variação linguística

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FALA E ESCRITA FALA E ESCRITA Variações linguísticas Variações linguísticas Prof. Angela Francisca Prof. Angela Francisca Mendez Mendez

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Page 1: Variação linguística

FALA E ESCRITAFALA E ESCRITAVariações linguísticasVariações linguísticas

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Page 2: Variação linguística

ASSALTO À LÍNGUA PORTUGUESA

OS MELHORES DO MUNDO

http://www.youtube.com/watch?v=XWxAltA1J142

Page 3: Variação linguística

“Seria interessante saber do que o homem tem mais medo: se dar um novo passo ou pronunciar uma nova palavra” .

Hannah Arendt (filósofa)

“Seria interessante saber do que o homem tem mais medo: se dar um novo passo ou pronunciar uma nova palavra” .

Hannah Arendt (filósofa)

Page 4: Variação linguística

A A ESCRITAESCRITA apresenta as seguintes apresenta as seguintes características: características:

Presença de um leitor, sem, necessariamente, a presença física do autor, e mais, entre o momento da escrita e o tempo da leitura pode acontecer distância no tempo e no espaço;

Produção reflexiva - Deve-se ter um plano de escrita, visto que, de acordo com a comunicação estrutura desejada, construímos um projeto do que vamos escrever e podemos recorrer a outros textos a fim de fundamentar as ideias.

Revisão do texto - As reescritas serão marcas propostas pelo próprio produtor do texto.

Texto à disposição do leitor - Depois de considerado pronto pelo autor e publicado, o texto fica à disposição do leitor, sem que o autor tenha domínio sobre as consequências.

Possibilidade de escritas e reescritas - Muitas vezes, as escritas e reescritas são dependentes da autocrítica ou de posições do leitor; aliás, o segredo de bem escrever é reescrever até que o autor se sinta satisfeito.

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Page 5: Variação linguística

EVOLUÇÃO DA LÍNGUA?!https://www.youtube.com/watch?v=FjZcfg9b8MY

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Page 6: Variação linguística

A A FALAFALA apresenta as seguintes características: apresenta as seguintes características:

Pressuposição de um ouvinte - A comunicação é imediata, logo, na linguagem oral, há um falante e um ouvinte. Até mesmo naquele caso em que o falante diz que “fala com seus botões”, para dizer que está falando sozinho, há necessidade de um ouvinte.

Rapidez na enunciação - Pensa-se e logo se enuncia, não há elaboração vocabular. Quando há diálogo, a fala acontece com naturalidade.

Comunicação em que não há fontes para pesquisa - Fala-se o que se sabe ou se tem em mente, o que se diz é fruto de um saber e, se houver dúvida, o próprio interlocutor, no caso, o ouvinte, esclarece no momento da fala.

Possibilidade de explicações, em caso de turnos de fala - Os pontos que tiverem ficado obscuros podem ser explicados. Por turnos de fala entende-se que, num diálogo, ou conversa de grupo, cada locutor fala e dá espaço para que outro falante tome a palavra.

Retomadas, repetições e explicações, ainda em turnos de fala - O interlocutor retoma, repete e explica conforme o seu desejo.

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Page 7: Variação linguística

VARIEDADES LINGUÍSTICASEntendemos por variedades as diversas linguagens que usamos conforme a situação. Veremos as variedades sincrônicas, as que são usadas no tempo presente, por isso se diz num mesmo plano temporal; as variações diacrônicas, mudanças que acontecem em tempos diferentes, por exemplo, a linguagem de nossos avós é diferente da nossa.

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Page 8: Variação linguística

Variedades Diacrônicassimultâneas, observáveis num mesmo plano temporal

Trata-se das variedades dispostas em vários planos de uma só tradição histórica.). Pesquisa e observa as variações ocorridas em diferentes períodos históricos. Por exemplo, a variação de uma palavra no português medieval, depois no período dos oitocentos e na modernidade. Vamos a um exemplo usando a palavra “embora” numa visão diacrônica. No século XIX, dizia-se “em boa hora”; modernamente, usa-se “embora”, mas, na fala de jovens, hoje, pode-se ouvir “bora” ou até “bó”.

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Page 9: Variação linguística

Coisas que se falava nos ANOS 80

http://www.youtube.com/watch?v=JVGOxef7XPw&list=UU8PsBEV7Ds7arWRJ5iEZs4Q

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Page 10: Variação linguística

Variedades Sincrônicas simultâneas, observáveis num mesmo plano temporal

Fatores geográficos - dialetos, ou falares próprios em uma região, vila ou aldeia. Será que se fala a mesma linguagem no Rio Grande do Sul e no Rio Grande do Norte? Veremos que há termos que são diferentes para designar a mesma situação.

Fatores socioculturais - família, classe, padrão cultural, atividades habituais. Classes sociais diferentes apresentam formas diferentes de comunicação; por outro lado, conforme a profissão que o indivíduo exerce, pode trazer palavras do trabalho para a linguagem cotidiana. Fatores estilísticos – Trata-se da forma como cada indivíduo constrói sua comunicação para ficar adequado à situação de fala. Por exemplo, em uma

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Variações Variações SocioculturaisSocioculturais• Idade - Refere-se à linguagem jovem, linguagem infantil e linguagem

adulta. São realizadas análises com intuito de identificar o que uma difere de outras linguagens, como e quando é usada.

• Sexo - Diz respeito à oposição entre a linguagem do homem e a da mulher. Estudos mostram de que forma a linguagem revela o preconceito de gênero numa sociedade e como os meios de comunicação de massa expressam certos tabus em relação ao feminismo e machismo.

• Raça (ou cultura) - Corresponde às variações que são fruto de fatores etnológicos. No Brasil, por exemplo, as variações em regiões de maior imigração negra, ou de maior imigração europeia.

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Page 12: Variação linguística

• Profissão: Diz respeito à linguagem técnica em que o locutor utiliza vocábulos referentes à atividade que exercem. É rica a variação entre vendedores ambulantes, jogadores e comentaristas de futebol, entre outros profissionais.

• Posição social: O status do locutor determina a linguagem que vai usar. Um político tem uma expressão, um dirigente industrial ou um servente de pedreiro também, isto é, a linguagem varia de acordo com a cultura, posição social e instrução.

• Grau de escolaridade: Uma simples frase falada ou escrita já revela a capacidade de reflexão, de escolha de variações mais cultas, conforme o grau de instrução do locutor.

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Page 13: Variação linguística

Variações : Nelson Freitashttp://www.youtube.com/watch?v=NrtrLbDPC-Y

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Page 14: Variação linguística

RIO GRANDE NO INVERNOhttp://www.youtube.com/watch?v=bmiA7RltbZA&list=UU8PsBEV7Ds7arWRJ5iEZs4Q

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Page 15: Variação linguística

Xaxado Chiadohttp://www.youtube.com/watch?v=ZTzq3kEqs8Y

Letrahttp://letras.mus.br/gabriel-pensador/96120/

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Page 16: Variação linguística

VAMOS LER...VAMOS LER...

TotonhaTotonha

Marcelino FreireMarcelino Freire

http://www.youtube.com/watch?v=WIv1KfwIstQ

Page 17: Variação linguística

Capim sabe ler? Escrever? Já viu cachorro letrado, científico? Já viu juízo de valor? Em quê? Não quero aprender, dispenso. Deixa pra gente que é moço. Gente que tem ainda vontade de doutorar. De falar bonito. De salvar vida de pobre. O pobre só precisa ser pobre. E mais nada precisa. Deixa eu, aqui no meu canto. Na boca do fogão é que fico. Tô bem. Já viu fogo ir atrás de sílaba?

O governo me dê o dinheiro da feira. O dente o presidente. E o vale-doce e o vale-linguiça. Quero ser bem ignorante. Aprender com o vento, ta me entendendo? Demente como um mosquito.

Na bosta ali, da cabrita. Que ninguém respeita mais a bosta do que eu. A química.

Page 18: Variação linguística

Tem coisa mais bonita? A geografia do rio mesmo seco, mesmo esculhambado? O risco da poeira? O pó da água? Hein? O que eu vou fazer com essa cartilha? Número?

Só para o prefeito dizer que valeu a pena o esforço? Tem esforço mais esforço que o meu esforço? Todo dia, há tanto tempo, nesse esquecimento. Acordando com o sol. Tem melhor bê-á-bá? Assoletrar se a chuva vem? Se não vem?

Morrer, já sei. Comer, também. De vez em quando, ir atrás de preá, caruá. Roer osso de tatu. Adivinhar quando a coceira é só uma coceira, não uma doença. Tenha santa paciência!

Page 19: Variação linguística

Será que eu preciso mesmo garranchear meu nome? Desenhar só pra mocinha aí ficar contente? Dona professora, que valia tem o meu nome numa folha de papel, me diga honestamente. Coisa mais sem vida é um nome assim, sem gente. Quem está atrás do nome não conta?

No papel, sou menos ninguém do que aqui, no Vale do Jequitinhonha. Pelo menos aqui todo mundo me conhece. Grita, apelida. Vem me chamar de Totonha. Quase não mudo de roupa, quase não mudo de lugar. Sou sempre a mesma pessoa. Que voa.

Para mim, a melhor sabedoria é olhar na cara da pessoa. No focinho de quem for. Não tenho medo de linguagem superior. Deus que me ensinou. Só quero que me deixem sozinha. Eu e minha língua, sim, que só passarinho entende, entende?

Não preciso ler, moça. A mocinha que aprenda. O doutor. O presidente é que precisa saber o que assinou. Eu é que não vou baixar minha cabeça para escrever. Ah, não vou.

Page 20: Variação linguística

QUEM É TOTONHA???

QUEM É TOTONHA???