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AVALIAÇÃO DA DOR EM POPULAÇÃO ESPECIAL:POPULAÇÃO PEDIÁTRICA E NEONATAL Angélica Arantes Silva de Oliveira Enfermeira Ms. Centro de Tratamento Intensivo Neonatal do Instituto da Criança PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA EM FISIOPATOLOGIA E TERAPÊUTICA DA DOR - 2016

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Page 1: VALIAÇÃO DA DOR EM POPULAÇÃO ESPECIAL ......e sinais vitais Dor prolongada: Ventilação mecânica e pós-cirurgia Crying requires increased oxygen administration, increased vital

AVALIAÇÃO DA DOR EM POPULAÇÃO

ESPECIAL:POPULAÇÃO PEDIÁTRICA

E NEONATAL

Angélica Arantes Silva de Oliveira

Enfermeira Ms.

Centro de Tratamento Intensivo Neonatal do

Instituto da Criança

PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA EM

FISIOPATOLOGIA E TERAPÊUTICA DA DOR - 2016

Page 2: VALIAÇÃO DA DOR EM POPULAÇÃO ESPECIAL ......e sinais vitais Dor prolongada: Ventilação mecânica e pós-cirurgia Crying requires increased oxygen administration, increased vital

CONTEXTO HISTÓRICO: EVOLUÇÃO

DO CONCEITO DE DOR

A dor é um dos problemas médicos mais antigos da

humanidade e se apresenta como uma das causas

universais de sofrimento humano.

Meldrun , M L. A capsule history of pain Management. JAMA.

2003;290:2470-2475

Howard, RF. Current Status of Pain Management in Children. JAMA.2003;290(18): 2464-2469

Até a década de 1970: quase nenhum interesse pela

pesquisa sobre dor infantil

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CONTEXTO HISTÓRICO: EVOLUÇÃO

DO CONCEITO DE DOR

Durante a década de 1980: aumento

considerável das investigações sobre o tema

No final do século passado surgiram as

primeiras publicações que apontavam o

tratamento inadequado da dor em pediatria

Howard, RF. Current Status of Pain Management in Children. JAMA. 2003;290(18): 2464-2469

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CONTEXTO HISTÓRICO: EVOLUÇÃO

DO CONCEITO DE DOR

Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do

Adolescente – Resolução nº 41 de 13/10/1995 –

Direitos da Criança e do Adolescente

Hospitalizados: Artigo 7º - "Direito a não sentir

dor, quando existem meios para evitá-la”.

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DEFINIÇÃO DE DOR

Dor é definida como uma experiência sensorial e emocional

desagradável, descrita em termos de uma lesão tecidual, real ou

potencial. É sempre subjetiva e o indivíduo aprende a descrevê-

la a partir de suas experiências anteriores

IASP, 1986

Em 2001, a IASP adicionou à definição de dor a seguinte

ressalva: ”a inabilidade para comunicar a dor não exclui a

possibilidade de que o indivíduo esteja experienciando dor”.

IASP, 2008

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FISIOPATOLOGIA DO DOR

NEONATAL

Vias aferentes sensitivas

20°semana

Elementos funcionais

para transmissão da

dor

24°semana

Vias transmissoras completamente desenvolvidas

30°semana

Por volta da 7ª. semana de gestação já existemreceptores sensoriais na região perioral , que seespalham por toda superfície corporal até o redor da20ª. semana.

Fitzgerald M. The development of pain mechanisms. Br Med Bull 1991;47:667-675.Schellinck HM, e col..Rodent models of newborn pain.In:McGrath PJ,Finley GA.Eds.

Chronic and Recurrent Pain in Children and Adolescents.Seattle,IASP Press,1999;39-55

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FISIOPATOLOGIA DA DOR

NEONATAL

Densidade dos receptores

cutâneos da dor

Guinsburg R.Neurobiologia da dor no

recém-nascido.Rev.Dor 2005;6(3):614-620.

Taxa de

substâncias

inibidoras da dor

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FISIOPATOLOGIA DA DOR

NEONATAL

Os pré requisitos anatômicos, fisiológicos e

bioquímicos para a percepção da dor estão

presentes desde a vida intrauterina.

Anand KJ, Sippell WG, Aynsley-Green A. Randomized trial of fentanyl

anaesthetic in preterm neonates undergoing surgery: effects on the

stress response. Lancet 1987;1: 243–8.

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REPERCUSSÕES DAS EXPERIÊNCIAS

DOLOROSAS

REPERCUSSÕES A CURTO PRAZO

• Alterações fisiológicas, resposta endócrino-metabólica de

estresse e manifestações comportamentais (Guinsburg, 1999; Gaiva, 2001)

• Comprometimento dos múltiplos sistemas orgânicos, dos

processos cicatriciais, complicações cirúrgicas e prolongamento

do tempo de internação

(Jorgensen, 1999; Cavalcante, Teixeira e Franco, 2000)

• Aumento dos índices de morbi-mortalidade

(Barbosa e Guinsburg, 2003)

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REPERCUSSÕES DAS EXPERIÊNCIAS

DOLOROSASREPERCUSSÕES A LONGO PRAZO

• Hipersensibilidade aumentada na área da lesão tecidual

(Peters et al., 2005)

• Efeitos neurobiológicos prolongados na estrutura cerebral e no

sistema nervoso periférico, levando a alterações nos limiares de dor e

em sua percepção (Okada e Teixeira, 2003)

• Alterações no desenvolvimento cerebral e nas aquisições

neurológicas, emocionais e cognitivas posteriores, afetando o

desenvolvimento futuro da criança (Anand, Phil e Car, 1989; Grunau, 2000;

Okada e Teixeira, 2003)

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REPERCUSSÕES DAS EXPERIÊNCIAS

DOLOROSAS

Filhos de mães diabéticas punções repetidas de calcâneo após o

nascimento apresentaram respostas à dor mais intensa durante

punção venosa em comparação com outras crianças.

Crianças expostas à dor da circuncisão ao nascimento evoluíram

com mais dor à imunização após 4 a 6 meses.

Crianças expostas a sondagem gástrica no momento do

nascimento evidenciaram 3 vezes maior probabilidade de

desenvolver síndrome do intestino irritável durante a adolescência

ou na idade adulta.

Adolescentes, que foram RN pré-termo, também apresentam

maior sensibilidade à dor somática em relação aos adolescentes

nascidos a termo.Slater R, Fabrizi L, Worley A, Meek J, Boyd S, Fitzgerald M (2010)

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VIVÊNCIA DA DOR NO RN

(http://www.hssvicosa.com.br/principal.php?pag=utin

neonatal)

oIluminação;

oRuídos;

oManipulação frequente(Mountcastle, 2010)

oInúmero procedimentos

dolorosos.

o8-10 procedimentos

dolorosos por dia( Batalha, Santos e

Guimarães, 2007).

o50-150 procedimentos

dolorosos por dia (Araújo et al., 2010).

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INDICADORES DE DOR NO RN

Indicadores comportamentais e fisiológicos

do RN frente à experiência dolorosa

Comportamentais

- Resposta corporal generalizada:

choro rigidez ou agitação.

- Expressão facial de dor:

sobrancelhas abaixadas e juntas,

olhos apertados, boca aberta e um

pouco quadrada

Page 14: VALIAÇÃO DA DOR EM POPULAÇÃO ESPECIAL ......e sinais vitais Dor prolongada: Ventilação mecânica e pós-cirurgia Crying requires increased oxygen administration, increased vital

INDICADORES DE DOR NO RN

Olhos fechados

e apertados

Sulco

nasolabial

Fronte saliente

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INDICADORES DE DOR NO RN

Fisiológicos

Frequência cardíaca

Frequência respiratória

Queda da saturação de oxigênio

Sudorese

Pupilas dilatadas

Palidez

Rubor

Aumento de pressão

intracraniana

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INDICADORES DE DOR NO RN

Bioquímicos

Cortisol (aldosterona,

glucagon, supressão da

atividade da insulina)

Glicemia

Catecolaminas

(adrenalina e

noradrenalina)

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OBJETIVOS DA AVALIAÇÃO DA DOR

Descrever a intensidade e a localização da dor.

Triar os neonatos que necessitam de analgesia.

Monitorar a evolução da dor após a introdução de uma

medida analgésica.

Predizer se uma intervenção analgésica pré-

procedimento resultará na redução da dor.

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AVALIAÇÃO DA DOR NEONATAL

As escalas de dor são consideradas elementos

facilitadores para a sua avaliação à beira do leito (Nicolau et al.,2008b; Friaça et al., 2010)

Silva e Silva (2010) em seu trabalho de revisão

sistemática,encontrou 28 escalas de avaliação em

recém-nascidos

Não existe um padrão-ouro para avaliação da

dor em RN. (Silva et al.,2007; Aymar e Coutinho, 2008; Uyan et al.,2008).

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AVALIAÇÃO DA DOR NEONATAL

A avaliação da dor do recém-nascido deve incluir:

comportamento do RN

parâmetros fisiológicos

exame físico

escala ou escores de dor

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AVALIAÇÃO DA DOR NEONATAL

• Neonatal Facial Coding System (NFCS)

• Crying, Requires of oxigen for saturation above

95%, Incresed vital signs, Expression, Sleep

(CRIES)

• Neonatal Infant Pain System (NIPS)

• Premature Infant Pain Profile (PIPP)

• Neonatal Pain, Agitation and Sedation Scale (N-

PASS)

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AVALIAÇÃO DA DOR NEONATAL

As escalas PIPP e CRIES são as mais indicadas para

mensurar a dor neonatal em razão da adequada avaliação

psicométrica e utilidade clínica.

A escala NIPS também apresenta uma consistente validade e

confiabilidade e há vários estudos científicos publicados quanto

a sua utilidade clínica.

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AVALIAÇÃO DA DOR NEONATAL

A escala NFCS possui extensa e reconhecida avaliação

psicométrica, porém tem sido mais usada em pesquisas.

A N-PASS é uma escala nova e não validada no Brasil, mas tem

sido apontada como bem desenvolvida e apropriada para

mensurar dor contínua.

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Escala População alvo Indicadores incluídos Duração da dor

Neonatal infant pain

scale (NIPS)

RN pré-termo e a

termoExpressão facial, choro,

padrão respiratório,

movimentos dos membros

superiores e inferiores, e

estado de alerta

Dor aguda:

Punção de calcanhar,

intubação, aspiração

gástrica e de tubo

traqueal, e venopunção

Premature infant pain

profile (PIPP)

RN pré-termo e a

termo

Idade gestacional, estado

de alerta, frequência

cardíaca, saturação de

oxigênio e expressão facial

Dor aguda:

Punção de calcanhar e

venopunção

Dor prolongada: Pós-

cirurgia

Neonatal pain, agitation

and sedation scale (N-

PASS)

RN pré-termo e a

termoChoro/irritabilidade,

comportamento, expressão

facial, tônus/extremidades

e sinais vitais

Dor prolongada:

Ventilação mecânica e

pós-cirurgia

Crying requires

increased oxygen

administration, increased

vital signs, expression,

sleeplessness (CRIES)

RN pré-termo e a

termoChoro, expressão facial,

necessidade de oxigênio

suplementar, sinais vitais e

padrão do sono

Dor prolongada:

Pós-cirurgia

Modified neonatal facial

coding system (NFCS)

RN pré-termo e a

termo, podendo ser

usada

até aos 18 meses

de idade

Expressão facial:

testa franzida, olhos

cerrados, aprofundamento

do sulco nasolabial e

estiramento horizontal da

boca

Dor aguda:

Venopunção, punção de

calcanhar e injecção

intramuscular

Dor prolongada:

Pós-cirurgia

Page 24: VALIAÇÃO DA DOR EM POPULAÇÃO ESPECIAL ......e sinais vitais Dor prolongada: Ventilação mecânica e pós-cirurgia Crying requires increased oxygen administration, increased vital

NFCS (SISTEMA DE CODIFICAÇÃO FACIAL

NEONATAL)

Avalia a presença ou ausência de determinados

movimentos faciais, constituindo resposta

específica a dor aguda.

Dor > 3

pontos

Grunau e Craig, 1987

Detalhe 0 1

Fronte Saliente Não Sim

Fenda Palpebral Estreitada Não Sim

Sulco Naso-Labial Aprofundado Não Sim

Boca Aberta Não Sim

Boca Estirada (horizontal/vertical) Não Sim

Língua Tensa Não Sim

Protusão da Língua Não Sim

Tremor de Queixo Não Sim

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NIPS (NEONATAL INFANT PAIN SCORE)

É capaz de diferenciar estímulos dolorosos dos

não dolorosos;

Fácil aplicação na prática clínica.

É considerado dor ≥ 3 pontos.

Indicador 0 Ponto 1 Ponto 2 Pontos

Expressão facial Relaxada Contraída --

Choro Ausente ‘Resmungos’ Vigoroso

Respiração Regular Diferente da basal --

Braços Relaxados Fletidos/estendidos --

Pernas Relaxadas Fletidos/estendidos --

Estado de alerta Dormindo e/ou calmo Agitado e/ou irritado --Lawrence et al, 1993

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PIPP (PERFIL DE DOR EM PREMATUROS)

Foi desenvolvida especificamente para avaliar ador em procedimentos dolorosos e pós-operatório

(Linhares e Doca,2010)

É uma das únicas escala que valoriza a idadegestacional do neonato como indicador.

É descrita como um dos instrumentos maisválidos e confiáveis para avaliação da dor agudaneonatal

ESCORE: ≤ 6: Ausência de dor ou dor mínima ;

> 12: Dor moderada a intensa(Silva e Silva, 2010).

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PIPP (PERFIL DE DOR EM PREMATUROS)

O PIPP é composto por:

o 3 indicadores comportamentais (mímica facial):

- sobrancelhas salientes, olhos espremidos e sulconasolabial

o 2 indicadores fisiológicos:

- frequência cardíaca e saturação de oxigênio

o 2 indicadores contextuais:

- Idade gestacional e estado comportamental Stevens et al., 1999

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PIPP (PERFIL DE DOR EM PREMATUROS)

Processo Indicador 0 1 2 3

Idade Gestacional 36 semanas ou

mais

32 a 35 semanas e

6 dias

28 a 31 semanas e

6 dias

Menos de 28

semanas

Observar o RN durante

15 segundos

Estado

Comportamental

Ativo/desperto

Olhos abertos

Movimentos faciais

Choro

Quieto/desperto

Olhos abertos

Nenhum movimento

facial

Ativo/sono

Olhos fechados

Movimentos faciais

Quieto/sono

Olhos

fechados

Nenhum

movimento

facial

FC FC máxima Aumento de 0 a 4

bpm

Aumento de 5 a 14

bpm

Aumento de 15 a 24

bpm

Aumento de

25 ou mais

bpm

Sat.O2 SatO2 mínima Diminuição de 0 a

2,4%

Diminuição de 2,5 a

4,9%

Diminuição de 5 a

7,4%

Diminuição de

7,5% ou mais

Observar o RN durante

30 segundos após o

procedimento

Testa franzida

Olhos contraídos

Acentuação do sulco

nasolabial

Nenhum

Nenhum

Nenhum

Mínimo

Mínimo

Mínimo

Moderado

Moderado

Moderado

Máximo

Máximo

Máximo

Stevens et al, 1996

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CRIES (CRYING, REQUIRES OF OXYGEN FOR

SATURATION ABOVE 95%, INCREASED VITAL

SIGNS EXPRESSION,SLEEP )

Específica para avaliar dor pós-operatória.

A avaliação deve ser feita a cada 2 horas no pós-

operatório imediato e a partir da 24ª hora,a cada

4 horas.

PONTUAÇAO

Parâmetros 0 1 2

Choro Sem choro alto, facilmente consolado

Inconsolável

Necessidade de O2

para manter Sat >

95

Nenhuma Fi O2 < 30% Fi O2 >30%

Aumento de sinais

vitais

FC e PA pré-

operatório

FC ou PA < 20% do

pré-operatório

FC ou PA >

20% do pré-

operatório

Expressão facial Sem contração (careta) Careta esporádica Careta e choro

sem vocalização

Estado de

alerta/sono

Sono contínuo Acordado em

intervalos frequentes

Acordado

constantemente

Existe a

necessidade de

comparação dos

parâmetros antes

e após intervenção

cirúrgica.

Krechel e Bildner, 1995

Page 30: VALIAÇÃO DA DOR EM POPULAÇÃO ESPECIAL ......e sinais vitais Dor prolongada: Ventilação mecânica e pós-cirurgia Crying requires increased oxygen administration, increased vital

N-PASS ( NEONATAL PAIN AGITATION AND

SEDATION SCALE )

Utilizada para avaliar dor ou sedação em RN sob

ventilação mecânica ou no pós-operatório (Hummel et al,

2008).

É importante lembrar de acrescentar: 3 pontos < 28 semanas

2 pontos 28-31 semanas

1 ponto 31-35

(Hummel et al., 2008).

Escore : -5 à -2 sedação leve;

-10 à -5 sedação alta;

>3 é considerado dor,necessitando de intervenção

(http://www.n-

pass.com/scoring_criteria.html)

Page 31: VALIAÇÃO DA DOR EM POPULAÇÃO ESPECIAL ......e sinais vitais Dor prolongada: Ventilação mecânica e pós-cirurgia Crying requires increased oxygen administration, increased vital

N-PASS ( NEONATAL PAIN AGITATION AND

SEDATION SCALE )Critério de Avaliação Sedação Sedação/ Dor Dor/Agitação

-2 -1 0/0 1 2

Choro / Irritabilidade Sem choro diante

de estímulo

doloroso

Gemidos com

estímulos

dolorosos

Sem sedação;

Sem sinal de dor

Irritável ou chorando,

em intervalos;

Consolável

Choro alto ou em

silêncio contínuo;

Inconsolável

Estado

Comportamental

Nenhum alerta a

qualquer estímulo;

Nenhum

movimento

espontâneo

Desperta

minimamente a

estímulos;

Pouco movimento

espontâneo

Sem sedação;

Sem sinal de dor

Inquieto, se

contorcendo;

Desperta

freqüentemente

Chutando

constantemente

acordado ;

Desperta

minimamente (não

sedado)

Expressão Facial Boca relaxada;

Nenhuma expressão

Expressões

minimas com

estimulos

Sem sedação;

Sem sinal de dor

Qualquer expressão

de dor intermitente

Qualquer expressão

de dor contínua

Tônus de Extremidade Sem reflexo de

preensão;

Tônus flácido

Reflexo de

preensão fraco;

↓tônus muscular

Sem sedação;

Sem sinal de dor

Punhos ou dedos

cerrados intermitente;

O corpo não é tenso

Punhos ou dedos

cerrados contínuo;

Corpo é tenso

Sinais Vitais

(Frequência cardíaca,

freqüência

respiratória, saturação

O2)

Não houve variação

com estímulos;

Hipoventilação ou

apnéia

<10% da

variabilidade da

linha de base com

estímulos

Sem sedação;

Sem sinal de dor

↑ 10-20% do valor

basal;

SaO 76-85% com a

estimulação -

recuperação rápida -

↑ 20% da linha de

base

SaO2 75% com

estimulação -

recuperação lenta ;

Fora de sincronia com

ventilação

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DESAFIOS NA UTILIZAÇÃO DAS ESCALAS DE

AVALIAÇÃO DA DOR NO RECÉM-NASCIDO

Desconhecimento dos instrumentos (Debillon et al., 2002;

Barbosa e Valle, 2006; Sousa et al. 2006 ).

Crenças que os instrumentos disponíveis não são

confiáveis (Debillon et al., 2002).

Falta de tempo (Debillon et al., 2002; Rocha, 2009).

Alegação que procedimentos rotineiros não

causam dor (Cardoso et al.,2010).

Déficit de recursos humanos (Rocha, 2009).

Falta de relacionamento interpessoal

profissional-paciente (Aymar e Coutinho,2008) .

Idade gestacional (Costa et al. ,2010) .

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AVALIAÇÃO DA DOR NA CRIANÇA

Considera‐se como norma de boa prática na avaliação da dor:

Acreditar sempre na criança que refere dor;

Privilegiar a auto‐avaliação a partir dos 3 anos, sempre que

possível;

Dar tempo à criança para expressar a sua dor;

Ter sempre presente o comportamento habitual da criança ou de

uma criança sem dor da mesma idade;

Dialogar com a criança (a partir dos 3 anos) / pais / cuidador

principal, observar a criança e utilizar um instrumento de

avaliação da dor;

Realizar a história de dor na admissão da criança ao hospital e

na primeira consulta;

Manter o mesmo instrumento em todas as avaliações da mesma

criança, exceto se a situação clínica justificar a mudança.

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AVALIAÇÃO DA DOR NA CRIANÇA

Menores de 4 anos ou crianças sem capacidade

para verbalizar:

FLACC (Face, Legs, Activity, Cry, Consolability).

Entre 4 e 6 anos

a) FPS‐R (Faces Pain Scale – Revised). Válida a

partir dos 4 anos;

b) Escala de faces de Wong‐Baker. Válida a partir

dos 3 anos.

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AVALIAÇÃO DA DOR NA CRIANÇA

A partir de 6 anos

a) EVA (Escala Visual Analógica);

b) EN (Escala Numérica);

c) FPS‐R (Faces Pain Scale – Revised);

d) Escala de faces de Wong‐Baker.

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O- nenhuma dor; 1 a 3 – dor leve; 4 a 6 – dor moderada; 7 a 9 – dor intensa;

10 – dor insuportável Willis MH, Merkel SI, Voepel-Lewis T, Malviya S., 2003

Page 37: VALIAÇÃO DA DOR EM POPULAÇÃO ESPECIAL ......e sinais vitais Dor prolongada: Ventilação mecânica e pós-cirurgia Crying requires increased oxygen administration, increased vital
Page 38: VALIAÇÃO DA DOR EM POPULAÇÃO ESPECIAL ......e sinais vitais Dor prolongada: Ventilação mecânica e pós-cirurgia Crying requires increased oxygen administration, increased vital

Amoretti CF, Rodrigues GO, Carvalho PR, Trotta EA., 2008

Page 39: VALIAÇÃO DA DOR EM POPULAÇÃO ESPECIAL ......e sinais vitais Dor prolongada: Ventilação mecânica e pós-cirurgia Crying requires increased oxygen administration, increased vital

As escalas Comfort e Ramsay podem ser

utilizadas na população pediátrica de terapia

intensiva para avaliação da sedação

Ramsay et al, 1974

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CONSIDERAÇÕES

Sensibilização dos profissionais;

Capacitação dos profissionais;

A avaliação da dor nesta população deve fazer

parte da rotina dos cuidados de enfermagem e da

equipe médica para que o seu diagnóstico bem

como a sua intensidade sejam constantemente

avaliados frente a uma conduta analgésica

estabelecida.

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OBRIGADO POR SE INTERESSAR PELA

MINHA DOR!!!

[email protected]