretamente com base no preço do dia; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) XIII - na contratação de instituição brasileira incumbida regimental ou estatutariamente da pesquisa, do ensino ou do desenvolvimento institucional, ou de instituição dedicada à recuperação social do preso, desde que a contratada detenha inquestionável reputação ético-profissional e não tenha fins lucrativos;(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) XIV - para a aquisição de bens ou serviços nos termos de acordo internacional específico aprovado pelo Congresso Nacional, quando as condições ofertadas forem manifestamente vantajosas para o Poder Público;   (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) XV - para a aquisição ou restauração de obras de arte e objetos históricos, de autenticidade certificada, desde que compatíveis ou inerentes às finalidades do órgão ou entidade. XVI - para a impressão dos diários oficiais, de formulários padronizados de uso da administração, e de edições técnicas oficiais, bem como para prestação de serviços de informática a pessoa jurídica de direito público interno, por órgãos ou entidades que integrem a Administração Pública, criados para esse fim específico;(Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994) XVII - para a aquisição de componentes ou peças de origem nacional ou estrangeira, necessários à manutenção de equipamentos durante o período de garantia técnica, junto ao fornecedor original desses equipamentos, quando tal condição de exclusividade for indispensável para a vigência da garantia; (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994) XVIII - nas compras ou contratações de serviços para o abastecimento de navios, embarcações, unidades aéreas ou tropas e seus meios de deslocamento quando em estada eventual de curta duração em portos, aeroportos ou localidades diferentes de suas sedes, por motivo de movimentação operacional ou de adestramento, quando a exiguidade dos prazos legais puder comprometer a normalidade e os propósitos das operações e desde que seu valor não exceda ao limite previsto na alínea "a" do incico II do art. 23 desta Lei: (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994) XIX - para as compras de material de uso pelas Forças Armadas, com exceção de materiais de uso pessoal e administrativo, quando houver necessidade de manter a padronização requerida pela estrutura de apoio logístico dos meios navais, aéreos e terrestres, mediante parecer de comissão instituída por decreto; (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994) XX - na contratação de associação de portadores de deficiência física, sem fins lucrativos e de comprovada idoneidade, por órgãos ou entidades da Admininistração Pública, para a prestação de serviços ou fornecimento de mão-de-obra, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994) XXI - para a aquisição de bens e insumos destinados exclusivamente à pesquisa científica e tecnológica com recursos concedidos pela Capes, pela Finep, pelo CNPq ou por outras instituições de fomento a pesquisa credenciadas pelo CNPq para esse fim específico; (Redação dada pela Lei nº 12.349, de 2010) XXII - na contratação de fornecimento ou suprimento de energia elétrica e gás natural com concessionário, permissionário ou autorizado, segundo as normas da legislação específica; (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998) XXIII - na contratação realizada por empresa pública ou sociedade de economia mista com suas subsidiárias e controladas, para a aquisição ou alienação de bens, prestação ou obtenção de serviços, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998) XXIV - para a celebração de contratos de prestação de serviços com as organizações sociais, qualificadas no âmbito das respectivas esferas de governo, para atividades contempladas no contrato de gestão. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998) XXV - na contratação realizada por Instituição Científica e Tecnológica - ICT ou por agência de fomento para a transferência de tecnologia e para o licenciamento de direito de uso ou de exploração de criação protegida. (Incluído pela Lei nº 10.973, de 2004) XXVI – na celebração de contrato de programa com ente da Federação ou com entidade de sua administração indireta, para a prestação de serviços públicos de forma associada nos termos do autorizado em contrato de consórcio público ou em convênio de cooperação. (Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005) XXVII - na contratação da coleta, processamento e comercialização de resíduos sólidos urbanos recicláveis ou reutilizáveis, em áreas com sistema de coleta seletiva de lixo, efetuados por associações ou cooperativas formadas exclusivamente por pessoas físicas de baixa renda reconhecidas pelo poder público como catadores de materiais recicláveis, com o uso de equipamentos compatíveis com as normas técnicas, ambientais e de saúde pública. (Redação dada pela Lei nº 11.445, de 2007). XXVIII – para o fornecimento de bens e serviços, produzidos ou prestados no País, que envolvam, cumulativamente, alta complexidade tecnológica e defesa nacional, mediante parecer de comissão especialmente designada pela autoridade máxima do órgão. (Incluído pela Lei nº 11.484, de 2007). XXIX – na aquisição de bens e contratação de serviços para atender aos contingentes militares das Forças Singulares brasileiras empregadas em operações de paz no exterior, necessariamente justificadas quanto ao preço e à escolha do fornecedor ou executante e ratificadas pelo Comandante da Força. (Incluído pela Lei nº 11.783, de 2008). XXX - na contratação de instituição ou organização, pública ou privada, com ou sem fins lucrativos, para a prestação de serviços de assistência técnica e extensão rural no âmbito do Programa Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural na Agricultura Familiar e na Reforma Agrária, instituído por lei federal.   (Incluído pela Lei nº 12.188, de 2.010)  Vigência XXXI - nas contratações visando ao cumprimento do disposto nos arts. 3º, 4º, 5º e 20 da Lei no 10.973, de 2 de dezembro de 2004, observados os princípios gerais de contratação dela constantes. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010) Parágrafo único. Os percentuais referidos nos incisos I e II do caput deste artigo serão 20% (vinte por cento) para compras, obras e serviços contratados por consórcios públicos, sociedade de economia mista, empresa pública e por autarquia ou fundação qualificadas, na forma da lei, como Agências Executivas. (Redação dada pela Lei nº 11.107, de 2005)
NOME, 03/07/12,
Art. 17.  A alienação de bens da Administração Pública, subordinada à existência de interesse público devidamente justificado, será precedida de avaliação e obedecerá às seguintes normas: I - quando imóveis, dependerá de autorização legislativa para órgãos da administração direta e entidades autárquicas e fundacionais, e, para todos, inclusive as entidades paraestatais, dependerá de avaliação prévia e de licitação na modalidade de concorrência, dispensada esta nos seguintes casos: a) dação em pagamento; b) doação, permitida exclusivamente para outro órgão ou entidade da administração pública, de qualquer esfera de governo, ressalvado o disposto nas alíneas f, h e i; (Redação dada pela Lei nº 11.952, de 2009) c) permuta, por outro imóvel que atenda aos requisitos constantes do inciso X do art. 24 desta Lei; d) investidura; e) venda a outro órgão ou entidade da administração pública, de qualquer esfera de governo; (Incluída pela Lei nº 8.883, de 1994) f) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de direito real de uso, locação ou permissão de uso de bens imóveis residenciais construídos, destinados ou efetivamente utilizados no âmbito de programas habitacionais ou de regularização fundiária de interesse social desenvolvidos por órgãos ou entidades da administração pública; (Redação dada pela Lei nº 11.481, de 2007) g) procedimentos de legitimação de posse de que trata o art. 29 da Lei no 6.383, de 7 de dezembro de 1976, mediante iniciativa e deliberação dos órgãos da Administração Pública em cuja competência legal inclua-se tal atribuição; (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005) h) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de direito real de uso, locação ou permissão de uso de bens imóveis de uso comercial de âmbito local com área de até 250 m² (duzentos e cinqüenta metros quadrados) e inseridos no âmbito de programas de regularização fundiária de interesse social desenvolvidos por órgãos ou entidades da administração pública; (Incluído pela Lei nº 11.481, de 2007) i) alienação e concessão de direito real de uso, gratuita ou onerosa, de terras públicas rurais da União na Amazônia Legal onde incidam ocupações até o limite de 15 (quinze) módulos fiscais ou 1.500ha (mil e quinhentos hectares), para fins de regularização fundiária, atendidos os requisitos legais; (Incluído pela Lei nº 11.952, de 2009) II - quando móveis, dependerá de avaliação prévia e de licitação, dispensada esta nos seguintes casos: a) doação, permitida exclusivamente para fins e uso de interesse social, após avaliação de sua oportunidade e conveniência sócio-econômica, relativamente à escolha de outra forma de alienação; b) permuta, permitida exclusivamente entre órgãos ou entidades da Administração Pública; c) venda de ações, que poderão ser negociadas em bolsa, observada a legislação específica; d) venda de títulos, na forma da legislação pertinente; e) venda de bens produzidos ou comercializados por órgãos ou entidades da Administração Pública, em virtude de suas finalidades; f) venda de materiais e equipamentos para outros órgãos ou entidades da Administração Pública, sem utilização previsível por quem deles dispõe. § 1o  Os imóveis doados com base na alínea "b" do inciso I deste artigo, cessadas as razões que justificaram a sua doação, reverterão ao patrimônio da pessoa jurídica doadora, vedada a sua alienação pelo beneficiário. § 2o A Administração também poderá conceder título de propriedade ou de direito real de uso de imóveis, dispensada licitação, quando o uso destinar-se:  (Redação dada pela Lei nº 11.196, de 2005) I - a outro órgão ou entidade da Administração Pública, qualquer que seja a localização do imóvel; (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005) II - a pessoa natural que, nos termos da lei, regulamento ou ato normativo do órgão competente, haja implementado os requisitos mínimos de cultura, ocupação mansa e pacífica e exploração direta sobre área rural situada na Amazônia Legal, superior a 1 (um) módulo fiscal e limitada a 15 (quinze) módulos fiscais, desde que não exceda 1.500ha (mil e quinhentos hectares); (Redação dada pela Lei nº 11.952, de 2009) § 2º-A. As hipóteses do inciso II do § 2o ficam dispensadas de autorização legislativa, porém submetem-se aos seguintes condicionamentos: (Redação dada pela Lei nº 11.952, de 2009) I - aplicação exclusivamente às áreas em que a detenção por particular seja comprovadamente anterior a 1o de dezembro de 2004; (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005) II - submissão aos demais requisitos e impedimentos do regime legal e administrativo da destinação e da regularização fundiária de terras públicas; (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005) III - vedação de concessões para hipóteses de exploração não-contempladas na lei agrária, nas leis de destinação de terras públicas, ou nas normas legais ou administrativas de zoneamento ecológico-econômico; e (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005) IV - previsão de rescisão automática da concessão, dispensada notificação, em caso de declaração de utilidade, ou necessidade pública ou interesse social. (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005) § 2o-B. A hipótese do inciso II do § 2o deste artigo: (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005) I - só se aplica a imóvel situado em zona rural, não sujeito a vedação, impedimento ou inconveniente a sua exploração mediante atividades agropecuárias; (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005) II – fica limitada a áreas de até quinze módulos fiscais, desde que não exceda mil e quinhentos hectares, vedada a dispensa de licitação para áreas superiores a esse limite; (Redação dada pela Lei nº 11.763, de 2008) III - pode ser cumulada com o quantitativo de área decorrente da figura prevista na alínea g do inciso I do caput deste artigo, até o limite previsto no inciso II deste parágrafo. (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005) IV – (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.763, de 2008) § 3o  Entende-se por investidura, para os fins desta lei: (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998) I - a alienação aos proprietários de imóveis lindeiros de área remanescente ou resultante de obra pública, área esta que se tornar inaproveitável isoladamente, por preço nunca inferior ao da avaliação e desde que esse não ultrapasse a 50% (cinqüenta por cento) do valor constante da alínea "a" do inciso II do art. 23 desta lei; (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998) II - a alienação, aos legítimos possuidores diretos ou, na falta destes, ao Poder Público, de imóveis para fins residenciais construídos em núcleos urbanos anexos a usinas hidrelétricas, desde que considerados dispensáveis na fase de operação dessas unidades e não integrem a categoria de bens reversíveis ao final da concessão. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998) § 4o  A doação com encargo será licitada e de seu instrumento constarão, obrigatoriamente os encargos, o prazo de seu cumprimento e cláusula de reversão, sob pena de nulidade do ato, sendo dispensada a licitação no caso de interesse público devidamente justificado; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) § 5o  Na hipótese do parágrafo anterior, caso o donatário necessite oferecer o imóvel em garantia de financiamento, a cláusula de reversão e demais obrigações serão garantidas por hipoteca em segundo grau em favor do doador. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994) § 6o  Para a venda de bens móveis avaliados, isolada ou globalmente, em quantia não superior ao limite previsto no art. 23, inciso II, alínea "b" desta Lei, a Administração poderá permitir o leilão. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994) § 7o  (VETADO). (Incluído pela Lei nº 11.481, de 2007)
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Está no rol do art. 25 da lei:

O rol é exemplificativo, então, a licitação é inexigível quando a competição for inviável.

Para que a competição ser viável, tem que preencher 3 requisitos (faltando qualquer um, a competição será viável):

1) Pressuposto lógico: pluralidade;2) Pressuposto fático: o objeto da licitação tem que ter objeto de mercado;3) Pressuposto jurídico: a licitação tem que proteger interesse público. Se

prejudicar interesse público, a competição é inviável, logo, a licitação é inexigível.

Esses pressupostos são condições cumulativas.

a. Pressuposto lógico: só pode existir competição se houver pluralidade de concorrentes. Com relação à pluralidade, vale destacar duas questões importantes:

1. Se o objeto é singular, a licitação será inexigível. O objeto singular pode ser:

1.1. Singular em caráter absoluto: quando só existe um no mercado. Ex.: uma marca de carros só produz uma unidade de um modelo de carro.

1.2. Singular em razão de um evento externo: quando o objeto, por eventos externos, se torna singular. Por exemplo, uma chuteira usada pelo Ronaldinho no final da Copa do Mundo. Aqui, existem várias chuteiras iguais àquela, mas só uma dessas chuteiras foi usada pelo Ronaldinho, de forma que o objeto se torna singular. 1.3. Singular em razão do caráter pessoal: é o caso de uma obra de um artista, por exemplo. A singularidade do objeto se dá em razão do caráter pessoal, da qualidade do artista.

2. Para que o serviço gere inexigibilidade de licitação, o serviço tem que ser singular. Para ser singular, o serviço tem que estar na lista do art. 13 da Lei 8.666/93:

Além disso, o serviço, para ser singular, tem que ter notória especialização e a Administração tem que precisar do melhor, ou seja, essa notória especialização tem que ser relevante e necessária para a Administração.

Ex.: a Administração está com um problema na exportação da carne brasileira e precisará contratar um advogado para negociar o boicote da carne – é claro que nesse caso, a Administração precisará do melhor, não é qualquer advogado que poderá resolver essa situação.

b. Pressuposto fático: significa interesse de mercado. O objeto da licitação tem que ter interesse de mercado. Ex.: contratação de médico cirurgião cardíaco altamente especializado e a Administração quer pagar a ele R$ 600,00 por mês, e a Administração quer licitar e contratar. Isso não terá interesse de mercado.

Quando se faz um estudo de viabilidade de licitação, faz um estudo de interesse de mercado. Outro momento é com o edital publicado, nenhum licitante aparece (licitação deserta), logo,

NOME, 03/07/12,
Art. 13. Para os fins desta Lei, consideram-se serviços técnicos profissionais especializados os trabalhos relativos a: I - estudos técnicos, planejamentos e projetos básicos ou executivos; II - pareceres, perícias e avaliações em geral; III - assessorias ou consultorias técnicas e auditorias financeiras ou tributárias; IV - fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras ou serviços; V - patrocínio ou defesa de causas judiciais ou administrativas; VI - treinamento e aperfeiçoamento de pessoal; VII - restauração de obras de arte e bens de valor histórico. VIII - (Vetado). § 1º Ressalvados os casos de inexigibilidade de licitação, os contratos para a prestação de serviços técnicos profissionais especializados deverão, preferencialmente, ser celebrados mediante a realização de concurso, com estipulação prévia de prêmio ou remuneração. § 2º Aos serviços técnicos previstos neste artigo aplica-se, no que couber, o disposto no art. 111 desta Lei. § 3º A empresa de prestação de serviços técnicos especializados que apresente relação de integrantes de seu corpo técnico em procedimento licitatório ou como elemento de justificação de dispensa ou inexigibilidade de licitação, ficará obrigada a garantir que os referidos integrantes realizem pessoal e diretamente os serviços objeto do contrato.
NOME, 03/07/12,
Art. 25. É inexigível a licitação quando houver inviabilidade de competição, em especial: I - para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que só possam ser fornecidos por produtor, empresa ou representante comercial exclusivo, vedada a preferência de marca, devendo a comprovação de exclusividade ser feita através de atestado fornecido pelo órgão de registro do comércio do local em que se realizaria a licitação ou a obra ou o serviço, pelo Sindicato, Federação ou Confederação Patronal, ou, ainda, pelas entidades equivalentes; II - para a contratação de serviços técnicos enumerados no art. 13 desta Lei, de natureza singular, com profissionais ou empresas de notória especialização, vedada a inexigibilidade para serviços de publicidade e divulgação; III - para contratação de profissional de qualquer setor artístico, diretamente ou através de empresário exclusivo, desde que consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública. §1º Considera-se de notória especialização o profissional ou empresa cujo conceito no campo de sua especialidade, decorrente de desempenho anterior, estudos, experiências, publicações, organização, aparelhamento, equipe técnica, ou de outros requisitos relacionados com suas atividades, permita inferir que o seu trabalho é essencial e indiscutivelmente o mais adequado à plena satisfação do objeto do contrato. §2º Na hipótese deste artigo e em qualquer dos casos de dispensa, se comprovado superfaturamento, respondem solidariamente pelo dano causado à Fazenda Pública o fornecedor ou o prestador de serviços e o agente público responsável, sem prejuízo de outras sanções legais cabíveis.
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uma licitação deserta não significa falta de interesse. A falta de interesse é um estudo prévio; já a licitação deserta aparece depois do edital publicado. Licitação deserta é hipótese de dispensa.

c. Pressuposto jurídico: interesse público + segurança nacional + relevante interesse coletivo.

Ex.: as empresas públicas e as sociedades de economia mista não precisam licitar quando a licitação prejudicar sua atividade-fim (discursiva AGU).

Se a empresa presta serviço público está exercendo finalidade de interesse público; e se explora atividade econômica, pode atuar em duas situações: segurança nacional e relevante interesse coletivo. Segurança nacional e interesse coletivo representam razões de interesse público. Nos dois casos, persegue-se uma finalidade pública. Assim, nas duas circunstancias a Lei 8.666 e, por consequência, às regras do art. 25 (regras de inexigibilidade).

Então, se a licitação prejudica a atividade/serviço fim dessa empresa, estará prejudicando diretamente o interesse público. Se a licitação prejudica a atividade-fim serviço ou a atividade-fim exploração econômica, ela fere o interesse público, que é justamente o que ela precisa proteger; neste contexto, lhe faltará pressuposto jurídico, razão pela qual, será inexigível.

A licitação não representa um fim em si mesmo; ela visa proteger o interesse público; é um meio para buscar o interesse público. Neste sentido, se ela fere o interesse público, não deve ocorrer.

Exemplo: a gráfica oficial, além de rodar o Diário Oficial, ela também roda livros, jornais, etc. Digamos que uma pessoa leve um material com as últimas notícias do dia, para que a gráfica publique um jornal no dia seguinte. Se ela tiver que licitar para comprar papel, tinta, ela não conseguirá fazer as publicações a tempo, ou seja, não conseguirá competir com outras gráficas da iniciativa privada. Nesse caso, por prejudicar sua atividade-fim (lhe falta o pressuposto jurídico) a licitação é inexigível. Mas claro que, se ela precisar sede nova, ela precisará licitar para realizar a obra, já que construção não é sua atividade-fim.

Só é inexigível quando prejudicar a atividade-fim, na atividade econômica isso está mais presente.

Já vimos na aula de atos administrativos, que é condição prévia para a celebração e prática de ato administrativo o procedimento prévio e, a licitação é justamente um procedimento prévio. (prepara a realização do contrato/ do ato administrativo) Pergunta-se: quando a licitação é inexigível, dispensável ou dispensada, como fica a situação do procedimento prévio? Ele será cumprido da mesma forma, pois, substituindo a licitação, deveremos ter, necessariamente, um procedimento de justificação, que encontra respaldo no art. 26 da Lei 8.666/93:

Esse procedimento de justificação é exatamente o meio pelo qual se demonstrará que a licitação é inexigível, dispensável ou dispensada. Aqui será legitimada a conduta do administrador.

Questões de concurso:

NOME, 03/07/12,
Art. 26. As dispensas previstas nos §§ 2º e 4º do art. 17 e no inciso III e seguintes do art. 24, as situações de inexigibilidade referidas no art. 25, necessariamente justificadas, e o retardamento previsto no final do parágrafo único do art. 8º desta Lei deverão ser comunicados, dentro de 3 (três) dias, à autoridade superior, para ratificação e publicação na imprensa oficial, no prazo de 5 (cinco) dias, como condição para a eficácia dos atos. Parágrafo único. O processo de dispensa, de inexigibilidade ou de retardamento, previsto neste artigo, será instruído, no que couber, com os seguintes elementos: I - caracterização da situação emergencial ou calamitosa que justifique a dispensa, quando for o caso; II - razão da escolha do fornecedor ou executante; III - justificativa do preço. IV - documento de aprovação dos projetos de pesquisa aos quais os bens serão alocados.
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CESPE (PGE-PI/2008) É inexigível a licitação referente a compras ou contratações de serviços para o abastecimento de navios, embarcações, unidades aéreas ou tropas e seus meios de deslocamento quando em estada eventual de curta duração em portos, aeroportos ou localidades diferentes de suas sedes, por motivo de movimentação operacional ou de adestramento (F).

CESPE (PGE-PI/2008) É inexigível a licitação na contratação de fornecimento ou suprimento de energia elétrica e gás natural com concessionário, permissionário ou autorizado, segundo as normas da legislação específica (F).

PROCEDIMENTO NA LICITAÇÃO

Regra geral (concorrência, tomada de preços e convite)

REGRA GERAL DO PROCEDIMENTO DE LICITAÇÃO:

Usada para concorrência, tomada de preços e convite. (leilão e concurso têm regras à parte)

a. Fase interna (preparatória da licitação)

Formalização do processo: autuação (capa, nº, etc.) a qual, define/identifica a necessidade e o recurso orçamentário (que arcará com a despesa) nomeação da comissão (art. 51, Lei 8.666) elaboração do edital de licitação (art. 40, Lei 8.666) edital é submetido a 1 parecer jurídico volta p/ a autoridade que nomeia a comissão p/ que ela autorize a deflagração do certame (autorização formal p/ que o edital seja publicado).

Obs.: em anexo ao edital, já vem a minuta do contrato; e, obviamente, em anexo ao contrato vem o edital.

Parou aqui em 31 de maio de 2012

FIM!!

Aula XIII - INTENSIVO I – Direito Administrativo – LFG – 11 de junho de 2012 – Profª. Fernanda Marinela

AULA 13

ASSUNTO – LICITAÇÃO

b. Fase externa da licitação

1º) Publicação do edital

Requisitos: Art. 21 da Lei 8666/93:

NOME, 03/07/12,
Art. 21. Os avisos contendo os resumos dos editais das concorrências, das tomadas de preços, dos concursos e dos leilões, embora realizados no local da repartição interessada, deverão ser publicados com antecedência, no mínimo, por uma vez: I - no Diário Oficial da União, quando se tratar de licitação feita por órgão ou entidade da Administração Pública Federal e, ainda, quando se tratar de obras financiadas parcial ou totalmente com recursos federais ou garantidas por instituições federais; II - no Diário Oficial do Estado, ou do Distrito Federal quando se tratar, respectivamente, de licitação feita por órgão ou entidade da Administração Pública Estadual ou Municipal, ou do Distrito Federal; III - em jornal diário de grande circulação no Estado e também, se houver, em jornal de circulação no Município ou na região onde será realizada a obra, prestado o serviço, fornecido, alienado ou alugado o bem, podendo ainda a Administração, conforme o vulto da licitação, utilizar-se de outros meios de divulgação para ampliar a área de competição. §1º O aviso publicado conterá a indicação do local em que os interessados poderão ler e obter o texto integral do edital e todas as informações sobre a licitação. §2º O prazo mínimo até o recebimento das propostas ou da realização do evento será: I - quarenta e cinco dias para: a) concurso; b) concorrência, quando o contrato a ser celebrado contemplar o regime de empreitada integral ou quando a licitação for do tipo "melhor técnica" ou "técnica e preço"; II - trinta dias para: a) concorrência, nos casos não especificados na alínea "b" do inciso anterior; b) tomada de preços, quando a licitação for do tipo "melhor técnica" ou "técnica e preço"; III - quinze dias para a tomada de preços, nos casos não especificados na alínea "b" do inciso anterior, ou leilão; IV - cinco dias úteis para convite. §3º Os prazos estabelecidos no parágrafo anterior serão contados a partir da última publicação do edital resumido ou da expedição do convite, ou ainda da efetiva disponibilidade do edital ou do convite e respectivos anexos, prevalecendo a data que ocorrer mais tarde. §4º Qualquer modificação no edital exige divulgação pela mesma forma que se deu o texto original, reabrindo-se o prazo inicialmente estabelecido, exceto quando, inqüestionavelmente, a alteração não afetar a formulação das propostas.
NOME, 03/07/12,
Art. 40. O edital conterá no preâmbulo o número de ordem em série anual, o nome da repartição interessada e de seu setor, a modalidade, o regime de execução e o tipo da licitação, a menção de que será regida por esta Lei, o local, dia e hora para recebimento da documentação e proposta, bem como para início da abertura dos envelopes, e indicará, obrigatoriamente, o seguinte: I - objeto da licitação, em descrição sucinta e clara; II - prazo e condições para assinatura do contrato ou retirada dos instrumentos, como previsto no art. 64 desta Lei, para execução do contrato e para entrega do objeto da licitação; III - sanções para o caso de inadimplemento; IV - local onde poderá ser examinado e adquirido o projeto básico; V - se há projeto executivo disponível na data da publicação do edital de licitação e o local onde possa ser examinado e adquirido; VI - condições para participação na licitação, em conformidade com os arts. 27 a 31 desta Lei, e forma de apresentação das propostas; VII - critério para julgamento, com disposições claras e parâmetros objetivos; VIII - locais, horários e códigos de acesso dos meios de comunicação à distância em que serão fornecidos elementos, informações e esclarecimentos relativos à licitação e às condições para atendimento das obrigações necessárias ao cumprimento de seu objeto; IX - condições equivalentes de pagamento entre empresas brasileiras e estrangeiras, no caso de licitações internacionais; X - o critério de aceitabilidade dos preços unitário e global, conforme o caso, permitida a fixação de preços máximos e vedados a fixação de preços mínimos, critérios estatísticos ou faixas de variação em relação a preços de referência, ressalvado o disposto nos parágrafos 1º e 2º do art. 48; XI - critério de reajuste, que deverá retratar a variação efetiva do custo de produção, admitida a adoção de índices específicos ou setoriais, desde a data prevista para apresentação da proposta, ou do orçamento a que essa proposta se referir, até a data do adimplemento de cada parcela; XII - (Vetado) XIII - limites para pagamento de instalação e mobilização para execução de obras ou serviços que serão obrigatoriamente previstos em separado das demais parcelas, etapas ou tarefas; XIV - condições de pagamento, prevendo: a) prazo de pagamento não superior a trinta dias, contado a partir da data final do período de adimplemento de cada parcela; b) cronograma de desembolso máximo por período, em conformidade com a disponibilidade de recursos financeiros; c) critério de atualização financeira dos valores a serem pagos, desde a data final do período de adimplemento de cada parcela até a data do efetivo pagamento; d) compensações financeiras e penalizações, por eventuais atrasos, e descontos, por eventuais antecipações de pagamentos; e) exigência de seguros, quando for o caso; XV - instruções e normas para os recursos previstos nesta Lei; XVI - condições de recebimento do objeto da licitação; XVII - outras indicações específicas ou peculiares da licitação. §1º O original do edital deverá ser datado, rubricado em todas as folhas e assinado pela autoridade que o expedir, permanecendo no processo de licitação, e dele extraindo-se cópias integrais ou resumidas, para sua divulgação e fornecimento aos interessados. § 2º Constituem anexos do edital, dele fazendo parte integrante: I - o projeto básico e/ou executivo, com todas as suas partes, desenhos, especificações e outros complementos; II - orçamento estimado em planilhas de quantitativos e preços unitários; III - a minuta do contrato a ser firmado entre a Administração e o licitante vencedor; IV - as especificações complementares e as normas de execução pertinentes à licitação. §3º Para efeito do disposto nesta Lei, considera-se como adimplemento da obrigação contratual a prestação do serviço, a realização da obra, a entrega do bem ou de parcela destes, bem como qualquer outro evento contratual a cuja ocorrência esteja vinculada a emissão de documento de cobrança. §4º Nas compras para entrega imediata, assim entendidas aquelas com prazo de entrega até trinta dias da data prevista para apresentação da proposta, poderão ser dispensadas: I - o disposto no inciso XI deste artigo; II - a atualização financeira a que se refere a alínea "c" do inciso XIV deste artigo, correspondente ao período compreendido entre as datas do adimplemento e a prevista para o pagamento, desde que não superior a quinze dias.
NOME, 03/07/12,
Art. 51. A habilitação preliminar, a inscrição em registro cadastral, a sua alteração ou cancelamento, e as propostas serão processadas e julgadas por comissão permanente ou especial de, no mínimo, 3 (três) membros, sendo pelo menos 2 (dois) deles servidores qualificados pertencentes aos quadros permanentes dos órgãos da Administração responsáveis pela licitação. §1º No caso de convite, a Comissão de licitação, excepcionalmente, nas pequenas unidades administrativas e em face da exigüidade de pessoal disponível, poderá ser substituída por servidor formalmente designado pela autoridade competente. §2º A Comissão para julgamento dos pedidos de inscrição em registro cadastral, sua alteração ou cancelamento, será integrada por profissionais legalmente habilitados no caso de obras, serviços ou aquisição de equipamentos. §3º Os membros das Comissões de licitação responderão solidariamente por todos os atos praticados pela Comissão, salvo se posição individual divergente estiver devidamente fundamentada e registrada em ata lavrada na reunião em que tiver sido tomada a decisão. §4º A investidura dos membros das Comissões permanentes não excederá a 1 (um) ano, vedada a recondução da totalidade de seus membros para a mesma comissão no período subseqüente. §5º No caso de concurso, o julgamento será feito por uma comissão especial integrada por pessoas de reputação ilibada e reconhecido conhecimento da matéria em exame, servidores públicos ou não.
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Publicação é feita por meio de aviso que estará disponível na Administração.

Faz em jornal de grande circulação e no diário oficial.

O edital não pode ser uma forma de arrecadação, mas pode cobrar o custo de reprodução dele.

Obrigação de ter o edital para participar: muitos exigem isso, mas é proibido condicionar a compra do edital. Não pode colocar essa regra expressamente, é ilegal, pois o que se deve é conhecer o edital, não importa se emprestou e leu.

Questões de concurso: CESPE (Juiz Federal TRF5/2007) O edital, que é a lei interna da concorrência e da tomada de preços, traduz-se em uma verdadeira norma porque subordina administradores e administrados às regras que estabelece. Para a administração, desse modo, o edital é ato vinculado e não pode ser desrespeitado por seus agentes (V).

Impugnação do edital:

Art. 41 da Lei 8.666/93:

Há duas formas de impugnar:

Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar edital, desde que esteja no gozo dos direitos políticos.

Prazo para contestar: até 5º dia útil anterior à entrega dos envelopes. Comissão tem 3 dias úteis para decidir a impugnação.

O potencial licitante (empresa, etc.) também pode impugnar o edital.

Até 2º dia útil anterior à entrega dos envelopes, depois decai o direito na via administrativa.

Para esse caso a comissão não tem prazo, a ideia é que ela corrija logo.

Impugnação não tem natureza de recurso, não suspende a licitação, pode continuar independente do julgamento.

Alteração do edital:

Art. 21, §4º da Lei 8.666/93:

Até aqui pode alterar o edital.

Toda alteração deve ser feito por aditamento, e depois faz a publicação da mesma forma como foi publicado o edital.

NOME, 03/07/12,
§4º Qualquer modificação no edital exige divulgação pela mesma forma que se deu o texto original, reabrindo-se o prazo inicialmente estabelecido, exceto quando, inqüestionavelmente, a alteração não afetar a formulação das propostas.
NOME, 03/07/12,
Art. 41. A Administração não pode descumprir as normas e condições do edital, ao qual se acha estritamente vinculada. §1 º Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar edital de licitação por irregularidade na aplicação desta Lei, devendo protocolar o pedido até 5 (cinco) dias úteis antes da data fixada para a abertura dos envelopes de habilitação, devendo a Administração julgar e responder à impugnação em até 3 (três) dias úteis, sem prejuízo da faculdade prevista no §1º do art. 113. §2º Decairá do direito de impugnar os termos do edital de licitação perante a administração o licitante que não o fizer até o segundo dia útil que anteceder a abertura dos envelopes de habilitação em concorrência, a abertura dos envelopes com as propostas em convite, tomada de preços ou concurso, ou a realização de leilão, as falhas ou irregularidades que viciariam esse edital, hipótese em que tal comunicação não terá efeito de recurso. §3º A impugnação feita tempestivamente pelo licitante não o impedirá de participar do processo licitatório até o trânsito em julgado da decisão a ela pertinente. §4º A inabilitação do licitante importa preclusão do seu direito de participar das fases subsequentes.
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Quando há inclusão de obrigação, ou retirada, deve haver abertura de prazo de intervalo mínimo.

Procedimento de recebimento dos envelopes:

2 envelopes: 1. documentos e 2. proposta (melhor preço ou melhor técnica)

3 envelopes: 1. documentos, 2. proposta técnica, 3. proposta preço (melhor preço e(+) melhor técnica).

O licitante não precisa comparecer, basta que os envelopes sejam entregues no lugar e hora designados.

Não importa a hora, se a comissão está presente, a licitação já começou, o que importa é a fase, se ainda está recebendo envelopes, mesmo chegando atrasado.

2º) Habilitação/ Qualificação

Nesse momento é feito uma análise de todos os documentos;Rubrica tudo: Art. 43, §2º para não ter dúvidas;

Requisitos: Art. 27 (rol taxativo, deve decorar), e Seguintes da Lei 8.666/93:

Art. 28. A documentação relativa à habilitação jurídica, conforme o caso, consistirá em:I - cédula de identidade;II - registro comercial, no caso de empresa individual;III - ato constitutivo, estatuto ou contrato social em vigor, devidamente registrado, em se tratando de sociedades comerciais, e, no caso de sociedades por ações, acompanhado de documentos de eleição de seus administradores;IV - inscrição do ato constitutivo, no caso de sociedades civis, acompanhada de prova de diretoria em exercício;V - decreto de autorização, em se tratando de empresa ou sociedade estrangeira em funcionamento no País, e ato de registro ou autorização para funcionamento expedido pelo órgão competente, quando a atividade assim o exigir.

Art. 29. A documentação relativa à regularidade fiscal, conforme o caso, consistirá em:I - prova de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) ou no Cadastro Geral de Contribuintes (CGC);II - prova de inscrição no cadastro de contribuintes estadual ou municipal, se houver, relativo ao domicílio ou sede do licitante, pertinente ao seu ramo de atividade e compatível com o objeto contratual;III - prova de regularidade para com a Fazenda Federal, Estadual e Municipal do domicílio ou sede do licitante, ou outra equivalente, na forma da lei;IV - prova de regularidade relativa à Seguridade Social, demonstrando situação regular no cumprimento dos encargos sociais instituídos por lei.IV - prova de regularidade relativa à Seguridade Social e ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), demonstrando situação regular no cumprimento dos encargos sociais instituídos por lei.

NOME, 03/07/12,
Art. 27. Para a habilitação nas licitações exigir-se-á dos interessados, exclusivamente, documentação relativa a: I - habilitação jurídica; II - qualificação técnica; III - qualificação econômico-financeira; IV - regularidade fiscal. V – cumprimento do disposto no inciso XXXIII do art. 7º da Constituição Federal.
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Art. 30. A documentação relativa à qualificação técnica limitar-se-á a:I - registro ou inscrição na entidade profissional competente;II - comprovação de aptidão para desempenho de atividade pertinente e compatível em características, quantidades e prazos com o objeto da licitação, e indicação das instalações e do aparelhamento e do pessoal técnico adequados e disponíveis para a realização do objeto da licitação, bem como da qualificação de cada um dos membros da equipe técnica que se responsabilizará pelos trabalhos;III - comprovação, fornecida pelo órgão licitante, de que recebeu os documentos, e, quando exigido, de que tomou conhecimento de todas as informações e das condições locais para o cumprimento das obrigações objeto da licitação;IV - prova de atendimento de requisitos previstos em lei especial, quando for o caso.§1º A comprovação de aptidão referida no inciso II do "caput" deste artigo, no caso das licitações pertinentes a obras e serviços, será feita por atestados fornecidos por pessoas jurídicas de direito público ou privado, devidamente registrados nas entidades profissionais competentes, limitadas as exigências a: I - capacitação técnico-profissional: comprovação do licitante de possuir em seu quadro permanente, na data prevista para entrega da proposta, profissional de nível superior ou outro devidamente reconhecido pela entidade competente, detentor de atestado de responsabilidade técnica por execução de obra ou serviço de características semelhantes, limitadas estas exclusivamente às parcelas de maior relevância e valor significativo do objeto da licitação, vedadas as exigências de quantidades mínimas ou prazos máximos; II - (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)a) (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)b) (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)§2º As parcelas de maior relevância técnica e de valor significativo, mencionadas no parágrafo anterior, serão definidas no instrumento convocatório. §3º Será sempre admitida a comprovação de aptidão através de certidões ou atestados de obras ou serviços similares de complexidade tecnológica e operacional equivalente ou superior.§4º Nas licitações para fornecimento de bens, a comprovação de aptidão, quando for o caso, será feita através de atestados fornecidos por pessoa jurídica de direito público ou privado.§5º É vedada a exigência de comprovação de atividade ou de aptidão com limitações de tempo ou de época ou ainda em locais específicos, ou quaisquer outras não previstas nesta Lei, que inibam a participação na licitação.§6º As exigências mínimas relativas a instalações de canteiros, máquinas, equipamentos e pessoal técnico especializado, considerados essenciais para o cumprimento do objeto da licitação, serão atendidas mediante a apresentação de relação explícita e da declaração formal da sua disponibilidade, sob as penas cabíveis, vedada as exigências de propriedade e de localização prévia.§7º (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)I - (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)II - (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)§8º No caso de obras, serviços e compras de grande vulto, de alta complexidade técnica, poderá a Administração exigir dos licitantes a metodologia de execução, cuja avaliação, para efeito de sua aceitação ou não, antecederá sempre à análise dos preços e será efetuada exclusivamente por critérios objetivos.

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§9º Entende-se por licitação de alta complexidade técnica aquela que envolva alta especialização, como fator de extrema relevância para garantir a execução do objeto a ser contratado, ou que possa comprometer a continuidade da prestação de serviços públicos essenciais.§ 10. Os profissionais indicados pelo licitante para fins de comprovação da capacitação técnico-profissional de que trata o inciso I do §1º deste artigo deverão participar da obra ou serviço objeto da licitação, admitindo-se a substituição por profissionais de experiência equivalente ou superior, desde que aprovada pela administração. § 11. (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)§ 12. (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

Art. 31. A documentação relativa à qualificação econômico-financeira limitar-se-á a:I - balanço patrimonial e demonstrações contábeis do último exercício social, já exigíveis e apresentados na forma da lei, que comprovem a boa situação financeira da empresa, vedada a sua substituição por balancetes ou balanços provisórios, podendo ser atualizados por índices oficiais quando encerrado há mais de 3 (três) meses da data de apresentação da proposta;II - certidão negativa de falência ou concordata expedida pelo distribuidor da sede da pessoa jurídica, ou de execução patrimonial, expedida no domicílio da pessoa física;III - garantia, nas mesmas modalidades e critérios previstos no "caput" e §1º do art. 56 desta Lei, limitada a 1% (um por cento) do valor estimado do objeto da contratação.§1º A exigência de índices limitar-se-á à demonstração da capacidade financeira do licitante com vistas aos compromissos que terá que assumir caso lhe seja adjudicado o contrato, vedada a exigência de valores mínimos de faturamento anterior, índices de rentabilidade ou lucratividade. §2º A Administração, nas compras para entrega futura e na execução de obras e serviços, poderá estabelecer, no instrumento convocatório da licitação, a exigência de capital mínimo ou de patrimônio líquido mínimo, ou ainda as garantias previstas no §1º do art. 56 desta Lei, como dado objetivo de comprovação da qualificação econômico-financeira dos licitantes e para efeito de garantia ao adimplemento do contrato a ser ulteriormente celebrado.§3º O capital mínimo ou o valor do patrimônio líquido a que se refere o parágrafo anterior não poderá exceder a 10% (dez por cento) do valor estimado da contratação, devendo a comprovação ser feita relativamente à data da apresentação da proposta, na forma da lei, admitida a atualização para esta data através de índices oficiais.§4º Poderá ser exigida, ainda, a relação dos compromissos assumidos pelo licitante que importem diminuição da capacidade operativa ou absorção de disponibilidade financeira, calculada esta em função do patrimônio líquido atualizado e sua capacidade de rotação.§5º A comprovação de boa situação financeira da empresa será feita de forma objetiva, através do cálculo de índices contábeis previstos no edital e devidamente justificados no processo administrativo da licitação que tenha dado início ao certame licitatório, vedada a exigência de índices e valores não usualmente adotados para correta avaliação de situação financeira suficiente ao cumprimento

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das obrigações decorrentes da licitação. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)§6º (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

Art. 32. Os documentos necessários à habilitação poderão ser apresentados em original, por qualquer processo de cópia autenticada por cartório competente ou por servidor da administração ou publicação em órgão da imprensa oficial.§1º A documentação de que tratam os arts. 28 a 31 desta Lei poderá ser dispensada, no todo ou em parte, nos casos de convite, concurso, fornecimento de bens para pronta entrega e leilão.§2º O certificado de registro cadastral a que se refere o §1º do art. 36 substitui os documentos enumerados nos arts. 28 a 31, quanto às informações disponibilizadas em sistema informatizado de consulta direta indicado no edital, obrigando-se a parte a declarar, sob as penalidades legais, a superveniência de fato impeditivo da habilitação.§3º A documentação referida neste artigo poderá ser substituída por registro cadastral emitido por órgão ou entidade pública, desde que previsto no edital e o registro tenha sido feito em obediência ao disposto nesta Lei.§4º As empresas estrangeiras que não funcionem no País, tanto quanto possível, atenderão, nas licitações internacionais, às exigências dos parágrafos anteriores mediante documentos equivalentes, autenticados pelos respectivos consulados e traduzidos por tradutor juramentado, devendo ter representação legal no Brasil com poderes expressos para receber citação e responder administrativa ou judicialmente.§5º Não se exigirá, para a habilitação de que trata este artigo, prévio recolhimento de taxas ou emolumentos, salvo os referentes a fornecimento do edital, quando solicitado, com os seus elementos constitutivos, limitados ao valor do custo efetivo de reprodução gráfica da documentação fornecida.§6º O disposto no §4º deste artigo, no §1º do art. 33 e no §2º do art. 55, não se aplica às licitações internacionais para a aquisição de bens e serviços cujo pagamento seja feito com o produto de financiamento concedido por organismo financeiro internacional de que o Brasil faça parte, ou por agência estrangeira de cooperação, nem nos casos de contratação com empresa estrangeira, para a compra de equipamentos fabricados e entregues no exterior, desde que para este caso tenha havido prévia autorização do Chefe do Poder Executivo, nem nos casos de aquisição de bens e serviços realizada por unidades administrativas com sede no exterior.

Art. 33. Quando permitida na licitação a participação de empresas em consórcio, observar-se-ão as seguintes normas:I - comprovação do compromisso público ou particular de constituição de consórcio, subscrito pelos consorciados;II - indicação da empresa responsável pelo consórcio que deverá atender às condições de liderança, obrigatoriamente fixadas no edital;III - apresentação dos documentos exigidos nos arts. 28 a 31 desta Lei por parte de cada consorciado, admitindo-se, para efeito de qualificação técnica, o somatório dos quantitativos de cada consorciado, e, para efeito de qualificação econômico-financeira, o somatório dos valores de cada consorciado, na proporção de sua respectiva participação, podendo a Administração estabelecer, para o consórcio, um acréscimo de até 30% (trinta por cento) dos valores exigidos

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para licitante individual, inexigível este acréscimo para os consórcios compostos, em sua totalidade, por micro e pequenas empresas assim definidas em lei;IV - impedimento de participação de empresa consorciada, na mesma licitação, através de mais de um consórcio ou isoladamente;V - responsabilidade solidária dos integrantes pelos atos praticados em consórcio, tanto na fase de licitação quanto na de execução do contrato.§1º No consórcio de empresas brasileiras e estrangeiras a liderança caberá, obrigatoriamente, à empresa brasileira, observado o disposto no inciso II deste artigo.§2º O licitante vencedor fica obrigado a promover, antes da celebração do contrato, a constituição e o registro do consórcio, nos termos do compromisso referido no inciso I deste artigo.

Analisa o envelope de documentos e os requisitos.Tudo na licitação deve ser rubricado pela comissão e pelos licitantes presentes, para

não ser substituído ou incluído depois. Se houver muitos licitantes, pode escolher 3 para rubricar pelos demais.Depois de rubricado, analisa os requisitos, se preenchidos o licitante está habilitado. Se não preenche os requisitos está inabilitado, ou desqualificado, não passa para a fase

seguinte. Se todos os licitantes foram inabilitados, art. 48, §3º, a comissão suspende a licitação e

dá prazo de 8 dias úteis para complementar documentos (no convite, prazo é de 3 dias úteis).Se os licitantes continuam inabilitados, tem que licitar de novo. Só há dispensa de licitação se foram todos desclassificados, e não desqualificados.

Recurso : Art. 109 da Lei 8.666

Deve ser apresentado no prazo de 5 dias úteis, salvo no convite que é de 2 dias úteis.

Esse recurso tem efeito suspensivo até julgamento.

Questões de concurso: CESPE (PGE-ES/2008) É abusivo exigir, em edital de licitação, que, na fase de habilitação, as empresas participantes comprovem capital mínimo circulante ou patrimônio líquido de 10% do valor da contratação (F).

3º) Classificação e julgamento

Abre o envelope das propostas.

Três procedimentos:

Classificação:

Analisa se a proposta cumpre as formalidades do edital. Verificar se o valor está compatível com o valor de mercado.

Se o licitante não preencher um dos requisitos, estará desclassificado. Preço zero ou irrisório, em regra gera desclassificação, mas é possível, desde que o

licitante não dependa de ninguém (matéria prima e mão de obra é dele).

NOME, 03/07/12,
§ 3º Quando todos os licitantes forem inabilitados ou todas as propostas forem desclassificadas, a administração poderá fixar aos licitantes o prazo de oito dias úteis para a apresentação de nova documentação ou de outras propostas escoimadas das causas referidas neste artigo, facultada, no caso de convite, a redução deste prazo para três dias úteis.
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Arts. 44 e 48 da Lei 8.666/93:

Julgamento:

Escolhe a melhor proposta. (se preço melhor preço, se técnica melhor técnica);Em caso de empate é preciso desempatar, art. 3º, §2º da Lei, critérios de desempate. Se

continuarem em condição de empate, vai par ao art. 45 e faz-se o sorteio.

Classificação:

Os demais licitantes são colocados em ordem classificatória. Se todos os licitantes foram desclassificados, primeiro tenta diligência art. 48, §3º, se

continuarem desclassificados, licitação fracassada, pode haver dispensa (contratação direta):

Recurso : Art. 109 da Lei 8.666/93

5 dias úteis, no convite é de 2 dias úteis. Há efeito suspensivo.

Empate : Art. 3º, §2º da Lei 8.666/93:

Aplica a seguinte ordem para desempatar: 1º empresas brasileiras, 2º de capital nacional, 3º produz no Brasil, 4º investe em pesquisa. Doutrina considera que esse artigo é inconstitucional, pois o art. 171 da CF foi revogado, não havendo mais distinção entre empresa brasileira e empresa brasileira de capital nacional. (Celso Antonio acha que o artigo ainda é constitucional).

Se continuar empatado: sorteio. Art. 45, §2º da Lei 8.666/93:

4º) Homologação

Verifica a regularidade do procedimento. Primeiro se homologa, depois se adjudica. Quem confere o procedimento: autoridade superior, se estiver tudo certo,

homologa.Se tiver irregularidade, anula o procedimento, licita de novo.

5º) Adjudicação

Dá ao vencedor, o status de vencedor, o resultado oficial.Licitante vencedor tem mera expectativa de direito, só tem certeza de não ser preterido.

O licitante vencedor está obrigado a assinar a contrato pelo prazo de 60 dias da data da entrega dos envelopes, se não tiver outro prazo no edital (isso porque terá que executar pelo preço proposto) (art. 64, §3º da Lei de Licitação). Se não quiser assinar, gera penalidade (art. 87 da Lei de Licitação), mesmo assim não quer assinar, chama o segundo colocado para executar na proposta do primeiro colocado (não está obrigado, podendo chamar o 3º, etc.). Se ninguém quiser cumprir a proposta do primeiro, licita de novo.

NOME, 03/07/12,
§2º No caso de empate entre duas ou mais propostas, e após obedecido o disposto no §2º do art. 3o desta Lei, a classificação se fará, obrigatoriamente, por sorteio, em ato público, para o qual todos os licitantes serão convocados, vedado qualquer outro processo.
NOME, 03/07/12,
§2º Em igualdade de condições, como critério de desempate, será assegurada preferência, sucessivamente, aos bens e serviços: I - produzidos ou prestados por empresas brasileiras de capital nacional; II - produzidos no País; III - produzidos ou prestados por empresas brasileiras. IV - produzidos ou prestados por empresas que invistam em pesquisa e no desenvolvimento de tecnologia no País. (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)
NOME, 03/07/12,
§ 3º Quando todos os licitantes forem inabilitados ou todas as propostas forem desclassificadas, a administração poderá fixar aos licitantes o prazo de oito dias úteis para a apresentação de nova documentação ou de outras propostas escoimadas das causas referidas neste artigo, facultada, no caso de convite, a redução deste prazo para três dias úteis.
NOME, 03/07/12,
Art. 48. Serão desclassificadas: I - as propostas que não atendam às exigências do ato convocatório da licitação; II - propostas com valor global superior ao limite estabelecido ou com preços manifestamente inexeqüiveis, assim considerados aqueles que não venham a ter demonstrada sua viabilidade através de documentação que comprove que os custos dos insumos são coerentes com os de mercado e que os coeficientes de produtividade são compatíveis com a execução do objeto do contrato, condições estas necessariamente especificadas no ato convocatório da licitação. §1º Para os efeitos do disposto no inciso II deste artigo consideram-se manifestamente inexeqüíveis, no caso de licitações de menor preço para obras e serviços de engenharia, as propostas cujos valores sejam inferiores a 70% (setenta por cento) do menor dos seguintes valores: a) média aritmética dos valores das propostas superiores a 50% (cinqüenta por cento) do valor orçado pela administração, ou b) valor orçado pela administração. §2º Dos licitantes classificados na forma do parágrafo anterior cujo valor global da proposta for inferior a 80% (oitenta por cento) do menor valor a que se referem as alíneas "a" e "b", será exigida, para a assinatura do contrato, prestação de garantia adicional, dentre as modalidades previstas no §1º do art. 56, igual a diferença entre o valor resultante do parágrafo anterior e o valor da correspondente proposta. §3º Quando todos os licitantes forem inabilitados ou todas as propostas forem desclassificadas, a administração poderá fixar aos licitantes o prazo de oito dias úteis para a apresentação de nova documentação ou de outras propostas escoimadas das causas referidas neste artigo, facultada, no caso de convite, a redução deste prazo para três dias úteis.
NOME, 03/07/12,
Art. 44. No julgamento das propostas, a Comissão levará em consideração os critérios objetivos definidos no edital ou convite, os quais não devem contrariar as normas e princípios estabelecidos por esta Lei. §1º É vedada a utilização de qualquer elemento, critério ou fator sigiloso, secreto, subjetivo ou reservado que possa ainda que indiretamente elidir o princípio da igualdade entre os licitantes. §2º Não se considerará qualquer oferta de vantagem não prevista no edital ou no convite, inclusive financiamentos subsidiados ou a fundo perdido, nem preço ou vantagem baseada nas ofertas dos demais licitantes. §3º Não se admitirá proposta que apresente preços global ou unitários simbólicos, irrisórios ou de valor zero, incompatíveis com os preços dos insumos e salários de mercado, acrescidos dos respectivos encargos, ainda que o ato convocatório da licitação não tenha estabelecido limites mínimos, exceto quando se referirem a materiais e instalações de propriedade do próprio licitante, para os quais ele renuncie a parcela ou à totalidade da remuneração. §4º O disposto no parágrafo anterior aplica-se também às propostas que incluam mão-de-obra estrangeira ou importações de qualquer natureza.
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8.1) Pregão

Ele e invertido, de trás pra frente. Bens e serviços comuns, só por melhor preço, Lei 10.520/02.

O procedimento:

1º) Formalização do processo

2º) Publicação do edital

3º) Recebimento dos envelopes (dois envelopes) 1. Proposta, 2. Documentos;

4º) Classificação e julgamento

Julgamento (duas fases):

Propostas escritas: faz uma triagem, seleção prévia para poder fazer lances verbais; e todas as demais que não excedam em 10% a melhor (no mínimo mais 3 licitantes além da melhor, ou seja, total de 4).

Lances verbais: feitos por quem fez a melhor proposta, e todas as demais que não excedam em 10% a melhor (no mínimo mais 3 licitantes além da melhor, ou seja, total de 4).

Se não tiver pelo menos 3 que não excedam em 10%, ignora os 10% e escolhe as 3 melhores além da melhor, (é a melhor e mais 3).

E então vai para os lances verbais.

5º) Habilitação

Somente a empresa vencedora passa para a habilitação.

Do julgamento da habilitação abre-se a oportunidade de recurso, que deve ser apresentado na hora. As razões por escrito podem ser apresentadas em 3 dias.

6º) Adjudicação

Dá ao vencedor o status de vencedor, resultado oficial.

7º) Homologação

Geralmente essas duas últimas etapas ocorrem em um ato só.

Questões de concurso: CESPE (AGU/2004) As normas da lei de licitações se aplicam, no que couber, aos convênios, cuja celebração deve ser precedida da aprovação de plano de trabalho proposto pela organização interessada em celebrar a avença. (V). CESPE (AGU/2004) A licitação para a contratação de construção, reforma, fabricação,

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recuperação ou ampliação de determinado bem público exige, como condições específicas para a sua regularidade, a definição prévia de um projeto básico e a existência de um projeto executivo, podendo ser este desenvolvido concomitantemente com a execução da obra, desde que autorizado, de forma fundamentada, pela administração pública (V).

ASSUNTO: CONTRATOS ADMINISTRATIVOS

Contrato Administrativo: esse é estudado pelo direito administrativo.

Conceito: É um vínculo jurídico (ato jurídico) bilateral (sujeitos: ativo e passivo, que se comprometem a uma prestação e contraprestação).

O interesse (objetivo) perseguido por esse contrato é a satisfação do interesse público. Conta-se com a participação do Estado na relação, podendo este ser sujeito ativo ou passivo. Contratos regidos pelo regime jurídico público. Esse regime é marcado pelas cláusulas exorbitantes.

Contrato da Administração:

Conceito: São aqueles contratos celebrados pela administração, mas que estão sujeitos ao regime privado.

Exemplo: contrato de locação realizado pela administração (mesmo sendo necessária a licitação para locações).

Em tais contratos não há clausulas exorbitantes, não há privilégio entre as partes etc. Tais contratos são estudados em direito privado, ou seja, em Direito Civil.

Características do contrato administrativo:

O Estado tem que participar dessas características (Sujeito ativo, Sujeito passivo).

1. Os contratos são formais (tem várias formalidades previstas em lei, dentre elas a licitação);

2. Os contratos são consensuais (são contratos que se aperfeiçoam, são perfeitos e acabados a partir do momento em que há manifestação de vontade).

Exemplo: contrato de compra e venda.

Obs.: Contrato real é aquele que para estar perfeito e acabado necessita a entrega do bem.

Exemplo: contrato de empréstimo.

3. Os contratos são comutativos (tem prestação e contraprestação equivalentes e predeterminadas).

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Exemplo: compra de caneta (se paga pelo valor equivalente, ao que realmente vale).

Obs.: Contrato aleatório pode ter cumprimento alternativo, pode haver desequilíbrio.

4. Os contratos são de adesão (não há discussão de cláusula contratual). Uma pessoa faz o contrato e a outra aceita o que está no contrato se quiser.

Exemplo: contratos bancários.

Nesse caso uma das partes tem o monopólio da situação. Vem anexo ao edital e é parte integrante da minuta do contrato.

5. Os contratos são personalíssimos (levam em consideração as condições do contratado). Em tese, consequentemente, um contrato personalíssimo não é passível de sub-contratação. Muitos autores dizem que a sub-contratação para o direito administrativo representa violação/fraude ao direito de licitar.

Acontece de muitas empresas laranja participarem da licitação. Após ela vende/negocia o contrato. Isso acontece muito por violação à licitação. Essa situação é muito criticada. Fala-se também que a sub-contratação compromete o princípio da isonomia.

A lei diz que a sub-contratação sem autorização da administração é causa de rescisão do contrato. Logo, em tese, de acordo com a nossa lei a sub-contratação é possível, desde que autorizada e desde que preencham os seguintes requisitos:

a) tem que estar prevista no edital ou contrato;

b) a administração tem que conceder a sua anuência;

c) terá que cumprir os requisitos da habilitação (requisitos de qualidade fiscal, idoneidade etc);

d) é possível subcontratar partes do contrato e não de sua totalidade;

Formalidades do Contrato Administrativo:

a) licitação prévia (excepcionalmente se há dispensa/inexigibilidade – tem que ter procedimento prévio só que é o procedimento de justificação);

b) devem ser escritos (regra geral) – se a lei autorizar que se faça de outra maneira, poderá então ser praticado de outra maneira e, assim, se pode ter o contrato verbal (de maneira excepcional). art. 60, parágrafo único, da Lei nº 8666/93

c) tem que ter publicação – é exigência do art. 61, parágrafo único, da Lei nº 8666/93. Contrato publicado é válido e ineficaz. A publicação é condição de eficácia. O prazo só começa a contar a partir da publicação. A publicação corre a cargo/é obrigação da administração.

NOME, 03/07/12,
Art. 61.  Todo contrato deve mencionar os nomes das partes e os de seus representantes, a finalidade, o ato que autorizou a sua lavratura, o número do processo da licitação, da dispensa ou da inexigibilidade, a sujeição dos contratantes às normas desta Lei e às cláusulas contratuais. Parágrafo único.  A publicação resumida do instrumento de contrato ou de seus aditamentos na imprensa oficial, que é condição indispensável para sua eficácia, será providenciada pela Administração até o quinto dia útil do mês seguinte ao de sua assinatura, para ocorrer no prazo de vinte dias daquela data, qualquer que seja o seu valor, ainda que sem ônus, ressalvado o disposto no art. 26 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
NOME, 03/07/12,
Da Formalização dos Contratos Art. 60.  Os contratos e seus aditamentos serão lavrados nas repartições interessadas, as quais manterão arquivo cronológico dos seus autógrafos e registro sistemático do seu extrato, salvo os relativos a direitos reais sobre imóveis, que se formalizam por instrumento lavrado em cartório de notas, de tudo juntando-se cópia no processo que lhe deu origem. Parágrafo único.  É nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com a Administração, salvo o de pequenas compras de pronto pagamento, assim entendidas aquelas de valor não superior a 5% (cinco por cento) do limite estabelecido no art. 23, inciso II, alínea "a" desta Lei, feitas em regime de adiantamento.
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Prazo (limite) é de 20 dias e não poderá ultrapassar o 5º dia útil ao mês subsequente ao de sua assinatura. O que aparecer primeiro é o prazo que deve ser aplicado.

d) instrumento de contrato (Lei nº 8666/93, art. 62). Esse documento é obrigatório em algumas situações e facultativo em algumas situações. Nada mais é do que o documento que vai descrever as regras da relação, que vai estabelecer as minúcias da relação.

Ele vai ser obrigatório quando o valor do contrato for correspondente à modalidade concorrência ou tomada de preço, mesmo que a licitação tenha dispensa ou inexigibilidade, não importa, pois o que vale é o valor do contrato.

Ele vai ser facultativo quando o valor do contrato seja correspondente ao valor do convite e também desde que seja possível realizá-lo de outra maneira, tais como carta contrato, ordem de serviço são atos administrativos simples que só descrevem a ordem, não descrevendo detalhes.

Exemplo: carta contrato, nota de empenho ou ordem de serviço. (Pague..).

CLÁUSULAS DO CONTRATO ADMINISTRATIVO

Cláusulas Necessárias: são as cláusulas essenciais, ou seja, são cláusulas obrigatórias. Estão enumeradas no art. 55 da Lei nº 8.666/93. É cláusula necessária que a empresa mantenha durante toda a execução do contrato as condições previstas na habilitação. Se a empresa descumpre o contrato administrativo ela está dando causa à rescisão do mesmo.

Garantia (art. 55, da Lei nº 8666/93 e seus detalhes estão previstos no art. 56 da mesma lei). A administração poderá exigir a garantia (fala-se de poder-dever, ou seja, é uma obrigação e assim a administração deve exigir a garantia – segundo a doutrina).

Forma de prestar a garantia: é uma decisão do contrato, escolhendo uma das alternativas que a lei dispõe. A lei diz que é possível prestar a garantia do contrato através de caução em dinheiro. Também é possível a prestação por meio de título da dívida pública (como não é valorizado no Brasil, compra-se no mercado por um valor muito baixo). Aqui a administração é obrigada a aceitar os títulos de dividida pública, uma vez que a forma é escolhida pelo contratado, e os títulos têm que ser válidos. É possível a prestação através de fiança bancária (prestada por um banco). Também é possível por meio de seguro garantia (nada mais é do que um contrato de seguro do contrato – se a empresa não cumprir o contrato principal, a seguradora terá que cumprir o contrato).

Percentual da garantia: é de até 5% do valor do contrato. Quanto maior o valor, menor é a garantia. No art. 56 a lei diz que excepcionalmente a garantia pode chegar a até 10% do valor do contrato, quando o nosso contrato for de grande vulto, de alta complexidade ou de riscos financeiros à nossa administração.

NOME, 03/07/12,
Art. 56.  A critério da autoridade competente, em cada caso, e desde que prevista no instrumento convocatório, poderá ser exigida prestação de garantia nas contratações de obras, serviços e compras. § 1o  Caberá ao contratado optar por uma das seguintes modalidades de garantia: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) I - caução em dinheiro ou em títulos da dívida pública, devendo estes ter sido emitidos sob a forma escritural, mediante registro em sistema centralizado de liquidação e de custódia autorizado pelo Banco Central do Brasil e avaliados pelos seus valores econômicos, conforme definido pelo Ministério da Fazenda; (Redação dada pela Lei nº 11.079, de 2004) II - seguro-garantia; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) III - fiança bancária. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 8.6.94) § 2o  A garantia a que se refere o caput deste artigo não excederá a cinco por cento do valor do contrato e terá seu valor atualizado nas mesmas condições daquele, ressalvado o previsto no parágrafo 3o deste artigo. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) § 3º(VETADO) § 3o  Para obras, serviços e fornecimentos de grande vulto envolvendo alta complexidade técnica e riscos financeiros consideráveis, demonstrados através de parecer tecnicamente aprovado pela autoridade competente, o limite de garantia previsto no parágrafo anterior poderá ser elevado para até dez por cento do valor do contrato. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) § 4o  A garantia prestada pelo contratado será liberada ou restituída após a execução do contrato e, quando em dinheiro, atualizada monetariamente. § 5o  Nos casos de contratos que importem na entrega de bens pela Administração, dos quais o contratado ficará depositário, ao valor da garantia deverá ser acrescido o valor desses bens.
NOME, 03/07/12,
Art. 55.  São cláusulas necessárias em todo contrato as que estabeleçam: I - o objeto e seus elementos característicos; II - o regime de execução ou a forma de fornecimento; III - o preço e as condições de pagamento, os critérios, data-base e periodicidade do reajustamento de preços, os critérios de atualização monetária entre a data do adimplemento das obrigações e a do efetivo pagamento; IV - os prazos de início de etapas de execução, de conclusão, de entrega, de observação e de recebimento definitivo, conforme o caso; V - o crédito pelo qual correrá a despesa, com a indicação da classificação funcional programática e da categoria econômica; VI - as garantias oferecidas para assegurar sua plena execução, quando exigidas; VII - os direitos e as responsabilidades das partes, as penalidades cabíveis e os valores das multas; VIII - os casos de rescisão; IX - o reconhecimento dos direitos da Administração, em caso de rescisão administrativa prevista no art. 77 desta Lei; X - as condições de importação, a data e a taxa de câmbio para conversão, quando for o caso; XI - a vinculação ao edital de licitação ou ao termo que a dispensou ou a inexigiu, ao convite e à proposta do licitante vencedor; XII - a legislação aplicável à execução do contrato e especialmente aos casos omissos; XIII - a obrigação do contratado de manter, durante toda a execução do contrato, em compatibilidade com as obrigações por ele assumidas, todas as condições de habilitação e qualificação exigidas na licitação. § 1o (VETADO) § 1º (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) § 2o  Nos contratos celebrados pela Administração Pública com pessoas físicas ou jurídicas, inclusive aquelas domiciliadas no estrangeiro, deverá constar necessariamente cláusula que declare competente o foro da sede da Administração para dirimir qualquer questão contratual, salvo o disposto no § 6o do art. 32 desta Lei. § 3o  No ato da liquidação da despesa, os serviços de contabilidade comunicarão, aos órgãos incumbidos da arrecadação e fiscalização de tributos da União, Estado ou Município, as características e os valores pagos, segundo o disposto no art. 63 da Lei no 4.320, de 17 de março de 1964.
NOME, 03/07/12,
Art. 62.  O instrumento de contrato é obrigatório nos casos de concorrência e de tomada de preços, bem como nas dispensas e inexigibilidades cujos preços estejam compreendidos nos limites destas duas modalidades de licitação, e facultativo nos demais em que a Administração puder substituí-lo por outros instrumentos hábeis, tais como carta-contrato, nota de empenho de despesa, autorização de compra ou ordem de execução de serviço. § 1o  A minuta do futuro contrato integrará sempre o edital ou ato convocatório da licitação. § 2o  Em "carta contrato", "nota de empenho de despesa", "autorização de compra", "ordem de execução de serviço" ou outros instrumentos hábeis aplica-se, no que couber, o disposto no art. 55 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) § 3o  Aplica-se o disposto nos arts. 55 e 58 a 61 desta Lei e demais normas gerais, no que couber: I - aos contratos de seguro, de financiamento, de locação em que o Poder Público seja locatário, e aos demais cujo conteúdo seja regido, predominantemente, por norma de direito privado; II - aos contratos em que a Administração for parte como usuária de serviço público. § 4o  É dispensável o "termo de contrato" e facultada a substituição prevista neste artigo, a critério da Administração e independentemente de seu valor, nos casos de compra com entrega imediata e integral dos bens adquiridos, dos quais não resultem obrigações futuras, inclusive assistência técnica.
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Duração do contrato administrativo: está na lista do art. 55 da Lei nº 8666/93, e seus detalhes contam no art. 57 da mesma lei.

Todo contrato administrativo no Brasil, hoje, tem que ter prazo determinado. Regra geral o prazo deve ser de acordo com o crédito orçamentário (prevista na LOA – Lei Orçamentária Anual). O máximo do contrato então é de 12 meses (é o mesmo prazo de duração do crédito orçamentário).

O art. 57 da Lei nº 8666/93 traz 03 exceções (poderá ultrapassar 12 meses):

01. (art. 165 e ss. da CF/88) –

PPA (04 ANOS) – divide-se em LDO;

LDO (01 ANO) – diz o que vai fazer;

LOA (01 ANO) – diz o que vai gastar. O objeto tem que estar previsto no PPA (plano plurianual). O prazo máximo é o do PPA. Não significa que o prazo será de 04, mas o limite é de 04.

02. Pode ter duração maior se o objeto do contrato for serviço de prestação contínua. Se maior o prazo, melhor o preço, a Lei diz que pode ter prazo de 60 meses, desde que quanto maior o prazo do contrato, menor o preço do serviço. Excepcionalmente é possível uma prorrogação de 12 meses a mais, segundo a lei.

03. Pode nos casos de aluguel de equipamentos e programas de informática, o prazo pode chegar até 48 meses.

Duas outras que não constam no art. 57 da citada lei também são importantes, inserida pela Lei 12.349/10 – Alguns contratos que estão previstos no art. 24 da lei de licitações, pode durar até 120 meses:

LRF – LC 101/0001. Contrato sem desembolso por parte da administração não precisa cumprir o crédito orçamentário. Mesmo nesse caso, ainda que possa ter prazo superior a 12 meses, tem que ter prazo determinado.

02. Contrato de concessão e permissão de serviço público é a lei de cada serviço público que vai definir o prazo. Normalmente quanto maior o investimento, maior o prazo.

Cláusulas Exorbitantes: é aquilo que extrapola/exorbita o comum dos contratos; é aquela que dá a administração prerrogativa, ou seja, um tratamento desigual. A alteração bilateral não é cláusula exorbitante. Art. 58 da Lei nº 8666/93.

1ª Cláusula: alteração unilateral do contrato – a administração altera o contrato e o administrado terá que aceitar.

2ª Cláusula: a administração pode rescindir unilateralmente o contrato.

NOME, 03/07/12,
Art. 58.  O regime jurídico dos contratos administrativos instituído por esta Lei confere à Administração, em relação a eles, a prerrogativa de: I - modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação às finalidades de interesse público, respeitados os direitos do contratado; II - rescindi-los, unilateralmente, nos casos especificados no inciso I do art. 79 desta Lei; III - fiscalizar-lhes a execução; IV - aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou parcial do ajuste; V - nos casos de serviços essenciais, ocupar provisoriamente bens móveis, imóveis, pessoal e serviços vinculados ao objeto do contrato, na hipótese da necessidade de acautelar apuração administrativa de faltas contratuais pelo contratado, bem como na hipótese de rescisão do contrato administrativo. § 1o  As cláusulas econômico-financeiras e monetárias dos contratos administrativos não poderão ser alteradas sem prévia concordância do contratado. § 2o  Na hipótese do inciso I deste artigo, as cláusulas econômico-financeiras do contrato deverão ser revistas para que se mantenha o equilíbrio contratual.
NOME, 03/07/12,
Art. 24.  É dispensável a licitação:  I - para obras e serviços de engenharia de valor até 10% (dez por cento) do limite previsto na alínea "a", do inciso I do artigo anterior, desde que não se refiram a parcelas de uma mesma obra ou serviço ou ainda para obras e serviços da mesma natureza e no mesmo local que possam ser realizadas conjunta e concomitantemente; (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998) II - para outros serviços e compras de valor até 10% (dez por cento) do limite previsto na alínea "a", do inciso II do artigo anterior e para alienações, nos casos previstos nesta Lei, desde que não se refiram a parcelas de um mesmo serviço, compra ou alienação de maior vulto que possa ser realizada de uma só vez;  (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998) III - nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem; IV - nos casos de emergência ou de calamidade pública, quando caracterizada urgência de atendimento de situação que possa ocasionar prejuízo ou comprometer a segurança de pessoas, obras, serviços, equipamentos e outros bens, públicos ou particulares, e somente para os bens necessários ao atendimento da situação emergencial ou calamitosa e para as parcelas de obras e serviços que possam ser concluídas no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias consecutivos e ininterruptos, contados da ocorrência da emergência ou calamidade, vedada a prorrogação dos respectivos contratos; V - quando não acudirem interessados à licitação anterior e esta, justificadamente, não puder ser repetida sem prejuízo para a Administração, mantidas, neste caso, todas as condições preestabelecidas; VI - quando a União tiver que intervir no domínio econômico para regular preços ou normalizar o abastecimento; VII - quando as propostas apresentadas consignarem preços manifestamente superiores aos praticados no mercado nacional, ou forem incompatíveis com os fixados pelos órgãos oficiais competentes, casos em que, observado o parágrafo único do art. 48 desta Lei e, persistindo a situação, será admitida a adjudicação direta dos bens ou serviços, por valor não superior ao constante do registro de preços, ou dos serviços;   (Vide § 3º do art. 48) VIII - para a aquisição, por pessoa jurídica de direito público interno, de bens produzidos ou serviços prestados por órgão ou entidade que integre a Administração Pública e que tenha sido criado para esse fim específico em data anterior à vigência desta Lei, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) IX - quando houver possibilidade de comprometimento da segurança nacional, nos casos estabelecidos em decreto do Presidente da República, ouvido o Conselho de Defesa Nacional; (Regulamento) X - para a compra ou locação de imóvel destinado ao atendimento das finalidades precípuas da administração, cujas necessidades de instalação e localização condicionem a sua escolha, desde que o preço seja compatível com o valor de mercado, segundo avaliação prévia;(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) XI - na contratação de remanescente de obra, serviço ou fornecimento, em conseqüência de rescisão contratual, desde que atendida a ordem de classificação da licitação anterior e aceitas as mesmas condições oferecidas pelo licitante vencedor, inclusive quanto ao preço, devidamente corrigido; XII - nas compras de hortifrutigranjeiros, pão e outros gêneros perecíveis, no tempo necessário para a realização dos processos licitatórios correspondentes, realizadas diretamente com base no preço do dia; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) XIII - na contratação de instituição brasileira incumbida regimental ou estatutariamente da pesquisa, do ensino ou do desenvolvimento institucional, ou de instituição dedicada à recuperação social do preso, desde que a contratada detenha inquestionável reputação ético-profissional e não tenha fins lucrativos;(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) XIV - para a aquisição de bens ou serviços nos termos de acordo internacional específico aprovado pelo Congresso Nacional, quando as condições ofertadas forem manifestamente vantajosas para o Poder Público;   (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) XV - para a aquisição ou restauração de obras de arte e objetos históricos, de autenticidade certificada, desde que compatíveis ou inerentes às finalidades do órgão ou entidade. XVI - para a impressão dos diários oficiais, de formulários padronizados de uso da administração, e de edições técnicas oficiais, bem como para prestação de serviços de informática a pessoa jurídica de direito público interno, por órgãos ou entidades que integrem a Administração Pública, criados para esse fim específico;(Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994) XVII - para a aquisição de componentes ou peças de origem nacional ou estrangeira, necessários à manutenção de equipamentos durante o período de garantia técnica, junto ao fornecedor original desses equipamentos, quando tal condição de exclusividade for indispensável para a vigência da garantia; (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994) XVIII - nas compras ou contratações de serviços para o abastecimento de navios, embarcações, unidades aéreas ou tropas e seus meios de deslocamento quando em estada eventual de curta duração em portos, aeroportos ou localidades diferentes de suas sedes, por motivo de movimentação operacional ou de adestramento, quando a exiguidade dos prazos legais puder comprometer a normalidade e os propósitos das operações e desde que seu valor não exceda ao limite previsto na alínea "a" do incico II do art. 23 desta Lei: (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994) XIX - para as compras de material de uso pelas Forças Armadas, com exceção de materiais de uso pessoal e administrativo, quando houver necessidade de manter a padronização requerida pela estrutura de apoio logístico dos meios navais, aéreos e terrestres, mediante parecer de comissão instituída por decreto; (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994) XX - na contratação de associação de portadores de deficiência física, sem fins lucrativos e de comprovada idoneidade, por órgãos ou entidades da Admininistração Pública, para a prestação de serviços ou fornecimento de mão-de-obra, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994) XXI - para a aquisição de bens e insumos destinados exclusivamente à pesquisa científica e tecnológica com recursos concedidos pela Capes, pela Finep, pelo CNPq ou por outras instituições de fomento a pesquisa credenciadas pelo CNPq para esse fim específico; (Redação dada pela Lei nº 12.349, de 2010) XXII - na contratação de fornecimento ou suprimento de energia elétrica e gás natural com concessionário, permissionário ou autorizado, segundo as normas da legislação específica; (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998) XXIII - na contratação realizada por empresa pública ou sociedade de economia mista com suas subsidiárias e controladas, para a aquisição ou alienação de bens, prestação ou obtenção de serviços, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998) XXIV - para a celebração de contratos de prestação de serviços com as organizações sociais, qualificadas no âmbito das respectivas esferas de governo, para atividades contempladas no contrato de gestão. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998) XXV - na contratação realizada por Instituição Científica e Tecnológica - ICT ou por agência de fomento para a transferência de tecnologia e para o licenciamento de direito de uso ou de exploração de criação protegida. (Incluído pela Lei nº 10.973, de 2004) XXVI – na celebração de contrato de programa com ente da Federação ou com entidade de sua administração indireta, para a prestação de serviços públicos de forma associada nos termos do autorizado em contrato de consórcio público ou em convênio de cooperação. (Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005) XXVII - na contratação da coleta, processamento e comercialização de resíduos sólidos urbanos recicláveis ou reutilizáveis, em áreas com sistema de coleta seletiva de lixo, efetuados por associações ou cooperativas formadas exclusivamente por pessoas físicas de baixa renda reconhecidas pelo poder público como catadores de materiais recicláveis, com o uso de equipamentos compatíveis com as normas técnicas, ambientais e de saúde pública. (Redação dada pela Lei nº 11.445, de 2007). XXVIII – para o fornecimento de bens e serviços, produzidos ou prestados no País, que envolvam, cumulativamente, alta complexidade tecnológica e defesa nacional, mediante parecer de comissão especialmente designada pela autoridade máxima do órgão. (Incluído pela Lei nº 11.484, de 2007). XXIX – na aquisição de bens e contratação de serviços para atender aos contingentes militares das Forças Singulares brasileiras empregadas em operações de paz no exterior, necessariamente justificadas quanto ao preço e à escolha do fornecedor ou executante e ratificadas pelo Comandante da Força. (Incluído pela Lei nº 11.783, de 2008). XXX - na contratação de instituição ou organização, pública ou privada, com ou sem fins lucrativos, para a prestação de serviços de assistência técnica e extensão rural no âmbito do Programa Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural na Agricultura Familiar e na Reforma Agrária, instituído por lei federal.   (Incluído pela Lei nº 12.188, de 2.010)  Vigência XXXI - nas contratações visando ao cumprimento do disposto nos arts. 3º, 4º, 5º e 20 da Lei no 10.973, de 2 de dezembro de 2004, observados os princípios gerais de contratação dela constantes. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010) Parágrafo único. Os percentuais referidos nos incisos I e II do caput deste artigo serão 20% (vinte por cento) para compras, obras e serviços contratados por consórcios públicos, sociedade de economia mista, empresa pública e por autarquia ou fundação qualificadas, na forma da lei, como Agências Executivas. (Redação dada pela Lei nº 11.107, de 2005)
NOME, 03/07/12,
Art. 57.  A duração dos contratos regidos por esta Lei ficará adstrita à vigência dos respectivos créditos orçamentários, exceto quanto aos relativos: I - aos projetos cujos produtos estejam contemplados nas metas estabelecidas no Plano Plurianual, os quais poderão ser prorrogados se houver interesse da Administração e desde que isso tenha sido previsto no ato convocatório; II - à prestação de serviços a serem executados de forma contínua, que poderão ter a sua duração prorrogada por iguais e sucessivos períodos com vistas à obtenção de preços e condições mais vantajosas para a administração, limitada a sessenta meses; (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998) III - (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) IV - ao aluguel de equipamentos e à utilização de programas de informática, podendo a duração estender-se pelo prazo de até 48 (quarenta e oito) meses após o início da vigência do contrato. V - às hipóteses previstas nos incisos IX, XIX, XXVIII e XXXI do art. 24, cujos contratos poderão ter vigência por até 120 (cento e vinte) meses, caso haja interesse da administração. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010) § 1o  Os prazos de início de etapas de execução, de conclusão e de entrega admitem prorrogação, mantidas as demais cláusulas do contrato e assegurada a manutenção de seu equilíbrio econômico-financeiro, desde que ocorra algum dos seguintes motivos, devidamente autuados em processo: I - alteração do projeto ou especificações, pela Administração; II - superveniência de fato excepcional ou imprevisível, estranho à vontade das partes, que altere fundamentalmente as condições de execução do contrato; III - interrupção da execução do contrato ou diminuição do ritmo de trabalho por ordem e no interesse da Administração; IV - aumento das quantidades inicialmente previstas no contrato, nos limites permitidos por esta Lei; V - impedimento de execução do contrato por fato ou ato de terceiro reconhecido pela Administração em documento contemporâneo à sua ocorrência; VI - omissão ou atraso de providências a cargo da Administração, inclusive quanto aos pagamentos previstos de que resulte, diretamente, impedimento ou retardamento na execução do contrato, sem prejuízo das sanções legais aplicáveis aos responsáveis. § 2o  Toda prorrogação de prazo deverá ser justificada por escrito e previamente autorizada pela autoridade competente para celebrar o contrato. § 3o  É vedado o contrato com prazo de vigência indeterminado. § 4o  Em caráter excepcional, devidamente justificado e mediante autorização da autoridade superior, o prazo de que trata o inciso II do caput deste artigo poderá ser prorrogado por até doze meses. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
NOME, 03/07/12,
Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão: I - o plano plurianual; II - as diretrizes orçamentárias; III - os orçamentos anuais. § 1º - A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada. § 2º - A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da administração pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subseqüente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento. § 3º - O Poder Executivo publicará, até trinta dias após o encerramento de cada bimestre, relatório resumido da execução orçamentária. § 4º - Os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos nesta Constituição serão elaborados em consonância com o plano plurianual e apreciados pelo Congresso Nacional. § 5º - A lei orçamentária anual compreenderá: I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público; II - o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto; III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público. § 6º - O projeto de lei orçamentária será acompanhado de demonstrativo regionalizado do efeito, sobre as receitas e despesas, decorrente de isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza financeira, tributária e creditícia. § 7º - Os orçamentos previstos no § 5º, I e II, deste artigo, compatibilizados com o plano plurianual, terão entre suas funções a de reduzir desigualdades inter-regionais, segundo critério populacional. § 8º - A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei. § 9º - Cabe à lei complementar: I - dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e a organização do plano plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da lei orçamentária anual; II - estabelecer normas de gestão financeira e patrimonial da administração direta e indireta bem como condições para a instituição e funcionamento de fundos.
NOME, 03/07/12,
Art. 57.  A duração dos contratos regidos por esta Lei ficará adstrita à vigência dos respectivos créditos orçamentários, exceto quanto aos relativos: I - aos projetos cujos produtos estejam contemplados nas metas estabelecidas no Plano Plurianual, os quais poderão ser prorrogados se houver interesse da Administração e desde que isso tenha sido previsto no ato convocatório; II - à prestação de serviços a serem executados de forma contínua, que poderão ter a sua duração prorrogada por iguais e sucessivos períodos com vistas à obtenção de preços e condições mais vantajosas para a administração, limitada a sessenta meses; (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998) III - (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) IV - ao aluguel de equipamentos e à utilização de programas de informática, podendo a duração estender-se pelo prazo de até 48 (quarenta e oito) meses após o início da vigência do contrato. V - às hipóteses previstas nos incisos IX, XIX, XXVIII e XXXI do art. 24, cujos contratos poderão ter vigência por até 120 (cento e vinte) meses, caso haja interesse da administração. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010) § 1o  Os prazos de início de etapas de execução, de conclusão e de entrega admitem prorrogação, mantidas as demais cláusulas do contrato e assegurada a manutenção de seu equilíbrio econômico-financeiro, desde que ocorra algum dos seguintes motivos, devidamente autuados em processo: I - alteração do projeto ou especificações, pela Administração; II - superveniência de fato excepcional ou imprevisível, estranho à vontade das partes, que altere fundamentalmente as condições de execução do contrato; III - interrupção da execução do contrato ou diminuição do ritmo de trabalho por ordem e no interesse da Administração; IV - aumento das quantidades inicialmente previstas no contrato, nos limites permitidos por esta Lei; V - impedimento de execução do contrato por fato ou ato de terceiro reconhecido pela Administração em documento contemporâneo à sua ocorrência; VI - omissão ou atraso de providências a cargo da Administração, inclusive quanto aos pagamentos previstos de que resulte, diretamente, impedimento ou retardamento na execução do contrato, sem prejuízo das sanções legais aplicáveis aos responsáveis. § 2o  Toda prorrogação de prazo deverá ser justificada por escrito e previamente autorizada pela autoridade competente para celebrar o contrato. § 3o  É vedado o contrato com prazo de vigência indeterminado. § 4o  Em caráter excepcional, devidamente justificado e mediante autorização da autoridade superior, o prazo de que trata o inciso II do caput deste artigo poderá ser prorrogado por até doze meses. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
NOME, 03/07/12,
Art. 57.  A duração dos contratos regidos por esta Lei ficará adstrita à vigência dos respectivos créditos orçamentários, exceto quanto aos relativos: I - aos projetos cujos produtos estejam contemplados nas metas estabelecidas no Plano Plurianual, os quais poderão ser prorrogados se houver interesse da Administração e desde que isso tenha sido previsto no ato convocatório; II - à prestação de serviços a serem executados de forma contínua, que poderão ter a sua duração prorrogada por iguais e sucessivos períodos com vistas à obtenção de preços e condições mais vantajosas para a administração, limitada a sessenta meses; (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998) III - (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) IV - ao aluguel de equipamentos e à utilização de programas de informática, podendo a duração estender-se pelo prazo de até 48 (quarenta e oito) meses após o início da vigência do contrato. V - às hipóteses previstas nos incisos IX, XIX, XXVIII e XXXI do art. 24, cujos contratos poderão ter vigência por até 120 (cento e vinte) meses, caso haja interesse da administração. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010) § 1o  Os prazos de início de etapas de execução, de conclusão e de entrega admitem prorrogação, mantidas as demais cláusulas do contrato e assegurada a manutenção de seu equilíbrio econômico-financeiro, desde que ocorra algum dos seguintes motivos, devidamente autuados em processo: I - alteração do projeto ou especificações, pela Administração; II - superveniência de fato excepcional ou imprevisível, estranho à vontade das partes, que altere fundamentalmente as condições de execução do contrato; III - interrupção da execução do contrato ou diminuição do ritmo de trabalho por ordem e no interesse da Administração; IV - aumento das quantidades inicialmente previstas no contrato, nos limites permitidos por esta Lei; V - impedimento de execução do contrato por fato ou ato de terceiro reconhecido pela Administração em documento contemporâneo à sua ocorrência; VI - omissão ou atraso de providências a cargo da Administração, inclusive quanto aos pagamentos previstos de que resulte, diretamente, impedimento ou retardamento na execução do contrato, sem prejuízo das sanções legais aplicáveis aos responsáveis. § 2o  Toda prorrogação de prazo deverá ser justificada por escrito e previamente autorizada pela autoridade competente para celebrar o contrato. § 3o  É vedado o contrato com prazo de vigência indeterminado. § 4o  Em caráter excepcional, devidamente justificado e mediante autorização da autoridade superior, o prazo de que trata o inciso II do caput deste artigo poderá ser prorrogado por até doze meses. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
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Art. 55.  São cláusulas necessárias em todo contrato as que estabeleçam: I - o objeto e seus elementos característicos; II - o regime de execução ou a forma de fornecimento; III - o preço e as condições de pagamento, os critérios, data-base e periodicidade do reajustamento de preços, os critérios de atualização monetária entre a data do adimplemento das obrigações e a do efetivo pagamento; IV - os prazos de início de etapas de execução, de conclusão, de entrega, de observação e de recebimento definitivo, conforme o caso; V - o crédito pelo qual correrá a despesa, com a indicação da classificação funcional programática e da categoria econômica; VI - as garantias oferecidas para assegurar sua plena execução, quando exigidas; VII - os direitos e as responsabilidades das partes, as penalidades cabíveis e os valores das multas; VIII - os casos de rescisão; IX - o reconhecimento dos direitos da Administração, em caso de rescisão administrativa prevista no art. 77 desta Lei; X - as condições de importação, a data e a taxa de câmbio para conversão, quando for o caso; XI - a vinculação ao edital de licitação ou ao termo que a dispensou ou a inexigiu, ao convite e à proposta do licitante vencedor; XII - a legislação aplicável à execução do contrato e especialmente aos casos omissos; XIII - a obrigação do contratado de manter, durante toda a execução do contrato, em compatibilidade com as obrigações por ele assumidas, todas as condições de habilitação e qualificação exigidas na licitação. § 1º (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) § 2o  Nos contratos celebrados pela Administração Pública com pessoas físicas ou jurídicas, inclusive aquelas domiciliadas no estrangeiro, deverá constar necessariamente cláusula que declare competente o foro da sede da Administração para dirimir qualquer questão contratual, salvo o disposto no § 6o do art. 32 desta Lei. § 3o  No ato da liquidação da despesa, os serviços de contabilidade comunicarão, aos órgãos incumbidos da arrecadação e fiscalização de tributos da União, Estado ou Município, as características e os valores pagos, segundo o disposto no art. 63 da Lei no 4.320, de 17 de março de 1964.
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3ª Cláusula: poder da administração de fiscalização do contrato. Ela pode inclusive interferir/intervir na gestão da empresa. Ela não se resume então na execução do contrato. Art. 67 da Lei nº 8666/93.

4ª Cláusula: possibilidade de ocupação provisória dos bens da contratada para dar continuidade ao serviço, quando o processo administrativo de rescisão do contrato estiver em andamento. Fundamenta-se no princípio da continuidade do serviço.

A administração antes de decidir pela rescisão do contrato tem que da o direito a empresa ao contraditório e a ampla defesa, ou seja, a administração tem que instaurar processo administrativo.

No final do contrato, a administração afirma que não quer mais o contrato, os bens utilizados provisoriamente pela administração, podem ser os bens devolvidos por ela ou adquiridos (esta aquisição é chamada de reversão dos bens).

Ocupação e reversão são institutos passíveis de indenização.

5ª Cláusula: a administração pode aplicação de penalidade ao contratado. Art. 87 da Lei nº 8666/93.

a) Pena de advertência.

b) Pena de multa. Esta vai depender de cada contra, ou seja, o seu percentual, o seu valor.

c) Pena de suspensão de participar de licitação e pena de celebrar contrato com o Poder Publico. A suspensão vai ter prazo máximo de até 02 anos. A suspensão de contratar atinge o ente que aplicou a sanção.

d) Pena de declaração de inidoneidade. Essa pena é a mais grave e atinge todos os entes. O Estado não pode contratar com empresa inidônea. Os doutrinadores afirmam que essa pena não pode ser utilizada em quaisquer circunstâncias, mas apenas nas condutas descritas como crime.

Para a empresa voltar a ser idônea ela precisa ser reabilitada. E para a reabilitação tem duas condições para a empresa: cumprir o prazo de até 02 anos e indenizar os prejuízos causados.

4ª Cláusula: possibilidade de ocupação provisória dos bens da contratada para dar continuidade ao serviço, quando o processo administrativo de rescisão do contrato estiver em andamento. Fundamenta-se no princípio da continuidade do serviço.

A administração antes de decidir pela rescisão do contrato tem que da o direito a empresa ao contraditório e a ampla defesa, ou seja, a administração tem que instaurar processo administrativo.

No final do contrato, a administração afirma que não quer mais o contrato, os bens utilizados provisoriamente pela administração, podem ser os bens devolvidos por ela ou adquiridos (esta aquisição é chamada de reversão dos bens).

NOME, 03/07/12,
Art. 87.  Pela inexecução total ou parcial do contrato a Administração poderá, garantida a prévia defesa, aplicar ao contratado as seguintes sanções: I - advertência; II - multa, na forma prevista no instrumento convocatório ou no contrato; III - suspensão temporária de participação em licitação e impedimento de contratar com a Administração, por prazo não superior a 2 (dois) anos; IV - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a Administração Pública enquanto perdurarem os motivos determinantes da punição ou até que seja promovida a reabilitação perante a própria autoridade que aplicou a penalidade, que será concedida sempre que o contratado ressarcir a Administração pelos prejuízos resultantes e após decorrido o prazo da sanção aplicada com base no inciso anterior. § 1o  Se a multa aplicada for superior ao valor da garantia prestada, além da perda desta, responderá o contratado pela sua diferença, que será descontada dos pagamentos eventualmente devidos pela Administração ou cobrada judicialmente. § 2o  As sanções previstas nos incisos I, III e IV deste artigo poderão ser aplicadas juntamente com a do inciso II, facultada a defesa prévia do interessado, no respectivo processo, no prazo de 5 (cinco) dias úteis. § 3o  A sanção estabelecida no inciso IV deste artigo é de competência exclusiva do Ministro de Estado, do Secretário Estadual ou Municipal, conforme o caso, facultada a defesa do interessado no respectivo processo, no prazo de 10 (dez) dias da abertura de vista, podendo a reabilitação ser requerida após 2 (dois) anos de sua aplicação. (Vide art 109 inciso III)
NOME, 03/07/12,
Art. 67.  A execução do contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada por um representante da Administração especialmente designado, permitida a contratação de terceiros para assisti-lo e subsidiá-lo de informações pertinentes a essa atribuição. § 1o  O representante da Administração anotará em registro próprio todas as ocorrências relacionadas com a execução do contrato, determinando o que for necessário à regularização das faltas ou defeitos observados. § 2o  As decisões e providências que ultrapassarem a competência do representante deverão ser solicitadas a seus superiores em tempo hábil para a adoção das medidas convenientes.
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Ocupação e reversão são institutos passíveis de indenização.

5ª Cláusula: aplicação de penalidade ao contratado. Art. 87 da Lei nº 8666/93.

a) Pena de advertência.

b) Pena de multa. Esta vai depender de cada contra, ou seja, o seu percentual, o seu valor.

c) Pena de suspensão de participar de licitação e pena de celebrar contrato com o Poder Publico. A suspensão vai ter prazo máximo de até 02 anos. A suspensão de contratar atinge o ente que aplicou a sanção.

d) Pena de declaração de inidoneidade. Essa pena é a mais grave e atinge todos os entes. O Estado não pode contratar com empresa inidônea. Os doutrinadores afirmam que essa pena não pode ser utilizada em quaisquer circunstâncias, mas apenas nas condutas descritas como crime.

Para a empresa voltar a ser idônea ela precisa ser reabilitada. E para a reabilitação tem duas condições para a empresa: cumprir o prazo de até 02 anos e indenizar os prejuízos causados.

Parou aqui em 11 de junho de 2012

Fim.

Aula XIV - INTENSIVO I – Direito Administrativo – LFG – 22 de junho de 2012 – Profª. Fernanda Marinela

AULA 14

ASSUNTO – LICITAÇÃO

Ocupação provisória

Ocupação provisória de bens. Durante o processo para a extinção do contrato, a Administração pode retomar o serviço e a ocupação provisória dos bens da contratada; extinto o processo, o Estado pode adquirir, através da REVERSÃO, os bens que estava ocupando provisoriamente.

OBS: o Estado pagará o valor desses bens, mas pode haver disposição contratual em contrário.

OBS: tanto a ocupação quanto a reversão podem ser indenizáveis.

OBS: quando a Administração realiza a ocupação provisória, durante o processo de extinção, na verdade, ela quer manter o contrato; assim, a extinção só ocorrerá caso não seja mais possível.

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Cláusulas exorbitantes

É a que extrapola o comum dos contratos. Traz prerrogativas/privilégios p/ a Administração. Está no art. 58 da Lei 8.666/93:

A Administração pode extinguir unilateralmente o contrato;

A Administração pode alterar unilateralmente o contrato (art. 65 da Lei 8.666/93);

Alterações unilaterais possíveis:

a) Alteração das especificações do projeto;

Essa alteração é qualitativa (das qualidades do contrato); além disso, só pode ocorrer desde que não se atinja a natureza do objeto, que é imodificável).

b) Alteração do objeto, que gerará a alteração do valor:

Essa alteração é tão-somente quantitativa. Não pode ultrapassar 25% (p/ cima ou p/ baixo) do valor do contrato.

Exceção: em caso de reforma (de prédios ou equipamentos), os acréscimos (só acréscimos) podem chegar a até 50%.

OBS.: É possível alterar bilateralmente (lembre que não são cláusulas exorbitantes)?

Resp.:

- o regime de execução;

- a forma de pagamento, desde que isso não aconteça antes da entrega do bem;

- substituição da garantia;

- para a busca do equilíbrio econômico-financeiro do contrato. Aspectos importantes:

O equilíbrio também é chamado de teoria da imprevisão (cláusula “rebus sic stantibus”), a qual traz um fato novo (tem que ser imprevisto e imprevisível) que trará um desequilíbrio. Esse fato onera de mais o contrato para uma das partes (gera o desequilíbrio contatual).

Hipóteses da Teoria da Imprevisão:

Fato do príncipe: é a atuação do Poder Público, geral e abstrata, que atinge o contrato de forma indireta ou reflexa (mas não impede o objeto principal).

Ex.: alteração da alíquota de um tributo.

Fato da Administração: é a atuação do Poder Público específica, que atinge/impede diretamente o contrato.

NOME, 03/07/12,
Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados, com as devidas justificativas, nos seguintes casos: I - unilateralmente pela Administração: cuidado! Só a alteração unilateral é cláusula exorbitante neste artigo! a)quando houver modificação do projeto ou das especificações, para melhor adequação técnica aos seus objetivos; b) quando necessária a modificação do valor contratual em decorrência de acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto, nos limites permitidos por esta Lei; II - por acordo das partes: a) quando conveniente a substituição da garantia de execução; b) quando necessária a modificação do regime de execução da obra ou serviço, bem como do modo de fornecimento, em face de verificação técnica da inaplicabilidade dos termos contratuais originários; c) quando necessária a modificação da forma de pagamento, por imposição de circunstâncias supervenientes, mantido o valor inicial atualizado, vedada a antecipação do pagamento, com relação ao cronograma financeiro fixado, sem a correspondente contraprestação de fornecimento de bens ou execução de obra ou serviço; d) para restabelecer a relação que as partes pactuaram inicialmente entre os encargos do contratado e a retribuição da administração para a justa remuneração da obra, serviço ou fornecimento, objetivando a manutenção do equilíbrio econômico-financeiro inicial do contrato, na hipótese de sobrevirem fatos imprevisíveis, ou previsíveis porém de conseqüências incalculáveis, retardadores ou impeditivos da execução do ajustado, ou, ainda, em caso de força maior, caso fortuito ou fato do príncipe, configurando área econômica extraordinária e extracontratual. § 1º O contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas condições contratuais, os acréscimos ou supressões que se fizerem nas obras, serviços ou compras, até 25% (vinte e cinco por cento) do valor inicial atualizado do contrato, e, no caso particular de reforma de edifício ou de equipamento, até o limite de 50% (cinqüenta por cento) para os seus acréscimos. § 2º Nenhum acréscimo ou supressão poderá exceder os limites estabelecidos no parágrafo anterior, salvo: I - (VETADO) II - as supressões resultantes de acordo celebrado entre os contratantes. § 3º Se no contrato não houverem sido contemplados preços unitários para obras ou serviços, esses serão fixados mediante acordo entre as partes, respeitados os limites estabelecidos no § 1º deste artigo. § 4º No caso de supressão de obras, bens ou serviços, se o contratado já houver adquirido os materiais e posto no local dos trabalhos, estes deverão ser pagos pela Administração pelos custos de aquisição regularmente comprovados e monetariamente corrigidos, podendo caber indenização por outros danos eventualmente decorrentes da supressão, desde que regularmente comprovados. § 5º Quaisquer tributos ou encargos legais criados, alterados ou extintos, bem como a superveniência de disposições legais, quando ocorridas após a data da apresentação da proposta, de comprovada repercussão nos preços contratados, implicarão a revisão destes para mais ou para menos, conforme o caso. § 6º Em havendo alteração unilateral do contrato que aumente os encargos do contratado, a Administração deverá restabelecer, por aditamento, o equilíbrio econômico-financeiro inicial. § 7º (VETADO) § 8º A variação do valor contratual para fazer face ao reajuste de preços previsto no próprio contrato, as atualizações, compensações ou penalizações financeiras decorrentes das condições de pagamento nele previstas, bem como o empenho de dotações orçamentárias suplementares até o limite do seu valor corrigido, não caracterizam alteração do mesmo, podendo ser registrados por simples apostila, dispensando a celebração de aditamento.
NOME, 03/07/12,
Art. 58. O regime jurídico dos contratos administrativos instituído por esta Lei confere à Administração, em relação a eles, a prerrogativa de: I - modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação às finalidades de interesse público, respeitados os direitos do contratado; II - rescindi-los, unilateralmente, nos casos especificados no inciso I do art. 79 desta Lei; III - fiscalizar-lhes a execução; IV - aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou parcial do ajuste; V - nos casos de serviços essenciais, ocupar provisoriamente bens móveis, imóveis, pessoal e serviços vinculados ao objeto do contrato, na hipótese da necessidade de acautelar apuração administrativa de faltas contratuais pelo contratado, bem como na hipótese de rescisão do contrato administrativo. §1º As cláusulas econômico-financeiras e monetárias dos contratos administrativos não poderão ser alteradas sem prévia concordância do contratado. §2º Na hipótese do inciso I deste artigo, as cláusulas econômico-financeiras do contrato deverão ser revistas para que se mantenha o equilíbrio contratual.
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Ex.: negativa de desapropriação.

Interferências imprevistas: são aquelas situações que já existiam ao tempo da celebração, mas que só podem ser descobertas ao tempo da execução.

Ex.: Normalmente, são alterações do solo.

Caso fortuito e força maior: há divergências, mas a maioria da doutrina aceita os 2 (uma parte da doutrina só aceita caso fortuito e outra parte só aceita força maior).

Pagamentos

Correção monetária – Não altera o custo, atualização da moeda;

Reajustamento de preços – Existe alteração do custo do serviço, vem de uma situação prevista e programada do contrato. Ex. Dissidio Coletivo.

Recomposição de preços – Essa alteração de custo não está prevista no contrato e vem da Teoria da Imprevisão.

Questões de concurso:

CESPE (PGE-PB/2008) Fato do príncipe é situação ensejadora da revisão contratual para a garantia da manutenção do equilíbrio econômico-financeiro do contrato (V).

CESPE (PGE-PB/2008) Força maior e caso fortuito são eventos imprevisíveis e inevitáveis, que geram para o contratado excessiva onerosidade ou mesmo impossibilidade da normal execução do contrato (V).

CESPE (PGE-PB/2008) Ocorre fato da administração quando uma ação ou omissão do poder público especificamente relacionada ao contrato impede ou retarda a sua execução (V).

CESPE (PGE-PB/2008) Interferências imprevistas consistem em elementos materiais que surgem durante a execução do contrato, dificultando extremamente a sua execução e tornando-a insuportavelmente onerosa (V).

CESPE (Juiz Federal TRF5/2007) Não pode ser aplicada a teoria da imprevisão para a recomposição do equilíbrio econômico-financeiro do contrato administrativo na hipótese de aumento salarial concedido, em virtude de dissídio coletivo, aos empregados da empresa contratada pela administração para terceirização de serviço, pois tal dissídio constitui evento certo que deveria ser levado em conta quando da efetivação da proposta (V).

CESPE (Procurador Federal/2006) Uma greve excepcionalmente prolongada em setor correlato ao objeto de contrato administrativo pode ser invocada pelo particular como motivo para aplicação da teoria da imprevisão (F).

CESPE (Procurador Federal/2006) Identifica-se fato do príncipe nos caos em que a

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administração contratante põe em prática o seu poder de alterar unilateralmente o contrato (F).

CESPE (Procurador Federal/2006) Tanto o fato do príncipe quanto a teoria da imprevisão têm aplicação nos contratos de prestação sucessiva (V).

CESPE (Procurador Federal/2006) Em termos evolutivos, a consideração da álea econômica extraordinária e da álea administrativa extraordinária, comumente separadas, do ponto de vista teórico, como requisitos da aplicação da teoria da imprevisão, tornou mais difícil a fixação da diferença entre imprevisão e fato do príncipe (V).

CESPE (AGU/2004) O fundamento da teoria da imprevisão é a álea econômica, decorrendo da aplicação dessa teoria um de dois efeitos: a rescisão contratual sem atribuição de culpa ou a revisão do preço para a restauração do equilíbrio do contrato administrativo (V).

CESPE (AGU/2003) A doutrina administrativista brasileira não admite a existência do chamado fato do príncipe negativo, isto é, o ato do poder público que afeta de maneira benéfica a situação do particular no contrato administrativo; exemplo dessa categoria seria a extinção de tributo incidente sobre fatos geradores praticados por causa da execução do contrato, o que elevaria os ganhos do contratado (F).

“EXCEPTIO NON ADIMPLENT CONTRACTUS” - OBS: art. 78, XV da Lei 8.666/93:

Note que a exceptio non adimplenti contractus se aplica, atualmente, aos contratos administrativos. Porém, essa aplicação não é imediata, mas sim, diferenciada (visto que se deve aguardar 90 dias). Também é o entendimento da doutrina majoritária.

Cuidado! Alguns concursos cobram a posição antiga da doutrina, pela qual, ela não era aplicável.

Até 90 dias, o contratado é obrigado a cumprir a sua parte, em nome do princípio da continuidade.

A partir de 90 dias, a “exceptio” é aplicável, art. 78, XV. Isso não é cláusula exorbitante, porque existe no contrato comum. Diz-se que “Exceptio non adimpleti contractus” é aplicável aos contratos administrativos de forma diferenciada.

Fiscalização pela Administração;

A Administração pode aplicar penalidades: advertência; multa; suspensão de contratar com o poder público, máximo de 2 anos, e vale para o ente que aplicou a pena (só aquele Município); declaração de idoneidade: vale para todos os entes da Administração, sendo que para voltar a ser idônea, precisa indenizar os prejuízos causados à Administração. Somente pode ser aplicada, nas situações em que as condutas são criminosas. Art. 87 da Lei 8.666/93:

OBS: quando é aplicada a pena do inciso IV, para que a empresa volte a ser idônea, exige-se 2 requisitos cumulativos:

- aguardar o prazo de 2 anos;

NOME, 03/07/12,
Art. 87. Pela inexecução total ou parcial do contrato a Administração poderá, garantida a prévia defesa, aplicar ao contratado as seguintes sanções: I - advertência; II - multa, na forma prevista no instrumento convocatório ou no contrato; note que a lei não prevê percentual; ele depende da previsão contratual. III - suspensão temporária de participação em licitação e impedimento de contratar com a Administração, por prazo não superior a 2 (dois) anos; IV - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a Administração Pública enquanto perdurarem os motivos determinantes da punição ou até que seja promovida a reabilitação perante a própria autoridade que aplicou a penalidade, que será concedida sempre que o contratado ressarcir a Administração pelos prejuízos resultantes e após decorrido o prazo da sanção aplicada com base no inciso anterior. impede a empresa de contratar com todos os entes públicos. Obs.: para a maioria da doutrina, essa pena só pode ser aplicada se a conduta for descrita como crime. §1º Se a multa aplicada for superior ao valor da garantia prestada, além da perda desta, responderá o contratado pela sua diferença, que será descontada dos pagamentos eventualmente devidos pela Administração ou cobrada judicialmente. §2º As sanções previstas nos incisos I, III e IV deste artigo poderão ser aplicadas juntamente com a do inciso II, facultada a defesa prévia do interessado, no respectivo processo, no prazo de 5 (cinco) dias úteis. §3º A sanção estabelecida no inciso IV deste artigo é de competência exclusiva do Ministro de Estado, do Secretário Estadual ou Municipal, conforme o caso, facultada a defesa do interessado no respectivo processo, no prazo de 10 (dez) dias da abertura de vista, podendo a reabilitação ser requerida após 2 (dois) anos de sua aplicação.
NOME, 03/07/12,
Art. 78. Constituem motivo para rescisão do contrato: (...) XV - o atraso superior a 90 (noventa) dias dos pagamentos devidos pela Administração decorrentes de obras, serviços ou fornecimento, ou parcelas destes, já recebidos ou executados, salvo em caso de calamidade pública, grave perturbação da ordem interna ou guerra, assegurado ao contratado o direito de optar pela suspensão do cumprimento de suas obrigações até que seja normalizada a situação;
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- a empresa tem que indenizar os prejuízos causados à Administração.

OBS: a lei não traz as sanções por níveis; então, quem decide (decisão discricionária) qual pena será aplicada é o administrador.

Ocupação provisória de bens. Durante o processo para a extinção do contrato, a Administração pode retomar o serviço e a ocupação provisória dos bens da contratada; extinto o processo, o Estado pode adquirir, através da REVERSÃO, os bens que estava ocupando provisoriamente.

OBS: o Estado pagará o valor desses bens, mas pode haver disposição contratual em contrário.

OBS: tanto a ocupação quanto a reversão podem ser indenizáveis.

OBS: quando a Administração realiza a ocupação provisória, durante o processo de extinção, na verdade, ela quer manter o contrato; assim, a extinção só ocorrerá caso não seja mais possível.

EXTINÇÃO DO CONTRATO

1. Conclusão do objeto. Ele pode aparecer com o advento do termo contratual (vencimento do prazo).

2. Advento do termo contratual

3. Rescisão do contrato nas seguintes hipóteses:

a. Rescisão administrativa unilateral: quando a Administração extingue de forma unilateral (por razão de interesse publicou ou quando há descumprimento contratual).

Obs.: Se em contrato de concessão, tal rescisão é chamada de ENCAMPACAO (razoes de interesse público); se a rescisão se da em virtude de inadimplemento contratual é chamada de CADUCIDADE (também em contrato de concessão apenas).

b. Rescisão judicial: quando o contratado não quer mais (lembre-se que é a única saída p/ o contratado).

c. Rescisão amigável (=consensual): feita de comum acordo.

d. Rescisão de pleno direito: decorre de circunstâncias estranhas à vontade das partes.

e. Anulação: quando há um ato ilegal.

Questões de concurso:

CESPE (PGE-ES/2008) A administração pode rescindir o contrato administrativo em razão de seu descumprimento, mas não pode promover retenção do pagamento que lhe é devido (V).

SERVIÇOS PÚBLICOSSERVIÇOS PÚBLICOS

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Leis Importantes:

Lei 8.687/95

Lei 11.079/04

OBS.: o que mais cai é a delegação (concessão/permissão); a parte geral cai menos.

1. CONCEITO

Não existe uma lista definida do que é serviço público; assim, seu conceito é mutável, depende muito do momento histórico.

Serviço público é uma utilidade/comodidade material, que vai satisfazer uma necessidade coletiva; porém, cada um a utiliza da sua maneira; portanto, é fruível singularmente. O Estado o assumiu como seu dever, mas isso não significa que ele tem que prestar o serviço com suas próprias mãos/estruturas, ou seja, a prestação pode ser dar de forma direta ou indireta.

O regime dos serviços públicos é público, mas pode ser total ou parcialmente público.

Serviço adequado é aquele previsto no art. 6º da Lei 8.987/95, que também traz os princípios que regem os serviços públicos (obs.: essa lista de princípios do art. 6º é divergente, mas é a que prevalece para a maioria).

2. PRINCÍPIOS

a) Eficiência: já existia na Lei 8.987/95 quando apareceu no caput do art. 37, CF (EC 19).

b) Generalidade: significa que o serviço deve ser prestado à coletividade em geral (erga omnes).

c) Segurança: não pode colocar em risco a vida, a saúde, a segurança dos administrados.

d) Atualidade (= modernidade ou atualização): tem que ser prestado de acordo com as técnicas mais modernas, mais atuais.

e) Regularidade;

f) Modicidade: Tarifas módicas. tem que ser o mais barato possível.

g) Cortesia: tem que ser prestado de forma cortês/bem-educada.

h) Continuidade.

NOME, 03/07/12,
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) III - o prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável uma vez, por igual período;  IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado em concurso público de provas ou de provas e títulos será convocado com prioridade sobre novos concursados para assumir cargo ou emprego, na carreira; V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) VI - é garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical; VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios de sua admissão; IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público; X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (Regulamento) XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da administração direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como li-mite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o sub-sídio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tri-bunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e aos Defensores Públicos; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003) XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo; XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do serviço público;   (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão computados nem acumulados para fins de concessão de acréscimos ulteriores; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e empregos públicos são irredutíveis, ressalvado o disposto nos incisos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) a) a de dois cargos de professor; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 34, de 2001) XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) XVIII - a administração fazendária e seus servidores fiscais terão, dentro de suas áreas de competência e jurisdição, precedência sobre os demais setores administrativos, na forma da lei; XIX - somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação de subsidiárias das entidades mencionadas no inciso anterior, assim como a participação de qualquer delas em empresa privada; XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações. (Regulamento) XXII - as administrações tributárias da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, atividades essenciais ao funcionamento do Estado, exercidas por servidores de carreiras específicas, terão recursos prioritários para a realização de suas atividades e atuarão de forma integrada, inclusive com o compartilhamento de cadastros e de informações fiscais, na forma da lei ou convênio. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) § 1º - A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos. § 2º - A não observância do disposto nos incisos II e III implicará a nulidade do ato e a punição da autoridade responsável, nos termos da lei. § 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na administração pública direta e indireta, regulando especialmente: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos em geral, asseguradas a manutenção de serviços de atendimento ao usuário e a avaliação periódica, externa e interna, da qualidade dos serviços; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a informações sobre atos de governo, observado o disposto no art. 5º, X e XXXIII; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) III - a disciplina da representação contra o exercício negligente ou abusivo de cargo, emprego ou função na administração pública. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) § 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível. § 5º - A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por qualquer agente, servidor ou não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento. § 6º - As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. § 7º A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao ocupante de cargo ou emprego da administração direta e indireta que possibilite o acesso a informações privilegiadas. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) § 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da administração direta e indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus administradores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de metas de desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) I - o prazo de duração do contrato; II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes; III - a remuneração do pessoal. § 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas e às sociedades de economia mista, e suas subsidiárias, que receberem recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) § 10. É vedada a percepção simultânea de proventos de aposentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts. 42 e 142 com a remuneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os cargos acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eletivos e os cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e exoneração.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) § 11. Não serão computadas, para efeito dos limites remuneratórios de que trata o inciso XI do caput deste artigo, as parcelas de caráter indenizatório previstas em lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005) § 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste artigo, fica facultado aos Estados e ao Distrito Federal fixar, em seu âmbito, mediante emenda às respectivas Constituições e Lei Or gânica, como limite único, o subsídio mensal dos Desembargadores do respectivo Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, não se aplicando o disposto neste parágrafo aos subsídios dos Deputados Estaduais e Distritais e dos Vereadores. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)
NOME, 03/07/12,
Art. 6º Toda concessão ou permissão pressupõe a prestação de serviço adequado ao pleno atendimento dos usuários, conforme estabelecido nesta Lei, nas normas pertinentes e no respectivo contrato. §1º Serviço adequado é o que satisfaz as condições de regularidade, continuidade, eficiência, segurança, atualidade, generalidade, cortesia na sua prestação e modicidade das tarifas. §2º A atualidade compreende a modernidade das técnicas, do equipamento e das instalações e a sua conservação, bem como a melhoria e expansão do serviço. §3º Não se caracteriza como descontinuidade do serviço a sua interrupção em situação de emergência ou após prévio aviso, quando: I - motivada por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações; e, II - por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da coletividade.
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CLASSIFICAÇÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS

1. De acordo com a essencialidade (Hely Lopes Meireles)

a. Serviço público próprio (= propriamente dito) - É o serviço essencial/ indispensável. Não admite delegação, não admite transferência ao particular.

Ex.: segurança nacional.

b. Serviço público impróprio (= de utilidade pública) - Não é essencial. Admite delegação e transferência ao particular.

Ex.: transporte público, telefonia.

OBS: essa classificação é muito criticada pela doutrina moderna. Cite-se o exemplo do transporte público, que é essencial e admite delegação.

Cuidado! Maria Sylvia usa tal classificação de forma diferente, mas sua posição é isolada e não cai em concurso.

2. Quanto aos destinatários

a. Geral – É prestado à coletividade como um todo; não tem destinatário determinado. Assim, é indivisível (não dá para medir/calcular o quanto cada um utiliza). A manutenção é feita via receita geral do Estado (arrecadação dos impostos).

Ex.: Segurança pública.

b. Individual – Tem destinatário determinado. Assim, é específico, divisível (dá para medir/calcular quanto cada um utiliza). Pode ser:

b.1. Compulsório – São os mais importantes/essenciais, não podem ser recusados.

Você paga pelo simples fato do serviço ser colocado à disposição; é mantido através de taxa mínima (ou seja, usando ou não, você paga uma taxa mínima).

Ex.: saneamento básico.

b.2. Facultativo –

Você só paga quando o utiliza. Normalmente, está transferido ao particular (ou seja, é prestado por concessionária/ permissionária). É mantido através de tarifa

OBS: lembre-se que tarifa não é tributo; assim, ela pode ser alterada de forma mais flexível que um tributo (não se sujeita à anterioridade, legalidade, etc.).

OBS: a TIP (= Taxa de Iluminação Pública) foi declarada inconstitucional; em seguida, via EC, foi criada a contribuição de iluminação pública (COSIP), mas, apesar de ser cobrada atualmente, ela continua sendo inconstitucional, visto que a contribuição é vinculada.

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OBS: também existem outras taxas muito criticadas, como a taxa de bombeiro, a taxa do buraco tapado (que é serviço geral, não podia ser cobrada através de taxa), etc.

DETERMINAÇÃO CONSTITUCIONAL DOS SERVIÇOS PÚBLICOS

Como está a determinação constitucional dos serviços públicos?

A CF possui vários artigos (Art. 21 a 30 da CF) que estabelecem a competência desses serviços.

Se a prestação do serviço não estiver na CF, a sua competência será definida conforme o seu interesse:

Interesse Nacional/geral: competência da União;

Interesse regional: competência do Estado;

Interesse local: competência do Município.

Ex.: serviço funerário não está expresso na CF, mas trata-se de interesse local, portanto, a competência é do Município.

O texto constitucional distribui a forma de prestação de serviços em 4 grupos:

1. Serviços exclusivos do Estado : o Estado deve prestá-lo com suas próprias mãos. A CF não estabelece a possibilidade de o Estado transferir o serviço.

OBS: a CF/88 não prevê expressamente a possibilidade de transferência (concessão, permissão e autorização) do serviço postal, não havendo, então, a possibilidade de transferência desse serviço. Mas vimos anteriormente que o serviço postal já não é prestado com exclusividade pelo Estado; por isso, a doutrina e a jurisprudência já reconhecem privilégios para a ECT (tratamento de Fazenda Pública), art. 21, X da CF. Apesar de tal hipótese ocorrer na prática, essa possibilidade ainda não foi reconhecida, de modo que devemos aguardar a decisão da ADPF 46.

2. O Estado tem a obrigação de prestar o serviço, mas ele é obrigado também a transferi-lo, ou seja, não pode segurar para si mesmo. Art. 223 da CF

Exemplos: serviços de rádio e TV.

3. O Estado e o particular têm titularidade para prestá-lo, sem que haja transferência feita pelo Estado; na realidade, aqui, o particular tem titularidade em virtude de existir determinação constitucional neste sentido. Tanto o Estado tem titularidade como o particular também tem titularidade.

Cuidado! Não confunda com as hipóteses em que o Estado pode transferir o serviço. Aqui, o particular não é titular porque o Estado lhe transferiu, mas sim, porque a CF assim estabeleceu.

NOME, 03/07/12,
Art. 223. Compete ao Poder Executivo outorgar e renovar concessão, permissão e autorização para o serviço de radiodifusão sonora e de sons e imagens, observado o princípio da complementaridade dos sistemas privado, público e estatal. § 1º - O Congresso Nacional apreciará o ato no prazo do art. 64, § 2º e § 4º, a contar do recebimento da mensagem. § 2º - A não renovação da concessão ou permissão dependerá de aprovação de, no mínimo, dois quintos do Congresso Nacional, em votação nominal. § 3º - O ato de outorga ou renovação somente produzirá efeitos legais após deliberação do Congresso Nacional, na forma dos parágrafos anteriores. § 4º - O cancelamento da concessão ou permissão, antes de vencido o prazo, depende de decisão judicial. § 5º - O prazo da concessão ou permissão será de dez anos para as emissoras de rádio e de quinze para as de televisão.
NOME, 03/07/12,
Art. 21. Compete à União: X - manter o serviço postal e o correio aéreo nacional;
NOME, 03/07/12,
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Ex.: serviços de ensino e de saúde.

Para a doutrina majoritária, esses serviços são públicos, sejam eles prestados pelo Estado ou pelo particular; por isso, podem ser questionados via MS.

4. O Estado tem a obrigação de prestar o serviço, mas tem a faculdade de transferi-lo. Ou seja, o serviço deve ser obrigatoriamente prestado, mas ele pode transferi-lo. É nesta hipótese que encontramos a concessão, permissão e autorização.

DELEGAÇÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS – Art. 175 da CF

1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Vimos que a delegação pode ser: legal, contratual ou proveniente de ato administrativo. Aqui, estudaremos apenas a delegação contratual e a proveniente de ato administrativo, ou seja, analisaremos a concessão, a permissão e a autorização de serviço público.

Aqui não se fala em concessão de uso de bem.

Delegar é transferir o serviço para outra pessoa jurídica.

A Lei 8.987/95 traz a concessão de serviço público comum e a Lei 11.079/04 traz a concessão de serviço público especial.

Vale ressaltar que a Lei 8.987/95 traz a concessão comum, mas não fala nessa expressão “concessão comum”. Isso porque, como a Lei 11.079/04 também trouxe uma espécie de concessão, o legislador sentiu a necessidade de diferenciá-la da velha concessão; foi em razão disso que, na Lei de 2004, denominou a concessão da Lei 8.987/95 de “concessão comum” e a nova concessão (criada pela própria lei de 2004) de “concessão especial” (também chamada de PPP).

A Lei 8.987/95 também dispõe sobre a permissão de serviço público (que é contrato) nos art. 2º, IV e art. 40; no resto, aplicam-se, no que couber, as regras da concessão.

A autorização de serviço público é ato administrativo e não possui lei específica; assim, aplica-se a ela, no que couber, a Lei 8.987/95.

Há 3 grandes institutos de delegação de serviço: concessão, permissão e autorização.

2. CONCESSÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS

Lei 8.987/95Lei 11.079/04

a. Concessão comum (Lei 8.987/95)

Na delegação, esse instituto é o que mais cai em concursos públicos.

NOME, 03/07/12,
Art. 40. A permissão de serviço público será formalizada mediante contrato de adesão, que observará os termos desta Lei, das demais normas pertinentes e do edital de licitação, inclusive quanto à precariedade e à revogabilidade unilateral do contrato pelo poder concedente. Parágrafo único. Aplica-se às permissões o disposto nesta Lei.
NOME, 03/07/12,
Art. 2º Para os fins do disposto nesta Lei, considera-se: (...) IV - permissão de serviço público: a delegação, a título precário, mediante licitação, da prestação de serviços públicos, feita pelo poder concedente à pessoa física ou jurídica que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco.
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Delegação é a transferência da execução do serviço. Administração retém a titularidade.

Não tem relação com transferência de bem (concessão de uso de bem público).

Conceito

Aqui, fala-se em delegação de serviço público feito pelo poder concedente a pessoa jurídica ou consórcio de empresas.

Poder concedente é a pessoa jurídica da Administração direta que tem o serviço na sua órbita de competência.

Consórcio de empresas é a reunião de várias empresas para determinado contrato administrativo.

Não se admite concessão de serviço à pessoa física.

Formalização da concessão de serviço público

Necessariamente será formalizada através de contrato administrativo. Assim, precisa ter prazo determinado, que depende da lei específica do serviço (vai de 1 ano a 45 anos, a depender do investimento).

Se se trata de contrato administrativo está sujeito à licitação. A modalidade licitatória deve ser a concorrência.

Obs.: a regra geral é a concorrência, mas em 95 foi introduzida a Política Nacional de Desestatização e, dentro delas, foram incluídos alguns serviço que podem ser transferidos por concorrência ou leilão.

Ex.: a telefonia foi transferida por leilão.

Obs.: a concorrência utilizada para a concessão de serviço é a mesma da Lei 8.666/93? Inicialmente era a mesma, mas ganhou regras especiais. Não foge completamente da Lei 8.666/93, mas há regras específicas:

Aqui a menor tarifa de usuário pode ser critério de seleção , esse é mais um critério além daqueles previstos na Lei 8.666/93;

A regra de concorrência sofreu alteração há uns 3 anos, e hoje, a concorrência da concessão pode ter procedimento invertido, como no pregão (primeiro se seleciona a proposta, para depois verificar os documentos da empresa);

Há possibilidade de lances verbais .

Os princípios são os mesmos, mas ela possui regras específicas.

O projeto de alteração da lei quer inverter todo o procedimento da concorrência.

Para se realizar concessão de serviço é preciso autorização legislativa específica. Cada serviço tem que ter a sua autorização.

Responsabilidade

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1. Contrato com terceiros em execução de obras – O Estado é responsável e exige da empresa. Aqui aplica a teoria subjetiva.

2. Contrato de concessão – Aqui o Estado só é chamado em segundo lugar, responsabilidade subsidiária. A concessionária assume por sua conta e risco e ela é pessoa jurídica de direito privado prestadora de serviço público, sujeita ao art. 37, §6º da CF. Aplica aqui a teoria objetiva, independentemente de ser usuário ou não.

O poder concedente transfere à empresa a titularidade e execução do serviço, e esta assume o serviço por sua conta e risco.

Assim se a concessionária causar prejuízos a alguém de quem é a responsabilidade? Ao se pensar em um contrato comum, por exemplo, de coleta de lixo, o usuário reclama diretamente ao Estado. Nesse tipo de contrato, a relação é Estado-usuário. Essa relação é chamada de contrato de serviço. É um contrato simples. Ex.: merenda escolar. Ex.: o Estado transfere a uma empresa o serviço de telefonia. Aqui se fala em contrato de concessão. Neste caso, o usuário reclama do serviço para a concessionária. Isso acontece porque a empresa assume o serviço por sua conta e risco. A relação aqui é usuário-empresa. O vínculo se faz entre o usuário e a empresa. No contrato de concessão há um deslocamento dessa relação. Então, quem responde perante o usuário é a empresa.

A responsabilidade civil da concessionária é objetiva ou subjetiva? Causou prejuízo, a responsabilidade é da concessionária. Mas se a concessionária não tiver dinheiro para pagar a conta, o Estado pode ser chamado, sendo essa responsabilidade subsidiária.

Se a concessionária responde, em regra, a sua responsabilidade é objetiva. Assim, aplicam-se às concessionárias o art. 37, §6º da Constituição:

Ex.: acidente entre ônibus e carro, com alguns passageiros machucados.

A responsabilidade em face do proprietário do carro é a mesma do usuário dentro do ônibus?

Resp.: O STF já decidiu, em uma decisão, fazendo uma separação dizendo que se o sujeito é usuário de serviço (passageiros), a eles se aplica o art. 37, §6º, sendo a responsabilidade objetiva. Mas se o sujeito não é usuário do serviço, aplica-se o direito civil, e a responsabilidade no regime privado; logo, é responsabilidade subjetiva. Não é uma decisão pacífica, mas CESPE já cobrou em 2 concursos.

Mas nessa situação é fácil de identificar o usuário e o não usuário. Mas se ele estivesse no ponto de ônibus esperando o ônibus? Não é fácil identificar o não usuário, e o STF não identificou isso.

Em provas: só responder subjetiva se falar expressamente em não usuário de serviço. Senão, colocar como responsabilidade objetiva.

STF – RG RE 591874 – A responsabilidade será objetiva, sendo usuário ou não. Entendimento pacífico.

3. Estado – Se o Estado assume o seu dever, ele responde.

NOME, 03/07/12,
§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causaram a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
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Remuneração

A empresa concessionária vive basicamente de tarifa de usuário.

Toda tarifa de usuário, assim como reajustes, são definidos no momento da licitação. Então, se a empresa está abusando é porque o Estado escolheu mal ou não está fiscalizando.

Recursos alternativos

Recursos públicos – Além da tarifa de usuário, se o serviço é caro demais, o Estado pode custear com uma parcela para cooperar com a modicidade da tarifa.

Cuidado! O recurso público é facultativo (é diferente da concessão especial).

A terceira possibilidade de remuneração é a receita alternativa, por exemplo, através de propaganda no ônibus. Isso tudo deve estar previsto no contrato administrativo, também servem para ajudar na modicidade da tarifa.

Extinção da concessão

Pode-se dar de algumas formas:

Pelo advento do termo contratual: vencendo o prazo do contrato, ele estará extinto.

Rescisão amigável ou consensual: as partes podem extinguir de comum acordo. Se estivéssemos em contrato privado seria chamada de distrato.

Rescisão judicial: se o contratado não quer mais o contrato.

Rescisão administrativa: feita por ato unilateral da Administração. Quando a Administração pode fazer isso:

a) Encampação: por razões de interesse público. Ela depende de autorização legislativa e a Administração terá que indenizar o contratado;

b) Caducidade: se o contratado descumprir cláusula contatual por parte da empresa. Neste caso, a Administração não tem o dever de indenizar.

Arts. 36 e seguintes da lei de concessões:

Extinção por falência da empresa: a doutrina fala em extinção de pleno direito, que nada mais são que circunstâncias estranhas à vontade da parte, como incapacidade civil, morte, falência.

Questões de concurso:

CESPE (PGE-PI/2008) Contrato administrativo pelo qual a administração pública delega a outrem a execução de um serviço público, para que o execute em seu próprio nome, por sua conta e risco, mediante tarifa paga pelo usuário ou outra forma de remuneração decorrente da exploração do serviço (Maria Sylvia Di Pietro. Parcerias na administração pública. São Paulo: Atlas, 1999, p. 72 (com adaptações)). A definição apresentada no texto acima refere-se ao

NOME, 03/07/12,
Art. 36. A reversão no advento do termo contratual far-se-á com a indenização das parcelas dos investimentos vinculados a bens reversíveis, ainda não amortizados ou depreciados, que tenham sido realizados com o objetivo de garantir a continuidade e atualidade do serviço concedido. Art. 37. Considera-se encampação a retomada do serviço pelo poder concedente durante o prazo da concessão, por motivo de interesse público, mediante lei autorizativa específica e após prévio pagamento da indenização, na forma do artigo anterior. Art. 38. A inexecução total ou parcial do contrato acarretará, a critério do poder concedente, a declaração de caducidade da concessão ou a aplicação das sanções contratuais, respeitadas as disposições deste artigo, do art. 27, e as normas convencionadas entre as partes. § 1º A caducidade da concessão poderá ser declarada pelo poder concedente quando: I – o serviço estiver sendo prestado de forma inadequada ou deficiente, tendo por base as normas, critérios, indicadores e parâmetros definidores da qualidade do serviço; II – a concessionária descumprir cláusulas contratuais ou disposições legais ou regulamentares concernentes à concessão; III – a concessionária paralisar o serviço ou concorrer para tanto, ressalvadas as hipóteses decorrentes de caso fortuito ou força maior; IV – a concessionária perder as condições econômicas, técnicas ou operacionais para manter a adequada prestação do serviço concedido; V – a concessionária não cumprir as penalidades impostas por infrações, nos devidos prazos; VI – a concessionária não atender a intimação do poder concedente no sentido de regularizar a prestação do serviço; e VII – a concessionária for condenada em sentença transitada em julgado por sonegação de tributos, inclusive contribuições sociais. § 2º A declaração da caducidade da concessão deverá ser precedida da verificação da inadimplência da concessionária em processo administrativo, assegurado o direito de ampla defesa. § 3º Não será instaurado processo administrativo de inadimplência antes de comunicados à concessionária, detalhadamente, os descumprimentos contratuais referidos no § 1º deste artigo, dando-lhe um prazo para corrigir as falhas e transgressões apontadas e para o enquadramento, nos termos contratuais. § 4º Instaurado o processo administrativo e comprovada a inadimplência, a caducidade será declarada por decreto do poder concedente, independentemente de indenização prévia, calculada no decurso do processo. § 5º A indenização de que trata o parágrafo anterior, será devida na forma do art. 36 desta Lei e do contrato, descontado o valor das multas contratuais e dos danos causados pela concessionária. § 6º Declarada a caducidade, não resultará para o poder concedente qualquer espécie de responsabilidade em relação aos encargos, ônus, obrigações ou compromissos com terceiros ou com empregados da concessionária. Art. 39. O contrato de concessão poderá ser rescindido por iniciativa da concessionária, no caso de descumprimento das normas contratuais pelo poder concedente, mediante ação judicial especialmente intentada para esse fim. Parágrafo único. Na hipótese prevista no caput deste artigo, os serviços prestados pela concessionária não poderão ser interrompidos ou paralisados, até a decisão judicial transitada em julgado.
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instituto denominado: concessão de serviço público.

CESPE (AGU/2004) As concessões de serviço público têm natureza de contrato administrativo, sendo a remuneração pela execução do serviço feita por meio de tarifa, que, paga pelo usuário, tem natureza de preço público e é fixada pelo preço da proposta vencedora da licitação e preservada pelas regras de revisão previstas na lei que disciplina o regime de concessão de prestação de serviços públicos, no edital e no contrato (V).

CESPE (AGU/2004) A extinção do contrato de concessão de serviço público por meio da encampação se consuma com a retomada do serviço pelo poder concedente durante o prazo da concessão, por ter a concessionária descumprido cláusulas contratuais ou disposições legais ou regulamentares concernentes à concessão (F). OBS: aqui se trata da caducidade

CESPE (AGU/2003) Nas relações jurídicas entre o usuário de serviço público e o ente prestador dele, não se aplica a inversão do ônus da prova em favor do primeiro (F). OBS: se aplica SIM em razão da responsabilidade objetiva do ente prestador de serviço público.

Parou aqui em 22 junho de 2012

FIM

Aula XV - INTENSIVO I – Direito Administrativo – LFG – 03 de julho de 2012 – Profª. Fernanda Marinela

AULA 15

b. Concessão Especial – PPP’s (Lei 11.079/2004) / PARCERIA PÚBLICO- PRIVADA = ESTADO + EMPRESA PRIVADA

Para procuradoria e magistratura vale a pena estudar. Fazer a leitura da lei seca.

Parceria era promessa de salvação do Governo.

Acabou não sendo aplicada porque o particular não quer investir.

Objetivo

A grande ideia era buscar investimentos privados, porque o Estado precisava de novos investimentos, mas não tinha dinheiro.

Outra justificativa: a eficiência estava nas mãos do particular. Mas na prática não é bem assim, por exemplo, hoje, a telefonia é a recordista em ações judiciais. Então, também se queria a eficiência do setor privado.

Conceito

Parceria é reunião de esforços para uma finalidade comum. Mas é isso que acontece nas PPP’s? Não, o parceiro privado coloca o dinheiro para ter lucro; logo, não tem

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nada de parceria. A doutrina critica muito. Isso é um contrato administrativo que, consequentemente, tem interesses divergentes.

Se é concessão especial, é contrato administrativo; logo, os interesses são divergentes.

A concessão especial é uma concessão, então, o que se estudou na Lei 8.987/95 vale para cá também. O que há de diferente aqui são algumas regras próprias.

Modalidades de concessão especial

Concessão patrocinada: é uma concessão comum, sendo que o recurso público é obrigatório. O Estado necessariamente tem que arcar com uma parcela do contrato. Recurso público mais tarifa do usuário.

Ex.: projeto da quarta linha do metrô de São Paulo; em projetos de rodovias; aeroportos.

Concessão administrativa: se parece com o contrato simples. Nesta concessão, a Administração é a própria usuária do serviço, sendo que ela pode ser usuária de forma direta ou indireta.

Ex.: presídio, o usuário direto é o preso e o Estado é usuário indireto.

Características da concessão especiais

Necessariamente, tem que ter financiamento privado. O Estado depois paga em suaves prestações.

Compartilhamento dos riscos. Se algo der errado o estado compartilha os risco do prejuízo. Ex.: o Estado celebra um contrato de parceria para o serviço X, mas se o serviço não for rentável, o Estado vai dividir os prejuízos.

Pagamento por parte do Estado: aqui existe a chamada pluralidade compensatória ou remuneratória, ou seja, o Estado terá que pagar a sua parcela no contrato. A lei estabelece que o Estado pode transferir para o parceiro privado créditos não tributários (advindos de indenização, por exemplo), também pode transferir a utilização de bens públicos, também há a outorga de direitos (outorga onerosa). Então, é possível o Estado pagar de várias maneiras, sendo esse rol exemplificativo. Mas isso gera dificuldade de fiscalização.

a. Ordem bancária;

b. Cessão/Transferência de créditos não tributários;

c. Utilização de bens públicos

d. Outorga de direitos

Vedações legais

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Quanto ao valor: Não se admite concessão especial com valor inferior a R$ 20.000.000,00;

Quanto ao prazo: Não pode ter prazo inferior a 5 anos e nem prazo superior a 35 anos;

Quanto ao objeto: A concessão especial exige sempre, pelo menos, dois objetos: serviço + obra ou serviço + fornecimento. Tem que misturar, pelo menos, dois elementos.

Gestão da parceria

Quando celebrado o contrato de concessão especial, essas pessoas constituem uma sociedade de propósitos específicos, que é uma pessoa jurídica, criada em razão da parceria, constituída pelo Estado + empresa privada, e tem como objetivo a gestão do contrato de PPP.

O objetivo é cuidar do contrato de parceira.

Questões de concurso:

CESPE (AGU/2006) Considere que um Ministério pretenda contratar o fornecimento de mão-de-obra para a execução de uma obra pública. Nesse caso, esse ministério pode-se valer da celebração de contrato de parceria público-privada (F). OBS: tem que ser uma concessão comum.

CESPE (AGU/2006) Nos contratos de parceria público-privada, o pagamento ao parceiro privado não pode ficar vinculado à qualidade do seu desempenho, pois os riscos do empreendimento devem ser repartidos entre as partes (F).

CESPE (AGU/2006) Antes da celebração do contrato de parceria público-privada, deve ser constituída sociedade de propósito específico, da qual a administração pública não pode fazer parte, por ter poder-dever de fiscalização sobre ela, durante a execução do contrato (F).

CESPE (Juiz Federal TRF5/2006) O contrato de parceria pública e privada deve ser firmado entre o poder público e uma sociedade de propósito específico, a qual poderá adotar a forma de companhia aberta, com valores mobiliários admitidos a negociação no mercado (F).

3. PERMISSÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS

Cuidado! Não é de uso de bem público.

O instituto da permissão nasceu como ato unilateral. Era ato unilateral, discricionário e precário.

Com a Lei 8.987/95, a permissão de serviço público passa a ter natureza de contrato.

Assim, a natureza de permissão de uso de bem público continua sendo ato unilateral.

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O STF já se manifestou dizendo que a natureza jurídica da permissão de serviços públicos é idêntica a da concessão, ou seja, contratual, sendo ambas constituídas com contrato administrativo (além de ser a posição do STF também está na lei, porém há grande divergência na doutrina, visto que alguns continuam entendendo que é instituída por ato unilateral).

Permissão de serviço significa delegação de serviço (transferência somente da execução do serviço) feita pelo poder concedente a pessoa física ou pessoa jurídica.

Qualquer modalidade licitatória é possível, aqui vai depender do valor do contrato.

Aqui não precisa de autorização legislativa específica, diferentemente do que acontece com a concessão.

Esse instituto é mais simples do que a concessão.

Art. 40 da lei:

A lei só traz permissão em dois artigos: 2º, IV e 40.

Natureza jurídica dessa relação: segundo o STF, se a lei disse contrato, a natureza jurídica da permissão é idêntica a da concessão.

Contrato com prazo determinado, como todo contrato administrativo, com o dever de indenizar.

Cuidado! A lei fala em contrato precário, logo, pode ser retomado a qualquer tempo. Ser precário significa que a administração pode retomar a qualquer tempo, não precisando indenizar.

Esse ato era unilateral também nasceu de forma precária, podendo ser retomado a qualquer tempo e não gera dever de indenizar. Isso era muito vulnerável. Mas com a Lei 8.987/95 a permissão é feita por contrato, assim, a Administração pode retomar antes do prazo? Pode, por razões de interesse público, mas, agora, é com indenização. Contudo, a lei diz que é contrato, mas não deixa de ser precário, que significa que pode ser retomado a qualquer tempo e não precisa indenizar. São situações completamente contraditórias. Pela doutrina e jurisprudência majoritárias a característica da precariedade fica mitigada em razão de ser contrato, então, a Administração pode retomar a permissão, mas terá o dever de indenizar.

Mas se cair na prova é contrato e é precário, marcar como verdadeiro.

4. AUTORIZAÇÃO de serviços públicos

A doutrina critica muito, dizendo que é inconstitucional; mas a posição majoritária reconhece a autorização de serviços públicos.

É ato adminstrativo unilateral, discricionário e precário (pode ser retomado a qualquer tempo e não gera o dever de indenizar).

NOME, 03/07/12,
Art. 2º Para os fins do disposto nesta Lei, considera-se: IV – permissão de serviço público: a delegação, a título precário, mediante licitação, da prestação de serviços públicos, feita pelo poder concedente à pessoa física ou jurídica que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco.
NOME, 03/07/12,
Art. 40. A permissão de serviço público será formalizada mediante contrato de adesão, que observará os termos desta Lei, das demais normas pertinentes e do edital de licitação, inclusive quanto à precariedade e à revogabilidade unilateral do contrato pelo poder concedente. Parágrafo único. Aplica-se às permissões o disposto nesta Lei.
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Utiliza-se em serviços é possível quando tratar de pequenos serviços ou serviços urgentes.

Ex.: serviço de táxi; serviço de despachante.

Questões de concurso: CESPE (AGU/2003) O regime jurídico da autorização não é constitucionalmente compatível com a exploração de serviço público por parte de pessoa jurídica privada. (F).

OBS: a Lei 8.112/90 é tema do Intensivo II, mas é importante fazer a leitura.

AGENTES PÚBLICOS

1. CONCEITO : É todo aquele que exerce função pública, seja de forma temporária ou permanente, seja com ou sem remuneração.

Ex.: mesário nas eleições é agente público.

A expressão agente público é uma expressão muito ampla.

Questões de concurso: CESPE (AGU/2003) No direito administrativo, o conceito de agente público é amplo e abrange até pessoas sem vínculo jurídico permanente com a administração, como é o caso dos componentes de mesas receptoras de votos nas eleições, pessoas delegadas de serviços públicos, como permissionários e concessionários de serviços públicos, e pessoas detentoras de mandato eletivo, como os membros de câmaras municipais e o presidente da República. (V).

2. CLASSIFICAÇÃO

2.1. Agentes políticos

Em regra, são escolhidos mediante eleição; excepcionalmente, por concurso público. Têm regime estatutário (cargo público). São eles os que estão no comando de cada um dos Poderes (é aquele que constitui a vontade do Estado):

Chefes do Poder Executivo, Vices e auxiliares imediatos do Poder Executivo (Ministros, Secretários estaduais e municipais); Membros do Legislativo (Deputados Federais e Estaduais, Senadores e Vereadores); Membros da magistratura e MP (há divergências, mas prevalece que são agentes políticos em razão da importância do cargo que ocupam, e não, em razão de ser uma escolha política – é inclusive o entendimento do STF desde de 2002); Ministros e Conselheiros dos TC’s.

Obs.: Se os direitos estão previsto em uma lei se submetem ao regime legal ou chamado por algumas autoridades de regime jurídico administrativo ou regime

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estatutário. O Sujeito aqui é titular de cargo público que só está presente em pessoa jurídico de direito público, não se admite em direito privado. Previsão na Lei ou em leis específicas ou na CF.

Se os direitos do trabalhador estão previstos em um contrato de trabalho estão sujeitos ao regime contratual ou trabalhista ou celetista. Nesse caso o Sujeito é titular de emprego, que estão previsto em pessoa jurídica de direito público, bem como em pessoa jurídica de direito privado.

Parênteses:

Aqui, vale fazer uma observação quanto ao regime jurídico:

Se os direitos do trabalhador estão previstos na lei ou na CF, ele segue o regime legal, o regime estatutário (aplicável a titular de cargo – seja efetivo, ou em comissão). Cargo só existe em pessoa jurídica de regime de direito público.

Se os direitos do trabalhador estão em contrato, o regime é contratual ou celetista (aplicável a titular de emprego – possível em pessoa jurídica de direito público e de direito privado).

Os agentes políticos são estatutários. Lembra-se que, muitas vezes, as regras do seu regime estão na CF.

Quando se fala em regime estatutário, não significa Lei 8.112/90; pode ser outra lei. A Lei 8.112/90 é um dos estatutos, mas não é o único. Há lei própria, por exemplo, para magistratura e para o MP.

2.2. Servidor estatal

Atuam no Estado (Administração Direta ou Indireta). Subdividem-se em:

a. Servidor público: Aquele que atua em pessoa jurídica de direito público (Administração Direta, autarquia e fundação pública de direito público).

Aqui, vale abordar a evolução histórica do regime jurídico:

Originariamente, pela CF/88, servidor público estava sujeito a um regime jurídico único. Ou seja, em cada ordem política só é possível um regime (em todo Estado, em toda União). A maioria acabou escolhendo o regime estatutário. Neste momento, não existia obrigatoriedade pela adoção do regime estatutário.

Com a EC 19/98 (Reforma Administrativa) foi abolido o regime jurídico único e foi instituído um regime múltiplo, pelo qual, o regime poderia ser estatutário (para titulares de cargo) ou celetista (para titulares de emprego). Na mesma ordem jurídica era possível existir os dois regimes ao mesmo tempo. Aqui, vale fazer as seguintes observações:

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Obs.: A determinação por cargo ou por emprego público era feita através de lei. Neste momento, a preferência também era para o cargo público porque dá mais benefícios ao servidor público.

Obs.: A expressão “funcionário público” era utilizada para os titulares de cargos públicos, mas ela não é mais utilizada; nem mesmo a Constituição a menciona.

Obs.: O art. 39 da CF, que estabeleceu o regime jurídico múltiplo, era eivado de vício formal, pois a EC não foi aprovada em 3/5 e em 2 turnos (Apesar de não te sido aprovado esta parte pelo Plenário, mesmo assim foi incluída pela Comissão de Redação colocou a matéria na emenda mesmo assim). Por isso, a matéria foi levada ao STF através da ADI 2.135, na qual, só existe decisão em sede de cautelar, pela qual se declarou a inconstitucionalidade formal do art. 39, visto que não se cumpriu a aprovação em 3/5 e em 2 turnos. Diante disso, atualmente, vale o regime jurídico único, restaurado pela decisão do STF. Vale lembrar que cautelar em ADI, em regra, produz efeitos “ex nunc”, mas o STF pode estabelecer que é “ex tunc”. Nessa cautelar, o STF frisou que a decisão tinha efeitos “ex nunc”, ou seja, o regime jurídico único valeria a partir da decisão. E os que tinham misturado os regimes com a EC 19? Eles não podem mais misturar daqui para frente. Na realidade, precisamos aguardar a decisão de mérito dessa ADI.

Pergunta-se: levando-se em consideração que o regime jurídico único foi restaurado no Brasil, isso significa que esse regime jurídico único é estatutário? Prevalece que não, ou seja, preferencialmente (e não, obrigatoriamente) é o regime estatutário (CABM, Maria Sylvia). Já caiu em concurso que o regime jurídico único é o estatutário, mas não é a posição que prevalece. Quando a pergunta for: “Servidor público é seletista ou estatutário? R.: Pode ser os dois, desde que seja único, não é necessariamente o regime estatutário.”

b. Servidor de ente governamental de direito privado: Atua na Administração Indireta de pessoa jurídica de direito privado (empresa pública, sociedade de economia mista e fundação pública de direito privado).

Segue apenas o regime celetista (empregado cuidado! Só é empregado, não é empregado público). Regidos pela CLT.

- Se é servidor público em pessoa jurídica de direito público é emprego público- Se trabalha em pessoa jurídica de direito privado é somente emprego

Equipara-se ao servidor público em alguns aspectos. E quais são esses aspectos?

Também presta concurso público.

Ex.: concurso da CEF, do BB, da Petrobrás, etc.;

Aplica-se o regime da não-acumulação (que é a regra, mas há exceções constitucionais);

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Aplica-se o teto remuneratório, em regra, mas aqui, a CF faz uma ressalva: se a EP ou SEM não precisa da ajuda da Administração Direta para o seu custeio (despesas correntes, do dia-a-dia), vivendo da sua própria renda, ela não precisa respeitar o teto;

Aplica-se a Lei de Improbidade Administrativa (Lei 8.429/92);

Também está sujeito ao art. 327 do CP, ou seja, também é funcionário público para fins penais;

Também estão sujeitos aos remédios constitucionais (são considerados autoridades para esses fins). O MS só vai ser cabível se for prestadora de serviço público.

Importante ressaltar que ele não é equiparado no que atine à dispensa. Na súmula 390, o TST reconhece que estes empregados de empresa pública e de sociedade de economia mista não gozam da estabilidade do art. 41 da CF. Neste sentido, o TST editou a OJ 247, consolidando a orientação de que a dispensa é imotivada. Cuidado! o TST traz uma ressalva à esta orientação: a ECT, como tem regime de Fazenda Pública, não está sujeita à essa orientação, ou seja, a dispensa tem que ser motivada. RG nº 131 no RE 589.998

c. Particulares em colaboração

Ele colabora com o Estado.

Em certo momento, exerce função pública, mas não perde a qualidade/natureza de particular. Pode ser:

a) Requisitado : colabora porque é obrigado.

Ex.: mesário, jurado, serviço militar obrigatório.

b) Voluntário ou particulares em “sponte própria” (= agente honorífico por HLM - FCC): colabora porque quer.

Ex.: amigo da escola, médico que colabora, dirigentes/presidentes de ordem de classe.

c) Os que trabalham em concessionárias e permissionárias prestando serviço público.

Ex.: motorista do ônibus.

d) Delegação de função - Serviços notariais e de registro (“cartórios extrajudiciais”): trazidos pelo art. 236 da CF (os notários são chamados pela CF de “delegados de função”). Não é delegação de serviço, é uma situação específica. Exercem em caráter privado, mas prestam concurso público.

NOME, 03/07/12,
Art. 236. Os serviços notariais e de registro são exercidos em caráter privado, por delegação do Poder Público. § 1º - Lei regulará as atividades, disciplinará a responsabilidade civil e criminal dos notários, dos oficiais de registro e de seus prepostos, e definirá a fiscalização de seus atos pelo Poder Judiciário. § 2º - Lei federal estabelecerá normas gerais para fixação de emolumentos relativos aos atos praticados pelos serviços notariais e de registro. § 3º - O ingresso na atividade notarial e de registro depende de concurso público de provas e títulos, não se permitindo que qualquer serventia fique vaga, sem abertura de concurso de provimento ou de remoção, por mais de seis meses.
NOME, 03/07/12,
OJ 247 SDI1 TST. ESTABILIDADE. EMPRESA PÚBLICA E SOC. ECON. MISTA. SERVIDOR PÚBLICO. CELETISTA CONCURSADO. DESPEDIDA IMOTIVADA. EMPRESA PÚBLICA OU SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA. POSSIBILIDADE. Inserida em 20.06.2001 (Alterada – Res. nº 143/2007 - DJ 13.11.2007)I - A despedida de empregados de empresa pública e de sociedade de economia mista, mesmo admitidos por concurso público, independe de ato motivado para sua validade;II - A validade do ato de despedida do empregado da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) está condicionada à motivação, por gozar a empresa do mesmo tratamento destinado à Fazenda Pública em relação à imunidade tributária e à execução por precatório, além das prerrogativas de foro, prazos e custas processuais.Histórico:Redação original247. Servidor público. Celetista concursado. Despedida imotivada. Empresa pública ou sociedade de economia mista. Possibilidade. Inserida em 20.06.2001
NOME, 03/07/12,
Súmula 390. Estabilidade. Art. 41 da CF/1988. Celetista. Administração direta, autárquica ou fundacional. Aplicabilidade. Empregado de empresa pública e sociedade de economia mista. Inaplicável. I – O servidor público celetista da administração direta, autárquica ou fundacional é beneficiário da estabilidade prevista no art. 41 da CF/1988. II – Ao empregado de empresa pública ou de sociedade de economia mista, ainda que admitido mediante aprovação em concurso público, não é garantida a estabilidade prevista no art. 41 da CF/1988. 247. Servidor público. Celetista concursado. Despedida imotivada. Empresa pública ou sociedade de economia mista. Possibilidade. Redação dada pela Res. nº 143 do TST, de 8-11-2007 (DJU 13-11-2007). I – A despedida de empregados de empresa pública e de sociedade de economia mista, mesmo admitidos por concurso público, independe de ato motivado para sua validade; II – A validade do ato de despedida do empregado da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) está condicionada à motivação, por gozar a empresa do mesmo tratamento destinado à Fazenda Pública em relação à imunidade tributária e à execução por precatório, além das prerrogativas de foro, prazos e custas processuais.
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e) Particulares que praticam atos oficiais : são particulares que prestam serviços públicos porque a CF atribuiu essa titularidade. Assim, não há delegação. A titularidade para prestar serviço público é conferida ao particular diretamente pela CF. Por isso, cabe MS contra um dirigente particular que pratica ato oficial.

Ex.: área da saúde e de ensino, dirigente de uma universidade privada.

f) Particular que exerce locação civil : a locação civil é um contrato de prestação de serviço celebrado no direito privado.

Ex.: contratar um advogado para prestar serviço via locação. Atualmente, não é muito utilizado, mas pode ser.

3. ACESSIBILIDADE

Hoje, no Brasil, aplica-se a regra de acessibilidade ampla, ou seja, podem ser servidores públicos os brasileiros e os estrangeiros (estes, na forma da lei).

Obs.: A possibilidade dos estrangeiros, na forma da lei, não é originária da CF/88, mas veio com a EC 19/98. Contudo, para os estrangeiros têm que ter regulamentação. Atualmente, existe regulamentação para professores e pesquisadores estrangeiros.

Para os brasileiros, a acessibilidade vale para natos e naturalizados (salvo exceções constitucionais em que o brasileiro tem que ser nato).

3.1. Via de acesso

Em regra, a acessibilidade se dá via concurso público, escolha meritória, ganha ou passa o melhor. É diferente de Licitação.

Exceções:

Mandato eletivo; Cargo em comissão (antigamente era chamado de cargo de confiança), de

livre nomeação e exoneração (= ad nutum, ou seja, não precisa de motivação para exonerar).

Parênteses:

Qual a diferença entre cargo em comissão e função de confiança?

Cargo = atribuições + responsabilidade + posto/espaço na estrutura da administração. cargo em comissão é o baseado na confiança (serve para direção, chefia e assessoramento); qualquer pessoa pode ocupar um cargo em comissão (livre nomeação e exoneração). O problema é que, toda vez que muda o chefe, seria possível alterar o ocupante do cargo em comissão. Por isso, estabeleceu-se a regra de que existe um mínimo de ocupantes de cargo em

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comissão que deve ser preenchido por ocupantes de cargo efetivo (daí, quando muda o chefe, ele volta para o seu cargo efetivo);

Obs.: Qualquer pessoa pode ocupar cargo comissão, salvo Súmula Vinculante 13 do STF (proibição do nepotismo).

A função de confiança significa atribuições + responsabilidades; não existe posto/lugar no quadro da administração. A função de confiança também serve para direção, chefia e assessoramento. Hoje, a única função prevista na CF é a função de confiança; neste sentido, ela só pode ser atribuída a quem já está nos quadros da administração, ou seja, por quem já tem cargo efetivo. Se já tem cargo efetivo (atribuições + responsabilidade + posto/espaço na estrutura da administração) e ganha uma função de confiança (atribuições + responsabilidades), repare que com a função, ele ganha um plus nas suas atribuições e responsabilidades, ou seja, ele não deixa o cargo efetivo; pelo plus nas suas atribuições, ele recebe um plus na sua remuneração: a gratificação por função de confiança.

Contrato temporário: Art. 37, IX da CF:

Ele é utilizado em caso excepcional interesse público. Se a necessidade é permanente, o contrato não pode ser temporário.

O processo seletivo dos contratos temporários é simplificado. Existe um projeto (“trem da alegria”) de estabilizar os temporários. O STF orienta que o temporário que não está em situação excepcional é ilegal. O STJ tem falado na manutenção desses servidores pela estabilização dos efeitos.

Hipóteses constitucionais (expressas):

Ex.: Ministro do STF, regra do quinto constitucional, Ministro e Conselheiro do TC (todos cargos vitalícios), algumas vagas dos Tribunais Superiores, agentes comunitários de saúde e agentes de combate às endemias (art. 198, §4º, CF, alterado pela EC 51). Regulado pela Lei 11.350/06

Obs.: quando a CF fala de processo seletivo, prevalece o entendimento que não se trata de concurso, porque se assim quisesse o constituinte, assim teria disposto.

Antes eles eram contratados temporariamente, agora passam por um processo seletivo (que não é concurso).

Essa matéria foi regulamentada pela Lei 11.350/2006. Assim, eles entram em regime de emprego público, mas deixam de ser temporários e passam a ter estabilidade. O problema da lei é que ela acaba estabilizando temporários e, muitas vezes, esses temporários eram escolhidos por parentesco, amizade, etc. Por isso, é bem provável que isso seja bastante discutido.

OBS: Ler as súmulas: 683, 684, 685, 686 (STF), 266 (STJ)

NOME, 03/07/12,
§4º Os gestores locais do sistema único de saúde poderão admitir agentes comunitários de saúde e agentes de combate às endemias por meio de processo seletivo público, de acordo com a natureza e complexidade de suas atribuições e requisitos específicos para sua atuação.
NOME, 03/07/12,
Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes: (...)
NOME, 03/07/12,
IX – a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público;
NOME, 03/07/12,
Súmula Vinculante 13 A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal.
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Súmula 683 - O LIMITE DE IDADE PARA A INSCRIÇÃO EM CONCURSO PÚBLICO SÓ SE LEGITIMA EM FACE DO ART. 7º, XXX, DA CONSTITUIÇÃO, QUANDO POSSA SER JUSTIFICADO PELA NATUREZA DAS ATRIBUIÇÕES DO CARGO A SER PREENCHIDO. (a jurisprudência do STF diz que esses requisitos também têm que estar previstos na lei da carreira). A atividade jurídica é aplicada a partir da colação de grau.

Súmula 684 - É INCONSTITUCIONAL O VETO NÃO MOTIVADO À PARTICIPAÇÃO DE CANDIDATO A CONCURSO PÚBLICO.

Súmula 685 - É INCONSTITUCIONAL TODA MODALIDADE DEPROVIMENTO QUE PROPICIE AO SERVIDOR INVESTIR-SE, SEM PRÉVIA APROVAÇÃO EM CONCURSO PÚBLICO DESTINADO AO SEU PROVIMENTO, EM CARGO QUE NÃO INTEGRA A CARREIRA NA QUAL ANTERIORMENTE INVESTIDO. (proibição de acesso sem concurso)

Súmula 686 - SÓ POR LEI SE PODE SUJEITAR A EXAME PSICOTÉCNICO A HABILITAÇÃO DE CANDIDATO A CARGO PÚBLICO.

266. O diploma ou habilitação legal para o exercício do cargo deve ser exigido na posse e não na inscrição para o concurso público.

Prazo de Validade do Concurso público: Requisitos para concurso público é possível, desde que:

a) Compatível com as atribuições do cargo;

b) Validade: O concurso público tem como validade até 2 anos;

c) Prorrogação: podendo ser prorrogados por uma única vez e por igual período;

d) Previsão na lei da carreira, além de previsão no edital.

4. CONCURSO PÚBLICO

4.1. Prazo de validade

Até 2 anos.

4.2. Prorrogação

Admite-se uma única prorrogação por igual período (fixado no edital), mas por uma única vez. Para poder prorrogar tem que estar prevista esta possibilidade no edital, não é automático. É decisão discricionária, prorroga se for conveniente.

Prevalece que só é possível se prevista no edital.

Só pode prorrogar enquanto o concurso for válido.

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Conforme o STF, a prorrogação só pode ser revogada enquanto não for iniciado o prazo (pois, a partir do dia do seu início, gera direito adquirido para os candidatos).

Parou aqui em 03 de julho de 2012

FIM

Aula XV - INTENSIVO I – Direito Administrativo – LFG – 03 de julho de 2012 – Profª. Fernanda Marinela

4.3. Novo concurso

A partir da EC 19/98, admite-se sua realização, mesmo estando válido o concurso anterior. Porém, primeiro se esgota a lista do concurso anterior (enquanto não vencer seu prazo de validade, por óbvio) e depois chamam-se os aprovados no concurso novo.

Dicas de leitura:

SÚMULA STF 683, 684, 685, 686

SÚMULA VINCULANTE 13

SÚMULA STJ 266, 377

4.4. Direito à nomeação

Tradicionalmente a doutrina e jurisprudência diziam que o candidato aprovado em concurso, via de regra, não tem direito a nomeação, como regra, ele tem mera expectativa de direito.

Atualmente o direito a nomeação vem sendo reconhecido, nos seguintes casos:

a) Direito de não ser preterido – De não ser passado para trás. Candidato preterido na ordem de classificação (entendimento pacificado – STF Súmula 15).

b) A Administração realiza vínculos precários tendo concurso válido com candidatos aprovados na lista. Vínculos precários podem ser contratação de temporários, designação a doc, cessão de servidores, desvio de função.

c) Candidatos aprovados no concurso dentro do numero de vagas, terá direito subjetivo a nomeação. O direito subjetivo diz respeito ao concurso válido. Matéria decidida no STJ e STF com julgamento do mérito. RE 598.099 (RG) STF. Esse direito não é um direito absoluto, se existir uma mudança de contexto ou uma situação nova que justifique não nomear, não é obrigado a nomear.

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4.5. Requisitos para ir para o edital

1. Tem que está previsto na Lei da carreira;

2. Compatibilidade com a natureza das atribuições que serão exigidas;

3. A exigência tem que na expressa no edital;

Dicas:

Limite de Idade – Hoje limite de idade em concurso público pode. Súmula 683 do STF; Desde que preenchidas as condições. É possível tanto o limite mínimo quanto o limite máximo de idade. RE 600885 (RG) STF.

Exame psicotécnico – Súmula 686 – É possível exame psicotécnico desde que esteja previsto na carreira. Conferir STJ e STF. Além da súmula a jurisprudência trás outro complemento, além da exigência da lei (Lei da carreira), ele tem que ter parâmetros objetivos, exame psicotécnico não pode ser subjetivo. E ainda precisa do direito de recurso ao candidato.

Prazo de validade: 2 anos, venceu o concurso, o administrador resolve prorrogar no dia seguinte, essa prorrogação não é válida, os cargos nomeados a partir da prorrogação também são ilegais, deve ser portanto anulada. Logo, os servidores tem direito ao contraditório e a ampla defesa.

5. ESTABILIDADE Art. 41 da CF

5.1. Cargo efetivo – Nomeado em caráter definitivo e a condição do servidor é ser estável;

5.2. Servidor Estável – Estabilidade é garantia de permanência no serviço e requisito ocupar cargo efetivo.

5.3. Requisitos para ser efetivo:

5.5.1. Aquisição

1. Nomeado para cargo efetivo – pressupõe a prévia aprovação em concurso público;

2. 03 anos de exercício;

3. Ser aprovado na avaliação específica de desempenho;

Obs.: Emprego x Estabilidade - O candidato para ter estabilidade precisava ter passado em concurso público. Texto original da CF/88. Tinha direito a estabilidade o titular de cargo público e o titular de emprego público. Nesse contexto o TST publica a súmula 390 do TST – Se o servidor é empregado de PJ de direito público (empregado público –

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Servidor público) esse empregado tem direito a estabilidade, Art. 41 da CF. Se for PJ de direito privado, agora vai ser sem estabilidade do art. 41 da CF.

Obs.: Em 1998 a EC 19 alterou o art. 41 da CF – A partir da EC o servidor público para ter direito a estabilidade precisa de cargo público + 3 anos de exercício + avaliação. Hoje empregados públicos não tem direito a estabilidade.

5.4. Avaliação Especial de desempenho – É condição para aquisição da estabilidade, até hoje não foi disciplinada. A lei da carreira é quem vai disciplinar essa avaliação, que não foi regulamentada em alguns casos. Hoje o servidor vai adquirir estabilidade mesmo sem a avaliação Especial de desempenho.

5.5. Perda da Estabilidade – O servidor pode perder a estabilidade nas seguinte situações.

5.5.1. Processo administrativo conforme o novo modelo constitucional, com contraditório + ampla defesa;

5.5.2. Por meio de processo judicial com sentença transito em julgado;

5.5.3. Avaliação periódica de desempenho.

Obs.: Também precisa de regulamentação.

5.5.4. Em razão da racionalização da máquina administrativa - Art. 169 da CF. Ex.: 20% dos cargos em comissão e de confiança e servidores não estáveis, só depois serão os servidores estáveis. Caso de exoneração.

6. ESTÁGIO PROBATÓRIO

É o período de teste do servidor para verificar se ele pode ficar no cargo.

Evolução:

CF/88: 2 anos p/ adquirir estabilidade Lei 8.112/90, art. 20: estágio probatório (diferente de estabilidade) é de 24 meses (diferente de 2 anos) EC 19/98: 3 anos p/ adquirir estabilidade doutrina: art. 20 não foi recepcionado pela EC, portanto, estágio probatório é de 3 anos 2004 – STF: CF nunca falou em estágio probatório, mas sim em estabilidade, por isso, vale a regra do art. 20, ou seja, o estágio probatório é de 24 meses.

Entendimento atual (AGU, STJ): 3 anos (apesar do STJ já ter dito a mesma coisa que o STF);

CNJ – PP 822: Entende que o prazo é de 3 anos.

TST: 36 meses (é a melhor resposta p/ concurso).

MP 431/08 –

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7. SISTEMA REMUNERATÓRIO

7.1. Modalidades

Há duas modalidades:

a) remuneração (=vencimentos): composta por 2 parcelas: parcela fixa (=vencimento) + parcela variável. A parcela fixa é o salário-base.

b) subsídios (EC 19/98): composto por parcela única.

A doutrina critica essa segunda modalidade, alegando que se é única, não deveria se chamar parcela; além disso, subsídio, em latim, significa ajuda de sobrevivência.

Quem recebe subsídios:

Chefes do Poder Executivo(e seus respectivos Vice) e seus auxiliares imediatos;

Membros do Poder Legislativo;

Magistrados;

Membros do MP;

Ministros e Conselheiros dos TCs;

Membros da AGU;

Procuradores (exceção: procuradores municipais) e defensores públicos;

Todos os policiais;

Todos os demais organizados em carreira (= quando há plano de ascensão).

Exceções: Existem duas verbas que podem ser pagas fora dessa parcela única.

Art. 39, §3º, CF: Verbas pagas fora da parcela única.

Verbas indenizatórias: Verbas pagas fora da parcela única. ex.: diária, ajuda de custo, transporte, etc.

7.2. Fixação da remuneração dos servidores públicos

Qualquer remuneração/subsídio só é fixada por meio de lei de iniciativa do dono do bolso, ou seja, se quem paga é o Poder Legislativo, a iniciativa é do Poder Legislativo; se quem paga é o Poder Executivo, a iniciativa é do Poder Executivo, etc.

Únicas exceções à fixação da remuneração:

Remuneração do Presidente da República e Vice, Senadores, Ministros e Deputados Federais fixada por DECRETO LEGISLATIVO do CN;

NOME, 05/07/12,
§ 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisitos diferenciados de admissão quando a natureza do cargo o exigir. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
NOME, 05/07/12,
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão conselho de política de administração e remuneração de pessoal, integrado por servidores designados pelos respectivos Poderes.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (Vide ADIN nº 2.135-4)
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Remuneração dos vereadores será fixada por fixada por DECRETO LEGISLATIVO da Câmara Municipal.

Obs.: legislativo é aquela espécie normativa que não tem deliberação executiva (não há sanção/veto do Presidente). (Mesmo que os cargos tenham sido criados por resolução – ex.: assessores do Poder Legislativo).

7.3. Teto remuneratório

Apesar de haver inúmeras exceções e discussões, o que vem sendo cobrado em concurso é a regra básica da CF.

Para a professora, o teto está fadado à falência. O teto foi estabelecido inicialmente pela EC 19/98, que fixou um teto geral; contudo, com a EC 19, a regra do teto ainda dependia de regulamentação, que não veio e a regra não saiu do papel.

Consequência: a EC 41/03 trouxe os sub-tetos e, a partir daí, a as regras começaram a ser aplicadas.

Neste cenário, atualmente, temos:

Teto geral: ninguém pode ganhar mais que os Ministros do STF. Hoje é fixado pela Lei 12.041/09, no valor de R$ 26.723,13. Lembre-se que essa lei é de iniciativa do próprio STF. Assim, o salário dos Ministros do STF é teto geral e sub-teto para a União (âmbito federal).

Nos Estados, no Poder Legislativo, ninguém pode ganhar mais que o deputado estadual.

No Poder Executivo, o sub-teto é o do Governador.

No Poder Judiciário, o sub-teto é o do desembargador, que também deve ser aplicado para os membros do Ministério Público, procuradores e defensores públicos. E para os auxiliares do Ministério Público? O sub-teto é o do Governador.

O teto do desembargador é de até 90,25% do salário dos Ministros do STF – isso continua valendo, apesar de ter sido objeto de ADI 3854. Na verdade, o STF fez uma interpretação conforme, entendendo que o teto de 90,25% é o teto para a remuneração como desembargador; se ele exercer outra função (ex.: de professor, junto aos tribunais eleitorais, etc.), o teto será igual ao dos Ministros do STF. Cuidado! Alguns autores dizem que o STF declarou a regra inconstitucional, mas não foi o que ocorreu – a regra foi declarada constitucional, tendo sido feita uma interpretação conforme.

No âmbito municipal, o teto remuneratório é o do Prefeito.

O CNJ e o CNMP têm regras sobre benefícios previdenciários, magistério, etc.

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8. ACUMULAÇÃO DE CARGOS

A regra é a não-acumulação. Há proibição para cargos e empregos. Excepcionalmente a CF autoriza, art. 37, XVI e XVII e art. 38, com 04 exceções (nas quais só pode acumular 2 cargos/empregos), vejamos:

8.1. Atividade + atividade: requisitos:

a. Horário compatível;

b. Teto remuneratório (lembre-se que existem sub-tetos – Ex.: tetos das áreas estadual e municipal) ele escolherá a remuneração de 1 das atividades caso a remuneração ultrapasse o teto;

Hipóteses:

2 cargos de professor. Em atividade nos dois cargos e ganha remuneração nos dois casos.

Hipóteses:

a) Se o horário for compatível;

A soma das duas remunerações não podem ultrapassar o teto remuneratório;

b) E tem que ser em umas das seguintes hipóteses de atividades: 2 de professor; 1 de professor e 1 de técnico científico (ex.: juiz); 2 na área da saúde com profissão regulamentada por lei.

8.2. Proventos (aposentadoria) + proventos (aposentadoria): desde que atendidas as regras do teto (idem item anterior);

Obs.: Aposentadoria + aposentadoria - É possível a aposentadoria nos dois cargos, Nas hipóteses da atividade.

8.3. Proventos (aposentadoria) + atividade (pode ser mandato eletivo, cargo em comissão): obs.: antes da EC 20/98, o aposentado podia acumular com qualquer cargo; assim, aqueles que já estavam acumulando antes da EC, continuarão acumulando, em função do direito adquirido. A partir da EC, p/ acumular, tem que atender às regras do item 1.essa regra não está no corpo da CF, mas sim, no art. 11 da EC 20.

Obs.: Aposentadoria + remuneração – Nas mesmas hipóteses da atividade pode tudo.

Obs.: Aposentado como professor + remuneração de presidente = Pode cumular as duas remunerações, em qualquer mandato eletivo; O segundo cargo pode ser também um cargo em comissão.

Obs.: Delegado de policia aposentado + cargo de promotor em atividade = Até 1998 qualquer hipótese era possível, a partir de 1998, por força da EC 20, art. 11,

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só nas seguintes hipóteses: a) Nas hipóteses da atividade, mandatos eletivos e cargo em comissão;

8.4. Atividade + atividade de mandato eletivo: só pode acumular se o mandato for de vereador e o horário for compatível (porque se for incompatível, ele se afasta da 1 a. atividade e escolhe a remuneração). Obs.: mandato federal/estadual/distrital tem que se afastar da 1a. atividade e receberá a remuneração do mandato; se o mandato for de prefeito tem que se afastar da 1a. atividade, mas pode escolher a remuneração). No caso de vereador, sendo o horário compatível ele vai exercer os dois e ganhar pelos dois. No caso de mandato eletivo, pode, para vereador se o horário for compatível.

8.5. Competência

8.5.1. Se o servidor é do regime é jurídico administrativo e o vinculo é legal e o servidor é estatutário – Competência é da Justiça Comum Federal ou Estadual. ADI 3395.

8.5.2. Se o servidor é regido pela CLT – É a Justiça do trabalho

9. TEMPORÁRIOS

Sujeito ao regime jurídico Administrativo especial. Segundo o STF os contratos temporários segue o regime jurídico administrativo; A competência é da Justiça comum, se federal ou estadual. Independentemente se o vinculo é válido ou não. RE 573.202 (RG)

Parou aqui em 05 de julho de 2012

FIM

10. APOSENTADORIA DO SERVIDOR PÚBLICO

Não tem caído muito em concurso, pois é matéria bastante confusa. A aposentadoria tem um histórico de 3 EC’s.

Aqui, não falaremos do regime geral da previdência social (INSS), que é estudado no direito previdenciário. Estão sujeitos ao RGPS os empregados da Administração Direta e da Administração Indireta, os ocupantes de cargo em comissão (livre nomeação e livre exoneração).

Estudaremos aqui, o regime próprio, previsto no art. 40, CF, aplicado para titulares de cargos efetivos e titulares de cargos vitalícios.

10.1. Evolução

O regime próprio começou na CF/88, em seu texto original, pelo qual, o que importava era o tempo de serviço, não importando se o servidor estava ou não contribuindo.

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A primeira alteração foi introduzida pela EC 20/98, pela qual, eliminou-se o tempo de serviço e criou dois requisitos novos: idade + tempo de contribuição – trata-se do regime contributivo (o que interessa é o que o servidor contribui, prestigiando-se, assim, o princípio da reciprocidade, pelo qual, o que o servidor contribui para o regime geral pode ser aproveitado no regime próprio e vice-versa). Esses requisitos continuam no art. 40 e não foram alterados pelas EC’s posteriores.

8.2 Modalidades de aposentadoria

Assim, quais são as modalidades de aposentadoria que temos hoje no art. 40? São 4 modalidades:

Tipo de aposentadoria

Proventos Requisitos para aquisição

Aposentadoria por invalidez permanente – art. 40, §1º, I, CF/88.

Regra: proventos proporcionais ao tempo de contribuição

A invalidez tem que ser permanente.

Exceção: proventos integrais

Quando a invalidez surgir de moléstia profissional ou doença no serviço, grave e contagiosa ou incurável.

Aposentadoria compulsória – art. 40, §1º, II, CF/88.

Regra: proventos proporcionais ao tempo de contribuição.

70 anos de idade (homem ou mulher).

Exceção: proventos integrais

Quando atingir o limite de contribuição.

Aposentadoria voluntária - art. 40, §1º, III, CF/88. Tem que ter 10 anos no serviço público e 5 anos no cargo.

Proventos integrais

Homem - 60 anos de idade + 35 anos de contribuição;

Mulher - 55 anos de idade + 30 anos de contribuição

Proventos proporcionais às contribuições pagas

Homem - 65 anos de idade;

Mulher - 60 anos de idade.

Aposentadoria especial

- art. 40, § 5º, CF/88.

Proventos integrais

- professor, com exclusividade de magistério (sala de aula), do ensino infantil, fundamental ou médio;

NOME, 05/07/12,
Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime de previdência de caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente público, dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial e o disposto neste artigo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003) §1º Os servidores abrangidos pelo regime de previdência de que trata este artigo serão aposentados, calculados os seus proventos a partir dos valores fixados na forma dos §§ 3º e 17: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003) I - por invalidez permanente, sendo os proventos proporcionais ao tempo de contribuição, exceto se decorrente de acidente em serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável, na forma da lei; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003) II - compulsoriamente, aos setenta anos de idade, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003) III - voluntariamente, desde que cumprido tempo mínimo de dez anos de efetivo exercício no serviço público e cinco anos no cargo efetivo em que se dará a aposentadoria, observadas as seguintes condições: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98) a) sessenta anos de idade e trinta e cinco de contribuição, se homem, e cinqüenta e cinco anos de idade e trinta de contribuição, se mulher; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98) b) sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de idade, se mulher, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98) § 2º - Os proventos de aposentadoria e as pensões, por ocasião de sua concessão, não poderão exceder a remuneração do respectivo servidor, no cargo efetivo em que se deu a aposentadoria ou que serviu de referência para a concessão da pensão. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98) § 3º Para o cálculo dos proventos de aposentadoria, por ocasião da sua concessão, serão consideradas as remunerações utilizadas como base para as contribuições do servidor aos regimes de previdência de que tratam este artigo e o art. 201, na forma da lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003) § 4º É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de aposentadoria aos abrangidos pelo regime de que trata este artigo, ressalvados, nos termos definidos em leis complementares, os casos de servidores: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005) I portadores de deficiência; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005) II que exerçam atividades de risco; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005) III cujas atividades sejam exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005) § 5º - Os requisitos de idade e de tempo de contribuição serão reduzidos em cinco anos, em relação ao disposto no § 1º, III, "a", para o professor que comprove exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98) § 6º - Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos acumuláveis na forma desta Constituição, é vedada a percepção de mais de uma aposentadoria à conta do regime de previdência previsto neste artigo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98) § 7º Lei disporá sobre a concessão do benefício de pensão por morte, que será igual: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003) I - ao valor da totalidade dos proventos do servidor falecido, até o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201, acrescido de setenta por cento da parcela excedente a este limite, caso aposentado à data do óbito; ou (Incluído pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003) II - ao valor da totalidade da remuneração do servidor no cargo efetivo em que se deu o falecimento, até o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201, acrescido de setenta por cento da parcela excedente a este limite, caso em atividade na data do óbito. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003) § 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios estabelecidos em lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003) § 9º - O tempo de contribuição federal, estadual ou municipal será contado para efeito de aposentadoria e o tempo de serviço correspondente para efeito de disponibilidade. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98) § 10 - A lei não poderá estabelecer qualquer forma de contagem de tempo de contribuição fictício. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98) § 11 - Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma total dos proventos de inatividade, inclusive quando decorrentes da acumulação de cargos ou empregos públicos, bem como de outras atividades sujeitas a contribuição para o regime geral de previdência social, e ao montante resultante da adição de proventos de inatividade com remuneração de cargo acumulável na forma desta Constituição, cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração, e de cargo eletivo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98) § 12 - Além do disposto neste artigo, o regime de previdência dos servidores públicos titulares de cargo efetivo observará, no que couber, os requisitos e critérios fixados para o regime geral de previdência social. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98) § 13 - Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração bem como de outro cargo temporário ou de emprego público, aplica-se o regime geral de previdência social. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98) § 14 - A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, desde que instituam regime de previdência complementar para os seus respectivos servidores titulares de cargo efetivo, poderão fixar, para o valor das aposentadorias e pensões a serem concedidas pelo regime de que trata este artigo, o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98) § 15. O regime de previdência complementar de que trata o § 14 será instituído por lei de iniciativa do respectivo Poder Executivo, observado o disposto no art. 202 e seus parágrafos, no que couber, por intermédio de entidades fechadas de previdência complementar, de natureza pública, que oferecerão aos respectivos participantes planos de benefícios somente na modalidade de contribuição definida. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003) § 16 - Somente mediante sua prévia e expressa opção, o disposto nos §§ 14 e 15 poderá ser aplicado ao servidor que tiver ingressado no serviço público até a data da publicação do ato de instituição do correspondente regime de previdência complementar. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98) § 17. Todos os valores de remuneração considerados para o cálculo do benefício previsto no § 3° serão devidamente atualizados, na forma da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003) § 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de aposentadorias e pensões concedidas pelo regime de que trata este artigo que superem o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201, com percentual igual ao estabelecido para os servidores titulares de cargos efetivos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003) § 19. O servidor de que trata este artigo que tenha completado as exigências para aposentadoria voluntária estabelecidas no § 1º, III, a, e que opte por permanecer em atividade fará jus a um abono de permanência equivalente ao valor da sua contribuição previdenciária até completar as exigências para aposentadoria compulsória contidas no § 1º, II. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003) § 20. Fica vedada a existência de mais de um regime próprio de previdência social para os servidores titulares de cargos efetivos, e de mais de uma unidade gestora do respectivo regime em cada ente estatal, ressalvado o disposto no art. 142, § 3º, X. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003) § 21. A contribuição prevista no § 18 deste artigo incidirá apenas sobre as parcelas de proventos de aposentadoria e de pensão que superem o dobro do limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201 desta Constituição, quando o beneficiário, na forma da lei, for portador de doença incapacitante. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)
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- homem: 55 anos de idade + 30 anos de contribuição;

- mulher: 50 anos de idade + 25 anos de contribuição.

- A EC 47/05 incluiu o deficiente físico e a atividade de risco (mas ainda não foram regulamentadas por Lei Complementar).

OBS: a EC/47 também disse que essas regras dependiam de regulamentação especial, via LC, mas, até hoje, não temos essa LC. Em virtude disso, a matéria foi levada ao STF através do MI 721 (que só fala de atividade de risco, não fala de deficiente físico), no qual, o STF entendeu que aplica-se o regime geral, enquanto não vem a LC. Repare que esta decisão foi proferida pelo STF com caráter mandamental e não com caráter declaratório de omissão legislativa.

Obs: O STF já julgou a ADI em 29.10, sendo que a decisão não foi publicada ainda.

Aposentadoria especial do professor: tem que ser do ensino fundamental, infantil e médio com exclusividade de magistério.

ADI 3772: o STF decidiu que o sujeito tem que ser professor necessariamente. Mas se professor e exercer atividade de diretor, coordenador dentro da escola, continua correndo esse tempo. Prevaleceu que continua tendo direito à aposentadoria especial.

Aposentadoria Especial e Funções de Magistério -2 (Informativo 526 STF – novembro de 2008)

O Tribunal concluiu julgamento de ação direta ajuizada pelo Procurador-Geral da República em que se objetivava a declaração de inconstitucionalidade da Lei 11.301/2006, que acrescentou ao art. 67 da Lei 9.393/95 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação) o § 2º (“Para os efeitos do disposto no § 5º do art. 40 e no § 8º do art. 201 da Constituição Federal, são consideradas funções de magistério as exercidas por professores e especialistas em educação no desempenho de atividades educativas, quando exercidas em estabelecimento de educação básica em seus diversos níveis e modalidades, incluídas, além do exercício da docência, as de direção de unidade escolar e as de coordenação e assessoramento pedagógico.”) — v. Informativo 502. Salientando que a atividade docente não se limita à sala de aula, e que a carreira de magistério compreende a ascensão aos cargos de direção da escola, o Tribunal, por maioria, julgou parcialmente procedente o pedido formulado para conferir interpretação conforme, no sentido de assentar que as atividades mencionadas de exercício de direção de unidade escolar e as de coordenação e assessoramento pedagógico também gozam do benefício, desde que exercidas por professores. Vencidos os Ministros Carlos Britto, relator, Cármen Lúcia e Joaquim Barbosa, que julgavam procedente o pleito, ao fundamento de que a lei impugnada ofenderia o § 5º do art. 40 e o § 8º do art. 201, da CF, a qual teria conferido aposentadoria especial não a todos os profissionais da educação, mas apenas ao professor que desempenha a atividade de docência, entendida como tal a que se passa em sala de aula, no desempenho do específico mister de ensino regular ou habitual (CF: “Art. 40. ... § 5º Os requisitos de idade e de tempo de contribuição serão reduzidos em cinco anos, em relação ao disposto no § 1º,

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III, ‘a’, para o professor que comprove exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio. ... Art. 201. ... § 7º É assegurada aposentadoria no regime geral de previdência social, nos termos da lei, obedecidas as seguintes condições: I - trinta e cinco anos de contribuição, se homem, e trinta anos de contribuição, se mulher; ... § 8º Os requisitos a que se refere o inciso I do parágrafo anterior serão reduzidos em cinco anos, para o professor que comprove exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio.”). Vencida, também, a Min. Ellen Gracie, que dava pela total improcedência da ação.

ADI 3772/DF, rel. orig. Min. Carlos Britto, rel. p/ o acórdão Min. Ricardo Lewandowski, 29.10.2008. (ADI-3772)

8.3 Emendas constitucionais

Servidores que entraram antes da EC e já preenchiam os requisitos, têm direito adquirido de se aposentar conforme a regra antiga; para servidores que entraram antes da EC, mas na data de sua publicação ainda não preenchiam os requisitos, valem as regras de transição trazidas pelas EC’s (tais regras de transição são FACULTATIVAS para o servidor). Os servidores que entrarem depois da EC, devem seguir o regime novo.

A) EC 20/98

Art. 8º trouxe a primeira regra de transição abono de permanência: servidores ganharam isenção da contribuição previdenciária (11%), caso continuassem trabalhando (procurou-se evitar que os servidores se aposentassem correndo).

B) EC 41/03

Revogou o princípio da integralidade e substituiu pelo princípio da média vida laboral (pelo qual o servidor recebe a média de tudo que ganhou na vida laboral, sendo que, só entram no cálculo, remunerações sobre as quais houve incidência de contribuição).

Revogou o princípio da paridade (pelo qual os aposentados recebiam todas as vantagens que os ativos recebiam) substituindo-o pelo princípio da preservação do valor real (preservação do poder de compra).

Criou o teto de proventos, que corresponde ao teto do regime geral da Previdência Social. Obs.: ele só será aplicado aos servidores quando sair o regime complementar (até o momento existe).

Criou a contribuição dos inativos, com alíquota de 11% (Estados e Municípios podem estipular porcentagens maiores) sobre o que ultrapassar o teto.

Trouxe 2 regras de transição: a do art. 2º e a do art. 6º, o qual, revogou a regra de transição do art. 8º da EC20/98. O art. 2º criou mais um abono de permanência, pelo qual, o servidor recebe 11% e paga 11% de contribuição, ou seja, modifica a natureza de isenção do art. 8º para a natureza de renda (observe que incide IR); isso porque, com o princípio da média laboral, o servidor ficaria prejudicado se não pagasse contribuição (porque a média só é calculada sobre as remunerações em que incidiram contribuições).

NOME, 05/07/12,
Art. 6º Ressalvado o direito de opção à aposentadoria pelas normas estabelecidas pelo art. 40 da Constituição Federal ou pelas regras estabelecidas pelo art. 2º desta Emenda, o servidor da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, que tenha ingressado no serviço público até a data de publicação desta Emenda poderá aposentar-se com proventos integrais, que corresponderão à totalidade da remuneração do servidor no cargo efetivo em que se der a aposentadoria, na forma da lei, quando, observadas as reduções de idade e tempo de contribuição contidas no § 5º do art. 40 da Constituição Federal, vier a preencher, cumulativamente, as seguintes condições: I - sessenta anos de idade, se homem, e cinqüenta e cinco anos de idade, se mulher; II - trinta e cinco anos de contribuição, se homem, e trinta anos de contribuição, se mulher; III - vinte anos de efetivo exercício no serviço público; e IV - dez anos de carreira e cinco anos de efetivo exercício no cargo em que se der a aposentadoria. Parágrafo único. Os proventos das aposentadorias concedidas conforme este artigo serão revistos na mesma proporção e na mesma data, sempre que se modificar a remuneração dos servidores em atividade, na forma da lei, observado o disposto no art. 37, XI, da Constituição Federal. (Revogado pela EC-000.047-2005)
NOME, 05/07/12,
Art. 2º Observado o disposto no art. 4º da Emenda Constitucional nº 20, de 15 de dezembro de 1998, é assegurado o direito de opção pela aposentadoria voluntária com proventos calculados de acordo com o art. 40, §§ 3º e 17, da Constituição Federal, àquele que tenha ingressado regularmente em cargo efetivo na Administração Pública direta, autárquica e fundacional, até a data de publicação daquela Emenda, quando o servidor, cumulativamente: I - tiver cinqüenta e três anos de idade, se homem, e quarenta e oito anos de idade, se mulher; II - tiver cinco anos de efetivo exercício no cargo em que se der a aposentadoria; III - contar tempo de contribuição igual, no mínimo, à soma de: a) trinta e cinco anos, se homem, e trinta anos, se mulher; e b) um período adicional de contribuição equivalente a vinte por cento do tempo que, na data de publicação daquela Emenda, faltaria para atingir o limite de tempo constante da alínea a deste inciso. § 1º O servidor de que trata este artigo que cumprir as exigências para aposentadoria na forma do caput terá os seus proventos de inatividade reduzidos para cada ano antecipado em relação aos limites de idade estabelecidos pelo art. 40, § 1º, III, a, e § 5º da Constituição Federal, na seguinte proporção: I - três inteiros e cinco décimos por cento, para aquele que completar as exigências para aposentadoria na forma do caput até 31 de dezembro de 2005; II - cinco por cento, para aquele que completar as exigências para aposentadoria na forma do caput a partir de 1º de janeiro de 2006. § 2º Aplica-se ao magistrado e ao membro do Ministério Público e de Tribunal de Contas o disposto neste artigo. § 3º Na aplicação do disposto no § 2º deste artigo, o magistrado ou o membro do Ministério Público ou de Tribunal de Contas, se homem, terá o tempo de serviço exercido até a data de publicação da Emenda Constitucional nº 20, de 15 de dezembro de 1998, contado com acréscimo de dezessete por cento, observado o disposto no § 1º deste artigo. § 4º O professor, servidor da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, que, até a data de publicação da Emenda Constitucional nº 20, de 15 de dezembro de 1998, tenha ingressado, regularmente, em cargo efetivo de magistério e que opte por aposentar-se na forma do disposto no caput, terá o tempo de serviço exercido até a publicação daquela Emenda contado com o acréscimo de dezessete por cento, se homem, e de vinte por cento, se mulher, desde que se aposente, exclusivamente, com tempo de efetivo exercício nas funções de magistério, observado o disposto no § 1º. § 5º O servidor de que trata este artigo, que tenha completado as exigências para aposentadoria voluntária estabelecidas no caput, e que opte por permanecer em atividade, fará jus a um abono de permanência equivalente ao valor da sua contribuição previdenciária até completar as exigências para aposentadoria compulsória contidas no art. 40, § 1º, II, da Constituição Federal. § 6º Às aposentadorias concedidas de acordo com este artigo aplica-se o disposto no art. 40, § 8º, da Constituição Federal.
NOME, 05/07/12,
Art. 8º Observado o disposto no Art. Art. 4º desta Emenda e ressalvado o direito de opção a aposentadoria pelas normas por ela estabelecidas, assegurado o direito à aposentadoria voluntária com proventos calculados de acordo com o Art. 40, § 3º, da Constituição Federal, àquele que tenha ingressado regularmente em cargo efetivo na Administração Pública, direta, autárquica e fundacional, at a data de publicação desta Emenda, quando o servidor, cumulativamente: (Revogado pela EC-41/03) I - tiver cinqüenta e três anos de idade, se homem, e quarenta e oito anos de idade, se mulher; II - tiver cinco anos de efetivo exercício no cargo em que se dará a aposentadoria; III - contar tempo de contribuição igual, no mínimo, à soma de: a) trinta e cinco anos, se homem, e trinta anos, se mulher; e b) um período adicional de contribuição equivalente a vinte por cento do tempo que, na data da publicação desta Emenda, faltaria para atingir o limite de tempo constante da alínea anterior. § 1º O servidor de que trata este artigo, desde que atendido o disposto em seus incisos I e II, e observado o disposto no Art. 4º desta Emenda, pode aposentar-se com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, quando atendidas as seguintes condições: I - contar tempo de contribuição igual, no mínimo, à soma de: a) trinta anos, se homem, e vinte e cinco anos, se mulher; e b) um período adicional de contribuição equivalente a quarenta por cento do tempo que, na data da publicação desta Emenda, faltaria para atingir o limite de tempo constante da alínea anterior; II - os proventos da aposentadoria proporcional serão equivalentes a setenta por cento do valor máximo que o servidor poderia obter de acordo com o caput, acrescido de cinco por cento por ano de contribuição que supere a soma a que se refere o inciso anterior, at o limite de cem por cento. § 2º Aplica-se ao magistrado e ao membro do Ministério Público e de Tribunal de Contas o disposto neste artigo. § 3º Na aplicação do disposto no parágrafo anterior, o magistrado ou o membro do Ministério Público ou de Tribunal de Contas, se homem, terá o tempo de serviço exercido at a publicação desta Emenda contado com o acréscimo de dezessete por cento. § 4º O professor, servidor da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, que, at a data da publicação desta Emenda, tenha ingressado, regularmente, em cargo efetivo de magistério e que opte por aposentar-se na forma do disposto no caput, terá o tempo de serviço exercido at a publicação desta Emenda contado com o acréscimo de dezessete por cento, se homem, e de vinte por cento, se mulher, desde que se aposente, exclusivamente, com tempo de efetivo exercício das funções de magistério. § 5º O servidor de que trata este artigo, que, após completar as exigências para aposentadoria estabelecidas no caput, permanecer em atividade, fará jus à isenção da contribuição previdenciária at completar as exigências para aposentadoria contidas no Art. 40, § 1º, III, a, da Constituição Federal.
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C) EC 47/05

Trouxe mais uma regra de transição (art. 3º) para substituir o art. 2º da EC 41/03 (a qual tinha revogado o art. 8º da EC20/98); desta vez, não revogou, apenas trouxe a regra (ou seja, é facultativo para o servidor – que entrou antes da EC 20 e preenchia os requisitos na época (note que esse servidor tem direito a todas as regras de transição) – usar o art. 2º da EC 41 ou o art. 3º da EC 47).

Trouxe a aposentadoria especial para deficientes físicos e exercentes de atividade de risco.

Questões de concurso:

CESPE (AGU/2006) É inviável juridicamente o deferimento de licença para tratar de interesses particulares a ocupante de cargo de provimento em comissão, ainda que exercido sob a forma de mandato (V).

CESPE (AGU/2006) O servidor que exerce cargo em comissão em localidade diversa da sua sede de expediente tem direito de receber ajuda de custo, calculada sobre a remuneração integral do cargo em comissão (V).

CESPE (Juiz Federal TRF5/2006) Conforme entendimento do STF, o servidor público federal tem direito de retornar a cargo federal anterior, mesmo após o estágio probatório de novo cargo assumido (F).

CESPE (Juiz Federal TRF5/2006) No que se refere a licença para atividade política, apenas o servidor público detentor de cargo efetivo fará jus à remuneração do cargo, no período do registro da candidatura até o décimo dia seguinte ao da eleição, não podendo essa licença exceder o prazo máximo de três meses (V).

CESPE (Juiz Federal TRF5/2006) Suponha que Pedro seja professor em uma universidade pública. Nesse caso, ele poderá acumular o seu cargo de professor com um cargo de analista judiciário, área meio, em tribunal regional federal (F).

NOME, 05/07/12,
Art. 3º Ressalvado o direito de opção à aposentadoria pelas normas estabelecidas pelo art. 40 da Constituição Federal ou pelas regras estabelecidas pelos arts. 2º e 6º da Emenda Constitucional nº 41, de 2003, o servidor da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, que tenha ingressado no serviço público até 16 de dezembro de 1998 poderá aposentar-se com proventos integrais, desde que preencha, cumulativamente, as seguintes condições: I - trinta e cinco anos de contribuição, se homem, e trinta anos de contribuição, se mulher; II - vinte e cinco anos de efetivo exercício no serviço público, quinze anos de carreira e cinco anos no cargo em que se der a aposentadoria; III - idade mínima resultante da redução, relativamente aos limites do art. 40, § 1º, inciso III, alínea "a", da Constituição Federal, de um ano de idade para cada ano de contribuição que exceder a condição prevista no inciso I do caput deste artigo. Parágrafo único. Aplica-se ao valor dos proventos de aposentadorias concedidas com base neste artigo o disposto no art. 7º da Emenda Constitucional nº 41, de 2003, observando-se igual critério de revisão às pensões derivadas dos proventos de servidores falecidos que tenham se aposentado em conformidade com este artigo.