voz das Águas 5

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Informativo do Comitê da Bacia Hidrográfica Lagos São João (CBHLSJ) Ano 1 – n o 5 – Setembro/Outubro 2011 – DISTRIBUIÇÃO GRATUITA Av. Getúlio Vargas, 603 - Salas 304/305/306 – Centro – Araruama/RJ – CEP 28970-000 www.VozDasAguas.com – www.LagosSaoJoao.org.br Impresso Especial LAGOS SÃO JOÃO 9912274607 CORREIOS CORREIOS DEVOLUÇÃO GARANTIDA Especialistas participam de Oficina sobre Mudanças Climáticas Página 6 III Pré-ENCOB debateu a gestão dos recursos hídricos nas metrópoles Página 7 Matheus, de Saquarema, Leandro, de Iguaba, e Nadrijane, de Araruama felizes com a distribuição das novas redes de pesca Páginas 4 e 5 Bacia da Lagoa de Saquarema, vista da microbacia do Rio Roncador Foto: Flavia Lanari

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Quinta edição do Informativo do Comitê da Bacia Hidrográfica Lagos São João (CBHLSJ)

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Page 1: Voz das Águas 5

Informativo do Comitê da Bacia Hidrográfica Lagos São João (CBHLSJ)

Ano 1 – no 5 – Setembro/Outubro 2011 – DISTRIBUIÇÃO GRATUITAAv. Getúlio Vargas, 603 - Salas 304/305/306 – Centro – Araruama/RJ – CEP 28970-000

www.VozDasAguas.com – www.LagosSaoJoao.org.br

ImpressoEspecial

LAGOS SÃO JOÃO9912274607

CORREIOS

CORREIOS

DEVOLUÇÃOGARANTIDA

Especialistas participam de Oficina sobre

Mudanças ClimáticasPágina 6

III Pré-ENCOB debateu a gestão dos recursos hídricos nas metrópoles – Página 7

Matheus, de Saquarema, Leandro, de Iguaba, e Nadrijane, de Araruama felizes com a distribuição das novas redes de pesca

Páginas 4 e 5

Bacia da Lagoa de Saquarema, vista da microbacia do Rio Roncador

Foto: Flavia Lanari

Page 2: Voz das Águas 5

2 Setembro/Outubro 2011Voz das Águas

E X P E D I E N T EE D I T O R I A L

A transparência e eficácia da Assembleia do Comitê de Bacia Lagos São João

O Comitê da Bacia Hidro-gráfica Lagos São João reuniu-se dia 2 de se-tembro, no Salão Paro-

quial da Igreja São Sebastião, em Araruama, onde foram debatidos vários assuntos ambientais, entre eles uma proposta de instalação de um sistema biodigestor em Ju-turnayba, uma comunidade com grande potencial turístico, em Silva Jardim, às margens da Lagoa de Juturnaíba. Outra proposta foi a necessidade de contratação de uma consultoria técnica para a re-visão do Plano de Bacia, como já vem ocorrendo em outros Comi-tês de Bacia do Rio de Janeiro.

O Comitê da Bacia Hidrográ-fica Lagos São João atualmente possui 9 Câmaras Técnicas (CTs): CT Institucional Legal, CT Obras de Saneamento e Drenagem, CT de Monitoramento de Corpos Hí-dricos, CT de Pesca e Aquicultura, CT de Educação Ambiental, CT de Serviços Ambientais, CT de Co-municação e Divulgação, CT de Mineração e CT de Gestão e Orde-namento de Usos Múltiplos, onde atuam os Grupos de Trabalho (GTs) de Mudanças Climáticas e de Desassoreamento e Manuten-ção Hídrica. As Câmaras Técnicas

são de total relevância para o bom desempenho do CBHLSJ, porque nelas são discutidas e seleciona-das as propostas de cada setor. Os membros do Comitê de Bacia podem se inscrever nas Câmaras Técnicas no Consórcio Intermuni-cipal Lagos São João, delegatária do CBHLSJ.

O ambientalista Arnaldo Villa Nova, presidente da ONG Viva La-goa, coordenador da CT de Moni-toramento de Corpos Hídricos e presidente da Plenária das ONGs, apresentou na Assembleia as ativi-dades de monitoramento desen-volvidas nas lagoas de Araruama e Saquarema, demonstrando a im-portância da dragagem na reno-vação das águas. Francisco Guima-rães, da empresa ECO Design, que também atua no monitoramento dos corpos hídricos da bacia, de-nunciou uma falha no processo da dragagem, que não contemplou a região do Boqueirão, na Lagoa de Araruama, fundamental para atin-gir as metas de preservação.

Foi informada também a participação de membros do Comitê e do Consórcio no III Pré- Encontro Nacional de Comitês de Bacia Hidrográfica (Pré-ENCOB) realizado na sede da Firjan, no

Rio de Janeiro; com o tema “Fator Água nas Regiões Metropolitanas”, foi um encontro preparatório para o XIII ENCOB/Encontro Nacional dos Comitês de Bacia, que vai se realizar no Maranhão, durantes os dias 24 a 28 de outubro de 2011. No XIII ENCOB será apresentada a experiência do Comitê de Bacia Lagos São João na construção de estratégias de adaptação na Bacia Lagos São João e a experiência do Projeto Atitude Água e Clima, de-senvolvido na microbacia do Rio Lontra, em Casimiro de Abreu.

A reunião foi conduzida por Jaime Azulay, engenheiro da CE-DAE e secretário executivo do Comitê (CBHLSJ), e Carlos Gonti-jo, superintendente da Conces-sionária Águas de Juturnaíba e vice-presidente do Comitê. Na ocasião, foi aprovado o pedido da ONG Arte por Arte, de Saqua-rema, para compor a Plenária das ONGs, no Comitê de Bacia Lagos São João, como representante da Sociedade Civil. As assembléias do Comitê de Bacia Lagos São João são convocadas com a antece-dência regimental e são abertas ao público. As convocações são divulgadas no site do Comitê: www.lagossaojoao.org.br.

Agenda

Comitê das Bacias Hidrográficas das Lagoas de Araruama, Saquarema e dos Rios São João e Una (CBHLSJ)

Decreto de Criação n.° 36.733, de 8 de dezembro de 2004; instalado em 25 de fevereiro de 2005

Mandato 2011-2012Presidente: Marcello Xavier (Zelão) – Prefeito de Silva JardimVice-presidente: Carlos Gontijo – Superintendente da Concessionária Águas de JuturnaíbaSecretário executivo: Jaime Azulay – Engenheiro da Companhia Estadual de Águas de Esgoto (CEDAE)

Membros do CBHLSJ Representantes do Poder Público (18 membros): Prefeituras Municipais de Araruama, Arma-ção de Búzios, Arraial do Cabo, Cabo Frio, Cachoeiras de Macacu, Casimiro de Abreu, Iguaba Grande,

Rio Bonito, São Pedro da Aldeia, Saquarema e Silva Jardim, Departamento de Recursos Minerais (DRM-RJ), Fundação Nacional de Saúde (FUNASA), Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural

do Estado do Rio de Janeiro (EMATER-RJ), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIO) , Instituto Estadual do Ambiente (INEA) e Instituto Nacional de Colonização e Reforma

Agrária (INCRA).

Representantes dos usuários (18 membros): Concessionária Águas de Juturnaíba, Conces-sionária Prolagos, Companhia Estadual de Água e Esgotos (CEDAE), Secretaria de Abastecimento de

Água e Esgoto (SAAE) de Casimiro de Abreu, Associação Livre dos Aquicultores das Águas do São João (ALA), Clube Náutico de Araruama (CNA), Esmeraldas Mineração, Reflorestamento e Recuperação

Ambiental de Áreas Degradadas Ltda, Associação das Empresas Produtoras de Areia de Silva Jardim (APAREIA), Associação dos Pescadores Artesanais e Amigos da Praia da Pitória (APAAPP) de São Pedro

da Aldeia, RRX Mineração e Serviços Ltda, Associação de Pescadores de Iguaba Grande, Associação dos Trabalhadores Rurais de Sebastião Lan Gleba II, Associação Unidos Venceremos dos Produtores

do Assentamento Cambucaes (AUVPAC), Colônia de Pescadores Z-6 (São Pedro da Aldeia), Colônia de Pescadores Z-24 (Saquarema), Federação da Indústria do Rio de Janeiro (FIRJAN/Leste Fluminense),

Sociedade Industrial de Granitos (SIGIL) e Sindicato Rural de Silva Jardim.

Representantes da sociedade civil organizada - ONGs (15 membros): Associação Mico Leão Dourado, Universidade Veiga de Almeida (UVA) Campus Cabo Frio, Organização Ambiental para o Desenvolvimento Sustentável (OADS), Associação das Mulheres Empreendedoras Acontecendo em Sa-quarema (AMEAS), Associação de Arquitetos e Engenheiros da Região dos Lagos (ASAERLA), Centro de Logística e Apoio à Natureza (CLEAN), Associação de Defesa da Lagoa de Araruama (Viva Lagoa), Grupo de Educação para o Meio Ambiente (GEMA), Instituto de Pesquisas e Educação para o Desenvolvimento Sustentável (IPEDS), Lions Clube de Casimiro de Abreu, Movimento Ambiental Pingo d’Água, Conselho

Regional de Biologia (CRBio), Universidade Estácio de Sá / Campus Cabo Frio, Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (CREA-RJ) - Coordenadoria Regional Leste, Associação do Meio Ambiente da

Região da Lagoa de Araruama (AMARLA).

Assessoria de Comunicação: [email protected]

Consórcio Intermunicipal Lagos São João (CILSJ)Entidade delegatária das funções de competência da Agência de Água do Comitê da

Bacia Hidrográfica Lagos São João, de acordo com a Resolução do Conselho Estadual de Recursos Hídricos (CERHI-RJ) nº 47, de 26 de maio de 2010

Presidente: André Luiz Mônica e Silva - Prefeito de AraruamaVice-presidente: Ana Paula Medina - Concessionária Prolagos

Secretário executivo: Mário Flávio Moreira

Equipe técnica: Coordenadores de programa: Agnes Avellan, Artur Andrade, Denise Pena e Natalia Ribeiro; Gestora de projeto: Aline Santos;

Assistente Administrativo: Bianca Carvalho; Estagiária: Mabel dos Santos

Membros do Conselho de Associados do CILSJPoder Público: Secretaria Estadual do Ambiente/Instituto Estadual do Ambiente, Prefeituras dos

Municípios de Araruama, Armação de Búzios, Arraial do Cabo, Cabo Frio, Casimiro de Abreu, Cachoeiras de Macacu, Iguaba Grande, Rio Bonito, São Pedro da Aldeia, Saquarema e Silva Jardim.

Empresas privadas: AGM Empreendimentos Hoteleiros, Oriente Construção Civil, Concessionária Rodovia dos Lagos, Concessionária Águas de Juturnaíba, Concessionária Prolagos, Construtora Mil/Villa

Rio, Dois Arcos Transporte e Tratamento de Resíduos Sólidos Ltda. e Tosana Agropecuária S/A.

Plenária das Organizações Não Governamentais: União das Entidades de Pesca e Aquicultura do Estado do Rio de Janeiro (UEPA-RJ), Colônia de Pescadores Z-6, Organização Ambiental para o

Desenvolvimento Sustentável (OADS), Grupo de Educação para o Meio Ambiente (GEMA), Associação de Moradores de Barra de São João, Centro de Estudo e Referência de Uso Sustentável (CEREUS), Aldeia

Velha Ambiental (AVA), RPPN Bom Retiro e Arte por Arte Brasil.

Av. Getúlio Vargas, 603 - Salas 304/305/306 – Centro – Araruama/RJ – CEP 28970-000Telefones: (22) 2665-0750 / (22) 8841-2358

www.lagossaojoao.org.br / [email protected]

Voz das ÁguasInformativo do Comitê da Bacia Hidrográfica Lagos São João

Telefone: (22) 2651-7441www.vozdasaguas.com

[email protected]

Edição: Tupy Comunicações | Jornalista Responsável: Dulce Tupy (registro 18940)Projeto Gráfico: Subito Creative – www.subito.cr | Edição de Arte: Lia Caldas

Fotógrafo: Edimilson SoaresColaboradoras: Alessandra Calazans e Monique Barcellos

Tiragem: 5.000 exemplares | Gráfica Esquema

C O M U N I C A Ç Õ E S

X I I I E N CO B S E R Á N O M A R A N H ÃO

O XIII Encontro Nacional de Comitês de Bacias Hidrográficas (ENCOB) será em São Luiz, no Ma-ranhão, de 24 a 28 de outubro. Organizado pela REBOB, Rede Bra-sil de Organismos de Bacia, o tema será “Os desafios dos Comitês de Bacia na Construção de Pactos pelas Águas”. Segundo o coorde-nador geral do encontro, Lupércio Ziroldo, presidente da REBOB, o

evento é uma parceria do Fórum Nacional de Comitês de Bacias Hidrográficas com o Governo do Estado do Maranhão, através da secretaria de Meio Ambiente e Recursos Naturais.

O XIII ENCOB contará com a participação de membros de vários setores, dentre eles usuários, poder público, sociedade civil, ONGs, pesquisadores e outros

agentes envolvidos e articulados com a responsabilidade e aprimo-ramento das ações desenvolvidas em âmbito nacional na gestão de recursos hídricos. Será a oportuni-dade de integração das expe-riências realizadas nos Estados brasileiros e um importante fórum de debates e de posicionamento técnico e político para recuperar e conservar os recursos hídricos.

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Voz das ÁguasSetembro/Outubro 2011 3

S A I B A M A I S

Instalada a Câmara Técnica Institucional Legal

A mais nova Câmara Técnica do Comitê de Bacia Lagos São João (CBHLSJ) iniciou suas atividades: a Câmara Técnica Institucional Legal (CTIL). Criada pela resolução 040, de 5 de maio de 2011, a CTIL foi instalada em

agosto, na sede do Consórcio Intermunicipal Lagos São João, em Araruama. A reunião foi conduzida pelo secretário executivo do Comitê, Jaime Azulay, que destacou as competências desta Câmara Téc-nica, entre elas “examinar a constitucionalidade e legalidade de propostas, bem como a compatibili-zação das propostas de gestão de recursos hídricos com as de gestão ambiental”.

O próprio secretário execu-tivo do Comitê, Jaime Azulay, en-genheiro da Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae), foi escolhido pelos presentes como coordenador da CTIL, tendo como relatora, Dalva Mansur, do Institu-to de Pesquisas e Educação para o Desenvolvimento Sustentável (IPE-DS). Também ficou definido o nú-mero de componentes da CTIL: no mínimo dois e no máximo quatro representantes de cada segmento. Decidiu-se ainda que as reuniões da CTIL deverão sempre anteceder às reuniões ordinárias do Comitê de Bacia. E poderão haver outras reuniões, sempre que necessárias e provocadas por propostas das de-

mais Câmaras Técnicas. A dinâmica será sempre a seguinte: as Câmaras Técnicas se reúnem e fazem suas proposições que serão encaminha-das para a secretaria executiva do CILSJ, delegatária do Comitê, que as encaminhará para a CTIL. Após dar seu parecer, a CTIL devolverá a proposta à secretaria executiva para apresentação na plenária do comitê. Poderão participar das reu-niões da CTIL convidados e espe-cialistas com direito a fala, mas sem direito a voto.

A primeira ação da CTIL foi o início do processo de revisão do Regimento Interno do Comitê, a partir das observações apresenta-das pelo advogado Fábio Rigueira,

assessor do CILSJ. As mudanças foram debatidas tanto na primeira como na segun-da reunião da CTIL. Na segunda reunião, realiza-da em setembro, foi apresentado também o proje-to para implan-tação do Sistema de Tratamento de Efluentes na Comunidade de Juturnayba. O projeto adota um sistema inte-grado, onde tudo tem utilização e

pode ser reaproveitado, imitando os ciclos sustentáveis da natureza.

Esta tecnologia saneia o habitat humano, agrega valor à cadeia produtiva e pre-serva o meio ambiente, já que o tratamento de-volve a água ao rio ou lagoa em estado de balne-abilidade, sem riscos de conta-

minação da natureza.A partir de processos naturais

Os membros da CTIL estão revisando o Regimento

Interno

Os coordenadores de programa do CILSJ, Artur Andrade e Denise Pena, a coordenadora da Câmara Técnica de Educação Ambiental, Krystina Celia, e o secretário do Comitê, Jaime Azulay

Na reunião da CTIL foi escolhida como relatora a ambientalista Dalva Mansur e como coordenador o engenheiro Jaime Azulay, que é também secretário executivo do Comitê

Em primeiro plano, o advogado Fábio Rigueira, assessor jurídico do CILSJ/Comitê, que está colaborando na revisão do Regimento Interno do CBHLSJ

Fotos: Dulce Tupy

de purificação das águas servidas é possível recuperar nutrientes para a agricultura. Alguns aspectos des-ta tecnologia que existe há séculos em muitas partes do mundo, estão sendo adaptados agora para solu-cionar desafios, como a poluição das águas e a perda do solo fértil, visando um gerenciamento mais eficiente da terra e abrindo assim um número maior de usuários. Processados em biodigestores e filtros de contato, zonas de raízes, tanques de oxidação e aeração, tanques de peixes e tanques de macrófitas, os resíduos, livres da carga poluente, são utilizados na adubação de flores e hortaliças. O biogás será utilizado para cozinhar, iluminar e produzir energia.

Na próxima edição, saiba mais sobre as outras Câmaras Técnicas do Comitê

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4 Setembro/Outubro 2011Voz das Águas

P E S C A

Projeto Rede Legal distribui redes ecológicas, beneficiando pescadores das lagoas de Araruama e Saquarema

A Lagoa de Araruama é a maior lagoa hiperssalina do mun-do. Com uma extensão de 220 km2 e ligação com o mar pelo Ca-nal de Itajuru, em Cabo Frio, suas margens formam uma restinga litorânea pelo lado oceânico, que se estende por 5 municípios (Ara-ruama, Arraial do Cabo, Cabo Frio, São Pedro d’Aldeia e Iguaba Gran-de). Porém, a especulação imobi-liária, o despejo de esgoto in natu-ra e a pesca predatória levaram à degradação de suas águas antes cristalinas que, ao longo dos anos,

passou a enfrentar sérios proble-mas e tornou-se foco das ações ambientais na região. O mesmo aconteceu com a Lagoa de Saqua-rema, que também sofreu com a especulação imobiliária, despejo de esgoto e constante fechamen-to da Barra Franca, sua única liga-ção com o mar.

Redes EcológicasA Câmara Técnica de Pesca,

que tem como coordenador o se-cretário de Agricultura e Pesca de Iguaba Grande, Leandro Coutinho,

Idealizado pela Câmara Técnica de Pesca, do Comi-tê de Bacia Hidrográfica Lagos São João (CBHLSJ), o Projeto Rede Legal busca um ordenamento pes-queiro para região e apoia os pescadores, adequan-do seus apetrechos de pesca à legislação e forta-

lecendo as ações de preservação do meio ambiente. Sinalizando o fim da pesca predatória nas lagoas da região, suas ações foram marcadas recentemente pela entrega de redes de pesca ecológicas aos pescadores, dando suporte à atividade pesqueira e promovendo a conscientização da comunidade para a necessidade de recuperação das lagoas de Araruama e Saquarema.

As redes foram entregues pelo secretário Minc aos pescadores, entre eles Chico Pescador, da União das Entidades de Pesca e Aquicultura do Estado do Rio de Janeiro (UEPA), em primeiro plano

A prefeita de Saquarema, Franciane Motta, o prefeito de Araruama e presidente do CILSJ, André Mônica, o secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, o coordenador da CT de Pesca, Leandro Coutinho, o superintendente da Águas de Juturnaíba e vice-presidente do CBHLSJ, Carlos Gontijo e o subsecretário do Ambiente, Luiz Firmino, na entrega das novas redes aos pescadores

Fotos: Dulce Tupy

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Voz das ÁguasSetembro/Outubro 2011 5

ao elaborar seu plano de realiza-ções, preocupou-se em entregar aos pescadores artesanais, as re-des adequadas à legislação am-biental e recolher as predatórias, sendo este um grande estímulo ao desenvolvimento sustentável da pesca artesanal e uma deman-da antiga das Colônias de Pesca. As entidades de pesca beneficia-das com o Projeto Rede Legal são: Colônia de Pescadores de Saqua-rema, Colônia de Pescadores de Araruama, Colô-nia de Pescado-res de São Pedro da Aldeia, Asso-ciação de Pesca-dores de Iguaba Grande, Associa-ção de Pescado-res da Praia da Baleia (São Pedro da Aldeia), Asso-ciação de Pes-cadores da Praia da Pitória (São Pedro da Aldeia) e Associação de Pescadores da Praia do Siqueira (Cabo Frio). Para rece-ber a rede, o pescador precisa es-tar em dia com a entidade a qual é filiado, ser registrado há mais de 3 anos, assinar um termo de com-promisso e responsabilidade e en-tregar sua rede predatória para as colônias de pesca.

InvestimentosUm total de 1.700 redes de

pesca foram entregues neste pri-meiro momento aos pescadores das duas lagoas, de Araruama e Saquarema. Se fossem alinhadas numa reta, chegariam a 83 Km de extensão! Foram investidos no Projeto Rede Legal, R$ 100 mil do Fundo Estadual de Recursos Hídricos (Fundrhi). O evento de lançamento contou com a pre-sença do secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, do sub-secretário Luiz Firmino, do supe-rintendente federal do Ministério da Pesca e Aquicultura Luciano Vidal, do prefeito de Araruama e presidente do Consórcio Inter-municipal Lagos São João (CILSJ), André Mônica, da prefeita de Sa-quarema, Franciane Motta, da vi-ce-presidente do CILSJ, Ana Paula Medina e do vice-presidente do

Rio Rural entrega redes ambientalmente corretas

aos pescadores em Jaconé

O Rio Rural é o Progra-ma de Desenvolvi-mento Rural Susten-tável em Microbacias

Hidrográficas, da Secretaria de Agricultura, Pecuária, Pesca e Abastecimento, do Governo do Estado do Rio de Janeiro. Reali-zado pela Superintendência de Desenvolvimento Sustentável, o programa está sendo implanta-do em 59 municípios, entre eles Saquarema, que já iniciou suas atividades na microbacia do Rio Roncador, na Serra do Matogros-so, em Sampaio Corrêa.

Recursos do Rio Rural estão começando a chegar e o primei-ro repasse foi para a compra e distribuição de redes de pesca aos pescadores. A entrega das redes de pesca ecológicas foi feita na Manitiba, em Jaconé, em frente ao Bar do Xavier, num lar-go no final da rua 14, onde este-ve o famoso naturalista Charles Darwin, pai da Teoria da Evolu-ção, no século XIX.

Coordenado pelo Escritório Local da Emater-Rio em Saqua-rema, o evento reuniu técnicos, pescadores e lideranças comu-nitárias. Segundo o coordena-dor do programa e supervisor local da Emater-Rio, engenheiro agrônomo João Batista Pereira, este foi um importante passo no sentido de se concretizar mais

uma etapa do Rio Rural, que teve início em agosto de 2009. No fu-turo, está prevista a fundação de uma capatazia, uma espécie de filial, da Colônia de Pesca Z-24, em Jaconé, às margens da Lagoa de Saquarema, onde desemboca o Rio Roncador.

Tendo a microbacia como unidade de planejamento, o Rio Rural vai beneficiar os mo-radores dos bairros do Ronca-dor, Buracão, Mato Grosso, Serra dos Pinheiros, Baziléia e Jaconé, onde vivem agricultores, pecua-ristas, pescadores, piscicultores, praticantes de ecoturismo e es-portes radicais, donos de pou-sadas e lideranças comunitárias. O programa envolve parcerias com a Associação de Pequenos Produtores Rurais de Saquarema

(Aprosa), Sindicato dos Traba-lhadores Rurais de Saquarema, Sindicato Rural, Associação de Moradores e Amigos de Jaconé, Associação de Moradores e Ami-gos do Mato Grosso e Colônia de Pescadores Z-24, entre outros.

Além do aporte de verbas do Rio Rural, a microbacia do Roncador também está sendo beneficiada com recursos do Fundo Socioambiental de Boas Práticas em Microbacias - FUN-BOAS, do Comitê de Bacia Lagos São João, sendo selecionada pela Câmara Técnica de Micro-bacias devido a sua extrema importância para a conservação dos recursos hídricos. Está pre-vista a realização de diversas atividades com foco nas boas práticas ambientais.

Pescadores de Saquarema receberam as redes ecológicas

A magnífica vista da Lagoa de Saquarema, do alto da Serra do Mato Grosso, na

bacia do Rio Roncador

Comitê de Bacia Lagos São João, Carlos Gontijo, de vários secretá-rios de meio ambiente da região, entre eles David Aguiar de Arraial do Cabo, Adriana Saad de Buzios, Gilmar Magalhães de Saquarema e vereadores, entre eles a presi-dente da Câmara Municipal de Araruama, Marizete Ramos.

Realizada na sede da Colônia de Pescadores Z-28, na Pontinha do Outeiro, nas margens da Lagoa de Araruama, a cerimônia com a

entrega simbóli-ca das redes foi a co m p a n h a d a com o anúncio de investimen-tos para a Região dos Lagos. O se-cretário Carlos Minc anunciou então a liberação de recursos para diversos progra-mas de recupe-

ração ambiental, entre os quais R$ 9 milhões para o esgotamento sanitário de Praia Seca, Araruama; R$ 9 milhões para o esgotamento sanitário de Monte Alto e Figueira, Arraial do Cabo; R$ 2 milhões para o desassoreamento da Lagoa Ara-ruama; R$ 2 milhões para estudos da implantação do Parque Estadu-al da Costa do Sol; R$ 6 milhões para transposição dos efluentes das Estações de Tratamento de Esgoto de Iguaba e São Pedro da Aldeia para o Rio Una; R$ 2,4 mi-lhões para esgotamento sanitário na comunidade Juturnayba. O anúncio totaliza um investimento de R$ 30,4 milhões para a Região dos Lagos.

Investimento de R$ 30

milhões para a Região

dos Lagos

Dulce Tupy

Flávia Lanari

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6 Setembro/Outubro 2011Voz das Águas

C L I M A

Realizada Oficina de Especialistas, na Serra da Castelhana, em Saquarema

O Consórcio Intermunicipal Lagos São João (CILSJ), em parceria com o WWF Brasil e o HSBC, realizou em agosto uma Oficina de Especialistas no Ho-tel Serra da Castelhana, em Saquarema. Desde que foi criado, no início de 2010, o Grupo de Trabalho sobre Mudanças Climáticas, do Comitê de Bacia Lagos São João, está desenvolvendo análises, com objetivo de identificar

as vulnerabilidades ambientais, sócio-econômicas e político-institucionais, visando a definição de diretrizes para uma gestão adaptativa da bacia.

A necessidade de desenvol-ver uma Análise de Vulnerabilida-de da Bacia Lagos São João se deu após a realização da oficina de tra-balho A Bacia Hidrográfica da Re-gião dos Lagos e do Rio São João frente aos desafios das Mudanças Climáticas e os impactos sobre os recursos naturais, especialmente os hídricos, realizada em dezem-bro de 2009, em Araruama. Como encaminhamento, criou-se um Grupo de Trabalho de Mudanças Climáticas, para inserir o tema na pauta do Comitê. O grupo tem como atribuição desenvolver um programa de mudanças climáti-cas, contendo planos de mitiga-ção e adaptação ao clima, e para isso se faz necessário o desenvol-

vimento de uma análise de vulne-rabilidade.

O primeiro passo da Análise de Vulnerabilidade foi o desenvol-vimento de uma Análise de Risco à Integridade Ecológica da Bacia. Para tal, está sendo construído um Sistema de Informações Geográfi-cas, onde os dados geográficos da bacia são reunidos e qualificados, visando à espacialização das prin-cipais ameaças da bacia. Também foi feita a identificação das unida-des de planejamento, que corres-pondem às microbacias da Bacia Lagos São João.

A etapa seguinte previa a re-alização de um painel de especia-listas. A 1° Oficina de Especialistas da Bacia Hidrográfica Lagos São

João realizou-se nos dias 20 e 21 de agosto, sendo uma etapa fun-damental da análise, que prevê a aplicação de um método para a identificação dos impactos aos ecossistemas, para dar suporte ao cálculo do Índice de Risco Ecológi-co da Bacia. O objetivo do encontro foi identificar as ameaças aos ecos-sistemas, e definir seus graus de se-veridade e medidas de frequência; e definir a sensibilidade das unida-des de planejamento às ameaças.

A oficina contou com a participação de especialistas de diferentes perfis e áreas do co-nhecimento, num exercício mul-tidisciplinar. Esses especialistas, ressalta Denise Spiller, “são aque-les que conhecem o território da

bacia”, e portanto fizeram parte deste painel geólogos, biólogos, engenheiros e também pescado-res e agricultores. Segundo Glauco Kimura, do WWF-Brasil, na oficina foram identificados 16 ameaças, entre os quais os leitos retificados dos rios, que foram grandes inter-venções ocorridas no passado, que alteraram os aspectos hidrológicos desses ecossistemas, podendo os seus impactos serem potencializa-dos pelas mudanças do clima.

“Estamos trabalhando com esta lista de estressores. O estu-do, por ser pioneiro, vai retratar a situação ambiental da bacia e as vulnerabilidades atuais. Futu-ramente, vamos agregar novas análises, mas esse é o primeiro passo, importantíssimo para o planejamento ambiental”, explica Glauco. Já Angelo Lima, também do WWF-Brasil, destaca o método adotado na Oficina de Especialis-tas que exige complementaridade e possibilita discussão.

“É por isso que estamos ou-vindo os especialistas, sabendo o que temos que complementar, para que a análise da vulnerabi-lidade seja completa. O próximo passo é a construção dos mapas das vulnerabilidades. Para cada estressor da bacia, vamos cons-truir um mapa, até chegar ao so-matório de todos os estressores. Todas as ameaças serão identifi-cadas e poderão ser observadas onde acontecem. Depois, faremos um mapa único”, conclui.

Este mapa final permitirá a comparação visual das áreas vulneravéis e a identificação das unidades onde os esforços de con-servação dos recursos hídricos de-vem ser priorizados. O resultado deste trabalho será apresentado posteriormente ao Comitê Lagos São João para discussão, e para que possa ser incorporado ao Pla-no de Bacia e utilizado como um instrumento essencial à gestão das águas.

O grupo que participou ativamente da Oficina de Especialistas no Hotel Serra da Castelhana, em Saquarema

Durante a oficina, foram analisadas as ameaças ou “estressores” que impactam a Bacia Lagos São João

Ipea lança livro digital sobre mudanças climáticasO Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) lançou o livro Mudança do clima no Brasil: aspectos econômicos, sociais e regula-tórios. O livro trata de tema relevantes como: Aspectos regulatórios e sociais das mudanças climáticas no Brasil, As mudanças climáticas nos diversos setores da economia brasileira, e O Brasil e as negocia-ções internacionais sobre mudanças climáticas. Em 437 páginas, o li-vro traz um debate amplo e extremamente atual sobre as mudanças climáticas e as políticas públicas e ações brasileiras correspondentes a esse fenômeno. A obra se encontra disponível na seção de Publi-cações/Livros do Portal Ipea.

Edimilson Soares

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Voz das ÁguasSetembro/Outubro 2011 7

E N C O N T R O

III Pré-ENCOB debateu no Rio a gestão dos recursos hídricos nas regiões metropolitanas

A Rede Brasil de Organismos de Bacia (REBOB) e o Fórum Nacional de Comitês de Bacias Hidrográficas organizam anualmente o Encontro Nacional dos Co-mitês de Bacia (ENCOB) e, desde o ano passado, promovem também os Pré- ENCOBs, encontros preparatórios, com temas específicos. Ano passado, o I Pré- ENCOB, realizado em Vitória (ES), debateu a foz e o estuário de rios brasilei-

ros e o II Pré-ENCOB, em São Lourenço (MG), as águas minerais. Já o III Pré-ENCOB, realizado no Rio de Janeiro, neste final de agosto, teve como tema “O fator água nas regiões metropolitanas”. Durante 3 dias, a sede da Federação das Indústrias do Esta-do do Rio de Janeiro (Firjan), foi o cenário onde foram apresentados alguns dos ca-sos mais emblemáticos da gestão de recursos hídricos nas grandes cidades do país.

Representantes do Poder Público Municipal, Estadual e Fe-deral, usuários da água organiza-dos nos Comitês de Bacia, Orga-nizações Não Governamentais, Entidades Ambientalistas, Univer-sidades, lideranças comunitárias e público em geral tiveram opor-tunidade de debater experiências de gestão das águas em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba e outras. Diferentes mo-

delos de gestão das águas foram apresentados, além de uma expe-riência internacional, a de Paris, França, trazida pelo diretor geral do Departamento Internacional de Águas, da Rede Internacional de Organismos de Bacias (RIOB), François Donzier.

O gerenciamento das águas nas metrópoles é um dos maiores desafios urbanos. Os recursos hí-dricos têm cada vez mais impor-

tância no planejamento estratégi-co das cidades. Em consequência, a gestão integrada da água, com a participação de representantes dos diversos segmentos sociais, tem se projetado como uma solução de-mocrática e eficaz. Hoje, os maiores problemas de gestão dos recursos hídricos se concentram nas gran-des cidades, onde a ocupação ur-bana já se consolidou, com graves transtornos: enchentes, falta de água e de saneamento, ausência de coleta seletiva de lixo, etc.

Nas regiões metropolitanas,

a equação do abastecimento de água e do saneamento, no que concerne à demanda e dispo-nibilidade, tem sido um desa-fio constante para os governos, hoje somente solucionado com investimentos maciços e ações integradas entre as diversas ins-tâncias envolvidas, no âmbito federal, estadual e municipal. O III Pré-Encob revelou apenas uma ponta desse iceberg, uma ques-tão que tende a ser no futuro a grande meta na gestão das águas nas grandes cidades.

O III Pré-Encob, no Rio de Janeiro, teve apresenta-ções de especialistas na

gestão de recursos hídricos, como a diretora de Gestão das Águas e do Território do Instituto Estadual do Ambiente (INEA), Rosa Formi-ga, o superintendente adjunto de Apoio à Gestão de Recursos Hí-dricos da ANA, Victor Sucupira, o diretor metropolitano da Sabesp, Paulo Massato, o presidente do CBH Rio das Velhas, Rogério Se-púlveda, do Projeto Manuelzão, Leny Toniolo, da secretaria do meio ambiente de Curitiba, Me-lissa Graciosa, de São Paulo, Jorge Briard, da Cedae, do Rio de Janei-

ro, Ninon Machado, do Instituto Ipanema, entre outros.

Participaram também do III Pré-Encob autoridades governa-mentais, como o secretário estadu-al do Ambiente do Rio de Janeiro, Carlos Minc, a presidente do INEA, Marilene Ramos, o subsecretário da SEA, Luiz Firmino e o secretá-rio municipal do meio ambiente da cidade do Rio de Janeiro, Car-los Alberto Muniz, na abertura do evento. Na plateia, técnicos e am-bientalistas, professores e alunos, membros dos Comitês de Bacia do Rio e de todo o país.

No último dia, uma reunião da Rede Brasil de Organismos de

Bacia (REBOB) elegeu a nova di-retoria, para o mandato de 2011-2013. O engenheiro Lupércio Ziroldo, do Comitê de Bacia Hidro-gráfica (CBH) do Tietê-Batalha (SP) foi eleito presidente e o biólogo Mário Flávio Moreira, do Consór-cio Intermunicipal Lagos São João (CILSJ), do Rio de Janeiro,vice. Foi eleita como diretora regional do Norte, Vera Lucia Reis, do Con-sórcio Jiquiriçá (Acre); diretor do Nordeste, Luiz Carlos Sousa Silva, do CBH do Rio Piauí (Sergipe); do Centro Oeste, Leonice Lotufo, do CBH-Covapé (Minas Gerais); do Sudeste, Luiz Firmino, do CILSJ, Rio de Janeiro; e do Sul, Cláudio

Marcelo de Moraes, do Rio Grande do Sul. Para o Conselho Fiscal fo-ram eleitos Eduardo Paschoalotti, do CBH Rios Piracicaba, Capiva-ri, Jundiaí (PCJ), Carlos Eduardo Alencastre, do CBH do Rio Pardo, e Jairo da Costa e Silva, do Con-sórcio Intermunicipal CIVAP. Cum-prindo o Estatuto da REBOB, o pre-sidente Ziroldo indicou o nome de Suraya Modaeli, do CBH do Médio Paranapanema, para ser secretária executiva, aprovada por todos.

A advogada Ninon Macha-do, presidente do Instituto Ipanema, o biólogo Mário Flávio Moreira, do CILSJ, que atuou como modera-dor do debate, a profes-sora da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) Rosa Formiga, diretora do Digat/INEA e Victor Sucupira, supe-rintendente da Agência Nacional de Águas

Na reunião da REBOB foi renovada a diretoria

O engenheiro Lupércio Ziroldo, eleito

presidente da REBOB

O engenheiro Jorge Briard, da Cedae, Rio de Janeiro, a engenheira hidróloga Melissa Graciosa, de São Paulo, Mário Dantas, coordenador do Fórum Nacional de Comitês de Bacias Hidrográficas, moderador da mesa, Leny Toniolo, gerente de educação ambiental da Secretaria de Meio Ambiente de Curitiba, engenheiro Rogério Sepúlveda, do Comitê de Bacia do Rio das Velhas, Minas Gerais, e o diretor da RIOB, Jean-François Donzier.

Fotos: Dulce Tupy

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8 Setembro/Outubro 2011Voz das Águas

Câmaras TécnicasMonitoramento e Saneamento

n As Câmaras Técnicas de Monitoramento e Saneamento reuniram-se conjuntamente, em setembro, para apresentação de vários projetos e estudos em andamento no Comitê de Bacia Lagos São João. O primeiro foi o estudo do aquífero subterrâneo de Tamoios, apresentado pelo professor Rodrigo Raposo, da Universidade Federal Fluminense (UFF), que avaliou a possibilidade de abastecimento de água neste distrito de Cabo Frio. O professor concluiu que as chuvas farão a recarga das águas, anunciando que o processo está em fase de licenciamento no INEA e reco-mendando o controle do esgota-mento sanitário na localidade.

O professor Julio Wasser-man, também da UFF, apresentou as conclusões do monitoramento do Rio São João, recomendando a recomposição da mata ciliar e a disponibilização dos resultados no site do Consórcio (CILSJ). As 3 sub-bacias do Comitê Lagos São João também foram monitora-das e os resultados apresentados por Maria Helena Baeta Neves,

do Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira (IAPM), com destaque para a Lagoa de Araruama, onde caíram os níveis dos agentes causadores da mor-tandade de peixes, ocorridas em março e agosto deste ano.Para o Rio Una, foi apresentado estudo para avaliar o despejo de efluentes de Estações de Tra-tamento de Esgotos, portanto efluentes já tratados, em seus afluentes. A equipe da Prolagos também apresentou a obra re-alizada nos bairros Belegard e Conventos, para ampliar a capa-cidade de receber esgotos nesse trecho, evitando o despejo even-tual que vertia para a lagoa. Mas, em Cabo Frio, algumas pendên-cias no derramamento de esgoto ainda não foram totalmente so-lucionadas. Finalmente, foi apre-sentada a obra de construção de dutos coletores nas margens do Rio Mataruna, executada pela Águas de Juturnaíba e já em ple-na atividade.

A reunião realizada na sede do Consórcio Intermunicipal La-gos São João (CILSJ), contou com a presença dos coordenadores de saneamento, Paula Medina, da Prolagos, e de monitoramen-to, Arnaldo Villa Nova, da ONG

Os professores Rodrigo Raposo e Julio Wasserman, da UFF

JogosLimposA realização dos Jogos Olímpi-

cos 2016, na cidade do Rio de Janeiro, gerou uma preocupa-

ção quanto aos impactos ambientais do evento e, para minimizar, a Secre-taria Estadual do Ambiente (SEA), emplacou a ideia de neutralização do carbono, através do plantio apro-ximado de 24 milhões de mudas de

florestal entre a Reserva Biológica União e outros grandes remanescen-tes florestais da Serra do Mar, área de ocorrência do mico-leão-dourado e de outras espécies. Além da miti-gação do efeito estufa, através da revegetação de áreas, o projeto tam-bém está gerando emprego e renda. Inicialmente, serão 2 mil empregos diretos, em atividades de limpeza e cercamento das áreas de plantio, co-leta e beneficiamento de sementes, como também produção, plantio e manutenção de mudas. O secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, participou do plantio simbólico das

Viva Lagoa, além do engenheiro Wagner Carvalho, Keila Ferreira e Pedro Alves, da Prolagos, Do-minique Babilon e Marcio Go-mes, do Clube Náutico, Oldemar Guimarães, da Agenersa, Renato Oliveira, do Cogema, Natalia Ri-beiro, Mario Flavio e Denise Pena, do CILSJ, Mirian Branco e Claudia Botafogo, do INEA, Adriana Saad, secretaria de Meio Ambiente de Búzios, Francisco Guimarães, da EcoDesign, Márcia Gonçalves e Taís Lopes, da Arthros Ambiental, Luiz Paulo Ferraz, da Associação Mico Leão Dourado, André Lima, da Dois Arcos Resíduos Sólidos, Sérgio Ribeiro, da Prefeitura de Araruama, Marcelo Luvisotto, Fe-lipe Vitorino e Haroldo Cerqueira, da Águas de Juturnaíba e Flávio Antonio Gomes, de São Pedro da Aldeia.

Educação Ambiental

n Com o tema “Os desafios da Educação Ambiental na Bacia Hi-drográfica Lagos São João”, será realizado o Circuito Regional de Educação Ambiental Lagos São João que pretende reunir educa-dores ambientais dos municípios da Região dos Lagos e do Rio São João, com o objetivo de integrar as ações que definirão a política pública local de gestão ambien-tal. A proposta é realizar um deba-te itinerante sobre os desafios da Educação Ambiental, envolvendo ações dos órgãos públicos, socie-dade civil, entidades ambienta-listas, comunidades tradicionais, universidades e escolas.

Na etapa Cabo Frio, no dia 7 de novembro, o encontro terá presença do professor José Sil-va Quintas, na palestra sobre “A

Construção de uma Gestão Am-biental Pública Municipal” e ofici-nas do Projeto Pólen - Cabo Frio, com o tema “Em cada estação uma canção”, do Projeto NEA-BC, “Nó Cabo Frio” e “Cinema Possí-vel - Diagnóstico Socioambiental através de oficina de vídeo” , com Jiddu Saldanha. Haverá também uma oficina de Educação Am-biental através de contação de histórias e confecção de livros, com Gleice Maira da ONG Gema. As “Peculiaridades Ecológicas da Região de Cabo Frio” serão apre-sentadas pela professora Heloisa Helena Gomes, da UERJ.

Aproveitando o Circuito Re-gional de Educação Ambiental, em Cabo Frio, acontecerá o lança-mento oficial do Programa Agen-da Água na Escola - Educação Ambiental e Mobilização Social. O programa envolve aproximada-mente 300 alunos, de 26 escolas em 8 municípios da Região Lagos São João. O Comitê de Bacia Lagos São João investiu recursos nesta iniciativa que visa formar grupos de Jovens Gestores Ambientais que irão, ao longo do ano, moni-torar a qualidade das águas dos rios e lagoas da região e apoiar a conservação da Faixa Marginal de Proteção (FMP) formulando uma agenda de ações para recupera-ção e conservação ambiental.

A etapa Búzios, dia 8 de

novembro, segue a mesma di-nâmica, com variação de temas: “A Educação Ambiental no Licen-ciamento” será a palestra do pro-fessor Quintas e haverá uma roda de conversa sobre “Agenda 21 Escolar”com Lara Moutinho, da Secretaria Estadual do Ambien-te do Rio de Janeiro, palestra de “Agroecologia - Horta Orgânica” com Carlos Henrique da Esco-la da Mata Atlântica, de Aldeia Velha, Silva Jardim, e finalmente “Rio+20: como estamos” com Ja-cqueline Guerreiro, da Rede de Entidades Ambientais do Rio de Janeiro (REARJ) e do Grupo de Trabalho “Rio Cúpula dos Povos – Rio +20”.

No encerramento do Cir-cuito está prevista a presença de Mauro Guimarães, dia 25 de novembro, em Arraial do Cabo, além de roda de conversa sobre o “Parque Estadual da Costa do Sol”, com André Ilha, do Institu-to Estadual do Ambiente (INEA) e a palestra sobre o “Geoparque Costões e Lagunas”, com Kátia Mansur, da UFRJ. A palestra “Ju-ventude e Meio Ambiente”, com Alex Bernal, do Coletivo Jovem, encerra o Circuito. Mais infor-mações: (22) 2774-8227 / (22) 9712-5876. Inscrições: solicitar ficha pelo e-mail: [email protected] / site: www.lagossaojoao.org.br/circuitoea

Dul

ce T

upy

a vice-presidente do INEA, Denise Rambaldi, ao lado de secretários de meio ambiente e do prefeito de Silva Jardim, Zelão, inaugurando o projeto

espécies nativas da Mata Atlântica, restaurando aproximadamente 10 mil hectares em áreas degradas no Estado Rio de Janeiro. Compromis-so do governo do Estado, através da SEA e do Instituto Estadual do Am-biente (INEA), o Jogos Limpos deu a largada em Casimiro de Abreu, no Dia da Árvore, quando houve o plan-tio de 30 mil mudas para recompor a vegetação nativa. A atividade foi realizada em parceria com Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e a Associa-ção Mico-Leão-Dourado.

A ideia é formar um corredor

mudas, junto com a vice-presidente do INEA, Denise Rambaldi, o prefeito Marcello Zelão, de Silva Jardim, tam-bém presidente do Comitê de Bacia Lagos São João, além de vários secre-tários municipais de meio ambiente, técnicos e ambientalistas.

Dulce Tupy