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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ CURSO DE BACHARELADO EM ZOOTECNIA EVANDRO RIEGER AVICULTURA DE CORTE RELATÓRIO DE ESTÁGIO DOIS VIZINHOS 2013

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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ CURSO DE BACHARELADO EM ZOOTECNIA

EVANDRO RIEGER

AVICULTURA DE CORTE

RELATÓRIO DE ESTÁGIO

DOIS VIZINHOS 2013

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EVANDRO RIEGER

AVICULTURA DE CORTE

Relatório de Estágio, apresentado ao Curso de Bacharelado em Zootecnia, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Câmpus Dois Vizinhos, como requisito parcial para a conclusão da disciplina de Estágio Curricular Obrigatório.

Orientador: Prof. Dr. Marcelo Montagner.

DOIS VIZINHOS 2013

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus, aos meus pais Leocir e Rosane Rieger, ao orientador

Marcelo Montagner, a todos do fomento avícola da empresa Coasul, principalmente ao

Joares Carlos Gobbi que disponibilizou a vaga de estágio, ao meu supervisor Marcio

Reolon e também aos veterinários que acompanhei a campo, sendo eles Tiago Mattei

Paini, Ricardo Parcianello, Cândida Caragnato e Adriano Ricardo Rodrigues dos Santos

e também ao colega de faculdade e profissão IvandroApi. Não posso deixar de

agradecer a esses meses que passei na empresa, sendo um tempo de muito aprendizado

e de uma amizade adquirida com a convivência.

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APRESENTAÇÃO

• Nome do Estagiário: Evandro Rieger

• R.A: 1024043

• Instituição de Ensino: Universidade Tecnológica Federal do Paraná, UTFPR

• Curso: Zootecnia Período: 9°

• Título do Relatório: Avicultura de Corte

• Local de realização do estágio: COASUL COOPERATIVA

AGROINDUSTRIAL, Fomento Avícola

•Inicio do Estágio: 14/01/2013

•Termino do Estágio: 22/03/1013

• Duração total do período: 360 Horas

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RESUMO

O Estágio Curricular Obrigatório do curso de Zootecnia foi realizado na

empresa COASUL – Cooperativa Agroindustrial, situada no município de São João -

Paraná, na área de fomento avícola. A realização do estágio foi no período de 14 de

Janeiro à 22 de Março de 2013, totalizando 360 horas. Nesse período foram realizadas

visitas técnicas nas propriedades dos cooperados avícolas, e acompanhamento das

atividades, que envolveram os cuidados do lote de frangos, numa determinada unidade

da empresa. As visitas técnicas tinham por objetivo de acompanhar o desenvolvimento

das aves e aprimorar o manejo dos aviários.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 6

2 DESCRIÇÃO DA EMPRESA .......................................................................................... 7

3 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS.................................................................................. 8

3.2 Visitas de Alojamento ..................................................................................................... 9

3.3 Visitas de Rotina ........................................................................................................... 10

3.4 Visitas de Pré-abate ...................................................................................................... 11

3.5 Carregamento ............................................................................................................... 12

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................................... 13

5 CONCLUSÕES ............................................................................................................... 14

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1 INTRODUÇÃO

O Estágio Curricular Obrigatório em Zootecnia foi realizado na empresa

Coasul – Cooperativa Agroindustrial, situada na cidade de São João – Paraná. O

Estágio, na área de fomento avícola foi realizado no período de 14 de janeiro a 22 de

março de 2013, totalizando 360 horas. Este estágio foi supervisionado pelo médico

veterinário Marcio Reolon, e sob orientação do professor Marcelo Montagner.

Neste relatório serão apresentadas as técnicas de manejo dos lotes realizadas

durante o período de estágio.

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DESCRIÇÃO DA EMPRESA

Em 1969 foi fundada a Cooperativa Agropecuária Sudoeste LTDA, que anos

depois passou a se chamar COASUL. Desde a sua fundação a cooperativa vem

expandindo sua área de atuação através da implantação de entrepostos em praticamente

toda a Região Sudoeste do Paraná e extremo Oeste de Santa Catarina, priorizando

sempre o melhor atender seus associados. Sempre recebendo, beneficiando e

armazenando cereais com destaque para o milho e soja.

A cooperativa presta serviços de transportes e possui uma rede de

supermercados, fornece insumos, maquinários, ferramentas e assistência técnica a seus

clientes. Em 1994 foi instalado o posto de recebimento e resfriamento de leite visando

melhorar a renda da pequena propriedade. Em 2002 a cooperativa fez uma parceria com

a Frimesa alugando suas estruturas de resfriamento de leite. Em 2005 foi inaugurada a

primeira fábrica de rações e em 2007 a cooperativa alterou a sua razão social para

Coasul Cooperativa Agroindustrial. Em 2010 alojou e abateu seu primeiro lote de

frangos, também foi inaugurada a fábrica de rações para atender os avicultores

integrados que produzem os frangos que após serem processados recebem a marca

comercial LeVida. Em julho de 2012 o quadro social da empresa era composto por 5374

associados e 1591 trabalhadores.

Hoje, a Coasul tem um total de 131 cooperados integrados na avicultura de

corte, totalizando 200 aviários, localizados na Região Sudoeste do Paraná.

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ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

O estágio curricular obrigatório foi realizado na área de fomento avícola na

empresa Coasul – Cooperativa Agroindustrial, sob supervisão do Médico Veterinário

Marcio Reolon, as visitas técnicas nos aviários cooperados foram acompanhadas com os

veterinários extensionistas Tiago Paini, Adriano Rodrigues dos Santos, Ricardo

Parcianello, Candida Caragnato e pelo zootecnista Ivandro Api

Os trabalhos no fomento avícola realizavam-se das 07h40min às 12h00 e das

13h30min às 18h00, com uma equipe de trabalho constituída por quatro veterinários

extensionistas, um zootecnista, um médico veterinário sanitarista, um médico

veterinário responsável pela expansão rural, dois programadores e um responsável pela

logística do fomento avícola. E ainda conta com quatro profissionais para o recebimento

de grãos e pesagem da ração destinada aos avicultores. A empresa possui uma

zootecnista para realizar os exames bromatológicos dos produtos que chegam para a

fábrica de ração, uma secretária e uma responsável pelos serviços de limpeza.

Nos primeiros 15 dias do estágio passei por um treinamento no Aviário Escola

da Cooperativa recebendo treinamento sobre o manejo geral de um aviário. Dentre as

atividades realizadas estão:descarregamento dos pintinhos, controle da temperatura e

ventilação, estímulo das aves para o consumo de ração e água, coleta dos animais

mortos e eliminação dos refugos, além de serviços gerais como abastecimento das

máquinas de aquecimento. Durante o dia a rotina incluía aumentar o espaçamento da

pinteira, limpeza de bicos de nebulização, painel de ventilação, fornecer altura e

quantidade de ração nos comedouros conforme a idade, ajuste de altura e vazão de

bebedouros do tipo “nipple”, vacinação, comportamento das aves e treinamento no

painel de controle do galpão.

Após o treinamento passei a acompanhar os extensionistas em suas visitas aos

integrados, sendo essas visitas programadas ou por alguma suposta anomalia detectada

pelo avicultor que solicitava a presença de um técnico especializado.

Os municípios mais visitados foram: Dois Vizinhos, Salto do Lontra, Nova

Esperança do Sudoeste, Boa Esperança do Iguaçu, São Jorge D`Oeste, Quedas do

Iguaçu, Três Barras do Paraná, Espigão Alto do Iguaçu e Sulina. Nesse período de

estágio foi acompanhada a rotina de visitas técnicas dos veterinários nos aviários.

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Para evitar a transmissão de patógenos de um aviário e outro, utilizavam-se

botas plásticas antes de sair do veículo até a entrada do aviário, onde este par de botas

era substituído por outro. Esse procedimento foi realizado em todas as visitas técnicas

2.1 Visitas de Pré-alojamento

Para o pré-alojamento, ou seja, no dia anterior ao alojamento, foi verificado se

o aviário apresentava-se em condições de receber os pintinhos, se foi realizado o

manejo correto da cama, colocação de maravalha e o espaçamento da pinteira (Figura

1). Também se verificava a vazão do “nipple” e altura, se os comedouros estavam a uma

altura adequada e quantidade de ração até a borda do prato, e a temperatura interna do

aviário.

Nas primeiras horas no galpão é de extrema importância que os pintinhos

tenham acesso facilitado a agua fresca e potável e ração para que os mesmos tenham um

desenvolvimento inicial satisfatório, a maravalha deve ser seca e livre de contaminantes,

sua principal função é evitar que o pintinho tenha contato direto com a cama velha que

possui uma carga bacteriana alta, visto que os pintinhos são alojados com poucas horas

de vida e que seu umbigo não está completamente cicatrizado a maravalha tem como

principal função diminuir a incidência de onfalites. O aquecimento ou resfriamento se

faz necessário devido à baixa eficiência do sistema termo-regulador dos pintinhos em

seus primeiros dias de vida.

2.2 Visitas de Alojamento

O alojamento iniciava-se com a vinda dos pintinhos, este procedimento se fez

necessário devido à diferença verificada no número de frangos entregues no abatedouro.

Em três aviários foram contados 100% dos pintinhos, na hora do alojamento e

colocados sobre o papel (Figura 2-A), conferindo a quantidade de caixas (Figura 2-B),

contando que dos três aviários sobraram em torno de 25 pintinhos.

Nos três primeiros dias após a chegada dos pintinhos era efetuada a visita de

alojamento, com o objetivo de verificar a temperatura, a umidade e o espaçamento

adequado. A temperatura da água do nipple foi objeto de maior atenção. Os avicultores

eram orientados a realizar o flushing para renovar a água que deveria ficar entre 20º e

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25ºC e a altura do mesmo, que deveria ficar próximo à altura dos olhos dos pintinhos

(Figura 3-A e B).

O Quadro 1 indica a vazão do nipple conforme as semanas de desenvolvimento

das aves. Quando havia aumento da vazão da água na primeira semana, este provocava

a desidratação dos pintinhos, causando maior índice de refugagem. Nas semanas

subsequentes acarretava no aumento de umidade na cama devido a equívocos de

manejo.

Os comedouros também eram vistoriados, os quais deveriam estar enterrados na

maravalha e o volume de ração, próximos a borda (Figura 4-A e B), sendo que para

facilitar o acesso colocavam-se papéis próximos do nipple.

Verificou-se o tempo de ventilação mínima, para as trocas gasosas, que quando

não era feito corretamente, promovia um abafamento do ambiente, diminuindo o

desempenho dos pintinhos e em alguns casos causava a cegueira. Aconselhava-se então

melhorar o tempo de ventilação mínima e o controle da temperatura.

Saindo do aviário, o veterinário responsável pela orientação do avicultor

realizava o preenchimento do checklist, com o número total de pintinhos, linhagem,

hora da chegada ao aviário, à vacinação realizada no incubatório. O GTA (Guia de

Trânsito Animal) era levado para a empresa. Caso a mortandade ultrapassasse 10%, a

SEAB (Secretaria da Agricultura e Abastecimento) era comunicada para que houvesse a

liberação do lote, para o abate.

Recomendava-se a temperatura adequada nos primeiros dias de 32º C,

diminuindo gradativamente 3ºC por semana. No dia do alojamento aconselhava-se

fornecimento de 24 horas de luz e no segundo dia, proporcionar uma hora de escuro,

aumentando uma hora de escuro, sucessivamente até o nono dia, completando oito

horas seguidas de escuro até o 24º dia de alojamento.

2.3 Visitas de Rotina

As visitas de rotina eram feitas por veterinários responsáveis, semanalmente, e

visavam acompanhar o desenvolvimento dos frangos, registrar a taxa mortalidade e a

pesagem da semana.

Também, conferia-se a temperatura e umidade dos aviários que trabalham com

pressão negativa, fornecida pelos exaustores (Figura 5-A) para o controle da

temperatura. Os avicultores foram orientados a realizar a vedação do aviário para que

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não ocorressem entradas de ar falsas, prejudicando a velocidade do ar, em caso de

temperaturas altas ou umidade baixa era aconselhado o uso da nebulização(Figura 5-B).

Os avicultores foram orientados a reduzir a temperatura do aviário em até 3°C

por semana os 30 dias. Sendo que esta temperatura permanecia em torno de 18º a 22ºC

até o abate, conforme o Quadro 2.

Para o controle da temperatura, para os aviários desprovidos de arborização,

recomendou-se que os avicultores plantassem plátano no seu entorno, (Figura 6) para

auxiliar no sombreamento e controle da temperatura em dias quentes. Indicava-se a

nebulização em casos de umidade baixa ou em temperaturas elevadas, sendo que a

umidade ideal fica entre 45% e 70%. Nos casos em que a umidade encontrava-se acima

de 75% evitava-se o uso de nebulização, devido a maneira que os frangos trocam calor

através da respiração, em umidade elevada essa troca de calor é comprometida, uma

regra era utilizada pelos técnicos onde a soma da umidade relativa com a temperatura

não deveria exceder 110, na pratica com umaumidade relativa de 85% no interior do

galpão a temperatura não deveria exceder 25°C sob risco de alta mortandade de aves,

era recomendado que em dias de alta umidade e alta temperatura não se utiliza se a

nebulização.

Para evitar a competitividade de consumo da alimentação, aconselhava-se manter

o comedouro na altura da base da asa e com pouca quantidade de ração, evitando o

desperdício da mesma e o arranhamento das aves após as horas de escuro.

A partir dos 24 dias, indicava-se a redução para seis horas de escuro até os 35

dias. Dos 35 aos 41 dias utilizava-se 4 horas de escuro e posteriormente até o abate

reduzia-se uma hora de escuro. O objetivo do tempo de escuro era evitar o excesso de

ganho de peso até os 25 dias e aumentar o desenvolvimento das aves a partir dos 25 dias

até o abate, promovendo uma diminuição da taxa de mortalidade no final do lote.

2.4 Visitas de Pré-abate

Dos 38 aos 42 dias foram realizadas as visitas de pré-abate, sendo feitas pesagens

extras (Figura 7). Sendo que para cada aviário são pesados 5 aves, dois machos e três

fêmeas por caixa em lotes de machos e fêmeas (mistos) 5 femeas ou 5 machos em lotes

sexados e em seis pontos distintos do aviário, obtendo a média de peso do lote. O

objetivo das visitas era a programação de abate para a semana seguinte. Fornecia-se ao

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programador o peso médio, idade, ganho de peso diário, taxa de mortalidade total e

diária.

Antes do carregamento dos frangos, o veterinário fazia uma visita com o objetivo

de verificar presença de rasuras no checklist, anotações de consumo de ração e água,

pesagens semanais, data do início de consumo de ração final, sobra de ração do lote

anterior e do lote atual, data e hora da retirada de ração, para fornecer um período de

seis a oito horas de jejum sólido antes do carregamento. A ficha era assinada pelo

responsável do lote e pelo veterinário extensionista.

2.5 Carregamento

Foi acompanhado o carregamento dos frangos em dois aviários, para verificar se

os procedimentos de apanha estavam corretos. As caixas eram retiradas das carretas e

levadas até o aviário com auxilio de canos de PVC, formando boxes (Figura 8)

colocando de sete a nove aves e apanhadas pelo dorso uma a uma ou duas a duas. O

carregamento das caixas que continham as aves para a carreta era realizado por esteira

elétrica, facilitando o trabalho dos carregadores de frango (Figura 9).

Quando a temperatura encontrava-se acima de 20ºC, recomendava-se molhar as

aves na carreta (Figura 10) utilizando uma bomba d’água externa para não interromper a

nebulização do aviário.

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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A principal dificuldade encontrada no estágio foi adquirir a confiança dos

avicultores e a sua relutância em modificar a dinâmica do manejo do aviário, fato este

conquistado com o passar dos dias com a convivência. Outro ponto que me causou

dificuldades em primeiro instante foi a detecção de doenças nas aves, devido a pouca

experiência que possuía antes do estágio e por não termos na graduação um disciplina

que enfoque essas situações, porém com o contato diário com as aves a campo após

algumas semanas de visitas já é possível deduzir através de sinais clínicos qual a

enfermidade que está acometendo as aves, e em casos de dúvida era realizada a

necropsia de aves representativas ao lote. Esse foi outro ponto que talvez tenha deixado

a desejar no estágio novamente por não termos na graduação de Zootecnia disciplinas

que nos demostrem essa prática.

O ponto que mais me favoreceu no estágio foi a facilidade de entrosamento com a

equipe do fomento avícola, me considero um graduado privilegiado por ter a

oportunidade de ter estagiado em uma empresa idônea com profissionais sempre

dispostos a passar seu conhecimentos a produtores e no meu caso a um estagiário ou

colaborador como eles se referiam a minha pessoa. Isso me deu confiança, sempre que

tinha alguma dúvida não hesitava em perguntar, da mesma maneira que quando eu tinha

alguma sugestão ou colocação era ouvido. Outro ponto que considero positivo foi o

contato direto com o produtor, cada um com ideias diferentes, galpões diferentes,

manejos diferentes e como extensionista ter que repassar um único protocolo de manejo

foi um desafio, mas o mais gratificante foi conviver o dia a dia com o produtor, ensinar

e ao mesmo tempo aprender, após algumas visitas ganhar a confiança e a amizade dos

produtores é uma experiência única que não aprendemos em sala de aula.

A campo as disciplinas que mais contribuíram em momentos de questionamentos

por parte dos produtores e dos extensionistas foram logicamente em primeiro lugar

avicultura, anatomia e fisiologia, nutrição de monogástricos, administração rural,

cooperativismo, higiene e profilaxia animal, imunologia, comportamento e bem estar

animal, projeto e planejamento de propriedades rurais dentre outras.

Com tantas disciplinas que podem ser aplicadas na avicultura de corte e com a

experiência adquirida a campo o zootecnista tem a oportunidade de contribuir de forma

expressiva na cadeia produtiva da carne de frango, com algumas restrições impostas

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pela lei, mas que não impedem o bom profissional de desenvolver seu trabalho e gerar

resultados satisfatórios no final do ciclo produtivo.

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CONCLUSÕES

Concluo que para promover o bom desempenho das aves, devem ser realizadas

visitas técnicas que visam corrigir o manejo do avicultor e de disponibilizar a tecnologia

através da extensão rural.Com o correto manejo durante o lote, principalmente nos

cuidados relacionados com temperatura e umidade, altura de nipple e comedouro

obteve-se melhora no desenvolvimento das aves e ganho de peso diário. Sendo que o

conjunto dessas ações contribuiu para o sucesso do lote.

Na minha formação profissional concluo que o estágio foi uma das matérias mais

importantes na jornada em busca do titulo de Zootecnista, visto que muito do

conhecimento adquirido em sala de aula foi aplicada a campo, e que em muitas

situações esse conhecimento foi muito útil e necessário. Entendi que o mais importante

é achar um modo de transmitir o seu conhecimento de uma maneira simples, que o

produtor realmente assimile e execute as orientações recebidas, ao mesmo tempo

respeitar a opinião do produtor afinal ele passa muito mais tempo em seu galpão do que

qualquer extensionista.

Compreendi também que nem sempre os manuais devem ser seguidos ao pé da

letra, avicultura ou qualquer outra criação é muito mais biologia do que matemática.

Concluí que em alguns momentos do estágio o meu conhecimento e as minhas respostas

talvez não tenham sido o suficiente, e percebendo isso fui humilde em admitir a

deficiência, me comprometendo em buscar a solução para o problema, seja com ajuda

de alguém capacitado ou através de pesquisas em livros e artigos, isso me ajudou a

conquistar a confiança dos meus colegas e dos produtores.

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ANEXOS

Figuras.

FIGURA 1 – Área de pinteira com maravalha, comedouros enterrados na cama e colocação dos

papéis próximos do nipple em aviário cooperado Coasul.

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FIGURA 2 – Colocação dos pintinhos sobre o papel e conferência do número de caixas em aviário

cooperado Coasul.

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FIGURA 3 – Altura ideal do nipple em aviários cooperados Coasul.

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FIGURA 4 – Comedouro automático enterrado na maravalha e ração até na borda do prato e distribuição dos papéis na pinteira, em aviário cooperado da empresa Coasul

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FIGURA 5 – Exaustores e nebulização interna em aviários cooperados Coasul.

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FIGURA 6 – Plantação de plátano para auxiliar no sombreamento em aviário cooperado Coasul.

FIGURA 7 – Pesagem extra de frangos aos 39 dias, realizada em aviário cooperado Coasul.

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FIGURA 8 – Aves separadas em boxes para serem colocadas em caixas, realizado em aviário

cooperado Coasul.

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FIGURA 9 – Aves sendo transportadas em caixas do aviário para o caminhão através de uma

esteira elétrica em aviário cooperado Coasul.

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FIGURA 10 – Aves sendo molhadas de cima do caminhão durante o carregamento devido à alta temperatura ambiente, realizado em aviário cooperado Coasul.

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Quadros.

Semana de idade ml/minuto 1 40 – 60 2 60 – 80 3 80 – 100

4 até o abate 100 – 120 Quadro 1 – Vazão do nipple conforme a idade das aves Fonte: MANUAL DA EMPRESA COASUL (2012).

TEMPERATURA

IDADE (dias) MÍNIMA DESEJADA MÁXIMA 1 31 32 33 2 30,5 31,5 32,5 3 30 31 32 4 29,5 30,5 31,5 5 29 30 31 6 28,5 29,5 30,5 7 28 29 30

12 27,5 28,5 29,5 13 27 28 29 16 26,5 27,5 28,5 17 26 27 28 19 25,5 26,5 27,5 20 25 26 27 22 24,5 25,5 26,5 23 24 25 26 25 23,5 24,5 25,5 26 23 24 25 28 22,5 23,5 24,5 29 22 23 24 30 21,5 22,5 24

31 em diante 20 22 24 Quadro 2 – Temperatura desejada conforme a idade das aves. Fonte: MANUAL DA EMPRESA COASUL (2012).

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