DEPARTAMENTO DE BIBLIOTECONOMIA E DOCUMENTAÇÃO ECA-USP

JULIANA FERREIRA DE ARAUJO – N° USP 7164076 - MATUTINOCURSO: FORMAS, ESTADOS E PROCESSOS DA CULTURA NA ATUALIDADEPROF. MARTIN GROSSMANN

RELATO CRÍTICO – BIBLIOGRAFIA APRESENTADA NAS AULAS EXPOSITIVAS E SEMINÁRIOS DOS ALUNOS

Refletir e compreender os conceitos que envolvem a modernidade e a pós-modernidade

é um processo de auto aprendizado e continuo. Visualizar a condições atuais das

relações humanas, da cultura, do desenvolvimento da própria sociedade, necessita de

uma base teórica reflexiva para compreendermos o atual momento que vivemos.

Conhecer diferentes focos de pensamentos mostram como a contemporaneidade é um

conceito aberto, com diversas facetas. Conceitos de Modernidade, Pós-Modernidade,

Sobremodernidade, Hiper-Modernidade, Modernidade Líquida, Sociedade da

Informação, Sociedade em Rede e a Cultura na Virtualidade se entrecruzam nos debates

e demonstram que não há soberania de termos. Todas as ideias se alimentam umas das

outras.

Os materiais utilizados no curso deram uma dimensão das discussões existentes na

contemporaneidade. A filmografia proposta pelo curso trabalhou com os filmes:

Medianeras (Gustavo Taretto, ARG, 2011), Playtime (Jacques Tati, FRA, 1967);  O

homem ao lado (Gastón Duprat/Mariano Cohn, ARG, 2009), Her (Spike Jonze, EUA,

2013), Fausto (Alexander Sokurov, RUS, 2011), Blade Runner (Ridley Scott, EUA,

1982), 12 Anos de Escravidão (Steve McQueen, EUA, 2013) e  Django (Quentin

Tarantino, EUA, 2012).

O filme Medianeras, apresentou reflexões de uma Argentina representada por uma

solidão “quadrilátera”. No O homem ao lado, há uma força contrária vinda daqueles que

sofrem, e que precisam desse vazio para se sentirem de alguma forma “seguros”. Esse

descompasso com relação à velocidade da modernidade, é representado pelos

personagens do filme Playtime; o mito do homem moderno que busca dar um

significado em sua vida foi apresentado no filme Fausto, sua relação com a tecnologia e

sua dependência social é apresentada no filme Her.

Os filmes propostos demonstram facetas vivenciadas por nossa atual sociedade. Uma

fase extremamente tecnológica, capacitada, veloz, solitária, autônoma e desencontrada

em seu tempo. As relações humanas foi o ponto mais impactante apresentado na

filmografia. O que éramos, o que somos e o que iremos ser é um tema infinito na

contemporaneidade.

A literatura proposta foi mais eclética e apresentou aspectos intrínsecos da modernidade

e pós-modernidade. Beatriz Sarlo, Berman, Sevcenko, Merleau-Ponty, Foucault e

Bourdieu foram alguns dos autores trabalhados na temática. A evolução conceitual e

social na qual o homem moderno esta vivenciando e as fases da modernidade foram

alguns dos temas tratados. A evolução das relações humanas, do consumo, do trabalho,

da tecnologia foram amplamente contemplados e trabalhados de forma sintética,

expressiva e aberta, dando margem para apontamentos e reflexões acerca do dinamismo

moderno.

As discussões dos seminários incrementaram ainda mais a temática, onde foram

utilizadas bibliografias variadas pelos alunos. Temas como o Marketing e a Pós-

modernidade, a Relação do homem com o ambiente e a Sociedade em rede foram

significativos para a ampliação da discussão, onde cada aluno trabalhou com autores

diferentes fomentando a discussão sobre os aspectos do homem com a pós-

modernidade.

A bibliografia apresentada contemplou de forma íntegra os conceitos pós-modernos e

deu abertura para o descobrimento de novos autores e pensadores. Os seminários

indicados para assistirmos também abordaram temas modernos e em diferentes ângulos.

Em um ambiente caótico pós-moderno, Danilo Martuccelli apresentou uma hipótese

diferente onde indica que é o amor que dá sentido à vida das pessoas. Paradoxal há

muitas ideias apresentadas ao longo do curso e dos autores lidos. Mas a grandeza da

modernidade está no encontro de diferentes ideias que se juntam em um fato comum: o

homem procurando entender a si mesmo e o seu meio.