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Eng. Agrº Antonio Alfredo Gusella São Luís - MA, 24/11/2008 Valorizando o Produto com Uso da Indicação Geográfica na Agropecuária

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Eng. Agrº Antonio Alfredo Gusella

São Luís - MA, 24/11/2008

Valorizando o Produto com Uso da Indicação Geográfica na Agropecuária

No transcurso da história o conceito de

Indicação Geográfica se desenvolveu de forma

natural e lentamente, quando produtores,

comerciantes e consumidores comprovaram que

alguns produtos, de determinados lugares

apresentavam algumas qualidades particulares,

atribuíveis a sua origem geográfica e

começaram a denominá-los com o nome

geográfico que indicava a sua procedência.

Introdução

É um mecanismo de proteção que indica que o produto é original e assegura que o mesmo possui uma história, uma determinada forma de produção local, características determinadas do local de origem e uma boa reputação ligada às características da região, inspirando assim, maior confiança ao consumidor.

É uma forma de agregar valor e credibilidade a um produto, conferindo-lhes um diferencial de mercado em função das características de seu local de origem.

O que é Indicação Geográfica?

Art. 176. Constitui indicação geográfica a indicação de procedência ou a denominação de origem.

Art. 177. Considera-se indicação de procedênciaindicação de procedência o nome geográfico de país, cidade, região ou localidade de seu território, que se tenha tornado conhecido como centro de extração, produção ou fabricação de determinado produto ou de prestação de determinado serviço.

Art. 178. Considera-se denominação de origemdenominação de origem o nome geográfico de país, cidade, região ou localidade de seu território, que designe produto ou serviço cujas qualidades ou características se devam exclusiva ou essencialmente ao meio geográfico, incluídos fatores naturais e humanos.

Lei nº 9279/96 – Lei de Propriedade Industrial

Princípio I: Uma IG precisa estar consagrada pelo uso e pelo renome;

Princípio II: Esse renome deve ser conseqüência das características qualitativas do produto.

Quais os princípios das Indicações Geográficas?

A França tem uma importância histórica neste ramo, sendo uma referência mundial.

Desde 1905 protege suas Indicações Geográficas.

Quem foram os pioneiros a utilizar as Indicações Geográficas?

Região de Champagne na França

�Demarcada e reconhecida como IG em 1915.

�É a única região cujos vinhos podem ser definidos como champanhes.

A França possui 470 Indicações Geográficas para vinhos, 43 para produtos lácteos e 90 de outros alimentos (aves, presuntos, nozes, pimenta etc.)

�Promoção comercial.

�Garantia de autenticidade.

�Agregação de valor ao produto.

�Promoção do desenvolvimento regional.

�Preservação da biodiversidade, do conhecimento tradicional e dos recursos naturais.

Quais os objetivos das Indicações Geográficas?

�Benefícios baseados na proteção.

�Benefícios baseados no desenvolvimento rural.

�Benefícios baseados na promoção e facilidades de exportação.

�Benefícios baseados no desenvolvimento econômico.

Quais os benefícios das Indicações Geográficas?

� O produto com Indicação Geográfica tem identidade própria e inconfundível. Isto não quer dizer que seja melhor que seus similares, mas certamente é diferente.

� Na Europa, 43% dos consumidores pagariam 10% a mais por produtos com IG.

� Destes, 11% pagariam de 20 a 30% a mais por artigos com Indicação Geográfica.

Um produto com Indicação Geográfica é melhor que um sem IG?

� Vinhos:

Com IG: 4,19 €/litroOutros : 1,28 €/litroDiferença: 227 %

� Queijos:

Com IG: 10,42 €/ KgOutros : 8,11 €/ KgDiferença: 28 %

França: Champagne, Vinhos tintos de Bourdeaux, os queijos das regiões de Roquefort, Comté, Cantal e Camembert, e o Cognac.

Quais os exemplos mais conhecidos de Indicações Geográficas?

Portugal:O vinho da região do Porto e o queijo da Serra da Estrela.

Itália:

Presunto de Parma e os queijos Parmesão e Grana Padano.

Espanha: O presunto cru Pata Negra, torrones de Alicante, Azeite de Oliva dos Montes de Toledo, Cítricos de Valência e o Açafrão da Mancha.

América Latina: Café da Colômbia, pisco do Peru; tequila e café Vera Cruz (México), Café Blue Mountain (Jamaica), Café de Antigua (Guatemala) e os famosos charutos de Cuba.

África: Cebola Violeta de Galmi (Nigéria), chá do Quênia, abacaxi da Guiné, azeite de oliva de Aragan (Marrocos).

Ásia: Arroz Basmati e chá Darjjeling (Índia), chá de Longjjin e o vinho amarelo de Shaoxing (China), chá do Sri Lanka.

Quais os exemplos de Indicações Geográficas no Brasil?

2002 2005

2006 2007

1ª IG no Brasil (2002)

Associação dos Produtores de Vinhos Finos do Vale dos Vinhedos - APROVALE

A vitivinicultura no Brasil originou-se com a colonização italiana no Rio Grande do Sul a partir de 1875.

Conquista de notoriedade e prestígio do vinho fabricado na Serra Gaúcha.

Vale dos Vinhedos - RS

DOS VINHEDOS

CULTURA LOCAL

ReceitaA – 2,4 milhõesP - 150 milhões

VALE VALE

APROVALE

Escolas, Telefonia

TURISMO

2003 - 70 MIL 2005 - + 70%

VALORIZAÇÃO DA TERRA

200 A 500 %

A - 1 ha – R$ 10 mil Hoje – R$ 100 mil

LitrosA - 600 mil

P - 10 milhões

Hotéis e Pousadas, Queijarias,

Preservação ambiente

2ª IG do Brasil (2005)

Conselho das Associações dos Cafeicultores do Cerrado - CACCER

O Cerrado Mineiro é a primeira região a empreender esforços coletivos na valorização da imagem do café.

Região do Cerrado Mineiro

A Região Demarcada abrange 55 municípios, com área

de 155.000 ha e aproximadamente 3.500

cafeicultores.

Região do Cerrado Mineiro

� Com Boas Praticas Agronômicas;

� Com Responsabilidade Social;

� Com Responsabilidade Ambiental;

� Com Origem Garantida;

� Com Qualidade Comprovada;

� Com Segurança Alimentar;

� Com Rastreabilidade.

Como construir um produto?

Devido à sua localizaçãono Planalto Central, seu clima tem as seguintescaracterísticas:

� Clima Continental;

� Estações bem definidas:verão chuvoso e quente,inverno seco;

� Temperatura média de23 ºC durante o ano.

Cerrado

CERRADO

São Paulo

Brasília

Rio de Janeiro

Salvador

Recife

Santos

Características do Cerrado Mineiro

Topografia plana e altitude média de 1.000 m acima do nível do mar.

Cerrado Mineiro : uma visão geográfica

CACCER – Organização:6 Associações8 CooperativasFundação

Sistema Café do Cerrado

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AromaAroma: intenso, com notas entre caramelo e nozes;

AcidezAcidez: delicada acidez cítrica (laranja);

CorpoCorpo: entre moderado e encorpado.

SaborSabor: adocicado com predominância do achocolatado;

FinalizaFinalizaççãoão (Finish): longa.

Café do Cerrado: Atributos de qualidade bem definidos

O primeiro passo após a organização das entidades em 1993 foi a criação de uma marca que identificasse a região e seus produtores, algo, até então, inédito na cafeicultura brasileira.

A Primeira Identidade: Criação da Marca

Em 1995 a região consegue do Governo do Estado de Minas Gerais o Decreto Lei que delimita a região do Café do Cerrado através do IMA - Instituto Mineiro de Agropecuária.

É a primeira demarcação de região de café demarcada no Brasil e no mundo instituída por lei de um governo.

Demarcando as divisas

Nível de Qualificação

Processo progressivo: permite a inclusão de todos

Certificação da Certificação da Propriedade -- 20052005

Aperfeiçoando os ControlesAperfeiçoando os Controles

100p SCAA

75p SCAA

50p SCAA

Q

U

A

L

I

D

A

D

E

B

E

B

I

D

A

CAFÉ DO CERRADO

CAFÉ RASTREADO

NÚMERO I.P. = 1909VEJA EM: www.carnedopampagaucho.com.br

3ª IG do Brasil (2006)

Associação dos Produtores de Carne do Pampa Gaúcho da Campanha Meridional

A região sul do Brasil tem, na pecuária, uma tradição que teve início com a colonização do Brasil.

Pampa Gaúcho da Campanha Meridional

4ª IG do Brasil (2007)

Associação dos Produtores e Amigos da Cachaça Artesanal de Paraty - APACAP

A terra da cachaça. A primeira a ser reconhecida e adquirir um selo de excelência do MAPA

Cachaça de Paraty

1. Organização dos produtores (associação/ cooperativa);

2. Definição dos objetivos, critérios, padrões de identidade do produto;

3. Resgate histórico e cultural da região (notoriedade);

4. Delimitação da área de abrangência e elaboração de mapa cartográfico com memorial descritivo;

Passo a passo para obter uma IG

5. Identificação dos produtores da região de abrangência;

6. Elaboração da Representação Gráfica da IG (selo de identidade);

7. Criação de um Conselho Regulador;

8. Elaboração de um regulamento de uso (Mecanismo de Controle);

9. Adequação do Estatuto;

10. Encaminhar a solicitação de reconhecimento da IG ao INPI.

Papel das entidades no processo de Indicação Geográfica

O Instituto Nacional da Propriedade Industrial - INPI é uma autarquia federal vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), responsável por registros de marcas, concessão de patentes, averbação de contratos de transferência de tecnologia e de franquia empresarial, e por registros de programas de computador, desenho industrial e indicações geográficas, de acordo com a Lei da Propriedade Industrial (Lei n.º 9.279/96) e a Lei de Software (Lei nº 9.609/98).

O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas - SEBRAE é uma entidade privada sem fins lucrativos que tem como missão promover a competitividade e o desenvolvimento sustentável dos empreendimentos de micro e pequeno porte.

Papel do MAPA

� Fomento das IGs agropecuárias;� Credibilidade do processo das IGs agropecuárias;� Emissão do Instrumento Oficial necessário para

registro da IG no INPI.

Projetos apoiados:� Açafrão de Mara Rosa – GO;

� Arroz do Rio Grande do Sul;

� Cachaça de Abaíra – BA;

� Café das Montanhas – ES;

� Café do Norte do Paraná;

� Café do Sul de Minas – MG;

� Farinha de Cruzeiro do Sul – AC.

Algumas Potencialidades de IG no Estado do Maranhão

� Abacaxi de Turiaçu

� Cachaça do Sertão Maranhense

� Tiquira

“O desenvolvimento é um ato de vontade coletiva, do governo e de todas forças sociais, empenhadas em construir um novo país” (Celso Furtado)

Muito Obrigado!

Agradecimento

Ministério da Agricultura, Pecuária e AbastecimentoSecretaria de Desenvolvimento Agropecuário e CooperativismoCoordenação de Incentivo à Indicação Geográfica de Produtos Agropecuários – CIG/DEPTA

Coordenadora: Dra. Bivanilda Almeida TapiasTel. (61) 3218-2237/[email protected]

Superintendência Federal de Agricultura no Estado do MaranhãoAntônio Dias de MoraesTel. (98) [email protected]

Superintendência Federal de Agricultura no Estado do Espírito SantoAntonio Alfredo GusellaTelefone (27) [email protected]

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