voz das Águas 4

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Informativo do Comitê da Bacia Hidrográfica Lagos São João (CBHLSJ) Ano 1 – n o 4 – Julho/Agosto 2011 – DISTRIBUIÇÃO GRATUITA Av. Getúlio Vargas, 603 - Salas 304/305/306 – Centro – Araruama/RJ – CEP 28970-000 www.VozDasAguas.com – www.LagosSaoJoao.org.br Wetland: sistema natural de tratar esgoto com plantas aquáticas em Araruama – Página 7 Impresso Especial LAGOS SÃO JOÃO 9912274607 CORREIOS CORREIOS DEVOLUÇÃO GARANTIDA Mário Flávio e André Mônica, secretário executivo e presidente da REBOB e do CILSJ Página 2 Flávio Antônio Em sistema de pré-operação, ETE Jardim Esperança verte para o Rio Una Páginas 4 e 5 Edimilson Soares

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Quarta edição do Informativo do Comitê da Bacia Hidrográfica Lagos São João (CBHLSJ)

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Page 1: Voz das Águas 4

Informativo do Comitê da Bacia Hidrográfica Lagos São João (CBHLSJ)

Ano 1 – no 4 – Julho/Agosto 2011 – DISTRIBUIÇÃO GRATUITAAv. Getúlio Vargas, 603 - Salas 304/305/306 – Centro – Araruama/RJ – CEP 28970-000

www.VozDasAguas.com – www.LagosSaoJoao.org.br

Wetland: sistema natural de tratar esgoto com plantas aquáticas em Araruama – Página 7

ImpressoEspecial

LAGOS SÃO JOÃO9912274607

CORREIOS

CORREIOS

DEVOLUÇÃOGARANTIDA

Mário Flávio e André Mônica, secretário executivo e presidente da REBOB e do CILSJ

Página 2

Fláv

io A

ntôn

io

Em sistema de pré-operação,

ETE Jardim Esperança

verte para o Rio Una

Páginas 4 e 5

Edim

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2 Julho/Agosto 2011Voz das Águas

E X P E D I E N T EE D I T O R I A L

REBOB: a Rede Brasil de Organismos de Bacia

A Rede Brasil de Orga-nismos de Bacias Hi-drográficas (REBOB) é uma organização não governamental

(ONG), formada por associações e consórcios de municípios, as-sociações de usuários, comitês de bacia e outras organizações, estabelecidas no âmbito das ba-cias hidrográficas. Após reuniões realizadas em 1994 e 96, em Vi-tória (ES), e em 97, em America-na (SP), finalmente a REBOB foi oficialmente fundada em Piraci-caba (SP) em 1º de julho de 1998, quando foi aprovado seu Estatuto e eleita sua primeira diretoria.

São finalidades da REBOB: representar, em nível nacional e internacional, seus membros em assuntos de interesse comum; realizar reuniões e eventos que permitam a difusão e a troca de experiências; desenvolver servi-ços e atividades de interesse co-mum; e apoiar a implantação da cobrança pelo uso das águas e criação de sistema descentraliza-do de gestão dos recursos hídri-cos. Com atuação em todo o terri-tório nacional, a REBOB é também membro da Rede Internacional de

Organismos de Bacia (RIOB).Para se tornar membro efe-

tivo da REBOB, a instituição ne-cessita ser regional e de bacia hi-drográfica, possuir personalidade jurídica e ter autonomia técnica, administrativa e financeira. Os co-mitês de bacias e outras institui-ções semelhantes poderão parti-cipar como sócios colaboradores, gozando dos mesmos direitos dos membros efetivos, desde que aprovem e estejam empenhados em criar, para a bacia, uma enti-dade com personalidade jurídica (Agência de Água ou de Bacia, As-sociação de Usuários ou Consór-cio/Associação Intermunicipal).

A diretoria, eleita para o mandato de 2010-2011, será re-novada no final de agosto. Atual-mente, a REBOB é presidida pelo prefeito de Araruama, André Mô-nica, recentemente reeleito presi-dente do Consórcio Intermunici-pal Lagos São João (CILSJ), tendo como vice-presidente Lupércio Ziroldo, do Comitê da Bacia Hi-drográfica do Tietê-Batalha (SP), e como secretário executivo Mário Flávio Moreira, também do CILSJ (RJ). As diretorias regionais são: Norte, Vera Lúcia Reis, do Consór-

cio Jiquiriçá; Nordeste, Luiz Carlos Silva, do Comitê da Bacia Hidro-gráfica do Rio Piauí; Centro-Oeste, Donizete Tokarski, do Conágua Alto Tocantins; Sudeste, Luiz Fir-mino Pereira, representando o Consórcio Intermunicipal Lagos São João (CILSJ); e Sul, Mauri César Pereira, representando o Consórcio Intermunicipal para o Desenvolvimento Sustentável da Bacia do Rio Taquari (COINTA). O Conselho Fiscal é constituído por Leoni Furst, do Consórcio Quirirí e Ida Franzoso de Souza, do Con-sórcio Intermunicipal do Vale do Paraíba (CIVAP).

Há também o Fórum Na-cional de Comitês de Bacias Hi-drográficas. O Fórum tem a mis-são de articular os Comitês de Bacia em nível nacional, visando o fortalecimento do Sistema de Gerenciamento de Recursos Hí-dricos, de forma descentralizada, integrada e participativa. Desde sua criação, em 1999, o Fórum promove o Encontro Nacional de Comitês de Bacia (ENCOB). Ano passado, o XII ENCOB realizou-se em Fortaleza (CE). Em outubro, o XIII ENCOB será em São Luiz (MA). Estaremos lá!

Agenda

Comitê das Bacias Hidrográficas das Lagoas de Araruama, Saquarema e dos Rios São João e Una (CBHLSJ)

Decreto de Criação n.° 36.733, de 8 de dezembro de 2004; instalado em 25 de fevereiro de 2005

Mandato 2011-2012Presidente: Marcello Xavier (Zelão) – Prefeito de Silva JardimVice-presidente: Carlos Gontijo – Superintendente da Concessionária Águas de JuturnaíbaSecretário executivo: Jaime Azulay – Engenheiro da Companhia Estadual de Águas de Esgoto (CEDAE)

Membros do CBHLSJ Representantes do Poder Público (18 membros): Prefeituras Municipais de Araruama, Arma-ção de Búzios, Arraial do Cabo, Cabo Frio, Cachoeiras de Macacu, Casimiro de Abreu, Iguaba Grande,

Rio Bonito, São Pedro da Aldeia, Saquarema e Silva Jardim, Departamento de Recursos Minerais (DRM-RJ), Fundação Nacional de Saúde (FUNASA), Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural

do Estado do Rio de Janeiro (EMATER-RJ), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIO) , Instituto Estadual do Ambiente (INEA) e Instituto Nacional de Colonização e Reforma

Agrária (INCRA).

Representantes dos usuários (18 membros): Concessionária Águas de Juturnaíba, Conces-sionária Prolagos, Companhia Estadual de Água e Esgotos (CEDAE), Secretaria de Abastecimento de

Água e Esgoto (SAAE) de Casimiro de Abreu, Associação Livre dos Aquicultores das Águas do São João (ALA), Clube Náutico de Araruama (CNA), Esmeraldas Mineração, Reflorestamento e Recuperação

Ambiental de Áreas Degradadas Ltda, Associação das Empresas Produtoras de Areia de Silva Jardim (APAREIA), Associação dos Pescadores Artesanais e Amigos da Praia da Pitória (APAAPP) de São Pedro

da Aldeia, RRX Mineração e Serviços Ltda, Associação de Pescadores de Iguaba Grande, Associação dos Trabalhadores Rurais de Sebastião Lan Gleba II, Associação Unidos Venceremos dos Produtores

do Assentamento Cambucaes (AUVPAC), Colônia de Pescadores Z-6 (São Pedro da Aldeia), Colônia de Pescadores Z-24 (Saquarema), Federação da Indústria do Rio de Janeiro (FIRJAN/Leste Fluminense),

Sociedade Industrial de Granitos (SIGIL) e Sindicato Rural de Silva Jardim.

Representantes da sociedade civil organizada - ONGs (15 membros): Associação Mico Leão Dourado, Universidade Veiga de Almeida (UVA) Campus Cabo Frio, Organização Ambiental para o Desenvolvimento Sustentável (OADS), Associação das Mulheres Empreendedoras Acontecendo em Sa-quarema (AMEAS), Associação de Arquitetos e Engenheiros da Região dos Lagos (ASAERLA), Centro de Logística e Apoio à Natureza (CLEAN), Associação de Defesa da Lagoa de Araruama (Viva Lagoa), Grupo de Educação para o Meio Ambiente (GEMA), Instituto de Pesquisas e Educação para o Desenvolvimento Sustentável (IPEDS), Lions Clube de Casimiro de Abreu, Movimento Ambiental Pingo d’Água, Conselho

Regional de Biologia (CRBio), Universidade Estácio de Sá / Campus Cabo Frio, Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (CREA-RJ) - Coordenadoria Regional Leste, Associação do Meio Ambiente da

Região da Lagoa de Araruama (AMARLA).

Assessoria de Comunicação: [email protected]

Consórcio Intermunicipal Lagos São João (CILSJ)Entidade delegatária das funções de competência da Agência de Água do Comitê da

Bacia Hidrográfica Lagos São João, de acordo com a Resolução do Conselho Estadual de Recursos Hídricos (CERHI-RJ) nº 47, de 26 de maio de 2010

Presidente: André Luiz Mônica e Silva - Prefeito de AraruamaVice-presidente: Ana Paula Medina - Concessionária Prolagos

Secretário executivo: Mário Flávio Moreira

Equipe técnica: Coordenadores de programa: Agnes Avellan, Artur Andrade, Denise Pena e Natalia Ribeiro; Gestora de projeto: Aline Santos;

Assistente Administrativo: Bianca Carvalho; Estagiária: Mabel dos Santos

Membros do Conselho de Associados do CILSJPoder Público: Secretaria Estadual do Ambiente/Instituto Estadual do Ambiente, Prefeituras dos

Municípios de Araruama, Armação de Búzios, Arraial do Cabo, Cabo Frio, Casimiro de Abreu, Cachoeiras de Macacu, Iguaba Grande, Rio Bonito, São Pedro da Aldeia, Saquarema e Silva Jardim.

Empresas privadas: AGM Empreendimentos Hoteleiros, Oriente Construção Civil, Concessionária Rodovia dos Lagos, Concessionária Águas de Juturnaíba, Concessionária Prolagos, Construtora Mil/Villa

Rio, Dois Arcos Transporte e Tratamento de Resíduos Sólidos Ltda. e Tosana Agropecuária S/A.

Plenária das Organizações Não Governamentais: União das Entidades de Pesca e Aquicultura do Estado do Rio de Janeiro (UEPA-RJ), Colônia de Pescadores Z-6, Organização Ambiental para o

Desenvolvimento Sustentável (OADS), Grupo de Educação para o Meio Ambiente (GEMA), Associação de Moradores de Barra de São João, Centro de Estudo e Referência de Uso Sustentável (CEREUS), Aldeia

Velha Ambiental (AVA) e RPPN Bom Retiro.

Av. Getúlio Vargas, 603 - Salas 304/305/306 – Centro – Araruama/RJ – CEP 28970-000Telefones: (22) 2665-0750 / (22) 8841-2358

www.lagossaojoao.org.br / [email protected]

Voz das ÁguasInformativo do Comitê da Bacia Hidrográfica Lagos São João

Telefone: (22) 2651-7441www.vozdasaguas.com

[email protected]

Edição: Tupy Comunicações | Jornalista Responsável: Dulce Tupy (registro 18940)Projeto Gráfico: Subito Creative – www.subito.cr | Edição de Arte: Lia Caldas

Fotógrafo: Edimilson SoaresColaboradoras: Alessandra Calazans e Monique Barcellos

Tiragem: 5.000 exemplares | Gráfica Esquema

C O M U N I C A Ç Õ E S

I I I P R É - E N CO B S E R Á N O R I O

Cerca de 45% do território brasileiro possui Comitês de Bacias Hidrográficas, implantados ou em fase de implantação, o que signi-fica que a sociedade compartilha da gestão dos recursos hídricos de forma integrada, estabele-cendo critérios, definindo ações e políticas públicas necessárias à preservação das águas. Aproxi-madamente 50 mil pessoas, direta ou indiretamente, participam destes colegiados, em 19 Estados da Federação. Os restantes 55% do território nacional ainda não implantaram Comitês de Bacia pela abundância de água, caso

das regiões Norte e Centro-oeste, mas já se organizam para integrar a ampla discussão sobre a gestão participativa dos recursos hídricos. A Rede Brasil de Organismos de Bacia (REBOB) e o Fórum Nacional de Comitês de Bacias Hidrográficas organizam anualmente o ENCOB, Encontro Nacional dos Comitês de Bacia. Ano passado ocorreram também os Pré-ENCOBs, com temáticas específicas.

O I Pré-ENCOB foi em Vitória (ES), quando os Comitês de Bacias Hidrográficas Costeiras do país debateram as questões que envol-vem a foz e o estuário dos rios bra-

sileiros. Já o II Pré-ENCOB, focado na questão das águas minerais, foi na cidade de São Lourenço (MG), onde se reuniu mais da metade dos Comitês de Bacias para elabo-rar propostas encaminhadas ao XII ENCOB, realizado em Fortaleza (CE) no final de 2010.

Este ano, o tema do III Pré- ENCOB, que vai se realizar de 29 a 31 de agosto, na Firjan, no Rio, é “O fator água nas regiões metro-politanas”. É um evento prepara-tório para o XIII ENCOB, previsto para acontecer em outubro, em São Luiz (MA). Informações no site: www.encob.org/rio2011

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Voz das ÁguasJulho/Agosto 2011 3

S A I B A M A I S

Câmaras Técnicas são comissões temáticas do Comitê da Bacia

A s Câmaras Técnicas são comissões temá-ticas, encarregadas de examinar e relatar ao plenário do Comitê da Bacia Lagos São João assuntos de competências técnicas e têm como missão elaborar e encaminhar

propostas de normas e procedimentos relaciona-dos aos recursos hídricos, emitir parecer, convocar especialistas para assessorá-la em assuntos especí-ficos, elaborar Termos de Referências para execu-ção de projetos e aprofundar a análise e discussão de temas relacionados à bacia. As Câmaras Técnicas são compostas por membros representantes, titu-lares ou suplentes, além de profissionais indicados por seus membros, formalmente, junto à secretaria executiva do Comitê, ou seja, ao Consórcio Inter-municipal Lagos São João. Estes profissionais têm direito a voz e voto.

As reuniões das Câmaras Técnicas são convocadas por suas respectivas presidências ou coor-denadorias com, no mínimo, 15 dias de antecedência, e são públi-

cas. As decisões são tomadas por maioria simples, cabendo o voto de desempate à presidência ou co-ordenação. Atualmente, o Comitê da Bacia Lagos São João possui 9

Câmaras Técnicas: Câmara Técnica Institucional Legal, Câmara Técnica de Obras de Saneamento e Drena-gem, Câmara Técnica de Monitora-mento de Corpos Hídricos, Câmara Técnica de Pesca e Aquicultura, Câmara Técnica de Educação Am-biental, Câmara Técnica de Servi-ços Ambientais, Câmara Técnica de Gestão e Ordenamento dos Usos Múltiplos, Câmara Técnica de Comunicação Social e Divulgação e Câmara Técnica de Mineração). Há também 2 Grupos de Trabalho (GTs): o GT Mudanças Climáticas e o GT Desassoreamento e Manuten-ção Hídrica.

A Câmara Técnica de Moni-toramento, uma das mais antigas, vem aperfeiçoando sua atuação. É uma das Câmaras Técnicas que se reúne periodicamente e concen-tra seus trabalhos na avaliação da qualidade da água, o que deman-dou a contratação de equipes de campo e laboratórios, além do acompanhamento permanen-te da saúde dos corpos hídricos, através do monitoramento das

variáveis biológicas, físicas e quí-micas, momento a momento. Os relatórios emitidos são analisados e permitem avaliar a situação das bacias do Rio Una e Lagoa de Araruama, da La-goa de Saquare-ma e do Rio São João. Baseado nos dados apura-dos pela Câmara Técnica de Mo-nitoramento, o Comitê elabora resoluções que irão levar à exe-cução de ações de preservação e recuperação dos mananciais.

A Câmara Técnica de Educa-ção Ambiental também vem de-sempenhando um papel relevante. Atualmente, atua na implemen-tação do Programa Agenda Água na Escola - Educação Ambiental para a Gestão Integrada das Águas do Estado do Rio de Janeiro. Esta iniciativa do Instituto Estadual do

Ambiente (INEA), financiada com recursos do Comitê da Bacia La-gos São João, visa formar grupos de jovens gestores ambientais,

que ao longo do ano monito-ram a qualidade das águas, rios e lagoas da re-gião e atuam na conservação da faixa marginal de proteção dos corpos hídricos, formulando uma agenda de ações de recuperação ambiental. O Pro-grama tem como

parceiros secretarias municipais de Meio Ambiente e Educação, situa-das na bacia.

Na próxima edição, mais informações sobre as Câmaras Técnicas do Comitê da Bacia Lagos São João

Atualmente o Comitê da Bacia Lagos

São João tem 9 Câmaras

Técnicas

Acima, coleta de água na Lagoa de Araruama feita por membros da Câmara Técnica de Monitoramento

Ao lado, a Câmara Técnica de Educação Ambiental que se reúne periodicamente nos municípios da Bacia Lagos São João

Monique Barcellos Arnaldo Villa Nova

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4 Julho/Agosto 2011Voz das Águas

S A N E A M E N T O

Municípios da Bacia Lagos São João assinam “Pacto pelo Saneamento”

O “Pacto pelo Saneamento” foi formalizado com os prefeitos de Araruama, André Mônica, de Sa-quarema, Franciane Motta, de Igua-ba Grande, Oscar Magalhães, de São Pedro d’Aldeia, Carlindo Filho, de Silva Jardim, Marcello Zelão, de Cabo Frio, Marcos Mendes, de Ar-raial do Cabo, Wanderson Cardoso Motta, e de Búzios, Mirinho Braga. A cerimônia contou com a presen-ça do subsecretário do Ambiente, Luiz Firmino, da presidente do Ins-tituto Estadual do Ambiente (Inea), Marilene Ramos, do conselheiro da Agência Reguladora de Energia e Saneamento Básico do Estado do Rio de Janeiro (Agenersa), Moacyr Fonseca, do secretário executivo do Consórcio Intermunicipal La-

gos São João, Mário Flávio Moreira, do presidente da concessionária de água e esgoto Prolagos, Carlos Roma e dos diretores de Águas de Juturnaíba, Carlos Henrique Lima e Dante Luvisotto, de secretários municipais e vereadores, entre ou-tras autoridades e ambientalistas, como Arnaldo Villa Nova, presiden-te da ONG Viva Lagoa, pioneiro da luta pela preservação da Lagoa de Araruama.

Antes da assinatura dos con-vênios, o secretário Carlos Minc e sua comitiva participaram do iní-cio da pré-operação assistida da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Jardim Esperança, em Cabo Frio. Responsável pelo tratamento do esgoto produzido na margem

Até o final do ano, 80% do esgoto de 8 municí-pios da Bacia Lagos São João terão tratamento, fazendo com que a Região dos Lagos se torne pioneira em termos de efluentes tratados no Estado do Rio de Janeiro. O anúncio foi feito

pelo secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, du-rante assinatura de termos de cooperação técnica com as prefeituras, para elaboração de seus Planos Munici-pais de Saneamento. Pelo convênio, assinado duran-te uma cerimônia no Clube Náutico, em Cabo Frio, os municípios receberão apoio financeiro para implanta-ção de redes de esgotamento sanitário, tratamento de água, do lixo e instalação de redes de drenagem.

esquerda do Canal do Itajuru, esta é a quinta ETE construída na re-gião pela concessionária Prolagos. A unidade é composta por 2 lago-as de aeração e 2 de decantação, com capacidade para tratamento de até 160 litros de esgoto por segundo. A ETE Jardim Esperança é a primeira etapa de um projeto de transposição de bacias, que consiste em lançar os efluentes tratados das ETEs da região no Rio Una, evitando o lançamento de água doce na Lagoa de Araruama,

maior lagoa hipersalina do mun-do. A transposição para o Rio Una é um projeto sugerido pelo Con-sórcio Intermunicipal Lagos São João (CILSJ), executado pela Pro-lagos, em parceria com o Governo do Estado, através da Secretaria de Estado do Ambiente (SEA) e Insti-tuto Estadual do Ambiente (INEA).

Depois da visita à ETE, o se-cretário e sua comitiva estiveram no centro de Cabo Frio para ver as obras de desassoreamento do Ca-nal do Itajuru. Preconizadas pelo

Visita à ETE do Jardim Esperan-ça, em Cabo Frio, primeira a verter efluentes para o Rio Una

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Voz das ÁguasJulho/Agosto 2011 5

Municípios da Bacia Lagos São João assinam “Pacto pelo Saneamento”Rio Una: uma alternativa para o lançamento dos

efluentes tratados fora da Lagoa de Araruama

O Rio Una ganhou desta-que no noticiário, des-de a entrada em pré- operação da Estação

de Tratamento de Esgoto (ETE) Jardim Esperança, em Cabo Frio, cujos efluentes não serão des-cartados na Lagoa de Araruama, evitando a entrada de água doce no maior corpo hídrico hipersali-no do mundo. Com esta primeira estação lançando seus efluentes para o Córrego da Malhada, con-tribuinte do Rio Una, começa a ser colocado em prática o proje-to de transposição dos efluentes das ETEs que vertem água doce para a Lagoa de Araruama, como as ETEs de Iguaba Grande, de São Pedro da Aldeia e de Cabo Frio (Ta-moios), alterando o ecossistema.

Preconizada pioneiramen-te pelo Consórcio Intermunicipal Lagos São João (CILSJ), a transpo-sição demandou estudos que in-dicaram o Rio Una como alterna-tiva para o descarte dos efluentes oriundos das ETEs da região. Para chegar a esta conclusão, foram feitas várias projeções, empreen-didas pelo professor Marcos Von Sperling, do departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental da Universidade Federal de Minas Gerais. Junto com técnicos da Fun-dação Christiano Ottoni, o profes-sor Sperling pesquisou o Rio Una, em fevereiro de 2008, resultando no trabalho “Modelagem da Qua-lidade das Águas da Bacia do Rio Una após Reversão dos Efluentes Tratados de Iguaba Grande, São Pedro da Aldeia e Cabo Frio”.

Em seu relatório, o professor apresenta análises da qualidade das águas do Rio Una, simulando futuras condições a partir da re-cepção dos efluentes tratados das ETEs que hoje têm como destino final a Lagoa de Araruama. O estu-do projeta a reversão dos esgotos, por meio de bombeamento, para a Bacia do Una, que desemboca no Oceano Atlântico, sem interfe-rir na Lagoa de Araruama.

A partir de dados de campo,

monitoramento da qualidade da água e simulações da água futura, foi usado um modelo matemático, adotado na universidade mineira, baseado em modelo da Agência de Proteção Ambiental dos Esta-dos Unidos, utilizado mundialmen-te. Foram analisados o Rio Una e os corpos receptores imediatos dos possíveis lançamentos: o Rio Arrozal-Papicu, que poderá vir a ser o futuro receptor dos efluentes da ETE Iguaba Grande, o Rio Frechei-ras, que pode receber os efluentes da ETE São Pedro da Aldeia e o Córrego da Malhada – atual recep-tor dos efluentes tratados da ETE Jardim Esperança e que também deverá receber os efluentes da ETE Cabo Frio/Tamoios.

Outro estudo promovido pelo Consórcio foi a “Batimetria do Rio Una”, realizada em 2009, pelo biólogo Flávio Antônio Gomes e pelo matemático Roberto Negrão.

Devido à densidade da vegetação e ao assoreamento, em certos tre-chos o Rio Una apresenta carac-terísticas de brejos, com grande presença de “macrófitas” (plantas aquáticas) que são fontes de oxi-gênio, podendo reter nutrientes e poluentes. Ambos os estudos fo-ram um desdobramento de outro importante documento, produzido pela Geoport Consultoria e Estu-dos Ambientais, em 2004, que foi a base para a tomada de decisão do CILSJ, favorável à transposição dos efluentes das ETEs para o Rio Una.

O “Projeto Estudo de Alter-nativas para o Lançamento dos Efluentes das Estações de Trata-mento de Esgoto dos Municípios de Araruama, Armação dos Búzios, Cabo Frio, Iguaba Grande e São Pe-dro da Aldeia”, elaborado pela Ge-oport, visava a identificação dos locais próprios para o lançamento dos efluentes das ETEs. Na época,

O secretário Minc na ce-rimônia de assinatura do Pacto do Saneamento com os municípios

Firmino, Minc, Marilene e Mário Flávio na visita às obras de desassoreamento do Canal do Itajuru

Consórcio (CILSJ), com o aval do Comitê da Bacia Hidrográfica La-gos São João (CBHLSJ), as obras, no valor de R$ 7 milhões, fazem parte do empenho do Governo do Estado do Rio de Janeiro para recuperar o ecossistema da Lagoa de Araruama. No total, serão re-movidos do canal hidráulico 2.500 m³ de pedras e 150.000 m³ de areia, visando à melhoria do fluxo das águas mar-lagoa.

Os Planos Municipais de Sa-neamento, a nova ETE do Jardim Esperança e o desassoreamento do Canal do Itajuru são iniciativas que apontam para o equilíbrio ambiental, demonstrando a efi-cácia da integração entre o poder público, empresários e sociedade civil organizada.

às vésperas da implantação dos sistemas de tratamento de esgoto na região, incluindo estações de tratamento, elevatórias, redes de coleta, distribuição e esgotamen-to sanitário, a Lagoa de Araruama estava prestes a receber toda a carga dos efluentes tratados; daí a preocupação do Consórcio. A questão foi intensamente debati-da no Conselho de Associados do CILSJ, assim como a necessidade do reuso dos efluentes tratados e seu aproveitamento em irrigação, indústrias, lavagem de áreas ur-banas e outras atividades, desde que não comprometessem a saú-de humana e não colocassem em risco o meio ambiente.

Com cerca de 30 km de ex-tensão, o Rio Una apresenta em seu percurso trechos retificados por obra do Departamento Nacional de Obras de Saneamento (DNOS). Em 1934, um relatório da Comissão de Saneamento da Baixada Fluminen-se descrevia o Una como um rio que atravessa os brejais de Itaí, Pau Rachado, Tritimurunum, Angelim e Campos Novos. “O Una, lançando--se diretamente no Oceano, cerca de seis milhas ao sul da barra do São João, tem pequena profundidade na foz, que é desabrigada. Só em mares de sizígia é possível a entrada de canoas que navegam até Cam-pos Novos”, dizia o relatório.

Na década de 40, segundo alguns autores, as planícies do Rio Una ainda estavam alagadas; os pântanos iam além de 20 km da costa. Tanto o Una quanto seus tributários possuem leitos apa-rentes apenas nos trechos em que cruzam as zonas de colinas; ao entrarem na zona de baixada lan-çam suas águas num imenso bre-jo. Somente junto à costa o canal do Una volta a ser aparente. Essas características, segundo estudos realizados, favorecem a transposi-ção que agora se concretiza com a ETE Jardim Esperança, desejo de muitos ambientalistas, desde a criação em 1999 do Consórcio In-termunicipal Lagos São João.

Fotos: Edimilson Soares

Flávio Antônio

Estudos comprovam que verter os efluentes tratados da ETE Jardim Esperança para o Rio Una, que desemboca no mar, beneficia a Lagoa de Araruama

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6 Julho/Agosto 2011Voz das Águas

M I C R O B A C I A

Atitude, Água e ClimaUm olhar sobre as mudanças climáticas nas microbacias

Para contribuir nesta ques-tão, o Consórcio Intermunicipal La-gos São João está desenvolvendo, em parceria com o Instituto HSBC Solidariedade, nas comunidades de Professor Souza e do Assenta-mento Visconde, na microbacia do Rio Lontra, em Casimiro de Abreu, o projeto piloto Atitude, Água e Clima, que tem como objetivo a construção de conhecimentos, de forma participativa, para detectar a vulnerabilidade local e desenvol-ver medidas de adaptação que irão integrar o Programa de Mudanças Climáticas do Comitê da Bacia Hi-drográfica Lagos São João.

O primeiro passo do Projeto foi capacitar moradores, lideran-ças comunitárias, proprietários rurais e técnicos que atuam na microbacia para o entendimento dos conceitos hidrológicos e per-cepção dos estresses climáticos. Através de oficinas realizadas no salão do campo de futebol, em Professor Souza (núcleo urbano), e na sede da Associação dos Pro-dutores Rurais no Assentamento Visconde (área rural), foram apre-sentados o mapa e a maquete da bacia, introduzindo conceitos re-lacionados a mudanças do clima e identificando a percepção da comunidade sobre as mudanças climáticas.

Nesta fase, foram identifica-dos os períodos de seca, chuvas, defeso e plantações, e elaborou-se um calendário dos fatos marcan-tes para a comunidade: desmata-mentos, tipos de plantações, épo-ca das retificações do rio, grandes secas e enchentes. Atualmente

estão sendo realizadas saídas de campo para reconhecimento do território, levando os participan-tes a observar as consequências do desmatamento e possibilitan-do uma análise dos problemas ambientais gerados pela falta de mata ciliar nas margens do Rio Lontra.

Com nascentes na Serra do Visconde, o Lontra é contribuinte do Rio São João e sua microbacia faz limite com a bacia do Rio Ma-caé, tendo como divisor de águas a Serra do Mar. Endereço ecológi-co dos moradores da área, a mi-crobacia do Rio Lontra está viven-do um momento de percepção da importância do cuidado com as águas. Nas oficinas do Projeto Atitude, Água e Clima, foi possível verificar como a área mudou ao longo dos anos e o desmatamen-to contribuiu para a mudança no clima, assim como a retificação do Rio Lontra e do Rio São João, a po-luição e a presença de búfalos nas margens dos rios, causando asso-reamento e erosão. Foi assinalada também a ausência de tratamento de esgoto e a presença de grandes feridas no solo, com necessidade de serem recuperadas, com siste-mas agroflorestais.

A plantação de aipim, na parte baixa do assentamento, de março a junho, e de aipim, mi-lho e banana, na parte alta, de julho a dezembro, demonstram as diferenças de clima dentro da própria microbacia, sendo que às vezes chove na parte alta e não na parte baixa. O clima está mu-dando e o ser humano foi o gran-

As mudanças climáticas são o resultado do len-to processo de aquecimento da Terra, causado pelo agravamento do efeito estufa. Ao longo dos anos, o aquecimento do planeta vai, aos poucos, mudando as características do clima

no mundo todo. Assim, o clima hoje é diferente do que era “normal” no tempo dos nossos antepassados – 30 ou mais anos atrás.Tais mudanças têm afetado diver-sos ecossistemas do nosso planeta, mas pouco se sabe sobre impactos na escala local e quais medidas de adaptação são necessárias para enfrentar o problema.

de responsável pelas mudanças ocorridas. Nos últimos invernos, as temperaturas estiveram mais elevadas; o calor excessivo tem

prejudicado as plantações. As es-tações do ano não estão como no passado, quando as chuvas de ja-neiro caiam quase todas as tardes.

Este ano, praticamente não caiu nenhuma chuva. Todos esses são sintomas que já começam a deter-minar novas atitudes.

O projeto-piloto está sendo desenvolvido em Casimiro de Abreu, na microbacia do Rio Lontra, contribuinte do Rio São João

Membros da comunidade participando do mapeamento do Rio Lontra

Divulgação

Page 7: Voz das Águas 4

Voz das ÁguasJulho/Agosto 2011 7

I N O V A Ç Ã O

A favor da natureza

W etland é um sistema artifi-cialmente projetado para utilizar plantas aquáticas

(macrófitas) em substratos como areia, cascalhos ou outro material, onde ocorre a proliferação de mi-croorganismos que, por meio de processos biológicos, tratam águas residuárias. O sistema wetland des-taca-se pela capacidade de remover carga poluidora, manter a conser-vação dos ecossistemas terrestres e aquáticos, reduzir o aquecimen-to global, fixar o carbono do meio ambiente, mantendo o equilíbrio do CO2, além de conservar a biodi-versidade. As macrófitas aquáticas utilizadas nos sistemas wetland, po-dem ser emergentes ou flutuantes e são de fácil propagação, têm cres-cimento rápido, alta capacidade de absorção de poluentes, tolerância a ambientes eutrofizados, fácil co-lheita e manejo, além de valor eco-nômico. As macrófitas emergentes são: papiros, juncos, lírios, taboas e palmas, entre outras. As flutuantes são: lemna, azola, pistia, salvinia e aguapé.

Na ETE Ponte dos Leites, foram implantados 3 lagoas com macrófi-tas emergentes - papiros, pairinhos e sombrinhas chinesas – além de 2 com macrófitas flutuantes - lem-na, salvinia, pistia e alface d’água. O efluente final é um líquido trans-parente, quase inodoro e com ca-racterísticas que permitem que ele seja lançado diretamente aos corpos receptores. O sucesso do sistema wetland vai além dos baixos custos energéticos, pois oferece muitas possibilidades de reciclagem da bio-massa produzida, que pode virar fer-tilizante, ração animal, gerar energia (biogás ou queima direta), fabricar papel, etc. Sem falar na biodiversida-de, como no caso da ETE em Ararua-ma, onde vivem 43 espécies de aves, 6 de anfíbios, 5 de peixes e 1 de réptil. Entre as espécies, sapos, pererecas e pássaros como o Garibaldi, o Jaçanã e o Gavião Caramujeiro, com desta-que para a população de biguás.

ETE Ponte dos Leites em AraruamaPrimeira Estação de Tratamento de Esgoto com sistema wetland

Realizou-se no Rio de Janeiro o primeiro de cinco fóruns projetados pela Firjan, para discutir

a participação dos empresários na Rio+20, que vai ocorrer no ano que vem. A empresa Águas de Ju-turnaíba participou do Fórum Em-presarial Rio + 20, apresentando a Estação de Tratamento de Esgoto Ponte dos Leites, de Araruama, primeira no Brasil e a maior na América Latina a adotar o sistema wetland. A apresentação foi feita pelo superintendente Carlos Gon-tijo e pelo engenheiro ambiental Felipe Vitorino.

A ETE Ponte do Leites, em Araruama, foi inaugurada em 2005. Em 2009, foi ampliada, tanto no nível de tratamento, quanto em ca-pacidade. Atendendo ao aumento da demanda local, realizou-se uma remodelagem da ETE para implan-tação de um sistema complemen-tar ao tratamento terciário, com remoção de nutrientes através do sistema wetland, feito com plantas aquáticas. Esta ampliação trans-formou a ETE Ponte dos Leites na maior da América Latina com esse sistema, em capacidade de trata-mento, atuando com 200 litros de esgoto por segundo, em uma área de 6.8 hectares.

Primeiro, é feito um pré- tratamento dos efluentes, com um gradeamento e caixa de areia para retirar a parte sólida, e a partir do qual os efluentes são conduzidos para as lagoas de aeração, para promover a troca gasosa do oxi-gênio da atmosfera com o meio aquoso. Estas lagoas possuem ae-radores de superfície e são rasas, com no máximo 2 m de profundi-dade, onde o oxigênio dissolvido na água fornece às bactérias ener-gia suficiente para degradação da matéria orgânica.

Após passar pelas lagoas de aeração, os efluentes seguem para as lagoas de sedimentação, onde ficam sedimentados os resíduos sólidos da fase anterior. Estas são lagoas profundas, com 4 a 5 me-tros, e não têm agitação. Nelas, há plantas aquáticas de superfí-cie, que dão inicio ao processo de remoção de nutrientes (fósforo

e nitrogênio), essenciais para a sobrevivência de algas e plantas. Finalizando o tratamento, ocorre um processo de irrigação, inunda-ção e infiltração em leitos cultiva-dos, com o objetivo de remover o excesso de nutrientes, através do processo wetland de tratamento.

Esta iniciativa pioneira no Brasil, embora bastante praticada em outros países, como nos Esta-dos Unidos e Canadá, foi possível através da negociação entre a Concessionária Águas de Jutur-naíba, a Prefeitura de Araruama, o Governo do Estado do Rio de Ja-neiro, ambientalistas, técnicos do Consórcio Intermunicipal Lagos São João e a Agência Reguladora de Energia e Saneamento Básico (AGENERSA), que antecipou o cro-nograma das obras de saneamen-

to na Região dos Lagos.No primeiro Fórum Empre-

sarial, organizado pelo Instituto Eventos Ambientais (IEVA), o su-perintendente da Águas de Jutur-naíba, integrante do Grupo Águas do Brasil, destacou que “com a we-tland, colocamos a natureza para trabalhar a nosso favor”. Segundo Gontijo, a ETE Ponte dos Leites possui 3 particularidades: “utiliza a natureza, possui o programa Resí-duo Zero e apresenta uma área de proteção ambiental”.

Em sua apresentação, Felipe Vitorino, coordenador de Opera-ção de Esgoto da Concessionária, destacou os conceitos de desen-volvimento sustentável e econo-mia verde que são trabalhados na ETE, integrada ao programa “Resí-duo Zero” que busca a reciclagem

de 100% do lixo gerado pelo tra-tamento do esgoto. Parte destes resíduos já é destinada à recicla-gem, gerando produtos artesa-nais, vendidos pelas cooperativas produtoras da região. A ETE Ponte dos Leites gera cerca de 580 tone-ladas de lixo por mês, com as “ma-crófitas” (plantas aquáticas) emer-gentes e flutuantes, utilizadas no tratamento do esgoto. Com o pro-grama “Resíduo Zero”, a empresa pretende gerar 200 toneladas de adubo orgânico por mês, além de ampliar a produção do artesanato e implantar um biodigestor para que a ETE possa produzir energia, através do esgoto, para seu pró-prio consumo.

“Esperamos, até 2012, estar com esta estação 100% sustentá-vel”, afirmou Felipe.

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Acima, tratamento com macrófitas, plantas aquáticas, flutuantes

Ao lado, produtos artesanais feitos com fibras extraídas dos resíduos da wetland

Edimilson Soares

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Cedae vai levar água a Jaconé

O abastecimento de água em Jaconé, Saquarema foi celebrado com a assinatura, dia 19 de

maio, de um contrato entre gover-no do Estado, através da Cedae, Prefeitura Municipal e Governo Federal, para realização das obras que irão implementar o sistema de captação e distribuição de água, para cerca de 12 mil habitantes, em Jaconé. O projeto contempla não só a tão sonhada água, mas também um programa de educa-ção ambiental. A obra consiste em captar água do Rio Roncador, atra-vés de tubulações e, por bombas submersíveis, a água chegará a uma elevatória, que também será construída, além de uma Estação de Tratamento de Água (ETA) e um reservatório com capacidade para 1 milhão de litros.

Depois de tratada, a água segue para a rede distribuidora, que constará de mais de 24 Km de tubulação e 12 mil ligações equi-padas com hidrômetros. O inves-timento de R$ 8 milhões faz parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e é uma me-dida visando o abastecimento de água de toda a região no entorno do Complexo Petroquímico da Pe-trobras (COMPERJ), que está sen-do construído em Itaboraí. A ceri-mônia de assinatura do contrato teve a presença do governador Sérgio Cabral, do vice-governa-dor e secretário estadual de Obras

Luis Fernando Pezão, do presiden-te da Assembleia Legislativa, de-putado Paulo Melo, do presiden-te da Cedae, Wagner Victer, e da prefeita de Saquarema, Franciane Motta, entre outras autoridades, como o prefeito de Silva Jardim e presidente do Comitê da Bacia La-gos São João (CBHLSJ), Marcello Zelão, e o prefeito de Araruama e presidente do Consórcio Inter-municipal Lagos São João (CILSJ), André Mônica.

Há anos a água é uma reivin-dicação de Jaconé, uma localidade situada no Terceiro Distrito de Sa-quarema, Sampaio Corrêa. Por sua proximidade com Maricá e Itabo-raí, pela beleza da praia e atrativos turísticos, Jaconé é um dos bairros que mais cresce no município. Os outros dois distritos do município, Bacaxá e Saquarema, já são abaste-cidos com água tratada, pela con-cessionária Águas de Juturnaíba.

A prefeita de Saquarema, Franciane Motta, na assintu-ra do Convênio com a CEDAE

8 Julho/Agosto 2011Voz das Águas

Câmaras TécnicasMonitoramento

n A Câmara Técnica de Mo-nitoramento reuniu-se dia 11 de julho na Coordenadoria Geral de Meio Ambiente (Cogema) de Cabo Frio, quando foram apresentados os resultados do monitoramento das águas dos principais corpos hídricos da Bacia Lagos São João: Lagoa de Araruama, Rio São João e Lagoa de Saquarema. Os relatórios pro-duzidos foram apresentados por Arnaldo Villa Nova, representan-te da ONG Viva Lagoa, que fez uma análise sintética de cada corpo hídrico monitorado.

Na ocasião, Arnaldo infor-mou que no site do Comitê da Bacia Lagos São João haverá um link com o Instituto Estadual do Ambiente (Inea), para se obter informações sobre a balneabili-dade das praias. Assim, não só os membros da Câmara Técnica de Monitoramento poderão acom-panhar os estudos através da in-ternet, mas também os internau-tas em geral que terão acesso a essas informações, com o intuito de promover maior visibilidade das ações do Comitê da Bacia.

Outro ponto de pauta foi sobre o Rio Una. Segundo a concessionária Prolagos, o Con-sórcio Intermunicipal Lagos São João e o próprio Comitê da Bacia, estudos foram feitos sobre a qua-lidade da água, antes e depois da transposição dos efluentes da Lagoa de Araruama para o Rio Una, comprovando a eficácia do sistema. A preocupação com o monitoramento do descarte dos efluentes das ETEs na Lagoa de Araruama é uma constante no Comitê de Bacia, assim como as ETEs de Arraial do Cabo e da Ma-rinha, além do Canal de Álcalis, que também serão monitorados. Foi debatida ainda a presença de Briozoários, que os pescadores chamam de “alga macarrão”, en-contradas na lagoa e que tanto incomodam os pescadores.

Saneamento

n Realizou-se, também no dia 11 de julho, na Coordena-doria Geral de Meio Ambiente (Cogema), da Prefeitura de Cabo Frio, uma reunião da Câmara Técnica de Saneamento do Co-mitê da Bacia Lagos São João

(CBHLSJ), onde se destacaram os seguintes assuntos: a obra e os impactos da adutora de água tratada Monte Alto e Figueira, o andamento das obras da con-cessionária Prolagos no perí-odo 2011-2012, apresentação da proposta técnica do reuso dos efluentes da ETE de Búzios, situação do fornecimento de energia elétrica para o início da pré-operação assistida da ETE Jardim Esperança, e solicitação de captação de esgoto em rede separativa pela Prefeitura de São Pedro da Aldeia no trecho Posto de Saúde – Mossoró.

Na reunião, houve um debate sobre a transposição dos efluentes tratados da ETE Jardim Esperança para o Rio Una, com a preocupação de se tornar um risco ambiental. No entanto, foi esclarecido o sis-tema de pré-operação da ETE que terá início com a captação dos esgotos da sub-bacia que atualmente já são lançados no Canal da Malhada. A ETE reali-zará o tratamento secundário de esgoto (biológico), compos-ta por lagoas de aeração e de decantação, com capacidade para tratamento de até 160 li-tros de esgoto por segundo. Os estudos de impacto ambiental realizados pela Prolagos de-monstraram que o efluente tratado atuará na melhoria da classificação ambiental do Rio Una. No final, foi agendada uma vistoria da ETE de Búzios, que está passando por refor-mas. Sob a coordenação de Ana Paula Medina, engenheira da Prolagos e vice-presidente do Consórcio Intermunicipal Lagos São João, a reunião foi um encontro produtivo.

Educação Ambiental

n A 43ª reunião da Câmara Técnica Permanente de Educa-ção Ambiental (CTEA) do Co-mitê da Bacia Lagos São João, realizou-se no dia 12 de julho de 2011, no Horto-Escola Arte-sanal de São Pedro da Aldeia. Na ocasião, foi avaliada a pro-posta feita na reunião anterior, em Búzios, de realização de um Circuito Regional de Educação Ambiental. A definição sobre o formato definitivo do Circuito ficou para a próxima reunião, que deverá se realizar em agos-to. Até lá, será possível amadu-recer as ideias já apresentadas e fechar a proposta.

Durante a reunião, o Gru-po de Educação para Meio Ambiente (GEMA) apresentou os andamentos do Programa Agenda Água na Escola – Re-gião Hidrográfica Lagos São João. Carla Costa e Caroline To-ledo, da Ong GEMA, exibiram os avanços do trabalho nas 18 es-colas, distribuídas em seis mu-nicípios da área de abrangência do Comitê da Bacia Hidrográfica Lagos São João (Rio Bonito, Silva Jardim, Casimiro de Abreu, Ara-ruama, Iguaba Grande e Cabo Frio). Também foram debatidas pautas da Rio+20, Conferência das Nações Unidas sobre De-senvolvimento Sustentável, que ocorrerá em 2012 no Rio de Ja-neiro, para avaliar os avanços da célebre Rio-92.

Participaram da reunião representantes das secretarias de Meio Ambiente de Arraial do Cabo e Araruama, além de ONGs de Búzios, Cabo Frio e São Pedro da Aldeia.

N O T A S

A Lei das Sacolas Plásticas acaba de completar 1 ano e foi comemorada pelo autor, o secretário estadu-

al do Ambiente, Carlos Minc, com uma blitz num supermercado no Rio. Na ocasião, Minc informou que deixaram de ser descartadas ina-dequadamente no meio ambiente 600 milhões de sacos, dos 2,4 bi-lhões produzidos. Agora, a meta é, em 2 anos, dobrar o índice de redu-ção de sacos plásticos distribuídos a consumidores. A Lei 5.502/09 não proíbe, mas estimula o consumo

consciente. Segundo Minc, o resul-tado foi uma expressiva redução de sacolas plásticas no meio am-biente, rios, lagoas e canais, o que significa menos inundações, me-nos gente perdendo tudo, menos tartaruga com plástico na garganta e menos dragagem em rios entu-pidos de plásticos. A lei estabelece desconto de 3 centavos a cada 5 itens levados sem sacolas plásticas pelo consumidor. A sociedade tem que exigir o desconto, fazendo a sua parte, até por que ela será be-neficiada”, disse ele.

Sacolas plásticas

O gestor de engenharia da Prolagos, Wagner de Carvalho, na reunião da CT de Saneamento

Edimilson Soares

Edimilson Soares