norma e variação linguística

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Norma e Variação Linguística

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A apresentação tem como objetivo apresentar a língua numa perspectiva sócio-linguística, tendo como norte a concepção do professor Ataliba Castilho para quem a apropriação da gramática normativa é o fim e não o início do processo de aquisição de uma língua.

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Norma e VariaçãoLinguística

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Aula de português A linguagemna ponta da línguatão fácil de falare de entender. A linguagemna superfície estrelada de letras,sabe lá o que quer dizer? Professor Carlos Góis, ele é quem sabe,e vai desmatandoo amazonas de minha ignorância. 

Figuras de gramática, esquipáticas*,atropelam-me, aturdem-me, sequestram-me. Já esqueci a língua em que comia,em que pedia para ir lá fora,em que levava e dava pontapé,a língua, breve língua entrecortadado namoro com a priminha. O português são dois; o outro, mistério. * esquipático – extravagante, esquisito, excêntrico.

 Andrade, Carlos Drummond de. Reunião. 10a ed.

Rio de Janeiro: Record, 1987.

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[...] qualquer falante de português possui um conhecimento implícito* altamente elaborado da língua, muito embora não seja capaz de explicitar esse conhecimento.  E [...] esse conhecimento não é fruto de instrução recebida na escola, mas foi adquirido de maneira tão natural e espontânea quanto nossa habilidade de andar. * implícito – subentendido.

 Perini, Mário. Sofrendo a Gramática. São Paulo: Ática, 1997.p.13

 

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A língua é um enorme iceberg flutuando no mar do tempo, e a gramática normativa é a tentativa de descrever apenas uma parcela mais visível dele, a chamada norma culta. Essa descrição, é claro, tem seu valor e seus méritos, mas é parcial (no sentido literal e figurado do termo) e não pode ser autoritariamente aplicada a todo resto da língua [...] 

Bagno, Marcos. Preconceito lingüístico – o que é como se faz. São Paulo: Loyola, 2001. P. 9

 

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Norma culta ou norma padrão  Dialeto padrão: também chamado norma padrão culta, ou, simplesmente norma culta, é o dialeto a que se atribui, em determinado contexto social, maior prestigio; é considerado o modelo – daí a designação de padrão, de norma – segundo o qual se avaliam os demais dialetos. É o dialeto falado pelas classes sociais privilegiadas, particularmente em situações de maior formalidade, usado nos meios de comunicação de massa (jornais, revistas, noticiários de televisão etc), ensinado na escola, e codificado nas gramáticasescolares (por isso, é corrente a falsa idéia de que só o dialeto padrão pode ter uma gramática, quando qualquer variedade lingüística pode ter a sua). É ainda, fundamentalmente, o dialeto usado quando se escreve (há naturalmente diferenças formais, que decorrem das condições especificas de produção da língua escrita, por exemplo, de sua descontextualização). Excetuadas diferenças de pronúncia e pequenas diferenças de vocabulário, o dialeto padrão sobrepõe-se aos dialetos regionais, e é o mesmo, em toda a extensão do país.  

Soares, Magda. Linguagem e escola. Uma perspectiva social. 3a ed. São Paulo: Ática, 1986, pp. 82-83

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Linguagem coloquial ou norma popular  Os princípios da norma popular compõem uma verdadeira gramática popular e implicam uma simplificação considerável da gramática culta, num uso muito grande de elementos afetivos, numa pronúncia menos cuidada, num abundante vocabulário gírio e outros elementos afetivos da língua e, em geral, revelam uma menor dose de reflexão na escolha das formas lingüísticas pelo usuário.

 Preti, Dino, Sociolingüística. Os níveis da fala. 7a ed.

São Paulo: Edusp, 1994, p. 56

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Dialetos Podemos entender por dialeto as variações de pronúncia, vocabulário e gramática pertencentes a uma determinada língua.  Os dialetos não ocorrem somente em regiões diferentes, pois numa determinada região existem também as variações dialetais etárias, sociais, referentes ao sexo masculino e feminino e estilísticas.   

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Regionalismo O Regionalismo é a linguagem popular, utilizada por pessoas de determinadas regiões geográficas, que guarda características específicas reconhecidas pelos grupos que as constituem. 

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Variação Histórica Variação resultante da evolução da língua em um determinado período de tempo. É um processo gradual e pode ser constatado ao se comparar diferentes estados de uma língua. A forma mais antiga permanece entre as gerações mais velhas até a consolidação da variante mais recente.  Nesse tipo de variação, as mudanças podem ser tanto de grafia quanto de significado.  

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Antigamente  ANTIGAMENTE, as moças chamavam-se mademoiselles e eram todas mimosas e muito prendadas. Não faziam anos: completavam primaveras, em geral dezoito. Os janotas, mesmo não sendo rapagões, faziam-lhes pé-de-alferes, arrastando a asa, mas ficavam longos meses debaixo do balaio. E se levavam tábua, o remédio era tirar o cavalo da chuva e ir pregar em outra freguesia. As pessoas, quando corriam, antigamente, era para tirar o pai da forca e não caíam de cavalo magro.

Andrade. Carlos Drummond de. In Quadrante (1962), José Olympio, 1970 

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Variação social  Variação existente em função da classe social à qual pertencem os indivíduos. Nesse tipo de variedade lingüística podemos incluir os jargões profissionais e as gírias.  

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Gírias

A Gíria é um fenômeno de linguagem especial usada por certos grupos sociais pertencentes a uma classe ou a uma profissão em que se usa uma palavra não convencional para designar outras palavras formais da língua com intuito de fazer segredo, humor ou distinguir o grupo dos demais criando um jargão próprio. É empregada por jovens e adultos de diferentes classes sociais, e observa-se que seu uso cresce entre os meios de comunicação de massa.  Trata-se de um fenômeno sociolingüístico cujo estudo pode ser feito sob duas perspectivas: gíria de grupo e gíria comum 

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Gíria de grupo É usada por grupos sociais fechados e restritos, que têm comportamento diferenciado. Possui caráter criptográfico, ou seja, é uma linguagem codificada de tal forma que não seja entendida por quem não pertence ao grupo.

Geralmente, expressa oposição aos valores tradicionais da sociedade e preserva a segurança do grupo, uma vez que em determinadas situações a comunicação é nula com aqueles que não pertencem a ele.  

 

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Gíria comum Ocorre quando o uso da gíria de grupo expande-se e passa a fazer parte do léxico popular e torna-se uma gíria comum.  

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Variação situacional  Variante que resulta do uso que se faz da língua de acordo com a situação em que se encontram os interlocutores.  

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Idiotismos Idiotismos ou idiomatismos são expressões ou construções típicas de uma determinada, geralmente de caráter familiar ou vulgar, que não têm tradução literal em outras línguas. 

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Analise as informações  I. Na primeira fala, substituindo “O poder” por “O poder e a sabedoria”, obtém-se: O poder a sabedoria não se impõem pela força... II. Na segunda fala, substituindo “concordar” por “discordar”, obtém-se: E se alguém discordar com isso?  III. Mantendo o sentido do texto, a primeira fala pode ser redigida da seguinte forma: Se impõe o poder pela força, e não pelas ideias.   

Leia a tira a seguir:

 

Adão Iturrusgarai

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Está em conformidade com a norma padrão da língua portuguesa apenas o contido em: a) I.b) II.c) III. d) I e IIe) II e III 

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A questão a seguir baseia-se na charge abaixo. 

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Assinale a alternativa correta. a) O termo em destaque está corretamente empregado: De agora em diante, haverá MENAS mortes entre os povos.b) A frase seguinte está correta quanto à acentuação e à pontuação: O povo de Israel para com os atentados e nós palestinos, paramos de mandar matá-lo.c) Em – com os atentados CONTRA Israel – a palavra destacada é um adjetivo e, portanto, deveria estar no plural, concordando com atentados.d) Quanto à concordância verbal, está correta a frase: Não acontecerá mais matanças entre israelenses e palestinos.e) Em – TÁ combinado – a forma em destaque indica um uso próprio da língua falada, em situações informais de comunicação.